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Dia a dia C3 Tapioca pode gerar câncer, diz pesquisa PREPARO Com a Palavra A7 O povo está de ‘saco cheio’ da política omissa PAUDERNEY ANO XXIV – N.º 7.682 – MANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES - DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00 FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: (92) 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - 1º CADERNO, ECONOMIA, DIA A DIA, PLATEIA, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO, LANCE! E CONCURSOS MÁX.: 32º MÍN.: 24º TEMPO EM MANAUS Amazonas lidera exportação de cítricos na Região Norte PRODUÇÃO Economia B4 e B5 Presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), Isaac Tayah admite não ter como evitar a ausência de vereadores que se lançarem candidatos à reeleição no pleito deste ano. As chamadas “sessões brancas” podem dar lugar a um plenário esvaziado. Política A6 Clima e espírito dos pubs bri- tânicos chegam a Manaus com a oferta de comidas de bar e música ao vivo. Elenco 4 Um pedaço de Londres no Vieiralves LONDON PUB HOJE TEM Câmara vive clima de ‘salve-se quem puder’ RICARDO OLIVEIRA Lance! 5 Penarol faz estreia contra o Atlético-AC SÉRIE D Lance! 8 Encontro entre velhos amigos no Olímpico FLA X GRÊMIO MAURICIO VAL/VIPCOMM ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

EM TEMPO - 24 de junho de 2012

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: EM TEMPO - 24 de junho de 2012

Dia a dia C3

Tapioca pode gerar câncer, diz pesquisa

PREPARO

Com a Palavra A7

O povo está de‘saco cheio’ dapolítica omissa

PAUDERNEY

ANO XXIV – N.º 7.682 – MANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES - DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: (92) 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - 1º CADERNO, ECONOMIA, DIA A DIA, PLATEIA, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO, LANCE! E CONCURSOS MÁX.: 32º MÍN.: 24º

TEMPO EM MANAUS

Amazonas lidera exportação de cítricos na Região Norte

PRODUÇÃO

Economia B4 e B5

Presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), Isaac Tayah admite não ter como evitar a ausência de vereadores que se lançarem candidatos à reeleição no pleito deste ano. As chamadas “sessões brancas” podem dar lugar a um plenário esvaziado. Política A6

Clima e espírito dos pubs bri-tânicos chegam a Manaus com a oferta de comidas de bar e música ao vivo. Elenco 4

Um pedaço de Londres no Vieiralves

LONDON PUBHOJE TEM

Câmara vive clima de‘salve-se quem puder’candidatos à reeleição no pleito deste ano. As chamadas “sessões brancas” podem dar lugar a um plenário esvaziado.

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Penarol faz estreia contra o Atlético-AC

SÉRIE D

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Encontro entre velhos amigos no Olímpico

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A2 Opinião/Última Hora MANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Pré-candidatos à Prefeitura de Manaus vão deixar para escolher seu vice aos 45 minutos do segundo tempo, ou seja, somente no último dia de prazo dado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a realização das convenções partidárias: 30 de junho.

Apesar de já ter lançado seus candidatos, PSDB, DEM, PMN e PP ainda não apontaram seus vices e devem esperar até o dia 30 para ofi cializarem a escolha. O tucano Arthur Neto, que tem sido visto constantemente em conversa com Serafi m Corrêa (PSB), diz que a situação ainda está indefi nida. Serafi m, por sua vez, diz que seu vice será o deputado Marcelo Ramos.

PMN, que lançou Jerônimo Maranhão, também não tem vice. O mesmo acontece com Rebecca Garcia, do PP, que aguarda a defi nição do PMDB, do senador Eduardo Braga, para decidir pelo vice na chapa. Até o dia 30, a situação parece que fi cará indefi nida.

APLAUSOS

Candidatos deixam para oúltimo dia a escolha de vices

CONVERSAPauderney estava sendo

cogitado para ser vice de Ar-thur Neto. A conversa não foi adiante e o democrata ainda corre atrás de um vice para sua chapa. Ele não quer ser vice na chapa do tucano.

DIETA ELEITORALA campanha eleitoral ainda

nem começou e Arthur já vem sentindo os efeitos da ma-ratona. Ele disse que estava 10 quilos acima do seu peso ideal, mas só na semana pas-sada, quando anunciou que será candidato a prefeito, já havia perdido três quilos.

VEREANÇAEnquanto isso, as coligações

para quem vai concorrer a um cargo de vereador também fi cam para o último dia. Os par-tidos nanicos e os de grande representatividade na Câmara Municipal de Manaus deixam sempre para o último dia as defi nições de alianças.

REUNIÕESO PT, que deve receber or-

dens da executiva nacional,

ainda tenta emplacar o vice na chapa de Rebecca Garcia. O deputado estadual Siné-sio Campos (PT) continua a realizar reuniões diárias em sua casa, no bairro São José, Zona Leste.

CANDIDATURAOs petistas locais seguem

em frequentes reuniões para defi nir o futuro da sigla na eleição municipal. Antes do PT nacional decidir os ru-mos, cogitava-se, inclusive, uma candidatura própria do partido, com José Ricardo e Sinésio Campos.

HOMENAGEMO Ministério Público do Es-

tado (MPE) vai homenagear uma série de personalidades Será entregue a Medalha do Mérito do MPE ao desem-bargador Domingos Jorge Chalub; ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), An-tonio Herman de Vasconcellos e Benjamim, subprocurado-ra-geral da República, Elizeta Maria de Paiva Ramos; e ao desembargador João Simões, entre outros.

Para a União Europeia, que concordou com o pacote de 130 bilhões de euros para promover crescimento.

Zona do Euro

VAIAS

Para a Petrobras, que anunciou aumento do preço de combustíveis cobrados nas refi narias. A gasolina subirá 7,83%.

Petrobras

JUNTO COM O PHSApesar de dizer que a situação está indefi nida, Arthur con-

fi rma que tem conversas estreitas com o PHS, liderado pelo ex-deputado Liberman Moreno. O tucano cogita ter o PHS como vice na sua chapa e diz ter preferência pelo vereador Homero de Miranda Leão. Homero não confi rma o convite.

ALIANÇAPauderney ainda não tem vice. Cogita-se a possibilidade

de composição com o PR. Mas há quem diga, também, que o DEM pode garantir uma aliança com o PSDB em Manaus. Ou seja, Pauderney pode até ser vice de Arthur.

O ex-gestor de Manaus Serafi m Corrêa e o deputado estadual Marcelo Ramos, foram confi rmados, ontem, candidatos a prefeito e vice-prefeito, nestas eleições

Projetos sociais serão a base de campanha do PSB

Com propostas ousa-das para a adminis-tração da cidade de Manaus, o ex-prefeito

Serafi m Corrêa e o deputado estadual Marcelo Ramos, fo-ram confi rmados, na manhã de ontem, candidatos a prefei-to e vice-prefeito, numa chapa puro-sangue do PSB.

Serafi m, que administrou a capital amazonense de 2004 a 2008, vai fundamentar sua campanha eleitoral em três propostas básicas: a “mãe manauara”; a dotação de um computador para cada alu-no do ensino fundamental da

rede municipal de ensino; e a recuperação e valorização do Centro Histórico de Manaus.

Durante coletiva à impren-sa, antes de se realizar a convenção do partido, o can-didato explicou que o proje-to “mãe manauara” consiste na desapropriação da Santa Casa de Misericórdia para transformá-la numa espécie de maternidade e atender às mães da capital.

Em relação à inclusão digi-tal dos estudantes do ensino fundamental da rede munici-pal, o candidato explicou que, nos 4 anos de sua adminis-

tração, vai dotar o orçamento da Secretaria Municipal de Educação (Semed) para ad-quirir computadores a esses alunos. Quanto à valorização do Centro Histórico da cidade, o ex-prefeito quer transfor-mar prédios localizados em ruas de intenso comércio, na área central de Manaus, em galerias para abrigar came-lôs, numa espécie de lojas e, dessa forma, contribuir para que esses empresários informais se formalizem na atividade comercial.

Como exemplo, ele citou uma galeria na rua Marcílio

Dias, no Centro, na qual foi reformada e criada 60 bo-xes, alugados para camelôs. A proposta, enfatizou Serafi m, é expandir esse conceito e in-centivar outros proprietários em fazer algo semelhante.

Ainda na convenção, o partido ratifi cou a chapa de vereadores para concorrer a, pelo menos, três das 41 vagas que a Câmara Municipal de Manaus (CMM) vai ofertar nestas eleições. O partido é representado, hoje, na casa, por dois vereadores: Elias Emanuel e Joaquim Lucena. A aliança na chapa proporcional foi celebrada com o PSOL.

Serafi m Corrêa e o deputado estadual Marcelo Ramos confi rmaram, ontem, suas candidaturas majoritárias para a cidade de Manaus

IONE MORENO

60 toneladas de lixo produzidasCerca de 60 toneladas de

lixo foram produzidas na úl-tima semana nos locais da Conferência das Nações Uni-das sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, além da Cúpula dos Povos e dos acampamentos dos partici-pantes do evento. Os es-paços de coleta feitos pela Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) foram o Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) José Pedro Varela, sambódromo, Campus da Praia Vermelha da Universidade Federal do

Rio de Janeiro (UFRJ), Ciep Trancredo Neves, a Quinta da Boa Vista e o Parque dos Atletas.

Segundo o coordenador de Sustentabilidade da Rio+20, o biólogo Francis-co Nilson, a organização do evento teve como objetivo conscientizar os participan-tes sobre a gestão correta do lixo e a importância de se reduzir o consumo. Os ma-teriais utilizados durante o evento são biodegradáveis ou compostáveis. Os copos de água são feitos de baga-

ço de cana ou de milho, que são fontes renováveis e não agridem o meio ambiente.

“Nós estimulamos o uso de squeezes, que são aque-las garrafinhas portáteis para armazenar água ou outros líquidos, que muitos delegados já tinham ou ga-nharam durante a conferên-cia”, disse o coordenador.

No parque do Flamengo, onde foi realizada a Cúpula dos Povos, funcionários da Comlurb recolheram cerca de 20 toneladas de lixo na última semana.

RIO+20

Resultado do Sisu sai amanhãMais de 642 mil estudantes

se inscreveram para partici-par do Sistema de Seleção Unifi cada (Sisu), que oferece 30 mil vagas em instituições públicas de ensino superior para o segundo semestre de 2012. O prazo foi encerrado na última sexta-feira e a lista dos aprovados em primei-ra chamada será divulgada amanhã. A concorrência fi cou em 21 candidatos por vaga.

O Sisu é uma ferramen-ta criada pelo Ministério da Educação (MEC) para unifi car a oferta de vagas em univer-sidades federais por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que substituiu o vestibular tradicional de algumas instituições.

No total, o sistema regis-trou 1,2 milhão de inscrições, já que cada aluno pode esco-lher até duas opções de cur-

so, elegendo sua prioridade. A instituição que recebeu o maior número de inscrições é a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Os candidatos aprovados nesta etapa terão entre os dias 29 de junho e 9 de julho para efetuarem as matrí-culas nas instituições para onde foram selecionados. Uma segunda chamada está prevista para 13 de julho.

ENSINO SUPERIOR

Conferência Mundial que discutiu sobre sustentabilidade, se encerra com saldo negativo de lixo

MARCOS DE PAULA/AE

Rua dos Andradas é liberada

O Instituto Municipal de Engenharia e Fis-calização do Trânsito (Manaustrans) liberou, ontem, um trecho da rua dos Andradas, que compreende o segmen-to entre a rua Pedro Botelho e a avenida Lourenço da Silva Braga (Manaus Moderna), no Centro, Zona Sul.

Os veículos estavam impedidos de acessar o local desde o dia 21 de abril, em decorrência da enchente no rio Negro, que chegou a atingir o lo-cal. Agentes do Manaus-trans estiveram naquela área durante toda a ma-nhã, com o objetivo de coordenar a reabertura do trecho, orientando os condutores.

Com o fim da interdi-ção, o órgão informou que as ruas adjacentes, Isabel e José Parana-guá, ambas no Centro, que tiveram o sentido de tráfego alterado para compensar a falta de acesso da rua dos Andradas, já estão de volta ao sentido nor-mal de tráfego.

Durante a manhã de sábado, o Manaustrans registrou acidente na avenida Cosme Ferrei-ra, nas proximidades do Clube do Trabalhador (Sesi), Zona Leste, preju-dicando ambos sentidos da via. Além desse, um capotamento foi regis-trado na avenida das Torres, Zona Norte.

TRÁFEGO

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012 A3Opinião

Editorial

Os camelôs, que ultimamente legislam sobre o espaço urbano da capital amazonense, sofreram um revés neste fim de semana ao terem negado pelo Ministério Público Federal o uso de aparelhos (galpões) do porto de Manaus para armarem suas bancas de produtos, cuja origem não é declarada e são vendidos sem a devida nota fiscal (e ainda existe quem, seriamente, argumente contra a “in-filtração” de mercadorias chinesas, principalmente, no mercado nacional).

Como a administração municipal perdeu a noção de planejamento há muito tempo, preocupada em transformar questões sociais em cooptação de voto, os camelôs proliferaram no centro histórico da ci-dade, porque ainda hoje a mobilidade de Manaus é pensada e praticada em torno desse espaço satura-do. Os camelôs querem o camelódromo que lhes foi prometido, inconsequentemente, porque tentou-se esquecer que o espaço tinha sido já tombado pelo órgão competente, o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Mas nenhuma derrota faz com que parem de ciscar em torno do mesmo quintal de que já tomaram posse e só falta que registrem em cartório apoiados pela lei de uso capião.

Nesse momento está sendo pensado em transfor-mar o entorno da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a porta de entrada da cidade, numa concentração dos produtores de artesanato, ora ins-talados na praça Tenreiro Aranha, num risco claro de conflito por o lugar já está saturado por vendedores de toda espécie. Enquanto essas “soluções” de improviso continuam sendo experimentadas, o Plano Diretor da cidade de Manaus, jaz em berço esplêndido sem que ninguém se dê conta de que Manaus, a capital da zona franca, cujo polo industrial produz bilhões e bilhões de dólares e é um dos quatro ou cinco PIBs entre as capitais brasileiras continua fingindo que é uma grande cidade, enquanto não passa de uma cidade grande e “mal ajambrada”, como a descreveu Euclides da Cunha há um século.

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Charge

Olho da [email protected]

Fala [email protected]

Dizem que a gente deixa a roça, mas a roça não deixa a gente. Nasci e passei minha primeira infância no sítio. A casa fi cava perto de um pasto e tinha um belo pomar na porta da cozinha, muito comum na época. Logo de manhã, uma das diversões era espantar os canários da terra que alegravam a paisagem com seu canto. Outro passatempo era caçá-

para contemplação do pas-to, do pomar e, surpresa, dos canarinhos da terra! O canarinho voltou. Canta no-vamente no pasto, no pomar. E nossa agricultura cada vez mais produtiva, sustentando esse país.

Ciro Antonio Rosolem

www.emtempo.com.br

Chegou-se ao máximo da saturação: não há mais paciência ou bom-senso que aguente essa água parada entre o residencial Cidade Jardim e o Círculo Militar. Essa nesga imunda do Mindu pede uma ação urgente de limpeza pelos órgãos municipais competentes.

Enquanto os camelôsfazem leis na cidade

Muito tem se falado sobre os re-centes atos políticos imperfeitos do ex-presidente Lula. Ora os tropeços são atribuídos a presumidos efeitos de medicação decorrente do tratamento de um câncer na laringe, ora a uma suposta crise aguda de onipotência pós-Presidência da República. Seja qual for a tese defendida, seus auto-res partem do princípio de que Lula sempre acertou e, de repente, começou a errar sem uma explicação plausível para as falhas em seu instinto tido como infalível.

Há um assombro geral com a desfa-çatez do ex-presidente ao passar por cima de tudo e de todos, da lógica, dos procedimentos institucionais sem a menor preocupação com as circunstân-cias de seus companheiros de partido e com a repercussão de suas ações sobre a opinião pública. Da mesma forma que se acha capaz de submeter processos eleitorais à sua vontade, não avalia consequências, não dá ouvidos às críticas preferindo enquadrá-las na moldura da conspiração engendrada por adversários políticos dos quais a imprensa seria agente engajado.

Falta, nessas análises, um exame mais acurado do ambiente político como um todo e do histórico de ações de Lula. Se olharmos direito, não é de hoje que age assim - fez e disse barbari-dades enquanto estava na Presidência - nem é o único a atuar de costas para o contraditório como se qualquer ação estivesse a salvo de reações. O Congresso vem construindo há muito tempo sua crescente desmoralização agindo exatamente da mesma forma: toma decisões que excluem o interesse público, voltadas para seus próprios interesses como se a sociedade sim-plesmente não existisse.

Os escândalos ali produzem no má-ximo recuos temporários, promessas não cumpridas e recorrentes avalia-ções de que o parlamento é um poder aberto e, por isso, vítima de ataques injustos. Sob essa argumentação os

erros se acumulam, mas não cessam. Quando se imagina que deputados e senadores tenham ciência do repúdio que provocam, eis que de novo tentam patrocinar uma farra de salários mal saídos de crises em série decorrentes de farras de privilégios outros.

Lula achou que pudesse descartar impunemente a senadora Marta Su-plicy, aproximar-se de Gilberto Kassab ao custo do constrangimento da mi-litância e do discurso petista, anular uma prévia reconhecida como legal no Recife, pedir bênção a Paulo Maluf, direcionar a posição de um ministro do Supremo Tribunal Federal e ad-ministrar uma comissão de inquérito ao molde de seus interesses como se não houvesse amanhã. E escolheu agir assim por quê? Porque é assim que as coisas têm funcionado na política.

Lula não é o espetacular articulador que se imagina. Apenas tinha, e agora não tem mais, todos os instrumentos de poder nas mãos, os quais utilizou com ausência total de escrúpulos. Quem age ao arrepio das regras ganha sempre de quem é obrigado a segui-las. Assim como faz o Congresso quando inocenta parlamentares de culpa comprovada, adapta a Constituição às suas con-veniências, adia a reforma política, não acaba com o voto secreto para processos de cassação de mandatos e inventa regras segundo as quais a comprovação de desvios de vida pregressa não serve como critério de avaliação da conduta presente.

Nem Lula comete erros novos nem o parlamento deixa de ser reincidente. Ambos se unem no mesmo equívoco, imaginando que seja possível fazer a opção por atos erráticos acreditando que não chegará o momento em que aquilo que parece sempre certo começa irremediavelmente a dar errado. Borra-lheiro. Caladinho, o PMDB se ressente do isolamento imposto pelo PT na eleição de São Paulo. Até a volta. Duas semanas de intervalo, antes da eleição e do julgamento do mensalão.

Dora [email protected]

Dora KramerJornalista, escreve simultaneamente

no jornal “O Estado de S.Paulo”

Lula não é o espetacular articulador que se ima-gina. Ape-nas tinha, e agora não tem mais, todos os instrumentos de poder nas mãos, os quais utilizou com ausên-cia total de escrúpulos”.

Mítica do articulador

los (naquele tempo não era crime, nem politicamente incorreto). Bons tempos.

Com o desenvolvimento acelerado, com o aumento das lavouras, com o uso de cultivares mais uniformes e mais produtivos, também foi acentuado o problema com pragas e doenças das culturas. Novas tecnologias e novos defensivos eram desenvolvidos e utilizados.

Mas começava a perceber algo muito triste. Estava desaparecendo uma das boas memórias de minha infância: os canários da terra estavam sumindo.

Quis o destino que eu, agora, depois de quase uma vida vivida, depois de ter aprendido muito mais que ensinado, passasse mais tempo no sítio, novamente. Com um pouco de tempo

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RICARDO OLIVEIRA

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Page 4: EM TEMPO - 24 de junho de 2012

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

João nasceu seis meses antes do parto de Jesus. Daqui a seis me-ses teremos o Natal. Se você for ler esta histó-ria para as crianças, não esqueça de explicar o que é estilete”.

O que de-sejo trazer ao foco é o fato de que, teremos nosso dia, em relação aos políti-cos e man-datários do plano muni-cipal. Va-mos eleger o prefeito da nossa cidade”,

João Bosco

Araújo

Hoje, domingo 24 de junho, celebramos a festa do nascimento de são João Batista. Por ter sido um grande homem, o precursor de Jesus tem ainda direito a outra festa no dia 29 de agosto que recorda sua morte. Sua vida, contada nos evangelhos e mencionada em outros livros do Novo Testamento, impressiona por muitos mo-tivos. Seu nascimento aconteceu fora dos padrões comuns.

A mãe Isabel era mulher idosa e estéril; o pai Zacarias pertencia à classe sacerdotal e não acreditava muito em milagres. Conta são Lucas em seu Evangelho que, durante ofício no santuário do templo, Zacarias foi avisado pelo anjo Gabriel que sua esposa fi caria grávida e teria um fi lho cujo nome seria João. Tantas foram as maravilhas anunciadas a respeito da criança que o homem duvidou serem verdade. Como cas-tigo fi cou mudo. Pobre Zacarias! Teve que ruminar por nove meses sua incredulidade. O fato é que Isabel engravidou e todos acharam a gravidez dela um presente do céu. A futura mãe, tímida como era, tinha vergonha de mostrar sua barriga que crescia de volume com o passar dos meses.

