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Centro Técnico N.O.R.Terapia Capilar Curso: Cabeleireiro Matéria: Tricologia Básica Instrutor: Claudenor Rocha Período:______________________ ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele A pele é uma membrana que reveste exteriormente todo o corpo dos seres vertebrados, tem a função de regular a temperatura, metabolizar a vitamina D sintetizando a luz solar por ação fotoquímica, de percepção do sentido do tacto e como um manto protetor contra as ações de agentes externos, raios solares, bactérias, etc. A pele é o maior órgão do corpo humano é também o mais pesado, observando a superfície da pele com uma lupa ver-se uma grande quantidade de sulcos e orifícios (poros). É formada por três camadas: Epiderme é a camada que se pode ver (externa) esta parte é a mais resistente, dá impermeabilidade à água e resistência ao atrito. A epiderme tem origem na ectoderme, inicialmente ela é um epitélio simples, depois graças a proliferação e diferenciação da camada mais profunda, ela se torna estratificado pavimentoso córneo, com suas camadas características: basal, espinhosa, granulosa e córnea. Derme é a segunda camada onde se encontra Bulbo capilar, nervos, capilares sanguíneos, músculo eretor, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas. Hipoderme é a camada mais profunda, que além de manter um deposito nutritivo de reserva (gordura), protege o organismo das pressões e traumatismo externos. Ainda é constituída por duas camadas germinativas diferentes: a ectoderme e a mesoderme. A ectoderme é a camada exterior de embrião em desenvolvimento. O pêlo que vemos é apenas uma parte de todo um mecanismo celular internamente encontra-se outras estruturas complexas com uma taxa de

ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

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Page 1: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

Centro Técnico N.O.R.Terapia Capilar Curso: Cabeleireiro Matéria: Tricologia Básica Instrutor: Claudenor Rocha Período:______________________

ESTRUTURA – Pele, Pêlo, Cabelos

A Pele

A pele é uma membrana que reveste exteriormente todo o corpo dos

seres vertebrados, tem a função de regular a temperatura, metabolizar a

vitamina D sintetizando a luz solar por ação fotoquímica, de percepção do

sentido do tacto e como um manto protetor contra as ações de agentes

externos, raios solares, bactérias, etc.

A pele é o maior órgão do corpo humano é também o mais pesado,

observando a superfície da pele com uma lupa ver-se uma grande quantidade

de sulcos e orifícios (poros). É formada por três camadas:

Epiderme – é a camada que se pode ver (externa) esta parte é a mais

resistente, dá impermeabilidade à água e resistência ao atrito. A epiderme tem

origem na ectoderme, inicialmente ela é um epitélio simples, depois graças a

proliferação e diferenciação da camada mais profunda, ela se torna

estratificado pavimentoso córneo, com suas camadas características: basal,

espinhosa, granulosa e córnea.

Derme – é a segunda camada onde se encontra Bulbo capilar, nervos,

capilares sanguíneos, músculo eretor, glândulas sudoríparas e glândulas

sebáceas.

Hipoderme – é a camada mais profunda, que além de manter um

deposito nutritivo de reserva (gordura), protege o organismo das pressões e

traumatismo externos.

Ainda é constituída por duas camadas germinativas diferentes: a

ectoderme e a mesoderme. A ectoderme é a camada exterior de embrião em

desenvolvimento.

O pêlo que vemos é apenas uma parte de todo um mecanismo celular

internamente encontra-se outras estruturas complexas com uma taxa de

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multiplicação celular que ocorre a cada 39 horas, é uma das mais elevadas que

se conhece. A unidade pilosebácea compreende:

Folículo piloso – O folículo piloso é a estrutura que dará origem

ao pelo, possui componente epitelial (matriz, bainha externa,

bainha interna e haste) e componentes dérmicos (papila dérmica

e bainha dérmica). Podemos dividi-lo em segmento superior e

segmento inferior que são constituídos pelo:

O istmo, que vai desde a desembocadura do músculo eretor

até a glândula sebácea.

O infundíbulo que se estende da abertura da glândula

sebácea até a superfície da pele, a saída o infundíbulo na

superfície da pele e chamada de óstio folicular.

Acrotríquio é a porção intra-epidérmicas do folículo.

A glândula sebácea.

Bulbo piloso, que é a porção mais espessa e profunda o

folículo e contem a matriz germinativa do pelo.

Membrana Víntrea – camada não celular da bainha do tecido

conjuntivo que delimita o folículo piloso e mantém ligado o bulbo

em afastamento à papila dérmica.

O bulbo piloso – na base do folículo encontra-se uma

delimitação denominada bulbo piloso, região onde as células

dos pelos são produzida.

Onde o bulbo atinge sua largura máxima está à linha de

Auber, que constitui o território onde se expandem e se

multiplicam os queratinócitos e os melanócitos. Na zona

queratógena, que se localizam na parte superior do bulbo,

as células vão sofrer mutações, degenerar-se, alogar-se,

perder seu núcleo, morrer, edurercer-se e produzir uma

proteína rica em enxofre a queratina.

Papila dérmica – é composta de fibroblastos especializados,

são entrelaçados por vasos capilares que nutrem as células que

Page 3: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

estão se dividindo por mitose, seu comportamento é controlado

por citoquinas.

Matriz germinativa – essas células são pouco diferenciadas e

possui um ritmo mitótico, provavelmente o mais alto do corpo

humano. A taxa de multiplicação destas células ocorre a cada

período de 39h.

Bainha externa – representa uma invaginação da epiderme,

situada entre a matriz germinativa e a superfície, mas continua

com seu epitélio na epiderme.

Bainha interna – composta de três laminas, cutícula da bainha

interna e membrana de Huxley e de Henle, desenvolve-se em

torno do pelo, separando-o da bainha externa, estende-se

apenas parcialmente pelo folículo, desparece na altura da

região, onde abrem-se as glândulas sebáceas.

Glândulas sebáceas – formados por água, grânulos de

querato-hialina, proteínas, minerais e de elevado teor de

lipídeos, principalmente triglicerídeos, secretam uma

substancias semiliquida e oleosa, denominada sebo cutâneo

composto por: ácidos graxos, colesterol, vários hidrocarbonetos,

alcoóis e gordura.

Músculo eretor – pequeno feixe de fibras musculares lisas

presas à bainha conjuntiva do folículo piloso, igual a qualquer

músculos do nosso corpo contraem-se ao sinal do sistema

nervoso, respondendo a sensações de mudança de temperatura

ou emoções. Essas contrações comprimem as glândulas

sebáceas ocasionando excreção de sebo para a superfície da

pele.

