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EMBRAPA: TECNOLOGIA' AGRÍCOLA PARA' O DESENVOLVIMENTO '?aul C. Rosinha

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EMBRAPA: TECNOLOGIA' AGRÍCOLA PARA' O DESENVOLVIMENTO

'?aul C. Rosinha

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tMBRAPÁ: TECNOLOGIA AGRTCOLA PARA O DESENVOLVIMENTO*

Raul C. Rosinha*

Trabalho apresentado no 79 Congresso Brasileiro de Biblioteco-

nomia e Documentaço. Belem, PA, 29.07-04.08.73

Pesquisador em Agr1cultura do Minist6rio da Agricultura. Bra-

sflia, DE'

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EMBRAPA: TE CNOLOGI A AGRÍcOLA PARA O DESENVOLVI MENTO

Raul C. Ro..Liiha

INTRODUÇAO

Em que pese o vertiginoso crescimento industrial do Brasil

o setor agrfcoia ainda continua sendo o mais importante, no contex

to da economia nacional.

Uma apreciaço las exportaç6es brasileiras demonstra a par

ticipação dos produtos agrfcolas com 68,5% do valor transacionado.

Essa participação, apesar de vir decrescendo relativamente, permane

ce em ascenço contfnua, desde 1967, considerando o valor absoluto.

Se aliado ao crescimento das exortaçes for considerado o

aumento do consumo interno, seja pelo crescimento vegetativo, seja

pela eíevaço do nfvel de vida da Dopulaço, verifica-se que a pro

duço agrfcoia nacional tem se mantido em constante ascenço.

Entretanto, esse fato ocorre mais pelo aumento da fronteira

agrfcola do que propriamente pelos aumentos de rendimentos das cul

turas e criaç6es.

Para que esses rendimentos sejam aumentados de acordo com

£ndice desejveis, faz-se necessiria a participação de nova tecnolo

gia, buscando maior produtividade por unidade de írea. A criação de

nova tecnologia, depende de investimentos ordenados no campo da pes

quisa agropecuíria, objetivando desenvolver processos adaptados às

condiç5es brasileiras e passiveis de romperem os atuais Çndices de

produtividade da lavoura e da pecuiria.

SÍNTESE HISTORICA

A pesquisa agricola, no Ministerio da Agricultura, tem pau

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co mais de quarenta anos. Organizada inicialmente na forma de se

çSes de experimentação e de campos experimentais, evoluiu para a

forma de estaç6es experimentais:

A primeira tentativa de sistematização dos trabalhos de pes

quisa, surgiu em 1933, com o Decreto 22.338, de 11 de jareiro daque

le ano. Na oportunidade foi criada a Diretoria Geral de Pesquisas

Científicas. Por diversas raz6es, o citado 6rgão não chegou a furi

cionar e teve sua extinção determinada pelo Decreto 23.979, de 8 de

março de 1934.

Posteriormente, atraves do Decreto-Lei 982, foi criado, em

ti-e outros 6rgãos , o Centro Nacional de Ensino e Pesquisas AgronEmi

cas (CNEPA). Sua estrutura compreendia: Escola Nacional de Agrono

mia, Instituto de Química Agrícola, Instituto dê Ecologia Agrícola

e Instituto de Experimentação Agrícola. Era o nascimento de uma com

plexa estrutura central que iria perdurar ate 1962.

O primeiro Instituto de Pesquisas surgiu em 1939 ,atravs do

Decreto 12145, com sede em Bel6m, PA, e sob a denominação de Institu

to Agron6mico do Norte (lAN)

em 1943, atrav6s do Decreto-Lei 6.155, de 30 de novembro

o CNEPA foi reorganizado, passando a constituir-se de: Universidade

Rural, Serviço Nacional de Pesquisas AgronEmicas e outras depend&n

cias. Por sua vez, o Serviço Nacional de Pesquisas AgronErnicas era

constituido de: Instituto de Ecologia e Experimentação Agrícolas,

Instituto de Química Agrícola, Instituto de 51eos, Instituto de Fer

mentação e dos Institutos AgronEmicos do Norte (lAN) , do Nordeste

(IANE) , do Sul (IAS) e do Oeste (IAO) - O pr5prio Decreto-Lei estabe

lecia que esses Institutos constituiriam a "rede nacional de experi

mentação agrícola'. Estava criada assim a estrutura bsica de pes

quisa que perdura. at6 os dias de hoje e que, foi enriquecida com a

instalação do Instituto Agron8mico do Leste (IAL).

