Ensino e pesquisa em arquivologia - vreparq.eci.ufmg.brvreparq.eci.ufmg.br/wp-content/uploads/2018/10/Ensino-e-pesquisa... · Subcoordenadora: Cintia Aparecida Chagas Arreguy Alessandro

Ensino e pesquisa em arquivologia:

cenrios prospectivos

Renato Pinto VenncioWelder Antnio SilvaAdalson Nascimento

(organizadores)

V Reunio Brasileira de Ensino e

Pesquisa em Arquivologia

Ensino e pesquisa em arquivologia:

cenrios prospectivos

Renato Pinto VenncioWelder Antnio Silv]aAdalson Nascimento

(organizadores)

Renato Pinto VenncioWelder Antnio SilvaAdalson Nascimento

(organizadores)

FRUM NACIONAL DE ENSINO E PESQUISA EM ARQUIVOLOGIA

Coordenadores

Binio 2016-2017: Welder Antnio Silva (UFMG)

Binio 2018-2019: Thiago Henrique Bragato Barros (UFPA)

V REUNIO BRASILEIRA DE ENSINO E PESQUISA EM ARQUIVOLOGIA

Evento realizado na Escola de Cincia da Informao da UFMG em Belo Horizonte, Minas

Gerais, de 07 a 10 de novembro de 2017

COMISSO ORGANIZADORA UFMG

Coordenador: Welder Antnio Silva

Subcoordenadora: Cintia Aparecida Chagas Arreguy

Alessandro Ferreira Costa

Ivana Denise Parrela

Jos Francisco Guelfi Campos

Marta Elosa Melgao Neves

COMISSO CIENTFICA

Presidente: Renato Pinto Venncio (UFMG)

Vice-presidente: Adalson de Oliveira Nascimento (UFMG)

Ana Clia Rodrigues (UFF)

Daniel Flores (UFSM)

Eliezer Pires da Silva (UNIRIO)

Georgete Medleg Rodrigues (UnB)

Helosa Liberalli Bellotto (USP)

Jos Maria Jardim (UNIRIO)

Lcia Maria Velloso de Oliveira (FCRB)

Maria Celina Soares de Mello e Silva (MAST)

Renato Tarciso Barbosa de Sousa (UnB)

COMISSO AVALIADORA

Diretor: Renato Pinto Venncio (UFMG)

Adalson de Oliveira Nascimento (UFMG)

Ana Clia Rodrigues (UFF)

Andre Malverdes (UFES)

Anna Carla Almeida Mariz (UNIRIO)

Cintia Aparecida Chagas Arreguy (UFMG)

Clarissa Moreira dos Santos Schmidt (UFF)

Cynthia Roncaglio (UnB)

Daniel Flores (UFSM)

Eliane Braga de Oliveira (UnB)

Eliezer Pires da Silva (UNIRIO)

Georgete Medleg Rodrigues (UnB)

Glaucia Vieira Ramos Konrad (UFSM)

http://lattes.cnpq.br/9453097597745835http://lattes.cnpq.br/3275908765222466http://lattes.cnpq.br/0299042915654796http://lattes.cnpq.br/6442935126020226http://lattes.cnpq.br/2186094231736251http://lattes.cnpq.br/3310420860892044http://lattes.cnpq.br/5140588181933697http://lattes.cnpq.br/4162674522016220http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4753624Y9http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4707198D6http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4227468P7http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784837U8http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783264Y0http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780256E7http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4773271U8http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4760583P7http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784682U9http://lattes.cnpq.br/5140588181933697http://lattes.cnpq.br/4162674522016220http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4753624Y9http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4137947H4http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4772131E8http://lattes.cnpq.br/3275908765222466http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4244365H2http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4785307T1http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4707198D6http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4799428E1http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4227468P7http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784837U8http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4734320Y7

Helosa Liberalli Bellotto (USP)

Ivana Denise Parrela (UFMG)

Joo Marcus Figueiredo Assis (UNIRIO)

Jos Maria Jardim (UNIRIO)

Julianne Teixeira e Silva (UFPB)

Katia Isabelli de Bethania Barros e Melo (UnB)

Lcia Maria Velloso de Oliveira (FCRB)

Luciana Quillet Heymann (CPDOC/FGV)

Marcia Cristina de Carvalho Pazin Vitoriano (UNESP)

Maria Celina Soares de Mello e Silva (MAST)

Maria Teresa Navarro de Britto Matos (UFBA)

Moiss Rockembach (UFRGS)

Natlia Bolfarini Tognoli (UNESP)

Renato Tarciso Barbosa de Sousa (UnB)

Roberto Lopes dos Santos Junior (UFPA)

Thiago Henrique Bragato Barros (UFPA)

Ursula Blattmann (UFSC)

Welder Antnio Silva (UFMG)

COMISSO DE APOIO TCNICOS ADMINISTRATIVOS EM EDUCAO DA

UFMG

Amanda dos Santos da Paixo

Cludia Mrcia

Christiano B. Santos

Edgar Gonzaga

lida Pieri

Eliedir Marcelina

Gilma Pereira

Guilherme Diniz

Gustavo Miranda Ferreira

Nely Ferreira

Luiz Henrique Loureiro

Viviany Braga

MONITORES ALUNOS/AS DO CURSO DE ARQUIVOLOGIA DA UFMG

Gilmar Rodrigues Barreto

Gisele Maria Arcanjo

Graziele Cristina Rodrigues Silva

Neide Araujo Oliveira Braga

Suellen Alves de Melo

Suzana Cristina de Oliveira da Cruz

Yara Levy martins de Souza Sane

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783264Y0http://lattes.cnpq.br/6442935126020226http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4707021A1http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780256E7http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723767U3http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4775933D3http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4773271U8http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787472J2http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4594115U6http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4760583P7http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4782394A7http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4537799H9http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4267905D4http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784682U9http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4235694A0http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4710345D6http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721673E6http://lattes.cnpq.br/9453097597745835

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Reitora: Sandra Regina Goulart Almeida Vice-reitor: Alessandro Fernandes Moreira ESCOLA DE CINCIA INFORMAO Diretora: Terezinha de Ftima Carvalho de Souza Vice-diretora: Adriana Bogliolo Sirihal Duarte PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM CINCIA DA INFORMAO Coordenadora: Maria Guiomar da Cunha Frota Subcoordenador: Fabrcio Jos Nascimento da Silveira CURSO DE GRADUAO EM ARQUIVOLOGIA Coordenadora: Cintia Aparecida Chagas Arreguy Subcoordenadora: Mariana Batista do Nascimento

CAPA, DIAGRAMAO, ARTE E FINALIZAO DO E-BOOK Edinaldo Medina Batista

R444 Reunio Brasileira de Ensino e Pesquisa em Arquivologia (5. : 2017: Belo Horizonte, MG)

Ensino e pesquisa em arquivologia [recurso eletrnico] : cenrios prospectivos /

Renato Pinto Venncio; Welder Antnio Silva; Adalson Nascimento (Organizadores). Dados eletrnicos. Belo Horizonte: Escola de Cincia da Informao, 2018.

728 p. : il. E-book. Inclui referncias. Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader. Modo de acesso: World Wide Web. ISBN: 978-85-65609-09-8 1. Arquivologia Congressos. 2. Arquivologia Ensino. 3. Arquivologia

Pesquisa. I. Venncio, Renato Pinto. II. Silva, Welder Antnio. III. Nascimento, Adalson.

CDU: 651.5(063)

Ficha catalogrfica: Biblioteca Prof Etelvina Lima, Escola de Cincia da Informao da UFMG.

DIREITO AUTORAL E DE REPRODUO Direitos de autor 2018 para artigos individuais dos autores. So permitidas cpias para fins privados e acadmicos, desde que citada a fonte e autoria. A republicao deste material requer a permisso dos detentores dos direitos autorais. Os editores deste volume so responsveis pela publicao e detentores dos direitos autorais.

Escola de Cincia da Informao da UFMG Av. Antnio Carlos, 6627 Pampulha

Belo Horizonte MG 31.270-010 www.eci.ufmg.br

SUMRIO

APRESENTAO................................................................................................. p.10

MOES............................................................................................................... p.12

PLENRIAS

1. A EXPERINCIA DO MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTO DE

DOCUMENTOS E ARQUIVOS NA UNIRIO...........................................................p.16

Eliezer Pires da Silva, Mariana Lousada

2. CURSOS DE ARQUIVOLOGIA NO BRASIL: RUMO UMA HARMONIZAO

CURRICULAR POSSVEL......................................................................................p.29

Welder Antnio Silva, Cintia Aparecida Chagas Arreguy, Leandro Ribeiro Negreiros

3. PROSPECO DOS ARQUIVOS: FUTURO DA ARQUIVOLOGIA...................p.44

Daniel Flores, Graziella C

COMUNICAES

I - EXPERINCIAS CURRICULARES

4. RELATOS DE EXPERINCIA EM DISCIPLINAS RELACIONADAS

FUNDAMENTOS, AVALIAO E REPRESENTAO ARQUIVSTICAS.............p.63

Evelin Melo Mintegui, Roberta Pinto Medeiros, Thiago Henrique Bragato Barros

5. REFORMA CURRICULAR DO CURSO DE ARQUIVOLOGIA DA UFES: RELATO

DE EXPERINCIA..................................................................................................p.80

Tnia Barbosa Salles Gava, Luciana Itida Ferrari, Margarete Farias de Moraes

6. DO ENSINO PRTICA DA CLASSIFICAO NOS ARQUIVOS: ALGUMAS

CONSIDERAES...............................................................................................p.100

Fernanda da Costa Monteiro, Fernanda de Souza Antunes

7. A DESCRIO NOS CURSOS DE ARQUIVOLOGIA DO BRASIL: ASPECTOS

TERICOS, CONCEITUAIS E TERMINOLGICOS DE UMA FUNO

ARQUIVSTICA.....................................................................................................p.114

Natlia Bolfarini Tognoli, Laura Maria Rego Piva, Rafael Cacciolari Dalessandro

II - GESTO DOCUMENTAL E ACESSO INFORMAO

8. ROTEIRO DE APLICAO DA GESTO POR PROCESSOS NA GESTO DE

DOCUMENTOS.....................................................................................................p.133

Fbio Barros Silva, Antnio Rodrigues Andrade

9. METODOLOGIA DA IDENTIFICAO APLICADA A CONSTRUO DE PLANO

DE CLASSIFICAO PARA ARQUIVOS UNIVERSITRIOS..............................p.152

Silvia Lhamas de Mello, Ana Clia Rodrigues

10. MANUAL DE IDENTIFICAO DE ATRIBUIES DE RGO PRODUTOR:

PARMETROS PARA IDENTIFICAO DAS ATRIBUIES DO RGO

PRODUTOR VISANDO A ELABORAO DE PLANO DE CLASSIFICAO DE

DOCUMENTOS.....................................................................................................p.171

Mariana Batista do Nascimento

11. GESTO DE DOCUMENTOS NO MBITO DO PLANO DE

DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL..............................................................p.188

