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Edição de novembro/2011 da revista Em Família - São Francisco
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2º SEMESTRE/2011
Um novo futuro depende deles
Geraçãoverde
Rede CI. Mais de 60 lojas em todo o país.
Cursos, estágios, trabalhos, passagens aéreas e viagens para o exterior, que fazem a vida acontecer.
Chegou a hora de você fazer um intercâmbio
ci.com.br/m iead ciona ci.com.br você aprende com o mundo
CI Moema
Av. Ibirapuera, 1858Tel.: (11) 5051-0381São Paulo
CI Porto ALegre
Rua Padre Chagas, 80Tel.: (51) 3346-4654
CI Goiânia
Rua 18, 326 Salas 3/4 - Setor OesteTel.: (62) 3093-4353
CI Brasília
SCLN, 211 - Bloco B - Loja 06Tel.: (61) 3340-2040
CI Curitiba
Av. Batel, 1.398Tel.: (41) 3342-3032
CI Londrina
Av. Higienópolis, 799 - loja 02Tel.: (43) 3029-0203
CI Maringá
Av. Duque de Caxias, 882 - loja 04 Tel.: (44) 3029-3003
Intercâmbio TeenSuas férias com cara de Intercâmbio
Onde: Alemanha, Austrália, EUA, Nova Zelândia, Inglaterra, Itália e muito mais.
Duração: 2 a 8 semanas
High SchoolNão deixe o tempo passar e embarque nessa
Onde: Austrália, Canadá, EUA, Nova Zelândia e muito mais.
Duração: 1 a 2 semestres letivos
Use o leitor de QR Code do seu celular e saiba mais.
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Expediente
A Província Marista Brasil Centro-Sul atua nas áreas de educação, solidariedade, saúde, editorial e comunicação. A
PMBCS está presente nos Estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal.
Sua forma de atuação busca, por meio de processos educacionais, uma efetiva contribuição social e cultural,
posicionando-se na defesa e promoção dos direitos das infâncias e juventudes.
Desenvolver equilibradamente, afetividade e inteligência, dimensão comunitária e social, valores humanos e cristãos é
a proposta da instituição.
Rua Imaculada Conceição, 1155Prado Velho – Curitiba – PRPrédio Administrativo PUCPR – 8º andarCEP: 80215-901Tel.: (41)3271-6500
www.marista.org.br
PRESIDENTE DAS MANTENEDORAS: Ir. Dario Bortolini
SUPERIOR PROVINCIAL: Ir. Davide Pedri
SUPERINTENDENTE ABEC/UCE: Paulo Serino de Souza
REDE DE COLÉGIOS: Ir. Paulinho Vogel, André Garcia, Isabel Cristina
Michelan Azevedo, Vani Sant'ana
COMUNICAÇÃO E MARKETING (ABEC/UCE): Patrícia Fatuch,
Pollyana D. Nabarro, Alexandre L. Cardoso, Silvia S. Tateiva, Kelen Y.
Azuma, Patrícia L. Egashira, Fábio Egg Mais, Tiago Ienkot
COMUNICAÇÃO E MARKETING (COLÉGIOS): Bruna Finkensieper
Gonçalves, Bruno Bonamigo, Caroline Damin Mertens ,Cláudia
Cristina Batistela Francisco, Cristiane Rufino Santos, Daliane
Anziliero Teston, Eros Augusto Asturiano Martins, Eziquiel
Machado Ramos, Fábio Silvestrini Aparício, Katia Macedo Dias
Kely Cristine de Souza, Luana Mendonça Dias dos Santos, Mayara
Amaral Haudicho, Raquel Aline Bortoloso, Renato Mobaid Pereira
Campos, Samira Damásio Dutra
CAPA:
Mirela Schreck Welter, Gabriel Weiand,
Lucas Petry Heck, Marina Gabriela Maia,
alunos do Colégio Marista Pio XII, Novo
Hamburgo - RS
FOTO:
D'Contreras - ILEXPHOTO
BRASÍLIA • Colégio Marista de Brasília - Educação Infantil e Ensino Fundamental - SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília - DF - 70200-690 - (61) 3442-9400
Colégio Marista de Brasília - Ensino Médio - SGAS 615 CONJ C - Bairro Asa Sul - Brasília - DF - 70200-750 - (61) 3445-6900
CASCAVEL • Colégio Marista de Cascavel - Rua Paraná, 2680 - Centro - Cascavel - PR - 85812-011 - (45) 3036-6000
CHAPECÓ • Colégio Marista São Francisco - Rua Marechal F. Peixoto, 550L - Chape-có - SC - 89801-500 - (49) 3322-3332
CRICIÚMA • Colégio Marista de Criciúma - Rua Antonio de Lucca, 334 - Criciúma - SC - 88811-503 - (48) 3437-9122
CURITIBA • Colégio Marista Paranaense - Rua Bispo Dom José, 2674 Seminário - Curitiba - PR - 80440-080 - (41) 3016-2552
Colégio Marista Santa Maria - Rua Prof. Joaquim de M. Barreto, 98 - Curitiba - PR - 82200-210 (41) 3074-2500
GOIÂNIA • Colégio Marista de Goiânia - Avenida Oitenta e Cinco, n. 1440
St. Marista - Goiânia - GO - 74.160-010 - (62) 4009-5875
JARAGUÁ DO SUL • Colégio Marista São Luís - Rua Mal. Deodoro da Fonseca, 520 Centro - Jaraguá do Sul - SC - 89251-700 - (47) 3371-0313
JOAÇABA • Colégio Marista Frei Rogério - Rua Frei Rogério, 596 - Joaçaba - SC - 89600-000 - (49) 3522-1144
LONDRINA • Colégio Marista de Londrina - Rua Maringá, 78 - Jardim dos Bancários - Londrina - PR - 86060-000 (43) 3374-3600
MARINGÁ • Colégio Marista de Maringá - Rua São Marcelino Champagnat, 130 - Centro - Maringá - PR - 87010-430 - (44) 3220-4224
PONTA GROSSA • Colégio Marista Pio XII - Rua Rodrigues Alves, 701 - Jardim Carva-lho - Ponta Grossa - PR 84015-440 - (42) 3224-0374
RIBEIRÃO PRETO • Colégio Marista de Ribeirão Preto - Rua Bernardino de Campos, 550 - Higienopólis - Ribeirão Preto - SP - 14015-130 - Fone:(16) 3977-1400
SÃO PAULO • Colégio Marista Arquidiocesano - Rua Domingos de Moraes, 2565 - Vila Mariana - São Paulo - SP - 04035-000 - (11) 5081-8444
Colégio Marista Nossa Senhora da Glória - Rua Justo Azambuja, 267 - Cambuci - São Paulo - SP - 01518-000 - (11) 3207-5866
Em Família | 8ª Edição | 2º Semestre 2011
A Revista Em Família é uma publicação da Editora Ruah para a Rede Marista de Colégios, com distribuição dirigida aos pais e colaboradores.
Visite o blog da revista e envie sua opinião: www.maristaemfamilia.com.br
EDITOR: Luís Fernando Carneiro | DIAGRAMAÇÃO: Goretti Carlos | PUBLICIDADE: Ariane Rodrigues | R. Casemiro José Marques de Abreu, 706
– Ahú – Curitiba/PR – CEP: 82200-130 – Fone: (41) 3018-8805 | www.editoraruah.com.br | Quer anunciar? Entre em contato conosco pelo
fone (41) 3018-8805 ou pelo site www.editoraruah.com.br
Todos os direitos reservados. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores.
4
P esquisas recentes indicam que
nosso planeta já não consegue
mais recompor os recursos naturais
consumidos pelos seres humanos.
Se continuarmos com o ritmo voraz
de consumo atual, em poucos anos
exterminaremos todas as possibilida-
des de vida no planeta.
Somos a geração de seres huma-
nos que mais consome futilidades,
ou seja, consumimos sem precisar
e, não raras vezes, por puro prazer,
hábito, vontade ou desejo. A cultura
do descartável nos leva ao consumo
inconsequente. Angustiados, busca-
mos preencher um vazio com coisas
que, na verdade, aplacam a angústia
frequentemente, não nos damos
conta, como um abraço aconchegan-
te, uma palavra de conforto, um gesto
surpreendente ou um olhar carinho-
so e terno. Este vazio se faz presente
quando não acolhemos ou não somos
acolhidos pelas pessoas que nós ama-
mos, e quando não educamos nossos
filhos para a alteridade, para a empa-
tia e para o desejo de ver o outro feliz
antes de nós mesmos. Na escravi-
dão do tempo, certos gestos custam
demais. Bauman (2001), descrevendo
nossa época, diz: “O que conta é o
tempo, mais do que o espaço que lhes
toca ocupar; espaço que, afinal, pre-
enchem apenas ‘por um momento’”.
A salvação da vida em nosso pla-
neta está nas mãos do pai, da mãe, do
professor, do educador, enfim, dos
responsáveis pelas futuras gerações.
Preencher os corações das crianças,
adolescentes e jovens, com gestos
de amor, fazendo-os perceber que,
mais importante que a própria felici-
dade, é enxergar nos olhos do outro
que sua felicidade depende de gestos
concretos de acolhida, de proteção,
de amparo e de tempo “perdido” /
investido. Assim se constróem iden-
tidades seguras e sólidas que encon-
tram a própria felicidade não nas futi-
lidades de cada esquina, mas dentro si
mesmos, a partir dos gestos de amor
vivenciados no seio da família.
momentaneamente e não nos levam
à satisfação plena.
Nosso planeta não está sendo
exterminado pelo fato de existirem
muitos seres humanos ou por estes
necessitarem cada vez mais de arte-
fatos para se manterem. A responsa-
bilidade não se deve às necessidades
básicas da modernidade, que nos
faz utilizar cada vez mais os recur-
sos naturais. A responsabilidade pelo
extermínio da vida no planeta está
no vazio existente na alma dos seres
humanos que aqui vivem.
O reflexo da sede e do vazio na
alma dos seres humanos está na
ausência dos pequenos gestos que,
Vazio que extermina, Amor que sustentaPor Ir. Paulinho Vogel
Ir. Paulinho Vogel é Diretor Executivo da Rede Marista de Colégios
Primeira impressão 5
Entrevista
Quando o lixo vira arte e vida
6
O artista plástico Vik Muniz fala sobre como o lixo pode se transformar em obra de arte apreciada no exterior e mudar a vida de toda uma comunidadePor Vivian Albuquerque
V icente José Muniz, o Vik Muniz, nasceu em São Paulo em uma família da
classe média. Seus pais, um garçom e uma telefonista, com certeza nunca
imaginaram que um dia seu filho – numa mudança para Nova York – poderia
se tornar um ícone da arte pela fotografia, com trabalhos expostos nos mais
importantes museus do mundo.
Na década de 80, Vik decidiu estudar inglês em Chicago. Foi para ficar apenas
seis meses, mas, numa visita a Nova York, se apaixonou e por lá acabou ficando
e levando com ele o nome do Brasil, com uma arte nada convencional. Usando
materiais como chocolate, açúcar, sucata e lixo, ele retrata pessoas e reproduz
conhecidas obras de arte, provando que tudo, até mesmo o que ninguém mais
quer, pode virar obra de arte “de valor”.
Este ano, o documentário que mostra o trabalho do artista plástico brasileiro
com catadores de material reciclável em um dos maiores aterros sanitários do
mundo concorreu ao Oscar. Apesar de toda a torcida brasileira, a estatueta não
veio. Mas Vik, mais uma vez, conseguiu sensibilizar o mundo por meio da sua
arte, trazendo à tona discussões sobre sustentabilidade e olhar solidário.
Quando começou este seu trabalho
tão diferenciado?
Quando resolvi deixar o Brasil e
viver em Nova York. Minha ideia
era abrir a mente para o mundo
artístico, mas o que acabou acon-
tecendo foi bem mais que isso.
Comecei a produzir séries fotográ-
ficas que conquistaram o público
por trabalhar com materiais nada
ortodoxos: macarrão, algodão, pó,
terra. Compúnhamos as imagens
e eu fotografava. Uma foto, assim
como uma pintura, não só mostra
um tema, mas o material com que
foi representado. Quanto mais dis-
tante o material do tema proposto,
mais inspirador será o engajamento
entre o espectador e a imagem.
Em várias de suas fotos você reproduz
obras de arte já conhecidas. Poderia
explicar o porquê desta escolha?
