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ii ii
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS
INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL
ESTOQUE DE CARBONO EM PASTAGENS COM DIFERENTES
SISTEMAS DE USO E MANEJO
Erika Maria de Lima Celegato Teixeira
Orientador: Dr. Valdinei Tadeu Paulino
Nova Odessa Janeiro, 2011
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação do Instituto de Zootecnia,
APTA/SAA, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Mestre em Produção
Animal Sustentável.
iii iii
Ficha elaborada pelo Núcleo de Informação e Documentação do Instituto de Zootecnia
Bibliotecária responsável – Ana Paula dos Santos Galletta - CRB8/7166
T266e Teixeira, Erika Maria de Lima Celegato
Estoque de carbono em pastagens com diferentes sistemas de uso e manejo. / Erika Maria de Lima Celegato Teixeira. Nova Odessa - SP, 2010.
88p. : il.
Dissertação (Mestrado) - Instituto de Zootecnia. APTA/SAA. Orientador: Prof. Dr. Valdinei Tadeu Paulino.
1. Pastagens. 2. Carbono do solo. 3. Solo – Uso e manejo. 4. Integração lavoura-pecuária. I. Paulino, Valdinei Tadeu. II. Título.
CDD 633.2
iv iv
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS
INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
ESTOQUE DE CARBONO EM PASTAGENS COM DIFERENTES
SISTEMAS DE USO E MANEJO
ERIKA MARIA DE LIMA CELEGATO TEIXEIRA Orientador: Valdinei Tadeu Paulino
Aprovado como parte das exigências para obtenção de título de MESTRE em Produção
Animal Sustentável, pela Comissão Examinadora:
Prof. Dr. Valdinei Tadeu Paulino
Dr. Gustavo José Braga
Dr. Edison Valvasori
Data da realização: 13 de Janeiro de 2011.
Presidente da Comissão Examinadora
Prof. Dr. Valdinei Tadeu Paulino
v v
Dedico este Trabalho:
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TÅÉ äÉv£á 4
vi vi
Agradecimentos
A Deus por me conceder o dom da vida, e por ter colocados pessoas especiais que me
ajudaram na realização deste trabalho.
Ao Professor Dr. Valdinei Tadeu Paulino pela orientação, paciência e amizade durante
esses dois anos, muito obrigada e que Deus o abençoe.
Aos amigos José Evandro e Antonio Marcos Pigato pela importante ajuda nas coletas
de solo que foram imprescindíveis na realização deste trabalho.
A dona Elisabete V.M. Cruz do Laboratório de Biotecnologia Aplicada a produção
animal do Instituto de Zootecnia pela ajuda na coletas.
A equipe do Laboratório de Analises Bromatológicas e minerais do Instituto de
Zootecnia: Dra. Rosana Possenti, Neusa Aparecida Chaves, Carmem Lourdes pelas análises
químicas e biológicas.
A Dra. Eliana Aparecida Schammas do Laboratório de Metodologia Quantitativa
Aplicada a Pesquisa Zootécnicas pelas análises estatísticas.
A professora Dra. Keila Maria Roncato Duarte Coordenadora do Curso de Pós
Graduação em Produção animal Sustentável e Marta Joana Paiva Perissinotto pela ajuda e
esclarecimento das duvidas.
A todos os amigos da Primeira Turma de Mestrado do Instituto de Zootecnia
especialmente Patrícia, José Evandro, Ivana e Fernanda.
A todos os funcionários do Instituto de Zootecnia que direta ou indiretamente me
ajudaram na realização deste trabalho
E mais uma vez agradeço a minha família pai, mãe, esposo, filho, irmã Edva, e
sobrinhos Gui e Diego, tia Zenaide aos meus primos Binho e Gaga pelo incentivo e apoio
durante todo esse tempo.
vii vii
viii viii
SUMÁRIO
RESUMO.................................................................................................................. xi
ABSTRACT………………………………………………………………………. xiii
LISTA DE TABELAS.............................................................................................. xv
LISTA DE FIGURAS............................................................................................... xxi
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 1
2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................. 5
2.1 Compreendendo os ecossistemas........................................................................ 5
2.1.1 As mudanças dos ecossistemas........................................................................ 6
2.2 Agricultura e Meio Ambiente............................................................................. 6
2.3 Dióxido de Carbono ............................................................................................. 7
2.3.1 Sequestro de Carbono em pastagens - .............................................................. 9
2.3.2. Estoque de Carbono ......................................................................................... 12
2.4.Pastagens degradadas e pastagens manejadas adequadamente............................ 15
2.5 Sistema Integração Lavoura-Pecuária ILP.............................. ............................ 16
3 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................... 19
3.1-Local e período experimental .............................................................................. 19
3.2-Sistemas avaliados................................................................................................ 21
3.2.1 Instituto de Zootecnia em Nova Odessa- SP.................................................... 21
3.2.2 Unidade de Pesquisa de Brotas –SP.................................................................. 25
ix ix
3.2.3 Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Bovino de Corte
em Sertãozinho-SP..........................................................................................
26
3.3 Amostragens de solo........................................................................................... 28
3.4 Estoque do Carbono nos solos............................................................................ 29
3.4.1 Metodologias de análises de carbono orgânico em solos................................. 29
3.5 Análise física e química do solo.......................................................................... 30
3.6 Análises de densidades ........................................................................................ 30
3.7 Massa de forragem e características químicas-bromatológicas.......................... 30
3.8 Análises dos resultados....................................................................................... 31
3.9 Delineamento experimental no sistema de produção animal pastagem antiga de
capim-marandu versus pastagem melhorada..............................................................
31
3.9.1 Delineamento experimental sistema ILP.......................................................... 31
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................... 34
4.1- Densidade do solo.............................................................................................. 34
4.2 Teores e Estoques de Carbono em Nova Odessa – SP........................................ 38
4.3 Teor de Carbono no solo em Brotas – SP........................................................... 40
4.4 Estoque de Carbono no solo em Brotas –SP....................................................... 40
4.5 Teor de carbono no solo em Sertãozinho- SP.................................................... 41
4.6 Estoque de carbono em solos de Sertãozinho –SP.............................................. 42
4.7 - Variação do estoque (∆ EstC) de Carbono nas ecorregiões de Nova Odessa, Brotas
e Sertãozinho...................................................................................................
45
x x
4.8 Pastagem de capim-Marandu antiga versus capim-Marandu submetido a estratégias
de pastejo rotativo e adubação nitrogenada.............................................
46
4.8.1 Teores de carbono............................................................................................ 46
4.8.2 Estoques de carbono......................................................................................... 47
4.8.3 Caracterização química do solo Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico típico sob
cultivo de pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu em Nova Odessa-
SP..................................................................................................................
49
4.8.4 Correlações entre o estoque de carbono e a fertilidade do solo (Latossolo
Vemelho-Amarelo típico).........................................................................................
53
4.9-Sistemas Integração Lavoura-Pecuária............................................................... 56
4.9.1-Massa seca de forragem e características bromatológicas............................... 56
4.9.2 Teores de minerais Ca, Mg, P, S e K na parte aérea das
forrageiras..................................................................................................................
63
4.9.3 Teores e estoques de carbono nas pastagens em sistema de integração lavoura-
pecuária........................................................................................................
66
4.9.4 Composição química do solo cultivado no sistema ILP (milho-ruziziensis, milho-
marandu e milho-piatã)...................................................................................
69
4.10 Comparação de metodologias de análises de carbono orgânico....................... 70
5 CONCLUSÕES................................................................................................... 73
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 74
xi xi
RESUMO
Estoque de carbono em pastagens com diferentes sistemas de uso e manejo
Tem sido crescente a preocupação mundial em relação às mudanças no clima do planeta, decorrentes principalmente das emissões dos gases de efeito estufa (GEE) que são dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e o oxido nitroso (N2O). No Brasil a contribuição dos GEE está relacionada principalmente com a mudança no uso da terra e da agricultura que são responsáveis por mais de dois terços das emissões. O objetivo do estudo foi caracterizar o estoque de carbono - EC (Mg.ha-1) acumulado no solo, a densidade do solo nas diferentes profundidades, em vários sistemas de uso e manejo: pastagens, matas, milho no sistema de cultivo convencional, milho no sistema de integração lavoura-pecuária, bem como caracterizar quimicamente os solos e correlacionar a fertilidade com o estoque de carbono. O experimento foi conduzido, no período de dezembro de 2008 a junho de 2010, no Instituto de Zootecnia (IZ) de Nova Odessa, na Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Brotas – SP e no Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Bovinos de Corte em Sertãozinho, todos pertencentes à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), órgão subordinado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. A densidade apresentou menores valores nas camadas superficiais para as matas associadas às pastagens (Brotas, Nova Odessa e Sertãozinho), para os sistemas de cultivo de milho – Santa Angélica (convencional), pastagem com B. brizantha Marandu (pasto antigo e pasto melhorado), pastagem de B. decumbens, devido ao maior aporte de material vegetal e no caso das matas associadas o aporte de vegetal não sofreu a interferência das práticas de manejo. Em Sertãozinho-SP, comparando os tratamentos não houve diferença significativa (P>0,05) nos teores de carbono em vários sistemas de uso do solo, porém com relação ao estoque de carbono (EC) os maiores valores foram encontrados na área de mata nativa, 103,13 Mg ha-1. Em Brotas, os teores de carbono não apresentaram diferenças significativas (P>0,05) entre os sistemas pastagem e a mata nativa, para os estoques os maiores valores foram observados na pastagem (61,74 Mg ha-1) sendo decorrente das maiores densidades e maiores acúmulos de matéria orgânica. Em Nova Odessa, para as pastagens melhoradas de capim-Marandu versus a antiga, os estoques de carbono foram significativamente superiores em média 97,2 Mg ha-1 onde o manejo foi adotado e 85,0 Mg ha-1 no pasto antigo. Estes estoques de carbono mostraram significativas reduções (P<0,05) com a profundidade. O uso do sistema integração lavoura-pecuária mostrou um grande potencial em estocar carbono no solo. Ele representa uma alternativa promissora em recuperar pastos degradados, com produção de forragem de qualidade e para o fornecimento de matéria orgânica em quantidade suficiente para cobertura do solo durante todo o ano. Esse sistema de manejo torna o sistema economicamente viável e sustentável.
Palavras-chave: Carbono do solo, mudança do uso da terra, aquecimento global, pastagens.
xii xii
xiii xiii
ABSTRACT
Carbon storage in grasslands with different land use systems and management There has been growing worldwide concern regarding global climate change, caused mainly by emissions of greenhouse gases (GHGs) such as carbon dioxide (CO2), methane (CH4) and nitrous oxide (N2O). In Brazil, the contribution of greenhouse gases is related to the change in land use and agriculture are responsible for more than two thirds of emissions. The aim of this study was to characterize the carbon storage - EC (Mg ha-1) accumulated in the soil, the soil density at different depths, of different systems of land use and management, pastures, woods, woods, corn in the cropping system conventional corn under crop-livestock, as well as the characteristics of soil fertility correlated with the carbon stock. The experiment was conducted from December 2008 to June 2010, at the Animal Production Institute (IZ) at Nova Odessa, Unit of Research and Development Brotas - SP and Research Unit Sertaozinho-SP, all belonging ha Paulista Agency Agribusiness Technology (APTA), from the Secretary of Agriculture of the State of Sao Paulo, Brazil. Had lower density in the surface layers to the forests associated with grassland (Brotas, Nova Odessa and Sertaozinho) for maize cropping systems - Santa Angelica (conventional), pasture with Marandu B. brizantha (old pasture and improved pasture) grazing B. decumbens, possibly the greatest contribution of plant material and in the case of forests associated with the input of plant suffered no interference from management practices. Comparing the treatments there wasn’t difference (P <0.05) for carbon content in various systems of land use in Sertaozinho-SP. With regard to CS the highest values were found in native forest, 103,13 Mg ha -1. In the Unit of Brotas carbon contents showed no significant differences (P> 0.05) between pasture and native forest systems for stocks higher values were observed in the pasture and the resulting higher densities and higher accumulation of organic matter. In the improved pastures of Marandu grass versus old, carbon stocks were significantly higher the light management strategies adopted. Only in the formed pasture without any management practice defined and without replacement of nutrients in the form of fertilizer, carbon stocks did not vary significantly (P> 0.05) with depth. The use of crop-livestock integration system showed a great potential to store carbon in soil. It represents a promising alternative in recovering degraded pastures at low-cost, forage production and quality for the supply of organic material in sufficient quantity to cover the soil all year round. This management systems makes the system economically viable and sustainable. Keywords: soil carbon, land use change, global warming, pastures.
xiv xiv
xv xv
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Caracterização geral dos locais de coleta das amostras de solo em Brotas,
Nova Odessa e Sertãozinho no estado de São Paulo...................................................
20
Tabela 2. Localidade, uso do solo, classificação do solo, classe textural e
resultados da análise granulométrica...........................................................................
21
Tabela 3. Densidade dos solos das pastagens para as camadas de solos amostradas,
sob diferentes sistemas de uso e manejo, valores expressos em (kg.dm-3), em Nova
Odessa –SP..................................................................................................................
36
Tabela 4. Densidade dos solos (kg.dm-3) das pastagens para as camadas de solos
amostradas, sob diferentes sistemas de uso e manejo, em Brotas –SP.......................
37
Tabela 5. Densidade dos solos (kg.m-3) das pastagens para as camadas de solos
amostradas, sob diferentes sistemas de uso e manejo, em Sertãozinho –SP...............
37
Tabela 6. Teores (g. kg-1) e estoques de carbono (Mg ha-1) nas diferentes camadas
de solos amostradas, sob diferentes sistemas de uso e manejo, em Nova Odessa–
SP.................................................................................................................................
39
Tabela 7. Teor de carbono nas diferentes camadas de solos amostradas, sob
diferentes sistemas de uso e manejo, valores expressos em g. kg-1, em Brotas –SP...
40
Tabela 8. Estoque de carbono (Mg ha-1-) nas diferentes camadas de solos
amostradas, sob diferentes sistemas de uso e manejo, em Brotas –SP.......................
41
Tabela 9. Teor de carbono (g. kg-1) nas diferentes camadas de solos amostradas,
sob diferentes sistemas de uso e manejo, em Sertãozinho -SP...................................
42
Tabela 10. Estoque de carbono (Mg ha-1) nas diferentes camadas de solos
amostradas, sob diferentes sistemas de uso e manejo, em Sertãozinho –SP. .............
43
Tabela 11. Teor de carbono (g. kg-1) nas diferentes camadas de solos amostradas,
em pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu, pasto antigo e pasto
xvi xvi
melhorado (pastejo rotacionado, altura do pasto de entrada dos animais: 25 ou 35
cm, adubadas com 50 e 200 kg de N ha-1)...................................................................
47
Tabela 12. Estoque de carbono (Mg. ha-1) nas diferentes camadas de solos
amostradas, em pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu, pasto antigo e
pasto melhorado (pastejo rotacionado, altura do pasto de entrada dos animais: 25
ou 35 cm, adubadas com 50 e 200 kg de N ha-1).........................................................
48
Tabela 13. Valores de pH em CaCl2, H + Al, saturação por Al, matéria orgânica,
CTC potencial (T) do solo Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico distrófico
cultivado com B. brizantha Marandu, submetidos a estratégia de pastejo rotativo
(alturas 25 e 35 cm) e adubação nitrogenada (50 e 200 kg N ha-1).............................
50
Tabela 14. Teores de fósforo, potássio, cálcio, magnésio e saturação por bases (V
%) do solo Latossolo Vermelho Amarelo distrófico cultivado com B. brizantha
Marandu, submetidos a estratégia de pastejo rotativo (alturas 25 e 35 cm) e
adubação nitrogenada (50 e 200 kg N ha-1).................................................................
52
Tabela 15. Porcentagem de contribuição de potássio, cálcio e magnésio na
capacidade de troca de cátions (CTC) do solo Latossolo Vermelho Amarelo
distrófico cultivado com B. brizantha Marandu, submetidos a estratégia de pastejo
rotativo (alturas 25 e 35 cm) e adubação nitrogenada (50 e 200 kg N ha-1)...............
54
Tabela 16. Coeficiente de correlação de Pearson entre os estoques de carbono (EC)
e de macronutrientes (P, K, Ca e Mg) e entre EC e a acidez do solo (pH em CaCl2
e H + Al) e entre EC e a CTC potencial, saturação por Al (m%) e saturação por
bases (V%) para o Latossolo Vermelho Amarelo distrófico cultivado com B.
brizantha Marandu, submetidos a estratégia de pastejo rotativo (alturas 25 e 35
cm) e adubação nitrogenada (50 e 200 kg N ha-1).......................................................
56
Tabela17. Produção de matéria seca, em kg.ha -1,das pastagens de Brachiaria
ruziziensis, B. brizantha cv. Marandu e B. brizantha cv. Piatã, em função da
aplicação de gesso (G0-sem gesso e G1= 1.200 kg de gesso/há) e de calagem –
1.200 kg de calcário por hectare ( calagem superficial- C1, calagem superficial
xvii xvii
mais escarificação- C2 e calagem superficial + subsuperficial + escarificação –C3),
em junho de 2009........................................................................................................
58
Tabela 18. Teores de proteína bruta (%), das pastagens de Brachiaria ruziziensis,
B. brizantha cv. Marandu e B. brizantha cv. Piatã, em função da aplicação de gesso
(G0-sem gesso e G1= 1.200 kg de gesso/há) e de calagem – 1.200 kg de calcário
por hectare (calagem superficial- C1, calagem superficial mais escarificação- C2 e
calagem superficial + subsuperficial + escarificação –C3) em junho de 2009...........
59
Tabela 19. Teores de digestibilidade (%), das pastagens de Brachiaria ruziziensis,
B. brizantha cv. Marandu e B. brizantha cv. Piatã, em função da aplicação de gesso
(G0-sem gesso e G1= 1.200 kg de gesso/ha) e de calagem – 1.200 kg de calcário
por hectare ( calagem superficial- C1, calagem superficial mais escarificação- C2 e
calagem superficial + subsuperficial + escarificação –C3) em junho de 2009...........
60
Tabela 20. Teores de Fibra detergente ácido-FDA (%), das pastagens de
Brachiaria ruziziensis, B. brizantha cv. Marandu e B. brizantha cv. Piatã, em
função da aplicação de gesso (G0-sem gesso e G1= 1.200 kg de gesso/há) e de
calagem – 1.200 kg de calcário por hectare ( calagem superficial- C1, calagem
superficial mais escarificação- C2 e calagem superficial + subsuperficial +
escarificação –C3), em junho de 2009........................................................................
61
Tabela 21. Teores de Fibra detergente neutro - FDN (%) das pastagens de
Brachiaria ruziziensis, B. brizantha cv. Marandu e B. brizantha cv. Piatã, em
função da aplicação de gesso (G0-sem gesso e G1= 1.200 kg de gesso/há) e de
calagem – 1.200 kg de calcário por hectare (calagem superficial- C1, calagem
superficial mais escarificação- C2 e calagem superficial + subsuperficial +
escarificação –C3), em junho de 2009........................................................................
61
Tabela 22. Teores de hemicelulose (%) das pastagens de Brachiaria ruziziensis, B.
brizantha cv. Marandu e B. brizantha cv. Piatã, em função da aplicação de gesso
(G0-sem gesso e G1= 1.200 kg de gesso/ha) e de calagem – 1.200 kg de calcário
por hectare (calagem superficial- C1, calagem superficial mais escarificação- C2 e
calagem superficial + subsuperficial + escarificação –C3) em junho de 2009...........
62
xviii xviii
Tabela 23. Teores de Cálcio- Ca (g/kg), das pastagens de Brachiaria ruziziensis, B.
brizantha cv. Marandu e B. brizantha cv. Piatã, em função da aplicação de gesso
(G0-sem gesso e G1= 1.200 kg de gesso/há) e de calagem – 1.200 kg de calcário
por hectare (calagem superficial- C1, calagem superficial mais escarificação- C2 e
calagem superficial +subsuperficial + escarificação –C3) em junho de 2009............
63
Tabela 24. Teores de Magnésio (g/kg), das pastagens de Brachiaria ruziziensis,
B. brizantha cv. Marandu e B. brizantha cv. Piatã, em função da aplicação de gesso
(G0-sem gesso e G1= 1.200 kg de gesso/há) e de calagem – 1.200 kg de calcário
por hectare (calagem superficial- C1, calagem superficial mais escarificação- C2 e
calagem superficial + subsuperficial + escarificação –C3) em junho de 2009...........
64
Tabela 25. Teores de Fósforo P (g kg-1) das pastagens de Brachiaria ruziziensis, B.
brizantha cv. Marandu e B. brizantha cv. Piatã, em função da aplicação de gesso
(G0-sem gesso e G1= 1.200 kg de gesso/há) e de calagem – 1.200 kg de calcário
por hectare (calagem superficial- C1, calagem superficial mais escarificação- C2 e
calagem superficial + subsuperficial + escarificação –C3), em junho de 2009..........
65
Tabela 26. Teores enxofre S (g kg-1) das pastagens de Brachiaria ruziziensis, B.
brizantha cv. Marandu e B. brizantha cv. Piatã, em função da aplicação de gesso
(G0-sem gesso e G1= 1.200 kg de gesso/há) e de calagem – 1.200 kg de calcário
por hectare (calagem superficial- C1, calagem superficial mais escarificação- C2 e
calagem superficial + subsuperficial + escarificação – C3) em junho de 2009.........
