Escola de Música Lizana

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    FACULDADE ASSIS GURGACZCURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

    LIZANA CAROLINE FARDO

    ESCOLA DE MSICA: ESTAO DOS SONS

    CASCAVEL2008

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    LIZANA CAROLINE FARDO

    ESCOLA DE MSICA: ESTAO DOS SONS

    Trabalho de Concluso do Curso deArquitetura e Urbanismo, da FAG,apresentado na Modalidade Projetual,como requisito parcial para a conclusoda disciplina TCC.

    Orientador: Arquiteto Heitor OtheloJorge FilhoEsp.

    CASCAVEL2008

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    FACULDADE ASSIS GURGACZCURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

    LIZANA CAROLINE FARDO

    ESCOLA DE MSICA: ESTAO DOS SONS

    Trabalho apresentado no Curso de Arquitetura e Urbanismo da FAG, como requisitobsico para obteno do ttulo de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, sob a

    orientao do arquiteto professor Heitor Othelo Jorge Filho- Arquiteto .

    BANCA EXAMINADORA

    Arquiteto OrientadorFaculdade Assis Gugagz-FAG

    Heitor Othelo Jorge FilhoEsp. Crea/PR-70239/D

    Arquiteto AvaliadorFaculdade Assis Gugagz-FAG

    Michele de Moraes SedrezMs. Crea/PR- 66834

    Arquiteto AvaliadorLeonardo Gabriel de Medeiros SoaresArquiteto e Urbanista Crea/PR-94600/D

    Cascavel, 03 de Novembro de 2008

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    DEDICATRIA

    Primeiramente, ao meu bom Deus, que esteve sempre ao meu lado nas

    horas difceis.

    Dedico tambm este trabalho aos meus pais Adenir e Marlene, a meu irmo

    Luan, a meu namorado Bruno e demais amigos e familiares pelo incentivo, pela

    cooperao e pelo apoio durante os momentos de tristezas e tambm de alegrias

    que compartilharam comigo ao longo desta etapa, que com a graa de Deus, est

    sendo vencida.

    Ao meu orientador Heitor Othelo Jorge Filho pela dedicao e

    companheirismo nesta caminhada.

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    AGRADECIMENTOS

    A Deus pela vida, e por ter iluminado meu caminho nestes cinco anos de

    idas e vindas pela estrada de casa faculdade.

    A meus pais por todas as lies valiosas que me ensinaram desde que eu

    nasci e por todo amor e dedicao que tiveram comigo durante toda a minha vida.

    Um agradecimento especial a meu pai que no me deixou estudar msica, que era

    meu sonho, porque s assim descobri o quanto amo arquitetura. Tambm minha

    me, que sempre se preocupou comigo, quando estava na estrada ou na faculdade

    passando frio, ela a estrutura da minha alma.

    A meu irmo Luan, por todas as vezes que precisei dele para arrumar a

    impressora, ou o computador, enfim por tudo que fez por mim.

    Ao meu namorado Bruno, que agentou meus choros, minhas lamentaes,

    que me apoiou, me incentivou, me chamou ateno quando foi preciso,

    compartilhou alegrias comigo, ajudou nas maquetes e trabalhos, enfim, em todos os

    momentos de que precisei.

    minha prima Suellen, que, quando precisei, leu e corrigiu meus

    trabalhos, esteve presente at quando estava longe, morando na Turquia.

    minha grande amiga irm Angela, por estes 21 anos de amizade e

    companheirismo, trocando experincias e favores.

    minha outra irm de corao Elaine Monich, que me acolheu em sua casa

    vrias vezes, tornando-se amiga de todas as horas.

    s crianas, os amados ANJOS: Leonardo Fardo e Enzo Fardo que, com

    seus sorrisos e brincadeiras, me distraam quando os trabalhos me enlouqueciam.

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    s minhas amigas do corao Caroline Tovo: minha fisioterapeuta

    particular, Pollyanna: companheira e amiga de todas as horas, Elisa Chicanoswki:

    que apesar da distncia sempre esteve presente e, por ltimo, amiga Vanessa,

    que ficou algumas tardes e noites ajudando em meus trabalhos.

    Um dia, talvez eu descubra uma maneira de agradec-los. Dizer somente

    muito obrigada muito pouco.

    Ainda agradeo a todos que conheci na FAG: professores, colegas de

    curso, aos meus novos e sempre amigos:

    Janana Bedin, grande amiga, com quem, embora estivesse ocupada,

    sempre pude contar;

    minha me na faculdade, Geovana Walker Krohling, sempre muito

    carinhosa, nunca mediu esforos para me ajudar;

    Ao Luiz Carlos Macors: com suas palavras sbias sempre nos ensinando.

    Ao Rodrigo Oliveira Mouro, amigo desde o primeiro dia de faculdade.

    Enfim, conviver com vocs foi maravilhoso.

    Agradecer hoje, para mim, no somente lembra-me de quem me auxiliou

    na elaborao deste trabalho, mas sim de todas as pessoas que contriburam para

    que eu ingressasse na universidade e, principalmente, persistisse nela, foram muitas

    e todas fundamentais para as minhas conquistas. Obrigada a todos que mepermitiram ser mais eu, que me permitiam crescer, ser feliz e vencer.

    E como diz a msica: Amigos eu ganhei, saudades eu senti partindo e Se

    chorei ou se sorri, o importante que emoes eu vivi.

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    "A Msica a Arquitetura do Tempo, e a

    Arquitetura a Msica do Espao".

    (Mrio Quintana)

    "A msica gera um tipo de prazer sem oqual a natureza humana no pode passar.

    (Confcio).

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    RESUMO

    O presente trabalho consiste em um projeto de uma Escola de Msica. O nome daescola ser Estaes dos Sons, a qual ser implantado no municpio de Cascavel,no Bairro Cristal. A idia para a realizao do projeto surgiu a partir da anlise naqual verificou-se a carncia de um espao adequado para a instalao de umaescola de msica. Para a elaborao do projeto foram realizados estudos epesquisas atravs de uma metodologia onde foram encontradas varias questes noque dizem respeito importncia da msica e suas diversas aplicaes, como porexemplo, em princpios teraputicos. Entraram em pauta tambm forma e funo, damaneira de como as cores podem influenciar as pessoas e os ambientes, osprincpios bioclimticos, a importncia do conforto ambiental nas edificaes e aacstica. Avaliaram-se tambm trs obras denominadas correlatos, considerando

    seus aspectos contextuais, construtivos, funcionais, ambientais e estticos: ACidade da Musica de Roberto Marinho, Coliseu da Msica e a Casa da Msica;todas elas diretamente ligadas com o assunto proposto pelo trabalho. Embasando-se em anlises de correlatos, o programa apresenta necessidades que tm o intuitode atender a demanda das atividades que sero propostas e desenvolvidas naedificao da escola de msica. Apresenta ainda, a escolha do terreno ao qualpreviu-se ser de fcil acesso e que fornecesse infra-estrutura, bem como asintenes projetuais como forma, controle da incidncia solar e acstica e setoresque nortearo a elaborao do projeto proposto por este trabalho.

    Palavras chave: Escola. Msica. Conforto. Cascavel.Projeto.

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    ABSTRACT

    The present study consists in a Music School Project. The school name will beEstaes dos Sons, which will be settled in Cascavel, on Cristal neighborhood. Theexecution Idea came up from the analyze of the lack of a suitable space to a musicschool installing. For the project working some studies and surveys were carried onthrough a methodology where several questions concerned to the music importanceand its usage was found, for example, therapeutical principles. It was also in rulingthe shape and function, such as colors that can affect people and ambient, thebioclimatic principles, the importance of ambient comfort in the buildings and theacoustic. Three named correlative constructions were also evaluated, analyzing theircontextual aspects, constructive, functional, ambiental, and esthetical. Those

    constructions are: A Cidade da Musica- Roberto Marinho, Coliseu da Msica e aCasa da Msica, all of them straightly related to the work subject proposed. Basedon correlative analyze it is presented a needs program that aims to wait on thedemanding of activities that are proposed and developed in the building which itspropose is referred to. It also presents the plot of land choice which it would be ofeasy access that would provide infra-structure, as well as project intentions, such asshape, solar and acoustic incidence controlling and section that will surround thepreparing of project proposed by this work.