Glandulas sudoríparas – são constituídas por uma zona

tubular, por onde o suor é libertado na superfície da pele, em

uma extremidade mais profunda em forma de novelo. As

glândulas sudoríparas na termo regulação e na eliminação de

determinadas excreções, como, por exemplo, sais minerais,

uréia, acido úrico, e outras substancias provenientes do sangue.

Page 4: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

Embora as glândulas sudoríparas esteja em praticamente todo o

corpo encontram-se em maior concentração em determinadas

parte como axilas, palmas das mãos e planta dos pés.

Capilares sanguíneos – são pequeníssimos ramificações de

vasos sanguíneos que ligam as artérias e veias à papila. Os

vasos sanguíneos capilares são responsáveis pelas trocas

gasosas e nutritivas, e simultaneamente eles fazem o processo

de remoção de toxinas dos folículos pilosos.

Nervos – eles nos possibilitam perceber sensações. A inervação

do folículo piloso é bastante complexa. Entre elas se constitui a

inervação sensitiva, inervação da papila e inervação motora do

músculo eretor.

O pelo

Os pêlos têm formas cilíndricas que brota de dentro do folículo piloso

derivado de uma ivaginação que se dar quando a epiderme invade a derme. A

proliferação da epiderme desenvolve brotos epiteliais que se afundam na

mesoderme. A extremidade de cada broto dilata-se e engloba uma porção do

mesoderme, formando a papila do pelo. As células epidérmicas que envolvem

a papila proliferam intensamente e se queratinizam, migrando para a superfície

da pele formando o pelo.

Conforme a respostas aos hormônios masculinos os pelos são

divididos da seguinte forma:

Dependentes – axilares, púbicos e torácicos

Semi-dependentes – corpo e extremidades

Independentes – sobrancelhas e cílios

Tipos de pelo

Page 5: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

Lanugem – é o pelo que cobre o feto e desaparece após o

nascimento. É a pilosidade fina, delgado, macio, não pigmentado e não contem

medula. É produzido pelos folículos fetais e caem normalmente no útero

aproximadamente no sétimo ou oitavo mês de gestação ou logo que nasce.

Velus – é o pelo que substitui a lanugem após o nascimento. Pode ser

encontrado na face das mulheres ou na calvície dos homens.

Pelo terminal – é o pelo que substitui o velus em determinadas áreas

do corpo, é um pelo mais comprido (2cm), mais grosso, visível, pigmentado,

com medula. São encontrados nas axilas, regiões pubianas, sobrancelhas,

cílios, barba, bigode e couro cabeludo.

O cabelo que nasce no couro cabeludo tem uma particularidade que é

o ciclo de vida (de 3 a 7 anos) que em geral é maior que a do pelo que nasce

no resto do corpo.

Denominações e Funções dos pelos por área

Couro cabeludo = cabelos – isolamento térmico, protetor e

indicativo de algumas doenças.

Nas orbitas e pálpebras = cílios e supercílios – barreira

mecânica, protetor da luz, corpo

Estranho, suor e água.

Vestíbulo Nasal = vibrissas – filtrar partículas estranhas

Meato Acústico Externo = tragos – Filtrar o ar

Axilas = hircos – aumento da superfície de evaporação do suor

Regiões Pubianas = pubes – função sensorial

O Cabelo

O corpo humano possui cerca de cinco milhões de pelos, cerca de um

milhão desses estão na cabeça, dos quais 150 mil são cabelos. Em média se

renovam de três a sete anos. Os cabelos do couro cabeludo crescem mais ou

menos 1,5 cm a 2,5 por mês, os cabelos finos crescem cerca de 0,8 mm por

dia, enquanto os cabelos grossos aproximadamente 0,4 mm.

Page 6: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

Estudos revelam que o cabelo cresce mais rápido nas mulheres que

nos homens e também mais no vértice que na região perietal. Ivestigando

biopsias em recém nascidos observa-se 700 – 750 folículos por cm² no couro

cabeludo, esta quantidade com o tempo diminui. Acredita-se que o cabelo

suporte um peso de 80k e uma trança agüentaria por volta dos 200k.

As diferenças em suas características de comprimento, espessura e

cor são determinadas geneticamente.

Composição química dos cabelos

Os queratinócitos são a única parte viva dos cabelos, e é a partir da

divisão e multiplicação desta célula que se inicia o ciclo dos cabelos. A principal

função dos queratinócitos é produzir um tipo de proteína chamada queratina,

componente primário dos cabelos.

Proteinas

As proteinas são compostos orgânicos de estrutura complexa e massa

molecular elevada (entre 15.000 e 20.000.000µm) e são sintetizadas pelos

organismos vivos através da condensação de um grande número de moléculas

de alfa-aminoácidos, através de ligações denominadas ligações peptídicas.

Uma grande parte das proteínas são totalmente sintetizadas no citosol

das células pela tradução do mRNA enquanto as proteínas destinadas à

membrana citoplasmática, lisossomas e as proteínas de secreção possuem um

sinal que é reconhecido pela membrana do reticulo endoplasmático onde

terminam as sua síntese.

São compostos quaternários de carbono ( C ), hidrogênio ( H ),

oxigênio ( O ) e azoto ( N ) - também chamado de nitrogênio no Brasil. São

constituídas por dois grupos funcionais: o grupo amina ( R-NH- ) e o grupo

carboxilo ( R-CO-), derivados dos aminoácidos e que estabelecem as ligações

peptídicas.

Existem 23 aminoácidos conhecidos, dos quais 8 são ditos essenciais:

o nosso organismo não é capaz de produzi-los, e por isso precisamos

ingeri=los através dos alimentos para evitar sua falta no nosso corpo. Uma

Page 7: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

cadeia de aminoácidos denomina-se de "peptídeo", estas podem possuir 2

aminoácidos ( dipeptídeos ), 3 aminoácidos ( tripeptídeos ), 4 aminoácidos (

tetrapeptídeos ), ou muitos aminoácidos ( polipeptídeos ). O termo proteína é

dado quando na composição do polipeptídeo entram centenas, milhares ou

milhões de aminoácidos.

As ligações entre aminoácidos denominam-se por ligações peptídicas e

estabelecem-se entre o grupo amina de um aminoácido e o grupo carboxila de

outro aminoácido, com a perda de uma molécula de água. Portanto, as

proteínas são complexos constituídos por cadeias de aminoácido ligadas por

ligações peptídicas. São macromoléculas com, no mínimo, centenas de

aminoácidos. São polímeros que se originam de uma reação de polimerização

de aminoácidos que são os monômeros.