65
Tabela 27. Teores de Potássio K (g kg-1) das pastagens de Brachiaria ruziziensis,
B. brizantha cv. Marandu e B. brizantha cv. Piatã, em função da aplicação de gesso
(G0-sem gesso e G1= 1.200 kg de gesso/há) e de calagem – 1.200 kg de calcário
por hectare (calagem superficial- C1, calagem superficial mais escarificação- C2 e
calagem superficial + subsuperficial + escarificação –C3) em junho de 2009 ..........
66
Tabela 28. Teor e estoque médio de carbono em sistemas de integração lavoura-
pecuária (ILP milho-forrageira), cultivado com Brachiaria brizantha cv. Marandu
(Mar), B. brizantha cv. Piatã (Pia), B. ruziziensis (Ruz)) e em área plantio
convencional (PC) de milho........................................................................................
68
xix xix
Tabela 29. Composição química do solo Latossolo Vermelho-Amarelo típico, em
sistema de integração lavoura-pecuária(milho-ruziziensis, milho-marandu e milho-
piatã), para as profundidades de 0 – 5 cm e 5 – 10 cm...............................................
69
Tabela 30. Teor de carbono determinado pelo método de combustão úmida
Walkley & Black (WB) e de combustão seca Nelson e Sommers (NS) para as
camadas de solo superficial (0-10 cm) e camada média (20-40 cm), para diferentes
sistemas de uso e manejo do solo................................................................................
71
Tabela 31. Equações de regressão para estimativa dos teores de carbono (dag.kg-1),
a determinados pelo método de combustão seca de Nelson e Sommers (NS) e
método de combustão úmida Walkley e Black (WB) e os coeficientes de
correlação linear de Pearson (r) entre os métodos NS e WB......................................
72
Tabela 32. Coeficientes de determinação (R2) e de correlação (r) entre os teores de
carbono no (dag.kg-1), determinados pelo método de combustão seca de Nelson e
Sommers (NS) e método de combustão úmida Walkley e Black (WB).....................
72
xx xx
xxi xxi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Ciclo do carbono............................................................................... 08
Figura 2- Pastos de capim-marandu (Brachiaria brizantha)............................. 22
Figura 3- Mata nativa, adjacente a pastagem com capim-marandu.................. 23
Figura 4- Sistema Integração lavoura-pecuária (milho + forrageiras).............. 23
Figura 5- Área cultivada há quase 50 anos com cultura anual de milho no verão Fazenda Santa Angélica IZ Nova Odessa-SP..........................................
24
Figura 6- Leguminosa forrageira, amendoim forrageiro (Arachis pintoi cv.
Belmonte) - IZ Nova Odessa –SP......................................................................
24
Figura 7- Solo nu IZ- Nova Odessa –SP........................................................... 25
Figura 8- Pastagem Brachiaria decumbens Brotas –SP................................... 25
Figura 9- Mata nativa em Brotas –SP............................................................... 26
Figura 10- Plantio convencional de milho em Sertãozinho –SP...................... 26
Figura 11- Área de fenação com Brachiaria brizantha em Sertãozinho- SP... 27
Figura 12- Pastagem degradada em Sertãozinho- SP........................................ 27
Figura 13- Mata Nativa do IZ, em Sertãozinho – SP......................................... 28
Figura 14 - Pasto degradado em Sertãozinho-SP.............................................. 28
xxii xxii
Figura 15- Variação dos estoques de carbono (∆ Estoque C), soma das
profundidades de 0- 10 cm, 10-20 cm, 20-30 cm e 30-40 cm em relação a
mata adjacente, para os diferentes sistemas de manejo: solo nu, arachis,
milho convencional – Nova Odessa, Pasto degradado-Tanzânia- Sertãozinho,
milho convencional- Sertãozinho, Fenação, Pasto degradado, Pasto B.
decumbens-Brotas, Pasto antigo, B.marandu 25/50, B.marandu 25/200,
B.marandu 35/50, B.marandu 35/200................................................................
45
Figura 16- Estoque de carbono (t/ha) no sistema Integração Lavoura-
Pecuária (milho + marandu) em função das profundidades...............................
68
1
1- INTRODUÇÃO
O efeito estufa é produzido por gases na atmosfera que protegem a Terra da
diminuição excessiva de temperatura, impedindo que o calor se dissipe em níveis que façam o
planeta se resfriar em demasia. É um processo natural ocasionado por gases, que absorvem
radiação infravermelha, mantendo a temperatura média do planeta (BAEDE et al., 2001). No
final dos anos 60, alguns pesquisadores começaram a registrar uma intensificação desse
fenômeno. Eles alertaram para o fato de que as enormes emissões de dióxido de carbono
(CO2), além de outros gases, estariam contribuindo para o aumento da camada natural de
gases na atmosfera que produz esse fenômeno. Globalmente, as queimas de combustíveis
fósseis e a produção de cimento constituem as maiores fontes, responsáveis por 66% do GEE.
A agricultura (20%) e a mudança do uso da terra (14%) completam o total das emissões
antrópicas (IPCC, 2001).
No Brasil, a contribuição do GEE provenientes da queima de combustíveis fósseis, da
agricultura e de mudanças no uso da terra apresentam padrões diferentes daqueles observados
globalmente. Conforme Santilli et al., (2005) as queimadas e desmatamentos emitem de 180 a
200 milhões de toneladas de carbono por ano (MtC ano-1). Aqui a mudança no uso da terra e a
agricultura são responsáveis por mais de dois terços das emissões de gases provenientes do
processo de desmatamento (FEARNSIDE, 2000). Assim, o Brasil passa da 17ª para a 5ª
posição na relação dos países que mais emitem.
2
As consequências adversas do aquecimento global, que se manifestam como
mudanças climáticas, estão entre as principais preocupações ambientais da atualidade
enfrentadas pela população da Terra (KERR, 2005). Tal preocupação refletiu-se na criação do
Comitê Intergovernamental de Negociação da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima
(INC/UNFCCC 1995). Esse Comitê elaborou no início dos anos 90 um documento que
determinava suas diretrizes, sendo assinado em Maio de 1992 pelas Nações Unidas e aberta
para assinaturas dos países em Junho de 1992 na Cúpula sobre Meio Ambiente no Rio de
Janeiro. Esta convenção foi assinada por 175 países até 1999, em que os governos associados
concluíram que ela poderia ser a propulsora de ações mais enfáticas em longo prazo nas
questões de cunho ambiental (IPCC, 2007).
Nos últimos 200 anos, após revolução industrial houve um aumento significativo dos
gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera o CO2 passou de 280 ppm para 380 ppm, o CH4
passou de 0,7 ppm para 1,7 ppm e o N2O passou de 280 ppb para 360 ppb. As emissões de
CO2 representam 55% dos gases; CH4 em torno de 17%, N2O em torno de 5%; ozônio (O3)
troposférico, 14%; o restante é formado por CFC, HFC, PFC e SH6 (IPCC, 1995).
Segundo Amundson e Davison (1990) e Lal (1998) o aumento na concentração dos
GEE na atmosfera foi mais significativo nas ultimas décadas; estimativas indicam que
intensificando a concentração desses gases pode haver um aumento de mais de 5,50C na
temperatura global durante os próximos 100 anos (COX et al., 2000), com conseqüências
drásticas ao planeta Terra.
O solo tem um papel fundamental no processo de emissão e sequestro de carbono já
que nos primeiros 100 cm estão armazenados entre 1300 – 2000 Pg C (ESWARAN et al.,
1993 SOMBROCK, 1993; BATJE.1996; LAL, 2003). Dados do último relatório do painel
Intergovernamental sobre mudanças climáticas (IPCC, 2007), revelam que há duas a três
vezes mais carbono no solo, em relação ao estocado na vegetação e cerca do dobro em
comparação com a atmosfera. Portanto manejos inadequados podem mineralizar a matéria
orgânica do solo e transferir grandes quantidades de gases do efeito estufa para a atmosfera
(POLWSON, 2005).
3
A mudança de uso da terra e a transformação de ecossistemas naturais em
agroecossistemas têm o potencial de alterar significativamente a dinâmica da matéria orgânica
do solo (BROWN e LUGO; 1990, LAL, 2003). Sua importância reside na estruturação e
regulação da atividade biológica do solo, alem de estar diretamente ligada com a capacidade
de acúmulo de água e pela manutenção da fertilidade do solo.
Em regiões de clima tropical, a decomposição da matéria orgânica é bastante
acelerada, havendo situações em que os estoques de carbono do solo são reduzidos em mais
de 50% em menos de 10 anos de cultivo.
Os principais responsáveis por essa decomposição são os microrganismos do solo,
cuja massa ou biomassa microbiana está permanentemente em renovação. Em áreas
geologicamente estáveis, com superfícies cobertas por longo tempo com um mesmo tipo de
vegetação, o solo apresenta uma condição de equilíbrio dinâmico onde as perdas anuais de
matéria orgânica são balanceadas pelas entradas anuais. Esse processo é descrito como
reciclagem ou “turnover”, e para o carbono é definido como fluxo através do conteúdo total
de carbono de uma amostra de solo.
Os três principais processos responsáveis pelo sequestro de carbono em solos são a
humificação, agregação e sedimentação. Ao mesmo tempo, os processos responsáveis pelas
perdas de carbono nos solos são erosão, decomposição, volatilização e lixiviação (LAL et al.,
1997).
As pastagens ocupam cerca de 170 milhões de hectares do território brasileiro e
representam a base da exploração pecuária. No país existem aproximadamente 25% da área
territorial ocupada com pastagens, sendo que 20% correspondem a pastagens degradadas de
plantas do gênero Brachiaria. Estima-se que os pastos ocupem 9,18 milhões de hectares no
estado de São Paulo, constituídas a maior parte por plantas do gênero Brachiaria, e que
aproximadamente 50% desse total já se encontram em algum estádio de degradação.
A contribuição da agricultura à emissão de CO2 é decorrente do preparo do solo com
arado e grade que propicia a redução da matéria orgânica pelo rompimento dos agregados e
aumento da oxidação do carbono orgânico em CO2. A emissão de N2O na agricultura está
relacionada com a dinâmica do N no solo, o qual sofre influencia do uso de plantas fixadoras
de nitrogênio e das adições de adubo nitrogenado mineral. O CH4 é oxidado a CO2 pela
4
microbiota em condições anaeróbias, os quais usualmente atuam como um dreno deste gás
sob vegetação natural e tem essa capacidade diminuída quando sofre processo de degradação
(MOSIER et al., 1997, LESSARD et al., 1994; KESSAVALOU et al.,1998).
Diante do problema do aquecimento global, destaca-se o papel potencial da agricultura
em atuar como um dreno de GEE, contribuindo assim para amenizar a concentração desses
gases na atmosfera. É importante a recuperação de áreas degradadas para que a produção de
carne tenha aumento significativo, sem a necessidade de abrir novas fronteiras. Medidas para
a recuperação juntamente com o manejo adequado mais a reposição da fertilidade do solo
garantiria a sustentação do sistema de produção de carne em pastagens, além de minimizar os
impactos ambientais. Ao contrário do que se pensava até recentemente a intensificação do uso
das pastagens pode contribuir para o sequestro de carbono (C) atmosférico (ALLARD et al.,
2007; CAO et al., 2004). Estudos feitos recentemente na Europa demonstraram que tanto o
uso de nitrogênio e o consequente aumento da taxa de lotação promovem respectivamente a
emissão de oxido nitroso e metano, compensados pelo aumento no sequestro de Carbono no
solo, configurando essas áreas como mitigadoras do efeito estufa (SOUSSANA et al., 2007).
As mudanças no uso da terra podem resultar em alterações dos estoques de C do solo,
e as formas de uso podem aumentar ou diminuir o carbono estocado. Por outro lado, o
processo de sequestro de C no solo é finito até a saturação, entretanto essa alternativa de
redução do CO2 atmosférico aliada a diminuição da emissão antrópica podem mitigar os
efeitos negativos sobre as mudanças climáticas. Portanto alterações no uso do solo deveriam
ser monitoradas de modo a contemplar uma maior sustentabilidade dos sistemas de produção
agropecuária.
Objetivou-se nesse estudo caracterizar o estoque de carbono (Mg.ha-1) acumulado no
solo, através da densidade do solo em diferentes profundidades, em vários sistemas de uso e
manejo: pastagens, bosques, milho no sistema de cultivo convencional, milho no sistema de
integração lavoura-pecuária, bem como caracterizar quimicamente os solos e tratar a
correlação entre a fertilidade e o estoque de carbono.
5
2- REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Compreendendo os ecossistemas
Os ecossistemas são complexos e constituídos por dois grupos de componentes inter-
relacionando os organismos vivos (plantas, animais e microrganismos), compondo a biota e
os abióticos (chuva, vento, luz e temperatura). Segundo ODUM (2007) a definição clássica de
ecossistemas é: “Qualquer região natural que inclua organismos vivos e substâncias abióticas
interatuando para promover uma troca de matéria entre as partes vivas e não-vivas é um
sistema ecológico ou ecossistema”.
Nos ecossistemas existen dois fluxos principais. O primeiro é o dos ciclos
biogeoquímicos formados por elementos químicos como nitrogênio, carbono, oxigênio, que
circulam pelos sistemas terrestres; o segundo chamado de fluxo de energia. Esse fluxo tem
início com a fixação de energia solar pela fotossíntese e sua transferência em vários níveis,
pelas cadeias alimentares.
A dinâmica dos ecossistemas e sua capacidade de absorver as alterações que a ele são
impostas seja por força das atividades socioeconômicas da humanidade, ou por conta de
acontecimentos naturais como furacões, alagamentos etc, é que em última análise, vão
6
determinar a qualidade de vida na Terra. Assim, a compreensão dessa dinâmica torna-se
fundamental quando o tema da discussão se volta para a sustentabilidade.
2.1.1 As mudanças dos ecossistemas
Em 2005 a ONU (Organização das Nações Unidas) revelou que o homem tem
alterado os ecossistemas mais rápidos e extensivamente que em qualquer outro intervalo de
tempo equivalente na história da humanidade, na maioria das vezes para suprir a necessidade
de alimento, água doce etc.
Na maioria dos países, a produção de alimentos e de água contribui para redução dos
índices de desnutrição e para a melhoria das condições de saúde e de vida das populações em
geral. Entretanto, esses ganhos se deram através de uma crescente degradação ambiental.
São diversos os efeitos negativos atribuídos as interferências antrópicas nos
ecossistemas. Atualmente, a questão das alterações ambientais tem sido alvo de constantes
debates promovidos pela sociedade mundial e, neste cenário alguns temas tem se destacado:
escassez de água e mudanças climáticas.
2.2 Agricultura e Meio Ambiente
A agricultura é a arte de produzir alimentos, com o mínimo impacto ambiental,
entretanto a prática no campo não tem tido muito sucesso no que diz respeito à preservação do
meio ambiente. Com o crescimento da população, torna-se necessário aumentar a produção
que pode ser feita através de expansão das fronteiras agrícolas ou aumento da produtividade
das áreas já cultivadas. Neste sentido, nos últimos anos tem sido discutida a contribuição da
atividade agrícola na poluição de lençóis freáticos, cursos d’água, solo e ar. Esta poluição é
condicionada por atividades como o desmatamento, queimadas, mudanças do uso da terra,
altas dosagens de fertilizantes e uso incorreto de dejetos como fonte de nutrientes. Uma das
principais fontes de debate da comunidade cientifica diz respeito ao aquecimento global. Este
aquecimento está sendo provocado pelo aumento da concentração de gases de efeito estufa
(GEE) entre os quais Dióxido de Carbono (CO2), óxido nitroso (N2O) e o metano (CH4) que
estão intimamente ligados com as práticas agrícolas, principalmente com o solo. A utilização
do solo para produção agrícola é antiga, porém a partir do século XVIII com o aumento na
demanda por alimento houve uma revolução no manejo das culturas com a mecanização do
7
uso do solo (BODDEY et al., 2003). Na maior parte dos cultivos anuais, o preparo do solo
passou a ser realizado com aração intensiva, principalmente nas décadas de 40 a 60 na
agricultura americana, sendo definida como sistema convencional de preparo do solo.
No Brasil o manejo intensivo do solo influenciou fortemente a implantação das áreas
de produção de grãos, principalmente entre as décadas de 60 e 70 (VIEIRA e MUZILLI
1984). Entre os agricultores o conceito de uma área bem preparada para o plantio significava
deixar o mínimo de palhada possível sobre a superfície do solo. Essa situação gerou um forte
impacto negativo no ambiente. A introdução de sistemas agrícolas em áreas com vegetação
nativa nos trópicos resultou em perdas de carbono C, em virtude da combinação entre
temperaturas e umidade (SCHOLES e BREMEN, 1997). O sistema convencional de uso da
terra é considerado o mais agressivo para o solo com grande poder de degradação e redução
da matéria orgânica (MOS) (BAYER e MIELNICZUK, 1999). As principais perdas são
estimuladas pelo revolvimento da terra, variações de temperaturas e umidade, quebra de
agregados e a diminuição da cobertura vegetal. Sistemas contínuos de monocultivos, por sua
vez aumentam a ocorrência de pragas e doenças, tais como percevejo castanho da soja, cancro
da haste, o nematóide das galhas etc (YOIRINORI et al., 1993). Outro problema do
monocultivo associado ao mau uso do solo é a concentração da fertilidade nas camadas
superficiais. Nessa condição, a saturação por bases é excessivamente alta, causando
deficiência de micronutrientes (DERNADIN, 1984 e SALTON et al 2005).
A redução da fração mais ativa da MOS afeta diversas funções no solo, como exemplo
a manutenção da produção de polissacarídeos de agregação (GOLCHIN et al., 1997) e seu
teor depende da atividade biológica. Desta forma, a redução da biomassa microbiana pode
resultar em menor estabilidade de agregados e desencadear um processo de degradação do
solo. Os estudos também apontam que a agricultura pode ser uma atividade mitigadora das
emissões de GEE. Neste sentido os esforços tem se concentrado no desenvolvimento de
sistemas de manejo capazes de reduzir essas emissões ou até mesmo armazená-los
temporariamente, como é o caso do sequestro de carbono.
2.3 Dióxido de Carbono
O dióxido de carbono ou gás carbônico é um composto químico constituído por dois
átomos de oxigênio e um átomo de carbono. A representação química é CO2. Esse gás é
lançado na atmosfera, sendo produzido em todas as partes do planeta, principalmente pela
8
queima de combustíveis derivados do petróleo e pela produção de cimento (75% do total de
emissões); os processos de uso da terra, sobretudo nos desmatamentos e nas queimadas, são
responsáveis por grande parte dos 25% restantes (C & T BRASIL, 2006).
O carbono torna-se disponível para os seres vivos através dos vegetais, pelo processo
de fotossíntese, a decomposição biológica é um dos modos de reversão desse processo,
liberando CO2 para a atmosfera. O principal processo de renovação do dióxido de carbono é a
absorção pelos oceanos e pela vegetação, especialmente as florestas.
Existe uma grande variedade de compostos de carbono envolvidos no seu ciclo global,
sendo os principais: CO2, CH4, Hidrocarbonetos, CO. O ciclo do carbono na natureza pode ser
observado conforme a Figura 1.
Figura 1- Ciclo do carbono.
Fonte: Santos (1999).
Como o solo possui um estoque de C 2 a 3 vezes maior que o da atmosfera, mudanças
no uso do solo podem ser importante fonte de carbono para a atmosfera.
Para estabilizar as concentrações atuais, seria necessária uma redução de 60% na
emissão global de dióxido de carbono. Para resolver este problema foi criada a FCCC
(Framework Convention on Climate Change) durante a ECO 92, realizada na cidade do Rio
de Janeiro. Esta instituição propôs um programa nacional para reduzir a quantidade de
9
dióxido de carbono produzida nos anos 90, e também desenvolveram métodos de proteção às
fontes de renovação de dióxido de carbono, como as florestas.
Atualmente a concentração de CO2 é de 368 ppm, sabendo-se que as emissões de CO2
continuam a crescer, provavelmente a concentração deste gás pode alcançar 550 ppm por
volta do ano 2100 (IPCC, 2007).
2.3.1 Sequestro de Carbono em pastagens
No início dos anos 90 surgiram as primeiras idéias sobre o seqüestro de carbono, como
um instrumento de compensação e de retenção do lançamento de CO2 na atmosfera. Mas, foi
em 1997, com o surgimento do Protocolo de Quioto que esse instrumento exteriorizou-se para
os diversos países signatários do tratado.
A partir daí o sequestro de carbono foi ganhando força, com o estabelecimento de
mecanismos de flexibilização, que tinham por objetivo permitir maior eficiência no combate
ao efeito estufa, através da criação de um mercado internacional de quotas de emissões.
Os resultados obtidos em pesquisas mostram que as pastagens bem manejadas
apresentam aumento dos estoques de C nos solos em função do tempo de implantação das
gramíneas. Valores na ordem de 0,4 a 0,6 kg C m-2ano-1 tem sido relatados para a camada 0-
30 cm de profundidade do solo em pastagens bem manejadas (CERRI et al., 1999; CERRI et
al., 2006).