Eduardo Luiz dos Santos, Ana Celeste Indolfo

12. A GESTO DE DOCUMENTOS NA SOCIOEDUCAO: O CASO DO NOVO

DEGASE................................................................................................................p.208

Jean Maciel Xavier, Eliezer Pires da Silva, Mariana Lousada

13. A ORGANIZAO DOS DOCUMENTOS NO CONTEXTO DOS SERVIOS

ASSISTENCIAIS E ADMINISTRATIVOS EXISTENTES EM ORGANISMOS

PRODUTORES DE SERVIOS DE SADE........................................................p.229

Gillian Leandro de Queiroga Lima, Louise Anunciao Fonseca de Oliveira do

Amaral, Hernane Borges de Barros Pereira, Francisco Jos Arago Pedroza Cunha

14. A APLICABILIDADE DA METODOLOGIA DA IDENTIFICAO ARQUIVSTICA

AOS ARQUIVOS CIENTFICOS DO NCLEO DE PESQUISA GECEM/UFRJ...p.244

Jacilene Alves Brejo, Junia G.C. Guimares e Silva

15. OPACIDADE E TRANSPARNCIA INFORMACIONAL: A VIGILNCIA COMO

FERRAMENTA DE CONTROLE E ACESSO A DOCUMENTOS

ARQUIVSTICOS..................................................................................................p.258

Thayron Rodrigues Rangel, Rodolpho Guimares Pereira, Brenda Couto de Brito Rocco

III - LEGISLAO E POLTICAS ARQUIVSTICAS

16. POR UM MODELO SOCIETAL NA GESTO DAS POLTICAS

ARQUIVSTICAS...................................................................................................p.276

Gleice Carlos Nogueira Rodrigues, Paulo Roberto Elian dos Santos

17. PROPOSTA PARA A POLTICA E O SISTEMA DE ARQUIVOS DA

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE..........................................................p.293

Igor Jos Garcez, Jos Maria Jardim

18. OS ARQUIVOS NOS MUNICPIOS DA REGIO METROPOLITANA DO RIO DE

JANEIRO: ESTUDO DE IDENTIFICAO DAS POLTICAS PBLICAS

ARQUIVSTICAS PARA O ACESSO INFORMAO.......................................p.314

Ana Celia Rodrigues

19. O CONCEITO DE ARQUIVO E DOCUMENTO ARQUIVSTICO EM ESTUDOS

DE LEGISLAO ARQUIVSTICA.......................................................................p.326

Margareth da Silva

IV - PATRIMNIO DOCUMENTAL E AO EDUCATIVA

20. O DOCUMENTO ARQUIVSTICO COMO PATRIMNIO EM CENTROS DE

MEMRIA DO PODER JUDICIRIO FEDERAL BRASILEIRO..........................p.346

Rodrigo Costa Japiassu, Vitor Manoel Marques da Fonseca, Ldia Silva de Freitas

21. IMPACTOS DO ATOM NA DESCRIO E NO ACESSO AOS ACERVOS

ARQUIVSTICOS DA CASA DE OSWALDO CRUZ.............................................p.363

Cleber Belmiro dos Santos, Eliezer Pires da Silva

22. ENTRE AS OBRAS E OS DOCUMENTOS: INTERSEES ENTRE OS

SABERES ARQUIVSTICO E MUSEOLGICO NO TRATAMENTO DO ACERVO

DO ARTISTA PLSTICO RUBENS GERCHMAN................................................p.382

Thayane Vicente Vam de Berg

23. UMA ANLISE DA EXPERINCIA DIDTICA REALIZADA NO PROJETO DE

EXTENSO CAF COM ARQUIVO: O DOCUMENTO EM DEBATE.................p.397

Fernanda da Costa Monteiro, Daniele Chaves Amado

V - HISTRIA DOS ARQUIVOS E DA ARQUIVOLOGIA

24. HISTRIA DOS ARQUIVOS E DA ARQUIVOLOGIA NO BRASIL: NOTAS

SOBRE O ARQUIVO PBLICO DO ESTADO DA BAHIA....................................p.410

Maria Teresa Navarro de Britto Matos, Rita de Cssia Santana de Carvalho Rosado

25. ARQUIVOS E ADMINISTRAO PBLICA: A TEMTICA ARQUIVSTICA NA

REVISTA DO SERVIO PBLICO, 1938-1945....................................................p.430

Vitor Manoel Marques da Fonseca, Darlene Alves Bezerra

VI - PERFIL E ATUAO PROFISSIONAL

26. UM ESTUDO SOBRE O PERFIL DOS ARQUIVISTAS NA FORA AREA

BRASILEIRA: UM PANORAMA ENTRE OS ANOS DE 2007 E 2015..................p.451

Raquel Fernandes Tavares, Priscila Ribeiro Gomes

27. PERFIL E AUTO-IMAGEM PROFISSIONAL DOS ARQUIVISTAS DO RIO DE

JANEIRO...............................................................................................................p.471

Wagner Ramos Ridolphi, Luiz Cleber Gak

28. A PESQUISA EM ARQUIVOS E ARQUIVOLOGIA NO BRASIL: ANLISE DOS

GRUPOS DE PESQUISA CERTIFICADOS PELO CNPq.....................................p.489

Anglica Alves da Cunha Marques, Cynthia Roncaglio, Natlia Bolfarini Tognoli,

Thiago Henrique Bragato Barros

VII - INSTITUIES E SERVIOS ARQUIVSTICOS

29. REFLETINDO SOBRE AS INSTITUIES ARQUIVSTICAS E A

COMPLEXIDADE..................................................................................................p.507

Brenda Couto de Brito Rocco, Bianca Couto de Brito

30. SERVIOS TERCEIRIZADOS DE GUARDA EXTERNA DE DOCUMENTOS

PROSPECTADOS NA PETROBRAS...................................................................p.523

Jos Antonio Pereira Do Nascimento, Ana Celeste Indolfo

31. GOVERNANA DE SERVIOS ARQUIVSTICOS: POSSIBILIDADES E

POTENCIALIDADES EM ORGANIZAES DE CARTER

PRIVADO..............................................................................................................p.542

Alexandre de Souza Costa

32. CONSIDERAES SOBRE A RELEVNCIA DE INTEGRAR A PRESERVAO

E A GESTO DE DOCUMENTOS NO COMANDO DA AERONUTICA............p.556

Karina Veras Praxedes

VIII - TIPOLOGIA DOCUMENTAL

33. DOCUMENTAO EM SADE: EXPERINCIA NO HOSPITAL

UNIVERSITRIO POLYDORO ERNANI DE SO THIAGO.................................p.576

Isabella Christina Gondim, Eliana Maria dos Santos Bahia

34. CARTA DE AMOR COMO PONTO DE ACESSO: RESULTADOS DE

PESQUISA............................................................................................................p.596

Camila Mattos da Costa, Lucia Maria Velloso de Oliveira

35. A TIPOLOGIA DOCUMENTAL DOS RGOS DE REPRESSO NA DITADURA

CIVIL MILITAR NOS ANOS 1970.........................................................................p.614

Rosale de Mattos Souza

36. APONTAMENTOS ACERCA DO DOCUMENTO TCNICO DE ENGENHARIA

NO CAMPO TERICO DOS ARQUIVOS.............................................................p.633

Marilda Martins Coelho, Clarissa Moreira dos Santos Schmidt

IX - ARQUIVOS, UNIVERSIDADES E MUSEUS

37. DOCUMENTOS DE ARQUIVO PRODUZIDOS PELAS ATIVIDADES DE

PESQUISA: UMA ANLISE DOS CADERNOS DE LABORATRIO...................p.652

Paulo Roberto Elian dos Santos, Renata Silva Borges, Francisco dos Santos

Loureno

38. ARQUIVOS EM MUSEUS E ARQUIVOS DE MUSEUS: DOIS CONCEITOS

PARA OS ARQUIVOS NOS MUSEUS.................................................................p.671

Fabiana Costa Dias, Joo Marcus Figueiredo Assis

39. ARQUIVOS DE MUSEUS: UM PROGRAMA DE GESTO DE DOCUMENTOS

PARA O MUSEU DO NDIO..................................................................................p.690

Thais Tavares Martins, Ana Celeste Indolfo

40. ARQUIVOS DAS INSTITUIES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR:

MANUTENO, GUARDA E ACESSO................................................................p.709

Zenbio Santos Jnior, Luiz Cludio Gomes Maia, Ana Maria Pereira Cardoso

10 Ensino e pesquisa em arquivologia: cenrios prospectivos - V REPARQ

APRESENTAO

Este livro rene textos apresentados durante a V Reunio Brasileira de Ensino

Pesquisa em Arquivologia (V REPARQ). O evento ocorreu entre 07 e 10 de novembro

de 2017, na Escola de Cincia da Informao da Universidade Federal de Minas Gerais

(ECI/UFMG). A REPARQ realizada pelo Frum Nacional de Ensino e Pesquisa em

Arquivologia desde 2010, atualmente ocorre nos anos mpares. A edio de 2017 foi

organizada por docentes da ECI/UFMG e reuniu graduandos, ps-graduandos,

docentes, pesquisadores e demais profissionais da rea de arquivologia de diferentes

estados brasileiros.

O livro contm 40 textos oriundos de trs plenrias e 37 comunicaes orais

apresentadas durante o evento. O material, expressivo em quantidade e qualidade,

reflete a maturidade e consolidao da rea ocorrida nos ltimos anos. Tambm reflete

o deslocamento do lugar de produo do conhecimento da rea; antes predominante

nas instituies arquivsticas, atualmente a produo concentra-se, sobretudo, nas

universidades. Tal deslocamento acarretou maior cientificidade arquivologia no Brasil.

Os textos esto divididos em trs sesses. A primeira parte registra as 19

moes aprovadas durante a plenria final. Na sequncia esto os textos apresentados

em plenrias ao longo do evento. A terceira parte contm as 37 comunicaes reunidas

em nove temas, a saber: Experincias curriculares; Gesto documental e acesso

informao; Legislao e polticas arquivsticas; Patrimnio documental e ao

educativa; Histria dos arquivos e da arquivologia; Perfil e atuao profissional;

Instituies e servios arquivsticos; Tipologia documental e Arquivos, universidades e

Museus. No livro, a organizao temtica das comunicaes reproduziu o agrupamento

das apresentaes orais durante o evento. Tal agrupamento visou propiciar a

aproximao de pesquisadores de assuntos correlatos com vistas formao de redes

de contato e interao.