Procuro trabalhar com o que o
próprio espectador traz para esse
seu encontro com a imagem. Por
isso tem de ser algo que ele reco-
nheça. Os temas acabam sendo
algo já digerido e subestimado por
ele. Não raro, desenho o que que-
ro reproduzir, vou a um museu ou
faço de cabeça. Trabalho com séries
para não precisar dizer tudo de uma
só vez. Trabalho com materiais
diversos ao mesmo tempo e nunca
encerro uma série definitivamente;
elas vão se extinguindo natural-
mente.
O filme "Lixo Extraordinário" tornou
seu trabalho ainda mais conhecido
por nós, brasileiros. Ali, poderíamos
dizer que além da matéria-prima
– lixo – você ainda teve as pessoas
como grande componente de inspi-
ração?
Eu queria mudar a vida de um grupo
de pessoas usando o material com
que lidam no dia a dia. Assim sur-
giu a ideia de transformar lixo em
arte e reverter a venda das fotos em
recursos para aquela comunidade.
O aterro do Jardim Gramacho aten-
de a pelo menos 2,5 mil famílias.
Pessoas que passam o dia ali, entre
os caminhões e as pilhas de lixo,
para ganhar R$ 50,00. Eram pesso-
as que nem sequer tinham fotos
delas. E o momento mágico se deu
quando uma coisa se transformou
em outra; o lixo se transformou na
imagem delas.
Como foi o trabalho de criação des-
tas obras que acabaram ganhando o
mundo de forma tão especial?
Fiz os retratos das pessoas e depois
as convidei para trabalhar comigo
no estúdio, “pintando” suas pró-
prias fotos. Muitos nunca tinham
se visto em uma foto e, de repente,
estavam vendo seus retratos repro-
duzidos com materiais que eram,
ao mesmo tempo, o sustento do dia
a dia. Estar envolvido em projetos
sociais, para mim, é fundamental.
O lixo é uma boa matéria-prima para
a arte, afinal?
O lixo é dinheiro. A gente perde mui-
to dinheiro com ele. Quem mexe
com o lixo ou tem muito dinheiro
ou não tem nenhum. Muitas vezes,
quando convido as pessoas para
verem meu trabalho no galpão que
temos no Brasil, elas se assustam
porque entram e só veem monta-
nhas e montanhas de lixo e sucata.
Mas fotografamos com uma câmera
8X10, a uma distância de 20 metros.
Só quando se sobe na torre é que
se vê a obra no meio daquilo tudo.
Por isso é tão bacana. Conseguimos
criar o retrato de um catador que,
como o lixo que está ali, ninguém
conhece.
Você tem essa preocupação cons-
tante de aproximar a arte do maior
número de pessoas. A resposta pare-
ce óbvia, mas mesmo assim pergun-
tamos: por que?
Uma grande obra de arte deve
transcender barreiras espaciais,
temporais e linguísticas. Deve uti-
lizar a universalidade dos sentidos
e buscar, incentivar, a cumplicida-
de entre as pessoas. Não há como
manter o provincianismo intelectu-
al, no qual a arte internacional fala
um dialeto próprio e tão distante do
público, sob o risco da condenação
do popular e do culto a um produ-
to que seja fruto do isolamento. O
artista não pode dizer que faz arte
só para si. A arte deve se inspirar
em experiências pessoais, mas ter
a capacidade de transmitir essas
mesmas experiências em um âmbi-
to universal. O filme “Lixo Extraordi-
nário” foi resultado de três anos de
trabalho e tem um apelo muito for-
te com o público por causa do emo-
cional. Você vê lágrimas nos olhos
de quem assiste. E isso a arte não
pode deixar de fazer: emocionar.
Entrevista
LIXO EXTRAORDINÁRIOUm pouco sobre o documentário
premiado internacionalmente
O documentário “Lixo Extraordiná-
rio” acompanha o trabalho de Vik
Muniz em um dos maiores ater-
ros sanitários do mundo: o Jardim
Gramacho, na periferia de Duque
de Caxias, Rio de Janeiro. Lá, ele
fotografa um grupo de catadores
de materiais recicláveis, com o
objetivo inicial de retratá-los.
Segundo o dicionário, “lixo” signi-
fica qualquer material considerado
inútil, supérfluo, e/ou sem valor,
gerado pela atividade humana.
Antes de chegar ao Jardim Gra-
macho, Vik Muniz e os diretores
do documentário não esperavam
encontrar nada muito diferente
disso, mas se surpreenderam ao
conhecer pessoas cativantes e
cheias de dignidade, como o Tião,
jovem presidente da Associação de
Catadores do Aterro Metropolitano
de Jardim Gramacho, ou o Zumbi,
catador que, resgatando os livros
do lixão, acabou montando uma
biblioteca.
"O momento quando uma coisa se transforma
em outra é o momento mais bonito. A
combinação de sons se transforma em música. E isso se aplica a tudo.”
Vik Muniz
8
Capa
Sustentabilidade é uma questão de sobrevivência. Que tal fazer a sua parte?
10
Sustentabilidade é uma questão de sobrevivência. Que tal fazer a sua parte?
Lucas Petry Heck, Marina Gabriela Maia, Mirela Schreck
Welter, Gabriel Weiand, alunos do Colégio Marista Pio XII,
Novo Hamburgo - RS
Capa
N as compras do supermercado,
ela não utiliza mais sacolas, mas
as caixas de plástico, que sempre leva
no porta-malas. Em casa, cascas, res-
tos de produtos orgânicos e até as
folhas do quintal vão direto para o
minhocário. E os cuidados não param
por aí. “Opto por produtos sem emba-
lagens ou de refil. Quando isso não é
possível, escolho as de menor impac-
to. Um exemplo? Gosto de sabão
líquido concentrado, mas ainda opto
pela caixa de papelão, porque a emba-
lagem se degrada com mais rapidez.
Jamais levo uma bandeja de isopor
para casa, opto pelo presunto cortado
na hora e embalado apenas no plásti-
co. Além de ter mais sabor, não fico
pensando nos 450 anos – no mínimo,
que o isopor levaria para se degradar
no meio ambiente”, conta Joana Bica-
lho, de Brasília, mãe dos alunos Mar-
cela, 16, e João Pedro, 14, do colégio
Marista João Paulo II, da Rede Marista
do RIo Grande do Sul.
É pouco? Pois saiba que eles ain-
da levam as embalagens que não há
como evitar para o supermercado,
que as entrega para uma cooperativa
de reciclagem; mantém um relógio na
parede do banheiro, para administrar
o tempo e a consciência sobre o con-
sumo; e fazem compras semanais, no
lugar das mensais, para evitar o con-
sumo desnecessário. “Percebi que,
quando comprava mensalmente,
consumia muito mais e ainda perdia
muitos produtos por data de venci-
mento”, explica.
Mas estas dicas, segundo Joana,
são muito individuais. “Muitas vezes,
algo que é facilmente adaptável no
meu dia a dia, não se enquadra na
vida de uma outra pessoa”, confirma.
“O caminho é passar a observar o nos-
so excedente. Tudo o que sobra não
nos pertence e, por isto, pode passar a
não mais ser desperdiçado. Todos nós
podemos reduzir nosso consumo em
40%, sem prejuízo à nossa qualidade
de vida. O famoso menos que vale
mais”, garante.
A preocupação com a sustentabili-
dade é tanta que até o trabalho de Joa-
na tem profunda ligação com o tema.
Ela é uma das idealizadoras e consul-
toras da Empresa Responsável (www.
empresaresponsavel.com), consulto-
ria que ensina empresas a trabalha-
rem com o chamado Marketing Verde.
“Sempre trabalhei com publicidade e
propaganda e, mesmo antes de diálo-
gos sobre os impactos do consumis-
SUSTEN… O QUÊ?Veja como surgiu e se popularizou o termo sustentabilidade
Na década de 70, o chamado Clube de Roma, formado por personalida-
des interessadas em discutir temas cruciais para a sobrevivência huma-
na, encomendou ao MIT – Instituto de Tecnologia de Massachusetts – um
estudo que culminou no relatório “Os Limites do Crescimento”. O texto
tratava de problemas como energia e escassez de recursos naturais, entre
tantos outros itens importantes para nossa vida. E o que ficou comprovado
foi que nosso modo de consumo e descartabilidade era ambientalmente
inviável. Na época houve um lobby contrário à ampliação da consciência,
mas o assunto, a tal da “sustentabilidade”, aos poucos foi ganhando peso
político, econômico e social. Hoje, o tema é central em muitos encontros
globais. Exemplo disso é a Conferência Rio + 20, programada para 2012, no
Rio de Janeiro. Ela discutirá a Economia Verde, assunto que compartilha
as atenções com a Logística Reversa, que trata do uso do lixo para novas
produções, por meio da reciclagem.
12
de um ambiente para economizar
energia, devemos abrir uma grande
janela para iluminação natural.
Outro exemplo: quando optamos
pela fruta à caixa de suco, abrimos
mão daquela praticidade que
nos foi vendida, mas ganhamos
em saúde e, consequentemente,
qualidade de vida. Na verdade,
devemos vender sustentabilidade
como o conceito de saber viver,
optar pelo bom, pelo respeito a
si mesmo, numa escolha certa e
inteligente. Com certeza, estamos
num movimento importante. As
escolas e seus projetos contribuem
para isso. As empresas, forçadas
pela necessidade de se mostrarem
responsáveis socialmente, têm
mandado seus executivos para
cursos de pós-graduação em
gestão socioambiental, ampliando
o diálogo de necessidades e
possibilidades. Fala-se muito mais
em slow-life, qualidade de vida,
tempo para a família e para a saúde.
Tudo isto está virando moda e
dados mostram que as pessoas
que optam por este tipo de vida
dependem menos dos médicos
e se aproximam mais da família.
Convivem mais, gastam menos e
gastam certo, e por isto ampliam o
ser ao ter.”
mo na finitude dos recursos naturais,
já me sentia incomodada com o estí-
mulo crescente ao consumo e des-
cartabilidade. Canalizei, à época, meu
trabalho para a ‘venda de serviços’,
exatamente pela preocupação que
tinha com este tipo de propaganda.
Em 2003, decidi fazer meu mestrado
em Planejamento e Gestão Ambiental,
e estudar profundamente os ganhos
empresariais em investir no Marketing
Verde. Percebi, então, uma enorme
brecha na propaganda e no marke-
ting: convencermos os consumidores
de que os ‘produtos do bem’ fazem o
bem para todos, em cadeia.”
SUSTENTABILIDADE E ECONOMIAPara a mãe e consultora, a
sustentabilidade – termo da moda
e até já meio banalizado – tem
sido erroneamente vista como
algo inatingível, que exige fortes
mudanças, levando-nos ao menor
conforto e a altos gastos. “Mas não é
nada disto”, afirma. “Sustentabilidade
ambiental e social não devem
impactar negativamente na susten-
tabilidade econômica. Por exemplo:
ao invés de abrirmos mão da claridade
PRECISO MESMO DISSO?COMO PENSAR VERDE NO DIA A DIA
“O caminho é simples e prazeroso”, garante Joana. “É preciso ‘passar a olhar, vendo’. Ou seja, perceber nossos
hábitos de maneira sistêmica. Sair da máquina do consumis-mo, e começar a observá-la, optando em benefício próprio, e da coletividade. Não se permitir ser manipulado pela mídia, bem como aproveitar o leque de ofertas para escolher algo de fato bom para nossas vidas. Não permitir que a correria do dia a dia nos leve a viver de forma automática, sem perceber nossas relações e nos-
sas escolhas. Daí, começar a perceber e se questionar: preciso de fato disto? Hoje, 60% do volume de um carrinho cheio do su-
permercado vira lixo em apenas 15 dias. O mundo produz de lixo, por dia, o equivalente a 15 montanhas do tamanho
do morro Pão-de-Açúcar. Estamos trocando nossas paisagens verdes por montanhas de lixo.”
Capa
P ensando em contribuir não
somente com a comunidade aca-
dêmica, mas com a sociedade em
geral, a Pontifícia Universidade Cató-
lica do Paraná (PUCPR) vem traba-
lhando num projeto participativo de
transformação socioambiental, com a
criação de um Núcleo de Sustentabili-
dade. “O que queremos é concentrar
esforços no estudo de modalidades
de integração entre os conhecimen-
tos técnico-científicos e os conheci-
mentos sociais, políticos, ambientais
e gerenciais para proporcionar a todos
um ambiente mais equilibrado”, expli-
ca o professor da área de Engenharia
Ambiental e um dos idealizadores do
Núcleo, Altair Rosa.
Segundo o professor, a sustenta-
bilidade hoje está inserida em várias
disciplinas dos diferentes cursos da
universidade. Uma preocupação prin-
cipalmente quando o que se vê é o
uso saturado do tema, ou a própria
má utilização. “A sustentabilidade é
vista como moda ou marketing, mas
Educação que transformaComo as escolas e universidades podem fazer a diferença
o sentido real, o significado, ainda
é pouco conhecido pela população.
