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Historia Pensamento Matemático
Henrique Gomes / Wanderleia Furtado Praia 19 de junho 2008
Índice
INTRODUÇÃO............................................................................................................................. 2
RESOLUÇÃO GEOMÉTRICA DAS EQUAÇÕES QUADRÁTICAS SEGUNDO
DESCARTES. ............................................................................................................................... 3
EQUAÇÕES QUADRÁTICAS NA ANTIGA BABILÓNIA ...................................................... 4
BABILÓNIA EQUAÇÃO DO 2º GRAU...................................................................................... 6
A EQUAÇÃO QUADRÁTICA NA ANTIGA GRÉCIA ............................................................. 8
MÉTODO DE VIÉTE PARA RESOLUÇÃO DE EQUAÇÃO DO 2º GRAU.......................... 10
Historia Pensamento Matemático
Henrique Gomes / Wanderleia Furtado Praia 19 de junho 2008
INTRODUÇÃO
Este Trabalho insere-se no âmbito da disciplina de História do Pensamento Matemático,
do 4º ano do curso de Licenciatura em ensino da Matemática, leccionada pela professora
Astrigilda Silveira e constitui um dos elementos de avaliação da referida cadeira. A
escolha do tema deu-se de modo aleatório em função dentro das propostas da
professora. Assim, o nosso tema é Equações nas Civilizações Antigas: Babilónia, Egipto e
Grécia.
A disciplina de História do Pensamento Matemático contribui largamente para alargar o
nosso conhecimento a nivel historio, nos esclarece os diversos aspectos e ou contextos
de descobertas dos conceitos matemáticos que poderá ajudarnos a compreender – los
melhor e consequentemente a transmiti-los da melhor forma possível a nível didáctico –
pedagógico de modo a preparar-nos para a carreira docente. Deste modo o meu trabalho
engloba os seguintes itens:
� Resolução Geométrica Das Equações Quadráticas Segundo Descartes.
� Equações Quadráticas Na Antiga Babilónia
� Babilónia Equação Do 2º Grau
� A Equação Quadrática Na Antiga Grécia
� MÉTODO DE VIÉTE PARA RESOLUÇÃO DE EQUAÇÃO DO 2º GRAU
O trabalho foi feito com base em pesquisas bibliográficas e orientações fornecidas pela professora.
Para a realização do mesmo foram encontradas algumas dificuldades, bem como algumas dúvidas
pontuais que foram superadas com a orientação do professor,
Historia Pensamento Matemático
2
2
2
x bx c
x bx c
x c bx
+ =
= +
+ =
O
T S
P
C
Q
TS
R
C
Henrique Gomes / Wanderleia Furtado Praia 19 de junho 2008
Resolução geométrica das equações quadráticas segundo Descartes.
Consideramos as equações completas de 2º grau cujo coeficiente do termo quadrático é unitário,
isto é, da forma:
em qualquer destes casos, são dados dois segmentos de recta de b e c ( coeficientes) e procuram-se
o segmento de recta x ( incógnita) que satisfazem a condição expressa pela igualdade em causa.
Sejam então dado os segmento unidade e os coeficientes b e c. Para resolver qualquer uma das
equações acima mencionados, constrói-se a raiz quadrada, c , do termo dependente traça-se uma
circunferência de diâmetro b e, sobre uma recta tangente a este circunferência e a partir do ponto de
tangencia marca-se um segmento recta de comprimento igual a c . Designar-se-ão por C, T e S
respectivamente o centro da circunferência, o ponto de tangencia é a entre extremidade do segmento
de recta tangente. Sejam O e P os pontos de intersecção da circunferência com a recta CS����
(como na
figura 1) e Q e R os pontos da intersecção, caso existam da circunferência com a recta que passa por
S e é perpendicular a TS pela proposição elementos III, 36 de Euclides, subsistem as igualdades.
2 2. e .SP SO ST SQ SR ST= =
Figura 1- Resolução geométrica das equações quadráticas segundo Descartes.
Historia Pensamento Matemático
´ 210xy =
Henrique Gomes / Wanderleia Furtado Praia 19 de junho 2008
Daqui se conclui que o segmento de recta SP é solução da equação 2x bx c+ = , com efeito a
primeira das igualdades precedentes pode ser escrito como ( )SP SP b c+ = .
Uma vez que essa mesma igualdade também pode ser escrita na forma ( )SO SO b c− = .
Dela se conclui igualmente que o segmento de recta SO é solução da equação 2x bx c= + .