Registramos e agradecemos o valioso apoio das instituies que sustentaram

financeiramente a V REPARQ: Fundao de Amparo Pesquisa de Minas Gerais

(FAPEMIG); Programa de Apoio Integrado a Eventos (Paie/UFMG); Programa de Ps-

Graduao em Cincia da Informao (PPGCI/UFMG); Escola de Cincia da Informao

(ECI/UFMG), Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte,

Montes Claros e Ouro Branco (APUBH) e ARQUIVAR.

Os organizadores.


MOES


MOES

A V Reunio Brasileira de Ensino e Pesquisa em Arquivologia (V REPARQ) foi

realizada no perodo de 07 a 10 de novembro de 2017 na Escola de Cincia da

Informao da Universidade Federal de Minas Gerais na cidade de Belo Horizonte,

Minas Gerais. Teve como tema central: Ensino e Pesquisa em Arquivologia: Cenrios

Prospectivos. Estiveram presentes docentes dos dezesseis cursos de graduao em

Arquivologia do pas, estudantes de graduao e ps-graduao, pesquisadores e

demais profissionais da rea. Na Plenria de encerramento do evento foram

aprovadas as seguintes moes:

1 - Que sejam designadas duas comisses para avaliao anual dos

trabalhos e manuteno da realizao do Prmio REPARQ de Pesquisa em

Arquivologia (mestrado e doutorado) e de melhor artigo proveniente de trabalhos de

concluso de curso de graduao em cada edio da REPARQ.

2 - Que, no Prmio REPARQ de Pesquisa em Arquivologia (mestrado e

doutorado), alm da premiao para o primeiro lugar, tambm sejam concedidas

menes honrosas em cada categoria.

3 - Que seja realizada uma Reunio do Frum Nacional de Ensino e Pesquisa

em Arquivologia como evento paralelo do Congresso Nacional de Arquivologia, a ser

realizado em Joo Pessoa, entre os dias 8 e 11 de outubro de 2018.

4 - Que seja realizado um censo ou declarao de inscrio dos integrantes

do Frum Nacional de Ensino e Pesquisa em Arquivologia.

5 - Que o Encontro de Coordenadores de Ps-Graduao com Temticas

Arquivsticas se torne atividade fixa na programao da REPARQ.

6 - A comunidade de docentes, pesquisadores e alunos de graduao e ps-

graduao em Arquivologia, reunidos na V REPARQ, vem a pblico manifestar

repdio ao Projeto de Lei n 7.920/2017 (antigo PLS 146/2007), que prev a

eliminao de documentos pblicos aps digitalizao, legalizando a destruio


indiscriminada de documentos originais e manifestam endosso ao movimento

Queima de Arquivo No!. Entendem que por contrariar princpios arquivsticos,

ameaar a transparncia e os documentos pblicos, fontes de prova e da memria,

o referido PL e o projeto apensado a este, o PL 6.965/2002, devem ser arquivados.

7 - Que seja criado um Frum Virtual Temporrio de Discusso dos Grupos

de Pesquisa com Temticas Arquivsticas. Este frum dever funcionar como um

espao para os grupos se conhecerem e dialogarem, a partir do qual poder ser

criada uma rede para estes grupos.

8 - Que a REPARQ passe a acontecer no primeiro semestre e no no

segundo, quando geralmente so realizados muitos eventos.

9 - Que seja incentivada a aproximao da Arquivologia brasileira com a

Amrica Latina, com pesquisadores e cursos da regio.

10 - Que seja proposta uma agenda de pesquisa com as temticas mais

relevantes para a Arquivologia na contemporaneidade.

11 - Que seja criada uma uma comisso ou grupo de trabalho para

sistematizar, num primeiro momento, o levantamento da produo cientfica com

temtica arquivstica (dissertaes e teses) realizada no mbito dos programas de

ps-graduao das instituies de ensino superior que tenham o curso de

graduao em Arquivologia, cujos resultados devero ser apresentados na prxima

REPARQ.

12 - Que sejam apresentadas propostas CAPES e ao CNPq sobre

mudanas nas tabelas de conhecimento, a fim de que a Arquivologia saia da

subordinao da Cincia da Informao, pois se trata muito mais de uma questo

poltica do que epistemolgica. Neste sentido, reivindicam a autonomia da

Arquivologia como rea de conhecimento.


13 - Que os promotores de cada REPARQ sejam responsveis pela custdia

dos documentos originais produzidos pela REPARQ e pelo FEPARQ, devendo

disponibilizar cpias digitalizadas aos membros do FEPARQ.

14 - Que seja incentivada a incluso, na programao da REPARQ, de mais

mesas sobre a temtica ensino. Na atual edio, a mesa dessa temtica foi rica a

troca de informaes nessa mesa. Sugere-se que nas prximas edies seja assim

dividida, uma de experincias de sala de aula e didtica e outra sobre currculos.

15 - Que o prximo coordenador do Feparq viabilize, a partir do Frum, a

elaborao do regimento da Reparq, considerando a cultura acadmica e cientfica

estabelecida no conjunto das edies do evento.

16 - Que o Conarq seja consultado a respeito da efetivao do curso tcnico

em arquivo do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais.


graduao em Arquivologia, reunidos na V REPARQ, vem a pblico manifestar sua

preocupao com os rumos do Arquivo Nacional, principal instituio arquivstica do

pas, e defender a moo aprovada no I Cnarq, em 2011, que trata da

implementao de critrios democrticos para a escolha de seu diretor geral, na

forma de chamada pblica de interessados a ocupantes do cargo.



moo de louvor ao Professor Welder Antnio Silva pelos trabalhos frente da

coordenao do Frum e da V REPARQ.



agradecimento Escola de Cincia da Informao (ECI) da Universidade Federal de

Minas Gerias (UFMG), seus docentes e servidores pelo empenho na realizao

desta V REPARQ.


PLENRIAS

16 Ensino e Pesquisa em Arquivologia: Cenrios Prospectivos - V REPARQ

1

A EXPERINCIA DO MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTO DE

DOCUMENTOS E ARQUIVOS NA UNIRIO

Eliezer Pires da Silva

Mariana Lousada

1 INTRODUO

A Arquivologia fundamentalmente interdisciplinar, mas, para alm das

interfaces e zonas em que se mobilizam diferentes disciplinas na compreenso do

fenmeno arquivstico, nota-se a constituio de um ncleo conceitual historicamente

referenciado pela trajetria desse saber. As prticas em torno do processamento

tcnico dos arquivos configuram uma estrutura intelectual ou a epistemologia dessa

disciplina ainda que se renam diferentes saberes ao redor de situaes-problema

na organizao da cincia (SILVA; ORRICO, 2015).

Para Jos Maria Jardim (2016), experiente pesquisador da rea, existem trs

vises sobre o campo em disputa no Brasil: a viso da Arquivologia como um campo

autnomo, apesar de cincia auxiliar da Histria; a viso da Arquivologia como uma

disciplina que constitui uma subrea da Cincia da Informao (uma interpretao

brasileira); e a viso de Arquivologia como uma disciplina cientfica em permanente

construo, mediante relaes interdisciplinares com a Histria, a Administrao, a

Cincia da Informao e a Biblioteconomia.

A trajetria das prticas e do saber arquivstico no Brasil no recente. No

sculo XIX, com a criao do Arquivo Nacional, em 1838, reconhece-se um marco

histrico importante para essas prticas. No entanto, apesar da existncia de diversas

instituies arquivsticas, o ensino universitrio para formao profissional de

arquivistas foi estabelecido apenas no final da dcada de 1970 e a ps-graduao

especfica em 2012.

A noo de campo arquivstico no Brasil apreende as prticas discursivas e a

distribuio de posies relacionadas entre trabalhadores dos arquivos, instituies

custodiadoras de acervos arquivsticos, associaes de profissionais da rea,

instituies de ensino de arquivologia, produtores de conhecimento arquivstico,

usurios de arquivos e organizaes servidas pelas funes arquivsticas. Aponta para

um lugar em que se produz e se reproduz tanto a preocupao com os arquivos,


como a competncia para o trabalho arquivstico, fazendo assim circular as diferentes

representaes da Arquivologia como rea do conhecimento (SILVA; ORRICO, 2015).

Do ponto de vista mais concreto, h possibilidade ocupacional em torno da

organizao e da disponibilizao de acervos arquivsticos. Essas oportunidades tm

sido reivindicadas (e alcanadas dentro da Administrao Pblica) por uma categoria

de profissionais que possuem curso superior e profisso regulamentada. Contam

tambm com uma crescente legitimao acadmico-institucional (eventos cientficos,

peridicos, pesquisas de mestrado e doutorado) a servio da compreenso do

fenmeno arquivstico. No aspecto profissional, o campo da Arquivologia est se

sedimentando e ocupando postos de trabalho, conseguindo, assim, construir seu

campo de representao de modo mais uniforme.

O Programa de Ps-Graduao em Gesto de Documentos e Arquivos da

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro foi instalado em 2012 e insere-se

em um contexto de alteraes no cenrio arquivstico internacional e brasileiro,

especialmente nas ltimas duas dcadas.

Impulsionado pelo novo cenrio informacional, marcado fortemente pelas

tecnologias da informao e comunicao provoca questionamentos inovadores. Essa

configurao favorece inquietaes sobre a identidade do arquivista, suas formas de

gerenciar os arquivos, suas alternativas de formao e atualizao profissional.

Afloram novas formas de se refletir sobre a Arquivologia ou reinterpretar princpios

clssicos da rea.

A produo de conhecimento em Arquivologia, nos anos de 1990, passa a ser

tambm uma tarefa das universidades, relativizando o domnio quase absoluto, ao

longo de dcadas, das instituies arquivsticas como espaos de produo e

legitimao do conhecimento na rea. Ao se fazer necessria a construo de

agendas de pesquisa em Arquivologia, torna-se premente discutir

epistemologicamente o prprio campo, seus objetos, seus mtodos, seu universo

emprico e suas transformaes (JARDIM, 2015).

a partir deste cenrio que se observa a implantao e o desenvolvimento do

primeiro programa de ps-graduao em Arquivologia na Amrica Latina, o Programa

de Ps-Graduao em Gesto de Documentos e Arquivos PPGARQ, realizando

uma anlise dos resultados obtidos e dos desafios a serem alcanados aps cinco

anos de sua implantao.


