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COMO FAZER Pág.40 Férias: bom momento para os filhos aprenderem o valor do dinheiro Atitudes diárias praticadas pelos pais contribuem para a formação dos filhos sobre o consumo consciente Pág.8 ENTREVISTA Pág.14 Hélio Mattar fala sobre a urgência da mudança para um mundo sustentável 2 o Semestre • 2013 | 12 a edição

Em Família Marista | RS

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2º Semestre 2013 | 12ª Edição

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Page 1: Em Família Marista | RS

COMO FAZER Pág.40

Férias: bom momento para os filhos aprenderem

o valor do dinheiro

o exemplo vem de casaAtitudes diárias praticadas pelos pais

contribuem para a formação dos filhos sobre o consumo consciente Pág.8

ENTREVISTAPág.14

Hélio Mattar fala sobre a urgência da mudança para um

mundo sustentável

2o Semestre • 2013 | 12a edição

Page 2: Em Família Marista | RS

AMPLIANDOAMPLIANDO FUTUROS

Um amplo conceito de educação, para alunos, famílias, professorese escolas crescerem juntos.

O FTD Sistema de Ensino trabalha para ampliar as perspectivas de futuro para todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem,

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Às vésperas de completar 200 anos de presença mundial e há mais de 110 anos presente no Rio Grande do Sul, a atuação dos Colégios e Unida-des Sociais da Rede Marista se dá, atualmente,

em 13 cidades gaúchas e em Brasília. São 26 colégios e 10 centros sociais, que atendem 19 mil estudantes na Educação Básica e 30 mil pessoas nos projetos e Unidades Sociais.

12a Edição | 2o Semestre 2013

Periodicidade Semestral

Jornalista resPonsável

Rulian Maftum / DRT No 4646

suPervisão Maria Fernanda Rocha

redação rede Michele Bravos, Julio Glodzienski, Elizangela Jubanski

ProJeto gráfico Estúdio Sem Dublê

diagraMação Julyana Werneck

caPa Márcia Yamada e Camila Ayumi Honda do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS)locação Hotel Deville

© Todos os direitos reservados.Todas as opiniões são de responsabi-lidade dos respectivos autores.

foto de caPa Letícia Akemi

revisão Lumos | Bureau de Traduções

R. Amauri Lange Silvério, 270 Pilarzinho Curitiba/PR – CEP: 82120-000 Tel.: (41) 3271-4700

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Marista aparecida das águasMarista Menino JesusMarista renascer Marista tia Jussara colegiomarista.org.br

centros sociais

Marista aparecida das águasMarista Boa esperançaMarista da Juventude Marista de formação tecnológicaMarista de inclusão digital (cmid)Marista ir. antônio BortoliniMarista Mario QuintanaMarista de Porto alegre (cesmar)Marista santa isabelMarista santa Martasocialmarista.org.br

Polo Marista

Polo Marista de formação tecnológicasocialmarista.org.br

Presidente das MantenedorasIr. Inácio Nestor Etges

vice-Presidente das MantenedorasIr. Deivis Fischer

colÉgios e unidades sociais

superintendente executivoRogério Anele

coordenador JurídicoIr. Rosmar Rissi

coordenador de comunicação e MarketingAlexander Goulart

gerente educacionalIr. Gilberto Zimmermann Costa

gerente socialIr. Ivonir Imperatori

gerente operacionalLuis Otávio Silva

supervisão editorial e redação de conteúdo local da revista em família Katiana Ribeiro, Pamela Zottis e Tiago Rigo

redação de conteúdo local – comunicação e Marketing dos colégios e unidades sociais

Aline Diedrich, Aline de Castro, Aline Trindade, Andressa Lemes, Anna Catarina da Fonseca, Caroline dos Anjos, Catia Brunetto, Eduarda Alcatraz, Emilin Silva, Eriel Brixner, Ester Ellwanger, Ir. Fabricio Basso, Juliana Oliveira, Juliana de Matos, Kaetlyn Fockink, Kamila Baidek, Lara Lima, Lívia Luz, Mauren Favero, Milene de Bom, Natalia Giovanaz, Nélson Vidal, Patrícia dos Santos, Renata Fagundes, Rozecler Bugs, Sendi Spiazzi, Silvia Medeiros, Tiéle Abreu e Virgínia Reginatto

sede MaristaRua. Ir. José Otão, 11 - Bonfim - Porto Alegre/RS CEp: 90-035-060Tel.: (51) 3314-0300 / 0800 541 1200

colegiomarista.org.brsocialmarista.org.br

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8 educação vem de casa.

Quando o assunto é consumismo, os pequenos seguem os passos dos pais.

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índice

essência

36 Irmãos Maristas falam sobre o voto de pobreza e a

presença Marista entre os indígenas.

solidariedade

38 Nos Centros de Recondicionamento de

Computadores, da Rede Marista, jovens realizam o sonho da formação profissional.

dia a dia

6 A fim de evitar o desperdício de alimentos, Colégios Maristas

investem na formação dos pequenos como agentes disseminadores do consumo consciente.

como fazer

40 Férias é sinônimo de lazer e experiências de valor.

Com uma programação bem feita, é possível fazer sobrar diversão e não faltar dinheiro.

compartilhar

42 Estudantes e professores dão dicas de livros,

músicas, sites, programas de TV, entre outros, relacionadas ao tema central desta edição.

curiosidade

48 Mito ou verdade? Descubra se comprar alivia

ou não o estresse do dia a dia.

diversão

44 Reúna toda a família e relembrem antigas

brincadeiras. Para se divertir, basta imaginação!

olhar

46 Ademar Batista Pereira traz uma reflexão sobre

hábitos consumistas que vão contra a sustentabilidade.

5 A educação deve acontecer de forma conjunta. Fortalecer a

parceria entre família e escola faz parte do fazer diário dos maristas, valorizando o empreendedorismo, a criatividade e as descobertas.

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14 A preocupação com o futuro do planeta começa agora.

Em entrevista, Hélio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, fala sobre as mudanças necessárias no modo de vida das pessoas.

entrevista

educar giro

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22 Colégios e Unidades Sociais oferecem projetos

educacionais que visam despertar o espírito empreendedor nos jovens. Conheça alguns deles.

30 Confira os projetos e as atividades que marcaram o

segundo semestre do ano letivo.

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A educação em que acreditamos acontece de forma conjunta, numa preciosa relação entre família e es-cola. Fortalecer esta parceria está em nossa essência, faz parte do nos-so fazer diário. O estudante, desde a Educação Infantil até o Ensino Mé-dio, deve ser protagonista do seu saber, pesquisador, criativo, crítico, empreendedor, solidário, ético, ca-paz de identificar e solucionar pro-blemas e de trabalhar em equipe. Essas características não são cons-truídas apenas no ambiente escolar, são resultados do todo, das relações, das vivências, do convívio familiar e das oportunidades.

Entre os assuntos abordados nes-ta edição da revista Em Família está o empreendedorismo, num diálogo aberto entre pais, educadores e es-tudantes. O perfil do empreendedor está diretamente ligado ao jeito ma-rista, que valoriza a criatividade e as descobertas. O empreendedor é aquele sujeito disposto a fazer dife-rente, que consegue olhar para o fu-turo e encontrar oportunidades.

No atual cenário econômico e so-cial, o Brasil deve apostar nos jovens empreendedores para despontar em âmbito internacional. Criar espaço para o desenvolvimento de talentos

Aprendemosjuntos

Por rogério aneleSuperintendente

dos Colégios e Unidades Sociais da Rede Marista

é um desafio. Assumimos essa causa à medida que os currículos são re-vistos, novas propostas pedagógicas são apresentadas e a liderança e o protagonismo estão presentes a cada nova aula ou atividade.

Os Colégios e Unidades Sociais da Rede Marista olham para o futuro apostando em jovens protagonistas. Nesta edição, apresentamos histó-rias de educandos que encontraram em nossos cursos de formação tec-nológica, oportunidades de transfor-mação social. Nos Centros de Recon-dicionamento de Computadores, a sucata eletrônica transforma-se em conhecimento e oportunidades pe-las mãos dos jovens que participam das oficinas e treinamentos ofereci-dos. Mais do que sustentabilidade, são aulas diárias de cidadania.

Nas próximas páginas, conheça outras iniciativas sustentáveis, sob o ponto de vista ambiental. São pe-quenas práticas, inseridas no dia a dia, que fazem a diferença para a re-dução no consumo de energia, des-carte correto de resíduos visando à reciclagem, entre outras.

Em Família também abre espaço para valorizar as conquistas e os prin-cipais acontecimentos de nossos colé-gios e unidades sociais. Boa leitura!

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Os Colégios e Unidades Sociais da Rede Marista olham para o futuro apostando em jovens protagonistas.

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Um rejeito no café da manhã ou no almoço, no lanche ou no jantar e o desperdício de alimentos acaba se tornando uma rotina no dia a dia. Se-gundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), um terço dos alimentos produzidos é desperdiçado por ano no mundo todo. Isso significa que 1,3 bilhão de tone-ladas de comida têm como destino a lixeira.

Pode-se dizer que esse comportamento tor-nou-se um hábito que passa despercebido aos nossos olhos. Peguemos como exemplo um paco-te de bolacha. Por qual motivo você jogaria um terço desse pacote no lixo? A coordenadora psi-copedagógica da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I do Colégio Marista Cascavel (PR), Marcia Ionara Eichstadt Piovezani, explica que o desperdício “é questão de educação alimentar, tem a ver com excesso de compra, má gestão dos alimentos em casa e não aproveitamento integral de talos, cascas, entre outros”.

Desenvolver com as crianças uma cultura de reaproveitamento as torna professores e agentes de incentivo à importância do melhor aproveita-mento de alimentos. Ações que representam um mundo saudável e mais comprometido. “É através de atitudes como essas que elas passam a orientar suas famílias sobre os cuidados para um consumo consciente”, explica Ana Paula Teixeira da Rosa, educadora de culinária e de letramento do Centro Social Marista (Cesmar) de Porto Alegre(RS).

É visando um mundo mais consciente que os Colégios Maristas estão comprometidos e preocu-pados com o desenvolvimento destas atitudes nos seus estudantes.

Preocupados com o desperdício de alimentos e cientes da

necessidade de desenvolver ações para a conscientização do

consumo adequado de alimentos, os Colégios Maristas propõem

várias ações para trabalhar com os pequenos

Por Julio Glodzienski

Muito além doprato de

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dia a dia

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de olho no cardáPio

Um exemplo das ações dos Colé-gios Maristas é o trabalho desenvol-vido no Colégio Maristinha Pio XII, de Brasília (DF), como conta a as-sistente psicopedagógica Sara Cris-tina da Costa: “Temos trabalhado a consciência no momento do lanche e estimulado o consumo de frutas, além de repassar mensalmente às famílias um cardápio com sugestão de lanches saudáveis elaborados por uma nutricionista.”

No Ateliê do Gosto, um espaço dentro do colégio, as crianças, jun-tamente com os professores, criam receitas saudáveis que incluem o reaproveitamento de folhas e cas-cas dos alimentos – muitos pro-duzidos na própria horta. Depois, os alunos são convidados a expe-rimentar a receita, comprovando essa divertida experiência. “Enten-demos que, quando a criança faz parte e se sente inserida no proces-so, ela demonstra facilidade para provar o que elabora junto com os colegas”, completa Sara.

