69
Relatório de Estágio Mestrado Integrado em Medicina EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO-HOSPITAL” Custódio José Capela Leite Rodrigues Orientador Dr. António Marques Porto 2012/2013

EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

  • Upload
    vudieu

  • View
    212

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

Relatório de Estágio

Mestrado Integrado em Medicina

EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO-HOSPITAL”

Custódio José Capela Leite Rodrigues

Orientador

Dr. António Marques

Porto 2012/2013

Page 2: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

II

Custódio José Capela Leite Rodrigues

ESTÁGIO NO INSTITUTO NACIONAL DE EMERGÊNCIA MÉDICA

Dissertação do Mestrado Integrado em Medicina submetida ao Instituto de Ciências

Biomédicas de Abel Salazar, da Universidade do Porto.

ORIENTADOR:

Nome completo: António Marques da Silva

Grau académico: Licenciatura em Medicina, Mestrado em Medicina

Título profissional: Especialista em Anestesiologia, com grau de Chefe de Serviço de

Anestesiologia na Carreira Médica, nomeado Diretor do Departamento de Anestesiologia,

Cuidados Intensivos e Emergência, do Centro Hospitalar do Porto; Professor Associado

Convidado do Curso de Medicina, no ICBAS, da Universidade do Porto

Page 3: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

III

RESUMO

A emergência médica é constituída por diferentes abordagens, consoante seja em ambiente

hospitalar ou não hospitalar. Em Portugal, a emergência médica pré-hospitalar é regulada e

dirigida pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), entidade coordenadora e

participante do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), que desenvolve toda a

atividade de emergência, incluindo o sistema de socorro pré-hospitalar, transporte, receção

hospitalar, referenciação adequada do doente urgente, formação em emergência médica,

planeamento civil e rede de telecomunicações.

Como complementação da minha formação médica, optei por fazer um estágio de

observação no INEM. Este estágio teve a duração de 84horas, distribuídas por 3 meios

INEM, sendo estes, Viatura Médica de Emergência e Reanimação, Ambulância de Suporte

Imediato de Vida e Ambulância de Emergência Médica e passagem pelo Centro de

Orientação de Doentes Urgentes (CODU).

Este estágio teve como objetivos gerais aprender a situar o papel do médico na abordagem

e tratamento do doente emergente, a identificar as principais situações de emergência do

foro médico e traumatológico, técnicas “life-saving” assumidas como essenciais para a

manutenção da vida no doente grave, tomar conhecimento dos protocolos de atuação e

saber aplicar os Algoritmos de Suporte Avançado de Vida. Foi também objetivo deste

estágio tomar consciência da importância do trabalho em equipa na Emergência Médica. Do

ponto de vista de competências a adquirir este estágio incidiu sobre competências de

liderança e de gestão em situação de pressão e ansiedade, próprias da abordagem do

doente muito grave e urgente, técnicas de reanimação e estabilização de doentes

emergentes, em situação de doença súbita e trauma, trabalho em equipa e responsabilidade

e ética profissional.

Considero que o estágio foi bem sucedido, com todos os objetivos cumpridos, ficando

apenas a lamentar não ter tido oportunidade de ver outro tipo de doentes, como mais

situações de trauma, AVC, sepsis ou queimados.

Page 4: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

IV

ABSTRACT

Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In

Portugal, pre-hospital emergency is regulated by the National Institute of Medical Emergency

(INEM) that also regulates the Integrated System of Medical Emergency (SIEM). The SIEM

develops all the activity of emergency including pre-hospital care, transport, hospital

reception and transmission of information of the urgent patient. SIEM also regulates medical

emergency training, civil planning and communications.

As a complement of my medical training I chose to do an observational internship at INEM.

This internship lasted 84hours distributed by 3 INEM emergency means, these being the

Medical Car of Emergency and Reanimation (VMER), Ambulance of Immediate Life Support

(SIV) and Ambulance of Medical Emergency (AEM) and observation at the Guidance Centre

of Emergency Patients (CODU).

This internship general targets were to learn the role of the physician in the approach and

care of the urgent patient, to be able to identify the major emergencies, to learn essential life-

saving techniques for the seriously ill, to take knowledge of acting protocols and to know how

to apply Advanced Life Support Algorithms. It was also a purpose of this internship to gains

consciousness of the importance of teamwork in Medical Emergency. Skills of leadership

and management, in great pressure and anxiety situations of care of emergent patient as

well as reanimation and stabilization techniques in situations of sudden illness and trauma,

teamwork, responsibility and medical ethics were acquired.

The internship was successful with targets matched, lacking the opportunity to see more

patients of trauma and to see patients of stroke, sepsis or burned.

Page 5: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

V

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAS – Ácido Acetilsalicílico

AEM – Ambulância de Emergência Médica

AP – Auscultação Pulmonar

AS – Ambulância de Socorro

AVC – Acidente Vascular Cerebral

AVD – Atividades de Vida Diárias

BPM – Batimentos por minuto

BV – Bombeiros Voluntários

CAPIC – Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise

CCO – Consciente, Colaborante e Orientado

CHP – Centro Hospitalar do Porto

CHPV – Centro Hospitalar da Póvoa do Varzim

CIAV – Centro de Informação Antivenenos

CIPSE – Centro de Intervenção e Planeamento para Situações de Exceção

CODU – Centro de Orientação de Doentes Urgentes

CODU-Mar – Centro de Orientação de Doentes Urgentes no Mar

CPM – Ciclos por minuto

DAE - Desfibrilhação Automática Externa

DNI – Dinitrato de Isosurbilo

DM – Diabetes Mellitus

DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica

EAM – Enfarte Agudo do Miocárdio

Page 6: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

VI

ECG - Eletrocardiograma

ECG 12D – Eletrocardiograma de 12 Derivações

EM – Emergência Médica

EV – Endovenosa

FA – Fibrilhação Auricular

FC – Frequência Cardíaca

FR – Frequência Respiratória

GNR – Guarda Nacional Republicana

GPS – Global Positioning Sistem

HGSA – Hospital Geral Santo António

HSJ – Hospital São João

HTA – Hipertensão Arterial

IC – Insuficiência Cardíaca

ICBAS – Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar

ICC – Insuficiência Cardíaca Congestiva

INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica

IRC – Insuficiência Renal Crónica

MONA – Morfina + Oxigénio + Nitrato + Ácido Acetilsalicilico

P1 – Prioridade 1

P3 – Prioridade 3

P5 – Prioridade 5

P8 – Prioridade 8

PCR – Paragem Cárdiorespiratória

PEM – Posto de Emergência Médica

Page 7: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

VII

PLS – Posição Lateral de Segurança

PMA – Posto Médico Avançado

PSP – Polícia de Segurança Pública

SAV – Suporte Avançado de Vida

SBV - Suporte Básico de Vida

SCA – Síndrome Coronário Agudo

SDR – Sinais de Esforço Respiratório

SF – Soro Fisiológico

SIEM - Sistema Integrado de Emergência Médica

SIV – Ambulância de Suporte Imediato de Vida

SpO2 – Saturação Periférica de Oxigénio

SU – Serviço de Urgência

TA – Tensão Arterial

Tax – Temperatura Axilar

TAE – Técnico de Ambulância de Emergência

TCE – Traumatismo Crânioencefálico

TIP – Transporte Inter-hospitalar Pediátrico

TM – Triagem de Manchester

UMIPE – Unidade Móvel de Intervenção Psicológica de Emergência

UP – Universidade do Porto

VIC – Viatura de Intervenção em Catástrofe

VMER – Viatura Médica de Emergência e Reanimação

Page 8: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

VIII

LISTA DE FIGURAS, GRÁFICOS E TABELAS

Figura 1 – Cadeia de sobrevivência da vítima adulta

Figura 2 – Algoritmo Suporte Básico de Vida no Adulto

Figura 3 – Algoritmo Suporte Básico de Vida Pediátrico

Figura 4 – Algoritmo Desfibrilhação Automática Externa

Figura 5 – Algoritmo Suporte Avançado de Vida no Adulto

Figura 6 – Algoritmo Suporte Avançado Pediátrico

Gráfico 1- Distribuição da carga horária por meio

Gráfico 2 - Número de saídas por meio

Gráfico 3 - Média de saídas por turno

Tabela1- Caracterização de saídas por meio

Tabela 2- Triagem de Manchester das ativações por meio

Tabela 3 – Distribuição das doenças súbitas por meio

Tabela 4- Distribuição dos Traumas por meio

Tabela 5- Distribuição das ocorrências por faixa etária e meio

Tabela 6- Distribuição das ocorrências por local e meio

Page 9: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

IX

AGRADECIMENTOS

Apesar de muitas pessoas terem contribuído para o realizar desta tese e do curso, apesar

de não querer nem dever esquecer ninguém, vou apenas agradecer aos meus pais e à

minha avó materna, por terem ajudado a fazer de mim aquilo que sou hoje.