Os solos possuem diferenças estruturais que derivam da pedogênese, apresentando
diferentes granulometrias, mineralogias e conteúdo de matéria orgânica, que podem ser
modificadas pelo seu uso e cultivo. (CENTURION et al., 2004) O estudo das transformações
que ocorrem resultantes do manejo dos solos é de grande importância na escolha de sistemas
mais adequados para explorar a potencialidade das áreas devido a formação e estabilidade dos
agregados que ocorrem mediante a ação dos processos físicos, químicos e biológicos. O
manejo e as condições físicas tenderão a um estado estável, o qual é dependente das
condições edafoclimáticas e dos sistemas empregados que resultarão consequentemente, em
diferentes condições de preservação da matéria orgânica e do equilíbrio físico do solo, que
poderão ser favoráveis ou não, à sua conservação e à produtividade das culturas.
10
O solo é considerado o principal reservatório temporário de carbono no ecossistema
(BRUCE et al.,1999) por apresentarem em média, 4,5 vezes mais carbono do que a biota e 3,3
vezes mais do que a atmosfera (LAL, 2004). No entanto, a concentração de CO2 na atmosfera
tem aumentado, principalmente em virtude do grande consumo de combustíveis fósseis e pelo
desflorestamento (REICOSKY e LINDSTROM, 1993; CERRI et al, 2004). Os processos de
influxo e efluxo de C do solo dependem das práticas de uso e manejo, dentro dos limites
impostos pelas condições climáticas e edáficas (CAST, 2004; FRANK et al., 2006).
Como fonte natural de C para atmosfera, a respiração do solo é um componente
importante no balanço de C, sendo fortemente afetada pela oscilação da temperatura e
umidade, resultando em pronunciada sazonalidade ao longo do ano.
O uso e manejo do solo podem influenciar o fluxo de GEE em agroecossistemas. O
IPCC (2007) recomenda que as políticas para mitigar a mudança do clima devem promover
incentivos financeiros e regulamentações para a melhoria do manejo da terra, manutenção no
teor de Carbono, uso eficiente de fertilizantes e irrigação.
O preparo do solo, por ocasionar ruptura dos macroagregados e expor o C as enzimas
microbianas é um fator de redução dos estoques de MOS (REICOSKY e LINDSTROM,
1993). COSTA et al., (2008) relatam que o solo em plantio convencional (PC) e o solo em
plantio direto (PD) associado a sistema de cultivo com baixo aporte de resíduos vegetais,
apresentam balanço negativo de C, evidenciando que a prática da semeadura direta, não é uma
estratégia potencial de mitigação das emissões de CO2.
A participação da agricultura na diminuição do efeito estufa antrópico pode ser efetiva
através do desenvolvimento de sistema de manejo do solo com capacidade para mitigar
emissões dos GEE (BAYER et al., 2000).
Dentre as práticas de manejo destacam-se o Plantio direto (PD) e o uso de leguminosas
como plantas de coberturas em sistemas de rotação de culturas, contribuindo para mitigação
das emissões e CO2 e N2O, a partir do seqüestro de C e maior eficiência no uso e manejo de N
(COSTA et al., 2008; GOMES 2006). Uma grande parcela do potencial de mitigação da
agricultura decorre do sequestro de Carbono do solo, o qual tem muitas sinergias com a
agricultura sustentável e geralmente reduz a vulnerabilidade à mudança do clima IPCC
(2007).
11
Os sistemas conservacionistas de manejo têm despontado como grande alternativa nos
solos agrícolas brasileiros para retenção de CO2 atmosférico (COSTA et al., 2008), de modo
que os benefícios ambientais da mitigação das emissões são dependentes da adoção pelos
agricultores de práticas de manejo que favorecem o incremento do teor de MOS (AMADO et
al., 2008).
Em contrapartida, há poucas informações com relação as variações dos resultados dos
estoques de C quando as pastagens são mal manejadas. Outro fator importante refere-se às
incertezas nas estimativas das proporções entre as áreas de pastagens bem e mal manejadas.
Esse aspecto é importante para as estimativas dos ganhos ou perdas de C nos solos sob
pastagens no estado de São Paulo e do Brasil.
Há um possível aumento no estoque de C no solo sob pastagem quando comparamos
aos solos de florestas, mas essa situação não é totalmente positiva em relação aos GEE,
quando se contabiliza a perda da biodiversidade e armazenamento de água no solo.
É imprescindível a recuperação de pastagens degradadas, para que parte do CO2
emitido volte a se fixar ao sistema solo via fotossíntese, como também pode atuar na
diminuição do impacto negativo sobre o meio ambiente em escala local e regional. Além dos
reflexos econômicos com a perda de produtividade e da qualidade da forrageira e das
consequências ecológicas
Nesse contexto é necessário além da determinação do estoque de C no solo, proceder a
um balanço completo que envolva as emissões de GEE pelo solo, pelo rebanho, gases
provenientes de insumos agrícolas, tais como fertilizantes nitrogenados, aplicação de calcário
e outros (CERRI et al., 2008). É necessário avaliar a situação, se os animais, dentre eles os
bovinos, emitem gases poluidores, por outro lado as pastagens onde eles são criados
sequestram muito mais carbono, resultando para a pecuária brasileira um saldo positivo com
créditos de Carbono para ser comercializado. Pastagens bem manejadas podem capturar até
2,0 toneladas de carbono por hectare por ano. Calcula-se um saldo ambiental da atividade
pecuária de 860 kg/ ha de carbono sequestrado por ano. Para cada quilo de carbono emitido
pelos bovinos a mesma área ocupada retêm 15,3 quilos (CERRI et al., 2008).
As pastagens são particularmente importantes na exploração racional dos recursos
existentes nos sistemas pastoris, sua recuperação e posteriormente o desenvolvimento de
12
sistemas de manejos sustentáveis são economicamente viáveis, ecologicamente corretos e
socialmente justos, visando aperfeiçoar a produção, conservação do meio ambiente, bem estar
animal e saúde humana.
2.3.2 Estoque de Carbono
É importante a distinção entre biomassa estocada e carbono estocado, apesar de ambos
estarem intimamente relacionados e sempre que for pertinente a análise e o teor de C deve ser
inferido a partir de dados sobre a biomassa e vice-versa. Biomassa refere-se a toda matéria
constituinte de um organismo, enquanto o teor de C apenas ao peso relativo do elemento
químico carbono. A quantidade de Carbono que compõem a biomassa vegetal varia entre
espécies e entre as partes de uma mesma planta (raízes, tronco, folhas e galhos), o carbono é
responsável por 50% da fitomassa, enquanto 6% é composto por hidrogênio e 44% por
oxigênio. De modo geral, tais valores de C mantem-se na faixa entre 46% e 52% da biomassa
em vegetação tropical. Higuchi e Carvalho (1994) encontraram valores de 48%, e Wang et al.,
(2008) deparou-se com 45% da biomassa composta de C em formações florestais chinesas. Já
o IPCC (2007) considera a fração de C igual a 47%.
Entretanto, o grosso do estoque de C no bioma Cerrado não se encontra nem na
biomassa aérea nem na subterrânea, mas sim na matéria orgânica do solo (MOS), Calcula-se
que neste compartimento ecossistêmico estejam armazenados entre 211 a 321 t C /ha
(ABDALA et al., 1998, REZENDE 2002, BROSSARD et al., 1997) estocados na MOS.
PAIVA e FARIA (2007) acharam em Cerrado senso stricto estoques subterrâneos de 271 t
C/ha até 2m de profundidade correspondendo a 88,7% do estoque total, enquanto as raízes
responderam por 22 t C /ha (7,3%) e a biomassa áreas pelos 4% restantes.
Bayer et al., (2006) avaliaram o potencial de sequestro de C proveniente de áreas de
grãos sob PD, nas cidades de Luiziania, GO e Costa Rica, MS na região do Cerrado
Brasileiro. Foi realizado um amplo levantamento de dados disponíveis na literatura. Sendo
possível avaliar a influência dos sistemas de manejo nos estoques de Carbono (EC),
comparados com as taxas de sequestro de C de solos tropicais e subtropicais brasileiros, com
áreas temperadas da America do Norte. A taxa de sequestro de C em regiões tropicais sob
sistemas de PD foi estimada em 0,35 Mg ha-1 ano-1, similar à taxa de sequestro de C para solos
temperados, porém foram menores que a taxa de sequestro de C da região subtropical do
Brasil com 0,48 Mg ha-1 ano-1.
13
Na literatura, existem trabalhos avaliando os EC com a introdução de pastagens
(BROSSARD et al., 2004). De acordo com Conant et al., (2001), taxas de sequestro de C
orgânico do solo (COS) por meio das pastagens foram avaliados em 17 países, incluindo
Reino Unido, Nova Zelândia Canadá , Brasil e Estados Unidos, que contêm 26% da área de
gramínea do Mundo. Os resultados variaram de 0,11 a 3,04 Mg ha -1 ano -1, com média de
0,54 Mg ha -1 ano -1, sendo altamente influenciadas pelo tipo de bioma e clima.
O Cerrado Brasileiro, com 210 milhões de hectares, representa 4% da área agricultável
do mundo (BAYER et al., 2006) na qual possui várias atividades agrícolas em expansão,
incluindo pastagens cultivadas com gramíneas de origem africana do gênero Brachiaria spp.
(BODDEY et al., 2001 e SILVA et al., 2004). Essa área ocupa mais de 80 Mha no Brasil,
representando aproximadamente 70% de nossas pastagens, quase 10% do território nacional
(BODDEY et al., 2001).
Existem estudos que mostram indicadores de possíveis soluções para o
restabelecimento de pastagens de Brachiaria no Brasil (REZENDE et al., 1999 e BODDEY
2004). Rezende et al. (1999) verificaram que as pastagens bem manejadas apresentam grande
potencial para retirar CO2 da atmosfera e incorporar no solo como matéria orgânica. Esses
autores mostraram que após 10 anos de retirada da vegetação nativa de Cerrado e da
instalação de pastagens cultivada com Brachiaria, o estoque de MOS foi reposto pela
forrageira e tendeu a aumentar, por meio da decomposição de seus resíduos aéreos e raízes,
acumulando grande parte de Carbono. Segundo Kluthcoriscki et al., (2006) os teores de MO
nas pastagens de Brachiaria também podem ser maiores que os do Cerrados nativos. As
forrageiras tropicais são conhecidas pela capacidade de adaptação em condições de
temperatura e umidade dos solos favoráveis com produção elevada de matéria seca durante
todo o ano.
Segundo estudos de Barber e Navarro (1994), verificou-se que a Brachiaria brizantha
foi a melhor opção a ser introduzida na rotação cultura-pastagem para melhorar a qualidade
do solo, e a quantidade e distribuição de biomassa radicular. Qualquer mudança nos EC
provocada por introdução dessas espécies de gramíneas proporciona um enorme impacto no
balanço de GEE (BODDEY et al., 2001).
Fisher et al., (1994) estimaram que os EC até uma profundidade do 80 cm no perfil de
um solo sob pastagem de Brachiaria humidícola de 9 anos foi 26 Mg ha-1 de C, maior que o
14
estoque de C no solo sob vegetação nativa em Carimagua nos Lanos Orientales da Colômbia.
As taxas de sequestro avaliadas foram de 0.1 – 0.507 Pg ano-1, uma quantidade expressiva ao
considerar as condições de clima e solo predominantes, e potencialmente válidos, para os 250
Mha de vegetação de savanas da América do Sul.
O uso de fertilizante e calcário no solo é de grande importância na sustentabilidade
agrícola. De acordo com Sá et al., (2005) o retorno dos resíduos culturais em uma taxa de 10-
12 t ha -1 de matéria seca representa a entrada de 265 Kg C ha -1 nos primeiros 10 cm de
profundidade do solo. De acordo com Primavesi et al., (2004) o uso do calcário e fontes
nitrogenadas podem favorecer o enriquecimento do perfil do solo com Cálcio, o que também
estimula o desenvolvimento radicular em profundidade. Isso representa um aumento na
capacidade de retenção de água de 65-90 mm, potencializando mais de 5-12% na produção de
milho ou soja, e um aumento na renda de US$ 40 a 80 por hectare.
A dinâmica da matéria orgânica (MOS) é o resultado da interação entre os vários
fatores ambientais e as interferências antrópicas. O entendimento dessa dinâmica permite um
melhor manejo do solo, uma vez que a MOS afeta sua qualidade e produtividade (ROSCOE et
al., 2006). A MOS é decomposta no solo de forma lenta, o que permite que este seja um
importante reservatório de C nos sistemas terrestres (ROSCOE et al.,2006). A matéria
orgânica é formada por restos de resíduos de plantas, animais e microorganismos. O C pode
ser acumulado em frações lábeis e material recalcitrante. Os compostos lábeis se decompõem
dentro de poucas semanas ou meses, já os compostos recalcitrantes são mais estáveis e
demoram mais tempo para se decompor. Quanto mais recalcitrante ou de difícil
decomposição, maior será o tempo de sequestro de C no solo (SILVA e PASQUAL, 1999:
LORENZ e LAL, 2005; MILORI et al., 2006). A humificação, controlada por variáveis como
temperatura, pH, umidade e disponibilidade de nutrientes, pode ser entendida como a
degradação de compostos lábeis e acúmulo de materiais quimicamente recalcitrantes.(ZECH
et al.,1997).
A MOS exerce um importante papel na química dos solos, na estrutura destes e no
suprimento de macro e micronutrientes, na capacidade de troca catiônica (CTC) e
tamponamento do meio, entre outros.
15
Em termos de benefício ao meio ambiente, a matéria orgânica pode adsover traços de
elementos químicos orgânicos, reduzindo a possibilidade de carreamento destes compostos e
prevenindo a contaminação ambiental (SILVA e PASQUAL, 1999).
Dependendo das práticas de manejo adotadas, o solo pode agir como fonte ou dreno de
CO2 atmosférico contribuindo diretamente no efeito estufa. Do ponto de vista agrícola, o solo
pode tornar-se uma fonte de CO2 para atmosfera quando as perdas por oxidação forem
superiores as adições de C (SÁ et al., 2005).
Nos sistemas nativos ou conservacionistas, ou seja, quando é mantida sua cobertura
vegetal, sem queimadas e revolvimento, evitando a oxidação da matéria orgânica, os
microrganismos decompõem os resíduos orgânicos, porém existe um equilíbrio já que esse
processo é alimentado pela caída das folhas, galhos etc. No manejo convencional, ocorre a
aração e gradagem, ativando a população dos decompositores fazendo com que estes
consumam mais rapidamente as reservas de nutrientes do solo.
Os microrganismos decompõem a MO quebrando suas moléculas, que contém C e N,
e como resultado do processo, liberam gases, dentre eles os GEE. A combinação de reposição
mais lenta com esses decompositores mais ativos faz com que eles passem a consumir
também as reservas estocadas no húmus do solo. Ao fazê-lo, geram os gases mencionados –
que antes, estavam presos no solo na forma de húmus ou matéria orgânica. Reicosky et al.,
1995, estudando esses processos concluiram que é praticamente impossível aumentar o teor
de MO quando a aração e gradagem são utilizadas como sistema de preparo do solo.
2.4 Pastagens degradadas e pastagens manejadas adequadamente
A produção animal no Brasil, especialmente de bovinos de corte e de leite, é realizada
com uso de pastagens. Os sistemas extensivos de exploração ainda predominam sobre os
demais e os pastos podem ser nativos ou cultivados. As gramíneas forrageiras cultivadas mais
importantes em uso foram introduzidas da África e pertencem aos gêneros Brachiaria,
Panicum e Andropogon (ANDRADE, 1994; MACEDO e ZIMMER, 2007)
Os solos ocupados por pastagens em geral são marginais quando comparados aqueles
usados pela agricultura de grãos. Estes solos apresentam problemas de fertilidade natural
16
(ADAMOLI et al., 1986) Os de melhor qualidade agrícola são ocupados pela lavoura de grãos
ou as de grande valor industrial para a produção de óleo, fibras, resinas, açúcar etc. Dessa
forma, as áreas para exploração de bovinos de corte apresentam problemas de produtividade e
de sustentabilidade.
A degradação das pastagens é o fator mais importante da atualidade que compromete a
sustentabilidade da produção animal, e pode ser explicada como um processo dinâmico de
degeneração ou de queda relativa da produtividade (MACEDO e ZIMMER, 1993; MACEDO,
1999, 2000, 2001). Dentre os fatores relacionados com sua degradação destacam-se a falta de
reposição de nutrientes, e também a lotação animal excessiva, sem os ajustes para uma
adequada capacidade de suporte.
A reversão da queda de produção tem sido observada pela utilização de tecnologias
importantes como o Sistema de Plantio Direto (SPD), que contempla o preparo mínimo do
solo, a prática de rotação de culturas, e os Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária (SILPs)
(MACEDO 2009).
A utilização do SPD é crescente, sendo que em 2003 na região dos Cerrados, já
representava 40,8% dos sistemas de plantio. Acredita-se que essa participação tenha
ultrapassado 65% em 2008-2009. O avanço se deu pelas vantagens comparativas entre o SPD
e os sistemas tradicionais, em termos agronômicos, econômicos e ambientais.
2.5 Sistema de Integração lavoura-pecuária- SILP
O plantio de lavouras de grãos, como o milho e o arroz, e pastagens anuais de milheto
ou sorgo forrageiro, tem sido há algum tempo uma prática agrícola muito utilizada no
processo de recuperação e renovação de pastagens cultivadas. Como exemplo antigo desta
atividade tem o plantio de milho com o capim colonião, semeado em cobertura. O uso dessas
atividades pelo próprio produtor, ou através de estratégias para diminuir custos e retornar
rapidamente para a atividade principal da produção animal. (MACEDO e ZIMMER 1990,
1993; KLUTHCOUSKI, et al1991; MACEDO e ZIMMER 2007).
Atualmente vem crescendo uma técnica eficaz, porém complexa de manutenção da
produtividade e de recuperação indireta de pastagens que é a integração lavoura-pecuária, na
qual a introdução de lavouras faz parte do processo de um sistema de grãos e de produção
17
animal que interagem e se completam em aspectos, do manejo, da fertilidade, da física e da
biologia do solo, aumentando a renda dos produtores e trazendo progresso social ao campo
(MACEDO 2009).
Esse sistema permite uso mais racional de insumos, máquinas e mão-de-obra na
propriedade agrícola, além de diversificar a produção e o fluxo de caixa dos produtores. Nesse
sistema têm sido necessário algum conhecimento no mercado agropecuário como também
estudo de como programar o sistema, tais como máquinas, infra-estrutura de estradas e
armazéns, mão-de-obra qualificada, domínio da tecnologia de lavouras anuais e pecuária. A
integração lavoura-pecuária permite sistemas de exploração em esquemas de rotação, onde se
alternam anos ou períodos de pecuária com a produção de grãos ou fibras, utilização de
produtos ou subprodutos na alimentação etc.
Uma definição consensual de integração lavoura-pecuária proposta por pesquisadores
da Embrapa Gado de Corte, Embrapa Cerrados, Embrapa Milho e Sorgo e Embrapa Arroz e
Feijão, que trabalham com SIPLs seria a seguinte:
“Integração lavoura-pecuária são sistemas produtivos de grãos, fibras, carne, leite, lã e
outros, realizados na mesma área, em plantio simultâneo, seqüencial ou rotacionado, onde
objetiva maximizar a utilização dos ciclos biológicos das plantas, animais, e seus respectivos
resíduos, aproveitar efeitos residuais de corretivos e fertilizantes, minimizar e otimizar a
utilização de agroquímicos, aumentar a eficiência no uso de máquinas, equipamentos e mão-
de-obra, gerar emprego e renda, melhorar as condições sociais no meio rural, diminuir
impactos ao meio ambiente visando a sustentabilidade.”
A integração lavoura-pecuária já é praticada há vários anos, de forma plena ou
eventual, em muitos países. A utilização de resíduos de culturas na alimentação dos animais
ou o pastejo das restevas de lavouras, por exemplo, são praticas freqüentes em uso em várias
regiões do Brasil. A literatura a respeito da integração lavoura-pecuária de outros países
mostra pontos positivos ao meio ambiente com a utilização desse sistema. Existem melhorias
de ordem biológica, como a quebra do ciclo de pragas e doenças e aumento da atividade
biológica do solo.
Do ponto de vista das propriedades físicas e químicas do solo, há uma melhoria na
fertilidade, pela ciclagem dos nutrientes e eficiência no uso de fertilizantes, em função das
18
diferentes necessidades das culturas em rotação. As alterações nas propriedades físicas tem
sido no aumento da estabilidade dos agregados, diminuição da densidade aparente, da
compactação, e no aumento da taxa de infiltração de água.
A degradação das pastagens, grandes extensões de área com monocultivo,
desequilíbrio ambiental, social e financeiro, vem exigindo dos produtores muita eficiência.
Nesse sentido, os sistemas de integração lavoura-pecuária (SLIPs), podem ser a saída para
atender tanto as dificuldades da pecuária, como para a agricultura anual visando à produção
de palha, melhoria das propriedades do solo, equipamentos e aumento de renda no campo.