São nessas pequenas ações que as crianças começam a perceber que existem outras soluções para aqueles alimentos que não agra-dam tanto e também aprendem a utilizar o que tem disponível nos armários de casa. Esse é um traba-lho contínuo. “Quando falamos da formação das crianças, entende-mos que, a cada dia, temos que for-talecer os conceitos que queremos que levem como aprendizado. Eles são a ponte entre escola e família. Por meio do que aprendem aqui, entendemos que relatam e cobram posturas de seus pais e familiares”, analisa a assistente.

cultivando o PróPrio aliMento

O Colégio Marista de Casca-vel (PR) promove atividades de culinária em que trabalham com as crianças os processos de pro-dução dos alimentos, bem como o uso de alimentos naturais e in-dustrializados. As crianças culti-vam nos canteiros, participando desde a preparação do solo, se-meadura, transplantes das mu-das e colheita até a utilização dos alimentos ali cultivados na realização de receitas. “Os alunos podem perceber, mediante essas atividades, a importância de con-sumir alimentos nutritivos e na-turais, em detrimento dos indus-trializados”, conta Marcia Ionara, coordenadora psicopedagógica.

É por meio dessas ações que as crianças percebem todo o proces-so de cultivo do alimento até que ele chegue à mesa ou às prateleiras dos supermercados. “Os alunos passam a relacionar um planeta sustentável com a diminuição do consumo de alimentos industria-lizados, que possuem embalagens que irão poluir o meio ambiente”, completa a coordenadora.

Os projetos pedagógicos, des-tinados a cada faixa etária, bus-cam estimular o consumo ade-quado. “Sempre que possível, as crianças são incentivadas a con-sumir alimentos nutritivos es-senciais para manter a saúde do corpo”, diz Marcia.

PeQuenos cozinheiros

Com a ideia de estimular o consumo consciente e fomentar uma mudança na postura das pessoas, ainda que por peque-nos gestos, o Centro Social Ma-rista (Cesmar), de Porto Alegre (RS), desenvolve um projeto de culinária. Para Ana Paula Teixei-ra da Rosa, educadora de culiná-ria e de letramento, as pessoas, por vezes, não se dão conta do desperdício que realizam. “Acre-dito no efeito multiplicador. Se cada um dos receptores adotar uma pequena mudança em seu cotidiano para reduzir o desper-dício ou estimular sua família e seus amigos nessa linha, haverá uma grande diferença”, explica.

Na cozinha, eles aprendem a ser criativos e a buscar alterna-tivas alimentares, além de inú-meras formas para preparar e consumir um mesmo alimento. “Esse projeto tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância do reaproveitamen-to de alimentos que geralmente são descartados – e, junto a eles, vários nutrientes essenciais para o bom desenvolvimento do orga-nismo humano”, completa Ana.

As hortas, de onde as crianças e jovens colhem os alimentos para a produção das receitas, também fo-ram criadas para promover quali-dade de vida. O foco está em esti-mular boas práticas ambientais e mostrar aos alunos algo muito além de valores nutricionais.

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Pais que dão exemplo responsável

Atitudes diárias podem auxiliar os filhos na prática do consumo consciente. São exemplos corriqueiros que tornam o ‘ter’ uma

atitude responsável.

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Não ceder a todo e qualquer desejo material dos filhos também contribui para essa mesma formação, contrariando o consumo impulsivo.

Ana Cristina Malacrida, professora do Colégio Marista Maringá (PR)

A rotina da casa é naturalmente absor-vida pelas crianças. O que os pais conso-mem, como gastam e de que forma descar-tam são ações que integram o dia a dia da família. Essas atitudes acabam se tornando perceptíveis aos pequenos, que incorpo-ram cada detalhe e costume da família.

Nessa perspectiva, é cada vez mais importante discutir a real necessidade do consumo e, além disso, como fazê--lo de forma consciente. Em época de tecnologia de ponta e acesso ao crédito fácil, consumir demasiadamente é qua-se um convite irrecusável. Saber mediar e decidir o que realmente se embrulha para levar para casa é o mais sensato quando se tem crianças observando toda atitude dos pais. A professora Ana Cristina Malacrida, do Colégio Marista Maringá (PR), acredita que a prática do bom exemplo é o método mais eficaz para orientar os filhos.

“Levar os filhos, quando crianças, para comprar roupas e permitir que par-ticipem de todo o processo de procurar pelo artigo de melhor qualidade, antes de simplesmente sair comprando, cria a cultura de consumo responsável. Não ceder a todo e qualquer desejo material dos filhos também contribui para essa mesma formação, contrariando o con-sumo impulsivo”, descreve a educadora, que ainda defende que o valor dos brin-quedos e de qualquer objeto devem ser colocado em xeque a cada oportunida-de. “Não se deve repor, de pronto, artigos estragados por falta de zelo dos filhos. Isso reforça a importância de valorizar e cuidar do que se tem, já que a tendência entre as crianças e os jovens é de descaso com suas posses, justamente por não as terem adquirido com o salário do pró-prio trabalho”, reforça.

eXeMPlos, siMCamila Ayumi Honda, 7 anos, estuda

no Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS), e sabe bem o que são exem-plos do dia a dia. A família mora em uma casa com regras de consumo responsá-vel e reaproveitamento de recursos. Os pais da estudante acreditam que a forma

tranquila que Camila tem com relação às compras é reflexo da educação com limites financeiros. “Ela tem consciên-cia do que é esbanjar alguma coisa. Não pode ver uma torneira pingando que sai correndo para fechar. Ela não se interes-sa pelas roupas e calçados da moda, é muito tranquila quanto a isso”, revela a mãe, Márcia Yamada, 37 anos, que é en-genheira agrônoma.

Sem problemas com pedidos de "eu quero" em passeios, a mãe recorda um episódio na aula de patinação em que ou-tras garotas estavam com calças e blusas especiais para o momento. “Não vi pro-blema algum em levar Camila com uni-forme e camiseta da escola. Não acredito que esse consumismo seja essencial du-rante essa fase da vida”, completa.

No entanto, a mãe enxerga que na ado-lescência a filha pode querer desfrutar de algum tipo de exagero. “Pode até ser normal nessa fase. Ir a uma festa e querer um vestido novo, por exemplo. Não vejo problemas, mas aí entra a questão da po-lítica. Você está merecendo? Está tendo um bom comportamento? Espero que ela continue aceitando essa forma que nos-sa família tem e valorize cada conquista”, aponta Márcia.

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a faMília honda na PráticaAs lâmpadas da casa foram to-

talmente substituídas por fluores-centes. “Duram mais e consomem menos”, defende a mãe. Três reci-pientes de lixo fazem a separação: o reciclável, o convencional e os restos de comida. O último vai para as galinhas. “Temos cachorros, gali-nhas, árvores e muito verde. Pensa-mos que estar próximo à natureza é dar qualidade de vida à família”, conta Márcia. Outro recurso im-portante para a consciência do que se consome é a cisterna construída no terraço da casa. “Toda a água da chuva vai para essa cisterna. A gente usa a água para molhar a horta e as outras árvores frutíferas”, finaliza.

ParticiPantes do ProcessoPara criar o vínculo sobre a im-

portância do que se compra, o médi-co veterinário Eduardo Grochowicz, pai de quatro alunos do Colégio Ma-rista Pio XII, de Ponta Grossa (PR), acostumou a família a participar do processo de compra. “Nas com-pras do dia a dia, em supermerca-dos e shoppings, eles sempre estão presentes e são muito conscientes

com aquilo que nos pedem. Aqueles itens que nós consideramos supér-fluos, deixamos que eles comprem com seu próprio dinheiro, ganhado com afazeres domésticos ou de pre-sentes dos tios e avós”.

Os trigêmeos Guilherme, Giovana e Gabriela têm 10 anos e, segundo o pai, acostumaram-se com o reveza-mento de brinquedos, roupas e até mesmo com o tempo que os pais se dedicam a eles. Já a mais nova, Luiza, que está com 6 anos, precisa de um "empurrãozinho" dos pais na hora da partilha. “Por ter nascido anos depois, tivemos que trabalhar mais nessas questões de ter e compartilhar. Mas sempre procuramos dar aos quatro aquilo que é razoável, sem exageros e sempre de maneira equilibrada para todos”, conta Eduardo.

a faMília grochoWicz na Prática

Mesmo com muito diálogo, Edu-ardo e a esposa Fernanda sabem que, o que vale mesmo são exem-plos práticos dentro de casa. “Va-lorizamos as coisas, não deixamos nada pelo chão e, depois de usar, guardamos. Com os brinquedos,

pedimos que façam igual. Quando estamos com roupas novas, procu-ramos não nos sujar, para que per-cebam o cu idado com objetos que acabaram de ser comprados. Tam-bém ensinamos o valor do trabalho e de quanto dinheiro é necessário para termos aquilo de que precisa-mos”, detalha Eduardo. Para os pais, o conceito mais importante é que eles valorizem as pessoas pelo que são e nunca pelo que possuem.

Ensinamos o valor do trabalho e de quanto dinheiro é necessário para termos aquilo que precisamos.

Eduardo Grochowicz, pai de Guilherme, Giovana, Gabriela e Luiza.

família grochowicz: quatro filhos e muito

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a gente consoMe?Abastecer a despensa está mais caro,

este ano, no Brasil. Com a alta da infla-ção, os brasileiros estão mais respon-sáveis na hora de consumir. É o que aponta a pesquisa nacional Consumo Consciente, elaborada pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janei-ro (Fecomércio-RJ) em parceria com o Instituto Ipsos, em junho desse ano. Na maioria das questões levantadas pela pesquisa – preservação do meio ambiente, uso de sobras nas refeições, análise do produto antes de comprar e uso de sacolas plásticas –, o percentual de importância desses aspectos cres-ceu, pelo menos, 2%. Ainda que his-toricamente privados de uma série de bens de consumo, produtos de ponta e supérfluos, os brasileiros estão se tor-nando cada vez mais responsáveis na hora de adquirir.

É o caso de Sumaya Costa, 40 anos, fonoaudióloga e mãe das alunas Laura e Ana Luiza, do Colégio Marista Santa Maria, em Curitiba (PR), que morou durante cinco anos nos Estados Uni-dos para acompanhar o doutorado do marido. Ela não se deixou levar pelo consumo desenfreado dos norte-ame-ricanos e aproveitou a estada na terra do Tio Sam para descobrir a importân-cia do consumo consciente. “Lá, eles induzem a compra em quantidade, nos dando a falsa impressão de que quanto mais você comprasse daque-le produto, mais você economizaria. Mas, na prática, isso não era verdade. Quanto mais você tinha em casa, mais rapidamente você consumia o produ-to e logo precisava comprá-lo nova-mente”, lembra.

o papel da escolaA prática do consumo cons-ciente é um assunto sempre em pauta dentro das salas de aula. O diretor-educacional da Rede de Colégios Maristas, de Curitiba (PR), Flávio Sandi, alerta para as inúmeras fren-tes em que esse tema pode ser trabalhado. “Podem ser reali-zadas oficinas para reflexão e prática do reaproveitamento de materiais para criação de brinquedos, fantasias e produções artísticas. Também há possibilidade de os alunos calcularem a quantidade de folhas que gastam por dia e criação de soluções para combater o uso excessivo de papéis; medição da água utilizada nos banheiros e proposição de estratégias para evitar desperdício da água; comemoração dos aniversários com simplicida-de, substituindo presentes pela presença significativa na vida do aniversariante; debates em aula a respeito de propagandas veiculadas na mídia; além de projetos que nascem dos próprios estu-dantes, imprimindo o sentido de buscar nos caminhos da ação, a criação da cultura do consumo consciente”.O diretor-educacional também evidencia que essa educação deve acontecer em parceria entre escola e família. “A relação entre escola e família é importante para práticas educativas de qualquer natureza. Exemplos que testemunhem consciên-cia planetária, provenientes tanto da escola como da fa-mília, correspondem ao modo mais coerente de educar”, finaliza Sandi.

sumaya viveu nos estados unidos e soube administrar a compra consciente.

