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MÁX.: 34 MÍN.: 25 TEMPO EM MANAUS VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 2,00 ANO XXVII – N.º 8.811 – DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO O JORNAL QUE VOCÊ LÊ DENÚNCIAS • FLAGRANTES 98116-3529 FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR. A festa de lançamento da próxima novela das 18h, “Além do tempo”, movimentou a sex- ta-feira, e contou com famo- sos como Paolla Oliveira (foto) que usou vestido com uma profunda fenda na lateral. CURUMI M 1.500 VAGAS Prepare-se para o concurso da polícia A GUERRA DO NARCOTRÁFICO Documento sigiloso de 1969 entregue pelos EUA ao governo brasileiro revela que o ex-presi- dente da CBF, José Maria Marin, atuou como informante dos nor- te-americanos junto à ditadura brasileira. Última Hora A2 José Marin o ‘dedo-duro’ da ditadura REVELADO HOJE É DOMINGO O Dia Mundial do Rock, se- gunda-feira, 13 de julho, está sendo festejado na floresta do CURUMIM. Conheça um pouco dessa história eletrizante, que começou com Élvis Presley e explodiu com The Beatles. As redes sociais invadem as cenas do crime e acabam prejudicando a coleta das pro- vas de um assassinato pelos peritos. Dia a dia C4 e C5 A invasão das cenas do crime REDES SOCIAIS Diante do cenário de queda nas vendas do setor, as con- cessionárias estão dispostas a negociar com preços mais acessíveis. Economia B1 A hora de comprar carro novo OPORTUNIDADE Os curiosos sempre estão presentes, prejudicando o trabalho da polícia e do Samu RAIMUNDO VALENTIM ARTHUR CASTRO Jornal dos Concursos e Empregos FDN AMEAÇA MATAR CHEFÃO DOS ‘300 ESPARTANOS’ Acusado de traição pelos traficantes da FDN, o chefão da facção “300 Espartanos”, Ronairon, está marcado para morrer e teve que ser transferido de presídio. A guerra entre as duas facções do narcotráfico já matou três – “Chester”, “Deco” e “Rubão da 14”. Jurado de morte, “Chester” foi decapitado na terça-feira passada. Os recados entre as facções do narcotráfico estão sendo dados por meio de gravações de Rap. Última Hora A2 ELENCO Ronairon (chefão dos “300 Espartanos”), “Piu–Piu” (marcado para morrer) e “Chester” (decapitado) O chefão da facção FDN, João Branco, mesmo foragido estaria comandando as execuções Rock na floresta A partir das 16h deste do- mingo, o Nacional começa sua caminhada rumo à Série C do Brasileiro. Pela primeira rodada da 4ª divisão, o Leão da Vila visita o Náutico, em Boa Vista (RR). Pódio E2 e E3 Naça lança Plano C ESTREIA Paolla rouba cena

EM TEMPO - 12 de julho de 2015

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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MÁX.: 34 MÍN.: 25TEMPO EM MANAUS

VENDA PROIBIDA

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EXEMPLARDE

ASSINANTE

PREÇO DESTA EDIÇÃO

R$

2,00

ANO XXVII – N.º 8.811 – DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

O JORNAL QUE VOCÊ LÊDENÚNCIAS • FLAGRANTES

98116-3529

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR.

A festa de lançamento da próxima novela das 18h, “Além do tempo”, movimentou a sex-ta-feira, e contou com famo-sos como Paolla Oliveira (foto) que usou vestido com uma profunda fenda na lateral.

CURUMIM

1.500 VAGAS Prepare-se para o concurso da polícia

A GUERRA DO NARCOTRÁFICO

Documento sigiloso de 1969 entregue pelos EUA ao governo brasileiro revela que o ex-presi-dente da CBF, José Maria Marin, atuou como informante dos nor-te-americanos junto à ditadura brasileira. Última Hora A2

José Marino ‘dedo-duro’da ditadura

REVELADO

H O J E É D O M I N G O

O Dia Mundial do Rock, se-gunda-feira, 13 de julho, está sendo festejado na fl oresta do CURUMIM. Conheça um pouco dessa história eletrizante, que começou com Élvis Presley e explodiu com The Beatles.

As redes sociais invadem as cenas do crime e acabam prejudicando a coleta das pro-vas de um assassinato pelos peritos. Dia a dia C4 e C5

A invasãodas cenas do crime

REDES SOCIAIS

Diante do cenário de queda nas vendas do setor, as con-cessionárias estão dispostas a negociar com preços mais acessíveis. Economia B1

A hora de comprar carro novo

OPORTUNIDADE

Os curiosos sempre estão presentes, prejudicando o trabalho da polícia e do Samu

RAIM

UN

DO

VAL

ENTI

M

ARTH

UR

CAST

RO

Jornal dos Concursos e Empregos

FDN AMEAÇA MATAR CHEFÃO DOS ‘300 ESPARTANOS’Acusado de traição pelos trafi cantes da FDN, o chefão da facção “300 Espartanos”, Ronairon, está marcado para morrer e

teve que ser transferido de presídio. A guerra entre as duas facções do narcotráfi co já matou três – “Chester”, “Deco” e “Rubão da 14”. Jurado de morte, “Chester” foi decapitado na terça-feira passada. Os recados entre as facções do narcotráfi co estão sendo dados por meio de gravações de Rap. Última Hora A2

ELENCO

Ronairon (chefão dos “300 Espartanos”), “Piu–Piu” (marcado para morrer) e “Chester” (decapitado) O chefão da facção FDN, João Branco, mesmo foragido estaria comandando as execuções

Rock na fl oresta

A partir das 16h deste do-mingo, o Nacional começa sua caminhada rumo à Série C do Brasileiro. Pela primeira rodada da 4ª divisão, o Leão da Vila visita o Náutico, em Boa Vista (RR). Pódio E2 e E3

Naça lança Plano C

ESTREIA

Paolla rouba cena

próxima novela das 18h, “Além do tempo”, movimentou a sex-ta-feira, e contou com famo-sos como Paolla Oliveira (foto) que usou vestido com uma profunda fenda na lateral.

Os curiosos sempre estão presentes, prejudicando o trabalho da polícia e do Samu

Paolla rouba cena

(RR). Pódio E2 e E3

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Page 2: EM TEMPO - 12 de julho de 2015

A2 Última Hora MANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015

O combate pela lide-rança do narcotráfi-co entre facções cri-minosas já resultou

em três mortes, em menos de 13 dias, dentro de unidades prisionais de Manaus. Jurados de morte, os detentos Ronai-ron Moreira Negreiros, 35, e Fabio Mattos Oliveira, o “Piu-Piu”, 28, foram transferidos na noite da última sexta-feira (10) do Centro de Detenção Provisória Masculina (CDPM), no quilômetro 8 da BR-174 (Manaus-Boa Vista), para o Comando de Policiamento Es-pecializado (CPE), no bairro Dom Pedro, na Zona Oeste, após o terceiro assassinato.

A transferência dos trafican-tes foi motivada pela briga entre integrantes da facção criminosa Família do Nor-te (FDN), comandada pelos narcotraficantes João Pinto Carioca, o “João Branco”, e José Roberto Fernandes, o “Zé Roberto da Compensa”, e os ex-membros da organização, os atuais “300 Espartanos”, que é chefiada por Ronairon.

Conforme o titular da Se-cretaria de Administração Penitenciária (Seap), coro-nel Lourismar Bonates, para resguardar a integridade dos internos “foi cumprida a deter-minação da Justiça de trans-ferir Ronairon e “Piu-Piu” para um batalhão militar”.

O comandante do Policia-mento Especializado (CPE), tenente-coronel Cleitman Rabelo, confirmou que os detentos deram entrada no batalhão depois das 21h da última sexta-feira.

“João Branco” é o mandante das execuções de líderes rivais

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Dono do crucifixo comunista defende escultura polêmica

Dono do crucifixo em for-mato de foice e martelo, cuja réplica foi presenteada ao papa Francisco pelo pre-sidente boliviano, Evo Mo-rales na última quarta (8), o padre jesuíta e sociólogo Xavier Albó, 80, disse que a escultura apenas represen-ta o diálogo.

Ele negou que o autor da peça, o também padre jesuíta e amigo Luis Espinal, assassinado em março de 1980, fosse comunista. “Era uma chamada para dizer que temos de dialogar com todos, mesmo com os não crentes”, afirmou.

“Ele [Espinal] coincidia em muitas coisas com o marxismo, como transfor-mar a sociedade, mas na parte metafísica estava totalmente em desacordo com o ateísmo”. Espinal, de origem catalã como Albó, foi assassinado durante a dita-dura militar boliviana (1964-1982). Ligado à Teologia da Libertação, era próximo de movimentos indígenas e criticava abertamente o regime da época.

Na chegada a La Paz, na quarta-feira, Francisco, também jesuíta, parou o papamóvel perto do local onde Espinal foi morto e pediu um minuto de silêncio em sua homenagem. Pouco depois, o pontífice recebeu

a escultura de Evo.O presente gerou polê-

mica nas redes sociais, e o próprio Francisco res-pondeu, aparentemente surpreso, logo após rece-ber a escultura: “Isso não está certo”. Em resposta à onda de críticas de que Evo teria entregue um “crucifi-xo comunista” para cons-tranger Francisco, o Vati-cano disse que não houve ofensa no gesto.

“Você pode discutir o sig-nificado e o uso do símbolo hoje, mas ele foi criado por Espinal, e o seu sentido era sobre um diálogo aberto, não sobre alguma ideolo-gia específica”, declarou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.

Papa dos pobres O governo boliviano disse

que o presente não repre-senta um gesto político, mas é um símbolo que, na visão de Evo Morales, agradaria ao “papa dos pobres”.

“(O presente) representou um grande afeto. (Trata-se) de uma obra desenhada pe-las mãos de Luis Espinal”, disse a ministra das Comuni-cações, Manianela Paco.

Albó, que dividia um quar-to com o padre jesuíta quan-do ele foi morto, disse que ficou com a escultura como herdeiro legítimo.

PAPA

Bandidos são presos após assalto a posto de gasolina

Um carro com quatros bandidos colidiu contra um poste, após assaltarem um posto de combustíveis, na madrugada desta sexta-fei-ra (11), na avenida André Araújo, bairro Aleixo, Zona Centro-Sul. Segundo a polí-cia, além do quarteto, no ve-ículo estavam duas crianças, cujos nomes e as idades não foram revelados.

No carro estavam Gabriel de Souza Saraiva, 18, Na-tali Beatriz da Silva, 19 e Itamara Guimarães Souza, 19, além das crianças. O quarto suspeito fugiu sem ser identificado.

Segundo um frentista que não se identificou, o bando chegou ao posto em um veí-culo modelo Classic de placa NOP – 6179 e um dos assal-tantes armado anunciou o

assalto. Um dos frentistas conseguiu fugir e acionou a polícia. Foram levados do local celulares das vitimas e a quantia de R$ 300.

Ao tentar fugir do local, Itamara - que conduzia o carro -, perdeu o controle e colidiu com um poste. Devido à batida, o transformador caiu e atingiu o veículo fe-rindo os ocupantes.

O trio foi socorrido. As mulheres foram conduzidas para o pronto-socorro 28 de Agosto e o rapaz para o pronto-socorro João Lúcio, nas Zonas Leste e Centro-Sul, respectivamente.

Um dos infratores conse-guiu fugir com a arma usada no crime. A polícia não infor-mou o estado de saúde das crianças e nem para onde elas foram levadas. O caso foi registrado no 12º Distrito Integrado de Polícia (DIP).

CRIME

No carro usado pelos bandidos havia também crianças

Europa homenageia as vítimas de Srebrenica

Pessoas que acompanha-vam as cerimônias de 20 anos do massacre de Sre-brenica (Bósnia) - em que 8 mil homens e meninos muçulmanos foram mortos por tropas nacionalistas sérvio-bósnias- lançaram pedras neste sábado (11) contra o local onde esta-va o primeiro-ministro da Sérvia, Aleksandar Vucic, que foi obrigado a dei-xar correndo o cemitério memorial, sob a proteção dos seguranças.

Vucic havia acabado de depositar flores diante do monumento com os nomes das mais de 6,2 mil vítimas identificadas e enterradas

no memorial quando a mul-tidão começou a gritar “Alá Akbar” (Deus é grande), a vaiar e a atirar pedras.

Com a proteção dos se-guranças, o premiê sérvio conseguiu deixar o local, enquanto os organizadores do evento pediam calma.

PersonalidadesAproximadamente 50 mil

pessoas, incluindo nomes ilustres de 90 países, como o ex-presidente america-no Bill Clinton, lembram o episódio histórico, consi-derado a maior atrocidade em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

BÓSNIA

Massacre de bósnios foi o pior depois da Segunda Guerra

Por sua vez, a titular da Secretaria-Executiva-Adjunta de Inteligência (Seai) da Secretaria de Se-gurança Pública (SSP-AM), Tâmara Maciel, informou que a defesa de Ronairon, após tomar conhecimento de uma música de Rap, em que ele é ameaçado de morte, solicitou à Seap permanecer em uma ala de segurança, afastado dos demais presos. “Tive-mos conhecimento dessa música feita pelos internos do Compaj e estamos em investigações. Houve uma briga entre eles. Ele (Ro-nairon) está resguardado na cadeia”, informou.

Em trechos da música os integrantes da FDN re-

latam que Ronairon traiu o grupo e deve ser mor-to para aprender. Um dos trechos diz: “Cresceu o olho na família, vai pegar de P.30. Esse é o golpe de Estado retorno da parte 2. É vagabundo tá pensando o quê?”. Em outro trecho, as ameaças continuam: “Aqui é o certo pelo certo, com nós não tem perdão. Va-cilou, tu moscou Ronairon seu cuzão. Tentou pagar de esperto, mas ó que absur-do”. “O aviso está sendo dado. Aqui do fechado eu vou falar agora, se o bonde te pegar vai descarregar as pistolas. General bateu martelo eu não posso cons-pirar...FDN é o bonde do JB”, diz outro trecho do Rap.

Música é usada para dar aviso

Ao menos dois ex-integrantes da FDN estão jurados de morte e três traficantes já foram assassinados

Lideranças do tráfico ameaçadas de morte

Ronairon (à esq.) e ‘Piu-Piu’ (no centro) estão “sentenciados”

No rol de assassinatos entre os grupos criminos, a primeira morte relacio-nada ao conflito das fac-ções criminosas ocorreu no último dia 28 de ju-nho, onde um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), Rubens Ro-drigues Marques Júnior, o “Rubão da Praça 14”, foi assassinado dentro de uma das celas do CDPM.

No último dia 10, foi a vez de Aldemir Picanço de Oliveira, o “Deco”, 38, que foi decapitado, dentro do pavilhão 1 da unidade prisional, sendo apontado como o traidor do PCC, após se vender por R$ 150 mil à FDN, segundo testemunhas.

‘Chester’Ainda dentro dessa dis-

puta entre os criminosos, um dos aliados de Ro-nairon Moreira Negreiros também morreu.

Considerado traidor da FDN por se aliar a Ro-nairon, Winchester Uchôa Cardoso, o “Chester”, 35, foi morto por determina-ção do alto comando da FDN como resultado da disputa entre as facções criminosas.

Ele foi decapitado, no dia 7 deste mês, minutos depois de dar entrada no regime fechado do Com-plexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), localiza-do no quilômetro 8 da BR-174 (Manaus-Boa Vista).

‘Traidores’ são decapitados

THAÍS GAMA

Marin foi ‘dedo-duro’ dos EUA

Documento sigiloso de 1969 entregue pelos Estados Unidos ao governo brasileiro sugere que o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Ma-rin, atuou como fonte de infor-mação dos norte-americanos junto à ditadura brasileira. Na época, Marin era presiden-te da Câmara de Vereadores de São Paulo.

Documentos em poder do Arquivo Nacional já haviam indicado estreitas ligações de Marin com a ditadura. Um relatório do governo na época dizia que Marin fora eleito presidente da Câmara, em 1969, a partir de “um es-quema montado” pelo chefe de gabinete do ministro da Justiça “com o apoio de cor-rentes militares”.

Hoje, Marin está preso na Suíça, suspeito de envolvimen-to em corrupção no futebol in-vestigada pelo Departamento de Justiça dos EUA.

O telegrama que cita Ma-rin é datado de 16 de se-tembro de 1969, nove dias após a libertação do embai-xador norte-americano no Brasil Charles Burke Elbrick (1908-1983), que fora seques-trado no Rio por militantes da ALN (Ação Libertadora Nacional) e do MR-8.

Segundo a Embaixada dos EUA em Brasília, o brigadeiro “linha-dura” do Quarto Co-mando Aéreo, em São Paulo, José da Silva Vaz, “aparen-temente disse ao presidente da Câmara de Vereadores de São Paulo, José Maria Marin, em 14 de setembro, que a CIA (órgão de inteligência do governo dos Estados Unidos engendrou o sequestro”. A embaixada manifestou preo-cupação sobre “a recorrência do mesma tema de diferentes fontes” de informação.

REGIME MILITAR

DIVULGAÇÃO

IONE MORENO

MARA MAGALHÃES

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Page 3: EM TEMPO - 12 de julho de 2015

MANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015 A3Opinião

Foi mais fácil construir o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), há 13 anos, e equipá-lo com sofi sticada tecnologia, do que conseguir-lhe um CNPJ, o documento que prova a existência de todo e qualquer empreendimento. Sem essas quatro letras o CBA não poderia operar ou especular sobre a prodigiosa oferta da biodiversidade amazônica.

O CBA foi criado assim sem pai nem mãe, descobriu-se 13 anos depois, quando a so-ciedade começou a chamá-lo de “elefante branco”, que é como se denomina tudo aquilo que não tem serventia ou foi construído aleatoriamente, como é costume e hábito na administração brasileira. Para atender a esse “estado de emergência” tratou-se de vincular o centro ao Inmetro, que como a sigla embute, é uma instituição de metrologia dedicada a confirmar se tudo está dentro de certas medidas consideradas seguras e honestas. Antes dessa solução emergente, cabeças pensantes da região amazônica (pois isso existe, sim, na Amazônia, e com que qualidade!) já votavam que o centro se vinculasse à Embrapa, mais pela excelência dos serviços prestados à pesquisa do que pelo prestígio que não tem, junto ao governo federal.

Pensava-se que essa vinculação seria mais coerente com os objetivos do CBA. Na Amazônia, no entanto, não adianta pensar, se o interlocutor é o governo federal; como se diz, nessa circunstância, “é chover no molhado”, “enxugar gelo” e “lavar carvão até fi car branco”. Como a solução, 13 anos depois, é emergencial, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior anunciou que tudo será defi nido em mais dois anos de espera. Ou seja, a solução é transitória, por falta de outra. E como se trata de uma medida transitória tem tudo para se tornar uma cláusula pétrea. É assim que se administra por esses brasis afora. Para inglês ver.

Para a recuperação da produção industrial no Amazonas, que registrou alta de 2,6% em maio, de acordo com os números da pesquisa do Instituto Bra-sileiro de Geografi a e Estatística (IBGE). O Estado recuperou parte da queda de 4,8% registrada em abril.

Produção industrial do Amazonas

APLAUSOS VAIAS

Debutante

Fenelon nem engatinhou e já quer pular o muro.

O genro de Eunício se for-mou em direito em 2011 pela Uniceub, uma faculdade parti-cular da capital federal.

Moeda de troca

Apesar das críticas, o gover-no tem usado as nomeações de segundo escalão como mo-eda de troca para garantir a fi delidade da base aliada em votações.

A estratégia, porém, tem falhado diante da demora em tirar do papel os acordos fi rmados pelo vice-presiden-te Michel Temer, que está à frente da articulação política desde abril.

Asquerosa troca

A Associação de Pilotos e Pro-prietários de Aeronaves (APPA) contestou a indicação.

“A possibilidade de nomea-ção política, baseada na mais asquerosa troca de favores partidários, é por nós, especia-listas, veementemente repu-diada”, diz uma nota publicada em seu site.

Novo secretário

O novo secretário estadual de Saúde, Pedro Elias de Sou-za, tem reunião, neste sábado (11), no Instituto Dante Pazza-nese de Cardiologia (IDPC), em São Paulo,

Vai discutir parceria da enti-dade com o Amazonas, na área de engenharia clínica.

Novo secretário 2

O IDPC é reconhecido como uma das mais prestigiadas instituições especializadas na área cardiovascular.

Tanto no país como no exte-rior. Dentre outras atividades, desenvolve novas tecnologias,

equipamentos, procedimentos, práticas e drogas, nessa área.

Clareou A prefeitura concluiu a ins-

talação das luminárias de LED na avenida Autaz Mirim, na Zona Leste.

O prefeito Arthur Virgí-lio (PSDB) foi pesoalmente acompanhar a conclusão do serviço.

Próxima parada

Virgílio disse que a próxima via a receber a iluminação de LED será a avenida Camapuã.

— Vamos fechar completa-mente o anel das grandes ave-nidas, todas iluminadas pelo LED –, comentou o prefeito.

Boca suja

Em Tefé está faltando boas maneiras e um pouco mais de educação aos servidores da prefeitura do município.

Uma funcionária da área de Recursos Humanos identifi ca-da apenas como Cristina man-dou o repórter de política do EM TEMPO ir “tomar no...”.

Freud explica

Tudo isso porque o repórter pediu para falar com alguém que pudesse lhe explicar alguns pontos sobre a aquisição de madeira utilizada durante a cheia no município.

Agora, porque isso irritou d. Cristina só o prefeito – ou Freud – , poderá explicar.

Vai se comportar A quase miss Amazonas

Sheislane Hayalla prometeu que nunca mais vai arrancar coroa de ninguém.

A retratação foi a forma que ela encontrou de brecar

o processo que poderia con-dená-la por arrancar a coroa da cabeça da verdadeira Miss 2015, Carolina Toledo.

Acho que extrapolei Durante audiência na Jus-

tiça, Sheislane admitiu que, fi nalmente, caiu a fi cha.

— Percebo que extrapolei na forma como exteriorizei as in-formações que obtive durante a jornada do concurso.

Retratação

Portanto, Sheislane se re-tratou por qualquer difamação dirigida à Carolina.

— Naquele dia eu poderia ter utilizado meios legais ao invés de expor um nome ao público.

Fúria indomável A quase miss também fez

mea culpa pelo ato tresloucado de ir às vias de fato ao puxar a coroa da cabeça da vítima, “causando-lhe assim, um gran-de constrangimento”.

O quiproquó aconteceu no momento da coroação, dei-xando participantes e plateia asssustadas.

Conversa de pé de orelha Na escala técnica que fez

na cidade do Porto, em Portu-gal, antes de seguir à Rússia, a presidente Dilma Rousseff teve um encontro reservado com o presidente do Supre-mo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski.

Extraofi cial

A reunião não foi incluída na agenda ofi cial.

Também participou do en-contro o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Para agências de modelos que obrigam as garotas a praticarem o “Book Rosa”, um catálogo de modelos que, eventual-mente, aceita fazer sexo em troca de altas quantias em dinheiro, presentes valiosos e vantagens profi ssionais.

‘Book Rosa’

O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), conseguiu emplacar o genro na dire-toria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Ricardo Fenelon Júnior é advogado e se casou com a fi lha do peemedebista há menos de um mês, numa cerimônia em Brasília para 1,2 mil convidados, dentre os quais a pre-sidente Dilma Rousseff .

A nomeação foi publicada no Diário Ofi cial da União na segunda-feira, mas o advogado ainda terá de passar por uma sabatina no Senado.

Laços de família

DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO

[email protected]

Uma solução para inglês ver

O senso comum, por não justi-ficar a si mesmo, não é o melhor dos conselheiros, mas ainda as-sim, por vezes emite sentenças sábias. Este é o caso, quando diz, simploriamente, que “prudência e canja de galinha não fazem mal a ninguém”.

Não sei se os paraenses tinham alguma alternativa que pudesse substituir a sua ânsia de rasgar estradas pelo seu território afora, inclusive aproveitando o “sábio” aforismo propagado pelo ministro do interior, em tempo de governo militar, coronel Mário Andreazza, que afirmava que “governar é abrir estradas”. Mais simplório do que o senso comum e seus adágios...