Falta compromisso da sociedade em
querer se informar, ou então por real-
mente em prática ações que possam
concretizar o emprego da teoria. Sus-
tentabilidade trata do desenvolvimen-
to que satisfaz as necessidades do
presente, sem comprometer a capa-
cidade de as futuras gerações satisfa-
zerem suas próprias necessidades. O
desenvolvimento não pode ocorrer
‘a qualquer preço’”, alerta. “Sustenta-
bilidade implica numa equação entre
demanda, necessidade e desenvolvi-
mento. Nosso planeta está apresen-
tando evidentes sinais de desequilí-
brio ambiental. O novo paradigma do
desenvolvimento sustentável sugere,
de um lado, uma reorientação deste
modelo no sentido de um uso mais
racional e responsável dos recursos
naturais e, de outro, uma ampliação
da participação da sociedade nos pro-
cessos de tomada de decisão.”
É dentro deste contexto, que o
14
professor da PUCPR traz novamente à
tona a Agenda 21, muito em voga nos
jornais tempos atrás, mas hoje mais
discreta.
“A Agenda 21 é um programa de
ação para o meio ambiente e o desen-
volvimento. É composto de 40 capítu-
los que constituem a mais abrangente
tentativa já realizada de promover, em
escala planetária, um novo padrão de
desenvolvimento, conciliando méto-
dos de proteção ambiental, justiça
social e eficiência econômica. Ela tra-
duz em ações o conceito de desenvol-
vimento sustentável. A implantação
dela não é um único acontecimento,
documento ou atividade, mas sim um
processo contínuo no qual a comuni-
dade aprende sobre suas deficiências
e identifica inovações, forças e recur-
sos próprios ao fazer as escolhas que
a levarão a se tornar uma comunidade
sustentável”, conclui.
CONSCIÊNCIA PLANETÁRIA“A educação para a sustentabilida-
de é algo sempre presente na propos-
ta de Educação Infantil dos colégios
maristas”, diz Ana Lúcia Souto, asses-
sora educacional da Rede de Colégios
Maristas da Província Marista do Brasil
Centro-Sul. “Nosso currículo é divi-
dido em dimensões e uma delas é a
Consciência Planetária, que diz res-
peito a todas as formas de vida. Sou
assessora na área de Ciências da Natu-
reza. Não é um conhecimento cientí-
fico, como um fato apenas, mas algo
que tem de estar inserido na nossa
realidade diária para a sustentabilida-
de do planeta.”
Para exemplificar parte do traba-
lho feito nas escolas, Ana Lúcia fala
sobre o Congresso Virtual Interdisci-
plinar Marista, realizado no ano passa-
do, quando foi comemorado o Ano da
Biodiversidade. “Discutimos com os
alunos assuntos como as mudanças
climáticas, a escassez dos recursos
naturais, usando como base o relató-
rio da ONU, com números dos últimos
50 anos. Os alunos escolheram um
tema e, sobre ele, escreveram artigos
científicos, propondo várias ações.”
Entre os artigos, vários deles publi-
cados no endereço www.marista.org.
br/congressobio, está um que fala
sobre o uso exagerado das sacolas
plásticas, com o sugestivo nome:
"Que Saco!". Para ilustrá-lo, os alunos
fizeram fotos de árvores, nas quais as
folhas foram substituídas por sacolas
plásticas. “A proposta de Champagnat
era transformar a sociedade, tornan-
do-a mais justa para todos: pessoas,
animais, meio ambiente”, conclui Ana
Lúcia. “E isso depende de todos nós.”
Capa
QUAL A PROCEDÊNCIA DO QUE VOCÊ COMPRA?De nada adianta trocar sacolas plásticas por uma “ecobag” se ela for feita
no Vietnã. Todos os materiais têm prós e contras; o vidro, por exemplo, é 100%
reciclável, mas é pesado e a logística de reutilização exige alto consumo de água e
energia. O plástico é retirado de matérias-primas não renováveis, mas seu processo
de produção não gera resíduos. Para escolher entre produtos, é preciso adotar
um conjunto de critérios que inclua durabilidade e adequação ao uso. Design
sustentável é aquele que usa menos matéria-prima, processos industriais e energia.
TUDO BEM DEIXAR O CARRO EM CASA ÀS VEZES?Manter o carro em ordem para evitar emissões desnecessárias de dióxido de
carbono é lei. Deixá-lo em casa nos trajetos servidos por transporte coletivo, ainda
que apenas fora dos horários de pico, é melhor ainda, pois o ônibus e o metrô já
circulam regularmente.
XÔ, DESCARTÁVEIS!Coador de pano, sacola de pano. Introduzi-los em sua rotina não requer nenhu-
ma grande mudança. Melhor, você produz menor quantidade de lixo. E no trabalho,
desconsidere os copos descartáveis. Vá de caneca. É muito mais charmoso e bem
menos nocivo para o meio ambiente. No Colégio Marista de Brasília todos os alunos
adotaram essa ideia com muito sucesso.
É POSSÍVEL REDUZIR O CONSUMORegrinhas fáceis para reduzir o consumo de luz e água em casa: mantenha
as instalações elétricas em dia; escolha eletrodomésticos certificados; use ferro a
vapor e acumule roupas para passar de uma vez só; instale a geladeira longe de
fontes de calor, como o fogão, que a fazem trabalhar mais; pinte as paredes de
cores claras, que refletem luz; mantenha luminárias e lustres limpos para evitar a
perda de luminosidade; use lâmpadas fluorescentes ou de vapor de sódio; desligue
o monitor do computador quando parar de trabalhar; ensaboe toda a louça antes
de ligar a torneira elétrica.
Na práticaComo fazer a sua parte no dia a dia por um planeta melhor
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FRUTA DA ESTAÇÃO: A ESCOLHA MAIS SÁBIATransportar alimentos por longas distâncias gera mais poluição do que trazê-
los de perto; manter comidas em freezer ou estufa consome mais energia do que
conservar alimentos frescos por poucos dias. Logo, dar preferência aos frutos da
época e alimentos produzidos no cinturão de sua cidade são maneiras simples de
contribuir para a redução da poluição atmosférica. De quebra, você ajuda a garantir
a sobrevivência de pequenos produtores e comerciantes, que perderam espaço nas
últimas décadas para as grandes redes do varejo.
EXPERIMENTE CONSERTAR, TROCAR OU DOARPense bem: é mesmo necessário trocar o celular porque um modelo novo che-
gou ao mercado? É importante ser eficiente no uso das coisas, consertando-as
quando preciso. Antes de se desfazer de algo, considere alternativas como feiras e
sites de troca. Ou destine a quem precisa: de livros e móveis a eletrônicos, sempre
há uma instituição disposta a receber doações.
DÊ UMA CHANCE PARA OS ALIMENTOS ORGÂNICOSSim, eles são, por enquanto, mais caros e, em alguns casos, mais difíceis de achar
do que o fruto da agricultura e da indústria regulares. Mas vale a pena desembolsar
mais e sair em busca de feiras e mercados que comercializem produtos naturais. O
cultivo de alimentos sem agrotóxicos ou pesticidas envolve um manejo mais racio-
nal dos ciclos da terra e de resíduos; alimentos não processados – açúcar mascavo,
sal marinho, arroz e farinhas integrais – poupam a energia do processo industrial.
SERÁ QUE EU PRECISO MESMO DISSO?Você precisa mesmo de mais uma saia preta? E de uma calça jeans? Cultivar uma
atitude racional diante do ato da compra é a primeira lição. É isso o que ensina o Ins-
tituto Akatu, ONG voltada à difusão da ideia de consumo consciente. Uma simples
lista feita em casa previne compras desnecessárias no supermercado. E um exame
honesto do armário mostra se você precisa mesmo de mais um sapato.
Fonte: Revista Vida Simples e Instituto Akatu / Ilustrações: João Gabriel Vanz
Na prática
Olhar
Em caso de despressurizaçãoCuide do seu espírito, do seu humor. Arrume seu cotidiano. Estando quite consigo mesmo, vá em frente e mostre aos outros como se fazPor Martha Medeiros | Ilustração Mariana Poczapski
E u estava dentro de um avião, pres-
tes a decolar, e pela milionésima vez
na vida escutava a orientação da comis-
sária: "Em caso de despressurização da
cabine, máscaras cairão automatica-
mente à sua frente. Coloque primeiro
a sua e só então auxilie quem estiver
ao seu lado". E a imagem no monitor
mostrava justamente isso, uma mãe
colocando a máscara no filho pequeno,
estando ela já com a dela.
É uma imagem um pouco aflitiva,
porque a tendência de todas as mães
é primeiro salvar o filho e depois pen-
sar em si mesma. Um instinto natural
da fêmea que há em nós. Mas a orien-
tação dentro dos aviões tem lógica:
como poderíamos ajudar quem quer
que seja estando desmaiadas, sufoca-
das, despressurizadas?
Isso vem ao encontro de algo que
sempre defendi, por mais que pare-
ça egoísmo: se quer colaborar com o
mundo, comece por você.
Tem gente à beça fazendo discur-
so pela ordem e reclamando em nome
dos outros, mas mantém a própria
vida desarrumada. Trabalham naqui-
lo que não gostam, não se esforçam
para manter uma relação de amor pra-
zerosa, não cuidam da própria saúde,
não se interessam por cultura e infor-
mação e estão mais propensos a ros-
nar do que a aprender. Com a cabeça
assim minada, vão passar que tipo de
tranquilidade adiante? Que espécie
de exemplo? E vão reinvindicar o quê?
Quer uma cidade mais limpa,
comece pelo seu quarto, seu banheiro
e seu jardim. Quer mais justiça social,
respeite os direitos da empregada
que trabalha na sua casa. Um trânsi-
to menos violento, é simples: avalie
como você mesmo dirige. E uma vida
melhor para todos? Pô, ajudaria bas-
tante colocar um sorriso nesse rosto,
encontrar soluções viáveis para seus
problemas, dar uma melhorada em
você mesmo.
Parece simplório, mas é apenas
simples. Não sei se este é o tal "segre-
do" que andou circulando pelos cine-
mas e sendo publicado em livro, mas
o fato é que dar um jeito em si mesmo
já é uma boa contribuição para salvar
o mundo, esta missão tão heróica e
tão utópica.
Claro que não é preciso estar com
a vida ganha para ser solidário. A expe-
riência mostra que as pessoas que
mais se sensibilizam com os dilemas
alheios são aquelas que ainda têm
muito a resolver na sua vida pessoal.
Mas elas não praguejam, não gastam
seu latim à toa: agem. A generosidade
é seu oxigênio.
Tudo o que nos acontece é res-
ponsabilidade nossa, tanto a parte
boa como a parte ruim da nossa his-
tória, salvo fatalidades do destino e
abandonos sociais. E, mesmo entre os
menos afortunados, há os que viram
o jogo, ao contrário daqueles que ape-
nas viram uns chatos. Portanto, fazer
nossa parte é o mínimo que se espera.
Antes de falar mal da Caras, pen-
se se você mesmo não anda fazendo
muita fofoca. Coloque sua camiseta
pró-ecologia, mas antes lembre-se de
não jogar lixo na rua e nem de usar o
carro desnecessariamente. Reduza
o desperdício na sua casa. Uma coisa
está relacionada com a outra: você
e o universo. Quer mesmo salvá-lo?
Analise seu próprio comportamento.
Não se sinta culpado por pensar em si
próprio. Cuide do seu espírito, do seu
humor. Arrume seu cotidiano. Agora
sim, estando quite consigo mesmo,
vá em frente e mostre aos outros
como se faz.
Car
los
Con
trer
as
Martha Medeiros é escritora e colunista dos jornais Zero Hora e O Globo.
18
Nesta edição reforçamos o compromisso com uma edu-
cação planetária, focada nas necessidades globais, mas
principalmente voltada para uma atuação local de nos-
sos alunos e suas famílias. Da mesma forma, a Em Família
é uma revista que circula em todos os colégios da Rede
Marista, mas tem como grande diferencial a apresenta-
ção deste caderno exclusivo. Nas próximas páginas você
encontra as histórias, personagens, projetos e ideias do
Colégio Marista São Francisco. Divirta-se e participe com
seu filho desta grande aventura do conhecimento.