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a faMília costa na Prática“Em casa, nós só descartamos

produtos como eletrodomésticos e móveis se não existir conserto ou se for muito ultrapassado. Quanto a brinquedos e roupas, tudo que não é usado é doado. Se for necessário reutilizar ou reaproveitar alguma coisa, isso é feito sem dificuldades. Nós sempre primamos por qualida-de, entendendo que o mais caro não é sempre o melhor ou o necessário”, descreve Sumaya.

a influÊncia da ProPagandaAté mesmo em canais direcio-

nados às crianças, com programa-ção especial, as propagandas fazem parte da grade de exibição. Sempre muito coloridas, elas soam como um convite irrecusável à compra. O que acontece é que os pequenos ainda não possuem clareza com atos de

manipulação e, principalmente, mi-diática. Eles acabam seduzidos pelo consumo, sem fazer ideia de como avaliar a informação recebida por meio da propaganda.

Para a pedagoga Sabrina Souza, professora do Colégio Marista Ro-sário, de Porto Alegre (RS), os pais devem auxiliar a criança a ter dis-cernimento sobre propagandas e mensagens publicitárias. “Não há como promover uma reflexão sem o diálogo e o acompanhamento dos responsáveis, principalmente se esse for um fator de preocupação. É necessário coerência entre o discur-so e a prática de consumo da famí-lia”, explica.

Outro fator que a pedagoga apon-ta é justamente a magia que esses anúncios publicitários levam aos olhos dos pequenos. “As propagan-

das, de uma maneira geral, refletem um cenário de magia, felicidade e prazer que nem sempre se torna real após a aquisição dos produtos que foram anunciados. As crianças esperam ter o que viram no comer-cial. Por sua vez, brinquedos que se movem sozinhos inibem o jogo sim-bólico, tão importante para as crian-ças”, acredita Sabrina.

Pensar sobre o consumo é pensar sobre os valores que organizam a fa-mília e a sociedade em que se vive. “Podemos refletir acerca do tema, concluir que o consumo exacerbado é prejudicial para a formação de in-divíduos mais solidários e fraternos, mas se não praticarmos o exercício da escolha e da necessidade, não te-remos argumentos e exemplos para que as crianças se inspirem e pos-sam replicar”, finaliza a educadora.

A vida de publicitário e o exemplo como

pai: guilherme e Betina.

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coMece hoJe MesMoAtitudes simples e responsáveis podem ajudar as crianças a terem uma visão mais reaproveitável dos objetos e menos deslumbrada do mundo consumista.

reutilizeNem sempre aquilo que quebrou ou estragou deve ser jogado fora. Expli-que que há outras funcionalidades e, até mesmo, o conserto para determi-nados objetos.

desperdícioComidas, água, luz, entre outros. Esbanjar alguns recursos faz com que a criança não dê valor às facilidades que tem em casa. Mostre o quanto são importantes e o porquê de não desperdiçá-los.

PreçoNo mercado, no shopping, na feira. Pesquise preço e pergunte quanto cus-ta. É importante a criança ter a noção do dinheiro e quanto determinadas coisas custam.

roupasNão ceda de imediato a um pedido de roupa nova. Argumente e pergunte a necessidade daquela peça para o momento. Doe roupas antigas e evite o acú-mulo desnecessário.

lixoA separação do lixo reciclável é uma das formas mais importantes de mostrar à criança para onde vão os descartes de casa, o que pode ser reaproveitado e o que farão com o lixo convencional.

PlanejamentoÉ importante que as crianças entendam que há um planejamento financeiro com os gastos da família. qualquer aquisição de bens materiais deve ser explicada à criança com justificativas orçamentárias.

eM casa, É outra coisaO publicitário Guilherme Gomide

é um dos fundadores da Agência Casa, uma das maiores agências de publici-dade de Curitiba (PR). Responsável por traçar boas estratégias para que propagandas ganhem destaques nas programações, Gomide é pai de duas crianças e se vê entre dois fatores im-portantes: a influência capitalista que a profissão traz e a responsabilidade de ensinar o consumo consciente.

Com 3 anos de idade, Betina – a primogênita do publicitário – passa mais tempo vendo vídeos direciona-dos em canais na internet do que na televisão. “Ironicamente, ela pas-sa mais tempo no YouTube. Mas quando está na sala ou em qual-quer ambiente que tenha televisão, me preocupo com o que está vendo e que programação é aquela”, afir-

ma Gomide. O mais novo, Lorenzo, com três meses, ainda é isento do mundo da publicidade.

Apesar disso, Betina adora um vestido novo. “Ela é extremamen-te vaidosa, gosta de maquiagem e quando vamos ao shopping é um ter-ror. Tenho um lado consumista pelo meio em que vivo e quando saímos acabo extrapolando. Ainda bem que minha esposa faz um ótimo contra-peso”, explica.

a faMília goMide na PráticaPara que exista equilíbrio na fa-

mília Gomide o papel da mãe é fun-damental, segundo o publicitário. “Esse gosto por compras que a Be-tina tem é impacto da minha profis-são e do ambiente, porque o exem-plo da mãe é bastante consciente”. De acordo com Gomide, a esposa

não é consumista e é adepta ao "vi-ver mais e comprar menos".

“Pouco antes do nascimento de Lorenzo, comprei uma fantasia e um daqueles estojos enormes de lápis de cor, giz de cera, canetinhas e tudo mais. Ela me fez guardar o presente para entregá-lo somente quando co-memorássemos outra coisa. Está guardado ainda. Ela põe o freio lá em casa”, conta.

As propagandas, de uma maneira geral, refletem um cenário de magia, felicidade e prazer que nem sempre se torna real após a aquisição dos produtos que foram anunciados.Sabrina Souza, professora do Colégio Marista Rosário, em Porto Alegre (RS)

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Menos trabalho e mais tempo com a família. Celulares atualizados, mas sem ser preciso adquirir um novo aparelho. As medidas podem parecer utópicas, porém fazem parte de um novo modelo de civilização – o nosso, em breve. Confira o que Hélio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, tem a dizer sobre esse futuro

Por Michele Bravos

por uma sociedade do bem-estar

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entrevista

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Para que daqui a 40 anos exista um planeta Terra que supra as necessidades dos seus futuros 9 bilhões de ha-bitantes, é preciso que as mudanças comecem já. Em entrevista à revista Em Família, o diretor-presidente do

Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, Hélio Mattar, fala sobre medidas necessárias para a conscientização da população, a urgência da mudança e como seria esse novo modo de viver.

Os brasileiros não são diferentes de outras populações deste mundo fortemente consumista. Generica-mente, o brasileiro peca no desper-dício: de alimentos, de roupas e de tecnologia. Desperdiçamos cerca de 50% dos alimentos perecíveis e parte disso se dá porque se uma fruta ou verdura está um pouco machucada, a gente não considera alimento. Se há uma pequena sobra de um almo-ço ou de um jantar, ela não é utiliza-da em outra refeição. Não usamos os talos, as cascas e as sementes como parte das nossas receitas. As pessoas tendem a ter mais roupas do que elas precisam, subutilizando-as.

No Brasil, há também um grande descarte de telefones celulares. Esses rejeitos vão para o lixão, causando poluição. Mais importante do que isso é as pessoas se perguntarem se precisam de todas as funcionalida-des de um novo aparelho.

O que o brasileiro faz que, na sua

opinião, figura na lista de práticas

de consumo irresponsáveis?

Em primeiro lugar, é importante dizer que consumo consciente não é deixar de consumir. Esta causa é a favor de um consumo diferente, em que os impactos sociais, ambientais, econômicos e individuais sejam me-nores. Hoje, se todos os habitantes do planeta viessem a consumir den-tro do modelo de produção e con-sumo atual, precisaríamos de cinco planetas Terra.

É preciso sair de um modelo de produção de alta obsolescência e ir na direção de produtos mais durá-veis. Aí entra a questão econômica. É preciso passar de uma economia fortemente industrial para uma de serviços. Desmaterializar é central em um novo modelo de consumo.

Levantar a bandeira do

anti-consumismo não é a saída.

Como encontrar o equilíbrio

adequado para quem produz e para quem

consome?

Precisamos de uma educação que forme crianças e jovens dentro de valores civilizacionais diferentes dos de hoje. Os impactos gerados pelo consumo precisam ser colocados como um elemento importante na tomada de decisão sobre o que com-prar, como usar e como descartar.

Nessa formação de novos hábitos, as empresas desempenham papel importante. Se a empresa não ofe-recer outro conjunto de produtos e serviços menos demandantes de re-cursos naturais, não teremos a possi-bilidade de seguir na direção de uma sociedade do bem-estar – mesmo que os consumidores tenham cons-ciência de que isso é preciso.

Mas as empresas não farão isso sozinhas. Aí é essencial que o go-verno tenha uma atuação forte, na direção de campanhas de cons-cientização para os consumidores (crianças e adultos).

Que medidas são necessárias para

que a prática do consumo

consciente seja implantada em

um Brasil em que “poder comprar”

está associado ao desenvolvimento

econômico do país?

A nova sociedade precisará mais de cooperação do que competição para atender ao tempo curto que temos pela frente para mudar de um sistema insustentável para um sustentável.

Se começássemos hoje, precisarí-amos de uma geração para fazer essa mudança completamente. Contudo, mais importante que fazer a mudança rapidamente é fazer a mudança se-guramente. É mudar a tendência do sistema, fazer com que consumidores e produtores passem a trabalhar para essa sociedade sustentável.

Por vezes, o processo de

conscientização ocorre

lentamente. Quando falamos

em consumismo e suas interferências

globais, há tempo hábil para

essa mudança gradativa?

Precisamos de uma educação que forme crianças e jovens dentro de valores civilizacionais diferentes dos de hoje.

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Para acelerar esse processo, al-gumas condições são essenciais. A principal condição é que os forma-dores de opinião passem a mostrar, publicamente, qual é esse novo mo-delo de consumo e de produção. Temos também que sair de uma pu-blicidade consumista e ir para uma publicidade mais sustentável.

Nesse processo de mudança de consciência, é importante que todas as mídias sejam intensamente utili-zadas. Aí vem o otimismo do Akatu com relação às mudanças que vão acontecer. Nunca, em nenhum ou-tro momento da história, as pessoas tiveram tanta possibilidade de se co-municar e de serem impactadas pela mídia. Quando falo em mídia, falo em televisão, rádio, jornal, revista e redes sociais.

De que forma essa conscientização

pode ser mais acelerada, com

mais impacto na população e repercussão

efetiva?