Tudo isso me vem como de-corrência das notícias veiculadas pela televisão e pelos jornais, que informam a respeito da assusta-dora devastação que a floresta amazônica sofre presentemente no Estado do Pará. São muitos mi-lhares de hectares de mata postos ao chão, para propiciar a venda da madeira a altos preços, depois queimar o que restar da vegetação e então vender fraudulentamente as terras para latifundiários, pe-cuaristas e agronegocistas.

Nada disso, entretanto, teria sido possível se não estivesse ali, disponível e convidativa, a estrada que liga o Pará ao Mato Grosso e que ora se constitui na nova fronteira da atividade pecuarista e agrícola.

Não se trata de negar qualquer utilidade a qualquer rodovia, mas no caso do Pará se constituiu na estrada do crime e da agressão à floresta, nosso maior patrimônio. Se fôssemos um país que levasse a sério a sua legislação e que se em-penhasse em fazer valer os seus deveres e até os compromissos assumidos em nível internacional, nenhuma estrada nos tiraria o

sono, pois não seria transforma-da em estímulo à contravenção e ao crime.

A Amazônia é uma região do-tada de uma enorme rede de vias fluviais naturais, que nenhum empenho ou investimento cobra de nós e que deve despertar a inveja de qualquer outra nação. Quando sabemos que os rios continuam a ser as vias de es-coamento de mais baixo custo e de maior funcionalidade logísti-ca, entendemos por que os paí-ses mais ricos, da América e da Europa, utilizam-nos exaustiva-mente e há muito tempo. Rios como o Mississipi, o Hudson, o Niágara, o Reno, o Sena, o Da-núbio, o Tamisa são intensamen-te usados para o deslocamen-to de mercadorias e de artigos em geral.

Como complemento vicinal e alternativa de maior velocidade, colocam-se as redes ferroviárias, de custo também baixo e de con-trole efetivo quanto às paradas e destinos. Apenas em terceiro lugar é que vem o transporte rodoviário, dispendioso e de difícil controle quando utilizado para viabilizar ocupações e invasões de áreas de preservação.

Enquanto isso, amazonenses se mobilizam e iniciam uma batalha pela conclusão e asfaltamento da tal BR-319, como se fosse o futuro da nossa economia, o que apenas abrirá o caminho para a devas-tação da nossa maior riqueza: a floresta equatorial.

Como os macaquinhos da Índia, ficamos cegos, surdos e mudos diante do que está a acontecer no Pará. Já tem até deputado postu-lando a construção de mais uma ponte, agora sobre o Solimões, quando a primeira, a do Negro, não conseguiu ainda mostrar a que veio.

João Bosco Araú[email protected]

João Bosco Araújo

Querer só o que convém

[email protected]

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas

EM TEMPO

Quando sabemos que os rios con-tinuam a ser as vias de escoamento de mais baixo custo e de maior fun-cionalidade logística, en-tendemos por que os países mais ricos, da América e da Europa, utilizam-nos exaustiva-mente e há muito tempo”

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected] [email protected]

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Page 4: EM TEMPO - 12 de julho de 2015

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015

FrasePainelVERA MAGALHÃES

Geraldo Alckmin pretende transformar a crise hídrica paulista em um de seus principais ativos para se cacifar como candidato do PSDB ao Planalto em 2018. Ele disse a aliados que, se conseguir chegar ao fi m do período de seca sem um racionamento, a gestão da crise --vista como ponto fraco na disputa pela reeleição-- pode ser usada como case de sucesso. “Imagine se apresentar no Nordeste como o governador que resolveu o problema da água”, sugeriu a um interlocutor.

A união... Menos propen-sa a encampar a defesa da cassação de Dilma Rousseff pela Justiça Eleitoral, a ala alckmista do PSDB passou a dizer que o senador Aécio Ne-ves (MG) se excedeu no dis-curso da convenção do partido, no último domingo.

... faz a força Com os desdo-bramentos da fala de Aécio, em que professou que os tucanos seriam governo “em breve”, de-fensores de Alckmin dizem que o mineiro deu margem para que o PT tentasse colar no partido a pecha de “golpista”.

Deixa ela Um senador da oposição ironiza a possibili-dade de que o clima contra Dilma esfrie durante o recesso parlamentar. “Contamos com o próprio governo para evitar o arrefecimento. Eles produzem pautas negativas por conta própria, todos os dias.”

Sempre alerta Dirigentes do PT em São Paulo pretendem desdobrar o ato em defesa do governo, na terça, em reuniões periódicas. Veem a necessidade de uma “mobilização perma-nente” para mostrar respaldo ao governo.

Bicudo Fernando Haddad incluiu mais um ponto no rol

de reclamações ao governo Dilma. A nova queixa é sobre a demora para a assinatura do termo de cooperação com a União para transferir a Cea-gesp de lugar, fi rmado no fi m de junho --três meses depois do esperado pela prefeitura.

Escaldado Celso Russoman-no, nome do PRB para disputar a Prefeitura de São Paulo no ano que vem, prepara uma vacina para um dos problemas que lhe custaram a ida ao segun-do turno na última disputa: a fragilidade de seu programa de governo.

Grife O deputado pretende procurar entidades de classe e organizações da sociedade civil para deixar a cargo delas a reda-ção de parte das propostas que apresentará à Justiça Eleitoral.

Ideia fi xa Com a condena-ção dos menores que partici-param de um estupro coletivo no Piauí, na sexta, o senador José Serra (PSDB-SP) voltará a conversar com os líderes do Senado para tentar colocar em votação seu projeto de reforma do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Amplitude “Dois dos facíno-ras têm menos de 16 anos”, diz o tucano, apontando que não

seriam enquadrados na redução da maioridade penal. O projeto do senador prevê internação de até dez anos para o menor que praticar crime hediondo.

Toalha de mesa Agentes da carceragem da PF em Curitiba, onde Marcelo Odebrecht está preso, acham curioso seu zelo excessivo com limpeza. Em to-das as refeições, o empresário coloca um guardanapo embaixo do prato.

Caçada Além dos vídeos que circulam na internet, os advoga-dos do ex-ministro Guido Man-tega entrevistaram pessoas e voltaram ao restaurante em que ele foi hostilizado para desco-brir a identidade do agressor.

Limites Mantega pedirá in-denização por danos morais. “A liberdade de expressão é garantida, mas se vence os li-mites, você responde por isso”, diz o advogado do petista, José Roberto Batochio.

Trem da alegria Na Rússia para formalizar o Brics Sindical, as centrais brasileiras acerta-ram com entidades chinesas uma visita ao país para tratar da vinda de mão de obra da China para o país, prevista no acordo fi rmado pelo governo em maio.

Vidas secas

Contraponto

Depois dos atropelos na votação da reforma política na Câmara, o assunto passou a ser discutido com mais calma no Senado.

Escolhido para relatar o texto que será votado em plenário, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) prometeu acatar todas as propostas que tiverem apoio dos colegas na comissão especial.

--Sou um escravo da maioria e da democracia! --disse, na sessão da última terça-feira.A declaração motivou uma resposta bem-humorada de Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN).--Não exageremos, senador! Não exageremos!

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Discurso acaciano

Tiroteio

DO MINISTRO HENRIQUE EDUARDO ALVES (TURISMO), sobre a defesa feita por peemedebistas de que o vice-presidente abandonasse a articulação do Planalto

Michel Temer continuará na articulação política. Só quem não o conhece pode pensar que ele deixará o barco nesse mar bravio.

Nesta semana, a Assembleia Legislativa concedeu o título de cidadão do Amazonas a Egydio Schwade, indigenista e apicultor, pesquisador do genocídio do povo Waimiri-Atroari, cofundador do Conselho Indigenista Missioná-rio, coordenador do Comitê da Verdade no Amazonas, fundador da Casa da Cultura Urubuí, em Presidente Figueiredo. Tudo isto está escrito num convite para o evento. Nele também se lê que o homenageado tem oitenta anos e destes, cinquenta e dois dedi-cados à causa indígena, sendo que destes trinta e cinco foram vividos no Amazonas. O título, portanto, é mais que merecido.

Tive o prazer de conhecer pes-soalmente o novo cidadão do Amazonas na minha primeira visi-ta à paróquia dos Santos Mártires e Nossa Senhora Aparecida na cidade de Presidente Figueiredo. Participava da Eucaristia cele-brada com a comunidade cató-lica daquela cidade. No outro dia, visitei sua casa e ganhei de presente uma garrafa de mel. E isto mostra mais facetas de sua personalidade, homem de fé, de igreja, amante da natu-reza e da vida simples, além de pai de família e esposo. Há pouco tempo perdeu a esposa e companheira de luta.

Conhecia o missionário Egydio de ouvir falar e de lei-turas, desde quando cheguei a Amazônia, no final dos anos setenta, e ouvi relatos da sua passagem pelos seringais e aldeias do rio Envira.

A igreja e o Brasil começavam a tomar conhecimento da existên-cia e da resistência de povos que haviam resistido e sobrevivido a séculos de violência e destruição. Missionários e missionárias do Conselho Indigenista Missionário

e da Operação Anchieta foram em grande número viver nas aldeias, aprender as línguas nativas e lutar junto com os índios pela de-marcação das terras ancestrais, o que possibilitaria a sobrevi-vência destes povos, marcados para morrer ou se integrar na sociedade nacional.

Na igreja, o incentivo para esta imersão e solidariedade vinha da renovação trazida pelo Concilio Vaticano II e pelo documento de Medelín que na opção pelos pobres atualizava e concretizava na América Latina a verdadeira revolução conciliar. Egydio faz parte de um grupo que viveu de forma heroica este movimento histórico. Viu gente morrer por ter optado pela causa indígena, sofreu na vida pessoal as con-sequências de suas convicções vividas concretamente.

Aquilo que parecia sonho, hoje é realidade. A semente se tornou árvore. Os indígenas continuam ameaçados e humilhados, seus direitos constitucionais sempre correndo riscos de desapare-cerem da ordem jurídica, mas é inegável a existência de um movimento indígena articulado no Brasil e as conquistas de lá para cá foram muitas.

Para mim e para muitos, Egydio é daquelas figuras que inspiram, desafiam, mostram caminhos, exigem coerência e conversão. Cidadão no sentido pleno é tam-bém homem de fé, coerente até o fim, exuberante como as grandes árvores amazônicas que depois de anos e anos conservam a vitalidade e a fertilidade. Num pais que assiste estarrecido a um verdadeiro assalto as institui-ções democráticas por parte de oportunistas é bom saber que há homens assim. Obrigado, Egydio, por ser quem é.

Dom Sérgio Eduardo [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Dom Sérgio Edu-ardo Castriani

Arcebispo Metropolitano de

Manaus

Aquilo que parecia sonho, hoje é realidade. A semente se tornou árvore. Os indígenas continuam ameaçados e humilhados, seus direitos constitucio-nais sempre correndo riscos de de-saparecerem da ordem jurídica, mas é inegável a existência de um movimen-to indígena articulado no Brasil”

Egydio Schwade

Olho da [email protected]

Tijolo não é pássaro nem avião, que fi ca pregado no céu sem vir ao chão. Mas essa compreensão não chega àqueles que vivem a defender certos saberes populares que nem chegam a ser saberes nem populares. Quem será capaz de entender o que se passou pela cabeça de quem arquitetou essa construção, mais pesada que o ar, à beira do abismo?

IONE MORENO

A gente que é atleta, que pensa um pouco diferente e que se compadece com o outro, é chamado de ‘esquerda caviar’, de ‘hipócrita’. Vou para o Pan-Americano repre-sentar meu país, não essas pessoas que batem palma

para Marco Feliciano, Jair Bolsonaro, Eduardo Cunha, Si-las Malafaia. [...] Menor infrator de família bem resolvida

e com grana não vai para a cadeia

Joanna Maranhão, nadadora, representante do Brasil nos jogos Pan-Americanos de Toronto, desabafou nas

redes sociais contra a aprovação da proposta da redução da maioridade penal pela Câmara dos Deputados.

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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MANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015 A5Política

Nós já tí-nhamos a prática de palestras nas escolas, mas agora estamos investindo muito nas crianças, pois elas são nossas gran-des aliadas. Porque elas fi scalizam os pais”

Há 2 anos à frente do Departamento Estadual de Trân-sito (Detran-AM), o

diretor-presidente do órgão, Leonel Feitoza, já passou por diversas críticas, implantou inúmeras campanhas, desmon-tou quadrilha que atuava den-tro do órgão e, recentemente, tem intensifi cado as blitze do Detran em toda a cidade.

Um dos pontos fortes da ges-tão, segundo ele, foi a implan-tação da Lei Seca. Acompanhe abaixo a entrevista exclusiva que Leonel Feitoza concedeu ao Amazonas EM TEMPO.

EM TEMPO - O senhor con-sidera o condutor manauense mal educado no trânsito?

Leonel Feitoza – Não, o mo-torista não é mal educado. As pessoas falam isso, mas ele não é mal-educado. Ele é impru-dente. Até porque quando esse motorista vai fazer o exame de direção, esse motorista já passou por uma autoescola, já fez o teste psicológico, clínico, a legislação, já teve as horas de direção. Infelizmente, ele é imprudente. Em qualquer aci-dente de trânsito existem três agentes envolvidos: ou o álcool, ou o excesso de velocidade ou a imprudência. E quando se junta mais de um, aí você tem as tragédias. Tipo o álcool com o excesso de velocidade, aí acaba em tragédia. Uns dos grandes motoristas imprudentes são os motociclistas. Estamos lutando para mudar essa realidade. Em dez acidentes, sete são com motocicletas.

EM TEMPO - As campa-nhas de redução de aciden-tes são permanentes ou em períodos específi cos?

LF - Nós fazemos das duas formas, por exemplo: por perí-odo temos o “Maio Amarelo”, que é capitaneada pela Or-ganização das Nações Unidas (ONU), que, preocupada com o número de acidentes no trânsi-to no mundo, no qual, segundo a instituição, mais de 2 milhões de pessoas foram vítimas fatais no trânsito em 2014, então mata mais que qualquer guer-ra e qualquer epidemia. Então, a ONU criou uma década de ações, o “Maio Amarelo”, por-que o amarelo é atenção. Essa campanha é específi ca, em um período, como também temos a campanha no mês de maio,

a “Mecânica de Salta Alto”, voltada para as mulheres. No entanto, nós temos campanhas o ano todo. Fazemos palestras nas escolas, no comércio e in-dústria. Assim como as campa-nhas de ruas e nos municípios. Um dos exemplos foi agora com o festival (Parintins), fi zemos uma campanha muito boa em Parintins sobre a importância do uso de capacete.

EM TEMPO - A campanha da Lei Seca parece ser a “me-nina dos olhos” do Detran-AM. Como o senhor avalia esses 2 anos do projeto?

LF - Todo mundo apoia a Lei Seca, porque conseguimos fazer com que as pessoas en-tendessem que a Lei Seca é do bem, que ela salva vidas. Para você ter uma ideia, mesmo sem os radares na cidade e o nosso trabalho de lei seca e outras ações, em parceria com o Manaustrans, nós consegui-mos diminuir de maneira muito grande o número de acidentes na cidade. Com isso, notamos que a população está começan-do a se conscientizar sobre os perigos do não cumprimento da legislação de trânsito.

EM TEMPO – E as blitze na cidade, têm surtido efeito?

LF - Nós nos preocupamos bastante com os jovens, pois está comprovado que o Brasil é o campeão mundial em mortes no trânsito dos jovens do Brasil entre 18 aos 30 anos. Então, nós estamos perdendo nossos jovens para a brutalidade do trânsito. Por isso, estamos re-alizando as blitze e as campa-nhas na cidade. No início do ano realizamos a campanha do álcool e direção: Se beber escolha viver, não dirija. Esse foi o slogan da campanha. A lei seca não impede ninguém de beber, mas se beber, não vá dirigir. Vá de ônibus, de táxi, eleja o motorista da vez. Nossas ações são em conjunto com a Prefeitura de Manaus porque hoje nosso grande problema são as lojas de conveniência, que vendem bebida alcoólica inclusive para menores de 18 anos, que é proibido e permite o consumo da bebida na loja de conveniência. Outro problema são os vendedores ambulantes que vendem bebida alcoólica em frente às casas de shows, de forró e aí, vendem de maneira desregrada para jovens. Então vemos muitas crianças de 15, 16 anos com o kit oferecido por esses vendedores. Um kit

vem com balde de plástico com gelo, uma garrafa de vodca e uma garrafa de energéti-co. Eles fi cam bebendo pela rua, depois pegam o carro, a motocicleta e vão dirigir. Por isso, estamos com essa parce-ria com a prefeitura para coibir essa prática, porque tudo isso, deságua no trânsito.

EM TEMPO - A população ajuda o Detran a combater as irregularidades no trânsito?

LF - Sim e muito. Nós criamos nosso WhatsApp, que está com dois meses e só nesse período já recebemos 50 mil denúncias de irregularidades no trânsito. As pessoas mandam para a gente. Fizemos uma parceria com o Manaustrans e o que é de responsabilidade deles, nós mandamos para eles e vice ver-sa. A gente percebe que as pes-soas estão se conscientizando, a população não aceita mais as coisas erradas no trânsito. Então, a gente conta muito com a ajuda da população.

EM TEMPO - Qual é a maior difi culdade para coibir ilícitos no trânsito em Manaus?

LF - É conscientizar as pessoas. Essa tem sido nos-sa maior difi culdade. Porque no momento em que a gente mostra a estatística, fazemos campanha mostrando o perigo do álcool com a direção e os jovens continuam consumindo bebida alcoólica, é porque não se conscientizaram ainda. E fa-mílias fi cam enlutadas ou pelo excesso de velocidade, mas a grande maioria é pelo álcool que ainda é o grande vilão em acidentes de trânsito. Os jovens ainda não se conscientizaram desse perigo.

EM TEMPO - E o que o De-tran está fazendo para tentar conscientizar as pessoas?

LF - Nós já tínhamos a prática de palestras nas escolas, mas agora estamos investindo mui-to nas crianças, pois elas são nossas grandes aliadas. Porque elas fi scalizam os pais. Se o pai bebeu, elas já não o deixam di-rigir. Temos relatos de pais que nos contaram isso. Estamos investindo muito nas crianças e a partir delas, teremos pessoas mais conscientes sobre o perigo de dirigir após beber, de dirigir falando ao celular, dirigir sem cinto de segurança e tantas outras irregularidades.

EM TEMPO - O Detran é sempre alvo de críticas,

principalmente com relação à marcação dos exames de direção. Que medidas o órgão tem adotado para minimizar ou até resolver essa situação?

LF - É verdade! Ano passado nós fi zemos 125 mil exames de direção. Passaram nesse perí-odo pelo Detran mais de 1,6 milhão de pessoas, incluindo os PACs e shoppings. Só na sede foram mais de 1 milhão. Nós criamos o agendamento pela internet, no qual a pessoa é atendida no dia e horário que agendou. Agora nosso grande problema é que nós fazemos em torno de 10 mil exames por mês, só que mais de 60% são reprovados, aí acontece que no mês seguinte, temos mais dez mil novos exames e mais os 60% que foram reprovados, aí vai gerando essa bola de neve. Para tentar minimizar essa de-mora, temos hoje três locais de exame: no Santa Etelvina, onde todos os dias são realizados os exames, pela manhã e à tarde; no São Francisco, fazemos mu-tirões com 200 exames a mais, e na sede só para motocicle-tas. Um dos grandes proble-mas é que temos os faltosos que não comunicam que não irão fazer o exame.

EM TEMPO - Por que esse número tão alto de repro-vações?

LF - O aceitável é de 25 a 30% em reprovação. Nós levamos em conta a essas reprovações, que qualquer pessoa quando vai ser avaliada ela fi ca nervosa, aí nós trabalhamos no Detran com muito rigor, porque a pessoa que sai dali vai dirigir pelas ruas da cidade. Temos também a reclamação de que as aulas não estão sendo dadas de ma-neira correta pelas autoescolas, por isso criamos uma comissão para fi scalizar a aplicação das aulas, principalmente as aulas práticas. Também estamos em processo de licitação para o nosso parque de exames, onde, no Santa Etelvina, os carros serão monitorados por câmera e áudio, aí o examinador não entra mais no carro com o alu-no, ele acompanhará o exame por imagens no tablet e tam-bém teremos uma central de monitoramento. Acreditamos que isso também irá facilitar, pois sabemos que a presença do examinador inibe o aluno e também estaremos eliminando a questão da fraude. Esse pro-jeto deve estar funcionando no máximo em 120 dias.

Leonel FEITOZA

ele é imprudente’

Não, o motorista não é mal-educado. (...) Ele é imprudente. Até porque quando esse motorista vai fazer o exame de direção, já passou por uma autoescola, fez teste psicológico, clínico, legis-lação, já teve as horas de direção. Infelizmente, ele é imprudente”

MOARA CABRAL

FOTOS: RICARDO OLIVEIRA

Nós nos preocupa-mos bas-tante com os jovens, pois está comprovado que o Brasil é o campeão mundial em mortes no trânsito dos jovens de 18 aos 30 anos”

‘O motorista não é

mal-educado,

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A6 Política MANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015

Dilma diz estar nas mãos de Cunha. Está mesmo.

Enrolada nas pedaladas fi scais, Dilma Rousseff re-clama com aliados que está nas mãos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Ela tem razão em se preocu-par. Cunha vive às turras com o PT, que o hostiliza, e será ele quem analisará a admissibilidade de eventual pedido de impeachment. E quem o conhece sabe que se ele colocar o caso em votação, no plenário, difi cil-mente Dilma escapará. É o que a apavora.

GovernabilidadeNa admissibilidade, Edu-

ardo Cunha pode levar em conta provas de corrupção ou condições efetivas de Dilma continuar governan-do o País.

Tá feia a coisaPolíticos de proa como o

senador Romero Jucá (PMDB-RR) temem que o pretexto para impeachment pode ser a falta de governabilidade.

Três motivosHá três ameaças contra

Dilma: a rejeição das con-tas no TCU, denúncia por crime fi nanceiro e dinheiro roubado da Petrobras em sua campanha

Voto abertoComo a votação de cassação

de mandato é aberta, os depu-tados da aliados consideram que seria impossível apoiar Dilma ao vivo, pela TV.

Cuba já levou R$ 4,3 bi-lhões pelo Mais Médicos

A Organização Pan-Ame-ricana de Saúde (Opas) já recebeu, por meio do Mais Médicos, mais de R$ 4,3 bilhões do governo federal. Alvo de graves denúncias de uso do programa como fachada para fi nanciar a di-tadura cubana, a Opas re-

passava aos médicos apenas 10% dos R$ 11 mil pagos por cada profi ssional, levan-do quase cinquenta cubanos a desertarem e fugirem do Brasil para não correrem ris-co de deportação.

EscândaloVídeo da TV Band mostrou

negociações entre represen-tantes do Ministério da Saú-de e da Opas discutindo como acobertar o esquema.

Melhorou, mas...Depois das denúncias,

a Opas começou a pa-gar R$ 3 mil aos médicos cubanos, quatro vezes me-nos do que recebem os de outros países.

No hay criseA Opas já levou mais de R$

1 bilhão em 2015, demons-trando que o acordo com os irmãos Castro não sofre com o arrocho do governo.

Cerco sobre TemerO PMDB se reuniu na noite

de sexta (10), no Rio, sob a desculpa de discutir com o prefeito Eduardo Paes “os próximos passos” do partido. Na verdade peemedebistas tentaram convencer o vice Michel Temer a deixar a ar-ticulação política do governo, para afundar Dilma de vez.

Data marcadaDeputados aliados ao go-

verno andam tão pessimistas quanto Dilma, em relação ao tempo que lhes resta de go-verno. No ritmo atual, eles acham que Dilma não vai “emplacar” nenhum candida-to em 2016.

O Brasil encolheuAo descontar a infl ação,

o PIB de R$ 5,5 trilhões em 2014 equivale a menos que os R$ 4,3 trilhões re-gistrados em 2011, quan-do Dilma assumiu a Presi-dência, mesmo com a nova

metodologia de cálculo.