Page 10: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

X

ÍNDICE

RESUMO .............................................................................................................................. III

ABSTRACT .......................................................................................................................... IV

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ................................................................................. V

LISTA DE FIGURAS, GRÁFICOS E TABELAS .................................................................. VIII

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................ IX

I. INTRODUÇÃO................................................................................................................ 1

1. MOTIVAÇÕES E OBJETIVOS DO ESTÁGIO ............................................................. 1

2. PEQUENA INTRODUÇÃO HISTÓRICA ...................................................................... 2

3. SERVIÇOS DO INEM ................................................................................................. 3

4. MEIOS DO INEM ........................................................................................................ 5

5. ABORDAGEM INICIAL DA VÍTIMA ............................................................................. 7

6. CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA ................................................................................... 7

II. DISCUSSÃO .................................................................................................................. 9

METODOLOGIA ................................................................................................................ 9

RESULTADOS ................................................................................................................... 9

ANÁLISE DAS ATIVAÇÕES ............................................................................................ 28

COMENTÁRIO ÀS ATIVAÇÕES ...................................................................................... 31

III. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 33

BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 34

ANEXOS .............................................................................................................................. 36

ANEXO I – ALGORITMOS DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA .......................................... 37

ANEXO II – ALGORITMOS DE DESFIBRILHAÇÃO AUTOMÁTICA EXTERNA ............... 40

ANEXO III – ALGORITMOS DE SUPORTE AVANÇADO DE VIDA ................................. 42

ANEXO IV – FICHAS DE REALIZAÇÃO DE ESTÁGIO ................................................... 45

Page 11: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

1

I. INTRODUÇÃO

1. MOTIVAÇÕES E OBJETIVOS DO ESTÁGIO

Como parte integrante do 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina do Instituto de

Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto (UP), em parceria com

o Centro Hospitalar do Porto (CHP), existe a unidade curricular de

“Dissertação/Projeto/Relatório de Estágio”. Para a realização desta unidade curricular, deve-

se realizar uma tese que pode assumir qualquer um dos três formatos incluídos no nome da

unidade curricular. Perante a possibilidade de realização de um estágio em Emergência

Médica Pré-Hospitalar, esta apresentou-se como uma oportunidade única de ter contacto

com a realidade passada na rua, fora do conforto do hospital onde a tomada de decisão

rápida e sem a opção de consulta constante de um colega fazem parte do dia a dia de

atuação. A abordagem de um doente emergente fora do contexto hospitalar apresenta-se

assim como um importante complemento à formação médica que temos ao longo do curso.

Por isso, e pelo fascínio que tenho pela área, optou-se pela realização de um Estágio de

Observação no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

Com o objetivo de aprofundar os conhecimentos na área de atuação do doente emergente

em contexto pré-hospitalar este estágio pretende ajudar a situar o papel do médico na

abordagem e tratamento do doente emergente, reconhecendo-o como fundamental na

liderança das equipas que prestam cuidados a esse tipo de doentes. Para se poder liderar

uma equipa é necessário tomar consciência da importância do trabalho em equipa na

Emergência Médica, não descurando ser também portador de elevada responsabilidade e

ética profissional. É, também, objetivo deste estágio desenvolver capacidades de liderança e

de gestão de equipa, em situação de pressão e ansiedade próprias da abordagem do

doente muito grave e emergente. Para liderar e atuar, é essencial saber identificar as

principais situações de emergência do foro médico e traumatológico e saber atuar de acordo

com as melhores práticas médicas. Mais especificamente, pretende-se aprender técnicas

“life-saving”, assumidas como essenciais para a manutenção da vida no doente grave e

conhecer os protocolos de atuação e aplicar os Algoritmos de Suporte Avançado de Vida.

Além dos objetivos citados anteriormente, pretende-se perceber melhor o funcionamento e

organização da emergência pré-hospitalar em Portugal.

Neste relatório será feita uma breve revisão do funcionamento da emergência médica pré-

hospitalar em Portugal, com foco especial no INEM, e nos protocolos a seguir em situações

Page 12: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

2

de PCR. Seguidamente, serão apresentados os métodos, resultados e discussão dos casos

presenciados.

2. PEQUENA INTRODUÇÃO HISTÓRICA

A emergência médica pré-hospitalar surgiu primeiramente em contexto militar. Dois

cirurgiões militares, Dominique Larrey e Pierre Percy, integrantes das tropas de Napoleão,

organizaram um sistema de ambulâncias cuja prioridade era a estabilização das vitimas no

local e o seu rápido transporte até ao hospital. A partir deste exemplo foram criados dois

modelos de assistência pré-hospitalar: o modelo Anglo-Saxónico, “Scoop and Run”, e o

modelo Franco-Germânico, “Stay and Play”. O primeiro tem como principal objetivo o

transporte rápido à Unidade Hospitalar após uma breve estabilização no local realizada por

uma equipa de Paramédicos, enquanto o segundo, defende a realização do maior número

de cuidados possíveis no local, de modo a garantir a melhor estabilização possível da

vítimar feita por uma equipa mais diferenciada, com recurso a enfermeiros e médicos. Como

ambos os modelos apresentavam virtudes e defeitos, foi posteriormente criado o modelo

“Play and Run”. Este modelo tem por objetivo reunir as vantagens dos dois modelos

anteriores e é o modelo atualmente usado em Portugal na emergência pré-hospitalar. Os

princípios deste modelo baseiam-se no rápido transporte das vítimas para uma Unidade

Hospitalar, no caso destas estarem estáveis, e na ativação de meios diferenciados capazes

de estabilizar a vítima no local e garantir a sua estabilização durante o transporte (Instituto

Nacional de Emergência Médica, 2000).

Em Portugal, o auxílio pré-hospitalar teve início em 1965, com a criação do número nacional

de socorro (115), que ativava uma ambulância tripulada por agentes da Polícia de

Segurança Pública (PSP) que efetuavam os primeiros socorros e transportavam as vítimas

para o hospital, na cidade de Lisboa (Instituto Nacional de Emergência Médica, 2000).

Em 1981, foi criado o Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM). O SIEM trata-se de

um conjunto de entidades que cooperam com o objetivo de prestar assistência às vítimas de

acidente ou doença súbita. Essas entidades são a Polícia de Segurança Pública (PSP), a

Guarda Nacional Republicana (GNR), o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), os

Bombeiros, a Cruz Vermelha Portuguesa, a Linha Saúde 24 e os Hospitais e Centros de

Saúde nacionais. O SIEM é ativado pelo Número Europeu de Emergência, o 112. Foi

também em 1981 que o INEM foi criado (INEM, 2009).

Page 13: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

3

O INEM é o organismo do Ministério da Saúde responsável por coordenar o funcionamento,

no território de Portugal Continental, do SIEM. Atualmente, quando se liga 112, o

atendimento das chamadas é feito pela PSP, nas centrais de emergência. Sempre que o

motivo da chamada seja relacionado com saúde, esta é encaminhada para os Centros de

Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM (INEM, 2009).

O INEM tem como missão definir, organizar, coordenar, participar e avaliar as atividades e

funcionamento do SIEM, de forma a garantir aos sinistrados ou vítimas de doença súbita a

pronta e correta prestação de cuidados de saúde, assegurando a sua articulação com os

serviços de urgência e ou emergência nos estabelecimentos de saúde (Decreto-Lei n.º

34/2012 de 14 de fevereiro, 2012).

3. SERVIÇOS DO INEM

CODU

Os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) são Centrais de Emergência

Médica responsáveis pelos pedidos de auxílio médico do Número Europeu de Emergência -

112. Cabe aos CODU atender, triar e dar seguimento às emergências, disponibilizando os

recursos adequados e disponíveis à situação.

Perante uma chamada, e de acordo com a utilização dos fluxos de triagem instituídos, será

atribuída uma prioridade à situação. Do mais prioritário para o menos, as ocorrências podem

ser classificadas como P1, P3, P5 ou P8. A utilização destes fluxos de triagem é recente e

tende a sobrevalorizar a gravidade das situações, uma vez que em caso de dúvida, foi feito

para atribuir uma prioridade superior, de modo a que vítimas urgentes, que por força de uma

triagem deficiente ou ausência de sintomatologia sugestiva de gravidade, não deixem de ser

convenientemente socorridas. Quanto às prioridades dos fluxos, no caso de um evento P1,

é aconselhado o envio de um meio diferenciado da zona, ou seja, uma Viatura Médica e

Emergência e Reanimação (VMER) ou uma ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV).