Nas redes sociais, podemos ga-nhar maior velocidade para essa mudança. Os grupos que se formam nas redes sociais podem não ape-nas criar novos valores, mas criar referências para as pessoas. Essas referências podem fortalecer novos valores, que passarão a ser reconhe-cidos pela sociedade. As pessoas só vão manter os novos hábitos se eles forem reconhecidos pela sociedade como um modelo que todos valori-zam e reconhecem. O ser humano é suscetível a esse reconhecimento, especialmente porque o consumo faz parte da forma como as pessoas estabelecem a sua identidade. Isso desde sempre. A mídia tem o pa-pel de fortalecer esse novo modelo de consumo a tal ponto que todos queiram fazer e se sentir parte da nova sociedade.

De que forma o Akatu pretende

superar esse desafio?

As pessoas pensam que, nesse novo modelo, serão chamadas a se sacrifi-car. Elas precisam entender que, na nova sociedade, as pessoas não vivem para trabalhar, mas trabalham para viver. As relações, os afetos, as amiza-des e os amores são centrais na vida de cada um.

Atualmente, dos 25 aos 65 anos, as pessoas estão integralmente devota-das ao trabalho. Trabalhando menos, haveria mais empregos, por exemplo.

No novo modelo, saímos da socie-dade do desperdício, do descartável e de uma produção fortemente globa-lizada e vamos para a sociedade do aproveitamento integral, do durável e de uma produção mais local.

Os produtos serão totalmente dife-rentes. O produto material passa a ser virtual, como já tem acontecido com a música e a literatura, que chegam sem o uso de recursos naturais. O foco sai do tangível e vai para a experiência, para a emoção.

O produto durável é um produto que vai precisar de assistência téc-nica, no caso de um eletroeletrônico ou automóvel, para funcionar du-rante anos e ser atualizado seguindo as últimas tecnologias disponíveis.

Na sociedade sustentável, o uso de costureiras e brechós vai se multipli-car, assim como a doação e as trocas de roupas, em que eu disponibilizo o que não estou mais usando e recebo aquilo que está mais de acordo com o que quero no momento. Medidas que promovem bem-estar sem desperdí-cio de recursos naturais.

Falamos aqui de uma mudança

na forma como consumimos, o

que geraria uma mudança na

civilização. Na prática, como

seria essa nova civilização?

Os grupos que se formam nas redes sociais podem não apenas criar novos valores, mas criar referências para as pessoas.

Os grupos que se formam nas redes sociais podem não apenas criar novos valores, mas criar referências para as pessoas.

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entrevista

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aprendemos de todos os jeitos

Em 2013, os Colégios da Rede Marista convidaram a sociedade ao diálogo. Afinal, de quais for-mas é possível aprender? Lendo, ouvindo música, participando de oficinas ou fazendo anota-ções? Sozinho, em grupo, usan-do tablets ou escrevendo com papel e caneta? No ambiente es-colar, mais do que nunca, ofere-cer diferentes formas de ensinar e aprender é um desafio e uma necessidade constantes.

Há quase 200 anos, São Mar-celino Champagnat iniciou um trabalho voltado a crianças, adolescentes e jovens por meio da educação, considerando a identidade e a individualidade de cada um. Ele propôs uma pedagogia muito prática, fo-cada na presença, no amor à natureza, na solidariedade e no aprender fazendo.

Assim é o jeito marista de educar, que alia excelência educacional, fé, cultura e vida, contemplando variados mo-dos de aprendizagem. Para a Campanha de Fidelização e Captação de Estudantes 2013-2014, optou-se em disseminar o conceito 'Aprendemos de todos os jeitos", que sintetiza esta educação integral e como forma de concretizá-lo, convi-damos estudantes e famílias de nossos colégios para conta-rem as suas histórias.

O jeito marista de educar se traduz na construção de novos

conhecimentos, na prática de valores, na solidariedade, nas vi-vências, no cuidado com a vida e em atividades que possibilitam o desenvolvimento de talentos, tendo o estudante como centro da aprendizagem. Os Colégios da Rede Marista oportunizam espaços de múltiplas aprendiza-gens, permitindo que nossos es-tudantes aprendam de todos os jeitos, não só no espaço escolar, mas valorizando experiências que trazem de casa, da rua e de outros tantos ambientes.

Mais do que uma campanha publicitária, os materiais apre-

sentados na campanha revelam a razão de ser e fazer da instituição. Acreditamos num trabalho que envolve o estudante, a família e os educadores, em uma relação de parceria e confiança. Sendo estu-dante, família ou escola, sempre temos algo a aprender. Cada um do seu jeito, todos maristas.

Unindo tradição ao compro-misso de sempre inovar, quere-mos revelar diversas formas de construir conhecimento e desco-brir outras tantas. Um dos objeti-vos desta campanha é promover a troca de ideias, refletir o presen-te e o futuro da educação.

participe compartilhando nas redes sociais os seus jeitos de aprender utilizando a hashtag

#meujeitodeaprender

marista em rede

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ponto de vista

A bela parceria entre o

cidadão e o dinheiro

O ambiente econômico atual, com a crise na Europa e nos Estados Unidos, exige um elevado nível de consumo consciente, empreende-dorismo e educação financeira, ga-rantindo uma postura adequada ao cidadão brasileiro. Entretanto, isso não acontece na realidade, pois mui-tas pessoas, ao terem conhecimento limitado sobre economia, agem de forma despreparada, sem o mínimo cuidado com o seu futuro. As evidên-cias disso são claras. Em primeiro lugar, existe um uso exagerado dos cartões de plástico. No ano de 2012, chegou-se a 748 milhões de cartões, segundo a Associação Brasileira de Cartões de Crédito e Serviços. Nes-se total, estão incluídos 284 milhões de cartões de débito, 203 milhões de cartões de crédito e 261 milhões de cartões de redes de loja. Juntando tudo, isso representa quase quatro cartões de plástico por cidadão, o que é um perigo para todos, pois as altas taxas de juros provocam mais inadimplência, afetando o consumo das empresas e provocando perda de arrecadação para o Governo.

Em segundo lugar, todo o salário é gasto antes do final do mês, e o cheque especial ou o cartão são usa-dos para cobrir os dias que restam! É sabido que, no Brasil, quase 60% das pessoas têm alguma espécie de dívida; além disso, apenas 21% da população brasileira tem o hábito de poupar, o que é atestado pelo baixo nível de depósitos feitos em cader-netas de poupança, de acordo com o Banco Central. A poupança continua sendo a favorita, mesmo com um rendimento muito baixo, e as contas distribuem-se em mais de um ban-co, o que acaba gerando mais gastos, mais pagamentos de juros e taxas administrativas. Um absurdo!

Em terceiro lugar, o adolescente é muito otimista em relação ao seu futuro e imagina que poderá ter, no futuro, uma vida mansa. Dinheiro no bolso, família, casa própria, carro e lazer! Mas não é o que acontece. A realidade é outra, pois a taxa de de-semprego dos jovens entre 18 e 24 anos, no Brasil, tem sido, invariavel-mente, quase o dobro da média na-cional. Além disso, para a metade

alfredo Meneghetti netoEconomista da FEE e Professor da PUCRS

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daqueles que já estão no mercado de tra-balho, o rendimento médio mensal não passa de um salário mínimo.

Diante de todas essas evidências de despreparo financeiro dos cidadãos, cin-co atividades podem ajudar no seu dia a dia. A primeira seria controlar as despesas com a elaboração de um orçamento do-méstico, que é uma anotação simples das despesas da família. Juntamente, é impor-tante elegerem-se algumas prioridades, como, por exemplo, as compras que se quer fazer no futuro. Assim, um orçamen-to pode ajudar o cidadão a entender os seus hábitos de consumo.

A segunda atividade seria dar mais importância à poupança. Ele deve trans-formar uma parte do seu consumo em poupança. É sabido que se for colocado na poupança R$ 1,00 por dia, ao final de 10 anos, haverá R$ 4,6 mil. Certamente, isso vale para todos, adultos, idosos e, principalmente, jovens. Essas duas ações devem acontecer todos os dias, para mu-dar os hábitos de grande parte da popu-lação que não pensa no seu futuro.

A terceira atividade seria procurar evi-tar ter contas múltiplas em bancos varia-dos, porque facilita as decisões de gastar. Já uma única conta impede justificativas para tanto. Mais uma ideia é envolver ou-tra pessoa na gestão de sua conta (o con-

juge, por exemplo), dificultando o gasto supérfluo, pelo parecer racional ao outro.

A quarta atividade seria diversificar a carteira de ativos, com outras aplicações, até mesmo com alguma espécie de risco, como Certificados de Depósitos Bancá-rios, Bolsa de Valores e Títulos Públicos.

A última atividade seria dar mais aten-ção às lições de finanças pessoais partici-pando de palestras, assistindo a vídeos, navegando em sites e lendo livros que in-formem sobre como cortar custos e viver com menos dívidas, justamente para en-frentar melhor os desafios do futuro. Assim, o cidadão estará melhorando suas habilida-des para lidar com dinheiro, ajudando a si próprio e à sua família, podendo, inclusive, defender essa postura moderna perante os seus amigos e conhecidos.

para tanto. Mais uma ideia é envolver ou-tra pessoa na gestão de sua conta (o con-

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"Na hora da compra consigo diferenciar o necessário do supérfluo. Procuro sempre escolher algo que não poluirá tanto o meio ambiente. quando vejo propagandas chamativas analiso se o produto é realmente algo útil e se de fato irei usar."

"Sei bem escolher as minhas prioridades. A pessoa tem que saber o que é prioritário, as suas condições reais, distinguindo artigos necessários de coisas supérfluas. É importante também não se deixar levar por tendências ou modismos, e tomar suas decisões baseando-se em suas próprias opiniões."

Mariana castelan 6o ano do Ensino FundamentalEscola Marista Santa Marta Santa Maria/RS

gaBriel alves Marconi 1o ano do Ensino MédioColégio Marista AparecidaBento Gonçalves/RS

"O consumismo faz parte da natureza do ser humano. Sempre procuro lembrar as regras mais básicas: separar o que preciso do que quero. Também procuro comparar preços antes de uma compra. Isso já é um começo!"

luisa tischler Machado 1o ano do Ensino MédioColégio Marista Sant’AnaUruguaiana/RS

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Um motivopara NÃO ser consumista?

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oPinião do educador

“Não há vida sem consumo”. Uma frase dessas, dita por um educador, pode parecer um tanto quanto fora de propósito. Mas se formos entender o conceito em ques-tão, ela passa a ter significado. Em nosso tempo o consu-mo ficou muito próximo de seu “primo feio” o consumis-mo e sofre as consequências dessa aproximação e confusão. Numa sociedade em que a economia gira em torno do consumismo, aliando a propaganda e as obso-lescências planejadas e percebidas, a sensação de que “de-vemos ter” naturalizou-se entre as pessoas. O papel da educação é orientar para uma reflexão crítica acerca de todos os atos e tornar o consumo consciente. Antes de comprar qualquer coisa refletir sobre a real necessidade disso para sua existência. Espere antes de comprar. Verifi-

que como era sua vida antes desse bem e projete como será depois. Será que essa necessidade é real? Se depois de tudo você achar que ainda precisa, olhe se você não tem outro bem que realize a mesma função ainda em bom estado. Se depois disso você ainda resolver comprar, faça algo com seus bens antigos, repasse a outra pessoa, dê outro destino que não o lixo ou o esquecimento numa gaveta ou armário de sua casa. Partilhe suas reflexões com outros e assim, teremos uma geração de consumi-dores conscientes e não consumistas.

anderson roBerto dos santosGraduado em Estudos Sociais/História e Mestre em Educação.Coordenador Pedagógico e da Pastoral do Colégio Marista São Luís

"Compro somente o necessário. Não preciso estar na moda para ser alguém. Importante é o que você é, e não o que você tem. Sempre que possível, guardo dinheiro, para melhor usufruí-lo em coisas duradouras. Hoje em dia tem muita variedade e as pessoas não sabem se controlar."

nicolas Mattei 2o ano do Ensino MédioColégio Marista Conceição Passo Fundo/RS

"Penso e me questiono sobre minhas necessidades e prioridades para uma vida de qualidade, mas sem exageros. Outra maneira é administrar nosso próprio dinheiro com o controle dos gastos e assim criar o hábito de consumir com limites e dentro de nossas condições."