2 HISTRICO DA ARQUIVOLOGIA E DO PPGARQ NA UNIRIO

A UNIRIO uma fundao de direito pblico integrante do Sistema Federal de

Ensino Superior. Originou-se da Federao das Escolas Federais Isoladas do Estado

da Guanabara (FEFIEG), criada pelo Decreto-Lei n 773, de 20 de agosto de 1969,

que reuniu estabelecimentos isolados de Ensino Superior, anteriormente vinculados

aos Ministrios do Comrcio e Indstria, Educao e Cultura, Sade e Trabalho.

A criao da FEFIEG propiciou a integrao de instituies tradicionais, como a

Escola Central de Nutrio, a Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, o Conservatrio

Nacional de Teatro (atual Escola de Teatro), o Instituto Villa-Lobos, a Fundao Escola

de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro e o Curso de Biblioteconomia da Biblioteca

Nacional.

Com a fuso dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, em 1975, a

FEFIEG passou a denominar-se Federao das Escolas Federais Isoladas do Estado

do Rio de Janeiro (FEFIERJ). Dois anos mais tarde, foram incorporados FEFIERJ o

Curso Permanente de Arquivo (do Arquivo Nacional) e o Curso de Museus (do Museu

Histrico Nacional).

Em 5 de junho de 1979, pela Lei n 6.555, a FEFIERJ foi institucionalizada com

o nome de Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO) e, em 24 de outubro de 2003, a

Lei n 10.750 alterou o nome da Instituio para Universidade Federal do Estado do

Rio de Janeiro, todavia a sigla foi mantida.

A Legislao de criao da UNIRIO a seguinte:

Decreto-Lei n 773, de 20/08/1969: cria a FEFIEG.

Decreto-Lei n 7.683, de 17/12/1975: altera a denominao de FEFIEG

para FEFIERJ.

Lei n 6.655, de 05/06/1979: transforma a FEFIERJ em Universidade do

Rio de Janeiro (UNIRIO).

Lei n 10.750, de 24/10/2003: altera a denominao para Universidade

Federal do Estado do Rio de Janeiro.

Em 2017 a Arquivologia completou 40 anos na UNIRIO, um percurso de

institucionalizao que ilustra a consolidao acadmico-universitria da rea no pas.

A arquitetura institucional dentro do Centro de Cincias Humanas e Sociais - CCH

estabelece no mesmo nvel hierrquico a Escola de Arquivologia, o Departamento de

Arquivologia (DEPA) e o Programa de Ps-Graduao em Gesto de Documentos e


Arquivos (PPGARQ). O Diretrio Acadmico Jos Pedro Esposel (DACAR) a

representao dos alunos da Arquivologia da UNIRIO, graduao e ps-graduao.

FIGURA 1 A Arquivologia na UNIRIO

Fonte: Elaborao dos autores.

O Programa de Ps-Graduao em Gesto de Documentos e Arquivos

(PPGARQ) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) foi

delineado em 2011 e a implementao, em 2012. O processo de implantao do

PPGARQ remonta a constituio da Comisso de Estudos para Implantao da Ps-

Graduao Stricto Sensu em Arquivologia, Portaria UNIRIO n 434, de 12.11.08, e

envolveu os seguintes professores de Arquivologia, naquela ocasio: Anna Carla

Almeida Mariz, Luiz Cleber Gak, Joo Marcus Figueiredo Assis, Julia Belesse da

Silva Lins e Jose Maria Jardim.

A participao do Departamento de Arquivologia da UNIRIO na composio do

corpo docente do PPGARQ um aspecto estratgico para sua sustentabilidade. A

proposta do programa foi elaborada a partir desse grupo de pesquisadores,

consequentemente, uma base que lhe confere identidade institucional vinculada

UNIRIO.

A partir de maio de 2010, com a redistribuio do professor Jose Maria Jardim

para UNIRIO, foi fundamental a sua liderana na organizao da Proposta de Curso


Novo aprovada pelas instncias da Universidade, e pelo Conselho Tcnico-Cientfico

da Educao Superior da CAPES, em fevereiro de 2012.

O PPGARQ est estabelecido na cidade do Rio de Janeiro, onde se

concentram significativos acervos arquivsticos e importantes instituies do gnero.

Destaca-se, assim, o mercado de trabalho em que, alm de um complexo setor

privado, conta com muitas organizaes governamentais. As principais instituies

arquivsticas pblicas situadas na cidade so: o Arquivo Nacional, o Arquivo Pblico

do Estado do Rio de Janeiro e o Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. Alm

dessas, localizam-se outras entidades de referncia nacional na preservao de

acervos arquivsticos.

A opo pela modalidade profissional permitiu a caracterizao de uma

infraestrutura de Ensino e Pesquisa que incluiu as parcerias com o Arquivo do

Estado do Rio de Janeiro, o Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro, a Fundao Casa

de Rui Barbosa e a Fundao Oswaldo Cruz/Casa de Oswaldo Cruz. Na Ficha de

Avaliao da CAPES (2013-2016) o parecer da comisso de rea sobre o mrito da

Proposta do Programa Muito Bom, destacando que os objetivos especficos

apresentados na proposta esto em consonncia com os objetivos da modalidade

de Mestrado profissional.

A inaugurao do PPGARQ reflete um momento de afirmao e

amadurecimento do ensino e pesquisa em Arquivologia no plano nacional. Na

UNIRIO a rea atravessou seu estgio embrionrio no ambiente universitrio e o

Curso de graduao em Arquivologia da UNIRIO desenvolveu caminhos que

impulsionaram a criao do Mestrado em Gesto de Documentos e Arquivos. Esse

curso apresenta uma trajetria complexa e distinta dos demais cursos de

Arquivologia existentes no pas. Sua construo passou por um longo processo

histrico, desde os cursos tcnicos oferecidos pelo Arquivo Nacional at a

transferncia do Curso Permanente de Arquivos do Arquivo Nacional para o que

hoje a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (MARIZ, 2012).

O Curso de Arquivologia da UNIRIO, entre os anos de 1977 a 2017, formou

1.695 profissionais, muitos dos quais com relevante atuao nos setores pblico e

privado, no apenas no Rio de Janeiro, mas em todo o pas. O corpo docente do

Departamento de Arquivologia da UNIRIO tem desenvolvido, para alm do ensino na

graduao em Arquivologia, aes significativas em termos de extenso, de

produo intelectual e de pesquisa na Ps-Graduao.


Sob tal cenrio, mostrou-se premente a qualificao de gestores de

documentos e arquivos para atuao em servios e instituies arquivsticas

pblicos e privados, contribuindo para a inovao de processos, produtos e servios

arquivsticos, a eficcia e a eficincia das organizaes pblicas e privadas e o uso

social da informao arquivstica. Essa perspectiva norteou a proposta do Programa

de Ps-Graduao em Gesto de Documentos e Arquivos da UNIRIO.

Nesse sentido, o PPGARQ tem os seguintes objetivos:

I formar mestres altamente qualificados para a gesto de documentos e

arquivos em servios e instituies arquivsticas pblicos e privados, atendendo as

diversas demandas sociais, profissionais e organizacionais;

II - favorecer os dilogos interdisciplinares da Arquivologia com outros campos

de conhecimento, atendendo aos interesses de profissionais de diversas reas das

Cincias Humanas e Sociais que desejem aprofundar conhecimentos sobre a

Gesto de Documentos e Arquivos;

III - estimular a produo de conhecimento arquivstico e sua aplicao com

bases cientficas em vrios ambientes organizacionais, nos setores pblico, privado

e acadmicos;

IV- fomentar estudos e debates sobre a Gesto de Documentos e Arquivos no

plano nacional e internacional, com nfase nas realidades de pases latino-

americanos e africanos de lngua portuguesa;

V - favorecer o desenvolvimento inovador de processos, produtos e servios

arquivsticos, de forma a contribuir para a eficcia e a eficincia das organizaes

pblicas e privadas e o uso social, cientfico e tecnolgico da informao

arquivstica;

VI - colaborar para a ampliao e consolidao do campo cientfico da

Arquivologia em seus aspectos sociais, polticos, econmicos, cognitivos, jurdicos e

ticos.

O corpo docente do PPGARQ constitudo por 15 doutores titulados em seis

reas do conhecimento dos quais 11 so permanentes e 04 so colaboradores. Dos

15 docentes, 08 so profissionais que atuam em diferentes instituies, conforme

quadro abaixo:


FIGURA 2 Corpo docente PPGARQ

Nome do docente rea de doutorado Instituio

Alexandre de Souza Costa Cincia da Informao BP Energy do Brasil Ltda Aline Lopes de Lacerda Histria Fundao Oswaldo Cruz

Ana Celeste Indolfo Cincia da Informao UNIRIO e Arquivo Nacional Anna Carla Almeida Mariz Cincia da Informao UNIRIO

Beatriz Kushnir Histria Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro

Clarissa M. dos Santos Schmidt

Cincia da Informao Universidade Federal Fluminense

Daniel Flores Documentao Universidade Federal de Santa Maria

Eliezer Pires da Silva Memria Social UNIRIO e Arquivo Nacional

Joo Marcus Figueiredo Assis Cincias Sociais UNIRIO Jos Maria Jardim Cincia da Informao UNIRIO

Junia Guimares e Silva Cincia da Informao UNIRIO Luciana Heymann Sociologia Fundao Getlio Vargas

Mariana Lousada Cincia da Informao UNIRIO Paulo Elian dos Santos Histria Fundao Oswaldo Cruz

Priscila Ribeiro Gomes Educao UNIRIO


O PPGARQ possui duas linhas de pesquisa: Arquivos, Arquivologia e

Sociedade para identificar processos histrico-sociais em torno das funes do

fenmeno arquivstico e as configuraes epistemolgicas da Arquivologia; Gesto

da informao arquivstica para investigar parmetros gerenciais, tcnico-cientficos

e sujeitos envolvidos na gesto da informao arquivstica em contextos

organizacionais de produo e uso dos arquivos.

Essa estruturao da rea de concentrao foi elaborada no momento de

criao do programa e reflete o universo de interesse de pesquisa tanto dos

membros fundadores quanto da composio atual do corpo docente.

A atuao do PPGARQ expressa a Poltica de Ps-Graduao da UNRIO,

sendo um dos 26 programas mantidos pela instituio. Os compromissos

estratgicos envolvem indicadores como a formao continuada com nfase nos

egressos da graduao; convnios de cooperao com instituies; apoio a grupos

de pesquisa institucionalmente cadastrados e internacionalizao da produo de

conhecimento da universidade.


3 RESULTADOS DEPOIS DE CINCO ANOS

Desde sua implementao o Programa contabiliza sete processos seletivos

anuais, totalizando 270 candidatos inscritos e 69 aprovados. Nesses cinco anos de

funcionamento formou 48 mestres.