19
3- MATERIAL E MÉTODOS
3.1-LOCAL E PERIODO EXPERIMENTAL
Os estudos foram conduzidos no Instituto de Zootecnia (IZ) em Nova Odessa, na
Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Brotas – SP, do Polo Regional Centro-Oeste e no
Instituto de Zootecnia – Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de
Bovino de Corte em Sertãozinho-SP, todas pertencendo a Agência Paulista de Tecnologia do
Agronegócio (APTA) órgão subordinado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do
Estado de São Paulo.
O período experimental foi de outubro de 2008 a março de 2010.
A área experimental do IZ localiza-se no município de Nova Odessa, SP (22º 42’ LS,
47º 18’ LW e 528 m de altitude). Segundo o sistema Köppen, o clima dessa região é
mesotérmico úmido, subtropical de inverno seco, classificado como Cwa, com temperaturas
médias inferiores a 18ºC no mês mais frio e superiores a 22ºC na época mais quente. A
precipitação pluviométrica média anual no município é de 1.270 mm (30% ocorrendo no
período de maio a setembro).
A Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Brotas – SP, pertencente ao Polo
Regional Centro-Oeste da Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio (APTA),
localizado a 22°16’ de latitude sul e 48°70’ de longitude oeste, com altitude de 650 metros e
20
clima subtropical do tipo Cwa (verão quente, chuvoso e inverno seco) e tem uma precipitação
média anual de 1.580 mm, segundo classificação de Köppen. Centro Avançado de Pesquisa
Tecnológica do Agronegócio de Bovino de Corte em Sertãozinho-SP localiza-se na região
norte do estado de São Paulo e está situada a 21º10´de latitude sul e 48º5´ de longitude oeste,
região de clima tropical úmido, com temperatura média anual de 24ºC e precipitação média
anual de 1.312 mm.
Tabela 1. Caracterização geral dos locais de coleta das amostras de solo em Brotas, Nova
Odessa e Sertãozinho no estado de São Paulo.
Ecorregião
Coordenadas Localização Município
(UF) Uso da Terra Tempo
(anos) Práticas de Manejo Latitude e Longitude
Centro-Oeste de SP 22°16’ 48°70’ Brotas- SP
Pastejo continuo 20 Calagem e adubação com N/P 4 anos Mata nativa
Noroeste de SP 22º 42’ 47º 18’ Nova Odessa
–SP
Solo nú 15 Pousio Adubação básica todos com N/P
Cultivo com leguminosa Arachis-Pintoi
4
Pastejo rotativo 15 Integração lavoura-pecuaria
7
Cultura de milho para silagem
50
Pastejo continuo 20 Mata adjacente ao pasto
Norte de- SP 21º10’ 48º5´ Sertãozinho
– SP
Pastagem degradada Tânzania
8
Plantio Convencional milho
4 Adubação básica para todos
Feno Brachiaria Brizantha
15
Mata Nativa
Pastagem degradada 20
21
Os solos do Centro são constituídos basicamente de Latossolo Roxo de boa fertilidade
e de bom potencial de produção agrícola. Na Tabela 1 são apresentadas as características
gerais dos locais de coleta dos solos e na Tabela 2 a classificação e analises granulométrica
dos solos.
Tabela 2. Localidade, uso do solo, classificação do solo, classe textural e resultados da
análise granulométrica.
Localidade/Uso do solo
Classificação do solo/classe textural
Análise granulométrica g kg-1
Argila Areia grossa
Areia fina
Silte
Nova Odessa – ILP (Integração Lavoura Pecuária)
Latossolo vermelho amarelo álico /franco argilo arenoso ILP – Milho/Ruziziensis Milho/Marandu Milho/Piatã
315,6 265,9 283,9
359,9 367,3 368,2
171,1 197,9 183,0
153,0 168,8 165,0
Nova Odessa – pastagem de B. Marandu
Latossolo vermelho amarelo álico /franco argilo arenoso
209,0 361,0 570,0 296,0 Nova Odessa – Milho Santa Angélica
Latossolo vermelho /argilo arenoso 390,0 140,0 440,0 50,0
Nova Odessa – Solo Arachis solo nu
Argissolo Vermelho Amarelo distrófico/arenoso
160,0
15,0
720,0
105,0
Brotas – pastagem de Brachiaria
Neossolo quartzarenico/arenoso
90,0
570,0
330,0
10,0
Sertãozinho – Latossolo Roxo
Latossolo vermelho/textura média, antigo Latossolo roxo
390,8
130,8
231,0
240,2
3.2-SISTEMAS AVALIADOS
3.2.1 Instituto de Zootecnia em Nova Odessa- SP
A) Sistema de Produção Animal - pastagem antiga versus pastagem melhorada
22
Pastos de capim-marandu (Brachiaria brizantha cv. Marandu (Hochsct ex.A. Rich)
Stapf.) formados em 1995, foram mantidos sob uso para experimentação baseada em pastejo
rotativo. Os sistemas avaliados foram: a) Pastagem antiga com 17 anos de formada e b)
Pastagem melhorada: a pastagem antiga foi submetida a pastejo rotativo, sob estratégia de
manejo do pastejo e do uso de adubação nitrogenada. Os tratamentos foram alocados às
unidades experimentais segundo um arranjo fatorial 2 x 2 (manejo e adubação) e um
delineamento de blocos completos casualizados, com quatro repetições, sendo retiradas três
subamostras de solo por tratamento, totalizando 48 amostras. As doses de aplicação de
nitrogênio (uréia) corresponderam a 50 e 200 kg ha-1 ano-1. As adubações nitrogenadas foram
realizadas em novembro (50 kg ha-1) para todos os tratamentos e mais três aplicações
parceladas efetuadas nos tratamentos de 200 kg ha-1 nos meses de dezembro, janeiro e
fevereiro, após a saída dos animais de cada piquete. O nível do fator intervalo de pastejo
corresponderam aos períodos de tempo necessários para que as condições de 95 e 100% de
interceptação de luz pelo dossel forrageiro, correspondentes as alturas de rebrota dos pastos
para a entrada dos animais de 25 e 35 cm. Quando atingidas, o ciclo de rebrotação foi
considerado encerrado e o pastejo realizado até uma altura de resíduo de 15 cm, quando um
novo ciclo de teve início (Figura 2). O solo da área experimental é classificado como
Latossolo Vermelho Distrófico típico (EMBRAPA, 1999).
Figura 2- Pastos de capim-marandu (Brachiaria brizantha)
23
B) Mata nativa em Nova Odessa, já alterado por ações antrópicas, localizado em
área adjacente aos pastos descritos em 3.2.1, (Figura 3).
Figura 3- Mata nativa, adjacente a pastagem com capim-marandu.
C) Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-ILP em Nova Odessa -SP
Em uma área formada há 7 anos inicialmente com pastagens de Brachiaria brizantha
cv. Marandu e B. brizantha cv. Piatã. foi aplicado em 2008 calagem superficial, com ou sem
aplicação de gesso (sulfato de cálcio) e o plantio direto de milho, visando a produção de
silagem em um sistema de integração lavoura-pecuária (Figura 4). O solo da área
experimental foi classificado como Latossolo Vermelho-Escuro típico, a seguinte localização,
Lat. 22°45’50” Sul, Long. 47°16’50” Oeste e Altitude de. 610 m.
Figura 4- Sistema Integração lavoura-pecuária (milho + forrageiras).
24
D) Sistema de produção de cultura de milho para silagem
Área cultivada há quase 50 anos com cultura anual de milho no verão, para ensilagem
e pousio durante o período da seca, localizada no Instituto de Zootecnia em Nova Odessa-SP
e cognominada de Fazenda Santa Angélica (Figura 5).
Figura 5- Área cultivada há quase 50 anos com cultura anual de milho no verão Fazenda
Santa Angélica IZ Nova Odessa-SP
E) Sistema de Avaliação de Plantas Forrageiras IZ, Nova Odessa -SP
E.1) Área cultivada há 4 anos com a leguminosa forrageira – amendoim forrageiro
(Arachis pintoi cv. Belmonte), Figura 6.
Figura 6- Leguminosa forrageira, amendoim forrageiro (Arachis pintoi cv. Belmonte) - IZ
Nova Odessa –SP
25
E.2 Área de solo nu (Figura 7), preparada anualmente para limpeza do campo de
introdução.
Figura 7- Solo nu IZ- Nova Odessa -SP
3.2.2 Unidade de Pesquisa de Brotas -SP
A) Sistema de Produção Animal sob pastejo continuo com Brachiaria decumbens
Pastagem de Brachiaria decumbens Stapf. cv. Basilisk formada há mais de 20 anos
(Figura 8). O solo da área experimental é classificado como Neossolo Quartzarênico
distrófico (EMBRAPA, 1999), contendo 9% de argila, 33% de areia fina, 57% de areia grossa
e 1% de limo.
Figura 8- Pastagem Brachiaria decumbens Brotas -SP
26
B) Mata nativa já alterado por ações antrópicas, localizado em área adjacente aos
pastos descritos em 3.2.2 item A, Figura 9.
Figura 9- Mata nativa em Brotas -SP
3.2.3 Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Bovino de
Corte em Sertãozinho-SP
A) Área com plantio convencional de milho há 4 anos antigamente era pasto
degradado, Figura 10.
Figura 10- Plantio convencional de milho
27
B) Área de feno Brachiaria brizantha cultivada a 15 anos, Figura 11.
Figura 11- Área de fenação com Brachiaria brizantha
C) Área de Pastagem degradada capim-tanzânia cultivada há 8 anos, Figura 12.
Figura 12- Pastagem degradada em Sertãozinho- SP
D) Mata nativa na Unidade de Pesquisa com Bovino de Corte em Sertãozinho –
SP, Figura 13.
28
Figura 13- Mata Nativa do IZ, em Sertãozinho – SP
E) Pasto degradado em Sertãozinho –SP, Figura 14.
Figura 14 - Pasto degradado em Sertãozinho-SP
3.3 Amostragens de solo
As amostragens de solo foram efetuadas a partir de setembro de 2009, considerando
um delineamenteo inteiramente causualisado para cada uma das áreas de estudo. Sendo
retiradas amostras em três trincheiras nas profundidades de 0-5, 5-10, 10-20, 20-30 e 30-40
cm, para avaliação dos estoques de carbono orgânico. Para cada bloco e profundidade, nos
diferentes sistemas de uso e manejo. Para avaliação da densidade do solo, foram coletadas três
amostras indeformadas em cada sistema e profundidade (0-5, 5-10, 10-20, 20-30 e 30-40 cm),
29
com auxílio de um anel volumétrico de 100 cm3. Nas áreas de milho, a amostragem foi
realizada após colheita dos grãos. Em todos os sistemas de uso e manejo, antes da coleta,
foram removidos os resíduos vegetais presentes na superfície do solo.
3.4 Estoque do Carbono nos solos
O estoque de carbono (Mg ha-1) foi calculado por meio da multiplicação do conteúdo
de carbono (%) dividido por 100, da densidade do solo (g/cm3), da profundidade (cm) da
camada do solo e do fator de conversão do solo e do fator de conversão de g/cm2 para Mg ha-1
(=100). A fórmula é a seguinte:
E= d x h x C
sendo:
E = estoque de carbono total do solo (Mg ha-1)
d= densidade aparente do solo (g.cm-3)
h = espessura da camada amostrada (cm)
C= teor de carbono/total do solo (%)
Para verificar tendências de acúmulo ou perda de C orgânico em comparação com o
sistema de referência, foi calculada a variação do estoque de C em relação a mata adjacente
(∆EstC, Mg ha -1 cm -1 ), pela diferença entre os valores médios de EstC neste sistema e em
cada um dos demais, dividida pela espessura (cm) de cada camada, o que foi considerado
relevante para auxiliar a interpretação dos valores de EstC nas diferentes faixas de
profundidades. (D’ANDREA et al, 2004)
3.4.1 Metodologias de análises de carbono orgânico em solos
O carbono orgânico do solo foi determinado pelo método descrito em Yeomans e
Bremner (1988).
30
As amostras foram secas ao ar, homogeneizadas, moídas, passadas em peneiras a 100
mesh e analisadas por combustão a seco (NELSON e SOMMERS, 1996) no analisador
elementar LECO CN 2000 no Laboratório de Biogeoquímica Ambiental (CENA_USP) e por
combustão úmida pelo Walkley e Black (1934) – WB no Laboratório de Solos da Esalq -
USP. Esses métodos vêm sendo modificados e, ou, adaptados à rotina dos laboratórios de
análises de solo. A determinação do carbono total (CT) do solo implica na conversão de todas
as formas de C no solo em CO2, por digestão química (WB) ou por combustão a seco, e
dosagem por titulometria, volumetria ou espectrofotometria, entre outros.
3.5 Análise física e química do solo
Em todos os locais foram retiradas amostras para identificação granulométrica dos
solos conforme metodologia de Camargo et al., (1986) e características químicas.
3.6 Análises de densidades
A densidade do solo foi determinada em amostras indeformadas, em maio de 2009,
empregando-se a metodologia do anel volumétrico nas profundidades de 0,0 – 0,05 m; 0,05-
0,10 m; 0,10 – 0,20 m; 0,20 – 0,30 m e 0,30 – 0,40 m. As densidades do solo foram
determinadas segundo EMBRAPA (1997). Foram coletadas 5 amostras por local.
3.7 Massa de forragem e características químicas-bromatológicas
A massa de forragem foi avaliada com auxilio de um quadrado de 1m2 com quatro
repetições por tratamento dentro de cada parcela. A forragem foi cortada ao nível do solo, as
amostra foram seca em estufa a 55o C por 72 horas e moídas em moinho tipo Willey com
peneira de crivus de 1mm segundo Silva e Queiroz, 2009. Os valores de massa de forragem
foram convertidos em kg. ha -1 de MS. Os conteúdos de matéria seca a 105o C (MS), matéria
mineral (MM), extrato etéreo (EE), proteína bruta (PB) de acordo com A.O.A.C.( 1995), e
fibra de detergente neutro (FDN), fibra de detergente ácido (FDA) e hemicelulose (VAN
SOEST, 1994) analisados segundo as metodologias descritas em SILVA e QUEIROZ (2009)
e a digestibilidade in vitro de matéria seca de acordo com Tilley e Terry (1963).
Os minerais Ca, P, Mg, K, e S foram extraídos pela digestão nitroperclorica segundo
MALAVOLTA et al., (1987).
31
3.8 Análises dos resultados
. Na divisão das ecorregiões buscou-se a “homogeneidade” dentro de cada situação; a
amostragem em pares fornece para cada situação um controle local. A análise estatística dos
dados foi realizada considerando um delineamento inteiramente casualizado, com três pseudo-
repetições em cada uma das áreas avaliadas. Dentro de cada um dos sistemas avaliados, as
áreas estão sob as mesmas condições topográficas e edafoclimáticas, diferindo apenas no uso
da terra. Os resultados para os teores de C e estoque de C do solo foram submetidos à analise
de variância (ANOVA), pelo procedimento GLM. Para comparação das médias nas áreas
estudadas foi aplicado o teste de Tukey (P < 0,05). As análises foram realizadas utilizando o
programa SAS, (2010).
3.9 Delineamento experimental no sistema de produção animal pastagem antiga
de capim-marandu versus pastagem melhorada
Os tratamentos foram alocados às unidades experimentais segundo um arranjo fatorial
2 x 2 (manejo e adubação) e um delineamento de blocos completos casualizados, com quatro
repetições, sendo retiradas três subamostras por tratamento, totalizando 48 amostras. A
análise de variância dos dados, foi realizada pelo modelo estatístico SAS® (Statistical
Analysis System), versão 8.2 para Windows® (SAS, 2010) e as médias comparadas pelo teste
de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Aplicou-se o Teste t para as variáveis que
influenciarem as alterações de C no solo, baseando-se nas correlações lineares de Pearson,
onde coube foram realizadas as análises de regressão.
3.9.1 Delineamento experimental Sistema Integração- Lavoura-Pecuária (ILP)
O delineamento experimental adotado foi em blocos ao acaso, com 3 repetições, em
parcelas sub sub-divididas, Os tratamentos nas parcelas constituíram de 3 espécies forrageiras
( Marandu, Piatã e Ruzizienses). Cada parcela foi dividida em duas subparcelas, representadas
pelos níveis de gesso (com e sem) e nas sub-subparcelas, foram avaliadas os 3 níveis de
calagem ( c1...c2...c3..), segundo o modelo matemático, abaixo:
Yijkl
= m + bj + F
i +(bF)
ij + G
k + (FG)
ik + (bFG)
ijk + C
l + (FC)
il +(GC)
kl +(FGC)
ikl + e
ijkl
onde ,
32
Yijkl = valor observado;
m = constante inerente a todas as observações;
bj= efeito do j- ésimo bloco ( j=1,2,3);
Fi= efeito da i-ésima espécie forrageira (i =1,2,3) ;
(bF)ij = efeito aleatório da interação entre a i-ésima forrageira e o j-ésimo bloco,
considerado resíduo (a);
Gk = efeito do k-ésimo nível de gesso ( k=1,2);
(FG)ik = efeito da interação entre a i-ésima forrageira e o k-ésimo nível de gesso;
(bFG)ijk = efeito aleatório da interação entre a i-ésima forrageira e o j-ésimo bloco e
k-ésimo nível de gesso, considerado resíduo (b);
Cl = efeito do l-ésimo nível de calagem (l=1,2,3);
(FC)il = efeito da interação entre a i-ésima forrageira e o k-ésimo nível de calagem;
(GC)kl = efeito da interação entre o i-ésimo nível de gesso e o k-ésimo nível de
calagem;
(FGC)ikl = efeito da interação entre a i-ésima forrageira e o k-ésimo nível de gesso e
l-ésimo nível de calagem;
eijkl= erro experimental , supostos homocedásticos, independentes e normalmente
distribuídos, considerado resíduo (c).
Após a análise exploratória, para atendimento das pressuposições da análise da
variância, os dados foram submetidos à análise da variância, com o uso do programa SAS
v9.1. Para os efeitos significativos, foram realizados testes de comparação de médias, através
33
do teste de Tukey. O nível de significância adotado foi de 5%. Interações significativas foram
desdobradas de acordo com os fatores envolvidos.
34
4- RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1- Densidade do solo
A densidade do solo representa a quantidade de massa de solo que ocupa um volume
conhecido. Esse parâmetro no geral aumenta com a profundidade, devido às pressões das
camadas superiores sobre as adjacentes que favorecem a compactação natural. Quanto maior
o valor de densidade do solo, maior será o grau de compactação e consequentemente maior
resistência à penetração de raízes, infiltração de água e aeração. A densidade apresentou
menores valores nas camadas superficiais, para os sistemas de cultivo de milho – Santa
Angélica (convencional), pastagem com B. brizantha Marandu (pasto antigo e pasto
melhorado), pastagem de B. decumbens, matas associadas às pastagens (Brotas, Nova Odessa
e Sertãozinho), possivelmente devido ao maior aporte de material vegetal na superfície
(Tabela 3, Tabela 4 e Tabela 5).
Pastagens mal manejadas ou agricultura convencional apresentaram na camada
superficial maiores valores de densidade do solo. As áreas com algum grau de degradação
apresentam uma baixa produção de biomassa vegetal e o esgotamento do estoque de
nutrientes, podendo apresentar uma compactação superficial devido ao pisoteio dos animais
(COLET et al, 2008).
O emprego de sistema de exploração com integração lavoura-pecuária resultou em
altos níveis de incorporação de resíduos das gramíneas na superfície do solo, juntamente com
35
a morte das raízes, atuaram como amortecedor do impacto do pisoteio animal, de modo a
minimizar os efeitos dos animais na compactação superficial. Valores de densidade situados
entre 1,1 e 1,5 kg. dm-3 são consideradas normais para solos de textura média (MENDES,
2006). Nas pastagens de Marandu e Piatã ocorreram, a partir da profundidade de 5 cm,
valores de densidade superiores à 1,6 indicando a presença de solo compactado, com
limitações ao desenvolvimento radicular e na produção de biomassa das plantas. Trabalhando
neste mesmo local, Colet et al., (2008) verificaram que a escarificação do solo incrementou
significativamente (P< 0,05) os rendimentos de massa verde e seca do milho. Os valores de
porosidade total obtidos por Teixeira e Paulino (2010) foram similares aos encontrados por
Colet et al., (2008) que também evidenciam uma situação de degradação estrutural na área de
estudo, pela compactação do solo. Esses efeitos são atribuídos ao manejo continuo sem
controle adequado das cargas animais, ou seja, super pastejo.
Segundo Corsini e Ferraudo (1999) a densidade com valor entre 1,27 e 1,57 kg dm-3 é
limitante ao crescimento radicular e à infiltração de água, para solos com textura argilosa e
arenosa, respectivamente. Para o solo de Sertãozinho os valores de densidade foram menores
que o índice crítico de desenvolvimento radicular proposto por estes autores, considerando
que os solos apresentaram textura média a argilosa.
Para o solo de Brotas, um Neossolo Quartzarênico, a densidade do solo foi mais
elevada na pastagem de B. decumbens que na Mata adjacente a essa pastagem. Este fato foi
atribuído ao pisoteio dos animais na pastagem que causam uma maior compactação, além
disso, na mata deveria haver um maior aporte de material vegetal e os animais não tinham
acesso a essa mata (menor compactação), que resultou em menor densidade do solo que na
pastagem. A análise granulométrica desse solo mostra um elevado conteúdo de areia (acima
de 90%) que explica os valores mais altos de densidade (Tabela 4).