Pontes salinas

Algumas cadeias de polipeptídios possuem grupos ácidos e outros

básicos, pó isso há a formação de sais (ligações iônicas), são consideradas de

força media.

Pontes de hidrogênio

São consideradas fracas, quebram-se com a simples ação da água,

mas são muito numerosas e importantes para a ligação da estrutura protéica.

Pontes dissulfetos

São ligações fortes, a solidez e solubilidade da queratina atribuem-se a

grande quantidade de cistina que contem dois grupos aminos e dois grupos

carboxilos, por isso, podem ligar-se a cadeias polipeptídicas paralelas por meio

dos átomos de enxofre.

A estrutura das cadeias polipeptídicas vai se adaptando em uma forma

helicoloidal com 3,7 aminoácidos em cada volta da hélice. As hélices estão

ligadas uma a outra por ligações de hidrogênio, formada a cerda elementar

que, por sua vez, liga-se a outra cerda de uma forma retorcida pelos átomos de

Page 8: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

enxofre (ligações de dissulfeto) e por ligações iônicas (salinas). As influencias

dessas ligações em relação à estrutura dos fios está bem definida, por

exemplo, se as ligações de dissulfetos se quebram, o cabelo se debilita, mas

não partirá se forem mantidas integras as ligações salinas, e vice versa.

Interações hidrofóbicas

Tendência dos aminoácidos com radical apolar de se acomodar no interior de uma estrutura dobrada, "fugindo" do contato com a água

Interações Iônicas

Forças de atração entre aminoácidos com radicais carregados com cargas opostas.

Estrutura quaternária

Algumas proteínas podem ter duas ou mais cadeias polipeptídicas. E essa transformação das proteínas em estruturas tridimensionais é a estrutura quaternária. Elas guiadas e estabilizadas pelas mesmas interações da terciária. As junções de cadeias polipeptídicas podem produzir diferentes funções para os compostos. O tamanho da proteína reflete sua função. A função da enzima, por exemplo, requer uma estrutura muito grande. O tamanho das proteínas tem limites impostos pela codificação genética dos ácidos nucléicos e também pela precisão no processo de biosíntese das proteínas.

Proteínas fibrosas e globulares Proteínas fibrosas

São aquelas que apresentam moléculas distendidas e filamentosas, semelhantes a longos fios, colágeno e fibrina são exemplos de proteínas fibrosas.

Desnaturação

As proteínas podem desnaturar. Isto acontece quando, por ação de substâncias químicas ou do calor as proteínas sofrem alteração da estrutura terciária ou a quebra das ligações não covalentes da estrutura quaternária.

As proteínas perdem a sua conformação e, conseqüentemente, a sua funcionalidade. A desnaturação pode ser: reversível ou irreversível.

Renaturação

Dependendo da forma pela qual a proteína foi desnaturada, sua conformação nativa pode ser recuperada (renaturação) retirando-se lentamente

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o agente desnaturante, como por exemplo, fazer uma diálise contra água para retirar o agente desnaturante uréia.

Função biológica Estrutural ou plástica

São aquelas que participam dos tecidos dando-lhes rigidez, consistência e elasticidade. São proteínas estruturais: colágeno (constituinte das cartilagens), actina e miosina (presentes na formação das fibras musculares ), queratina (principal proteína do cabelo), fibrinogênio (presente no sangue), albumina (encontrada em ovos) e outras.

Hormonal

Exercem alguma função específica sobre algum órgão ou estrutura de um organismo como, por exemplo, a insulina (embora tecnicamente a insulina seja considerada apenas um polipeptídio, devido a seu pequeno tamanho).

Defesa

Os Anticorpos são proteínas que realizam a defesa do organismo contra substâncias estranhas.

Energética

Obtenção de energia a partir dos aminoácidos que compõem as proteínas.

Enzimática

Enzimas são substâncias capazes de acelerar as reações bioquímicas como, por exemplo, as lípases. Todas as enzimas são consideradas proteínas.

Condutoras de gases

O transporte de gases (principalmente do oxigênio e um pouco do gás carbônico) é realizado por proteínas como a hemoglobina e hemocianina.

Queratina

Nos queratinócitos a queratina é sintetizada dependendo de vários

aminoácidos que são transportados pelo sangue até a papila formando cadeias

que se unem entre si por longas correntes peptídicas. Os principais

aminoácidos que formam a queratina são:

Page 10: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

Cisteína e cistina (17,5%) – estes aminoácidos são muitos

próximos e estruturados e convertem-se um no outro, conforme

as necessidades. Eles são envolvidos na produção de colágeno

para a elasticidade e textura da pele e na alfa-queratina para

unha e cabelos. A cisteína é um poderoso distribuidor de

radicais livres por si só, mas funciona melhor quando a vitamina

E e o selênio estão presentes. Ela é critica para o metabolismo

de um numero de substâncias bioquímicas como a coenzima A,

a heparina, a biotina, o acida lipóico e a glutationa. O pescado é

rico em cisteína.

Serina (11,7%) – aminoácido glicogênio não essencial, ela

forma a cisteína após receber um grupo tiol da homocisteína

sintetizada a partir da metionina, possui um papel importante em

uma variedade de caminhos biossintéticos, incluído os que

envolvem pirimidinas, purinas, creatina e profirinas. É usada em

cosméticos com finalidades hidratantes e também como

flavonizantes. Arroz, ovos, leite são ricos em serina.

Ácido glutâmico (11,1%) – o ácido glutâmico tem uma função

chave nas vias metabólicas dos aminoácidos como um fator

principal nos processos de transaminação. O ácido glutâmico

tem um profundo envolvimento no metabolismo de carboidratos

e ácidos graxos. Entre alguns de seus usos incluem sua

aplicação como matéria-prima para a fabricação de surfactantes

e quelantes e como material de partida para a síntese do ácido

fólico. È o mais freqüente dos 20 aminoácidos na seqüência de

nossas proteínas. O pão e os cereais são fontes de glutamato.

Treonina (6,9%) – glicogênese. A Treonina é um aminoácido

essencial que não é produzido pelo organismo animal. A

necessidade diária de um adulto do sexo masculino é de 7 mg

por Kg de peso corporal. A via da aminoacetona é o principal

curso no catabolismo da treonina. A treonina tem um papel

importante como precursor de aminoácidos não essenciais, ela

forma a glicina sob a ação da treonina aldolase e a serina é

Page 11: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

formada a partir da glicina. É também usada para a síntese de

vários produtos farmacêuticos. Os ovos são ricos em treonina.