Era uma festaEm Paris, certa vez, o ator

Omar Sharif, falecido sexta-feira (10), fez parte do grupo de “brazucas” que agitava a boate Regine’s, de Regine Choukrum. Ela, depois, che-gou até a abrir fi lial no Rio de Janeiro.

Dedetização no PlanaltoO Planalto abriu licitação

de R$ 86,6 mil para dar cabo a insetos e outros bichos que circulam no palácios ofi -ciais. Mais da metade, R$ 51,1 mil, é para dedetiza-ção dos locais de trabalho e moradia de Dilma.

Com medo do contágioCom a popularidade em

um dígito (9% no Ibope mais recente), a presidente Dilma já percebe uma crescente fuga de apoio no Congresso. Poucos ainda topam se as-sociar à imagem dela.

SolitáriosNo PMDB, principal alia-

do do governo Dilma, só há dois “caciques” que ainda defendem a presidente Dil-ma: o vice-presidente Michel Temer, articulador-geral, e o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE).

Sapato velhoNem os petistas apostam

no governo Dilma. Questio-nada se achava o governo bom, a deputada Érika Kokay (DF) insistiu na cantilena de que faltam reformas política e econômica. Justamente as que o PT não fez.

ContrabandoO Movimento em Defe-

sa do Mercado Legal Bra-sileiro lança nesta segun-da (13) campanha contra o contrabando. Brasília será inundada por faixas, cartazes e outdoors.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

O mentiroso ofi cial

www.claudiohumberto.com.br

Não estou aqui nem para proteger, nem para perseguir”

RELATOR DA CPI DA PETROBRAS, Luiz Sérgio (PT), defendendo a fala do ministro da Justiça

Pedro Rattes era prefeito de Manaca-puru (AM) quando encontrou Arquimedes, mentiroso oficial da cidade, e resolveu jogar conversa fora:

- Conta uma mentira aí, Arquimedes...- Posso não, seu Pedro – esquivou-se – Hoje

eu estou triste, vou ao enterro do seu Arnaldo, dono da mercearia.

Rattes ficou envergonhado, pediu desculpas. Mas não demorou descobrir que o comerciante estava vivo e saudável. Pediu explicações a Arquimedes:

- Mas, que sacanagem, você disse que seu Arnaldo havia morrido...- Ué, o senhor não pediu para eu contar uma mentira?

DIVULGAÇÃO

Estatuto da Criança e do Adolescente se tornou importante ferramenta na proteção dos menores

Estatuto da Criança e do Adolescente comemora nesta segunda-feira 25 anos de criação e traz refl exão sobre lei

Mais de 500 propostas na Câmara tentam mudar ECA

Brasília (Agência Câ-mara) - O Estatuto da Criança e do Ado-lescente (ECA – Lei

8.069/90) completa 25 anos amanhã. Embora seja conside-rada uma legislação avançada e exemplar para outros países, especialistas da área apontam que o texto precisa ser efetiva-mente aplicado para garantir uma transformação real na vida de meninos e meninas do país. Muitos aspectos da lei ainda não saíram do papel.

Nesses 25 anos, cerca de 20 leis entraram em vigor mo-difi cando o Estatuto. Ainda estão em análise na Câmara dos Deputados mais de 500 propostas para alterar o ECA, mais de 50 delas com o in-tuito de endurecer a punição aos adolescentes infratores. Um desses projetos de lei é o 5.454/13, da ex-deputada Andreia Zito, que amplia de 3 para 8 anos o tempo máximo de internação em unidades

socioeducativas para o me-nor de 18 anos que cometer atos infracionais equiparados a crimes hediondos.

Para o conselheiro tutelar Iran Magalhães, essa é uma mudança necessária no ECA. “Quando um adolescente pra-tica ato equivalente a crime hediondo, tem que se pensar em tempo maior de interna-ção”, diz. “Porém, com bas-tante ressalva pois não é a internação pela internação, é a internação no sentido de você tentar socializar esse cidadão para a sociedade”, completa.

Já Fábio José Bueno, pro-motor de Justiça da Infância e da Juventude de São Paulo, acredita que aumentar o pe-ríodo de internação não vai mudar o quadro de violência praticada por jovens, porque o juiz vai poder rever esse tem-po. “O juiz tem uma margem de liberdade muito grande no ECA, e essa margem, sinto em dizer, não está sendo bem

exercida”, afi rma. Em audiên-cia na Comissão de Cultura da Câmara no dia 17 de junho, ele defendeu a redução da maioridade penal.

AvançosO objetivo do ECA é a

proteção de crianças e ado-lescentes, garantindo a eles o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profi ssionalização, à cultura, à dignidade, ao respei-to, à liberdade, e à convivência familiar e comunitária.

Relatora na Câmara da pro-posta que originou a lei, a ex-deputada Rita Camata crê que o estatuto é uma nor-ma completa, que protege a criança desde a gestação. “O estatuto garantiu o pré-natal da mãe, que não existia por lei; as campanhas de vacinação; o teste do pezinho; a garan-tia legal de que crianças e adolescentes devem vivem em ambiente familiar”, enumera.

A presidente do Conselho Nacional de Juventude, Ân-gela Guimarães, destaca que o ECA promoveu uma série de mudanças culturais, como a forma de ver o trabalho infantil. “Uma concepção co-mum anterior ao ECA era de que ‘cabeça vazia, ofi cina do diabo’. A criança e o adoles-cente tinham de estar ne-cessariamente trabalhando. O ECA normatizou que, até os 16 anos, eles não podem trabalhar, salvo em condição

de aprendizagem, a partir dos 14 anos”, salienta.

Outro hábito que também foi mudado, conforme Ânge-la, é o da violência como instrumento mediador da educação familiar. “Era mui-to comum palmada, castigos físicos, violência excessiva, e hoje a gente tem o ECA e outras normas mais recentes, como a Lei Menino Bernardo (13.010/14), que coíbem isso”, ressalta. Ex-ministra da Se-cretaria de Direitos Humanos,

a deputada Maria do Rosário (PT-RS) é outra a destacar que foram muitas as conquistas obtidas. “A gente pode come-morar a redução do trabalho infantil, a universalização das crianças na educação fun-damental, a diminuição da mortalidade infantil”. Porém, diz, as mudanças ocorrem de forma mais lenta porque a sociedade e o Congres-so estão mais preocupados em mudar o estatuto do que em tirá-lo do papel.

Mudanças culturais, diz ativista

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Page 7: EM TEMPO - 12 de julho de 2015

MANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015 A7Política

TRE planeja cadastrar um milhão em seis mesesRecadastramento biométrico está ocorrendo em Manaus desde 2014. Meta do tribunal é alcançar todos os eleitores da capital

O Tribunal Regional Eleitoral do Ama-zonas (TRE-AM) estipulou uma meta

ousada para encerrar o re-cadastramento biométrico dos eleitores de Manaus: em janeiro do próximo ano, dois meses antes do que o prazo dado pelo Tribunal Su-perior Eleitoral (TSE) à to-das as cidades onde estão ocorrendo o cadastro.

Mas a meta, além de ousada, também conta com a sorte. É que a capital amazonense possui 1.257.791 mil eleitores aptos a votar e, conforme es-tatística do TRE apenas cerca de 160 mil já realizaram o procedimento. Ou seja, quase um milhão de eleitores ainda precisam se recadastrar den-tro de seis meses.

Para correr com o prazo e cobrir toda a cidade de Ma-naus com o voto biométrico para as eleições de 2016, a presidente do tribunal, desem-bargadora Socorro Guedes, tomou a iniciativa de fechar parcerias com o governo do Estado, empresas privadas e até mesmo com o Poder Legis-

lativo municipal, num esforço conjunto para alcançar a meta e ampliar o atendimento à população com a instalação de postos descentralizados para a captura das digitais.

“O desafio da nossa gestão é fazer a biometria de toda Ma-naus. A biometria é uma meta do TSE para o Brasil inteiro, mas envolve recursos, capaci-tação. O Tribunal Superior per-cebeu que motivar a biometria para todas as regionais iria requerer muito recurso e o novo ministro, Dias Toffoli, disse que ocorreria de forma ordinária, à medida que o eleitor buscasse o cartório eleitoral”, explicou Socorro Guedes.

Até o final do ano, a de-sembargadora adiantou que serão instalados 11 postos de atendimento fora da sede do tribunal. Desse total, seis já estão em funcionamento. Socorro aposta numa média de atendimento diário em torno de dez mil eleitores e 130 mil por mês após a aber-tura de dois postos-âncoras: no Clube do Trabalhador, no Coroado, Zona Leste e, na Arena da Amazônia, na ave-nida Constantino Nery, Zona Centro-Oeste. Ambos terão 40

guichês cada um.Hoje os locais em funciona-

mento são: sede do TRE no Aleixo, Zona Sul; a Agência Amazonense de Desenvolvi-mento Econômico e Social (AADES), na rua Major Gabriel, Praça 14, Zona Sul; Centro de Convivência do Idoso da Aparecida, Zona Oeste; posto Itinerante no PAC do shopping Cidade do Leste, Zona Leste; PAC do Shopping Via Norte, Zona Norte. Estes dois últimos funcionam das 8h às 17h.

A presidente do tribunal lembra que a cidade de Ma-naus não estava no roteiro do TSE para o recadastramento biométrico, mas suas gestões junto ao presidente do órgão máximo da Justiça Eleitoral, ministro Dias Toffoli, surtiram efeito. “Ele não só liberou Ma-naus para o recadastro como também autorizou recursos financeiros para a ação, libe-rando os R$ 2,4 milhões de uma única vez”, disse.

Mesmo tendo recursos em caixa, frisou Socorro, o valor liberado seria insuficiente se não fossem as parcerias com outros órgãos para viabilizar o recadastramento digital. Ela revelou que o recurso repas-

sado pelo TSE equivale a R$ 1,99 por eleitor.

“O número de servidores que temos em todo o re-gional é de 400, o que não seria suficiente para atender a demanda. Então fizemos um convênio com a Agência Amazonense de Desenvolvi-mento Econômico e Social e tivemos a possibilidade de selecionar 350 estagiários que já estão trabalhando efetivamente”, ressaltou.

Uma das dificuldades encon-tradas pelo tribunal, segundo a presidente é que ainda existem pessoas que não tem acesso a internet e dessa forma não consegue fazer o agendamen-to para o cadastro. “Nesse caso, recomendamos que essa pessoa compareça a qualquer um dos nossos postos, onde teremos um servidor que dará todas as informações e fará o agendamento desse elei-tor. Provavelmente não po-derá fazer naquele momento a biometria, mas terá o agen-damento”, orientou. Socorro ressaltou que aquele eleitor que não fizer o recadastra-mento biométrico não poderá votar nas eleições de 2016 e terá o título cancelado.

MOARA CABRAL

Com relação aos municí-pios do interior, apenas os três municípios da Região Metropolitana de Manaus (RMM), Careiro Castanho, Silves e Autazes ainda po-dem ter o cadastro con-cluído. Os demais muni-cípios terão o cadastro de forma gradativa.

“Se tivermos tempo ne-cessário, gostaríamos de fechar as três zonas da região metropolitana. Já es-tamos conversando com os juízes desses cartórios para

começarmos a biometria e não apenas começar, mas concluir”, ressaltou.

A desembargadora acres-centou que a biometria vai facilitar, quando se pensa em eleições municipais, uma vez que a principal reclama-ção é o transporte de elei-tores. “Com a biometria temos a possibilidade de acabar com a história de que um eleitor é de uma cidade e vai votar em ou-tro. Com a biometria vai acabar isso”, justificou.

Biometria gradativa no interior

Presidente do TRE fala sobre o recadastro biométrico

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Recadastramento biométrico para tornar apto o voto digital em Manaus tem prazo para acabar em janeiro de 2016, dois meses antes do estipulado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

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Page 8: EM TEMPO - 12 de julho de 2015

A8 Política MANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015

Estado libera R$ 3 mi para afetados pela cheia dos riosDefesa Civil estadual contabiliza 43 municípios que estão em estado de emergência, o que totaliza mais de 460 mil pessoas

O governo do Estado repassou mais de R$ 3 milhões a 43 prefeituras do inte-

rior que estão em situação de emergência por conta da en-chente dos rios. A informação é da Defesa Civil estadual e os recursos vêm como auxí-lio para a população afetada com a cheia.

De acordo com a Defesa Civil, mais de 460 mil pessoas encontram-se neste cenário, o que totaliza cerca de 92 mil famílias. Para atender as necessidades deste perí-odo, os prefeitos lançam-se de decretos de emergência e de calamidade pública o que os autoriza a contratar serviços ou adquirir produ-tos sem o processo licitatório num período determinado e em caráter emergencial.

Numa rápida pesquisa nas edições do Diário Oficial dos Municípios (DOM) dos últi-mos dois meses, a reporta-gem constatou a compra de combustíveis e madeiras, sob a dispensa de licitação em prefeituras de Tefé e Careiro da Várzea.

A Prefeitura de Tefé (a 522 quilômetros de Manaus) fez

dispensa de pelos menos duas licitações para con-tratação de empresa que fornecesse combustível. A empresa beneficiada por duas vezes consecutivas, Naverio Navegação do Rio Amazona LTDA, recebeu valores que ultrapassam R$ 235 mil, destinados apenas para fornecimento de combustível.

Por telefone, uma funcioná-ria da Prefeitura de Tefé, que se identificou apenas como “Cristiane”, irritada por ser questionada sobre quem po-deria dar informações a res-peito do recurso investido nas compras, usou de palavras de baixo calão com a reportagem e desligou o telefone sem dar mais informações.

O EM TEMPO tentou falar com o prefeito do município, Jucimar Veloso, (PMDB), por meio de ligações telefônicas, sem sucesso.

A Prefeitura de Careiro da Várzea (a 20 quilômetros de Manaus) adquiriu, sem licita-ção, madeiras para a constru-ção de pontes e passarelas, ao valor de R$ 780 mil para atender a população afetada pela cheia.

Por telefone, o coordena-dor de licitação do município, Cristiano Inácio, informou que o valor se trata de uma licita-ção de registro de preço, que o total é fornecido para atender as possíveis necessidades da coordenadoria Municipal de Defesa Civil do Careio da Vár-zea e que não compromete o orçamento municipal.

“Esse valor é estipulado e usado conforme as neces-sidades da Defesa Civil do município, não é gasto o total. É feito um levantamento e re-passamos conforme o recur-so entra, seja do município, seja da ajuda do governo”, afirma Inácio.

No entanto, o coordenador de licitação não soube expli-car em que será destinado o restante do recurso que foi estipulado no DOM.

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Cheia dos rios no interior do Amazonas deixa milhares de pessoas desabrigadas neste período

AJUDAA situação de emergên-cia dos municípios atin-gidos pela cheia deve variar de 90 a 180 dias. O governo enviou ajuda humanitária para esses municípios, como 847 toneladas de alimentos não perecíveis

HENDERSON MARTINS

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[email protected], DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015 (92) 3090-1045Economia B3

Serviços de dados superam os de voz

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Crise favorece a compra de carros novos

Segundo especialistas, mercado está propício para quem quer realizar o sonho de ter “carro próprio” mais em conta

O momento está pro-pício para quem quer realizar o sonho do “carro

próprio” novo em Manaus. Diante do cenário de queda nas vendas do setor automo-bilístico, as concessionários estão dispostas a negociar com preços mais acessíveis para os clientes.

O consultor de compra de automóveis Otávio Rhein-gantz Gomes dá dicas de

como o consumidor pode se aproveitar da situação.

“A queda das ven-das aconteceu porque o mercado saturou muita gente que não tinha condição de ter

carro e comprou. Agora, dei-xaram de comprar por serem inadimplentes. A indústria cresceu demais, produziu muito. A crise também atra-palha”, alerta Gomes.

Mas, para o consultor, a crise não representa im-pedimento para comprar o carro novo. “Se o consumidor tem condição e não vai mu-dar seu padrão de vida, ou seja, se privar de algo para andar de carro e não afe-tando seu orçamento, deve comprar sim”, opina.

ProduçãoA produção de veículos au-

tomotores no país caiu 14,8% em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo a Associação Nacio-

nal dos Fabricantes de Veícu-los Automotores (Anfavea).

Em junho de 2015, foram produzidas 184.015 unida-des, contra as 215.934 de junho de 2014. Em relação a maio, quando a produção so-mou 210.386 unidades, houve queda de 12,5%. No acumu-lado do primeiro semestre, foram produzidos 1.276.638 veículos, 18,5% a menos do que o total do mesmo período em 2014. (1.566.049).

O licenciamento registrou em junho leve queda de 0,1%, com a venda de 212.524 uni-dades. Em maio, foram vendi-das 212.696. Na comparação com junho do ano passado, quando foram comercializa-dos 263.564 veículos, houve redução de 19,4%.

O presidente da Anfavea, Luiz Moan, destaca que, para as pessoas físicas, as vendas à vista no mês de ju-nho representaram 40,4% no total. Em junho do ano passado, esse percentual estava em 38,1%.

O nível de inadimplên-cia (atrasos de pagamento acima de 90 dias) chegou a 3,9% tanto para os ve-ículos novos quanto para os usados). Há um ano, era 4,99%. “Em junho, houve um dia a mais de vendas, mas, de qualquer maneira, o número é estável (em relação a maio). No acu-mulado permanece a que-da, mas os produtos que a Anfavea representa e que são considerados bens de capital é que têm refl etido o baixo índice de confi ança dos consumidores. O nosso trabalho é buscar esse nível de confi ança do investidor”, disse o presidente.

Segundo ele, um ponto

que continua positivo é a área de consórcio, com 72 mil novas cotas em junho, o que representa aumen-to de 6,7% com relação ao mesmo período do ano

passado. “Por isso, conside-ramos esse um instrumento extremamente importante entre os mecanismos de fi -nanciamento disponíveis”, destacou Moan.

Crescem as vendas à vista

As exportações de veículos chegaram a 48.068 unidades em junho, alta de 96,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando fo-ram comercializadas 24.425 unidades.

Em relação a maio, foi registrado aumento de 17,9% e, no acumulado do ano, de 16,6%. “Te-mos conseguido cole-cionar dados positivos”, afi rma o presidente da Anfavea, Luiz Moan.

Em valores, as expor-tações registraram que-da de 19,7% em relação a maio e elevação de 20,1% na comparação com o mês de junho do ano passado. “A queda nos valores foi provoca-da por uma alteração no mix de produtos exporta-dos”, explica Moan.

Exportacões estão em alta

Concessionárias locais estão dispostas a comercializar automóveis a preços mais baratos

IONE MORENO

FRED SANTANA

“Se o consumidor tem condição e não mudar o padrão de vida nem se privar

para andar de carro e não afetar orça-

mento, deve comprar

Otávio Gomes, consultor de vendas

Crise favorece a compra de carros novos

Segundo especialistas, mercado está propício para quem quer realizar o sonho de ter “carro próprio” mais em conta

O momento está pro-pício para quem quer realizar o sonho do “carro

próprio” novo em Manaus. Diante do cenário de queda nas vendas do setor automo-bilístico, as concessionários estão dispostas a negociar com preços mais acessíveis para os clientes.

O consultor de compra de automóveis Otávio Rhein-gantz Gomes dá dicas de

como o consumidor pode se aproveitar da situação.

“A queda das ven-das aconteceu porque o mercado saturou muita gente que não tinha condição de ter

O presidente da Anfavea, Luiz Moan, destaca que, para as pessoas físicas, as vendas à vista no mês de ju-nho representaram 40,4% no total. Em junho do ano passado, esse percentual estava em 38,1%.

O nível de inadimplên-cia (atrasos de pagamento acima de 90 dias) chegou a 3,9% tanto para os ve-ículos novos quanto para os usados). Há um ano, era 4,99%. “Em junho, houve um dia a mais de vendas, mas, de qualquer maneira, o número é estável (em relação a maio). No acu-mulado permanece a que-da, mas os produtos que a Anfavea representa e que são considerados bens de capital é que têm refl etido o baixo índice de confi ança dos consumidores. O nosso trabalho é buscar esse nível de confi ança do investidor”, disse o presidente.

Segundo ele, um ponto

Crescem as vendas à vista

Concessionárias locais estão dispostas a comercializar automóveis a preços mais baratos

FRED SANTANA

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015

Aos 75, salário mínimo é incapaz de pagar o básicoEnquanto o BC aponta que o mínimo atingiu o maior poder de compra, manauenses dizem que ele não cobre despesas básicas

O salário mínimo com-pletou 75 anos de vigência no Brasil no último dia 8 de

julho, e no início deste ano, segundo levantamento feito pelo Banco Central (BC), ele atingiu o maior poder de com-pra desde agosto de 1995. Mesmo chegando a essa mar-ca, a população manauense reclama do valor do salário, que desde o dia 1 de janeiro de 2015 está em R$ 788, e da sua incapacidade de cobrir com tranquilidade as despe-sas básicas da família.

De acordo com o industri-ário Nelson Santarém Junior, 28, o salário mínimo ao lon-go tempo obteve alta, mas, em compensação, os gas-tos com produtos básicos de consumo, como alimentação e roupas, estão cada vez mais caros. “O salário au-mentou, mas foi pouco, em comparação com os produ-tos básicos, que estão mais caros. Hoje em dia com o salário mínimo é impossível vestir, calçar e comer. Tudo aumentou”, avalia.

O industriário Marivaldo Gonçalves Leite, 37, aponta que é necessário ter um ganho

extra além do salário mínimo. Para sustenar a família, ele conta que faz trabalhos avulsos para somar aos R$ 788 men-sais. “Tenho que ter algo a mais, uma renda por fora, pois só com o salário mínimo não dá para manter minha família. Tenho que sustentar quatro pessoas dentro de casa. Tudo aumenta; a luz nesses últimos tempos

está vindo um absurdo. Aí não tem condições. Faço bicos, ou sempre tento ter outra forma de renda”, relata.

A funcionária do setor ali-mentício Maria Ribeiro, 42, afirma que, diante de um salário incapaz de suprir as necessidades, ela prioriza do que será possível pagar no mês. “Como o salário mínimo é pouco, nós aqui de casa de-

cidimos quais as contas serão pagas primeiro”, ressalta.

AumentosAo longo dos 75 anos de

vigência no Brasil, o salário mínimo teve altos e baixos, mas, desde 2005, voltou a receber aumentos reais. Ele recuperou o seu valor de com-pra para ser reconhecido como um dos fatores determinantes para o aumento da renda e da qualidade de vida da popula-ção pobre no país. “A data, além de ter grande significado histórico, é uma oportunidade para reafirmar a importância do salário mínimo aos traba-lhadores brasileiros”, destaca o ministro do Trabalho e Em-prego, Manoel Dias.

Atualmente, a relevância so-cial dessa medida se expressa na sua abrangência como re-muneração básica de quase 46,7 milhões de brasileiros, se-gundo dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (Dieese). “São empregados domésticos e rurais, beneficiários do INSS e de programas sociais, jovens no primeiro emprego, homens e mulheres que, certamente, podem comemorar o aumento real de 76,5% verificado nos últimos 11 anos”, enfatiza.

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A partir de 1º de janeiro de 2015, o salário mínimo passou de R$ 724 para R$ 788. De acordo com Dieese, considerando a série histó-rica e a inflação do perío-do, é o maior reajuste real desde 1983 e representará um incremento de renda na economia de R$ 38,4 bilhões ao final deste ano.

Nesse rumo, o aumento na arrecadação tributária brasileira sobre o consumo, até o mês de dezembro, deve chegar a R$ 20,7 bi-lhões. “Mesmo diante do quadro econômico atual, são boas notícias, que me-recem ser mostradas nesta data”, afirma o ministro.

Em janeiro deste ano,

estudo do Dieese revelou que o salário mínimo de R$ 788 tinha o poder de compra equivalente a 2,22 cestas básicas (R$ 355). “É a maior média anual registrada desde o ano de 1979 e resume bem as con-quistas dos trabalhadores brasileiros nos últimos 12 anos”, explica Dias.