Feita para você
Com a palavra Liane Pascoali Danieli - Diretora Educacional
A hora da colheitaO final do segundo semestre de
um ano letivo é sempre um tem-
po de avaliarmos o trabalho que nos
propusemos a realizar e também de
colhermos os frutos. Colheita no sen-
tido amplo da palavra, uma vez que
visualizamos com alegria os avanços
e progressos ocorridos na vida de
cada criança e jovem que conosco
faz educação. Não falamos somente
nos avanços em termos de aprendi-
zagem, o que podemos facilmente
perceber, mas no quanto cada um e
cada uma evolui como ser humano
no contato e convívio com o outro,
seja no sentido da autonomia, da res-
ponsabilidade, do desenvolvimento
da socialização, capacidade de comu-
nicação, da aquisição de hábitos de
estudos ou do desenvolvimento de
competências e habilidades.
Agradecemos a confiança das
famílias, que mais do que nos confiar
a educação de seus filhos acompa-
nharam a vida escolar dos mesmos,
dialogando, fazendo-se presente
quando necessário, envolvendo-se
nos projetos realizados.
Também agradecemos imen-
samente o incansável trabalho dos
docentes e funcionários que contri-
buem para que nossos mil e oitenta
alunos recebam uma educação dife-
renciada, mediada pela presença,
onde o diálogo, a escuta atenta e o
afeto são o pano de fundo da nos-
sa pedagogia marista que integra
a formação afetiva, ética, política,
cognitiva e religiosa. Continuamos
investindo no nosso jeito de educar
fundamentado na formação integral.
Através dos diversos projetos reali-
zados investimos na observação, na
investigação, na reflexão, na abertura
à realidade, no posicionamento críti-
co, na negociação, no protagonismo,
em atitudes solidárias, no respeito e
no cuidado com a natureza, na com-
preensão e na significação do mundo.
Esta edição destaca no “caleidos-
cópio” alguns momentos marcantes
ocorridos no colégio, como festa juni-
na, homenagem feita às mães, os reci-
tais, a gincana realizada no dia dos pais
onde pais e filhos brincaram juntos,
Feira do Livro, Olimar entre outros.
Destaque para os espaços de apren-
dizagem construídos com e para as
crianças da Educação Infantil interagir
entre si prazerosa e criativamente.
Temos ainda nesta edição a apresen-
tação de um projeto de solidariedade
que foi desenvolvido no Bairro São
Pedro pelos alunos de 8º anos. Três
alunos falam sobre a sustentabilidade
do planeta e o aluno Julio do 2º ano
do E.M comenta a respeito da iniciati-
va que teve em criar um site de jogos
e de informações sobre vestibulares.
Apresentamos também um trabalho
desenvolvido nas aulas de ciências
com o professor Amilcar a respeito
das fontes de energia, principalmente
as renováveis. Na página 32 falamos
da força do trabalho em rede e do
Projeto Educativo Marista. Finalmente
e não menos importante, trazemos o
depoimento emocionante do bom-
beiro e ex aluno Rafael Antonio C.
Fuck.
20
MULTIPLICAMOS BOAS NOTÍCIAS
Palavras podem andar depressa e até voar. Podem construir, registrar, bendizer, eternizar. A especialidade da Editora Ruah é reuni-las, organizá-las e multiplicá-las em revistas. Fazemos isso pelo Grupo Marista com as revistas Em Família (Rede de Colégios), Vida Universitária (PUCPR), Brasil Marista (Umbrasil) e podemos fazer pela sua empresa também.
Palavrastêm vida
www.editoraruah.com.br
22 Educa� Educação Infantil
A escola é um espaço múltiplo, onde valo-
res, experiências, concepções, culturas
e relações sociais se misturam e fazem do
ambiente escolar um lugar privilegiado para
o desenvolvimento de habilidades e compe-
tências que favorece a construção de conhe-
cimentos. Com a colaboração das famílias e a
interação e participação das crianças, foram
construídos espaços específicos: Mini mer-
cado, Escritório, Salão de Beleza e Circuito de
Psicomotricidade.
Primeiramente, pensamos em espaços
definidos, que ao longo do ano foram nos
mostrando que as crianças são detentoras de
opinião, autônomas e capazes de brincar/tra-
balhar com o inusitado (uma mesa pode tor-
nar-se uma casa, um prédio, um posto, uma
ponte, uma maca..., assim como uma água
num copo pode ser um café para receber uma
visita, um remédio para todos os males, etc).
O faz-de-conta toma um novo sentido através
dos materiais que as crianças têm à mão, cada
vez que se propõem a brincar e construir. Por
meio dele podem revitalizar o que já viveram
ou experienciar o futuro. Colocar nesses espa-
ços pedagógicos elementos que fazem parte
da vivência das crianças para que possam, a
partir dos mesmos, organizar atividades que
oportunizem trocas de experiências e novas
aprendizagens (seja em grandes e pequenos
grupos ou individualmente), é um dos objeti-
vos do projeto “Espaços de Aprendizagem”
DesenvolvimentoConforme as professoras do Infantil 3: “A
organização dos espaços na educação infantil
é fundamental para o desenvolvimento inte-
gral da criança, desenvolvendo suas potenciali-
dades e propondo novas habilidades motoras,
Lugar de crescerA organização dos espaços na educação infantil é fundamental para o desenvolvimento integral da criança
A ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL É FUNDAMENTAL PARA O
DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA AO CRIARMOS UM ESPAÇO COLETIVO DE
APRENDIZAGEM COM AS CRIANÇAS, ELAS SENTEM-SE MOTIVADAS POR CONTRIBUÍREM PARA A
CONSTRUÇÃO DO MESMO, DANDO-LHE UM SIGNIFICADO TODO ESPECIAL ÀS ATIVIDADES
cognitivas e/ou afetivas. As atividades desenvolvidas nos
espaços de aprendizagem assumem papel de elemento
organizador e formador da aprendizagem da criança. Os
espaços aqui construídos são explorados pelas crianças,
em uma relação de interação, de aprendizagem, de troca
de saberes, de liberdade de ir e vir, de prazer, de individua-
lidades, de partilhas, enfim, de se divertir aprendendo”
Reconhecendo que a criança é fortemente marcada
pelo meio social em que se desenvolve, e que também dei-
xa suas próprias marcas neste meio, o espaço infantil deve
priorizar a troca de saberes entre as crianças.
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Edu-
cação Infantil: “O conhecimento não se constitui em cópia
da realidade, mas sim, fruto de um intenso trabalho de cria-
ção, significação e ressignificação. As interações que ocor-
rem dentro dos espaços são de grande influência no desen-
volvimento e aprendizagem da criança” (1998, p. 21-22).
Segundo a Coordenadora de Educação Infantil, Arlete
Wurzius Seibt: “Ao criarmos um espaço coletivo de apren-
dizagem com as crianças, elas sentem-se motivadas por
contribuírem para a construção do mesmo, dando-lhe um
significado todo especial. A valorização das brincadeiras e
jogos, que constituem um grande acervo de atividades,
é cada vez mais importante à medida que os brinque-
dos industrializados e eletrônicos ganham mais espaço
entre nossas crianças. Frente a essa realidade, projetamos
construir espaços lúdicos onde as Dimensões (Acolhida e
Relações Solidárias, Consciência Planetária, Criação, Inves-
tigação e Religiosidade) e as Múltiplas Linguagens estejam
em evidência, oportunizando que as crianças estabeleçam
relações, comparem, problematizem, e construam concei-
tos através de jogos e materiais construídos também por
elas, com o intuito de enriquecer e experienciar adversas
situações que fazem parte do seu dia-a-dia. Brincar, jogar,
construir é um excelente caminho para proporcionar às
nossas crianças o contato com vasto repertório que pro-
move interações, enriquece a imaginação, a linguagem e
as diferentes expressões em todos os seus aspectos.”
Ser melhor
Como Maristas nos preocupamos
com a formação pessoal e social
dos alunos voltada aos valores para
transformação social. Por isso, esta-
mos construindo com os alunos dos 8º.
anos do E.F. o Projeto: Cultura da Soli-
dariedade.
Ampliando o espírito de solida-
riedade nas relações com o próximo,
iniciaram-se reflexões em torno do
sentido de SER Solidário com a Pasto-
ral e na disciplina de Ensino Religioso,
onde surgiram iniciativas de fazer algo
pelo próximo. O que temos feito para
mudar nossa postura? O desafio é agir,
organizar, conscientizar e transformar.
À medida que a cultura da solida-
riedade ocupa os espaços nas vidas das
crianças, dos jovens, das famílias, as
condutas tendem a modificar-se. Em
uma matéria veiculada pelo programa
Fantástico sobre juventude brasileira
no dia 19/06, em relação a uma pesqui-
sa que trouxe respostas para as pergun-
tas: “Qual é o grande sonho dos jovens
de hoje? O que eles querem da vida?
O que esperam do futuro do país?” Os
dados apontam que 77% dos jovens
acreditam que seu bem estar depende
do bem estar da sociedade onde vivem.
Assim, confirma-se que o gesto de pen-
sar primeiro em nós cede espaço para
pensar em quem precisa mais do que
nós, e nos lembra a máxima de Jesus:
“Amai-vos uns aos outros e vocês serão
felizes”.
Com esse intuito, já demos alguns
passos interessantes em relação à sen-
sibilização e a partir de uma decisão
concreta houve uma mobilização com
os alunos no dia 28/06, pois há muito
para se fazer dentro de nosso municí-
pio.
Agradecemos a generosidade dos
alunos, das famílias e da comunidade
educativa que juntos vem abraçan-
do esta causa, que nos faz entender
melhor a grande capacidade que temos
de contribuir com causas que nos
enchem o coração de alegria, nos tor-
nam conscientes de que as mudanças
começam por nós.
Juntos somos mais!Mais do que atos de assistencialismo, queremos criar laços de fraternidade, comunhão e cooperação Por Alessandra R.P. Trombetta e Juliana Rauber
Alessandra R. P. Trombetta (Núcleo de Pastoral)
Juliana Rauber (Ensino Religioso)
“SABEMOS QUE NÃO IREMOS TIRAR O MUNDO DA MISÉRIA, MAS PELO MENOS ESTAMOS FAZENDO A NOSSA PARTE DENTRO DA SOCIEDADE.” Laura Cappellaro.
“O PROJETO NOS FAZ DEIXAR UM POUCO DE PENSAR SOMENTE EM NÓS PARA PENSAR NOS OUTROS, ACEITAR QUE ENQUANTO ALGUNS TÊM RIOS DE DINHEIRO, OUTROS PASSAM O DIA SEM UM PEDAÇO DE PÃO, ENQUANTO VESTIMOS BOA ROUPAS OUTROS ANDAM DESCALÇOS.” Bárbara Zucco Paulini.
“PERANTE DEUS, O QUE CONTA NÃO SÃO OS BENS MATERIAIS, MAS SIM O QUE TEMOS NO CORAÇÃO.” Luísa Surdi.
“AGRADECEMOS AS OPORTUNIDADES QUE TEMOS, VER QUE CRIANÇAS QUE TRABALHAM, OU QUE NÃO TEM TUDO O QUE PRECISAM TER, QUANDO RECEBEM ALGO, MESMO USADO FICAM FELIZES.” Júlia de Oliveira.
“ALGUMAS PESSOAS SÓ ENXERGAM A PRÓPRIA VIDA, PRECISAMOS IR ALÉM DA PENA, AGIR PARA QUE ESTAS PAREM DE SOFRER.” Heloísa V. Pellegrini.
“ABRIR OS NOSSOS CORAÇÕES PARA JUNTOS CONSTRUIRMOS UMA SOCIEDADE MAIS SOLIDÁRIA.” Paola Avila.
“INSPIRO-ME NAS PALAVRAS DO IRMÃO EMILI TURÚ: “SOMOS TODOS IRMÃOS E DEVEMOS NOS AJUDAR PARA QUE TODOS TENHAM UMA VIDA DiGNA.” Ana Paula Cella Tozetto.
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Caleidoscópi�
FESTA JUNINA
Recitais - Projeto BIBLIOCONEXÕES
I OLIMAR
Gincana realizada no DIA DOS PAIS -
Pais e filhos brincaram juntos
FEIRA DO LIVRO 2011
1° visita o MUSEU Fritz Plaumann
4° ano em aula prática no laboratório de CIÊNCIAS
Bolachas para as MAMÃES
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27
Julio Lopes da Silva é aluno da Turma 201 - Ensino Médio
Destaque
E studei HTML por dois anos e fiz vários cursos de PHP
e ASP para trabalhar com programas internos, ou seja,
programas que interagem com o layout do site. Logo criei
um site de jogos de computador e assuntos de tecnologia
atual, onde eu sou o administrador do site.