Sua parenta, Maria de Nazaré, que estava grávida de Jesus, veio ajudá-la nos últimos três meses antes do parto. O nascimento da criança tornou-se uma festa e fes-ta grande, atraindo parentes e vizinhos. João foi recebido como benção divina. A euforia era tanta que todos queriam dar nome ao recém-nascido. Pelo jeito, o pai do menino era muito popular e tentaram convencer a mãe a chamar o menino de Zacarias. Isabel recusou a proposta não porque amasse pouco o marido ou seu nome, mas porque o anjo tinha dito que o nome do fi lho seria João. Sabe que o pessoal não se contentou e foi atrás do pai? Zacarias, como estava mudo, pediu uma tabuinha e um estilete (naquele tempo não havia papel nem caneta esferográfi ca) e escreveu nela que “seu nome é João”. Aí, o velho pai começou a falar e bendizer a Deus. Bela história, não é verdade?

Surge, porém, uma questão: Por que celebramos esse nascimento justamente hoje, 24 de junho? Quer saber mesmo? João nasceu seis meses antes do parto de Jesus. Faça as contas: Daqui a seis meses teremos o Natal. Se você for ler esta história para as crianças, não esqueça de explicar o que é estilete.

Existem muitas lições a tirar da narrativa de Lucas. Todas as crianças concebidas ou dadas à luz deveriam ser recebidas com a alegria com que foi João. Uma nova vida signifi ca que Deus continua a acreditar na humanidade. Para ser franco, não consigo entender como se chegue a praticar o aborto. Um fi lho ou fi lha deve ser buscado, programado. Quando não se deseja ser pai ou mãe, existem métodos que evitam a concepção. Por que gerar e depois matar? Não existe lógica. Entretanto vivemos numa sociedade em que a irresponsabilidade faz adolescentes engravidarem, fi lhos serem concebidos por drogados, estupradores desgraçarem mulheres.

Está na hora de aprender com o nas-cimento de João que a vida não é coisa descartável, mas um tesouro a ser recebido com alegria.

PainelRENATA LO PRETE

A data da liberação do processo do mensalão pelo revisor Ricardo Lewandowski pode adiar o início do julgamento, marcado para 1º de agosto. Para que o calendário seja cumprido, o ministro precisa entregar o relatório até amanhã. Pelo regimento do Supremo Tribunal Federal, a devolução tem de ser publicada.

A partir daí, o STF tem 48 horas para comunicar aos 38 réus e ao Ministério Público. Se o revisor liberar o voto na sexta, esse procedimento fica para depois do recesso.

Um a menos Como a volta do recesso é jus-tamente 1º de agosto, o julgamento começaria no dia 6, com os novos prazos. Isso pode impedir que Cezar Peluso, que faz 70 anos em 3 de setembro, vote antes de se aposentar.

Pote até aqui... Por sua vez, Lewandowski não esconde de colegas do Su-premo e de advogados a insatisfação com o rito fi -xado para o caso. Diz que o calendário foi defi nido à sua revelia e que pela primeira vez na corte, um julgamen-to é marcado antes que o revisor libere os autos.

... de mágoa Queixando-se de trabalhar “20 horas por dia”, Lewandowski avisou que o voto ainda não está pronto, mas que deve con-cluí-lo até o fi m da semana. Ele recusou a oferta de mais juízes assistentes feita pela presidência do Supremo há algumas semanas.

Nova... Mulher de Car-linhos Cachoeira, Andressa Mendonça diz que o marido relatou ter sido chantagea-do pelo jornalista Luiz Bor-doni, que ameaçou divulgar a relação do contraventor com o senador Demóste-nes Torres. Segundo ela, os R$ 45 mil depositados na conta de Bordoni foram “provavelmente’’ pagos por Cachoeira.

... versão Aliados de Marconi Perillo (PSDB) es-peram que Andressa repita isso em depoimento à CPI do Cachoeira, ainda não mar-cado. Até agora, Bordoni tem dito que o dinheiro foi depositado por um assessor do governador, Lúcio Gou-thier, em 2010.

Tipo exportação Do deputado Eduardo Cunha (RJ), fazendo piada com o impeachment a jato no vizinho Paraguai e aprovei-tando para extrair caráter didático do episódio: “Fer-nando Lugo percebeu a falta que faz um PMDB, na base de apoio”.

Rebolado Guardado a sete chaves pelo QG tucano, um dos jingles da campanha de José Serra será apresen-tado hoje durante a conven-ção. Versão do hit “Eu quero tchu, eu quero tchá”, da dupla João Lucas e Marcelo, diz em seu refrão: “Eu quero Serra, eu quero é já!”

Antes não tinha Para subsidiar seu discurso, Ser-ra consultou ex-secretários de pastas estratégicas na prefeitura, como Educa-ção, Saúde e Transportes. A ideia é usar números comparativos da gestão tucana nas searas sensí-veis ao debate eleitoral.

Indeciso Desafeto de Serra, o secretário estadu-al de Energia, José Aníbal, diz que irá à convenção, mas tergiversa sobre sua escolha nas urnas: “O voto é secreto”.

Trampolim Presidente do PTB, Roberto Jeff erson prevê a manutenção da candidatura da sigla. “O D’Urso está doido para ser vice do Haddad.” Segundo ele, o presidente da OAB-SP procura “vitrine” para se lançar a deputado federal em 2014.

Tô fora Jeff erson diz que a aliança com o PT melindraria Geraldo Alck-min. “Mas com o Serra não dá”, avisa.

Tiroteio

O Congresso paraguaio decretou o im-peachment de Lugo e, ao mesmo tempo, deixou o país com um pé fora do Mercosul.

Contraponto

Reunidos em sessão do Conselho de Ética, senadores ouviam atentamente o presidente da comissão, Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), relatar a decisão do ministro José Antônio Dias Toff oli de postergar a votação do relatório de cassação do mandato de Demóstenes Torres (sem partido-GO). Em determinado momento, Valadares cometeu ato falho, levando todos aos risos:O ministro exagerou, quer dizer, exauriu decisão!Presente à sessão, o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) prontamente interveio:Olha o subconsciente, senador!

Publicado simultaneamente com o jornal ‘Folha de S.Paulo’

DO DEPUTADO DR. ROSINHA (PT-PR), que integra o Parlasul, analisando as consequências diplomáticas para o Paraguai após o afastamento do presidente.

Vou levar isso para todas as instituições das Nações Unidas porque as pessoas precisam conhecer

esse documento. Vou entregar para o Ban Ki-moon, secretário-

geral da ONU

Assim como, segundo o povo, há o dia da caça e o dia do caçador, também há o dia do político e o dia do eleitor. Lamen-tavelmente, enquanto a caça e o caçador se alternam possivelmente a cada dia, o político tem o domínio sobre 1.460 dias seguidos para que, ao fi m de cada quatro anos, possa o eleitor ter o seu dia, embo-ra, nesse preciso dia, tenha o poder total sobre o político, para dar-lhe subsistência ou para simplesmente interromper a sua existência.

Pena que os eleitores, quase todos, pade-çam de dois males que muito contribuem para que suas vidas não transcorram num padrão de qualidade que seria o mais justo e desejável: um distúrbio da atenção faz com que, depois de votar, passem quatro anos sem acompanhar e sem medir o real desempenho de cada candidato por eles eleito; a outra defi ciência, em parte é também uma consequência da desaten-ção já mencionada e aparece como uma fraqueza da memória, que os faz chegar ao tão esperado dia, o dia da eleição, sem um arquivo mnemônico de tudo o que aconteceu nos quatro anos anteriores e que deveria nortear as novas escolhas.

O que desejo trazer ao foco é o fato de que, neste ano, teremos o nosso dia, em relação aos políticos e mandatários do plano municipal. Sobretudo, vamos eleger o prefeito da nossa cidade, da cidade onde vivemos e onde criamos nossos fi lhos e que deixaremos como casa para eles, para nossos netos e demais.

Para vivermos nela, temos um custo considerável, sob forma de impostos e taxas, que transferimos ao prefeito para que cumpra suas obrigações de lei e nos ofereça em troca boas condições de habitabilidade. Agora mesmo recebemos os boletos bancários para pagamento do IPTU, com erros nas medidas e avaliações e aumento de mais de 100%, pelo menos no meu singelo caso.

Mas o pior não está aí. O que realmente maltrata e revolta é não ter sequer o direito de usar o “espaço público”, que já não é público porque dele fomos expropriados por um lumpesinato politicamente mani-pulado. Quem deveria cuidar da cidade, entregou-a para uma minoria que não chega a 1% da população e que fez da nossa casa um pardieiro inabitável, sujo e fedorento.

Ironicamente, a área concedida tem sido precisamente aquela que maiores cuidados exige, o centro histórico, que todas as cidades levadas a sério tentam cuidar e preservar.

Já tivemos gestor que devolveu a cidade aos seus habitantes e que, por isso, foi crucifi cado por populistas irresponsáveis, embora hoje se saiba que mais de 80% da população aprovou as medidas. Quem agora se apresentar com a lucidez e a co-ragem para repetir o feito, vai desagradar talvez a 10 mil pessoas num universo de 2 milhões e poderá fazê-lo com planeja-mento e sensibilidade.

O prefeito Amazonino Mendes, no mo-mento em que diz e repete que é chegada a hora de encerrar sua atividade políti-co-partidária, deve isso à sua cidade. E como deve!

Para nós, eleitores, esta é a nossa hora e a nossa vez

A vida humana não é um objeto descartável

Contra o relógio

Leitura subliminar

Frases

Foram agredidos todos os princípios da defesa e todos perceberam a gravidade dos

fatos. Estou disposto a responder pelos meus atos, que não se negue o direito à defesa

Fernando Lugo, presidente do Paraguai, diz que a “democracia foi ferida” após ser destituído pelo

Senado, por 39 votos a quatro, na noite de sexta. O vice-presidente, Federico Franco, assumiu o cargo.

Eco 92 deu um grande salto e depois não vimos iniciativas semelhantes dos governos. Mas reconhecemos que a crise econômica mundial pesa contra esse plus (avanço nas

metas atingidas)

Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, disse na sexta-feira (22) que teme que a Rio + 20, “em vez de ser um plus (na preservação do meio ambiente)

seja um menos.

Camilo Capiberibe, governa-dor do Amapá, entrega à ONU

a Carta Amazônia, com os com-promissos dos governos esta-

duais para um desenvolvimento sustentável na região.

Diretor-executivo do Amazonas EM

TEMPO

Dom LuizSoares Vieira

Arcebispo de Manaus

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Page 5: EM TEMPO - 24 de junho de 2012

MANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012 A5Política

Ex-gestores condenados no TCU devem R$ 4,6 biDívida bilionária foi contraída nos últimos 8 anos e ex-prefeitos do interior do Estado lideram a lista dos ‘corruptos’

Os 195 ex-gestores do Amazonas que figuram na lista dos barrados para

as eleições deste ano, divul-gada na última terça-feira pelo Tribunal de Contas da União (TCU), devem, aproxi-madamente, R$ 4,6 bilhões ao governo federal, referente aos recursos recebidos e desvia-dos durante as gestões.

A lista é liderada por 10 ex-prefeitos de municípios do interior do Estado que jun-tos devem R$ 13,9 milhões à União. Os valores são re-ferentes a repasses federais para obras, convênios, paga-mentos de pessoal, ajuda fi-nanceira e aquisições diversas no período de 2004 a 2012. De acordo com a assessoria de comunicação do TCU, até a tarde da última sexta-feira, nenhum deles havia pago se-quer R$ 1 das dívidas.

O ranking dos “10 maiores devedores” é encabeçado pelo ex-prefeito de São Paulo de Olivença, Hamilton do Carmo Fermin (PSDB), que teve 11 contas julgadas irregulares e deve R$ 3,5 milhões aos cofres públicos federais.

Todos os processos são re-ferentes à tomadas de contas especiais - quando o gestor não presta contas dos recur-sos que recebeu - realizadas

pelo tribunal. Entre os convê-nios firmados pelo ex-prefeito está o com o Ministério da In-tegração Nacional, em 2001, no valor de R$ 1 milhão para obras de contenção, controle de erosão e reurbanização da margem do rio Solimões.

Segundo do relator da to-mada de contas, ministro Guilherme Palmeira, o tribu-nal notificou o ex-prefeito em 2004 e o tucano disse que estaria finalizando a presta-ção de contas do convênio. “Decorrido seis meses da notificação, o responsável não voltou a se manifestar”, disse o ministro, ao deter-minar a devolução total dos valores recebidos.

Dinheiro públicoO tucano é seguido na lista

pelo ex-prefeito de Nova Olin-da do Norte, Sebastião Rodri-gues Maciel (DEM), que tem 19 contas julgadas irregulares e deve R$ 2,7 milhões aos co-fres federais. Destas condena-ções, quatro são relacionadas aos recursos federais recebi-dos em cada um dos quatro anos de mandato e as outras 15 condenações, às tomadas de contas especiais.

Procurado pela reportagem, Maciel disse que preferia não se manifestar a respeito do assunto, mas pediu que en-trássemos em contato minu-tos depois. Ele não atendeu mais as ligações.

CAMILA CARVALHOEquipe EM TEMPO

Municípios do Alto Solimões receberam verba para conter erosão

O município de São Paulo de Olivença aparece na lista do TCU como a cidade que recebeu recursos federais e não prestou contas

A condenação mais alta do ex-prefeito de Nova Olinda do Norte também é com o Ministério da In-tegração em um convênio firmado no ano de 2000, no valor de R$ 500 mil para construção de uma conten-ção para controlar a erosão e realizar a reurbanização da margem do rio Madeira na sede do município.

O ministro do TCU, Gui-lherme Palmeira, informou que entre as irregularida-des encontradas estão o saque dos recursos antes mesmo da formalização do contrato com a empresa responsável pela obra à época e a dispensa irre-gular do processo licita-tório. “Embora tenha sido constatada a execução de 84% da obra, há inexistên-cia de nexo casual entre os recursos transferidos e os serviços executados. Segundo a inspeção téc-nica realizada pela Caixa Econômica Federal (CEF), houve alterações injustifi-

cadas em relação ao proje-to aprovado e as obras não alcançaram o benefício so-cial esperado”, esclareceu o ministro em seu voto.

Empresa fantasmaOutra mudança inespe-

rada detectada pelo TCU foi em uma obra que deve-ria ter sido realizada pela prefeitura de Tefé, duran-te a gestão do então pre-feito Hélio Bessa (PRTB). O ex-prefeito recebeu R$ 450 mil, em 1998, da Fun-dação Nacional de Saúde (FNS) para construção de um hospital, que não che-gou a ser concluído.

De acordo com Palmeira, há indícios de pagamentos para uma empresa fantas-ma. “A obra fora realizada por empregados da prefei-tura. Os fatos constatados por técnicos do tribunal cor-roboram a conclusão de que ocorreu, pelos indícios uníssonos, a contratação de empresa fictícia para obra”, revelou o ministro.

Histórico de irregularidades

Na lista, consta o nome também dos ex-prefeitos de Coari, Adail Pinheiro (PRP); de Manicoré, Manoel Galdino (PSD), o “Nena”; e de Fonte Boa, Sebastião Lisboa (PCdoB). Juntos, os três ex-prefeitos acumu-lam uma dívida de R$ 5,3 milhões por má aplicação de recursos.

Adail Pinheiro tem decla-rado que irá reverter as con-denações, tirar seu nome da lista dos ficha-sujas e disputar as eleições este ano no município de Coari. Em Manicoré, o ex-prefeito Manoel Galdino deixou o cargo no início deste ano para tratar de problemas de saúde e disse que não pretende disputar as pró-ximas eleições.

Em Fonte Boa, o ex-pre-feito Sebastião Lisboa está inelegível, mas irá apoiar

a pré-candidatura do filho, ex-prefeito e deputado es-tadual cassado Wilson Lis-boa (PCdoB), que deve ter o nome incluído na lista dos inelegíveis por prestações

de contas julgadas irregu-lares no Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM). Ele afirmou que irá reverter todas as sentenças com recursos na Justiça local.

Velhos conhecidos da JustiçaSegundo a Lei das Elei-

ções (lei nº 9.504/97) cabe aos tribunais de contas es-taduais (TCEs) e da União (TCU) apresentar à Justiça Eleitoral, até o dia 5 de julho do ano em que se realizarem as eleições, a relação dos responsáveis que tiveram suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções pú-blicas rejeitadas por ir-regularidade insanável e por decisão irrecorrível do órgão competente.

A Lei de Inelegibilida-de (lei complementar nº 64/90) e a Lei da Ficha Limpa (lei complementar 135/2010) estabelecem que estão inelegíveis os que tiveram as contas re-jeitadas por irregularidade insanável e que configure ato doloso de improbidade administrativa. Os gesto-

res com contas irregulares não podem se candidatar a cargos eletivos nas elei-ções que se realizarem nos 8 anos seguintes, a contar da data da decisão.

A assessoria de comu-nicação do TCU informou que além de não poderem se candidatar a cargos eletivos, os devedores são incluídos no Cadastro In-formativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin) e também não podem receber recur-sos federais por meio de convênios. A cobrança dos débitos é feita pela Procu-radoria da Fazenda Federal e caso os ex-gestores não quitem as dívidas podem sofrer sanções, que vão desde o bloqueio de bens até a prisão, requisitados pela Procuradoria da Re-pública no Amazonas.

O que determina a legislação

ESPERANÇAMesmo estando na lista dos inelegíveis, com os direitos polí-ticos cassados para os próximos 8 anos, ex-prefeitos garantem que vão reverter esse quadro negativo em suas vidas públicas

Fonte: TCU

Os dez ex-prefeitos devedores do interiorEx-Prefeito Município Processos Dívida

Hamilton Fermin (PSDB) São Paulo de Olivença 11 R$ 3,5 milhões

Sebastião Maciel (DEM) Nova Olinda do Norte 19 R$ 2,7 milhões

Inês Baranda (PL) Santo Antônio do Içá 6 R$ 1,9 milhão

Hélio Bessa (PRTB) Tefé 10 R$ 1,8 milhão

Raimundo Gomes Lobo (PTB) Itamarati 9 R$ 1,1 milhão

Raimundo Nonato Souza (PTB) Tabatinga 11 R$ 1 milhão

Sandro Pires (PSTU) Manaquiri 11 R$ 968,5 mil

Carlos José Esteves (PRP) Maués 9 R$ 468,2 mil

João de Deus Plínio (PMDB) Itapiranga 8 R$ 184,8 mil

José Maria de Castro Muniz (PV) Iranduba 8 R$ 81,6 mil

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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A6 Política MANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

PDT terá candidato pró-prio a presidente em 2014

Em reunião da executiva do PDT na semana pas-sada, o presidente Carlos Lupi decidiu que lançará candidato a presidente da República em 2014. O par-tido avalia que, ao disputar as eleições, ganhará poder de barganha para negociar apoio num segundo turno. São cotados os senadores Cristovam Buarque (DF), que disputou o cargo em 2006, e Pedro Taques (MT), que tem se destacado na CPI do Cachoeira.

Mi casa, su casaO PDT também cogita

convidar a ex-presidenciável Marina Silva (ex-PV-AC) ou Ciro Gomes (PSB-CE) para disputar pelo partido.

Voa Dilma, voaDilma deverá ir à Nigéria

até o fi nal do ano: foi promes-sa ao presidente Goodluck Jonathan, que fez o convite na conferência Rio+20.

Põe na contaA imprensa de Zâmbia

festeja: o chanceler Antô-nio Patriota garantiu que o Brasil perdoará a dívida de US$ 11 milhões de dólares do país.

PMDB com ChalitaOs ministros do PMDB vão

à convenção que aclamará Gabriel Chalita hoje, às 9h, na praça da Sé, como candidato a prefeito de São Paulo.

Estatal de energia anteci-pa receita sem ir a banco

A Eletrobras parece ha-ver encontrado uma manei-ra de evitar bancos: toma dinheiro da clientela. Sua subsidiária, Ceal, de Ala-goas, é acusada de emitir contas de R$ 800 a R$ 2.800 para clientes que pa-gavam no máximo R$ 150

ao mês. Para reexaminar contas abusivas, a esta-tal exige que sejam pagas antes. E avisa: ainda que reconheça o engano, o di-nheiro não será devolvido. O assalto é transformado em “crédito”.

Assim é fácilO deputado Miriquinha Ba-

tista (PT-PA) faz gentileza com o nosso chapéu: quer isentar os quilombolas de Imposto Territorial Rural.

Viés petistaDos nove convocados para

depor na CPI do Cachoeira nesta semana, seis são liga-dos ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

Nova convocaçãoEx-tesoureiro de Marconi

Perillo em Goiás, Jayme Rin-cón vai depor na CPI do Ca-choeira. Alegou aneurisma cerebral para não ir antes.

Cid no BirdO governador do Ceará,

Cid Gomes (PSB), não dis-putará o Senado, em 2014. Cumprirá todo o mandato contando com a promessa da presidente Dilma de in-dicá-lo para a diretoria do Bird, em Washington.

Aliança PMDB-PSBO presidente do PMDB,

Valdir Raupp (RO), acertou com o presidente do PSB, governador de Pernambuco, Eduardo Campos, apoio re-cíproco, nas capitais, tanto no Espírito Santo quanto no Mato Grosso.

Toma lá, dá cáEm troca da aliança com

Mauro Mendes (PSB) na dis-puta à Prefeitura de Cuiabá, o PMDB quer o apoio do governador capixaba Re-nato Casagrande (PSB) ao deputado Lelo Coimbra,| em Vitória.

Trem da alegriaO Supremo Tribunal Fede-

ral examina recurso contra decisão do Superior Tribu-nal de Justiça, reconhecen-do o direito de assistentes jurídicos se aposentarem como advogados da Ad-vocacia-Geral da União, mesmo sem concurso. O impacto orçamentário é grande.