O maior valor real desde 1983

Cidadãos manauenses falam em rendas extras e priorização para conseguir sustentar a família

CAMPANHAO passado mostra que nem sempre o poder aquisitivo do salário mínimo foi garantido, tampouco ampliado, o que motivou, em 2004, as Centrais Sindicais a lançarem a campanha pela valorização

ASAFE AUGUSTO

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Page 11: EM TEMPO - 12 de julho de 2015

B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015

A voz que perde mercado para o consumo de dadosOperadoras de telefonia móvel mudam conceitos à medida que serviços mobile crescem com a expansão de smartphones

Estimativas de mercado mobile

apontam que até 2020, mais de 50 bilhões de dispo-

sitivos estarão conectados numa

média de seis por pessoa

EMERSON QUARESMA

Dentro de uma visão técnica de que na rede os dados pesam mais que a voz, para alcançar a qualidade prometida, a TIM planeja investimento de R$ 14 bilhões no país até 2017. Desse recurso a operadora não informou quanto seria destinado para o Amazonas. Afi rmou, no entanto, em nota, que os seus planos de inves-timentos são dimensionados para suportar a crescente de-manda de voz e dados.

A operadora disse que tem um investimento contínuo na expansão e no fortalecimen-to da sua rede no Amazonas. De 2012 até hoje, a opera-dora ampliou a capacidade de transmissão em um inves-timento de mais de R$200 milhões com o projeto LT Amazonas. E em 2014, a TIM implantou a tecnologia

4G em mais de 80% da área urbana de Manaus.

Líder no mercado, a Vivo que é líder em participação de mercado no Amazonas, com mais de 2,6 milhões de clientes em sua base (62,61%), a empresas in-forma que, em 2014, foram investidos mais de R$ 80 milhões, somente no Estado e que os investimentos em 2015 devem fi car próximo do realizado no ano passado.

No Estado, a base da Vivo de clientes no segmen-to pós-pago é de 54,98%, no pré-pago é de 64,65%. Clientes com 3G são 63,33% da carta de clientes e 4G são 59,20%. Presente nos 62 municípios amazonenses, a Vivo afi rma que 26 deles são 3G. Em Manaus, a rede 4G já está ativa em 50 bairros.

Investimentos para dar contaEstimativas do mercado,

segundo Traldi, apontam que até 2020 aproximada-mente 50 bilhões de dispo-sitivos estarão conectados, numa média de seis por pessoa. O executivo aponta que a TIM já possui 32 apps com a sua própria marca e a quantidade de usuários impressiona para cada pro-duto mobile. No TIMmusic by Deezer (app de música) são mais de 35 milhões, no TIM Protect (app de seguro para aparelhos e informa-ções) são 5 milhões e no Blah (app de mensagens e conferências) mais de 2 milhões downloads.

Atualmente, a Telefônica Vivo já oferece 83 opções de Serviços de Valor Adi-cionado, o que, segundo a companhia, é o maior

portfólio do mercado, uma vez que mais de 40 milhões de clientes usam pelo me-nos um dos SVAs. Entre as opções contratadas pelos clientes estão: Plataforma de Educação, Vivo Som de Chamada, Vivo Música, Nuvem do Jornaleiro, Vivo Sync, e Vivo Sexualidade.

No primeiro trimestre de 2015, a receita de serviços de valor adicionado da Oi aumentou 104,3% quando comparada ao mesmo pe-ríodo do ano passado. A performance, conforme a empresa, se deve à oferta de serviços com foco em smartphones para o cliente como Oi Apps Club, Oi Se-gurança, Oi Conselheiros e Oi Para Aprender, além do aumento de canais de venda dos serviços.

Companhias apostam em apps

Nos últimos anos, se tornou comum a afi rmação de que o smartphone é um

parelho que “até liga”. A afi r-mação no mundo da telefonia móvel é explicada pelo cresci-mento da tendência mobile a partir de um maior consumo de dados em relação ao de voz, num tempo em que a cada dia são lançadas algumas cente-nas de aplicativos (apps), que nascem com objetivo facilitar a resolução de uma gama de necessidades dos usuários.

A mudança nos índices de consumo obriga as empresas do ramo a modifi carem os seus conceitos na busca por novas receitas para conquis-tar clientes, bem como novas estratégias pela efi ciência na venda de dados. A pauta foi discutida durante a 2ª edição do Workshop TIM com a Im-prensa, do Norte Nordeste, em Salvador, no mês de maio.

Segundo o presidente da TIM, Rodrigo Abreu, a companhia re-gistrou no primeiro trimestre do ano um crescimento de 46% nos serviços de dados, em relação ao mesmo período de 2014, infl uenciado pelo crescimento de 6% de clientes pós-pagos e 23% do plano controle. “O futu-ro do mercado está no serviço de dados. Hoje, quase metade da nossa base de clientes utiliza a internet móvel e nossa receita de dados já responde por um terço da receita total”, afi rma.

O executivo de Serviços de Valor Adicionado (SVA) da TIM Brasil, Fábio Traldi, diz que as mudanças de conceito das

empresas são necessá-rias por conta da

penetração de smartpho-nes no país. Esse tipo

de aparelho, segundo ele, é

q u a s e 55% da base de clientes da ope-radora, que no p a í s

são 75 milhões. No Amazonas, são 849 mil clientes, sendo a terceira maior base da região Norte, e ocupa o 2º lugar com 20% da fatia do mercado.

Dentro da tendência de queda do consumo de voz, a Telefônica Vivo afi rma que no primeiro trimestre de 2015 a companhia registrou o melhor desempenho da receita liquida móvel dos últimos três anos, com cresci-mento de 8,4%, impulsionada por dados e SVA.

A receita de voz móvel, segundo a empresa, cresceu 1,3% entre nos primeiros três meses deste ano em relação a igual período do ano passa-do, refl etindo incremento de linhas no parque pós-pago e aumento das receitas pré-pa-gas. Enquanto isso, as receitas de Dados e SVA foram 31,3% maiores em relação ao primei-ro trimestre de 2014.

O desempenho da receita de dados e SVA decorre, se-gundo a Vivo, das vendas de pacotes e planos de dados e da maior penetração de smar-tphones na sua base de clien-tes (no segmento de clientes individuais pós-pagos puros, 84% possuem smartphones ou webphones). No trimestre, a receita de Dados e SVA aumentou sua representati-vidade sobre a receita líquida do serviço móvel para 41,9%, uma evolução anual de 7,2 pontos percentuais.

O diretor de Produtos de Mobilidade da Oi, Roberto Guenzburger, aponta a inter-net móvel como fator-chave para o sucesso da estraté-gia de mobilidade. Segundo ele, a receita do segmen-to sustenta o crescimento em praticamente todo o setor de telecomunicações atualmente.

Enquanto para a Oi as recei-tas de voz local, longa distân-cia e SMS se mantêm estáveis ou em queda, Guenzburger afi rma que o consumo de dados e SVAs só crescem. No primeiro trimestre a receita de dados da empresa atingiu 56,1% em relação ao mesmo período de 2014 e represen-tou 38,1% do total da receita de clientes.

O Brasil tem a quarta maior base de smartphones do mundo, com uma média de oito apps usados por dia e 27 por mês

as mudanças de conceito das empresas são necessá-

rias por conta da penetração de

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q u a s e 55% da base de clientes da ope-radora, que no p a í s

ele, a receita do segmen-to sustenta o crescimento em praticamente todo o setor de telecomunicações atualmente.

Enquanto para a Oi as recei-tas de voz local, longa distân-cia e SMS se mantêm estáveis ou em queda, Guenzburger afi rma que o consumo de dados e SVAs só crescem. No primeiro trimestre a receita de dados da empresa atingiu 56,1% em relação ao mesmo período de 2014 e represen-tou 38,1% do total da receita de clientes.

O Brasil tem a quarta maior base de smartphones do mundo, com uma média de oito apps usados por dia e 27 por mês

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Page 12: EM TEMPO - 12 de julho de 2015

B4 Economia B5MANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015

contrabandistas

Há 27 anos na depen-dência de regulamen-tação por parte do Congresso Nacional,

em Brasília, a exploração mi-neral em terras indígenas (TIs) tem transformado, no Amazo-nas, várias etnias em contra-bandistas e causado perdas incalculáveis de receita ao país. A afi rmação é do superinten-dente adjunto do Departamen-to Nacional de Produção Mine-ral do Amazonas (DNPM-AM), geólogo Fred Cruz.

As principais ocorrências de extração mineral ilegal em TIs do Estado, de acordo com o geólogo, começam no Sul do Amazonas, onde os índios da etnia tenharim produzem a ca-citerita, no igarapé Preto, na antiga mina da Paranapanema, no município de Manicoré (a 332 quilômetros de Manaus).

Mas, as ocorrências mais graves ocorrem em São Ga-briel da Cachoeira, na Serra do Traíra, onde índios tuca-nos extraem ouro; na bacia do Caburí, onde yanomamis extraem ouro; e no rio Içana, onde várias etnias que vivem na região exploram a tanta-lita – commodity de onde se extrai o tântalo -, nióbio e terras raras. Com suas nas-centes na Colômbia, o rio se confi gura nesse sentido como a principal rota de fuga de minerais extraídos em terri-tório amazonense.

No Mapa de Ocorrên-cias Minerais no Estado do Amazonas, desenhado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) não são apontadas as ocorrências de nióbio, tân-talo e terras raras no Alto Rio Negro, segundo superin-tendente adjunto do DNPM, porque o órgão não tem au-torização para estudar a re-gião. “Esses minérios foram encontradas por garimpei-ros e indígenas”, conta.

De acordo com Cruz, os in-dígenas da região vendem os minérios a preços abaixo do mercado para compradores contrabandistas da Colômbia – país vizinho que faz fronteira com São Gabriel da Cachoeira -, e eles levam os minérios até o oceano pacífi co, por onde é transportado para continen-tes como a Ásia e a Europa. “A extração mineral ilegal no Amazonas é de conhecimento das autoridades”, afi rma.

Os minerais de terras ra-ras, nióbio e tântalo, conforme Cruz, estão na linha dos mais valorizados pelo mercado in-ternacional por conta do uso na produção de bens fi nais nas mais diversas indústrias de ponta que produzem smar-tphones, automóveis, turbinas eólicas e trilhos. “São conside-rados minerais estratégicos para qualquer país. São mine-rais hi tech, os mais procura-dos no mundo”, observa.

ValorEntre os minérios perdidos

para o contrabando, na cabeça do Cachorro, o tântalo que é usado na indústria aeronáuti-ca, custa US$ 158, o quilo; o nióbio que utilizado na fabrica-ção de foguetes, jatos e armas custa US$ 85; e o neodímio, também conhecido como ímã de terras raras, usado na fa-bricação de magnetos perma-nentes que é o mais valorizado no mundo, segundo Fred Cruz, custa US$ 3,5 mil, o quilo.

As principais ocorrências de terras raras em TI do Amazo-nas, de acordo com o geólogo, estão localizadas no Morro dos Seis Lagos, em São Ga-briel da Cachoeira, e na Serra do Aracá, no município de Barcelos. Fora das terras in-dígenas, no Amazonas, a única exploração legal de terras ra-ras ocorre na Mina do Pitinga, em Presidente Figueiredo, que signifi ca para o município a principal fonte de receita.

Um país quetransformaseus índios em

Com quase três décadas sem a regulamentação da extração e aproveitamento mineral em terras indígenas, órgãos responsáveis pelo setor, com base na Constituição brasileira, marginalizam índios que vivem da exploração mineral no Amazonas

EMERSON QUARESMA

Nascido em São Gabriel da Cachoeira, o titular da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Sind), José Bonifácio Baniwa, diz que as etnias da região fazem cata e faiscação mineral, e não extração, o que segundo ele está amparado pelo Estatuto do Índio, como ficou conheci-da a lei 6.001, que dispõe sobre as relações do Esta-do e da sociedade com os povos indígenas.

Apesar de reconhecer que no município - homologa-do como terra indígena -, minérios como ouro, nió-bio, tântalo e terras raras são comercializados na Colômbia e na Venezuela, ele defende que o Brasil regulamente a atividade para gerar riquezas com qualidade ao país, Estado e município.

“A cata e faiscação está amparado no Estatuto do Índio, no artigo 42 e ela acontece todo dia. O Brasil

é um país que não quer nos enxergar”, critica Baniwa.

Membro do Grupo de Tra-balho Mineração em Terras Indígenas (GTMTI), da As-sembleia Legislativa do Es-tado do Amazonas (Aleam),

ele diz que é necessária a regulamentação do apro-veitamento mineral para o índio posso trabalhar os recursos das suas terras, sem prejuízos à nação.

“Temos que trabalhar as

coisas que temos nas nos-sas terras como madeira, água e minério. Hoje, há tecnologia suficiente no mundo e no Brasil para tra-balhar de forma ordenada e organizada. Então, por que não tem regra para índio trabalhar os recursos das suas terras?”, questionou o titular da Seind.

Ele reconhece que o seu discurso não é unanimi-dade entre os 74 povos indígenas do Amazonas e que o direito de negar a mineração em alguma TI deve ser respeitado. Mas, diz que para os povos que querem, que a eles tam-bém sejam assegurados o direito fazer o bom uso dos minerais.

HomologadasDas terras indígenas re-

conhecidas no território amazonense, 70% estão homologadas estão homo-logadas, segundo Baniwa. Os povos indígenas, no

entanto, reivindicam nas edições locais da Confe-rência Nacional de Polí-tica Indigenista, em todo o país, que TI seja pro-priedade dos povos indíge-nas e não somente posse. “Nesse sentido só estou cuidando da terra para a União. Como propriedade já existe em outros países como nos EUA, Canadá e Austrália”, aponta.

TerritórioNo Estado do Amazo-

nas, as terras indígenas ocupam hoje 28,54% do território amazonense, de acordo com dados do Insti-tuto Social Ambiental (ISA). Dos aproximadamente 45,2 milhões de hectares de ter-ras reservadas aos índios - homologadas, declaradas ou com restrição de uso a não índios -, do total de 158,4 milhões de hectares do território amazonense, representa a maior concen-tração de TIs do país.

‘O Brasil é um país que não quer nos enxergar’

Nós nunca fomos incapazes de en-

tender o que o país quer. Nós queremos

trabalhar porque também somos

brasileiros

José Bonifácio Baniwa, titular da Seind

A discussão sobre a regulamentação da ex-tração em terras indíge-nas veio com a Consti-tuinte de 1988. No texto publicado em 1990, no artigo 231, parágrafo 3º, fi cou defi nido que o aproveitamento de re-cursos hídricos incluindo os potenciais energéticos e a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só pode-rão ser efetivados com a permissão do Congresso Nacional. Ela estabelece também a necessidade de ouvir as comunidades indígenas afetadas, e as-segura a participação dos resultados da lavra.

Por outro lado, o que confi gura o contrabando por parte dos indígenas nas atuais condições, está dito no parágrafo primeiro do artigo 176, que diz que a pesquisa, a lavra e o aproveita-mento dos recursos mi-nerais somente poderão ser efetuados mediante autorização e concessão da União no interesse na-cional, por brasileiros ou empresas brasileiras. “Ele separa o solo do subsolo e fala que o subsolo é da União. Portanto não per-tence aos índios”, explica Cruz. “As terras são dos indígenas, mas o subsolo é da União”, completa.

Impedimento começa na Constituição

José Bonifácio Baniwa diz que indígenas estão amparados por lei

FOTOS: DIVULGAÇÃO

AM leva relatório ao Congresso NacionalPara regulamentar a ex-

ploração e o aproveitamento mineral em terras indígenas, em 1996, nasceu o Projeto de Lei 1610/96, de autoria do senador Romero Jucá, do Estado Roraima. A proposta, no entanto, não saiu das discussões em comissões especiais até os dias de hoje. Numa nova tentativa de le-var a proposta à aprecia-ção do Congresso Nacional, a Câmara dos Deputados criou no início de junho uma comissão especial para re-tomar os debates.

Como maior interessa-

do na regulamentação, no Amazonas, a Comissão de Geodiversidade, Recur-sos Hídricos, Minas, Gás e Energia (CGRHMGE) da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Ale-am) coordenou junto Grupo de Trabalho Mineração em Terras Indígenas (GTMTI) a produção de relatório sobre o quadro geral da situação mineral do Estado.

De acordo com o presiden-te da CGRHMGE, deputado Sinésio Campos (PT), o docu-mento que também leva uma sugestão de substitutivo ao

projeto de lei 1610/96, foi entregue ao relator da co-missão especial deputado federal Édio Lopes (PMDB-RR), no dia 7 de julho.

“Com a nossa contribuição esperamos dar mais celeri-dade à regulamentação dos artigos presentes na Constitui-ção. E nela defendemos que a exploração mineral em terras indígenas não seja de caráter impositivo. Se aquela popu-lação entender que não seja necessária, ela não irá aconte-cer”, avalia o parlamentar.

Para Sinésio Campos, quando a Câmara Federal

decidiu reinstalar uma co-missão especial, ela deixou claro que vai votar o projeto. Para tanto, ele conta que a comissão da Aleam buscou ouvir as lideranças indíge-nas e os órgãos que tratam do licenciamento para for-mular uma contribuição ao Congresso Nacional.

“Sabemos que no mapa do Estado do Amazonas existe praticamente toda a tabela periódica de minério. Se re-gulamentada a exploração em terras indígenas, essa atividade pode ser uma nova fonte de emprego

de renda aos indígenas e uma nova matriz econômica para o nosso Estado, além da Zona Franca de Manaus (ZFM)”, explica Sinésio.

Na Câmada dos Deputa-dos, o único parlamentar amazonense que é membro da comissão especial que vai debater o tema mineração em terras indígenas é o depu-tado federal Arthur Bisneto (PSDB). Procurado para falar do seu posicionamento a res-peito da pauta, o parlamentar não atendeu as chamadas, nem respondeu as mensa-gens via whatsapp.

Em São Gabriel da Cachoeira etnias discutem mineração em TIs, durante audiência pública

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B4 Economia B5MANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015

contrabandistas

Há 27 anos na depen-dência de regulamen-tação por parte do Congresso Nacional,

em Brasília, a exploração mi-neral em terras indígenas (TIs) tem transformado, no Amazo-nas, várias etnias em contra-bandistas e causado perdas incalculáveis de receita ao país. A afi rmação é do superinten-dente adjunto do Departamen-to Nacional de Produção Mine-ral do Amazonas (DNPM-AM), geólogo Fred Cruz.

As principais ocorrências de extração mineral ilegal em TIs do Estado, de acordo com o geólogo, começam no Sul do Amazonas, onde os índios da etnia tenharim produzem a ca-citerita, no igarapé Preto, na antiga mina da Paranapanema, no município de Manicoré (a 332 quilômetros de Manaus).

Mas, as ocorrências mais graves ocorrem em São Ga-briel da Cachoeira, na Serra do Traíra, onde índios tuca-nos extraem ouro; na bacia do Caburí, onde yanomamis extraem ouro; e no rio Içana, onde várias etnias que vivem na região exploram a tanta-lita – commodity de onde se extrai o tântalo -, nióbio e terras raras. Com suas nas-centes na Colômbia, o rio se confi gura nesse sentido como a principal rota de fuga de minerais extraídos em terri-tório amazonense.

No Mapa de Ocorrên-cias Minerais no Estado do Amazonas, desenhado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) não são apontadas as ocorrências de nióbio, tân-talo e terras raras no Alto Rio Negro, segundo superin-tendente adjunto do DNPM, porque o órgão não tem au-torização para estudar a re-gião. “Esses minérios foram encontradas por garimpei-ros e indígenas”, conta.

De acordo com Cruz, os in-dígenas da região vendem os minérios a preços abaixo do mercado para compradores contrabandistas da Colômbia – país vizinho que faz fronteira com São Gabriel da Cachoeira -, e eles levam os minérios até o oceano pacífi co, por onde é transportado para continen-tes como a Ásia e a Europa. “A extração mineral ilegal no Amazonas é de conhecimento das autoridades”, afi rma.

Os minerais de terras ra-ras, nióbio e tântalo, conforme Cruz, estão na linha dos mais valorizados pelo mercado in-ternacional por conta do uso na produção de bens fi nais nas mais diversas indústrias de ponta que produzem smar-tphones, automóveis, turbinas eólicas e trilhos. “São conside-rados minerais estratégicos para qualquer país. São mine-rais hi tech, os mais procura-dos no mundo”, observa.

ValorEntre os minérios perdidos

para o contrabando, na cabeça do Cachorro, o tântalo que é usado na indústria aeronáuti-ca, custa US$ 158, o quilo; o nióbio que utilizado na fabrica-ção de foguetes, jatos e armas custa US$ 85; e o neodímio, também conhecido como ímã de terras raras, usado na fa-bricação de magnetos perma-nentes que é o mais valorizado no mundo, segundo Fred Cruz, custa US$ 3,5 mil, o quilo.

As principais ocorrências de terras raras em TI do Amazo-nas, de acordo com o geólogo, estão localizadas no Morro dos Seis Lagos, em São Ga-briel da Cachoeira, e na Serra do Aracá, no município de Barcelos. Fora das terras in-dígenas, no Amazonas, a única exploração legal de terras ra-ras ocorre na Mina do Pitinga, em Presidente Figueiredo, que signifi ca para o município a principal fonte de receita.

Um país quetransformaseus índios em

Com quase três décadas sem a regulamentação da extração e aproveitamento mineral em terras indígenas, órgãos responsáveis pelo setor, com base na Constituição brasileira, marginalizam índios que vivem da exploração mineral no Amazonas

EMERSON QUARESMA

Nascido em São Gabriel da Cachoeira, o titular da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Sind), José Bonifácio Baniwa, diz que as etnias da região fazem cata e faiscação mineral, e não extração, o que segundo ele está amparado pelo Estatuto do Índio, como ficou conheci-da a lei 6.001, que dispõe sobre as relações do Esta-do e da sociedade com os povos indígenas.

Apesar de reconhecer que no município - homologa-do como terra indígena -, minérios como ouro, nió-bio, tântalo e terras raras são comercializados na Colômbia e na Venezuela, ele defende que o Brasil regulamente a atividade para gerar riquezas com qualidade ao país, Estado e município.

“A cata e faiscação está amparado no Estatuto do Índio, no artigo 42 e ela acontece todo dia. O Brasil

é um país que não quer nos enxergar”, critica Baniwa.

Membro do Grupo de Tra-balho Mineração em Terras Indígenas (GTMTI), da As-sembleia Legislativa do Es-tado do Amazonas (Aleam),

ele diz que é necessária a regulamentação do apro-veitamento mineral para o índio posso trabalhar os recursos das suas terras, sem prejuízos à nação.

“Temos que trabalhar as

coisas que temos nas nos-sas terras como madeira, água e minério. Hoje, há tecnologia suficiente no mundo e no Brasil para tra-balhar de forma ordenada e organizada. Então, por que não tem regra para índio trabalhar os recursos das suas terras?”, questionou o titular da Seind.

Ele reconhece que o seu discurso não é unanimi-dade entre os 74 povos indígenas do Amazonas e que o direito de negar a mineração em alguma TI deve ser respeitado. Mas, diz que para os povos que querem, que a eles tam-bém sejam assegurados o direito fazer o bom uso dos minerais.

HomologadasDas terras indígenas re-

conhecidas no território amazonense, 70% estão homologadas estão homo-logadas, segundo Baniwa. Os povos indígenas, no

entanto, reivindicam nas edições locais da Confe-rência Nacional de Polí-tica Indigenista, em todo o país, que TI seja pro-priedade dos povos indíge-nas e não somente posse. “Nesse sentido só estou cuidando da terra para a União. Como propriedade já existe em outros países como nos EUA, Canadá e Austrália”, aponta.

TerritórioNo Estado do Amazo-

nas, as terras indígenas ocupam hoje 28,54% do território amazonense, de acordo com dados do Insti-tuto Social Ambiental (ISA). Dos aproximadamente 45,2 milhões de hectares de ter-ras reservadas aos índios - homologadas, declaradas ou com restrição de uso a não índios -, do total de 158,4 milhões de hectares do território amazonense, representa a maior concen-tração de TIs do país.

