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TGI 2012/2
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Entre o [Tempo e o Vento]Intervenção na Orla do Guaíba
Entre o [Tempo e o Vento] Intervenção na orla do Guaíba
Trabalho de Graduação Integrado 2012 | Stéfanie Fares Sabbag
Universidade de São Paulo, Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos
Comissão de Apoio Permanente: Francisco Sales T. Fillho, Joubert Jose Lancha, Lucia Zanin Shimbo, Simone Helena T. Vizioli
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SumárioIntrodução 7Identidade em O tempo e O Vento 13Porto Alegre 21Aterros 25Área de Intervenção 29Entorno imediato 33Pressupostos e diretrizes gerais 37Primeiras Linhas 41O Tempo e o Vento 46Terra 51 […] 71Cambará 87
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Introdução O presente trabalho surge do desejo de unir arquitetura à algo que sem-
pre me foi muito caro: narrativas.
Durante este curso, por muitas vezes me vi sendo adestrada a pensar arquitetura de uma forma muito específica, que embora guarde muitas quali-dades, da forma como nos foi apresentada, tratava-se de um mero protocolo a ser seguido.
Apesar disso, aprendi que arquitetura não tem uma resposta certa, ela pode ser muitas coisas inclusive uma narrativa. Com isso em mente, este trabalho começa a ser esboçado na vontade de criar um projeto de áreas li-vres capaz de se relacionar a determinado lugar especialmente considerando questões de identidade. Nesse processo, a escolha do lugar seria definidora de todo projeto.
Por suas questões muito específicas de identidade, o Rio Grande do Sul surgiu como possibilidade e finalmente foi escolhido ao primeiro contato que tive com a obra de Veríssimo.
Considerando as nuances da identidade Gaúcha proposta em O tempo e o Vento, este trabalho pretende a criação de um parque na orla do lago Guaíba em Porto Alegre. Através dos conceitos de narrativas de paisagem apresentados por Potteiger e Purinton (1998), busca-se criar uma narrativa que embora se formule pelo uso de metáforas e metonímias, não se encerre como uma narrativa fechada, mas sim um lugar onde o usuário seja também autor operante da história.A intertextualidade entre a história apresentada
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por Veríssimo, a história da área de intervenção e a narrativas intrínsecas ao lugar (sazonalidade do lago, incidência do vento), abrem o trabalho a diver-sas leituras deixando lacunas e ambigüidades de modo que caiba ao usuário preenche-las.
Este caderno procura elucidar alguns dos processos que levaram à toma-da de decisões à cerca da morfologia geral desse projeto fazendo as ligações entre o texto literário de Veríssimo e Arquitetura da Paisagem.
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“Antes de começar o ‘ambicioso’ projeto, eu precisava vencer muitas re-sistências interiores, a maior delas originada nos meus tempos de escola pri-mária e ginásio. Para o menino e para o adolescente - ambos de certo modo sempre presentes no inconsciente do adulto -, o poético, o pitoresco e o novelesco eram atributos que raramente ou nunca se encontravam em pes-soas, paisagens e coisas do âmbito nacional e muito menos regional e ainda menos municipal. Nossos livros escolares - feios, mal impressos em papel amarelo e áspero - nunca nos fizeram amar ou admirar o Rio Grande e sua gente. Redigidos em estilo pobre e incolor de relatório municipal, eles apre-sentavam a história de nosso estado como uma sucessão de batalhas entre tropas brasileiras e castelhanas. (Ganhávamos todas.). Nossos pró-homens pouco mais eram que nomes expressivos, debaixo de clichês apagados, em geral de retículas grossas: sisudos generais, quase sempre de longas coste-letas, metidos em uniformes cheios de alamares e condecorações; estadistas de cara severa especados em colarinhos altos e engomados. Parece incrível, mas só depois de adulto é que vim a descobrir que Rafael Pinto Bandeira - que em nossos livros escolares aparecia, num retrato linear a bico-de-pena, como um sujeito gordo, de ar suíno, bigodes de mandarim, tendo na cabeça um ridículo chapéu bicorne com um penacho - era na realidade um mirífico aventureiro, cujas façanhas guerreiras e amorosas nada ficavam a dever em brilho, audácia e colorido às dos mais famosos espadachins da ficção uni-versal. Concluí então que a verdade sobre o passado do Rio Grande devia ser mais viva e bela que a sua mitologia. E, quanto mais examinava a nossa história, mais convencido ficava da necessidade de desmitificá-la”
Veríssimo, 2005, pág 264-265
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Identidade em O Tempo e O Vento
Estamos acostumados a pensar a história a partir de grandes persona-gens e feitos épicos. Igualmente, por muito tempo, a história considerada oficial foi a mera narrativa desses acontecimentos grandiosos. E é a partir dessa história que a figura do “gaúcho” foi inicialmente traçada.
De acordo com Silva e Santos (2005), o sentido da palavra “gaúcho” so-freu profundas transformações ao longo da história. Em seus primeiros regis-tros, a palavra “gauche” era utilizada para designar vagabundos ou ladrões do campo que matavam touros soltos, tiravam-lhes o couro e vendiam nas povoações. Mais tarde, em busca de mão de obra especializada no manejo de gado e lida campeira, estancieiros incorporaram esses gaúchos em suas estâncias e com o passar do tempo, o vocábulo passou a designar todos os trabalhadores da estância.
Entretanto, a mudança radical do termo só foi possível com ajuda da literatura, em especial a de Caldre e Fião que durante a guerra dos Farra-pos escreveu artigos e romances enaltecendo a figura do gaúcho como um verdadeiro “monarca das coxilhas”: um homem de palavra, puro de caráter, cavalheiro, de vida simples e de habilidades campestres e militares (Silva e Santos, 2005).
Logo, criou-se o gaúcho: tipo ideológico mitificado que até hoje serve de padrão para construir uma identidade Rio Grandense (Silva e Santos, 2005). Trata-se de um personagem que nasce dos impasses de um território hostil e inseguro, constantemente ameaçado por guerras e batalhas.
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Érico Veríssimo se propõe a fazer uma literatura que desmitifique a his-tória de seu estado (Albuquerque Júnior, 2008) aproximando a figura do gaúcho a do homem comum, não apenas com virtudes, mas também com falhas1 além de abrir espaço para a figura feminina, largamente ignorada nos cânones da história do Rio Grande (Borges, 2009).
Apesar disso, o texto de Veríssimo aproxima-se muito àquele de histo-riadores da época à medida que articula questões espaciais tais quais as de fronteira, paisagem e território como centralidades no discurso de formação da identidade gaúcha. Assim, mesmo tendo Veríssimo procurado trazer para sua narrativa outras vozes, seus personagens ainda revelam uma psicologia, uma identidade e uma maneira de ser intrinsecamente ligados ao seu recorte regional. (Albuquerque Júnior, 2008).