    Key-words: Music. School. Comfort. Cascavel. Project.

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    LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1:Carta Bioclimtica da cidade de Cascavel ..................................................36

    Figura 2: Cidade da Msica- Rio de Janeiro- Planta de Localizao ........................39

    Figura 3: Cidade da Msica- Rio de Janeiro Vista Frontal e Vista Lateral. ...............41

    Figura 4: Cidade da Msica- Rio de Janeiro- Jardim Externo. ..................................42

    Figura 5: Cidade da Msica- Rio de Janeiro- Grande Avarandado ..........................43

    Figura 6: Coliseu da Msica- Rio de Janeiro- Fachada Lateral ................................44

    Figura 7: Coliseu da Msica- Fachada Lateral..........................................................46

    Figura 8: Coliseu da Msica- Espelho dAgua. .........................................................47

    Figura 9: Casa da Msica- Fachada Frontal ............................................ .................48

    Figura 10: Casa da Msica- Vista Area...................................................................50

    Figura 11: Casa da Msica- Vistas Externas.............................................................51

    Figura 12: Vista Area do Terreno. ...........................................................................52

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    SUMRIO

    1 INTRODUO ..................................................................................................... 14

    1.1 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 15

    1.2 OBJETIVO GERAL ............................................ ............................................... 17

    1.3 OBJETIVOS ESPECFICOS ............................................................................. 17

    1.4 MTODOLOGIA APLICADA ............................................................................. 18

    1.4.1 Tcnica de Pesquisa Bibliogrfica .................................................................. 19

    1.4.2 Tcnica de Observao................................................................................... 20

    1.4.3 Mtodo de Entrevista ...................................................................................... 20

    2 PRIMEIRO CAPTULO: RESGASTE TERICO ......................................................22

    2.1 HISTRIA DA EDUCAO MUSICAL NO BRASIL ......................................... 22

    2.2 OS PRINCIPOS DA EDUCAO MUSICAL ................................................... 24

    2.3 A INFLUNCIA DA MSICA PARA O COMPORTAMENTO HUMANO ........... 25

    2.4 A MSICA COMO PROCESSO TERAPUTICO ............................................ . 27

    2.4.1 A Musicoterapia .............................................................................................. 28

    2.5 A IMPORTNCIA DO ESPAO ADEQUADO .................................................. 29

    3. SEGUNDO CAPTULO: EMBASAMENTO TERICO ....................................... 31

    3.1 A FORMA E FUNO NA ARQUITETURA ...................................................... 313.2 O USO DAS CORES NO AMBIENTE ............................................................... 32

    3.2.1 Os Significados das Cores ............................................................................. 32

    3.3 A BIOCLIMATOLOGIA APLICADA ARQUITETURA ..................................... 34

    3.4 A CLIMATOLOGIA NO BRASIL ........................................................................ 35

    3.4.1 A Climatologia da Cidade de Cascavel .......................................................... 35

    3.5 CONFORTO AMBIENTAL NA EDIFICAO .................................................... 37

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    3.6 CONFORTO ACSTICO ................................................................................... 37

    4. TERCEIRO CAPTULO: ANLISE DO CORRELATOS .................................... 39

    4.1 CIDADE DA MSICA- ROBERTO MARINHO- RIO DE JANEIRO ................... 39

    4.1.1 Aspectos Contextuais ..................................................................................... 39

    4.1.2 Aspectos Funcionais ...................................................................................... 40

    4.1.3 Aspectos Construtivos .................................................................................... 41

    4.1.4 Aspectos Ambientais ...................................................................................... 42

    4.1.5 Aspectos Estticos e Compositivos ................................................................ 43

    4.2 COLISEU DA MSICA- VALNCIA ESPANHA.............................................. 44

    4.2.1 Aspectos Contextuais ..................................................................................... 44

    4.2.2 Aspectos Funcionais ....................................................... ............................... 45

    4.2.3Aspectos Construtivos ..................................................................................... 45

    4.2.4 Aspectos Ambientais ...................................................................................... 46

    4.2.5 Aspectos Estticos e Compositivos ................................................................ 47

    4.3 CASA DA MSICA- CIDADE DO PORTO- PORTUGUAL ................................ 48

    4.3.1 Aspectos Contextuais ..................................................................................... 48

    4.3.2 Aspectos Funcionais ....................................................... ............................... 49

    4.3.3Aspectos Construtivos ..................................................................................... 49

    4.3.4 Aspectos Ambientais ...................................................................................... 504.3.5 Aspectos Estticos e Compositivos ................................................................ 51

    5. QUARTO CAPTULO: DIRETRIZES PROJETUAIS .......................................... 52

    5.1 LOCALIZAO ................................................................................................. 52

    5.2 INTENES FORMAIS E ESPACIAIS ............................................................. 53

    5.3 INTENES PROJETUAL ............................................................................... 54

    5.3.1 Programa de Necessidades ........................................................................... 56

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    5.4 SETORIZAO ................................................................................................. 56

    5.4.1 rea Administrativa ........................................................................................ 56

    5.4.2 Sala de Apresentaes ................................................................................... 57

    5.4.3 Sala de Estudo I ............................................................................................. 57

    5.4.4 Sala de Estudo II ............................................................................................. 58

    5.4.5 Estdio de Gravao....................................................................................... 58

    5.5.6 Luthieria........................................................................................................... 59

    6. CONSIDERAES FINAIS ................................................................................ 60

    REFERNCIAS ....................................................................................................... 61

    APNDICE A- PROJETOS ..................................................................................... 63

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    1.INTRODUO

    O presente trabalho apresenta o referencial terico para o desenvolvimento do

    projeto da Escola de Msica: Estao dos Sons, que ser implantada na cidade de

    Cascavel no Oeste do Estado do Paran.

    Para a melhor compreenso do tema abordado, o texto disposto em quatro

    Captulos que so: primeiramente a introduo, com o tema do trabalho, suas

    justificativas, os objetivos que devem ser alcanados na elaborao do projeto e na

    metodologia utilizada.

    O primeiro captulo apresenta uma breve histria da Educao Musical no

    Brasil, mostrando seus princpios de Educao, a importncia de aprender e educar.

    Aponta como a msica tem sido, atravs dos sculos, uma das formas de comunicao

    entre os indivduos e a sua eficcia como princpio teraputico.

    Partindo deste aparato histrico, pesquisou-se o que seria necessrio para a

    elaborao do projeto, diante dessa realidade, o segundo captulo foi denominado:

    Embasamento Terico e nele foram estabelecidos quais caminhos a seguir para o

    projeto: forma e funo, as cores, o estudo do clima, o conforto ambiental e acstico

    para a edificao.

    Analisaram-se, ainda, trs obras nessa fase do trabalho, estas, denominadas

    correlatos, apresentadas no terceiro capitulo, que esto diretamente ligadas s

    propostas do projeto, facilitando a realizao da parte projetual dessa pesquisa. So

    elas: Cidade da Msica de Roberto Marinho, Coliseu da Msica e a Casa da Msica,

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    nas quais se compreenderam aspectos contextuais, construtivos, funcionalidade,

    ambientais entre outros.

    No quarto e ltimo captulo, apresentado o terreno, programas de

    necessidades e as diretrizes projetuais que sero adotadas para a elaborao do

    projeto arquitetnico.

    1.1 JUSTIFICATIVA

    A msica tem sido, atravs dos sculos, uma das vrias formas de

    comunicao entre os indivduos. Atravs dela, pretende-se refletir de que forma os

    afetos, os sentimentos e as sensaes do aluno interagem com a aprendizagem das

    prticas da cultura musical.

    Enquanto o ser est vivo, falando e se movimentando, ele est expressando

    musicalidade e emoes atravs de sons e "ritmos".