Glicina (6,5%) – a glicina é metilada para formar sarcosina (N-

monometilglicina) e betaína (N-trimetilglicina). Esta reação

também representa um precursor da creatina, que tem um

profundo envolvimento na contração muscular, ela atua na pele

tecidos conjuntivos, no sistema nervoso central, etc. É também

um componente da glutationa, que é um importante antioxidante

no organismo. A glicina é usada no campo farmacêutico como

um componente de medicamentos dermatológicos para

eczemas e dermatites, agentes hepáticos e antialérgicos, e em

elaborações integrais de aminoácidos. A cevada, o arroz e a

gelatina são ricos em glicina.

Leucina (6,1%) – é um cristal branco ou pó cristalino, sem odor

ou com um leve odor característico e com um sabor levemente

amargo.

Prontamente solúvel em ácido fórmico, frugalmente solúvel em

água e praticamente insolúvel em etanol. Dissolve-se em ácido

hidroclorídrico diluído. Seu uso inclui preparações integrais de

aminoácidos e produtos para cuidado com os cabelos. É um a

aminoácido essencial hidrofóbico encontrado como elemento

estrutural no interior de proteínas e enzimas. O leite e o milho

são ricos em leucina.

Valina (5,9%) - aminoácido essencial, glicogênico. As

necessidades diárias de um adulto do sexo masculino são 10

mg por kg de peso corpóreo. Estão relegados à função de

determinar a estrutura tridimensional das proteínas devido sua

natureza hidrofóbica. Leite e ovos são fontes de valina.

Arginina (5,6%) – aminoácido glicogênico, semi-essencial e

resistente a desaminação. É um aminoácidos essencial durante

a juventude. Sua aplicação inclui seu uso na formulação de

produtos cosméticos como cremes, produtos para os cabelos,

tais como xampus e condicionadores que fazem uso de sua

Page 12: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

propriedade hidratante. Fontes naturais de arginina são: o arroz

marrom, castanhas, avelãs, pipocas e produtos integral.

Ácido aspártico (5,0%) – o aspartato é degradado in vivo a

oxaloacetato. Este metabolito é também o precursor da síntese

do aspartato. A enzima responsável por esta reacção é a

aspartato aminotransferase que, como o nome indica, transfere

um grupo amina do glutamato para o oxaloacetato para formar

aspartato (o outro produto da reacção é o α-cetoglutarato). Este

processo ocorre na matriz mitocondrial. O aspartato pode então

sair do mitocôndrio e participar no ciclo da ureia, servindo de

precursor para o metabolito argininosuccinato. Através deste

processo, o aspartato serve de precursor para a síntese de outro

aminoácido, a arginina. Batatas e amendoins são ricos em

aspartato.

Alanina (4,8%) – é um aminoácido neutro, não essencial,

cristalino, envolvido no metabolismo do triptofano e da vitamina

piridoxina (B6), é um dos aminoácidos mais simples em

estrutura molecular. Suas finalidades incluem seu uso em

cosméticos como um fator hidratante natural e em produtos

surfactantes, como um material de síntese de vitaminas. Miúdos,

tripas e viseras são ricas fontes de alanina.

Proline (3,6%) – um cristal branco ou pó cristalino, sem odor

ou com um odor característico.

Extremamente solúvel em água, prontamente solúvel em

ácido acético, frugalmente solúvel em etanol e praticamente

insolúvel em éter dietílico. Deliqüescente. Aminoácido

Glicogênico não-essencial. O passo inicial para a biosíntese da

prolina é a conversão do ácido glutâmico em semialdeído-γ-

glutâmico pela ação da pirrolina-5-carboxilato sintetase. Difere-

se dos outros membros dos conjuntos dos vinte por uma de

suas cadeias está ligada tanto ao nitrogênio quanto ao carbono.

Seus usos incluem a aplicação em cosméticos, notadamente em

cremes como componentes hidratantes. Pão, leite, gelatina são

ricos em prolina.

Page 13: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

Isoleucina (2,7%) – aminoácido essencial, glicogênico ou

cetogênico. A necessidade diária de um adulto do sexo

masculino é 10 mg por Kg do peso corporal. A isoleucina é

convertida em isobutil-CoA por desaminação e descarboxilação.

Compostas pó substâncias bioquímicas extremamente

hidrofóbicas que permite a formação de ligações fracas

(chamadas ligações hidrófobas) com outros aminoácidos que

contribuem na estrutura teciárias e quartenárias das proteínas.

Tirosina (1,9%) – Aminoácido não essencial glicogênico e

cetogênico. A tirosina é formada a partir da fenilalanina pela

ação da fenilalanina hidroxilase. Este aminoácido participa da

síntese de diversas substanias bioquímicas importantes, incluído

os hormônios da tireóide, os pigmentos biológicos da melanina e

as catecolaminas, uma categoria importante de reguladores

biológicos. Ela é convertida em ácido fumárico e finalmente em

ácido acetoacético através de várias reações. Queijos, leites e

arroz são ricos em tirosina.

Fenilalanina (1,4%) – Aminoácido essencial glicogênico e

cetogênico. Sendo também um dos aminoácidos aromáticos que

exibem propriedades de absorção de radiação ultravioleta. As

necessidades diárias de um adulto do sexo masculino são de 14

mg por Kg de peso corporal. A tirosina é formada pela ação

catalítica irreversível da fenilalanina hidroxilase para finalmente

formar ácido fumárico e ácido acetoacético. Pão, ovos, vísceras

e miúdos são ricos em fenilalanina.

Histidina (0,8%) – Aminoácido essencial, glicogênico. A síntese

da Histidina no organismo humano é relativamente lenta. Ela

tem sido classificada como um aminoácido não essencial, mas

recentemente, muitos cientistas a têm considerado com um

aminoácido essencial. Particularmente em crianças, é um

aminoácido essencial e sua deficiência desacelera o

crescimento e causa eczema cutâneo. Sua desaminação com a

histidase acarreta na formação do ácido urocânico. A carne, as

vísceras e miúdos são ricos em histidina.