A centralidade do espaço na narrativa de Érico, é indiciada desde o título do romance, já que o vento, o minuano, aparece como um elemento definidor da paisagem da campanha gaúcha, onde este não encontra obstáculo no relevo e pode soprar com toda a intensidade. (Albuquerque Júnior, 2008, p.124).
O próprio nome da família cuja saga é narrada não deixa dúvidas sobre a importância das questões espaciais na narrativa de Veríssimo. Os Terra Cam-bará unem em um só nome a dimensão territorial: tanto os aspectos afetivos relacionados ao solo, como a força da paisagem representada na figura do Cambará, árvore presente nos ermos da campanha gaúcha (Albuquerque Júnior, 2008).
Portanto, a figura do gaúcho, inclusive em Veríssimo, é traçada a partir
1. dualidade bem
expressa nas figuras dos
homens Cambará
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da influência espacial do Continente de São Pedro2: uma terra constante-mente disputada entre índios, espanhóis e portugueses, terra que mesmo depois da demarcação de seus limites prosseguiu sendo lavada por disputas internas atingindo a pacificação somente em 1928 durante o governo de Ge-túlio Vargas.
Em Veríssimo, a guerra é pauta e ritmo para saga da família Terra Cam-bará, e isso fica claro com a escolha da revolução federalista como ponto de partida de O Continente (Santos, 2010). Apesar disso, O tempo e o Vento não se apresenta como uma epopeia gaudéria, mas sim uma história forte-mente influenciada por personagens até então ignorados, como a mulher e o índio. Érico traça uma história gaúcha onde o índio é personagem funda-dor do que viria a ser a elite rio grandense, diferente da versão oficial onde seriam os paulistas brancos com ascendência ariana os únicos responsáveis pela criação do povo gaudério. (Albuquerque Júnior, 2008; IBGE, 2006).
O que mais diferencia a obra de Veríssimo daquelas contadas até então é a centralidade que dá às personagens femininas.
Uma história centrada na figura masculina, uma história de ma-chos, para machos, uma história épica, militarizada, marcial, marcada por constantes guerras, lutas, enfrentamentos, disputas por terras, gado, poder, dinheiro, uma história feita em nome e em defesa da honra da pátria, da província, de uma estirpe, da família, do agrupamento político, de cada indivíduo, seria uma história onde não haveria lugar para as mulheres. (Albuquerque
Júnior, 2008, p.133).
2. forma como era
chamado o estado do Rio
Grande do Sul durante o
Período de colonização
18
Apesar disso, a narrativa de Veríssimo é norteada por vozes femininas que constroem a história sobre tudo em O Continente, onde Ana Terra inau-gura (ao engravidar do índio Pedro Missioneiro) a saga da família Terra que posteriormente se fundirá em Terra Cambará.
Para Borges (2009), em O tempo e o vento, o heroísmo não é uma ex-clusividade masculina: ao contrário, o heroísmo feminino é tão ou mais re-presentativo. A mulher é responsável pela continuidade do povo gaúcho ao ficar e manter a terra conquistada.
Nesse mundo sem calendários nem relógios, uma jovem mulher libera seus instintos vitais e consegue, inconscientemente, pro-var que Eros é mais forte do que Tânatos. Ana Terra é uma das primeiras e mais fortes personagens da literatura brasileira a de-nunciar a opressão da mulher na sociedade brasileira, mas sem comícios, com a força, apenas da coragem e da beleza (Mello
apud Borges, 2009).
O heroísmo feminino na história de Veríssimo se verifica na incrível ca-pacidade de resistência e força de suas personagens. Elas cuidam das terras, da casa, dos rebanhos e dos negócios enquanto seus homens partem para aventuras e guerras. São responsáveis por todo apoio às frentes militares, costurando fardas e bombachas e ainda preparando a mortalha daqueles que voltam sem vida. São as mulheres os pilares que sustentam as famílias gaúchas, responsáveis pela criação dos filhos e guardiãs de sua memória. Exatamente por não participarem diretamente da história bélica, por assisti-la sobrevivendo a seus homens, as mulheres são narradoras privilegiadas do
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passado rio grandense3.
Em uma sociedade extremamente militarizada, onde sobrevive-ram apenas os nomes de homens, são as mulheres que parindo seus filhos e contando-lhes as histórias dos homens que parti-ram para suas aventuras épicas, garantem a continuidade física e simbólica da própria sociedade (Albuquerque Júnior, 2008, p.
133)
Sob essa ótica, Borges (2009) afirma que em O Tempo e o Vento, a mu-lher é o tempo, que fixa raízes, e o homem é o vento, conquistador e pas-sageiro. E esse “homem-vento” é apresentado por Veríssimo principalmente na figura do Capitão Rodrigo Cambará, que representaria o macho guerreiro, impulsivo, heróico, violento, idealista e mulherengo cujas características se-riam preservadas na maior parte de seus descendentes de sexo masculino, em especial, seu neto Licurgo e seu bisneto e homônimo Rodrigo Cambará. (Rodrigues, 2006).
De acordo com Wagner (2012), apesar de manter as características de desbravador de fronteiras e conquistador aventureiro do mito historiográfico gaúcho, o Capitão Rodrigo Cambará é uma aproximação muito mais huma-na, distanciada do ser sobrenatural (justo e que segue um estrito código de honra) retratado nos primórdios da literatura gaúcha.
Apresentado inicialmente como herói gaudério, o Capitão Rodrigo Cam-bará não demora a demonstrar atitudes que ferem o código moral conti-nentino4. E acabam por desmitificar a própria personagem heróica (Wagner, 2012).
3. Isso fica claro
com a personagem Bi-
biana Terra Cambará,
que dedica a vida a lem-
brar e fazer lembrar de
seu marido Capitão Ro-
drigo Cambará, a perso-
nificação em Veríssimo
do mito gaúcho
4. Constantes
traições matrimoniais,
abandono da família em
detrimento à jogatinas e
20
Para Rodrigues (2006) é possível afirmar que O Tempo e o Vento é na verdade uma antiepopéia caracterizada pela perspectiva histórica de degra-dação não apenas da família Terra Cambará, mas de toda a sociedade sul rio grandense. Apesar disso, a autora propõe que a posição de Veríssimo em relação aos vínculos entre passado e presente não é totalmente pessimista. De acordo com ela, paralelamente à degradação, existe uma história de per-manência de valores positivos.
A existência simultânea entre forças de preservação e continuidade5 e forças de violência e destruição6 representa em Veríssimo tanto os aspectos negativos associados à decadência dos caudilhos, quanto aspectos que o au-tor considerava positivos no desenvolvimento histórico da sociedade sulina: democratização, urbanização e modernização (Rodrigues, 2006).
É em Floriano Cambará7 que ao final de O Arquipélago estariam deposi-tadas as possibilidades de reagregação da família e da sociedade através da reelaboração da leitura de seu passado. (Rodrigues, 2006).