Os 69 alunos j matriculados no PPGARQ at 31/12/2017 atuam em diferentes

instituies, tais como: Arquivo Nacional; Biblioteca Nacional; CEFET; DEGASE;

FIOCRUZ; Fora Area Brasileira; FSB Comunicaes; Fundao Casa de Rui; INTO;

Marinha do Brasil; Museu do ndio; PETROBRAS; Prefeitura de Maca;

TRANSPETRO; TRT; UFF; UFJF; UFMS; UFRJ; UFV; UNIRIO. Desse universo, 23%

atuam em instituies federais de ensino.

Ressalta-se que 90% dos alunos so egressos da graduao em Arquivologia.

Vale observar, ainda, que a secretaria do Programa frequentemente contatada por

interessados de outras regies e tambm de fora do Brasil em cursar o Mestrado.

Pode-se constatar que o obstculo maior a inexistncia de bolsas de estudo para os

alunos.

Durante esse perodo formou mestres com 100% de trabalhos defendidos

dentro do prazo regulamentar. Todos os trabalhos de Concluso de Curso esto

disponveis no site do Programa (http://www.unirio.br/ppgarq) e se dividem entre

produtos tcnico-cientficos e dissertaes. As pesquisas concludas em nosso

mestrado distribuem-se pelos seguintes enfoques temticos:

FIGURA 3 Enfoques temticos TCCs

Enfoques nfases TCC's

O perfil da atividade arquivstica mercado de trabalho para o arquivista; perfil do arquivista

10%

Usos e usurios da informao arquivstica

arquivos de instituies de sade; usos da informao arquivstica

10%

Gesto de Servios e Instituies Arquivsticas

arquivo e memria institucional; documentos especiais; servios arquivsticos

15%

Arquivos privados arquivo pessoal 5%

Preservao preservao de documentos arquivsticos

5%

Documentos digitais documentos arquivsticos digitais 5%

Normalizao classificao de documentos arquivsticos;

15%


auditoria e gesto de documentos; terminologia arquivstica

Polticas arquivsticas lei de acesso informao 10%

A percepo social dos arquivos, da arquivologia e dos arquivistas

lei de acesso informao 5%

Associativismo tica do arquivista 5%

Produo e difuso de conhecimento arquivstico

princpio da provenincia 5%

Docncia e docentes em Arquivologia

capacitao arquivstica a distncia 5%

Prospeco arquivstica lei de acesso informao 5%


Nesses cinco anos de funcionamento foram realizadas 51 eventos cientficos

(Dilogos Arquivsticos 10; Jornadas Arquivsticas 6; Aulas Inaugurais 10; Dia

Internacional dos Arquivos 3; Seminrios de Pr-Qualificao 5; Seminrios de

Qualificao 6; Seminrios de Pr-Defesa 5; Seminrios de Defesa 5; Seminrio

Internacional sobre Polticas e Gesto de Arquivos 1). Esses eventos integram

alunos de graduao e envolve divulgao para comunidade arquivstica no Rio de

Janeiro.

O modelo dos seminrios de pesquisa de pr-qualificao e pr-defesa dos

trabalhos de concluso de curso envolve a ampla divulgao e oferece um panorama

das investigaes no mbito do Programa, alm de representar um tipo de

comunicao cientfica enquanto a pesquisa encontra-se em andamento. No

quadrinio (2013-2016) foram 72 comunicaes orais nas edies desses seminrios.

O objetivo desses seminrios a avaliao coletiva entre docentes e discentes, num

ambiente de troca de experincias, acompanhando o desenvolvimento dos trabalhos

de concluso de curso em fase de elaborao.

Cabe ressaltar o contnuo aumento da produo intelectual no PPGARQ. Deve-

se considerar que h uma ascenso no volume anual: 2013 22 itens bibliogrficos e

108 itens tcnicos; 2014 35 itens bibliogrficos e 117 itens tcnicos; 2015 53 itens

bibliogrficos e 141 itens tcnicos; 2016 53 itens bibliogrficos e 252 itens tcnicos.

Entre 2013 e 2016 houve aumento de mais de 150% nos itens de produo

intelectual.

Apesar de se tratar de um mestrado profissional, cujo objetivo direto no a

formao para a docncia, 15% dos egressos foram aprovados em concursos de


docncia em Arquivologia, isto demonstra que o Programa est contribuindo com o

fortalecimento do ensino e da pesquisa na rea.

importante destacar ao final que o percentual de 53% das Comunicaes

apresentadas na V REPARQ 2017, realizada em Belo Horizonte, proveniente de

pesquisas concludas por docentes e discentes pertencentes ao Programa.

3.1 Perspectivas e Desafios

A partir dos resultados atingidos nesses cinco anos de implantao do

PPGARQ, pode-se identificar alguns desafios. Essa elaborao precisa ser orientada

pelos parmetros estabelecidos no Documento de rea e na Classificao da

Produo Tcnica da CAPES para a rea da Comunicao e Informao, alm da

Ficha de Avaliao Quadrienal (2013-2016) do Programa.

Recredenciamento do corpo docente.

O credenciamento e recredenciamento do corpo docente est definido na

norma aprovada pelo Colegiado do PPGARQ, em 10/12/2015. O primeiro

recredenciamento do corpo docente ser realizado em 2018, e dever ser repetido a

cada final do ciclo de avaliao da CAPES. A operacionalizao pode envolver uma

comisso designada e ser baseada nos critrios estabelecidos pela norma,

considerando a produtividade demonstrada no quadrinio passado, alm do

compromisso com os resultados a serem alcanados at o final do atual ciclo de

avaliao da CAPES;

Captao de recursos externos para o desenvolvimento de pesquisas.

A captao de recursos externos para o desenvolvimento de pesquisas j tem

sido feita por alguns docentes. O desafio manter uma identificao atualizada

desses projetos com algum financiamento e buscar a sua ampliao.

Equilbrio na distribuio de orientao entre os docentes permanentes.

O equilbrio na distribuio de orientao aponta para a necessidade

permanente de conscientizao dos professores e alunos sobre fatores de aderncia

temtica, docentes permanentes com o mnimo de duas orientaes em andamento e

expectativas dos envolvidos. A Coordenao do programa deve continuar

acompanhando esse processo de perto, inclusive a partir da disciplina Metodologia

cientfica.

A vinculao tcnica do corpo docente um indicador importante na

modalidade profissional. As parcerias do PPGARQ com instituies e servios


arquivsticos, desde sua implantao, tm sustentado o Programa com uma parcela

significativa desse perfil docente, fundamental no desenvolvimento de pesquisas

aplicadas. A dimenso de aplicabilidade nas pesquisas desenvolvidas dentro do

Programa evidente em uma proporo bastante significativa.

Nota-se a necessidade de ampliao do nmero de produo tcnica

qualificada de docentes e discentes, sobretudo, estudos tcnicos para

desenvolvimento de produtos e servios; estudos de apoio gesto; editoria de

peridico cientfico; organizao de evento cientfico internacional; cargos de direo

em entidades; participao em bancas de concurso pblico de docente; participao

em comit cientfico de evento; organizao de evento nacional; consultorias ou

assessorias; organizao e curadoria de exposies e mostras; coordenao de

sistemas de informao e sistemas de arquivos; coordenao de projetos e atividades

de divulgao cientfica; coordenao e editoria de sites; elaborao de polticas de

comunicao e de informao; conservao/restaurao de documentos;

coordenao de comisso acadmica; elaborao de manuais tcnicos, material

instrucional.

4 CONSIDERAES FINAIS

A rea de Comunicao e Informao, anteriormente denominada Cincias

Sociais Aplicadas I, compreende a Cincia da Informao, a Comunicao e a

Museologia, contando com programas de Ps-Graduao que abrangem, ainda, a

Arquivologia, a Biblioteconomia e o Jornalismo. Sua expanso nas ltimas dcadas

encontra suas referncias nas implicaes e demandas socioculturais

contemporneas envolvendo comunicao e informao. Essa constituio

interdisciplinar marca a organizao da rea.

Para a Capes, as caractersticas e as expectativas que se tem em relao

modalidade profissional configura uma tarefa de formao de profissionais altamente

qualificados, para alm da carreira de pesquisador e professor. Nesse sentido,

aproxima a pesquisa bsica de compreenso dos fenmenos aos problemas

concretos e inovao. uma dimenso da pesquisa cientfica em que a produo

tcnica expressa um dilogo com a prtica profissional.

A regulamentao da modalidade dos cursos de mestrado dirigidos formao

profissional foi iniciada na Portaria CAPES no 47, de 17 de outubro de 1995. A


Portaria Normativa/MEC No 17, de 28 de dezembro de 2009, definiu essa modalidade

de formao ps-graduada stricto sensu, destacando a possibilidade do trabalho de

concluso do curso em diferentes formatos. A implementao da modalidade dos

mestrados profissionais na rea uma experincia recente, a partir de 2011, e apenas

quatro cursos foram submetidos avaliao na quadrienal 2013-2016 (Gesto da

Informao - UDESC, Jornalismo - UFPB, Biblioteconomia - UNIRIO e Gesto de

Documentos e Arquivos - UNIRIO).

A avaliao quadrienal (2013-2016) manteve a nota mnima de todos

programas da modalidade na rea de Comunicao e Informao. Essa situao

configura uma oportunidade de trabalharmos no desenvolvimento dos indicadores de

qualidade dos profissionais.

No horizonte est, tambm, a modalidade do doutorado profissional, instituda

pela Portaria MEC no 389, de 23 de maro de 2017, com o objetivo de atender

demandas sociais, organizacionais e do mercado de trabalho, alm da construo

compartilhada de conhecimento para a sociedade por meio da soluo inovadora de

problemas. A modalidade de doutorado profissional precisa ser desenvolvida no

Documento de rea, na Ficha de Avaliao e na Classificao da Produo Tcnica,

dentro da rea da Comunicao e Informao.

Em um plano mais amplo, preciso atuar no acompanhamento e articulao

junto Coordenao da rea, considerando a permanente construo dos critrios de

avaliao a partir da comunidade; subsidiar o Coordenador da rea com informaes

sobre questes relativas modalidade profissional; promover a interlocuo entre os

coordenadores dos cursos profissionais da rea, visando a integrao e coerncia de

nossas aes diante da Capes, tendo em vista o fato da avaliao especfica dos

profissionais na rea ser nova e demandar a consolidao da cultura de avaliao

nessa modalidade.