Em 1962 através da Lei Delegada n9 9 de 11 de novembro o

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cNEPA foi transformado em Lepartamento de Pesquisa e Experimentação

Agropecuirias (DPEA) e os institutos passaram a denominar-se Insti

tuto de Pesquisa e Experimentação Agropecuírias do Norte (IPEAN) ,do

Nordeste (IPEANE) , do Leste (IPEAL) , do Centro-Oeste (IPACO) e do

Sul (IPEAS). Na mesma oportunidade, foi criado o Instituto de Fes

quisas e Experimentação Agropecuirias do Centro-Sul (IPEACS) , cons

constitufdo pela fusão dos Institutos de Biologia Animal, de Zootec

nia e de Ecologia e Exnerimentação Agrfcola.

Atraves do Decreto 62.163, de 23 de janeiro de 1968, foi re

organizada a estrutura bísica do Ministerio da Agri cultura,pass ando

o DPEA a denominar-se Ecrit6rio de Pesquisas e Experimentação

(EFE). Suas DivisSes tecnicas foram transformadas em Equipes.

Em 21 de agosto de 1968, atrav6s dos Decretos 63.139 e

63.140, foram criados os Institutos de.Pesquisa e Experimentação A

gropecuírias Meridional (IPEANE) e do Oeste (IPEAO). Completando a

rede axperimental, em 12 de maio de 1969 foi criado o Instituto de

Pesquisas e Experimentação Agropecuírias da AmazEnia Ocidental

(IPEAAOc).

Finalmente, com o advento do Decreto 68.593, de 6 de maio

de 1971, o EPE foi transformado em Departamento Nacional de Pesqui

sa Agropecuíria (DNPEA) , passando suas Equipes centrais a denominar

-se novamente de Divises. Foi criado, como unidade executiva, o

Centro de Tecnologia Agrfcola e Alimentar, pela fusão dos Institu

tos de Tecnologia Agrfcola Alimentar, de Óleos e de Bebidas.

O DNPEA ATUAL

Pela Portaria Ministerial n9 454 de 15 de dezembro de 1971,

o DNPEA teve seu Regimento Interno aprovado e, na oportunidade pos

suia a seguinte estrutura:

Órgãos Centrais

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Diretoria Geral

Equipe de Estatistica Experimental e Mlise Economi.

ca (EEEAE)

Equipe de Documentação e Divulgação Cienttfica (EDDC)

Divis6es Tecn

Divisão de

Divisão de

Divisão de

Divisão de

Divisão de

Divisão de

i. cas

Pesquisa

Pesquisa

Pesquisa

Pesquisa

Pesquisa

Pesquis a

em Engenharia Rural (DPER)

Pedol6gica (DPP)

Fitotcnica (DPF)

Zootecnica (DPZ)

Zoopatol6gica (DPZP)

em Tecnologia Agricola (DPTA)

drgãos Descentralizados

Centro de Tecnologia Agrrcola e Alimentar (CTAA)

Coordenação de Pesquisas fundamentais (CPFtJ)

Coordenação de Tecnologiá de Produtos Agropecurios (CPTA)

Coordenação de Serviços AnaLíticos (CSA)

r

do

de

do

de

da

da

de

Instituto

Es tação

Es tação

Estação

Estação

Estação

Es tação

Es t ação

ie Pesquisas

Experimental

Experimental

Experimental

Experimental

Experimental

Experimental

Experimental

Dpecuarias do Norte (IPEAN)

Pmap

Tracuateua

Baixo-Amazonas

Maraj6 e Selem-Brasilia

Trans amazonica

Dom Pedro

Instituto de Pesquisas Agropecurias do Nordeste (IPEANE)