Ao fixar a circularidade da trilogia, e ao usar a estrutura própria do mito, Érico Veríssimo faz com que O Arquipélago desmitifique O Continente e O Retrato. Finalmente, a articulação entre a es-trutura de O tempo e o vento e a operação de desmitificação traz subjacente a idéia de que é a prática intelectual, desengajada dos partidos políticos e da religião, em especial a da literatura, que pode fornecer a chave para os impasses político-sociais do período pós-Estado Novo e pós-guerra (Rodrigues, 2006, p.305).
bebedeiras, pouco gosto
pelo trabalho, etc
5. em especial nas
personagens femi-
ninas da família Terra
6.principalmente
personagens masculinos
da família Cambará
7. alter-ego do pró-
prio escritor e homem
que representa a antíte-
se dos heróis guerreiros
21
22
23
Porto Alegre
Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, localiza-se às margens do lago Guaíba8, no delta do rio Jacuí. A cidade que foi colonizada inicialmente por imigrantes açorianos como porto da então capital Viamão, hoje conta com uma população de 1.412.094. Distribuídos por seus 497 km2 (IBGE, 2011) sendo mais densamente povoada na orla do Guaíba e diminuindo em direção ao interior, onde predominam àreas verdes, principalmente nos mor-ros que constituem maior parte de sua área (Jacob, 2006).
Como capital, e devido à sua posição estratégica no MERCOSUL, Porto Alegre não apenas concentra a sede administrativa de grandes empresas gaúchas, como Gerdau (siderurgia) e Ipiranga (petrolífera), mas também conta com a crescente procura por empresários estrangeiros que desejam instalar filiais que sirvam de entreposto no bloco comercial (Gret, 2002).
Por toda essa movimentação econômica e também por se caracterizar como um ponto de partida para viagens a outros pontos interessantes do estado como a serra do Nordeste, o litoral e as Missões, Porto Alegre guarda em si um enorme potencial Turístico que vem sido estruturado com pontos de interesse cultural como o Museu Iberê Camargo – com projeto de Álvaro Siza – o centro cultural Usina do Gasômetro (ambos na Orla) além de outros localizados em sua maioria na região central da cidade: centro cultural Mário Quitanda, Santander Cultural, entre outros
Mesmo sendo uma cidade formada por uma grande variedade cultural, o tradicionalismo gaudério ocupa um lugar privilegiado em seu folclore sendo
8. que deságua na
Lagoa dos Patos
24
representado por centenas de CTGs ( Centro de Tradição Gaúcha) espalhados por toda capital.
Figura 1. Localização de Porto Alegre Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e2/RioGrandedoSul_Municip_PortoAlegre.svg
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Figura 2. Vias estruturantes Fonte: Plano diretor - SPM/PoA
Figura 3. Centro e área de intervenção
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Aterros
A região central de Porto Alegre era ori-ginalmente um morro estreito que se pro-jetava para dentro do Guaíba. As margens iam até a rua dos Andradas (antiga rua da praia), na face norte, e a Washington Luís, ao sul.
A demanda por novos espaços origina-da do crescimento da cidade e da necessi-dade de qualificar o porto desencadearam a realização dos primeiros aterros que tive-ram início no fim do século XIX.
Em razão de uma questão ambiental, a margem norte foi escolhida para os pri-meiros assentamentos uma vez que ficava em um local com boas características portuárias: na encosta de uma crista e portanto protegido dos ventos fortes que vinham do sul. Esse foi um proces-so difuso, muitas vezes financiado pela inicitiva privada e que avançou até o século XX com a construção do cais do porto (Souza, 2002).
O interesse pela margem sul, começou a se esboçar desde o início do sé-culo XX. Em 1914, o Plano de Melhoramentos, coordenado pelo Eng. Moreira Maciel (Figura 2), contemplava a orla com o traçado de uma larga avenida--parque, formando o contorno da cidade junto ao lago (Marques, 2011).
Figura 4. Plano aterro de 1914 Fonte: http://www2.portoalegre.rs.gov.br/spm/default.php?p_secao=125
28
Ao final da década de 30, o engenheiro Edvaldo Pereira Paiva e seu co-lega Luiz Arthur Ubatuba de Faria elaboram uma proposta para a criação de um bairro residencial sobre um extenso aterro na enseada da Praia de Belas. Um projeto com forte influencia do plano de Agache para o Rio de Janeiro (Souza, 2002).
Embora o estudo de Paiva tenha sido descontinuado, ele serviu de base para a elaboração de um Plano Diretor para a cidade pelo arquiteto Arnaldo Gladosh durante a década de 40. Gladosh mantém a ideia do ater-ro na margem preocupado (assim como Paiva e Ubatuba) com o possível espraiamento execessivo da cidade. O plano de Gladosh prentendia transformar a margem em uma orla ajardinada por acreditar que os habitantes da cidade não aproveitavam sua situação favorável à margem do Guaíba por falta absoluta de avenidas marginais arbori-zadas e jardins públicos atraentes e convida-tivos (Souza, 2002).
Essas idéias incluídas no plano de 1943 acabaram não sendo executadas naquela gestão. Foi apenas com o Plano de 59 que a
prefeitura iniciou o aterro da margem sul, dessa vez com uma proposta de Paiva que seguia os ideais modernistas da época. (Souza, 2002).
As proposições se traduziam em um sistema de vias expressas e grandes edifícios isolados no
Figura 5. Fonte: http://www2.portoalegre.rs.gov.br/spm/default.php?p_secao=125
Figura 6. Plano de aterro de 1936 Fonte: http://www2.portoalegre.rs.gov.br/spm/default.php?p_secao=125
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terreno. Esse projeto se preocupava em sugerir um esquema de zoneamento onde as áreas residenciais eram divididas em unidades de habitação e onde constavam áreas industriais e comerciais. (Prefeitura de Porto Alegre).
Embora iniciado, o plano que contava com conjun-tos residenciais dispostos em parques públicos, área administrativa, diversos equipamentos e a criação de parques lineares por toda a orla logo foi abandonado pela administração pública. Dentre as mudanças que geraram a atual configuração da área, a mais significa-tiva foi a implantação do Centro Administrativo do Es-tado na área imediatamente ao sul do centro. Trata-se de um conjunto de edificações monumentais soltas no terreno, implantadas em uma vasta área verde corta-da por vias expressas em uma escala do automóvel.
O resultado dos sucessivos aterros Porto Alegren-ses foi, diferente do intencionado, a separação entre o lago e a cidade, seja por um muro e construções portuárias ao norte, ou por grandes vazios administra-tivos ao sul.
Figura 7. Plano de aterro de 1959 Fonte: http://www2.portoalegre.rs.gov.br/spm/default.php?p_secao=125
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Área de Intervenção
Sobre o aterro incompleto do Praia de Belas, as margens do Guaíba encontram-se atualmente sem projeto nem qualificação à exceção de alguns equipamentos como quadras e academia ao ar livre mal implantados e mal conservados. Apesar disso, trata-se de uma área de grande interesse para a cidade, não apenas por sua relação com o lago, mas também por estar mui-to próxima ao centro histórico e cultural Porto Alegrense.
