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APRESENTAÇÃO Este módulo faz parte da coleção intitulada MATERIAL MODULAR, destinada às três séries do Ensino Médio e produzida para atender às necessidades das diferentes rea- lidades brasileiras. Por meio dessa coleção, o professor pode escolher a sequência que melhor se encaixa à organização curricular de sua escola. A metodologia de trabalho dos Modulares auxilia os alunos na construção de argumen- tações; possibilita o diálogo com outras áreas de conhecimento; desenvolve as capaci- dades de raciocínio, de resolução de problemas e de comunicação, bem como o espírito crítico e a criatividade. Trabalha, também, com diferentes gêneros textuais (poemas, histórias em quadrinhos, obras de arte, gráficos, tabelas, reportagens, etc.), a fim de dinamizar o processo educativo, assim como aborda temas contemporâneos com o ob- jetivo de subsidiar e ampliar a compreensão dos assuntos mais debatidos na atualidade. As atividades propostas priorizam a análise, a avaliação e o posicionamento perante situações sistematizadas, assim como aplicam conhecimentos relativos aos conteúdos privilegiados nas unidades de trabalho. Além disso, é apresentada uma diversidade de questões relacionadas ao ENEM e aos vestibulares das principais universidades de cada região brasileira. Desejamos a você, aluno, com a utilização deste material, a aquisição de autonomia intelectual e a você, professor, sucesso nas escolhas pedagógicas para possibilitar o aprofundamento do conhecimento de forma prazerosa e eficaz. Gerente Editorial Espaço mundial: contexto técnico-científico

Espaço mundial: contexto técnico-científicoprepapp.positivoon.com.br/assets/Modular/GEOGRAFIA/... · Em relação às atividades econômicas, a globalização envolve os setores

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APRESENTAÇÃO

Este módulo faz parte da coleção intitulada MATERIAL MODULAR, destinada às três

séries do Ensino Médio e produzida para atender às necessidades das diferentes rea-

lidades brasileiras. Por meio dessa coleção, o professor pode escolher a sequência que

melhor se encaixa à organização curricular de sua escola.

A metodologia de trabalho dos Modulares auxilia os alunos na construção de argumen-

tações; possibilita o diálogo com outras áreas de conhecimento; desenvolve as capaci-

dades de raciocínio, de resolução de problemas e de comunicação, bem como o espírito

crítico e a criatividade. Trabalha, também, com diferentes gêneros textuais (poemas,

histórias em quadrinhos, obras de arte, gráficos, tabelas, reportagens, etc.), a fim de

dinamizar o processo educativo, assim como aborda temas contemporâneos com o ob-

jetivo de subsidiar e ampliar a compreensão dos assuntos mais debatidos na atualidade.

As atividades propostas priorizam a análise, a avaliação e o posicionamento perante

situações sistematizadas, assim como aplicam conhecimentos relativos aos conteúdos

privilegiados nas unidades de trabalho. Além disso, é apresentada uma diversidade de

questões relacionadas ao ENEM e aos vestibulares das principais universidades de cada

região brasileira.

Desejamos a você, aluno, com a utilização deste material, a aquisição de autonomia

intelectual e a você, professor, sucesso nas escolhas pedagógicas para possibilitar o

aprofundamento do conhecimento de forma prazerosa e eficaz.

Gerente Editorial

Espaço mundial: contexto técnico-científico

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Todos os direitos reservados à Editora Positivo Ltda.

© Editora Positivo Ltda., 2013

Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio, sem autorização da Editora.

DIRETOR-SUPERINTENDENTE:

DIRETOR-GERAL:

DIRETOR EDITORIAL:

GERENTE EDITORIAL:

GERENTE DE ARTE E ICONOGRAFIA: AUTORIA:

ORGANIZAÇÃO:EDIÇÃO DE CONTEÚDO:

EDIÇÃO:REVISÃO:

ANALISTA DE ARTE:PESQUISA ICONOGRÁFICA:

EDIÇÃO DE ARTE:CARTOGRAFIA:

ILUSTRAÇÃO:PROJETO GRÁFICO:

EDITORAÇÃO:CRÉDITO DAS IMAGENS DE ABERTURA E CAPA:

PRODUÇÃO:

IMPRESSÃO E ACABAMENTO:

CONTATO:

Ruben Formighieri

Emerson Walter dos Santos

Joseph Razouk Junior

Maria Elenice Costa Dantas

Cláudio Espósito GodoyEliane Regina FerrettiCarina MerlinMarcelo SmaniottoAndré Maurício CorrêaWilian MarquesTatiane Esmanhotto KaminskiLuciano Augusto MysczakAngela Giseli de SouzaLuciano Daniel Tulio / Marilu de Souza / Talita Kathy BoraAngela Giseli / Marcos Gomes / Quadrinhofilia Produções ArtísticasO2 ComunicaçãoSinal Gráfico / Rosemara Aparecida Buzeti / Arowak© iStockphoto.com/DNY59; © Shutterstock/Denton Rumsey; © Shutterstock/Jezper; © Shutterstock/BibiDesign; © Dreamstime.com/Alexey ArkhipovEditora Positivo Ltda.Rua Major Heitor Guimarães, 17480440-120 Curitiba – PRTel.: (0xx41) 3312-3500 Fax: (0xx41) 3312-3599Gráfica Posigraf S.A.Rua Senador Accioly Filho, 50081300-000 Curitiba – PRFax: (0xx41) 3212-5452E-mail: [email protected]@positivo.com.br

Neste livro, você encontra ícones com códigos de acesso aos conteúdos digitais. Veja o exemplo:

Acesse o Portal e digite o código na Pesquisa Escolar.

@GEO1376Brasil e pré-sal:

formação, localização

e impactos

@GEO1376

@

Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)

(Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)

F387 Ferretti, Eliane Regina.Ensino médio : modular : geografia : espaço mundial : contexto técnico-científico /

Eliane Regina Ferretti ; ilustrações Angela Giseli, Marcos Gomes, Quadrinhofilia Produções Artísticas. – Curitiba : Positivo, 2013.

: il.

ISBN 978-85-385-7121-6 (livro do aluno)ISBN 978-85-385-7122-3 (livro do professor)

1. Geografia. 2. Ensino médio – Currículos. I. Giseli, Angela. II. Gomes, Marcos. III. Quadrinhofilia Produções Artísticas. IV. Título.

CDU 373.33

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SUMÁRIOEspaço mundial: contexto técnico-científico

Unidade 1: Globalização

Globalização da produção 6

Globalização do consumo 7

Há uma real globalização? 8

Unidade 2: Revolução Técnico-Científico-Informacional

Evolução nas formas de produção 20

Divisão Internacional do Trabalho 22

Qualificação subsidiando a produção técnica 24

Desemprego estrutural 25

Unidade 3: Redes e fluxos

Eixos de circulação 29

Vias de comunicação 37

Rede informacional 39

Unidade 4: Tecnopolos

Principais tecnopolos do mundo 49

Tecnopolos no Brasil 52

O projeto gráfico atende aos objetivos da coleção de diversas formas. As ilustrações, diagramas e figuras contribuem para a construção correta dos conceitos e estimulam um envolvimento ativo com temas de estudo. Sendo assim, fique atento aos seguintes ícones:

Fora de escala numérica

Imagem ampliada

Representação artística

Formas em proporção

Escala numérica

Imagem microscópica

Coloração artificial

Coloração semelhante ao natural

Fora de proporção

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Os últimos anos do século XX testemunharam grandes mudanças

em toda a face da Terra. O mundo torna-se unificado em virtude das

novas condições técnicas, bases sólidas para uma ação humana

mundializada. Esta, entretanto, impõe-se à maior parte da humanidade

como uma globalização perversa.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência

universal. 19. ed. São Paulo: Record, 2011. p. 37.

Globalização1

Espaço mundial: contexto técnico-científico4

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A sociedade ocupa o espaço geográfico organizando-o para a sua sobrevivência. Essa organização transforma os elementos naturais que o compõem e evolui conforme o nível tecnológico em que se encontra a sociedade naquele determinado momento.

O processo de transformação do espaço geográfico ocorreu (e ainda está ocorrendo) em fases distintas:

na primeira fase – antes da Revolução Industrial –, as técnicas utilizadas na produção de mercado-rias eram manuais ou com auxílio de tração animal;

na segunda fase – após a primeira e a segunda fase da Revolução Industrial –, a produção passou a ser realizada, principalmente, com máquinas, exercendo a principal influência na forma de como a sociedade extraía da natureza a matéria-prima necessária para a sua sobrevivência;

na fase atual – terceira fase da Revolução Industrial –, a informática contribuiu para o desen-volvimento do meio técnico-científico-informacional, que tem na velocidade de transmissão das informações entre diferentes lugares a sua principal ênfase.

A evolução tecnológica contribuiu, também, com a globalização, que está presente em diversas esferas, como a economia, a cultura, a troca de informações, a política, entre outras. Esse processo tem sido acompanhado de significativa revolução nas tecnologias de informação, tais como: o uso de satélites artificiais, telefonia móvel, televisão e computadores, principalmente.

Essa revolução possibilitou a uniformização das fontes de informações, o que fez com que a globalização fosse além dos limites econômicos, influenciando o consumo, a cultura, o vestuário e a alimentação, caracterizando certo grau de homogeneização entre os países.

Assim, a globalização envolve as trocas, principalmente as econômicas, informacionais e culturais, entre as diversas regiões do globo. E esse processo decorre de dois fatores fundamentais:

revolução tecnológica – o significativo investimento em tecnologia, ocorrido principalmente durante e após o período da Guerra Fria, contribuiu para a uniformização das trocas de infor-mações. Os setores de informática e telecomunicações foram os que mais se beneficiaram, possibilitando maior integração entre empresas e pessoas;

comércio internacional – as relações comerciais entre os países foram favorecidas e inten-sificadas devido aos transportes mais rápidos e eficientes, tais como: os navios cargueiros de grande porte e aviões. Isso provocou o aumento significativo do consumo em todo o mundo.

Em relação às atividades econômicas, a globalização envolve os setores industriais, as relações comerciais, a prestação de serviços e o sistema financeiro. Isso ocorre devido ao aumento do comércio internacional e da internacionalização da produção e do capital por meio das empresas transnacionais.

E, com a formação de blocos econômicos, há a tendência de eliminação ou diminuição de tarifas alfandegárias entre os países que os compõem, contribuindo, assim, para o aumento da produção e a regionalização das trocas comerciais.

Ensino Médio | Modular 5

GEOGRAFIA

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Globalização da produção

O processo de globalização econômica está relacionado à expansão dos fluxos materiais e imateriais, o que conduz à noção de encurtamento de distância e de diminuição do tempo.

Esse processo recebe auxílio e auxilia a abertura econômica e tornou-se um processo irreversível, caracterizando-se por:

acentuado desenvolvimento tecnológico; etapas do processo produtivo em diferen-tes lugares do mundo;

simplificação das etapas do trabalho e, ao mesmo tempo, exigência de qualifica-ção da mão de obra;

intensa mobilidade de capitais; influência nos preços e padrões de gestão e produção; influência no padrão de consumo (globalização do

consumo).

Os principais símbolos da globalização econômica são o sistema financeiro (investimentos) e a internet (rede mundial de computadores). Isso significa que empresas estão presen-tes em diversos países, influenciando a economia daqueles em que estão investindo.

Esse processo está alterando a forma com que o Estado atua no sistema econômico, uma vez que a ênfase atual exige que as economias nacionais possuam condições de competitividade global. Portanto, o relacionamento do Estado com o mercado está sendo reformulado, pois a economia é mundial, mas a realidade é local.

Com a rede mundial de computadores, o mundo passou a ser chamado de aldeia global, uma vez que as comunicações são instantâneas e o processo produtivo pode ser realizado em vários países, pois as empresas se instalam no país que oferecer melhores vantagens econômicas.

O intenso fluxo de mercadorias e o sistema financeiro globalizado, aliados às estratégias das empresas trans-nacionais e ao rápido desenvolvimento da informática, caracterizam a aldeia global, que está sendo estruturada em blocos econômicos regionais que formam a estrutura da economia mundial.

Mas a globalização econômica não representa, neces-sariamente, a uniformização da economia, pois seus efei-tos produzem resultados controversos. Se, por um lado, a mobilidade do sistema financeiro está alterando a noção de fronteiras nacionais e permitindo auxiliar países com problemas econômicos e financeiros, por outro, há a pos-sibilidade de utilização desses capitais para especulações econômicas que podem ameaçar a economia dos países.

Todo esse processo gera consequências nem sempre positivas para a sociedade. A discussão mais frequente envolve o destaque das disparidades regionais, a exclu-são social e o desemprego estrutural, pois, em função da automoção de vários setores, estão sendo eliminados postos de trabalho e profissões.

Observe a imagem e converse com seus colegas.

Qual a ideia que ela está caracterizando?

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012.

Dig

ital.

Globalização

econômica

@GEO1589

Globalização e a

terceirização do

modo produtivo

@GEO926

6 Espaço mundial: contexto técnico-científico

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Leia o texto a seguir e responda às questões propostas.

Globalização econômica deve ter direitos humanos como referência, diz especialista da ONU

O especialista das Nações Unidas sobre o Direi-to à Alimentação, Olivier De Schutter, pediu hoje (26/01) [2012] aos ministros reunidos no Fórum Eco-nômico Mundial, realizado em Davos esta semana, que se reconheça a relação dos direitos humanos com a globalização. “Os direitos humanos devem penetrar e dar uma nova direção à globalização de forma que as estratégias que estão sendo procuradas possam retomar e expandir a economia global”.

De Schutter sustenta que “os acordos de investi-mento e trocas bilaterais são o portão através do qual a globalização atravessa pelo quadro econômico de um país e frequentemente sacode as bases de uma economia. (Por isso), os governos dos Estados so-beranos devem submeter qualquer acordo à ‘prova dos direitos humanos’, avaliando os impactos a fim de cumprir as obrigações com os seus cidadãos”.

“Realizar uma Avaliação dos Impactos nos Di-reitos Humanos é proteger os direitos inalienáveis de cada pessoa diante de mudanças nas condições econômicas. Os Estados não devem forçar acordos que incapacitem sua competência em preservar seus

compromissos com os direitos humanos, não impor-tando o que a outra parte (envolvida no negócio) esteja disposta a oferecer, seja para acessar mercados externos ou para atrair investidores”.

De Schutter, que é o atual Relator Especial sobre o Direito à Alimentação, apresentará ao Conselho de Direitos Humanos da ONU um conjunto de princí-pios para avaliações sobre os impactos de acordos comerciais e de investimento sobre os direitos hu-manos. As negociações entre o governo da Índia e a Comissão Europeia sobre a criação de um Acordo de Livre Comércio podem ser tomadas como exem-plo sobre o qual esses princípios poderiam atuar, uma vez que a liberalização das tarifas nos setores de laticínios e aves poderia ameaçar o sustento de 14 milhões de famílias de indianos que vivem da produção de leite.

O especialista da ONU acrescentou que “uma globalização indiferenciada pode jogar populações inteiras em situações de pobreza permanente. As consequências da liberalização têm impactos diretos sobre o direito à alimentação”.

NAÇÕES UNIDAS DO BRASIL. Globalização econômica deve ter direitos humanos como referência, diz especialista da ONU. Disponível em: <http://www.onu.org.br/globalizacao-economica-deve-ter-direitos-humanos-como-referencia-diz-especialista-da-onu/>. Acesso em: 2 abr. 2012.

1. Pesquise sobre o que envolve os direitos humanos e elabore um texto explicando o seu significado.

2. Com base na pesquisa, justifique a afirmação: “Os direitos humanos devem penetrar e dar uma nova direção à globalização de forma que as estratégias que estão sendo procuradas possam retomar e expandir a economia global”.

