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Folha de S.Paulo
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negóciosclassificados
┆ ┆ ┆ Domingo, 2 DE outubro DE 2011 1
no versoempregos
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06páginas204anúncios
Índice5 Empresas compra e venda
Franquias/repres. e sociedades
Empresas/inst./ prod. e serviços
Máquinas, equip. emotores
Agências de aproximação
Alim. / eventos / festas / bufês
Antigüidades / coleções
Aulas e cursos
Comunicados
Créditos e serviços financeiros
Detetives
Diversos
6 Esoterismo
Informática
Leilões
Mensagens religiosas
Náutica / aeronáutica
Objetos de arte / jóias
Profissionais liberais
Recados pessoais
Serviços funerários
Transp. / entregas /mudanças
Acompanhantes
Clínicas demassagem
Livraria
“ESQUECIDOS”Personagens dedesenhos voltamao mercadoPág. 4 h
camilamendonçade são paulo
Negóciosquesedizemsus-tentáveis ganham pontoscom o consumidor, e os mi-croempresários sabemdisso.O que eles desconhecem,
contudo, é o próprio concei-todesustentabilidade,apon-ta a primeira sondagem doSebrae (Serviço Brasileiro deApoio às Micro e PequenasEmpresas) sobre o tema, fei-ta com 3.058 micro e peque-nas empresas do país emagosto deste ano.Do total de entrevistados,
58% afirmaram não ter co-nhecimentoalgumsobreoas-sunto. Ainda assim, 47%de-les disseram que a questãorepresenta oportunidade deganho,e79%pontuaramqueser sustentável atrai clientes.A incoerênciaé “reflexodo
poucoconhecimento [doem-presário]”, avalia o diretortécnico do Sebrae Nacional,Carlos Alberto dos Santos.“As empresas têm dado
muita atençãoàquestãoam-biental,masasustentabilida-detambémtemcomobaseas-pectossociaiseeconômicos”,dizoprofessorClovisArman-do Alvarenga Netto, coorde-nadordocursodeecodesign,da Fundação Vanzolini.A sustentabilidade alia
projetosambientais a sociais(como oferta de cursos e ou-tros planos que se destinam
às pessoas da região da em-presa) —que precisam auxi-liar o empreendimento a ge-rar lucro. “Se não for assim,não será sustentável”, refor-ça Alvarenga Netto.Poracreditaremqueocon-
ceito está unicamente ligadoàquestão ambiental, empre-sáriostêmdificuldadesdeim-plantar práticas efetivas.Na Apdata, de software, a
tentativa foi barrada pela“faltadeconscientizaçãodosfuncionários”, afirma a pre-sidente, Luiza Nizoli, 50.Háseisanos,aempresaco-
meçoua adotarpráticas sim-ples, comoreduçãodeusodepapel,masesbarrouna resis-tênciadaequipe,que teriademudar hábitos. “As pessoasenxergam que a empresaquer ganhar [sozinha].”Quando a economia pas-
sou a ser revertida em bene-fícios para os funcionários,como sala com rede para co-chilos, a adesão foi maior.Hoje a Apdata conta com co-mitê sobreo temapara tentarimplementarnovaspráticas.
» LEIA MAIS nas págs. 2 e 3
58%dasempresas ignoramconceitodesustentabilidadeApesar de desconhecimento, avaliação é de que iniciativas são lucrativas
Zé Carlos Barretta/Folhapress
luiza nizoli em espaço criado com recursos gerados pela economia de papel e energia
SUSTENTABILIDADE
Conhecimento dos microe pequenos empresários
58% Nenhum
29%Muito
10%Pouco
3%Médio
Fonte: Sebrae
2 negócios H H H Domingo, 2 DE outubro DE 2011 ab
O QUE OS PEQUENOS EMPRESÁRIOS FAZEM
Fonte: Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas)
Captam água de chuvaou reutilizam água
Reciclam pilhas, bate-rias ou pneus usados
Utilizammatéria-primaoumaterial reciclável
Usam adequadamenteresíduos tóxicos
Fazem coletaseletiva de lixo
Controlamconsumo de papel
Controlamconsumo de água
Controlamconsumo de energia 80%
79%
68%
67%
61%
45%
42%
15%
BeckyWeltzien preenche caixas de papelão reciclado com granulado de fécula demilho
Zé Carlos Barretta/Folhapress
De são paulo
Em Jarinu (a 68 kmde SãoPaulo), aCassiopéia sobrevi-vehá30anos fazendoprodu-tos de limpeza manualmen-tecominsumosdeorigemve-getal, quase três vezes maiscarosdoquederivadosdepe-tróleo usados nos produtosdelimpezaquímicoscomuns.Produzidas pela empresa,
matérias-primas como aloevera (babosa) são cultivadassem agrotóxicos. “Tento se-guir o ideal do meu pai [fun-dadordaCassiopéia],queeraproduzir com fórmulas me-nos agressivas”, diz a dona,
BeckyWeltzien, 40.Quando o primeiro item
“verde” foi lançado, “nin-guémqueriasaber”.Hoje“to-dos seguem essa linha”.Os pedidos são enviados
emcaixasdepapelão recicla-do com proteção interna degranuladode féculademilho(isopor biodegradável).Nasgôndolas, osprodutos
são cerca de 20%mais carosque os convencionais, mas aempresa, afirma, cresce.Comos20funcionários,ela
se reúne para fazer pão inte-gral e falar sobre reciclagem.“Elesadotampráticasdaem-presa em suas casas.”
