14
EMBRAPA EMPRESA 8RASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA CENTRO NACIONAL DE PESQUISA DO ALGODAO. CIRCU -AR TEC~LICA, I - I METODOS DE COMROLE DE PLANTAS' DANINHAS NA CULTURA DO ALX;ODOEJRO (4hsfypimnbirrunim, i i i P r i o ~ ~ ) NOS mADOS DA P-A E RH) GRANDE IDO NORTE. ~FORMAÇÓES GERAIS. NAPOLEÃO ESIBERARD DE MAmO BELTUO E DEMÕnENES MARCOS PEDROSA DE AZEVESO 2 I 'i' ,' CAMPINA GRANDE - PARAIBA AGOSTO - 1979.

EMPRESA 8RASILEIRA PESQUISA CENTRO NACIONAL …ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/33286/1/CIRCULAR... · coso E cultivado no Ceah, Píau f, Rio Grande do Norte, Peraíba

Embed Size (px)

Citation preview

EMBRAPA EMPRESA 8RASILEIRA D E PESQUISA AGROPECUARIA

CENTRO NACIONAL D E PESQUISA DO ALGODAO.

CIRCU -AR TEC~LICA, I

- I

METODOS DE COMROLE DE PLANTAS' DANINHAS NA CULTURA DO ALX;ODOEJRO

(4hsfypimnbirrunim, i i i P r i o ~ ~ ) NOS mADOS DA P-A E RH) GRANDE IDO NORTE. ~FORMAÇÓES GERAIS.

NAPOLEÃO ESIBERARD DE M A m O BELTUO E

DEMÕnENES MARCOS PEDROSA DE AZEVESO 2 I

'i' ,'

CAMPINA GRANDE - PARAIBA AGOSTO - 1979.

CIRCULAR TÉCNICA, I

CAMPINA GRANDE - PARAIBA

AGOSTO - 1979.

S U M A R I O

................................ i. INTRODUÇAO 08

II. DEFINIÇAO DOS METODOS DE CONTROLE DE

PLANTAS DANINHAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07

111. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO METUDO

QUihiiCO ..................................... OS

IV. REQUERIMENTOS BASICOS PARA UTlLlZAÇAO 00

METODO QUIWICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09

VI, BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .

I- DE -ROCE D€ PLANTAS DANINHAS NA CULTURA W AL-IR0 m R E 0 {wni h-

*

-ir em, Hutdi) NOS €$TADOS DA PARAmA E R i 0 BRANDE

DO NORTE. INFORMAÇOES GERAIS.

O algodoeiro a r M m (Gqp ium hhuaim mirk @ante, Hutch) (I a principal cultura do Nordeste brasileiro em termos sociais e econbmi- coso E cultivado no Ceah, Píau f, Rio Grande do Norte, Peraíba e Per- nambuco com rendimento mMio de 216 kgha de elgodllo em camço, o qual vem decrescendo nos bltimos anos.

Dentre os fatores que limitam o rendimento desta importante mal- vácea esíA a competiflo imposta pelas plantas daninhas, pois a pdtica usual da roçagem do 20 ao 5? arw da cultura, reduz o rendimento em mais de 6095, quando comparada a limpa atravds da enxada. Referida pdtica se assemelha a n h limpa, de modo que r competição atinge praticamente a mesma magnitude.

O objetivo do prerente trabalho B fornecer algumas informações pdtias para orientgb dos agentes da extenrllo aos agricultona da região que jB est& começando a utilizar o herbicida no controle das planas daninhas na w ltura do algodoeiro.

DEFINIÇAO DOS METODOS DE CONTROLE DE

PLANTAS DANINHAS

Na maioria das culturas, as plantas daninhas interferem na quantida- de e qual idade produzida. De acordo com Hol m (1 97 1 ) mais da metade da popuIaç30 mundial, aproximadamente 2 bilhbes de habitantes, en- contra-se no campo diariamente, controlando as plantas invasoras e é nesta atividade onde a homem consome mais energia em termos abso- lutos.

