Upload
others
View
4
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
O caso prático da agricultura: Perímetro de Rega do Vale do Sorraia
Auditório do IPQ, Caparica | 29 Maio 2013
Encontro Técnico Poluição difusa – desafios para o futuro
José Nuncio
2
Definição
POLUIÇÃO DIFUSA Directiva 91/676/CEE de 12-12-1991 “áreas que drenam para as águas poluídas ou susceptíveis de serem poluídas por nitratos e onde se pratiquem actividades agrícolas que possam contribuir para a poluição das mesmas”
Factos: • 20% do País não coberto por ETAR’s • 47% funcionam deficientemente – concentram nitratos e outros componentes químicos
que são lançados para as linhas de água
• milhares de casas não ligadas à rede de saneamento – lançam directamente ou através de fossas, nitratos e outros componentes químicos no meio hídrico
• Problemática do tratamento de efluentes industriais, pecuários, aterros sanitários e lixeiras abandonadas
Dados ERSAR, APA e Inspecção-Geral do Ambiente
Necessário clarificar e identificar as origens dos nitratos
Criam-se restrições e são impostos limites aos agricultores quando a origem de nitratos poderá ser outra
Atribuição normalizada ao sector agrícola
Caso prático do Perímetro de Rega do Vale do Sorraia
7.836 km2 Bacia hidrográfica Sorraia e Magos
Área de influência – 16.365 ha
Distritos: • Portalegre – Ponte de Sôr e Avis • Évora – Mora • Santarém – Coruche, Salvaterra de Magos e Benavente
Gestão pela ARBVS desde 1959
GESTÃO E EXPLORAÇÃO DE RECURSOS
Barragem Maranhão Capacidade Total: 205,4 x 106 m3
Capacidade Útil: 180,9 x 106 m3
Central Hidroeléctrica: 7500 kWA
Barragem Montargil Capacidade Total: 164,3 x 106 m3
Capacidade Útil: 142,7 x 106 m3
Central Hidroeléctrica: 4000 kWA
Barragem Magos Capacidade Total: 3,38 x 106 m3
Capacidade Útil: 3,2 x 106 m3
Açude Gameiro Central Hidroeléctrica: 1,36 0 kWA
Açude Furadouro
Caso prático do Perímetro de Rega do Vale do Sorraia
FORNECIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA REDE DE DISTRIBUIÇÃO (383 km) • Canais condutores – 112,9 km • Distribuidores – 98,5 km • Regadeiras – 171,6 km
Caso prático do Perímetro de Rega do Vale do Sorraia
Gestão / Televigilância
Caso prático do Perímetro de Rega do Vale do Sorraia
FORNECIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA
7
FORNECIMENTO E DISTRIBUIÇÃO
DE ÁGUA
- Agricultura e indústria
Caso prático do Perímetro de Rega do Vale do Sorraia
8
FORNECIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA
Principais Culturas Milho, Arroz e Tomate. Outras Culturas C. Arvenses, Beterraba, Batata, Forragens e outras de menor importância
Caso prático do Perímetro de Rega do Vale do Sorraia
CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA
Monitorização da qualidade da água
Caso prático do Perímetro de Rega do Vale do Sorraia
LOCAIS: canais, rios e albufeiras
pH, salinidade, fosfatos e nitratos
14 locais de amostragem
PERIODICIDADE: quinzenal durante a campanha de rega (Abril a Outubro)
LQARS ARBVS
Caso prático do Perímetro de Rega do Vale do Sorraia
CAMPANHA DE REGA 2012
Máximos: - nitratos 4,5 mg/l - fosfatos 11,3 mg/l
Caso prático do Perímetro de Rega do Vale do Sorraia
CAMPANHA DE REGA 2012
Máximos: - CE 1400 µS/cm CUNHA SALINA pH médio 7,7
Caso prático do Perímetro de Rega do Vale do Sorraia
ESTUDO UNL – Campanha de Rega 2000 Evolução do teor de nitratos e fosfatos, nas águas superficiais e subterrâneas, no perímetro de rega do Vale do Sorraia
Conclusões: as práticas agrícolas e o tipo de fertilização usado não tiveram influência negativa, significativa, na qualidade das águas superficiais e subterrâneas da região em estudo
Valores mais elevados: - nitratos 20,2 mg/l - fosfatos 1,2mg/l pH aprox. 7
Caso prático do Perímetro de Rega do Vale do Sorraia
MONITORIZAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA
Evolução anual LQARS
Caso prático do Perímetro de Rega do Vale do Sorraia
ZONA VULNERÁVEL DO TEJO Ocupação do solo
CORINE Land Cover 2000 e 2006, PGRH Tejo
SISTEMAS AQUÍFEROS Aluviões do Tejo Bacia Tejo/Sado Margem Esquerda
2.416,86 km2
Caso prático do Perímetro de Rega do Vale do Sorraia
ZONA VULNERÁVEL DO TEJO Zona extensa de regadio do Sorraia (16.300 ha) não apresenta pressão significativa sobre os recursos hídricos
Qualidade da água (Nitratos)/ evolução 4 pontos mais graves dos 15 pontos na zona de amostragem
Tendência de
descida
16
Zonas Vulneráveis
Programa de acção Portaria 259/2012 A localização da exploração agrícola em Zona Vulnerável obriga a: • Cumprir o Código de Boas Práticas Agrícolas
• Preencher uma ficha de registo de fertilização, com base no plano de fertilização, por
cultura e por parcela ou parcelas homogéneas, o qual é efectuado tendo por base a
produção esperada e os resultados das análises de terra, da água de rega e foliares (culturas
arbóreas e arbustivas)
• Preencher um plano de gestão de efluentes pecuário (armazenamento, lavagens) caso
tenha exploração pecuária.
• Aplicação de determinados tipos de fertilizantes só em determinadas épocas
• Limita as quantidades de azoto a aplicar às culturas
• Limitações às culturas e às práticas agrícolas
• Limitações nas áreas declivosas
• ...
Caso prático do Perímetro de Rega do Vale do Sorraia
PGRH Tejo, 2013 Estudo piloto da bacia do Sorraia “Verificam-se sinais de contaminação dos recursos hídricos por nitratos e fósforo ... com origem no sector urbano, agropecuário e agrícola”
“Associa-se esta poluição à inexistência de sistemas de tratamento de águas residuais urbanas e às escorrências de zonas agrícolas e florestais.”
ZONA VULNERÁVEL DO TEJO
Necessário clarificar e identificar as origens dos nitratos
Devido aos parâmetros NO3 e NH4 (58,2 mg/l e 1,6 mg/l) Condutividade eléctrica e SO4 apresentam tendência de subida
Projecto de Intervenção Gestão Ambiental e
Requalificação de Sistemas Fluviais no Vale do Sorraia
Caso prático do Perímetro de Rega do Vale do Sorraia
DESAFIOS FUTUROS
19
Objectivo Gestão mais eficiente e sustentável dos recursos hídricos na Bacia Hidrográfica do Sorraia
Caso prático do Perímetro de Rega do Vale do Sorraia
CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA
Estudo Reutilização de efluentes tratados de ETAR e ETARI
no perímetro de rega
Reutilizar efluentes tratados por incorporação em canais de rega
Reduzir o caudal de efluentes para o meio hídrico
Aproveitar o valor fertilizante dos efluentes tratados para as culturas
Criar metodologia de trabalho que incentive a reutilização de efluentes para rega
20
Plano de trabalho 5 ETAR’s e 2 ETARI’s na envolvente da Obra de Rega – caracterização Monitorização qualitativa e quantitativa dos efluentes tratados descarregados
Desenvolver metodologia para reutilização dos efluentes
Caso prático do Perímetro de Rega do Vale do Sorraia
Estudo Reutilização de efluentes
A incorporação dos efluentes tratados nos canais de rega não provocará alteração significativa da qualidade da água de rega •São vários os benefícios ambientais associados
• Há que ter em conta as vertentes ambiental e económica
Conclusões
ETAR’s
Mora
Salvaterra de Magos
Coruche Cerrado de Águas
Fluviário de Mora ETARI’s
Idal
Sopragol
21
Caso prático do Perímetro de Rega do Vale do Sorraia
Poderá ser viável a execução deste tipo de projectos, noutros perímetros de rega, dada
a versatilidade da metodologia de trabalho seguida
População: 2800 hab.
Produção de efluentes: 157 l/hab/d
Área de regadio: 10 ha Capacidade de fornecimento de
água da obra: 1,7 l/s/ha
Reutilização de efluentes
DESAFIOS FUTUROS