    O pensamento de criar uma afinidade entre msica e arquitetura reafirma o

    objetivo desta em produzir ambientes e objetos mais aconchegantes para os usurios

    do espao.

    O bom emprego destes conceitos se deve importncia da msica como

    expresso em todas as manifestaes humanas e nas mais variadas culturas.

    Da metrpole ao serto, a msica o instrumento cultural da diversidade que

    caracteriza as diferenas scio-culturais.

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    Na cidade de Cascavel, h uma carncia quanto a um espao que disponha de

    uma infra-estrutura adequada para o ensino da msica, pois os estabelecimentos que

    se encontram na cidade so casas reaproveitadas, sem o mnimo conforto trmico e

    acstico. Sendo assim, este projeto visa garantir ambientes adequados e equipados

    para esta funo, oferecendo espaos confortveis para seus usurios.

    A Escola de Msica estao dos Sons tem como obrigao a formao de

    instrumentistas, cantores e atores, pois a msica se faz presente em todas as

    manifestaes sociais e pessoais. Assim, considerada como forma de comunicao

    entre as pessoas, a qual traz um resultado benfico quanto a aprendizagem e

    desenvolvimento do ser humano.

    Verifica-se que, independente da opo pela arte enquanto profisso, so

    grandes os benefcios, para todos e em qualquer idade ou situao, do convvio com as

    artes e com a psicologia da msica. Sabemos que a msica desenvolve, ainda, a

    percepo de modo geral, desperta a sensibilidade, revela valores ticos e estticos,

    tornando o ser humano mais sensvel e criativo.

    Assim conclui-se que:

    A msica uma fora geradora de vida, uma energia que envolve o nosso serinteiro, atuando de forma poderosa sobre o nosso corpo, mente e corao.

    Alm de alegrar, unir e congregar mensagens e valores disciplinares esocializar, a msica forma o carter e favorece o desenvolvimento integral dapersonalidade, o equilbrio emocional e social. (Kolling1apund Fernandes [s.d]pg. 1)

    1 Mria Therezinha Kolling, religiosa do Imaculado Corao de Maria. Professora, compositora e regente,com vrios CDs gravados, dedicando-se especialmente msica litrgica, mas tambm com um vasto

    repertrio voltado para as crianas, na escola e na igreja, registrado em diversos CDs.

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    1.2 OBJETIVO GERAL

    O objetivo a elaborao de um projeto destinado cultura, mais

    especificamente msica na cidade de Cascavel no Paran.

    1.3 OBJETIVOS ESPECFICOS

    o Desenvolver um projeto no qual possa ficar visvel a harmonia da

    arquitetura na msica;

    o Apresentar as estruturas ideais que ofeream uma adequada transmisso

    de ensino;

    o Despertar o interesse pela iniciao msica;

    o Desenvolver a questo da sensibilidade atravs da msica;

    o Desenvolver o anteprojeto, de forma a minimizar os rudos produzidos por

    cada ambiente;

    o Apresentar novo conceito de espao de conhecimento;

    o Criar rea para apresentaes;

    o Criar rea de convvio;

    o Ter conforto Ambiental;

    o Ter acessibilidade.

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    1.4 METODOLOGIA APLICADA

    Este trabalho baseia-se em pesquisa exploratria documental, caracterizada

    pela coleta de dados em documentos escritos ou no.

    O mtodo de pesquisa utilizado foi baseado nas autoras Marconi e Lakatos

    (1999). Segundo elas, existem trs variveis que ajudam na compreenso da pesquisa

    documental: fontes escritas ou no, fontes primrias (documentos) ou secundrias

    (livros, revistas, web).

    Foram utilizadas pesquisas relacionadas ao tema, de fontes primrias e

    secundrias, visando determinar as informaes essenciais e os resultados mais

    relevantes dos estudos analisados.

    Conforme justificado anteriormente o projeto de uma Escola de Msica

    baseado na realidade da cidade de Cascavel, sendo assim necessria uma pesquisa

    acerca do assunto para o desenvolvimento de um projeto conciso e compatvel

    realidade local.

    Sendo assim, a tcnica utilizada para este trabalho : Tcnica de Pesquisa

    Bibliogrfica, Mtodo de Observao e Mtodo de entrevista, seguindo a linha de

    pensamento das autoras citadas.

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    1.4.1 Tcnica de Pesquisa Bibliogrfica

    Esta seo tem o objetivo de mostrar os meios utilizados para coleta de dados

    para a pesquisa do projeto.

    A pesquisa bibliogrfica pode ser considerada um procedimento formal com

    mtodo e pensamento reflexivo, requer um tratamento cientfico e se constitui no

    caminho para se conhecer a realidade e descobrir verdades parciais. Significa mais do

    que apenas procurar a verdade: encontrar respostas para questes propostas,

    utilizando mtodos cientficos (MARCONI E LAKATOS, 1999).

    Para Marconi e Lakatos, a pesquisa bibliogrfica:

    .. abrange toda a bibliografia j tornada publica em relao ao tema de estudo,desde publicaes avulsas, boletins, jornais, revista, livros, [...], at meios decomunicao orais: rdio, gravaes em fita magntica e audiovisuais: filmes eteleviso. ( MARCONI E LAKATOS 1999, p.73)

    Tem como objetivo fazer com que o pesquisador entre em contato direto com o

    assunto que foi abordado.

    Ao longo deste trabalho, ser utilizada essa tcnica de forma exploratria,

    buscando sempre a familiarizao junto ao tema proposto, assim conseguindo obter um

    respaldo quanto a assuntos tericos para assim contribuir com o desenvolvimento

    satisfatrio de seus conceitos e tcnicas.

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    1.4.2 Mtodo de Observao.

    Para Marconi e Lakatos (1999 p. 90), a pesquisa de observao utilizada (...)

    para conseguir informaes e utiliza os sentidos na obteno de determinados aspectos

    da realidade. No consiste apenas em ver e ouvir, mas tambm, em examinar os fatos

    ou fenmenos que se deseja estudar (...). Ela desempenha um papel importante na

    questo observao e faz com que o investigador tenha contato com a realidade.

    Na observao individual, Marconi e Lakatos afirmam (1999, p.93), a tcnica

    de observao realizada por um pesquisador.

    Ouvindo relatos de pessoas que j atuam no ramo e com experincias

    relacionadas ao tema proposto, foram analisadas as suas necessidades, assim, foi

    possvel saber qual o melhor dimensionamento dos ambientes, tendo em vista sempre

    a funcionalidade de cada proposta.

    1.4.3 Mtodo de Entrevista

    Segundo Marconi e Lakatos (1999, p. 92), a entrevista um encontro entre

    duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informaes a respeito de determinado

    assunto, mediante uma conversao de natureza profissional.

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    Ainda segundo eles, (...) entrevista estruturada aquela em que o

    entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido; as perguntas feitas ao

    individuo so predeterminadas (1999, p. 95).

    Foi buscada junto aos entrevistados uma forma de dilogo (conversa), de tal

    forma que os mesmos sentissem liberdade para falarem sobre os assuntos

    questionados tais como: cursos oferecidos, os mais procurados e o dimensionamento

    de cada sala.

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    2.0 PRIMEIRO CAPTULO: RESGATE HISTRICO

    2.1 A HISTRIA DA EDUCAO MUSICAL NO BRASIL

    No Brasil, a msica teve sua formao pela unio de europeus e africanos,

    estes trazidos por colonizadores portugueses na condio de escravos.

    At meados do sculo XIX, Portugal foi responsvel pela maior parte das

    influncias que contribuiram para a msica brasileira clssica e popular. J os africanos

    contriburam com a diversidade rtmica e algumas danas e instrumentos, os quais

    favoreceram o desenvolvimento da msica popular e folclrica, que prosperaram

    especialmente a partir do sculo XX. (MONTANARI, 2001)

    A trajetria da Educao Musical no Brasil acompanha o desenvolvimento da

    educao brasileira. Os primeiros registros quanto o uso da msica na educao datam

    da chegada das primeiras misses jesuticas ao pas. Neste perodo, a msica, como as

    demais artes, era empregada na catequese.