A segunda das igualdades acima podem ser escritas quer como
( ) ( ) quer como SQ b SQ c SR b SR c− = − =
Por conseguinte, tanto o segmento de recta SQ como o segmento SR são soluções da equação
2x c bx+ = . Observe-se que, neste caso, um numero de pontos em que a circunferência intercepta a
recta perpendicular a tangente indica o numero de soluções da equação.
EQUAÇÕES QUADRÁTICAS NA ANTIGA BABILÓNIA
"Comprimento, largura. Multipliquei comprimento e largura, obtendo assim a área. Então juntei à
área o excesso do comprimento sobre a largura: 3,3 [i.e., o resultado obtido foi 183]. Além disso,
juntei comprimento e largura: 27. Pede-se o comprimento, a largura e a área."
A resolução deste problema equivale a resolver o sistema.
Para uma transformação ´ 2y y= + o sistema fica transformado em:
´ 210
´ 210
xy
x y
=
+ = ( )2 210 ´ 2 2 210xy x x y x+ = ⇔ − + =
Onde x - comprimento e y - largura
Historia Pensamento Matemático
Henrique Gomes / Wanderleia Furtado Praia 19 de junho 2008
Se nos lembrarmos que esta transformação foi feita. Há perto de 4000 anos (1800 e 1600 A.C.), não
podemos deixar de concluir que, na antiga Babilónia, a Álgebra atingiu um nível.
Surpreendentemente. Avançado.
Na verdade, cerca de 2000 anos antes da nossa era, os Babilónios podiam resolver sistemas de
equações da forma:
A orientação dos Babilónios para resolver o sistema:
1. Tomar metade de p:
2. Quadrar o resultado:
3. Subtrair q do resultado obtido:
4. Tomar a raiz quadrada do resultado obtido:
5. Somar o resultado obtido a metade de p:
O resultado obtido é um dos números desejados e o outro é a diferença deste para p.
- ( ) - p x x y x y= + =
o que equivale à resolução da equação quadrática 2x q px+ =
Consistia no seguinte:
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Henrique Gomes / Wanderleia Furtado Praia 19 de junho 2008
BABILÓNIA EQUAÇÃO DO 2º GRAU
O Problema número 1 da placa de larsa BM 13901. que traduzia a resolução da equação do tipo ,
2x x c+ = , segundo a indicação dos escribas. Podemos fazer a seguinte interpretação algébrica.
2x x c+ =
2 2 2 2 2 22 1 1 1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 2 2 2x x c x c x c x c
⇔ + + = + ⇔ + = + ⇔ + = + ⇔ = + −
Deste ponto de vista, o método indicado. Corresponderia a o que encontramos em muitos dos
nossos manuais escolares na resolução directa das equações do 2ºgrau, isto é, sem aplicação da
forma resolvente, transformando o primeiro membro da equação num quadrado. O método
corresponderia então a “ completar um quadrado “ do ponto de vista algébrico.
Vejamos agora a interpretação do mesmo problema segundo Jens Hoyrup,(1990)
(i) que a equação diz respeito á adição de duas áreas: a área de um quadrado de lado desconhecida x
e a área de um rectângulo de lados x e 1.
(ii) que as instruções de escribas correspondem a operações concretas na “ geometria corta e loca” ,
que se podem traduzir por:
• Cortar a meio de rectângulo que se adiciona ao quadrado (a)
• Deslocar uma das partes para formar uma gnómon (b)
• Completar o quadrado geométrico pela adjunção de outro quadrado (c)
• Determinar o lado do quadrado maior e finalmente, o lado do quadrado desconhecido.
cba
Figura 2- Problema nº1 de BM 13901
Historia Pensamento Matemático
cba
Henrique Gomes / Wanderleia Furtado Praia 19 de junho 2008
Aqui de facto se completa os quadrados. Mas no ponto de vista geométrico.
Problema nº1 de BM 13901.
No caso da equação 2x x c− =
Jens Hoyrup, afirma que este deve ser interpretado geometricamente, como no caso anterior.
A equação traduziria: agora a diferença de duas áreas; área de um quadrado de lado desconhecida x
e a área de um rectângulo de lados x e 1.
O procedimento consiste em tirar da área do quadrado de lado desconhecido a área do rectângulo de
lados 1 e x; transformar o rectângulo que resta num gnómon. Como no problema anterior completar
o quadrado maior pela adjunção de um quadrado menor; determinar o lado de quadrado maior e
finalmente, o lado de quadrado desconhecido.
Figura 3- Problema nº2 de BM 13901
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DC
BA
Q
P
T
SRNMO
Henrique Gomes / Wanderleia Furtado Praia 19 de junho 2008
A EQUAÇÃO QUADRÁTICA NA ANTIGA GRÉCIA
Os antigos gregos conseguiram resolver equações quadráticas, por meio de construções
geométricas.