Na cultura do algodoeiro normalmente usa-se o metodo mecânico, que consiste na utilizaçgo da enxada e/ou cultivador, tanto a tração ani- mal como motorizado, e o metodo qulmico através do uso de herbici- das. Um outro rn6todo util izado pelos cotonicultores de outros pa fses é o biológico, principalmente com aves (ganso) que fazem um controle seletivo, alimentam-se da vegetação nativa sem danificar o algodão.

Para as condições tecnológ icas do Nordeste, grande parte dos produ- tores fazem o uso do m8todo mecânico. O uso da enxada no primeiro ano de cultivo do algodoeiro arb6reo é generalizado, em função do sis- tema policultural onde o algodão é consorciado com culturas alimenta- res, principalmente o feijso e o milho. Porém, em função do êxodo rural e alto preço da m a de obra já se sente grandes problemas para utilizar a enxada, que 6 um metodo moroso e eficaz em pequenas dreas.

A partir do 20 ano de ciclo da planta os agricultories utilizam a roça- gem, que consiste no corte da vegetaçao nativa rente ao solo. Normal- mente são feitas duas roçagens, uma no mês de maio e outra antes da I? colheita.

Referida prática reduz bastante o rendimento do algodoeiro arbdreo, chegando em alguns casos a redução de 100% da produção.

Alguns agricultores, notadamente dos Estados da Para fba, Rio Gran- de do Norte e Pernambuco, utilizam o cultivador a tração animal. Em geral são realizados dois cultivos por ano, a partir do 20 ano da cultura. Oeorre que as enxadas do cultivador mutilam parte do sistema radicular da planta e isto é refletido na produç8o. Em média o cultivador reduz o rendimento da planta em 20% com relaçao ao cultivo manual 8 enxada.

O algodoeiro arbóreo apresenta o sistema radicular dividido em dois componentes: o vertical, representado pela raiz pivotante ou sua substi- tuta, e o horizontal, formado pelas rafzes secunddrias e terchias que

encontram- na -da suprFicial do ok. O primeim compoiicmte 4' de sobrwidncia, permitindo 4 planta dgua e nutrientes apenâs para permanecsr viva nos perlodos de w, podendo chegar a alguns metm de profundidade.

JB o horizontal 6 o responbval pela abm da rlv e seis minerais na época das chuvas e estd relacionado com a pioduçh da planta. Gran- de parte das rafzes es th pibxima, B supeflcie, e s& danifieadas pelo aittivador.

O M o d o qufmico 6 feito com a utiii- dos hehicida que São produtor qulmicos orgbicor ou inorginicor capazade matar w retar- dar o cmscimento e d~nvoivimento d a plantas.

VANTAGENS E DESVANTAGENS DO METODO QUmICO

VANTAGENS

- Os herbicidas, quando bem aplioedoa, eliminam a m k r p r t e da ve- getação nativa, reduzindo r canpetiçh com e cultum.

- O agricultor tem a psibilidade de mdhur distribuir os trabdhor da fazenda durante o ano o nlb atrariir a é p m de plantio e sem rre preocupar com meapinsw rnechicm.

- Reduzem ou eliminam os demais tratos culturais que em geral danifi- cam as ralzes do algodoeiio, além diro, diminuem a c o m m o do solo, i#milindo uma maior infiltrglb da dgia.

- Melhoram a qualidade do produto final.

DESVANTAGENS

AS d m m m M m m r principlmmte a nJ u t i l w do M o - do qulmb, tais a m o intox- ror mimar e ao homem, mtwillu- 8

ção dos solos, etc. Todo herbicida deve ser considerado um produto tdxieo, se bem que normalmente a o menos nocivosdo que os insetici- das e fungicidas. Para tal nbio se deve ter contato direto com o produto, evitar os gases, etc., utilizando botas, luvas, etc,, e n#o beber igua e nem fumar antes, durante e depois da aplicaç80.

A utilizaçSo indevida de determinados herbicidas tais como erros grosseiros de cal i braçslo do pulverizador, doçes elevadas, bicos inadequa- dos, ãgua de qualidade inferior etc., leva a vazões irregulares, chegando a esteri l izar temporariamente o solo, tornandb-o inativo biologicamente por um perlodo de 2 a 10 anos, ou mais, em doses grandes (20 - 30 kg/ tia) por hectare.