REFERNCIAS COORDENAO DE APERFEIOAMENTO DE PESSOAL DO ENSINO SUPERIOR. Portaria n 47, de 17 de outubro de 1995. Determina a implantao na Capes de procedimentos apropriados recomendao, acompanhamento e avaliao de cursos de mestrado dirigidos formao profissional. Disponvel em: . Acesso em: 14 out. 2017.

http://www.imprensanacional.gov.br/


JARDIM, Jose Maria. A ps-graduao stricto sensu em Arquivologia no Brasil. In: Maria Teresa Navarro de Britto Mattos; Francisco Jos Pedoza Cunha; Alzira Queiroz Gondim Tude de S; Aurora Leonor Freixo. (Org.) Perfil, evoluo e perspectivas do ensino e da pesquisa em Arquivologia no Brasil.. 1ed.Salvador: Edufba, 2016. _________. O cenrio da ps-graduao stricto sensu em Arquivologia no Brasil. In: MATOS, Maria Teresa Navarro de Britto; CUNHA, Francisco Jos Arago Pedroza; S, Alzira Queirz Gondin Tude de; FREIXO, Aurora Leonor. (Org.) Perfil, evoluo e perspectivas do ensino e da pesquisa em Arquivologia no Brasil.. 1ed.Salvador: EdUFBA, 2015, v. , p.167-184. MARIZ, Anna Carla Almeida. Reformas curriculares do curso de Arquivologia da UNIRIO: reflexes e propostas. In: VENNCIO, R.; NASCIMENTO, A. (Org.) Universidades & Arquivos: gesto, ensino e pesquisa. Belo Horizonte: Escola de Cincia da Informao da UFMG, 2012. MINISTRIO DA EDUCAO. Portaria n 389, de 23 de maro de 2017. Dispe sobre o mestrado e doutorado profissional no mbito da ps-graduao stricto sensu. Disponvel em: . Acesso em: 14 out. 2017. _________. Portaria Normativa n 17, de 28 de dezembro de 2009. Dispe sobre o mestrado profissional no mbito da Fundao Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior - Capes. Disponvel em: www.imprensanacional.gov.br/ Acesso em: 14 out. 2017. SILVA, Eliezer Pires; ORRICO, Evelyn Goyannes Dill. O projeto da Associao dos Arquivistas Brasileiros para o campo arquivstico. Perspectivas em Cincia da Informao (Online), v. 20, p.85-100, 2015. Disponvel em: http://dx.doi.org/10.1590/1981-5344/1916 Acesso em: 14 out. 2017.

http://www.imprensanacional.gov.br/http://dx.doi.org/10.1590/1981-5344/1916


2

CURSOS DE ARQUIVOLOGIA NO BRASIL:

RUMO UMA HARMONIZAO CURRICULAR POSSVEL

Welder Antnio Silva

Cntia Aparecida Chagas Arreguy

Leandro Ribeiro Negreiros

1 INTRODUO

Ao longo dos ltimos anos, os autores:

1) 2010/2011 Criaram metodologia a ser utilizada pela Universidade Federal

de Minas Gerais (UFMG) para reformulao do currculo de Arquivologia;

2) 2012 Apresentaram a metodologia utilizada na UFMG e, em conjunto

com os pares da rea, decidiram pela anlise dos currculos dos cursos de

Arquivologia do pas, utilizando-se do primeiro procedimento metodolgico

da metodologia criada para a UFMG;

3) 2013 Apresentaram os resultados da anlise de todos os currculos de

Arquivologia do Brasil na III REPARQ;

4) 2015 Publicaram o artigo: "Influncias na estruturao de currculos de

Arquivologia: as configuraes acadmico-institucionais, o contexto

regional, o mercado laboral e o perfil docente";

5) 2015 Apresentaram os resultados da anlise de todos os currculos de

Arquivologia do Brasil relativos s configuraes acadmico-institucionais e

perfil docente, na IV REPARQ; e

6) 2017 Finalizaram a pesquisa com apresentao dos resultados da

finalizao da pesquisa "Rumo harmonizao possvel...", na V REPARQ.

O presente artigo, consequncia da apresentao realizada em novembro de

2017, em Belo Horizonte, na V Reunio Brasileira de Ensino e Pesquisa em

Arquivologia (REPARQ), tem por objetivo apresentar os resultados da verificao de

como a metodologia e a pesquisa realizada no mbito das REPARQ (ARREGUY,

NEGREIROS; SILVA, 2012; 2013; 2015) contriburam para as reformulaes e

estruturaes curriculares dos cursos de Arquivologia no pas.

Optou-se por apresentar o questionrio utilizado na pesquisa medida que os

resultados fossem analisados, analisando-se os impactos: do perfil docente no

currculo; da configurao acadmico-institucional; da metodologia nas modificaes


implementadas nas matrizes curriculares; e da metodologia para reestruturao

curricular.

2 RESULTADOS

No dia 16 de maio de 2017, foi encaminhado e-mail com o link para o

questionrio da pesquisa para os 16 coordenadores dos cursos de Arquivologia

existentes no Brasil. Nos meses seguintes, os coordenadores foram respondendo e

alguns deles retornaram informando que no eram mais coordenadores de curso e

passando o contato do coordenador ou encaminharam o link para os respectivos

coordenadores. Do total de 16 cursos, entre os dias 23 de maio e 16 de outubro de

2017, foram recebidos 15 respostas que foram analisadas e os resultados so

apresentados a seguir.

2.1 Anlise dos impactos do perfil docente no Currculo

Uma questo importante que se procurou compreender nessa etapa da

pesquisa foi o impacto do perfil docente no currculo ministrado em sala de aula, ou

melhor, como a viso dos coordenadores de cursos relativamente a esse impacto.

Para tanto, foi apresentada a seguinte questo:

Como o perfil dos docentes que ministram atualmente disciplinas no curso

de Arquivologia? De que maneira essas caractersticas dos docentes impactam no

currculo de Arquivologia ministrado em sala de aula?

A ideia com essa pergunta foi permitir que o coordenador discorresse sobre

os aspectos considerados por ele como mais importantes no que tange ao perfil dos

docentes de seu curso e os relacionasse com o currculo implementado em sala de

aula. Destaca-se que vrios coordenadores enviaram dados quantitativos e

qualitativos dos docentes, contudo tais dados no foram analisados nesse momento,

pois tal anlise foi feita em etapa anterior da pesquisa1.

1 SILVA, ARREGUY, NEGREIROS (2016).


No que diz respeito ao impacto ou no do perfil docente no currculo, 13 dos

15 coordenadores informaram que o perfil do docente tem sim impacto no currculo

implementado em sala de aula, sendo que um deles tratou da vinculao dos

professores a departamentos externos unidade como impactante no que tange ao

envolvimento do docente com o curso. Muito embora no se trate de aspecto relativo

formao ou experincia do docente esse aspecto foi considerado pelo

respondente. Um curso informou no ter sido feita essa anlise e outro curso no

respondeu diretamente a essa pergunta, somente apresentando os dados dos

docentes vinculados ao curso.

Os programas de ps-graduao aparecem de forma destacada nas

respostas: 11 cursos informam sobre programas de ps-graduao e sobre a

participao dos docentes nesses programas. Dois coordenadores afirmam que

participao dos docentes em programas de ps-graduao influencia no currculo

ministrado em sala de aula. Um cita ps-graduao Lato sensu, sem, contudo, citar

seu impacto. Um coordenador afirma que o programa de ps-graduao afetar o

perfil dos futuros docentes do curso.

Outro aspecto recorrente nas respostas relacionado formao no nvel de

graduao dos docentes. Dos 15 respondentes, seis informaram ter mais docentes

graduados em Arquivologia do que em outras reas. Oito cursos tm mais docentes

graduados em outras reas e um curso no informou sobre essa relao.

Em relao ao impacto dessa graduao no currculo, sete cursos apontaram

como impactante para o curso a formao em arquivologia (6) ou a falta dela (1). Os

outros oito cursos no trataram desse impacto (Grfico 1). Entre aqueles que no

trataram desse impacto, h um curso que informou ter mais docentes graduados em

Arquivologia.


GRFICO 1 - Impacto da graduao em Arquivologia ou da falta dela

Fonte: Dados da pesquisa.

2.2 Anlise dos impactos da configurao acadmico-institucional

O segundo aspecto que se procurou compreender foi a viso dos

coordenadores em relao influncia da configurao acadmico-institucional no

currculo implementado. Foi feita a seguinte pergunta:

Como a configurao acadmico-institucional influenciou e influencia no

currculo de Arquivologia implementado?

Na resposta a essa pergunta, alguns cursos forneceram informaes

detalhadas da configurao acadmico-institucional, contudo no foi possvel

realizar novamente a anlise dessas informaes, embora sejam bastante

relevantes, pois essa anlise tambm foi feita em etapa anterior da pesquisa2. Na

etapa atual da pesquisa, consideraram-se apenas as informaes referentes

influncia de tais configuraes nos currculos.

Observou-se que, mesmo no tratando diretamente da influncia de

determinados fatores, os cursos apresentaram informaes sobre diversos aspectos,

denotando o fato de os considerarem como fatores de influncia. Os fatores citados

so apresentados no Quadro 1.

2 Idem p.3.


QUADRO 1 - Fatores citados pelos coordenadores

Fator citado Nmero

Biblioteca 7

Laboratrios de informtica 5

Oportunidade de estgio e emprego na regio 5

Proximidade com instituies arquivsticas 5

Associativismo 5

Outros laboratrios 4

Curso de ps-graduao 4

Peridico 4

Infraestrutura do prdio em geral 3


Ao tratar diretamente de influncia, a aproximao com outras reas do

conhecimento aparece em destaque. A aproximao com a biblioteconomia

tratada como fator de influncia por sete dos 15 coordenadores, conforme Grfico 2.

GRFICO 2 Influncia ou aproximao com a Biblioteconomia.


Entre os sete cursos que informaram haver influncia da Biblioteconomia:

quatro esto passando por reviso curricular, tendendo a um distanciamento dessa

rea e a uma maior especializao; um curso est passando pelo mesmo processo,

contudo a tendncia dessa reestruturao uma maior aproximao com a

Biblioteconomia; outro curso, tambm em processo de reestruturao curricular, no

deixou clara a tendncia (especializao ou aproximao), mas, ao que parece est

tendendo especializao; um desses cursos que informaram haver influncia da

Biblioteconomia no tratou na resposta de reviso curricular.


Aparece tambm entre as respostas a influncia ou aproximao com outras

reas. Dois cursos tiveram uma aproximao inicial com a Histria. Um curso tem

uma aproximao com a Cincia da Informao e outro curso tem uma aproximao

com a Administrao e com o Direito.