Meta tucanaO líder do PSDB, deputado

Bruno Araújo (PE), diz que o partido tentará aumentar para mil o número de prefei-tos, nas eleições de outubro: “É factível, hoje temos quase 800”. O PMDB tem 1.203 e o PT, 557.

Entre todosO senador Delcídio Amaral

(PT-MT) articula para votar quarta-feira a proposta que rateia o ICMS entre Estados de origem e de destino nas operações do comércio ele-trônico, que pode faturar R$ 24 bi este ano.

SujouSuplente do senador Blai-

ro Maggi (PR), o ex-prefeito de Marilândia (MT) José Aparecido dos Santos está na lista de políticos com contas rejeitadas pelo Tri-bunal de Contas. “Cidinho” foi prefeito três vezes.

Quem decidiu no RioCircula na internet a

constatação de que na Rio+20 só os traficantes tomaram alguma decisão sobre “sustentabilidade”: proibiram a venda de crack na cidade, para sustentar o rico comércio de cocaína.

Pai do anoPiada paraguaia no Twit-

ter: “Só os vários filhos do ex-bispo Fernando Lugo foram contra o impeach-ment dele.”

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

A questão não é o torturador. O torturador é um agente”

PRESIDENTE DILMA, ao afi rmar que não sente ódio de quem a torturou, mas não o perdoa

Vereadores negam que irão ‘trocar’ os trabalhos em plenário em detrimento de suas reeleições, junto às bases

Campanha eleitoral deve esvaziar sessões da CMM

Os vereadores da Câ-mara Municipal de Manaus (CMM) ga-rantem que os tra-

balhos legislativos da casa não serão afetados pelo início da campanha eleitoral, a partir do próximo dia 7 de julho. Apesar disso, alguns fatores podem contribuir para o es-vaziamento do plenário, ou ainda, a realização estratégi-ca de “sessões brancas”, como a que aconteceu no último dia de trabalho da Câmara, na quarta-feira, antes do recesso parlamentar de 15 dias. Neste dia, em lugar da votação de 34 projetos foram realizadas três tribunas populares.

Neste segundo semestre, em concorrência com o perí-odo eleitoral estão previstas a apreciação e votação de matérias importantes na casa, a exemplo do Plano Diretor Urbano e a Lei Orçamentária Anual (LOA), além dos traba-lhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Água.

Embora dos atuais 38 vere-adores, Fabrício Lima (PRTB),

Francisco da Jornada (PDT), Mário Bastos (PRP) e Marise Mendes (PDT), já tenham si-nalizado que não pretendem concorrer à reeleição, a bri-ga será acirrada. Especialista eleitoral consultado pelo EM TEMPO explicou que, depen-

dendo de cada partido e co-ligação formada, siglas com candidatos com pouca repre-sentatividade precisarão, de pelo menos, 3,5 mil votos para eleger um vereador. Enquanto que partidos com nomes de grande potencial precisarão de 7 mil votos.

O vereador Arlindo Júnior (PPL), que fi cou afastado dois anos da Câmara, por ter as-

sumido a Secretaria Municipal de Turismo (ManausTur), disse que já esperava encontrar difi -culdades para se reeleger este ano. “Vai ser complicado, não que toda eleição não seja, mas desta vez tem muita gente boa querendo entrar e muita gente boa que não quer sair. O diferencial de quem está, é que aquele que não fez nada, terá difi culdade para voltar”, destacou. A vereadora Mirtes Sales (PPL) sintetiza que esta eleição proporcional será um desafi o e deverá prevalecer o trabalho feito nos quatro anos de mandato.

A força da féQuestionado sobre o possí-

vel esvaziamento da casa, o presidente Isaac Tayah (PSD), afi rmou que não pode cobrar a presença dos vereadores nas sessões plenárias e acredita que, mesmo com esse cená-rio, os trabalhos não serão prejudicados.

“Projetos como o Plano Dire-tor continua sendo discutido, porque ele é formatado dentro de uma comissão, cujas ativi-dades continuam no recesso”, disse o presidente.

BUSCA INSANANeste segundo semes-tre as sessões legisla-tivas deverão disputar a presença dos verea-dores com a campanha nas ruas, as visitas em suas bases e a busca ‘sofrida’ pela reeleição de seus mandatos

Os pedidos de licença tam-bém poderão impulsionar a falta de quórum nas ses-sões da CMM, embora até o momento somente o ve-reador Hissa Abrahão (PPS), candidato à Prefeitura de Manaus, tenha confi rmado que entrará com pedido de licença, sem remuneração, a contar do dia 1º de agos-to. “Por eu concorrer a um cargo majoritário, sinto a

necessidade de me focar e me dedicar à campanha eleitoral em tempo integral. Então vou tirar uma licença de 60 dias”, informou.

O regimento interno da casa assegura, em seu ar-tigo 54, segundo explicou o subprocurador-geral, Eid Badr, que o vereador pode se licenciar por motivo de saú-de, devidamente comprova-da; quando a serviço ou em

missão de representação da Câmara e para tratar de interesse particular, desde que o período de licença não seja superior a 120 dias. Nesse período, o suplente do parlamentar não poderá assumir a vaga.

“No caso de pedidos de licença inferiores a 120 dias, o suplente não poderá ser convocado”, ressalta o sub-procurador-geral Eid Badr.

Hissa vai pedir licença da casa

ÁQUILA SICSÚEquipe EM TEMPO

O clima de “recesso branco” começou na última semana, antes do início das férias de julho

IONE MORENO

A dificuldade do ex-presidente Lula para desencarnar do exercício do poder é frequente entre algumas autoridades que não se confor-mam com o retorno à planície. O embaixador Jorge Taunay (pai) cunhou uma frase lapidar para definir aqueles que subitamente se veem de volta à vida comum:

- O duro, quando a gente se apo-senta, é passar de “your excellency” para “seu Jorge”...

É duro voltar à planície

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012 A7Com a palavra

Primeira vez na disputa ao cargo de prefeito de Manaus, o deputa-do federal Pauderney

Tomaz Avelino, 57, diz que colocou seu nome à disposi-ção porque a cidade precisa de uma renovação adminis-trativa. Com mais de duas décadas no cenário político do Estado, o parlamentar tem sua atuação focada na defesa dos direitos da população e da economia amazonense na Câmara dos Deputados, sendo por quatro vezes consecutivos incluído pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), entre os parlamentares mais influen-tes do Congresso Nacional.

Visionário, revela que caso seja o escolhido do povo nas urnas irá se debruçar na ques-tão de estruturar a mobilidade urbana da cidade e promete resolver definitivamente a si-tuação do transporte público da cidade.

Em uma conversa com a equipe do EM TEMPO, o can-didato fala sobre seus pos-síveis adversários, projetos para a cidade, a defesa da Zona Franca de Manaus (ZFM) na Câmara dos Deputados e a escolha do nome do seu candidato a vice-prefeito na chapa. “Manaus está entregue a própria sorte e a população não aguenta mais ser enga-nada”, dispara.

EM TEMPO – Por que o se-nhor decidiu entrar na dis-puta eleitoral em Manaus? Quais suas as expectativas para esta eleição?

Pauderney Avelino – Mi-nha candidatura nasce da necessidade que percebemos nos desafios que Manaus pre-cisa enfrentar. Sem querer desmerecer ninguém, pois todos podem colocar seus nomes à disposição, mas o

povo está de “saco cheio” da omissão pública, de votar em políticos e não ver as metas serem cumpridas. A cidade está entregue à própria sor-te, não há solução para os problemas básicos. Estou co-locando minha história, minha experiência e força de vontade a favor da população. Tenho conhecimento de administra-ção pública de outras cidades e pretendo trazer esse apren-dizado para a capital. Manaus merece uma sorte maior do que essa que está tendo.

EM TEMPO – Quais são suas plataformas de me-lhoria para a cidade?

PA - Estou montando um grupo de urbanistas, arqui-tetos e engenheiros daqui de Manaus e de outras cidades do Brasil para nos ajudar a resolver os problemas de mo-bilidade urbana, que incluiu desde os problemas de acesso a pedestres, cadeirantes, ve-ículos e motocicletas, e tam-bém o transporte público. Nós vamos resolver o problema do transporte público em Ma-naus. A cidade tem alguns gargalos, e isso não se resolve com soluções mágicas, temos que resolver com soluções que passam desde a questão fi-nanceira até a técnica.

EM TEMPO – O candidato que ganhar a eleição deste ano será o prefeito da Copa. Se o senhor for o eleito, quais são os projetos para esse evento?

PA – Não tenho dúvida que será um projeto caro para termos aqui na cidade ape-nas quatro jogos. A Arena da Amazônia vai custar R$ 500 milhões. Agora, esse evento será muito importante para todos nós, porque irá apresen-tar uma formação de turismo receptivo, além de garantir a reformulação do centro histó-rico da cidade possibilitando que Manaus possa mostrar a

sua arquitetura portuguesa e inglesa que ficou dos tempos áureos. E também a questão da mobilidade urbana, que é um problema grave.

EM TEMPO – Uma pes-quisa recente da revista “Veja” apontou seu nome como o 11º político mais ativo em favor de um Bra-sil melhor. A que o senhor atribui isso?

PA – Não sei quais os cri-térios que eles usam como medida, mas acredito que tenha sido em relação ao meu posicionamento como parlamentar na Câmara dos Deputados, seja pela via na tomada de posição em vo-tações de projetos impor-tantes ou em discursos na casa parlamentar.

EM TEMPO – Como o se-nhor irá proceder na cap-tação de recursos financei-ros para a sua campanha política?

PA – Ainda não comecei de-vido a questões de datas, mas estamos iniciando as conver-sas para quando estivermos aptos, com o comitê financeiro constituído. Até o dia 5 de julho será o prazo dado para as impugnações das candida-turas. Então, após essa data fazemos a inscrição na Re-ceita Federal para solicitar o CNPJ da campanha, e só após esse processo pode-remos receber os recursos de campanha.

EM TEMPO – A grande expectativa agora está em relação ao nome do seu candidato a vice. Como vai ser essa escolha?

PA – Estamos conversando com três partidos que não pos-so revelar ainda. O prazo final é até o dia 30 e até lá vamos buscar o nome. Se por aca-so não conseguirmos fechar acordo na coligação vamos de chapa “puro-sangue”, porque

temos nomes dentro do par-tido que podem compor essa candidatura muito bem.

EM TEMPO – O senhor sempre atuou na defesa da Zona Franca de Manaus. Como avalia as recentes de-cisões federais envolvendo esse modelo econômico?

PA – Nós estamos fazendo um trabalho importante na Câmara dos Deputados. Os senadores estão fazendo a sua parte, mas claro estamos ten-do algum reverso. Porém, no somatório geral, o governo cria dificuldades e temos que correr atrás para solucioná-las. Di-ficilmente, conseguimos com uma proposta nossa que venha melhorar as condições da Zona Franca de Manaus. Eu aprovei o polo de triciclos e quadriciclos preservando várias empresas. Estive com o secretário execu-tivo do Ministério da Fazenda onde pedi mais R$ 3 milhões para a população usar como financiamento para a compra de motocicletas. Estamos tra-balhando também sem perder de vista outras questões maio-res, vivemos do Polo Industrial de Manaus e temos que cuidar dele com muito cuidado. Estou apresentando também um pro-jeto para reativar o comércio de importados em Manaus e isso daria uma sobrevida como atrativo ao turismo do Estado.

EM TEMPO – Como o senhor avalia essa espe-culação em torno de uma candidatura do senador Eduardo Braga ao cargo de prefeito?

PA – Vejo com naturali-dade, apesar das pesquisas apontarem certo favoritismo a ele (Eduardo Braga). O Braga tem certa experiência. Já foi governador e prefeito. Mas acredito que a população pre-cisa ter novos paradigmas, por isso mais uma vez coloco meu nome na disputa.

Pauderney AVELINO

‘Manaus está ENTREGUE À própria sorte’

Minha candidatura nasce da necessidade que percebemos nos desafios que Manaus precisa enfrentar. Sem querer desmerecer nin-guém, pois todos po-dem colocar seus no-mes à disposição”

ISABELLA SIQUEIRAEquipe EM TEMPO

FOTOS: ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

PAULO LIEBERT/AE

Estou mon-tando um grupo de urbanistas, arquitetos e engenhei-ros daqui de Manaus e de outras cidades do Brasil para nos ajudar a resolver os problemas de mobilida-de urbana”

Estamos conversando com três partidos que não posso revelar ainda. O prazo final é até dia 30 e até lá va-mos buscar o nome. Se não con-seguirmos, vamos de chapa puro- sangue”

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A8 Política MANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

Projeto do novo Código Penal chega ao SenadoO documento, após 8 meses de trabalho, deve chegar às mãos do presidente do Senado, José Sarney, na quarta-feira

Depois de quase oito meses de trabalho, a Comissão Especial de Juristas que ela-

borou o anteprojeto de lei do novo Código Penal (CP) entrega o texto ao presidente do Senado, José Sarney. A solenidade, com a presença de senadores e convidados, acontece na próxima quarta-feira. O texto contém pro-postas para modernizar uma legislação criada há quase 72 anos, ainda na “Era Vargas”.

O presidente da Comissão Especial de Juristas, o ministro do Superior Tribunal de Justi-ça (STJ), Gilson Dipp, chegou a dizer que, em vista de sua desatualização, o atual Código Penal deve ser “rápida e compul-soriamente aposentado”. Mais recentemente, manifestou a ex-pectativa de que o anteprojeto seja o ponto de partida para a confecção de um código para o “Brasil de hoje e de amanhã”.

Ainda ocupado com os re-toques finais da redação, na última sexta-feira, o procura-dor regional Luiz Carlos Gon-çalves, relator da comissão, destacou que o anteprojeto é uma proposta moderna, mesmo em comparação com outros códigos ao redor do

mundo, e que ao mesmo tempo guarda forte vínculo com a realidade brasileira.

“Foi um trabalho muito discu-tido e refletido, que resultou em projeto sensível às demandas sociais por proteção em ter-mos de legislação penal, e que ao mesmo tempo se preocupa com a proteção dos direitos humanos”, comentou.

O texto, que agora deverá ser convertido em projeto de lei ordinária, inovou ao propor a criminalização de condutas ainda sem previsão na legisla-ção, como no caso dos crimes ci-bernéticos. Os juristas também abordaram temas espinhosos como o aborto, sugerindo no-vas hipóteses de prática legal para a interrupção da gravidez. Quanto às drogas, foi admitida a legalização do porte para consumo pessoal em peque-na quantidade. A comissão foi designada pelo presidente José Sarney a partir de sugestão do senador Pedro Taques (PDT-MT). A composição com indi-cações feitas por líderes parti-dários, resultou num colegiado de especialistas de formação diversificada e com grande ex-periência, que inclui advogados, professores, promotores e de-fensores públicos. O presidente da comissão especial, ministro Gilson Dipp, diz que o CP deveria ser aposentado

ANTÔNIO CRUZ/ABR

O anteprojeto está organizado em mais de 500 artigos, ante os 356 do atual Código Penal. Conforme o relator, a maior quantidade de artigos decorre da in-corporação ao texto de aproximadamente 130 leis autônomas, como as leis de drogas e da lavagem de dinheiro e leis abrangentes, como Estatuto do Idoso e o Estatuto da Criança e dos Adolescentes.

“Embora o código em si mesmo esteja maior, o sistema penal brasileiro ficará mais enxuto, com seu tamanho reduzido em cerca de 40%”, as-segurou Dipp.

Conforme o relator, a comissão se orgulha do projeto, que evoluiu por “caminho inspirador”.

Temas como corrupção e as drogas

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EconomiaCa

dern

o B

[email protected], DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012 (92) 3090-1045Economia B4 e B5

RICARDO OLIVEIRA

Cultivo de citros tem nova técnica

Indústrias de Iranduba e Manacapuru investem R$ 1 milhão para diversifi car a produção do setor com blocos estruturais

Depois de perder, no mínimo, R$ 7 milhões com os impactos da cheia, as olarias de

Iranbuba e Manacapuru (a 25 e 60 quilômetros de Manaus) “tomam um gás” e injetam até R$ 1 milhão na diversifi cação da produção a partir do segun-do semestre de 2012.

Segundo a Associação de Ceramistas do Estado do Amazonas (Aceram), os inves-timentos irão se concentrar, principalmente, nas novas li-nhas de produtos - em particu-lar, nas de blocos estruturais -, em cursos de capacitação profi ssional, segurança no tra-balho e programas para levar saúde aos funcionários.

“Com o aquecimento das atividades, haverá aumento das vendas e a geração de novos empregos”, afi rma o presidente da Aceram, Frank

Lopes, sem especifi -car quantos funcio-nários serão contra-tados no período.

Além dos tijolos, outra produção que deverá se sobressair, no Amazonas, no pró-ximo semestre é a de blocos estrutu-rais. Segundo dados da Aceram, hoje, em torno de 15% das ola-

rias fabricam os itens, cujo preço da unidade varia entre R$ 1 a R$ 1,20.

Conforme a Aceram, a van-tagem do uso dos blocos es-truturais é que esse tipo de produto ajuda na economia de outros materiais utilizados na construção, como a madeira, o cimento, a argamassa e o seixo. Além de “poupar”, os blo-cos possuem um nível maior de resistência, melhoram a acústica e a parte térmica

do ambiente. “Os blocos estruturais

são bastante utilizados nas obras de grande porte, tanto públicas quanto privadas”, destaca Lopes.

“É um produto que agrega valor ao setor produtivo e traz vantagens para quem constrói”, frisa o empresá-rio Antônio da Mata, pro-prietário da Cerâmica Rio Negro, que planeja traba-

lhar com o produto.

CrescimentoOs novos investimentos

estão inseridos dentro de uma política de expansão do setor, que até 2010, de-sembolsou em torno de R$ 20 milhões na compra de máquinas e equipamentos. O empresário Modesto Nó-voa, proprietário da Nóvoa Indústria de Cerâmica e da Amazonargilas, destaca que investiu R$ 1,3 milhão para diversifi car os negócios e qualifi car os funcionários.

Boa parte dos investimen-tos foi utilizada para a aqui-sição de equipamentos mo-dernos e na melhora técnica de alguns produtos, como os blocos estruturais, que pas-saram a integrar o portfólio no ano passado.

“Precisamos investir para recuperar o mercado, que deve melhorar com o aque-cimento da construção civil devido a Copa de 2014”, ava-lia Modesto Nóvoa Rivas.

Outra empresa que decidiu investir pesado na diversi-fi cação dos negócios foi a Nova Cerâmica, em Irandu-ba. Conforme informações obtidas junto ao setor, a empresa desembolsou em torno de R$ 10 milhões na implantação de novas linhas de produtos, em especial, os blocos estruturais.

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

Olarias do AM ‘tomam gás’ comnovos produtos

VANTAGEMSegundo empresários do setor, a produção dos blocos estruturais agrega valor às ola-rias do Estado. Já para o consumidor, o item possui maior resistên-cia, melhora a acústica e a parte térmica

FOTOS: MÁRIO OLIVEIRA

Aplicação de recursos irá se concentrar na diversifi cação

[email protected], DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012 (92)

Indústrias de Iranduba e Manacapuru investem R$ 1 milhão para diversifi car a produção do setor com blocos estruturais

DIranbuba e Manacapuru (a 25 e 60 quilômetros de Manaus) “tomam um gás” e injetam até R$ 1 milhão na diversifi cação da produção a partir do segun-do semestre de 2012.

Segundo a Associação de Ceramistas do Estado do Amazonas (Aceram), os inves-timentos irão se concentrar, principalmente, nas novas li-nhas de produtos - em particu-lar, nas de blocos estruturais -, em cursos de capacitação profi ssional, segurança no tra-balho e programas para levar saúde aos funcionários.

“Com o aquecimento das atividades, haverá aumento das vendas e a geração de novos empregos”, afi rma o presidente da Aceram, Frank

Lopes, sem especifi -car quantos funcio-nários serão contra-tados no período.

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

Olarias do AM ‘tomam gás’ comnovos produtos

Aplicação de recursos irá se concentrar na diversifi cação

Após alocar recursos na compra de máquinas e equi-pamentos, o setor oleiro pretende agora investir na qualifi cação, segurança e saúde dos trabalhadores.

“Vamos apostar na va-lorização do ser humano. Garantir a segurança e a saúde de nossos colabora-dores é fundamental para o fortalecimento da ativida-de”, enfatiza o presidente da Aceram, Frank Lopes.

O empresário Modesto Nóvoa Rivas destaca que

a capacitação dos funcio-nários é permanente em suas empresas, que, juntas, empregam em torno de 70 pessoas. “Pelo menos duas vezes ao ano realizamos atividades como palestras e cursos para qualifi car a mão de obra”, salienta.

Conforme a Aceram, as olarias planejam fechar parcerias com entidades de classes para promover assistência médica, odon-tológica e ações de pre-venção às doenças.

Investimento na mão de obra

Os recursos previstos pelas olarias são anun-ciados no momento em que o setor contabiliza perdas com a cheia. Conforme dados do Sindicato da Indústria de Olaria do Amazonas, os prejuízos somam, no mínimo, R$ 7 milhões.

De acordo com a Ace-ram, por conta da cheia, a produção do setor, de aproximadamente 18 milhões de tijolos por mês, chegou a sofrer, no primeiro semestre, uma redução de 30% em re-lação ao mesmo período do ano passado.

As olarias consegui-ram evitar demissões em massa, mas opta-ram em dar férias co-letivas a 20% dos 4 mil trabalhadores do setor. Algumas empresas che-garam a ter perdas de R$ 300 mil por causa das enchentes.