Globalização do consumo

A globalização econômica está criando um mundo novo, sem fronteiras e, portanto, as empresas estão em muitas partes, controlando virtualmente seus desempenhos e a sua competitividade. Nesse processo, a globalização do consumo está atrelada à da produção, uma vez que as mercadorias estão em muitos lugares, no que se refere tanto à produção quanto à venda.

Os consumidores têm acesso a um variado rol de produtos fabricados em outros países, pois uma das características desse processo é o aumento do fluxo internacional de mercadorias. Isso ocorre em função do desenvolvimento do setor de transportes, que foi sendo estruturado por uma intrincada rede de interconexão entre os meios marítimos, terrestres e aéreos, além do desenvolvimento dos meios de comunicação.

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GEOGRAFIA

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A expressão “aldeia global”, empregada para tentar explicar a globalização da produção, estende--se para o consumo, uma vez que esse processo ultrapassa as fronteiras nacionais, articula o capital, a tecnologia, a força de trabalho, a divisão social e, portanto, as forças produtivas.

O intenso fluxo de mercadorias está retratado no gráfico a seguir, que apresenta o crescimento médio das exportações e do produto mundial bruto no período de 2000 a 2010.

O crescimento das exportações de mercadorias foi maior que o do PIB mundial em grande parte dos anos retratados no gráfico, expondo a intensificação das relações comerciais entre os países. O

mesmo ocorreu com o crescimento médio. O ano de 2009 retrata uma das crises comerciais e financeiras mais significativas em muitos países, principalmente europeus, quando as exporta-ções diminuíram em 12%.

Muitos fatores contribuíram para essa dimi-nuição e, também, para a recuperação da econo-mia em 2010. Entre esses fatores, está a ampli-tude do fluxo de produtos entre os países. Como grande parte das mercadorias é fabricada em vários lugares, as diversas etapas da produção atravessam as fronteiras nacionais muitas vezes, o que aumenta o fluxo comercial entre esses países. Outro fator foi o aumento das relações comerciais entre os países asiáticos em desen-volvimento, em particular a China, que contribuiu de maneira notável para o crescimento da eco-nomia mundial em 2010, pois suas exportações aumentaram em 28% nesse mesmo período.

Crescimento em volume do comércio de mercadorias e do PIB – 2000-2010 (%)

Fonte: ORGANIZACIÓN MUNDIAL DEL COMERCIO (OMC). Informe sobre el comercio mundial 2011. La OMC y los acuerdos comerciales prefe-renciales: de la coexistencia a la coherencia. Disponível em: <http://www.wto.org/spanish/res_s/booksp_s/anrep_s/world_trade_report11_s.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2012.

Verifique em sua casa a origem dos produtos utilizados: eletroeletrônicos, alimentação, vestuário, material de higiene, automotivo (particular ou público), etc. Junte dez rótulos de produtos nacionais e dez de produtos importados. Elabore uma tabela identificando o produto, a origem de fabricação e a localização dos estados (para os produtos brasileiros) e dos países. Desenvolva um relatório apresentando a tabela, estabelecendo relações entre a globalização da produção e a globalização do consumo. Você (ou sua família) é um consumidor global? Explique.

Na data solicitada, apresente o seu trabalho para a turma e entregue o relatório ao professor.

Há uma real globalização?

O processo de globalização possibilita uma maior interação de vários setores entre os países, devido ao rápido avanço tecnológico nos meios de comunicação. Isso significa que o que acontece em uma nação, poderá afetar as outras, principalmente no setor econômico e financeiro.

Por exemplo, dois países são parceiros comerciais, e o país A vende boa parte da sua produção industrial para o país B. Devido a determinadas situações, o país B está enfrentando uma séria crise econômica e a sua população não compra tanto quanto antes. Em consequência, há a diminuição da compra de mercadorias

Globalização

cultural

@GEO1936

8 Espaço mundial: contexto técnico-científico

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do país A, aumentando o estoque desses produtos, acarretando uma queda nas vendas e nos lucros. Con-sequência: o país B importa menos e o setor industrial do país A também é afetado, pois exportará menos. A atual crise econômica em alguns países europeus é um exemplo prático disso.

A globalização possibilita descentralização do processo de produção, homogeneização do padrão de consumo, mobilidade de capitais, entre outros. Mas, ao mesmo tempo, também expõe a riscos empresas menores, que não possuem poder e controle dos recursos financeiros e dos mercados. Além disso, boa parte dos países subdesenvolvidos e dos em desenvolvimento não tem acesso às modernas técnicas e não consegue competir com multinacionais estruturadas com o que há de mais novo em relação à tecnologia.

Estudos indicam que cerca de 1/5 da sociedade global se beneficia da globalização e os outros 4/5 são excluídos, tanto econômica quanto socialmente. Há pesquisadores que expõem que os 4/5 servem os outros 1/5. Assim, não há uma percepção mais concreta da real globalização, pois o processo atual se faz à custa de muitos privilégios (políticos e financeiros), manipulando quem não detém a tecnologia e explorando a força de trabalho mais barata.

Há, portanto, uma concentração do poder, tanto financeiro e econômico quanto político, para que o processo de globalização privilegie determinados grupos econômicos, acirrando a competição entre eles. Cerca de quase 500 empresas multinacionais controlam entre 80 e 85% das inovações tecnoló-gicas, caracterizando, assim, o caráter excludente da globalização.

Isso não diz respeito somente às empresas. Afeta, também, a distribuição de renda individual, concentrando-a ainda mais. Uma das informações utilizadas para expressar a concentração de renda é o Coeficiente de Gini, que avalia o grau de desigualdade existente na distribuição da renda individual. O coeficiente varia de 0 (zero) – quando não há desigualdade, havendo uma distribuição equilibrada –, a 1 (um), quando a desigualdade é máxima (nesse caso, apenas uma pequena parcela da população detém toda a renda da sociedade e a renda dos demais indivíduos é nula).

O mapa a seguir apresenta a desigualdade de distribuição de renda dos países.

Luci

ano

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ulio

Desigualdade de distribuição de renda – 2011

Fonte: PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO (PNUD). Relatório do desenvolvimento humano 2011. Sustentabilidade e equidade: um futuro melhor para todos. Nova Iorque: PNUD, 2011. p. 141-144; PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Relatório de desenvolvimento humano 2010. A verdadeira riqueza das nações: vias para o desenvolvimento humano. Nova Iorque: PNUD, 2010. p. 160-163. Adaptação.

Ensino Médio | Modular 9

GEOGRAFIA

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De acordo com a realidade do lugar onde você reside, pesquise situações que retratem a desigualdade de renda. A pesquisa pode ser realizada em revistas, jornais ou com visita a campo. Elabore um relatório expondo a situação, inserindo fotos (se for o caso) e respondendo à pergunta: há desigualdade na distribuição de renda no lugar onde você mora?

Na data definida, apresente o seu trabalho para a turma e entregue o relatório ao professor.

O processo de globalização não é um fenômeno recente, tampouco os seus efeitos (principal-mente os negativos) surgiram na atualidade. Esse processo vem se consolidando desde a expansão do capitalismo, e as relações comerciais e sociais entre os países foram se estruturando conforme as características desse sistema econômico.

Os efeitos negativos são visíveis há muito tempo, mas somente nas últimas décadas é que começa-ram a ser debatidos. Com base nesses debates, realizados tanto em fóruns sociais quanto econômicos, alguns países começaram a praticar ações para minimizar os efeitos negativos, tais como:

definição de critérios mais específicos e rigorosos relacionados à abertura econômica para que a competição internacional se torne menos agressiva;

oferecimento de incentivos às pequenas empresas para que absorvam a mão de obra local;

maior investimento no setor educacional;

participação em blocos econômicos que agilizem as relações comerciais e o fluxo financeiro com outros países.

Essas ações vão, com o tempo, auxiliar na redefinição do papel do Estado diante do processo de globalização, pois é ele que gerencia o país e possibilita o desenvolvimento socioeconômico. Com isso, poderá haver a redução de barreiras alfandegárias, consideradas pela ONU como uma das causas do aumento dos níveis de pobreza, que dificultam ou impedem a entrada de produtos e de capital estrangeiro em seus territórios.

As barreiras alfandegárias dificultam a entrada de mercadorias oriundas de países subdesenvol-vidos ou em desenvolvimento no mercado internacional, prejudicando as exportações desses países.

Essas ações são muitas vezes praticadas pelos países centrais, principalmente Estados Unidos, Alemanha e Japão. Mas, quando se trata de inserir seus produtos em países subdesenvolvidos, esses países alegam que as leis protecionistas implantadas pelos mais pobres não estão em conformidade com o mercado internacional.

10 Espaço mundial: contexto técnico-científico

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1. (UNCISAL) Competições, concorrências, vencedores, venci-dos, ricos, pobres, abandonados à própria sorte: termos que exprimem as modalidades e os resul-tados do funcionamento de um sistema mundial assimilado então ao desenvolvimento do capita-lismo. Nunca na história da humanidade houve tamanha concentração e diferença no interior da comunidade humana.

Oliver Dolfus, Geopolítica do sistema-mundo.

O fenômeno descrito revela:

a) o fluxo de informações;b) a Revolução Industrial;c) a formação dos blocos econômicos; d) os efeitos da globalização;e) o fluxo de mercadorias.

2. (UFRB – BA) Há poucos anos, uma nova expressão surgiu no fir-mamento com um brilho tão intenso que ofuscou tudo o que existia ao seu redor: globalização. Qua-se que por encanto, transformou-se em explicação mágica para todos os fenômenos econômicos e políticos desse final de século e passou a figurar como obsessão no discurso dos homens de gover-no, dos empresários, dos analistas e dos jornalistas.

[...] Sob o novo rótulo, encontra-se um processo muito antigo, que continua a se expandir. A glo-balização não tem quatro ou cinco anos, mas qua-trocentos ou quinhentos. A geografia política do mundo no qual vivemos é fruto desse processo.

MAGNOLI, D. Globalização: estado nacional e espaço mun-dial. São Paulo: Moderna, 2002. (Coleção Polêmica).

A partir da análise do texto e dos conhecimentos sobre o movimento de globalização que se de-senvolveu a partir da Segunda Guerra Mundial, pode-se afirmar:

(01) O Sudeste Asiático e a África Subsaariana, após o processo de descolonização da Ásia e da África, registraram o maior crescimen-to econômico da história dessas regiões.

(02) As economias europeia e japonesa, sob a liderança geopolítica dos Estados Unidos, foram reconstruídas após a Segunda Guerra Mundial, o que impulsionou o crescimento da economia mundial.

(04) A desvalorização da moeda de maior repre-sentatividade do capital financeiro, o dólar

norte-americano, indica que a política atual desse país está voltada para a integração do continente americano e para a diminuição de suas desigualdades econômicas.

(08) O estágio atual da geopolitização está as-sentado no uso de tecnologias tradicionais, na grande interferência do Estado nas eco-nomias nacionais, na expansão das empre-sas sem fronteiras econômicas e na melho-ria do IDH da população mundial.

(16) O interesse do G8 em eliminar as grandes diferenças econômicas existentes no con-texto internacional justifica o desenvolvi-mento econômico registrado, nas últimas décadas, em países emergentes, como a China, a Índia e o Brasil.

(32) Legislações ambientais questionáveis, ele-vado potencial hidrelétrico e singularidades da geografia da natureza funcionaram como fatores de atração para a instalação de em-presas transnacionais na América Latina.

Somatório: .

3. (UFBA)A ONU – Organização das Nações Unidas – tem como objetivos manter a paz, defender os di-reitos humanos e as liberdades fundamentais e promover o desenvolvimento dos países em es-cala mundial. [...] A ONU é constituída por várias instâncias, que giram em torno do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral. A organização atua em diversos conflitos por meio de suas for-ças internacionais de paz.

A ONU – Organização..., Almanaque Abril 2008. 34. ed. São Paulo: Abril, 2008. p. 75.

A globalização é o fenômeno mais recente da economia capitalista mundial. É resultado da evolução da técnica e da ciência, da eficiência dos meios de transportes e comunicações e da construção de instituições supranacionais que lhe dão sustentação, como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e os diversos blocos econômicos regionais que, há pouco mais de uma década, estão em processo de consolidação. Caracteriza-se pela liberdade de circulação de mercadorias, capitais e serviços entre os países.

LUCCI, E. A.; BRANCO, A. L.; MENDONÇA, C. Território e sociedade no mundo globalizado: geografia geral e do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 120.

Ensino Médio | Modular 11

GEOGRAFIA

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Considerando-se as informações dos textos e com base nos conhecimentos sobre a Organização das Nações Unidas (ONU) e sua estrutura, a globalização e suas instituições supranacionais, pode-se afirmar:

(01) A Organização das Nações Unidas (ONU), criada logo após a Segunda Guerra Mun-dial, busca um novo papel no conflituoso mundo globalizado, transformando-se num respeitado fórum de discussão e de encami-nhamento dos problemas mundiais.

(02) O Conselho de Segurança da ONU concen-tra um grande poder, sobretudo através dos membros permanentes – Estados Uni-dos, Reino Unido, França, Federação Russa e China – que possuem poder de veto, e por ser o órgão que aprova missões de paz, em-bargos e ações armadas.

(04) O Mercado Comum do Sul (Mercosul) sur-giu no começo da década de 70 do século passado, com objetivo de unificar tarifas entre países da América do Sul – inicialmen-te Brasil, Bolívia, Chile e Uruguai – e adotar políticas comuns.

(08) O termo “globalização” passou a ser usado para descrever uma nova fase, marcada pela crescente interdependência entre governos, empresas e movimentos sociais, porém sua dinâmica não trouxe maior igualdade entre os povos.

(16) A Organização Mundial do Comércio (OMC) – cujo objetivo é resolver as disputas comer-ciais entre países ricos e pobres – envolve 20 membros, representa países desenvolvidos e subdesenvolvidos, tendo começado a fun-cionar no início deste século, com a rodada de Doha.

(32) O BRIC é uma sigla criada por analistas fi-nanceiros para designar os quatro princi-pais países emergentes do mundo – Brasil, Rússia, Índia e China – visando demonstrar o impacto que o grupo tem e terá, cada vez mais, na economia mundial.

Somatório: .

4. (UECE) Sobre o processo de globalização, assina-le o correto.

a) O processo de globalização, mesmo diante de vários contrastes econômicos e sociais, reflete na total difusão de informações e acesso indiferen-

ciado a elas, reduzindo, quase que totalmente, as desigualdades sociais de forma homogênea.

b) A internet em muito contribuiu para difusão de informações e acesso a serviços (e-mails, dados bancários, compra e venda de produ-tos, dentre outras atividades), mas em nada contribuiu para o redimensionamento das concepções de tempo e espaço, essenciais à dinâmica da globalização.

c) A globalização, cuja imagem reflete a estrutura econômica norte-americana, é também repre-sentada por instituições como o FMI e o Banco Mundial, nas quais o neoliberalismo, mesmo atuando para reduzir as barreiras aos fluxos globais, não viabiliza investimentos produtivos nem a ampliação do comércio em países sub-desenvolvidos como o Brasil e o México.

d) A expansão do processo de globalização tam-bém se dá de forma “sutil” e, mesmo com difusão de informações e acesso a serviços, fortalecem grupos, países ou regiões, utilizan-do-se princípios de domínio sobre mercado-rias, capitais, serviços, informações e pessoas.

5. (ENEM)

Em 2006, foi realizada uma conferência das Na-ções Unidas em que se discutiu o problema do lixo eletrônico, também denominado e-waste. Nessa ocasião, destacou-se a necessidade de os países em desenvolvimento serem protegidos das doações nem sempre bem-intencionadas dos países mais ricos. Uma vez descartados ou doa-dos, equipamentos eletrônicos chegam a países em desenvolvimento com o rótulo de “merca-dorias recondicionadas”, mas acabam deterio-rando-se em lixões, liberando chumbo, cádmio, mercúrio e outros materiais tóxicos.