Várias pessoas do Colégio e de fora, como amigos, me
procuraram para ver se tinha a possibilidade de usar o site
para ajudar as pessoas a procurarem as informações sobre
os principais vestibulares de Santa Catarina até o Amazo-
nas.
Achei a ideia interessante e construí em seguida a pági-
na para informações e para os objetivos de marketing do
site, pois quanto mais visitas, mais pode ser feito melhorias
na página e mais informações podem ser divulgadas.
Após o site construído, passei nas salas do Ensino Médio
do Colégio Marista São Francisco e comuniquei os estudan-
tes a respeito desta ferramenta para auxílio na busca por
informações dos vestibulares.
Hoje, conseguindo visitas, é possível que a página seja
melhorada e com isso colocar anúncios e manter as fun-
ções do site ativas.
Quanto às parcerias, estou a procura de anúncios rela-
cionados ao interesse dos jovens, pois como o site traz
informações importantes para este público, pode contri-
buir aos estudante do Colégio e da cidade.
Para o futuro, quero me formar em Medicina, mas con-
tinuar nesta área. Penso em criar uma empresa de jogos,
para que as pessoas não fiquem presas aos mesmos estilos
de jogos que o mercado hoje oferece. Por exemplo, mistu-
rar estilos de jogos como RPG (jogo onde você é o perso-
nagem e executa ações em tempo real com outros jogado-
res) e FPS (jogos em primeira pessoa). Esta ideia tem como
inspiração a empresa Aeria Games, que começou com uma
pequena empresa e hoje reconhecida e valorizada por seu
trabalhado.
Acredito que algum dia eu possa ser referência para as
pessoas que tem este mesmo interesse em informática,
como foi a empresa Aeria para mim.
Internet como aliadaMedicina, criação de uma empresa de jogos e outros sonhos Por Julio Lopes da Silva
Site jogos: http://evolutionguild.top-me.com
Site vestibulares: http://evolutionguild.top-me.
com/h7-vestibulares-2011
Diz aí
Um mundo sustentável depende de nós
Nossos avós têm uma cultura
diferente da nossa com relação ao
meio ambiente, nós temos o dever de
preservar e garantir o futuro. Nossa
geração e os mais novos crescerão em
um mundo que se tem recursos para
a preservação, pois tem bastantes
campanhas e propaganda informan-
do a respeito da importância de pre-
servar. A maioria da população não
está se importando com os desastres
ambientais que só vem aumentando,
onde é um reflexo da degradação do
meio ambiente.
Acredito que o nosso futuro, não
será dos melhores, a maioria dos ani-
mais estarão extintos, poucas flores-
tas, cada vez mais aumenta a quanti-
dade de lixo, o aquecimento global vai
aumentando, as geleiras irão derreter,
queimadas serão mais frequentes e a
água potável será como um tesouro.
Eu faço minha parte de conscien-
tizar quem está ao meu redor e ajudo
a garantir o meu futuro e das pró-
ximas gerações.
Luiza Pagnussatt - Turma 82
Acredito que se a população se
conscientizar e mudar os hábitos
de consumo pode ser projetado um
futuro melhor. Muitas pessoas se pre-
ocupam com o futuro e com o meio
ambiente, mas muitas ainda pensam
apenas na ganância e em si mesmas,
como citei antes estamos vivendo
em um mundo consumista, onde
a poluição toma conta do nosso
ambiente de vida.
Novos projetos estão sendo cria-
dos para que as gerações futuras
sejam mais conscientes e saibam pre-
servar e valorizar o que hoje temos. A
natureza não é renovável e é um bem
importante para a sobrevivência, o
que nos falta é entender estes proje-
tos e colocá-los em prática.
Algumas ações pequenas, mas
importantes eu já pratico desde cedo.
Quero ajudar a mudar este cenário,
e acredito que estas atitudes, entre
outras, servirão de exemplo para meu
irmão Athur e para todas as pessoas
ao meu redor.
Gabriel Bender Ferraz -Turma 102
Não sou muito otimista com rela-
ção ao futuro, por que vejo que com
tantos desastres naturais, as pessoas
ainda estão sem nenhuma ação para
mudar essa situação que está hoje,
talvez por falta de apoio e informação
de órgãos competentes.
Acredito que a nossa geração tem
o dever de preservar mais, porque
hoje temos muita informação a res-
peito da preservação, pois chegam
até nós de uma forma mais fácil por
campanhas na TV, internet e rádio, o
que para nossos pais não era muito
comum acontecer.
Eu faço minha parte, mesmo que
pequena, mas procuro jogar o lixo
no seu destino correto, separamos o
lixo em nossa casa, apago a luz sem-
pre que não estou usando e procurei
saber mais a respeito do assunto no
colégio com a Campanha da Frater-
nidade. Se cada um fizer a sua par-
te acho que o planeta pode mudar
sem precisar de nenhuma mudança
mais drástica.
Guilherme Luiz Ansolin - Turma 92
28
Educa� Ensino Fundamental
De olho na energiaAlunos discutem sobre fontes de energia, principalmente as renováveis
30
BUSCANDO SOLUÇÕES, VÁRIOS PAÍSES INVESTEM EM PROJETOS ATRAVÉS DE TECNOLOGIAS PARA GERAÇÃO DE ENERGIA SUSTENTÁVEIS, RENOVÁVEIS, SEGURAS, VIÁVEIS ECONOMICAMENTE E QUE SEJAM AMBIENTALMENTE CORRETAS.
As fontes de energia não renová-
veis são aquelas que se encon-
tram na natureza em quantidades
limitadas e se extinguem com a sua
utilização. Uma vez esgotadas, as
reservas não podem ser regenera-
das. Consideram-se fontes de ener-
gia não renováveis os combustíveis
fósseis (carvão, petróleo bruto e gás
natural) e o urânio, que é a matéria-
-prima necessária para obter a ener-
gia resultante dos processos de fis-
são ou fusão nuclear.
A principal fonte de energia
existente hoje é o petróleo, um dos
principais responsáveis pelo efeito
estufa e com alto risco de conta-
minação, provoca graves danos ao
meio ambiente quando entra em
contato com as águas de oceanos e
mares ou com a superfície do solo.
A energia nuclear também é utiliza-
da mas apresenta perigos resultan-
tes de seus resíduos radioativos.O
carvão mineral para gerar energia é
queimado lançando no ar partículas
sólidas e gases poluentes que atuam
no processo do efeito estufa e do
aquecimento global. Por esses moti-
vos o uso das fontes tradicionais de
energia tem entrado em declínio não
só pelo fato de serem esgotáveis,
mas por que estas são uma ameaça
ao meio ambiente.
Buscando soluções, vários paí-
ses investem em projetos através de
tecnologias para geração de ener-
gia sustentáveis, renováveis, segu-
ras, viáveis economicamente e que
sejam ambientalmente corretas. Os
sistemas de energia alternativa ainda
se encontram num estágio de desen-
volvimento relativamente primitivo.
Mas já oferecem ao mundo fontes
de energia primária potencialmente
enormes, sempre sustentáveis e, de
alguma forma, sempre à disposição.
Fontes de energia renováveis são
aquelas que se renovam continua-
mente na natureza, sendo, por isso
inesgotáveis. Vantagens: aumen-
tam a quantidade e oferta de ener-
gia; garantem a sustentabilidade e
renovação dos recursos; reduzem as
emissões atmosféricas de poluentes;
são economicamente viáveis e abun-
dantes; em geral, integram pequenas
centrais geradoras. Alguns exemplos
são: solar, eólica, biomassa, hidráuli-
ca, geotérmica, gravitacional.
Os 9º anos nas disciplinas de
Ciências e Matemática, utilizaram o
trabalho em equipe como estratégia
para o aprendizado sobre fontes de
energia, principalmente as renová-
veis. As turmas foram divididas em
grupos onde cada um deles esco-
lheu um tema para fazer o trabalho,
buscando informações em livros,
jornais, revistas e internet. Todos
entregaram por escrito e apresenta-
ram seu assunto utilizando recursos
como vídeos, power point, cartazes
e maquetes.
É muito importante trabalhar
questões envolvendo a energia no
processo educacional, em todos os
níveis de ensino e nas diferentes dis-
ciplinas, devido a sua importância
atual e sua interação com as diferen-
tes áreas do conhecimento.
Educa� Ensino Médio
A força do trabalho em redeOs colaboradores do nosso Colégio propõem-se a repensar e rediscutir conceitos importantes como: escola, cultura, diversidade, currículo, aprendizagem, linguagens e tecnologias
Por Liane Pascoali Danieli
O cenário contemporâneo com
sua singularidade obriga-nos a
repensar questões, a rever nossas
certezas, a revisitar e reinventar anti-
gos modelos, a desaprender alguns
padrões arraigados para podermos
aprender ou reaprender outros que
nos possibilitem viver e conviver com
autonomia e dignidade.
Neste cenário que muda cons-
tantemente, a verdadeira função da
escola vem sendo questionada. O que
de fato as crianças e os jovens devem
aprender ao longo da Educação Básica
e como reorganizar o currículo para
que os estudantes, não apenas acu-
mulem saberes, para que os conteú-
dos aprendidos não fiquem apenas
no nível conceitual, para que os edu-
candos desenvolvam competências
para lidar com situações reais.
Atentos a estas questões, pro-
fissionais da União Marista do Brasil
(UMBRASIL), vem se reunindo em
grupos de estudo. Leituras, debates,
reflexões e confronto entre teoria e
prática resultaram na elaboração do
livro intitulado “Projeto Educativo
Marista. Nosso Jeito de conceber a
Educação Básica”.
O renomado escritor e educador
Miguel Arroyo fez uma análise crite-
riosa do documento e apontou pon-
tos fortes e considerações necessá-
rias para que o projeto possa sair do
papel e ter aplicabilidade nas escolas
Maristas.
Os colaboradores do nosso Colé-
gio, cientes das necessidades educa-
cionais desta época, das demandas
globais e locais, propõem-se a repen-
sar o “jeito Marista de fazer educação”
e participar da implantação do projeto
que pretende resgatar a centralidade
dos sujeitos do processo educativo, a
repensar e rediscutir conceitos impor-
tantes como: escola, cultura, diversi-
dade, currículo, aprendizagem, lin-
guagens e tecnologias.
DimensõesO livro/projeto, construído por
educadores da rede Marista foi lan-
çado em 2010 e está estruturado em
quatro dimensões: contextual, con-
ceitual, operacional e avaliativa.
A Dimensão Contextual articula
aspectos sociais, políticos, econômi-
cos e culturais, necessidades advin-
das das transformações da sociedade
e aspectos próprios da vocação e da
trajetória institucional Marista.
A Dimensão Conceitual leva em
conta os valores, princípios e teoriza-
ções adotadas no Projeto. As opções
teóricas são explicitadas, bem como
os conceitos que orientarão o pro-
cesso educativo-evangelizador das
escolas Maristas.
A Dimensão Operacional orienta
a materialização das políticas insti-
tucionais e articula práticas educati-
vas e práticas de gestão educacional
com as concepções teóricas assu-
midas na dimensão conceitual e os
cenários apresentados na dimensão
contextual.
A Dimensão Avaliativa visa ava-
liar o projeto, o acompanhamento de
sua implantação em todos os níveis
do Brasil Marista.
Estamos convictos que os prin-
cípios da educação Marista sobrevi-
veram e sobreviverão a diferentes
contingências por duas razões fun-
damentais: a firmeza da crença do
fundador e dos irmãos Maristas na
missão e a flexibilização para convi-
ver com culturas em constante modi-
ficação.
Liane Pascoali Danieli é Diretora Educacional
32
Estreia, em parceria com o Canal Futura, Turma da Teca. Esta coleção, da FTD, baseada no programa Teca na TV, sucesso do Canal Futura, traz histórias que tratam de temas como formação pessoal e social, meio ambiente e ética, linguagem, matemática, sempre dentro do universo infantil.
Turma da Teca é dirigida para a galerinha de 4 a 7 anos de idade. São duas coleções com seis livros cada uma, criados com base em 12 episódios do programa de TV. Acompanha também DVD com seis histórias (um para cada coleção e faixa etária).
As coleções são apresentadas em embalagens bem atrativas!
O Kit do Aluno é composto de:
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Gente noss�
T enho minha formação aqui no
Colégio Marista São Francisco
onde concluí em 2003 o Ensino
Médio. Esta feliz coincidência foi
em função de que o colégio onde
estudava estava em greve e meu
irmão Guilherme já estudava aqui
como bolsista, onde jogava basquete.
Ele falava muito bem do Colégio.