Conforme a associa-ção, as olarias devem recuperar de 30% a 40% das perdas, com a che-gada do verão.

Perdas com a cheia somam R$ 7 milhões

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

São inquietantes, crescentes e desafiadores os sinais da descons-trução da economia baseada no modelo industrial da Zona Franca de Manaus, no contexto da crise que se alastra pelo planeta e do en-colhimento dos negócios anotado por aqui. Por isso, peço licença pra continuar com este tema. É que o momento impõe prontidão. Assim como fomos incapazes de inves-tir na racionalização da produção do látex e seu beneficiamento local para perenizar a economia da borracha, das fibras vegetais, resinas... razão da quebradeira econômica há cem anos, estamos perdendo o bonde da história, mais uma vez, por incompetência em promover a mudança no modelo de produção atual na direção da economia baseada na inovação, na partilha e otimização do co-nhecimento. Um caminho que fica mais tortuoso com medidas inco-erentes do governo, cujo discurso

defende o papel da inovação, mas na prática penaliza quem investe na qualificação de pessoal. Pela lei nº 12.513, já em vigor, patrões e empregados têm agora de reco-lher contribuição à Previdência se o valor mensal da bolsa de estudo for superior a R$ 933. Compulsão fiscal tem que ter um limite.

Que país é esse que incentiva in-dústria automobilística com as vias de tráfego já tão entupidas e açoita com mais tributos a educação? O setor farmacêutico é o que mais foi castigado com mais essa cangalha fiscal, pois tem demandas vitais de qualificação, treinamento e re-ciclagem por sua cadeia produtiva fundada na tecnologia e inovação permanente. Como trazer para o presente a utopia da bioindústria numa gestão que trata de modo vesgo as oportunidades de negó-cios coerentes com a vocação do banco genético amazônico? Fica complicado dar um passo firme e

adiante da indústria da montagem que despenca a cada dia e conso-lidar a racionalidade da produção da base tecnológica, num cluster adequado de bioinformática e bio-negócios na floresta...

Na contramão dessas incoerên-cias, emerge em alguns setores da gestão pública, agências de fo-mento, entidades de classe, e/ou pesquisa, incluindo a academia fo-cada no cotidiano, a consciência da gravidade crucial do momento. Um desassossego que favorece apostar na transformação de tantos ovos de propostas num omelete da rein-venção do saber e fazer florestal. O Vale da Bioengenharia e da Nano-tecnologia, de que fala Rodemarck Castelo Branco, o velho e atualizado sonho de Estevão Monteiro de Paula do Parque Tecnológico de Produtos Sustentáveis, e o da Bioindústria do Peixe, do visionário Deusamir Pereira, ganham força e emer-gênc ia, na discussão dos rumos

a tomar. São propostas e roteiros que demandam acurada leitura e interpretação dos pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças, para fazer emergir uma nova política de ciência e tecnoló-gica regional e sustentável capaz de absorver o capital intelectual na base de novas cadeias produtivas, novos produtos e processos.

Suframa e Inpa, referências federais de fomento e pesquisa científica da Amazônia, confirma-ram no âmbito da Conferência do Rio+20 as alvissareiras promessas de sua cumplicidade institucional que resultarão da mistura de suas respectivas farinhas – leia-se a junção estratégica das metas de seus respectivos ministérios pra otimizar condutas, programas e recursos - a levar a produção científica ao chão de fábrica, pr opiciar oportunidades com o saber consolidado. O novo paradigma de Desenvolvimento, envolvendo par-

ceiros da indústria, Fieam, CNI e Senai, pretende atuar, então, intimamente atrelado à Ciência, Tecnologia e Inovação, a partir de indicadores de sustentabilidade, capazes de precificar e balizar no mercado o diferencial de valor das cadeias produtivas da floresta. En-fim, as agências federais comparti-lham talentos e esforços em favor do tecido social e da prosperidade geral. Organizada e cúmplice, em lugar de chorar o leite derramado, a sociedade terá razões e meca-nismos para impedir investimen-tos nebulosos e perdulárias em obras onerosas, e desvinculadas de compromisso e planejamento estratégico do interesse geral. Só assim, a travessia urbana e o jogo do lazer se darão em outro patamar, juntando margens e desejos de uma nova partida, onde a bola é passada e repartida na persp ectiva de um placar justo, mais equânime e mais fraterno.

Alfredo MR Lopes [email protected]

Alfredo MR Lopes

Filósofo e consultor ambiental

Há cem anos, esta-mos perden-do o bonde da história por incompe-tência”

ZFM – os indicadores da desindustrialização - Parte 3

Barato para consumidor, rentável para o comércioProdutos com riscos, amassados ou até sem funcionar podem ter desconto de até 80% nas lojas do varejo local

Com apenas um risco ou até sem funcio-nar, os produtos nas prateleiras de lojas do

varejo amazonense podem ter descontos de até 80%. A ofer-ta vista com bons olhos pelo consumidor que quer comprar, mas sem gastar muito, tam-bém satisfaz a intenção dos lojistas de limpar o estoque sem perder o lucro.

A rede de lojas Bemol está entre as empresas que apos-tam na venda de produtos com avarias. Segundo a gerente de marketing do grupo, Sheila So-breira, duas lojas em Manaus trabalham com esses itens.

“Esses bens podem ser en-contrados nas unidades do bairro do Educandos e Cama-puã, localizada nas proximida-des da Bola do Produtor, na Zona Leste. Nessas duas lojas, há espaços exclusivos para essas peças que, dependendo do estado, podem ser até 70% mais baratas”, ressalta.

Desde pequenos riscos a problemas no funcionamento, os produtos podem ser comer-cializados. No caso daqueles que não funcionam, o consu-midor é quem realiza os repa-

ros. “Todas as peças possuem uma etiqueta discriminando qual o defeito apresentado, o que deixa o cliente ciente do produto que está levando para casa”, frisa Sheila, ao informar que entre os produtos com avarias podem ser encontra-dos móveis, eletroeletrônicos e eletrodomésticos.

Descontos em 28 lojasPara evitar prejuízos e

dar opção de economia aos consumidores, o grupo City Lar também comercializa produtos com avarias. “São móveis, eletrodomésticos e demais itens do mostruário com preços até 70% mais baratos”, ressalta o geren-te de marketing do grupo, Alkaid Batalha.

“O grupo tem 28 lojas e essas peças podem ser adqui-ridas em todas as unidades”, assegura o gerente.

Além das lojas, o grupo City Lar também realiza feirões onde produtos com “pequenos defeitos” também podem ser encontrados. “O feirão deste ano será realizado no mês de outubro, onde além de peças com avarias, também serão comercializados produtos em perfeito estado com descon-to”, adianta.

RICHARD RODRIGUESEquipe EM TEMPO

O grupo Stock Casa tam-bém dispõe de móveis com preços mais acessíveis. “Es-sas peças estão disponíveis na Stock Casa Promocional da avenida Djalma Batista e da Grande Circular, que comercializam produtos que estão saindo de linha com descontos que podem chegar até a 50%”, diz o gerente de marketing, Clo-doaldo Reis.

Reis destaca que a Stock Casa Promocional realiza constantemente feirões de

“queima de estoque” para alavancar as vendas das peças que estão saindo de linha. Durante eventos como o feirão, as peças de mostruário, onde os des-contos, que normalmente chegam a 50%, passam a ser de 70% e podem ser par-celados em até dez vezes no cartão de crédito.

“O próximo feirão come-ça a partir de amanhã e vai até o próximo domingo nas lojas da Djalma Batista e Grande Circular”, divulga.

Mostruário com menor preço

De acordo com orientação de especialista, é importante verificar funcionalidade e tempo de vida útil dos produtos com avarias

Para o economista Erivaldo Lopes, a maioria dos produ-tos com avarias é adquirida por quem está disposto a economizar ou não está tão preocupado com a estética das peças. “A funcionalidade

é fundamental para compra de peças com pequenos de-feitos. O tempo de vida útil do objeto também tem que ser levado em consideração”, orienta, ao destacar que se enquadram no perfil desses

consumidores os que têm menor renda.

O economista opina, ainda, que, na maioria das vezes, vale a pena adquirir tais pro-dutos, pois eles não apresen-tam problemas que venham

a comprometer o funciona-mento. “Mas o consumidor precisa avaliar antes se o preço do produto com avaria realmente vale em relação ao defeito que ele apresen-ta”, adverte.

Quando vale a pena adquirir os produtos

SHANA REIS

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Page 11: EM TEMPO - 24 de junho de 2012

B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

B03 - ANUNCIO DIRECIONAL ELIZA MIRANDA.indd 3 22/6/2012 23:20:48

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B4 Economia B5MANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

Mãos quecolhem frutosA agricultura amazonense entra em uma nova era no campo da citricultura. Por meio do sistema de Produção Integrada (PI), produtores inseridos no projeto colhem sonhos e fartura de seus pomares

Parte dos produtores rurais amazonenses desconhece o quan-to podem perder em

suas lavouras, em função de diversos problemas que infl uenciam diretamente a inefi ciência na aplicação de técnicas na produção e culti-vo. Para evitar custos maio-res, perdas de produtividade e do lucro, um novo sistema, baseado nas boas práticas agropecuárias, orientado por normas técnicas, chamado de Produção Integrada (PI), pra-ticado há dois anos no Estado, tem evoluído gradativamente com bons resultados ao ho-mem do campo.

Segundo especialistas e produtores rurais, a PI, além de garantir qualidade na sa-fra e reduzir despesas em até 20%, em relação ao sistema convencional, possibilita me-

lhor controle da proprieda-de e aperfeiçoa o processo produtivo dos citros (laranja, limão e tangerina).

O pesquisador da Empre-sa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Amazônia Ocidental, Marcos Garcia, especialista em con-trole de pragas e doenças agrícolas, explica que o pro-jeto contempla a produção agrícola com o uso apropriado e efi ciente dos recursos natu-rais, a garantia de alimentos sem riscos à saúde e de boa qualidade nutricional, além de conservar o meio ambiente.

Garcia lembra que a PI nas-ceu há dez anos com as cul-turas da Região Sul do país, em decorrência da redução no mercado dos produtos que estavam contaminados por doenças e do uso indevido e inadequado de agrotóxicos, responsáveis pelos altos índi-ces de intoxicação verifi cados entre os produtores e traba-

lhadores rurais. “A iniciativa resultou na produção da fruta sem as contaminações”, con-ta o pesquisador.

Criação do sistemaO sistema passou a ser

difundido em 2004, por meio

das diretrizes da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, na Bahia), vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). No

Amazonas o PI teve início em 2008, mas somente foi colocado em prática há dois anos, por meio da demanda de produtores da cultura de citros em busca de boas prá-ticas de produção e com o apoio da Embrapa Amazônia Ocidental e o fi nanciamento de R$ 600 mil, disponibiliza-dos pela Fundação de Am-paro à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), e a contrapartida de R$ 200 mil da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror).

A maioria dos produtores de citros está concentrada nos municípios de Rio Preto da Eva (que detém a maior área plantada do Estado), Iranduba, Itacoatiara, Ma-nacapuru, Careiro e Presi-dente Figueiredo.

O presidente da Associação dos Citricultores do Amazo-nas (Amazoncitrus), Ozires Silva, destaca que até o mo-mento, apenas 15 produtores

aderiram ao projeto, e desses, 90% são considerados de mé-dio e pequeno porte. Apesar do baixo número de adesão, Ozires diz que a medida está aberta aos interessados.

O dirigente da Amazonci-tros adianta que também há disponível novas iniciativas, como o projeto de Gestão Orientada para Resultados (Geor-Citricultura), por meio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-AM), com apoio do Instituto de Desenvolvimento Agropecuá-rio e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) e Serviço Nacional de Aprendi-zagem Rural (Senar).

Ozires explica que o Geor atua na aplicação dos re-cursos orçamentários, pro-duzindo indicadores sobre o andamento dos projetos e impactos que produzem nas comunidades e o diagnóstico agronômico da cadeia produ-tiva de citros e de mercado.

NÁFERSON CRUZEquipe EM TEMPO

A diversidade entre o siste-ma comum para a técnica de Produção Integrada de citros, consiste no uso de métodos para evitar o excesso de resí-duos de agrotóxicos na fruta e na tecnologia de rastreabi-lidade, o que permite que a procedência do produto seja identifi cada em qualquer mercado comprador.

“Além dos investimentos nos pomares que são de-vidamente monitorados, o sistema permite combater as pragas agrícolas, com a racionalização do processo, ou seja, temos como saber o nível da infecção na planta cultivada e de que forma

vamos tratar”, diz Ozires Silva, que também é pro-dutor rural.

O dirigente da Amazonci-trus ressalta que a aplica-ção do método é recente, mas os resultados precisos serão obtidos daqui a três anos. “O projeto está apenas no começo com 15 projetos experimentais que se trans-formarão em um modelo que poderá ser transferido para outras cadeias produtoras, e partir daí, o Amazonas dará um grande salto de produção agrícola, reduzin-do a pressão demográfica e gerando emprego e renda no interior”, completou.

Produção anual chega a 300 milhões de frutosMaior parte da plantação de citros está concentrada nos municípios de Rio Preto da Eva, Iranduba, Itacoatiara, Manacapuru, Careiro e Presidente Figueiredo

CULTIVOO Brasil é o maior produ-tor mundial de citros com uma área plantada de 780 mil hectares e uma produção de 17 milhões de toneladas, movimen-tando R$ 3,5 bilhões, e com 1 milhão de empre-gos diretos e indiretos

Com a produção anual de, aproximadamente, 300 mi-lhões de frutos, o Amazonas é o Estado que mais avança na citricultura em toda a Região Norte.

A fazenda “Panorama”, situ-ada no Distrito Agropecuário da Zona Franca de Manaus (ZFM), no quilômetro 85 da AM–010, está no rol das pro-priedades que mais produzem citros na região. A estimativa é de que a propriedade consiga colher, até o fi nal deste ano, 8 milhões de frutos. Dessa quan-

tidade, 70% atende o mercado de Manaus e o restante de Boa Vista (RR).

Para obter alta margem na produção, Sebastião Siqueira de Souza, 47, proprietário da fazenda “Panorama”, e de ou-tras duas áreas, investiu em torno de R$ 10 milhões, entre propriedades, maquinários e mão de obra. Ele destaca que os resultados já eram satis-fatórios e com a introdução do sistema de Produção Inte-grada de citros, a qualidade do produto fi cou bem melhor.

“Apesar do PI ser um pro-grama recente, tem o papel fundamental na implementa-ção de tecnologia, capacitação e informação. O projeto nos deu maior controle sobre a propriedade, como o preparo do solo, manejo pós-colheita, medidas fi tossanitárias, em-balagem, benefi ciamento do fruto, até a sua distribuição no mercado”, pontua.

Sebastião Souza mantém 110 hectares com 94 mil pés de laranja, o que rende em média 6 toneladas do fruto,

por dia. O citricultor ressalta que, para obter rentabilidade no negócio, a tecnologia so-mada a técnica e dedicação são indispensáveis. Em sua fa-zenda, uma máquina ajuda no processo de seleção da laranja. Mas é na colheita a exigência da maior sensibilidade do co-operado. Em seguida é feita a lavagem, depois o polimento e posteriormente, a própria má-quina faz a classifi cação dos frutos. Dando continuidade ao processo, o produto é embala-do e segue para o mercado, cujo

o preço médio pode chegar a R$ 15, o cento.

Além do cultivo da laranja, a fazenda “Panorama” atua com a produção de tangerina e li-mão. “A laranja tem mercado garantido e o suco dela não pre-cisa de açúcar e nem de gelo”, garante Sebastião, experiente no ramo. “A citricultura é uma atividade viável à agricultura no Amazonas pela compen-sação dos preços dos frutos e pelas condições de clima adequadas para a produção ao longo do ano”, completa.

Avanço com uso de técnicas

Segundo o pesquisador, técnica garante frutos mais saudáveis

O pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Marcos Garcia, explica que a propos-ta do PI é conscientizar o produtor, por meio de cursos, para que passe a adotar na sua produção boas práticas. Ele explica que as técnicas empregadas na PI tornam mais eficientes a produção e evitam a contaminação dos alimentos, com a redução do uso de insumos conta-minantes — o que leva à produção de frutos de me-lhor qualidade, sem riscos à saúde do consumidor. “No cultivo normal usa-se um ca-lendário, já no sistema de PI, o instrumento é necessário somente se for para avaliar uma doença ou praga, a fim de sabermos em que nível está para decidirmos se usa-mos ou não agrotóxicos para combater, o que gera menos custos ao citricultor”.

Parte dos produtores ama-zonenses já atua com as laranjeiras geneticamente modificas (GM), que ofere-cem resistência à doença

bacteriana causada pelo inseto vetor do greening “Diaphorina citri”, que ame-aça a produção de cítricos, fazendo com que os frutos fiquem permanentemente verdes, amargos, medicinal e azedo. O atual combate ao vetor de greening é feito pelo uso de inseticidas e do corte de árvores contaminadas.

O pesquisador destaca que ainda não há registro de vetores nocivos às lavouras no Amazonas, diferente das regiões Sul e Sudeste do país, onde o vetor de gree-ning atinge alguns pomares. “Não temos o controle da bactéria e nem como curar um plantio infectado, a única forma é combater o vetor de forma preventiva com o monitoramento, a exemplo do sistema de PI”, expli-ca. Garcia diz ainda que em 12 meses de análise nas propriedades experimentais não foi constatado nenhum caso específico da doença, isso é um aspecto que deve ser levado a sério.

Sistema previne doenças

Produtores amazonenses utilizam a técnica do PI e aprovam

SETOR

2,5Produtores estão atu-almente envolvidos no ramo da citricultura no Amazonas

MIL

FOTOS: RICARDO OLIVEIRA

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B4 Economia B5MANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

Mãos quecolhem frutosA agricultura amazonense entra em uma nova era no campo da citricultura. Por meio do sistema de Produção Integrada (PI), produtores inseridos no projeto colhem sonhos e fartura de seus pomares

Parte dos produtores rurais amazonenses desconhece o quan-to podem perder em

suas lavouras, em função de diversos problemas que infl uenciam diretamente a inefi ciência na aplicação de técnicas na produção e culti-vo. Para evitar custos maio-res, perdas de produtividade e do lucro, um novo sistema, baseado nas boas práticas agropecuárias, orientado por normas técnicas, chamado de Produção Integrada (PI), pra-ticado há dois anos no Estado, tem evoluído gradativamente com bons resultados ao ho-mem do campo.

Segundo especialistas e produtores rurais, a PI, além de garantir qualidade na sa-fra e reduzir despesas em até 20%, em relação ao sistema convencional, possibilita me-

lhor controle da proprieda-de e aperfeiçoa o processo produtivo dos citros (laranja, limão e tangerina).

O pesquisador da Empre-sa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Amazônia Ocidental, Marcos Garcia, especialista em con-trole de pragas e doenças agrícolas, explica que o pro-jeto contempla a produção agrícola com o uso apropriado e efi ciente dos recursos natu-rais, a garantia de alimentos sem riscos à saúde e de boa qualidade nutricional, além de conservar o meio ambiente.

Garcia lembra que a PI nas-ceu há dez anos com as cul-turas da Região Sul do país, em decorrência da redução no mercado dos produtos que estavam contaminados por doenças e do uso indevido e inadequado de agrotóxicos, responsáveis pelos altos índi-ces de intoxicação verifi cados entre os produtores e traba-

lhadores rurais. “A iniciativa resultou na produção da fruta sem as contaminações”, con-ta o pesquisador.

Criação do sistemaO sistema passou a ser

difundido em 2004, por meio

das diretrizes da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, na Bahia), vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). No

Amazonas o PI teve início em 2008, mas somente foi colocado em prática há dois anos, por meio da demanda de produtores da cultura de citros em busca de boas prá-ticas de produção e com o apoio da Embrapa Amazônia Ocidental e o fi nanciamento de R$ 600 mil, disponibiliza-dos pela Fundação de Am-paro à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), e a contrapartida de R$ 200 mil da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror).

A maioria dos produtores de citros está concentrada nos municípios de Rio Preto da Eva (que detém a maior área plantada do Estado), Iranduba, Itacoatiara, Ma-nacapuru, Careiro e Presi-dente Figueiredo.

O presidente da Associação dos Citricultores do Amazo-nas (Amazoncitrus), Ozires Silva, destaca que até o mo-mento, apenas 15 produtores

aderiram ao projeto, e desses, 90% são considerados de mé-dio e pequeno porte. Apesar do baixo número de adesão, Ozires diz que a medida está aberta aos interessados.

O dirigente da Amazonci-tros adianta que também há disponível novas iniciativas, como o projeto de Gestão Orientada para Resultados (Geor-Citricultura), por meio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-AM), com apoio do Instituto de Desenvolvimento Agropecuá-rio e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) e Serviço Nacional de Aprendi-zagem Rural (Senar).

Ozires explica que o Geor atua na aplicação dos re-cursos orçamentários, pro-duzindo indicadores sobre o andamento dos projetos e impactos que produzem nas comunidades e o diagnóstico agronômico da cadeia produ-tiva de citros e de mercado.

NÁFERSON CRUZEquipe EM TEMPO

A diversidade entre o siste-ma comum para a técnica de Produção Integrada de citros, consiste no uso de métodos para evitar o excesso de resí-duos de agrotóxicos na fruta e na tecnologia de rastreabi-lidade, o que permite que a procedência do produto seja identifi cada em qualquer mercado comprador.