Page 14: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

Metionina (0,4%) – A Metionina pode ser classificada como

glicogênica porque é metabolizada em ácido pirúvico através da

succinil-CoA. Aminoácido essencial. A necessidade diária de um

adulto do sexo masculino é de 13mg por Kg de peso corporal. A

metionina é convertida em S-adenosil metionina por uma reação

dependente de ATP. Ela funciona como um importante doador

de grupo metil no organismo. Após a desmetilação, a

homocisteína é formada e subseqüentemente metabolizada

através de duas vias: uma é a via de recuperação envolvendo

sua re-síntese em metionina pela homocisteína metiltransferase

na presença de vitamina B 12. O outro caminho se segue a

partir da cistationina em cisteína após receber o esqueleto de

carbono da serina. A metionina tem um papel importante no

metabolismo de fosfolipídios. Este aminoácido serve de fonte de

enxofre para cisteína em animais e seres humanos. Os ovos são

ricos em metionina.

Elementos Químicos

Carbono (50,65%) –

Oxigênio (20,85%) –

Nitrogênio (17,14%) –

Hidrogênio (6,36%) –

Minerais

Cálcio – necessário fortificar a estrutura dos ossos e dos

cabelos.

Cobre – ajuda a impedir os defeitos na estrutura do cabelo e na

manutenção da cor.

Iodo – ajuda a diminuir a perda da umidade dos cabelos.

Potássio – promove o crescimento saudável dos cabelos e

melhora a circulação.

Page 15: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

Manganês – ajuda no crescimento dos cabelos.

Ferro – fortifica a sustentação do cabelo.

Zinco – melhora a absorção do ferro.

Água

Seu teor pode variar de acordo com a umidade do ar, mas chega em

torno de 10% da composição química de um fio. Ao ser molhado o cabelo pode

absorver cerca de 30% do seu peso em água.

Lipídios

O extrato de lipídios internos do cabelo humano é rico em colesterol

(1,5%), ácidos graxos livres e ceramidas.

É conhecido que a superfície externa das células cuticulares possui

ácidos graxos ligados, tais como ácidos esteárico, acido palmítico, acido oléico

e o acido 18-metileicosanoico (18-MEA), uma parte compõe a estrutura do

CMC. Está composição superficial pode ser a razão pela qual o cabelo seja

hidrofóbico e isolante elétrico.

Os lipídios possuem um papel muito importante em algumas

propriedades do cabelo. Estudos mostraram que a remoção dos ácidos graxos

ligados a superfície cuticular causam mudanças na molhabilidade do cabelo

principalmente na cutícula.

Formação da estrutura capilar

Das células epiteliais mais periféricas originam-se duas bainhas

epiteliais, uma interna e outra externa, que envolvem o eixo do cabelo na sua

porção inicial.

A raiz do cabelo encontra-se no folículo, As células da raiz do cabelo

se dividem e movem-se para cima dentro do folículo. Durante o processo de

crescimento do cabelo as células da raiz se diferenciam em vários tipos

celulares.

Page 16: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

Esses fenômenos constituem a fibra capilar que é composta por 4

unidades estruturais principais: a medula, o córtex, o cimento intercelular

(localizado entre as células) e a cutícula.

Cutícula

As células cuticulares compõem cerca de 10%, em massa da fibra

formando uma barreira protetora contra processos agressivos químicos e

físicos e são responsáveis pelas propriedades superficiais dos fios, tais como

brilho, coeficiente de atrito entre as fibras e proteção do córtex. A camada

cuticular é composta de 6 a 10 camadas sobrepostas uma sobre as outras

cobrindo o perímetro da fibra.

Esta estrutura se subdivide em uma serie de camadas, com cerca de

0,2 a 0,4µ de espessura, sobrepostas e orientadas no sentido das pontas da

haste capilar.

Epicutícula

Exocutícula

Endocutícula

Cada célula cuticular é envolta em uma membrana de baixa espessura

(cerca de 25Å) denominada epicutícula. Os principais componentes da célula

cuticular são a exocuticula e a endocuticula. Entre as células corticais e entre

estas e as células cuticulares, está o complexo de membrana celular, que é

uma substância cimentante a qual possui propriedades adesivas, que, apesar

de ser facilmente atacada por enzimas, é resistente a álcalis e a agentes

redutores.

Cada célula cuticular é separada das adjacentes pelo complexo da

membrana celular (CMC), o qual compõe cerca de 2%, em massa, da fibra.

Micrografia eletrônicas mostram que este complexo consiste em 2 camadas

lipídicas as quais envolvem 1 camada protéica e a camada que é formada

durante a queratinização. O CMC contém somente 2% de cistina, sendo

composto em sua maior parte por proteína rica em aminoácidos polares e

lisina, conferindo-lhe também um caráter hidrofílico.

Page 17: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

A cutícula tem caráter amorfo. Seus subcomponentes tem composição

e reatividades distintas. A camada A e a exocuticula são as subunidades mais

queratinizadas e possuem caráter hidrofóbico, apresentado um maior teor de

cistina (30% e 15%,respectivamente).

A endocuticula é feito de material não queratinoso oriundo da

compressão ou achatamento do núcleo e de organelas citoplasmáticas. Isto faz

com que ela seja rica em proteínas, enzimas, vitaminas, íons, ácidos nucléicos,

açucares, carboidratos e ácidos graxos, os quais, em sua maioria, são solúveis

em água. Esta composição proporciona o caráter hidrofílico e a menor

resistência da endocutícula a ataques químicos se comparada as outras

estruturas, pois possui cerca de 3% de cistina. A epicutícula é formada,

basicamente, de acido 18-metileicosanóico ligado a uma membrana

proteolipídica também rica em cistina (cerca de 12%) de alto teor hidrofóbico.

Como resultado dessas diferenças de composição, é esperado que as

subunidades da cutícula apresentem reatividades diferentes a tratamentos

cosméticos e mesmo à água e ao surfatante. Uma vez que a camada cuticular

é responsável pelo egresso e ingresso de substancias para o interior da fibra,

dependendo da matéria colocada em contato com a fibra.

A via transcelular prevê que a penetração de substancias para o

interior do cabelo através da cutícula e a via intercelular, a difusão entre as

cutículas, isto é, pelo CMC. Esta ultima é a mais aceita por processos

cosméticos em geral, pois considera que a difusão se dá a partir de

componentes pobres em ligações cruzadas dissulfídicas derivadas da cistina

para os componentes mais ricos. Estudos mostram que a difusão par ao

interior da fibra é mais rápida quando o cabelo está danificado, ou seja, quando

a menos pontes dissulfídicis na sua estrutura.