36
Tabela 3. Densidade dos solos das pastagens para as camadas de solos amostradas, sob
diferentes sistemas de uso e manejo, valores expressos em kg.dm-3, em Nova Odessa
–SP.
Profundidades Solo
nu1 Arachis pintoi
Milho – Santa Angélica
convencional
Mata associada ao Milho
Densidade (kg.dm-3) 0 – 5 cm
1,26aA 1,33aA 1,25bA 1,07bB
5 – 10 cm 1,26aA 1,24aA 1,58aA 1,22bB 10 – 20 cm 1,25aA 1,12aB 1,57aA 1,31bB 20 – 30 cm 1,29aA 1,34aA 1,51aA 1,58aA 30 – 40 cm 1,39aA 1,36aA 1,45aA 1,52aA CV (%) 13,0 12,0 12,0 14,0 Profundidades Mata associada a
pastagem de B. brizantha
cv. Marandu
Pastagem com B. brizantha Marandu Antiga Melhorada2
Densidade (kg.dm-3) 0 – 5 cm 1,14aA 1,09bA 1,11bA 5 – 10 cm 1,24aB 1,44aA 1,46aA 10 – 20 cm 1,24aB 1,55aA 1,55aA 20 – 30 cm 1,35aB 1,59aA 1,55aA 30 – 40 cm 1,13aB 1,56aA 1,53aA
CV (%) 15,0 11,0 12,0 Profundidades Sistema Integração Lavoura-Pecuária – Milho + forrageiras
Marandu Piatã Ruziziensis Densidade (kg.dm-3)
0 – 5 cm 1,43bA 1,35bA 1,52aA 5 – 10 cm 1,69aA 1,51aA 1,51aA 10 – 20 cm 1,58abA 1,67aA 1,59aA 20 – 30 cm 1,72aA 1,49abB 1,57aB 30 – 40 cm 1,73aA 1,43bB 1,53aB
CV (%) 12,0 14,0 13,0 1Área anualmente revolvida com enxada rotativa, 2Adubada com 200 kg de N/ha/ano e manejada em
pastejo rotacionado. Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na coluna comparam as
profundidades e maiúsculas na linha comparam sistemas de uso e manejo) diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5%, CV: coeficiente de variação.
37
Tabela 4. Densidade dos solos (kg.dm-3) das pastagens para as camadas de solos
amostradas, sob diferentes sistemas de uso e manejo, em Brotas –SP.
1 Transição biomas Mata Atlântica e Cerrado, Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na coluna
comparam as profundidades e maiúsculas na linha comparam sistemas de uso e manejo) diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5%, CV: coeficiente de variação.
Para os solos de Sertãozinho, classificados como Latossolo Roxo, as densidades foram
mais elevadas, nas camadas superficiais, para os pastos com algum nível de degradação e com
o cultivo convencional de milho (Tabela 5), devido ao pisoteio dos animais e ao uso de
máquinas agrícolas no preparo do solo. Nas áreas de mata e para produção de feno as adições
de biomassa vegetal resultaram em menores valores nas camadas superficiais e maiores
valores nas camadas mais profundas.
Tabela 5. Densidade dos solos (kg.dm-3) das pastagens para as camadas de solos amostradas,
sob diferentes sistemas de uso e manejo, em Sertãozinho –SP.
Profundidades Pastagem degradada de
Tanzânia
Milho – convencional
Área feno – B. brizantha
Área de Mata
associada1
Área de pastagem degradada
Densidade (kg.dm-3) 0 – 5 cm 1,26aA 1,24aA 1,07bB 1,01bB 1,35aA 5 – 10 cm 1,14bB 1,37 aA 1,09bB 1,22aA 1,35aA 10 – 20 cm 1,17 bB 1,31 aA 1,16abB 1,21aA 1,29aA 20 – 30 cm 1,06 bB 1,28 aA 1,33aA 1,07bB 1,26aA 30 – 40 cm 1,06 bB 1,35 aA 1,24aA 1,07bB 1,14bAB CV (%) 24,0 16,0 26,0 24,0 22,0 1Reserva Biológica Augusto Ruschi - transição bioma mata atlântica e cerrado, Médias seguidas de letras distintas
(minúsculas na coluna comparam as profundidades e maiúsculas na linha comparam sistemas de uso e manejo) diferem
entre si pelo teste de Tukey a 5%, CV: coeficiente de variação.
Profundidades Pastagem de Brachiaria decumbens
Mata associada1
Densidade (kg.dm-3) 0 – 5 cm 1,42bA 1,34aB 5 – 10 cm 1,65aA 1,41aB 10 – 20 cm 1,70aA 1,47aB 20 – 30 cm 1,72aA 1,52aB 30 – 40 cm 1,67aA 1,58aB CV (%) 12,0 19,3
38
4.2 Teores e Estoques de Carbono em Nova Odessa - SP
Os teores de carbono para os diferentes sistemas de uso e manejo em Nova Odessa são
apresentados na Tabela 6. Maiores teores de carbono foram encontrados na superfície 0-5 cm
da Mata localizada próxima a área de cultivo convencional do milho, para os demais sistemas
os teores foram semelhantes entre si. A partir de 5 cm de profundidade, embora o solo sob a
Mata os valores foram mais altos, não houve diferenças (P > 0,05) com os sistemas de uso e
manejo. O solo cultivado com leguminosa forrageira por vários anos veio a seguir com teores
de carbono na superfície bastante expressivos. Para a área com milho convencional (plantio
anual e deixado com invasoras na época do inverno) os valores foram mais baixos, entretanto
valores inferiores ocorreram no solo nu (descoberto e sem vegetação) e mantido limpo por
meio de enxada rotativa e capinas. Constatou-se maiores teores de C na superfície, com
diminuição nos teores nas camadas sub-superficiais.
Em relação aos estoques de C, a Mata e o cultivo da leguminosa amendoim forrageiro
(Arachis pintoi cv. Belmonte) resultaram em maiores acumulações de C na superfície,
comparado ao solo nu ou ao cultivo do milho convencional. De fato esses dois últimos
sistemas mais perturbados por preparos mecânicos do solo, apresentaram estoques menores de
C no solo, em especial na camada superficial, fato esse também observado por D`ANDREA
et al., (2002a). Nos sistemas convencionais, existem condições que facilitam a decomposição
da matéria orgânica do solo, em decorrência do revolvimento e do aumento da aeração.
D’ANDRÉA et al. (2002b) verificaram redução da estabilidade de agregados em plantio
convencional de longa duração, em decorrência do uso continuado de implementos. Além do
efeito físico dos implementos convencionais no solo, que promovem a exposição do material
orgânico localizado no interior dos agregados e, portanto, protegido do ataque de
microrganismos, existe uma intensificação das condições de aeração, no revolvimento do
solo, aumentando a taxa de decomposição da matéria orgânica (CAMBARDELLA e
ELLIOTT, 1993; BAYER, 1996).
Considerando o estoque total de carbono na matéria orgânica do solo e que 1.0
tonelada de C é equivalente a 3,6 toneladas de CO2 (IPCC, 2007), observaram-se, valores
totais 126,0, 110,1 e 80,3 Mg ha-1 de CO2 emitidos ou não sequestrados pelo solo nu, milho
39
convencional e uso de leguminosa forrageira – amendoim forrageiro, em comparação com a
Mata.
Tabela 6. Teores (g. kg-1) e estoques de carbono (Mg ha-1) nas diferentes camadas de solos
amostradas, sob diferentes sistemas de uso e manejo, em Nova Odessa –SP.
Sistemas de uso e manejo
Profundidades Solo nu Arachis pintoi
Milho – Santa Angélica
convencional
Mata associada ao Milho
Teores de carbono (g. kg-1) 0 – 5 cm
14,0 aB 25,0 aB 15,7 aB 39,5 aA
5 – 10 cm 16,0 aA 15,0 bA 15,7 aA 23,8 bA 10 – 20 cm 13,0 abA 16,0 bA 10,0 bA 18,5 bA 20 – 30 cm 10,0 cA 12,0 cA 9,3 bA 13,5 bA 30 – 40 cm 10,0 cA 10,0 cA 9,3 bA 10,5 bA
CV (%) 13,0 12,0 12,0 14,0 Estoque de Carbono (Mg ha-1) 0 – 10 cm 17,9 a 25,4 a 22,1 a 35,9 a 10 – 20 cm 16,8 a 18,4 b 15,8 b 24,2 b 20 – 30 cm 13,2 b 16,4 b 14,0 b 21,4 b 30 – 40 cm 13,4 b 13,8 c 13,8 b 14,8 c CV (%) 12,4 13,2 11,9 14,2 Estoque total 61,3 c 74,0 b 65,7 c 96,3 a
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5%, sendo que as letras maiúsculas comparam os sistemas de uso na horizontal e as letras minúsculas as profundidades na vertical.
O desmatamento resulta em remoção de carbono de compartimentos estáveis, como
solo e vegetação, resultando eventualmente na liberação de CO2, seja de forma imediata na
combustão pirogênica ou na lenta decomposição da biomassa morta.
40
4.3 Teor de Carbono no solo em Brotas - SP
Os teores de carbono do solo não apresentaram diferenças significativas (P > 0,05)
entre os sistemas de uso pastagem e mata. Verifica-se que esses conteúdos diminuíram com
aumento da profundidade estudada, a partir da camada superficial de 10 cm (Tabela 7). Para
as camadas superficiais de 0-5 cm e 5 – 10 cm, não houve diferenças significativas, porém
tais conteúdos foram superiores em relação às camadas mais profundas, devido ao maior
aporte de resíduos vegetais na superfície do solo.
Tabela 7. Teor de carbono nas diferentes camadas de solos amostradas, sob diferentes
sistemas de uso e manejo, valores expressos em g. kg-1, em Brotas –SP.
Profundidades (cm)
Pastagem de Brachiaria decumbens
Mata associada1
Teor de carbono (g. kg-1) 0 – 5 12,0 aA 9,3 aA 5 – 10 11,2 aA 9,1 aA 10 – 20 9,3 bA 8,4 bA 20 – 30 9,1bcA 7,5 bcA 30-40 8,0 cA 7,2 cA CV (%) 13,0 19,0 1 Transição biomas Mata Atlântica e Cerrado. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo Teste
de Tukey a 5%, sendo que as letras maiúsculas comparam os sistemas de uso nas linhas e as letras minúsculas
nas colunas.
4.4 Estoque de Carbono no solo em Brotas –SP
Na Tabela 8 encontram-se os valores dos estoques de carbono calculados para o
experimento de pastagem e mata nativa. Por essa Tabela observa-se que os maiores estoques
de carbono total (0-40 cm) são referentes às amostras de pastagem, sendo encontrado 61,74
Mg ha-1, enquanto na mata nativa foi observado os valores de 45,77 Mg ha-1. Percebe que os
maiores valores de estoques na pastagem são decorrentes das maiores densidades e maiores
adições de matéria orgânica. A maior quantidade de carbono foi observada na profundidade
(0-10 cm) onde a entrada e acumúlo de material vegetal é maior visto que as gramíneas do
gênero Brachiaria produzem grandes quantidades de biomassa vegetal. Comparando com o
valor encontrado na mata cerca de 45,77 Mg ha-1 o estoque de carbono é menor devido as
41
características desse bioma onde temos menor aporte de biomassa fresca e maior taxa de
mineralização e o solo é classificado como neossolos quartzarênicos que possuem no
máximo 15% de argila, sendo muito poroso e excessivamente drenados (EMBRAPA, 2006).
É considerado solo de baixa aptidão agrícola, mas com boas práticas de manejo essa situação
pode ser revertida, fazendo com que ocorra um aumento de matéria orgânica. O uso de 20
anos de pastagem que incluía práticas de manejo, como calagem e adubação N/P que
possivelmente, promoveu um aumento do sequestro e estoque de carbono e essa prática pode
estar vinculada ao enriquecimento do perfil do solo em nutrientes, tais como cálcio, magnésio
e fósforo, que favorecem o desenvolvimento radicular e a incorporação de carbono. A
Brachiaria tem um sistema radicular muito vigoroso que se espalha por todo o solo.
Considerando que a parte aérea das plantas também cobre o solo e gera quantidade
significativa de resíduos de forma perene, pode-se afirmar que o sistema de pastagem quando
bem manejado, pode resultar em aumento dos estoques de carbono no solo. Comparando o
estoque total da pastagem de B. decumbens com 20 anos de formada com a mata nativa,
estimam-se taxas anuais de sequestro de 0,80 Mg ha-1ano-1. Tais valores situam-se dentro da
faixa descrita na literatura para o cerrado de 0,1 a 2,5 t ha-1ano-1 de C (ROCHA et al., 2002 e
MIRANDA et al., 1997).
Tabela 8. Estoque de carbono (Mg ha-1) nas diferentes camadas de solos amostradas, sob
diferentes sistemas de uso e manejo, em Brotas –SP.
Profundidades (cm)
Pastagem de Brachiaria decumbens
Mata associada1
Estoque de carbono (Mg ha-1) 0 – 10 17,56 aA 12,35 aB 10 – 20 15,30 aA 11,74 aB 20 – 30 15,50 aA 10,62 aB 30-40 13,38 bA 11,06 aB Estoque total (0-40 cm) 61,74 A 45,77 B
1 Transição biomas Mata Atlântica e Cerrado, Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo Teste
de Tukey a 5%, sendo que as letras maiúsculas comparam os sistemas de uso nas linhas e as letras minúsculas
nas colunas.
4.5 Teor de carbono no solo em Sertãozinho- SP
Os teores de carbono do solo diminuíram com aumento da profundidade amostrada
para as áreas sob vegetação nativa, pastagens, milho convencional e área de feno (Tabela 9).
42
Observa-se que nas camadas superficiais os valores são maiores, pois há uma tendência de
acúmulo de material vegetal. O sistema com milho convencional conserva durante o período
da entressafra a vegetação espontânea, que é incorporada ao solo na época de seu preparo. E
no caso da área de feno, embora a maior parte do material vegetal seja removida, as sobras
são depositadas sobre o mesmo.
Comparando os diferentes sistemas não houve diferença significativa (P < 0,05) em
todas as camadas amostradas, com exceção da camada superficial (0-5 cm) que apresentou
maiores teores de carbono. Reicosky et al., (1995) ressalta que o acumulo de resíduos
culturais sobre o solo e de MO nas camadas superficiais resultam em efeitos importantes em
relação a ciclagem de nutrientes, agregação, atividade microbiana, movimento e
armazenamento de água e troca de gases com a atmosfera.
Tabela 9. Teor de carbono (g. kg-1) nas diferentes camadas de solos amostradas, sob
diferentes sistemas de uso e manejo, em Sertãozinho –SP.
Profundidades (cm)
Pastagem degradada de
Tanzania
Milho – convencional
Área feno – B.
brizantha
Área de pastagem degradada
Área de Mata
associada1 Teor de carbono (g. kg-1)
0 – 5 25,0aB 22,1 aB 28,5 aB 22,8 aB 42,4 aA 5 – 10 19,2 bA 23,3 aA 20,3 bA 22,7 aA 23,8 bA 10 – 20 15,5 bcA 19,2 abA 15,1 cA 18,8 bA 23,8 bA 20 – 30 12,2 cA 17,0 bA 14,0 cdA 16,3 cA 24,9 bA 30 – 40 12,4 cA 9,8 cA 11,1 dA 9,0 dA 18,3 cA 1Reserva Biológica Augusto Ruschi - transição biomas mata atlântica e cerrado. Médias seguidas pela mesma
letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5%, sendo que as letras maiúsculas comparam os sistemas de
uso na horizontal e as letras minúsculas as profundidades na vertical.
4.6 Estoque de carbono em solos de Sertãozinho - SP
Observa-se uma tendência decrescente do estoque de carbono em função da
profundidade devido à entrada da matéria orgânica na superfície do solo em todos os sistemas
estudados (Tabela 10). Observa-se que os maiores valores de estoque de Carbono foram
encontrados na área de mata nativa, 103,13 Mg ha-1. Nos sistemas conservacionistas, ou seja,
quando é mantido ao solo sua cobertura vegetal, sem queimada ou revolvimento evitando a
oxidação da MO, os microrganismos do solo decompõem os resíduos orgânicos existindo um
equilíbrio, já que decomposição é compensada pela caída de folhas, galhos etc. Com relação
43
ao sistema de milho convencional os valores de estoque encontrado são referentes ao histórico
da área, que antigamente era uma pastagem degradada e que foi preparada para o plantio de
milho com aração e gradagem então todo o material vegetal foi incorporado ao solo,
resultando estoques de 90,30 Mg ha-1. Com relação às pastagens estudadas percebe-se um
menor estoque de Carbono (EC) nas áreas de pastagens degradadas, Tanzânia e feno B.
brizantha pois retornou pouco material vegetal ao solo levando há menores valores de
estoque. As gramíneas são importantes no aumento do estoque e sequestro de carbono
principalmente nas áreas tropicais, onde essas espécies são mais fibrosas e resistentes a
degradação (VAN SOEST, 1982).
Tabela 10. Estoque de carbono (Mg ha-1) nas diferentes camadas de solos amostradas, sob
diferentes sistemas de uso e manejo, em Sertãozinho – SP.
Profundida-des
(cm)
Pastagem degradada
de Tanzânia
Milho - convencional
Área feno – B. brizantha
Área de pastagem degradada
Área de Mata
associada1 Estoque de carbono (Mg ha-1)
0 – 10 29,80 aB 30,36 cB 30,09 aB 31,02 aB 36,13 aA 10 – 20 20,34 bA 24,54 bA 18,72 bA 24,50 bA 28,72 bA 20 – 30 15,78 cBC 23,02 bAB 17,24 bC 20,86 cAB 26,69 bA 30 - 40 15,70 cA 12,38 cB 13,66 aB 20,32 cA 11,64cB Estoque total (0-40)
81,62 c 90,30 b 79,71 c 96,7 b 103,13 a CV (%) 12,4 13,4 14,5 16,3 11,2 1Reserva Biológica Augusto Ruschi - transição bioma mata atlântica e cerrado. CV= coeficiente de
variação. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5%, sendo que as
letras maiúsculas comparam os sistemas de uso nas linhas e as letras minúsculas nas colunas.
Para o estoque total de carbono do solo estimaram-se valores de 77.43, 46.19, 84.31 e
23.15 Mg ha-1 de CO2 emitidos ou não seqüestrados pela pastagem degradada de capim-
tanzânia, milho – plantio convencional, área de feno de capim-brizantha e área com inicio de
degradação, respectivamente, quando comparado aos valores da mata da Reserva Biológica
Augusto Ruschi – transição bioma mata atlântica e cerrado (tomada como valor de referência
e/ou com maior valor de estoque). As perdas (%) de carbono estocado no solo para a
atmosfera para os diferentes sistemas de uso em substituição a mata, até 40 cm de
profundidade, foram de 22,73 %, 20,86% 12,45 % e 6,23 % para área de fenação, pastagem
degradada de capim-tanzânia, milho – plantio convencional e pastagem em inicio de
44
degradação, respectivamente. Tais valores concordam com os obtidos por Houghton (2005a)
que encontraram valores de perdas do estoque de carbono, entre 12 a 25 % em áreas
degradadas e pastos e substituição as florestas.
Uma plantação, independente do cultivo agrícola e do reducionismo da diversidade,
não deixa de ser um sistema biológico complexo, também detentor de redes de fluxos de
matéria e energia. Porém, rompem a idéia de ciclo e podem mascarar a realidade se
contabilizadas no balanço do carbono local, uma vez que o carbono sequestrado é incorporado
às cadeias produtivas humanas, nas quais eventualmente é quebrado em CO2, seja pela
combustão automotiva, seja na combustão celular. Contudo, a biomassa refugada após a
colheita pode permanecer no solo ou ser utilizadas de outra forma, sugerindo formas de
manejo como possíveis contribuintes para amenizar os trade-offs entre agropecuária e clima,
apesar de não eliminá-los. Assim, conclui-se que tanto a capacidade de estoque, quanto de
sequestro fica comprometida pela permuta da vegetação original por sistemas agropastoris
(LINDOSO, 2009).
A capacidade de estoque como um serviço ambiental climático só ganha substância ao
levarmos em conta uma escala temporal, uma vez que se refere a capacidade da floresta em
manter o C imobilizado na forma de biomassa, impedindo a sua liberação para a atmosfera e
consequente contribuição para o aquecimento global. Os ciclos de sucessão ecológica são
longos na Amazônia, enquanto no cerrado são mais curtos devido a periodicidade do fogo,
tendo, portanto, implicações distintas para a manutenção temporal dos estoques de carbono
(LINDOSO, 2009).
Alternativas produtivas podem tornar-se interessantes ao incorporarmos os custos
ambientais ao modelo tradicional de agricultura, sendo factíveis na proposta de novos
modelos de desenvolvimento para Amazônia distinto do mais do mesmo que atualmente
avança sobre a floresta. Um caminho possível de ser trilhado são os sistemas agroflorestais
(SAF), cuja exploração gera renda e emprego, além de manter 96% da biomassa
originalmente encontrada em florestas primárias e 62% mais biomassa que florestas em
regeneração (Santos, 2004).
45
4.7 - Variação do estoque (EstC) de Carbono nas ecorregiões de Nova Odessa,
Brotas e Sertãozinho.