"A minha principal atitude não consumista é sempre ter em mente se possuo uma coisa que ainda funciona, não há motivos para trocá-la por um modelo mais novo, apenas porque a propaganda nos faz crer que o anterior está ultrapassado."

luiza Braun 1o ano do Ensino Médio Colégio Marista Santo ÂngeloSanto Ângelo/RS

isaBele giordani Wenzel 3o ano do Ensino MédioColégio Marista São LuísSanta Cruz do Sul/RS

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Aprender a planejar o futuro de forma consciente e responsável começa desde cedo.

planejar o futuro de forma consciente e responsável começa desde cedo.

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Tendência no mundo contemporâneo, o empreende-dorismo envolve iniciativa, autoconfiança, liderança, au-dácia, responsabilidade, otimismo e persistência. Não é à toa que sua definição costuma estar associada a exemplos famosos de sucesso e inovação, como Bill Gates ou Mark Zuckerberg. Inspirações à parte, uma coisa é certa: ser empreendedor remete à busca por novos desafios, dei-xando de lado a passividade frente aos acontecimentos.

Aliando tradição ao compromisso de sempre inovar, o jeito marista de aprender e ensinar se traduz na vivên-cia de valores e na construção de conhecimentos que vai além da sala de aula, tendo o estudante como centro da aprendizagem. Foi com base nessa proposta pedagógica que o Colégio Marista Pio XII, de Novo Hamburgo, im-plantou em 2007 o componente curricular Empreende-dorismo, voltado para a 8a série do Ensino Fundamental.

Segundo a professora Marta Farofa, o objetivo da dis-ciplina é estudar as características e o desenvolvimento de competências de um empreendedor. “Durante todo o ano são abordados temas como liderança, responsa-bilidade, comprometimento, postura e oratória, entre outros, tudo para preparar os estudantes a planejar uma empresa e definir o perfil de empreendedores”. As aulas giram em torno de assuntos como carga tributária, no-tas fiscais e Previdência Social. Os estudantes também têm a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a realidade do mercado de trabalho por meio de palestras com profissionais de diversas áreas.

De acordo com Patrick Troes, a aprendizagem é mais dinâmica e atrativa. “Nunca tinha estudado nada nesse sentido, estou gostando bastante.” O colega Felipe Pei-xoto Molinos concorda: “As aulas são bem diferentes e nos dão uma ideia do que podemos fazer no futuro. Além disso, aprendemos mais sobre os impostos. Sabia que tínhamos muitos para pagar, mas não imaginava que eram tantos”.

Ao final do ano, as turmas realizam a Feira de Empreen-dedorismo, onde apresentam as empresas que eles cria-ram e vendem os produtos que fabricaram. As estudantes Emily Fernandes da Luz e Emily Atz, de 14 anos, já sabem o que irão fazer na feira deste ano. “Vamos montar uma empresa de espetinhos de frutas com chocolate. Já esta-mos trabalhando no nosso Plano de Negócios.”

Nas aulas de Empreendedorismo do Marista Pio XII, são abordados diversos temas atuais

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educar

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olhar Para o Mundo dos negóciosA essência de empreender faz parte da natureza humana.

É o que diz o Diretor da Junior Achievement no Rio Grande do Sul, Daniel Fernandes. “Desde o berço, temos a capacida-de de surpreender e fazer mais do que esperam que a gente faça”, ressalta. A associação sem fins lucrativos, mantida pela iniciativa privada, oferece projetos educacionais que visam despertar o espírito empreendedor nos jovens.

Dentre as iniciativas realizadas em parceria com Colé-gios da Rede Marista está o programa Miniempresa, que ensina conceitos de livre iniciativa, mercado, comerciali-zação e produção. Por 15 semanas, estudantes do 2o ano do Ensino Médio planejam e desenvolvem uma pequena empresa, tendo grupos responsáveis por cada área, como financeiro, recursos humanos e direção.

Na edição deste ano, 28 estudantes do Colégio Marista Champagnat, de Porto Alegre, montaram a miniempresa Customicase S.A/E, que produziu capas para celular com tecido neoprene. Os participantes foram assessorados por empresários renomados do mercado, tiveram aulas e rece-beram dicas dos profissionais. Os modelos produzidos que alcançaram maior número de votos na fanpage do empre-endimento foram comercializados na Feira de Miniempre-sas, no Shopping Iguatemi, em Porto Alegre.

Conforme a Orientadora Educacional Ana Paula Bottin, o programa estimula a formação pessoal e o amadureci-mento. “Os jovens vivenciam situações em que desenvol-vem o respeito mútuo, pensamento coletivo, rotinas e orga-nizações”, esclarece. Para a estudante Gabriela Zorzo, eleita a presidente da miniempresa, a experiência adquirida fará a diferença no seu dia a dia e em seu futuro profissional. “Conheci pessoas diferentes em suas formas de trabalho e pensamentos. O grupo trabalhou em conjunto levando em conta a opinião de todos”, reconhece.

Além do cultivo de valores e aprendizagens sobre como gerir uma empresa, os estudantes também con-quistam o reconhecimento. No final do primeiro se-mestre, a Customicase foi escolhida a miniempresa mais popular de Porto Alegre, por meio de um concurso no Facebook. O destaque se deu, ainda, na Social In-novation Relay, competição virtual promovida pela Ju-nior Achievement em parceria com a HP, com foco na inovação social e no desenvolvimento de soluções para desafios. O projeto do Marista Champagnat alcançou o terceiro lugar, entre as 102 equipes inscritas.

Os jovens vivenciam situações em que desenvolvem o respeito mútuo, pensamento coletivo, rotinas e organizações.Ana Paula Bottin, Orientadora Educacional do Colégio Marista Champagnat - Porto Alegre/RS

eMPreender

Estudantes do Marista Champagnat demonstram o produto criado por

eles na Feira de Miniempresas

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foco na sustentaBilidadeAlém de produtos úteis e inovadores, as empresas sa-

bem que hoje em dia precisam ter cuidado com as finan-ças e com o impacto no meio ambiente. Partindo des-sa premissa, o grupo do 2o ano EM do Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre, desenvolveu um porta-celular feito a partir de embalagens de shampoo usadas. A Co-ordenadora de Turno Vera Villanova acredita que o olhar consciente para os produtos ajuda a formar gerações conscientes no futuro. “É um processo educativo. Estes são os jovens que não irão aceitar a quantidade enorme de lixo produzida no Brasil e no mundo”.

Outra iniciativa sustentável do Marista Rosário foi a criação do conceito de uma lixeira responsável, a TechGarbage. Ao jogar os dejetos do lixo, ela detecta se o material é ou não adequado. Rafaella Toimil, Ramoses Ferreira, Thiago Linn e Cristine Diedrich tiveram seu projeto classificado entre os dez melhores do Social In-novation Relay. “Muitas vezes as pessoas ficam em dúvi-da sobre onde colocar o lixo, por isso pensamos em uma lixeira que identifica se o material é seco ou orgânico e orienta o descarte”, explica a Rafaella.

Após explicarem seu projeto, os jovens empreen-dedores desenvolveram o produto e sua aplicação em sociedade, desde os detalhes técnicos até a forma de

financiamento para produção e implementação. Em se-guida, defenderam a proposta por videoconferência aos empresários da HP em São Paulo. “Acredito que nosso conceito ficou muito bom e poderia ser aplicado em algumas cidades, como experiência”, afirma Ramoses. A ideia foi reconhecida e pelos responsáveis do projeto que definiram como uma das melhores do país.

Os estudantes do Marista São Marcelino Champag-nat (EJA), de Novo Hamburgo, também estão atentos à sustentabilidade. Na Feira Empreendedora, organizada a cada semestre pelo 3o ano EM, são apresentados protó-tipos de produtos ou serviços sustentáveis e inovadores, como pufes e vassouras de garrafas pet. O evento integra as ações da disciplina de Empreendedorismo Social, vol-tada para o 6o ano EF ao EM.

“As aulas possibilitam que os estudantes conheçam os seus direitos e deveres, além de desenvolver o exer-cício da cidadania, autonomia e educação financeira”, comenta a educadora Daniela Erhart Loeblein. A estu-dante da turma 231 Lucia Elena de Azevedo, revela que a matéria fortalece bastante o sonho de tentar ser em-presário. “Ela ajuda a organizar as nossas ideias para que possamos um dia montar uma empresa. É muito impor-tante para nosso crescimento.”

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Equipe de empreendedores do Marista Rosário desenvolveu

iniciativas sustentáveis

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educar

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iniciação científica Com o propósito de despertar o espírito criativo e

pesquisador, o projeto de Iniciação Científica do Colé-gio Marista Assunção, de Porto Alegre, instiga as crian-ças e os jovens a encontrarem soluções para as questões do dia a dia. Cerca de 500 estudantes dos Anos Iniciais EF ao Ensino Médio compartilham seus conhecimen-tos na Mostra de Trabalhos, promovida todos os anos.

Quais são as energias mais e menos poluentes? Essa foi a pergunta que motivou a pesquisa de Ma-ria Eduarda Bonatto, Gabrielle Baunhardt, Matheus Rosa, Mariana Guedes e Luiza Lovatto, do 6o ano EF. “Queríamos saber qual energia ajudava o nosso pla-neta, pois acreditamos que a mudança tem que partir de nós”, explica Gabrielle. Para a Orientadora Educa-cional, Luciane Bernardes, o projeto faz com que os estudantes reflitam sobre seus hábitos e posturas. “A partir das questões do cotidiano, eles estudam e pro-põem alternativas para problemas reais”.

Painel solar, lâmpadas fluorescentes e separação do lixo foram algumas das outras alternativas encontradas que refletiram na rotina familiar. Para Aline Menegazzo, mãe de Maria Eduarda, a motivação da estudante refle-te nas atitudes da família. “Na nossa geração não havia essa preocupação, por isso, hoje, aprendemos muito com ela. É um aprendizado contínuo”, aponta.

Também pensando na economia e nas ações sus-tentáveis, os estudantes Pedro Tibiriçá, Bruna Wort-mann, Maria Engelmann, Barbara Tonin e Nathália Figueiro, da 8a série EF, pesquisaram alternativas para o descarte do óleo de cozinha. “Conhecíamos a opção do sabão, mas queríamos saber se realmente era uma boa alternativa”, esclarece Nathália. O grupo desco-briu que o sabão, além de ser sustentável, também é uma opção econômica para as famílias. Por isso, dis-tribuíram a receita e também amostras do sabão sus-tentável na Mostra de Iniciação Científica.

gestão financeira eM sala de aulaTemas econômicos estão cada vez mais presentes

no dia a dia, seja nas páginas dos jornais, seja em situ-ações que envolvem organizar, poupar, investir e gerir o orçamento doméstico. Em sintonia com o cenário atual, as turmas do 6o ano EF do Colégio Marista Pio XII, de Novo Hamburgo, aprendem mais sobre o pla-nejamento e o uso consciente do dinheiro durante as aulas de Educação Financeira.