‘O Brasil é um país que não quer nos enxergar’

Nós nunca fomos incapazes de en-

tender o que o país quer. Nós queremos

trabalhar porque também somos

brasileiros

José Bonifácio Baniwa, titular da Seind

A discussão sobre a regulamentação da ex-tração em terras indíge-nas veio com a Consti-tuinte de 1988. No texto publicado em 1990, no artigo 231, parágrafo 3º, fi cou defi nido que o aproveitamento de re-cursos hídricos incluindo os potenciais energéticos e a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só pode-rão ser efetivados com a permissão do Congresso Nacional. Ela estabelece também a necessidade de ouvir as comunidades indígenas afetadas, e as-segura a participação dos resultados da lavra.

Por outro lado, o que confi gura o contrabando por parte dos indígenas nas atuais condições, está dito no parágrafo primeiro do artigo 176, que diz que a pesquisa, a lavra e o aproveita-mento dos recursos mi-nerais somente poderão ser efetuados mediante autorização e concessão da União no interesse na-cional, por brasileiros ou empresas brasileiras. “Ele separa o solo do subsolo e fala que o subsolo é da União. Portanto não per-tence aos índios”, explica Cruz. “As terras são dos indígenas, mas o subsolo é da União”, completa.

Impedimento começa na Constituição

José Bonifácio Baniwa diz que indígenas estão amparados por lei

FOTOS: DIVULGAÇÃO

AM leva relatório ao Congresso NacionalPara regulamentar a ex-

ploração e o aproveitamento mineral em terras indígenas, em 1996, nasceu o Projeto de Lei 1610/96, de autoria do senador Romero Jucá, do Estado Roraima. A proposta, no entanto, não saiu das discussões em comissões especiais até os dias de hoje. Numa nova tentativa de le-var a proposta à aprecia-ção do Congresso Nacional, a Câmara dos Deputados criou no início de junho uma comissão especial para re-tomar os debates.

Como maior interessa-

do na regulamentação, no Amazonas, a Comissão de Geodiversidade, Recur-sos Hídricos, Minas, Gás e Energia (CGRHMGE) da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Ale-am) coordenou junto Grupo de Trabalho Mineração em Terras Indígenas (GTMTI) a produção de relatório sobre o quadro geral da situação mineral do Estado.

De acordo com o presiden-te da CGRHMGE, deputado Sinésio Campos (PT), o docu-mento que também leva uma sugestão de substitutivo ao

projeto de lei 1610/96, foi entregue ao relator da co-missão especial deputado federal Édio Lopes (PMDB-RR), no dia 7 de julho.

“Com a nossa contribuição esperamos dar mais celeri-dade à regulamentação dos artigos presentes na Constitui-ção. E nela defendemos que a exploração mineral em terras indígenas não seja de caráter impositivo. Se aquela popu-lação entender que não seja necessária, ela não irá aconte-cer”, avalia o parlamentar.

Para Sinésio Campos, quando a Câmara Federal

decidiu reinstalar uma co-missão especial, ela deixou claro que vai votar o projeto. Para tanto, ele conta que a comissão da Aleam buscou ouvir as lideranças indíge-nas e os órgãos que tratam do licenciamento para for-mular uma contribuição ao Congresso Nacional.

“Sabemos que no mapa do Estado do Amazonas existe praticamente toda a tabela periódica de minério. Se re-gulamentada a exploração em terras indígenas, essa atividade pode ser uma nova fonte de emprego

de renda aos indígenas e uma nova matriz econômica para o nosso Estado, além da Zona Franca de Manaus (ZFM)”, explica Sinésio.

Na Câmada dos Deputa-dos, o único parlamentar amazonense que é membro da comissão especial que vai debater o tema mineração em terras indígenas é o depu-tado federal Arthur Bisneto (PSDB). Procurado para falar do seu posicionamento a res-peito da pauta, o parlamentar não atendeu as chamadas, nem respondeu as mensa-gens via whatsapp.

Em São Gabriel da Cachoeira etnias discutem mineração em TIs, durante audiência pública

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015

Bolsa Família beneficiava 17 mil servidores públicos Ministério do Desenvolvimento descobriu também que além dos servidores, 183 gestores integravam o esquema de roubo

O Ministério do Desen-volvimento Social bloqueou o pagamen-to do Bolsa Família

a mais de 17 mil servidores públicos responsáveis pela ges-tão do programa. A suspeita é de que 16.915 mil funcionários e 183 gestores estejam re-cebendo o dinheiro de forma irregular. O governo federal de-terminou aos municípios que investiguem os casos.

Funcionários públicos podem ser beneficiários do programa, desde que se encaixem nos requisitos: a família precisa ter renda mensal inferior a R$ 154 reais por pessoa. Em nota, o MDS informou que os paga-mentos foram bloqueados na folha de junho por “precaução”, depois que os processos de con-trole identificaram a presença dos funcionários públicos entre os beneficiários. Atualmente, 13,7 milhões de famílias no país recebem Bolsa Família.

No início deste ano, foi des-coberto também o pagamento do programa a pessoas mortas, no município de Jacarezinho, no Norte do Paraná. A transferên-cia de renda é voltada, segundo as regras do governo federal, apenas para pessoas que vivem em situação de “pobreza” ou de “extrema pobreza”.

A administração municipal decidiu fazer um novo recadas-tramento de todas as famílias participantes do programa fe-deral, para evitar novas fraudes. De 2,3 mil pessoas cadastros no município, aproximadamente 2 mil já passaram pela fiscaliza-ção - até agora, estima-se que uma em cada dez famílias estão em situação irregular.

Outro esquema de fraude no programa ocorreu durante levantamento realizado pela Prefeitura de Montes Claros, onde foi descoberto que a mulher do vereador, Lusimar Veríssimo Maia, recebia R$ 147 do programa federal. O benefício foi suspenso e o caso foi encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) Em defe-sa, o vereador alegou que não

tinha conhecimento de que a mulher recebia o benefício ir-regularmente, mas disse que, se ela errou, “terá que pagar pelo erro”.

Em janeiro deste ano, A Polícia Federal (PF) defla-grou a operação “Limos” que apura possíveis fraudes em cadastros de beneficiários do programa, em Macapá. Os agentes realizaram bus-cas e apreensões em pré-dios vinculados à Secretaria de Assistência Social e do Trabalho (Semast). Também foram expedidos três man-dados de prisão temporária, seis de condução coercitiva e nove de afastamentos da função pública. As supostas fraudes, segundo a investiga-ção, causariam um prejuízo de R$ 1,7 milhão.

De acordo com a Polícia Federal, a operação é re-sultado de uma investiga-ção iniciada em outubro de 2014. O esquema “consistia no direcionamento de pesso-as por meio da distribuição de papéis com carimbos e assinaturas dos envolvidos”, procedimento que funciona-va “como senhas para que famílias fossem cadastradas e, posteriormente, inseridas no sistema do programa Nova fraude foi descoberta através de uma investigação do Ministério do Desenvolvimento

DIVULGAÇ

ÃO

BLOQUEIO Após a descoberta da fraude, o Ministério do Desenvolvimento Social mandou cance-lar automaticamente o recebimento da verba federal dos envolvidos. Caso será investigado pelo governo

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B7MANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015 Mundo

Manifestantes voltam às ruasCentenas de manifestantes

encerraram uma trégua res-peitada durante a visita do papa Francisco ao Equador e voltaram às ruas em protestos contra o recente aumento de impostos e o governo, que acu-sam de autocrata e corrupto.

Várias centenas de milha-res de equatorianos partici-param de manifestações no mês passado, principalmente na capital, Quito, e na cidade costeira de Guayaquil contra o presidente Rafael Correa, que acusa os manifestantes de planejar um golpe.

Os manifestantes levavam tambores e bandeiras e gri-tavam “Fora, Correa”, diante da sede do partido político de Correa, de linha socia-lista, em um bairro rico de Quito. “O governo manipula a democracia, usa seu poder para perseguir seus inimigos e está envolvido em corrup-ção”, disse Jorge Penafiel, um advogado de 31 anos.

Os manifestantes fizeram uma pausa durante a visita de quatro dias de Francisco na semana passada, como uma demonstração de res-

peito ao pontífice. O principal motivo de descontentamen-to é o aumento da taxação sobre ganhos de capital e do imposto sobre heranças, que o governo diz que só vai impactar o setor mais rico da população. Outras razões in-cluem o tratamento de Correa aos adversários.

O presidente equatoria-no, um economista de 52 anos que chegou ao poder em 2007, é popular entre os mais pobres por causa das políticas de bem-estar social, adotadas com o uso das recei-

tas petrolíferas, e por trazer estabilidade ao país.

Seus inimigos o acusam de ser mais um “caudilho” lati-no-americano. Correa chama os manifestantes de “covar-des” que representam uma oligarquia rica, acusações semelhantes às feitas pelo presidente da Venezuela. Os índices de aprovação do pre-sidente caíram durante 2015 de saudáveis 60 por cento nos últimos anos para cerca de 42 por cento, de acordo com o principal instituo de pesqui-sas do país, o Cedatos.Manifestantes esperaram apenas a saída do papa para ato

REPR

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O EQUADOR

O relatório da ONU apresentado alerta que para erradicar a fome no mundo só com investimento de 239 bilhões de euros por ano até 2030

A Organização das Nações Unidas para a Alimenta-ção e a Agricultura (FAO) estimou hoje (10) ser pos-

sível eliminar a fome no mundo até 2030 com investimento de 239 bilhões de euros por ano.

“A mensagem do relatório é clara: se mantivermos o estado atual, teremos em 2030 mais de 650 milhões de pessoas sofrendo com a fome”, declarou José Graziano da Silva, diretor-geral da FAO, ao apresentar, em Roma, o relatório do Programa Alimentar Mundial e do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola.

O relatório estima que a elimina-ção da fome crônica “vai precisar de investimento total de cerca de US$ 267 bilhões (cerca de 239 bi-lhões de euros) por ano, durante os próximos 15 anos, ou seja: US$ 160 (143 euros) por ano e por pessoa que vive em situação de pobreza”, acrescentou Graziano.

“Dado que isso é mais ou menos o equivalente a 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, penso que o preço a pagar para erradicar a fome crônica é relativamente baixo”, disse o diretor da FAO.

O relatório apresenta propostas de investimento combinadas com medidas de proteção social, nos meios rural e urbano. A maioria dos investimentos cabe ao setor privado, mas acompanhados de investimen-tos complementares do setor público em infraestruturas rurais, transpor-tes, saúde e educação.

Nas zonas rurais, os investimentos públicos poderão ser em pequenos sistemas de irrigação e outras infra-estruturas para beneficiar pequenos agricultores. Também poderão in-cluir a transformação de alimentos para reduzir o desperdício e as perdas durante as colheitas.

No meio urbano, os investimentos podem ser para empresas ou outras iniciativas, como o artesanato, além de contratos de trabalho justos, faci-lidades de crédito, habitação e servi-ços relacionados com a nutrição.

O trabalho foi elaborado por três agências da ONU especializadas no desenvolvimento agrícola e na luta contra a fome antes da realização da terceira conferência interna-cional sobre o financiamento para o desenvolvimento, que ocorrerá entre 13 e 16 de julho em Addis Abeba, capital da Etiópia.

Fim da fome só com239 bilhões de eurosFim da fome só com239 bilhões de euros

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ONU diz que mais de 650 milhões de pessoas pas-sam fome

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015

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Dia a diaCade

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[email protected], DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015 (92) 3090-1041

Cena de crime viraespetáculo

Dia a dia C4 e C5

Ao longo dos anos, Estatuto da Criança e do Adolescente assegurou direitos, além de garantir outros benefícios

O Estatuto da Crian-ça e do Adolescen-te (ECA) completa 25 anos amanhã e

apesar de muitas conquistas, para alguns, os avanços con-seguidos neste período foram colocados em risco, após a aprovação em primeiro turno da Proposta de Emenda Cons-titucional (PEC 171/93), que propõe a redução da maiorida-de penal para 16 anos, votada na íntegra, no último dia 2, na Câmara dos Deputados.

A lei número 8.069, criada em 1990, é um instrumen-to que assegura os direitos fundamentais da infância e juventude. A legislação em seu artigo 4º responsabiliza todos os cidadãos e o governo para que garantam os direitos da criança e adolescente “à vida, à saúde, à alimentação, à edu-cação, ao esporte, ao lazer, à profi ssionalização, à cultu-ra, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivênciafamiliar e comunitária”.

Assistente social e titular da Secretaria de Justiça, Di-reitos Humanos e Cidadania (Sejusc), Maria das Graças Prola desenvolve trabalho com pessoas em situação de vulnerabilidade desde 1975. A

secretária, que já foi direto-ra de um centro de medidas socioeducativas para jovens infratoras, no fi m da década de 80 foi uma das participantes do movimento que estimulava a discussão do texto prelimi-nar do ECA no Amazonas.

Ela relata que educação

e saúde foram algumas das áreas que tiveram avanços para a infância e juventude do Brasil após implementação da lei. Ela também ressalta que a criação de varas que julgam crimes contra crian-ças e adolescentes é um dosgrandes progressos.

“Na educação, os governos municipais, estaduais e federal garantiram 100% de acesso dos meninos e meninas à esco-la. Claro que fatores como gra-videz na adolescência, violência

doméstica e trabalho infantil contribuem para a desistência, mas o acesso foi totalmente garantido. Na saúde, houve a redução da mortalidade infan-til. Os conselhos estaduais de proteção à criança e ao ado-lescente fazem um acompa-nhamento maior. As crianças morrem menos”, avalia Prola.

Para ela, todo o trabalho de-senvolvido pelas organizações e aquisições conseguidas por meio do estabelecimento do ECA ao longo dos 25 anos pode fi car comprometido e sofrer retrocessos. A secretária, que já se posicionou contra a re-dução da maioridade, acredita que investimentos na educação sejam a solução.

“Sou contra a redução da maioridade penal, tanto pro-fi ssionalmente quanto pessoal-mente. Nós sabemos a situação em que muitos desses meninos estão quando chegam até nós. Na questão de desestrutura e desamparo familiar. Se a prosposta for aprovada, o sis-tema carcerário brasileiro vai implodir. Penso que não deva ser aprovada a redução e sim que sejam feitos investimentos em educação para que não tenham meninos presos. A pe-sar das manobras do deputado Eduardo Cunha, não passará”, assegura Prola.

Artigo 4º do ECA responsabiliza todos os cidadãos e o governo a garantir os direitos básicos aos menores, mas ainda há muito o que fazer para combater, por exemplo, o trabalho infantil

Em comemoração aos 25 do ECA, a Sejusc em parceria com o Comitê de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crian-ças e Adolescentes realizarão atividades no período de 13 a 16 de julho em todos os municípios do Amazonas.

Em Manaus, a programação inicia amanhã, às 9h, no Les Artistes Café Teatro, na ave-nida 7 de Setembro, Centro. Apresentações teatrais, mu-

sicais, além de ofi cinas de artes plásticas, grafi tagem, dança e círculos de debates sobre temas como preconcei-to, diversidade e comunicação social. Haverá uma caminhada do Café Teatro até o Largo São Sebastião. As atividades encerram por volta das 16h. Já nos dias 14 e 15, a partir das 17h, o Comitê de Enfren-tamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

e órgãos públicos realizarão discussões sobre a revisão do Plano Estadual de Enfrenta-mento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, no mini plenário Cônego Azevedo da Aleam. O encerramento no dia 16 terá um grande debate sobre a redução da maioridade penal realizado por videoconferência, nos centros de mídia da Seduc, em todo o Amazonas.

Semana terá várias atividades

ANULAÇÃONo último dia 9, 102 deputados federais pro-tocolizaram no Supremo Tribunal Federal (STF) um mandado de segu-rança, pedindo a anula-ção da votação da PEC 171/93, aprovada na Câmara dos Deputados

CECÍLIA SIQUEIRA

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Presidente da Comissão de Jovens, Crianças e Ado-lescentes da Assembleia Le-gislativa do Amazonas (Ale-am), o deputado estadual Carlos Alberto acredita que o Estatuto deve passar por reformas, caso a emenda 171/93 seja aprovada em segundo turno, no Senado.

“O Brasil foi um dos primeiros países a orga-nizar uma legislação que

seguisse os princípios da convenção das Nações Uni-das sobre os direitos da criança. Não podemos fe-char os olhos para o que acontece em nossa volta e fi ngir que está tudo bem, que não existe crianças e adolescentes caminhando para a marginalidade, por isso concordo, sim, que haja uma reformulação”, avalia.

Defensor da lei que asse-

gura os direitos das crian-ças e dos adolescentes brasileiros, entretanto, o parlamentar enfatiza que os jovens devem cumprir suas obrigações e ter res-ponsabilidades. De acordo com Carlos Alberto, a de-fi nição fi nal da redução da maioridade deve ser aguar-dada para que não entre em confl ito com os direitos já adquiridos com o ECA.

Reformas asseguram direitos

ECA completa 25 anos nesta segunda-feira

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015

Música no combate a crises de abstinênciaCentro de recuperação em dependência química utiliza a musicoterapia no tratamento de dependentes químicos

“Quem canta os males espan-ta”. O ditado popular é segui-

do à risca por dependentes químicos que participam da oficina terapêutica de música no Centro de Reabilitação em Dependência Química Ismael Abdel Aziz, localizado no qui-lômetro 53 da Rodovia AM-010 (Manaus-Itacoatiara). No local, a música é utilizada como terapia para controlar a ansiedade causada pela abs-tinência, aumentar o poder de concentração e também para ter disposição na realização de várias atividades.

Exercício que estimula a pa-ciência e dedicação, a música pode trazer diversos benefícios ao corpo e à alma. No caso dos dependentes químicos, ela diminui a ansiedade, aumenta a atenção e a concentração.

Foi por meio da música, du-rante o curso no centro de reabilitação, que muitos pa-cientes conseguiram controlar o estado de abstinência e o comportamento impulsivo que é aflorado no início do trata-mento. “A música me ajuda a esquecer dos momentos em que desejava usar drogas. Ela (música) me libertou muitas vezes de ter recaídas e agora

tem se tornado uma terapia por ajudar na concentração e atenção na realização das minhas tarefas diárias”, diz Je-fferson Gonçalves dos Santos, 44, dependente químico desde os 11 anos de idade.

No curso de música, os pacientes têm a oportunida-de de aprender canto, tocar instrumentos musicais como

violão, teclado, trompete, e também de percussão como pandeiro, surdo, caixinha, afoxé entre outros.

“Entre as diversas ativida-des terapêuticas ofertadas no centro de reabilitação, nós incluímos a música, por ser uma atividade envolvente, re-laxante e reflexiva, ideal para os pacientes adoecidos pelo uso abusivo de álcool e drogas,

que precisam desses momen-tos e também de contato com outras formas de obter prazer”, destaca a gerente do progra-ma estadual de saúde mental, Maria de Lourdes Siqueira.

O curso é ministrado por um músico profissional do Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro por meio de parce-ria entre as instituições go-vernamentais. As aulas são divididas em duas etapas – o paciente passa pelo domínio básico de canto e conhecimen-to de instrumentos musicais. Cada turma é formada por 15 alunos. Ao escolherem o instrumento que mais lhes interessa, após passar pela teoria, os internos aprendem a ler cifras. O método ajuda-os a desenvolver a cognição. Em poucas aulas o aluno começa a dar seus primeiros “passos” na musicalidade, seja cantando ou tocando.

“Os pacientes são dedicados e a cada dia demonstram que de fato querem aprender a tocar um instrumento musical ou aprender a cantar. Alguns têm timbre vocal perfeito e são modelados para cantar em determinados ritmos”, explica o músico Mizael Printes, res-ponsável por ministrar o curso na unidade de tratamento.

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Atividade terapêutica, a música auxilia os pacientes durante tratamento no centro de recuperação

FORMAÇÃOA oficina de música já recebeu 70 alunos desde a implantação no centro de reabilitação. Ao menos 50 pacientes eram leigos e saíram do curso com o básico do conhecimento em vários instrumentos

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C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015

Doulas podem auxiliar no cumprimento de regraTreinadas para ajudar parturientes na hora de dar à luz, profissionais podem contribuir na diminuição de cesarianas

As novas regras da Agên-cia Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e do Ministério da Saúde

(MS), para a realização de ce-sarianas, na rede particular de saúde, que passaram a valer desde o último dia 6, pretendem estimular o parto normal. Com a nova regra, os planos de saúde só vão remunerar os médicos obstetras pela realização de uma cesariana, se houver uma justificativa para a mesma. É aí que entra o trabalho das doulas, que mesmo não ten-do a profissão regulamentada, são capacitadas para auxiliar as parturientes em um dos momen-tos mais delicados e complexos: trazer ao mundo de uma forma humanizada a criança.

As doulas fazem o planeja-mento do parto normal, acom-panham a gestação e dão orientações após o nascimento do bebê. Com a nova polêmica envolvendo o parto casáreo e o normal, essas profissionais começam a ganhar destaque e podem ser uma ótima alternati-va para as grávidas que desejam receber um atendimento dife-renciado no hospital e de uma maneira mais humana.

Trabalhando como doula há 1

ano, Pamela Rodrigues já ajudou a trazer ao mundo pelo menos 15 crianças de forma humanizada. O amor ao próximo foi uma das coisas que a motivou a se espe-cializar nessa profissão.

“O que me motivou e me motiva a ser doula é o amor que tenho pela mulher, pois é um momento difícil onde es-

tão sensíveis e geralmente só tem atenção o bebê que vai nascer. Ela é esquecida. A vio-lência que sempre está presente nas maternidades também me motivou, bem como a faculdade que faço. Até o momento aqui em Manaus não foi nada regu-lamentado, mas em algumas cidades já tem lei permitindo a presença de doulas em sala de parto. Isso ainda é uma luta pois a parturiente tem que optar

por seu marido ou a doula nas maternidades”, salienta.

Para a profissional, a exi-gência do parto humanizado é algo que deveria ter aconteci-do há muito tempo, já que essa opção é a que menos registra índice de morte durante o nascimento, além de ser mais saudável para a mãe e o bebê. “Não digo que seja uma nova regra e sim algo que deveria acontecer há muito tempo, pois a OMS preconiza que a cirurgia cesariana seja em casos em que não há como a parturiente parir, ou seja, é para salvar a vida, porém deixou de ser um recurso para salvar vidas e passou, na prá-tica, a ser regra”, opina.

Pamela explica que o traba-lho de uma doula ocorre antes, durante e após o parto. Orien-tando a mãe e explicando os procedimentos comuns, bem como preparando a mulher fi-sicamente e emocionalmente para o parto.

O fato da mulher optar por uma doula durante a gesta-ção não exclui o serviço que o obstetra presta no período de gestação, pois segundo Pa-mela o acompanhamento do pré-natal com um obstetra é fundamental para a saúde da mãe e do bebê.

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Estímulo à realização do parto normal pode ganhar apoio com o trabalho das doulas

MICHELLE FREITAS

ALTO ÍNDICEDe acordo com dados da Organização Mun-dial de Saúde (OMS), 84,6% dos partos realizados na rede de saúde privada no Brasil são cesarianas, quando o recomendado seria 15%

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015 C5

Redes sociais invadem cenas de crimesProfi ssionais do Samu e peritos relatam casos que prejudicam na prestação de socorro e até atrapalham a elucidação de crimes

Imagine uma ambulância do Serviço de Atendimento de Urgência (Samu) na qual o acompanhante de um pa-

ciente pede que a médica que está prestando os primeiros socorros se afaste para fazer uma foto com o celular do pa-rente que está deitado na maca. Ou uma equipe de perícia que não consegue coletar as provas de um assassinato porque o local do crime foi invadido por uma multidão de curiosos à procura de um melhor ângulo para registrar o fato e postar nas redes sociais ou enviar para contatos nos aplicativos demensagens instantâneas.

Essas situações são reais e ocorrem todos os dias durante a rotina dos profi ssionais do Samu e do Departamento de Polícia Técnico Científi ca do Amazonas (DPTC). Além de ex-por um momento de fragilidade de um paciente ou da vítima de um crime e seus familia-res, atitudes invasivas como essas prejudicam a prestação de socorro e até atrapalham a elucidação de delitos.

Profi ssionais dessas duas áreas do serviço público rela-tam ao EM TEMPO como a

banalização da violência trans-formada em espetáculo nas re-des sociais tem interferido em suas rotinas de trabalho.