Produção ecológica e reuniãode equipe garantemvendas
c FOCO
De são paulo
Para ter um negócio sus-tentável, Luiz Cezar Pereira,70, sócio da Enersud, fabri-cante de turbinas eólicas,construiu fábrica em Maricá(a 54 km do Rio de Janeiro)com nova estrutura.Nela, há geração de ener-
gia eólica e solar, sistema decaptação de água de chuva,telhasbrancas (que reduzemo calor interno) e calha plás-tica (quebeneficiaa ilumina-çãonatural).Ocusto foi 40%maior, se comparado ao deumaestrutura convencional.O retornodo investimento,
diz Pereira, vem com o tem-po.“Precisamosserassimpa-ranosapresentarmosaomer-cado,eesseéhojeonossoar-gumentodevenda”, explica.Paramuitos donos de em-
presas de micro e pequeno
portes, porém, o custo é umdos maiores empecilhos pa-ra a implantação de projetosque aliem as três bases dasustentabilidade —ambien-tal, econômica e social.“Aoreverprocessosdeges-
tão, [o gestor] verá que háações que não impactam ocaixa”,dizClaudioAlbuquer-que, diretor da ImparBrasil,consultoria emresponsabili-dade socioambiental.ClovisAlvarengaNetto, da
FundaçãoVanzolini, concor-da. “Existem iniciativas decurto prazo que podem con-tribuir [paradiminuir custos,como redução do uso de pa-pel]”, sinaliza o professor.Para especialistas, a falta
de informação impede em-presas de adotarem práticasefetivas, eamaioria reduzsu-asaçõesà trocadecopoplás-tico por caneca e à economia
depapeleenergia. “Éumpri-meiro passo”, considera.É o que acontece naMedi-
lab, laboratório de análisesclínicas. “Não temos muitaopção [porque os custos au-mentariam]”, diz a gerenteKelsilayne Fraga, 34.
Custoé consideradoimpedimentoaaçãoEmpreendedores reclamamdo investimento financeiroe optampor projetos simples, como economia de papel
Negócios de pequeno portesão pressionados a adotar no-vaspráticas, avaliaRicardoZi-bas, gerente sênior da área desustentabilidade da KPMG noBrasil.“Grandesempresascomprojetos claros demandames-sas práticas de seus fornece-dores, que são em boa partepequenosempreendimentos.”Nesseprocesso,diz, as contra-tantesarcamcomcapacitação.
Pressãode compradorimpulsionamudanças
reação
ab Domingo, 2 DE outubro DE 2011 H H H negócios 3
de são paulo
A lenha, insumomais uti-lizado na Patroni Pizza, foitrocadapor briquetes dema-deira (póde serraprensado),commaior rendimento.Aescolha, avaliaRafaelde
Oliveira Augusto, 28, diretordemarketing, não foi aleató-ria.Antes, cadaumadascemunidades da rede de fran-quias consumia 6 toneladasde lenha por ano. Hoje, sãoutilizadas cerca de 3,2 tone-ladas de briquete.A diferença também está
no preço: 25 kg de lenha cus-tam,emmédia,R$26; ames-ma quantidade do pó de ser-ra prensado sai por R$ 18.A ideia da Patroni é “po-
tencializar os principais ati-vos da empresa pautada emprojetos que minimizem osimpactossocialeambiental”,esclarece o executivo.Para fazer a troca, Augus-
to teve de avaliar processos.“Aprimeira pergunta que te-nho de fazer é o que impactao negócio”, orienta RicardoZibas, gerente sênior da áreade sustentabilidade da con-sultoria de gestão KPMG.