“Além dos investimentos nos pomares que são de-vidamente monitorados, o sistema permite combater as pragas agrícolas, com a racionalização do processo, ou seja, temos como saber o nível da infecção na planta cultivada e de que forma

vamos tratar”, diz Ozires Silva, que também é pro-dutor rural.

O dirigente da Amazonci-trus ressalta que a aplica-ção do método é recente, mas os resultados precisos serão obtidos daqui a três anos. “O projeto está apenas no começo com 15 projetos experimentais que se trans-formarão em um modelo que poderá ser transferido para outras cadeias produtoras, e partir daí, o Amazonas dará um grande salto de produção agrícola, reduzin-do a pressão demográfica e gerando emprego e renda no interior”, completou.

Produção anual chega a 300 milhões de frutosMaior parte da plantação de citros está concentrada nos municípios de Rio Preto da Eva, Iranduba, Itacoatiara, Manacapuru, Careiro e Presidente Figueiredo

CULTIVOO Brasil é o maior produ-tor mundial de citros com uma área plantada de 780 mil hectares e uma produção de 17 milhões de toneladas, movimen-tando R$ 3,5 bilhões, e com 1 milhão de empre-gos diretos e indiretos

Com a produção anual de, aproximadamente, 300 mi-lhões de frutos, o Amazonas é o Estado que mais avança na citricultura em toda a Região Norte.

A fazenda “Panorama”, situ-ada no Distrito Agropecuário da Zona Franca de Manaus (ZFM), no quilômetro 85 da AM–010, está no rol das pro-priedades que mais produzem citros na região. A estimativa é de que a propriedade consiga colher, até o fi nal deste ano, 8 milhões de frutos. Dessa quan-

tidade, 70% atende o mercado de Manaus e o restante de Boa Vista (RR).

Para obter alta margem na produção, Sebastião Siqueira de Souza, 47, proprietário da fazenda “Panorama”, e de ou-tras duas áreas, investiu em torno de R$ 10 milhões, entre propriedades, maquinários e mão de obra. Ele destaca que os resultados já eram satis-fatórios e com a introdução do sistema de Produção Inte-grada de citros, a qualidade do produto fi cou bem melhor.

“Apesar do PI ser um pro-grama recente, tem o papel fundamental na implementa-ção de tecnologia, capacitação e informação. O projeto nos deu maior controle sobre a propriedade, como o preparo do solo, manejo pós-colheita, medidas fi tossanitárias, em-balagem, benefi ciamento do fruto, até a sua distribuição no mercado”, pontua.

Sebastião Souza mantém 110 hectares com 94 mil pés de laranja, o que rende em média 6 toneladas do fruto,

por dia. O citricultor ressalta que, para obter rentabilidade no negócio, a tecnologia so-mada a técnica e dedicação são indispensáveis. Em sua fa-zenda, uma máquina ajuda no processo de seleção da laranja. Mas é na colheita a exigência da maior sensibilidade do co-operado. Em seguida é feita a lavagem, depois o polimento e posteriormente, a própria má-quina faz a classifi cação dos frutos. Dando continuidade ao processo, o produto é embala-do e segue para o mercado, cujo

o preço médio pode chegar a R$ 15, o cento.

Além do cultivo da laranja, a fazenda “Panorama” atua com a produção de tangerina e li-mão. “A laranja tem mercado garantido e o suco dela não pre-cisa de açúcar e nem de gelo”, garante Sebastião, experiente no ramo. “A citricultura é uma atividade viável à agricultura no Amazonas pela compen-sação dos preços dos frutos e pelas condições de clima adequadas para a produção ao longo do ano”, completa.

Avanço com uso de técnicas

Segundo o pesquisador, técnica garante frutos mais saudáveis

O pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Marcos Garcia, explica que a propos-ta do PI é conscientizar o produtor, por meio de cursos, para que passe a adotar na sua produção boas práticas. Ele explica que as técnicas empregadas na PI tornam mais eficientes a produção e evitam a contaminação dos alimentos, com a redução do uso de insumos conta-minantes — o que leva à produção de frutos de me-lhor qualidade, sem riscos à saúde do consumidor. “No cultivo normal usa-se um ca-lendário, já no sistema de PI, o instrumento é necessário somente se for para avaliar uma doença ou praga, a fim de sabermos em que nível está para decidirmos se usa-mos ou não agrotóxicos para combater, o que gera menos custos ao citricultor”.

Parte dos produtores ama-zonenses já atua com as laranjeiras geneticamente modificas (GM), que ofere-cem resistência à doença

bacteriana causada pelo inseto vetor do greening “Diaphorina citri”, que ame-aça a produção de cítricos, fazendo com que os frutos fiquem permanentemente verdes, amargos, medicinal e azedo. O atual combate ao vetor de greening é feito pelo uso de inseticidas e do corte de árvores contaminadas.

O pesquisador destaca que ainda não há registro de vetores nocivos às lavouras no Amazonas, diferente das regiões Sul e Sudeste do país, onde o vetor de gree-ning atinge alguns pomares. “Não temos o controle da bactéria e nem como curar um plantio infectado, a única forma é combater o vetor de forma preventiva com o monitoramento, a exemplo do sistema de PI”, expli-ca. Garcia diz ainda que em 12 meses de análise nas propriedades experimentais não foi constatado nenhum caso específico da doença, isso é um aspecto que deve ser levado a sério.

Sistema previne doenças

Produtores amazonenses utilizam a técnica do PI e aprovam

SETOR

2,5Produtores estão atu-almente envolvidos no ramo da citricultura no Amazonas

MIL

FOTOS: RICARDO OLIVEIRA

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

Inadimplência atrapalhaexpansão do consumoA maior dificuldade do brasileiro para regularizar os débitos hoje se deve à ressaca de dívidas em atraso com financeiras

O calote do consumi-dor estabilizado em níveis altos atrapa-lha o plano do go-

verno de estimular a deman-da para acelerar a economia rapidamente, com o mesmo vigor obtido na crise de 2009, e escapar de um crescimento inferior a 2%, como já prevê o mercado.

A perspectiva para a inadim-plência, que bateu em 7,6% em abril, a maior marca desde dezembro de 2009, segundo o Banco Central, é de queda gradual. O calote deve recu-ar para níveis normais, em torno de 6,5%, só no fim do ano, concordam economistas, varejistas e bancos.

A maior dificuldade do bra-sileiro para regularizar os dé-bitos hoje, em comparação com outros períodos de pico de calote se deve à forte ressaca do consumo. Pesquisa da Serasa Experian de março com 350 mil inadimplentes revela que 64% deles tinham dívidas em atraso com bancos ou financeiras que superavam 100% da renda mensal. Fica-ram de fora as pendências com contas de água, luz e outros serviços.

“Isso significa que, para lim-par o nome, a maioria dos inadimplentes precisa de-sembolsar o salário inteiro do mês”, diz o economista res-ponsável pelo indicador, Luiz Rabi. Esse é o pior resultado em dois anos. Essa é a quarta vez que o país tem um surto de inadimplência. Em 2001,

2005 e 2008/2009, a dispa-rada do calote foi provocada pelo aumento do desempre-go. Desta vez, no entanto, o desemprego bate recorde de baixa e a inadimplência, de alta, só que por excesso de endividamento. “Por isso, o calote deve demorar mais para cair”, observa Rabi.

ESTABILIDADENa semana passada, o presidente do Santan-der Brasil, Marcial Por-tela, disse em evento na Fiesp, que a inadim-plência deve começar a se estabilizar no fim deste ano. Até lá, o calote ainda deve subir

O comércio e o setor finan-ceiro têm avaliação seme-lhante. Na semana passada, o presidente do Santander Brasil, Marcial Portela, disse em evento na Fiesp que a inadimplência deve começar a se estabilizar no fim des-te ano. Até lá, o calote e

as provisões para possíveis perdas devem continuar su-bindo. “A inadimplência não deve ceder rapidamente. O retorno para níveis normais deve ocorrer mais para o fim do ano”, prevê o economista da Associação Comercial de São Paulo, Emílio Alfieri. Ele

lembra que o último pico do calote do crediário ocorreu em abril de 2009. Naquele mês, a inadimplência líquida, que considera os carnês não pagos, descontados dos rene-gociados, em relação às ven-das financiadas de três meses anteriores, foi de 10,3%, mas

recuou para 6,5% cinco meses depois. Em abril deste ano, o índice atingiu 8,5% e teve uma ligeira queda em maio para 8,1%, motivada por uma campanha de renegociação.

Dados preliminares mos-tram que, na 1ª quinzena de junho, o calote voltou subir.

Calotes devem aumentar até o fim do ano

Último pico de calotes no crediário ocorreu no mês de abril de 2009, segundo dados da Associação Comercial de São Paulo

ANTONIO CRUZ/ABR

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B7MundoMANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

HEDESON ALVES/AE

Investimentos do Brasil naChina chegam a US$ 572 miA pesquisa identificou um total de 57 empresas brasileiras de 36 segmentos que atuam no país. Destas, 51% são de serviço

O estoque de investi-mentos brasileiros na China atingiu US$ 572,5 milhões

entre 2000 e 2010, ou apenas 0,04% dos cerca de US$ 1 trilhão de investimentos es-trangeiros no país asiático acumulados no período, de acordo com pesquisa divulga-da nesta semana pelo Conse-lho Empresarial Brasil-China (CEBC). No mesmo período, o estoque de investimentos brasileiros no mundo atingiu US$ 189 bilhões.

“Nossa presença realmente é muito pequena lá na China”, admitiu o consultor Claudio Frischtack, coordenador da pesquisa. Em 2000, o estoque de investimentos brasileiros na China era de apenas US$ 39 milhões, chegou a US$ 637,6 milhões em 2006, mas recuou para US$ 572,5 mi-lhões em 2010. Já o estoque de investimentos brasileiros no mundo era de US$ 50 bilhões em 2000 e cresceu continuadamente deste en-tão, até atingir aproximada-mente US$ 190 bilhões.

Enquanto os investimentos

brasileiros na China ainda são modestos, os do país asiáti-co no país foram 22 vezes maiores somente em 2010, com um total de US$ 12,67 bilhões, segundo dados do CEBC. Deste total, 58% foi na área de recursos natu-rais, Em 2011 o fluxo anual

de investimentos chineses no país recuou para US$ 10,89 bilhões, com 67% do total no setor de manufatura

“Isso mostra que os inves-timentos da China no mundo explodem, e que ainda vamos ver muito mais por um longo tempo”, disse Frischtack. “Os dados retratam a capacidade

do país em mudar o foco nos investimentos de um ano para o outro”, completou.

ServiçosA pesquisa identificou um

total de 57 empresas brasi-leiras, de 36 segmentos, que atuam na China. Destas, 51% são prestadoras de serviços, como tradings; 28% produ-toras e manufaturas, como Embraer e Weg, por exemplo; e 21% são transformadoras, como BRF Brasil Foods, Mar-frig, Petrobras e Vale.

Segundo Frischtack, a pes-quisa mostra que as empresas brasileiras chegaram tarde na China, pois deveriam ter feito os investimentos no final do século passado, no início da abertura econômica do país. “Perdemos o timing de inves-timentos lá, pois as empresas deveriam entrar nos anos 90, quando começava a abertura, o que não ocorreu”, afirmou.Ainda segundo ele, há um pro-blema no empresariado de identificar o real interesse do governo chinês no setor a ser investido, cuja meta é definida pelos planos quinquenais.

INTERESSESO padrão do interesse do governo chinês muda no decorrer dos anos, segundo o coordenador da pesquisa, Claudio Frischtack. No começo dos anos 80 o interesse era por calçados, brin-quedos e têxteis

A pesquisa ouviu executi-vos de 12 de 57 empresas, que apontaram os principais entraves para a entrada na China e a consolidação das companhias no país asiáti-co. As principais barreiras para a chegada à China são a distância física e cultural entre os dois países e as incertezas quanto à partici-pação e a interferência do governo chinês no ambiente de negócios. “Quando as empresas brasileiras vão à China e identificam o par-ceiro, há outro sócio, que é o governo chinês, que pode ser explícito ou oculto; mas temos de respeitar essa idiossincrasia”.

Outro empecilho é fal-ta do reconhecimento, na China, de práticas adota-das internacionalmente pelo sistema judiciário em relação à propriedade inte-lectual, que favorece o lado

chinês, segundo a pesquisa. “As coisas, no entanto, es-tão mudando. A China está se atualizando, inclusive ju-ridicamente, e o país não será o mesmo no futuro”, avaliou Frischtack.

GuanxiEntre as facilidades para

a entrada das companhias brasileiras, estão o estabe-lecimento de uma rede de relacionamentos, chamada de “guanxi” e a ajuda de outras empresas e de agên-cias como a Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimen-tos). As principais barreiras locais, após a instalação da empresa brasileira na Chi-na, apontadas pela pesquisa são a formação de uma rede de fornecedores, a criação de um canal de vendas para o mercado local, os limi-tes impostos pelo gover-

no local à comercialização direta, além da qualifica-ção e instrução da mão de obra, com alta rotatividade e produtividade baixa dos empregados locais.

Segundo Frischtack, para o incremento dos investi-mentos brasileiros na China a pesquisa apontou, prin-cipalmente, que o governo brasileiro não apenas eleja, mas trate a China como prio-ridade, além de uma efetiva mobilização de instituições governamentais em busca por isonomia nas regras e práticas que enquadrem os investimentos.

Para o embaixador Sér-gio Amaral, presidente do CEBC, a ampliação dos in-vestimentos brasileiros na China depende de uma re-discussão da interação en-tre o público e o privado, naquele país, em busca de um maior entrosamento.

Entraves para os brasileiros

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

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Dia a diaCade

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[email protected], DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012 (92) 3090-1041

Há seis anos, falha em cirurgia para retirada de amígdalas deixou menino em estado vegetativo. Médicos foram absolvidos

Há quase 6 anos a rotina da família do pequeno Lucas Enrique Geraldo

dos Santos de Alencar, 10, mudou. Tudo por conta de uma cirurgia para retirada de amígdalas e da adenóide a que ele foi submetido. Des-de lá, ele carrega sequelas cerebrais graves e hoje pre-cisa de cuidados especiais, se submeter a sessões de fi sioterapia, medicações e acompanhamento médico. A família denunciou o crime ao Conselho Regional de Medici-na, mas os médicos responsá-veis pelo caso foram absolvi-dos na última semana.

A cirurgia, que aparente-mente seria simples e sem complicações, foi feita pela otorrinolaringologista Súnia Ribeiro e pelo anestesiolo-gista Juber Machado Gomes Filho, no dia 16 de agosto de 2006. Após o procedimento, segundo a mãe do pequeno, Janaína Jamilla Geraldo dos Santos, 28, o menino fi cou 22 dias em coma induzido e a família sem saber ao certo o que tinha acontecido.

Lucas desde muito pequeno apresentou problemas na gar-ganta e, por isso, teve de ser submetido ao procedimento cirúrgico. Antes disso, a mãe do menino diz que muitos médicos foram consultados sobre a doença, que já com-prometia o seu dia a dia.

“Não foi uma coisa de última hora. O Lucas fez uma série de exames antes do processo. Entreguei meu filho saudável para os médi-cos”, diz a mãe, ao afirmar que vai recorrer ao Conselho Federal de Medicina (CFM).

De acordo com Janaína, os médicos não informaram o ocorrido com o menino na hora da cirurgia, e só obtive-ram uma reposta, sem mui-tas explicações, quando Lucas acordou do coma.

“No início, a médica acom-panhou o caso dele, mas afi r-mou que a causa do problema não era a cirurgia. Quando

entramos com o processo no CMR, ela abandonou o caso do meu fi lho”, relata.

Já o anestesiologista Juber Machado, Janaína diz que ele, assim que ocorreu o incidente, desapareceu por meses. Quando voltou, disse apenas que o problema foi com o equipamento usado no procedimento.

“Até hoje eles não dizem ao certo o que houve. Ele relatou que o Lucas teve uma compli-cação, um princípio de parada cardíaca, mas que ele conse-guiu reverter em questões de segundos. O que para ele, não representava nenhum indício de lesão grave”, diz.

Consulta a especialistasPara saber ao certo sobre o

problema que deixou o menino

sem andar e falar, a famí-lia de Lucas procurou outros especialistas. Na época, em um primeiro laudo, neurolo-gistas apontaram um edema cerebral, mas depois, com a realização de outros exames, foi constatada uma lesão ce-rebral, o que deixaria o menino em estado vegetativo.

Hoje, Janaina voltou a tra-balhar, mas na ocasião teve de abandonar o emprego para se dedicar incondicionalmen-te ao fi lho. Ela diz que na época até sua fi lha, que tinha 1 ano, teve de fazer tratamen-to psicológico. “Hoje tenho que trabalhar. É preciso para manter o que o Lucas precisa. A minha sorte é que meu ma-rido, que morreu há 2 anos, me deixou condições para ajudar no tratamento dele“.

IZABEL GUEDES Equipe EM TEMPO

Até hoje eles não dizem o que houve. Ele (o anestesiolo-gista) disse que o Lucas teve com-

plicação, que não representava risco

Janaína Santos,mãe de Lucas

Um dos casos re-gistrados no Conselho Regional de Medicina, e julgado em janeiro deste ano, foi o da morte advogada Aylla Botelho Almeida, ocor-rida no dia 11 de agosto de 2006. Os médicos envolvidos no procedi-mento que resultou em sua morte, Ageu Sil-va, Mauro Carvalho de Lima e José Francisco dos Santos Vieira, fo-ram condenados a 30 dias de suspensão.

Para familiares da ad-vogada, a decisão não faz justiça ao caso e, por isso, a família vai recorrer ao Conselho Federal de Medicina.

Para os parentes de Aylla Almeida, a puni-ção correta seria a cas-sação do registro dos profi ssionais, o que os impediria os mesmos de atuarem.

Caso ‘Aylla’ ainda não terminou

Somente nos pri-meiros cinco meses deste ano, o Conselho Regional de Medicina instaurou 88 sindicân-cias para apurar de-núncias. No ano pas-sado foram 190, sendo que o número deste ano corresponde ao mesmo quantitativo de ações registradas no CRM no mesmo pe-ríodo de 2011.

As sindicâncias não são exclusivamente relacionadas a erros médicos, pois segundo informações repassa-das pela assessoria da entidade, não há possibilidade de espe-cifi car quantas são as denúncias do tipo, pois caso somente é confi r-mado quando o proces-so ético-profi ssional transitou em julgado, com a condenação da pessoa denunciada.

Sindicâncias já passam de 80 neste ano

Na casa de Lucas, família guarda fotos dele antes da fatídica cirurgia, que o deixou em estado vegetativo para o resto da vida

Lucas desde pequeno apresentava problemas na garganta

Dia a diaa diaaCade

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[email protected], DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012 (92) 3090-1041

Era um vez, um menino depois do erro médico

Tapioca pode fazer mal à saúde

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MÁRIO OLIVEIRA

FOTOS: SHANA REIS

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

Vamos continuar lutando até que consiga-mos reestru-turar nossas carreiras, além da re-dução de 17 níveis para 13, para que possamos chegar ao nosso teto máximo”.

O governo federal aca-bou de criar uma autar-quia para administrar os hospitais universitá-rios, ou seja, abriu um modelo de gestão para o setor pri-vado. É uma lógica priva-tizante”.

Há mais de 30 dias com as aulas pa-ralisadas — dia 17 de maio estourou

o movimento —, cada vez mais as instituições de ensino federal têm aderido à para-lisação nacional grevista. Na última sexta-feira, mais dois indicativos de greve foram aprovados e o movimento já chega a quase 100% das universidades públicas.

À medida que o governo federal retarda uma conver-sa com os manifestantes, o grupo cresce em todo o país. O EM TEMPO traz uma entre-vista com a mestra em Ciência Política da Universidade Fe-deral do Rio de Janeiro (Uni-Rio), delegada do Comando de Greve, em Brasília, Clarice Gurgel, 33. Ela relata a força do movimento e o descaso do governo federal em priorizar megaeventos e deixar de lado o ensino superior.

EM TEMPO: A senhora

acredita que a adesão à greve das universidades federais brasileiras che-gue a 100% nos próximos dias, uma vez que, no iní-cio desta semana, contava com 88% de participação dessas instituições?

Clarice Gurgel: Hoje (22), o movimento já tem mais de 90% de adesão das institui-ções federais. Estamos com 58 universidades em greve e duas com indicativos, entre elas a Universidade Federal de Santa Catarina, que de-flagrou o movimento hoje. Já estamos com uma adesão massiva das universidades. Para se ter uma ideia, no dia 17 (de maio) contávamos com dezenas de universidades. A medida que o governo can-cela uma reunião conosco, a greve vai ganhando força.

EM TEMPO: A manifes-

tação, a ser realizada no dia 28, em frente ao Banco Central, para denunciar a política do governo, pode pressionar o governo fe-deral?

CG: Estamos utilizando to-das as formas para sensibi-lizar o governo. Queremos investimento na educação. Nossa reivindicação é que também seja investido pelo menos 10% do PIB (Produto Interno Bruto) na educação pública.

O fato é que boa parte desse orçamento é utilizado para pagar a dívida pública, como salvar instituições ban-cárias, empresas em crise. O governo abre mão de receber milhões, com a isenção do IPI, para estimular o consumo de carros, mas não pode destinar recursos para a educação.

EM TEMPO: Na sua ava-liação, para atender à de-manda das universidades federais brasileiras falta vontade política ou a crise financeira tem afetado os cofres públicos?