    Durante o Brasil Imprio, verificou-se o advento de uma poltica educacional

    orientada que, voltada para a formao de nvel superior, buscou suprir uma demanda

    do prprio Estado no que se referia a carreiras liberais e militares. Registros de

    Educao Musical deste perodo podem ser encontrados nas escolas, onde a msica

    era considerada parte importante na formao de novos docentes.

    Muitos dos imigrantes que aqui se estabeleceram eram msicos, assim,

    passaram a ensinar a msica e agregaram diversos alunos. Vrias tentativas foram

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    feitas, no apenas para a criao de um Conservatrio Imperial de Msica, mas

    tambm para a formao especializada de msicos e compositores, alm de um ensino

    musical nos colgios que at ento no era difundido.

    Todavia, algumas das escolas mais renomadas ofereciam aulas de canto em

    vrios idiomas, a partir disso, notou-se a importncia da fundamentao terica, que

    levaria excelncia o ensino musical profissional e escolar, assim procuraram-se bases

    e incentivos para o ensino.

    Devido influncia da msica no ensino, a prtica musical nas primeiras

    dcadas republicanas, conduzidas pelo Instituto Nacional de Msica, adquiriu

    excelncia formal e desempenho comparvel aos modelos europeus. A educao

    musical nas escolas tambm se desenvolveu de modo que se procurava educar

    ordenadamente o ouvido da criana, para distinguir, assim, os intervalos e ritmos, o que

    se entende que para a percepo da msica este um dos caminhos: passar para o

    papel o que se ouvia, atravs do ditado musical.

    Com o apoio do governo, os msicos e professores viajaram para a Europa

    para aprender os novos mtodos e as mais recentes tendncias musicais, l se

    deparavam com a criao de msica caracterstica de diversos pases, as quais faziam

    o uso de elementos meldicos, rtmicos e expressivos de danas e outras expresses.

    Logo, o Brasil, seguindo o progresso, integrou-se nessa fase de desenvolvimento

    evolutivo da linguagem musical.

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    2.2 OS PRINCPIOS DA EDUCAO MUSICAL

    A Educao Musical proporciona ao indivduo o acesso msica, tanto como

    arte, linguagem e conhecimento. Ela acontece da mesma forma que a educao geral,

    atravs dos meios de comunicao de massa, escolas, escolas de msica e em outras

    instituies de ensino.

    Difundiu-se em inmeras partes do mundo, principalmente no sculo XX,

    quando muitos educadores propuseram mtodos e estratgias para a Educao

    Musical.

    Nessa rea de educao , Edgar Willems, o musiclogo e pedagogo belga, cita

    que a msica a atividade humana mais global, a mais harmoniosa, a atividade que

    o ser humano ao mesmo tempo material, espiritual, dinmico, sensorial, afetivo,

    mental, em harmonia com as foras vitais que animam os reinos da natureza e as leis

    harmnicas do cosmos.

    [A msica] (...) enriquece o ser humano pelo poder do som e do ritmo, pelasvirtudes prprias da melodia e da harmonia; eleva o nvel cultural pela nobrebeleza que emana das obras-primas; d consolao e alegria ao ouvinte, aoexecutante e ao compositor. A msica favorece o impulso da vida interior eapela para as principais faculdades humanas: vontade, sensibilidades, amor,inteligncia e imaginao criadora. Por isso a msica encarada quaseunanimemente como um fator cultural indispensvel (WILLEMS, 1970: 10-11apud LUZ E SILVEIRA 2006, pg. 02)

    O sentido da utilizao da msica possibilitar s geraes mais novas os

    grandes benefcios que ela proporciona, tais como: aumento da inteligncia atravs da

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    ampliao da capacidade criativa, uma melhor forma de analisar a vida como um todo

    atravs da ampliao da capacidade criativa, das atitudes que se toma no dia a dia, um

    estmulo cada vez maior de correr atrs de objetivos, maior disciplina, auto-estima mais

    elevada entre tantos outros benefcios. Todo esse conjunto servir para a vida, para a

    carreira profissional das pessoas que estudam a msica e se dedicam a ela.

    Para que possamos apreciar essa expresso cultural preciso certa

    sensibilidade, algo de grande importncia a todo ser humano.

    A educao musical busca, antes de qualquer coisa, desenvolver a percepo e

    criar condies para uma relao entre os sons e a vida. O papel do profissional em

    educao apontar os caminhos para a compreenso da msica, o que mostra que um

    entendimento no fica apenas em aspectos tcnicos, tericos de ritmo e de harmonia,

    mas alia-se ao refinamento do gosto e do paladar musical.

    Contudo, sabemos tambm da importncia da teoria que faz parte da

    educao, pois ela oferece estruturas importantes que sustentam a base para um

    melhor entendimento prtico, da mesma forma que os estudos histricos ajudam a

    entender os caminhos trilhados at a forma em que esto.

    2.3 A INFLUNCIA DA MSICA PARA O COMPORTAMENTO HUMANO

    A espcie humana esteve sempre ligada a um conjunto de complexosfenmenos sonoros, mais ou menos harmnicos, que causam ao homemsensaes variadas de prazer (FRETGMAN, 1990apudSCOTTINI, 2006 pg,15).

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    A msica considerada uma forma de linguagem que traduz formas sonoras

    capazes de expressarem e comunicarem sensaes, sentimentos e pensamentos. Est

    presente nas mais diversas culturas e situaes, faz parte da educao dos povos h

    muito tempo. Na Grcia Antiga, a msica j era utilizada na formao dos cidados,

    assim como a Matemtica e Filosofia.

    A msica nada mais do que uma organizao inteligente que representa

    sentidos e que significa algo para a expresso humana e cultural, seu estudo possibilita

    ao interessado um leque de informaes e de contato com universos distintos,

    possibilitando, assim, que desenvolva em senso de grande respeito pelas outras

    pessoas e por coisas que diretamente partem de suas realidades.

    A msica no pode ser vista apenas como formao, pois tambm serve como

    informao, pois prazer, conhecimento, alegria, dedicao, vida.

    Segundo Gohn (1999) 2, a msica est praticamente em todos os lugares, s

    vezes como principal atrao, s vezes como um fundo ao principal. A msica pode

    estar em um avio voando a 10.000 metros de altura, assim como em um submarino,

    ou no canto de um pssaro, no barulho de algo que cai no cho ou se choca contra

    outro objeto, enfim: em tudo o que possamos imaginar. A msica tem poderes para

    acalmar ou exaltar, entristecer ou alegrar, fazer lembrar ou esquecer.

    2Daniel Marcondes Gohn possui graduao em Msica pela Universidade Estadual de Campinas (1992)e mestrado em Cincias da Comunicao pela Universidade de So Paulo (2002). Tem experincia narea de Artes, com nfase em Instrumentao Musical, atuando principalmente nos seguintes temas:

    tecnologia, educao musical, educao a distncia, msica e internet.

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    2.4 A MSICA COMO PROCESSO TERAPUTICO

    Podemos dizer que a msica e a sade esto diretamente ligadas desde os

    tempos mais antigos, pois escritos egpcios de 1550 a.C atribuam msica fator de

    influncia na fertilidade das mulheres. Os gregos consideravam Apolo3 , um mestre da

    msica. Desde ento essa relao foi se aprofundando e deixando para trs vrias

    lendas e o senso comum para se tornar tema de pesquisas cientficas, foi criada, ento

    a chamada musicoterapia.

    Ouvir ou fazer msica pode ser considerado um remdio to ativo para o ser

    humano quanto s frmulas vendidas em farmcias. A msica ajuda no bem-estar e

    ainda auxilia no tratamento de muitas doenas, da asma ao cncer, passando por

    leses cerebrais, tudo cientificamente comprovado.

