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Boletim quinzenal de estudo para Pastor, Coordenador e Líder de PG Março I | 2017 Definindo o Discipulado Antes de discorrermos sobre o papel do pastor no discipulado, seria saudável estabelecer de forma sintética uma defi- nição de discipulado. No contexto geral e também uma perspectiva Bíblica. O con- ceito de discipulado, segundo o Dicioná- rio Aurélio (2010, p. 340) é um estado de aprendizado temporário de pessoas que recebem instrução de outrem, na visão do Rev. John Stott (2010, p.11), o discípulo de Cristo é todo seguidor leal aos ensina- mentos de Cristo, neste caso o termo dis- cípulo de Cristo é mais profundo do que o termo “cristão”, utilizado normalmente. O discipulado é uma junção de ensino cognitivo, mas que não se dissocia do aspecto prático, pois não se faz discípu- los só com conceitos, o aspecto prático é essencial nesse processo. “A abnegação é uma das condições, não só de admis- são ao serviço de Cristo, mas também de nele continuar. O próprio Cristo declarou, em linguagem inequívoca, as condições de discipulado: “Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-Me.” – E. G. W {MCP2 380.3} O Ambiente do Discipulado O discipulado ganhou força principal- mente no seu aspecto religioso, mas às vezes erroneamente é ligado exclusiva- mente aos clérigos, na verdade resumir o papel do discipulado apenas aos que exercem a liderança formal é sem dúvida uma forma de apequenar o tema, porém, por outro lado deixar de dar o devido lu- gar ao pastor nesse processo é também um terreno perigoso. O discipulado cristão pode e deve ser desenvolvido nos ambientes mais diversos, mas um exame honesto do assunto levará inevitavelmente à conclusão que não é algo feito por atacado, mas possui um aspecto pessoal profundo e que é melhor vivenciado em grupos menores. Então desde a família ou de uma forma mais personalizada ou ainda usando a estrutura de Pequenos Gru- pos, o discipulado pode e deve ser praticado de forma cíclica, não é um programa ou um evento com dia e hora para acabar. O papel do pastor no discipulado ESCOLA DE LÍDERES O Pastor como um Discipulador Se o pastor não é um discipulador a sua tarefa sofreu uma desvirtuação na essência, pois fazer discípulos é um imperativo de Cristo (também para os pastores) a história do cristianismo (li- vros de Atos) bem como às epístolas (citando como exemplo I e II Timóteo) deixam claro o papel do pastor como um discipulador. Não seria um exagero dizer que o ministro exerce uma fun- ção chave na questão do discipulado, pois seu raio de influência é notoria- mente mais amplo do que qualquer ou- tra pessoa na igreja.

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Boletim quinzenal de estudo para Pastor, Coordenador e Líder de PGMarço I | 2017

Definindo o Discipulado Antes de discorrermos sobre o papel

do pastor no discipulado, seria saudável estabelecer de forma sintética uma defi-nição de discipulado. No contexto geral e também uma perspectiva Bíblica. O con-ceito de discipulado, segundo o Dicioná-rio Aurélio (2010, p. 340) é um estado de aprendizado temporário de pessoas que recebem instrução de outrem, na visão do Rev. John Stott (2010, p.11), o discípulo de Cristo é todo seguidor leal aos ensina-mentos de Cristo, neste caso o termo dis-cípulo de Cristo é mais profundo do que o termo “cristão”, utilizado normalmente. O discipulado é uma junção de ensino cognitivo, mas que não se dissocia do aspecto prático, pois não se faz discípu-los só com conceitos, o aspecto prático é essencial nesse processo. “A abnegação é uma das condições, não só de admis-são ao serviço de Cristo, mas também de nele continuar. O próprio Cristo declarou, em linguagem inequívoca, as condições de discipulado: “Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-Me.” – E. G. W {MCP2 380.3}

O Ambiente do DiscipuladoO discipulado ganhou força principal-

mente no seu aspecto religioso, mas às vezes erroneamente é ligado exclusiva-mente aos clérigos, na verdade resumir o papel do discipulado apenas aos que exercem a liderança formal é sem dúvida uma forma de apequenar o tema, porém,

por outro lado deixar de dar o devido lu-gar ao pastor nesse processo é também um terreno perigoso.

O discipulado cristão pode e deve ser desenvolvido nos ambientes mais diversos, mas um exame honesto do assunto levará inevitavelmente à conclusão que não é algo feito por atacado, mas possui um aspecto pessoal profundo e que é melhor vivenciado em grupos menores. Então desde a família ou de uma forma mais personalizada ou ainda usando a estrutura de Pequenos Gru-pos, o discipulado pode e deve ser praticado de forma cíclica, não é um programa ou um evento com dia e hora para acabar.

O papel do pastor no discipulado

ESCOLA DE LÍDERES

O Pastor como um Discipulador Se o pastor não é um discipulador

a sua tarefa sofreu uma desvirtuação na essência, pois fazer discípulos é um imperativo de Cristo (também para os pastores) a história do cristianismo (li-vros de Atos) bem como às epístolas (citando como exemplo I e II Timóteo) deixam claro o papel do pastor como um discipulador. Não seria um exagero dizer que o ministro exerce uma fun-ção chave na questão do discipulado, pois seu raio de influência é notoria-mente mais amplo do que qualquer ou-tra pessoa na igreja.

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Em relação a esse tema tão re-levante o pastor deve atuar como:

Fortalecedor da visão (concei-tos): O ministro deve ter uma visão bí-blica profunda sobre o tema, além de ser um ávido leitor de autores que discorrem de forma bíblica e honesta sobre o as-sunto. Ele deve sempre ter algo (bíblico) a dizer sobre o assunto.

Multiplicador da visão: Muito mais do que ter uma visão clara sobre o tema, ele deve multiplicar essa visão entre aqueles que lhes foram confiados o pastoreio.

Mantenedor da visão: De quando em quando surgem atalhos que atentam de forma frontal com o método de Cris-to (discipulado) para o avanço do Reino, nesses casos o pastor deve ser um “vigia” para evitar desvios.

Referência prática da visão: O pastor deve ser um “modelo” no assun-to, seu discurso sobre o tema deve ser fortalecido pela prática, se esse elo for fraco a estrutura discipuladora estará comprometida.

Levando em conta o protagonismo que esse assunto deve ter em nosso meio o pastor deve com sabedoria de-tectar o que lhe tem roubado o tempo de exercer com solidez esse aspecto essen-cial ao ministério. “O fruto que damos é a única prova da natureza da árvore, pe-rante o mundo. Isto é a demonstração de nosso discipulado. Se nossas obras são de tal caráter que, como ramos da Videi-ra Viva, damos fartos cachos de precio-so fruto, então apresentamos diante do mundo o próprio distintivo de Deus como Seus filhos e filhas. Somos cartas vivas, conhecidas e lidas por todos os homens. – E. G. W. {T5 348.2}. O pastor deve ter emoldurado na mente e no coração as Palavras de Cristo. “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizan-do-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” Mateus 28:19.

Pr. Paulo FernandoMinistério Pessoal APe

“O fruto que damos é a única prova da natureza da

árvore, perante o mundo. Isto é a demonstração

de nosso discipulado. Se nossas obras são de tal

caráter que, como ramos da Videira Viva, damos

fartos cachos de precioso fruto, então apresentamos

diante do mundo o próprio distintivo de Deus como

Seus filhos e filhas. Somos cartas vivas, conhecidas e lidas por todos os homens.

E. G. W. {T5 348.2}.