Seguindo pela orla em direção norte encontra-se o centro cultural Usina do Gasômetro que fica locali-zado ao final da rua dos Andradas, o corre-dor cultural da cidade.
Além da proximidade física com esses equipamentos, a área ainda guarda uma li-gação visual com outros pontos de interes-se: ao sul é possível avistar não apenas o Estádio Beira-Rio mas também o museu da Fundação Iberê Camargo, obra de Álvaro Siza.
Figura 8. Áreas aterradas
Figura 9. Área de intervenção
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Figura 10. Levantamento de usos de solo entorno
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Entorno imediato
Ao cruzares esta porteira, pendura no cabide da humildade teus preconceitos, diferenças e rivalidades, mas, se ainda conservares algum orgulho, que este seja o de ser gaúcho, (dizeres no portal
de entrada do Parque Harmonia)
Com o abandono do projeto de Pereira Paiva para o aterro Praia de Belas, o espaço onde hoje se situa o Parque Harmonia ficou igualmente abandona-do. Logo o lugar atraiu atenção dos tradicionalistas Porto Alegrenses, que sentiam falta de um parque onde pudessem realizar suas atividades culturais.
Por iniciativa do Engenheiro Curt Alfredo Guilherme Zimmermann, em 1982 foi inaugurado o Parque Harmonia, que conta com uma réplica de es-tância, um centro de eventos, uma churrascaria e 100 churrasqueiras espa-lhadas por sob as árvores de uso livre.
O Parque é atualmente administrado pelo MTG - Movimento Tradicio-nalista Gaúcho - e abriga anualmente o acampamento farroupilha, evento tradicionalista realizado durante a semana farroupilha (semana do 20 de se-tembro, que marca o início da Revolução). Durante o acampamento, diversas entidades e associações ocupam o parque com seus galpões à moda tradi-cionalista e por uma semana realizam atividades culturais como invernadas artísticas e desfiles.
Igualmente ao Parque Harmonia, a Avenida que tangencia a orla do Gua-íba tem forte importância na cultura tradicionalista e consta no Plano Diretor como uma das vias de cavalgada da cidade. Durante os festejos farroupilha,
34
a Avenida abriga o desfile municipal além de cavalgadas.
Figura 11. Acampamento farroupilha Fonte: http://www2.portoalegre.rs.gov.br/spm/default.php
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Figura 12. Cavalgada na Av. Edvaldo Paiva Figura 13. Cenas do acampamento farroupilha
Figura 14. Invernada artística durante o acampa-mento
Figura 15. f5Ricardo Stricher/PMPA.jpg
36
37
Pressupostos e diretrizes gerais
Atualmente, o Guaíba (lago que contorna a area de inter-venção) encontra-se poluído e impróprio para banho. Em 2007 a prefeitura deu inicio ao projeto de despoluição e prevê seu término em 2027. Este projeto parte do pressuposto de que o lago esteja despoluído, portanto seu recorte temporal é a partir do ano de 2027.
Além disso, o atual plano diretor pretende diminuir o trá-fego de automóveis através da implantação de um plano ci-cloviário – que já tem uma das ciclovias implantadas na Av. Edvaldo Pereira Paiva, tangenciando a área de projeto – e da linha 2 do metrô passando pela avenida Borges de Medeiros (a 3 quadras a área de intervenção) e ligando a zona norte à sul da cidade.
Levando isso em consideração, foram propostas diretrizes para uma reformulação viária das vias adjacentes à área bus-cando facilitar a chegada de pedestres vindos da região cen-tral. Para tanto, propõe-se a conclusão da rua Otávio Francisco Caruso Da Rocha e a divisão de fluxos da Av. Edvaldo Paiva redirecionando um dos sentidos para a rua Otávio Francisco, além da criação de calçadas na Av. Edvaldo Paiva junto ao Parque Harmonia.
Dessa forma seria possível diminuir o tráfego pela Av. Edvaldo Paiva além de dar mais visualidade à chegada do Parque Harmonia.
Figura 16. Plano diretor cicloviário Fonte: EPTC
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Sentido das vias
Trecho inconcluso da rua Otávio Francisco Caruso da Rocha
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23
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23 AVEN
RUA DOS ANDRADAS
AV PRAIA D
E BELAS
CAIS MARCÍLIO DIAS
PARQUEMARINHA
DO BRASIL
AV. L
OUREIRO D
A S
AV. LOUREIRO DA SILVA
AV. B
OR
GES
DE
MED
EIR
OS
AVEN
IDA
PR
AIA
DE
BEL
AS
AV. EDVALDO PEREIRA PAIVA
Figura 17. Situação atual das vias Fonte: EPTC
Sentido das vias
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1
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Figura 18. Proposta de reformulação das vias baseada no plano diretor.
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Primeiras Linhas
Guerra
O Rio Grande do Sul é um estado que se consolidou sobre um sem fim de guerras, de modo que elas formam um ponto importante na constituição da identidade gaúcha. Desde as guerras jesuíticas até a última revolução civilista de 1923, a história do Rio Grande do Sul é um atestado ao “pena-cho“ de seus habitantes.
Assim, a primeira linha que define esse projeto e o divide em duas partes surge da mesma guerra que é até hoje vista pelos gaúchos como definidora de sua identidade e que dividiu o estado por 10 anos.
A Revolução Farroupilha é o berço de boa parte do imaginário da figura gaúcha, inclusive do orgulho pelo nome. Ainda hoje, seu início é comemo-rado em todo estado com vários eventos durante o mês de setembro. Dessa
Ruptura
Vazio
Figura 19. Demarcação de ligação física com o Parque Harmonia e li-gação visual com a margem oposta (estádio Beira Rio e museu Iberê Ca-margo)
Ruptura
Vazio
40
forma, a primeira linha é pensada também como uma ligação física sob a Av. Edvaldo Pereira Paiva ao parque vizinho de forte cunho tradicionalista: Trata--se de um estreito corredor que alcança a margem do Guaíba se abrindo em uma pequena praia.
Essa ruptura no terreno é circundada então por um grande plato ao nível da Av. Edvaldo Paiva e divide a àrea em 2 outras frentes: Terra e Cambará.
Neste projeto, a guerra é vista não como um lugar de heróis, mas como uma ruptura no tempo. Um vazio criado por uma cicatriz que não deve ser esquecido. Portanto, um lugar pensado a partir da guerra é um lugar instá-vel e incerto. Um lugar que em primeira instância, não surge como um estar, mas como algo que por existir possa suscitar inquietação e questionamento. Lugar sem donos nem ganhadores, a guerra é proposta como uma ausência de modo que a primeira àrea criada a partir dela é inominada, tratada apenas como [...].