Estação Experimental de Itapirema

Estação Experimental de Surubim

Estação Experimental de Submedio São Francisco

Estação Experimental de João Pessoa

Estação Experimental de União dos Palmares

Estação Experimental de Alagoinha

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Estação Experimental de Serid6

Estação Experimental de Barbalha

Estação Experimental de Pacajus

Estação Experimental de Teresina

Instituto

Estação

Es t ação

Estação

Estação

Estação

Estação

Es tação

Es tação

Es tação

Estação

Estação

de Pesquisas

Experimental

Experimental

Experimental

Experimental

Experimental

Expe rimen tal

Experimental

Experimental

Experimental

Experimental

Expe rimen tal

g r Dpecu rias do Leste

de Um a

de Gileno Miado

de Santa Terezinha

de Valente

de Aracaju

de Quissairrã

de Nossa Senhora da Gldria

de J ag u aq ua rã

de Traquara

de Nossa Senhora das Dores

de Itaberaba

Instituto de Pesquisas Agropecurias do Centro-Oeste (IPEACO)

Estação Experimental de Agua Limpa

Estação Experimental de Sete Lagoas

Estação Experimental de Lavras

Estação Experimental de Caldas

Estação Experimental de Machado

Estação Experimental de Patos de Minas

Estação Experimental de Uberaba

Estação Experimental de Diamantina

Estaçã.o Experimental de Anipolis

Estação ExpeMmental de Governador Valadares

Estação Experimental de Brasília

Estação Experimental de Andradas

Instituto de Pesquisas Agropecurias do Centro-Sul (IPEACS)

Estação Experimental de Campos

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Estação Experimental de Santa M6nica

Estação Experimental de Linhares

Estação Experimental de Avelar

7

Instituto

Estação

Es tação

Es tação

Estação

Estação

Es tação

Es tação

Estação

Estaço

Estação

ie Pesquisas

Experimental

Experimental

Experimental

Expe rimental

E xpe riment ai

Experimental

Experinental

Expe rimental

Experimental

Experimental

Ag r opecuírias Meridional (IPEAME)

de Ponta Grossa

de Londrin a

de t4aring

de Campo Largo

de Pato Branco

de São Simão

de Morre te s

de Botucatu

de Sao Carlos

de Criação de Ponta Grossa

Instituto de Pesquisas Agropecurias do Sul (IPEAS)

Estação Experimental de Pelotas

Estação Expe±'imental de Passo Fundo

Estação Experimental de Cinco Cruzes

Estação Experimental de Bento Gonçalves

Estação Experimental de Rio Caçador

Estação Experimental de Urussanga

Estação Experimental de Videira

Estação Experimental de Lages

Instituto de Pesquisas Agropecurias do Oeste (IPEAO)

Estação Experimental de Cceres

Estação Experimental de Rondon6polis

Estação Experimental de Dourados

Estação Experimental de Campo Grande

Instituto de Pesquisas Agropecurias da AmazEnia Ocidental

Estação Experimental de Tef (IPEAAOc)

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Estação Experimental do Acre

Estação Experimental de Roraima

Estação Experimental de Porto Velho

Estação Experimental de Maus

AS PRIMEIRAS TENTATIVAS

Os Ministros da Agricultura e do Planejamento, criaram, a

traves da Portaria conjunta nQ 280 de 24 de julho de 1970, uma Co

missão de Alto Nível, incumbida de "fazer uma avaliação da pesquisa

agropecuria", indicar os fatores positivos e negativos que influem

no seu rendimento", "definir prioridades" e "formular programa de

expansão de atividades".

A Comissão apresentou circunstanciado relat(Srio, sem fazer

a avaliação, pois "demandaria um levantamento de informações de tal

amplitude que as atribuiç6es regulares de cada um dos seus membros

e a pr6pria estrutura da Comissão não permitiria efetuar".