O objetivo é relacionar a educação financeira com o cotidiano dos estudantes, abordando temas que vão de aplicações financeiras à discussão sobre o tema “con-sumos que temos versus consumos que precisamos” e levantamento dos gastos pessoais de cada um. Ao lon-go do ano, os estudantes aprendem a depositar, efetuar saques, pagar boletos e emitir cheques. “Fizemos uma tabela para anotar os nossos gastos diários e me sur-preendi com o resultado. Eu comprava chicletes todos os dias e, quando vi quanto gastava por mês, decidi di-minuir esse custo. Agora só compro uma vez por sema-na”, conta a estudante Vitória Yasmin Bohn.

No Colégio Marista João Paulo II, em Brasília, o pro-jeto Educação Financeira é realizado com estudantes do 1o ao 9o ano do EF, e tem o objetivo de incentivar a reflexão sobre o uso consciente e responsável do dinheiro. Dentre as atividades organizadas, os estu-dantes assistiram a palestras informativas, visitaram o Museu de Valores do Banco Central da cidade, onde receberam informações sobre o dinheiro e a história do meio circulante nacional, bem como sobre o papel do Banco na sociedade brasileira. Eles também tive-ram acesso ao acervo de moedas, cédulas e outros va-lores impressos, barras de ouro e medalhas.

Nos momentos da Hora do Conto, os estudantes montaram um minimercado e aprenderam, na prática, o processo de compra e venda de produtos. “O colégio abraça o desafio de integrar esse tema transversal ao cotidiano da escola por acreditar na sua importância para a formação dos estudantes”, destaca a Vice-diretora Educacional, Clotilde Campos.

Em visita ao Museu de Valores do Banco Central de Brasília, estudantes do Marista João Paulo II receberam informações sobre a história da moeda nacional

Na Mostra de Trabalhos de Iniciação Científica do Marista Assunção, grupo de estudantes revelou quais são as energias menos poluentes

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Atentos ao consumo consciente, os estudantes e educadores maristas adotam iniciativas sustentáveis que contribuem para diminuir a

poluição da natureza. Todos os dias, são colocadas em prática pequenas

ações que colaboram para um mundo melhor.

exemplos que vem daexemplos

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escola escola vem daescolavem daNa horta ecológica da Educação Infantil e do Turno Integral do Colégio Marista Graças, em Viamão, a colheita é um momento de alegria para os estudantes. Durante o ano, as turmas aprendem o processo de desenvolvimento dos vegetais, desde a escolha do solo, passando pelo cultivo, até a degustação. O objetivo é incentivar os estudantes desde cedo a adquirirem bons hábitos alimentares. Os legumes colhidos são consumidos nas oficinas de culinária saudável e, também, levados para partilhar com a família.

anÚncio

Desde 1985, quando o Centro Esportivo do Marista Rosário, de Porto Alegre, foi construído, a água dos chuveiros é aquecida por placas de energia solar, posicionadas no teto do prédio. Isso gera economia de energia, uma vez que os vestiários são utilizados durante o dia pelos estudantes e, durante noite ou nos finais de semana, por terceiros que locam as quadras para práticas esportivas.

para contribuir com a preservação do meio ambiente, a Sede da Rede Marista adotou em seu cotidiano canecas de cerâmica para consumo de água, chá e café. A iniciativa também ocorre em várias unidades. Além do desperdício, cada copo de plástico descartado na natureza leva mais de cem anos para ser absorvido.

pensando na qualidade de vida de todos que atuam na Sede da Rede Marista, em Porto Alegre, foi instalado um bicicletário na área externa do prédio. Para utilizar esse espaço basta trazer cadeado e corrente para a sua bicicleta.

participante da etapa estadual da IV Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente do RS, o projeto Lixo: problema ou solução é realizado pelos estudantes da 8a série do Ensino Fundamental do Colégio Marista São Pedro, de Porto Alegre. O trabalho tem como objetivo elaborar iniciativas para a redução da produção de resíduos na escola, como oficinas de papel e brin-quedos reciclados e horta orgânica.

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você sabia?

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Desde os três anos de idade, Isabella Decezaro estu-da no Colégio Marista Santa Maria, em Santa Maria (RS), Além das atividades escolares e das aulas de Balé, Bas-quete e Piano, ela também encontra tempo para praticar a solidariedade na Oficina de Brinquedos. O projeto foi lançado em 2012, a partir da iniciativa de um grupo de estudantes interessados em consertar e reciclar brinque-dos usados para doação.

Atualmente na 7a série do Ensino Fundamental, Isabella, de 12 anos, conta que a vontade em fazer algo para ajudar o próximo surgiu durante as Vivências Solidárias, iniciativa de formação humana desenvolvida pela Pastoral, na qual estudantes vivenciam a realidade de instituições que aten-dem crianças carentes. As ações despertam sentimentos de fraternidade, de amizade, de compaixão, de cidadania e de valorização da vida. “Os momentos de convivência e integração fizeram com que eu percebesse a importância do amor e do cuidado com as pessoas”, ressalta.

Ao saber da Oficina de Brinquedos pelos seus colegas, a estudante partilhou com sua mãe, Maria do Horto De-cezaro, a decisão de integrar o grupo e, juntas, começa-ram a participar das atividades. “A doação do tempo e do trabalho dos voluntários na restauração dos brinque-dos os tornam únicos, com o jeito de cada um”, afirma. Após a confecção de uma quantidade significativa de brinquedos, os participantes do projeto visitam as enti-dades para entregar os presentes às crianças.

Para Isabella, as entregas são os momentos mais mar-cantes, pois cada brinquedo pronto é fruto de muita dedi-cação, carinho e trabalho em equipe. Por meio da Oficina de Brinquedos, ela descobriu uma forma de compartilhar valores que sempre foram incentivados pela minha famí-lia e pelo colégio. “Ver os sorrisos das crianças quando re-cebem os presentes é gratificante. É muito bom saber que um ato simples de solidariedade faz a alegria de quem doa e de quem recebe”.

Compartilhar valores

no dia a dia

Isabella é voluntária do projeto de

solidariedade Oficina de Brinquedos.

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destaque

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Vivenciar a universidade antes de concluir o Ensi-no Médio é uma oportunidade para os jovens cons-truírem novos conhecimentos e se sentirem mais seguros em relação à etapa que terão pela frente. Essa foi a experiência que a Laura Motta Bellan, do 2o ano do Ensino Médio, do Colégio Marista Rosário (RS), teve ao participar do Programa de Pré-Gradua-ção – Introdução às Ciências Biológicas (Pré-Grad), realizado em parceria com a PUCRS.

Durante três meses, Laura conheceu os labora-tórios da faculdade e aprendeu sobre cada linha de pesquisa. Também participou de dois cursos de ex-tensão, além de uma saída de campo para explorar as terras virgens do Pró Mata, em São Francisco de Paula. Ao todo, 25 estudantes foram selecionados para integrar o projeto. “Lá, estudamos diferentes tipos de plantas e analisamos pegadas de animais em seu próprio habitat”, destaca.

Para encerrar, o grupo realizou o Minuto da Ciência, um Trabalho de Conclusão de Curso, no qual explicam sobre um dos conhecimen-tos adquiridos. Laura conta que uma das pri-meiras aulas do Pré-Grad a inspirou a fazer o trabalho sobre pupilas. Com este material, ela e dois colegas produziram um vídeo que rece-beu segundo lugar no concurso Meu Vídeo no Museu, promovido pelo Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS.

O novo desafio da jovem é a bolsa de Inicia-ção Científica. Dos laboratórios conhecidos, ela escolheu o de Imunologia do Estresse. Por três meses, ela trabalhará ao lado de graduan-dos, mestrandos e doutorandos em pesquisas da área. “O laboratório permite o estudo e co-nhecimento de muitas áreas diferentes.”

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Vivenciar a universidade antes de concluir o Ensi-no Médio é uma oportunidade para os jovens cons-truírem novos conhecimentos e se sentirem mais seguros em relação à etapa que terão pela frente. Essa foi a experiência que a Laura Motta Bellan, do

ano do Ensino Médio, do Colégio Marista Rosário (RS), teve ao participar do Programa de Pré-Gradua-ção – Introdução às Ciências Biológicas (Pré-Grad),

Durante três meses, Laura conheceu os labora-tórios da faculdade e aprendeu sobre cada linha de pesquisa. Também participou de dois cursos de ex-tensão, além de uma saída de campo para explorar as terras virgens do Pró Mata, em São Francisco de Paula. Ao todo, 25 estudantes foram selecionados

“Lá, estudamos diferentes tipos de plantas e analisamos pegadas de animais

Minuto da , um Trabalho de Conclusão de Curso,

no qual explicam sobre um dos conhecimen-tos adquiridos. Laura conta que uma das pri-meiras aulas do Pré-Grad a inspirou a fazer o trabalho sobre pupilas. Com este material, ela

Laura participa do programa de pré-Graduação – Introdução às

Ciências Biológi-cas (Pré-Grad).

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consciÊncia aMBiental

Realizado semanalmente no Marista Irmão Jaime Biazus, de Porto Alegre, o projeto Pro-mobio é promovido pela PUCRS, com o obje-tivo de aproximar a universidade das escolas de Ensino Médio e Técnico. A iniciativa multi-disciplinar envolve ações de ensino, pesquisa científica e extensão na área de biocombus-tíveis. Além dos estudantes, o Promobio tem alcançado a comunidade no entorno da escola. As recicladoras que trabalham na Associação de Reciclagem Ecológica Rubem Berta foram até o colégio e promoveram uma oficina sobre a coleta de resíduos sólidos e como é possível reaproveitar esses materiais através de uma

reciclagem criativa.

cultura da solidariedade

Estudantes do Ensino Médio do Colégio Ma-rista Graças, de Viamão, estão mobilizados e comprometidos com o projeto de Voluntariado, coordenado pela Pastoral. O objetivo é oferecer aos jovens a oportunidade de realizar essa expe-riência, promovendo a cultura da solidarieda-de. O trabalho vem sendo desenvolvido com as crianças da Associação Tia Lolô. Os educado-res e estudantes participam de rodas de bate--papo, brincadeiras, entre outras atividades. As ações de integração e convivência buscam

transformar o dia a dia da comunidade.

15 anos dedicados À educação

Para comemorar seu 15o aniversário e agradecer a todos que fazem parte dessa história, o Colégio Marista Vettorello (EJA), em Porto Alegre, preparou uma programação especial. Ao longo do segundo semestre, educadores, estudantes e seus familiares vivenciaram momentos de confraternização e participaram de uma missa. Também foi lançado o livro 15 anos: fazendo e contando sua história, que relaciona a trajetória da instituição com a obra de Champagnat, fundador do Instituto Marista. A publicação reúne relatos de educadores, constituindo um registro para as próximas

gerações que passarem pela escola.