Ruptura
Vazio
ócio Ação
Calma Turbulência
Proteção Exposição
Terra Cambará[...]
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Vazios de Guerra
Em O Continente Veríssimo conta a história do Rio Grande pautada pela guerra – inclusive ao escolher intercalar capítulos de diferentes temporali-dades de modo que o leitor sempre volte à uma situação de sítio durante a revolução federalista.
Buscando encontrar um ritmo, e por ter o processo criativo intrinscica-mente ligado à obra de Veríssimo, este projeto também encontra-se pautado pela guerra.
Com o mesmo tipo de tratamento de [...], os Vazios de Guerra são linhas que cortam a àrea de norte a sul criando espaços sem cobertura vegetal for-rados apenas por pedras soltas.
Ruptura
Vazio
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Aterro e memória
Em um âmbito mais local, existe uma história que pede para ser conta-da. Essa história não trata de grandes feitos gaudérios nem é comemorada em invernadas artísticas. A história dos aterros porto-alegrenses teve para a cidade um fim trágico em suas duas frentes: de um lado, a construção de um muro separando a cidade de seu berço. De outro, o total abandono de um projeto e o distanciamento da orla.
Tentando resgatar essa memória, o projeto busca as ruas que outrora to-cavam a costa. Essas ruas são transformadas em caminhos que ultrapassam barreiras e alargam fronteiras.
Algumas fazem ligações com o Parque Harmonia, atravessando sobre a rua e formando passagens em nível para o pedestre. Outras, avançam sobre o lago criando pequenos piers.
Contato com lago anterior ao aterro
43
Contato com lago anterior ao aterro
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O Tempo e o Vento
A área escolhida, por ser margeada pelo Guaíba ao sul, é um local de forte incidência do vento Minuano. O qual é um vento estruturante, tanto da paisagem quanto da cultura gaudéria. Ele é conhecido pelo nome e não são raras as manifestações culturais em sua homenagem.
Em O Tempo e o Vento existe uma frase que é proferida constantemen-te no decorrer dos 7 tomos. “Noite de vento, noite dos mortos” Ilustra duas constantes na história do Rio Grande:
O Vento Minuano e A Guerra.
Sendo assim, o projeto busca dar visibilidade ao vento especialmente nos espaços pensados a partir da guerra com o uso de equipamentos lúdicos que reagem com o passar do vento criando sons, movimentos e sensações táteis. Além disso, o uso de macegas em vários pontos do parque remete também à presença do vento.
Já o tempo deve ser percebido ao longo do ano pelo aproveitamento da sazonalidade do Guaíba, à medida que o usuário ganha ou perde espaço de acordo com o quadro de cheias do lago que usualmente alcançam a cota de 2m. O uso de materialidades como o aço patinável e o pomar contido em Terra reforçam também a ideia de passagem do tempo.
45
Figura 20. croquis de elementos heólicos
46
47
48
49
Terra
Eu sou a terra, eu sou a vida.Do meu barro primeiro veio o homem.De mim veio a mulher e veio o amor.Veio a árvore, veio a fonte.Vem o fruto e vem a flor.Eu sou a fonte original de toda vida.Sou o chão que se prende à tua casa.Sou a telha da coberta de teu lar.A mina constante de teu poço.Sou a espiga generosa de teu gadoe certeza tranqüila ao teu esforço.(...)E um dia bem distantea mim tu voltarás.E no canteiro materno de meu seiotranqüilo dormirás.
O Cântico da TerraCora Coralina
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51
Ana TerraBibiana TerraMaria Valéria Terra
São as matriarcas fortes e constantes que Veríssimo usa para mostrar a Força da mulher gaúcha. Enquanto os homens se matavam por terras, por honra ou apenas “porque sim”, na querência as mulheres lutavam uma ba-talha silenciosa e sem louros. É pela constância feminina que a família Terra Cambará permanece.
Terra é abrigar, proteger, enraizar.
Terra é calma e introspecção.
A partir disso, Terra é um espaço pensado com poucas atividades pro-gramadas pressupondo o ócio. Trata-se da porção mais arborizada do projeto buscando causar no usuário uma sensação de introspecção ao mesmo tempo em que cria relações escancaradas com os Vazios de Guerra.
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Figura 21. Terra
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Cimentício vermelho
Pedrisco solto
Intertravado terracota
Intertravado cinza claro
Intertravado caramelo
Macega
Espelho d’água
Cimentício cinza escuro
Pedras
Cimentício cinza claro
Cimentício permeável
Emborrachado caramelo
Cimentício vermelho
Intertravado terracota
Intertravado cinza claro
Macega
Espelho d’água
Areia
Pedrisco solto
Intertravado caramelo
N
NFigura 22. pisos
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O tempo Em Terra, o tempo fica demarcado não apenas pela sazonalidade do
Guaíba, mas também pela presença do pomar. A cada tempo, algumas frutas estarão disponíveis para os usuários que poderão inclusive acompanhar mo-vimentos da natureza como a maior variedade de frutos durante o verão em detrimento do inverno.
A presença de uma espécie de floração exuberante como o Ipê-da-praia (Tabebuia Pulcherrima) que floresce de setembro a outubro é outro fator de percepção da passagem do tempo.
57
O vento A presença do vento em Terra é mais fortemente percebida durante
seus Vazios de Guerra. Cada um deles abriga um tipo de elemento verti-cal capaz de dar figura e voz ao vento.
Dispostos no primeiro Vazio, encontram-se alguns elementos provi-dos de uma espécie de sino de metal na extremidade. Tratam-se de sinos pesados e de som grave, feitos para badalarem somente com os ventos mais fortes.
No outro Vazio estão dispostos alguns Zephyros, uma escultura ca-taventos em forma de helix composta de painéis reflexivos dispostos ao longo de um mastro desenvolvida pelo escritório americano Rebar. Trata-se de uma peça artística que não apenas cap-tura e revela os padrões de vento, mas também re-flete o parque e o céu.
Figura 23. Zephyros
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Espécies Arboreas em Terra
Além das espécies do pomar, Terra encontra-se arborizada por espécies naturais da região de orla do Guaíba selecionadas a partir do relatório de diagnóstico ambiental de Porto Alegre:Sebastiana commersoniana - BranquilhoMyrsine umbellata - CapororocãoFicus organensis - Figueira de folha miúdaEnterolobium cotortisiliquum - TimbaúvaSalix humborldiana - SalgueiroInga uruguensis - Ingá-bananaTerminalia australis - Sarandi amareloVitex megapotamica - Tarumã pretoCitharexylum myrianthum - Tarumã brancoCecropia catarinensis - EmbaúbaFicus insipida - Figueira-purganteMimosa bimcronata - MaricáTabebuia pulcherrim - Ipê-da-praia
Também estão presentes em Terra outras 3 espécies naturais do Rio Grande do Sul:
Butia capitata - Butiá (única palmacea utilizada em Terra, 7 exemplares) Gochnatia polymorpha - Cambará (2 exemplares sobre espelho d’água)Ilex paragnariensis - Erva-Mate (1 exemplar sobre espelho d’água)
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Mobiliário
A Iluminação em Terra é feita essencialmente por postes cilindricos e retilineos em duas alturas: 4m em áreas densamente arborizadas e 6m nas demais.