CG: Falta vontade política, pois o governo se preocupa em defender a política de sal-vação das empresas. Dinheiro o governo tem e todos sabem disso, afinal, patrocina e libera milhões em recursos para a realização de megaeventos, como a realização da Copa do Mundo e as Olimpíadas.

EM TEMPO: A senhora acredita que o governo fe-deral esteja fazendo “jogo duro”, com o adiamento das reuniões com o comando de greve, e com fim de que as universidades fe-derais sejam efetivamente privatizadas, a exemplo do que já acontece com os hospitais universitários? A privatização poderá resol-ver a precariedade dessas instituições?

Clarice Gurgel: Quando o governo precariza algo é por-

que quer vender barato. Tudo que foi privatizado foi preca-rizado antes, para baratear o serviço. Essa privatização não é feita no leilão, mas aos poucos, e tem tomado medidas para tornar as priva-tizações dessas instituições aos poucos. Prova disso é a terceirização dos serviços dos técnicos administrativos, ou seja, tornou a mão de obra barata para que o empresa-riado não reclamasse.

Além disso, o governo acabou de criar uma autar-quia, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares para administrar os hospi-tais universitários, ou seja, abriu um modelo de gestão para o setor privado. É uma

lógica privatizante dentro das universidades. Os professo-res-médicos estão sendo perseguidos, estão cortando os pontos deles. Quando o governo edita uma medida provisória (MP), reduzindo os direitos dos professores, quebra os direitos que eles já tinham adquirido. Nossa luta é para construir e estruturar a carreira do professor conforme a lei, principalmente, do profes-sor que é DE (Direito Exclusivo) e abre mão de outras fontes para se dedicar à pesquisa e ao ensino de seus alunos.

EM TEMPO: A greve com-pletou 30 dias no último dia 17 e o que avançou? Qual será o próximo passo do comando nacional da

paralisação na tentatica de pressionar o governo federal? Há um plano B? Houve avanços com a re-alização da Rio +20?

CG: Nossa greve só cres-ce com apoio dos técnicos administrativos e servidores públicos federais. Vamos continuar com a força. Não há plano B. Vamos seguir com o plano A, que é lutar pela melhoria de nossas car-reiras. Estamos negociando desde 2010 e o governo só descumpre o acordo.

À medida que ele prote-la, nosso movimento cresce mais. Disseram que iriam se reunir conosco depois da re-alização da Rio +20, vamos aguardar. O governo está sem moral porque vive desmarcan-do as reuniões, inclusive, já nos pediu 20 dias para pensar e, ainda, solicitou que parásse-mos a greve nesse período.

Realizamos uma grande marcha com a participação de mais de 80 mil pessoas, no Rio+20 e contamos com o apoio da Cúpula dos Povos.

EM TEMPO: Qual o prin-cipal ponto de discussão da medida provisória (MP) 568/12? E o que poder ser modificado?

CG: A redução salarial de diversas categorias, além de dobrar a jornada de trabalho e manter a mesma remunera-ção. Os médicos-professores, por exemplo, tiveram aumento na carga horária de 20 horas para 40 sem sobrar o salário. Isso traz um impacto negativo no atendimento da população, que deveria contar com um serviço qualificado.

O salário do professor de dedicação exclusiva (DE) tam-bém sofreu com a edição da MP, pois teve perdas signi-ficativas. Vamos continuar lutando até que consigamos reestruturar nossos carreiras, além da redução de 17 níveis para 13, para que possamos chegar ao teto máximo.

Greve UNIVERSIDADE

‘QUANDO o governo precariza é porque quer VENDER BARATO”

Quando o governo edita uma medida provisória (MP) reduzindo os di-reitos dos professores, quebra os direitos que eles já tinham adquiri-do. Nossa luta é para construir e estruturar a carreira do professor conforme a lei, princi-palmente, do professor que é DE (Direito Exclu-sivo) e abre mão de outras fontes”.

AURIANE CARVALHOEquipe EM TEMPO

FORTALECIDOSSegundo a delegada do comando de greve, em Brasília, Clarice Gurgel, o movimento grevista ganha ainda mais força a cada novo adiamento das negociações pelo governo federal

IONE MORENO

ARQUIVO PESSOAL

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C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

Tapioca mal manuseada representa risco à saúde Segundo pesquisador da Ufam, a tapioca possui ácido que origina gás tóxico utilizado, inclusive, em antigas câmaras de gás

Em todo o Amazonas é comum o hábito de degustar uma boa ta-pioca no café da ma-

nhã. O que não se sabe é que esse hábito pode resultar em câncer, inclusive, a leucemia.

Segundo pesquisa do pro-fessor aposentado da Univer-sidade Federal do Amazonas (Ufam), Raimundo Nascimen-to, isso acontece porque a mandioca — matéria-prima da guloseima regional — possui em sua constituição o chamado ácido cianídrico, substância que origina gás altamente tóxico, o cianeto, utilizado, inclusive, em execu-ções nas câmaras de gás.

De acordo com o pesquisa-dor, para preparar a mandioca adequadamente, deve-se tirar toda a casca da raiz e não ape-nas fazer a raspagem, hábito muito comum na região.

“Quando se compra a goma para o preparo da tapioca, a pessoa não sabe como ela foi produzida. Se quem ven-deu a goma retirou apenas a película, induz o consumidor a ingerir o ácido cianídrico. É necessário, portanto, retirar

toda a casca, que representa, aproximadamente, 10% da fé-cula”, explica Raimundo.

O nutricionista e pesquisa-dor da composição alimentos da região amazônica, Arthur Miranda, explica que o cianeto é um veneno potente que inter-fere na condução do oxigênio às células do organismo.

Ele explica, ainda, que o

tóxico pode matar imedia-tamente se inalado em uma grande quantidade. “Durante a Segunda Guerra Mundial, foi utilizado pelos nazistas para o extermínio de judeus em câmaras de gás”.

De acordo com Miranda, quando ingerido, o cianeto reage com a acidez do estô-mago e gera gás cianídrico,

por isso, foi utilizado na guerra como uma alternativa de sui-cídio rápido em situações de emergência. “A longo prazo, o consumo de alimentos com essa substância pode sim cau-sar até mesmo câncer”.

Comerciantes cautelososProprietária de um café da

manhã regional, no bairro Al-vorada, Zona Centro-Oeste, Antônia Pontes diz que compra a mandioca crua e ela mesmo prepara a goma para fazer as tapiocas que vende em seu es-tabelecimento. “Eu não confio na goma pronta, comprada na rua, sem contar que quando eu mesma faço fica muito mais gostosa”, afirma.

Antônia disse, ainda, desco-nhecer o fato de a mandioca causar males quando é apenas raspada. “Eu achei que só o tucupi que podia ter veneno se não fosse bem cozido. Mas eu sempre tive mesmo o cos-tume de descascar tudo antes de moer, mesmo que renda menos”, ressalta.

O funcionário público Mar-condes Pinto, diz que não vai ao trabalho sem antes comer a tapioca de uma banca perto da sua casa. “Mesmo me dei-xando doente, eu não largo”.

WILLIAM GASPAREspecial EM TEMPO

ALERTATodo o perigo da tapioca está em apenas raspar a casca da mandioca ao invés de retirá-la. Comerciantes desco-nhecem riscos e consumidores se ne-gam a adotar cuidados

Os efeitos dos alimentos sobre o corpo não param com o mau preparo da ta-pioca do amazonense.

A culinária regional ain-da faz uso abundante das folhas do jambu, principal-mente no preparo do famo-so tacacá, deixando seus

apreciadores literalmente de água na boca e, algumas vezes, de lábios moles.

De acordo com o nutricio-nista Arthur Miranda, isso acontece porque a folha do jambu possui, em sua composição, uma substân-cia conhecida como espi-

lantol, que provoca excesso de salivação.

“Para se ter noção do efeito dessa planta, o chá de suas folhas é bastante utilizado como anestési-co bucal e para amenizar as dores de garganta”, conclui Miranda.

Jambu é anestésico poderoso

SHANA REIS

Antônia desconhecia possíveis perigos da tapioca, mas ressalta tomar cuidados com a goma

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

Jovens católicos ‘correm’ para ver o papa no RioFiéis católicos têm feito eventos e pagado carnês, a fim de arrecadar o valor necessário para ir à Jornada Mundial Jovem

Ainda falta um ano para que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) aconteça, mas

em Manaus os grupos de jo-vens ligados à Igreja Católica já estão com os preparativos a todo vapor para o grande en-contro com o papa, com edição no Rio de Janeiro agendada para julho de 2013. Iniciada em 1984 e oficializada em 1985, a JMJ começou com um encontro promovido ainda pelo papa João Paulo 2º.

A JMJ, como foi denominada a partir de 1985, foi realizada pela primeira vez em Roma e, depois, em Buenos Aires, conforme explicou o frei Jorge Luiz Soares, da Igreja Nossa Senhora das Mercês, Eldora-do, Zona Centro-Sul.

Segundo o frei Jorge, um grupo da paróquia se pro-pôs a ir para a JMJ e montou uma caranava denominada “Caravana da Perfeita Ale-gria”, baseada nos funda-mentos franciscanos.

“São mais de 70 pessoas, nem todas são jovens, mas motivadas a ir, uma vez que a jornada será realizada no Brasil. Eles se dividiram em

cinco grupos e agora estão correndo atrás para conseguir verba para a viagem”.

Para arrecadar dinheiro vale de tudo um pouco: ven-der lanches após a missa, pagar o carnê de mensali-dade, fazer rifas, bingos e, até mesmo, pedir.

O estudante Raniery Quei-roz, 18, é um dos jovens que participarão da JMJ no Bra-sil. Ele é um dos integrantes da Pastoral da Juventude da Igreja São Pedro Apóstolo, no Petrópolis, Zona Sul.

Queiroz esclarece que a pre-paração para o evento come-çou há quatro meses. “Desde então estamos vendendo lan-ches e organizamos eventos para juntarmos o dinheiro”.

Segundo o coordenador da delegação, Ademir Jackson Lima, 27, os jovens pagam um carnê. O valor médio ne-cessário para a viagem é de R$ 45 mil. “Sabemos que na nossa comunidade, nem todo mundo tem condições de pa-gar. Têm jovens que os pais podem comprar as passagens, mas não é o caso da maioria dos jovens daqui”, comenta.

A delegação da pastoral do São Pedro é formada por jovens a partir dos 17 anos, divididos em grupos.

Segundo o frei Jorge, a Cruz e o ícone de Nossa Senhora são os símbolos da jornada. A cruz da JMJ é conhecida por diversos nomes: Cruz do Ano Santo, Cruz do Jubileu, Cruz da JMJ, Cruz Peregrina, e muitos ainda a chamam

de Cruz dos Jovens, por ela ter sido entregue pelo papa João Paulo 2º para que os jovens a levassem por todo o mundo, a todos os lugares e a todo tempo.

A cruz de madeira de 3,8 metros foi construída e co-

locada como símbolo da fé católica, perto do altar principal na Basílica de São Pedro durante o Ano Santo da Redenção (Semana Santa de 1983 à de 1984). O frei revela que ela está no Bra-sil e passará pelas capitais

brasileiras. As informações sobre a Jornada Mundial da Juventude no Brasil podem ser obtidas na página da in-ternet http://www.rio2013.com/pt. A jornada será entre os dias 23 e 28 de julho de 2013, no Rio de Janeiro.

As nomenclaturas da jornada mundial

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Totalmente focados no evento que será realizado no Rio de Janeiro, jovens católicos unem forças nas suas paróquias

MÔNICA FIGUEIREDOEquipe EM TEMPO

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C5Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

Escola mostra que política também é papo de criançaInstituição promove eleição para representantes de classe nos moldes da eleições presidenciais, com chapas e propostas

A fim de ensinar as crianças desde cedo a assimilar os direitos e deveres do mundo

político, escolas particulares de Manaus têm inserido no calendário escolar simulações de voto com os alunos. Uma das instituições que aderiu a essa metodologia é o Cen-tro Integrado Connexus, onde também funciona a creche Bebê Bombom, na Zona Sul.

Na instituição, durante a es-colha dos representantes de classe, são montadas chapas defendidas pelos alunos, que têm de expressar suas ideias e convencer os colegas a fim de, finalmente, serem eleitos.

Segundo a diretora da escola, Annik Valentine, o objetivo da iniciativa é apresentar às crianças o que elas encontrão na sociedade. Para isso, todos os anos a escola transforma a eleição para representante de classe em uma simulação da eleição real. A criançada encara en-tão, uma urna semelhante a “de verdade”, por meio de um programa de computador.

Durante o processo, os pe-quenos têm não só de apresen-

tar propostas, mas cumprirem o que foi prometido a fim de não terem o mandato cassado. “Buscamos integrá-los ao o que acontece na sociedade, só que de uma forma que eles entendam. Com as eleições, eles aprendem qual o real significado do voto e o que

os políticos fazem. Não temos uma matéria específica sobre política, mas todas as disci-plinas envolvem de alguma forma o processo eleitoral”.

Para a aluna representante de classe do 9º ano da Co-nexus, Camila Martins, 14, é importante o ensino de ques-tões políticas na sala de aula. “É muito legal, pois quando a gente for votar pela primeira vez, já teremos a noção de como funciona o sistema”.

LUCAS PRATAEquipe EM TEMPO

A dentista Adriana Vilhe-na, 40, mãe do aluno Gabriel Romano, 6, vice-governador na creche Bebê Bombom, elogia a metodologia ado-tada pela escola e afirma que as crianças, além de aprenderem sobre política,

criam responsabilidades.“É válido esse tipo de en-

sino porque faz parte da cidadania e forma o cidadão. Desde que meu filho pas-sou a ser o vice-governador na turma dele, eu percebi que ele criou o instinto de

responsabilidade. O políti-co tem que cumprir o que promete, não pode prome-ter o que não pode fazer. Ele observa muito o que os políticos falam na televisão, mas ainda não falou em ser político um dia”, comenta.

Método faz alunos responsáveis

DIVULGAÇÃO

Crianças utilizam programa instalado nos computadores para votar no presidente da classe

Segundo a coorde-nadora de eventos da escola, Liensander Carneiro, sempre é es-colhido um tema para as eleições. A partir dele, cada chapa for-mula suas propostas e apresenta para a clas-se. Caso os alunos não cumpram as promes-sas, o mandato pode ser cassado.

“As propostas elabo-radas por eles estão dentro da realidade deles. Não há nada que os prejudique. Em cada sala são escolhi-das duas chapas. Eles possuem um título elei-toral idealizado para a escola. Se no dia da elei-ção eles esquecerem o documento, têm de apresentar um registro que os identifique, caso contrário, não votam”.

Duas chapas e documento para votar

EXPERIÊNCIAPor meio de um programa instalado em computadores da escola, crianças têm acesso a uma tela parecida com a que terão de votar quando encararem uma eleição de verdade

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C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

Caça ilegal aumenta no AM e preocupa ambientalistasIbama e Batalhão Ambiental alertam para o aumento de apreensões. Infectologistas alertam para os riscos de consumir caça

“Carne de caça é, definitivamen-te, prejudicial à saúde”. Mesmo

a afirmação sendo reforçada por órgãos ambientais, pelo infectologista da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado, Antônio Magela, e a caça sendo vista como crime, os números re-ferentes à matança ilegal no Amazonas têm apresentado índices alarmantes.

Segundo o comandante da 1ª Companhia de Polícia do Batalhão Ambiental, Marcos Pires, a quantidade de carne apreendida apenas nos qua-tro primeiros meses deste ano — de 352 quilos — já equivale ao total flagrado em 2008, que foi de 451 quilos de carne de caça.

Ano passado essa carne de caça somou 802 quilos e o re-ceio é que os números atinjam os 1.505 quilos apreendidos em 2009. O ano de 2010 foi o que apresentou menor número de flagrantes, de 145

quilos. O material foi incine-rado. “Quando efetuamos a apreensão de carne de caça, mandamos logo para a inci-neração por conta do índice de doenças transmitidos por essa carne”, explica Pires.

A lei 9.605 referente a Cri-mes e Infrações Administra-tivas de Crimes Ambientais, alterada em 2008, prevê que qualquer forma de caça e comercialização de animais silvestres é proibida. Quem não cumpre o ato e vende a carne clandestinamente, co-mete o crime.

A única exceção na lei é a população de áreas rurais, que depende desse tipo de alimentação para sobreviver. Para eles, a caça não é con-siderada crime.

Mas é no momento de di-ferenciar o que é apreendido para sobrevivência e o que é para comércio, que surgem as possibilidades de confu-são. Para evitar punições, o povo ribeirinho tem adotado a criação de animais silves-tres em cativeiros vistoria-dos pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Re-

cursos Naturais Renováveis (Ibama). É o instituto que, juntamente à vigilância sani-tária, analisar se aquela carne é própria para o consumo.

De acordo com o coman-dante do Batalhão Ambiental, Marcos Pires, há uma preocu-pação com base no consumo dessa carne. “A lei foi criada para prevenir a população, mas observamos nas por-centagens que o índice de apreensão da carne de animal silvestre ainda é alto”.

ISABELLE VALOISEquipe EM TEMPO

A carne de tatu é uma das mais apreendidas pelo Batalhão Ambiental da Polícia Militar

A carne de paca é a mais procurada pelos ca-çadores e essa procura assusta ao Ibama. De acordo com o superin-tendente do Ibama do Amazonas, Mário Lúcio Reis, a preocupação do instituto ainda está so-bre a extinção de ani-mais como peixe-boi e a arara azul.

“Os animais que são totalmente proibidos já possuem a população reduzida e a retirada desses animais pode causar um desequilíbrio ecológico”, explicou.

O superintendente reforça ainda, os pre-juízos à saúde cau-sados pelo consumo desses animais. “O animal pode estar até saudável, mas não se sabe a forma como ele foi morto. O manuseio dessa carne, assim como a forma que ela foi transportada, pode contaminar e causar infecção em quem for consumi-la”, alertou.

Antes da reformulação da lei, a vistoria sobre a carne consumida por populações rurais não estava entre as priorida-des do órgão. Na época, o estado sanitário dos animais era saudável, quadro que mudou com o tempo. “O desenvol-vimento da tecnologia trouxe a utilização de químicos na agricultura, com o objetivo de con-trolar a diminuição dos predadores naturais”.

Medo de desequilíbrio ecológico

Novas epidemias têm surgido

TuberculoseBruceloseFebre AstosaParasitoseHanseníase (provenien-te da carne de tatu)Hantavirose (transmiti-da pelos roedores)

Doenças transmitidas pela caça

O infectologista Antônio Magela disse que o surgi-mento de novas doenças é resultado do desrespeito à lei que proíbe a caça. “Ve-mos epidemias de novas doenças se alastrarem por conta da própria popula-ção, que não visa a saúde e se expõe a alimentação de risco e a carne de animais silvestres”, explica.

De acordo com o in-fectologista, o consumo desses animais é, pra-ticamente, um crime à saúde pública. “Quando a

carne que tem algum tipo de bactéria é consumida, coloca em risco não só a saúde de quem a compra, mas também de todos que a compartilham”, alerta.

Além da carne de caça, o animal silvestre captura-do pode transmitir doen-ças ao entrar em contato com o homem. “Até o pró-prio caçador, mesmo que não se alimente da carne da caça, apenas com o contato pode adquirir do-enças do animal”, conclui o infectologista.

Exposta sem os devidos cuidados, carne é fonte de doenças

Local onde caça é colocada para manuseio é impróprio

FOTOS: DIVULGAÇÃO/BATALHÃO AMBIENTAL

ARQUIVO EM TEMPO/MARCELO CADILHE

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012 [email protected] (92) 3090-1042

Entrevista com o alemão Vana Gierig

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Teixeira de Manausno festival de jazzÍcone do estilo regional conhecido como “beiradão”, o saxofonista amazonense confi rma sua apresentação no eventoÍcone do estilo regional conhecido como “beiradão”, o saxofonista amazonense confi rma sua apresentação no evento

Estou muito feliz pelo convite e bas-tante concentrado

para fi nalizar a concepção desse show

Teixeira de Manaus, músico

Estilo autêntico de comporAs músicas de Teixeira de

Manaus têm a caracterís-tica de incluir refrões em meio às frases musicais do saxofone. Com quase 50 anos de carreira, o legado de Teixeira de Manaus inclui sucessos como “Teixeira de Manaus” e “Lambada pra Dançar”, que foi o destaque do primeiro disco (de vinil, por sinal), em 1980, com o qual ganhou o Disco de Ouro por vender mais de 100 mil cópias em todo o país. Teixeira reforça o que disse em julho de 2011, em entrevista ao EM TEMPO, que está bem e totalmente recuperado da pancreatite aguda que o afetou há 4 anos.

A carreira de Rudeimar Soares Teixeira, o Teixeira de Manaus, nascido na Cos-ta do Catalão, comunidade que fi ca próxima ao muni-

cípio do Careiro, despontou em todo o Brasil e até no exterior a partir de um convite do então “Rei do Carimbó”, o paraense Pin-duca, em 1980, para ir a São Paulo e gravar o primeiro disco, intitulado “Teixeira de Manaus – Solista de Sax”, e rendeu seis volumes distintos, até 1987, pela gravadora Copacabana.

O Festival Amazonas Jazz é uma realização de Secre-taria de Estado da Cultura (SEC), que reúne artistas da música nacional e interna-cional. Em 2011, estiveram em Manaus n o m e s como Cyn-thia Scott, Eddie Pal-mieri, John Fedchock, Todd Murphy, Kenny Davis, André Mehmari e Hamilton de Holanda, entre outros.