Córtex

O córtex é constituinte majoritário em massa da fibra capilar (cerca de

88%) e é responsável pelas propriedades mecânicas da fibra. É formado,

basicamente, por queratina cristalina inserida em uma matriz de queratina

amorfa.

Page 18: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

As células corticais são ricas em cistina, compactas, pouco penetráveis

por líquidos em geral. São pouco reativas quimicamente, e menos resistentes a

ação de agentes oxidantes.

As células corticais têm uma forma oval, 150 a 400nm de diâmetro,

possuem geralmente 1-6µ de espessura e 100µ de comprimento.

Os fios de cabelos são formados por feixes paralelos denominados

macrofibrilas, que compõem o córtex, se apresentam na forma espiral, tendo

de 0,1 a 0,4 µ de diâmetro e 15µm de comprimento, são os maiores

constituintes da célula corticais.

Cada macrofibrilas consiste de filamentos intermediários chamados de

microfibrilas, cerca de 7,5 µ de diâmetro, e a matriz, que são designadas por

outras estruturas e aminoácidos.

A microfibrilas é uma proteína fibrosa cristalina que é principalmente

composta por proteínas α-helice com baixo teor de cistina (6%), denominada α-

queratina.

Estas estruturas estão alinhadas ao longo da fibra axial e encaixadas

em uma matriz amorfa com auto teor de cistina (~21%) consistindo grupos

dissulfetos (S-S) e estes formam ligações cruzadas na fibra de queratina,

contribuídos com propriedades físicas e mecânicas, bem como a estabilidade

da estrutura.

As microfibrilas, por sua vez, são contituidas por feixes paralelos de

filamentos protéicos ordenados ao longo de um único eixo, são as protofibrilas.

As protofibrilas são compostas por cadeias α-helicoidais de α-queratina e

contem um diâmetro de 20Å.

MEDULA

A medula é o componente do cabelo menos estudado, principalmente

por acreditar-se que sua influencia nas propriedades do cabelo seja

insignificante.

Está localizada no centro do corpo capilar e de acordo com a literatura,

em alguns fios ela pode está ausente, quando presente pode ser continua ou

fragmentada. A freqüência e as dimensões da medula podem variar no mesmo

individuo.

Page 19: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

Quimicamente tem alto conteúdo de lipídios se comparada ao restante

da fibra e é pobre em cistina, porem é rica em citrulina, de modo que as pontes

de enxofre são substituídas por ligações peptídicas que matem a estrutura da

medula coesa. Por causa dessa reticulação, a medula é insolúvel em solventes

de proteínas, mesmo em condições vigorosas como as utilizadas para

solubilizar as queratinas.

As células medulares são resultado do processo de diferenciação.

Quando elas começam a diferenciar, as células produzem tricoialina que é

depositado no citoplasma na forma de grânulos. Quando sofrem a maturação e

desidratação, encolhem prendendo o ar em seu interior. A parede das células

maduras, então, é formada de vários grânulos fundidos. Quanto a morfologia

da medula, há uma contradição na literatura. Alguns autores dizem que é

formada por esses vacúolos preenchidos por ar resultante do processo de

diferenciação celular, enquanto outros autores dizem que a medula é composta

por uma estrutura esponjosa, cujo caráter fibrilar é característica de humanos e

de algumas espécies primatas. Há ainda uma camada de CMC que se localiza

na interface entre a medula e o córtex.

Não existem explicações para o fato da medula se distribuir de forma

tão aleatória nos diferentes couros cabeludos ou pro que não existe em alguns

fios. Sobre os efeitos da medula nas propriedades do cabelo, já foi sugerido

que os poros pudessem afetar a cor do cabelo, mas não afetam as

propriedades mecânicas. No entanto, não há estudos sistemáticos sobre a

influencia da medula nas propriedades do cabelo.

Levando em consideração a medula há três tipos de fios: sem medula,

com medula fina e com medula grossa.

A medula fina apresenta contraste, interface limitada pelo CMC e

menor diâmetro, enquanto a grossa apresenta mais glóbulos, bem como

maiores dimensões das cavidades e organização gradual das células de fora

para dentro. Há vários indícios de que a medula se trata de um córtex em

estagio de diferenciação atrasado, como os formatos dos grânulos de

melanina, a disposição das células corticais e a organização decrescente de

fora para dentro da medula.

Page 20: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

O cabelo sem medula é mais vermelho e mais amarelo e mais claro

que o cabelo com medula. Os espaços vazios da medula influenciam na

reflexão externa do cabelo, diminuindo-a.

A medula deixa o cabelo menos uniforme, mas não interfere nos

valores das propriedades mecânicas da fibra.

O cabelo sem medula e com medula grossa não é modificado por

tratamentos diários, mas regiões de medulas finas são. Quando submetidas a

70˚C trasformam-se em medula grossa e esse processo aparentemente é

reversível quando o cabelo é hidratado novamente.

A COR DOS CABELOS

O pigmento melanina é responsável pela cor que vemos tanto na pele

pêlos e cabelos. Estes pigmentos são produzidos pelos melanócitos que estão

entre a papila e o epitélio da raiz do pêlo. O processo de melanogênese, que é

o método da síntese da melanina ocorre na fase de formação dos cabelos.

Os melanócitos

O melanócito é uma célula dendrítica, especializada na produção de

melanina, um pigmento de coloração marrom-escura. Estas células

encontram-se na junção da derme com a epiderme ou entre os queratinócitos

da camada basal da epiderme, além de estarem presentes também na retina.

Originam-se da crista neural embrionária, apresentando um citoplasma

globoso, de onde partem prolongamentos que penetram em reentrâncias das

células das camadas basal e espinhosa, transferindo, deste modo, melanina

para as células presentes nestas camadas.

Melanossomos

São partículas citoplasmáticas pigmentadas que contém melanina e

são produzidas por melanócitos. Os melanócitos transferem os melanossomas

para dentro dos ceratinócitos, cada melanócito é responsável por

aproximadamente 4 ceratinócitos.

Page 21: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

Ceratinócitos

Células epidérmicas que sintetizam queratina, e que passam por

transformações características durante sua movimentação em direção à

superfície, saindo das camadas basais da epiderme até a camada

queratinizada (córnea) da pele. Os estágios sucessivos de diferenciação dos

queratinócitos que formam as camadas da epiderme são: célula basal, célula

espinhosa e célula granulosa.