Para as camadas de 0 a 40 cm de profundidade, foi feita uma estimativa do incremento
ou redução do EstC por centímetro de profundidade (∆ EstC) nas ecorregiões: Nova Odessa,
Brotas e Sertãozinho (Figura 15).
-4-3,5
-3-2,5
-2-1,5
-1-0,5
00,5
11,5
22,5
33,5
44,5
55,5
1
Solo nuArachisMilho/convencional - Nova OdessaPasto degradado - TanzâniaMilho/convencional - SertãozinhoFenaçãoPasto degradadoPasto B. decumbens - BrotasPasto antigoB. marandu 25/30B. marandu 25/200B. marandu 35/50B. marandu 35/200
∆Est
oque
C (M
g/cm
)
Figura 15. Variação dos estoques de carbono (∆ Estoque C), soma das profundidades
de 0- 10 cm, 10-20 cm, 20-30 cm e 30-40 cm em relação a mata adjacente,
para os diferentes sistemas de manejo: solo nu, arachis, milho convencional
– Nova Odessa, Pasto degradado-Tanzânia- Sertãozinho, milho
convencional- Sertãozinho, Fenação, Pasto degradado, Pasto B.
decumbens-Brotas, Pasto antigo, B.marandu 25/50, B.marandu 25/200,
B.marandu 35/50, B.marandu 35/200.
Nos dois sistemas de milho convencional, em Nova Odessa e Sertãozinho os valores
são negativos, pois existem condições que facilitam a decomposição da matéria orgânica, em
decorrência do revolvimento e do aumento de aeração do solo, principalmente na camada
superficial.
46
No solo nu, os valores negativos são decorrentes do manejo ineficiente (solo
descoberto e sem vegetação) onde a área é mantida limpa por meio de enxada rotativa e
capinas, esse manejo intensifica as condições de aeração, no revolvimento do solo,
aumentando a taxa de decomposição e reduzindo o estoque de C. Além do efeito físico dos
implementos convencionais no solo, que promovem a exposição do material orgânico
localizado no interior dos agregados e, portanto, protegido do ataque de microrganismos,
existe uma intensificação das condições de aeração, no revolvimento do solo, aumentando a
taxa de decomposição da matéria orgânica (CAMBARDELLA e ELLIOTT, 1993; BAYER,
1996).
Com relação ao Arachis pintoi, houve uma menor perda em comparação com a mata
nativa, indicando estabilização ou perdas menores de C orgânico do solo em relação ao
preparo convencional do solo.
Nas pastagens, os valores positivos de ∆ EstC em todas as profundidades indicam
possibilidade de acúmulo de C em relação a mata adjacente o que é favorecido pelo sistema
radicular e biomassa da parte aérea da Brachiaria sp., depositada na superfície do solo, que
além de abundante e volumoso, apresentam contínua renovação (REID e GOSS, 1980). Esse
fato foi observado principalmente na camada superficial.
4.8 Pastagem de capim-Marandu antiga versus capim-Marandu submetido a
estratégias de pastejo rotativo e adubação nitrogenada
4.8.1 Teores de carbono
Os teores de carbono diminuiram com a profundidade nas camadas amostradas, com
exceção ao pasto antigo que só apresentou diferença significativa na profundidade de 30 a 40
cm, Tabela 11. Segundo Bernoux et al., (1998) esse comportamento de semelhança para as
diferentes profundidades é característico dos latossolos.
O manejo adotado foi roçar o material remanescente acumulado por três anos, e deixar
os resíduos vegetais sobre a pastagem remanescente de braquiária Marandu. Tal manejo foi
importante no aporte de carbono superficial na área, que resultou em significativos (P<0,05)
incrementos na camada de 0 – 5 cm. A recuperação e o manejo, incluindo a adubação
nitrogenada evidenciaram aumentos nos teores de carbono no sistema na camada superficial,
dados esses concordantes como os de Cerri (2003); Silva et al. (2004).
47
Tabela 11. Teor de carbono (g. kg-1) nas diferentes camadas de solos amostradas, em
pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu, pasto antigo e pasto melhorado
(pastejo rotacionado, altura do pasto de entrada dos animais: 25 ou 35 cm,
adubadas com 50 e 200 kg de N ha-1).
Tipos de Pastagem Teores de Carbono (g. kg-1)
Profundidades de solos amostrados (cm) 0 – 5 5 -10 10 – 20 20 - 30 30 -40 Mata – vizinha ao pasto de Marandu1 29,0 aB 19,1 bA 17,0 bA 11,3 bA 9,6 bA Pasto antigo 17,0 aC 15,5 aA 15,3 aA 10,1 bA 8,9 bA Pasto melhorado2 – 25/50 32,4 aAB 18,7 bA 15,3 bA 11,7 dA 10,1 dA Pasto melhorado – 35/50 41,6 aA 20,5 aA 18,5 aA 15,8 bA 13,9 bA Pasto melhorado – 25/200 47,9 aA 22,6 bA 16,8 cA 13,4 dA 12,1 dA Pasto melhorado – 35/200 47,2 aA 22,8 bA 17,4 cA 16,0 cA 12,5 dA 1 Mata – vizinha ao pasto de Marandu, sob alterações antrópicas, 2Com dois anos de manejo e adubação. * Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na linha e pelas mesmas letras maiúsculas na coluna
não diferem entre si pelo teste de Tukey à 5%.
4.8.2 Estoques de carbono
Os estoques de carbono variaram significativamente em função das estratégias de
manejo adotadas para as pastagens de B. brizantha cv. Marandu (Tabela 12). Os estoques de
carbono variaram significativamente (P>0,05) com a profundidade. Houve maior acúmulo de
carbono na camada superficial (0 a 10 cm) nas pastagens manejadas (35/50, 25/200 e 35/200),
a seguir vieram a mata nativa e pasto melhorado (25/50) e finalmente o pasto antigo. Houve
uma redução significativa dos estoques para as camadas mais profundas. Esse fato é atribuído
à adição de biomassa vegetal, tanto a existente nas pastagens antiga que foram roçadas e
deixadas sobre as unidades, e a adicionada e remanescente do pasto após o manejo de
adubação. Ações antrópicas na mata nativa (bioma Mata Atlântica), tal como queimadas
acidentais explicam os estoques totais relativamente baixos de carbono.
Somando as acumulações de 0 até 10 cm, observa-se que elas representam 30,35% e
36,33 % do estoque total de carbono para o pasto antigo e para o pasto melhorado com
manejo 25/50, respectivamente. Enquanto que para os demais (Pasto melhorado com manejos
48
de 35/50, 25/200 e 35/200) essa acumulação superficial situou-se em torno de 41,38 % do
total estocado de carbono. Comparando na camada superficial as acumulações de carbono no
pasto antigo em 2009, de 25,8 Mg.ha-1, com as estimadas a partir de resultados de análises de
solo descritas por Lourenço et al., (1998) de 10,35 Mg.ha-1 estima-se que em 12 anos foram
acumuladas a mais 2,55 Mg.ha-1 nessa área experimental, ou seja 1,29 t ha-1 ano-1 de C.
Algumas estimativas da literatura para o cerrado apontam taxas anuais de sequestro 0,1 - 0,3 t
ha-1 ano-1 de C (ROCHA et al., 2002). Outras sugerem um sequestro de 2,5 t ha-1 ano-1 de C
(MIRANDA et al., 1997). Estes valores variam diante da diversidade de ecossistemas
característicos de cada bioma.
Tabela 12. Estoque de carbono (Mg. ha-1) nas diferentes camadas de solos amostradas, em
pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu, pasto antigo e pasto melhorado
(pastejo rotacionado, altura do pasto de entrada dos animais: 25 ou 35 cm,
adubadas com 50 e 200 kg de N ha-1).
Tipos de Pastagem Estoque de Carbono (Mg. ha-1)
Profundidades de solos amostrados (cm)
0 - 10 10- 20 20 - 30 30 - 40 Estoque total (0- 40 cm)
Mata – vizinha ao pasto de Marandu1 28,4 aB 21,2 bA 14,4 cA 9,8 cA 73,8 C Pasto antigo 25,8 aB 23,8 aA 19,0 bA 16,4 bA 85,0 C Pasto melhorado – 25/50 29,1 aB 19,8 bA 16,0 bA 15,2 bA 80,1 C Pasto melhorado – 35/50 41,5 aA 24,4 bA 18,8 bA 16,0 bA 100,7 B Pasto melhorado – 25/200 36,9 aA 17,8 bA 18,0 bA 16,0 bA 88,7 C Pasto melhorado – 35/200 49,3 aA 25,4 bA 24,0 bA 20,6 bA 119,3 A 1 Mata – vizinha ao pasto de Marandu, sob alterações antrópicas. * Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey à 5%.
Ressalta-se que o manejo do pasto à altura de 35 cm, incrementou os estoques de
carbono total em 18,47 % e 40,35 %, com aplicação de 50 kg ha-1 e 200 kg ha-1 de N,
respectivamente. Verificou-se que alturas de pastejo mais elevada de 35 cm, correspondente a
um maior período de crescimento do vegetal, resultaram em maiores acumulações de material
vegetal morto no solo quando comparado com a altura de 25 cm (GIMENES et al., 2010). A
adubação nitrogenada por outro lado teve um efeito médio menor, incrementando em 6,3 %
e 29,4 % os estoques de carbono, para as alturas de 25 cm e 35 cm, respectivamente.
49
Resssalta-se que no manejo inicial o material morto existente, principalmente na base do
dossel forrageiro, foi deixado sobre a superfície, após a roçada de uniformização,
posteriormente foi aplicada a adubação nitrogenada. Portanto parte do nitrogênio aplicado
possivelmente foi usada para mineralização do material vegetal roçado e outra parte para
crescimento vegetal, que explica a resposta limitada ao nitrogênio.
Sarmento (2007), em trabalho com capim-marandu submetido à lotação rotativa no
período de outono a início da primavera, constatou que a proporção de material morto variou
de 10,9% nos pastos manejados a 95%IL (equivalente à altura de entrada 25 cm neste
experimento) a 12,3% nos pastos manejados a 100% IL (equivalente à altura de entrada de 35
cm). Comparando os estoques do pasto melhorado, no melhor manejo para estoque de
carbono (35 cm) verificaram-se estoques de carbono de 36-61% mais carbono que na mata
nativa para as adubações com 50 e 200 kg N ha-1. Tais estoques foram similares aos
encontrados por Corazza et al (1999), que trabalharam com um solo latossolo de cerrado e
obtiveram para a profundidade de até 40 cm, valores de 74,0 e 97,0 t C ha-1, respectivamente.
4.8.3 Caracterização química do solo Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico
típico sob cultivo de pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu em Nova Odessa-SP
Na Tabela 13 são apresentados os valores de pH em solução de CaCl2, onde observa-
se que somente o solo original (pasto antigo) que não recebeu aplicação de calagem
apresentou menores valores de pH em relação às pastagens com aplicação de calcário e
adubadas com N-P-K. Houve uma tendência de aumento do pH na superfície em função da
aplicação superficial da calagem. Na superfície do solo, as características tamponantes da
matéria orgânica do solo, e/ou o aumento da força iônica da solução do solo em virtude do
incremento dos conteúdos de Ca2+, Mg2+ e K+ resultaram em valores de pH mais elevados.
Resultados semelhantes foram encontrados por Muzilli (1983) e Franchini et al., (1999).
Somente na área manejada a 35/50 ou 35/200 houve reduções nos valores de pH com as
profundidades, mostrando uma ação mais superficial da correção da acidez do solo.
50
Tabela 13. Valores de pH em CaCl2, H + Al, saturação por Al, matéria orgânica, CTC
potencial (T) do solo Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico distrófico
cultivado com B. brizantha Marandu, submetidos a estratégia de pastejo rotativo
(alturas 25 e 35 cm) e adubação nitrogenada (50 e 200 kg N ha-1).
Prof. Cm
Manejo adotado (altura/nitrogênio)
25/50 35/50 25/200 35/200
Solo original
sem calagem e
sem adubação
CV (%)
pH (CaCl2) 0 – 5 4,6 aA 4,7 aA 4,8 aA 5,1 aA 4,1 aB 5,78 5 -10 4,5aA 4,5bA 4,9 aA 4,9 aA 3,9 aB 6,89 10 -20 4,5 aA 4,2 bA 4,8 aA 4,7 aA 3,9 aB 6,00 20-30 4,5 aA 4,3 bA 4,7 aA 4,4 bA 4,0 aB 5,35 30 – 40 4,4 aA 4,0 bA 4,6 aA 4,5 bA 3,9 aB 4,45 H+ + Al3+ (mmol dm-3) 0 – 5 45,2 cB 47,0 cB 38,0 bB 38,0 cB 98,0 aA 21,78 5 -10 49,7 bcB 58,0 bB 34,0 bB 58,0 aB 88,0 bA 20,41 10 -20 68,0 aA 62,0 aAB 52,0 aB 47,0 bB 88,0 bA 14,40 20-30 72,0 aA 58,0 aA 34,0 cB 58,0 baA 80,0 cA 13,78 30 – 40 52,0 bA 58,0 bA 47,0 aA 47,0 bA 72,0 dA 13,98 m (saturação por Al, %) 0 – 5 3,2 cB 5,9 cB 10,1 cB 6,4 bB 69,0 aA 21,51 5 -10 46,2 bB 44,0 bB 30,8 bB 40,5 aB 75,2 aA 19,42 10 -20 66,4 aA 72,3 aA 45,5 bB 57,3 aB 76,6 aA 21,45 20-30 72,9 aA 80,6 aA 47,5 bB 62,3 aA 79,3 aA 13,43 30 – 40 79,1 aA 85,4 aA 66,2 aA 58,8 aA 79,3 aA 12,52 MO ( g dm-3) 0 – 5 59,5 aB 62,3 aB 83,0 aA 81,0 aA 28,5 aC 13,45 5 -10 35,3 bA 36,0 bA 38,0 bA 40,0 bA 17,9 bB 13,98 10 -20 30,5 bA 31,0 bA 29,0 cA 30,0 cA 15,7 bB 21,52 20-30 25,8 cA 27,0 cA 22,0 dB 28,0 cA 11,8 cC 19,45 30 – 40 23,0 cA 24,0 cA 22,0 dA 22,0 dA 10,8 cB 19,21 T ( mmol dm-3) 0 – 5 75,4aAB 78,7 aB 73,6 aB 67,2 aB 103,1 aA 20,87 5 -10 70,7 aAB 79,6 aAB 63,2 aB 78,6 baA 91,7 aA 25,64 10 -20 77,1 aAB 68,1abAB 70 aAB 58,2 abB 91,0 aA 18,94 20-30 78,7 aA 62,1 bAB 49,5 bC 68,9 baA 82,8 aA 17,23 30 – 40 56,5 bB 60,9 bB 56,2 bB 58,9 bB 74,8 aA 17,47 Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo de teste de Tukey a 5 %, as letras maiúsculas comparam os valores nas linhas e as letras minúsculas comparam os valores nas colunas.
Os valores de acidez potencial (H+ + Al3+) e Al foram maiores no pasto antigo (solo
original). Com a correção da acidez e da fertilidade do solo, os valores de H+ + Al3+ foram
reduzidos a valores significativamente inferiores para todas as estratégias de manejo. Esse
51
fato é possivelmente atribuído à maior concentração de bases, na camada superficial.
Carvalho (2006), trabalhando com um solo semelhante, Latossolo Vermelho Amarelo típico,
encontrou valores similares de H+ + Al3+ na camada de 0 a 30 cm. O índice de saturação por
Al foi muito alto no pasto antigo (sem manejo) e mostrou valores toleráveis para o cultivo de
Brachiaria Marandu, nas camadas superficiais, com adoção do manejo estratégico de
correção e adubação. Fica evidente a ação superficial da calagem na neutralização do
alumínio, cujos valores nas camadas mais profundas foram mais elevados.
Houve maior acumulação superficial de matéria orgânica, como era esperado (Tabela
13). Nota-se a maior acumulação de matéria orgânica superficial, com a aplicação de
nitrogênio (50 vs 200 kg N ha-1). Em ausência de adoção de estratégias de manejo as
acumulações de matéria orgânica foram menores (solo original). As camadas mais profundas
apresentaram, em todos os sistemas de uso da terra teores menores de matéria orgânica total
(MOT = C x 1,724). Novamente o pasto antigo sem manejo apresentou menores valores de
MOT em todas as profundidades estudadas.
A capacidade de troca de cátions a pH 7 (T ou CTC) teve pequenas variações com as
profundidades do solo, com menores valores nas camadas mais profundas. O aumento de T
na camada superficial pode ser atribuído ao aumento de MOT. No solo original (sem manejo)
os valores de T foram maiores.
Na Tabela 14 são mostrados os resultados de fósforo, potássio, cálcio, magnésio e os
valores de índice de saturação por bases (%) do solo das pastagens com diferentes sistemas de
uso e manejo e o solo original (pasto antigo). Verificou-se que os teores de fósforo são
considerados médios somente na camada superficial que recebeu adubação fosfatada em
cobertura no inicio do trabalho experimental. A partir dessa camada os teores de P disponível
foram inferiores (P < 0,05), considerados baixos e semelhantes para todas as profundidades
estudadas. No solo original (pasto antigo), os teores de P foram muito baixos (P < 0,05) e não
variaram significativamente com a profundidade. Teores mais elevados de P na camada
superficial é muito comum, principalmente na ausência de revolvimento do solo e do material
vegetal, devido a aplicação de P em cobertura, por ser um elemento pouco móvel.
Os maiores teores de K+ (P <0,05), de Ca2+ e de Mg2+ foram sempre encontrados nas
camadas superficiais com valores de médio a alto, são decorrentes da calagem e da aplicação
de adubação potássica e fosfatada no início do experimento. Esses teores são considerados
52
medianos em relação aos requerimentos nutricionais do capim-Marandu (WERNER et al.,
1997).
Tabela 14. Teores de fósforo, potássio, cálcio, magnésio e saturação por bases (V %) do
solo Latossolo Vermelho Amarelo distrófico cultivado com B. brizantha
Marandu, submetidos a estratégia de pastejo rotativo (alturas 25 e 35 cm) e
adubação nitrogenada (50 e 200 kg N ha-1).
Prof. cm
Manejo adotado
25/50 35/50 25/200 35/200
Solo original sem calagem e sem adubação
CV (%)
P disponível ( mg. dm-3) 0 – 5 15,0 aA 14,0 aA 16,0 aA 13,0aB 3,1 aC 33,45 5 -10 6,0 bA 5,0 bA 5,0 bA 5,0 bA 3,9 aB 24,56 10 -20 4,0 bA 3,0 bA 4,0 bA 4,0 bA 2,5 aA 41,64 20-30 3,0 bA 3,0 bA 3,0 bA 3,0 bA 2,1 aA 23,45 30 – 40 4,0 bA 5,0 bA 4,0 bA 5,0bA 2,1 aB 25,97 K (mmol dm-3) 0 – 5 2,9 aAB 3,7 aA 3,6 aA 3,2 baA 2,1 aB 45,21 5 -10 2,0 aB 1,6 bB 4,2 aA 1,6 bB 1,8 aB 37,89 10 -20 1,1 bB 1,5 bB 3,0 aA 1,2 bB 1,1 abB 32,40 20-30 0,7 bB 1,1 bB 2,5 bA 0,9 bA 0,9 bB 47,63 30 – 40 0,6bB 0,9bB 2,2bA 0,9bA 0,9 bB 39,73 Ca2+ (mmol dm-3) 0 – 5 18,3 aA 16,0 aA 18,0 aA 14,0 aA 2,0 aB 32,63 5 -10 11,0 bA 14,0 aA 15,0 aA 11,0 aA 1,0 aB 42,34 10 -20 4,0 bAB 2,0 bB 8,0 abA 5,0 bAB 1,0 aB 36,40 20-30 4,0 bAB 1,0 bB 8,0 abA 6,0 abA 1,0 aB 49,61 30 – 40 3,0 bA 1,0 bB 5,0 bAB 7,0 abA 1,0 aB 28,32 Mg 2+ (mmol dm-3) 0 – 5 9,0 aA 12,0 aA 14,0 aA 12,0 aA 1,0 aB 42,30 5 -10 8,0 aA 6,0 aA 10,0 aA 8,0 bA 0,9 aB 40,97 10 -20 4,0 bAB 3,0 bAB 7,0 abA 5,0 bAB 0,9 aB 41,92 20-30 2,0 bA 2,0 bA 5,0 bA 4,0 bA 0,9 aA 42,30 30 – 40 0,9 bA 1,0 bA 2,0 bA 4,0 bA 0,9 aA 43,62 V % 0 – 5 40,1 aA 40,3 aA 48,4 aA 43,5 aA 4,9 aB 27,54 5 -10 29,7 aB 27,1 bB 46,2 aA 26,2 abB 4,0 aC 28,48 10 -20 11,8
bAB 8,3 cB 25,7 bA 19,2 bAB 3,3 aB 33,59
20-30 8,5 bB 5,4 cB 31,3 bA 15,8 bAB 3,4 aB 32,97 30 – 40 8,0 bB 4,8 cB 16,4 bAB 20,2 bA 3,7 aB 45,21 Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo de teste de Tukey a 5 %, as letras maiúsculas comparam os valores nas linhas e as letras minúsculas comparam os valores nas colunas.