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giro

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vocal Juvenil Presente eM festival internacional

No Colégio Marista Roque, em Cachoeira do Sul, uma das maneiras de desenvolver talentos é por meio da música. Desde 2003, existe na escola o Vocal Juvenil. Com repertório varia-do composto por músicas gaúchas e populares brasileiras, o grupo de estudantes faz apresen-tações no colégio e no município. Em setem-bro, os jovens artistas tiveram a oportunidade de representar o Rio Grande do Sul no Festival Internacional de Corais (FIC), realizado em Mi-nas Gerais. O Vocal Juvenil era o único partici-pante do Rio Grande do Sul no evento.

Meta alcançada coM sucesso

A primeira etapa anual do projeto Doe Vida, do Colégio Marista Maria Imaculada, de Ca-nela, superou todas as expectativas da comu-nidade educativa e do Hemocentro de Caxias do Sul. Ao todo, 102 pessoas atenderam ao chamado para a ação solidária e 82 estiveram aptas à doação. Para mobilizar os doadores, a escola contou com o apoio de educadores e estudantes responsáveis pela organização, além dos familiares que prepararam lanches para os voluntários. Interessados em partici-par de campanhas futuras podem entrar em contato pelo telefone 54 3278 6100.

conheciMento Que atravessa fronteiras

Desde 2011, os Colégios da Rede Marista de-senvolvem o projeto Intercâmbio Marista: novas culturas, novos saberes. A iniciativa possibilita aos estudantes do Ensino Médio viver experiên-cias multiculturais e ter contato com a Língua Inglesa no exterior. Na edição deste ano, mais de 100 jovens do 1o e 2o anos EM passaram as férias de inverno no Canadá e na Inglaterra. Além dos conhecimentos acadêmicos e da convivência com estudantes de outras escolas, o programa contempla atividades culturais, esportivas, pas-seios pelas cidades, entre outras ações que esti-mulam a liderança e a autonomia. As vagas para 2014 já estão abertas.

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SOLIDARIEDADE

2013 TECNOLOGIAENCONTROS

Uma preparação intensiva para o Enem marcou o segundo semestre no Marista São Pedro, que realizou aulas por área do conhecimento, palestras, entre outras ações com a turma do 3o ano do Ensino Médio. (Porto alegre)

Estudantes do Marista São Francisco têm aulas mais dinâmicas e interativas com o uso de tablets. A nova tecnologia permite a utilização de aplicativos educacionais, leituras, além de outras ferramentas e acesso à internet. (rio grande)

No mês de setembro, os estudantes do Marista Medianeira partici-param de um encontro de formação que trabalhou a importância do autoconhecimento e do protagonismo juvenil. (erechim)

Exemplo de solidariedade: Em seu aniversário, Carlos Aleixo de Lima

Domingues, do 5o ano EF do Marista Ipanema, pediu aos colegas que, ao

invés de presentes, levassem alimentos, agasalhos ou brinquedos para doarem a

instituições beneficentes.(Porto alegre)

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caleidoscópio

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DESTAqUESPREMIAÇÕES

A Irmã Genoveva Guidolin teve sua atuação reconhecida com o Prêmio Educação RS 2013, con-cedido pelo Sindicato dos professores do Ensino Privado do RS (Sinpro). Primeira professora mu-lher do Marista Rosário, a educadora trabalha há 44 anos na instituição. (Porto alegre)

O projeto Incentivando e Valorizando o Educador e o Grupo de Voluntariado do Marista Rosário receberam os selos Top Ser Humano e Top Cidadania, respecti-vamente, da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH). (Porto alegre)

Mais de 100 pessoas participaram da cerimônia de lan-çamento do Centro Esportivo Marista Jovens Talentos. O novo espaço é vol-tado para todos os atendidos do Centro Social e da Escola de Educação Infantil Marista das Águas, na Ilha Grande dos Marinheiros. (Porto alegre)

A inauguração da rampa de acessibilida-de, construída no pátio interno do Marista João paulo II, foi comemora-da no Dia do Estudante, 11 de agosto, com uma

programação repleta de atrações, como o show

da banda Surf Sessions. (Brasília)

"Aprendemos de todos os jeitos" é o mote da Campanha de Fidelização e Captação de Estudantes 2013/2014, vivenciada nos colégios e estampada em anúncios, comercial na TV, outdoors, entre outras mídias externas, e materiais de divulgação.

No segundo semestre, nove colégios da Rede Marista RS | DF | Amazônia lançaram seu Planejamento Estratégico 2012-2022, que reúne uma série de iniciativas e projetos com foco na inovação e qualificação da educação oferecida.

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Conhecido por seus comentários políticos na TV, Ale-xandre Eggers Garcia tem uma carreira consolidada no jor-nalismo brasileiro. Ao longo de sua trajetória, acompanhou fatos importantes, como o processo de impeachment do presidente Collor, a implementação do Plano Real e as eleições de Fernando Henrique Cardoso. Há 25 anos, ele integra o time de apresentadores da Globo. “Tenho meu programa semanal na GloboNews e sou comentarista do Bom Dia Brasil e do DFTV. Além disso, faço comentários diários em 230 emissoras de rádio, talvez isso seja recorde mundial, e escrevo semanalmente para 34 jornais”, re-lata enquanto se prepara para substituir o apresentador Willian Bonner na bancada do Jornal Nacional. Com tan-tas atribuições, ele conta que nem sempre consegue prio-rizar todas as suas atividades. “Estou cada vez aceitando menos contratações para palestras, por falta de tempo”.

Nascido em 11 de novembro de 1940 em Cachoeira do Sul, no Vale do Rio Jacuí, Garcia teve sua vida escolar mar-cada, principalmente, pela educação marista. Entre 1951 a 1955, estudou no Ginásio Cristo Rei, instituição fundada por Irmãos Maristas no município de Estrela. Foi nessa época que surgiu o interesse pela arte de contar histórias. “Na segunda série do ginásio, o professor de Português me disse que eu havia conseguido fazer uma reportagem. Desde então, a tendência era escrever”, ressalta. Durante o ano de 1960, chegou frequentar a Escola Técnica de Co-mércio Roque Gonçalves, em Cachoeira do Sul, onde atu-almente funciona o Colégio Marista Roque. A graduação em Jornalismo ocorreu de 1968 a 1971, na Faculdade de Comunicação Social da PUCRS, em Porto Alegre.

Os tempos de escola são relembrados com saudosismo. “Dois ex-professores maristas são meus amigos até hoje. Às vezes, os formandos de 1955 se reúnem. O diretor da época, Irmão Valério, foi um feliz reencontro que tive, quando me mudei para Brasília, onde ele construía a Universidade Ca-tólica”, revela. Além dos laços de amizade, a disciplina e os valores compartilhados contribuíram para a sua formação pessoal. “O exemplo de vida ascética dos maristas, a humil-dade, simplicidade e a lição de que quando mais sacrifício na jornada, maior o prazer na chegada, foram os principais ensinamentos que tive naquela época.”

Aos 73 anos de idade, o pai da Denise, da Júlia e do Gustavo também encontra tempo para cuidar de si mes-mo, mantendo uma rotina regrada de atividades físicas. “Minha semana tem um dia para nadar, outro para cami-nhar, outro para pedalar, entre outras atividades”, afir-ma. A paixão pela leitura também tem espaço cativo no seu dia a dia. “Como estou em aviões algumas vezes por mês, sempre escolho um livro como companheiro de viagem. À medida em que se lê, mais se constata o pouco que se sabe”, reflete.

Profissional multitarefaProfissional multitarefa

Natural de Cachoeira do Sul, alexandre garcia tem

uma longa trajetória no telejornalismo nacional

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gente nossa

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ir. nilvo luiz favretto

Irmão Marista da Rede Marista RS |

DF | Amazônia Missão Marista entre os indígenas

Ao fundar o Instituto Marista, São Marcelino Champagnat deu priori-dade à educação como espaço pri-vilegiado de evangelização no am-biente escolar, fazendo a catequese e despertando a devoção à Maria e o amor a Jesus.

Os povos indígenas também me-recem a nossa atenção. Desde 2002, marcamos presença significativa en-tre os indígenas na tríplice fronteira Brasil, Colômbia e Peru. A educação escolar indígena tem um caráter pe-culiar e específico: deve valorizar sua cultura, seus mitos, suas crenças, sua tradição e sua língua – o que está ga-rantido na Constituição Federal, no artigo 210. Por isso, catequizar esse povo passa a ser um desafio muito grande, pois devemos respeitar as suas peculiaridades.

Em nossa região, existem mui-tos povos indígenas com diferentes línguas e costumes. Podemos citar Ticunas, Matis, Matsés, Marubo, Ka-namary, Kulina, entre outros. A partir do contato com pessoas de fora, esses povos passaram a sentir a necessidade de ter acesso à educação para poder se relacionar com a sociedade, esta-belecer um mínimo de igualdade de condições e não serem “enrolados” ou “enganados” pelos “brancos”.

Atualmente, a nossa presença se dá no Vale do Javari, no Amapá, por meio do acompanhamento pedagógico de professores indígenas, com visitas às

comunidades-escolas. Acompanha-mos de perto e in loco o trabalho edu-cativo de cada professor, ajudando--os em suas dúvidas, necessidades e sua metodologia a fim de garantir uma educação diferenciada e de qua-lidade. Assim, surgiu a necessidade da construção do Projeto Político Pe-dagógico (PPP) de cada povo.

A Secretaria Municipal criou uma Coordenação Pedagógica, da qual faço parte. O trabalho é desafiador. Considero que o mais difícil é “res-peitar” a diversidade sem ferir os seus costumes. O tempo desses povos é bem diferente do nosso. Tem outra ló-gica, outro tempo.

Há etnias que já elaboraram o seu PPP com a assessoria de ONGs. Ape-sar de nem sempre se levar em conta a qualidade, as diferenças e as especifi-cidades de cada povo e sua cultura são respeitadas – e muito.

Acreditamos que para esse trabalho há sempre espaço para algum volun-tário que se sinta chamado a colabo-rar conosco, tais como profissionais da área da Pedagogia, linguistas para estruturação da língua materna, ela-boração de gramáticas, cartilhas, li-vros de literatura e dicionários.

Juntos, podemos continuar o so-nho de Champagnat e partir para a construção do bem-viver.

essência

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O voto de pobreza perante o consumismo do mundo atual

A vida religiosa tem seu sentido profundo no seguimento de Cristo: pobre, casto e obediente. Ele nasceu pobre, em um presépio. Morreu na cruz, despojado de tudo. Recebeu se-pultura em uma tumba emprestada por um amigo. Tendo essa história como exemplo, os Irmãos fazem o voto de pobreza, depois de 6 a 8 anos de formação, e se empenham em ter o coração desapegado dos bens des-te mundo e entregá-lo unicamente a Deus e a serviço do próximo.

Nosso espelho fundamental é Cristo, em sua pobreza e em sua confiança no Pai do Céu. Depois, Nossa Senhora, Champagnat e os primeiros Irmãos. A vivência de cada um se traduz em diversas ma-nifestações que vão nos fazendo entender o que é ser "pobre", no sentido evangélico do termo.

Não é um voto fácil de viver e, muitas vezes, ele corre o risco de ser tratado como um conjunto de palavras que traduzem uma men-tira. Por isso mesmo, nós, Irmãos Maristas, estamos continuamente nos examinando a respeito das exi-gências desse voto.