No inicio da sua formação os cabelos são incolor, os melanócitos usam

seus dendritos para injetar os pequenos grânulos de pigmento. Diferentemente

da pele, os melanocitos do folículo piloso não precisam da luz do sol para

produzir melanina. A transferência das melaninas para os queratinócitos ocorre

por um processo ainda não totalmente esclarecido. As hipóteses são de que o

melanossoma é injetado diretamente no queratinócito ou ainda que ocorre

fagocitose da organela na extremidade dendrítica do melanócito.

Os melanócitos foliculares diferem dos melanócitos epidérmicos por

seu tamanho, que é maior, e dendritos mais longos e por estarem relacionados

somente a 4 a 5 queratinócitos, em contraste com os 36 a 40 dos melanócitos

epidérmicos.

A cor dos cabelos resulta da atividade dos melanócitos, que produzem

grânulos de melanina nos melanossomos, sintetizando a partir da tirosina, que

através dos ceratinócitos nos queratinócitos irão formar o córtex dos cabelos.

Melanina

A melanina é considerada uma proteína. Ela é produzida pelas células

que se localizam na camada basal da epiderme, denominadas de

melanoblastos que sofrem a influência do hormônio melanocítico produzido

pelo lobo intermediário da hipófise. Os pigmentos de melanina podem ser

classificados em dois grupos:

Eumelanina

É um polímero que ocorre em grânulos dentro dos melanossomos,

semelhante a um grão de arroz e sua coloração varia do vermelho escuro ao

preto. A síntese ocorre na presença da enzima tirosinase, concentrada no

Page 22: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

aparelho de Golgi dos melanocitos. O pigmento é originado a partir da oxidação

da tirosina por intermédio da ação da tirosinase, que vai de um aminoácido

incolor a um pigmento castanho.

Feumelanina

Ocorre em malanossomos com uma forma menos precisa e pode ser

vista na forma de pontos difusos. Sua coloração varia de amarelo para

vermelho. Além da tirosina a cisteína também está evolvida na sua produção.

CICLO DE VIDA DOS CABELOS

Os Fios de cabelos não crescem indefinidamente. Após certo período a

parte inferior do folículo sofre uma mudança degenerativa. Onde o segmento

bulbar é quase que totalmente destruído. Cada folículo piloso está programado

para ter, em media 25 ciclos de vida. Na papila dérmica se desenvolve as três

fases de 1 ciclo.

Fase anagenética (anágena)

O ciclo anágeno é o mais demorado, aproximadamente 1.000 dias.

Nesta fase se encontra a maioria dos cabelos. Entre 80 a 85%. E ela que

determina o comprimento do fio e variam nas diferentes regiões do corpo. Os

primeiros estágios da anágena copiam a foliculagernese fetal e a parte inferior

do folículo se refaz para produzir a nova haste.

Fase catagenética (catágena)

Após a fase anágena o segmento bulbar é quase totalmente destruído,

e inicia-se a fase catágena. A interrupção da reprodução celular na matriz e a

perda da bainha externa do folículo por apoptose (morte programada da célula)

levam ao colapso da região bulbar. A porção superior do bulbo que escapou

das transformações degenerativas forma um saco epitelial que engloba o

cabelo remanescente, perde-se no processo catágeno um terço ou até a

Page 23: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

metade do tamanho do folículo. Somente a matriz e a papila permanecem no

próximo ciclo.

Nesta fase ocorre uma adaptação do istmo para servir de suporte ao

pelo durante a fase seguinte.

Fase telegenética (telógena)

Nesta fase a matriz desloca-se em sentido da superfície da pele

empurrado pelo novo fio de cabelo que esta se desenvolvendo. A membrana

vítrea enruga e o fio de cabelo cai.

Características da haste capilar

Étnia

Os três tipos básicos de cabelo, caucasiano (europeu), asiático

(mongólica) e africano (negroide), diferem substancialmente em dois

parâmetros básicos: o modo tridimensional como se arranjam as cadeias

protéicas de queratina (aspectos conformacionais tais como a alfa-hélice e as

folhas pregueadas) tendo em conta que o arranjo das protofibrilas no córtex do

fio é preferencial na forma de hélice quádrupla auto-enovelada (estrutura

quaternária) e o padrão de pigmentação ditado pelo balanço entre os dois

pigmentos básicos eumelanina (escura) e feomelanina (clara).

O ritmo de crescimento também diferencia os 3 tipos básicos: no

cabelo asiático é mais rápido (1,3 cm/mês) e no africano mais lento (0.9

cm/mês) mas é o caucasiano que apresenta a maior densidade de cabelos /

área. O padrão de melanização capilar é um processo bioquímico similar ao

que ocorre ao nível da pele que diferencia ruivos, louros, amarelos, índios,

morenos, mulatos e negros.

Page 24: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

Curvatura

Lisótricos (lisos)

Têm maior diâmetro e é redondo ao corte transversal. Os folículos

retos são vistos nas raças mongólicas, esquimós e índios americanos.

Sinótricos (ondulados)

O diâmetro ao corte transversal é oval e são encontrados em vários

grupos atnicos, principalmente nos caucasianos. Normalmente nascem lisos na

raiz e formam cachos ao longo do fio, por isso tendem a ser menos ressecados

que os crespos.

Ulótricos (crespos)

Ao corte transversal têm diamentro de forma helicoidal ou espiralada.

São encotrados em quase todas as raças negras. Nascem espiraladas desde a

raiz. Essa característica torna mais difícil a distribuição da oleosidade natural

do couro cabeludo ao longo dos fios, deixando-os, por conseqüência, muito

mais secos. Por isso, são mais difíceis de pentear e mais sujeitos à formação

de nós.

Diametro

Grossos – diâmetro superior a 0,06mm

Médio – diâmetro entre 0,04 e 0,06mm

Fino – diâmetro abaixo de 0,04mm

Elasticidade

É a capacidade de alongamento e retomada do comprimento natural do

fio de cabelo.

Page 25: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

A resistência elástica do cabelo suporta tensões a força de 40 a 160g.

O cabelo seco possui cerca de 30% da capacidade elástica em relação ao seu

comprimento, enquanto que o cabelo molhado pode chegar a 100% desse

valor.

Resistência Mecânica

É a capacidade máxima de suportar uma carga tencionando cada fio,

sem romper.

Este número e de aproximadamente 50g, portanto os 100.000 fios

normalmente presente na cabeça podem suportar até 500kg de carga.

Resistência Química

Podemos considerar que o principal elemento que favorece a

resistência química dos cabelos são as pontes de ligações moleculares e a

principal delas é as pontes sulfurosas, nas quais agem os produtos clareadores

e alisantes.