REQUERIMENTOS BASICOS PARA UTILIZAÇAO DO

Mf TODO QUIMICO

O agricultor no ato da compra do herbicida deve verificar a data de fabricação e o perlodo de validade. Em geral os produtos de formu- lam de pbs molMveis são mais perecíveis do que os I fquidos.

O herbicida a ser utilizado deve apresentar seletividade para o algo- doeiro e por conseguinte ngo çer fitotdxico.

E recomendado a leitura cuidadosa do rótulo do produto, obaervan- do as doses recomendadas, época de aplicação, plantas daninhas controladas, cuidados com o uso e o preparo da solução herbicidal.

Para solos leves, ou seja, com elevada percentagem de areia, baixo teor de materia orgânica, as dosagens devem ser bem mais baixas do que as utilizadas nos solos argilosos e ricos em matdria organica.

O preparo do solo, no primeiro ano da cultura, 6 de fundamental import8ncia para o (Ixito do controle de plantas daninhas pelo m6- todo qu lmico, O solo deved estar bem preparado com araçgo e gradagem, e sem resto de culturas anteriores.

8

8. U m O* de v i ts imporrlncb 6 o equipamento de apliançh. O pulwizrdoi deve ser alikrdo antes db rn iniciar o tnbilho. 0 s bi- cos do puhrizador devem apresemr a mema va*, o memio tipo de malha e mesmo dngulo de abertura. Em apliações de pw39mer. @mia, ou mjr. antes da prminaç8o. dwegie utilizar os bicos do ti- po leque. Em p6wmer@ncia. po- utilizar os tipos leque. TK e cxine, p o r h de preferllncia os dob primeiros.

A calibvagm~ do puiverizadoi r o dlcub da quantidade de hrrbici- da a ser colocrida nos difererim tipos de tanques 8 uma oper- simpies se bem que haja pelo menos onze difentntes procegoa.

Ante de pioceder 4 alibrcgem devscr obarvrir os uguintes pon- tos: hvar o tanque e endie-lo com dgua limpe; remover úr bicos pe- ra limpeta do tanque e tubul@ear; recolooar oo bicor e funcionar o pulverixador, verif ieando m há vazamentoe; medir a v a z b de todos os b h para verifmr sua uniformidade; subst'iuir os bicos com wzk daigual.

CALISRAGEM PROPRIAMENTE DITA

3. Medir uma disdlncia no solo e movimentar o ttator para percorrer esta ditt8iicia;

4. Coletar Igur de um dor bicoo em um ncipkm @urdo, com o tmtor pimk, dumte o mpo grto pm pereomt hwlr d i W - ch conhseida;

6. Multiplicar o vakr mietido pdo n? de biws existemma na km, pm oMw a vazb do pukiudor por uma unktde de (ma, isto i, dirtbicia pemirida multipliada pela Iaigu- a de p u l m i m ;

to

6. Por mgra de 3 simples, calwbr a vazão por hectare.

Em seguida fornecsse er<empks, para pulveritador tretorizado e manual.

Exemplo 1

Calcular o volum de @a n d r i o para r pulwritw 4 hectares, sebendoa que: 1) a bam de p u h f e r i m do trator tem cinco bicos espgados de 0,5 rn ; 2) distãicia percorrida pelo trator 50 m ; 3) tempo gasto pelo trator para percorrer esta disuncia 20 -dos; 4) v d o de cada b b durante n) segindos foi O,$ I. Aplicar diuron a 2 kg p .ch .

1. Volume gasto na Ama do calibmgm

5 b x 0,8 1 = 3 Idedgua

2s rn

Largura da barra - 5 bicw 8 0.5 rn = 2,5 m

Areadecelibragetn - 2,5m x 50 m = 125 m2

3. Volume de dgua para a d m tota!

125 m2 3 1

40000 mZ y - 960 'Ilha.

4. Quantidade de herbicida

2 kg x 4 = 8 kg Diuron

Exemplo 2

Calcular o volume de dgua necessdrio para se pulverizar 1 hectare, usando um pulverizador costal de 20 litros de capacidade, sabendo-se que: 1) a largura de pulverizaçrio do bico B de 0,5 m; 2) distância per- corrida para calibragern 10 metros; 3) volume gasto para pulverizar a área de calibragem 0,2 litros de dgua. Calcular também a quantidade de herbicida por pulverizador, sabendo-se que a dosagem recomendada de Cotoran foi de 2 kg p.c/ha.