Há um ano como médica emergencista no Samu, Ro-nísie Duarte, 34, tem muita história para contar. O caso da acompanhante que pediu para a médica se afastar, relatado acima, ocorreu com ela. Ronísie não afastou para que a foto fosse feita. “O paciente está sob minha responsabilidadee da equipe”.

“Outro caso recente que me chocou é de uma pessoa que possivelmente morava em frente ao local de um crime, fi lmou a vítima ser esfaqueada, registrou ela agonizando e o momento do óbito. Provavel-mente não foi ela quem chamou o Samu”, relata.

A médica se refere ao as-sassinato de Larissa Benevides Ferreira, em abril no Educandos, Zona Sul. Adson Bruno Pinto, conhecido como “Bruna”, foi preso pela polícia como o au-tor do crime. O vídeo ao qual Ronísie se refere viralizou nas redes sociais e trechos chega-ram a ser exibidos em progra-mas de TV ou tiveram cenas capturadas e reproduzidas emjornais impressos.

CLEIDIMAR PEDROSO

Curiosos na cena do crime é algo co-

mum nas ocorrên-cias de Manaus

“Filmar o procedimen-to não nos agride, mas fere a privacidade do paciente que está em situação fragilizada e sem condições de emi-tir qualquer opinião. Com certeza ele não quer serexposto”, avalia.

“Outra vez, na estra-da, em um acidente de moto, precisávamos imo-bilizar um paciente, mas as pessoas queriam fi lmar bem de pertinho. A gen-te pede que as pesso-as parem de fi lmar, mas naquele momento temos que nos dedicar ao aten-dimento e isso não pode ser retardado. Às vezes essa atitude de fi lmar e registrar parte até mesmo dos profi ssionais envolvi-dos, seja da saúde ou da segurança e também da família”, observa.

Para Ronísie, o bom nú-mero de curtidas, com-partilhamentos e comen-tários nas redes sociais

representa popularida-de para o autor de uma postagem. “Para algumas pessoas, ter a rede social bombando é popularida-de. O prejudicial é quando isso ocorre por conta da degradação de uma pes-soa”, salienta.

ProtocoloMuitas pessoas não co-

nhecem os procedimentos de prestação de socorro pelo Samu e chegam a coagir os profi ssionais gri-tando e fi lmando. “Eles não afastam e fi cam gri-tando: - coloca oxigênio nele. Mas temos um proto-colo de atendimento. Na-quela situação, sem saber o que é certo ou errado, ele posta esse vídeo nas redes social como se esti-véssemos sendo omissos, isso ganha repercussão, a população acredita naqui-lo como verdade e a gen-te não consegue provar o contrário”, relata.

Curiosidade x constrangimento

Conforme o artigo 6° do Código de Processo Penal, logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial (dele-gado ou responsável pela equipe da PM) deve dirigir-se ao local, providenciando para que não se altere o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais.

Ocorreu um homicídio e o primeiro cidadão que se de-para com o fato deve entrar em contato com o 190, que por sua vez comunicará as polícias Militar e Civil. Eles se deslocam para o local do crime e o primeiro a chegar deve preservar uma área com uma circunferên-cia de raio com pelo menos três metros. Preservar não apenas o corpo, mas tudo o que envolve o local de crime. A marca de frenagem, por exemplo, deve também ser preservada dentro des-se raio. Quando os peritos chegam, às vezes até o local da vítima não está isolado corretamente, contaram os servidores ouvidos pela re-portagem.

Quem pede para a popu-lação afastar é chamado de grosso, segundo eles. “Ao

saber de um crime perto de onde você está se afas-te, ou não saia de casa. O comum é vermos mães com crianças de colo, às vezes amamentando. A gente cha-ma a atenção e as mães fi cam chateadas. Caso você receba um conteúdo desses no celular, não compartilhe”, alerta Jeff erson.

Nos Estados Unidos, quan-do morre alguém, as pessoas não saem de casa e até fe-cham as cortinas. “Lá, quem vai ao local de crime será ci-tada como testemunha, em algum momento aparecerá no processo e as pessoas têm medo de ter proble-mas. Em caso de acidente, o isolamento é de mais de um quilômetro e ninguém sai de dentro do carro para ver o que ocorreu. Eu, por exemplo, fi quei quatro horas parada dentro de um carro em uma estrada. Meu carro era o primeiro da barreira e ninguém saiu. Fiquei impres-sionada com a educação”, compara Laura Bernardes, perita. “Aqui seja dia, noite ou madrugada, todo mundo sai de dentro de casa para ser médico ou perito, seja dia útil, feriado ou fi m de sema-na. É Incrível”, completa.

Falta de educação prejudica

Samu sempre encontra pessoas fotografando local de acidente

Cena de um crime alterada refl ete no trabalho de peritos

Para o publicitário Ar-naldo Rocha, da Neo Tren-ds, uma empresa de con-sultoria de marketing e comunicação focada em novas tendências, as redes sociais potencializaram al-guns desejos que sempre tivemos, em especial o de sermos relevantes no gru-po que estamos.

“Imagine o tamanho da plateia que as pessoas sen-tem necessidade de agra-dar quando estão conecta-das em rede? É um eterno e cansativo ‘show do eu’ 24 horas por dia. As redes so-ciais nos transformam em gerenciadores da própria imagem e nos fazem mui-to bem sermos percebidos como pessoas felizes e que estamos sempre ‘em cima do lance’ ou que temos al-guma notícia em primeira mão”, observa.

Ele avalia que o anoni-mato não nos satisfaz e aponta que incorporamos uma nova etapa em tudo:

o registro. “Existem estudos de que a nossa sensação de prazer está cada vez mais presencial no registro e aprovação alheia - curti-das e comentários - do que no ato em si. No caso da prestação de socorro, não basta mais ajudar; é preciso que as pessoas vejam. Todo mundo quer histórias pra contar”, diz ele.

A banalização da vio-lência antecede a incor-poração das redes sociais em nossas vidas, lembra Arnaldo. “Talvez ela esteja mais presente em nossos feeds por ser um refl exo da realidade. O que está cada vez mais banal é a espe-tacularização de qualquer coisa, sejam momentos pri-vados - daí vem as selfi es pós-sexo, por exemplo - ou aqueles momentos que ra-cionalmente ninguém faria registro - presidiários que postam fotos do churrasco na prisão mesmo sabendo que não podem ter celular.

Exposição pessoal 24 horas

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Redes sociais invadem cenas de crimesProfi ssionais do Samu e peritos relatam casos que prejudicam na prestação de socorro e até atrapalham a elucidação de crimes

Imagine uma ambulância do Serviço de Atendimento de Urgência (Samu) na qual o acompanhante de um pa-

ciente pede que a médica que está prestando os primeiros socorros se afaste para fazer uma foto com o celular do pa-rente que está deitado na maca. Ou uma equipe de perícia que não consegue coletar as provas de um assassinato porque o local do crime foi invadido por uma multidão de curiosos à procura de um melhor ângulo para registrar o fato e postar nas redes sociais ou enviar para contatos nos aplicativos demensagens instantâneas.

Essas situações são reais e ocorrem todos os dias durante a rotina dos profi ssionais do Samu e do Departamento de Polícia Técnico Científi ca do Amazonas (DPTC). Além de ex-por um momento de fragilidade de um paciente ou da vítima de um crime e seus familia-res, atitudes invasivas como essas prejudicam a prestação de socorro e até atrapalham a elucidação de delitos.

Profi ssionais dessas duas áreas do serviço público rela-tam ao EM TEMPO como a

banalização da violência trans-formada em espetáculo nas re-des sociais tem interferido em suas rotinas de trabalho.

Há um ano como médica emergencista no Samu, Ro-nísie Duarte, 34, tem muita história para contar. O caso da acompanhante que pediu para a médica se afastar, relatado acima, ocorreu com ela. Ronísie não afastou para que a foto fosse feita. “O paciente está sob minha responsabilidadee da equipe”.

“Outro caso recente que me chocou é de uma pessoa que possivelmente morava em frente ao local de um crime, fi lmou a vítima ser esfaqueada, registrou ela agonizando e o momento do óbito. Provavel-mente não foi ela quem chamou o Samu”, relata.

A médica se refere ao as-sassinato de Larissa Benevides Ferreira, em abril no Educandos, Zona Sul. Adson Bruno Pinto, conhecido como “Bruna”, foi preso pela polícia como o au-tor do crime. O vídeo ao qual Ronísie se refere viralizou nas redes sociais e trechos chega-ram a ser exibidos em progra-mas de TV ou tiveram cenas capturadas e reproduzidas emjornais impressos.

CLEIDIMAR PEDROSO

Curiosos na cena do crime é algo co-

mum nas ocorrên-cias de Manaus

“Filmar o procedimen-to não nos agride, mas fere a privacidade do paciente que está em situação fragilizada e sem condições de emi-tir qualquer opinião. Com certeza ele não quer serexposto”, avalia.

“Outra vez, na estra-da, em um acidente de moto, precisávamos imo-bilizar um paciente, mas as pessoas queriam fi lmar bem de pertinho. A gen-te pede que as pesso-as parem de fi lmar, mas naquele momento temos que nos dedicar ao aten-dimento e isso não pode ser retardado. Às vezes essa atitude de fi lmar e registrar parte até mesmo dos profi ssionais envolvi-dos, seja da saúde ou da segurança e também da família”, observa.

Para Ronísie, o bom nú-mero de curtidas, com-partilhamentos e comen-tários nas redes sociais

representa popularida-de para o autor de uma postagem. “Para algumas pessoas, ter a rede social bombando é popularida-de. O prejudicial é quando isso ocorre por conta da degradação de uma pes-soa”, salienta.

ProtocoloMuitas pessoas não co-

nhecem os procedimentos de prestação de socorro pelo Samu e chegam a coagir os profi ssionais gri-tando e fi lmando. “Eles não afastam e fi cam gri-tando: - coloca oxigênio nele. Mas temos um proto-colo de atendimento. Na-quela situação, sem saber o que é certo ou errado, ele posta esse vídeo nas redes social como se esti-véssemos sendo omissos, isso ganha repercussão, a população acredita naqui-lo como verdade e a gen-te não consegue provar o contrário”, relata.

Curiosidade x constrangimento

Conforme o artigo 6° do Código de Processo Penal, logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial (dele-gado ou responsável pela equipe da PM) deve dirigir-se ao local, providenciando para que não se altere o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais.

Ocorreu um homicídio e o primeiro cidadão que se de-para com o fato deve entrar em contato com o 190, que por sua vez comunicará as polícias Militar e Civil. Eles se deslocam para o local do crime e o primeiro a chegar deve preservar uma área com uma circunferên-cia de raio com pelo menos três metros. Preservar não apenas o corpo, mas tudo o que envolve o local de crime. A marca de frenagem, por exemplo, deve também ser preservada dentro des-se raio. Quando os peritos chegam, às vezes até o local da vítima não está isolado corretamente, contaram os servidores ouvidos pela re-portagem.

Quem pede para a popu-lação afastar é chamado de grosso, segundo eles. “Ao

saber de um crime perto de onde você está se afas-te, ou não saia de casa. O comum é vermos mães com crianças de colo, às vezes amamentando. A gente cha-ma a atenção e as mães fi cam chateadas. Caso você receba um conteúdo desses no celular, não compartilhe”, alerta Jeff erson.

Nos Estados Unidos, quan-do morre alguém, as pessoas não saem de casa e até fe-cham as cortinas. “Lá, quem vai ao local de crime será ci-tada como testemunha, em algum momento aparecerá no processo e as pessoas têm medo de ter proble-mas. Em caso de acidente, o isolamento é de mais de um quilômetro e ninguém sai de dentro do carro para ver o que ocorreu. Eu, por exemplo, fi quei quatro horas parada dentro de um carro em uma estrada. Meu carro era o primeiro da barreira e ninguém saiu. Fiquei impres-sionada com a educação”, compara Laura Bernardes, perita. “Aqui seja dia, noite ou madrugada, todo mundo sai de dentro de casa para ser médico ou perito, seja dia útil, feriado ou fi m de sema-na. É Incrível”, completa.

Falta de educação prejudica

Samu sempre encontra pessoas fotografando local de acidente

Cena de um crime alterada refl ete no trabalho de peritos

Para o publicitário Ar-naldo Rocha, da Neo Tren-ds, uma empresa de con-sultoria de marketing e comunicação focada em novas tendências, as redes sociais potencializaram al-guns desejos que sempre tivemos, em especial o de sermos relevantes no gru-po que estamos.

“Imagine o tamanho da plateia que as pessoas sen-tem necessidade de agra-dar quando estão conecta-das em rede? É um eterno e cansativo ‘show do eu’ 24 horas por dia. As redes so-ciais nos transformam em gerenciadores da própria imagem e nos fazem mui-to bem sermos percebidos como pessoas felizes e que estamos sempre ‘em cima do lance’ ou que temos al-guma notícia em primeira mão”, observa.

Ele avalia que o anoni-mato não nos satisfaz e aponta que incorporamos uma nova etapa em tudo:

o registro. “Existem estudos de que a nossa sensação de prazer está cada vez mais presencial no registro e aprovação alheia - curti-das e comentários - do que no ato em si. No caso da prestação de socorro, não basta mais ajudar; é preciso que as pessoas vejam. Todo mundo quer histórias pra contar”, diz ele.

A banalização da vio-lência antecede a incor-poração das redes sociais em nossas vidas, lembra Arnaldo. “Talvez ela esteja mais presente em nossos feeds por ser um refl exo da realidade. O que está cada vez mais banal é a espe-tacularização de qualquer coisa, sejam momentos pri-vados - daí vem as selfi es pós-sexo, por exemplo - ou aqueles momentos que ra-cionalmente ninguém faria registro - presidiários que postam fotos do churrasco na prisão mesmo sabendo que não podem ter celular.

Exposição pessoal 24 horas

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015

O hábito de se ali-mentar na rua, com comida de proce-dência duvidosa ou

o consumo de água sem o tratamento adequado, pode ser agravante para o de-senvolvimento do câncer de estômago, tipo da doença considerado o segundo mais frequente entre os homens e o terceiro entre as mulheres no Amazonas. “Isso porque eles podem levar à contami-nação pela bactéria H-Pylori, um dos principais fatores de risco para a doença e que tem acesso ao organismo por via oral”, explica o ci-rurgião do aparelho diges-tivo da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Es-tado do Amazonas (FCecon),

Sidney Chalub.Doutor em terapêutica ci-

rúrgica, Chalub, que com-põe o Serviço de Cirurgia Oncológica Abdominal da instituição, hoje considera-da referência no diagnóstico e tratamento do câncer em toda a Amazônia Ociden-tal, revela que, aproximada-mente, 50% da população mundial possui a H-Pylori no organismo, conforme estudos recentes.

Contudo, uma pequena parcela chega a desenvolver doenças a partir dela, como gastrites, úlceras gástricas e dois tipos de câncer, sendo o mais comum o adenocarcino-ma ou, em casos mais raros, o linfoma malt (Musoca Asso-ciated Lynphoid Tissue). Comida de procedência desconhecida, água contaminda e consumo excessivo de sal são alguns fatores para a doença

Má alimentação pode gerar câncer de estômagoDoença é considerada a segunda mais frequente entre os homens e a terceira entre mulheres no Amazonas

A causa da doença, explica Chalub, não é necessaria-mente a bactéria em si, e sim a inflamação ocasionada por alguns subtipos dela. “Alguns subtipos produzem substân-cias que contribuem para a formação do processo infla-matório, o qual pode passar de uma simples gastrite a uma úlcera gástrica e, daí, chegar a um câncer, quan-do não tratada a tempo. O desenvolvimento do câncer, a contar da contaminação pela bactéria, pode ocorrer em até 20 anos”, destaca.

Pessoas que possuem ape-nas a bactéria ou gastrite ocasionada por ela passam por um curto tratamento,

com duração média de 14 dias, baseado em an-tibióticos e medicamentos que reduzem a acidez es-tomacal. Este mesmo tipo de intervenção é indicado a pessoas cuja bactéria é diagnosticada, mas que não possuem inflamação, des-de que tenham parentesco com pessoas que contraí-ram o câncer de estômago. Trata-se de uma medida preventiva neste caso.

Outros fatores que podem aumentar as chances de desenvolvimento do câncer de estômago são: consumo excessivo de sal - princi-palmente se associado à bactéria H-pylori.

Causas e fatores de risco

Denatran vai premiar trabalhos sobre educação

O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) divul-gou o regulamento do 14º Prêmio Denatran de Educa-ção no Trânsito. As inscrições podem ser feitas de 17 de agosto até 1º de setembro, exclusivamente pela internet, no site do Denatran. A pre-miação para os três melhores trabalhos sobre o tema trânsi-to das oito categorias varia de R$ 1,5 mil a R$ 10 mil.

O prêmio é anual e visa a incentivar a produção de traba-lhos que estimulem crianças, jo-vens, educadores, profissionais de trânsito e da comunicação a refletir sobre o trânsito da cidade e sua relação com o meio ambiente, para garantir mais segurança e reduzir o número de acidentes.

O Denatran pretende des-pertar, com a premiação, o in-teresse dos alunos dos cursos de engenharia pelo desenvolvi-mento de estudos e pesquisas de sistemas que ofereçam mais segurança aos usuários na cir-culação de veículos.

As oito categorias são: ensi-no médio; educação de jovens e adultos; educação especial; educadores do 1º ao 5º ano e do 6º ao 9º ano com projetos de educação de trânsito; educa-ção no trânsito; comunicação; cidadania, além de segurança veicular. O participante poderá

se inscrever para apenas uma delas, com um trabalho. Tam-bém podem participar alunos e engenheiros recém-formados e seus professores, órgãos e entidades do Sistema Nacio-nal de Trânsito, instituições, empresas, organizações não governamentais ou centros de formação de condutores e pessoas físicas.

Após as inscrições, pela in-

ternet, os trabalhos deverão ser enviados pelo correio, até o dia 15 de setembro, para o Denatran, no endereço Saus Quadra 01 Lote 1/6 Edifício Telemundi II; 5º andar - Sala 506; CEP: 70.070-010 – Bra-sília/DF. A relação dos vence-dores será divulgada no site do Denatran no dia 10 de novembro, e a cerimônia de premiação será no dia 11 de dezembro, em Brasília.

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INFORMAÇÕESAs incrições para o concurso podem ser feitas até o dia 1º de setembro e dúvi-das sobre o certame podem ser enviadas para o e-mail [email protected]

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C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015

O novo secretário es-tadual de Saúde, Pedro Elias de Sou-za, 48, participou na

última semana, representando o Amazonas, da reunião do Conselho Nacional de Secre-tários de Saúde (Conass), em Brasília. Nesta entrevista, ele faz um balanço das discussões, que incluíram a preocupação com o financiamento do Sis-tema Único de Saúde (SUS) e com o fortalecimento, por parte do governo federal, do atendimento na Atenção Pri-mária, como forma de diminuir a pressão sobre os serviços de alta e média complexida-de, prestados pelos estados. O novo secretário também aponta as ações que pretende intensificar no Estado. Pedro Elias está no cargo há menos de 15 dias. Antes de assumir

a Secretaria Estadual de Saú-de (Susam), ele atuava como diretor-presidente da Fun-dação Hospital do Coração Francisca Mendes.

EM TEMPO - O senhor par-ticipou, esta semana, em Brasília, de um seminário organizado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), entidade na qual o senhor representa agora o Amazonas. O even-to discutiu propostas para a melhoria do SUS. Qual o balanço que o senhor faz das discussões?

PEDRO ELIAS - Esse se-minário, que teve duração de dois dias, foi mais uma etapa dos preparativos que o Conass está ultimando, para marcar sua posição na 15ª Conferên-cia Nacional de Saúde, que

acontecerá em dezembro, e que terá como tema “Saúde pú-blica de qualidade para cuidar bem das pessoas: direito do povo brasileiro”. A pauta é mui-to ampla, mas o Conass está se organizando para trabalhar em três grandes eixos: a ges-tão do SUS; atenção primária e as redes de atenção à saúde; e alternativas de gerência de Unidades Públicas de Saúde e direito à saúde. A partir do consenso sobre esses temas, o Conass está definindo, ali-nhando seu posicionamento técnico-político acerca das questões a serem debatidas na conferência e nos demais fóruns de pactuação do SUS.

EM TEMPO - O senhor assumiu o comando da Su-sam há menos de 15 dias e esta foi a sua primeira

participação nas ativida-des do Conass. Que temas, na sua avaliação, preocu-pam mais os gestores de todo o país?

PE - Sem dúvida que o for-talecimento do SUS é uma preocupação que se mostra presente em todas as rodas de conversa dos gestores, de Norte a Sul. A discussão sobre esse assunto, portanto, passa pelas formas de financiamen-to do SUS e pela certeza de que é preciso rapidamente e mais do que nunca fortalecer a atenção primária, para reduzir a pressão sobre os serviços de alta e média complexidade. A atenção básica é de respon-sabilidade das prefeituras, que necessitam também do apoio efetivo do governo federal.

EM TEMPO - E a ques-

tão do fortalecimento da Atenção Primária? Por que isso é tão importan-te para os gestores que cuidam da assistência de alta e média complexidade e, portanto, da atenção em nível secundário?

PE - Para entender essa preocupação, podemos usar o exemplo do nosso Estado. Enquanto não conseguirmos ampliar a cobertura dos servi-ços prestados, sobretudo, pe-las Unidades Básicas de Saúde da Família e Unidades Básicas de Saúde tradicionais, que têm papel fundamental nas ações preventivas, continuaremos com os nossos prontos-so-corros, as nossas portas de ur-gência de um modo geral tendo que dar conta de demandas que poderiam ter resolutivida-de na Atenção Primária.

EM TEMPO - A greve dos funcionários da Su-perintendência da Zona Franca de Manaus tem afetado vários setores produtivos. Como está o impacto na Saúde?

PE - Não ficamos imunes e, de fato, alguns fornecedores de insumos de saúde para a rede estadual tiveram suas cargas retidas em decorrência da greve. Isso tem obrigado à Central de Medicamentos do Estado e as nossas unidades, na capital e no interior, a ad-ministrar de forma ainda mais criteriosa os insumos, fazen-do inclusive remanejamento entre unidades, em alguns casos. Tivemos problemas de falta de reagente químico utilizado em procedimentos cirúrgicos, por exemplo, no Hospital de Manicoré.

PEDRO ELIAS DE SOUZA

Secretário de SaúdeFAZ BALANÇO DE REUNIÃOdo Conass EM BRASÍLIA

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015

População pode recorrer aos Distritos de Obras Espaços são responsáveis por executar serviços de recuperação das vias nos bairros a partir da solicitação da comunidade

Quem transita pelas ruas do bairro Jorge Teixeira, quarta eta-pa, na Zona Leste, já

começa a sentir o impacto das obras realizadas pela Prefeitura de Manaus. Vias esburacadas e intransitáveis deram lugar à entrada de maquinário pesado, asfalto e à presença massiva de mais de 400 trabalhado-res. Em duas semanas, a Se-cretaria Municipal de Infraes-trutura (Seminf) já contabiliza 70 ruas recuperadas.

O contato direto que as equi-pes de obras, os chefes dos distritos e os coordenadores de áreas têm mantido com os moradores gerou proximidade e abertura para que os pro-blemas da população sejam explanados e, consequente- mente, solucionados.

Para o secretário munici-pal de Infraestrutura, Alexan-dre Morais, a aproximação da população e o envolvimen-to com os serviços e a atu-ação dos trabalhadores do campo são fundamentais.

“Nós que estamos na rua diariamente, ouvindo e per-cebendo as necessidades dos moradores, nos sensibilizamos com a realidade em que eles vivem e desejamos igualmente a execução e a conclusão dos

serviços almejados. O retorno da população é gratificante, pois assim temos a certeza de que estamos alcançando famílias e proporcionando melhor qualida-de de vida”, pontua.

Quem aproveitou a presença dos trabalhadores no bairro foi o colombiano Nélio Dias, que já se considera amazonense por mo-rar na cidade há 14 anos. Nélio

durante anos precisou conviver com problemas de alagamento devido à falta de drenagem na Travessa Vick, localizada no bair-ro Jorge Teixeira, terceira etapa. A reforma da casa, concluída há seis meses, contrastava com as condições da via. Foi quando ele resolveu buscar ajuda junto ao Distrito de Obras do bairro.