Internet: <g1.globo.com> (com adaptações).

A discussão dos problemas associados ao e-waste leva à conclusão de que:

a) os países que se encontram em processo de industrialização necessitam de matérias-pri-mas recicladas oriundas dos países mais ricos;

b) o objetivo dos países ricos, ao enviarem mer-cadorias recondicionadas para os países em desenvolvimento, é o de conquistar mercados consumidores para seus produtos;

c) o avanço rápido do desenvolvimento tecno-lógico, que torna os produtos obsoletos em pouco tempo, é um fator que deve ser consi-derado em políticas ambientais;

12 Espaço mundial: contexto técnico-científico

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d) o excesso de mercadorias recondicionadas enviadas para os países em desenvolvimento é armazena-do em lixões apropriados;

e) as mercadorias recondicionadas oriundas de países ricos melhoram muito o padrão de vida da popu-lação dos países em desenvolvimento.

6. (UFPR) A economia mundial influencia outros setores da sociedade. Sobre esse tema, considere as se-guintes afirmativas:

1. O atual modelo assumido pela economia mundial coloca países subdesenvolvidos e desenvolvidos em um mesmo patamar socioeconômico e cultural.

2. A presença da rede McDonald’s em países como a Índia e a China mostra a eficácia dos modelos de consumo ocidentais difundidos pela ruptura de barreiras comerciais.

3. Cuba é um dos poucos países do mundo ocidental que se mantém fora do circuito mundial do co-mércio, da informação e da comunicação, embora na atualidade se verifiquem algumas mudanças na participação cubana nesses setores.

4. A abertura econômica da China tem sido acompanhada por um acelerado processo de democratiza-ção do país.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira. b) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.

c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.

e) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.

7. (UFPR) Considere a seguinte tabela:

Estados Unidos Alemanha Brasil Índia Etiópia

População – 2007 302,2 milhões

82,3 milhões

183,3 milhões*

1.131,9 milhões

77,1 milhões

População – 2025 (projetada) 349,4 milhões

79,6 milhões

228,9 milhões

1.391,2 milhões

108,7 milhões

Índice de crescimento natural 0,6 –0,2 1,4 1,6 2,5

Percentagem de população abaixo de 15 anos 20% 14% 28% 33% 43%

Percentagem de população acima de 65 anos 12% 19% 6% 5% 3%

Expectativa de vida ao nascer 78 anos 79 anos 72 anos 64 anos 49 anos

Taxa de mortalidade infantil 6,5 3,8 27 58 77

Percentagem de adultos com Aids (2005) 0,6% 0,1% 0,5% 0,7% 1,4%

Percentagem de crianças com até 5 anos abaixo do peso 1% – 4% 46% 35%

PIB per capita ($) 46.600 34.400 9.700 2.700 700

Fontes: http://www.prb.org/; http://www.worldbank.org/; http://www.cia.gov/.

*www.ibge.gov.br

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GEOGRAFIA

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O processo de globalização atrelado ao mercado tem produzido efeitos muito favoráveis ao de-senvolvimento de países e blocos econômicos, preferencialmente para aqueles que já detinham um mínimo de condições para sair da linha da pobreza. Sobre o tema, com o auxílio da tabela acima, é correto afirmar:

a) Uma das condições para que um país saia da linha da pobreza e faça parte do mundo glo-balizado é o tamanho de sua população.

b) Um percentual elevado de pessoas abaixo de 15 anos é o fator definidor para que um país saia da condição de subdesenvolvido e seja considerado emergente.

c) Tanto nos países emergentes como nos de-senvolvidos a pirâmide etária é invertida, ou seja, a base é menor que o topo.

d) O Brasil, embora seja considerado um país emergente, já apresenta índices de IDH com-paráveis aos dos países desenvolvidos.

e) A solução para que os países subdesenvolvi-dos reduzam a sua situação de pobreza é a busca do crescimento vegetativo negativo.

8. (UFRGS) Considere as seguintes afirmações, rela-tivas às transformações decorrentes do processo de mundialização do capital.

I. O chamado Estado Mínimo prega a desregu-lamentação do Estado e a mínima intervenção deste na economia, a fim de que ele disponibi-lize seus recursos para programas de alimenta-ção, saúde, educação, habitação, entre outros.

II. As novas formas de produção industrial le-varam à modificação da estrutura portuária, adaptando-a a navios de menor capacidade de carga, e à terceirização na contratação do trabalho.

III. As empresas passaram a decidir sua locali-zação mediante avaliação de um quadro de vantagens comparativas, o que tornou a par-ticipação dos municípios decisiva na política de incentivos fiscais para as empresas.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.

b) Apenas II.

c) Apenas I e III.

d) Apenas II e III.

e) I, II e III.

9. (UNIFRA – RS)

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A figura ilustra o funcionamento do sistema ca-pitalista. Marque a alternativa que expressa con-siderações incorretas sobre o processo de carac-terização do capitalismo no mundo.

a) O capitalismo teve origem na Europa, nos sé-culos XV e XVI, e posteriormente se expandiu para outros lugares do mundo como Ásia, África, América e Oceania.

b) Nas décadas de 1970 e 1980, as ideias do li-beralismo clássico foram retomadas na forma de políticas neoliberais que pregavam a não intervenção do Estado na economia.

c) Em 2008, o mundo vive uma crise financeira mundial, onde os estados europeus decidem intervir em suas próprias economias, dispo-nibilizando recursos públicos para ajuda aos bancos privados e, assim, configurando uma atitude contrária aos princípios neoliberais.

d) Na busca de novos mercados, o capitalismo financeiro passa a ser chamado de globaliza-ção, buscando atingir uma integração de eco-nomias, culturas, línguas, produção e consu-mo.

e) O fluxo de capitais pelo mundo é uma situa-ção nova, determinada pela expansão das chamadas empresas globais, após a Terceira Revolução Industrial.

10. (ACAFE – SC)

Correspondendo à mais recente fase da ex-pansão capitalista, o processo de globalização está para o atual período técnico-científico ou informacional do capitalismo como o colonia-lismo esteve para a fase do capitalismo comer-cial (do século XVI ao XVIII), ou do imperialis-

14 Espaço mundial: contexto técnico-científico

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mo para o capitalismo industrial (do século XIX até a metade do XX).

Fonte: MOREIRA, João C.; SENE, Eustáquio de. Geografia para o Ensino Médio: geografia geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2002. p. 345.

Sobre o tema da globalização é correto afirmar, exceto:

a) a mundialização do American way of life (modo de vida nos Estados Unidos) e a homo-geneização cultural foram dois aspectos da globalização impostos, mas aceitos incondi-cionalmente por todos os povos do planeta;

b) os fluxos de capitais, bem como os fluxos de mercadorias são importantes nesse momento da globalização econômica, pois eles se ma-terializam de diferentes maneiras no território de países espalhados pelo mundo;

c) os grandes agentes da globalização da produ-ção são as corporações multinacionais, cuja maioria está sediada nos países do G7, embo-ra já existam algumas dessas empresas sedia-das em países fora desse grupo;

d) embora não seja recente, a tendência de re-gionalização do mundo em blocos econô-micos ganhou espaço com a emergência da economia globalizada, cada vez mais compe-titiva, o que resulta na expansão de mercados e dos lucros das empresas.

11. (CEFET – PB) “Crise financeira se mantém ape-sar do senado americano aprovar socorro para os bancos” (O Norte, 03/10/2008) – Os noticiá-rios econômicos não param de mencionar os im-pactos da crise econômica que começou no país mais importante da economia capitalista.

Sobre esse panorama da economia globalizada, é incorreto afirmar que:

a) a exigência de alto investimento de capital e de tecnologia de ponta aprofunda as diferenças entre os países subdesenvolvidos e os países desenvolvidos;

b) na economia globalizada, um país depende do outro, e as crises econômicas alastram-se como epidemias por todo o mundo;

c) o investimento especulativo é considerado positivo e desejável por todos os países, pois auxilia o crescimento econômico com a instalação de novas empresas e a expansão e modernização das já existentes;

d) o fluxo financeiro e de informações, as trocas de mercadorias e os deslocamentos

populacionais exercem papel fundamental no processo de globalização;

e) a economia mundial encontra-se completa-mente vinculada às operações realizadas nas bolsas de valores e depende delas.

12. (UFPI) Com relação aos problemas do mundo globalizado, é correto afirmar que:

I. os conflitos nos países da África Subsaariana são incentivados por países estrangeiros que se utilizam da política “Dividir para Domi-nar”;

II. os problemas ambientais têm, como causa principal, o excesso de população nos países pobres;

III. a globalização da economia é a principal res-ponsável pela exclusão social;

IV. a Eco-92, realizada no Rio de Janeiro, é con-siderada como importante momento para a participação dos países em desenvolvimento na agenda da diplomacia ambiental.

É correto afirmar o que está em:

a) I e II.

b) II e III.

c) I e IV.

d) II e IV.

e) III e IV.

13. (UFPI) Sobre o processo de globalização:

a) ( ) Os grandes investimentos estrangeiros na China foram atraídos pela vasta reserva de mão de obra e pelo grande potencial do mercado consumidor.

b) ( ) A economia cibernética, originada do avan-ço tecnológico, funcionou como elemento de inclusão da camada mais pobre da po-pulação.

c) ( ) As políticas protecionistas dos países de-senvolvidos, com subsídios aos seus pro-dutores, e as tarifas de importação sobre produtos provenientes dos países menos desenvolvidos diminuem a chance de competitividade desses países.

d) ( ) Os capitais especulativos, pela sua finali-dade do lucro imediato e fluxo sem con-trole governamental, têm compromissos políticos e financeiros de longo prazo com os países onde são aplicados.

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GEOGRAFIA

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Revolução Técnico-Científico- -Informacional

2

O que está sendo representado na ilustração?

Esta representação tem relação com a Revolução Técnico-Científico-Informacional?

Quais os fatores que possibilitaram essa revolução?

Você utiliza recursos decorrentes dessa revolução? Quais?

Observe a ilustração a seguir:

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Espaço mundial: contexto técnico-científico16

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A forma como a sociedade foi se estruturando no espaço geográfico está diretamente relacionada à utili-zação das técnicas para a sua sobrevivência.

infraestrutura, grande parte informatizada, de meios de transporte (rodovias, aeropor-tos, portos, etc.);

modernização das redes de telecomunicações (satélites artificiais, cabos de fibras ópticas, antenas parabólicas, telefonia celular, etc.);

biotecnologia fundamentando a agropecuá-ria (animais clonados, transgênicos);

robotização de uma série de atividades do setor secundário, bolsas de valores eletrôni-cas, etc.

Essas características dão suporte ao aumento do fluxo de mercadorias, de capitais, de informa-ções e de pessoas. Para Milton Santos, esse meio caracteriza o processo de globalização, sendo que o espaço geográfico passou a ser identificado como tecnocosmo.

Além de configurar um estágio da história da incorporação das técnicas, o meio técnico-científico--informacional pode, também, relacionar-se com o setor de captação de imagens da superfície terrestre por meio de satélites artificiais. Esse setor é denomi-nado de teledetecção.Imagem de satélite. Taiwan, 2012

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Para Milton Santos (1926-2001), a utilização de técnicas no espaço geográfico teve três etapas:

meio natural – não houve grandes transformações do espaço, pois as técnicas utilizadas esta-vam relacionadas ao cultivo de determinadas espécies de plantas e à domesticação de animais;

meio técnico – as transformações foram significativas, pois, além dos elementos naturais que compõem o espaço geográfico, surgiram elementos sociais ou artificiais, como residências, ele-trificação, retirada de água e posterior tratamento para consumo da sociedade, entre outros. Houve a intensificação das relações comerciais, além da “diferenciação” dos países, pois alguns se destacaram como fabricantes, comerciantes, e outros, como fornecedores das matérias-primas;

meio técnico-científico-informacional – iniciou-se após a Segunda Guerra Mundial e ainda está ocorrendo. Mas, após a década de 1970, houve significativo desenvolvimento tecnológico, fazendo com que ciência e técnica interagissem, permitindo que o mercado se tornasse global.

Professor Milton Santos, um dos maiores pensadores

brasileiros do século XX

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Assim, o espaço geográfico está sendo reconfigurado, tanto na cidade quanto no campo, em função da incorporação constante da técnica, da ciência e da informação, abrangendo diversos aspectos, tais como:

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GEOGRAFIA

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As imagens captadas por esses satélites são uti-lizadas em pesquisas, na interpretação de fenômenos naturais, como tornados e furacões, no monitoramento de queimadas, entre outros. O monitoramento é pos-sível em função de as imagens serem captadas em intervalos regulares, o que permite a interpretação da evolução dos focos de queimadas, por exemplo.

A integração mundial possibilitada pelo meio técnico-científico-informacional avançou devido ao desenvolvimento da internet, entre outros fatores, que é composta por redes que interligam os computa-dores em escala mundial, por meio de uma variedade de recursos e serviços – hiperligações da Rede de Alcance Mundial (World Wide Web – www), gerando comunicação instantânea e compartilhamento de arquivos.

O primeiro mapa apresenta a quantidade de computadores conectados à internet a cada 100 habitantes, o que caracteriza uma rede intensa de comunicação, e o segundo, a densidade populacional. Já a composição da imagem de satélite apresenta a Terra vista durante a noite. Após a leitura dos mapas, responda às questões propostas.

Acesso à internet – 2008

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 5. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. p. 84. Adaptação.

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Dubai – Emirados Árabes

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18 Espaço mundial: contexto técnico-científico

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Fonte: NATHAN. Atlas Nathan: atlas du 21.e siècle. Paris: Nathan, 2009. Adaptação.

Nível de densidade demográfica no mundo

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1. Quais são as regiões da Terra onde a densidade populacional é mais alta?

2. Em relação à luminosidade à noite, essas regiões que concentram mais população também concentram a lumi-nosidade?

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GEOGRAFIA

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3. Como é o acesso à internet nessas regiões?

4. Como é o acesso à internet na Índia e na China, os países mais populosos?

5. Observando os dois mapas e a imagem de satélite, pode-se afirmar que todas as regiões do mundo estão conec-tadas da mesma forma?

Evolução nas formas de produção

A produção de bens e serviços está relacionada com as relações de produção existentes na socie-dade e, também, com a sua força produtiva, isto é, mão de obra economicamente ativa.

O modo de produção foi se alterando à medida que a sociedade foi incorporando novas técnicas de sobrevivência. As alterações mais significativas ocorreram após a Revolução Industrial, que iniciou a utilização de máquinas, aumentando, assim, a produção.

A produção no sistema capitalista surgiu com a noção de propriedade privada dos meios de pro-dução pelos burgueses, que substituíram o senhor feudal. Além disso, o trabalho assalariado substi-tuiu o servil. Esse modo de produção é movido pelo lucro, gerando duas classes sociais – a burguesia e os trabalhadores assalariados.

O capitalismo é caracterizado em quatro etapas:

pré-capitalismo – o feudalismo predo-mina nessa fase, mas as relações capi-talistas começam a se desenvolver.

Trabalhadores cultivando a terra em um feudo na Europa

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MARÇO. 1410-1416. Iluminura do Livro de Horas do Duque de Berry (século XV) manuscrito com iluminuras dos irmãos

Paul, Jean et Herman de Limbourg, 22,5 cm x 13,6 cm. Museu Condé, em Chantilly, França.

20 Espaço mundial: contexto técnico-científico

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capitalismo industrial – desenvolvimento do setor industrial; o trabalho assalariado torna-se definitivo.

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Massachusetts – EUA, 1888Massachusetts – EUA, 1888Bolsa de valores. São Paulo – SP, 2007

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Indústria automobilística em São Paulo, na década de 1950

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capitalismo comercial – baseia-se no trabalho assalariado; os comerciantes ficam com a maior par-te dos lucros.

capitalismo financeiro – as instituições financei-ras, como os bancos, passam a controlar as demais atividades econômicas.