Hoje, ele está partindo para os EUA,
onde jogará basquete na 1ª divisão
universitária norte-americana.
Após concluir o Ensino Médio,
prestei vestibular e percebi que o
ensino que recebi dentro da meto-
dologia Marista foi importante, pois
passei sem dificuldades e iniciei o
curso de Educação Física. Neste perí-
odo de graduação, trabalhei como
estagiário e árbitro aqui no Colégio, e
também outras oportunidades como
professor de musculação. Logo ao
final da graduação, iniciei um Mes-
trado em Medicina do Esporte, na
Universidade de Córdoba, Espanha.
Entre os estudos, realizava alguns
concursos públicos, mas meu sonho
era seguir a carreira de bombeiro
militar, pela admiração e respei-
to que tenho a esses heróis da vida
real. Logo, a oportunidade apareceu:
entrei na corporação como soldado
e através das atuações diárias dentro
dos serviços de emergência, pude
aprender muito como profissional e
como pessoa, recordando também
de valores que recebi enquanto alu-
no do Colégio, além daqueles advin-
dos do ambiente familiar. Ao passar
por todas as etapas do concurso,
ingressei no curso de formação de
soldados, ficando na escola militar
por nove meses para capacitação.
Ainda em fase de formação eu e
meus colegas fomos convocados
para auxiliarmos no salvamento às
vítimas da enchente do vale do Ita-
jaí (2008) e após formado, na região
extremo oeste de SC, fui um dos
bombeiros à trabalhar no resgate e
atendimento às vítimas do furação
de Guaraciaba (2009).
O mais emocionante foi perceber
que após ter prestado atendimento,
havia uma criança junto de seus pais
olhando para mim com brilho nos
olhos. Assim que passei por ela ves-
tido com a roupa de proteção contra
incêndios ela acenou e gritou «obri-
gado por salvar a gente». Eu retirei
meu capacete e coloquei na cabeça
do menino, que no mesmo instante
pulava dizendo que queria ser bom-
beiro. Percebia, naquele momen-
to, que agora eu era um daqueles
heróis que via no caminhão quando
era pequeno. Atualmente estou na
busca de crescimento profissional e
pretendo chegar ao cargo de oficial
bombeiro militar.
Tenho saudades dos bons
momentos que vivi no Colégio, onde
formei grandes amizades. Naquela
época minha obrigação era somente
estudar, o que hoje ainda não deixou
de ser; apenas está incluída junto a
outras atividades.
Toda esta caminhada até então na
minha vida auxiliou na visualização
do que eu realmente sinto aptidão,
que é trabalhar com a ajuda a quem
precisa e atuar de forma justa, com
a maior gama de valores humanos
e morais possíveis, e um reflexo
disso foi ter levado comigo a educa-
ção e os valores do Colégio Marista.
Sou muito grato aos bons tempos
vividos aqui.
Herói da vida real Minha grande aptidão é trabalhar com a ajuda a quem precisa e atuar de forma justa, com a maior gama de valores humanos e morais possíveisPor Rafael Antonio Carabagiale Fuck
Rafael Antonio Carabagiale Fuck é Ex-aluno
34
Defesa
Educadores concordam que o ato de
brincar é uma das principais formas
de expressão e atividade essencial das
crianças. Assim, garantir espaço e
tempo para que elas brinquem com os
amigos, familiares ou sozinhas, é con-
dição básica e fundamental para o seu
desenvolvimento.
Dentro da visão Marista de edu-
car e formar cidadãos, as brincadeiras
estimulam a criatividade nas crianças
e contribuem para o desenvolvimen-
to integral. O tempo legítimo do brin-
car está diretamente ligado à Infância,
momento da vida no qual a fantasia, o
faz de conta e o “era uma vez” ganham
força. A Declaração Universal dos Direi-
tos da Criança (aprovada na Assembleia
Geral das Nações Unidas, em 1959), no
artigo 7º, junto ao direito à Educação,
enfatiza o direito ao brincar: Toda crian-
ça terá direito a brincar e a se divertir,
cabendo à sociedade e às autoridades
públicas garantir a ela o exercício ple-
no desse direito. Educadores, famílias e
autoridades públicas devem se atentar
e reconhecer nessa evidência social a
responsabilidade de garantir espaços e
condições para que as crianças exerçam
as linguagens da criatividade e da alegria
vivenciadas pela prática do brincar.
O brincar faz parte da essência da
infância e o ato de brincar se faz presen-
te desde o seu nascimento. Esse direi-
to, uma das marcas inconfundíveis da
criança cidadã, é sempre garantido nos
espaços Maristas. Em nossa proposta
socioeducativa, diariamente, os educa-
dores organizam brinquedos e mate-
riais não estruturados, como tecidos,
potes, garrafas e caixas vazias, para as
crianças inventarem suas brincadeiras.
A Rede Marista de Solidariedade,
mantém 27 Unidades Sociais em ativi-
dade nos estados do Paraná, Santa Cata-
rina, São Paulo, Mato Grosso do Sul e no
Distrito Federal.
E é para fortalecer o direito ao brin-
car, que a Rede Marista de Solidariedade
promove a Campanha pelo Direito ao
Brincar, que tem por objetivo fomen-
tar uma série de atividades envolven-
do crianças, educadores e familiares
na garantia desse direito. Desenvolvida
com o apoio do Fundo das Nações Uni-
das para a Infância (Unicef), a campanha
Campanha do Marista tem o apoio do Unicef e prevê dez iniciativas para contribuir com o direito ao brincar
36
prevê a divulgação de dez iniciativas que devem
ser consideradas por todos que se almejam con-
tribuir para a efetivação deste direito.
Crianças que brincam e vivem plenamente
sua infância certamente terão uma vida mais
saudável e feliz.
Brincar é a essência de ser criança. Incentive a criança a brincar, em diferentes espaços, em todos os momentos. Brinque junto! Você vai aprender muito com ela. Brincar em um espaço adequado e seguro é um direito. As crianças têm direito a ter uma escola, um bairro e uma cidade apropriados para brincar, como está garantido no artigo 31 da Convenção dos Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas. Brincar permite que a criança expresse as fantasias, desejos, imaginação e criatividade. Incentive a brincadeira espontânea, com materiais diversificados e alternativos, pois eles permitem a invenção de novas formas de brincar. Brinquedos comprados prontos podem limitar as possibilidades da criação e incentivar ao consumismo infantil. Brincar oportuniza à criança vivenciar a ludicidade, descobrir a si mesma, desenvolver suas potencialidades e habilidades, aprender a relacionar-se e construir identidade. Participe do brincar. Aproxime-se da cultura lúdica da criança. Interaja com ela na brincadeira. Isso a fará sentir-se segura, respeitada e amada. Brincar é muito importante para as crianças com deficiência.Incentive a criação de espaços acessíveis e materiais adequados para a interação, criação e expressão das crianças com deficiência com outras crianças. A riqueza dessa experiência contribui para o desenvolvimento de atitudes de valorização, acolhida e respeito às diferenças. Brincar não é perder tempo! Respeite quando uma criança estiver brincando. Ela precisa de concentração e dedicação para construir a experiência do brincar. Se precisar interromper essa atividade, justifique sua atitude e combine o momento para a dar continuidade à brincadeira. Brincar é uma forma de aprender princípios da solidariedade e de colaboração. Promova a convivência da criança com outras crianças e adultos, em atividades lúdicas que favoreçam o contato com a diversidade e a partilha. É uma forma de aprender com as diferenças e exercitar a solidariedade desde cedo.
Brincar possibilita a transmissão de tradições e da cultura para as novas gerações. Proporcione para as crianças os encontros geracionais para vivências brincantes entre adultos e crianças: é uma possibilidade de integrar-se ao meio físico e cultural. Incentive brincadeiras entre meninos e meninas: essa atitude ensina a respeitar as diferenças. Brincar ensina a cuidar do meio ambiente, a descobrir como as coisas são feitas e a valorizar o que é simples. Incentive a criação e o conserto de brinquedos. Materiais alternativos podem ser utilizados para fabricar brinquedos. A criança não precisa necessariamente de brinquedos sofisticados, mas de brinquedos desafiadores e interativos. Brincar de corpo inteiro é substituir a televisão, o computador e o videogame. Equilibre o tempo da criança, cuide para que o tempo da infância não seja tomado pelo consumismo e pela dedicação excessiva aos produtos eletrônicos. Incentive o brincar e a interação entre amigos.
10 iniciativas para o Brincar
1
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10
• Centros Sociais Maristas Itaquera, Irmão Justino e
Robru, em São Paulo;
• Centro Social Marista Lar Feliz, em Santos;
• Centro Social Marista Santa Mônica, em Ponta
Grossa;
• Centro Educacional Marista Curitiba;
• Centro Social Marista Champagnat, em Cascavel;
• Centro Social Marista Irmão Rivat, em
Samambaia/Distrito Federal;
• Pró-Ação (Programa de Ação Comunitária e
Ambiental) Irmã Eunice Benato, também em
Curitiba;
• 1200 crianças atendidas nas unidades sociais.
Unidades Sociais que trabalham com Educação Infantil:
Como fazer
Dinheiro não dá em árvoreComo educar nossos filhos para um consumo consciente?Por Vivian de Albuquerque
38
Éde Angola, na África, que Cássia
D’Aquino nos atende. O que ela
faz por lá? Colabora na criação de um
programa financeiro, coordenado
pelo Banco Central Africano, como
consultora do Governo Americano.
Autora de artigos e livros sobre o
tema, educadora, e uma das primei-
ras pessoas a usar o termo Educação
Financeira em Português, ela fala com
propriedade sobre o assunto.
“Trabalho há 17 anos com esco-
las”, comenta. “E a preocupação com
o consumismo faz muito sentido. É
parte da educação financeira não ape-
nas gastar menos do que se ganha,
mas aprender a fazer escolhas, pon-
derar. A escola tem papel importante
nisso tudo, não como fonte de infor-
mações financeiras, mas como prepa-
radora das crianças para o desenvolvi-
mento do espírito crítico com relação
ao consumo, para que na vida adulta
possam lidar melhor com isso.”
A FORÇA DO EXEMPLOCássia explica que o passatempo
dos filhos é observar pai e mãe. Obser-
var inclusive como eles compram e
pagam as coisas gostosas, coloridas
e divertidas que ganham. Por isso
não é de se surpreender quando eles
pedem uma coisa e dizem aos pais
frases como: “pai, paga com o che-
que”, “pai, você não tem dinheiro ago-
ra? Então paga com o cartão.” Mas afi-
nal, quando devemos falar com eles
sobre esse assunto tão importante?
“Quem decide o momento é a
criança”, garante Cássia. “Mas é bom
saber que é um momento que vai
levar pelo menos vinte anos. Com
dois anos, dois anos e oito meses, as
crianças já falam sobre isso natural-
mente. Já demonstram que entende-
ram o que é o dinheiro e para o que
ele serve: comprar as coisas colori-
das, gostosas e divertidas, das quais
elas tanto gostam. Por isso é preci-
so pensar numa forma didática de
falar com elas. Ter clareza de que os
pequenos são absurdamente ‘con-
cretos’. Um caminho interessante é
mostrar cédulas e moedas, fazendo
com que eles usem lupas para achar
os elementos de segurança. Falar
que dinheiro é algo que não se deve
molhar, rasgar ou estragar. Tudo isso
é uma maneira de construir o edifício
de 20 anos, mas na realidade delas.”
NA ESCOLAA escola ajuda; em casa também
se ensina, mas e quando há discor-
dâncias entre pais e mães na relação
com o dinheiro? Um permite e outro
não. Um compra sempre presentes e
outro “regula”... É preciso saber que as
crianças são muito hábeis para desco-
brir como explorar um ou outro para
conseguir o que querem. E grande
parte das famílias vive o problema.
Para Cássia, escola e pais têm de
estar muito atentos sobre o que que-
rem com a educação financeira de
suas crianças. Simular um supermer-
cado em sala de aula não é educação
financeira. “A escola pode ajudar mui-
to se trabalhar com elas, por exemplo,
a crítica da publicidade. Se despertar
o espírito crítico dos alunos, pen-
sando em formas criativas de resol-
ver problemas e também desejos.
Eu quero muita coisa: um triplex em
Paris, por exemplo. As crianças tam-
bém querem. O fato de verem coisas
CÁSSIA D´AQUINO: “É
PARTE DA EDUCAÇÃO
FINANCEIRA APRENDER
A FAZER ESCOLHAS,
PONDERAR”.
Como fazer
na televisão e pedirem não faz delas
consumistas. É preciso saber inter-
pretar isso da forma correta”, destaca.