Além disso os bancos e mesas em concreto e pensados da mesma forma que os edfícios fornescem espaços para pequenas reuniões e piqueniques.
O banco avulso contém também uma espécie de bicicletário, que pode inclusive ser utilizada como apoio.
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Edifícios Terra
“ – Nessa província os homens em geral resolvem suas questões a arma branca ou a arma de fogo. O duelo dura poucos minutos, um dos adversários fica estendido no chão…(…)- Mas nós mulheres não somos assim. Ficamos com a nossa guer-ra miudinha, dia a dia, hora a hora… “ (Veríssimo, O tempo e o vento , O continente Vol. 2, p. 251)
Como linhas que se desgrudam gradativamente do chão, os edifícios Terra procuram manter uma certa discrição ao mesmo tempo em que criam abrigos aconchegantes. Como o foco desse projeto é Arquitetura da paisa-gem, os edifícios são apresentados apenas como volumetrias.
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Programa
Edifício de Danças
A prática de danças típicas é muito encorajada em todos os CTGs do estado, apesar disso, esses centros mantém visões muito conservadoras de tais práticas obrigando uso de piucha e proibindo o uso de piercings, tatua-gens etc.
A proposta de um edifício de danças em Terra pretende criar um espaço que abra o ensino e prática das danças tradicionais – não apenas as gaúchas, mas também as alemãs, polonesas e italianas – presentes no Rio Grande para o público mais generalizado, inclusive com a possível inserção de au-las rápidas destinadas à turistas interessados em conhecer mais sobre esse aspecto da cultura gaudéria. O edifício conta com uma pequena arena para apresentações livres cuja arquibancada permite ainda uma vista para o por do sol sobre o Guaíba.
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20m30m
4m
10m
20m
6m
80m
3m
1,2mi=6%8,34m
5,56m
2,78m
i=6%
i=6%
i=6%
i=6%
i=6%
8,34m
5,56m
2,78m
i=6%5,5m
i=6%5,5m
i=6%5,5m
5m
5m
5m
4m
3m
5m
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i = 6,25%
i = 6 %i = 5,6%
17,86m16,7m
i = 6,25 %
16 m
16 m
3m
4m
2m
4m
4m
2m
1,5m
4,2m
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3m2m
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3m
2m
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4m
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i = 6,25%8 m
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C
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38m
15 m
15m
5m
3m
3m
2,3m
i = 8,75%8 m
i = 5%14 m
i = 6 %16.5 m
i = 6.5 %8.9 m
i = 6
.5 %
7 m
i = 13 %
7.7 m
i = 6.25 %
16 m
i = 6.25 %
16 m
i = 6 %16 m
Cimentício vermelho
Pedrisco solto
Intertravado terracota
Intertravado cinza claro
Intertravado caramelo
Macega
Espelho d’água
Cimentício cinza escuro
Pedras
Cimentício cinza claro
Cimentício permeável
Emborrachado caramelo
Cimentício vermelho
Intertravado terracota
Intertravado cinza claro
Macega
Espelho d’água
Areia
Pedrisco solto
Intertravado caramelo
N
N
Areia
Pedrisco solto
Intertravado caramelo
N
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65
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Pomar
O pomar de Terra conta com 12 diferentes espécies de frutíferas, todas naturais do Rio Grande do Sul e raramente comercializadas, mas de frutos conhecidos e apreciados em diferentes regiões do estado.
Seu edifício abriga sanitários e àrea de apoio ao pomar (para estoque de material de poda, fertilizantes, etc.
20m30m
4m
10m
20m
6m
80m
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1,2mi=6%8,34m
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i=6%
i=6%
i=6%
i=6%
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8,34m
5,56m
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i=6%5,5m
i=6%5,5m
i=6%5,5m
5m
5m
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i = 6,25%
i = 6 %i = 5,6%
17,86m16,7m
i = 6,25 %
16 m
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i = 6,25%8 m
A
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15 m
15m
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3m
3m
2,3m
i = 8,75%8 m
i = 5%14 m
i = 6 %16.5 m
i = 6.5 %8.9 m
i = 6
.5 %
7 m
i = 13 %
7.7 m
i = 6.25 %
16 m
i = 6.25 %
16 m
i = 6 %16 m
Cimentício vermelho
Pedrisco solto
Intertravado terracota
Intertravado cinza claro
Intertravado caramelo
Macega
Espelho d’água
Cimentício cinza escuro
Pedras
Cimentício cinza claro
Cimentício permeável
Emborrachado caramelo
Cimentício vermelho
Intertravado terracota
Intertravado cinza claro
Macega
Espelho d’água
Areia
Pedrisco solto
Intertravado caramelo
N
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Areia
Pedrisco solto
Intertravado caramelo
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20m30m
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1,2mi=6%8,34m
5,56m
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i=6%
i=6%
i=6%
i=6%
i=6%
8,34m
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2,78m
i=6%5,5m
i=6%5,5m
i=6%5,5m
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i = 6 %i = 5,6%
17,86m16,7m
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16 m
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i = 6,25%8 m
A
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38m
15 m
15m
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i = 8,75%8 m
i = 5%14 m
i = 6 %16.5 m
i = 6.5 %8.9 m
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i = 6.25 %
16 m
i = 6.25 %
16 m
i = 6 %16 m
Cimentício vermelho
Pedrisco solto
Intertravado terracota
Intertravado cinza claro
Intertravado caramelo
Macega
Espelho d’água
Cimentício cinza escuro
Pedras
Cimentício cinza claro
Cimentício permeável
Emborrachado caramelo
Cimentício vermelho
Intertravado terracota
Intertravado cinza claro
Macega
Espelho d’água
Areia
Pedrisco solto
Intertravado caramelo
N
N
Areia
Pedrisco solto
Intertravado caramelo
N
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Tabela de Fruticação das espécies do pomar
Espécie (Nome popular) Altura J F M A M J J A S O N DAcca sellowiana (goiaba-serrana) 3-4 mAnnona rugulosa (ariticum) 7-14 mCampomanesia guaviroba (guabiroba) 4-12 mCampomanesia guazumifolia (sete-capotes) 6-10 mEugenia involucrata (cerejeira) 5-8 mEugenia pyriformis (uvaiva) 6-15 mEugenia uniflora (pitanga) 6-12 mMyrcianthes pungens (guabiju) 5-10 mMyrciaria floribunda (jabuticabinha) 6-14 mMyrciaria tenella (cambuí) 3-6 mMyrciaria trunciflora (jabuticaba-preta) 6-14 mPlinia edulis (cambucá) 5-20 m
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[…]
[...] é um hiato projetual, uma praça praticamente seca com poucas árvores para possibilitar sua travessia em dias muito ensolarados. Apesar disso, não trata-se de um lugar completamente inóspito. Ao fim da tarde – momento de maior utilização da orla – e em dias de inverno sem muito vento esse passa a ser um dos pontos mais convidativos do projeto uma vez que encontra-se em nível com a avenida Edvaldo Paiva, criando um mirante de fácil acesso para o Guaíba e para a orla.