    Atualmente, o poder da msica vem sendo aplicado em inmeras terapias, pois

    auxilia no tratamento de muitas doenas, contribui para a formao, o desenvolvimento

    e o equilbrio da personalidade, porque, atravs dos sons, tem a capacidade de

    equilibrar e acalmar tenses assim como um valioso recurso teraputico.

    Brennan destaca que:

    Uma boa msica nos ajuda a conservar a sade. O tipo de msica queescolhemos estar diretamente relacionado como tipo de energia que compeo se campo de energia e ao tipo de aprendizado pessoal que voc estiverfazendo num determinado momento. Precisamos ter liberdade para escolher otipo de msica de que gostamos e para usar da maneira que quisermos.(Brenna, 1993, pg.187 apud SCOTTINI 2006, pg.15).

    3 Segundo as mitologias grega e romana, Apolo o deus da luz do Sol, da msica, da poesia e da

    profecia, e ainda o protector das musas.

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    Na educao das crianas, a msica desenvolve as capacidades motoras,

    criativas, auditivas e de apreciao. A criana alcana infinitas possibilidades de

    envolvimento com a msica, qualquer que seja o estilo, por ser uma linguagem

    universal.

    Para Martins (1985, p.47 apudSCOTTINI 2006, p.16): Educar musicalmente

    propiciar criana uma compreenso progressiva da linguagem musical, atravs de

    experimentos e convivncia orientada.

    A Educao Musical ajuda no desenvolvimento das crianas, despertando nelas

    grande satisfao, segundo Nicolau:

    Os estmulos sonoros do ambiente que nos cerca so intensos e a criana,desde seus primeiros anos de vida, j reage a eles mediante balbucios, gritos emovimentos corporais: o modo de ela se manifestar diante dos sons; elaouve, capta a sua direo e identifica as vozes das pessoas. Ela penetraprogressivamente no mundo dos sons e, quanto mais adequados forem os

    estmulos sonoros, melhor ela captar o ambiente que a rodeia. (Nicolau, 1987,pg. 162 apudSCOTTINI 2006 pg. 16).

    A musicalizao, para o ser humano, uma forma de energia que movimenta

    todo ser emoes, mente, corpo e, por sua vez, provoca todo tipo de reaes.

    2.4.1 A Musicoterapia

    Uma forma de tratamento atravs da msica a Musicoterapia, de acordo com

    a definio da Federao Mundial de Musicoterapia:

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    A Musicoterapia a utilizao da msica e/ou de seus elementos (som, ritmo,melodia e harmonia), por um musicoterapeuta qualificado, num processo

    sistematizado de forma a facilitar e promover comunicao, orelacionamento, a aprendizagem, a mobilizao, a expresso, e organizaode processos psquicos de um ou mais indivduos para que ele(s) recupere(m)as suas funes, desenvolva(m) o seu potencial e adquira(m) melhor qualidadede vida.

    indicada especialmente para pessoas com problemas de relacionamento, de

    comunicao, de comportamento e de integrao social, podendo ser aplicada em

    grupos.

    Maristela Smith, coordenadora da Clnica de Musicoterapia das Faculdades

    Metropolitanas Unidas em So Paulo, explica que "A msica atinge em cheio o sistema

    lmbico, regio do nosso crebro responsvel pelas emoes, pela motivao e pela

    afetividade".

    Sendo assim, a musicoterapia ajuda no tratamento de problemas, tanto de

    ordem fsica quanto de ordem emocional ou mental.

    2.5 A IMPORTNCIA DO ESPAO ADEQUADO

    Para que uma escola de msica possa desenvolver a funo para qual foi

    criada, o fator conforto para os alunos um dos fundamentais, faz-se necessrio um

    ambiente que possua boa adequao de clima e iluminao, pois os espaos devem

    ser cada vez mais planejados para que o principal objetivo seja sempre alcanado.

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    Colin (2002, pag.32) afirma isso quando fala:A utilidade vai tratar da condio

    dos espaos criados, seu correto dimensionamento para atender requisitos fsicos e

    psicologicos dos usurios, e da maneira como estes espaos se relacionam.

    Conclui-se que indispensvel um espao adequado para que os ambientes

    atendam as funes para as quais foi destindo. Lucio Costa ressalta isso quando diz:

    "Arquitetura antes de mais nada construo, mas, construo concebida com o

    propsito primordial de ordenar e organizar o espao para determinada finalidade e

    visando a determinada inteno."

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    3. SEGUNDO CAPTULO: EMBASAMENTO TERICO

    3.1 A FORMA E FUNO NA ARQUITETURA

    A forma e a funo so dois elementos fundamentais para a elaborao de um

    projeto arquitetnico, pois primeiramente necessrio que haja uma funo para que o

    mesmo procure atender a sua real necessidade.

    Segundo o material didtico da UFRJ4, encontramos as seguintes definies

    para forma:

    A forma considerada o motivo central, o conceito chave, da arte e daarquitetura, o que no despreza outros fatores imprescindveis, como a tcnica,a funo social ou o lugar... As formas sempre transmitem valores ticos,remetem a marcos culturais, compartilham critrios sociais e se referem ossignificados.

    A forma de um edifcio dada pela sua composio, correspondida, por cheios

    e vazios, jogos de luzes e sombras, alm de sua cor e textura.

    Para Colin (2002, pg. 51): A forma de um edifcio , pois, sua silhueta, sua

    massa, sua cor e textura, seu jogo de luzes e sombras, a relao e disposio de seus

    cheios e vazios.

    4 UFRJ: Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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    O projeto que ser apresentado no terceiro captulo visa o conforto ambiental

    com o qual, a forma tambm est ligada, pois segundo Lamberts (2004, p.52), ela est

    relacionada com a ventilao, luz e calor que entram na edificao.

    A forma do presente projeto pretende torna-lo um marco visual como j citado,

    para isso buscou-se criar uma setorizao dos ambientes de acordo com o tipo de

    atividade e de rudos que podem ser gerados, com blocos independentes e ao mesmo

    tempo interligados.

    3.2 O USO DAS CORES NO AMBIENTE

    As cores fazem parte do mundo em que vivemos, todos os dias estamos em

    contatos com elas. O uso de cores adequadas um estmulo harmonizao e evoca

    um estado de esprito, cria contraste e ainda destaca a beleza em uma imagem.

    As cores no influenciam as pessoas somente de forma psicolgica, mas

    tambm, segundo afirma Gurgel (2002, pg. 246) (...) cores que ajudam a refletir ou a

    absorver a luz, podemos compensar sua falta ou minimizar seu excesso.

    3.2.1 Os Significado das Cores.

    Algumas cores possuem significados que tm efeito positivo no ambiente e

    geram uma sensao agradvel ao individuo como as a seguir:

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    Branco - Ao receber luz branca, o organismo liberta todas as vibraes pesadas

    e negativas provenientes das doenas. Tambm est associada neve, s nuvens,

    simplicidade, limpeza, ao bem, ao otimismo, paz, pureza, inocncia e

    divindade.

    Verde utilizada no tratamento de doenas cardacas e circulatrias, pois

    causa o equilbrio, a harmonia e a calma. Tem um efeito confortante e tranqilizador,

    promovendo a sensao de confiana e segurana.

    Azul - Tem efeito relaxante e apaziguador. Elimina a sensao de angstia e as

    agitaes nervosas.

    Anil - eficaz no tratamento de inflamaes, dores (efeito analgsico) e

    doenas dos pulmes. Causa a elevao da mente e est ligado beleza e arte.

    Violeta - Promove a sade de todas as clulas e tecidos. Tem efeito benfico

    sobre os nervos, promove a sensao de liberdade e combate as neuroses. Outra

    reao interessante desta cor no organismo a regularizao dos batimentos

    cardacos.

    Vermelho - Combate a depresso, tem por desgnio a excitao e

    estimulante, fortalece o sangue, melhora a circulao.