A aproximao com outras reas do conhecimento um aspecto

extremamente relevante na constituio do currculo. Tal aproximao acontece pela

prpria constituio inicial do curso. Muitos cursos de Arquivologia surgiram em

escolas onde havia inicialmente um curso de Biblioteconomia e o corpo docente

dessa rea foi responsvel pela elaborao dos primeiros projetos poltico-

pedaggicos e da prpria matriz curricular do curso de Arquivologia. A tendncia

maior especializao nesses contextos parece acontecer de modo natural quando

da constituio do corpo docente prprio da rea. A tendncia aproximao com

outras reas, como a apresentada com a Biblioteconomia tambm fruto de um

processo prprio de amadurecimento do curso em questo, que se afastou da

Histria, disciplina com quem mantinha uma relao mais prxima devido ao seu

contexto de criao. Enfim, no se trata de negar ou demonizar a influncia de

outras reas. A Arquivologia precisa do aporte de conhecimentos de vrias reas,

entre elas a Biblioteconomia, a Cincia da Informao, o Direito e a Administrao.

Alm disso, aproveitar a capacidade j instalada na unidade que abriga o curso

aspecto estratgico, cooperar e dialogar de modo respeitoso com outras reas sem

perder a identidade enquanto rea do conhecimento denota amadurecimento.

2.3 Anlise dos impactos da metodologia nas modificaes implementadas

nas matrizes curriculares

Foram encaminhadas aos coordenadores de cursos duas questes relativas a

possveis mudanas realizadas nas matrizes curriculares nos ltimos anos. As

perguntas foram as seguintes:

Houve alguma alterao curricular no curso de Arquivologia que tenha

modificado a frequncia dos contedos especficos ministrados, seja em disciplinas

obrigatrias ou optativas?


Houve alguma alterao curricular no curso de Arquivologia que tenha

modificado a frequncia dos contedos interdisciplinares ministrados, seja em

disciplinas obrigatrias ou optativas?

Quanto a alteraes curriculares que tenham modificado a frequncia dos

contedos especficos ministrados, seis cursos responderam que sim, houve

alteraes, e 9 responderam que no. Por sua vez quando perguntado se houve

alguma alterao curricular que tenha modificado a frequncia dos contedos

interdisciplinares ministrados, cinco cursos disseram que sim e dez disseram que

no. Em relao s modificaes e aes realizadas no mbito dos cursos que

responderam sim (na primeira questo e/ou na segunda), foi possvel observar o

seguinte quadro geral:

a) criao disciplinas (obrigatrias e optativas);

b) extino do um ncleo comum (biblioteconomia/cincia da informao,

arquivologia e museologia);

c) criao de um ncleo comum (biblioteconomia/cincia da informao) e

um ncleo especfico (arquivologia);

d) equilbrio entre contedos especficos e interdisciplinares (obrigatrios e

optativos);

e) reviso de nomes de disciplinas (associados s funes arquivsticas,

sendo menos genricos e mais especficos);

f) reviso de ementas;

g) transformao de disciplinas obrigatrias em optativas, e vice-versa;

h) reviso da ordem da oferta das disciplinas;

i) debate acerca da necessidade de pr-requisitos;

j) incluso de contedos atuais para acompanhar as tendncias de ensino,

pesquisa e extenso em Arquivologia; e

k) incluso de contedos atuais para atender s novas demandas do

mercado de trabalho.

Em se tratando dos contedos especficos, foram citadas a criao de

disciplinas abrangendo as seguintes temticas: Legislao arquivstica; Patrimnio

arquivstico; Gesto de projetos arquivsticos; Funes arquivsticas e prticas de

gesto de documentos; Gesto de documentos; Funes arquivsticas

(classificao, avaliao e descrio); Prticas de gesto de documentos aplicadas


aos arquivos especiais; Prticas de gesto de documentos aplicadas aos arquivos

especializados; Aplicao de contedos interdisciplinares na Arquivologia

(Informtica, tica, Direito, Histria, Cincia da Informao, Estatstica, Segurana

do trabalho).

Quanto aos contedos interdisciplinares, foram citadas a criao de

disciplinas relacionadas aos seguintes domnios/reas:

a) Direito - pblico e privado, eletrnico;

b) Administrao - fundamentos, empreendedorismo, organizao, sistemas

e mtodos, gesto da qualidade, planejamento estratgico;

c) Cincia da Informao e Biblioteconomia - fundamentos, arquitetura da

informao, teoria da informao, fontes de informao, organizao do

conhecimento, sociedade da informao, recuperao da informao,

representao temtica, representao descritiva, competncia

informacional, estudos mtricos da informao, marketing da informao;

d) Informtica - banco de dados, recursos web, gesto de tecnologias,

acessibilidade e incluso digital, preservao digital;

e) Lgica;

f) Leitura e produo de textos;

g) Histria - Brasil contemporneo; e

h) Comunicao - libras, comunicao organizacional.

importante tecer alguns comentrios em relao s modificaes/aes

relativas criao e extino de um ncleo comum.

Um curso informou que uma das modificaes realizadas foi a extino do

ncleo (Biblioteconomia/Cincia da Informao, Arquivologia e Museologia)

existente, tendo como referncias os estudos, metodologias e consideraes

realizadas no mbito da REPARQ. Tal mudana aconteceu mediante dois

movimentos: I Em relao s disciplinas e matriz curricular e II Em relao ao

perfil docente.

Quanto s disciplinas e matriz curricular foram efetuadas as seguintes

aes:

a) criao ou extino de disciplinas;

b) equilbrio entre contedos especficos e interdisciplinares (obrigatrios e

optativos);

c) reviso de nomes de disciplinas (associados s funes arquivsticas);


d) reviso de ementas;

e) transformao de disciplinas obrigatrias em optativas, e vice-versa;

f) reviso da ordem da oferta das disciplinas;

g) debate acerca da necessidade de pr-requisitos;

h) incluso de contedos atuais para acompanhar as tendncias de ensino,

pesquisa e extenso em Arquivologia; e

i) incluso de contedos atuais para atender s novas demandas do

mercado de trabalho.

Quanto ao perfil docente, as aes foram as seguintes:

a) reaproveitamento de recursos humanos (de conhecimento e/ou

expertise); e

b) incentivo atualizao e contratao de novos docentes com perfis

especficos.

Por outro lado, dois cursos informaram que entre as mudanas curriculares

por eles implementadas destaca-se a criao de um ncleo comum

(Biblioteconomia/Cincia da informao) e um ncleo especfico (Arquivologia). Em

um dos casos, as disciplinas do ncleo comum so ministradas nos primeiros quatro

semestres, sendo consideradas disciplinas interdisciplinares, preparatrias que so

vinculadas Biblioteconomia/Cincia da Informao; por sua vez as disciplinas do

ncleo especfico so ministradas nos ltimos quatro semestres. Como se percebe,

no curso em questo, o contato do discente com os contedos especficos da

Arquivologia s acontece depois da metade do curso. No segundo caso, as

disciplinas do ncleo comum tambm esto concentradas nos primeiros quatro

semestres. Porm o discente tem um contato restrito com Arquivologia nestes

primeiros quatro semestres, quando oferecida, por semestre, uma nica disciplina

de 60 horas com contedos especficos ou duas de 30 horas.

Sobre os dois cenrios apresentados acima, importante colocarmos em

pauta os seguintes questionamentos: Um ncleo comum que contempla metade do

curso adequado? Um curso de graduao em Arquivologia tem como finalidade (1)

formar bacharis em Arquivologia ou (2) formar profissionais de informao com

habilitao/especializao em Arquivologia? Isso um reflexo da institucionalizao

e do desenvolvimento da Arquivologia brasileira? Trata-se de um reaproveitamento

de recursos (perfil dos professores e da instituio, por exemplo)? Diante de tais


questionamentos importante considerar que: no ter um ncleo comum, no

significa formar profissionais que no dialoguem com as outras reas.

2.4 Anlises dos impactos da metodologia para reestruturao curricular

A parte final do questionrio procurou primeiramente identificar com os

coordenadores o impacto da pesquisa sobre harmonizao curricular e as

discusses estabelecidas no mbito das reunies da REPARQ em seus locais de

atuao. As perguntas foram as seguintes:

As discusses estabelecidas no mbito das reunies da REPARQ e a

pesquisa sobre harmonizao curricular foram, em algum momento, subsdio para

as alteraes curriculares (se houver) ou para anlise do currculo existente?

A metodologia para reestruturao curricular e as categorias de anlise

foram base para alguma discusso na instituio sobre o currculo existente ou

sobre alguma

De maneira geral, fica evidente a importncia das discusses nas REPARQs

acerca do tema. Das 15 respostas recebidas, 11 afirmaram que as discusses

estabelecidas no mbito das reunies da REPARQ e a pesquisa sobre

harmonizao curricular foram, em algum momento, subsdio para as alteraes

curriculares ou para anlise do currculo existente. Neste ponto fique claro no

se tratava de aplicar efetivamente a metodologia, mas de utilizar os resultados e os

temas abordados nas reunies como mote para as discusses locais.

As instituies aproveitaram as discusses e a pesquisa da seguinte maneira:

a) entendimento e compreenso das outras realidades existentes;

b) utilizao dos dados para fomentar as reunies nas unidades de ensino;

c) utilizao dos dados como comparao com as outras realidades

existentes;

d) avaliao da empregabilidade dos egressos;

e) anlise e definio do perfil do egresso desejado;

f) sistematizao de dados para apresentao a outras instncias da

universidade como justificativa de novas vagas para professor com

formao especfica.


possvel afirmar, portanto, que as contribuies das discusses no mbito

da REPARQ e da metodologia passam pela compreenso das realidades brasileiras

dos cursos de Arquivologia; caminham em direo de uma reflexo da realidade

local, tanto sobre a formao quanto sobre as reais necessidades do mercado; e

terminam em uma utilizao mais administrativa e estratgica.

Embora tenha contribudo, a metodologia, de maneira geral, no foi aplicada

(ou reaplicada) internamente nas unidades de ensino, com exceo da Universidade

Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A no utilizao da metodologia pode estar

vinculada ao fato de que foram os prprios cursos os fornecedores dos dados e as

anlises, dessa maneira, ficaram confiveis e j puderam ser utilizadas ou os cursos

no apreenderam a metodologia a ponto de aplicarem novamente em uma

perspectiva mais local.

Somente um curso afirmou que a metodologia foi reaplicada para

sistematizao e anlise dos dados. Nos demais casos utilizados (trs outros cursos

afirmaram ter utilizado) a metodologia (mais precisamente os resultados

apresentados pela pesquisa) s mostraram que havia necessidade de alguma ao

com relao ao currculo implementado, ou seja, no houve nova aplicao, mas

utilizao dos dados e anlises da pesquisa.