Dividindo [...] em 2, encontra-se uma ligação subterrânea com o Parque Harmonia. Esse estreito corredor cercado pelos arrimos de [...] enquadra a margem oposta do lago (dando visibilidade ao edifício da fundação Iberê Ca-margo) e desemboca no Guaíba, possibilitando contato com a água. Somente quando esse caminho se abre para abraçar o lago é quea acontece a ligação física com o restante do projeto através de uma escadaria escultórica.
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Areia
Pedrisco solto
Intertravado caramelo
N
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O tempo
Mais do que qualquer outro lugar do parque, [...] marca a sazonalidade do Guaíba ao criar um corredor que o liga diretamente ao parque Harmonia. Durante o Período de cheias, o que no verão é uma passagem de pessoas passa a ser uma passagem para a água.
Figura 24. [...] durante o verão Figura 25. [...] durante o inverno
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O vento
Inominado, [...] é a maior tradução da guerra neste projeto e portanto como os Vazios espalhados pelo restante do parque, mantém um forte laço com o vento. Em [...] o vento se mostra pelos bastões de uma escultura he-ólica dividida em seus dois patamares.
Baseada em uma instalação artística de Daniel Lyman na cidade Salt Lake (Utah), a escultura se divide em uma grade regular de 0,80mX0,80m e é constituida por finos bastões de 3m de altura feitos de um composto de nylon que lhes permite incrível flexibilidade e resistência.
Figura 26. escultura sway’d, Daniel LymanFigura 27. Corte da escultura de Daniel Lyman
77
Figura 28. Escultura heólica [...]
78
Espécies Arbóreas
[...] é uma area muito pouco arborizada e possui uma única espécie ve-getal. De acordo com o relatório de diagnóstico ambiental de Porto Alegre, a Erythrina cristagalli (Corticeira-do-banhado) é uma das espécies que compõe a flora natural do Guaíba em Porto Alegre e por ter floração frondosa, foi a árvore escolhida para ambientar este espaço. Seu período de floração vai de novembro à fevereiro.
79
Mobiliário
Similar à de Terra, a iluminação em [...] é feita por postes cilíndricos. Entretanto, em [...] os postes sofrem uma inflexão em sua base fazendo com que fiquem levemente inclinados.
Seus bancos e mesas também são objetos de iluminação.
Figura 29. TGI II-page83.pdf
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Cimentício vermelho
Intertravado terracota
Intertravado cinza claro
Macega
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Pedrisco solto
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i=6%5,5m
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Cimentício vermelho
Pedrisco solto
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Cimentício cinza claro
Cimentício permeável
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Intertravado terracota
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Espelho d’água
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Pedrisco solto
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Pedrisco solto
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Figura 30. Corte ligação entre parque Harmonia e Guaíba
Figura 31. Ligação entre parque Harmonia e Guaíba no período de cheia
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Elementos de iluminação vertical
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Cambará
Há um potro dentro de mim, pedindo cancha.Sinto-lhe o bater do coração inquietocomo um tambor a rufar em véspera de peleia braba.No meu olhar o seu olhar de fogo se confundena ânsia de devassar a vastidão de todos os caminhosque os seus cascos de bronze e asas não pisaram.(...)Há um potro dentro de mim, pedindo cancha...No laço de chegada,que fica sempre além,e ainda mais além,e sol não se põe nunca,para vestir de ouro os que tiveram pata para engolir todo o estirão da raia que é um desafio de léguas pela frente.Mas como custa arrebentar o laçodo andarivel de partida desta cancha!
Desafio, Apparicio Silva Rillo
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Capitão Rodrigo CambaráBolívar CambaráLicurgo CambaráRodrigo Cambará
São as caricaturas gaudérias de Veríssimo. Homens de peito aberto, mu-lherengos e prontos para uma peleja por qualquer razão. Inquietos e turbu-lentos, os Cambará representam os heróis e o penacho gaúcho.
Cambará é conquistar, não ter fronteiras. Cambará é euforia e ação
Cambará abriga maior parte do programa. Exposta como um pampa, faz com que o Vazio de Guerra se misture à paisagem tornando-o muito menos impactante.
“A fronteira marchava com eles. Eles eram a fronteira. ”
(Veríssimo, O tempo e o Vento, O continente v. 1, p. 92)
Cambará se aproxima do Guaíba tentando conquistá-lo, seja pela pista de ciclismo que atravessa as águas do lago, seja pela prainha que permite o banho dos usuários e outras atividades aquáticas.
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Cimentício vermelho
Pedrisco solto
Intertravado terracota
Intertravado cinza claro
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Macega
Espelho d’água
Cimentício cinza escuro
Pedras
Cimentício cinza claro
Cimentício permeável
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Cimentício vermelho
Intertravado terracota
Intertravado cinza claro
Macega
Espelho d’água
Areia
Pedrisco solto
Intertravado caramelo
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O Tempo
Do ponto de vista da Sazonalidade do Guaíba, Cambará sofre mudanças mais profundas do que as vistas em Terra haja visto que a uma altura de 2m perde toda sua praia.
Outro fator explicitante do tempo em Cambará é o uso do aço patinavél em todas suas edificações e eventos.
95
O Vento
O Vazio de Guerra de Cambará encontra-se dotado de objetos vapo-rizadores que fazem notar o vento atravéz de sensações tacteis. Cambará também possui grandes extensões de macegas dispostas em sua maioria nas proximidades do mirante, um lugar feito para se sentar e apreciar ao por do sol do Guaíba.
96
Espécies Arboreas em Cambará
Como em Terra, maior parte das espécies selecionadas para compor a flora em Cambará são naturais da orla.Sebastiana Commersoniana - BranquilhoMyrsine Umbellata - CapororocãoFicus Organensis - Figueira de folha miúdaEnterolobium Cotortisiliquum - TimbaúvaSalix Humborldiana - SalgueiroInga Uruguensis - Ingá-bananaTerminalia Australis - Sarandi amareloVitex Megapotamica - Tarumã pretoCitharexylum Myrianthum - Tarumã brancoCecropia Catarinensis - EmbaúbaFicus Insipida - Figueira-purganteMimosa bimcronata - MaricáTabebuia pulcherrim - Ipê-da-praia
Em contraposição aos Butiás de baixa estatura presentes em Terra, em Cambará estão dispostos pés de Jerivás (Syagrus romanzoffiana) que podem atingir até 13m de altura e também são naturalmente encontrados na orla.