    Laranja - eficaz no tratamento de doenas como a epilepsia, doenas

    respiratrias e inflamaes. Estimula o sistema nervoso e promove a alegria. Fortalece

    as funes mentais, aumenta a energia fsica e dissipa o desnimo. Combate a

    insegurana e a falta de vontade.

    Amarelo - usado no tratamento de problemas digestivos. Ajuda a conter o

    sistema nervoso, promove o otimismo e favorece a criatividade e o raciocnio.

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    Bege - uma cor que transmite calma e passividade. Est associada

    melancolia e ao clssico.

    3.3 A BIOCLIMATOLOGIA APLICADA ARQUITETURA

    Para Corbella e Yannas :

    O objetivo da arquitetura bioclimtica promove um ambiente construdo comconforto fsico, sadio e agradvel, adaptado ao clima local, que minimize oconsumo de energia convencional e precisa da instalao da menos potenciaeltrica possvel, o que tambm, leva a mnima produo de poluio. (CORBELLA e YANNAS 2003, p.37).

    Sendo assim, percebe-se que a arquitetura bioclimtica est diretamente

    relacionada ao projeto arquitetnico. Para atingir um bom projeto deve-se analisar: o

    clima do lugar, o sol, o vento, a vegetao e a topografia, com um desenho que permite

    tirar proveito das condies naturais do lugar, estabelecendo condies adequadas de

    conforto fsico e mental dentro do espao fsico em que se desenvolve. Tudo isso

    resulta em uma economia de energia, pois h um aumento de luminosidade, de calor e

    de utilizao dos ventos para ventilao natural.

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    3.4 A CLIMATOLOGIA NO BRASIL

    O clima no Brasil possui diversificao climtica bem ampla, influenciado pela

    forma geogrfica do pas, assim foi dividido em seis regies, para possibilitar um melhor

    entendimento: Equatorial, Semi-rido, Subtropical Tropical, Tropical Atlntico, Tropical

    de altitude.

    O Estado do Paran tem clima predominantemente Subtropical mido, com

    temperaturas que variam entre 14C e 22C.

    3.4.1 A Climatologia na Cidade de Cascavel

    A cidade de Cascavel est localizada no Terceiro Planalto do estado do Paran,

    na regio Oeste, sua altitude em torno de 785 metros e possui uma rea de 2.091

    km. Seu clima preodominante o subtropical mesotrmico com temperatura mdial

    anual de 19 C.

    Atravs de estudos, buscou-se um posicionamento estratgico do edifcio,

    analisando a orientao solar, j que um dos objetivos do trabalho era a busca e a

    adequao do edifcio ao clima local, proporcionando um baixo consumo de energia,

    aproveitando ao mximo os recursos naturais disponveis.

    Apresentam-se, abaixo, as estratgias bioclimticas da cidade de Cascavel.

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    Figura 1: Carta de estratgias Bioclimticas da cidade de Cascavel

    Fonte: MADEIRA, Aderina de Quadros, 1999, p.92.

    Conforme a Carta Bioclimtica, a cima Madeira explica que:

    Nesta carta bioclimtica percebe-se uma grande concentrao de pontos nazona de conforto trmico (36,8%). Nas horas desconfortveis, o frio apreocupao com 50,16% do total de desconforto que da ordem de 63,2%.(MADEIRA 1999, pg. 110).

    Desta forma Lamberts (2004, p 28) cita que: O conhecimento destas variveis

    fundamental para o projeto de edificaes mais adequadas ao conforto do seu

    ocupante e mais eficiente em termo de consumo de energia.

    O objetivo deste estudo de adequar a edificao ao clima local, para isso

    estudou-se qual o melhor posicionamento do edifcio em relao orientao solar,

    para que pudesse aproveitar os recursos naturais e reduzir o consumo de energia.

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    que teve a sua idia lapidada e projetada pelo arquiteto francs Christian de

    Portzamparc.

    O objetivo principal interligar a Zona Norte e Oeste Zona Sul, centralizando

    a rea do presente projeto a um marco arquitetnico e cultural como pode se observar

    na figura (2).

    O projeto conta com uma ara de 94.000m com 22.000m construdos, alm de

    um grande parque de 70.000m, a inaugurao disso tudo est prevista para novembro

    ou dezembro de 2008.

    4.1.2 Aspectos Funcionais

    O projeto tem um acesso suspenso do solo com dez metros de altura e seus

    ambientes so de grande dimenso, bem iluminados.

    A Cidade da Msica contar com estacionamentos para 738 veculos em torno

    da edificao, uma midiateca, um caf, trs lojas, restaurante, trs salas de cinema, um

    foyer musical, 07 salas de ensaio com tratamento acstico e 10 salas de aula que sero

    utilizadas pela Orquestra Sinfnica Brasileira, no programa de formao de msicos.

    O acesso para a edificao ser atravs de rampas, com lagos artificiais

    formados por espelhos dgua, criando assim uma ligao com o entorno.

    A Cidade da Msica se destaca pelas suas duas modernas salas de concertos

    com 800 lugares, denominadas Grande Sala. A sala principal de concerto ser a maior

    da Amrica do Sul, com 10 torres de camarotes, com reverso para pera, com

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    capacidade para 1.300 lugares, com deslocamento de 04 torres de camarotes e palco

    (com desnivelamento para nvel inferior).

    4.1.3 Aspectos Construtivos

    Figura: 3 Cidade da Msica- Roberto Marinho Vista Frontal e Vista LateralFonte: Vitruvius (http://www.vitruvius.com.br/ac/ac014/ac014_1.asp).

    A edificao composta basicamente por uma estrutura com duas lajes

    paralelas, possui grandes estruturas em concreto armado, as paredes externas sero

    em concreto aparente, com acabamento liso.

    J as rampas tero formas irregulares e sero apoiadas em estacas de

    concreto pr-moldado, com 10 metros de altura do nvel do terreno.

    A chamada Grande Sala de concerto medindo 2.738m2 ter um formato

    retangular com as torres quebrando o paralelismo em funo do som.

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    4.1.4 Aspectos Ambientais

    Com seus traos marcantes e modernos, a proposta do arquiteto fazer com

    que ela se integre com o entorno, ou seja, com a beleza natural do Rio de Janeiro. Pela

    sua altura, por sua localizao e por sua grande rea, ter uma viso panormica do

    mar e das montanhas que o cercam.

    Figura:4 Cidade da Msica- Roberto Marinho Jardim ExternoFonte: Vitruvius (http://www.vitruvius.com.br/ac/ac014/ac014_1.asp).

    Um grande apaixonado pela msica, Portzampac explica que, na Barra da

    Tijuca, como h ausncia de uma marca simblica ou natural, convida a criar uma

    presena forte, atraente, um tanto espetacular, mantendo, ao mesmo tempo, uma

    ntima relao com a cidade.

    Pode-se observar, tambm, que o edifcio revela uma profunda afinidade entre

    o indivduo e o espao.

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    4.1.5 Aspectos Estticos e Compositivos

    Figura: 5 Cidade da Msica- Roberto Marinho Grande Avarandado Fonte: Vitruvius ( http://www.vitruvius.com.br/ac/ac014/projeto.asp).

    Como uma grande varanda, foi a analogia que Portzamparc usou para o

    projeto em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, por ocasio da 5 aBienal Internacional

    de Arquitetura e Design de So Paulo, em setembro de 2003.

    A expresso do arquiteto se justifica pelos planos horizontais, cheios e vazios,

    constitudos por formas puras, atravs de adio e subtrao de volumes. Segundo o

    autor do projeto, esta parte externa tambm considerada como duas linhas pairadas

    no horizonte, reinterpretando as montanhas do Rio. Os vazios do lado externo tambm

    fazem um elo com a circulao do pblico, com a passagem de luz e com a paisagem.

    Pode-se observar, ainda, que existe uma perfeita configurao espacial, atravs

    de um jogo estrutural, promovido por elementos construtivos tradicionais, como vigas e

    pilares.