COMO LIDARSegundo Cássia, uma criança com
menos de nove anos que consome
demais, provavelmente enfrenta difi-
culdades emocionais. Quer chamar a
atenção e faz isso através do consu-
mo exagerado. Após os nove, começa
a entrar nos chamados grupos sociais
e, uma vez neles, quer os chamados
“pontos de contato” – uma mochila de
marca, um tênis, um celular.
“Atendo pais que me dizem que
a filha de quatro anos só usa roupas
de determinada marca e que quando
não usa fica muito irritada. O que cos-
tumo fazer é perguntar como ela vai
ao shopping para comprá-las? De car-
ro? Dirigindo? Antes dos nove anos,
a criança normalmente mimetiza o
comportamento dos próprios pais.
Por isso outra frase comum é aquela
‘essa menina é consumista como a
mãe’. Quando a criança pede, os pais
atendem e confirmam o destino que
eles mesmos previram. A única for-
ma de prepará-las para o consumo
consciente é com o desenvolvimento
do espírito crítico e, principalmente,
observando o nosso próprio com-
portamento de consumo, enquanto
pais”, conclui.
Mais informações no site
www.educacaofinanceira.com.br.
Ensine seu filho a distinguir as coisas que compramos porque “queremos” daquelas que “precisamos”.
Desde cedo, faça seu filho entender a importância de não desperdiçar e cuidar do dinheiro.
Ensine a criança a controlar o consumo por impulso, mostrando como elaborar uma lista de compras e obedecê-la no supermercado.
Explique aos filhos qual é o seu trabalho. Isso ajudará a criança a estabelecer relação entre ganho de dinheiro e os limites de seu uso.
Mostre as diferenças entre coisas “caras” e “baratas” em diferentes ambientes (padaria, farmácia, papelaria, etc.).
Assuma as próprias deficiências com relação ao dinheiro. Use o bom senso e não dê lições de moral.
Estimule a criança a participar do orçamento doméstico, incentivando-a a dar sugestões sobre modos de reduzir despesas.
Dê mesada à criança. Isso irá ajudá-la a tomar decisões e fazer escolhas, mesmo que em pequena escala.
Não sinta-se desanimado se a criança gastar todo o dinheiro da mesada. Cometer erros é normal e vai ensiná-la a evitar erros maiores no futuro.
Reforce a ideia de que a responsabilidade social e a ética devem estar sempre presentes no ganho e no uso do dinheiro.
Extraído do livro Educação Financeira - 20 dicas
para ajudar você a educar o seu filho, da educado-
ra Cássia D’Aquino.
123
4
5
67
8
9
10
10 Dicas para crescer na economia
40
Um interessante movimento inci-
diu sobre a Europa, no mês de
agosto. Aproximadamente 2 milhões
de pessoas do mundo inteiro deixa-
ram o conforto de seus lares e os seus
afazeres pessoais e profissionais,
para migrarem até a Espanha, perma-
necendo por lá durante 2 semanas. A
cidade espanhola de Madri foi palco
da tão aguardada Jornada Mundial da
Juventude (JMJ), evento organizado
pela Igreja Católica, a cada dois ou
três anos, e que é considerada uma
grande festa da fé, composta por
diferentes culturas, porém todas em
consonância com Aquele que é cami-
nho, verdade e vida: Jesus Cristo.
Para se falar em JMJ, é preciso
retornar à história de alguém que
esteve muito à frente de seu tem-
po: o Papa João Paulo II. Já na década
de 80, e percebendo a importância
da relação entre juventude e Igre-
ja, ousou elaborar um encontro que
reunisse os jovens de todo o mundo,
com a intenção de professarem a fé
católica. Diversos países já tiveram a
oportunidade de acolhê-la. Embora
sua programação varie conforme as
especificidades locais e as demandas
de cada época, um fator é comum a
elas: a presença do Papa, líder da Igre-
ja Católica e sinal de união entre seus
fiéis.
Motivados pela maravilhosa expe-
riência vivenciada por seus 40 peregri-
nos na Jornada de 2008, na Austrália,
os Maristas do Brasil organizaram-se
para estarem presentes ainda em
maior número na edição de Madri.
Ao todo, 81 pessoas compuseram a
delegação Marista do Brasil, sendo 68
membros da Província Marista do Bra-
sil Centro-Sul, 6 da Província Marista
do Brasil Centro-Norte, 6 da Província
Marista do Rio Grande do Sul e 1 repre-
sentante da União Marista do Brasil
(UMBRASIL).
Para que ela fosse aproveitada da
melhor maneira possível, um grande
processo preparatório foi realizado,
com atividades locais, regionais, pro-
vinciais e nacionais.
VIGÍLIAA vigília merece um destaque à
parte: do inicial calor escaldante da
tarde até a tempestade inesperada
surgida no meio da noite, ela foi uma
prova de resistência para toda e qual-
quer pessoa. No momento em que o
Papa iria discursar à juventude, uma
torrencial chuva fez com que todos
fossem pegos de surpresa. Ao invés
de se retirar para um local seco, o
Pontífice resolveu permanecer no pal-
co, alegando depois que “se os jovens
poderiam ficar ali, ele também pode-
ria”. Durante a missa de envio, Bento
XVI convocou a todos a colocarem
Cristo no centro da vida, dizendo que
o seguimento a Cristo só é possível
com a inserção nas comunidades, a
participação na Eucaristia, o sacra-
mento do perdão e o cultivo da oração
da Palavra de Deus.
Brasil!Coroando o encerramento da Jor-
nada Mundial, o Papa anunciou que a
próxima edição acontecerá na cidade
do Rio de Janeiro, em 2013. Uma gran-
de festa tomou conta dos corações
brasileiros, que, enquanto agitavam
fervorosamente suas bandeiras, já
conseguiam imaginar aquela grande
massa juvenil celebrando em terras
brasileiras.
Ao retornarem ao Brasil, além
das roupas sujas e dos souvenires
espanhóis, sentimentos de alegria,
responsabilidade em levar a missão
adiante e certa nostalgia quase cau-
saram excesso de peso na bagagem
dos peregrinos. Quase! Felizmente,
o avião conseguiu comportar os 81
corações Maristas repletos de sonhos,
carregados de esperança, edificados
em Cristo e mais firmes do que nunca
na fé.
Setor Provincial de Pastoral
Firmes na féA saga da Jornada Mundial da Juventude
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TURMA DO INFINITO, Editora Cosac NaifyO livro conta a história de
quatro crianças que se
conhecem na escola e
percebem que juntas podem
fazer a diferença no mundo
ao seu redor.
D epois de tornar conhecido inter-
nacionalmente seu trabalho so-
cial com crianças na Fundação Gol de
Letra, o ex-jogador Raí se aventura
pelo mundo da literatura. O livro
“Turma do Infinito” marca sua estreia
como autor de literatura infanto-
juvenil.
Nesta entrevista exclusiva para a
Revista Em Família, o craque con-
ta um pouco sobre o livro e como o
Marista fez a diferença na sua vida.
Como surgiu a ideia de escrever o
livro?
A inspiração nasceu após ler uma
redação escrita por minha neta, Nai-
ra, de 12 anos. O livro trata de espi-
ritualidade, de solidariedade. É uma
coisa antiga que eu tenho comigo.
A criança nasce pensando que é o
centro das atenções e depois ela des-
cobre que não é bem assim. Precisa
aprender a compartilhar e a ter inte-
resses comuns. O ser humano tem
tendência a ser individualista. Então,
esse livro tem a proposta de pensar
em um mundo melhor juntos.
De onde vieram esses valores trata-
dos no livro?
Valores fortes, tanto em casa como
na escola, marcaram minha infância
saudável de interior. Posso dizer que
o colégio Marista é o segundo fator
Turma do InfinitoEx-aluno Marista, Raí lança livro sobre valores Por Sandra Santos
mais importante da minha formação.
Estudei lá desde a Educação Infantil
até o Ensino Médio. Só saí quando fui
para a Faculdade. O Marista sempre
incentivou questões lúdicas, música,
arte e esportes. Isso também ajudou
muito na minha carreira. Eu passava
quase todo o dia no colégio; partici-
pava da banda, do time de basquete
e de futebol. Posso dizer que o meu
primeiro time de futebol foi o do
Marista.
Um dos momentos mais marcantes
no Colégio?
Eu devia ter entre 9 e 10 anos, foi
quando perguntei a um irmão o que
era pecado. Ele me respondeu: “peca-
do é aquilo que você sabe que está
errado mas você insiste em fazer”. Foi
uma resposta diferente daquela que
eu esperava. Não foi uma resposta
religiosa, foi para a vida. Só depois de
algum tempo é que fui entender real-
mente o que ele quis dizer. Isso me
marcou muito.
Relembrando seu tempo de criança,
que mensagem você deixa aos alu-
nos maristas?
Que sejam curiosos em relação às
questões da vida, dos valores. Que
encarem sempre o aprendizado den-
tro de casa, na escola, como cresci-
mento pessoal.
42
Turma do InfinitoADOLESCENTES: QUEM AMA, EDUCA!Içami TibaEditora IntegrareNão está nada fácil para os pais e educadores lidarem com
os adolescentes de hoje, muito mais informatizados, globa-
lizados e independentes que os do passado, mesmo recen-
te. Adolescentes precoces (tweens) e tardios (caronas) são
produtos dessa galopante evolução tecnológica e social. A
educação dos filhos é um projeto de vida com a finalidade de
prepará-los para a ética e a felicidade, a autonomia compor-
tamental e a independência financeira.
QUEM INDICA: Mário José Pykocz, Diretor Educacional do
Colégio Marista Paranaense
QUAL É A TUA OBRA? Mário Sergio Cortella
Editora VozesDepois do sucesso de "Não Nascemos Prontos" e "Não
espere pelo epitáfio", Mário Sergio Cortella publica um texto
envolvente sobre as inquietações do mundo corporativo.
Neste livro o autor desmistifica conceitos e pré-conceitos, e
define o líder espiritualizado, como aquele que reconhece
a própria obra e é capaz de edificá-la, buscando incessante-
mente o significado das coisas.
QUEM INDICA: Tânia Serafim Búrigo ,
Diretora Educacional do Colégio Marista de Cascavel
Prateleira
A CARTA DA TERRA A Carta da Terra é um documento que traz um conjunto de princípios e valores que nor-
tearão a construção de uma sociedade global mais justa, sustentável e pacífica. Trans-
formado em vídeo, ganha acesso ao público maior em várias versões.
QUEM INDICA: Ana Lúcia Souto, Assessora Educacional da DERC – Diretoria Executiva da
Rede de Colégios da PMBCS
Solidariedade
“Minha trajetória no Centro Social
Marista Ecológica foi muito boa. No
primeiro dia de aula a primeira impres-
são que tive foi: Que escola bonita!
Mas, a partir daí, eu percebi que não
era só uma escola bonita, e sim uma
escola que se preocupava ao máximo
com seus alunos. Como era essa pre-
ocupação? Quando a gente precisava
de ajuda em algumas matérias, sem-
pre tinha alguém pra nos auxiliar, tirar
nossas dúvidas, e a equipe pedagó-
gica é maravilhosa! (...). Mas a gente
não aprendeu só história, geografia
etc. Aprendemos também a filosofia
marista, os valores, competências,
que, com certeza nos preparou para
enfrentar a sociedade. Com nossas
habilidades adquiridas, com nossos
valores, vamos exercer na sociedade
uma solidariedade, uma amizade, que
com certeza vamos levar para o resto
da vida.”
Você faz parte desta históriaConheça o trabalho da Rede Marista de Solidariedade na promoção e defesa dos direitos de crianças e jovens
MS
PR
SP
GO
DF
SC
44
Estados de atuação da Rede Marista de Solidariedade
PR: 7 Centros Educacionais e Sociais, 4 ProAção e 1 Centro de Defesa;
DF: 1 Centro Social;
MS: 1 Centro Social;
SC: 7 Centros Sociais.
SP: 7 Centros Sociais;
Quem conta essa experiência é
Matheus Henrique Alves, ex-aluno
do Centro Social Marista Ecológica,
em Almirante Tamandaré, região
metropolitana de Curitiba, Paraná.
Hoje, Matheus já terminou o Ensi-
no Fundamental, mas continua
ligado ao Marista. Por meio de um
projeto em parceria com a organi-
zação internacional King Baudouin
Foundation, ele recebe uma bolsa
de estudos para dar continuidade à
sua trajetória de estudante.
Histórias parecidas acontecem
em diversos espaços onde atua
a Rede Marista de Solidariedade,
seja nas capitais como Curitiba, São
Paulo, Florianópolis, Brasília, ou em
cidades das regiões metropolitanas
e do interior dos estados de São
Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato
Grosso do Sul e no Distrito Federal.