Densidade

Densidade é a medida da quantidade de cabelo por centímetro

quadrado da pele (couro cabeludo), caracteriza-se da seguinte forma:

Denso – a área é completamente cotada por folículos pilosos que

em alguns casos é até difícil de ver o couro cabeludo dependendo

da distância que se observa.

Mediana – observa-se certa organização na distribuição dos

folículos por área.

Esparso – podem-se ver claramente os espaços entre um cabelo

e outro e quase não se ver a transparência do perímetro do fio.

Tipos de cabelos segundo o grau de oleosidade

Page 26: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

Os tipos de cabelos também são determinados por suas propriedades

naturais de hidratação e pela secreção das glândulas sebáceas.

Cabelo Seco – normalmente são ásperos, opacos, frágeis e

tem aspectos arrepiados por causa do acumulo de eletricidade

estática devido à má distribuição da oleosidade produzida pelas

glândulas sebáceas. São difíceis de pentear e é mais vulnerável

a perda de proteína e quebra por ação de agentes externos e

tratamentos químicos pelo fato das escamas desse tipo de

cabelo ser naturalmente abertas.

Cabelo Oleoso – são muitos brilhosos e tem um aspecto de

molhado, sem volume e geralmente são finos. Isso por que uma

disfunção que pode está associada ao stress, alimentação,

hormônios, alterações emocionais e poluição fazem com que as

glândulas sebáceas secretem o sebo de forma excessiva. Essa

condição pode ser também adquirida por uso inadequado de

produtos capilares cosméticos, exposição a ambientes úmido e

onde existem vapores de gordura. Este distúrbio também

favorece o surgimento ou piora do quadro de quem tem

problemas de caspa, seborréia e queda de cabelos.

Cabelos normais – são macios, com brilho sedoso e

volumoso. Não tem excesso de oleosidade nem pontas secas, a

produção de gordura pelas glândulas sebáceas é equilibrada e

regular.

Cabelos Mistos – possuem características de cabelo seco e

oleoso. O cabelo na raiz é oleoso e na ponta é seco e

quebradiço.

Potencial de hidrogênio (PH)

Page 27: ESTRUTURA Pele, Pêlo, Cabelos A Pele

Um dos fatores mais importantes para o metabolismo celular é a

quantidade de hidrogênio livre existente dentro e fora das células. As variações

da concentração do hidrogênio podem produzir grandes alterações na

velocidade das reações químicas celulares.

O metabolismo é o conjunto das transformações de matéria e energia

que ocorrem nos sistemas biológicos. Como resultado do metabolismo, as

células preservam a capacidade de reproduzir, crescer, contrair, secretar e

absorver.

A concentração do hidrogênio livre no organismo depende da ação de

substancias que disputam o hidrogênio entre si. Essas substancias são as que

cedem hidrogênio e as que captam hidrogênio. As substancias que podem

ceder hidrogênio em uma solução, são chamadas de ácidos, enquanto as

substancias que podem captar o hidrogênio nas soluções, são as bases.

Os ácidos e as bases afetam o comportamento químico da água,

alterações na concentração de ácidos e bases, em conseqüência, interferem

nas reações químicas que ocorrem nas soluções do organismo, nas quais a

água é o solvente universal.

O resultado da disputa dos dois grupos (ácidos e bases) é o equilíbrio da

concentração final de hidrogênio livres nos líquidos orgânicos.

O potencial hidrogênico ou PH é uma forma de medir os íons de

hidrogênio em uma substancia por escala, onde a água é a substancia padrão

para comparação com as demais substancias por seu PH ser neutro, nem

ácido nem base (alcalino).

Os valores variam de 0 a 14, sendo que de 0 a 7 são considerados

ácidos, 7 é neutro (Ph da água), de 7 a 14 alcalinos.

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A camada hidrolipídica que protege o cabelo, a pele e as unhas tem pH

levemente acido, em torne de 4 a 6 na escala de pH . Assim forma-se o manto ,

que tem como função impedir a proliferação de fungos e bactérias no couro

cabeludo, evitando irritações. Fios com pH neste grau são saudáveis e tem as

cutículas fechadas. Dessa forma, todos os produtos que entram em contato

com o corpo jumano devem ser neutros ou levemente ácidos.

Em cosmetologia a composição de uma formulação pode conferir um pH

final não muito apropriado a sua estabilidade química, a otimização dos efeitos

de seus ativos e até mesmo inapropriado para sua utilização.

Os agentes capazes de manter ou modificar o pH das formulações são

classificados como:

Neutralizantes – reconpoe o emquilibrio do pH, podem ser ácidos

ou bases.

Acidulantes – neutralizam as bases

Alcalinizantes – neutalizam os ácidos.

Tampões – têm a função de manter o pH das formulações,

garantindo a estabilidade de formulações que são afetadas por

modificações de pH.

É importante ressaltar que o pH não é acido ou alcalino ele apenas

mede a acidez ou alcalinidade de uma substancia. Logo é errado dizer que o

“pH está ácido ou alcalino, o correto é dizer que a fórmula da substancia é

ácida ou alcalina”.

Referências

WAGNER, Rita de Cássia Comis. A estrutura da medula e sua influencia nas propriedades mecânicas e da cor dos cabelos, Campinas – SP, 2006. Tese de doutorado: Universidade Estadual de Campinas Instituto de Química. Apostila: Tricologia o estudo dos cabelos. Portal educação, Santa Catarina,2010. Rita Cássia Comis Wagner * (PG), Iara Barros Valentim (PG) e Inés Joekes (PQ) EFEITO DA UMIDADE NOS CABELOS

CAUCASIANO E NEGRÓIDE, Instituto de Química- Departamento de Físico-Química- Universidade Estadual de Campinas -,

Campinas - SP Sociedade Brasileira de Química ( SBQ).

COLOMBERA, Karla Michelli. Efeito de condicionadores comerciais nas propriedades mecânicas e nos processos de

difusãode fibras capilares, Campinas – SP, 2004. Dissertação (Mestrado), Universidade Estadual de Capinas Instituto de

Química.

SCANAVEZ, Carla. Alterações na ultra-estrutura do cabelo induzida por cuidados diários e seus efeitos nas propriedades da

cor, Campinas – SP, 2001. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas Instituto de Química.

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N.O.R.TERAPIA CAPILAR CURSO DE CABELEIREIRO

INSTRUTOR: CLAUDENOR ROCHA

TRICOLOGIA BÁSICA

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Manaus 2011