53
Os valores dos índices de saturação por base dos solos são maiores nas camadas
superficiais, pois essas áreas receberam o calcário (cálcio e magnésio) em cobertura, sem
incorporação e as adubações potássica e fosfatada. Os índices de saturação por bases na
superfície (5 cm) ficaram muito próximos do proposto de 50 % , com valores médios de
43 %, devido à baixa mobilidade no solo do cálcio e do magnésio.
A contribuição percentual de K, Ca e Mg no valor da CTC do solo são apresentadas na
Tabela 15. Ela reflete o equilíbrio nutricional para uma adequada nutrição da planta. Graham
(1959) recomenda a participação de 2 a 5% para o K, de 65 a 85% para o Ca e de 6 a 12%
para o Mg.
Para o potássio a partir da camada de 10 cm, a relação K/CTC apresentou valores
inferiores aos recomendados como ideal, com exceção ao tratamento 25/200 que se situaram
dentro da faixa recomendada.
A relação Ca/CTC apresentou valores bem abaixo do recomendado como faixa ideal,
embora na camada superficial, devido à aplicação de calcário e possivelmente da adubação
fosfatada os valores encontrados foram mais altos. Esse solo apresenta uma acidez potencial
bastante elevada como mostram os dados da Tabela 15. Já para a relação Mg/CTC, até a
profundidade de 20 cm, indica que o Mg teve uma contribuição percentual dentro da faixa
ideal recomendada por Graham (1959).
O solo original (sem calagem e/ou adubação – pasto antigo) mostrou relações
cátions/CTC abaixo da faixa ideal, podendo ser considerado em desequilíbrio nutricional.
Esses resultados apontam que houve limitações parciais de nutrientes para o adequado
crescimento e nutrição da pastagem, embora as exigências nutricionais do capim-Marandu
sejam menores quando comparadas com outras plantas forrageiras, tais como as do gênero
Panicum.
4.8.4 Correlações entre o estoque de carbono e a fertilidade do solo (Latossolo
Vemelho-Amarelo típico)
A correlação entre o estoque de carbono (EC) no solo e teores de C no solo foi
significativa (P<0,01) em todos os sistemas de manejo das pastagens. Já para os teores de P
disponível no solo foi significativa (P < 0,05) nos pastos de capim-Marandu com adoção de
54
manejo. Isto pode ser explicado tanto pelo aporte de P ao solo originário da matéria orgânica
como pela adição de P vindo de fertilizante fosfatado, capaz de dinamizar o ciclo do fósforo
no sistema. Apesar de não ter sido significativo, mesmo no pasto antigo (solo sem correção de
acidez e sem fertilização) houve uma correlação positiva entre o EC e os teores de fósforo
(Tabela16).
Tabela 15. Porcentagem de contribuição de potássio, cálcio e magnésio na capacidade de
troca de cátions (CTC) do solo Latossolo Vermelho Amarelo distrófico cultivado com B.
brizantha Marandu, submetidos a estratégia de pastejo rotativo (alturas 25 e 35 cm) e
adubação nitrogenada (50 e 200 kg N ha-1).
Prof. Cm
Manejo adotado
25/50 35/50 25/200 35/200
Pasto antigo sem calagem e sem adubação
% de K na CTC 0 – 5 3,8 4,7 4,9 4,8 2,0 5 -10 2,8 2,0 6,6 2,0 2,0 10 -20 1,4 2,2 4,3 2,1 1,2 20-30 0,9 1,8 5,1 1,3 1,1 30 – 40 1,1 1,5 3,9 1,5 1,2 % de Ca na CTC 0 – 5 24,3 20,3 24,5 20,8 1,9 5 -10 15,6 17,6 23,7 14,0 1,1 10 -20 5,2 2,9 11,4 8,6 1,1 20-30 5,1 1,6 16,2 8,7 1,2 30 – 40 5,3 1,6 8,9 11,9 1,3 % de Mg na CTC 0 – 5 11,9 15,2 19,0 17,9 1,0 5 -10 11,3 7,5 15,8 10,2 1,0 10 -20 5,2 4,4 10,0 8,6 1,0 20-30 2,5 3,2 10,1 5,8 1,1 30 – 40 1,6 1,6 3,6 6,8 1,2
Foi positiva a correlação entre EC e o Ca trocável, principalmente devido à correção
dos fatores de acidez com uso de calcário dolomítico, para o manejo de 25/50 e 35/200 sendo
que as correlações significativas apresentaram valores de 0,94 (P < 0,01) e 0,81 (P < 0,05),
respectivamente (Tabela 16). Para o Mg as correlações entre EC e Mg trocável foram
significativas e positivas para o pasto melhorado. Para o pasto antigo foram apenas positivas.
Já para os valores de pH, embora a correlação encontrada tenha sido positiva, ela somente foi
significativa para o tratamento 25/50.
55
Os coeficientes de correlação entre EC e K trocável foram considerados altamente
positivos e significativos (P < 0,01) para todos os tratamentos do pasto melhorado.
A correlação entre EC e acidez potencial (H + Al) foi negativa e significativa (P <
0,01) para o tratamento 35/50. Possivelmente a reação do calcário e do deslocamento do Al3+
dos sítios de troca e conseqüente ocupação pelas bases Ca2+, Mg2+ e K+ (SÁ, 2001). No pasto
antigo, a forte correlação entre EC e H + Al pode ser atribuída a decomposição da matéria
orgânica acidificando o solo. Essa condição pode estar associada às baixas concentrações de
Ca2+ e de Mg2+ com a redução da atividade microbiana e da decomposição e a mineralização
da matéria orgânica do solo (ZECH et al., 1997), ou ser decorrente da maior absorção das
bases do solo e consequente predomínio de elementos de reação ácida no complexo de troca.
Verificou-se que a forte correlação inversa entre EC e saturação por Al (m), que evidencia a
importância do alumínio como componente de acidez nesse solo, cujos efeitos foram
neutralizados na camada superficial com aplicação de calcário.
Somente no pasto antigo a correlação entre EC e CTC foi significativa e positiva, o
que evidencia o importante papel que a matéria orgânica desempenha na CTC do solo em
estudo. Para os demais tratamentos houve correlação positiva, porém não significativa.
Em relação à saturação por bases (V), a correlação entre EC e V foi positiva e
altamente significativa. Somente no tratamento 35/200, o coeficiente de correlação foi não
significativo embora positivo.
O teor de carbono orgânico no solo foi a variável, que obviamente melhor se
correlacionou com o estoque de carbono (EC), em todos os sistemas avaliados (Tabela 16).
56
Tabela 16. Coeficiente de correlação de Pearson entre os estoques de carbono (EC) e de
macronutrientes (P, K, Ca e Mg) e entre EC e a acidez do solo (pH em CaCl2
e H + Al) e entre EC e a CTC potencial, saturação por Al (m%) e saturação
por bases (V%) para o Latossolo Vermelho Amarelo distrófico cultivado
com B. brizantha Marandu, submetidos a estratégia de pastejo rotativo
(alturas 25 e 35 cm) e adubação nitrogenada (50 e 200 kg N ha-1).
Parâmetros Manejo adotado
25/50 35/50 25/200 35/200
Pasto antigo sem calagem e sem adubação
EC x C 0,96** 0,95** 0,94** 0,95** 0,87** EC x P 0,98** 0,94** 0,99** 0,97** 0,74ns EC x Ca 0,94** 0,68ns 0,79ns 0,81* 0,56ns EC x Mg 0,82* 0,92** 0,82* 0,81* 0,56ns EC x K 0,93** 0,98** 0,90** 0,97** 0,63ns EC x pH 0,87* 0,77ns 0,27ns 0,79ns 0,36ns EC x H + Al -0.59ns -0,90** -0,26ns -0,45ns 0,97** EC x CTC 0,53ns 0,59ns 0,64ns 0,11ns 0,96** EC x m -0,98** -0,88** -0,84* -0,95** -0,83ns EC x V 0.80* 0,91** 0,62ns 0,95** 0,90** ns, *, ** referem-se ao nível de significância para o teste t ao nível de P<0,1, P<0,05 e P< 0,01, respectivamente.
4.9-Sistemas Integração Lavoura-Pecuária
4.9.1-Massa seca de forragem e características bromatológicas
A massa de forragem das pastagens variou com a interação entre o modo de aplicação
de calcário e a as forrageiras estudadas Tabela 17. Para o capim-marandu, a aplicação de
calagem superficial + subsuperficial + escarificação solo resultou em maiores acumulações de
biomassa, embora não tenha havido diferença significativa entre os outros tratamentos
enquanto que para a ruziziensis e capim piatã a aplicação do calcário superficial +
escarificação foram registrados maiores acumulações de massa de forragem. A comparação
entre as forrageiras evidenciou que somente mediante a aplicação superficial de calcário o
capim-marandu apresentou valores maiores que as demais forrageiras. Não houve diferenças
de acumulação de massa de forragem entre as forrageiras para a distribuição do calcário pelos
outros dois métodos. A aplicação de gesso + calagem superficial + subsuperficial +
57
escarificação incrementou os valores de massa de forragem das pastagens de capim-marandu.
As interações gesso x forrageiras ou gesso x calagem foram não significativas.
Os valores de massa de forragens registrados nesse experimento foram inferiores aos
descritos por Costa (2007) e por Pariz et al. (2010), que variaram de 3.700 a 13.800 kg ha-1.
Tais rendimentos menores são conseqüências do sistema de cultivo. Primeiramente, a
aplicação do herbicida dessecante sobre toda a área para o plantio do milho, paraliza
temporariamente e retarda o crescimento do capim. A competição por luz e a fotossíntese fica
favorecida para o milho. Somente após a colheita do milho (março/abril) é que o capim tem
um acesso pleno à luz e passa a crescer normalmente. Embora os rendimentos das pastagens
sejam relativamente baixos, são considerados normais para o, mês de junho. O uso de
herbicidas supressores, em plantio direto, tem auxiliado o processo de manutenção da
produção das pastagens, a recuperação de pastagens degradadas ou em inicio de degradação,
entretanto as dosagens devem ser tecnicamente recomendadas a fim de manter a
sustentabilidade ambiental e a produtividade do sistema. Cobucci et al. (2001) também
verificaram que o uso de herbicida no plantio direto e simultâneo do milho e de braquiaria
reduziram significativamente a produção da forrageira. Outro fato que deve ser esclarecido é
que o sistema de exploração adotado nesse experimento foi o cultivo do milho em consórcio
com uma pastagem já implantada. Possivelmente uma renovação e semeadura simultânea do
milho com forrageira, teria resultado em maiores rendimentos das pastagens, que aproveitaria
melhor os nutrientes adicionados e o revolvimento do solo.
58
Tabela17. Massa seca, em kg.ha -1, das pastagens de Brachiaria ruziziensis, B. brizantha cv.
Marandu e B. brizantha cv. Piatã, em função da aplicação de gesso (G0-sem gesso
e G1= 1.200 kg de gesso/há) e de calagem – 1.200 kg de calcário por hectare
(calagem superficial- C1, calagem superficial mais escarificação- C2 e calagem
superficial + subsuperficial + escarificação –C3), em junho de 2009.
Forrageiras (F) Níveis de Calagem C1 C2 C3
Médias
Massa seca (kg.ha -1) Ruziziensis Marandu Piatã
1390 bB 2091 abA 1600 bAB 1694 2081 bA 1812 bA 2449 aA 2115 1690 abB 2494 aA 2001 abAB 2061
Gesso (G) G0 1663 a 2208 a 1668 b 1846 G1 1778 a 2056 a 2364 a 2066 Médias 1720 2132 2016 CV% (G) 11.19 CV% (F) 9,11 CV% (C) 17,84 Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferem entre si, pelo teste de Tukey ( p> 0,05).
Os teores de proteína bruta para as forrageiras são mostrados na Tabela 18. Não houve
efeito significativo da calagem e da gessagem (P >0,05) sobre essa variável. Observa-se
apenas uma tendência da ruziziensis apresentar teores mais elevados de proteína bruta. Esse
teores foram relativamente baixos para sustentar, como fonte única de nitrogênio, um bom
nível de ganho de peso. Sabe-se que os requerimentos mínimos para manutenção situam-se
acima 7,2 % de proteína bruta. Essa é uma característica limitante das gramíneas forrageiras
tropicais, que nessa época do ano, apresentam valores protéicos menores. Por outro lado essa
estratégia possibilita uma atenuação na estacionalidade de produção de forragem, à medida
que disponibiliza ao sistema mais nutriente e mais massa vegetal.
59
Tabela 18. Teores de proteína bruta (%), das pastagens de Brachiaria ruziziensis, B.
brizantha cv. Marandu e B. brizantha cv. Piatã, em função da aplicação de
gesso (G0-sem gesso e G1= 1.200 kg de gesso/há) e de calagem – 1.200 kg de
calcário por hectare (calagem superficial- C1, calagem superficial mais
escarificação- C2 e calagem superficial + subsuperficial + escarificação –C3)
em junho de 2009.
Forrageiras (F) Níveis de Calagem C1 C2 C3
Médias
Proteína bruta (%)
Ruziziensis Marandu Piatã
8,49 8,83 8,67 8,66 a 6,80 7,40 8,17 7,46 a 6,76 7,11 6,71 6,86 a
Gesso (G) G0 7,62 7,80 7,90 7,77 a G1 7,08 7,76 7,80 7,55 a Médias 7,35 A 7,78 A 7,85 A 7,66 CV% (G) 12.24 CV% (F) 10.48 CV% (C) 16.35 Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas e sobrescrita não diferem
entre si, pelo teste de Tukey ( p> 0,05).
Os valores de digestibilidade das pastagens foram semelhantes entre si para todos os
tratamentos estudados na Tabela 19. Como era esperado, nessa época do ano, para o valor
nutritivo registraram-se valores da matéria seca menor que 60%, seria ideal, contudo valores
médios em torno de 55% qualificam essa forrageira como uma boa fonte de alimento que
pode ser aproveitada na nutrição animal.
60
Tabela 19. Teores de digestibilidade (%), das pastagens de Brachiaria ruziziensis, B.
brizantha cv. Marandu e B. brizantha cv. Piatã, em função da aplicação de
gesso (G0-sem gesso e G1= 1.200 kg de gesso/ha) e de calagem – 1.200 kg de
calcário por hectare ( calagem superficial- C1, calagem superficial mais
escarificação- C2 e calagem superficial + subsuperficial + escarificação –C3)
em junho de 2009.
Forrageiras (F) Níveis de Calagem C1 C2 C3
Médias
Digestibilidade (%) Ruziziensis Marandu Piatã
54,36 56,55 55,85 55,59 a 54,55 53,06 51,70 54,58 a 52,60 54,83 54,03 53,82 a
Gesso (G) G0 54,70 56,57 53,98 55,08 a G1 52,97 53,06 53,73 53,25 a Médias 53,83 A 54,81 A 53,85 A CV% (G)8,01 CV% (F) 5.58 CV% (C) 10,29 Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas e sobrescrita não diferem
entre si, pelo teste de Tukey ( p> 0,05).
Na Tabela 20 e Tabela 21 verificam-se que os teores de FDA e FDN mostraram
diferenças significativas (P < 0,05) para as espécies forrageiras estudadas, sendo superiores
para o capim-marandu e capim-piatã, que não diferiram entre si. Ressalta-se que quanto maior
o teor de FDA, menor foi a digestibilidade, enquanto que o FDN tem correlação negativa com
o consumo das forrageiras. Esses resultados concordam com os obtidos por Grant e Mertens
(1992) e Undersander e Moore (2004). Aparentemente o capim-marandu e o piatã seriam
menos consumidos que o capim ruziziensis. Tais valores evidenciam diferenças estruturais
nas paredes celulares entre essas espécies de braquiaria.
61
Tabela 20. Teores de fibra detergente ácido-FDA (%), das pastagens de Brachiaria
ruziziensis, B. brizantha cv. Marandu e B. brizantha cv. Piatã, em função da
aplicação de gesso (G0-sem gesso e G1= 1.200 kg de gesso/há) e de calagem –
1.200 kg de calcário por hectare ( calagem superficial- C1, calagem superficial
mais escarificação- C2 e calagem superficial + subsuperficial + escarificação –
C3), em junho de 2009.
Forrageiras (F) Níveis de Calagem C1 C2 C3
Médias
Fibra detergente ácido-FDA (%) Ruziziensis Marandu Piatã
36,01 34,00 35,54 35,18 b 40,52 41,69 41,95 41,39 a 41,43 40,51 40,03 40,66 a
Gesso (G) G0 39,32 37,98 39,17 38,75 a G1 39,54 39,48 39,17 39,40 a Médias 39,32 A 38,73 A 39,17 A CV% (G) 4.40 CV% (F) 2.61 CV% (C) 7.18 Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas e sobrescrita não diferem entre si, pelo teste de Tukey ( p> 0,05).
Tabela 21. Teores de fibra detergente neutro - FDN (%) das pastagens de Brachiaria
ruziziensis, B. brizantha cv. Marandu e B. brizantha cv. Piatã, em função da
aplicação de gesso (G0-sem gesso e G1= 1.200 kg de gesso/há) e de calagem –
1.200 kg de calcário por hectare (calagem superficial- C1, calagem superficial
mais escarificação- C2 e calagem superficial + subsuperficial + escarificação –
C3), em junho de 2009.
Forrageiras (F) Níveis de Calagem C1 C2 C3
Médias
Fibra detergente neutro - FDN (%) Ruziziensis Marandu Piatã
65,87 62,83 64,96 64,55 b 75,72 76,46 73,38 75,19 a 76,27 75,35 77,42 76,35 a
Gesso (G) G0 71,64 69,88 71,18 70,9 a G1 73,59 73,21 72,66 73,16 a Médias 72,61 A 71,54 A 71,92 A CV% (G)4.13 CV% (F) 3.83 CV% (C) 6.56 Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas e sobrescrita não diferem
entre si, pelo teste de Tukey ( p> 0,05).
62
Na Tabela 22 verifica-se que o capim-Piatã apresentou maiores valores de
hemicelulose aliado aos maiores teores de FDN, indicam um melhor aproveitamento dessa
forrageira pelos microorganismos ruminais, com conseqüente maior desempenho dos
ruminantes alimentados por essa forrageira. Os teores de hemicelulose não foram afetados
pela aplicação de calcário e nem pelo o emprego do gesso.
Segundo Silva e Queiroz (2002), a celulose representa a maior parte da FDA. A
hemicelulose faz parte da a FDN e é calculada pela diferença entre FDN e FDA, sendo mais
digerível que a celulose. Dessa forma é interessante elevar o teor de hemicelulose e diminuir o
de celulose, já que os ruminantes desdobram esses componentes por meio de sua flora
bacteriana em ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), principalmente acético, propiônico e
butírico, os quais representam a maior fonte de energia quando a alimentação desses animais é
a base de forragem.
Tabela 22. Teores de hemicelulose (%) das pastagens de Brachiaria ruziziensis, B. brizantha
cv. Marandu e B. brizantha cv. Piatã, em função da aplicação de gesso (G0-sem
gesso e G1= 1.200 kg de gesso/ha) e de calagem – 1.200 kg de calcário por
hectare ( calagem superficial- C1, calagem superficial mais escarificação- C2 e
calagem superficial + subsuperficial + escarificação –C3) em junho de 2009.
Forrageiras (F) Níveis de Calagem C1 C2 C3
Médias
Hemicelulose (%) Ruziziensis Marandu Piatã
29,81 30,38 29,42 29,87 b 27,51 26,43 30,91 28,28 b 35,21 34,85 37,40 35,82 a
Gesso (G) G0 30,55 30,80 31,65 31,00 a G1 31,13 30,30 33,50 31,64 a Médias 30,84 A 30,55 A 32,57 A CV% (G) 7.09 CV% (F) 3.00 CV% (C) 16.94 Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas e sobrescrita não diferem
entre si, pelo teste de Tukey ( p> 0,05).
63
4.9.2 Teores de minerais Ca, Mg, P, S e K na parte aérea das forrageiras
Nas Tabelas 23 e 24 os teores de Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg) mostraram diferenças
significativas para as forrageiras. A Brachiaria ruziziensis acumulou sigficativamente
(P<0.05) mais cálcio e magnésio na parte aérea que B. brizantha cv. Marandu e B. brizantha
cv. Piatã. Aplicação de gesso bem como os métodos de aplicação de calagem e as interações
entre os fatores não apresentaram diferença significativas. De modo geral os teores de Ca e
Mg são considerados adequados nas faixas de 3-6 para Cálcio e 2-6 para Magnésio.
Tabela 23. Teores de Cálcio (g kg-1), das pastagens de Brachiaria ruziziensis, B. brizantha
cv. Marandu e B. brizantha cv. Piatã, em função da aplicação de gesso (G0-sem
gesso e G1= 1.200 kg de gesso/há) e de calagem – 1.200 kg de calcário por hectare
( calagem superficial- C1, calagem superficial mais escarificação- C2 e calagem
superficial + subsuperficial + escarificação –C3) em junho de 2009.