em cadeiaFeita a análise, é hora de
mapear fornecedores, reco-mendaClaudioAlbuquerque,diretor da ImparBrasil, con-sultoria focadaemresponsa-bilidade socioambiental.“O empreendedor precisa
saberondeestánacadeia [desuprimentos] e de quem elepode cobrar”, indica ele.É o que faz a Alog, de tec-
nologia da informação. “Co-mo compramos muitos dis-positivos eletrônicos, busca-mos fornecedores ‘verdes’”,dizVictorArnaud, 32, diretordemarketing e processos.Na PuraInova, de dermo-
cosméticos,ascaixasdasem-balagens são compradas deumaempresaquevendema-téria-prima reciclada.Alémdisso, aágua,princi-
pal insumo, é retirada em lo-cal onde há plantação de ár-vores para “compensar” o
carbonoemitidonaextração.“Tentamosencontraralter-
nativas”, afirma Joel Ponte,48, presidente da empresa.Ter equipamentos novos e
fazermanutenção constantesão práticas simples, que fa-zempartedeumagestãosus-tentável,dizemespecialistas.
eSTRUTURaHá quemvá além e invista
na renovação do ambiente.Foi oque fezRaquelCruz, 42,dona da empresa de cosmé-ticos Feitiços Aromáticos,No ano passado, o prédio
foipintadodebrancoe foraminstalados vidros na estrutu-ra, permitindo economia de40%noconsumodeenergia.A troca de torneiras e cai-
xas sanitárias por modeloseconômicos reduziu em20%o consumo de água.Paraos funcionários,aem-
presa reservou espaço paraestacionar bicicletas.“Hoje temos um ambiente
melhor”, avalia Cruz.Pensar no espaço físico é
partedoprocesso,avaliaaar-quiteta Alexandra Lichten-berg, daPlanejamentoEstra-tégicoparaSustentabilidade.Aescolhadolocaldevepri-
vilegiar iluminaçãoeventila-ção naturais e facilitar otransporte de funcionários.Internamente, ela reco-
mendapinturaclaraemóveisdemadeira certificada.
Mapear insumo é primeiro passoGestão deve incluirmanutenção de equipamentos e identificação de parceiros comerciais
de são paulo
Pesquisa de setembrodoConexãoSolidária,pro-grama ligado à CUT, com196negócios sociais de to-do o país mostra que 93%são sustentáveis.Os conceitosdenegócio
social e sustentável com-pletam-se,dizAlmirAlves,coordenador de projetos.Negócios sociais estimu-lamafabricaçãodeprodu-tos com insumos locais.Osperfiseasesquadrias
da cooperativaUnipol sãode material reciclado.“Transformamos o plásti-co e o devolvemos aomer-cado”, diz o presidente,Gilson Gonçalves, 44.
Empreendimentosocial implantapropostas ‘verdes’
“ Ocusto inicialémais alto [paraimplantar estruturasustentável],mas sedilui como tempoe,no fim, o empresáriosó temganhosAlexAndrA lichtenbergarquiteta da Planejamento Estratégicopara Sustentabilidade
Sustentabilidade épensar a longoprazoricArdo ZibAsgerente sênior da área de sustentabili-dade da KPMG no Brasil
Raquel Cruz instalouventiladores eólicosna empresa, em SP
Zé Carlos Barretta/Folhapress
de são paulo
Encontrar fornecedores“verdes” é um dos entra-ves das franquias na ado-ção de práticas sustentá-veis, diz a Afras (Associa-çãoFranquiaSustentável).ANuttyBavarian,dedo-
ces, por exemplo, analisa-va a adoção de embala-gens de papel feitas commadeirasustentável.“Pou-cos fornecedores têm is-so”,afirma AdrianaAurie-mo, 37, diretora da rede.Outra barreira para as
marcas é cultural. “Existeo mito de que essas ques-tões são para grandes em-presas”, opina Eleine Bé-laváry, diretora-executivada associação.
Fornecedor éempecilhoparafranqueadores