Já o modo de produção socialista baseia-se na proprie-dade social, isto é, não há empresas privadas, pois os meios de produção são estatais ou coletivos, não havendo separa-ção entre patrão e empregados.

Com a Revolução Industrial, novos e importantes proces-sos produtivos foram sendo incorporados pela sociedade, como é o caso do taylorismo (Frederick Taylor – 1856-1915), que tem como principais características:

estabelecimento de um tempo médio para a execu-ção das atividades;

divisão do trabalho e, consequentemente, a espe-cialização do operário;

prêmios por produtividade e incentivos salariais;

utilização de métodos científicos para a obtenção da uniformidade do trabalho e redução de custos;

recompensas salariais e materiais;

supervisão funcional.

Segundo esse sistema de produção, o bom operário faz o que mandam e não discute as ordens, e a empresa é con-siderada um sistema fechado, isto é, os operários não são influenciados externamente.

O fordismo, idealizado por Henry Ford (1863-1947), carac-teriza-se pela produção em série e introduziu as linhas de montagem, tendo como princípios:

a intensificação da produção – diminuição do tempo com equipamentos e rápida colocação do produto no mercado;

o aumento da produtividade devido à especialização do operário;

a economia do processo – diminuição do volume de estoque.

Ford foi o fundador da Ford Motor Company e introduziu as linhas de montagem, processo segundo o qual o produto que está sendo produzido – o automóvel, nesse caso – fica em uma esteira rolante e cada operário desenvolve uma fase de produção. O auge dessa forma de produção ocorreu nas décadas de 1950 e 1960.

Ao mesmo tempo, John Maynard Keynes (1883-1946) desen-volveu o keynesianismo, tendo como base a intervenção do Estado na economia, pois este tem o dever e o direito de oferecer benefícios sociais, como salário mínimo, seguro-desemprego, assistência médica gratuita, jornada de trabalho adequada, etc. Para essa teoria, o desemprego é uma condição temporária, com tendência ao desaparecimento, pois o mercado manteria a sua capacidade produtiva e, portanto, a oferta de empregos.

Na década de 1980, Taiichi Ohno (1912-1990) desenvolveu o toyotismo, que tem como base a produção flexível e diversifi-cada e apresenta principalmente as seguintes características:

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GEOGRAFIA

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Divisão Internacional do Trabalho

Quaisquer dos modelos de produção apresentam vantagens e desvantagens e condicionam a Divi-são Internacional do Trabalho (DIT), que se refere à divisão de atividades e serviços entre os países.

À medida que os modos de produção foram se estruturando, diferentes combinações das atividades produtivas entre os países também foram se moldando. A origem da DIT data do final do século XV, quando as relações ocorriam entre as metrópoles e suas colônias.

Nesse período, havia países considerados exportadores de matérias-primas. As colônias possuíam economias fragilizadas e dependentes das metrópoles. Estas adquiriam as matérias-primas com custo baixo, produziam as mercadorias e as vendiam para as colônias por um valor bem mais alto.

A DIT está atrelada às diferentes fases da história do capitalismo, com início na relação entre as metrópoles e as colônias até os dias atuais, com a relação entre os países desenvolvidos, os emer-gentes e os não desenvolvidos.

Assim, a DIT apresenta três fases de evolução, descritas a seguir.

Primeira DIT: capitalismo comercial; consolidação do sistema capitalista; intensa transfor-mação no processo de produção; havia os países que forneciam matérias-primas (muitos des-ses países são considerados subdesenvolvidos atualmente) e países que industrializavam os produtos (muitos deles são considerados desenvolvidos atualmente); hegemonia da Inglaterra; fase que perdura até a Segunda Guerra Mundial.

Assista ao filme Tempos modernos, de Charles Chaplin. Elabore um texto descrevendo e identificando a forma de produção retratada pelo filme. Na data marcada, entregue o texto para o professor.

sistema just in time, isto é, produção das peças no tempo certo, para minimizar a geração de estoque;

comprometimento dos trabalhadores com a qualida-de total em todas as etapas de produção;

mecanização das etapas de produção;

multifuncionalização dos operários: como a pro-dução era flexível, o operário deveria conhecer as

etapas de produção; para isso, o Japão investiu no setor educacional e na qualificação da popula-ção.

Muitas empresas japonesas adeptas do toyotismo destacaram-se na produção e na participação econômica mundial fabricando pequenos bens que necessitavam de pouca energia e matéria-prima.

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22 Espaço mundial: contexto técnico-científico

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Segunda DIT: capitalismo financeiro a partir da Segunda Guerra Mundial; no início do século XX, países europeus, principalmente a Inglaterra, entraram em declínio devido à Crise de 1929 e às duas guerras mundiais; fortalecimento dos Estados Unidos como potência hegemônica; alguns países subdesenvolvidos foram se industrializando (financiados pelos desenvolvidos), tornando-se exportadores de produtos industrializados.

Terceira DIT: globalização da produção e do consumo; Terceira Revolução Industrial, com con-sequente reestruturação empresarial; transnacionais instalam-se em países subdesenvolvidos recém-independentes, caracterizando a expansão dos investimentos econômico-financeiros; processo de industrialização em muitos países.

A DIT envolve a produção, a comercialização, a exportação do produto já finalizado e a importa-ção das matérias-primas, se necessário. Mas é um processo que gera desigualdades, pois países emergentes ou os subdesenvolvidos adquirem tecnologia a custos altos, enquanto seus produtos industrializados não conseguem preços satisfatórios no mercado internacional, o que favorece os países desenvolvidos.

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GEOGRAFIA

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Qualificação subsidiando a produção técnica

O desenvolvimento de novas tecnologias tanto na área da informação quanto na da comunicação e as modificações ocorridas nas relações comerciais são responsáveis por significativas mudanças na DIT e no processo produtivo.

Essas mudanças trazem significativas alterações ao mercado de trabalho em todos os países. Os novos equipa-mentos exigem treinamento, mesmo dependendo de poucos funcionários, exigindo atualização constante. Portanto, cada vez mais, a qualificação da mão de obra é importante para que a pessoa se coloque e permaneça no mercado de trabalho.

O modelo de produção calcado na divisão de tarefas está perdendo preferência para um modelo que exige do profissional, além das habilidades técnicas, habilidades conceituais e também humanas.

Para isso, o profissional deve desenvolver habilidades interpessoais, competências múltiplas e focar no resultado da atividade, e isso são fatores que o deixam mais competitivo.

Para que o indivíduo apresente essas características, é primordial a formação acadêmica aliada ao planejamento da carreira e a cursos de especialização e/ou profissionali-zantes que aperfeiçoem as habilidades e competências da atividade em questão.

Essa necessidade crescente de capacitação e qualificação está induzindo uma reestruturação do processo educativo. Segundo o Ministério do Trabalho, no Brasil, há em torno de 17 500 instituições educacionais que oferecem qualificação e requalificação profissional, sendo que desse total quase 7 000 mil estão localizadas no estado de São Paulo.

As novas tecnologias estão influenciando currículos esco-lares e exigindo atualização constante diante das novas mídias para acompanhar a dinâmica da modernidade.

Em muitos países desenvolvidos, outra modalidade de trabalho está surgindo, mais flexível, na qual o profissional utiliza ferramentas tecnológicas para desempenhar a sua função, tais como: telefone, fax, computador, entre outros. O local de trabalho pode ser em qualquer lugar, inclusive a residência. Estudiosos denominam essa modalidade de teletrabalho.

O desenvolvimento tecnológico e científico, no qual o conhecimento e a informação são interpretados como bases do processo produtivo flexível, agrega maior valor aos produ-tos e serviços desenvolvidos, tais como: o desenvolvimento de softwares, internet, tecnologia da informação, compu-tação e biotecnologia. E, cada vez mais, a microeletrônica e as telecomunicações tornam-se globais e estão sendo

incorporadas nas relações sociais, de trabalho, na educação, na economia, entre outras.

A informatização, a capacidade intelectual do profis-sional e a comunicação são fatores considerados estraté-gicos para o desenvolvimento econômico. Assim, o modelo organizacional e tecnológico, para se adaptar às constan-tes mudanças, necessita de um processo produtivo mais flexível e virtual. A tecnologia permite que a informação circule globalmente, redimensionando as noções de espaço geográfico e de tempo.

O tempo e a distância deixaram de ser fatores impeditivos da produção, da tomada de decisões e da comercialização de mercadorias.

Para conseguir competir, as empresas tiveram de se tornar mais eficientes e priorizar o processamento das infor-mações e as habilidades e competências dos profissionais. Tudo isso se tornou um bem comercial.

Mas essa realidade não é homogênea, pois nem todos os países alcançaram esse nível tecnológico, e a posse das informações transformou-se em poder econômico.

Nesse novo contexto, a formação profissional tornou-se um fator produtivo, o que fez surgir novas formas de inte-grar o trabalhador na organização do trabalho. No processo produtivo fordista e taylorista, a organização das atividades separava o planejamento e a execução das atividades – tra-balho manual x trabalho intelectual –, o que impossibilitava o trabalhador de conhecer amplamente a produção. Nesse período, o profissional não se preparava (aprimorava) para o trabalho e, sim, aprendia a função no próprio trabalho.

Com a alteração no processo produtivo, ocorreu uma readequação das relações de trabalho, exigindo uma mul-tifuncionalidade, na qual o conhecimento e a informação são fatores centrais para a formação do profissional. E, para isso, as empresas investem cada vez mais na capa-citação de seus funcionários para adequá-los à dinâmica da produção.

Nessa dinâmica, houve uma significativa interação entre o governo, os sindicatos de cada categoria e os empresários, no sentido de desenvolver programas de qualificação ou de requalificação dos trabalhadores. A partir da década de 1990, inúmeras pesquisas comprovaram a necessidade de se prepararem os profissionais direcionando-os aos interesses do mercado de trabalho.

Essa realidade está exigindo, tanto das empresas quanto dos profissionais, além do conhecimento técnico, uma atua-ção ética e com responsabilidade social e ambiental.

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Desemprego estrutural

Junte-se aos colegas de turma, escolham um brasileiro que tenha se destacado em sua pro-fissão – por exemplo, Mike Krieger, que ajudou a criar o Instagram. Elaborem um cartaz com uma breve biografia do profissional escolhido com informações sobre o seu trabalho.

A dinâmica do processo produtivo apresenta pontos positivos e, também, negativos. Um dos aspectos negativos é a possibilidade de gerar desemprego.

Segundo o economista Paulo Sandroni (autor do livro Dicionário de economia do século XXI): emprego – no sentido amplo, é o uso do fator de produção por uma empresa e, no sentido estrito, é a função ou cargo ou a ocupação remunerada exercida por uma pessoa. A oferta total de empregos que um sistema econômico pode proporcionar depende do que se produz, da tecnologia empregada e da política econômica governamental e empresarial;

desemprego – situação de ociosidade involuntária em que se encontram pessoas que compõem a força de trabalho de uma nação.

A dinâmica

do processo

produtivo e o

emprego

@GEO1902

O desemprego pode ser classificado em:

estrutural – também conhecido como desemprego tecnológico, resulta da automatização ou mecanização de atividades, isto é, da substituição do profissional pela máquina ou quando a profissão fica obsoleta. Gera um grande volume de desempregados rapidamente, enquanto uma minoria especializada é beneficiada pela valorização da mão de obra;

conjuntural – chamado, também, de desemprego cíclico, característico de períodos de crises econômicas. Está relacionado à queda do ciclo econômico;

friccional – ou normal, é decorrente de desajustes entre a oferta e a demanda, isto é, emprega-dores que oferecem vagas desconhecem a existência de mão de obra disponível, e os profissionais desconhecem as ofertas reais de trabalho;

sazonal – ou temporário, é comum nas áreas onde predomina o setor primário da economia.

Em muitos países, a desocupação de cerca de 3% da força de trabalho é considerada como desemprego friccional ou normal. Acima desse percentual, o desemprego torna-se estrutural, conjuntural ou sazonal.

A taxa de desemprego é definida considerando o percentual da população economicamente ativa (PEA) que não está desempenhando atividade econômica.

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômico (Dieese) medem a taxa de desemprego. O IBGE adota a noção de desemprego aberto, isto é, pessoas que estavam disponíveis ao trabalho e que realmente procuraram emprego no período pesquisado. O cálculo tem como base as regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Porto Alegre.

O Dieese e o Seade utilizam a noção de desemprego total, isto é, além de incluir quem estava procurando trabalho, incluem aqueles que não procuram, quer seja por estarem exercendo uma função precária quer seja por desalento. Os locais de pesquisa são o Distrito Federal e as regiões metropolitanas de Salvador, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte e São Paulo.

Como são utilizados critérios diferentes de análise, os resultantes são diferentes e, portanto, a utilização de uma ou de outra taxa depende da finalidade da interpretação.

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GEOGRAFIA

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1. (UFBA) [...] A DIT é hoje mais determinada por compa-nhias transnacionais que operam simultanea-mente num número incalculável de países dife-rentes e também realizam frequentemente suas transações internacionais no seio de seu grupo, de modo que as grandes empresas têm à sua dis-posição uma rede internacional de departamen-tos de sua propriedade.

BENKO, 1999, p. 71.

A comparação entre a estrutura da antiga Divi-são Internacional do Trabalho (DIT) e a descrita no texto permite afirmar:

(01) Os países da América Latina que alcançaram sua independência política, frente a Portugal e a Espanha, nas três primeiras décadas do sécu-lo XIX, passaram a depender economicamen-te da Inglaterra e de outros países europeus.

(02) Os laços de dependência econômica dos países periféricos em relação aos países cen-trais garantiam que os primeiros usassem de autonomia para a manutenção de acor-dos políticos e diplomáticos com outros países de sua conveniência.

(04) As empresas atuais continuam atreladas a seus países de origem em relação à sua dire-toria, ao conhecimento técnico, a bases finan-ceiras e à predominância da mão de obra.

(08) A relação marcante entre centro e periferia, que caracterizou a antiga DIT, está diluída, atualmente, na “rede internacional de de-partamentos”, como referido no texto.

(16) O Brasil, na antiga DIT, ocupava a posição periférica de produtor de matérias-primas e de consumidor de produtos industrializa-dos pelos países centrais.

(32) A referida operação simultânea em um nú-mero incalculável de países caracteriza a fase do capitalismo mais recente, denomi-nada de “globalização”.

Somatório: .

2. (UFPI) A partir da Revolução Industrial, cada vez mais, o processo de acumulação de capital se in-ternacionaliza. Ao longo do século XX, esse pro-cesso se caracterizou principalmente por:

a) alianças bem-sucedidas entre países de peque-na dimensão territorial, para proteger-se do co-mércio com os países capitalistas desenvolvidos;

b) dependência vital dos países desenvolvidos em relação aos países subdesenvolvidos, cujas matérias-primas são a única sustentação da industrialização dos primeiros;

c) solidariedade entre países desenvolvidos e sub-desenvolvidos, cabendo aos primeiros suprir os demais em matérias-primas raras e programas de educação e saúde das populações pobres;

d) aprofundamento da divisão do trabalho entre países e no interior dos próprios países depen-dentes, com o crescimento da industrialização associada ao grande endividamento externo;

e) democratização dos mecanismos de troca in-ternacional, premida pela elevação constante dos preços das matérias-primas em níveis su-periores aos dos produtos industrializados.