Como fatores negativos foram levantados os seguintes: 1)fai

ta de pessoal em qualidade e quantidade suficientes para conduzir

um programa intenso de pesquisa; 2) insuficincia de treinamento es

pecializado oferecido no País; 3) falta de incentivos aos pesquisa

dores; ) irregularidade na liberação de recursos; 5) deficincia

institucional; 6) falta de coordenação da pesquisa agropecuíria no

País; 7) falta de entrosamento entre ensino, pesquisa e extensão;8)

falta de um sistema de acompanhamento, avaliação e reformuiação dos

programas de pesquisa; 9) falta de planejamento das pesquisas , com

escalas de prioridade; 10) insufici&ncia de meios de comunicação;

li) falta de interpretação econ6mica dos resultados experimentais

12) falta de bibliotecas atualizadas e bem organizadas; 13) insufi

ciente aproveitamento da experincia tecnica estrangeira e interna

ci on ai.

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Algrn disso, a Comissão sugeriu prioridades, em termos de re

giBes, de culturas, de criaç6es e de disciplinas.

Uma das recornendaç6es do citado Relat6rio dizia:"Que seja

concedida autonomia administrativa e financeira, semelhante das

universidades federais , aos 6rgãos de pesquisa do Ministrio da A

gricultura". Outra recomendação apontava: "Que seja criado junto ao

EFE um Fundo de Pesquisa, constituido de recursos orçamentírios ou

não, destinado do financiamento de projetos de pesquisa agropecu

ria".

Recomendou tamb6m a criação de um "Conselho Superior de Pos

quisa Agropecu5ria" , coi o objetivo de "traçar a polftica geral da

pesquisa agropecuiria no Pafs e avaliar os seus resultados". Esse

Conselho seria composto por tecnicos do 6rgão de pesquisa do Minis

t&rio da Agricultura e por igual nGmerq de pessoas alheias ao Minis

te ri o.

Como principal contribuição da Comissão, foi estabelecido,

um Plano Operacional para o Programa Especial de Pesquisas Agrope

curias , o qual viria a ser adotado na concessão do ernprstimo de

USS 11.300.000,00 (onze milhbes e trezentos mil d61ares) pela Agân

cia para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID

O SURGIMENTO DA EMBRAPA

Uma nova Portaria Ministerial, de n9 143, de 18 de abril de

1972, criou um Grupo de Trabalho para: "Definir os principais obje

tivos e funçEes da pesquisa agropecuaria . . , identificar as princi

pais 1imitaçes ao pleno atingimento desses objetivos, sugerir as

providncias apropriadas à expansão dessas atividades . . . , indicar

fontes e fonnas de financiamento necessrios à ampliação dessas pes

quisas e propor a legislação adequada a dinamização desses traba

lhos".

0 Grupo realizou um estudo detalhado da pesquisa agropecu

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lo

ria, tanto federal, como estadual e particular. No documento encami

nhado ao Ministro da Agricultura, foram apontados os aspectos rele

vantes da situação atual da pesquisa agropecuria, conceitos b5si

cos para o desenvolvimento dessa pesquisa, um modelo institucional

e um esquema de programação do sistema.

Entre os aspectos positivos , destaca-se a rede experimental

coordenada pelo DNPEA e ii referida anteriormente , bem como as faci

lidades de equipamentos e instalaç6es. Outro ponto importante 6 "a

atual existncia de um pequeno grupo de dirigentes e profissionais

altamente qualificados que, liberado da sobrecarga de atribuiç6es

e responsabilidades, poderá aumentar a sua efici&ncia".

A existncia de ComissõesNacionais, a conscincia de uma

programação nacional integrada de pesquisa e a existncia de mate

riais e resultados de reconhecido valor tecnico-cientffico, são tam

bm evidenciados como saldo positivo do trabalho do DNPEA.

Por outro lado, hi tajnb6m que relacionar os pontos de es

trangulamento que comprometem a eficincia das atividades de pesqui

sa. Esses pontos foramagrupados quanto à polftica de pesquisa, aos

aspectos institucionais, à programação, a recursos humanos, à mobi

lização de pessoal e aos aspectos financeiros. Em parte, são seme

lhantes, aos apontados pela Comissão de Alto Nivel, em 1970.

A falta de definição de uma polftica científica e tecno16gi

ca para a agricultura e a limitada e descontfnua ação do Governo em

suas relaçaes com o setor pri'ado são pontos importantes daquele es

trangulamento. Outros , tais como inexistncia de um plano integrado

de pesquisa, debilidade do sistema de controle e avaliação,ausncia

de um enfoque econEmico e social para os projetos de pesquisa,carac

terizam os aspectos negatÍvos da programação.