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    Portzamparc conclui que:

    A sensibilidade pela msica, a dimenso do tempo musical na busca pelaespacialidade e pela acstica perfeita levaram concepo dessa forma, livrena sua essncia, simblica nas referncias, surpreendente nas visuais queoferece. Montanhas, mar, manguezal, podem ser observados da altura de dezmetros, medida da elevao da primeira laje, como que suspensa no ar.

    4.2 COLISEU DA MSICA VALNCIA ESPANHA

    4.2.1 Aspectos Contextuais

    Figura: 6 Coliseu da Msica Fachada Lateral Fonte: PiniWeb (http://www.revistaau.com.br).

    O Coliseu da Msica est localizado na Cidade das Artes e das Cincias, um

    complexo urbano de 35 hectares, no sudeste de Valncia, Espanha, que composto

    por outros quatro edifcios: O Teatro Hemisfrico (cinema e planetrio), o Museu das

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    Cincias Prncipe Felipe L'Umbracle (estacionamento e passeio), o Parque

    Oceanogrfico e o Coliseu da Msica; obras estas de autoria do prestigiado arquiteto

    espanhol Santiago Calatrava.

    4.2.2 Aspectos Funcionais

    O projeto tambm conhecido pela sua multiplicidade de ambientes, composto

    por um auditrio principal com capacidade para 1,7 mil pessoas, salas de aula, um

    anfiteatro, e um teatro de cmara.

    O acesso aos jardins, cafs, restaurantes e terraos dado por escadas

    helicoidais localizadas nas laterais do edifcio.

    4.2.3 Aspectos Construtivos

    O Coliseu da Msica uma construo ousada, formada por 75m de altura e

    163m de comprimento, por dois apoios para o grandioso elemento de 230m de

    comprimento (medida da curva).

    O elemento gerador do edifico o auditrio principal, tanto em seu aspecto

    formal quanto estrutural.

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    Um enorme pilar de concreto armado branco no qual nasce o edifcio fica

    localizado na fachada Oeste, contudo h outros apoios mediadores fazendo com que

    esta se desenvolva at a extremidade leste da construo, que se encontra em

    balano.

    Atravs dos terraos e das plataformas da edificao, o pblico pode circular

    livremente.

    4.2.4 Aspectos Ambientais

    Figura: 7 Coliseu da Msica Fachada Lateral

    Fonte: PiniWeb (http://www.revistaau.com.br).

    O edifcio se reflete em enormes espelhos de gua de cerca de 11.300m

    que o rodeiam, alm de uma extenso de jardins de 69.000m. Calatrava justifica a

    forma de seu projeto como: "A forma do edifcio, mais aberta possvel, permite e

    encoraja essas funes".

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    Sendo assim, pode-se observar que o anfiteatro, com seus painis de vidro,

    permite que os visitantes assistam, do lado externo aos ensaios e s apresentaes

    que acontecem no interior da edificao.

    4.2.5 Aspectos Estticos e Compositivos.

    O edifcio em concreto branco e suas laterais organizadas de forma a abraa-

    los, com cascas metlicas revestidas com cacos cermicos brancos.

    Figura: 8 Coliseu da Msica Espelhos d gua

    Fonte: Enforex (http://www.enforex.com/culture/santiago-calatrava.html).

    A arquitetura do edifcio se inspira na natureza e criou formas ousadas sem

    linhas e ngulos retos, com formas abstratas, materiais como o ao e o vidro para uma

    composio de luz, espao, material, forma e estrutura.

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    4.3 CASA DA MSICA CIDADE DO PORTO - PORTUGAL

    4.3.1 Aspectos Contextuais

    Figura 9: Casa da Msica, Fachada Frontal.Fonte:(http://defesadopublico.blogspot.com/2005/04/curiosidade-

    kultureflash-destaca-casa.html).

    A Casa da Msica mais uma obra do prestigiado arquiteto e urbanista

    holands Rem Koolhaas. Est localizada na Cidade do Porto, junto a um dos principais

    eixos de trfegos do centro da cidade de Rotunda da Boavista.

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    4.3.2 Aspectos Funcionais

    No subsolo da Casa da Msica, encontram-se vestirios, escritrios,

    restaurantes e uma entrada, todos exclusivos para os msicos.

    J no trreo, encontra-se o acesso, foyer, bilheteria, escritrios, ensaios. No

    terceiro pavimento foyer so observados: circulo, auditrio principal e bar. No quarto

    pavimento: foyer, circulo, auditrio principal, bar e cybermusic. J no quinto

    pavimento, circulao, auditrio, sala das crianas e salas de aula. E enfim, no topo da

    edificao tem restaurante e terrao.

    O auditrio grande possui capacidade inicial de 1.238 lugares, apresentando

    uma variao, outras reas do edifcio podem ser adaptadas para concertos ou

    espectculos (oficinas, atividades educacionais, etc.).

    4.3.3 Aspectos Construtivos

    Uma arquitetura arrojada em forma de poliedro, em nada facilitou a concepo

    de sua estrutura. O sistema construtivo da Casa da Msica dado atravs de pilares e

    paredes inclinadas de 40cm, em vrios ngulos. As paredes externas compem um

    bloco, s sendo essencial no sistema estrutural.

    O peso central apoiado em duas grandes paredes de cada lado do auditrio

    principal, que sobem desde as fundaes at a cobertura.

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    A acstica do auditrio conhecida mundialmente por ser a segunda melhor do

    mundo, isso se deve geometria dos volumes da sala e tambm aos materiais de

    revestimento seriamente escolhidos.

    4.3.4 Aspectos Ambientais

    Figura 10: Casa da Msica - Vista Area. Fonte:(http://defesadopublico.blogspot.com/2005/04/curiosidade-

    kultureflash-destaca-casa.html).

    O edifcio da Casa da Msica est isolado em uma quadra e por isso interrompe

    a malha urbana da cidade, tornando-se referncia para a praa da Rotunda da Boa

    Vista. A integrao com o meio feita pelas amplas transparncias presentes, inclusive

    no auditrio.

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    4.3.5 Aspectos Estticos e Compositivos

    Em concreto branco aparente, a Casa da Msica surpreende pelo carter

    escultrico, como um diamante lapidado.

    Figura 11: Casa da Msica- Vistas externa Fonte: Arcoweb (www.arcoweb.com.br).

    O ponto de partida da forma de poliedro do edifcio foi conseguido atravs da

    transformao de Cubo, com subtrao de elementos, cheios e vazios. O arquiteto

    trabalhou com a composio unificada de aberturas mltiplas, criando um movimentovisual ao longo da superfcie do plano.

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    5. QUARTO CAPTULO: DIRETRIZES PROJETUAIS

    5.1 LOCALIZAO

    Figura. 12 Vista Area do Terreno Fonte: Google Earth

    O terreno onde ser implantada a Escola de Msica situa-se na Cidade de

    Cascavel no Oeste do Paran. A escolha do local deu-se pela sua boa localizao e

    pelo fcil acesso, pois oferece infra-estrutura prxima edificao, como ruas,

    iluminao, pontos de nibus, entre outros.

    O terreno encontra-se no Bairro Cristal, na quadra 3, loteamento 138.

    Conforme a Consulta Prvia, encaixa-se em Servios 3, com Coeficiente de

    Aproveitamento 3,0, taxa de ocupao 80% e impermeabilizao 90% e altura mxima

    de 8 pavimentos com uma rea total de 6. 818 m2.

    RUADAS CHACARAS

    RUAHUMBERTO

    DECACAMPOS

    RUAFLAMBYANT

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    Sendo um dos objetivos deste trabalho desenvolver uma edificao que seja um

    marco visual para a cidade, exige-se que seja localizado em uma rea de destaque e

    fcil visualizao no cenrio urbano.

    5.2 INTENES FORMAIS E ESPACIAIS

    O projeto da Escola de Msica seguir uma linguagem arquitetnica com

    formas puras, atravs de adio e subtrao de volumes, com elementos verticais e

    horizontais, e desfrutando, por conseguinte da largura total do lote na gerao de

    espaos amplos

    Segundo CEJKA (1999, p.23) A Ps-modernidade definida como um conjunto

    de movimentos, tendncias e atitudes que tm em comum a ruptura, total ou parcial,

    com os fundamentos daquele corpo de doutrina racionalista e funcionalista at ento

    aplicada arquitetura. A arquitetura ps-moderna, mesmo em suas diferentes linhas,

    procura exaltar a singularidade das formas.