No caso do meio enviado ser a VMER, é também enviada uma Ambulância de Emergência

Médica (AEM). No caso de inexistência de um meio de assistência diferenciado

suficientemente próximo, e após validação médica, poderá ser enviada apenas uma AEM,

com o intuito de transportar a vítima à Unidade de Saúde mais próxima, visando assim

diminuir o tempo de assistência diferenciada. No caso de um evento P3, é aconselhado o

envio de uma AEM ou do Motociclo de Emergência Médica. Nos eventos P5, a chamada

poderá ser transferida para a autoridade no caso de esta ser necessária para a intervenção

Page 14: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

4

ou para a Linha Saúde 24, onde será atendida por um psicólogo de forma a prestar o apoio

necessário. Nos eventos P8, a chamada será terminada.

O INEM tem quatro CODU em funcionamento, sendo estes Lisboa, Porto, Coimbra e Faro e

o seu funcionamento é assegurado, 24 horas por dia, por equipas de profissionais

qualificados (Médicos e Técnicos) com formação específica para efetuar o atendimento,

triagem, aconselhamento, seleção e envio de meios de socorro. Para esse efeito, os CODU

dispõem de um conjunto de equipamentos na área das telecomunicações e informática,

como programas especializados na localização que permitem coordenar e rentabilizar os

meios humanos e recursos técnicos existentes (INEM, 2009).

CODU-MAR

O Centro de Orientação de Doentes Urgentes Mar (CODU-Mar) tem por missão prestar

aconselhamento médico a situações de emergência que se verifiquem a bordo de

embarcações. É formado por uma equipa de médicos que garantem apoio 24 horas por dia,

com a cooperação das estações Radionavais, estações Costeiras, Centros Navais de Busca

e Salvamento e com a Autoridade Marítima Local. Cabe também ao CODU-Mar acionar a

evacuação do doente, organizar o acolhimento em terra, e encaminhá-lo para o serviço

hospitalar adequado (INEM, 2009).

CIAV

O Centro de Informação Antivenenos (CIAV) é um centro de consulta telefónica que presta

apoio referente ao quadro clínico, diagnóstico e terapêutica adequada no caso de exposição

a tóxicos. É composto por uma equipe médica especializada que presta auxílio a

profissionais e público geral (INEM, 2009).

TIP

O Transporte Inter-hospitalar Pediátrico (TIP) é um serviço que se dedica ao transporte de

recém-nascidos e doentes pediátricos em estado crítico entre Unidades de Saúde. As

ambulâncias que asseguram este serviço dispõem de uma tripulação constituída por um

médico, um enfermeiro e um técnico de ambulância de emergência (TAE), estando

equipadas com todo o material necessário à estabilização de doentes dos 0 aos 18 anos de

idade, permitindo o seu transporte para hospitais onde existam unidades diferenciadas com

capacidade para o seu tratamento (INEM, 2009).

Page 15: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

5

CAPIC

O Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise (CAPIC) responde às necessidades

psicossociais da população e dos profissionais de saúde. É formado por uma equipe de

psicólogos com formação específica em intervenção em crise, emergência psicológica e

catástrofe (INEM, 2009).

CIPSE

O Centro de Intervenção e Planeamento para Situações de Exceção (CIPSE) tem por

função o planeamento e coordenação estratégica de operações de emergência médica em

cenários de exceção. É responsável pelo planeamento de situações de alto risco em que

haja intervenção do INEM, participação em missões internacionais e exercícios com vista a

garantir a eficácia das equipas do INEM (INEM, 2009).

4. MEIOS DO INEM

MOTOCICLOS DE EMERGÊNCIA MÉDICA

O motociclo de emergência médica é um meio ágil, de fácil deslocação na cidade, que

possibilita chegar mais rapidamente ao local e que transporta material que permite ao

Técnico de Ambulância de Emergência (TAE) adotar medidas iniciais para estabilização da

vitima. Estes motociclos estão equipados com um aparelho de Desfibrilhação Automática

Externa (DAE), oxigénio, adjuvantes da via aérea e ventilação, equipamento para avaliação

de sinais vitais e glicemia capilar e outros materiais de Suporte Básico de Vida (SBV) (INEM,

2009).

Ambulâncias de Emergência Médica (AEM)

Sediadas nas bases do INEM e tripuladas por dois TAE, estas ambulâncias têm como

objetivo a deslocação rápida de uma equipa de emergência médica pré-hospitalar ao local, a

estabilização clínica da vítima e o transporte assistido para o Serviço de Urgência (SU)

indicado (INEM, 2009).

Ambulâncias de Socorro (AS)

Ainda que não pertencendo aos meios do INEM as AS estão sediadas em Postos de

Emergência Médica (PEM) operados por entidades agentes de proteção civil e/ou por

elementos do SIEM, sendo tripuladas por elementos pertencentes às respetivas entidades,

Page 16: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

6

com formação específica em técnicas de emergência médica pré-hospitalar, definida e

certificada pelo INEM (INEM, 2009).

Ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV)

Tripuladas por um TAE e um enfermeiro e, recentemente, integradas nos SU pertencentes,

as SIV têm por missão garantir cuidados de saúde diferenciados, tais como manobras de

reanimação até estar disponível uma equipa com capacidade de prestação de Suporte

Avançado de Vida (SAV) ou até à chegada ao SU. Além de todo o material também

presente nas AEM, as SIV dispõem de um monitor-desfibrilhador e materiais para garantir

acesso venoso e fármacos. O equipamento das SIV permite a transmissão de

eletrocardiograma (ECG) e sinais vitais para o CODU, a fim de serem analisados por um

médico (INEM, 2009).

Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER)

A VMER é um veículo de intervenção pré-hospitalar destinado ao transporte rápido de uma

equipa médica ao local onde se encontra a vitima. Situada numa base hospitalar, a equipa é

constituída por um médico e um enfermeiro e o seu objetivo principal é o de estabilização da

vítima e acompanhamento, caso necessário, da mesma na ambulância. A VMER possui

equipamento de SAV (INEM, 2009).

Helicópteros

Os helicópteros do INEM são equipados com equipamento de SAV e a sua equipa é

constituída por um médico, um enfermeiro e dois pilotos. Podem ser usados no transporte

de doentes graves entre unidades hospitalares ou na estabilização e transporte de doentes

desde o local da ocorrência, com especial ênfase para zonas de difícil acesso terrestre

(INEM, 2009).

Unidade Móvel de Intervenção Psicológica de Emergência (UMIPE)

A UMIPE é constituída por uma equipe que intervém com vítimas no local em situações de

acidentes de viação, mortes inesperadas ou traumáticas, emergências psicológicas,

abuso/violação física ou sexual e ocorrências que envolvam crianças, entre outras (INEM,

2009).

Viatura de Intervenção em Catástrofe (VIC)

A VIC é utilizada em situação multivítimas ou catástrofe natural. Na sua carga existe

material SAV e permite a montagem de um Posto Médico Avançado (PMA), que é um

Page 17: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

7

pequeno hospital de campanha com capacidade para assistir 8 doentes críticos (INEM,

2009).

No final do 1ºSemestre de 2012 o INEM dispunha, dos seguintes meios de Emergência

Médica: 42VMER, 5 Helicópteros de Emergência, 32 SIV, 61 AEM e 5 Motociclos de

Emergência (INEM, 2012).

5. ABORDAGEM INICIAL DA VÍTIMA

A ativação de meios de emergência pré-hospitalar acontece essencialmente para vítimas de

doença súbita e trauma. Para cada tipo de vítima existe um protocolo de atuação. Estes

protocolos definem os procedimentos gerais que deverão ser efetuados perante qualquer

vítima de doença súbita ou trauma em situação de emergência.

Perante a vítima, deverá ser feita a avaliação primária da vítima seguindo o algoritmo de

atuação ABCDE. Em caso de necessidade deverá ser chamado apoio mais diferenciado.

6. CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA

De acordo com o conhecimento atual, considera-se que há procedimentos capazes de

modificar os resultados no socorro de vítimas de Paragem Cardiorespiratória (PCR) (Anexo

I, II, III). Estes procedimentos devem ser efetuados de forma encadeada e deveriam ser do

conhecimento do público geral. Esta sequência de ações é conhecida como “cadeia de

sobrevivência”, uma vez que o seu objetivo é salvar a vida de uma vítima de PCR. A

divulgação desta cadeia, mais concretamente dos três primeiros passos, tem sido uma das

prioridades do INEM. Esta cadeia é constituída por 4 elementos sendo eles: 1- Pronto

reconhecimento e pedido de ajuda (112), para prevenir a PCR; 2- Suporte Básico de Vida

precoce e eficiente, para ganhar tempo; 3- Desfibrilhação precoce, para reestabelecer a

atividade elétrica do coração; 4- Cuidados pós-reanimação (SAV), para melhorar a

qualidade de vida (European Resuscitation Council, 2010).