3. (UESPI) A nova divisão internacional do traba-lho, em conjunto com a nova economia política, trouxe importantes mudanças para o sistema in-terestatal, que se configura como a forma po-lítica do sistema mundial moderno. Sobre esse assunto, é correto afirmar que:

a) se acentuou consideravelmente a tendência para os acordos políticos interestatais, como, por exemplo, a União Europeia e o Mercosul;

b) os Estados periféricos e semiperiféricos pas-saram a exercer um controle absoluto sobre a soberania efetiva dos Estados hegemônicos;

c) se reduziu, aceleradamente, a privatização das indústrias e dos serviços;

d) os novos sistemas de produção flexível foram substituídos pelo sistema de produção fordista;

e) aumentou o modelo de estatização dos servi-ços de bem-estar social e diminuiu a expansão do terceiro setor.

4. (FSBA) Entre os efeitos político-econômicos de-correntes do fenômeno da globalização no mun-do atual, destaca-se o seguinte:

a) o advento de uma nova ordem mundial em que os fluxos de mercadorias e de capitais se processam na velocidade da revolução da in-formática;

b) o acelerado processo de desenvolvimento sustentável comprovado nos países emergen-tes, promovido pelos representantes do G8;

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c) a preservação dos direitos das minorias carac-terizadas como separatistas concentradas nas fronteiras da União Europeia;

d) A concentração de recursos financeiros em tecnologias sofisticadas com a finalidade de garantir a produção de alimentos nos bolsões de pobreza;

e) A oficialização pelo Fundo Monetário Interna-cional de uma moeda-padrão para os países latino-americanos.

5. (ACAFE – SC) Na atual revolução tecnológica cha-mada de Revolução Técnico-Científica e Informa-cional, o aumento da produtividade da econo-mia é cada vez mais baseado (...)

A alternativa correta, que completa o enunciado acima, é:

a) na ausência de competição entre as grandes cor-porações que se integraram em todas as partes;

b) na invenção de gênios que vendem seus pro-dutos às multinacionais, que os repassam aos Estados Nacionais;

c) na ação do trabalho sobre as matérias-primas e fontes de energia, às custas da mão de obra;

d) na difusão igualitária das técnicas criadas em todas as regiões dos países do globo;

e) no processamento da revolução ocorrida na informação e na geração de conhecimentos.

6. (UFPA) O desenvolvimento da Revolução Indus-trial, em suas diferentes fases, permitiu várias transformações no espaço geográfico mundial. Sobre essas transformações, podemos afirmar:

I. A Primeira Revolução permitiu na Europa Ocidental a formação de grandes regiões in-dustriais com uma crescente migração rural--urbana para cidades, o que as torna cada vez maiores, e o estabelecimento de uma Divisão Internacional do Trabalho entre os países mais industrializados e urbanizados, em relação aos países com população predominante-mente rural e economia agroextrativista.

II. A Segunda Revolução permitiu uma concen-tração urbana e industrial ainda maior apenas nos países da Europa Ocidental. Nesse período ocorreu um grande investimento tecnológico na utilização do carvão mineral como princi-pal fonte de energia, e na indústria naval para construção de grandes navios mercantes utili-zados como principal meio de transporte.

III. A Terceira Revolução permitiu que essas trans-formações no espaço geográfico se manifes-tassem em todo o mundo: elas não são apenas econômicas e sociais, mas também culturais e ambientais. Além disso, tornou possível uma outra revolução, a técnico-científica, que trou-xe para a atividade industrial avanços nas áreas de telecomunicação, transporte, infor-mática, microeletrônica e robótica.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é (são):

a) I e II. b) I e III. c) II e III.

d) somente III. e) I, II e III.

7. (UNIBAHIA – BA) O mundo de hoje é afetado, em quase sua totalidade, pela política econômico-fi-nanceira gerada nos países mais desenvolvidos. Em relação a essa situação, pode-se afirmar:

a) a globalização econômico-financeira vem tor-nando mais ricos os países desenvolvidos e mais pobres os subdesenvolvidos;

b) a política neoliberal fortalece o poder do estado e desestimula os empreendimentos privados;

c) a formação de megablocos, como o Mercado Europeu e o Nafta, impede o crescimento eco-nômico dos países-membros, porque a riqueza gerada é distribuída igualmente por todos eles;

d) os países subdesenvolvidos, nos últimos anos, vêm participando intensamente do comércio global através da exportação de produtos in-dustrializados;

e) o Brasil vem resistindo à adoção das políticas referidas, impedindo privatizações de empre-sas, fortalecendo o poder econômico do esta-do e aumentando gradativamente as tarifas alfandegárias.

8. (UFBA)

A Terceira Revolução Industrial – ou Revolução Técnico-Científica – começou a tomar forma no final da Segunda Guerra Mundial, mas os seus efeitos têm se manifestado em todo o mundo, de forma mais intensa, nas últimas três décadas. Sua repercussão atinge o conjunto das ativida-des econômicas, as relações sociais e as relações entre a sociedade e a natureza.

LUCCI, E. A.; BRANCO, A. L.; MENDONÇA, C. Território e socie-dade no mundo globalizado: geografia geral e do Brasil: En-sino médio. São Paulo: Saraiva, 2005. Adaptado. 2005, p. 241.

Tomando como base a leitura do texto e os co-nhecimentos sobre a atividade industrial, cite os principais efeitos positivos e negativos provoca-dos pela Revolução Técnico-Científica.

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GEOGRAFIA

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3

Nas últimas décadas, presenciou-se uma significativa expansão das relações comerciais e pres-tações de serviços. As modificações trazidas pela Revolução Técnico-Científico-Informacional trans-formaram a dinâmica econômica e social, bem como a correlação de forças entre as nações.

A velocidade das transformações tecnológicas e os novos paradigmas levam a questões difíceis de responder: Há um limite para essas inovações? Como será o espaço geográfico até o final do século XXI? Como ficarão as relações econômicas e sociais?

A fibra óptica, a digitalização, a banda larga e os satélites artificiais aceleraram e aumentaram a velocidade e a capacidade de transmissão de dados. Assim, a rede mundial de computadores, a internet, conecta pessoas e empresas, que se comunicam em tempo real.

Esse avanço tecnológico permitiu assistir a acontecimentos ao vivo, independentemente da região do planeta em que eles estejam acontecendo. A realidade virtual já faz parte do cotidiano em diversos âmbitos, nas transações financeiras, nos bate-papos virtuais, na busca de informações via internet, etc., e, de certa forma, é difícil imaginar o dia a dia sem ela.

O aumento de fluxos informacionais e de bens só é possível em função da existência de redes, que podem ser:

imateriais: são as que transportam as informações virtualmente; formadas pelos meios de comunicação;

materiais: por elas trafegam bens concretos, como o transporte de cargas e de passageiros.

As redes imateriais, como a telefonia, ainda necessitam de suporte físico, como cabos, centrais, antenas, etc. Em outros casos, elas podem ser operadas por meio de centros emissores e receptores ou de satélites artificiais.

As redes de comunicação superaram as limitações físicas, passando a conectar pessoas e a transmitir informações. Assim, milhões de pessoas estão se comunicando diariamente; inúmeras transações financeiras são realizadas, pois estão interligadas por computadores, como as bolsas de valores; videoconferências reúnem grupos que estão em diferentes lugares do mundo para debaterem sobre determinado tema.

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Eixos de circulação

Os transportes possuem como finalidade a circulação e o deslocamento de produtos e de pessoas de um lugar para outro. Atualmente, não se concebem as relações comerciais, a difusão cultural, a migração, etc. sem as vias de circulação – rodovias, ferrovias, hidrovias, etc. – e os meios de transporte – carros, navios, aviões, ônibus, trens, caminhões, etc.

A intensificação das trocas comerciais e de prestação de serviços provocou a modernização dos meios de transporte, o que aumentou a sua segurança e possibilitou a diminuição do tempo nas negociações. Além de ampliar a capacidade de transporte de cargas, contribuindo para a redução dos custos.

Enormes navios cargueiros e petroleiros navegam entre os continentes, transportando um grande volume de mercadorias. Os contêineres – caixas de metal de tamanho padronizado – servem para transportar diversos tipos de mercadoria e viajam nos diversos meios de transporte. A sua padronização permitiu que os terminais de cargas automatizassem grande parte das atividades de carga e descarga e possibilitou a construção de terminais conjugando mais de um meio de transporte, principalmente nos aeroportos e portos.

Esses terminais intermodais reduzem os custos e aceleram o escoamento e o fluxo das mercadorias.O termo “modal” está principal-

mente relacionado ao transporte de cargas e compreende cinco tipos: aeroviário, ferroviário, hidroviário, marítimo e rodoviário. Há ainda as dutovias, que transportam mate-riais fluidos ou fluidificados por grandes distâncias, tais como: gás (gasoduto), óleo (oleoduto) e deter-minados minerais (minerodutos).

Cada modal tem suas carac-terísticas operacionais e custos próprios, e todos apresentam van-tagens e desvantagens, depen-dendo do produto que se deseja transportar e da distância.

Brasil: matriz de transporte – 2005

Fonte: BRASIL. Ministério dos Transportes. Relatório executivo PNLT 2009. Brasília: SPNT, 2009. p. 9. Disponível em: <http://www.youblisher.com/p/248996-RELATORIO-PNLT2009/>. Acesso em: 30 mar. 2012.

Porto em Tacoma – EUA, 2012

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Os modais, aliados ao transporte de pessoas, caracterizam os eixos de circulação de um país, região, estado ou município, estruturando a matriz de transportes.

O gráfico a seguir apresenta a matriz de transporte do Brasil, demonstrando a hegemonia do transporte rodoviário.

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GEOGRAFIA

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Transporte ferroviárioFoi o principal meio de transporte do século XIX e teve expansão mundial até a segunda metade

do século XX. Em países de grandes dimensões territoriais, como Estados Unidos, Canadá e Federa-ção Russa, a rede ferroviária é extensa, cruzando todo o seu território. A Transiberiana, na Federação Russa, é a ferrovia mais extensa, com mais de nove mil quilômetros de extensão, e liga Moscou (porção europeia) a Vladivostok (porção asiática), no litoral do Pacífico.

As ferrovias sempre foram muito utilizadas, mesmo passando por um período de estagnação, entre as déca-das de 1940 e 1970, sendo que os trens evoluíram de tal forma que atingem velocidades entre 200 e 500 km/h, como o alemão InterCity Express (ICE), o Trem de Grande Velocidade (TGV), da França, o chinês Shangai Maglev e o japonês Nozomi Shinkansen.

Sibéria – Rússia, 2012

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Maglev em Xangai – China, 2010

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Fonte: BRASIL. Ministério dos Transportes. Mapa ferroviário. Disponível em: <http://www2.transportes.gov.br/bit/01-inicial/07-download/mapaferro2012.pdf>. Acesso em: 1 nov. 2012. Adaptação.

Brasil: rede ferroviária

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O transporte ferroviário apresenta as seguintes vantagens em relação aos demais meios de transporte:

grande capacidade no transporte de cargas e passageiros;

mais econômico que o transporte rodoviário;

utilização de diferentes fontes de energia, como vapor, diesel, gasolina, eletricidade;

as ferrovias são construídas com materiais de longa duração;

estimulam o desenvolvimento de indústrias de base;

podem atingir altas velocidades, diminuindo o tempo da viagem.

Apesar de ser o meio de transporte mais econômico em relação às rodovias, o custo da sua cons-trução é alto.

Os Estados Unidos possuem a maior rede ferroviária do mundo, com mais de 160 mil quilômetros de extensão, e pode-se atravessar o país de leste a oeste (Washington a São Francisco, por exemplo) e de norte a sul (de Chicago a Nova Orleans) de trem.

A malha ferroviária brasileira está diretamente ligada ao cultivo de café. O período mais importante para esse meio de transporte ocorreu entre 1870 e 1920, quando a rede ferroviária passou de 745 a 28 535 quilômetros. Depois, houve algumas ampliações e as ferrovias chegaram a pouco mais de 32 mil quilômetros. Desde esse período, a malha concentra-se na Região Sudeste.

O mapa a seguir apresenta a malha ferroviária brasileira.

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GEOGRAFIA

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Rodovia Washington Luís – BR-040Duque de Caxias – RJ, 2012

A estagnação desse setor no Brasil resultou da combinação de alguns fatores, tais como: a concorrência com o ramo rodo-viário (política do governo de Juscelino Kubitschek, que priorizou as rodovias), falta de investimentos, ferrovias ficando obsoletas, morosidade no serviço e o uso de boa parte dos ramais com a finalidade de escoamento da produção agrícola e não de inte-gração entre as regiões. A morosidade, tanto de mercadorias como de pessoas, fez com que esse meio de transporte fosse perdendo espaço na escolha dos brasileiros.

Transporte rodoviárioO transporte rodoviário desenvolveu-se ao longo do século

XX com a expansão da indústria automobilística, cuja produ-ção em maior escala ocorreu a partir de 1902, na Alemanha, e a partir de 1903, nos Estados Unidos. No final da Primeira Guerra Mundial, houve o aumento tanto da produção quanto da diversificação dos tipos de veículos (ônibus, caminhões, carros de passeio, etc.).

Os custos desse meio de transporte são mais altos pela quantidade de mercadorias e pessoas que são transportadas, considerada pequena se comparada à capacidade de ferrovias e do transporte fluvial. Além disso, são altos, também, os custos por quilômetro rodado, envolvendo o combustível, a manutenção, o desgaste dos veículos e a construção e manu-tenção das rodovias.

Comparado com o transporte ferroviário, o rodoviário apre-senta maior flexibilidade, facilidade e rapidez de acesso a diversos locais, além de simplificar as atividades de carga e descarga. Mas os custos de implantação e manutenção são altos e aumentam se a topografia do terreno exigir a construção de túneis e viadutos.

No Brasil, o sistema rodoviário foi desenvolvido no governo de Washington Luís, na década de 1920, cujo lema era “gover-nar é abrir estradas”. Nesse período, foi inaugurada a Via Dutra (Rodovia Rio-São Paulo). Mas foi na década de 1950 que esse meio de transporte passou a predominar, estimulado, principalmente, pelo setor industrial. E, com a construção de Brasília, o plano integracionista ganhou impulso. Foram cons-truídas as rodovias Rio-Bahia, BR-116, BR-040 (ligando Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro), BR-050 (Brasília, Uberaba, Ribeirão Preto, São Paulo e Santos), BR-010 (Brasília a Belém), BR-020 (Brasília a Fortaleza), entre outras. Durante o período militar, outras rodovias foram construídas visando à integração nacional, como a Transamazônica e a Perimetral Norte.

Rodovia Presidente Dutra – BR-116Pindamonhangaba – SP, 2012

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Fonte: BRASIL. Ministério dos Transportes. Mapa rodoviário. Disponível em: <http://www2.transportes.gov.br/bit/01-inicial/07-download/rodo2012.pdf>. Acesso em: 2 jun. 2012. Adaptação.

Brasil: principais rodovias federais

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Transamazônica cortando a cidade de Marabá – PA, 2011

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Rodovia estadual (PA-415) em Vitória do Xingu – PA, 2012

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GEOGRAFIA

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O Brasil é um dos poucos países de grande extensão territorial em que o meio mais utilizado para o transporte de cargas por longas distâncias é o rodoviário. Com essa característica, a malha rodoviária brasileira é a terceira maior do mundo. No entanto, em 2000, havia pavimentação apenas em cerca de 10% dos quase dois milhões de quilômetros de estradas.

Até o início da década de 1990, as rodovias eram administradas pelos governos estaduais e federal. A partir de 1995, algumas rodovias (ou trechos) foram privatizadas por meio de concessões, de acordo com as quais empresas privadas são autorizadas a explorá-las economicamente por um determinado período de tempo, mediante pagamento ao governo e compromisso de manutenção e realização de melhorias.

Cerca de dez mil quilômetros de rodovias estaduais e federais estão privatizados, sendo que as concessionárias cobram pedágios dos usuários para obter lucro e cumprir os compromissos firmados nos contratos. No geral, o sistema rodoviário brasileiro apresenta muitos problemas, como estradas mal planejadas, deterioradas, pouco conservadas, com alto índice de acidentes, etc.