    Contudo Santos 1987 afirma que :

    A marca da arquitetura ps-moderna a postura para a tolerncia dasdiferenas. Tudo se pode, a mistura de elementos antigos e novos, aliberdade para projetar, ousar, diferenciar.( SANTOS 1987, pg. 44)

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    O projeto ir estabelecer a linguagem do ps-modernismo, baseado no arquiteto

    Chistian de Portzamparc, utilizando formas puras e linhas racionais do projeto que se

    fudem no aspecto de funcionalidade que a escola deve de ter com os demais

    ambientes.

    A linguagem arquitetnica defini-se pela transparncia, valoriza o contexto do

    entorno, com uma volumetria de formas simples e puras, fica como referncia aos

    panos de vidro da fachada frontal aliada cobertura, o que traz mais leveza e sincronia

    ao acabamento da edificao.

    O projeto contar tambm com reas de convvio a fim de promover integrao

    com o exterior, proporcionando o contato com a natureza.

    5.3 INTEES PROJETUAIS

    A escola de Msica Estao dos Sons tem como objetivo promover a educao

    profissional, buscar o desenvolvimento de competncias e habilidades musicais de

    jovens e adultos e oferecer um projeto arquitetnico adequado.

    O projeto da Escola de Msica seguir uma linguagem arquitetnica com

    formas puras atravs de adio e subtrao de volumes, com elementos verticais e

    horizontais, e desfrutando, por conseguinte, da largura total do lote na gerao de

    espaos amplos e flexveis.

    O partido adotado para a elaborao do projeto foi proporcionar, alm da

    eficincia e funcionalidade, vrias formas de conforto, de maneira personalizada e

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    acolhedora. A proposta da escola de msica prope criar um marco arquitetnico que

    contribua com o entorno, sem agredi-lo. Esse fator foi fundamental para a concepo

    do projeto, pois permitiu o carter funcional de identificar, de forma criativa, solues

    arrojadas combinando materiais e tcnicas construtivas. Um dos destaques deste

    projeto resulta da unio de elementos interno e externo, a partir da fachada com pele de

    vidro, que, vista do interior do edifcio, adquire total transparncia para admirar o

    entorno, e tambm transmite luz natural para o hall central.

    A soluo estrutural apresenta pilares em concreto, soltos do corpo do prdio e

    a ele ligados por vigas, os quais sustentam uma grande cobertura tornando-a

    visualmente mais leve. Tal soluo atribui a esses pilares uma funo esttica, pois sua

    forma foi elaborada, de modo que viessem a se constituir em componente plstico.

    O projeto tem por objetivo ser caracterizado como um elemento de circulao

    com hall de distribuio, que cumpram a funo do edifcio, com seu dimensionamento

    adequado.

    Sendo assim, a proposta da escola de msica se desenvolve a partir da

    implantao, respeitando o partido arquitetnico, valorizando a funo da edificao,

    desta forma o produto final tende a satisfazer as perspectivas e as necessidades da

    exigncia da sociedade.

    A acessibilidade segundo PASSAFARO (2002, p.05) Investir em acessibilidade

    e garantir o direito de ir e vir com autonomia e independncia toda populao,

    inclusive as pessoas com mobilidade reduzida, permitindo seu fortalecimento social,

    poltico e econmico .

    Contudo, indispensvel considerar a acessibilidade, pois a escola de Msica

    busca abranger toda a populao, independente de suas condies fsicas.

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    5.3.1 Programa de Necessidades

    A definio do programa de necessidades deve ser estabelecida a partir do que

    for necessrio prever para elaborao do projeto. Sendo assim, foram realizadas

    pesquisas nas escolas de msicas j existentes na cidade de Cascavel, pesquisas

    bibliogrficas e de projetos similares j existentes como: Casa da Msica Portugal,

    Cidade da Msica-Rio de Janeiro e o Coliseu da Msica - Espanha.

    5.4 SETORIZAO

    O projeto visa interligar e articular os ambientes, quanto ao seu uso e quanto

    aos rudos que cada sala ir produzir, de forma fiquem setorizados.

    5.4.1 rea Administrativa

    A rea administrativa composta por:

    o Hall de acesso, com Recepo e Almoxarifado 88,76m;

    o 1 Sala para Tesouraria 12,60m ;

    o 1 Sala para Coordenao de 12,60m ;

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    o 1 Sala para Professores com Bwc de 25,35m;

    o 1 Sala para Direo com Bwc de 22,09m;

    o 1 Dml com 12,60m;

    5.4.2 Sala de Apresentao

    Esta sala ser destinada apresentao dos alunos e ter capacidade para

    132 pessoas.

    5.4.3 Salas de Estudos I

    Nesta rea, ficaro as salas que se disponibilizaro de instrumentos que geram

    um alto ndice de rudos como:

    o 1 Sala de Canto com 22,09m

    o 2 Salas para aulas de Bateria com 12,60m;

    o 1 Sala para aulas de Percusso com 12,60m;

    o 1 Sala para o Pratica de Banda com 22,09m

    o 2 Salas para Teclado com 12,60m;

    o 2 Salas para Guitarra, Contrabaixo com 12,60m;

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    5.4.4 Salas de Estudo II

    As salas de estudos II sero destinadas a aulas que no produzem rudos e

    sero divididas da seguinte maneira:

    o 3 Salas para Piano com 12,60m;

    o 3 Salas para aulas de Cordas como: Violo, Cavaquinho, Viola, Violino e

    Baixo com 12,60m;

    o 2 Salas para aulas de sopro: Flauta Transversal, Saxofone, Trompete,

    Clarineta e Gaita com 12,60m;

    o 1 sala para Musicoterapia com 22,09m;

    o 1 Sala Multiuso com 22,09m

    o Instalaes sanitrias - feminino/ masculino/portadores de necessidades

    especiais com 22,09m;

    5.4.5 Estdio de Gravao

    O Estdio de Gravao com 22,09 m contar com equipamentos de udio de

    qualidade para que os alunos possam realizar seus prprios projetos artstico-musicais.

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    5.4.6 Luthieria

    O luthieria uma oficina destinada construo e manuteno de instrumentos

    musicais que ser destinado manuteno dos instrumentos da escola de Msica com

    uma rea de 22,09m

    O projeto ainda contar com uma biblioteca de 63,07m, instalaes sanitrias

    feminina/ masculina e portadores de necessidades especiais com 23,50m, Bombonier

    85,81m, estacionamentos, acesso para pedestres, acesso secundrio e rea de

    convvio externa.

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    6. CONSIDERAES FINAIS

    O projeto buscou pesquisas que oferecessem um embasamento para o

    desenvolvimento do presente trabalho. Foram analisados os locais existentes no

    municpio e pde-se concluir que os mesmos no oferecem conforto adequado aos

    seus usurios quanto ao aspecto funcional, construtivos, ambiental e esttico.

    O projeto da Escola de Msica visa proporcionar aos seus usurios um

    ambiente adequado e confortvel, onde possam desfrutar dos benefcios de se estudar

    msica.

    Para a elaborao do projeto foram analisados exemplos que, de em alguma

    forma, pudessem orientar quanto elaborao, concepo de sua forma, escolha

    do terreno, setorizao e ao programa de necessidades. Com a setorizao proposta,

    buscou-se uma forma de minimizar os rudos, setorizando as salas em rea de estudo I

    e II.

    Para tal necessidade, elaborou-se o projeto da Escola de Msica: Estao dos

    Sons, buscando integrar todos os assuntos citados no texto e para que esses

    proporcionassem um enriquecimento e culminassem na melhor forma de elaborao do

    projeto.

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    APNDICE A- PROJETOS