Page 18: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

8

Figura 1 – Cadeia de sobrevivência da vítima adulta (European Resuscitation Council, 2010)

Page 19: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

9

II. DISCUSSÃO

METODOLOGIA

Este relatório resulta da realização de dois períodos de estágio de observação no INEM. O

primeiro feito em dezembro de 2012 e o segundo em maio de 2013. Cada um dos períodos

compreende 42 horas, distribuídas por 7 turnos de 6 horas cada, totalizando 84 horas de

estágio. Em cada um desses períodos foi efetuado 1 turno de CODU, 2 de VMER, 2 de SIV

e 2 de AEM. Os turnos foram distribuídos da seguinte forma: 2 turnos no CODU-Norte, 4

turnos na VMER de Santo António, 2 turnos na SIV da Póvoa de Varzim, 2 turnos na SIV de

Vila do Conde, 2 turnos na AEM (antigas SBV) Porto 3, 1 turno na AEM Porto 1 e 1 turno na

AEM Porto 6 (Anexo IV).

Gráfico 1- Distribuição da carga horária por meio

RESULTADOS

1º e 2º turnos: VMER Santo António

(15/12/2012, 08h-20h)

1ª Saída

Ativação VMER: 09h04

Informação do CODU: Sexo masculino, 45 anos, dor torácica.

Local: Esquadra da PSP Carvalhido

VMER

SIV

AEM

CODU

Page 20: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

10

Chegada ao local: 09h11

À chegada ao local, doente consciente, pouco colaborante, sentado na viatura da PSP.

Refere dor torácica ligeira e mal definida com início nos 30 minutos anteriores. Sem outra

sintomatologia. Nega ter feito alguma medicação. FC 101bpm, FR 14cpm, TA 130/90mmHg,

SpO2 99% Glicemia 113mg/dL, Pele e Pupilas sem alterações. Glasgow 15. ECG 12D ritmo

sinusal, sem alterações sugestivos de isquemia miocárdica.

Antecedentes Pessoais: toxicodependente – heroína

No local, o agente da PSP refere que o doente teria acabado de ser apanhado na posse de

heroína imediatamente antes de referir o aparecimento da dor.

Segue para o HSJ sem acompanhamento médico.

2ª Saída

Ativação VMER: 10h02

Informação do CODU: Sexo masculino, 80 anos, dispneia.

Local: Clínica de hemodiálise, S. Cosme

Chegada ao local: 10h11

À chegada ao local, doente com dispneia em repouso e presença abundante de secreções.

Doente com muitas comorbilidades. Terá realizado diálise durante cerca de 2h,

apresentando algum nível dispneia de base grau III. Terá sofrido agravamento do seu

padrão basal de dispneia, sem melhoria com a utilização de broncodilatador. Sem outra

sintomatologia. AP: roncos dispersos e apagamento do murmúrio vesicular nas bases. FR

18, FC 89bpm, SpO2 94% com Oxigénio a 3L, TA 130/90mmHg, Glicemia 186mg/dL.

Pupilas sem alterações, Pele pálida. ECG 12D: Fibrilação auricular. Glasgow 15.

Antecedentes pessoais: HTA, IRC em hemodiálise, neoplasia do pulmão metastizada em

tratamento paliativo com história de derrame pleural.

Medicação habitual: Polimedicado, não existindo ninguém que saiba descrever.

Tentou-se aspirar algumas secreções, levando a algum alívio da sintomatologia. Manteve-se

oxigenoterapia.

Transporte ao SU do CHP-HGSA com acompanhamento médico.

Page 21: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

11

TM: Amarelo.

Comentário:

Devido à doença prévia do doente e às suas queixas adequa-se o recurso à VMER.

Motivada pela quase impossibilidade de trabalhar no local onde o doente se encontrava, por

falta de espaço, optou-se por transportar assim que possível para a ambulância.

Por desconhecimento do local, e ausência de funcionamento do dispositivo móvel da

ambulância, esta demorou muito tempo a chegar ao local.

3ª Saída

Ativação VMER: 12h08

Informação do CODU: Sexo masculino, 75 anos, inconsciente.

Local: Estação Campanhã.

Chegada ao local: 12h12

À chegada ao local, doente CCO, vítima de queda com laceração com cerca de 2cm na

orelha esquerda. Sem evidência de TCE ou outro trauma. Nega perda de conhecimento. FC

86bpm, FR 16cpm, TA 145/80mmHg, SpO2 98% Glicemia 93mg/dL, Pele e pupilas sem

alterações. Glasgow 15.

Antecedentes pessoais conhecidos: HTA

Medicação Habitual: AAS, desconhece os restantes.

Foi feito um penso provisório no local de forma a estancar a hemorragia.

Transporte ao HJS sem acompanhamento.

Comentário:

Esta é uma saída que me leva a pensar a forma de fazer triagem. É um caso em que

claramente não é necessária a presença da VMER. O doente teve uma pequena queda, da

qual resultou uma laceração pequena e nada mais. A indicação com que nos dirigimos para

o local era a de que o doente estaria inconsciente, sendo que, no local, nos foi possível falar

com o segurança que ligou para o CODU a pedir ajuda médica. Este disse que descreveu o

doente como inconsciente porque este estava “sentado no chão sem se levantar”. Após ter

passado pelo CODU, apercebi-me que a função de triagem é bem mais difícil do que aquilo

Page 22: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

12

que nos parece na rua. No entanto, acho que esta chamada poderia ter sido mais

esmiuçada e a VMER poderia não ter sido chamada ao local e ter ficado disponível, caso

uma situação mais importante acontecesse.

4ª Saída

Ativação VMER: 13h06

Informação do CODU: Sexo Feminino, 60 anos, alteração do estado de consciência.

Local: R. Santa Catarina-Lar

Chegada ao local: 13h10

À chegada ao local, doente acamada, pouco colaborante, sobreponível ao seu estado

habitual. Terá feito obstrução das vias aéreas superiores ao alimentar-se. Sem queixas à

nossa chegada. FC 92bpm FR 14cpm TA 130/85mmHg SpO2 95% Glicose 112mg/dL.

VMER abandona local.

Comentário:

Este caso não é uma emergência médica, visto que a referida obstrução terá resolvido

espontaneamente. A triagem feita pelo CODU foi deficiente.

5ª Saída

Ativação VMER: 16h10

Informação do CODU: Sexo feminino, 31 anos, dor torácica.

Local: Padaria Ribeiro, S. João da Foz

Chegada ao local: 16h16

À chegada ao local, doente consciente e colaborante, com dor retroesternal em opressão,

de intensidade 5/10, sem irradiação, desde há cerca de 1 hora. Sem outra sintomatologia.

Nega ter feito alguma medicação. FC 117bpm, FR 17cpm, TA 125/70mmHg, SpO2 99%

Glicemia 101mg/dL. Pele e pupilas sem alterações. Glasgow 15. ECG 12D em ritmo sinusal,

sem sinais de isquemia miocárdica.

Antecedentes pessoais: Depressão major, medicada com fluoxetina, 20mg/dia.

Transporte ao SU do CHP-HGSA, com acompanhamento médico.

Page 23: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

13

TM: Amarelo.

3º e 4º turnos: AEM Porto 3, Aldoar

(22/12/2012, 08h-20h)

1ª Saída

Ativação AEM: 11h07

Informação do CODU: Feminino, 44 anos, alteração do estado de consciência

Local: R. Manuel Sérgio Silva Leite, domicílio.

Chegada ao local: 11h16

À chegada ao local, CCO, História compatível com provável lipotímia, já recuperada. Nega

dor. Sem défices motores e neurológicos. Sem outras queixas. FR 18cpm, FC 85bpm, TA

100/60mmHg, SpO2 99% Tax 36,0ºC Glasgow 15. Pele e pupilas sem alterações.

Antecedentes pessoais: Sem antecedentes relevantes.

Transporte ao SU do CHP-HGSA.

TM: Amarelo.

2ª Saída

Ativação AEM: 13h40

Informação do CODU: Feminino, 95 anos, hemorragia.

Local: Av. Boavista, domicílio.

Chegada ao local: 13h44

À chegada ao local, CCO, com episódio de epistaxis, já controlada. Nega cefaleias e dor.