Transporte marítimoO transporte marítimo é considerado um dos meios de transporte mais antigos utilizados pelo

homem e foi evoluindo conforme as técnicas empregadas em cada período histórico. No entanto, seu uso cresceu sensivelmente no período pós-guerra, em função das inovações tecnológicas que aumen-taram a carga das embarcações, bem como as suas especializações, surgindo grandes graneleiros, superpetroleiros, entre outros.

Apesar de ter sido suplantado pelo transporte aéreo no transporte de passageiros, ele continua a ser o principal meio de transporte de carga a longas distâncias.

Há dois tipos principais de transporte marítimo:

internacional – ou de longo curso, isto é, distância;

navegação costeira – ou de cabotagem; navegação que é realizada entre portos do interior de um país, pelo litoral ou por rios.

Os principais e mais movimentados portos contam com terminais intermodais, com uso extensivo de maquinários e centros de armazenagem e de logística. O porto mais movimentado do mundo é o de Roterdã, nos Países Baixos, por onde entra e escoa grande parte da produção dos países industrializados da União Europeia. Nos Estados Unidos, os portos de Nova Iorque e Nova Orleans destacam-se em relação ao movimento e volume de cargas que chegam e saem.

Porto de Roterdã – Países Baixos, 2012

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34 Espaço mundial: contexto técnico-científico

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Com a prioridade dada ao transporte rodoviário, a utilização do transporte marítimo, no Brasil, diminuiu de 32,4%, em 1950, para 14%, em 2000. Apesar disso, o país possui vários portos no litoral, chamados de polos exportadores e, também, no interior.

O mapa a seguir apresenta os principais portos brasileiros.

Desde a década de 1995, o governo federal permite a participação de empresas estrangeiras na administração dos portos e dos terminais hidroviários. A privatização vem ocorrendo por meio de arrendamento das instalações e das operações de serviços.

A participação do Brasil no transporte a longa distância é praticamente inexpressiva. Apesar das boas condições para a construção de portos, essa participação é baixa em função da falta de investimentos, da limitada capacidade de competição e da frota mercante insuficiente. Mesmo com as privatizações, os custos portuários são altos e pouco competitivos, sendo considerados ainda ineficientes em relação à tecnologia e informatização.

Apesar dessa situação do transporte marítimo internacional brasileiro, em relação à navegação interior, há duas hidrovias que estão com a sua utilização em crescimento, a Paraguai-Paraná e a Tietê-Paraná. A hidrovia Tietê-Paraná também é chamada de Hidrovia do Mercosul.

Além de exportar e importar mercadorias, como os demais, alguns portos funcionam como corredo-res de exportação, possuindo infraestrutura para o transporte, o armazenamento e a comercialização de produtos, integrando-se também às áreas de origem das mercadorias. O mapa a seguir apresenta os corredores de exportação do Brasil.

Principais

portos

exportadores

do Brasil

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Fonte: BRASIL. Ministério dos Transportes. Mapa hidroviário. Disponível em: <http://www2.transportes.gov.br/bit/01-inicial/07-download/mapahidro2012.pdf>. Acesso em: 1 nov. 2012. Adaptação.

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Brasil: portos e terminais hidroviários

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GEOGRAFIA

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Transporte aéreoO transporte aéreo envolve o deslocamento de mercadorias e de pessoas por meio de aviões e

helicópteros. Esse meio de transporte é considerado um marco para a humanidade, pois diminuiu o tempo de deslocamento entre os lugares.

O transporte aéreo cresceu muito nas últimas três décadas, principalmente o de passageiros, em função da modernização das aeronaves, barateamento dos custos de translado e, também, da inten-sificação das trocas comerciais. Já o transporte de carga não teve o mesmo aumento, pois seu custo é caro em função do volume limitado que os aviões podem transportar, do custo de manutenção das aeronaves, do preço do combustível, etc. Por isso, nessa modalidade de transporte, há o predomínio de cargas leves e perecíveis.

O desenvolvimento e também o aperfeiçoamento da aviação possibilitaram maior rapidez, segurança e capacidade de passageiros. Aliados ao aumento do número de aeroportos pelo mundo, esses fatores fizeram desse meio de transporte um sério concorrente aos demais.

Fonte: BRASIL. Ministério dos Transportes. Secretaria de Portos. Sistema Portuário Nacional. Disponível em: <http://www.portosdobrasil.gov.br/sistema-portuario-nacional>. Acesso em: 30 mar. 2012. Adaptação.

Brasil: corredores de exportações

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Vias de comunicação

Ligar o computador, conectar-se à internet, acessar sites em poucos segundos e conversar on-line com pessoas das mais diversas nacionalidades, que estão em suas casas e escritórios em várias partes do mundo pode parecer algo absolutamente normal atualmente.

No entanto, até há bem pouco tempo essa não era a realidade. Na década de 1960, por exemplo, as ligações telefônicas internacionais eram feitas via telefonista, por meio de cabos que provocavam lentidão no sistema.

Com os avanços tecnológicos, isso foi mudando. O uso de satélites artificiais nas comunicações interligou lugares distantes e os custos da telefonia reduziram substancialmente. Para se ter uma

Fonte: AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL (ANAC). Anuário do transporte aéreo 2009. 2. ed. Brasília: Anac, 2009. p. 48. Disponível em: <http://www.transportes.gov.br/public/arquivo/arq1295886247.pdf>. Acesso em: 29 mar. 2012.

Brasil: composição dos custos do transporte aéreo

Mas, apesar disso, esse setor enfrenta sérios problemas gerados por causas naturais (nevascas, erupções vulcânicas, tornados, furacões, tempestades, etc.) e causas administrativas, envolvendo altos custos, greves de funcionários devido a baixos salários e solicitação de melhores condições de trabalho, panes nos softwares, crise econômica do setor e falência de algumas empresas do ramo.

O gráfico a seguir apresenta a composição dos custos do transporte aéreo no Brasil.

O transporte aéreo interliga o Brasil a todos os continentes e, também, a maior parte do seu ter-ritório. Para a realidade brasileira, o custo das passagens ainda é muito alto, tornando esse meio de transporte menos acessível à população em geral.

As empresas que atuam nesse setor (companhias aéreas), tanto em rotas nacionais quanto em internacionais, são privadas, e algumas permitem a participação de capital estrangeiro – TAM, Gol, Azul e Varig, a qual foi adquirida pela Gol.

A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) é responsável pela administração e operacionalização da maioria dos aeroportos brasileiros.

Ensino Médio | Modular 37

GEOGRAFIA

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ideia, o preço de uma ligação telefônica em 1990 era cerca de vinte vezes menor que o praticado em 1960.

O fax, a internet, os e-mails e a telefonia celular tomaram o lugar que antes era ocupado pelos correios, pelos telégrafos e pelas antigas companhias telefônicas, que lançavam mão do trabalho dos telefonistas para realizar ligações.

Embora os avanços nas telecomunicações tenham abrangência mundial, eles são mais perceptíveis nos países ricos, onde o poder aquisitivo da população é mais alto e são realizados significativos inves-timentos em infraestrutura, dando o suporte necessário a essas redes de comunicação e de informação.

Nos países pobres, os investimentos nessa área são menos expressivos. Assim, nessas nações as redes são limitadas, com equipamentos e tecnologia mais atrasados e, muitas vezes, obsoletos.

Nas últimas décadas, o setor de telefonia fixa e móvel foi um dos segmentos que mais apresentou crescimento em âmbito global.

As telecomunicações são um dos sustentáculos da economia globalizada atual, uma vez que os fluxos financeiros se movimentam pelo mundo por meio da comunicação on-line, como a internet, o fax, a telefonia fixa e a móvel. Além disso, os principais mercados e as empresas se mantêm on-line, transmitindo informações em tempo real, tomando as decisões e impondo ações para que o fluxo decisório empresarial e econômico torne-se mais ágil e, por isso, mais produtivo.

A circulação de mercadorias e de pessoas, bem como de cultura, informações e ideias, contribui para modificar o espaço geográfico, uma vez que transforma os sistemas de produção, de consumo e também os padrões culturais.

Muitos meios de comunicação, frutos de evolução, pesquisa e experiência científica, foram inven-tados ou aperfeiçoados ao longo do século XX, contribuindo com a caracterização da nova era da comunicação, pois as invenções tecnológicas mudaram significativamente o modo de vida das pessoas.

Centro de monitoramento meteorológico. Boston –

EUA, 2010

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38 Espaço mundial: contexto técnico-científico

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Rede informacional

Bolsa de valores de Hong Kong, 2007

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t Yu No final do século XX, as inovações tecnológicas

ampliaram a comunicação a distância e a comuni-cação sem fios, integrando vários lugares do mundo ao mesmo tempo. Apesar disso, o acesso a essas inovações não acompanhou o mesmo ritmo, pois nem todos têm possibilidade de obtenção dessas tecnologias.

Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França e Japão são considerados centros emissores de novas tecnologias e continuam liderando as pesquisas de ponta nesse setor.

Apesar da massificação de determinados equi-pamentos, como televisores, computadores, rádios e telefones celulares, muitos países subdesenvolvi-dos encontram-se marginalizados, pois, além de não produzirem, têm pouco acesso às novas tecnologias.

O setor de telecomunicações abrange o sistema de telefonia (inclui telefone, fax, telex e a inter-net), a televisão e o rádio. Nessas áreas, o mercado é dominado por corporações empresariais como a AT&T, MCI e WorldCom (EUA), a NEC (Japão) e a Deustch Telecom (Alemanha), principalmente.

No Brasil, esse setor era administrado pelo Estado até a década de 1980. A partir da década de 1990, ocorreram várias privatizações, incluindo todo o sistema da empresa Telecomunicações Brasilei-ras S/A (Telebras), possibilitando, assim, a expansão e a ação de empresas estrangeiras no território brasileiro. Em 1997, o governo federal criou a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), cuja função maior é a de regulamentar o setor.

Com as privatizações, foram realizados investimentos que têm contribuído para a expansão das telecomunicações. Por exemplo, a rede de cabos ópticos ultrapassa os 243 mil quilômetros (dados da Anatel), conectando as principais cidades brasileiras. Quanto aos satélites artificiais de telecomuni-cações, há em torno de 16 empresas que operam tanto os brasileiros quanto os estrangeiros.

A rede informacional é composta pela Tecnologia da Infor-mação e Comunicação (TIC), que é a agregação de recursos tecnológicos que possibilitam a automoção e comunicação de uma série de processos (tais como: comercial, de pesquisa, de ensino e aprendizagem, entre outros), integrando o real e o virtual e possibilitando a expansão de uso e potencialidades da informação e do conhecimento.

Nas últimas décadas, o avanço tecnológico contribuiu significativamente para o desenvolvimento da rede infor-macional, caracterizando a sociedade da informação. Esse avanço foi responsável pela reestruturação das rela-ções comerciais, das técnicas de pesquisa e do processo de ensino e aprendizagem. Isso ocorreu em função da chamada revolução tecnológica, que desenvolveu e aprimorou a micro-eletrônica, as telecomunicações e a informática.

Além desses avanços, ocorreram também, nas últi-mas décadas, melhorias na infraestrutura de acesso, de

transmissão e de difusão das informações, aumentando a sua velocidade e, consequentemente, diminuindo o tempo de disseminação dos dados.

A informática é considerada um dos pilares da Terceira Revolução Industrial e também do processo de globalização. É a informática, por meio do desenvolvimento de softwares e sistemas operacionais, que permite o processamento de dados e informações.

Na relação de serviços e produtos oriundos da informá-tica, estão o desenvolvimento, a edição e o licenciamento de softwares, o suporte técnico, o tratamento de dados, a hospedagem de sites, a consultoria em tecnologia da infor-mação (TI), os produtos do setor de TIC, entre outros.

Os produtos do setor de TIC têm participação expressiva nos mercados interno e externo, como comprovam os gráficos da seção a seguir, que apresentam o total de exportações e de importações no Brasil, no período entre 2003 e 2006.

Ensino Médio | Modular 39

GEOGRAFIA

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1. Entre os produtos elencados, quais são os que o Brasil mais importa?

Leia os gráficos a seguir e responda às questões propostas.

Fonte: IBGE. O setor de tecnologia da informação e comunicação no Brasil 2003-2006. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. p. 48. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/stic/publicacao.pdf>. Acesso em: 29 mar. 2012.

Brasil: participação dos produtos do setor de TIC no total de importações do setor – 2003-2006 (%)

Fonte: IBGE. O setor de tecnologia da informação e comunicação no Brasil 2003-2006. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. p. 48. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/stic/publicacao.pdf>. Acesso em: 29 mar. 2012.

Brasil: participação dos produtos do setor de TIC no total de exportações do setor – 2003-2006 (%)

40 Espaço mundial: contexto técnico-científico

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A internet auxilia no aumento do fluxo de informações, pois conecta pessoas e empresas dos mais diversos lugares do mundo, bastando apenas o emprego de computadores – ou de celulares e tablets – e o acesso à rede.

O mapa a seguir apresenta o número de pessoas conectadas à internet a cada 1 000 habitantes.

Fonte: NATHAN. Atlas Nathan: atlas du 21e. siècle. Paris: Nathan, 2008. p. 168, mapa B. Adaptação.

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2. Quais produtos o Brasil mais exporta?

3. Explique o porquê da diferença entre a importação e a exportação dos produtos do setor de TIC existente no Brasil.

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GEOGRAFIA

Page 42: Espaço mundial: contexto técnico-científicoprepapp.positivoon.com.br/assets/Modular/GEOGRAFIA/... · Em relação às atividades econômicas, a globalização envolve os setores

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 5. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. p. 144. Adaptação.

Brasil: principais meios de comunicação – 2007

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Leia os mapas a seguir e responda às questões propostas.

42 Espaço mundial: contexto técnico-científico

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A informatização de determinados setores transformou o dia a dia da população que tem acesso a ela, pois tornou mais práticas determinadas atividades, como as transações bancárias, check-in em aeroportos, controle de estoques nas empresas, entre outras. Mas, por outro lado, contribuiu com o aumento do desemprego denominado de estrutural e, ao mesmo tempo, encareceu determinados serviços, contribuindo também para a elitização desse setor.

1. Há algum estado que apresente maior quantidade de domicílios com acesso aos quatro meios de comuni-cação apresentados nos mapas?

2. Qual a região brasileira que apresenta as maiores classes de acesso em relação aos quatro meios de co-municação?

3. Qual região brasileira apresenta as menores classes de acesso?

4. Descreva a situação do estado onde você reside em relação ao acesso a esses quatro meios de comunicação.

GEOGRAFIA

43Ensino Médio | Modular

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Entenda o setor de telecomunicações no BrasilUm ano antes da privatização da telefonia, em 1998, foi sancionada a Lei Geral de Telecomunicações, que

organizou o setor e determinou a criação da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), dando assim os primeiros passos para a abertura do setor à iniciativa privada. A LGT dividiu o serviço em três regimes jurídicos: público, privado e misto.

No serviço público a tarifa é regulada pela Anatel que pode ainda estabelecer obrigações quanto à qualidade do serviço e a universalização da oferta. Já no privado, preço e qualidade são regulados pelo mercado.

A telefonia fixa é considerada serviço misto. Há empresas com a tarifa controlada pela Anatel e uma série de obrigações a cumprir, mas também outras que prestam serviços privados, cuja tarifa é regulada pelo mercado. Essas últimas são chamadas de espelho, enquanto as primeiras são concessionárias.

Até hoje, as concessionárias eram Telefônica, Brasil Telecom, Oi, Sercomtel, CTBC e Embratel. Com a fusão da Oi e Brasil Telecom, foi criada uma empresa de telefonia fixa de capital nacional.