Suponhamos agora que pretendemos resolver a seguinte equação: 2x px q+ =
Esta equação é, evidentemente, equivalente à equação:
Então, para resolver a equação, basta construir 2
4
pq+ , extrair-lhe a raiz quadrada e subtrair-lhe,
em seguida 2
p .
Comecemos por considerar duas rectas r e s, concorrentes em O e, sobre r, um ponto M tal que
2
pOM = , sendo p o comprimento do segmento AB relativamente ao segmento unidadeU EF= e
Historia Pensamento Matemático
Henrique Gomes / Wanderleia Furtado Praia 19 de junho 2008
Consideremos sobre s dois pontos P e Q. tais que 2
pOP U e PO= = . Unamos P e M e conduzamos
por Q uma paralela a PM; seja N o ponto de intersecção dessa paralela com r.
Tem-se OP PQ
OM MN= e, portanto,
2
2
OM PQ p
OP
×= . Consideremos agora o ponto R, de r, tal que:
Trata-se de extrairmos a raiz quadrada de 2
4
pq+ .
Para isso, marquemos sobre r o ponto S tal que RS tenha comprimento u e R fique entre M e S.
Consideremos a perpendicular a r conduzida por R. Por um teorema conhecido da geometria
Elementar (a altura de um triângulo rectângulo relativa à hipotenusa é o meio proporcional dos
segmentos que o seu pé determina uma hipotenusa). Conclui-se que RT é precisamente a raiz
quadrada de 2
4
pq+ , visto que:
Para obter x, basta determinar 2
pRT − .
Historia Pensamento Matemático
Henrique Gomes / Wanderleia Furtado Praia 19 de junho 2008
MÉTODO DE VIÉTE PARA RESOLUÇÃO DE EQUAÇÃO DO 2º GRAU
O método fornece as soluções da equação sem que se aplique uma fórmula, ou então, se aplicando à equação 2 0, 0ax bx c a+ + = ≠ , fornecerá de Bhaskara. Esse método oferece uma outra alternativa para a resolução muito instrutiva.
O método:
Vamos descrever o método de Viéte para resolução de equação do 2º grau.
Seja 2 0, 0ax bx c a+ + = ≠ .
Fazendo-se x u v= + , onde u e v são incógnitas auxiliares, e substituindo na equação temos:
( ) ( ) ( ) ( )2 2 20 2 0a u v b u v c a u uv v b u v c+ + + + = ⇒ + + + + + = .
Viéte transformou essa equação numa equação incompleta do 2º grau, anulando o coeficiente de v,
isto é, escolhendo 2
bu
a= − . Obteve assim a equação:
22 0
2 2
b bav a b c
a a
+ − + − + =
e chegou, após simples manipulação, a
22
2
4
2
b acv
a
−= ± .
Se 2 4 0b ac− ≥ então 2 4
2
b acv
a
−= ± .
Logo 2 24 4
2 2 2
b b ac b b acx u v
a a a
− − ± −= + = − ± = , que é a formula de Bhaskara.
Apliquemos o método na resolução da seguinte equação 2 3 2 0x x− + = ;
Fazendo x u v= + e substituindo na equação vem:
( ) ( ) ( )2 2 23 2 0 3 2 3 3 2 0u v u v v u v u u+ − + + = ⇔ − − + − + = .
Escolhendo 3
2u = donde: 2 29 9 1
2 0 ou v 04 2 4
v + − + = − = .
Resultando 1 3 1
e 2 2 2
v x u v= ± = + = + . Finalmente, temos as soluções: 2 e 1.
Historia Pensamento Matemático
Henrique Gomes / Wanderleia Furtado Praia 19 de junho 2008
CONCLUSÃO
Depois de realizar este trabalho podemos afirmar que ao contrário do pensamos a abordagem
geométrica vem antes da abordagem algébrica, pois como podemos reparar nas civilizações antigas
equacionavam e resolviam habilmente equações recorrendo na maior parte das vezes a
representações geométricas. Ainda diríamos que a resolução geométrica é muito eficiente tendo em
conta a época, mesmo sem considerar as soluções negativas uma vez que trabalhavam com
comprimentos de segmentos.
Historia Pensamento Matemático
Henrique Gomes / Wanderleia Furtado Praia 19 de junho 2008
Referencia:
• “ Algebra and naive.geometry.An investtigation at. Some Basic.Aspects.Of old Babylonium
Malhematical. Thought”
• Alforientalische, Forschungen, uma análise filósofica rigorasa integrada no contexto da
Antiga Babilónia
• http://www.Planeta educação.com.br/professores/suporteaoprofessor/peda/teoria 22.