Sem outras queixas. FR 16cpm, FC 80bpm, TA 164/92mmHg, SpO2 98%, Tax 36,0ºC

Glicemia 100mg/dL, Glasgow 15. Pele e pupilas sem alterações.

Antecedentes pessoais: HTA.

Transporte ao SU.do CHP-HGSA.

Page 24: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

14

TM: Amarelo.

3ª Saída

Ativação AEM: 14h24

Informação do CODU: Masculino, 72 anos, crise convulsiva.

Local: Rua Corte Real, domicílio.

Chegada ao local: 14h34

À chegada ao local, CCO, com história comptível com síncope durante o almoço, precedida

de vómito alimentar, já recuperada. Apresenta palidez e sudorese. Refere palpitações. Nega

dor. Sem outras queixas. FR 18cpm, FC 74bpm, TA 152/94mmHg, SpO2 99%, Tax 35,8ºC

Glicemia 124mg/dL, Glasgow 15. Pupilas sem alterações.

Antecedentes pessoais: ICC, FA, HTA, DM 2 e dislipidemia.

Medicação Habitual: Digoxina, desconhece restante medicação.

Após comunicação com o médico do CODU, foi decidido efetuar o transporte para o SU do

CHP-HGSA.

TM: Laranja.

Cometário: Perante a possibilidade da existência de um Síndrome Coronário Agudo (SCA),

a ativação de VMER era justificável. No entanto, o mesmo não foi feito devido às

informações fornecidas aquando da triagem. No momento de chegada ao local e

comunicação com o CODU, foi decidido transportar ao SU por ser mais rápido que a

chegada de VMER.

4ª Saída

Ativação AEM: 16h52

Informação do CODU: Feminino, 63 anos, queda.

Local: R. Nossa Sra. de Fátima, domicílio.

Chegada ao local: 17h04

À chegada ao local, doente CCO, deitada no chão, após queda. Apresenta aparente

deslocação de prótese do fémur. Sem outras queixas, além da dor local. FR 18cpm, FC

Page 25: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

15

88bpm, TA 135/70mmHg, SpO2 99%, Tax 36,2ºC Glicemia não medida, Glasgow 15. Pele e

Pupilas sem alterações.

Antecedentes pessoais: HTA, depressão.

Medicação habitual: Refere medicação para a HTA e depressão. Desconhece qual.

Foi realizada imobilização da vítima, com a utilização de plano duro e maca de vácuo. Foi

iniciada oxigenoterapia a 3L.

Transporte ao SU do CHP-HGSA.

TM: Amarelo.

5ª Saída

Ativação AEM: 18h33

Informação do CODU: Feminino, 63 anos, dor torácica.

Local: Rua dos Pintassilgos, domicílio.

Chegada ao local: 18h39

À chegada ao local a VMER já estava presente. Doente CCO, com episódio de dor torácica

em aperto, de instalação súbita nos 30 minutos anteriores, com irradiação para a mandíbula.

Sem outras queixas. FR 18cpm, FC 95bpm, TA 120/80mmHg, SpO2 100%, Tax não medida.

Glicemia 126mg/dL, Glasgow 15. Pele e Pupilas sem alterações. ECG 12D com ritmo

sinusal, sem alterações em relação ao padrão da normalidade.

Diagnósticos possíveis: Angina Instável ou Enfarte do Miocárdio sem Supradesnivelamento

do segmento ST.

Antecedentes pessoais: HTA, DM2.

Iniciada terapêutica com realização do algoritmo MONA – Morfina 3-5mg, Oxigénio 2-4L,

Nitratos 0,5-1,5mg e AAS 160-325mg, e ativação da Via Verde Coronária.

Transporte ao SU do CHP-HGSA, com acompanhamento médico.

TM: Vermelho.

Page 26: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

16

6ª Saída

Ativação AEM: 19h42

Informação do .CODU: Feminino, 1 mês, queda.

Local: Bairro da Pasteleira, domicílio.

Chegada ao local: 19h47

À chegada ao local, bebé vítima de queda de cerca de 50cm dentro da alcofa. Queda em

posição ventral. Na avaliação inicial apresenta-se bastante choroso e com bom estado geral.

Após comunicação com o CODU, decidido o transporte ao SU de pediatria do HSJ.

Antecedentes pessoais: sem antecedentes relevantes.

TM: Amarelo.

5º e 6º turnos: SIV – Vila do Conde

(23/12/2012, 08h-20h)

1ª Saída

Ativação SIV: 09h45

Informação do CODU: Masculino, 84 anos, trauma.

Local: Estrada Nacional 13, Navais, via pública.

Chegada ao local: 10h06

À chegada ao local, vítima de atropelamento por veículo pesado, já transportada para dentro

da ambulância dos Bombeiros Voluntários. TCE com alteração do estado de consciência

(Glasgow 6) e ferida com afundamento do osso occipital.

FR 16cpm, FC 90bpm, TA 167/90mmHg, SpO2 98% Tax 35,0ºC Glasgow 6. Pupilas

isocóricas e fotoreactivas. Glicemia 123mg/dL.

Antecedentes pessoais e medicação habitual: Desconhecidos.

Page 27: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

17

Realizada imobilização com colocação de colar cervical, acesso venoso periférico,

aspiração, colocação de Guedell, limpeza, desinfeção e proteção da ferida occipital.

Oxigenoterapia.

À chegada da VMER do S. João, cerca das 10h25, o estado de consciência do doente

deteriorou-se para Glasgow 3.

Transporte para a Sala de Emergência do HSJ, onde viria a falecer uma hora depois.

TM: Vermelho.

Comentário:

Devido ao excesso de pessoal na ambulância aquando da chegada da VMER, 2 Bombeiros

voluntários, 1 TAE, 2 Enfermeiros e 1 Médico, foi-me pedido que saísse da ambulância para

libertar espaço, pelo que não posso descrever a atuação a partir desse momento.

2ª Saída

Ativação SIV: 11h17

Informação do CODU: Masculino, 30 anos, alteração do estado de consciência.

Local: Estrada da fábrica, Azurara, via pública.

Chegada ao local: 10h21

À chegada ao local, vítima deitada à porta de uma casa, etilizada a dormir. Vítima não

colaborante na avaliação. Recusa ajuda. SIV abandona local e informa CODU.

3ª Saída

Ativação SIV: 16h24

Informação do CODU: Feminino, 86 anos, dor torácica.

Local: Vila do Conde, domicílio de amiga.

Chegada ao local: 16h33

À chegada ao local, doente com dor retroesternal tipo opressão, com irradiação para o

pescoço, de inicio súbito nos últimos 30 minutos. Apresenta náuseas e vómito alimentar. FR

19cpm, FC 60bpm, TA 156/70mmHg, SpO2 100% Tax 35,7ºC Glasgow 15. Pupilas e pele

sem alterações. Glicemia 124mg/dL.

Page 28: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

18

Antecedentes pessoais e medicação habitual: Valvulopatia, desconhecendo a medicação

habitual e não tem consigo documentação.

Perante este quadro, realização de ECG de 12D, que foi enviado ao médico do CODU. Após

comunicação com médico do CODU, terapêutica com AAS 250mg e Dinitrato de Isosurbilo

(DNI) 5mg. Criação de acesso venoso periférico.

Transporte ao SU do HJS.

TM: Laranja

7º turno: AEM – Porto 1

(21/05/2013, 14h-20h)

1ª Saída

Ativação AEM: 16h46

Informação do CODU: Masculino, 80 anos, PCR.

Local: Rua Faria Guimarães, via pública.

Chegada ao local: 16h50

À chegada ao local, doente em PCR, sem sinais de circulação, midríase e pele pálida.

Glasgow 3. Segundo os presentes no local, o inicio da PCR não teria mais de 5 minutos.

Inicio de SBV até à chegada da VMER. Chegada da VMER 3 minutos depois. ECG em

assistolia. Início de SAV. Doente retoma ritmo sinusal após 12 minutos de manobras e

1+1mg de Adrenalina.

17h02 - FC 101bpm, TA 130/70mmHg, SpO2 86%, Glasgow 3

Antecedentes pessoais: Patologia cardíaca.

Medicação desconhecida.

Efetuado transporte do doente para a ambulância e seguida para o SU do CHP-HGSA.

TM: Vermelho

Page 29: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

19

Comentário:

Tratou-se de uma oportunidade de ver em ação o protocolo de atuação em caso de PCR.

2ª Saída

Ativação AEM: 17h38

Informação do CODU: Masculino, 40 anos, queda.

Local: Estação Metro Aliados.

Chegada ao local: 17h42

À chegada ao local, doente sentado, alcoolizado, sem sinais aparentes de trauma. Vítima

recusa receber auxílio médico e foge. CODU avisado e abandono do local.