Em um segundo momento, procurou-se identificar cursos que tivessem

passado por alteraes curriculares e que estivessem interessados em nova

avaliao e, principalmente, buscou-se levantar o entendimento sobre

harmonizao curricular que se tinha construdo ao longo dos ltimos anos da

pesquisa. As perguntas, neste ponto, eram as seguintes:

Caso tenha havido alguma alterao no currculo, o curso estaria interessado

em nova categorizao?

Na sua opinio, o que harmonizao curricular? Essa harmonizao

curricular seria possvel no contexto dos currculos de Arquivologia existentes hoje

no Brasil

Sobre a necessidade de nova aplicao da metodologia, apenas trs

instituies se interessaram pelos dados; duas delas no responderam e outras sete

disseram no haver necessidade.


Com relao resposta sobre a expresso harmonizao curricular, o termo

harmonizao foi definido por alguns coordenadores e as palavras abaixo so as

recorrentes nas definies individuais:

a) ajuste;

b) consenso;

c) acordo;

d) aproximao;

e) alinhamento;

f) dilogo;

g) base.

Os termos sugerem, mais que uma definio objetiva e fechada de

harmonizao, um processo de compreenso e dilogo pela/para a rea. A definio

representa um movimento construdo nos encontros das REPARQs.

Por outro lado, quando os coordenadores mencionavam o que no era

harmonizao, os termos recorrentes foram:

a) homogeinizao;

b) padronizao.

Parece haver certo consenso no entendimento de que no possvel ter um

mesmo currculo de Arquivologia ministrado no pas inteiro. Se por um lado, essa

prtica facilitaria a mobilidade de discentes, por outro, ela negligenciaria uma srie

de questes locais e estruturais de cada instituio de ensino.

Das respostas recolhidas, como objetivos da harmonizao curricular, as

respostas sugerem:

a) garantir mobilidade dos discentes;

b) criar linhas de formao na rea;

c) formar identidade da Arquivologia brasileira.

Pelas respostas, a viso mais restrita importante, mas muito vinculada

prtica sobre harmonizao, que mobilizou em 2011 a pesquisa no mbito da

REPARQ, e que se referia mobilizao de alunos entre os cursos pelo pas, deu

lugar ou foi acrescida de duas importantes consideraes: que quando discutimos

harmonizao curricular estamos, de maneira mais ampliada, identificando que

caminhos de formao as universidades podem trilhar na Arquivologia e,

consequentemente, criar um identidade prpria, que podemos chamar de


identidade do locus de formao em Arquivologia e, alm e de uma maneira geral,

definir caractersticas do ensino de Arquivologia no Brasil.

Um aluno pode optar por uma formao mais voltada tecnologia, no sul do

pas, por exemplo, mas ele sabe que, de maneira geral, no Brasil, todos os cursos

de Arquivologia tm disciplinas voltadas gesto de documentos, estruturadas pelas

atividades da profisso: descrio, classificao, avaliao etc.

Fica claro, que a harmonizao parte do entendimento do locus de ensino,

principalmente no que se refere a otimizao e aproveitamentos dos recursos da

unidade de ensino, mas que precisa estar conectada com as caractersticas gerais

nacionais.

A mobilidade parece ser uma deciso do discente, que ter que arcar com as

suas consequncias, pois ao optar pela mudana de unidade de ensino ele ter que

compreender e se adaptar ao caminho de formao trilhado pela instituio.

Por outro lado, o conhecimento das caractersticas prprias de cada curso de

Arquivologia espalhado pelo pas, das linhas de formao possveis e da identidade

da Arquivologia no Brasil, minimizou a ansiedade inicial de que Arquivologia

estvamos ensinando e praticando no pas.

Por fim, a implementao da harmonizao curricular no vista com olhos

muito otimistas. Os respondentes percebem que h uma dificuldade de

implementao devido s diferenas e contextos locais, principalmente no que se

refere s configuraes acadmico-institucionais. Muitos coordenadores tm

dificuldade de enxergar a implementao na prtica, a no ser em contedo muito

especficos (como gesto de documentos e arquivos permanentes, por exemplo) e,

nesses casos, mais na definio das ementas.

Por fim, uma ltima questo procurou saber como, na viso do coordenador,

foi ter o currculo de Arquivologia da sua instituio conhecido por todo o pas e

como foi a experincia de conhecer com mais detalhes os demais currculos

existentes. Para os coordenadores, os benefcios encontrados foram:

a) avaliar comparativamente os currculos de Arquivologia existentes;

b) estimular a discusso coletiva e possibilitar a troca de vises sobre a

formao de Arquivologia no pas;

c) aperfeioar e realizar alteraes nos currculos implementados;

d) inspirar uma uniformizao do ensino e adequar linhas de pesquisas;


e) pensar de uma forma mais harmnica a formao e a relao

professor/aluno;

f) compreender que no h um currculo ideal a ser buscado e que no h

curso melhor ou pior;

g) compreender que os cursos se configuram em funo de seu contexto e

qualquer proposta de reestruturao curricular tem que ser pautada pelas

possibilidades que esse contexto oferece;

h) servir de subsdios para estudos, discusses e prticas de ensino de

Arquivologia e, at mesmo, de outras reas do conhecimento;

i) verificar coletivamente as falhas e as potencialidades de cada curso;

j) proporcionar uma anlise pormenorizada de cada currculo e,

consequentemente, uma anlise crtica por parte dos demais professores

e pesquisadores;

k) compreender e pensar sobre o desenvolvimento da Arquivologia no

Brasil.

3 CONSIDERAES FINAIS

O fechamento dessa pesquisa que se iniciou em 2010 traz algumas

respostas, sem contudo trazer certezas ou modelos. Conforme foi observado ao

longo do trabalho e tambm expresso por coordenadores de cursos, no se

harmoniza homogeneizando.

O retrato da Arquivologia brasileira produzido pela pesquisa mostra quem

somos, considerando nossa diversidade expressa nas especificidades de cada

curso, reflexo das diferentes configuraes acadmico-institucionais, dos diferentes

perfis docentes, dos contextos regionais e do mercado laboral. A utilizao da

metodologia para fins de reestruturao curricular uma possvel contribuio.

Contudo a riqueza das discusses produzidas ao longo das REPARQs nos tornou a

todos mais conscientes da importncia de colaborarmos na construo da

Arquivologia no Brasil e nos mostrou que isso possvel.

A rea conta hoje com um mapeamento pormenorizado dos cursos

espalhados pelo pas, construdo por meio de uma metodologia participativa que

envolveu coordenadores de todos os cursos. A construo das categorias de

anlise, refinada coletivamente durante o 5 Congresso Nacional de Arquivologia,


em Salvador, em 2012, constituiu-se em uma importante contribuio. Sem o

envolvimento e a confiana dos coordenadores e docentes dos cursos, o trabalho

no teria o impacto que teve.

Ao longo da pesquisa, crticas dos pares fizeram o trabalho crescer e ganhar

corpo. Da mesma maneira que nunca se pretendeu trazer uma resposta ou uma

prescrio para um modelo de currculo ou de curso ideal, a metodologia no

pretende trazer uma palavra final. O caminho construdo talvez tenha sido mais

importante que os resultados obtidos. A cooperao que se estabeleceu ao longo

desses anos deve ser o legado desse trabalho. A Arquivologia brasileira tem grande

potencial de desenvolvimento com base na cooperao entre diversos: os diversos

cursos, as diversas regies, as diversas formaes de seus docentes.

A metodologia e os resultados agora so da comunidade e aguardam, a partir

de novos olhares, novas leituras e interpretaes, crticas e sua prpria

reconstruo.

REFERNCIAS

ARREGUY, C. A. C.; NEGREIROS, L. R.; SILVA, W. A. Metodologia para anlise,

avaliao e reestruturao curricular de cursos de Arquivologia: a experincia do

curso de Arquivologia da Escola de Cincia da Informao da Universidade Federal

de Minas Gerais. In: CONGRESSO NACIONAL DE ARQUIVOLOGIA, 5., Salvador,

2012. Anais... Salvador, 2012. Disponvel em:

. Acesso em: 10 jan. 2018.

_________. Da Arquivologia que fazemos para a Arquivologia que queremos:

mapeamento dos currculos dos cursos de Arquivologia no Brasil. In: REUNIO

BRASILEIRA DE ENSINO E PESQUISA EM ARQUIVOLOGIA, 3., Salvador, 2013.

Anais... Salvador, 2013.

_________. Influncias na estruturao de currculos de Arquivologia: as

configuraes acadmico-institucionais, o contexto regional, o mercado laboral e o

perfil docente. Perspectivas em Cincia da Informao, v. 20, n. 2, p. 172-197,

2015.

SILVA, W. A.; ARREGUY, C. A. C.; NEGREIROS, L. R. Harmonizao curricular:

anlise das configuraes acadmico-institucionais e do perfil docente dos cursos de

Arquivologia do Brasil. In: NEVES, Dulce Amlia de Brito; ROCHA, Maria Meriane

Vieira; SILVA, Patrcia (Orgs.). Cartografia da pesquisa e ensino da Arquivologia

no Brasil: IV REPARQ. Joo Pessoa: Editora UFPB, 2016.


3

PROSPECO DOS ARQUIVOS:

FUTURO DA ARQUIVOLOGIA

Daniel Flores

Graziella C

1 INTRODUO

O senso comum tem a ideia de que arquivos constituem-se em depsitos

interminveis de documentos em suporte papel, concepo essa que advm do fato

de que os documentos durante muito tempo tiveram como suporte apenas o papel.

A histria dos arquivos est muito ligada histria da sociedade, existindo desde as

primeiras civilizaes. Como exemplo disso, podemos lembrar que em Roma o

direito e a importncia da escrita imprimiram relevncia instituio arquivo. O

Estado Moderno e a centralizao do poder possibilitou a criao de grandes

arquivos notariais com finalidade jurdica e/ou administrativa. Por sua vez, a

Revoluo Francesa trouxe a abertura dos arquivos, em que o cidado tinha a

possibilidade de consultar as informaes administrativas, e alm disso o arquivo

tinha aspectos vinculados identidade nacional. Logo aps a Segunda Guerra

Mundial a exploso documental trouxe a perspectiva de arquivos administrativos na

iniciativa privada e pblica.

A sociedade, o meio inserido, a cultura, a economia, entre outros fatores

influenciam a formao e o pensar dos arquivos, pois segundo Terry Eastwood

(1993, p.27 apud COOK, 2001) preciso entender o meio poltico, econmico,

so

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Ensino e pesquisa em arquivologia - vreparq.eci.ufmg.brvreparq.eci.ufmg.br/wp-content/uploads/2018/10/Ensino-e-pesquisa... · Subcoordenadora: Cintia Aparecida Chagas Arreguy Alessandro