O saxofonista Teixei-ra de Manaus con-fi rma que será uma das atrações do 7º

Festival Amazonas Jazz, pre-visto para o intervalo de 14 a 29 de julho. O músico afi rma que sua apresentação está marcada para o dia 27 daque-le mês, no Teatro Amazonas. Embora o repertório ainda não esteja defi nido, o show deve contar com os sucessos que impulsionaram sua car-reira e obras inéditas.

Considerado por muitos mú-sicos locais, senão todos, um ícone do beiradão (gênero mu-sical típico da região), Teixeira de Manaus está ausente dos palcos há pelo menos quatro anos, mas sua produção nun-ca parou, de fato. Previsto para lançar em outubro do ano passado, o 17º disco da história do saxofonista ainda não está no mercado, mas está fi nalizado. “Não vou lançar por nenhuma gravadora, como a maioria dos anteriores. Tive alguns atrasos na fi nalização do álbum, mas falta ape-nas a masterização, agora”, justifi ca Teixeira de Manaus, sobre o CD “Do Jeito que o Povo Gosta”, que vem com 18 músicas, incluindo “Notas Musicais”, “Comadre Chiqui-nha” e “Se tá Duro”.

SomBeiradão, carimbó, cúmbia

e lambada, por exemplo, são algumas das vertentes que compõem o som que pode ser considerado único, quando sai do saxofone de Teixeira de Manaus. Para o guitarrista da banda Os Tucumanus, que aposta na mistura de gêneros como o beiradão e o rock, Denílson Novo, a escalação

de Teixeira de Manaus para o festival é oportuna.

“Ele é merecedor desse es-paço. Tenho muitas memórias dos solos do sax do Teixeira desde os tempos de infância. Acredito que o sax do Teixeira de Manaus é o maior ícone da música de beiradão do Amazonas. O mundo precisa conhecer essa forma diferen-te de tocar esse instrumento tão vinculado ao jazz, blues e outros ritmos. Teixeira expres-sa com muita propriedade essa peculiaridade amazônica na uti-lização do sax. Que o festival de jazz, então, abra as suas portas e deixe o sax do Teixeira entrar”, faz um trocadilho com a canção “Deixe o Meu Sax Entrar”, pra-ticamente uma assinatura de

Te i x e i r a de Manaus.

Teixeira de Manaus afi rma que ainda está de-fi nindo, também, a banda que irá acompanhá-lo nessa apresen-tação. “Estou muito feliz pelo convite e bastante concentrado para fi nali-zar a concepção desse show, inclusive na escolha dos mú-sicos parceiros”, diz.

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

Atração internacionalOutra atração

confi rmada para a sétima edição do

festival é o contrabai-xista norte-americano

Ron Carter. A previsão é que o show do artista ocor-ra no dia 28 de julho.

Ron Carter é natural do estado de Michigan, nos Estados Unidos, e é uma verdadeira lenda viva do jazz, detentor, inclusive, de um prêmio Grammy. Centenas de álbuns, gra-vados por artistas como

Miles Davis (com quem

atingiu a fama, na década de 1960), Eric Dolphy, Wes Montgomery e até o brasi-leiro Hermeto Pascoal (no disco “Hermeto”, de 1971), contam com sua participa-ção. Carter é considerado professor emérito do depar-tamento de música da City College of New York, onde deu aulas por 20 anos, e de-tém o título Doutor Honoris Causa da Berklee College of Music. A previsão é de que o 7º Festival Amazonas Jazz ocorra no período de 14 a 29 de julho.

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D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

>> Badaladíssimo o almoço de sexta-feira no espaço de Charufe Nasser. Em mesas diferentes, Alessandra Brandão, Márcia Martins, Adriane Antony Gonçalves, Isabel Prata e o fi lho Alexandre, Vitória Verçosa, Ana Noronha, Soraya Vianez, Marilena Perales, Nelsinho e Marlice Martins, Sandra e Carlos Rocha, Fátima Roman, entre muitos outros.

>> Fátima Grosso Silveira, que mora no Rio há anos, está circulando de férias por Manaus. Ela é ótima e cheia de alto astral.

>> O vereador Leonel Feitoza estreia idade nova neste domingo. Filas de cumprimentos

>> O clube de descontos Acess será lançando hoje em Manaus com sunset com os DJs Leozinho e Paciornik, do Warung Beach Club.

>> Amanhã é a vez de cumprimentos, o querido Waltinho Oliva Pinto, figura ótima da jovem society, que estará aniversariando.

>> O colunista Alexandre Prata irá comemorar seu aniversário com happy hour no dia 9 de julho no Village. Será congestionando de socialites.

>> Vitrine

O desembar-gador Ari Moutinho e sua Lour-dinha na solenidade de entrega da Medalha Ruy Araújo a ele, na Assembleia Legislativa

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

MÁRIO OLIVEIRA

Márcia Martins, Alessandra Brandão, Mônica Melo, Suely Yurtsever e Ilnah Cunha em noite de festa que reuniu a society de Manaus

. O “Clube Apreciadores do Chopp”, realizado há mais de 10 anos pela Cervejaria Heineken em parceria com as franquias do sistema Coca-Cola, dá início à edição 2012 com o tema “O Maior de Todos os Apreciadores”. O programa elegerá os estabeleci-mentos que se destacam no serviço de chope, com base na avaliação de 60 quesitos.

. Os 550 bares e restaurantes parceiros da Cer-

vejaria Heineken de todo o Brasil passarão por essa avaliação duas vezes em 2012. Ao fi nal do ano, os melhores colocados em cada região receberão, em um evento exclusivo, o título de “Mestre Apreciador”.

. Uma das grandes novidades no programa de 2012 será a divulgação do ritual mundial para tirada do chope Heineken, o Star Serve. Além disso, os 10 melhores colocados na avaliação, ganharão uma viagem para Amsterdã, na Holanda.

>> Apreciadores

Mônica Galate, Paulo Ferreira e Rosinete Galate em evento chic no Diamond

. Cardiologistas das regiões Norte e Nordeste estarão reunidos em Manaus, entre os dias 28 e 30 de junho, parti-cipando do 32º Congresso Norte e Nordeste de Cardiologia, 24º Congresso Norte e Nordeste de Cirurgia Cardiovascular e 6ºI Congresso Amazonense de Cardiologia.

. O evento acontece no Tropical Hotel e é promovido

pela Sociedade Brasileira de Cardiologia Seção Amazo-nas, Sociedade Brasileira de Cardiologia Norte Nordeste, Sociedade Norte Nordeste de Cirurgia Cardiovascular e Hospital Universitário Francisca Mendes.

. Dentro da programação dos Congressos também serão realizados o 1º Simpósio Internacional do Hospital Francisca Mendes e o 8º Simpósio Norte e Nordeste de Cardiologia In-tervencionista. O evento é aberto a profi ssionais e estudantes da área de saúde em geral e os interessados em participar poderão realizar as inscrições por meio do endereço eletrônico www.cardionortenordeste2012.com.br.

>> Congresso. Muita gente questio-

na o sucesso da saga” Crepúsculo”, mas uma coisa é certa:

. A atriz Kirsten Stewart, está em altíssima cota-ção. foi citada pela revis-ta “Forbes” como a atriz mais bem paga de todas. É que entre os meses de maio de 2011 e 2012, ela faturou nada menos que US$ 35 milhões.

. E por incrível que pa-reça, logo atrás dela vem Cameron Diaz com US$ 34 milhões e Sandra Bullock com US$ 25 milhões.

>> Olimpo. Conhecido por seus sapatos de sal-

tos altíssimos e materiais delicados, Christian Louboutin resolveu sair de sua linha de conforto.

. O designer adaptou o neoprene – te-cido usado para roupas de mergulho e que foi hit há algumas temporadas – em um par de sapatos que acaba de lançar. O modelo é amarelo-vivo, tem salto vermelho e recortes geomé-tricos. O mimo, que custa US$ 900, já está disponível para venda on-line. Lindo e moderno.

>> Objeto de desejo

já está disponível para venda on-line. Lindo e moderno.

MAURO SMITH

MAURO SMITH

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D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

Toque alemão no BrasilPianista Vana Gierig fala ao EM TEMPO sobre sua experiência em fazer música misturando elementos de culturas distintas, entre eles as sonoridades brasileiras que estão presentes no seu próximo trabalho com a cantora Karine Aguiar

Viajante do mundo, o pianista alemão ra-dicado em Nova York, Vana Gierig, tem ver-

dadeira paixão pela música brasileira, sobretudo dos que considera seus ídolos, como João Bosco, Tom e Vinícius. Há pelo menos 8 anos, o músico mantém laços com artistas do Brasil para de-senvolver projetos. O último deles, inclusive, foi a grava-ção do primeiro disco da car-reira da amazonense Karine Aguiar. Ao EM TEMPO, Vana comenta sobre como foi essa experiência e sobre as dife-renças entre os tratamentos dispensados aos artistas da música nos dois países.

Vana Gierig conta que, des-de que começou a trabalhar em conjunto com o percus-sionista paulista Vinicius Bar-ros, aprendeu bastante sobre como permitir e alinhar a fu-são entre ritmos brasileiros com o jazz, sua linha de com-posição mais latente. “Ou você é mais tradicional na música brasileira ou fica muito no campo do jazz. É difícil achar essa linha de equilíbrio. Nas minhas composições, sempre tento mesclar isso”, diz o pia-nista que denota orgulho por conhecer sons do Brasil como a bossa nova e o batuque baiano, entre outros.

A interatividade com a mú-sica do Brasil só aumenta a admiração de Vana Gierig pela qualidade sonora tupi-niquim. “O som do bateris-ta brasileiro é muito bom”, diz o músico ao lembrar a facilidade que o amazonen-se, natural do município de Maués, Ygor Saunier, teve para incorporar a “levada” do samba em pelo menos duas músicas do disco “Arraial do Mundo”, de Karine Aguiar.

As demais canções do álbum foram gravadas pelo baterista do trio de Gierig, Marcello Peliteri, cuja “pegada”, obvia-mente, é mais direcionada ao jazz americano. “A dificuldade que, talvez, possa ter existido durante as gravações era a de encontrar um som que fosse do projeto como um todo, mas a química entre todos foi tão

boa, que até isso fluiu muito bem”, diz Gierig.

Recém-chegado da China, onde fez alguns espetáculos, Vana Gierig é, de fato, um instrumentista cosmopolita. Atualmente, o pianista está em fase de negociação com selos para distribuir o quarto disco da carreira, intitulado “Making Memories”, que traz uma fusão de jazz com a cha-mada world music. “Apresen-to elementos da música bra-sileira e espanhola, ainda. O álbum tem, inclusive, várias participações do clarinetis-ta cubano Paquito d’Rivera, com quem fui a Manaus pela primeira vez, acompanhan-do-o em sua apresentação no Festival Amazonas Jazz de 2010”, explica.

Sobre as peculiaridades dos mercados da música brasileiro

e estadunidense, Gierig afirma que ambos os públicos têm uma atmosfera de orgulho da própria produção, contudo quando o assunto é captação de recursos para a execução de projetos, a história muda de configuração.

“Existem pontos contra e a favor em relação ao apoio governamental ou privado para a gravação de discos, por exemplo. Os EUA são muito bons para encontrar patro-cínio privado, mesmo porque não há incentivo público para isso. Por outro lado, isso não contribui para a descoberta de novos músicos, uma vez que a iniciativa privada e aposta naquilo que já faz sucesso. O Brasil, com todas as dificulda-des, ainda possui mais opor-tunidades para tentar receber fundos governamentais para criar alternativas”, reflete.

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

Festival seleciona bandas autoraisEm outubro, a cidade de Los

Angeles, nos Estados Unidos (EUA), sedia a terceira edição do festival de música “Culture Collide” (algo como “colisão de cultura”, em inglês), que se propõe a unir dezenas de artistas de várias partes do mundo. O Brasil pode plei-tear participação na mostra. As inscrições para bandas autorais estão abertas até o dia 31 de julho, pelo site oficial do evento www.cultu-recollide.com.

O Culture Collide Festival 2012 é uma promoção da re-vista internacional especia-lizada Filter. Ao todo, serão quatro dias programação, congregando artistas de pelo menos 25 países. A iniciativa surgiu para promover novos grupos, bem como ofere-cer oportunidades especiais para o público prestigiar fil-mes e até “happy hours” com

comida e bebidas típicas de diversas partes do globo.

A concorrência é considera-velmente grande. São apenas duas vagas para bandas bra-sileiras disponíveis para par-

ticipar do festival. O critério básico para o grupo efetuar a inscrição é ter trabalho autoral. Além disso, existe um custo com a taxa de inscrição no valor de R$ 50. O valor ar-

recadado tem como objetivo auxiliar a banda selecionada com os custos da viagem.

Todo o processo de se-leção, nacionalmente, está sendo conduzido pelo Bra-sil Music Exchange, projeto que procura estimular ati-vidades e trocas de experi-ências no mercado musical, com o objetivo de encorajar e organizar ações de difu-são internacional de música brasileira, atraindo divisas ao Brasil, além de dar suporte às exportações através da ação cultural no exterior.

O projeto é administrado pela associação Brasil, Músi-ca e Artes (BM&A), fundada em 2001, sem fins lucrativos, com sede em São Paulo.

O Culture Collide Festival acontece no período de 4 a 7 outubro de 2012, em Los Angeles, nja Califórnia, nos Estados Unidos.

CONCURSO

EM TEMPO – Você já se imagina repetindo a dose gravando um outro disco de algum artista local?

Vana Gierig – Não há nada previsto por enquanto, mas é algo que pode surgir tão rápido quanto foi dessa vez. A

verdade é que aprendi muito sobre outros ritmos amazô-nicos, cujas fusões com o jazz são muito admissíveis. O ritmo da Amazonas não molesta o jazz e vice-versa.

EM TEMPO – De fato,

quando você ouviu a voz de Karine e achou que seria uma boa ideia gravá-la?

V.G. – Estávamos em um bar, em Manaus, quando assistimos a uma apresen-tação de Karine. Sem co-nhecê-la, Marcello (Peliteri)

e eu nos apaixonamos pelo timbre dela. Como estáva-mos participando do fes-tival de jazz, demos uma “palhinha” com ela, con-versamos melhor depois e, assim, chegamos ao plano de gravar em Nova York.

“A música amazonense não molesta o jazz”

Viajante do mundo, o pianista alemão radicado em Nova York, Vana Gierig, mantém projetos musicais com artistas brasileiros

O Brasil, ainda possui mais oportu-nidades para tentar receber fundos go-vernamentais para

patrocínios

Vana Gierig músico

O Culture Collide Festival 2012 é uma promoção da revista internacional Filter.

LIZ NORDEN/DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

DESTAQUEO Brasil pode pleitear participação na mos-tra. As inscrições para bandas autorais estão abertas, para partici-pantes de todo país, até o dia 31 de julho, pelo site oficial www.culturecollide.com

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D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

O curta-metragem conta a história real de um caminhoneiro que esteve no Amazonas. O projeto tem 20 minutos e conta com uma equipe de 54 pessoas

Cineasta Dheik Praia na produção de novo filme

Inspirado em uma história real de um caminhoneiro, o curta-metragem “Rota da Ilusão”, da cineasta Dheik

Praia, começou a ser gravado no último dia 15 de junho. Premiado na última edição do Amazonas Film Festival, na categoria de Melhor Roteiro, o filme tem previsão de lança-mento para novembro.

Este é o quinto curta de Dheik, que concebeu a ideia durante uma viagem. “Ano passado, fiquei quatro meses fazendo um mochilão pelo Brasil com meu namorado da época e, em certo momento, pegamos uma carona com um caminhoneiro até a divisa do Maranhão com o Pará”, conta. “Quando disse que era de Manaus, o motorista co-meçou a contar uma história de quando esteve aqui e foi aí que nasceu a ideia do “Rota...””, acrescenta.

O filme conta com uma equi-pe de 54 pessoas: quatro ato-res principais, 15 personagens secundários, 20 figurantes e 15 pessoas na equipe técnica. Segundo a cineasta, mesmo com o prêmio do festival e com o apoio do setor privado, ainda sai muito caro produzir filmes no Amazonas. “Estamos tra-

balhando de maneira bastante colaborativa. Ao mesmo tem-po em que busquei trabalhar com profissionais renomados, também estou trazendo pes-soas novas, mas muito boas no que fazem, para a produção”, afirma Dheik, dizendo que pre-za por esse profissionalismo desde seu primeiro trabalho.

SinopseCom 20 minutos de duração,

“Rota da Ilusão” conta a histó-ria de uma mulher que vêm do interior do Pará para trabalhar no Polo Industrial de Manaus.

Ao chegar à capital, o dono de um garimpo das redondezas se apaixona pela moça, mas de uma forma grotesca. “Conta um caso de aliciamentos de mulheres da Região Norte, mas acaba envolvendo mistério e romance”, resume Dheik.

VICTOR AFFONSOEquipe EM TEMPO

As filmagens devem acon-tecer até amanhã e é dividida em dois momentos: as cenas no garimpo e as no barco, ponto importante do curta. As primeiras estão sendo gravadas no bairro Puraque-quara, enquanto que, para as outras, eles tiveram que alugar uma embarcação.

“Acontece que pegamos um onde cabem de cem à 200 pessoas, mas só temos 20 figurantes”, explica a ci-neasta, rindo. Segundo ela, técnicas de filmagens aju-

dam neste momento, onde eles conseguem trabalhar com uma equipe pequena e fazem parecer maior. O trabalho deve ser entregue à Secretaria de Estado de Cul-tura (SEC) ainda em outubro, para serem feitos os traba-lhos de finalização, como a edição e trilha sonora.

Dheik admite que mui-tas outras ideias para fil-mes surgiram durante o mochilão, mas que prefe-riu se concentrar primei-ramente em “Rota...”.

Filmagens seguem até amanhãDIVISÃOO curta-metragem “Rota da Ilusão”, diri-gido por Dheik Praia, conta com uma equipe de 54 pessoas dividida entre quatro atores, 15 secundários, 20 figu-rantes e 15 pessoas da parte técnica

Parte do curta está sendo gravada no bairro Puraquequara

Dupla Kelly & Klinger são atração em praça, amanhã

A dupla Kelly e Klinger fará, amanhã, na praça de ali-mentação do Manaus Plaza Shopping, um show dedicado à tradição das festas juninas. Parte do repertório relembrará as músicas de arrasta-pé, típicas do período. Para atender a todos os gostos, a dupla tocará, também, sua seleção de moda sertaneja – do clássico ao contemporâneo. O show é gratuito e será realizado às 18h30.

O ambiente terá clima de nostalgia, pois os irmãos prometem cantar as músicas que fizeram sucesso nas décadas de 70 e 80, nas vozes de artistas como Elba Ra-malho, Dominguinhos e “do rei do baião” Luiz Gonzaga.

Humorista realiza arraial com costumes amazônicos

Criado para resgatar as tradicionais festas juninas de bairro, comuns em Manaus até o início da década de 90, o “Arraial do Márcio Braga” tem a proposta de manter os costumes das festas juninas amazônidas. O humorista promete muita diversão, hoje, no Teatro Direcional (Manauara Shopping), com direito a ciranda, bingos e concurso de boneca viva.

“Teremos atividades para todas as idades. Os pequenos, por exemplo, vão achar o máximo todas aquelas brincadei-ras de festa junina e barracas de comidas típicas”, afirmou Márcio Braga. O ingresso custa R$ 50 (inteira).

Alaídenegão embala mais uma ‘Feijoada da Neguinha’

Hoje, a partir do meio-dia, o público adepto de uma boa feijoada poderá conferir mais uma edição do projeto “Feijoada da Neguinha”, no Espaço Cultural Cauxi (rua Costa Azevedo, 147, Centro, próximo ao largo ão Sebastião). O ingresso custa R$ 10.

Além do atrativo gastronômico, a manhã terão outras atrações, trata-se das bandas Alaídenegão, revelação do cenário alternativo local, e Bem Bolado. No repertório de ambas estão composições próprias e também covers. Mais informações podem ser obtidas por meio do número (92) 8210-2438.

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D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

O duo está em Manaus para mostrar a junção da música eletrônica com a percussão e afi rma que está preparando surpresas para o público amazonense

Leozinho e Paciornick são atração em evento, hoje

Depois do Rio de Janei-ro, Manaus é a capital escolhida para rece-ber o Access Club,

espécie de cartão-fi delidade que oferece benefícios e des-contos em estabelecimentos de luxo. Para o lançamento, uma festa especial: a dupla Leozinho e Paciornik volta à cidade para um show especial, em comemoração aos 14 anos de estrada juntos, que será realizado hoje, a partir das 16h, no Mon Plaisir, localizado no Park Suítes, Ponta Negra. E garante surpresas. “Sempre fomos bem recebidos pelo pú-blico amazonense. Os adep-tos da música eletrônica são bastante animados e dançam muito a cada música tocada”, revelam os DJs, dizendo, ainda, que recebem “uma atmosfera incrível” vindo da pista.

Tocando lado a lado há tanto tempo, eles admitem que aca-baram desenvolvendo uma grande parceria. “Temos um sincronismo perfeito. Ao longo desses 14 anos desenvolve-mos uma grande amizade e colocamos isso na nossa apre-sentação, sempre inovando”, afi rmam. Casar a percussão de Paciornick com as batidas eletrônicas de Leozinho exige

VICTOR AFFONSOEquipe EM TEMPO

maestria. Para eles, a combi-nação sonora fi ca com mais ritmo e levadas interessantes. “A percussão cria um clima único e contagiante quando posto acrescentado à música eletrônica. É a junção perfei-ta”, acreditam. Eles dizem, ainda, que a música eletrôni-ca muda a cada temporada e a dupla busca estar sempre antenada a

isso. “Sempre acompanha-mos essas mudanças e nos atualizamos ao que está sen-do tocado”, frisam.