Comentário:

Esta saída foi efectuda com VMER, não havendo razões para tal. Triagem deficiente por

parte do CODU.

8º turno: AEM – Porto 6

(22/05/2013, 14h-20h)

1ª Saída

Ativação AEM: 16h02

Informação do CODU: Masculino, 16 anos, Dor Lombar.

Local: Escola Secundária Filipa de Vilhena.

Chegada ao local: 16h05

À chegada ao local, vitima com dor lombar, de intensidade 2/10, sem irradiação. Sem outras

queixas. FR 15cpm, FC 75bpm, TA 119/82mmHg, SpO2 98%, Glicemia 100mg/dL, Glasgow

15. Pele e pupilas sem alterações.

Transportado ao SU pediátrico do HSJ.

Page 30: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

20

Comentário:

Esta não é uma emergência médica e não justificava o envio de meio para o local.

2ª Saída

Ativação AEM: 16h28

Informação do CODU: Feminino, 84 anos, Alteração estado consciência.

Local: Rua Aval de Baixo, domicílio.

Chegada ao local: 16h33

À chegada ao local, vítima CCO, sem sintomatologia. FR 18cpm, FC 78bpm, TA

178/82mmHg, SpO2 98%, Glicemia 157mg/dL, Glasgow 15. Pele e pupilas sem alterações.

Antecedentes pessoais: AVC, HTA, DM2.

Transportado ao SU do HSJ.

TM: Amarelo

Comentário:

Fica a sensação de que a chamada foi feita pela família, numa tentativa de passar algum

tempo longe da familiar, ficando esta no hospital.

A única razão de chamada de assitência deve-se à elevada TA.

3ª Saída

Ativação AEM: 17h35

Informação do CODU: Feminino, 74 anos, Trauma.

Local: R. Azevedo, via pública.

Chegada ao local: 17h47

À chegada ao local, vítima com deslocamento da prótese da anca esquerda. FR 18cpm, FC

81bpm, TA 122/69mmHg, SpO2 95%, Glicemia não medida, Glasgow 15. Pele e pupilas sem

alterações.

Antecedentes pessoais: Osteoporose, prótese bilateral da anca.

Page 31: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

21

Procedeu-se à imobilização da vítima com a utilização de plano duro e colchão de vácuo.

Transportada ao SU do HSJ.

TM: Amarelo

9º turno: VMER- Santo António

(23/05/2013, 14h-20h)

1ª Saída

Ativação VMER: 14h23

Informação do CODU: Masculino, 23 anos, Crise Convulsiva

Local: R. Santos Pousada, domicílio.

Chegada ao local: 14h31

À chegada ao local, doente CCO, sentado. Refere violenta discussão com colega de

trabalho. FR 22cpm, FC 130bpm, TA 165/123mmHg, SpO2 98%, Glicemia 132mg/dL,

Glasgow 15. Tax 36,8ºC. Pele e pupilas sem alterações.

Antecedente pessoais: Patologia psiquiátrica seguida no Hospital Magalhães Lemos.

Medicação habitual: Sedoxil + Diazepam

Diagnóstico: Crise Conversiva.

Transportado ao SU do CHP-HGSA sem acompanhamento.

2ª Saída

Ativação VMER: 14h46

Informação do CODU: Masculino, 35 anos, Crise Convulsiva

Local: R. Duque Palmela, domicílio.

Chegada ao local: 14h51

Page 32: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

22

À chegada, doente em, posição ictal após crise convulsiva presenciada pela mãe. Presença

de secreção purulenta. Perda de continência de esfíncteres. Pele cianótica. Glasgow 3, FC

90bpm, TA 130/70mmHg, SpO2 88%, FR impossível de avaliar. Tax 37,8ºC.

Antecedentes Pessoais: Epilepsia, HIV +, Toxicodependente

Medicação habitual: Desconhecida

Efetuada aspiração para desobstrução da via aérea, oxigenoterapia, ventilação, entubação

endotraqueal e acesso venoso periférico.

Transporte na lona para a ambulância.

Administração de Midazolam 15mg, Propofol 400mg e Fentanil 0,15mg.

Transporte para o SU do HSJ com acompanhamento.

Diagnósticos: Crise convulsiva. Pneumonia?

Comentário:

Em contacto posterior com o médico do hospital, o doente foi referido como tendo sido

tratado também para pneumonia.

TM: Vermelho

3ª Saída

Ativação VMER: 18h08

Informação do CODU: Feminino, 38 anos, Inconsciente.

Local: R. Sta. Catarina

Chegada ao local: Saída abortada 3 minutos depois.

4ª Saída

Ativação VMER: 19h58

Informação do CODU: Feminino, 50 anos, Enforcamento.

Local: R. Contumil, domicílio.

Chegada ao local: 20h05

Page 33: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

23

À chegada ao local, AEM já presente. Doente deitada no chão, após terem cortado a corda

com que se teria enforcado. Estaria em PCR há cerca de 10 minutos e em manobras há 5.

DAE indica doente sem necessidade de choque. Doente sem sinais de circulação, midríase

e pele pálida. Glasgow 3.

Iniciado SAV e reversão da PCR após 1 ciclo (1x Adrenalina). Pulso mantido por 3 minutos.

Doente entra em assistolia novamente e é iniciado novamente SAV. Doente volta a

recuperar pulso ao fim do 1º ciclo de SAV (1x Adrenalina). FC 120bpm, TA 135/65mmHg,

SpO2 89%.

Transporte ao SU do HSJ. Doente manteve o quadro durante o transporte.

TM: Vermelho

10º e 11º turnos: SIV-Póvoa

(24/05/2013, 08h-20h)

1ª Saída

Ativação SIV: 11h35

Informação do CODU: Feminino, 68 anos, Transporte Secundário.

Local: SU Hospital da Póvoa de Varzim CHPV

Doente é trazida ao SU do CHPV por HTA assintomática. No SU, feito ECG que acusa

presença de bloqueio completo de ramo esquerdo. Decidido enviar doente a hospital de

referência para avaliação por cardiologia. Transporte efetuado com acompanhamento de

médico do SU.

FR 14cpm, FC 32bpm, TA 165/95mmHg, SpO2 98%, Glicemia não medida, Glasgow 15. Tax

365,8ºC. Pele e Pupilas sem alterações.

Transporte efetuado sem intercorrências.

TM: Amarelo

2ª Saída

Ativação SIV: 17h18

Page 34: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

24

Informação do CODU: Masculino, 82 anos, Dispneia.

Local: Maceira da Maia, domicílio.

Chegada ao local: 17h35

À chegada ao local, vitima deitada na cama, com dispneia em repouso. Apresenta

secreções purulentas. Sem outras queixas. FR 15cpm, FC 78bpm, TA 109/46mmHg, SpO2

86%, Glicemia 85mg/dL, Glasgow 15. Tax 37,0ºC. Pele cianosada e pupilas sem alterações.

ECG 12D, enviado ao CODU.

Realizada aspiração e colocado O2 a 6L atingindo SpO2 90%. Criação de acesso venoso

periférico.

Antecedentes pessoais: HTA, FA, ICC grau 2, DPOC, Dislipidemia.

Medicação habitual: Lisinopril, Varfarina, Sinvastatina, Furosemida, Alprazolam, Bisoprolol.

Após comunicação com o médico do CODU, decidido efetuar o transporte ao SU do HSJ.

TM: Laranja

3ª Saída

Ativação SIV: 18h38

Informação do CODU: Feminino, 52 anos, Dispneia, Transporte Secundário

Local: Clipóvoa

Chegada ao local: 18h45

À chegada ao local, doente internada pós cirurgia de remoção de um craniofarigioma no

HSJ, tendo sido transferida há dois dias para a Clipóvoa. A cirurgia teria ocorrido há 2

meses, tendo desde então ficado acamada. Segundo a médica inicia quadro subfebril e

anúria no próprio dia. Nega dispneia. FR 14cpm, FC 97bpm, TA 90/50mmHg, SpO2 86%,

Glicemia 85mg/dL, Glasgow 10 (4+1+5), sobreponível ao habitual. Tax 37,0ºC. Pele e

pupilas sem alterações.

Antecedentes pessoais: DM 2, craniofaringioma.

Transporte ao SU do HSJ.

TM: Amarelo

Page 35: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

25

Comentário:

Este será um caso em que não se deveria ter chamado ajuda diferenciada. O transporte

poderia ser feito com o auxílio dos Bombeiros da zona, ficando o meio mais diferenciado da

zona disponível.

12º turno: VMER- Santo António

(25/05/2013, 14h-20h)

1ª Saída

Ativação VMER: 15h37

Informação do CODU: Masculino, 88 anos, Dispneia.