O comprometimento do Maris-
ta com as crianças e jovens está
expresso no depoimento de
Matheus. A proposta social e edu-
cativa prioriza a qualidade do
aprendizado e as relações huma-
nas. Para que isso aconteça no dia a
dia, a Rede Marista de Solidariedade
investe na formação dos profissio-
nais e na produção e socialização
do conhecimento, com vistas a
favorecer processos de participa-
ção infantil e juvenil, o envolvimen-
to da família e a cidadania, para a
geração de oportunidades e vivên-
cia da solidariedade.
A PROMOÇÃO DOS DIREITOSA Rede Marista de Solidariedade
atua na promoção dos direitos das
crianças e jovens, oportunizando
acesso à educação de qualidade,
seja na educação infantil, no ensino
fundamental, na qualificação pro-
fissional, no apoio socioeducativo
(oficinas de arte educação desen-
volvidos no contraturno escolar),
ou por meio de projetos da Biblio-
teca Interativa e ações voltadas
para as famílias.
São 23 Centros Educacionais
e Sociais Maristas e 4 Programas
de Ação Comunitária e Ambiental
(ProAção), oportunizando o atendi-
Orientação Sociofamiliar e Socioeconomia
Solidária
Qualificação Profissional
Ensino Fundamental
Educação Infantil
Biblioteca Interativa
Apoio Socioeducativo
Vida Feliz
Atendimento indireto216 mil adolescentes,
jovens e famílias
Atendimento direto10,5 mil adolescentes,
jovens e famílias.
mento direto às crianças e jovens.
Em outras frentes de atuação
Marista, como na universidade e
nos colégios, a promoção se efetiva
por meio das bolsas de estudo.
A DEFESA DOS DIREITOSA Rede Marista de Solidarieda-
de atua na defesa dos direitos das
crianças e jovens, ou seja, busca
dar visibilidade às situações de
violação desses direitos. Exemplo
disso é o Centro Marista de Defesa
da Infância, que desenvolve pro-
jetos com foco no controle social,
produzindo informações sobre as
realidades das crianças e jovens do
Paraná, divulgando-as e realizando
capacitações dos agentes que tra-
balham com esse público.
Além disso, a rede desenvolve
projetos de advocacy. A partir de
suas práticas, avalia e sistematiza
seus conhecimentos, participa e
fortalece redes das áreas da edu-
cação, assistência social e direi-
tos, desenvolve campanhas e bus-
ca incidir nas políticas públicas.
Para isso, participa de conselhos
e fóruns municipais, estaduais e
nacionais, com o objetivo de con-
tribuir para mudanças que propi-
ciem a crianças e jovens o exercício
de seus direitos.
PRESENÇA SOLIDÁRIA MUNDIALA Rede Marista de Solidariedade
compartilha das diretrizes da Fun-
dação Marista para a Solidariedade
Internacional (FMSI), que possui o
status de organização consultiva
das Nações Unidas (ONU). Por meio
do FMSI, a Rede Marista de Solida-
riedade contribui com subsídios
aos temas pautados pela ONU.
REDE MARISTA DE COLÉGIOS E PAR-CEIROS
Em quase todas as cidades
onde há um Colégio Marista, existe
também um Centro Educacional e
Social. Parte da receita gerada pelos
colégios por meio das mensalida-
des é aplicada na Rede Marista de
Solidariedade. Além disso, a rede
de colégios e rede de solidarieda-
de realizam ações em parceria no
campo educacional e campanhas
que contribuem para a promoção
e defesa dos direitos de todas as
crianças e jovens.
Além dos recursos provenientes
das mensalidades para potenciali-
zar e inovar projetos, a rede conta
com parcerias com empresas, orga-
nizações da sociedade civil, Poder
Público e pessoas físicas.
VOCÊ TAMBÉM É RESPONSÁVEL POR ISSO
As transformações promovidas
por educadores, crianças e jovens
que integram a Rede Marista de
Solidariedade geram protagonis-
mo, oportunidade e solidariedade.
Você, pai e mãe de aluno ou alu-
na dos colégios Maristas, também
fomenta e favorece essas transfor-
mações.
Acesse www.solmarista.org.br
e conheça os projetos maristas de
solidariedade.
Solidariedade46
Essência
Ir. Franki destaca que, Irmãos, colaboradores e leigos, somos todos corresponsáveis pela obra iniciada por Champagnat
Herdeiros de um sonho
O País responde por 32% da pre-
sença Marista no mundo, atuando
nas áreas de educação, saúde, soli-
dariedade e comunicação. Leigos,
colaboradores e Irmãos, são mais
de 24 mil pessoas, que atuam como
herdeiros de um sonho, o sonho
de Champagnat, atendendo a mais
de 200 mil crianças, adolescentes e
jovens. “Viver isso é estar em total
conexão com o sonho”, explica Ir.
Franki Kleberson Kucher, Diretor do
Setor de Comunicação e Imagem
Institucional da Província Marista do
Brasil Centro-Sul, em um bate-papo
com a Revista Em Família. Confira a
seguir alguns trechos dessa conver-
sa.
CONECTADOS COM O SONHO É como se fosse a experiência
do primeiro amor de nossas vidas, o
tempo passa, mas você não a esque-
T ransformar a realidade a partir do que há de melhor nos corações e men-
tes das pessoas comprometidas com os valores humano-cristãos. Foi
com esta missão em vista que os Maristas deram início a uma história que
agora se aproxima dos 200 anos. Em 1817, Marcelino Champagnat fundava
o Instituto Marista. Um visionário para a época, ele já tinha a certeza de que
seria um árduo, mas gratificante trabalho. Os resultados de tanta dedicação
ao longo de toda a sua vida hoje estão distribuídos pelo mundo e, como não
poderia deixar de ser, em várias regiões do Brasil.
ce. Seria como um ponto de partida,
que te apaixona, move e dá sentido
a tudo o que você faz. Quando você
se perde ou, por vezes, perverte o
sonho, você precisa voltar e focar
novamente os seus esforços para a
perpetuidade. Champagnat sonhou
infâncias e juventudes cidadãs, pro-
-tagonistas e felizes; não podemos
traí-lo – temos de dar continuidade
a obra por ele iniciada.
PORTA-VOZES DA MENSAGEM MARISTA
Nossos esforços caminham no
sentido de encantar pessoas para
compartir dos mesmos propósi-
tos. Esse princípio da transparência
requer cuidados apurados para que
sejamos fidedignos à causa Maris-
-ta sonhada por São Marcelino. Por
meio da comunicação, traduzimos
e ressignificamos para nossos diver-
sos públicos de relacionamento o
que nos identifica enquanto conti-
nuadores desse legado. Em todas as
nossas frentes apostólicas, somos
portadores e porta-vozes da mensa-
gem Marista.
SOMOS CORRESPONSÁVEIS NA MISSÃO
No meu entendimento, o sonho
de Champagnat é um projeto de
Humanidade. São corações ao alto,
em total sintonia com a dádiva divi-
na; e corações nas mãos, em dispo-
sição de oferta do melhor que pode-
mos dar. Ser herdeiro é sentir-se
parte e corresponsável pela constru-
ção desta obra de Deus, cuja neces-
sidade ainda é premente em nossas
realidades. Temos muito o que fazer
para que o sonho continue lindo,
encantador e transformador. Cora-
ções nas mãos, então.
47
Inspiração
W illian Seide Arake,
o Seidi, como é
conhecido e gosta de ser
chamado pelos amigos e
professores do Colégio
Marista de Cascavel, é aluno
Marista desde 2006. Hoje,
com 10 anos, está no 5º ano
do ensino fundamental.
“Quando eu cheguei no
Marista ninguém me conhecia,
mas eu não fiquei com medo
não. Hoje todo mundo aqui no
colégio me conhece”, explica.
Com nove meses de idade,
Seidi teve o diagnóstico do
neurologista de paralisia cere-
bral. O médico relatou à família
que ele poderia apresentar
uma deficiência mental, não
falar e não andar. A partir desse
diagnóstico foi iniciado um
longo e contínuo tratamento
multidisciplinar que dura até
hoje.
Para alegria de todos, Seidi
se desenvolveu e continua
em pleno desenvolvimento,
superando a cada dia as dificul-
dades que aparecem. Embora
possua dificuldade para se
locomover, é uma criança
como qualquer outra, adora
brincar, correr e se divertir. “Eu
não consigo jogar futebol com
meus amigos, então às vezes
eles jogam basquete comigo,
porque eu aprendi esse jogo. Na
sala, durante as atividades, eu
sempre me atraso para copiar
e fazer as atividades, mas os
meus amigos e as minhas pro-
fessoras me ajudam e eu consi-
go terminar”, conta.
O Colégio Marista de Casca-
vel realiza um evento esportivo
todos os anos, a OLIMAR, onde
as crianças competem em dife-
rentes atividades, e Seidi é um
dos orgulhosos participantes:
“Eu me sinto muito feliz na
OLIMAR porque tem várias
competições e todos os pais
e as mães vêm torcer para os
filhos. Eu também gosto mui-
to de ganhar a medalha de
participação. Eu não sou mui-
to bom em alguns esportes,
mas eu gosto de participar
mesmo assim, porque todo
mundo torce por mim."
No último mês de julho,
Seidi foi ao estado de Minas
Gerais para realizar um novo
exame em virtude de sua
dificuldade visual e foi diag-
nosticado que ele possui a
SINDROME DE IRLEN, que é
caracterizada por sintomas de
pressão nos olhos, dores de
cabeça e distorção da imagem
durante a leitura. A família
dele já providenciou um ócu-
los que foi enviado aos Esta-
dos Unidos para receber um
tratamento especial nas len-
tes e permitir que ele possa
superar mais essa dificuldade.
Além disso, ele precisa ir pelo
menos uma vez ao ano até
Curitiba para fazer aplicação
de botox nas pernas para que
consiga movimentá-las.
A escola é muito impor-
tante para qualquer criança,
mas é ainda mais importante
para a criança com deficiên-
cia. É na escola que a criança
aprende a confiar em si mes-
ma, percebendo que é capaz
de realizar a maioria das ati-
vidades, mesmo levando um
pouco mais de tempo.
SUPERSEIDIPara ele, superação é
uma tarefa diária Por Kely Cristine de Souza
Kely Cristine de Souza é assistente de marketing do Marista de Cascavel
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Diversão
Brincando juntos
Em tempos de tantas mudanças virtuais, fica
cada vez mais difícil acompanhar nossos filhos.
Muitas vezes lembramos que, na “nossa época”, as
famílias passavam mais tempo juntas porque ain-
da podiam participar dos jogos e brincadeiras das
crianças. Hoje, ao tentar levá-las a uma das nos-
sas brincadeiras, passamos por “antiquados”. Até
mesmo ouvimos que é “chato” ou que “não tem
graça”.
Eles gostam de transformar, mudar, criar e recriar
mundos fictícios, avatares, entre outros. Pensando
nisso e nas dificuldades com os jogos preferidos
dos nossos filhos, acabamos buscando na memória
experiências ou brincadeiras que conhecemos e que
possam despertar o interesse deles.
Neste novo espaço da Revista Em Família, apre-
sentaremos algumas atividades que podemos fazer
junto com nossos filhos. Serão experiências ou jogos
que fazíamos quando tínhamos a idade deles, pro-
porcionando um momento de integração familiar e
com muita diversão, é claro.
A receita é básica e todos os materiais podem ser
comprados em mercados ou farmácias.
Esperamos que tenham gostado da nossa dica.
Até a próxima!
Ensinamos uma experiência que você pode compartilhar em família. Garantia de diversão!
CRIANDO CRISTAISEstamos vivenciando nos colégios o Ano
Internacional da Química. Com isso, tiramos
do “baú” uma interessante experiência de
transformação. Afinal, vamos ver quem
consegue transformar pedras comuns em
cristais? Vamos à receita para que vocês
vivam juntos esta experiência:
10g de sulfato duplo de alumínio e
potássio (alume);
Um copo de vidro;
Um palito de sorvete (limpo);
Água morna;
Linha;
Pedrinhas pequenas e irregulares.
Método: lave as pedras cuidadosamente
em água corrente. Coloque no copo água
morna suficiente para cobrir as pedras
(mais ou menos 1/3 do copo). Junte o
alume e mexa com o palito até o produto
parar de se dissolver facilmente. Podem
sobrar alguns grãos no fundo. Coloque as
pedras no copo ou amarre como na figura.
Você pode acrescentar corante e criar
cristais coloridos.
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