Quanto a recursos humanos, vale destacar o limitado rnZmero

de profissionais atuando na pesquisa, em comparação com as necessi

dades para criação e transfer&ncia de nova tecnologia. Al6m disso,

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a escassez de economistas, estatfsticos, analistas de projeto, pro

gramadores, tgcnicos de administração, de comunicação cientffica,

tainbem contribui para o citado estrangulamento.

A impossibilidade de competir nomerca'eie trabalho, dada

a oolftica salarial vigente, a inexistncia de estrmuios de ascen

ção profissional, a falta de um programa amplo de treinamento e a

acentuada fuga de pesquisadores em busca de melhores satírios,carac

terizam o aspecto de mobilização de pessoal, em sua face negativa.

Ainda com essa conotação foram evidenciados a insufici&ncia

de recursos financeiros para a pesquisa, o descompasso entre o sis

tema de programação tecica com a execução financeira, debilidade

de caotação e manejo de recursos para a pesquisa e a reduzida expe

ri&ncia na detenninação de custos financeiros e operativos da pes

quisa.

No documento em pauta, foram apresentadas alternativas para

a dinamização da pesquisa agropecuiria, sendo urna delas a manuten

ção do DNPEA na administração direta, porem provido da flexihilida-

de indispensível, atraves de um Decreto Presidencial. A outra,e que

veio a se materializar posteriormente , propunha a ci'iação de uma Em

presa Pública, vinculada ao Minist5rio da Agricultura.

Al6m disso, foi proposta a organização de u Sistema Macio

nal de Pesquisa Agropecuíria, o qual contaria com um Conselho Macio

nal e vírios Conselhos Regionais. Esses conselhos teriam a partici

pação de 6rgãos e entidades envolvidos direta ou indiretamente em

pesquisa, bem como da iniciativa privada.

Outro £tern levantado no mesmo documento e o relativo ao es

quema de programação do Sistema, onde e destacada a participação do

setor privado. Seria estabelecido um Plano Nacional de Pesquisas A

gropecuírias , composto de Programas Nacionais de Pesquisas (por pro

dutos , recursos ou disciplinas) , Programas Regionais de Pesquisa e

Projetos Regionais (por produto).

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12

Como sequncia desse relat6rio, foi encaminhada Exposiço

de Motivos dos Ministerios da Agricultura e do Planejamento, PrOPOQ_

do a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria .......

E MB RAP A)

CRIAC0 E OBJETIVOS

Atraves da Lei N9 5.851, de 7 de dezembro de 1972, o Coa

gresso Nacional, autorizou a constituiç.o da referida Empresa. Pelo

Decreto N9 72.020 de 28 de março de 1973, a EMBRAPA teve seus Esta

tutos aprovados, dos quais destacamos os objetivos, constantes do

Art. 49.

So objetivos da EMBRAPA:

1 - promover, estimular, coordenar e executar ativida

des de pesquisa, com o objetivo de produzir conhe

cimentos e tecnologia a serem empregados no desea

volvimento agrícola nacional;

II - dar apoio t6cnico e administrativo a 6xjaos do P0

der Executivo com atribuiç6es de formulaço, orien

taço e coordenação da política de cincia e tec

nologia no setor agrícola.

Pargrafo Único. As pesquisas de que trata este artigo

serão de natureza agropecuria,tecno16gica e s5cio

-econ6mica no setor agrícola, podendo, ainda,em co

operação com as entidades pr6prias, abranger assun

tos florestais, de pesca, de meteorologia e outros

compreendidos nas reas do Minist6rio da Agricultu

ra".

Visa a EMBRAPA ao "estabelecimento de um mecanismo iristitu

cional agil, dinamico, flexível, suficientemente capaz de responder

s necessidades atuais do nosso processo acelerado de desenvolvimen

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1fl ID

to".