1. Areadecaiibragem (c)

2. Volume gasto na ires de calibragem:

0,2 litro

3. Volume de dgua para a Brea tota t :

5 m2 0,2 1

10.000 m2

4. Quantidade de herbicida por pulverizador:

2 K9 400 1

X 20 1

Pam o volume de 400 I H20 por hctim, o puhnritidor com cg, &&Lã) 1 c o k i r é u m ~ n * , & ~ 0 m ~ , d m , m r d ~ r i o p n cobrir 1 h, e w k O q u i p m t o 20 w. CID ô m j ~ dwir p m 10 vez=, dimlnui o volume por ha pata ZW 1, e aumenta-m a veloc#& *aplieaçlk+

PARA ALGODA0 DE PRIMEI R 0 ANO

Di#ndrido do tipo da nithrr podrr apliai os rrgui- pdubor:

Nome Comum Nome Comercisl

O iura n+Tr iflural ina Diuron + Treflan Karmex+Triflural ina

Os dois primeiros produtos quando a vegetaçgo nativa for formada na maioria por ervas de folhas largas e anuais. A mistura do diuron e peno- xalin deverá ser usada quando a vegetação nativa for mista, ou seja, com folhas largas (dicotiledbneas) e estreitas (monocotiledbneas).

PARA ALGODA0 DE 20, 30 e 40 ANOS

Pode-se utilizar herbicidas em pre-emergencia com relação as plantas daninhas ou em pbs-emergbncia .

No caso de se optar pela aplicacão em pré-emergncia, deve-se no inlcia das chuvas fazer uma capina geral no campo e em seguida aplicar o herbicida. Neste caso pode-se utilizar o diuron a 1 ,O0 a 2,00 kg/ha do produto comercial (PC) ou 2,00 kgha do PC de cotoran.

Para a p6s-emerggncia, a aplicação deve ser feita quando as plantas daninhas estiverem com 10 - 15 cm de altura em méâia. Pode-se usar os produtos abaixo.

Nome Comum

Diuron + Surfactante

Diuron + Paraquat

Fluometuron + MSMA

Nome Comercial

Karmex OU Diuron

Karmex, Diuron + Gramaxone

Cotoran + Dacomte ou Ansar

Epoca Apl icação

O surfactante B um aditivo para melhorar a penetraçaio do herbicida na folhagem das plantas. Uçar conforme a recomendação do fabricante. No eodrcio existem diversos produtos ibnicos e nSo ihicos, por exemplo, o Agrat.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BELTRAO, Napoleão Esberard de Macêdo. Competiçm de herbtidas na cotonkultura herbácea. Campina Grande, CNP-Algodao, 1976, 14 f. ilust.

BELTRAO, NapoleBo Esberard de Macèdo et alii. Obsetk~õespreIimi- nares sobre métodos de controle de ervas daninhas no constí~io a/- godgo, milho e &,i'&. Campina Grande, CMP-Algodão, 1977, 10 f.

BELTRAO, Napoleáo E. de M. & NOBREGA, Laudemim 8. da. Efeito da mistura fluometumn + MSMA em algodoeiro arbóreo "Mocb" Gossypium hirsutum marie plante Hutch., de 30 ano no Seridb Norteriograndense, Brasil. IN: Seminário Brasileiro de HerbicHas e Ervas Daninhas. 12. Fortaleza, Centro de Convengões do Ceará, 28 - 30 de agosto, 1 978.42 - 3.

DE PAULA, P. H. F. et alii. Efeitos do emprego de herbicidas em cultu- ra de algod%o "Moc6" Gossypium hirsuturn marie @/ante Hutch, no Estado do Ceará, Brasil. Ciênc. Agron., 3 { 1 e 2) : 1 3 - 16 - 7 973.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA. Centro Nacional de Peçquisa do AlgodSo. Relatbrio Anual. Campina Gran- de, 1 977.48 f. ilust.

HOLM, L. The role of weeds in human affairs. Weed Sci. 19:485 - 490 1971.

ROBBINS, W. W. et alii. Destruccion de malas hierbas. México, Hispano Americano, 1955. 531 p. il.