Em Cambará, a única espécie que embora natural do Rio Grande do Sul não ocorra no Guaíba, é a Diatenopteryx sorbifolia (Maria-preta) que com uma altura de 15 a 30m foi utilizada na linha de árvores que acompanha o principal caminho que leva ao mirante.
97
Edifícios Cambará
“Rodrigo não se erguia. Não sabia que era que o prendia àque-la cadeira. Uma teimosia, uma vontade de contrariar os outros, um medo de... Medo de quê? Escutou o vento. “Sua filhinha está muito mal...” Pois que esteja. Mulher não faz falta no mundo. Que morra! As mulheres são falsas. Helga Kunz é uma cadela. Que morra! Não sou curandeiro. Melhor é não ver nada. Não tem mais remédio. É questão de horas. Não me adianta nada ir. Não gosto de choro. Um dia a guerra vem. Tudo se resolve. A guerra e o tempo. Remédio para tudo.” (Veríssimo, O tempo e o Vento,
O Continente, v. 1, p. 338)
Os edifícios Cambará se impõem sobre a paisagem. Com exceção do mirante, estão marcados pelo uso de uma pele em aço patinável e concreto.
Como referência de pele, foi selecionada uma pele
projetada pelo escritório Rare para seu
projeto Town Hall Hotel em Londres.
Figura 32. Pele Rare Figura 33. Pele Rare
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Programa
Edifício Gastronômico Conta com espaço para restaurante, lanchonete, sanitários e depósito.
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Pele Rare em Aço Patinável
Aspersores
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Edifício Apoio Aquático Oficina e depósito para equipamentos aquáticos como pedalinhos e caia-
ques.
Pele Rare em Aço Patinável
Pele Rare em Aço Patinável
Rampa em Aço Patinável
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105
Coxilhas Lúdicas e Vestiários
Cortadas por placas de aço patinável, as coxilhas são taludes no formato de troncos de pirâmide onde estão dispostos equipamentos infantis.
Os vestiários fornecem apoio tanto para praia e àrea de coxilhas.
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Cimentício vermelho
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Cimentício vermelho
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Cimentício vermelho
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Pedrisco solto
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Pele Rare em Aço Patinável
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Ciclovia e Academia ao ar livre
Ligada à ciclovia existente que tangencia a área de projeto e com um raio de 100m, pista de caminhada e ciclismo abraça o Guaíba.
Estruturalmente, ela se resolve em 3 vigas circulares em aço com 60cm que a cada 5m são reforçadas por vigas radiais de 30cm. Os pilares em concreto armado se dispõem de 20 em 20m e contam com uma seção de 30X30cm em cada braço. Na ocasião da chegada do pilar, as vigas radiais passam a ter 60cm além de serem reforçadas em 3 pontos.
Fazendo o guarda corpo, uma chapa de aço patinável cobre a estrutura das vigas formando uma faixa.
Sobre o Guaíba, a pista de ciclismo e caminhada tem largura igual a 10,70m sendo 5,5m destinados à ciclovia, 3,5 à pista de caminhada e no restante ficam dispostos bancos e iluminação.
A academia ao ar livre encontra-se em nível com a Av. Edvaldo Paiva em um dos caminhos de entrada do parque. Adjacente a ela encontram-se os bolsões de estacionamento de cambará.
114
2,
15 m
0,6
m
Bancos
Chapa de Aço Patinavél
Iluminação
Figura 34. Cortes Ciclovia
115
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Mirante
“Sentou-se à maquina, ficou por alguns segundos a olhar para o papel, como que hipnotizado e depois escreveu num jato:
Era uma noite fria de lua cheia. As estrelas cintilavam sobre a cidade de Santa Fé, que de tão quieta e deserta parecia um cemitério abandonado”
(Veríssimo, O tempo e o vento, O arquipélago v. 3, p. 458)
Ao terminar seu romance utilizando-se da mesma frase com a qual o ini-cia, Veríssimo o torna uma obra cíclica. O narrador que até então era como que uma entidade à parte, passa a ser Floriano Cambará, um dos persona-gens da própria história. Com isso o leitor é convidado a rever a história com outros olhos, ao se perguntar até que ponto a história contada é obra de Floriano e até que ponto ela pode ser considerada verdadeira.
No presente projeto, a ciclicidade se configura na presença do mirante que permite ao usuário revisitar, não apenas o parque, mas também Porto Alegre e o Guaíba a partir de outro ponto de vista.
Um marco vertical na paisagem, o mirante com 30m de altura e dese-nho contemporâneo fecha o projeto ao abri-lo para novas interpretações.
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i=6%5,5m
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i = 6 %16.5 m
i = 6.5 %8.9 m
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i = 6.25 %
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Cimentício vermelho
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Figura 35. DSCF8828.png
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Agradecimentos
Pelo auxilio direto na formulação deste trabalho:
Aos professores da CAP, especialmente à prof. Simone T. Helena Vizioli pelo
acompanhamento durante o ano.
Ao professor Givaldo Medeiros, que como primeiro coordenador do meu então
grupo de trabalho jamais desencorajou a produção deste projeto.
Ao professor Paulo Castral pela ajuda essencial durante o primeiro semestre.
Ao professor Roberto Martins Gonçalves (EESC) pela assistência nos momentos
finais desta produção.
Especialmente à professora Luciana Bongiovanni M. Schenk, não apenas pela
ajuda e paciência no desenvolvimento deste trabalho durante todo o ano, mas tam-
bém por nos apresentar de forma apaixonante à disciplina de Arquitetura da Pai-
sagem.
À Yara, pela companhia.
À minha irmã Ariadne, pelo auxilio durante a organização da bibliografia.
Às grandes amigas da turma 09: Ju, Day e Ana que durante os minutos de
desespero final, quando nada dava certo, me ajudaram a tirar leite de pedras dando
força para continuar.
Ao Adilson Rossi e a Lilian da FastPrint pela paciência.
121
Pela presença durante os anos desta graduação:
Aos meus pais pelo apoio durante muitas das guinadas que dei à minha vida.
Aos meus avós, pelo exemplo.
Aos meus padrinhos pelos inúmeros livros de arquitetura e paisagem.
À Mimi por criar um contra-ponto aos dias estressantes.
À ladi pelo apoio e sabedoria.
À tia Tera pela alegria
Aos amigos que tive a oportunidade de conhecer na USP e fizeram dos meus
dias melhores. Especialmente:
Da turma 07: Fanta, Jamaica, Neide e as companheiras desde o primeiro dia:
Marília, Vivi.
Da turma 08: Bel, Yara e Nuno.
Da turma 09: Ana, Day e Ju.
Dos encontros inesperados: Sake e sua patota, em especial, Hirono e Sander.
Ao Gaúcho, não apenas por me apresentar à Veríssimo, mas por agüentar sem-
pre firme todas minhas tempestades. Sem você eu não teria sequer começado. 42.
122
Bibliografia
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