Local: Lar de Pedrouços.

Chegada ao local: 15h42

À nossa chegada, doente com dispneia, em decúbito dorsal, com SDR e respiração ruidosa.

FC 96bpm, FR 18cpm, TA 136/81mmHg, SpO2 94% Glicemia 135mg/dL Tax 37,4ºC. Pele e

pupilas sem alterações. Glasgow 13 (4+3+5). AP: MV simétrico, presença de roncos

exuberantes dispersos e crepitações. Ausência de edemas.

Antecedentes pessoais: Demência, dependente nas AVD.

Medicação habitual: Risperidona, Fludex.

Realizada aspiração de secreções e administração de oxigénio. Administração de Conbivent

1ml, Furosemida 40mg EV e SF 100ml EV.

Transportado ao SU do CHP-HGSA.

TM: Laranja.

2ª Saída

Ativação VMER: 16h48

Informação do CODU: Masculino, 45 anos, Crise convulsiva.

Local: Rua das Condominhas, dentro de um autocarro.

Page 36: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

26

Chegada ao local: 16h53

À nossa chegada, doente em PLS. Inicia crise convulsiva. Crise cessa após 5+5mg

diazepam. Após estabilização foi colocado na maca e ambulância. Glasgow 10 (4+1+5) FC

100bpm, FR 16, TA 95/55mmHg, SpO2 99% Glicemia 136mg/dL Tax 37,2ºC. 10 minutos

após diazepam, inicia nova crise convulsiva, tendo sido administrados + 10mg de diazepam,

tendo a crise cessado.

Antecedentes pessoais: Epilepsia.

Medicação habitual: Hidantina, Valproato de sódio.

Transportada ao SU do CHP-HGSA.

TM: Vermelho.

3ª Saída

Ativação VMER: 18h15

Informação do CODU: Masculino, 45 anos, Inconsciente.

Local: Rua central do seixo, domicílio.

Chegada ao local: 18h22

À nossa chegada, doente deitado, pouco colaborante. Após conversa refere separamento

recente e que foi roubado. Diagnosticado como crise conversiva. Glasgow 15, FC 70bpm,

FR 16, TA 138/75mmHg, SpO2 100% Glicemia 189mg/dL Tax não medida.

Antecedentes pessoais: Alcoolismo, Distúrbio Psiquiátrico.

Medicação habitual: Desconhecida.

Transportado ao SU do HSJ, sem acompanhamento.

13º e 14º turnos – CODU-Norte

No CODU tive a oportunidade de contactar com o outro lado da emergência médica. Para

que os meios possam atuar da forma mais eficaz é necessária toda uma equipa para

organizá-los. Estive fundamentalmente no atendimento e na ativação de meios.

Page 37: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

27

No atendimento, há várias dificuldades a registar. É uma tarefa complicada, uma vez que de

um lado temos um operador e do outro temos um cidadão comum, normalmente sem

conhecimentos nas áreas da saúde, numa situação de elevado stress. Se por um lado os

novos fluxos de triagem facilitam a tarefa do operador, a transmissão da informação clínica

por parte de quem liga 112 é muitas vezes deficiente, não permitindo ao operador perceber

o que está a acontecer do outro lado da chamada. Outra das dificuldades prende-se com a

primeira pergunta a responder aquando de uma chamada para o número de emergência-

“Onde?”. Para além de muitas vezes as pessoas não saberem explicar bem onde estão

(fundamentalmente fora das grande cidades), o programa de localização usado não

reconhece muitas localizações, sendo necessário utilizar pontos de referência próximos do

local, o que nem sempre é fácil tanto para os operadores como para as equipas de auxílio a

caminho do local. Como resultado temos um atraso na chegada da assistência. Existe ainda

uma outra dificuldade surpreendente. Frequentemente, as pessoas telefonam de redes fixas

por pensarem que se o fizerem do seu telemóvel vão gastar dinheiro. Além de atrasar a

comunicação da emergência ao CODU, o contactante fica muitas vezes longe da vítima, não

permitindo assim ao operador fazer uma correta avaliação da ocorrência. Penso que a

criação de um programa nacional de educação da população em como ligar para pedir

assistência médica poderia agilizar o processo e fazer a diferença na assistência prestada.

No acionamento, apenas notei uma dificuldade. Aquando da utilização dos sistemas móveis

de comunicação, a Mobile Clinic, o seu funcionamento é muitas vezes deficiente, não

recebendo a informação ou demorando muito a recebê-la. Sendo um sistema caro, penso

ser exigível que funcione corretamente, uma vez que a utilização do rádio móvel atrasa o

processo e não permite a utilização do GPS da Mobile Clinic.

Page 38: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

28

ANÁLISE DAS ATIVAÇÕES

No total foram realizadas 29 ativações e observadas 28 vítimas (1ª saída abortada).

Gráfico 2 – Número de saídas por meio

Gráfico 3 – Média de saídas por turno

Das 29 activações 12 foram saídas da VMER, 6 da SIV e 11 da AEM. Em termos médios,

existiram 3 saídas por turno VMER, 1,5 por turno SIV e 2,75 por turno AEM (gráficos 2 e 3).

0

2

4

6

8

10

12

VMER SIV AEM

VMER

SIV

AEM

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

VMER SIV AEM

VMER

SIV

AEM

Page 39: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

29

Tabela1- Caracterização de saídas por meio

VMER SIV AEM Total

Nº de ativações 12 6 11 29

Doença Súbita 9 2 7 18

Trauma 2 1 4 7

Transportes

Secundários

- 2 0 2

Outras 0 1 0 1

Abortadas 1 0 0 1

Óbitos 0 0 0 0

No total, verificou-se uma predominância pelas doenças súbitas (18) em relação às

situações de trauma (7). Ainda que constituído por 72horas no terreno, o número de

ativações (29) apresenta-se manifestamente curto para a realização de estatísticas

significativas (Tabela 1).

Tabela 2- Triagem de Manchester das ativações por meio

Triagem

Manchester

VMER SIV AEM Total

Amarelo 2 2 7 11

Laranja 1 2 1 4

Vermelho 3 1 2 8

Transporte sem

acompanhamento

4 - - 4

Sem transporte 2 1 1 4

De acordo com a TM dos doentes transportados ao SU, houve um total de 8 vermelhos, 4

laranja e 11 amarelos. 4 foram transportados sem acompanhamento (não há informação) e

4 não foram transportados (Tabela 2).

Page 40: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

30

Tabela 3 – Distribuição das doenças súbitas por meio

VMER SIV AEM Total

Dor Torácica 2 1 1 4

Dispneia 2 1 0 3

PCR 0 0 1 1

Alteração Estado

Consciência

1 0 2 3

Crise Convulsiva 2 0 0 2

Crise Conversiva 2 0 0 2

Dor Lombar 0 0 1 1

Hemorragia (não

associada a

trauma)

0 0 1 1

Síncope 0 0 1 1

No total de doenças súbitas, houve múltiplas etiologias, como apresentado na Tabela 3.

Tabela 4- Distribuição dos Traumas por meio

VMER SIV AEM Total

Queda 1 0 4 5

TCE 0 1 0 1

Enforcamento 1 0 0 1

Em relação aos traumas verificou-se uma predominância pelas quedas (Tabela 4).

Page 41: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

31

Tabela 5- Distribuição das ocorrências por faixa etária e meio

VMER SIV AEM Total

<25 anos 1 0 2 3

25-65 anos 7 2 4 13

>65 anos 3 4 5 12

Tabela 6- Distribuição das ocorrências por local e meio

VMER SIV AEM Total

Domicílio/Lar 6 2 7 15

Local Público 4 2 4 10

Estabelecimento

Saúde

1 2 0 3

Em relação às tabelas 5 e 6, é possível verificar uma diferença grande no número de

ativações em relação à faixa etária com menos de 25 anos, quando comparada com as

faixas etárias mais velhas. O número de ativações na faixa etária entre os 25 e os 65 anos é

semelhante ao número de ativações na faixa etária acima de 65 anos (13 contra 12). Quanto

ao local de ocorrências, verificou-se uma predominância pouco acentuada pelas incidências

nos domicílios/estabelecimentos de acolhimento em relação aos locais públicos (15 contra

10).