“O pessoal do distrito me aten-deu muito bem. Trouxemos o

chefe aqui na rua e mostramos a situação da via. De perto ele pôde conferir e comprovar a ve-racidade dos fatos. A presença dele nos deu esperança”, conta Nélio se referindo ao chefe do distrito de obras do bairro Jorge Teixeira, Flávio Lima Souza.

Uma semana após a visita, e aproveitando a oportunidade do mutirão no bairro, a Travessa Vick foi inserida na programação e os trabalhos começaram ime-diatamente. O local recebe uma obra de drenagem profunda de 60 metros com a implantação de tubos de 0,60 centímetros de diâmetro. O serviço solucionará de forma permanente a reivin-dicação de Nélio e dos demais moradores da via.

Após esse serviço a rua será devidamente asfaltada. Obras de meio-fio, sarjeta e tampas de bueiro também serão execu-tadas. O trabalho está previsto para ser concluído em 20 dias.

Assim como o morador Né-lio, qualquer cidadão pode ter acesso aos 16 distritos de obras espalhados pela cidade. A cada um compete a área onde está localizada a sede e os bairros vizinhos. Os distritos estão aptos a solucionar problemas de ser-viços básicos da população e atender suas demandas.

SERVIÇOSAo todo, ao menos 80 vias no Jorge Teixeira serão beneficiadas com serviços de reca-peamento, confecção de meio-fio e sarjeta, instalação de cana-letas e tampas de bueiros

As denúncias, reclama-ções e sugestões ou qual-quer outro contato com a secretaria podem ser feitas diretamente aos distritos de obras por meio dos telefones. O ti-tular da Seminf reforça que existe um cronograma de obras planejado men-salmente e que o mes-

mo obedece a uma ordem de pedidos já solicitados pela população.

Ruas recuperadasAo todo, ao menos 80

vias no Jorge Teixeira serão beneficiadas com serviços de recapeamen-to, confecção de meio-fio e sarjeta, instalação de

canaletas e tampas de bueiros. Vias que nunca receberam o recapeamen-to também estão sendo contempladas com terra-planagem e o recapeamen-to asfáltico. Os serviços fazem parte do mutirão de obras de verão e estão sendo executados desde o último dia 29.

Pedidos entram em cronograma

No bairro Jorge Teixeira, vias esburacadas deram lugar a ruas recuperadas pelo distrito local

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[email protected], DOMINGO, 12 DE JULHO DE (92) 3090-1042

Informação com uma pita-da de ironia, sem deixar de lado responsabilidade e qualidade. O programa

“Fome de tudo”, que estreia na quinta-feira (16), às 9h, na TV EM TEMPO, promete quebrar paradigmas dentro do cenário televisivo local. Com direção do artista plástico Manaus Macaco e apresentação da jornalista Tatiana Sobreira, o projeto, primeiramente pen-sado para a internet, chega ao canal aberto recheado de novidades.

Sem formato ou roteiro pré-estabelecido, o semanal, que terá duração de uma hora, não tratará de um assunto em específi co. Como suge-re o nome do programa, o conteúdo transmitido será diversifi cado. De acordo com Tatiana, a ideia é fazer algo diferente de tudo que já foi visto na TV local.

“O programa vai ser onde as pessoas poderão ter a fome atendida. Aquele alimento que você precisa quando acorda todo dia, a busca da infor-mação, de uma cultura de qualidade, de entretenimento de qualidade, de saber o que estão produzindo nas universi-dades, o que os doutores pen-sam acerca de determinado assunto e quais as soluções para atender a sociedade”, exemplifi ca a apresentadora do “Fome de tudo”.

Cansados dos programas da TV local, Tatiana e seu marido, que também é diretor do semanal, Manaus Macaco, buscam antes de tudo se di-vertir com o novo projeto. Sem faixa etária defi nida, o “trunfo” do “Fome de tudo”, segundo a jornalista, é justamente o de atender todas as classes com o conteúdo a ser veiculado.

“Eu acho que o grande dife-rencial é aquela coisa: fazer TV é simples, a gente fi ca procu-

rando uma fórmula e não tem que inventar a roda. A coisa já está aí, as ferramentas já estão nas mãos, é compli-cado na hora da feitura de você montar, de você pensar, concatenar as ideias e colo-car em prática. Eu creio que numa boa panela com poucos ingredientes você consegue fazer um bom alimento”, diz Tatiana.

Os telespectadores mais curiosos, que desejam saber quais as primeiras atrações do “Fome de tudo”, como qua-dros e entrevistados, terão de

aguardar a primeira edição do programa para saber. Como o semanal não possuiu um rotei-ro pré-defi nido, o jeito é fi car de olho e não perder a primeira edição do programa, que vai ao ar na quinta-feira (16), às 9h, na TV EM TEMPO.

“Essa é a grande questão do programa. Nós queremos dei-xar o telespectador surpreso. Vai ter sempre uma surpresa. Ele vai dar sempre uma garga-lhada. Vai ser sempre irônico. Nós nem sabemos direito o que vai entrar (no primeiro programa). Na hora da edi-ção a gente decide. Eu acho que é legal esse improviso, que se perdeu. Todo mundo quer fazer televisão de forma correta. Por que a gente não pode fazer de forma torta?”, brinca Manaus Macaco, sem dar pistas sobre como será a primeira edição do “Fome

SURPRESAO conteúdo do programa semanal será decidido no momento da sua edição. A atração não terá formato ou rotei-ro pré-estabelecido, nem tratará de um assunto em específi co

Plateia D7

Coral celebra 59 anos de criação

IONE MORENO

Para matar a fome de

A TV EM TEMPO estreia o programa “Fome de tudo”, com apresentação de Tatiana Sobreira, na quinta-feira (16), às 9h

TVTHIAGO FERNANDO EANDRÉ TOBIAS

Em princípio, o programa “Fome de tudo”, com Tatiana Sobreira, havia sido pensado para a internet

À frente da nova atração estão a jornalista Tatiana Sobreira e o artista plástico Manaus Macaco

de tudo”.

Vinheta defi nidaEnquanto o telespectador

terá de aguardar para saber Vsentado na primeira edição do “Fome de tudo”, a vinheta de abertura do semanal já foi defi nida pela jornalista e pelo artista plástico, que ex-plicou em detalhes como foi escolhida a música e feita as montagens das imagens.

“Eu estava em Nova York quando a ganhei (a música de abertura). Depois, em ou-tro momento, apresentei a Tatiana. Tinham outras até. Ela ouviu e disse que aquela seria a abertura do programa. Não tínhamos nada, só uma ideia na cabeça. Colocamos as imagens em cima dessa música e já funcionou. O que não é nosso são as imagens,

que são de fi lmes antigos, inclusive que já se tornaram de domínio público, para não ter problema com direi-to autoral”, conta o diretor do semanal, que se considera um iconoclasta.

Tatiana almeja saciar um pouco da “fome” dos teles-pectadores do programa, que será transmitido to-das as quintas-feiras, das 9h às 10h, na TV EM TEMPO. “Espe-ro que esse fi lho renda bons frutos, não somente para a emisso-ra, mas para quem consu-mir esse ali-mento, que vai ser de qualidade”, resume.

FOTOS: RAIMUNDO VALENTIM

À frente da nova atração estão a jornalista Tatiana

que são de fi lmes antigos, inclusive que já se tornaram de domínio público, para não ter problema com direi-to autoral”, conta o diretor do semanal, que se considera um iconoclasta.

Tatiana almeja saciar um pouco da “fome” dos teles-pectadores do programa, que será transmitido to-das as quintas-feiras, das 9h às 10h, na TV EM TEMPO. “Espe-ro que esse fi lho renda bons frutos, não somente para a emisso-ra, mas para quem consu-mir esse ali-mento, que

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D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

>> Eletrônica . Começa a funcionar no fi nal

deste mês o primeiro site da cidade dedicado à gestão em-presarial.

. Será dirigido pela profes-sora Angela Bulbol de Lima, e contará com orientações e dicas dirigidas a executivos e profi ssionais da área. Angela vai compartilhar, no site, as soluções que tem indicado aos clientes, através da sua consul-toria, a ABL e Associados. Cheiro de sucesso no ar.

>> Point . Vai virar point.

. A estrelada chef Martina Caminha Sipelli lançou o seu bistrô Chez Martina, especia-lizado em pratos da cozinha contemporâneo, com releituras de pratos da gastronomia, cheio de referências.

. O Chez Martina Bistrô está localizado na Belo Horizonte, com capacidade para 60 pesso-as, funcionando para almoço e jantar, apresentando entradas clássicas da chef, como a lingui-cinha agridoce, o mini-brie cro-cante com redução de tangerina e morangos, pupunha recheada com geleia de pimenta, além de pratos principais assinados por ela e sua equipe, entre eles o fi lé a Martinica com risoto de champagne e tomilho e ravióli de carne de panela ao molho malbec.

. Itens do menu que a coluna mostra para dar um gostinho de água na boca do leitor que aplau-de a boa mesa. Vale conferir.

>> Objeto de desejo

. O modelo da clutch Bottega Veneta é sempre um clássico re-paginado a cada coleção.

. Desta vez, a novidade é a Multispheres, com micro espelhos redondos no couro e tudo o que uma clutch Bottega tem. Chic, chic.

Marcia Marini e Abdul Haua-che em evento que reuniu o primeiro time da cidade

>> Sabor junino

. O Arraial Gourmet pilo-tado pela Associação dos Empresários do Vieiral-

ves, movimentou elen-co Vip da cidade,

com evento que movimentou o famoso bairro de compras.

.A Rua Itannana este-ve lotada de nomes co-nhecidos nas duas noi-tes do evento. Sucesso

total. A cidade pede biz.

A presi-dente da

Associação dos Empresários do Vieiralves, Adli-

nez Moreno e o cantor Breno

Marx

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

A presi-dente da

Anselmo e Helen Garcia

Barbara e Dimas Melão

. O Arraial Gourmet pilo-tado pela Associação dos Empresários do Vieiral-

ves, movimentou elen-co Vip da cidade,

.A Rua Itannana este-ve lotada de nomes co-nhecidos nas duas noi-tes do evento. Sucesso

total. A cidade pede biz.

Vitória Verço-sa e Terezinha Cadais

O chef Hiroya Takano

Letizia Barros, Guto Oli-veira e Charufe Nasser

Mariana Verçosa

FOTOS: SILVIA CASTRO

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D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015

Grupo Harmonia do Samba está confirmado no “line up” para o mês de agosto, previsto pela produtora Fábrica de Eventos

LA VITTA

Camarote de ‘PATRÃO’ no ‘Garota Vip Manaus’

Um dos shows mais esperados pela na-ção forrozeira é o “Garota Vip Ma-

naus”, no dia 15 de agosto, no sambódromo. No line-up, o cantor Wesley Safadão e a banda Garota Safada, além de Márcia Fellipe e Forró Curtição e os baianos do Harmonia do Samba, que sempre ar-rastam uma multidão de fãs em Manaus. Mas, para curtir esta maratona de shows, a Fábrica de Eventos reservou um espaço privilegiado re-pleto de regalias. Trata-se do Camarote All Night Cîroc.

O espaço exclusivo é resul-tado de uma parceria entre a produtora do evento e o pub mais badalado da cidade, o All Night. Por ser a primeira vez do projeto “Garota Vip Manaus”, a ideia do camarote personalizado veio à tona para brindar os convidados. Com um formato diferenciado, o

local reúne os melhores ser-viços para quem não dispensa uma noite de grandes shows, conforto e segurança. Uma das vantagens do camarote é o open bar de Cîroc (bebida alcoólica produzida à base de uvas novas), cerveja, refrige-rante e água.

A escolha do nome do espa-ço não foi por acaso. A bebida Cîroc está na letra de um dos sucessos de Wesley Safadão, o hit “Camarote”. No entanto, as mordomias também se esten-dem aos aperitivos. Para segu-rar a disposição dos convida-dos noite adentro,o local conta com um farto bufê assinado pelo Sabor de Boteco. Quanto à estrutura, o camarote possui entrada diferenciada, acesso ao front stage e banheiros exclusivos.

Vale ressaltar que os in-gressos são limitados para o Camarote All Night Cîroc. Além disso, os privilegiados

SERVIÇO‘GAROTA VIP MANAUS’

QuandoOnde

Quanto

Central de vendas

On LineInformações

dia 15 de agostoSambódromoPista 3º Lote – R$ 40; Ca-marote – R$ 100 por pessoa; Área Vip com Open Bar 2º Lote – R$ 160. Open Bar de água, cerveja, refrigerante, caipirinha e caipiroska até as 3h. Entrada diferenciada, bares e banheiros exclusivos, além de acesso ao Front Stage. Camarote All Night Cîroc – R$ 300 ingressos limitados. Todos os preços são para meia-entrada.Stand Amazonas Shopping, Loja do Shopping Cidade Leste e Loja Sumaúma Park Shopping. www.fabricaingressos.com3303-0100

Vodka Cîroc liberada a noite inteira, bufê de comidinhas de boteco e muito mais. Esta é a proposta do Camarote All Night Cîroc, que estará na primeira edição do evento “Garota Vip Manaus”

também recebem acessórios personalizados – boné e copo do evento. Com look capri-chado, as selfies vão ser um show a parte.

Com o lugar garantido no camarote, vale até arriscar o refrão da música de Wesley Safadão: “Agora assista aí de camarote eu bebendo gela e tomando Cîroc, curtindo na balada, só dando virote...”

Cantora Márcia Fellipe comanda o “Forró da Cur-tição”, na bala-da “Garota Vip”, que acontece em agosto

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D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015

Guitarrista lança ‘Crosseyed Heart’Keith Richards irá lançar o

esperado álbum “Crosseyed Heart”, seu terceiro álbum solo e o primeiro em mais de 20 anos, em 18 de setembro pela Universal.

“Crosseyed Heart” tem 15 músicas com o som conhe-cido de Richards, e promete ser uma experiência musical 5 estrelas que te leva em uma viagem pelo rock, reg-gae, country e blues.

A primeira vista do álbum “Crosseyed Heart” será reve-lada no dia 17 de julho com o lançamento do primeiro single, “Trouble”, um hit com base de guitarra que tem Ri-chards tocando as guitarras elétrica e acústica, o baixo, além de cantar em primeira voz e como backing vocal. E o cantor vem acompanha-do de velhos amigos como o baterista Steve Jordan, guitarrista Waddy Wachtel e Bernard Fowler nos vo-cais. A música foi escri-ta e produzida por Keith e

Steve Jordan.“Eu me diverti muito fa-

zendo esse novo CD e traba-lhando com Steve Jordan e Waddy Eachtel novamente,” diz Keith. “Não há nada como entrar em um estúdio sem ter a menor ideia do que vai acontecer no final. Se você está procurando por confusão (Trouble), veio ao lugar certo”.

DuetoKeith escreveu e co-escre-

veu a maioria das músicas de “Crosseyed Heart”, muitas com a coprodução de Ste-ve Jordan. Os pontos fortes do álbum incluem a faixa country “Robbed Blind”, a inspirada no reggae “Love Overdue”, e a apropriada-mente nomeada “Blues In The Morning”. E o cantor re-cebe a colaboração de vários artistas incluindo um dueto com Norah Jones na balada “Illusion”, que foi coescrita pela cantora.

Keith Richards, que toca guitarra elétrica e acústica, baixo, piano, além de cantar no álbum, conta com a par-ticipação de Waddy Wachtel, do tecladista Ivan Neville e da cantora Sarah Dash, que já acompanhou Richards em seus álbuns solos anteriores, como backing vocal.

Steve Jordan toca bate-ria e canta e vários artis-tas acompanham Richards em outras faixas, incluindo o compositor e tecladista Spooner Oldham em “Lo-vers Plea”, Larry Campbell em “Robbed Blind”, Aaron Neville nos vocais de “No-thing On Me”, e o amigo Bobby Keys que toca saxo-fone em “Amnesia” e “Blues In The Morning”.

Keith já lançou dois álbuns solo: “Talk Is Cheap”, em 1988, e “Main Offender”, em 1992, assim como um álbum ao vivo chamado “Live at the Hollywood Palladium”, em dezembro de 1988.

MÚSICA

O novo álbum de Keith Richards traz composições de rock, reggae, country e blues

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ULG

AÇÃO

Fox anuncia nova temporada da série ‘The Walking Dead’Estreia internacional da sexta temporada do seriado acontecerá menos de 24 horas após a exibição nos EUA

São Paulo, SP - A Fox International Chan-nels anunciou que a sexta temporada de

“The Walking Dead” irá es-trear internacionalmente nos canais Fox fora dos Estados Unidos, além de mais de 125 mercados locais, em até 24 horas após a estreia da série, no dia 11 de outubro, na AMC. Os fãs de fora dos Estados Unidos poderão acompanhar um episódio estendido, com 90 minutos de duração, no dia 12 de outubro.

Este modelo de lançamen-to foi feito de forma pio-neira pela Fox na primeira temporada de “The Walking Dead”, e o grupo permanece como a única empresa de transmissões internacionais a executar esta estratégia em escala mundial.

“Ver este sucesso mundial e incomparável conquistado por ‘The Walking Dead’ nos últimos cinco anos é muito gratificante. Não importa o quão duro trabalhem os ato-res, produtores, programa-dores, equipe de marketing, dentre outros, esta ‘explosão zumbi’ nunca seria possível sem a massiva colaboração de nossos fãs em todo o mundo. E é por isso que a Fox mantém o compromisso com esse tipo de lançamento a fim

de que atinja os fãs da série em todos os lugares para que eles continuem sendo parte desta comunicação global”, diz Sharon Tal Yguado, vice-presidente de Scripted En-tertainment Programming da Fox International Channels.

Como nas temporadas an-teriores, esta sexta tempo-rada da série contará com 16 episódios que irão ao ar em dois momentos distin-tos, com os primeiros oito episódios iniciando interna-

cionalmente no dia 12 de outubro e retornando, com os oito finais, em fevereiro de 2016.

Na última sexta-feira (10), aconteceu o painel de “The Walking Dead” no evento da Comic Con, que exibiu o trailer oficial da sexta temporada no Hall H. De acordo com o even-

to, o trailer também pode ser visto no FoxPlay através do link www.foxplaybrasil.com.br/watch/481993283944.

‘Fenômeno’Baseado na revista em qua-

drinhos escrita por Robert Kirkman e publicada pela Image Comics, “The Walking

Dead” reina como a série de televisão de drama mais assistida por adultos (18 a 49 anos). O seriado conta a história do policial Rick Gri-mes, que viaja a procura de um lugar seguro para viver.

A série, que tem sido ava-liada pelos críticos como “um fenômeno” (Variety),

“implacável e provocati-va” (Orlando Sentinel) e “brilhante e contagiante” (TheHollywoodNews.com), conta com Andrew Lincoln como Rick Grimes; Steven Yeun como Glenn; Norman Reedus como Daryl Dixon; Chandler Riggs como CArls; Lauren Cohan como Maggie,

Danai Gurira como Michon-ne; Melissa McBride como Carol; Sonequa-Martin Gre-en como Sasha; e Michael Cudlitz como Abraham.

“The Walking Dead” conta com produção executiva de Scott M. Gimple, Kirkman, Gale Anne Hurd, David Alper, Greg Nicotero e Tom Luse.

DISTINTOSA sexta temporada da série, assim como as anteriores, contará com 16 episódios que irão ao ar em dois momentos distintos: o primeiro em outubro deste ano e, o segundo, em fevereiro de 2016

A trama do bem-sucedido seriado do canal Fox é baseada na revista em quadrinhos da Image Comics, escrita por Robert Kirkman

DIVULGAÇÃO

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Canal [email protected]

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

TV TudoAcontece que...O fi asco de “Babilônia” fará

com que, a partir de agora, autores titulares e diretores passem a justifi car cada eta-pa do trabalho. Desde gra-vações fora do país, até a escolha de colaboradores. A função de todos terá que ser conhecida “nos seus míni-mos detalhes”.

Filho do Ratinho“Salada Mista”, apresen-

tado pelo Rafael Massa e Murilo Bordoni, alcançou na última semana a lide-rança na Grande Curitiba, atingindo 22,19% de share contra 21,77% da segunda colocada. A partir de agora, devido a isso, o programa será transmitido para todo o Estado do Paraná.

Anúncio ofi cialO último “SuperStar”, a

fi nal desta terceira tempora-da, será exibida na noite de hoje, logo após o “Fantásti-co”. A Globo já deve anunciar a próxima, para exibição em 2016, no desenrolar do pró-prio programa.

LiberadaSubstituta de “Mil e Uma

Noites” na Bandeirantes, a também turca “Fatmagul” não foi recomendada para menores de 10 anos.

Isto signifi ca que ela pode

ser exibida em qualquer ho-rário. Tire apenas as crian-cinhas da sala.

Segundo da sérieO “Resenha ESPN”, que foi

bem na sua estreia de domin-go passado, anuncia para hoje a presença do ex-cra-que Rai. Os canais esportivos estão sempre muito atentos uns aos outros. Na estréia do “Resenha”, o concorrente Fox Sports antecipou em uma hora a exibição do programa “A Última Palavra”.

Tem issoAtende pelo nome de La-

risssa Manoela, ou da com-pleta recuperação dela, a

indefi nição do SBT para de-fi nir a estreia de “Cúmplices de um Resgate”. Larissa ain-da sente as consequências do tombo do cavalo e não está totalmente liberada para as gravações.

Alguém bobeouAcontece que, por deter-

minação do diretor geral Reynaldo Boury, explicadas em um manual, cenas de montaria, passeios de moto e coisas mais radicais, como tirolesa, para os protagonis-tas sempre foram proibidas. No caso da Larissa, isso pas-sou. Alguém, ou não prestou atenção ou não leu direitinho esse trecho do manual.

De voltaBruno Mazzeo está de volta às novelas da Globo,

em “A Regra do Jogo”, substituta de “Babilônia”. Rui é o personagem, casado com Tina, Monique Alfradique, uma das apostas cômicas da história de João Emanuel Carneiro. Na trama, ele resolve sair do asfalto para viver no Morro da Macaca, onde bate o coração da novela.

Bate – Rebate

• Um bebê abandonado torna-se a última chance de redenção para uma prostituta...

• ...esse é o pontapé inicial do espetáculo “Entre o Céu e o Inferno”, que estreia dia 23 no Teatro Fashion Mall, em São Conrado, no Rio...

• ...no elenco, Andressa Escobar, Daiane Estefani, Daniel Gravelli, Déborah Sargenthelli, Isabela Villa-ça, Pablo Sant’Anna, Paulo Olive-ra, Rodrigo Zingano e Samanta Lemos.

• É aguardada uma participação especial de Patrícia Abravanel no último capítulo de “Chiquititas” no SBT...

• ...a gravação está prevista para acontecer no próximo dia 22 no cenário do programa “Máquina da Fama”...

• ...de acordo com o roteiro, Pa-trícia vai receber Ernestina,

personagem de Carla Fioroni, que irá interpretar Valesca Popozuda...

• ...e, claro, não deixando de man-dar um “beijinho no ombro” para completar a sua performance.

Globo exige mais após ‘Babilônia’

O momento ruim de “Babilônia” fez surgir uma série de avaliações sobre os limites da relação quan-tidade e qualidade. A novela tem três autores e conta com sete colaboradores.

Era natural se esperar por algo acima da média. “Babilônia”, se no conjunto da obra não foi lá essas coisas, ela poderá servir como única coisa boa, em um antes e depois nas novelas da Globo.

TV GLOBO/PEDRO CURI

A passagem do bastão, do Da-niel para Michel Teló, como jurado do próximo “The Voice Brasil”, teve um bastidor de muita classe, educação e elegância. A mudança foi orquestrada pela holandesa Talpa e bem assimilada pelos dois cantores. Para o ano que vem acontecerá outra mudança.

Ficamos assim. Mas amanhã tem mais. Tchau!