Essas empresas têm concessão para operar o serviço até 2025. Na época da privatização, o governo dividiu o país em regiões e cada uma das empresas recebeu uma área – com exceção da Embratel, que atua em todo o país. Nessa época, foi criado o Plano Geral de Outorgas que impede que uma mesma concessionária esteja presente em duas áreas diferentes. Se por acaso o controle de duas empresas passar a ser de uma mesma companhia, ela tem 18 meses para se desfazer de uma das áreas.

É o PGO que proíbe, por exemplo, que a Brasil Telecom e a Oi se fundam. O governo, porém, está em vias de anunciar novo documento para permitir a fusão das empresas.

Com a privatização, foram criadas também as empresas espelho, que atuariam nas mesmas áreas das conces-sionárias, mas sem a regulação da tarifa e sem obrigações. Isso porque, enquanto as concessionárias herdaram as redes da Telebrás, as espelhos teriam que começar do zero. Foi o caso da Vésper – comprada depois pela Embratel – da Intelig e da GVT.

Para atuar como empresa espelho, basta pedir uma autorização para a Anatel. A TIM, por exemplo, tem uma licença para oferecer serviços de telefonia fixa como uma empresa espelho.

CelularNo caso da telefonia celular, um serviço considerado privado, a Anatel não define tarifas: o preço é regu-

lado pelo mercado. Não há obrigações previstas em contratos, a não ser, por exemplo, no caso do leilão para frequências em que a Anatel condicionou a venda das faixas à universalização do serviço.

Na telefonia móvel, há uma limitação física para a prestação do serviço. Assim como as emissoras de rádio precisam ser divididas em estações ou, do contrário, uma teria interferência na outra, cada operadora de celular tem que usar uma faixa de frequência diferente para evitar as interferências. As faixas são leiloadas pela Anatel. No ano passado, por exemplo, foram vendidas bandas para serviços de terceira geração, que permitirão maior rapidez no envio de dados e o acesso à internet pelo celular. RODRIGUES, Lorenna. Entenda o setor de telecomunicações no Brasil. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u395749.shtml>. Acesso em: 30 mar. 2012.

44 Espaço mundial: contexto técnico-científico

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1. (PUC-Rio – RJ) Nas últimas décadas do século XX, o volume das trocas comerciais aumentou em ritmo acelerado e uma revolução tecnológica mudou a base material da sociedade.

a) Apresente 2 (duas) razões para o aumento das trocas comercias.

b) Apresente 2 (duas) mudanças na base mate-rial da sociedade provocadas pela revolução tecnológica em curso.

2. (UEPB) A precariedade da malha rodoviária bra-sileira estimulou a criação da expressão “Apagão dos transportes”. Essa expressão está associada:

I. à inadequação e ao desequilíbrio da matriz brasileira dos transportes que contribui para o elevado custo dos transportes de cargas, gerando impactos não apenas nas exporta-ções como no escoamento da produção in-terna e na elevação do preço dos produtos;

II. aos apagões que ocorrem quando a infraes-trutura da malha viária não atende às neces-sidades do país. Eles são resultantes da falta de investimentos por parte do Estado. Sem manutenção, equipamentos envelhecem, es-truturas se deterioram, além de ficarem ob-soletas em razão do crescimento da econo-mia e da população;

III. aos investimentos privados que vêm sendo a principal opção utilizada pelo Estado para tentar desafogar os gargalos dos transpor-tes no Brasil. As linhas férreas estão grande

parte privatizadas e parte significativa dos serviços portuários em mãos de particulares. Algumas rodovias são exploradas por con-sórcios privados.

Está(ão) correta(s) a(s) proposição(ões)

a) I, apenas.

b) I e II, apenas.

c) II e III, apenas.

d) I e III, apenas.

e) I, II e III.

3. (UFSM – RS)Essa é a dança do desempregadoQuem ainda não dançou tá na hora de aprenderA nova dança do desempregadoAmanhã o dançarino pode ser você.

Gabriel, o Pensador.

Esses versos remetem à reflexão sobre o desem-prego. Com relação a esse assunto, é incorreto afirmar:

a) com a globalização da economia, intensifica--se a transferência de empresas e tecnologias para países onde os salários são mais baixos e as normas que regem o sistema de empregos, mais rígidas, o que garante a estabilidade econômica das corporações transnacionais;

b) nos países em que as empresas investem em informatização e robótica, verifica-se o desemprego estrutural, que ocorre indepen-dente do crescimento ou da crise da econo-mia;

c) as empresas perderam a bandeira da Pátria e ignoraram fronteiras, instalando suas fábricas onde a mão de obra é mais barata e passando a extrair mais-valia em escala mundial;

d) nos países subdesenvolvidos, a diminuição da taxa de emprego na indústria é parcialmen-te compensada por um aumento da taxa de ocupação no setor terciário e informal;

e) a crescente informatização do setor terciário elimina cada vez mais a possibilidade de ab-sorção de mão de obra, fator que explica, em parte, o número crescente de desempregados dos países ricos.

Ensino Médio | Modular 45

GEOGRAFIA

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Considere a primeira e a segunda afirmativa a seguir e assinale a alternativa correta.

4. (PUC Minas – MG)

PRIMEIRAO desenvolvimento contínuo e acelerado dos satélites e da informática, associado à evolu-ção da indústria eletrônica, foi muito impor-tante para o desenvolvimento tecnológico no setor de telecomunicações.

PORQUE

SEGUNDAOs computadores foram diversificando-se e passaram a ser intensamente utilizados, racio-nalizando o processamento das informações em redes integradas de transmissão e favore-cendo a integração do espaço geográfico.

a) Se apenas a primeira afirmativa é verdadeira.b) Se apenas a segunda afirmativa é verdadeira. c) Se as duas afirmativas são verdadeiras e uma

justifica a outra.d) Se as duas afirmativas são verdadeiras e uma

não justifica a outra.e) Se as duas afirmativas são falsas.

5. (UnB – DF) Pela internet, uma pessoa pode, da comodidade de sua residência e a custo baixo, buscar informações relativas aos mais diversos assuntos, adquirir bens e contratar serviços, mo-vimentar sua conta bancária, comunicar-se com outras pessoas, etc. Esses benefícios fazem com que o número de usuários da internet cresça a cada dia. Acerca do significado de comunicação eletrônica e sua relação com a dinâmica do mun-do hoje, julgue os itens a seguir. (1) Neste novo mundo virtual, pessoas interagem

com uma vastíssima quantidade de dados, por meio de representações textuais e visuais, as quais podem ser consideradas como ele-mentos da globalização.

(2) Indústrias como a automobilística e a petro-química não mais lideram a economia. Além de alguns outros setores, a informática está no centro das atividades econômicas dos paí-ses desenvolvidos.

(3) A tecnologia não é privilégio de determinados países, podendo ser gerada e utilizada por todos.

(4) A internet é um elemento propulsor de rela-ções econômicas, de que é exemplo a sua in-fluência no setor terciário.

6. (UFF – RJ) O sucesso das indústrias de alta tecno-logia reside na integração de diferenciados fato-res que variam segundo as regiões geográficas. Todavia, o modo de desenvolvimento dessas in-dústrias repousa sobre determinadas condições qualitativas indispensáveis, tais como:a) existência de uma densa rede de transportes

destinados à exportação de bens, descentra-lização das atividades comerciais e elevados investimentos em indústrias de base local;

b) criação de infraestruturas viárias, redução de impostos e presença indispensável de indús-trias químicas como suporte de suas ativida-des produtivas;

c) inovação técnico-científica permanente, capi-tal humano agregado e integração com rede urbana dotada de equipamentos e serviços de energia, informação e comunicação;

d) expansão permanente da rede de comunica-ção, criação de territórios independentes da legislação nacional e isenção de taxas de ex-portação para outras regiões e países;

e) flexibilização das leis trabalhistas, proximida-de de amplos mercados de consumo e, sobre-tudo, presença de jazidas energéticas.

7. (PUC-Campinas – SP) “A sociedade da comuni-cação e ação a distância, da velocidade e triun-fo tecnológico é também conhecida hoje como uma sociedade global.”

Sobre essa sociedade pode-se afirmar que:

a) se caracteriza pela integração econômica dos países, regiões e continentes promovida pelas grandes corporações transnacionais;

b) só pode emergir com o surgimento de blocos econômicos como o Mercosul, por exemplo;

c) tem se caracterizado pela interferência cada vez maior do Estado na economia e pela cres-cente prática de reserva de mercado;

d) foi decorrência da transferência de capitais, até então aplicados em pesquisas no campo da biotecnologia, para o campo da eletrônica;

e) é consequência direta, entre outras coisas, da substituição da energia eólica pelo motor de explosão, do dirigível pelo avião e da hélice pelo turborreator.

8. (UFJF – MG) O espaço mundial da era da infor-mação caracteriza-se, em um certo sentido, pela supressão da distância. Os sistemas de computa-

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dores, telefonia e satélites de comunicações possi-bilitaram a troca de informações – sob a forma de textos, dados, voz e imagem – em tempo real atra-vés do mundo inteiro. Nesse espaço, as atividades econômicas são estruturadas em redes virtuais.

Marque a alternativa correta.

a) A abrangência espacial das redes revela o po-der econômico dos países que detêm reservas de recursos naturais renováveis.

b) O espaço geográfico se diferencia pelas con-dições técnicas e organizacionais presentes em cada área.

c) As redes virtuais são acessadas exclusivamen-te pelos governantes e empresários dos países desenvolvidos.

d) O espaço mundial da era da informação não é polarizado devido à homogeneização econô-mica promovida pelas redes.

e) O espaço mundial da era da informação não favorece o desenvolvimento de blocos econô-micos supranacionais.

9. (FUVEST – SP) Podemos afirmar que os fluxos fi-nanceiros globais:

a) dinamizam atividades de serviço em Nova Iorque, Paris e Roma, onde se localizam as principais bolsas mundiais, o mesmo não ocorrendo nas principais bolsas do Hemisfério Sul: São Paulo e Johannesburgo;

b) necessitam que as principais bolsas do merca-do internacional abram e fechem, ao mesmo tempo, evitando que haja interrupção nos flu-xos e nas informações financeiras;

c) são hoje tão significativos, na escala mundial, como nunca foram antes, tendo originado desigualdade social por serem mais intensos nas bolsas do Hemisfério Norte que nas bol-sas do Hemisfério Sul;

d) necessitam fluir continuamente, fazendo com que cada uma das principais bolsas opere 24 horas, sem interrupção, garantindo, assim, possibilidades de negócios aos investidores;

e) fazem das bolsas de valores, operando sempre em sintonia para assegurar a continuidade dos negócios, locais onde são realizadas compras e vendas de ações pelos investidores.

10. (IFBA)

No fim do segundo milênio da Era Cristã, vários acontecimentos de importância histórica trans-

formaram o cenário social da vida humana. Uma revolução tecnológica concentrada nas tecnolo-gias da informação começou a remodelar a base material da sociedade em ritmo acelerado.

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2010. p. 39.

A revolução tecnológica redefiniu a produção do espaço geográfico, em suas múltiplas escalas e dimensões. Dentre as diversas repercussões des-te processo, pode-se considerar

a) a construção social da rede da tecnologia de informação para além da técnica, redefinindo as escalas das ações políticas no território.

b) a intervenção estatal para fins de desregular os mercados e desintegrar o modelo de Esta-do do Bem-Estar-Social que havia se consoli-dado nos países emergentes no pós-guerra.

c) o fim do trabalho com a tecnificação da pro-dução e a precarização das relações sociais estabelecidas na indústria de alta tecnologia.

d) a reestruturação produtiva caracterizada por maior concentração espacial, controle e rigi-dez no gerenciamento das empresas.

e) a fragmentação global dos mercados finan-ceiros pela hegemonia do capital na era da tecnologia da informação.

11. (CESMAC – AL)A instantaneidade da informação globalizada aproxima os lugares, torna possível uma tomada de conhecimento imediata de acontecimentos simultâneos e cria entre lugares e acontecimen-tos uma relação unitária na escala do mundo... o processo de globalização acarreta a mundializa-ção do espaço geográfico.

Milton Santos.

Com base no texto apresentado acima, a mun-dialização do espaço geográfico se caracteriza, dentre outros fatores, pela:

1) possibilidade de recorte horizontal e vertical dos territórios.

2) concentração da produção em unidades me-nores.

3) busca de fortalecimento da divisão territorial.4) produtividade espacial como dado na esco-

lha das localizações.5) aceleração crescente das formas de circulação.

Estão corretas:

a) 1 e 3 apenas; b) 2 e 4 apenas;

c) 1, 2, 3 e 5 apenas; d) 1, 2, 3, 4 e 5.

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GEOGRAFIA

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Tecnopolos4Tecnopolos estão relacionados com alta concentração de instituições de ensino e pesquisa que estão associadas a empresas que

objetivam inovação tecnológica. A parceria pode ser desenvolvida entre essas instituições e órgãos, tanto públicos quanto privados.As empresas financiam pesquisas que são realizadas nas universidades, que utilizam pesquisadores altamente qualificados e a

infraestrutura dos seus laboratórios. Os resultados são aplicados nas empresas. São exemplos de tecnopolos as incubadoras de empresas (abrigam novas micro e pequenas empresas por tempo determinado),

parques científicos, parques tecnológicos e cidades científicas.Nesses locais, encontram-se empresas especializadas em informática (sistemas, programas e equipamentos), telecomunicações

e biotecnologia, principalmente. Muitas dessas empresas iniciaram em incubadoras, que concedem o espaço físico estruturado para abrigar escritórios e laboratórios, fornecendo suporte para o desenvolvimento do negócio. Além disso, oferecem serviços especializados, acesso a laboratórios, bibliotecas, instituições de pesquisa e, também, asseguram a capacitação dos empresários.

O mapa a seguir apresenta os principais tecnopolos existentes no mundo.

Fonte: NATHAN. Atlas Nathan: atlas du 21.e siècle. Paris: Nathan, 2008. p. 168. Adaptação.

Desenvolvimento tecnológico

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Grande parte dos tecnopolos está situada em países desenvolvidos, concentrando-se, principalmente, nos Estados Unidos, em alguns países da União Europeia e no Japão, onde estão relacionados com renomadas universidades, institutos de pesquisa de ponta, empresas inovadoras, mão de obra altamente qualificada e boa infraestrutura, principalmente na área de telecomunicação e de transporte.

Os tecnopolos estão presentes também em alguns países considerados emergentes, tais como: Brasil, Índia, China e África do Sul.

Espaço mundial: contexto técnico-científico48

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Principais tecnopolos do mundo

O Vale do Silício (EUA) é o tecnopolo mais antigo e um dos mais importantes, servindo de modelo para os demais. A origem do nome está relacionada com a sua formação, baseada nas indústrias de semicondutores que produzem microchips.

Ele estende-se de São Francisco até Santa Clara e São José, englobando outras cidades. O mapa a seguir apresenta a sua localização e as principais empresas.

Fonte: STUDANT Atlas. 50. ed. Londres: DK, 2008. p. 49. Adaptação.

Vale do Silício (EUA)

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Há inúmeras empresas instaladas no Vale do Silício, tais como: HP, Oracle, Intel, Apple, Google, Facebook, Nvidia, Logitech, entre outras. Empresas de outros países também mantêm laboratórios de pesquisa na região.

As universidades que compõem essa região são a Universidade de Santa Clara, a Universidade de Stanford, as universidades estaduais da Califórnia e de San José, entre outras.

Principais

tecnopolos

do mundo

@GEO1948

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GEOGRAFIA

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Próximo ao Vale do Silício, na região ao sul de Los Angeles, há um conjunto de tecnopolos, sendo que o Orange County é considerado o principal. Nesse tecnopolo, estão concentradas indústrias aero-espaciais, tendo um forte vínculo com os militares. A sua criação está ligada ao Instituto Tecnológico da Califórnia (Caltech) e ao seu Laboratório de Propulsão a Jato.