O cartãoSegundo Luiz Conde Neto,

um dos sócios do Access Club, o cartão reunirá nomes em diferentes setores do mercado, desde a alta gastronomia e ho-telaria até vestuário, bo-ates, joalherias, cursos e diversos outros serviços. A festa de lançamento exclusiva – somente

para 250 pessoas – acontece no bistrô Mon Plaisir, locali-zado no 16º andar do hotel Park Suites Manaus, na Ponta Negra, a partir das 16h. Além da dupla, os DJs Marcio S., Cezar Dantas e Korea também se encarregam da tarefa de não deixar nenhum convidado parado. A atração principal avi-

sa: “Podem esperar muita música nova em come-moração aos nossos 14 anos de dupla, pois reservaremos algu-

mas surpresas”.

Paciornik e Leozinho prome-tem agitar o público que com-parecer ao Mon Plaisir, hoje

‘Milongas’ e ‘Descanso Eterno’ reapresentados

O Teatro da Instalação recebe, hoje, duas reapre-sentações do Corpo de Dança do Amazonas (CDA). Trata-se do “Milongas”, que será exibido às 11h, e “Descanso Eterno”, às 19h. Esta última trata-se do mais recente trabalho realizado pelo grupo e exi-bido no Festival Amazonas de Ópera deste ano. “Milon-gas” é inspirado no estilo musical tradicional origi-nário na América Latina e Espanha que deu origem ao tango. O espetáculo vem ressaltar a contemporanei-dade dos estilos, fundindo o tango tradicional com o eletrônico e a dança de salão com a dança con-temporânea, sem perder a essência do gênero.

“”Milongas”, em minha concepção, vem ressaltar a maturidade do CDA em explorar novos estilos, com mistura de lingua-gens”, afi rma Monique An-

drade, diretora do grupo. O espetáculo, que come-çou a ser concebido ainda em 2010, estreou em julho de 2011 e já contou com uma reapresentação este ano, em fevereiro.

InspiraçãoJá “Descanso Eterno” é

inspirado na obra de Ama-deus Mozart, “Requiem”, e enfoca a morte em seus múltiplos signifi cados. O tema é explorado pelos dançarinos de forma rica em informações, “onde o amparo, as perdas e os sacrifícios se misturam em um turbilhão de sentimen-tos, onde a única saída é a morte”, explica Monique. “As apresentações de hoje encaixam-se como duas remoldagens”, explica a diretora, informando que outros espetáculos do grupo devem entrar na agenda cultural da SEC ainda este ano.

DANÇA

“Milongas” é um dos carros-chefes do corpo de dança

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D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 24 DE JUNHO DE 2012

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4As atribuições sociais e profi ssionais, as-

sim como sua própria identidade, perdem sentido mais rapidamente a partir de agora. Você quer a liberdade para mostrar outra face sua.

TOURO - 20/4 a 20/5Desviar seu rumo de vida por conta da

passividade diante dos obstáculos e re-sistências já criou muitos problemas para você. O momento agora pede mudar de atitude aqui.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6As condições materiais e os projetos

de vida se modifi cam muito rapidamen-te. Situações antigas perdem o sentido. Abre-se o espaço para você viver novas possibilidades.

CÂNCER - 22/6 a 22/7Seus vínculos e atribuições sociais e profi s-

sionais estão se transformando muito mais rapidamente a partir de agora. Será preciso encontrar um novo sentido para o viver.

LEÃO - 23/7 a 22/8A rotina de trabalho e a fi losofi a de vida

podem perder o sentido de maneira rápida e radical. É preciso se orientar por valores no-vos e construir uma rotina transformada.

VIRGEM - 23/8 a 22/9Sua vida amorosa se transforma em pro-

fundidade. Nada será como antes. Por um bom tempo, as coisas seguem para além de seu controle. Mantenha-se em equilíbrio.

LIBRA - 23/9 a 22/10A estrutura familiar e o casamento en-

tram em crise e precisam renovar seus signifi cados. Você terá que fi rmar novos vínculos, assim como uma nova maneira de se vincular.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11Sua rotina de vida não se sustenta mais e

é preciso encontrar outras opções, antes de tudo se esfacelar. Você terá que aprender outros ritmos de vida e de cotidiano.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12A vida fi nanceira e a amorosa entram em

crise mais aguda. O que antes fazia sentido, agora não faz mais. Você terá que rever seus valores de maneira bastante profunda.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1Sua identidade pessoal e a situação fa-

miliar entram em transformação radical. Tudo muda em você e em suas raízes. Mantenha-se em equilíbrio, apesar de toda essa revolução.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2Algumas limitações se impõem de maneira

drástica e forçam você mudar seu modo de viver. É preciso rever as condições e possibi-lidades com que pode contar para você.

PEIXES - 19/2 a 20/3Seu projeto geral de vida e as condições

fi nanceiras modifi cam-se rapidamente, e alteram seu signifi cado e suas possibili-dades. É hora de pensar em novas possi-bilidades.

Cruzadinhas

Programação de TV

05h00 – Aventura Selvagem – reprise

06h00 – Pesca Alternativa

07h00 – A Grande Ideia

07h30 – VRUM

08h00 – PGM Manazinha – local

08h30 – Chaves

09h00 – Sorteio Amazonas dá Sorte

(local)

10h00 – Domingo Legal

14h00 – Eliana

18h00 – Vamos Brincar de Forca

18h40 – Sorteio da Telesena

19h00 – Programa Sílvio Santos

23h00 – De Frente com Gabi

00h00 – Série: O Mentalista/ The

Mentalist

01h00 – Série: O Alvo / Human

Target

02h00 – Série: Agentes Secretos /

Undercovers

03h00 – Encerramento da Progra-

mação

SBT GLOBO

REDE TV

04h44 – Santa Missa em Seu Lar

05h44 – Sagrado: Tradalimentos

05h55 – Amazônia Rural

06h25 – Pequenas Empresas – Gran-

des Negócios

07h00 – Globo Rural

07h56 – Auto Esporte

08h30 – Esporte Espetacular (Mee-

ting de Ginástica Rítmica)

11h30 – As Aventuras de Didi

12h04 – Os Caras de Pau

12h52 – Temperatura Máxima. Filme:

Lara Croft: Tomb Raider

15h00 – Futebol 2012: Amistoso da

Seleção Brasileira – Brasil x México

17h00 – Domingão do Faustão

19h45 – Fantástico

22h06 – Programete UFC

22h11 – Reality UFC - Em Busca de

Campões

23h10 – Domingo Maior. Filme: O

Negociador

01h15 – Sessão de Gala: Filme: O

Filho de Rambow

02h51 – Corujão I: Fime: Deixados

Para Trás III - Mundo em Guerra

04h30 – Festival de Desenhos

05h30 – Desenhos Bíblicos

07h20 – Record Kids – Pica-Pau

09h00 – Amazonas dá Sorte – Bingo

- local

10h00 – Record Kids – Pica-pau

11h00 – Tudo é Possível – PGM 355

15h30 – Programa do Gugu – PGM

144

19h30 – Domingo Espetacular – PGM

423

22h15 – Repórter Record

23h30 – Série: Casais Perfeitos (1ª

Temporada – inédita)

00h00 – Programação IURD

TV CULTURA05h55 – Abertura da Estação/ Hino Nacional06h00 – Via Legal06h30 – Brasil Eleitor07h00 – Palavras de Vida08h00 – Santa Missa09h00 – Viola, Minha Viola

09h15 – Curta Criança

09h30 – Nova Amazônia – local

– reprise

10h00 – Escola Pra Cachorro

10h15 – Meu Amigãozão

10h30 – A Turma do Pererê

11h00 – ABZ do Ziraldo

11h30 – Anima TV Tromba Trem

11h45 – Anima TV Carrapatos e

Catapultas

12h00 – A Turma do Pererê

13h00 – Dango Balango

13h30 – TV Piá

14h00 – Stadium

15h00 – Os Protetores do Planeta

16h00 – Ver TV

17h00 – De Lá Pra Cá

17h30 – Cara e Coroa

18h00 – Papo de Mãe

19h00 – Conexão Roberto D’Ávila

20h00 – Esportvisão

21h30 – MPTV – Reprise – local

22h00 – Roda Viva Amazônia – local

ao vivo

23h00 – Doc. Especial

00h00 – Hino Nacional / Encerramen-

to da Emissora

RECORD

CinemaESTREIA

Madagascar 3 – Livre: Playar-te 1 – 13h, 15h05, 17h10, 19h15, 21h20 (3D/dub/diariamente) e 23h25 (3D/dub/diariamente); Playarte 3 – 14h05, 16h10, 18h15, 20h20 (diariamente/du-blado) e 22h25 (dub/sex e sáb); Playarte 4 – 14h06, 16h11, 18h16, 20h21 (dub/diariamente) e 22h26 (dub/sex e sáb); Cine-mark 1 – 13h20, 15h30, 17h40, 19h50 e 22h (dub/diariamen-te); Cinemark 4 – 13h, 15h20 e 17h30 (dub/diariamente); Ci-nemark 5 – 12h, 14h, 16h10 e 18h30 (dub/diariamente); Cine-mas Amazonas 4 – 13h, 15h, 17h, 19h e 21h20 (dub/diariamente); Cinemais Plaza 1 – 14h e 16h

(3D/dub/diariamente); Cinemais Plaza 5 – 14h30, 16h40, 18h50 e 21h (dub/diariamente); Cinemais Millennium 3 – 14h50, 17h, 19h15 e 21h30 (3D/dub/diariamente); Cinemais Millennium 6 – 14h15, 16h20, 18h30 e 20h40 (dub/dia-riamente).

As Idades do Amor – 14 anos: Playarte 2 – 15h e 20h35 (leg/diariamente).

Os Vingadores – 12 anos: Playarte 2 -17h35 (dub/diaria-mente) e 23h10 (dub/sex e sáb); Cinemark 2 – 12h10 e 18h (dub/diariamente).

Branca de Neve e o Caçador – 12 anos: Playarte 8 – 13h30, 16h05, 18h40, 21h15 (leg/dia-

riamente) e 23h55 (leg/sex e sáb); Playarte 9 – 12h30, 15h05, 17h40, 20h15 (dub/diariamente) e 22h55 (dub/sex e sáb); Cine-mark 2 – 15h, 21h (dub/diaria-mente) e 23h50 (dub/sex e sáb); Cinemas Amazonas 6 – 15h45 e 20h55 (diariamente); Cinemais 8 – 14h10, 16h45, 19h15 e 21h50 (dub/diariamente); Cinemais Mil-lennium 2 – 14h10, 16h40, 19h10 e 21h45 (dub/diariamente).

Homens de Preto 3 – 10 anos: Playarte 10 – 14h15, 16h25, 18h35 (dub/diariamen-te), 20h45 (leg/diariamente) e 22h55 (leg/sex e sáb); Cinemark 5 – 20h40 (dub/diariamente) e 23h10 (dub/sex e sáb); Cinemais

Plaza 6 – 14h25, 16h30, 19h e 21h20 (dub/diariamente).

Prometheus – 14 anos: Cine-mark 4 - 19h40 e 22h20 (dub/dia-riamente); Cinemark 6 – 12h30, 15h10, 17h50, 20h30 (dub/diaria-mente) e 23h30 (dub/sex e sáb); Cinemas Amazonas 6 – 13h10 e 18h20 (leg/diariamente); Cine-mais Plaza 1 – 18h30 e 21h10 (3D/dub/diariamente); Cinemais Plaza 2 – 14h20, 16h50, 19h30 e 22h (dub/diariamente); Cinemais Millennium 1 – 14h e 19h20 (3D/dub/diariamente); Cinemais Mil-lennium 1 - 16h35 e 21h50 (3D/leg/diariamente), Cinemais Mil-lennium 5 – 13h30, 16h10, 18h50 e 21h20 (leg/diariamente).

CONTINUAÇÕES

REPRODUÇÃO

06h30 – Igreja Internacional da Graça – local07h30 – Igreja Internacional da Graça – local09h15 – Viva Amazônia – local09h45 – Break Obrigatório

BAND05h00 – Igreja Mundial06h00 – Sol Brilhante06h30 – Santa Missa no Seu Lar07h30 – Fé na Verdade08h30 – Conexão Cargas09h00 – Esporte Total09h30 – Auto +

E Aí... Comeu?: BRA. 14 anos. Recém-separado, Fernando não se conforma com o fracasso de seu casamento com Vitória, enquanto seu amigo Honório, um jornalis-ta machão casado com Leila, não para de desconfi ar que a esposa está traindo ele. Também amigo da dupla, Afonsinho sonha em ser um escritor de sucesso, tira onda de intelectual e se relaciona com prostitutas. Juntos, eles vão debater e descobrir qual é o papel deles neste mundo povoado por mulhe-res, sejam elas interesses amorosos ou não. Playarte 5 – 12h50, 15h, 17h10, 19h20, 21h30 (diariamen-te) e 23h40 (sex e sáb); Playarte 6 – 14h, 16h, 18h20, 20h30 (diaria-mente) e 22h40 (sex e sáb); Playarte 7 – 14h01, 16h11, 18h21, 20h31 (diariamente) e 22h41 (sex e sáb); Cinemark 8 – 11h50, 14h20, 17h10, 19h45 (diariamente) e 22h30; Cine-mark 9 – 13h30, 16h, 18h20, 20h50 (diariamente) e 23h20 (sex e sáb); Cinemas Amazonas 5 – 14h, 16h15, 18h40 e 21h10 (diariamente); Cine-mais Plaza 3 – 14h50, 17h10, 19h25 e 21h30 (diariamente); Cinemais Plaza 7 – 14h, 16h10, 18h20 e 20h30 (diariamente); Cinemais Millennium 4 – 15h10, 17h15, 19h30 e 21h40

(diariamente); Cinemais Millennium 7 – 14h20, 16h30, 18h40 e 20h50 (diariamente).

Sombras da Noite: EUA. 14 anos. No ano de 1752, Joshua, Naomi Collins e seu fi lho Barnabas, foram embora de Liverpool, Inglaterra, para começar uma nova vida na América. Mas mesmo um oceano não foi su-fi ciente para escapar da misteriosa maldição que atormenta sua família. Duas décadas se passaram e Bar-nabas tem o mundo aos seus pés, ou pelo menos a cidade de Collins-port, Maine. Capitão do Collinwood Manor, Barnabas é rico, poderoso e um playboy inveterado. Até que ele comete o erro grave de quebrar o coração de Angelique, uma bruxa, em todos os sentidos da palavra, Angelique condena-o a um destino pior que a morte, transformando-o em um vampiro e enterrando-o vivo. Dois séculos mais tarde, Barnabas é libertado de seu túmulo, e surge nos dias modernos. Cinemark 3 – 12h20, 14h50, 17h20, 20h (leg/diariamente) e 22h50 (leg/sex e sáb); Cinemais Plaza 4 – 14h40, 17h, 19h20 e 21h40 (leg/diariamente); Cinemais Millennium 8 – 15h, 17h20, 19h40 e 22h (leg/diariamente).

10h00 – Show de Ofertas da Cidade11h00 – Igreja da Graça – local12h00 – Fique Ligado – local13h00 – Esporte Performance – local14h00 – Semeando Bênçãos – local14h30 – Amigos do Volante – local15h00 – Sabores & Ideias – local15h30 – Despertar – local16h00 – TV Kids – local16h30 – Break Obrigatório16h45 – Ritmo Brasil17h15 – O Encantador de Cães18h00 – O Último Passageiro19h30 – SNL – Saturday Night Live21h00 – Sexo a Três – com Dr. Rey22h30 – Dr. Hollywood23h15 – É Notícia00h15 – Bola na Rede – 2º Tempo00h45 – Igreja Internacional da Graça – local

10h00 – Infomercial

11h00 – Fala Malafaia

12h00 – Fórmula Truck

13h30 – Band Esporte Clube

15h30 – Fórmula Indy

17h45 – Terceiro Tempo

19h00 – Um Tio da Pesada

20h00 – Quem Fica em Pé?

21h00 – Pânico na TV

22h45 – Perdidos na Tribo – reapre-

sentação

23h15 – Canal Livre

00h45 – Show Business – reap.

01h30 – L.O.L.

03h00 – Igreja Mundial

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Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

João Carvalho de Araújo está trocando de idade hoje. Os cumprimentos da coluna.

No almoço do Barbacoa, anteontem, Lúcia Viana, Menga Junqueira, Evelise Pessoa e Rosaline Lima se deliciavam com as iguarias e saladas do lugar.

Em agosto, o editor deste espaço, co-mandará festim badalado para celebrar suas Bodas de Água Marinha (19 anos de colunismo social) tendo um jantar regionalíssimo como cenário. É esperar para conferir.

A empresária Dacy Venâncio agendou para o próximo sábado, o Arraial do D&A, com muitas comidinhas típicas e quadrilha improvisada dos magos-funcionários do templo de beleza do Vieiralves.

Na próxima quinta-feira, acontece o lançamento do livro “Essa Manaus que se vai”, do jornalista José Ribamar Bessa Freire, que estará em Manaus para a sessão autógrafo, às 19h, no Fran’s Café.

Islene Botelho comandou divertido Arraial dos Botelho, no sítio Cincinato, no conjunto Eldorado, na última sexta-feira. Teve festival de danças regionais, comidinhas típicas e muita bossa comandada pela anfi -triã nota 10.

Anteontem, o bonito Saullo – fi lho do querido Sérgio Via-na – festejou seu aniversário, despretensiosamente, com as delícias juninas do Empório dos Reis na companhia de Ieda, Isabel e Dodó Carvalho mais Dermi Melo.

Acabaram de desabar nas pratelei-ras da Zen Maison as indispensáveis bolsas de praia Birkin Inspired, da Her-mès; nas cores verde cítrico, amarela, pink e tangerina. Um luxo!

::::: Sala de Espera

Nos domínios do chique Porto de Lenha: Eliane Schneider e Denize Santana confe-rindo o jantar concorrido do restaurante, no Vieiralves

D7Plateia

lançamento do livro “Essa Manaus que se vai”, do jornalista José Ribamar Bessa Freire, que estará em Manaus para a sessão autógrafo, às 19h, no

Islene Botelho comandou divertido Arraial dos Botelho, no sítio Cincinato, no conjunto Eldorado, na última sexta-feira. Teve festival de danças regionais, comidinhas típicas e muita bossa comandada pela anfi -

Acabaram de desabar nas pratelei-ras da Zen Maison as indispensáveis bolsas de praia Birkin Inspired, da Her-mès; nas cores verde cítrico, amarela,

No badalado début que movimentou o Classic Hall: Victor, Silvia e Jeferson Pinheiro

Corrêa dividindo a cena sobrenomada com a linda debutante Vanessa. Aliás, a noite foi memorável, tudo perfeito!

No “Caldi-nho Solidário”:

Waisser Botelho sob os confetes-

com-fl ashes do prestigiado Le Boulevard

assinado pela Tecnisa e Cyrela

Os moradores da rua Vincá, localizada no bairro Crespo, pedem socorro! Eles vêm sofrendo (todos os dias) com a teimosia dos clien-tes do Banco do Brasil da agência Costa e Silva de estacionar em frente às garagens de suas residências, impedindo-os do direito de adentrar em suas casas. O mais engraçado é que o banco tem estacionamento, mas é exclusivo dos seus funcionários. Que tal? A tétrica situação está gerando, diariamente, um desconforto entre os clientes e os moradores do lugar.

::::: Olhai por eles!

Com mais de 580 lojas em todo o País, a Ótica Diniz inaugura sua

loja matriz, no próximo dia 30, seguido de coquetel concorrido na Getúlio Vargas. O encontro contará com as presenças da Miss e do Mister Amazonas no

desfi le-show, às 19h. O aimeu-deus Luciano Szafi r é o

convidado especial, que servirá de

colírio para a ala feminina

e afi ns.

::::: MatrizA partir do mês de julho, as lojas do Millennium

Shopping abrem as portas com promoções imperdíveis para o período de férias e descon-tos que chegam a 60%. Na primeira semana, entre os dias 2 e 7, os clientes que forem ao centro de compras terão a oportunidade para adquirir peças de vestuário, itens de tecnologia e outros produtos em condições diferenciadas. Que tal? Depois dessa primeira semana com descontos atrativos, o mall prevê o lançamento da promoção “Millennium Férias no Cinema”, entre os dias 9 e 29 – do próximo mês.

::::: Bom saber

A Sejus realiza a Semana Estadual de Com-bate às Drogas. O evento segue o calendário nacional e até a próxima terça-feira serão pro-movidas diversas atividades: palestras sobre drogas nas escolas da rede pública estadual, ofi cinas com professores da rede estadual para identifi car o uso de entorpecentes entre a comunidade infanto-juvenil, anúncio dos vencedores do Concurso Estadual de Cartazes - 2012, com premiação de netbooks e bicicle-tas aos vencedores e entrega de medalhas de Honra ao Mérito às escolas.

::::: Conscientização

O Amazonas entrará no grupo seleto de Estados que usufruem os benefícios do Access Club, primeiro clube de associados convidados do Brasil a reunir uma série de vantagens e descontos especiais em estabelecimentos de alto padrão. O lançamento acontece (hoje) com uma festa do tipo seletíssima, a partir das 16h, no bistrô Mon Plaisir.

::::: Para poucos e bons

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