Como aspectos fundamentais que deverão orientar as ativida

des da EMBRAPA, alinham-se os seguintes:

rrlç) A programação da pesquisa ser ajustada aos pbjetivos e

polfticas estabelecidas nos Planos Nacionais de Desen

volvimento e nos Planos Bsicos de Desenvolvimento Cien

tffico e Tecno16gico. A partir dar e das polfticas agrf

colas adotadas, deverão surgir as prioridades nacionais

• regionais que se transformarão no elenco de programas

• projetos, por produto e região auspiciados pela E.mpre

sa. Em todo, momento haverg, de nossa parte, a preocupa

ção da seletividade na programação da pesquisa, evitan

do-se a fragmentação de recursos ou a realização de ati

vidades que não sejam efetivamente prioritrias.

29) Sendo o processo de produção agropecuria um complexo

que envolve espectos ffsicos, biol6gicos , econ6rnicos e

sociais a Empresa adotara urna orientação que aborde sem

preque possfvel, de forma integral, os fatores que ia

tervm no processo produtivo.

39) Para a formulação de uma estrat(;gia de tecnologia agro

pecuria, a EMBRAPA adotarã uma posição pragmhtica, de

acordo com as necessidades de desenvolvimento nacional.

Se conveniente, importarj tecnologia, realizando as a

daptaç6es necesshrias em cada caso. De qualquer maneira

haverá um esforço consistente e continuado no sentido

de proporcionar os recursos que forem necesshrios para

a criação de tecnologias pr6prias compatrveis com as e

xig&ncias e condiçBes internas e de competição no merca

do internacional.

49) Em conformidade com o princrpio de melhor aproveitameri

to dos recursos institucionais disponfveis no Pars , a

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l'4

EMBRAPA atuara, invariavelmente, buscando a cooperação

e dando apoio aos diferentes organismos que realizam a

pesquisà agropecuria. Será sempre uma empresa aberta e

sensfvel ao esforço cooperativo. Face grande responsa

bilidade e à Complexidade das tarefas a serem desenvol

vidas , a Empresa prop6e uma aliança com os organismos

do Governo Federal, com as Universidades, com os Esta

dos e com o setor privado, de modo especial com a indi3s

tria que utiliza produtos agropecurios e produtores de

insumos. Esta aliança devera concretizar-se,especialmen

te, nas disintas fases de programação e execução de

programas e projetos. Esta cooperação irá certamente

possibilitar a adoção de diferentes formas de execução'

de projetos , promovidos, diretamente pela EMBRAPA, em

acordo ou por delegação e contratação de pesquisa.

59) Parece-nos indispensvel ressaltar a preocuDação da Em

presa em fazer com que toda a tecnologia dispon3vel e

comprovadamente Gtil chegue rpida e em forma accessí

vel ao produtor agrícola. Est5 previsto um vigoroso es

querna de articulação com os serviços de Extensão Agríco

la e Assistncia T6cnica existentes no País.

89) Nenhuma instituição que tenha como fim as complexas res

ponsabilidades tecnicas e científicas como as que estão

sendo atribuídas à EMBRAPA, pode prescindir de uma s61i

da pdlítica de seleção, aperfeiçoamento e estímulo aos

seus recursos humanos. Nestas condiç6es, a Empresa, de

imediato, adotara um programa de curto e longo prazo no

sentido de mobilizar todo o potencial tecnico científi

co disponível no País, que possa ser aprovéitado, como

um corpo estvel, competente e dedicado ao difícil exer

cício da função de pesquisador. Neste sentido, o siste

ma nacional dc ensino das cincias agririas, na forma

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ço do nesquisador, na função de professores ou no trei

namento de p6s_graduaço deverá exercer, neste proces

so, um papel excepcional.

79) A experi&ncia acumulada no País aconselha que a Empre

sa, nas suas formas de operaço, adote uma estrutura em

que, basicamente, a nível nacional, concentrem-se as

funç6es de estabelecimento de diretrizes, seleço de

prioridades , fixaco de nonias de vrograrnaço, controle

e avaliaço de resultados. Esti reservada Empresa a

função essencial de assegurar a descentralização da exe

cuço de prbgramas e projetos de pesuisa, atravs de

planos regionais, nos quais participem suas unidades 2

perativas e demais instituiç5es que atuam na área.