C’est fi ni

MÁRIO ADOLFO

GILMAL

ELVIS

No mês passado, Manaus recebeu a visita da comitiva do Instituto Internacional de Teatro – ITI, entidade ligada a Unesco responsável por criar e acompanhar as diretrizes para a atividade teatral voltadas aos países do chamado Terceiro Mundo - embora muitos dos seus participantes não são identifi cados como, segundo a ordem econômica mundial. O objetivo da visita era discutir assuntos relacionados ao 35° Congresso Internacional de Te-atro a ser realizado em junho de 2016 na capital amazonense.

A comitiva era formada pelo presidente do ITI, Mohammed Saif AL-Afkham; o diretor To-bias Biancone; o secretário Ali Mahdi; o representante da cadeira da África, Hamadou Mande e pelo representante da cadeira do Vietnã, Le Quy Duond. A agenda incluiu pas-seios por pontos turísticos de Manaus, reuniões com o pre-feito de Manaus, Arthur Neto, e com a equipe de organização local.

Pela primeira vez, o Brasil sediará o evento. Trata-se de um encontro político, com de-legados representantes dos países e a diretoria executiva do órgão. Os encontros são fechados, e além da assembleia geral, existem os comitês te-máticos como América Latina, dramaturgia etc. Para 2016, poderão inscrever-se ouvintes com direito a voz, sendo os vo-tos, claro, praticados pelos seus respectivos delegados. Mas os comitês temáticos serão aber-tos aos interessados.

Sempre se fala das difi culda-des em fazer teatro no Brasil. Mal se sabe que o fazer teatral no mundo torna quase que ir-relevantes as perspectivas do artista brasileiro. Quase. Afi nal, as difi culdades existem e só quem as vive, em seu contexto e tradição, sabe o quanto é difícil. Em muitos países do Oriente Médio, e outros mais como Bukina Faso, questões político-religiosas (sim, a re-ligião ainda pauta muitos dos aspectos políticos), guerras constantes e restrições liber-tárias difi cultam ainda mais a capacidade destes artistas se expressarem e falarem a linguagem do homem, que é a linguagem teatral.

São estes e outros assuntos a que o Congresso trata. Neste, são apresentados diagnósti-cos, moções, aberturas de diá-logos com governos, em suma, política! Política para o teatro e com o teatro. O Congresso é realizado pelo Instituto Inter-nacional de Teatro (ITI, sigla em inglês para International Theater Institute) e é a maior representação política das artes cênicas no mundo. São esperados aproximadamente 1500 artistas e estudantes de todo o mundo. Países como a China, Cuba, Chipre e Suécia já confi rmaram representantes e disponibilizaram apresenta-ções para serem realizadas em Manaus durante o evento. Além disso, espera-se que mais de mil estudantes de regiões e países vizinhos participem da programação.

Márcio BrazE-mail: [email protected]

Márcio Brazator, diretor e

cientista social

Sempre se fala das difi -culdades em fazer teatro no Brasil. Mal se sabe que o fazer teatral no mundo torna quase que irrelevantes as perspecti-vas do artis-ta brasileiro. Quase”

Manaus, o teatro e o mundo

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D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015

Programação de TV

HoróscopoÁRIES - 21/3 a 19/4 O dia favorece as questões amorosas e afetivas. Mas, se quiser mesmo aproveitar esse astral romântico com a companheira, será preciso se abrir para os imprevistos, o amor não vem com bula é preciso ir tateando e acertando, esqueça a teoria é hora de viver na pratica. Dedique-se de corpo e alma à arte de amar e terá bons motivos para fi car orgulhoso.

TOURO - 20/4 a 20/5 O dia pode começar com alguns mal-entendidos que precisam ser esclarecido, seja o mais verdadeiro possível, e acima de tudo preste atenção no que está atrás de toda esta situação. Não acredite inteiramente nas boas intenções de algumas pessoas que se esforçam demais para te agradar. Tire o dia para ter contato com a natureza, abrace uma árvore, deixe que teus pés tenha contato com a terra. A noite se entregue ao romance.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 Compartilhe o que acontece no seu interior, antes que a emoção fale de por si e você fale demais, escolha bem a pessoa para confi denciar suas necessidades. Assuma seus desejos com arte e sedução crie condições favoráveis para que aconteça o que quer. Saiba colocar seus sentimentos com suavidade, mas também fi rmeza. Se desconhecer o coração por muito tempo, a emoção suas origens e com emoções importantes do seu passado.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 Neste momento a sua necessidade de segurança material e emocional tende a crescer. Estará mais impulsivo (a) com relação aos gastos, e este pode ser o seu calcanhar de àque-les. Nos assuntos do coração, a sua generosidade pode vir à tona. É tempo de se comprometer a viver de acordo com seus valores, com o que você descobriu ser valioso. Evite exageros, seja simples.

LEÃO - 23/7 a 22/8 Mudanças são necessárias, livre-se de suas preocupações tomando atitudes positivas para solucioná-las. O período se apresenta positivo para os negócios arriscados e às empresas precipitadas. Viagens, contatos com pessoas de lugares dis-tantes e tudo o que estiver relacionado com novidades, estará favorecido para você neste dia. Reveja amigos e fi que mais tempo ao lado da pessoa amada

VIRGEM - 23/8 a 22/9 Quanto mais otimista for, mais fácil será, para que supere o mau humor, assim, evitará atritos, que poderiam terminar em discussões inúteis. Evite isso, porque muitas serão suas chances de sucesso, no fi nanceiro. Necessidade de ser mais amado e mais compreendido se mostra neste dia. A expectativa e a ansiedade estarão invadindo o seu interior, controle-se!

LIBRA - 23/9 a 22/10 Enormes probabilidades de realizar suas mais antigas espe-ranças e desejos se apresentarão neste dia. Terá também, aumentos de lucros e muito progresso profi ssional. Ótimo às novas amizades e ao amor. Aproveite as vibrações dos astros para reforçar seus contatos pessoais.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11Ótimo período para tratar de questões fi nanceiras, profi ssionais e associativas. Fluxo benéfi co para os exames, os concursos, os testes vocacionais e os assuntos amorosos, estão protegidos pelos astros. Evite ambientes e pessoas com quem você não se sinta bem, pois estará sensível a muitas coisas e o fl uxo de energia é alto.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 Não tenha medo de avançar na vida, é preciso mesmo neces-sário! Se houver obstáculos, não lhes dê atenção exagerada, simplesmente siga em frente, pule se for necessário. Faça o mínimo para contorná-los, mas não os enfrente. Quanto mais lutar, mais sua energia se transferirá e mais se perderá. Invista na pessoa amada, carinho, gera carinho

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 O dia tende a ser intenso com muito trabalho e atividades não programadas, coisa que irá te aborrecer, não esqueça que tem um compromisso no fi m do dia poderá retê-lo além do expediente na rua. Em um encontro com amigos poderá ser surpreendido (a) com uma nova paquera e se você se permitir poderá ser muito mais. Dedique um pouco mais de tempo para a família.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 Os problemas de saúde, que vem ocorrendo podem ser resolvidos com medicina alternativa, para relaxar, faça uma sessão de “Refl exologia”. Um bom momento está para começar, a poupar, não se importe com a quantidade e sim com o resultado fi nal. Aja com sabedoria deve rapidamente pôr fi m as situações duvidosas que envolvam sócios, ou parceiros. O Cultivo da harmonia deve fazer parte do seu dia a dia!

PEIXES - 19/2 a 20/3 É dia de inspiração mental e o resultado será bom, aproveite para escrever textos profi ssionais ou colocar a correspondência em dia. Terá um bom desempenho em reuniões. Gaste as suas energias com exercícios físicos. Uma mudança no visual virá bem, levante a autoestima com um novo corte e cor nos cabelos. A pessoa amada evita assumir compromissos e isso pode te aborrecer, tenha uma conversa séria.

Cruzadinhas

SBT GLOBO4H45 JORNAL DA SEMANA SBT

6H BRASIL CAMINHONEIRO

6H30 TURISMO & AVENTURA

7H30 ACELERADOS

8H CHAVES

10H DOMINGO LEGAL

14H ELIANA

18H RODA A RODA JEQUITI

18H45 SORTEIO DA TELESENA

19H PROGRAMA SILVIO SANTOS

23H CONEXÃO REPÓRTER

0H SÉRIE: SOBRENATURAL

1H SÉRIE: NIKITA

2H SÉRIE: GAROTO DE OURO

3H BIG BANG

3H30 IGREJA UNIVERSAL

RECORDBAND

5h SANTO CULTO EM SEU LAR

5h30 DESENHOS BÍBLICOS

8h RECORD KIDS - PICA PAU

10h DOMINGO SHOW

14h30 HORA DO FARO

18h30 DOMINGO ESPETACULAR

20h25 JOGOS PAN-AMERICANOS

TORONTO – 2015

22h30 REPÓRTER EM AÇÃO

23h30 JOGOS PAN-AMERICANOS

TORONTO – 2015

0h15 PROGRAMAÇÃO IURD

5H POWER RANGERS6H40 SANTA MISSA NO SEU LAR7H40 MASKATE NA TV8H40 GRAND PRIX DE VÔLEI DE QUADRA – BRASIL X ALEMANHA11H PÉ NA ESTRADA11H30 BAND ESPORTE CLUBE – PARTE 112H FÓRMULA TRUCK – ETAPA DE GOIÂNIA/GO13H30 BAND ESPORTE CLUBE – PARTE 214H GOL: O GRANDE MOMENTO DO FUTEBOL14H30 FUTEBOL 2015 – CAMPEO-NATO BRASILEIRO16H50 3º TEMPO19H SABE OU NÃO SABE20H A LIGA21H PÂNICO NA BAND0H15 CANAL LIVRE1H15 FÓRMULA INDY – COMPACTO – GP DE MILWAUKEE/EUA1H30 SÓ RISOS2H05 FILHOS DA ANARQUIA2H55 IGREJA UNIVERSAL

Cinema

O Exterminador do Futuro - Gênesis: EUA. 12 anos. Cinemark 4 – 11h40 (3D/dub/exceto sábado e domingo), 14h30, 17h30, 20h20 (3D/dub/dia-riamente), 23h30 (3D/dub/somente sexta-feira e sábado), Cinemark 6 – 13h, 15h50, 18h40, 0h20 (3D/dub/diariamente), 21h30 (3D/dub/exceto quar-ta-feira); Kinoplex 5 – 13h, 15h40, 18h20, 21h (3D/dub/diariamente).

Meu Passado Me Condena 2: BRA. 12 anos. Cinemark 3 – 11h30, 14h, 16h30 (diariamente), Cinemark 5 – 11h50, 14h15, 16h45, 19h20, 21h50 (diariamente); Ki-noplex 2 – 14h10, 16h30, 18h50, 21h10 (diariamente).

Minions: EUA. Livre. Cinemark 1 – 13h10, 15h40, 18h10, 20h45 (dub/diariamente), 23h40 (dub/so-mente sexta-feira e sábado), Cinemark 8 – 12h10 (dub/ex-ceto domingo), 14h40, 17h10,

19h40 (dub/diariamente); Kinoplex 3 – 13h10, 15h15, 17h20, 19h25, 21h30 (3D/dub/diariamente).

Divertida Mente: EUA. Livre. Cinemark 2 – 11h05 (dub/diariamente), Kinoplex 1 – 13h20 (dub/diaria-mente).

Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros: EUA. 14 anos. Cinemark 3 – 19h (3D/dub/diariamente),

Cinemark 8 – 22h10 (dub/exceto quarta-

feira), Kinoplex 1 – 15h30, 18h10, 20h50 (dub/diaria-

mente).

DIV

ULG

AÇÃO

5H12 SANTA MISSA

6H14 AMAZÔNIA RURAL

6H42 PEQUENAS EMPRESAS, GRAN-

DES NEGÓCIOS

7H16 GLOBO RURAL

08H12 AUTO ESPORTE

08H45 ESPORTE ESPETACULAR

12H ESQUENTA

13H11 TEMPERATURA MÁXIMA. FILME:

OS CARAS DE PAU EM: MISTERIOSO

ROUBO DO ANEL

15H FUTEBOL 2015: FLAMENGO X

CORINTHIANS

17H DOMINGÃO DO FAUSTÃO

20H FANTÁSTICO

22H23 SUPERSTAR

23H40 DOMINGO MAIOR. FILME: OS

MERCENÁRIOS 2

1H17 SESSÃO DE GALA. FILME: LAU-

REL CANYON – RUAS DAS TENTAÇÕES

3H01 MENTES CRIMINOSAS

3H42 MENTES CRIMINOSAS

PRÉ-ESTREIA

Investigações policiais unidas ao “Sobrenatural”, hoje no SBT

Cidades de Papel: EUA. 12 anos. Baseado no best-seller de John Green, “Cidades de Papel” é uma história sobre amadurecimento, centrada em Quentin e em sua enigmática vizinha, Margo, que gostava tanto de mistérios, que acabou se tornando um. Depois de levá-lo a uma noite de aventuras pela cidade, Margo desaparece, deixando para trás pistas para Quentin decifrar. A busca coloca Quentin e seus amigos em uma jornada eletrizante. Para encontrá-la, Quentin deve entender o verdadeiro significa-do de amizade – e de amor. Cinemark 1 – 17h40, 20h30 (dub/diariamente), 23h10 (dub/somente sexta-feira e sába-do), Cinemark 3 – 22h (dub/diariamente), Cinemark 7 – 11h, 13h30, 16h, 18h30, 21h10 (dub/diariamente), 23h50 (dub/somente sexta-feira e sábado); Kinoplex 4 – 14h, 16h20, 18h40 (dub/diariamen-te), 21h (dub/somente quinta-feira), 21h (leg/diariamente).

FOTO

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Meu Passado Me Condena 2: BRA. 12 anos. Cinemark 3 – 11h30, 14h, 16h30 (diariamente), Cinemark 5 – 11h50, 14h15, 16h45, 19h20, 21h50 (diariamente); Ki-noplex 2 – 14h10, 16h30, 18h50,

Cinemark 1 – 13h10, 15h40, 18h10, 20h45 (dub/diariamente), 23h40 (dub/so-mente sexta-feira e sábado), Cinemark 8 – 12h10 (dub/ex-ceto domingo), 14h40, 17h10,

Cinemark 8 – 22h10 (dub/exceto quarta-

feira), Kinoplex 1 – 15h30, 18h10, 20h50 (dub/diaria-

mente).

ESTREIA

CONTINUAÇÃO

Homem Formiga: EUA. 12 anos. Dotado com a incrível capacidade de diminuir em escala mas crescer em força, o vigarista Scott Lang (Paul Rudd) precisa assumir o lado heróico e ajudar seu mentor, Dr. Hank Pym (Michael Douglas), a proteger os segredos por trás do espetacular traje do Homem-Formiga de uma nova geração de ameaças. Contra obstáculos aparen-temente intransponíveis, Lang e Pym precisam planejar e realizar um assalto que salvará o planeta. Cinemark 6 – 21h30 (3D/dub/somente quarta-feira); Kinoplex 5 – 21h (3D/dub/somente quarta-feira).

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D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015

do coral. Dentre as primeiras coralistas, está a gerente de banco aposentada Aníria Sa-boia, 78 anos. “Adoro fazer parte do coral. Ele já faz parte da minha vida”, ressaltou.

Para a juíza aposentada do Tribunal de Justiça, Cleomar Feitoza, 81 anos, presidente do coral, acompanhar a his-tória dele, desde os primeiros dias até hoje, é uma grande alegria. “Apesar de todas as dificuldades, conseguimos alcançar a vitória de termos um grupo unido pela música, há quase 60 anos”. O comer-ciário aposentado Jandenir Fonseca, 78 anos, também comemora: “Fico feliz de estar no João Gomes Junior, que está entre os dez corais mais antigos do Brasil. É uma rea-

lização, pois sempre gostei de cantar e fui muito incentivado pela minha família”, ressalta.

No repertório do concerto serão apresentadas 18 músi-cas, dentre clássicos da música erudita como “Coro dos Pere-grinos”, da ópera Tannhäuser, de Richard Wagner, “Lacri-

Coral João Gomes Júnior faz ‘concerto de gala’ Apresentação do grupo do coral de 59 anos está marcada para amanhã, no palco do Teatro Amazonas, a partir das 20h

Uma celebração mu-sical é o que acon-tecerá amanhã, com o “Concerto de Gala

do Coral João Gomes Júnior”, às 20h, no Teatro Amazonas, em comemoração ao seu 59º aniversário de criação. Esta é uma promoção do governo do Amazonas (Secretaria de Estado da Cultura), com en-trada gratuita.

O coral foi fundado em 19 março de 1956, pelo profes-sor e maestro amazonense Nivaldo Santiago, que foi alu-no do maestro paulista João Gomes Junior, que dá o nome ao coral, devido à história de sucesso que possui vinculada à música.

Nivaldo Santiago, após completar sua formação mu-sical, desistiu de uma bolsa de estudos para um conservató-rio de música no exterior, para formar o novo coral e enfren-tou muitas dificuldades para mantê-lo na década de 50. No entanto, contou com pessoas que prestaram ajuda ao gru-po, desde governantes até os cidadãos mais simples.

Os primeiros ensaios do coral eram realizados na Ca-tedral Metropolitana de Ma-naus, onde eram feitas as clas-sificações dos componentes

Coral é formado por 40 pessoas, ensaia duas vezes por semana e se apresenta o ano todo

PATRONOO maestro paulista João Gomes Junior compôs 627 obras distribuídas por vários gêneros: óperas líri-cas, sinfonias, suítes orquestrais, quartetos, solo de flauta, trios, músicas religiosas etc

DIV

ULG

AÇÃO

Cleomar Feitoza é a presidente do grupo de cantores

mosa”, de Wolfgang Amadeus Mozart, e “Ave Maria”, de Jo-hann Sebastian Bach, além de outras do repertório popular nacional, com destaque para composições amazonenses. O Coral João Gomes Júnior faz apresentações durante todo o ano, com 40 integrantes,que se reúnem na casa de dona Cleomar Feitoza, duas vezes por semana, para os ensaios,

com a regência do maestro Moisés Rodrigues.

De tão conhecido, o coral ganhou um livro que conta sua história: “Coral João Gomes Junior: uma aventura musical no Amazonas”, de Elson Fa-rias, lançado em 2010.

João Gomes JuniorO maestro paulista João

Gomes Junior é um ícone da

música erudita brasileira. De 1877 a 1954, compôs 627 obras distribuídas pelos vá-rios gêneros: óperas líricas, sinfonias, suítes orquestrais, quartetos, solo de flauta, trios, músicas religiosas, música de câmara, solos de piano, canto e piano, solos de violino, solo de violon-celo, músicas orfeônicas, infantis e escolares.

IONE MORENO

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D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2015

Não é só a música france-sa que vai agitar o Centro Histórico de Manaus neste fim de semana. A gastrono-mia também estará em alta durante a programação da Festa Nacional Francesa, que acontece hoje, das 18h às 21h, no Paço da Liberdade. O evento é realizado pela Aliança Francesa em parce-ria com a Fundação Muni-cipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult).

Quatorze estabelecimen-tos diferentes marcarão presença no evento, entre “food trucks”, “food bikes” e barracas, com cardápios variados que vão de san-duíches a doces. Sabores

típicos da França também estarão presentes no menu: os macarons, doces coloridos típicos do país europeu, são os destaques da La Maison du Macaron, comandada por um legítimo chef francês, Ce-drik Mérel. A variedade de sabores inclui macarons de chocolate com menta, cupu-açu e baunilha.

Para quem quer mesmo é saborear um bom hambúr-guer, os food trucks WTF Burger, BoraLá, Veraneio e Urbano também estarão no circuito. Além deles, Titones, É de Comer?, Sorelle Doce-ria, Brisée, Brownie da Luh, Brigadelícia, Meu Menu, Sí, Me Gusta Paletas Mexicanas

e Miss Doçura completam a lista de restaurantes da pra-ça de alimentação, que está instalada no lado externo do Paço da Liberdade.

Comida em ‘truck’ e ‘bike’ no Paço MunicipalFESTA

Opções doces e salgadas fazem parte do cardápio dos “food trucks” e “food bikes”, no evento

ING

RID

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NE/

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ULG

AÇÃO

SERVIÇOFESTA NACIONAL FRANCESA

Quando

Onde

hoje, das 18h às 21hPaço da Liberdade – Rua Gabriel Sal-gado, Centro (em frente à Praça Dom Pedro 2º)

Cantora Simone Lial em álbum ‘suburbano’Artista nascida em meio a outros músicos, no subúrbio carioca, segue a tradição familiar e aposta em som diferenciado

A cantora carioca Si-mone Lial lançou seu segundo álbum, “E Toda Dor que Sofri

Será Canção”, o sucessor do CD de estreia “O Amor Da-qui de Casa” (2013). O novo disco da artista une a bossa nova harmônica “dos aparta-mentos da Zona Sul” com a nova bossa percussiva “dos terreiros da Zona Norte”.

Nascida no subúrbio cario-ca de Ramos, frequentadora do tradicionalíssimo bloco Cacique de Ramos desde a infância, a artista carrega a música no sangue: é neta e bisneta de músicos. Não podia dar em outra coisa. A menina criada entre blocos e serestas cresceu e aos 20 e poucos anos, já se apresenta-va pela primeira vez na Lapa. Isto muito antes do bairro se tornar o corredor cultural de hoje. “A música foi tomando conta da minha vida, as-sim como uma melodia que vai chegando aos poucos e, quando me dei conta, já fazia parte de mim”, lembra.

Em 1998, Simone fez o show “O tempo que o samba viver“, em homenagem aos vinte anos da morte do mes-tre Candeia, no Café Teatro de Arena. No mesmo ano, montou o grupo Goiabada Cascão, corresponsável pelo processo de revitalização da Lapa e reintegração do samba à cena musical. O grupo ganhou projeção e fez shows em diversos es-paços alternativos da cida-

de, como o Emporium 100 (uma das casas pioneiras da Lapa), o Espaço Bananeiras e o Carioca da Gema, entre tantos outros.

Muitos trabalhos vieram em seguida com outras for-mações e participações, em casas conceituadas no cir-cuito carioca, como o Circo Voador, Studio RJ, Trapiche Gamboa, Teatro Odisseia, Centro Cultural Carioca, Rio Scenarium e Sesc. Destaque para as apresentações com o Garrafieira, o Mulato Velho e a ótima Orquestra Criôla, da qual a cantora ainda é integrante. Inclusive, gravou uma faixa para o CD autoral da Orquestra, batizado de “Subúrbio Bossa Nova”, com o

soprista Humberto Araújo.A cantora também partici-

pou do CD “É Batata!”, lança-do pela CCC Discos, do grupo Tio Samba (do qual Simone era integrante), em home-nagem a Carmem Miranda. Este trabalho deixou o grupo entre os três finalistas do Prê-

mio da Música Brasileira, em 2011, na categoria Melhor Grupo de Samba. “A música atravessou gerações pra me encontrar e eu me encontro na música em cada canção. Cada palavra, cada som car-rega um pouco da minha história”, emociona-se.

As 12 canções de Maurício e Leo Maturo soam “subur-banas” e - talvez até por isso - sofisticadas. A fluidez e a malandragem do seu canto, curtido nos bailes que fazem parte da bagagem da artista, põem-se a serviço de uma es-tética de resistência: enquanto

agonizava no mainstream, não era na fidalguia dos salões que o samba tinha abrigo, mas nos fundos dos quintais.

E os ecos da revolução es-tética dos longínquos anos 1980 ainda ressoam hoje. Em “E Toda Dor que Sofri Será Canção” o repique é de mão, o

pandeiro é de nylon e o banjo é percussão. Mas, por outro lado, o violão é de 7 cordas, o baixo é acústico e o acordeon é a cereja do bolo. É um regio-nal-suburbano sim, que deixa uma cama confortável para Simone desfilar sua penca de samba/pagode.

ÁLBUM“E Toda Dor que Sofri Será Canção”, o suces-sor de “O Amor Daqui de Casa” (2013), une a bossa nova “dos apartamentos da Zona Sul” com a nova bossa “dos terreiros da Zona Norte”

Carioca Simone Lial está em fase de promoção do segundo disco da carreira, que traz 12 obras de Maurício e Leo Maturo

DIVULGAÇÃO

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