Caltech, Califórnia – EUA, 2010

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MIT, Cambridge no estado de Massachusetts – EUA, 2012

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O tecnopolo da Rota 128 está localizado em Massachusetts (região de Boston) e tem vínculo com indústrias bélicas, abrigando mais de 60 centros de ensino e de pesquisa, como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e a Universidade de Harvard, além de empresas de alta tecnologia.

Na Inglaterra, em torno da cidade de Cambridge, estrutu-rou-se o tecnopolo Cambridge, que se tornou um dos principais da União Europeia. Ele abriga a Universidade de Cambridge e indústrias de biotecnologia e de informática. Fatores como disponibilidade de mão de obra altamente qualificada, cen-tros de pesquisas de renome, disponibilidade financeira e desenvolvimento de empresas financeiras deram início a esse tecnopolo.

Cambridge – Reino Unido

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Centro tecnológico da Renault em Guyancourt próximo a Paris – França, 2011

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O tecnopolo Paris Sud, localizado na França, tem a maior concentração de universidades, centros de pesquisa e de empresas de alta tecnologia de toda a União Europeia. Foi criado no início da década de 1980 e está localizado em Paris, próximo à Universidade de Paris. As principais empresas que estão insta-ladas nesse tecnopolo são a Motorola, a Renault e a Thales Group.

Osaka – Japão, 2012

Entre os tecnopolos da Alemanha, o de Munique se destaca com indústrias do setor eletrônico, como a de semicon-dutores. Em função disso, esse tecnopolo é também chamado de Munique Valley. Implan-tado na década de 1970, ele abriga o Instituto Max Planck de Física do Plasma, Universi-dade Técnica de Munique, além de empresas como Siemens, Bosch, AEG, Motorola, Hitachi, entre outras.

Munique – Alemanha, 2012

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Na Ásia encontram-se tecnopolos na Coreia do Sul (Inchon e Taedok), na China (Hong Kong e Xangai), na Índia (Bangalore) e em Taiwan (Hsinch). Além desses, no Japão, destacam-se o Tsukuba e o Kansai.

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GEOGRAFIA

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Tsukuba – Japão, 2008

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O tecnopolo Kansai está localizado entre as cidades de Quioto, Nara e Osaka e sua implanta-ção ocorreu na década de 1980. Nesse tecnopolo, houve a participação de investimentos estatais e de empresas privadas. Já o de Tsukuba foi implan-tado na década de 1960 e localiza-se na cidade de Tsukuba. O Estado é o seu principal investidor e o proprietário dos centros de pesquisa e também de algumas empresas.

Tecnopolos no Brasil

No Brasil, há vários tecnopolos em vias de formação, sendo que a maioria é considerada de pequeno porte quando comparada com os dos outros países. Entre eles, dois se destacam: o de Campinas e o de São Paulo.

O tecnopolo de Campinas iniciou as atividades na década de 1990, com a implantação de empresas do setor de telecomunicações e de informá-tica, principalmente, tanto estatais quanto privadas (nacionais ou transnacionais). As principais empresas que estão na região de Campinas são: Motorola, Compaq, IBM, Lucent Technologies e Nortel Networks. A Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), a Universi-dade Estadual de Campinas (Unicamp) – uma das mais conceituadas do Brasil –, a Fundação Centro Tecnológico para a Infor-mática (CTI), o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e a Universidade de São Carlos (UFSCar) – município próximo – são algumas das instituições de ensino e de pesquisa que compõem o tecnopolo.

A cidade de São Paulo é consi-derada uma cidade global e também uma megacidade, com infraestrutura nas telecomunicações e no sistema de transportes, variada oferta de serviços, grande oferta de mão de obra, além de importantes universidades, centros de pesquisas e empresas de alta tecnolo-gia. Essas características favoreceram a implantação do Parque Tecnológico de São Paulo.

Unicamp, Campinas – SP, 2012

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Tecnopolos necessitam de infraestrutura de transporte e comunicação. Aeroporto de Congonhas, São Paulo – SP, 2012

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Esse tecnopolo está situado próximo à Universidade de São Paulo (USP) – a mais conceituada do Brasil – e também do Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec).

Indústria aeronáutica em São José dos Campos – SP, 2012

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Esse tecnopolo engloba ainda o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e o Centro Tecnológico da Aeronáutica (CTA), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Instituto de Estudos Avançados (IEAV) do Departamento de Ciência e Tec-nologia Aeroespacial do Ministério da Defesa e o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAD), além de outras instituições de ensino e pesquisa e de empresas.

Outra região que está se estruturando como tecnopolo é a de Santa Rita do Sapucaí, localizada entre São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro e conhecida como Vale da Eletrônica. O Instituto Nacional de Telecomunicações (Intel) possibilitou o desenvolvimento das atividades que estão concentradas nas indústrias eletrônicas, de telecomunicações e de informática. Há também instituições de ensino superior e técnico que contribuem para a formação de mão de obra altamente especializada para suprir a demanda dessas empresas.

O Inpe destaca-se na produção de satélites artificiais para o

imageamento da superfície terrestre. O programa é

desenvolvido em parceria com a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial. Esse programa envolve

a produção e o lançamento do Satélite Sino-Brasileiro de

Recursos Terrestres (CBERS), sendo que o CBERS 1 foi lançado em 1999 e o CBERS 2, em 2003, utilizando a

base de Shanxi (China).

Além desses dois tecnopo-los, o de São José dos Cam-pos está se destacando devido ao vínculo com o Ministério da Aeronáutica. Nele, está sediada a Empresa Brasileira de Aero-náutica (Embraer), considerada a quarta indústria de aeronáutica do mundo, além da Panasonic, Johnson & Johnson, Petrobras, GM, Ericsson e Monsanto, entre outras.

O Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia – Cietec foi inaugurado em abril de 1998, a partir de um convênio celebrado entre a atual Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo – SDECT, Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo – SEBRAE-SP, a Universidade de São Paulo – USP, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN

e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, tendo como missão incentivar o empreendedorismo e a ino-vação tecnológica e apoiar a criação, fortalecimento e consolidação de empresas e empreendimentos ino-vadores, de base tecnológica.

Para consecução de seus objetivos são conduzidos pelo Cietec, entre outros, processos de pré-incubação, incubação e pós-incubação de empresas inovadoras,

O Cietec

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GEOGRAFIA

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Unidades de negócioIncubadora de Empresas de Base Tecnológica

I – Empresas ResidentesAs seguintes modalidades de pré-incubação e incu-

bação de empresas são oferecidas:Hotel de Projetos – destina-se à pré-incubação de

empresas ainda na fase de sua constituição jurídico--administrativa e de captação de recursos financeiros para sua instalação, com planos de negócios em elabo-ração ou revisão.

Empresas Tecnológicas – para empresas nascentes de base tecnológica, em especial micro e pequenas em-presas, já constituídas jurídica e administrativamente, com planos de negócios aprovados pelo Cietec e dispo-nibilidade de recursos financeiros para sua instalação e início de operação.

Empresas de Tecnologia da Informação – para empresas com negócios nas áreas de tecnologia de informação e comunicação com planos de negócios aprovados pelo Cietec e disponibilidade de recursos financeiros para sua instalação e início de operação.

O Cietec disponibiliza instalações com infraestrutura específica para o desenvolvimento desses negócios.

II – Empresas não residentesDestina-se a empresas de base tecnológica, com pla-

nos de negócios consolidados e aprovados pelo Cietec que não preveem sua instalação física no Cietec, mas que usufruem dos serviços de apoio oferecidos nas áreas de gestão tecnológica, empresarial, mercadológica e afins.

Núcleo de Empresas e Empreendimentos Tec-nológicos Inovadores

Ambiente de apoio a empresas e empreendimentos tecnológicos, especialmente as empresas graduadas de incubadoras, estruturadas jurídica e administrativa-mente, em processo de fortalecimento e consolidação de seus negócios, e com planos de negócios aprovados pelo Cietec, já com participação relevante no mercado e na geração de empregos.

destinados, sobretudo, ao fortalecimento e consolidação dessas empresas, na sua gestão, desenvolvimento tecno-lógico, participação no mercado e geração de empregos de qualidade.

Nesses processos são oferecidas, pelo Cietec, in-fraestrutura física para a instalação e operação das em-presas e serviços de apoio para atendimento de suas demandas nas áreas de gestão tecnológica, empresarial e mercadológica. Essa atuação múltipla e sistêmica do Cietec se desenvolve num ambiente e modelo conceitual de um núcleo de parque tecnológico.

A localização do Cietec na Cidade Universitária de São Paulo, o maior centro de ensino e produção científi-ca e tecnológica do país, reveste-se de grande relevância pela aproximação das empresas de base tecnológica instaladas no Cietec com a Universidade de São Paulo e suas unidades e os Institutos de Pesquisa – Ipen, IPT e Butantan, localizados nesses campi.

Os indicadores do Cietec têm mostrado, nesses quase 15 anos de existência, marcos de desempenho que o iden-

tificam como uma referência para o setor de inovação e do empreendedorismo no Brasil, e mesmo internacional-mente, visto que o Cietec é incluído como partícipe dos principais fóruns globais e é parte da agenda de deleções de inúmeros países.

Os processos do Cietec, de pré-incubação, incuba-ção e pós-incubação de empresas, são conduzidos em suas unidades de negócios, a Incubadora de Empresas Tecnológicas, em São Paulo e Mogi, e o Núcleo de Empresas e Empreendimentos Tecnológicos, em São Paulo, ambientes de convívio sinérgico para a instalação e operação de empresas de base tecnológica, nas várias fases de maturidade de seus negócios, da sua criação à sua consolidação como empresa, com participação crescente no mercado e na geração de empregos de qualidade.

O Cietec dispõe, atualmente, de infraestrutura física e operacional para apoiar cerca de 130 empresas de base tecnológica.

CIETEC. Unidades de negócio. Disponível em: <http://www.cietec.org.br/pagina/unidades-negocios>. Acesso em: 19 out. 2012.

CIETEC. O Cietec. Disponível em: <http://www.cietec.org.br/pagina/quem-somos>. Acesso em: 19 out. 2012.

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1. (CEFET – SC) Leia o texto a seguir para responder a questão.

Tecnologia e marginalização social

A vida moderna, mais do que nunca, se trans-forma num ritmo acelerado, devido ao inces-sante passo dos avanços tecnológicos. [...] Por exemplo, a miniaturização crescente dos com-putadores, que hoje têm processadores com milhões de componentes eletrônicos, chegará forçosamente a um limite, em que o seu tama-nho será comparável ao dos átomos. Quando isso ocorrer, o progresso em computação terá de usar um novo tipo de máquina, baseada em processadores que serão compostos por molé-culas, os chamados computadores quânticos. Fica difícil acompanhar essas novas tecnolo-gias e a ciência por trás delas. E essa dificul-dade tem sérias consequências sociais. [...] É praticamente impossível, sem o devido poder aquisitivo, se manter em dia com todos os tec-nobrinquedos que existem no mercado. São DVDs, HDTVs (televisores de alta definição), palm pilots (computadores de bolso), telefones celulares com acesso à Internet, câmeras digi-tais e por aí afora. Se eu repetir essa lista em cinco anos, ela certamente terá aparelhos que ainda nem imaginamos. [...] O alto custo e a constante renovação das tecnologias promove a existência de uma “subclasse” tecnológica, os deixados às margens do turbilhão digital. E, como o motor fundamental da sociedade mo-derna são a geração e a troca de informação, esses novos marginalizados digitais sofrem uma grande desvantagem no mercado de tra-balho. Essa estratificação social é ainda maior em países onde a distribuição de renda é muito polarizada, como é o caso brasileiro.

GLEISER, Marcelo. Tecnologia e marginalização social. Folha de S.Paulo, 11 de agosto de 2002. Caderno Mais. Adaptado.

Com relação ao debate sobre tecnologia e glo-balização, responda qual das afirmativas está correta.

a) O desemprego estrutural ocorre exclusiva-mente devido ao avanço tecnológico.

b) A tecnologia de ponta está presente da mes-ma forma em todos os países do mundo, de modo que as desigualdades sociais estão de-saparecendo.

c) Novos marginalizados digitais sofrem uma grande desvantagem no mercado de traba-lho.

d) A criação de tecnologias digitais se concen-tra nos países periféricos pelo baixo custo da mão de obra.

e) Somente a informática na escola poderá gerar a retomada de postos de trabalho desativa-dos.

2. (UFSM – RS) Assinale a alternativa que contem-pla as principais características do Vale do Silício (Silicon Valley), nos Estados Unidos.

a) Formado pela erosão glacial, constitui-se numa área de preservação permanente onde se destacam as faias, sequoias e bétulas, es-pécies típicas da floresta boreal.

b) É uma das principais áreas de extração mine-ral, sobretudo de silício, cobre e ferro, alta-mente prejudicada pela degradação do meio ambiente.

c) Também conhecido como cinturão agrícola (belts), constitui-se na principal área produto-ra de cereais dos Estados Unidos, sobretudo de milho e trigo, além de pecuária intensiva.

d) Localizado no nordeste dos Estados Unidos, constitui-se numa área de antiga concentra-ção industrial, destacando-se as indústrias de bens de produção pela abundância de maté-rias-primas, energia e mão de obra e pela fa-cilidade de transporte.

e) Localizado no oeste dos Estados Unidos, pró-ximo a importantes centros de pesquisas, forma um complexo industrial com destaque para os ramos típicos da Terceira Revolução Industrial.

3. (MACKENZIE – SP) Os polos mundiais de alta tecnologia, chamados tecnopolos, agrupam os centros de pesquisa de grandes empresas, loca-lizam-se próximos a importantes universidades e

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GEOGRAFIA

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contam com eficientes sistemas de transmissão de dados e informações, como é o caso:

a) do Vale de Ruhr, na Alemanha.

b) da região industrial dos Grandes Lagos nos EUA.

c) do Vale do Silício na Califórnia.

d) da Bacia de Londres, na Inglaterra.

e) da região industrial dos Urais, na Rússia.

4. (UFSM – RS)

Os tecnopolos estão para o capitalismo da Ter-ceira Revolução Industrial como as regiões car-boníferas estavam para a primeira, ou as jazidas petrolíferas para a segunda. Constituem o ponto de interconexão dos fluxos mundiais de conhe-cimento e informações, sendo interligados por uma densa rede de telecomunicações e compu-tadores. São também centros irradiadores das inovações tecnológicas.

MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia para o ensino médio: geografia geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2002. p. 311.

Sobre a ocorrência de tecnopolos no Brasil, é correto afirmar:

a) muitas universidades brasileiras, por serem importantes indutores de instalação de indús-trias de alta tecnologia, hoje se responsabi-lizam pela constituição de tecnopolos na re-gião Centro-Oeste;

b) o surgimento dos tecnopolos no Brasil conta com o incentivo de recursos urbanos situados em cidades de porte médio, fornecendo infra-estrutura e subsidiando parte da pesquisa;

c) os tecnopolos do Brasil, embora muito aquém dos Estados Unidos, Japão, Reino Unido e Co-reia do Sul, estão instalados no estado de São Paulo;

d) o fluxo de investimentos estrangeiros no país dirigidos para o estado da Bahia e Maranhão é responsável pelo desenvolvimento de um centro industrial de alta tecnologia nesses es-tados;

e) a presença da Zona Franca de Manaus permi-tiu a formação do primeiro e mais importante tecnopolo nacional.

5. (UFSCAR – SP) No final do século XX surgiu ou-tra tendência de localização de empresas. A nova forma de organização empresarial tem agregado os centros de formação de pessoal de alto nível às unidades de produção e de serviços, utilizan-do os mais modernos recursos da microeletrôni-ca: são as cidades científicas ou polos tecnológi-cos ou tecnopolos.

a) Mencione as principais características de um tecnopolo.

b) Cite um exemplo de tecnopolo no Brasil e um no mundo.

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