89) A EMBRAPA n.o descuidara dos modernos mecanismos de ia

formação e documentaço científica existentes no País e

no exterior. Estara sempre atenta à identificação e ia

tercambio das inovaç6es científicas e tecnol(5gicas que

se produzam, entre nossas instituiç6es e os centros ia

ternacionais de pesquisa agrcpecuri a .!

PRIMEIRAS ATIVIDADES

Ao mesmo tempo em que promovera sua implantaço tecnica e

administrativa, a EMBPAPA dedicar-se-a à determinadas atividades,

dentre as quais destacam-se as seguintes:

"1) realizar um inventrio da tecnologia disponível com o

fim de promover sua imediata difuso e, ao mesmo tempo,

servir de base para a programação futura;

2) analisar, consolidar e apoiar os projetos em execução

considerados altamente prioritrios para a economia na

cional;

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10

3) consolidar, em forma de projetos e programas, a nível

regional, as atividades de pesquisa, especialmente da

Região Amaz5nica, no Nordeste e nas zonas de Cerrados;

) realizar projetos de pesquisa destinados a gçrar tecno

logias ajustadas s características das explorações de

pequenos e medios produtores que, em geral, se dedicam

agricultura de subsist&ncia;

5) promover a realização de programas e atividades que per

mi -tam orientar a execução de projetos de pesquisa que

criem tecnologias tendentes a maximizar o uso da mão de

obra;

5) apoiar a execução da primeira etapa - do "Plano Nacional

Integrado de Tecnologia de Alimentos";

7) desenvolver projetos regionais de pesquisa econbmico-so

cial aplicada ao setor agropecurio naquelas aeas em

em que os produtos prioritrios t&m maior expressão eco

nEmica;

8) intensificar a articulação com os organismos financei

ros de desenvolvimento do País, a nível nacional e re

gional, com o objetivo de dar-lhes apoio tcnico na for

mulação e analise de projetos

9) racionalizar e intensificar o aproveitamento da assis

tncia tecnica internacional, especialmente dos Centros

e Agncias Internacionais de Investigação.

Alem.-déstas atividades, a Empresa concentrar, de imediato,

esforços no sentido de:

a) realizar intenso trabalho de pre-inversão com o prop6si

to de formular projetos específicos que possam contar

com o apoio t6cnico-financeiro de organismos nacionais

a internacionais.

Page 18: EMBRAPA: TECNOLOGIA' AGRÍCOLA PARA' O …ainfo.cnptia.embrapa.br/.../96963/1/Embrapa-tecnologia-agricola.pdf · ti-e outros 6rgãos , o Centro Nacional de Ensino e Pesquisas AgronEmi

17

b) realizar um programa de capacitação de pessoal, nos pr6

ximos 2 anos , abrangendo cursos de p6s-graduação no Pa

is e exterior, cursds e seminrios de tipo operativo pa

ra programação, administração e execuÇão de Projetos ,eri

volvendo cerca de 900 participantes com formação profis

sional de nível universitrio. Este programa e outras a

tividades de assist&ncia tecnica contarão com apoio da

Financiadora de Projetos - FINEP.

00NCLUS0

Como se v , não. pretende o Governo nem os dirigentes da Em

presa Brasileira de Pesquisa Agropecuria, uma transformação pura e

simples do DNPEA em EMBRAPA. O que objetivam uma mudança radical

nos metodos de trabalho, buscando uma màior produção e produtivida

de das atividades atinentes a pesquisa:

Merece destaque a atribuição à EMBRAPA das pesquisas s6cio

-econamicas do setor agrícola, que ate o advento da criação da em

presa, não contavam com a atenção de um 6rgão especializado. O que

se verificava era a realização desse tipo de pesquisas de uma manei

ra esparsa, com pouca orientação na objetividade dos estudos reali

zados. A maioria desses estudos visava a elaboração de trabalhos pa

ra defesa de tese na obtenção de títulos de p6s-graduação.

Esses aspectos , aliados aos referidos anteriormente , fazem

crer que estão disponíveis os instrumentos necessrios à pesquisa a

gropecuria, para que esta proporcione o impacto pretendido pelo Co

verno, na .írea especial da cincia e da tecnologia.

R CR / m dp