Forrageiras (F) Níveis de Calagem C1 C2 C3
Médias
Cálcio (g kg-1) Ruziziensis Marandu Piatã
6,10 7,66 7,05 6,93 a 3,18 3,45 3,45 3,36 b 3,35 3,20 3,78 3,44 b
Médias 4,21 4,77 4,76 4,57 Gesso (G) G0 4,38 5,12 4,87 4,79 a G1 4,03 4,42 4,64 4,36 a Médias 4,20 4,77 4,75 4,57 CV% (G) 9.58 CV% (F) 7.32 CV% (C) 10.77 Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas e sobrescrita não diferem
entre si, pelo teste de Tukey ( p> 0,05).
64
Tabela 24. Teores de Magnésio (g kg-1), das pastagens de Brachiaria ruziziensis, B.
brizantha cv. Marandu e B. brizantha cv. Piatã, em função da aplicação de
gesso (G0-sem gesso e G1= 1.200 kg de gesso/há) e de calagem – 1.200 kg de
calcário por hectare ( calagem superficial- C1, calagem superficial mais
escarificação- C2 e calagem superficial + subsuperficial + escarificação –C3)
em junho de 2009.
Forrageiras (F) Níveis de Calagem C1 C2 C3
Médias
Magnésio (g kg-1) Ruziziensis Marandu Piatã
5,08 7,46 6,26 6,27 a 4,46 4,33 4,15 4,31 b 4,80 5,10 4,91 4,93 b
4,78 5,63 5,10 5,17 Gesso (G) G0 4,97 5,71 5,67 5,45 a G1 4,58 5,55 4,54 4,89 a Médias 4,77 5,63 5,10 5,17 CV% (G) 19,59 CV% (F) 5,83 CV% (C) 24,97 Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas e sobrescrita não diferem entre si, pelo teste de Tukey ( p> 0,05).
Nas Tabelas 25, 26 e 27 os teores de minerais como o Fósforo (P), Enxofre (S) e
Potássio(K), disponíveis nas forrageiras não diferiram entre si (P>0,05) no que se refere aos
níveis de calagem e aplicação de gesso, estando esses minerais dentro da faixa adequada para
essas forrageiras, que são de P= 0.8-0.30; S= 0,8-2,5; K=12-30 g kg-1, segundo Werner et
al.(1996).
65
Tabela 25. Teores de Fósforo (g kg-1) das pastagens de Brachiaria ruziziensis, B. brizantha
cv. Marandu e B. brizantha cv. Piatã, em função da aplicação de gesso (G0-sem
gesso e G1= 1.200 kg de gesso/há) e de calagem – 1.200 kg de calcário por
hectare (calagem superficial- C1, calagem superficial mais escarificação- C2 e
calagem superficial + subsuperficial + escarificação –C3), em junho de 2009.
Forrageiras (F) Níveis de Calagem C1 C2 C3
Médias
Fósforo (g kg-1) Ruziziensis Marandu Piatã
2,26 1,95 2,08 2,10 a 1,76 1,85 1,61 1,91 a 1,93 1,81 1,98 1,74 a
Gesso (G) G0 1,97 A a 2,11 A a 1,81 A a 1,96 G1 2,00 A a 1,63 A b 1,97 A a 1,87 Médias 1,98 1,87 1,89 CV% (G) 17.37 CV% (F) 12.61 CV% (C) 19.87 Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas e sobrescrita não diferem entre si, pelo teste de Tukey ( p> 0,05).
Tabela 26. Teores enxofre (g kg-1) das pastagens de Brachiaria ruziziensis, B. brizantha cv.
Marandu e B. brizantha cv. Piatã, em função da aplicação de gesso (G0-sem
gesso e G1= 1.200 kg de gesso/há) e de calagem – 1.200 kg de calcário por
hectare ( calagem superficial- C1, calagem superficial mais escarificação- C2 e
calagem superficial + subsuperficial + escarificação – C3) em junho de 2009.
Forrageiras (F) Níveis de Calagem C1 C2 C3
Médias
Enxofre (g kg-1) Ruziziensis Marandu Piatã
1,46 1,65 1,56 1,56 a 1,66 1,70 1,86 1,74 a 1,88 1,60 1,95 1,81 a
Gesso (G) G0 1,64 1,81 1,75 1,57 a G1 1,70 1,49 1,83 1,54 a Médias 1,67 1,65 A 1,79 A CV% (G) 12.60 CV% (F) 9.61 CV% (C) 19.56 Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas e sobrescrita não diferem
entre si, pelo teste de Tukey ( p> 0,05).
66
Tabela 27. Teores de Potássio (g kg-1) das pastagens de Brachiaria ruziziensis, B. brizantha
cv. Marandu e B. brizantha cv. Piatã, em função da aplicação de gesso (G0-sem
gesso e G1= 1.200 kg de gesso/há) e de calagem – 1.200 kg de calcário por
hectare ( calagem superficial- C1, calagem superficial mais escarificação- C2 e
calagem superficial + subsuperficial + escarificação –C3) em junho de 2009 .
Forrageiras (F) Níveis de Calagem C1 C2 C3
Médias
Potássio (g kg-1) Ruziziensis Marandu Piatã
20,76 19,45 19,45 19,80 a 19,66 18,16 16,16 18,00 a 19,75 16,90 19,26 18,63 a
Gesso (G) G0 19,66 18,66 17,42 18,58 a G1 20,45 17,67 19,16 19,10 a Médias 20,05 A 18,16 A 18,29 A CV% (G)14.30 CV% (F) 5.19 CV% (C) 15.83 Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas e sobrescrita não diferem
entre si, pelo teste de Tukey ( p> 0,05).
4.9.3 Teores e estoques de carbono nas pastagens em sistema de integração
lavoura-pecuária
Os teores de carbono orgânico não variaram com a calagem, e nem com a aplicação de
gesso (P>0,05), nos sistemas de manejo para as diversas forrageiras em ILP avaliados.
Entretanto, tanto para os teores como para o estoque de carbono houve efeito significativo (P<
0,05) da profundidade para os sistemas ILP (milho-Marandu, milho-Piatã ou milho-
ruziziensis) Figura 16. As maiores acumulações de carbono se localizaram próximo a
superfície. Na camada superficial (0-10 cm), o valor de C orgânico (g.kg-1) foi, em média
21.5, 19.9 e 16.0 onde era cultivada a Brachiaria Marandu, B. Piatã e B. ruziziensis (Tabela
28).
As pastagens mais produtivas conseguem manter o estoque de carbono orgânico na
camada superficial, ao contrário do cultivo convencional com aração e gradagem anual resulta
em maior decomposição da matéria orgânica.
Os estoques mais elevados (P < 0,05) de C orgânico (CO) acumulados na camada de
0- 40 cm foram de 84,0 e 79,8 obtidos para as pastagens de Brachiaria Marandu e B.
ruziziensis, vindo a seguir as pastagens de Piatã 67,2 (Tabela 28).
67
Tais valores representam estoques de carbono 27,9 %, 21,5 % e 2,3 % superiores aos
encontrados no sistema de plantio convencional (milho), cultivado na Fazenda Santa Angélica
em área próxima a da área avaliada nesse experimento, para capim-marandu, ruziziensis e
piatã, respectivamente. A integração-lavoura-pecuária resultou em estoques de C (Mg ha-1)
18,3, 14,3 e 1,5 a mais que uso exclusivo do millho. Fisher et al., (1994) estimaram que os
EC até uma profundidade do 80 cm no perfil de um solo sob pastagem de Brachiaria
humidícola de 9 anos foi 26 Mg ha-1 de C, maior que o estoque de C no solo sob vegetação
nativa em Carimagua nos Lanos Orientales da Colômbia.
Os valores acima representam, após sete anos de cultivo da área com ILP, estoques
anuais de C de 2,61, 2,04 e 0,21 Mg ha-1 ano-1 para capim-marandu, ruziziensis e piatã,
respectivamente. Os valores encontrados neste trabalho para as taxas de sequestro de C
orgânico do solo (COS) por meio das pastagens, situam-se dentro da faixa de 0,11 a 3,04 Mg
ha -1 ano -1 descritas por CONANT et al., (2001).
Os sistemas de manejo com o menor revolvimento do solo apresentaram tendência em
armazenar mais CO, como observado na profundidade de 0-10 cm, especialmente pela
deposição de folhas, colmos e raízes. Tais valores são superiores aos obtidos por D´Andrea et
al. (2004) em pastagem de Brachiaria decumbens (40.67 Mg.ha-1) e similares aos encontrados
por Silva et al. (2004), para as espécies Panicum maximum, B. brizantha e Paspalum atratum.
Paul e Clark (1989) atribuiram o aumento do estoque de CO em solos submetidos a sistemas
mais conservacionistas de manejo a dois fatores principais: proteção física dos compostos
orgânicos contra a decomposição microbiana, favorecida pela oclusão do CO nos agregados
do solo; e proteção química dos compostos orgânicos por meio da interação destes com os
minerais e cátions do solo, o que dificulta a sua decomposição.
Os sistemas de manejo não foram capazes de alterar os estoques de C na camada mais
profunda, atuando predominantemente na superfície do solo, o que pode fortalecer a
importância da senescência de folhas da pastagem como fonte de C, além daquela decorrente
da morte e decomposição do sistema radicular das plantas, que se concentra nestas camadas.
Nas camadas mais profundas os teores de carbono são semelhantes e resultantes do manejo
empregado anteriormente de agricultura em preparo convencional durante mais de 15 anos.
68
Tabela 28. Teor e estoque médio de carbono em sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP
milho-forrageira), cultivado com Brachiaria brizantha cv. Marandu (Mar), B.
brizantha cv. Piatã (Pia), B. ruziziensis (Ruz)) e em área plantio convencional (PC)
de milho.
Profundidade (cm)
Teores de C - g kg-1 Mar Pia Ruz
Estoque de Carbono - Mg ha-1 Mar Pia Ruz
0 -10 21 a 19,9 a 16 a 28,0 a 26,0 a 24,4 a 10 – 20 15 b 10 b 12 b 22,2 b 15,6 b 21,0 b 20 – 30 14 b 9 b 10 b 18,2 b 13,0 b 18,2 b 30 – 40 10 b 7,5 b 10 b 15,6 b 12,6 b 16,2 b
Estoque total (0-40 cm, Mg ha-1) 84,0 A 67,2 B 79,8 A Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas nas colunas não diferem entre si (P>0,05). Para o estoque total as
mesmas letras maiúsculas na linha não diferem entre si (P>0,05).
0 5 10 15 20 25 30
30 – 40 cm
20 – 30 cm
10 – 20 cm
0 -10 cm
RuziziensisPiatãMarandu
Prof
undi
dade
s
Estoque de Carbono - Mg/ha
Figura 16. Estoques de carbono (Mg ha-1) no sistema integração-lvaoura-pecuária (milho +
ruziziensis, milho + piatã e milho + marandu) em função das profundidades.
69
4.9.4 Composição química do solo cultivado no sistema ILP (milho-ruziziensis,
milho-marandu e milho-piatã)
Os valores de pH mostram uma acidez média nas pastagens cultivadas com capim-
marandu e com capim-piatã, enquanto na pastagem com ruziziensis os valores de pH
mostram uma acidez alta. Considerando que as braquiarias são gramíneas tolerantes a acidez,
possivelmente nesse experimento a acidez do solo não limitou o crescimento dessas
forrageiras. Os teores de alumínio e os índices de saturação por alumínio (m) foram bastante
baixos confirmando que a aplicação do calcário na camada superficial, eliminou o alumínio
tóxico, favorecendo o crescimento das braquiárias. De fato os elevados conteúdos de Ca2+ e
de Mg2+ na camada superficial, em virtude da aplicação de calcário (1,2 t ha-1) são
considerados não limitantes ao crescimento das forrageiras. A adição do fósforo orgânico (do
material vegetal dessecado com o uso do herbicida) mais o adicionado ao milho como
fertilizante fosfatado mostraram maiores teores de P na camada de 0-5 cm com tendência de
redução na camada de 5-10 cm. Os valores de saturação por bases do solo cultivado com
capim-marandu foram mais elevados que os encontrados nos pastos de capim-piatã ou os de
ruziziensis.
Tabela 29. Composição química do solo Latossolo Vermelho-Amarelo típico, em sistema
de integração lavoura-pecuária (milho-ruziziensis, milho-marandu e milho-
piatã), para as profundidades de 0 – 5 cm e 5 – 10 cm.
As contribuições percentuais de Mg no valor da CTC do solo cultivado situaram-se na
entre 8,8 a 14,0 %, dentro da faixa recomendada por GRAHAM (1959), de 6 a 12% para o
Mg. Para o Ca os valores percentuais na CTC foram de 13,8 a 38,9 %, abaixo da faixa ideal
de 65 a 85 % . Enquanto que para o K, na camada de 5 – 10 cm para a ruziziensis e para o
70
capim-marandu, a contribuição percentual na CTC de 1,4 e 1,2 % ficou abaixo da
recomendação (2 a 5%), refletindo limitação nutricional desse elemento. Para o capim-piatã a
relação K/CTC indica equilíbrio nutricional em relação ao K.
4.10 Comparação de metodologias de análises de carbono orgânico
Por sua praticidade, os métodos baseados na oxidação do dicromato tem sido mais
usados em pesquisas e em laboratórios como análises de rotina. Entre eles, destaca-se o
proposto por Walkley e Black (1934). Onde, a MOS (matéria orgânica do solo) é oxidada
com uma mistura de K2Cr2O7 0,167 mol L-1 e H2SO4 concentrado, sendo o excesso de
dicromato titulado com sulfato ferroso amoniacal. Assume-se que o dicromato reduzido
durante a reação com o solo equivale ao carbono orgânico na amostra. Por outro lado, o
método de referência para determinação desse elemento é o de combustão seca. Porém há
poucos laboratórios de rotina de análise de solo que dispõem do equipamento que realiza essa
determinação. Apesar do custo inicial desse equipamento, ele possibilita que um maior
número de amostras seja analisado em menor tempo com um mínimo de variabilidade entre
elas (NELSON e SOMMERS, 1996).
Os teores de carbono obtidos pelos métodos de combustão úmida de Walkley e Black
e o método da combustão seca não diferiram estatisticamente entre si (P>0,05). Somente na
pastagem de Brachiaria decumbens, cultivada no solo Neonossolo Quartzarênico e no sistema
integração lavoura-pecuária (milho + Piatã) foram encontrados na camada mais profunda (20-
40 cm), teores de carbono menores que na camada superficial (Tabela 30). Embora não tenha
havido diferença estatística para a pastagem de Brachiaria decumbens, cultivada no solo
Neonossolo Quartzarênico e para o cultivo de milho convencional, o método de combustão
mostrou tendência em apresentar valores mais elevados que o de Walkley e Black (WB).
Entretanto, essa tendência foi inversa, com valores superiores de carbono determinados pelo
método de WB na camada superficial (0-10 cm), para o solo sem vegetação. ILP- Piatã-
milho. Na camada superficial, os teores de carbono obtidos pelo método de combustão seca
foram, na média geral 5% mais altos que os encontrados pelo método da combustão úmida,
enquanto que na camada mais profunda o comportamento observado foi inverso.
Parte dos resultados concordam com os descritos na literatura que relatam valores
menores para o método de Walkley e Black (WB), pois a oxidação da matéria orgânica não é
completa, determinando essencialmente o carbono orgânico (NELSON e SOMMERS, 1996;
71
GATTO et al., 2009). Entretanto não foi observada uma clareza em subestimar os teores de
carbono, mediante o emprego do método de combustão úmida comparada ao da combustão
seca. As determinações foram realizadas nas mesmas amostras de solo em laboratórios
diferentes e empregando diversas metodologias, os resultados confirmam a precisão dos
métodos para avaliação dos teores de carbono no solo.
Os resultados apresentados na Tabela 31 mostram as estimativas de equação de
regressão linear entre os métodos de combustão úmida (WB) e combustão seca, os
coeficientes de correlação entre os diferentes métodos que evidenciam que entre eles há uma
correlação positiva e significativa, para os sistemas de uso e manejo do solo estudados
(Tabela 32). Isso evidencia que os métodos apresentam boa exatidão, apesar das diferenças
operacionais entre eles. Os valores de R2, para as equações ajustadas com os teores de
carbono orgânico determinado pelo método WB, refletem a maior dispersão entre esses
teores, embora a literatura considere o método como mais eficiente na oxidação do carbono
orgânico (ISLAM e WEIL, 1988). Os ajustes obtidos no presente trabalho foram superiores
aos relatados por Gatto et al. (2009) que trabalharam com Neossolos, Cambissolos e
Latossolos.
Tabela 30. Teor de carbono determinado pelo método de combustão úmida Walkley e Black
(WB) e de combustão seca Nelson e Sommers (NS) para as camadas de solo
superficial (0-10 cm) e camada média (20-40 cm), para diferentes sistemas de
uso e manejo do solo.
Sistema de uso e manejo do solo
WB Camadas
Superficial Média
Combustão seca (NS) Camadas
Superficial Média Teores de carbono (%)
Solo sem vegetação 1,5 Aa 1,1 Aa 1,27 Aa 0,98 Aa Solo cultivado com amendoim forrageiro
1,4 Aa 0,95 Aa 1,65 Aa 1,15 Aa
ILP – Marandu-milho 1,85 Aa 1,20 Aa 1,78 Aa 1,15 Aa ILP – Ruziziensis-milho 1,55 Aa 1,07 Aa 1,59 Aa 1,02 Aa ILP – Piatã-milho 1,65Aa 0,89 Bb 1,39 Aa 0,72 Bb Milho – plantio convencional 1,40 Aa 0,95 Aa 1,51 Aa 0,91 Aa Pastagem de B. decumbens 1,15 Aa 0,89 Ab 1,95 Aa 0,98 Bb Mata associada ao pasto de B. decumbens
0,93 Aa 0,77 Aa 0,77 Aa 0,59 Aa
Médias seguidas de mesma letra maiúscula, na coluna, e minúscula, na linha, não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5 %.
72
Tabela 31. Equações de regressão para estimativa dos teores de carbono (dag.kg-1), por
camadas de solo, determinados pelo método do Nelson e Sommers (NS) e método
de combustão úmida Walkley e Black (WB).
Sistema de uso e manejo do solo
Equação de regressão R2 R
Solo sem vegetação Y=1,43 – 0,0147X C orgânico NS Y= 1,60 – 0,016X C orgânico WB
0,89 0,79
0,98 **
Solo cultivado com amendoim forrageiro
Y=1,84 – 0,0237X C orgânico NS Y= 1,83 – 0,0196X C orgânico WB
0,95 0,86
0,95 **
ILP – Marandu-milho Y=1,96– 0,00264X C orgânico NS Y= 2,07 – 0,0029X C orgânico WB
0,93 0,89
0,98**
ILP – Ruziziensis-milho Y=1,74 – 0,0236X C orgânico NS Y= 1,66 – 0,0193X C orgânico WB
0,94 0,86
0,99**
ILP – Piatã-milho Y=1,50 – 0,025X C orgânico NS Y= 1,81 – 0,029X C orgânico WB
0,85 0,84
0,99**
Milho – plantio convencional
Y=1,63 – 0,023X C orgânico NS Y= 1,46 – 0,0154X C orgânico WB
0,92 0,96
0,99**
Pastagem de B. decumbens
Y=1,62 – 0,021X C orgânico NS Y= 1,21 – 0,0103X C orgânico WB
0,93 0,91
0,99**
Mata associada ao pasto de B. decumbens
Y=0,81 – 0,0071X C orgânico NS Y= 0,96 – 0,006X C orgânico WB
0,88 0,89
0,99**
**: significativo a 1%.
Tabela 32. Coeficientes de determinação (R2) e de correlação (r) entre os teores de carbono
no (dag.kg-1), determinados pelo método de combustão seca de Nelson e Sommers
(NS) e método de combustão úmida Walkley e Black (WB).
Sistema de uso e manejo do solo R2 r
Solo sem vegetação 0,84 0,91 **
Solo cultivado com amendoim forrageiro 0,92 0,95 **
ILP – Marandu-milho 0,91 0,95**
ILP – Ruziziensis-milho 0,90 0,95**
ILP – Piatã-milho 0,92 0,95**
Milho – plantio convencional 0,94 0,96**
Pastagem de B. decumbens 0,92 0,95**
Mata associada ao pasto de B. decumbens 0,89 0,94**
**: significativo a 1%.
73
5- CONCLUSÕES
O desmatamento diminui os estoques de C no solo, e esta perda é maior quando ocorre
pertubação deste ambiente durante este processo. Alguns anos após a implantação das
pastagens, normalmente, os estoques de C no solo aumentam, e podem até continuar
aumentando até superar o estoque originalmente presente na vegetação nativa. Entretanto, a
continuação desta acumulação de C no solo, depende do bom manejo da pastagem. O manejo
correto com adubação adequada pode recuperar a fertilidade do solo e consequentemente
aumentar o estoque de carbono, diminuindo os danos ambientais.
Os pastos bem manejados são mais produtivos e conseguem manter o estoque de
carbono orgânico na camada superficial, ao contrário do cultivo convencional com aração e
gradagem anual que resulta em maior decomposição da matéria orgânica. O uso do sistema
integração lavoura-pecuária mostrou neste estudo um grande potencial em estocar carbono no
solo. Ele representa uma alternativa promissora em recuperar pastos degradados a baixo
custo, com produção de forragem de qualidade e para o fornecimento de matéria orgânica em
quantidade suficiente para cobertura do solo durante todo o ano. Esse tipo de manejo torna o
sistema economicamente viável e ecologicamente sustentável.
74
6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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