COMENTÁRIO ÀS ATIVAÇÕES

As 84 horas deste estágio permitiram-me formar uma opinião sobre o funcionamento do

SIEM em Portugal. A meu ver, o sistema está bem estruturado e funciona bem, podendo ser

melhorado em alguns aspetos. Os meios e métodos atualmente utilizados são adequados à

população portuguesa e permitem dar resposta em tempo útil às situações de emergência

médica nacional. No entanto, existem três aspetos que mereciam ser melhorados. Em

primeiro lugar, devia promover-se uma educação da população nacional sobre como ligar

para o 112. Parecendo ser uma tarefa fácil, há alguma falta de informação, como o facto do

Page 42: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

32

número de emergência ser gratuito e o facto de se dever, sempre que possível, ligar

próximo da vítima. Outro aspeto que poderia ser melhorado é o das telecomunicações. O

sistema utilizado falha muitas vezes e com isso perde-se muito tempo na assistência às

populações. Os eventos demoram a chegar ao Mobile muitas vezes, se chegarem. O

sistema de GPS também poderia ser melhorado, pois desconhece muitos dos lugares

recônditos do nosso país. Por fim, a integração das SIV não me parece um processo muito

eficaz, talvez por estar no início. Tive a oportunidade de fazer dois turnos da SIV da Póvoa,

a qual está integrada. A meu ver, e tendo em conta que este é o único meio diferenciado da

zona, o tempo que se perde a juntar a equipa para sair (nunca inferior a 5 minutos) parece-

me excessivo, atraso esse que não acontecia na SIV de Vila do Conde, antes da integração.

Penso que este estágio foi muito enriquecedor para a minha formação como médico, uma

vez que me deu uma oportunidade única de contactar com a realidade fora da minha zona

de conforto, o hospital. Uma das grandes diferenças entre trabalhar num hospital e na rua,

reside no facto de que no hospital, o doente adapta-se à realidade que o rodeia enquanto na

rua, os profissionais da emergência médica é que têm de se adaptar à situação em questão.

Subir escadas mais apertadas, não encontrar o local de emergência, lidar com familiares

sempre naturalmente aflitos e muitas vezes a perturbar o trabalho ou mesmo a insegurança

que às vezes se sente são fatores dos quais estamos protegidos num hospital. Além do já

referido, este estágio deu-me a oportunidade de ver em prática algoritmos e protocolos de

emergência que antes, apenas tinha visto em livros. Nada é tão facilitador da aprendizagem

como a sua aplicação prática.

Por último, foi um privilégio poder contactar com os profissionais do INEM. Dedicados e de

competência indiscutível estiveram sempre disponíveis para partilhar conhecimentos e

experiências, sempre com um convívio saudável e bem disposto.

Page 43: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

33

III. CONCLUSÃO

Terminado o estágio, sai reforçada a minha ideia que esta era a opção correta. Para muitos

profissionais ligados à área da saúde, incluindo médicos, a emergência médica é um mundo

um pouco desconhecido. Para mim também o era em absoluto antes da realização deste

estágio, sendo essa também uma das motivações que me levou a escolhe-lo como Tese de

Mestrado. A área de intervenção médica começa na rua, onde as situações surgem e só

depois passa para o hospital. Durante todo o curso só obtemos contacto com a segunda

parte desta cadeia, sendo por isso esta uma oportunidade excelente de complementar a

minha formação. O profissionalismo, a competência e a dedicação das equipas com quem

tive oportunidade de estagiar devem ser enaltecidos.

Quanto aos objetivos, penso que de uma forma geral foram todos atingidos. A grande

variabilidade de emergências possíveis torna utópico querer abordar todas a situações

possíveis. No entando, e findo o estágio, considero que aprendi a situar o papel do médico

na abordagem e tratamento do doente emergente, reconhecendo-o como fundamental na

liderança das equipas que prestam cuidados a esse tipo de doentes, e a identificar as

principais situações de emergência do foro médico e traumatológico. Aprendi também

técnicas “life-saving”, assumidas como essenciais para a manutenção da vida no doente

grave e tomei conhecimento dos protocolos de atuação e aplicação dos Algoritmos de

Suporte Avançado de Vida. Penso ter ganho competências de liderança e de gestão, em

situação de pressão e ansiedade próprias da abordagem do doente muito grave e

emergente e técnicas de reanimação e estabilização de doentes emergentes, em situação

de doença súbita e trauma. Na emergência médica trabalha-se sempre em equipa e a

responsabilidade ética e profissional deve estar sempre acima de tudo.

Considero por isso que o estágio foi bem sucedido, ficando apenas a lamentar não ter tido

oportunidade de ver outro tipo de doentes, como mais situações de trauma, AVC, Sepsis ou

queimados.

Page 44: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

34

BIBLIOGRAFIA

Decreto Lei n.º 34/2012 de 14 de fevereiro. (2012). Diário da Républica. Ministério da Saúde.

European Resuscitation Council. (2010). European Resuscitation Council Guidelines for

Resuscitation 2010. European Resuscitation Council.

INEM. (2009). Carteira de serviços - Ambulâncias. Retrieved from INEM - Instituto Nacional

de Emergência Médica: http://www.inem.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=27944

INEM. (2009). Carteira de Serviços - Ambulâncias. Retrieved from INEM - Instituto Nacional

de Emergência Médica: http://www.inem.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=27944

INEM. (2009). Carteira de serviços - CAPIC. Retrieved from INEM - Instituto Nacional de

Emergência Médica: http://www.inem.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=27900

INEM. (2009). Carteira de Serviços - CIPSE. Retrieved from INEM - Instituto Nacional de

Emergência Médica: http://www.inem.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=27911

INEM. (2009). Carteira de serviços - CODU. Retrieved from INEM - Instituto Nacional de

Emergência Médica : http://www.inem.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=27856

INEM. (2009). Carteira de serviços - CODU-MAR. Retrieved from INEM - Instituto Nacional

de Emergência Médica : http://www.inem.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=27867

INEM. (2009). Carteira de serviços - Helicópteros. Retrieved from INEM - Instituto Nacional

de Emergência Médica: http://www.inem.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=27977

INEM. (2009). Carteira de Serviços - Motociclos de Emergência Médica. Retrieved from

INEM - Instituto Nacional de Emergência Médica:

http://www.inem.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=27933

INEM. (2009). Carteira de serviços - TIP. Retrieved from INEM - Instituto Naciona de

Emergência Médica: http://www.inem.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=27889

INEM. (2009). Carteira de serviços - UMIPE. Retrieved from INEM - Instituto Ncional de

Emergência Médica: http://www.inem.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=27922

INEM. (2009). Carteira de serviços - VIC. Retrieved from INEM - Instituto Nacional de

Emergência Médica: http://www.inem.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=27999

Page 45: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

35

INEM. (2009). Carteira de serviços - VMER. Retrieved from INEM - Instituto Nacional de

Emergência Médica: http://www.inem.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=27966

INEM. (2009). CIAV. Retrieved from INEM - Instituto Nacional de Emergência Médica:

http://www.inem.pt/ciav

INEM. (2009). O SIEM. Retrieved from INEM - Instituto Nacional de Emergência Médica:

http://www.inem.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=28164

INEM. (2012). Relatório de Atividades INEM 1º Semestre 2012. Gabinete de Planeamente e

Controlo de Gestão.

Instituto Nacional de Emergência Médica. (2000). Manual VMER. Instituto Nacional de

Emergência Médica.

Page 46: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

36

ANEXOS

Page 47: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

37

ANEXO I – ALGORITMOS DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA

Page 48: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

38

Figura 2 – Algoritmo Suporte Básico de Vida no Adulto (European Resuscitation Council, 2010)

Page 49: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

39

Figura 3 – Algoritmo Suporte Básico de Vida Pediátrico (European Resuscitation Council, 2010)

Page 50: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

40

ANEXO II – ALGORITMOS DE DESFIBRILHAÇÃO AUTOMÁTICA EXTERNA

Page 51: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

41

Figura 4 – Algoritmo Desfibrilhação Automática Externa (European Resuscitation Council, 2010)

Page 52: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

42

ANEXO III – ALGORITMOS DE SUPORTE AVANÇADO DE VIDA

Page 53: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

43

Figura 5 – Algoritmo Suporte Avançado de Vida no Adulto (European Resuscitation Council, 2010)

Page 54: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

44

Figura 6 – Algoritmo Suporte Avançado de Vida Pediátrico (European Resuscitation Council, 2010)

Page 55: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

45

ANEXO IV – FICHAS DE REALIZAÇÃO DE ESTÁGIO

Page 56: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

46

Page 57: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

47

Page 58: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

48

Page 59: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

49

Page 60: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

50

Page 61: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

51

Page 62: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

52

Page 63: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

53

Page 64: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

54

Page 65: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

55

Page 66: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

56

Page 67: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

57

Page 68: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

58

Page 69: EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR: “OBJETIVO HOSPITAL” · IV ABSTRACT Medical emergency has different approaches in hospital and non-hospital environments. In Portugal, pre-hospital

59