Todos esses e outros pensamen-tos vêm traduzidos para nós em nossas Constituições. O número 29 das Constituições do Instituto reza: “O conselho evangélico de pobreza implica uma vida pobre de fato e de espírito1. Renunciamos a dispor de qualquer dinheiro ou outro bem ma-terial de algum valor2, sem autoriza-ção. Para usar dinheiro, o Irmão age sob a dependência de seu superior imediato. Presta-lhe contas regu-

larmente das quantias postas a seu dispor. Tudo quanto o Irmão adquirir por seu trabalho ou por ser membro do Instituto, e o que receber a título de aposentadoria, subvenções, se-guros, salários ou benefícios sociais, pertence ao Instituto” (C. 668, c).

nosso Modo de vida, nosso voto de PoBreza

Uma das características da vida religiosa é a comunidade, na qual colocamos em comum tudo o que temos. Tudo o que existe na comu-nidade – moradia, móveis, bibliote-cas, conduções, dinheiro, pertence à comunidade e está apenas a ser-viço dos Irmãos. Assim, podemos cumprir nossa missão: a santifica-ção pessoal, da comunidade, e levar o bem ao povo de Deus – de modo especial às crianças e aos jovens menos favorecidos.

Pessoalmente, cada Irmão não é dono de nada. Ao falecer, um Irmão pode deixar uma grande herança es-piritual, mas nenhuma herança mate-rial para distribuir entre seus parentes.

coMo se vive o voto de PoBreza?

Há muitas demonstrações da vi-vência do voto: vestir-se bem, mas sem exibicionismo; alimentar-se bem, mas sem excessos; ter uma moradia simples da qual se cuida como se fosse sua; ter o necessá-rio para bem cumprir a missão; ter um grande espírito de família; dar a contribuição do próprio trabalho, sem perder tempo. Os superiores têm a obrigação de cuidar para que

nada falte aos Irmãos de sua co-munidade, como alojamento, ali-mentação, cuidados com a saúde, roupas, livros, meios didáticos, es-tudos, viagens, férias, e o que mais signifique de gastos indispensáveis.

Nossa pobreza se reflete também nas nossas obras. Nelas nada deve faltar do que é necessário ao seu bom funcionamento. Essa é uma lição que aprendemos com Champagnat e os primeiros Irmãos: “Melhor não cons-truir do que construir mal”.

Naturalmente, quando nos en-contramos com este nosso mundo do consumismo, nosso voto de po-breza e, sobretudo, o “espírito de po-breza” sofre sérios desafios. Por isso mesmo, somos chamados a prestar atenção sobre como viver a pobreza religiosa neste mundo. Todos os bens de que dispomos têm um modo de serem usados e têm uma finalidade: levar os ensinamentos de Deus para todo o mundo.

1 “Perfectae Caritatis”= “A caridade perfeita”

(Documento do Concílio Vaticano II), 13, 2

2 c. 600

ir. cláudio girardiIrmão Marista do

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Nos Centros de Recondiciona-mento de Computadores (CRCs), a vida de muitos jovens se transforma. Desenvolvido em três Unidades So-ciais Tecnológicas da Rede Marista, o projeto não só recondiciona equi-pamentos, aumentando o tempo de uso dessas máquinas, como também oferece oportunidade profissional a centenas de jovens. Por meio da in-clusão digital, muitos educandos se tornam educadores sociais.

À frente de suas turmas, esses jo-vens educadores levam adiante to-dos os ensinamentos adquiridos nas unidades. Ao mesmo tempo em que aprendem sobre hardware, software, lixo eletrônico, desmonte e recon-dicionamento de equipamentos de informática, os educandos também compartilham valores maristas. Para Cristiane de Aguiar Silva, 24 anos, ex--educanda do CRC Cesmar e educado-ra social do Polo Marista de Formação

Tecnológica, em Porto Alegre, as expe-riências que acumulou são verdadei-ras lições de vida. “Mudei meu jeito de pensar e meu comportamento. Apren-di que pessoas não são iguais a máqui-nas”, diz Cristiane.

Criado em 2006, o CRC Cesmar foi o primeiro a ser inaugurado no Brasil dentro do Programa Computadores para Inclusão, do Governo Federal. O segundo CRC Marista está localizado em Santa Maria, no Centro Social Ma-rista Santa Marta. O mais recente é o CRC do Centro Social Marista de For-mação Tecnológica, em Viamão. Jun-tos, eles atendem a mais de mil jovens por ano e, para a maioria, representam uma oportunidade de ingressar no mercado de trabalho. Vindos de co-munidades em situação de vulnerabi-lidade social, os educandos que ago-ra atuam como educadores sociais são mais do que instrutores: eles são exem-plos de vida em suas comunidades.

da PriMeira turMa do crc cesMar

Antes mesmo de inaugurar o CRC no Cesmar, Cristiane de Aguiar Silva já tinha feito o curso de informática básica oferecido pela unidade. Na sequência, começou a fazer outro – o de manutenção de máquinas. Em 2006, quando tinha 17 anos, tornou--se educadora social do CRC, assu-mindo a sua primeira turma. “Havia educandos com mais de 20 anos de idade no grupo, e eu só tinha 17. Mesmo assim, mostrei os meus co-nhecimentos e conquistei o respeito de todos”, comenta Cristiane.

Natural de São Gabriel, a educado-ra se mudou para Porto Alegre há 12 anos, deixando na Região da Campa-nha o seu sotaque e a sua timidez. No início, a adaptação foi complicada, mas nem por isso ela desperdiçou as chances que apareceram em seu ca-minho. “Uso sempre o meu exemplo

De educando a educador

Nos Centros de Recondicionamento de Computadores (CRCs) das Unidades Sociais Tecnológicas da Rede Marista, jovens realizam o sonho da formação profissional

solidariedade

socialCristiane de Aguiar

Silva dá aulas de Informática no Cesmar.

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o Que É uM crc?

projeto vinculado ao Programa Computadores para Inclusão, do Ministério das Comunicações, os Centros de Recondicionamento de Computadores (CRCs) são espaços estruturados para realizar, em larga escala, a recepção, recuperação e destinação de computadores usados, descartados por órgãos públicos, empresas privadas e cidadãos. Os processos foram estabelecidos de modo a promover a qualificação profissional de jovens de baixa renda, moradores das periferias de grandes metrópoles, onde, em geral, existem poucas oportunidades de formação técnica e profissional.Sob essas diretrizes, foram implantados Centros de Recondicionamento de Computadores em Porto Alegre (RS), Gama-Brasília (DF), Guarulhos (SP), Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Lauro de Freitas (BA) e Belém (PA). Esses CRCs foram montados para reaproveitar equipamentos usados em larga escala, apoiando a disseminação de espaços públicos gratuitos de acesso às Tecnologias da Informação e Comunicação e, ao mesmo tempo, a formação de jovens de baixa renda em situação de vulnerabilidade social.

Fonte: Secretaria de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações

em sala de aula. Tem muita coisa que nos faz querer desistir, mas nós temos que agarrar as oportunidades”, afirma.

A educadora social ajudou a for-mar muitos educandos que agora são seus colegas no Polo Marista de Formação Tecnológica. Como tra-balha em uma área que está sempre apresentando novidades e mudanças, Cristiane nunca deixou de estudar. Atualmente, faz um curso técnico em informática e já está decidindo que faculdade quer fazer nos próximos anos. “Sempre morei com meus pais na comunidade, e eles se preocupa-vam com a violência local. Hoje, vejo que eles têm orgulho por eu ter esco-lhido outro caminho.”

da Janela de casa, o coMeço de tudo

Em 1995, Gleen Eduards Menezes Soares, 23 anos, assistiu ao início da construção da Escola Marista Santa Marta da janela de sua casa. Como estudava em uma escola longe do bairro onde morava, ele criou uma grande expectativa em relação à uni-dade Marista. Afinal, bastaria atra-vessar a rua para chegar até a escola.

Depois de estudar durante três anos no Marista Santa Marta e se de-dicar à horta comunitária no turno inverso ao da escola, Gleen não aban-donou o ambiente escolar nem mes-mo quando deixou de ser estudante. Ele se envolveu com eventos, ações e com a Pastoral Juvenil Marista (PJM), até que, em 2005, foi abordado pelo atual articulador das Unidades So-ciais de Tecnologia, Eloir Rockenba-

ch, que estava oferecendo um curso de informática básica. Foi assim que começou a história de Gleen com a inclusão digital. “Em 2006, eu mo-nitorava o grupo de moradores no projeto Internet para a comunidade. As pessoas acordavam muito cedo para ter acesso à internet, pegavam a ficha na secretaria da escola e es-peravam em frente ao laboratório de informática. Eu sempre ficava impressionado com a quantidade de gente que procurava o serviço na época”, ressalta Gleen.

Do período em que esteve no CRC, ele conta que foi uma das melhores épocas de sua vida. “Tudo o que sei sobre informática, som e software livre eu devo ao CRC”, reconhece o atual educador social do Centro Ma-rista de Inclusão Digital (Cmid), um dos projetos do Centro Social Marista Santa Marta. E completa: “Estar com-prometido com o conhecimento a fim de evoluir a consciência do educando é um trabalho fantástico, e hoje não me vejo fazendo outra coisa”.

centro social novo, educador eXPeriente

Primeiro projeto do Centro Social Marista de Formação Tecnológica, o CRC Viamão integra o Programa RS Mais Digital, do Governo do Estado, e é patrocinado pelo Banrisul. A unida-de foi inaugurada em abril deste ano, mas o educador social Jonata Figueiró Nunes, 22 anos, trouxe para o Centro Social toda a bagagem que adquiriu na área de tecnologia no Cesmar. Lá, fez o curso de manutenção e configu-ração de computadores, tornando-se

instrutor de hardware. “Com o dinhei-ro que comecei a ganhar, tive condi-ções de investir ainda mais na minha formação”. Por isso, Jonata também procurou cursos externos para aper-feiçoar o seu conhecimento e partici-pou de diversos eventos de tecnolo-gia, como o Fórum Internacional de Software Livre (Fisl).

Há quase seis anos na Rede Maris-ta, ele também encontra tempo para estudar: está cursando a distância o curso de Gestão e Tecnologia da In-formação na Universidade Paulista (Unip). “A Rede Marista transformou a minha vida. Hoje, com 22 anos, eu estou casado, tenho uma casa pró-pria e moro em Viamão. Quero ver o mesmo acontecer com os meus edu-candos”, finaliza Jonata.

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Gleen Soares trabalha no Centro Marista de Inclusão Digital (Cmid).

Jonata Nunes atua há seis anos na Rede Marista.

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Férias é sinônimo de lazer e experiências

de valor. Deixe as compras para outra

hora e aproveite o tempo em família

Por Michele Bravos

Vai chegando o período de férias e a crian-çada só pensa em uma coisa: qual será a pro-gramação? Por eles, não passam nem um dia em casa. A tarefa a ser empreendida pelos pais é conciliar lazer com gastos conscientes e ex-periências de valor.

Para que o discurso do consumo sem exage-ros não vá embora no primeiro dia de férias, a psicóloga Renata Kreutz, mãe de Maria Eduar-da, 11 anos, aluna do Colégio Marista Rosário, do Rio Grande do Sul (RS), conta que a conversa com os filhos é muito clara. “Férias é momento de curtir em família, de descobertas. Não signi-fica poder gastar mais. Afinal, os compromissos financeiros continuam os mesmos na volta.” Explicar aos filhos o propósito do passeio ou viagem previamente também é eficaz.

A psicopedagoga Adriana Torres, assessora pedagógica da agência de viagens Meeting Way, especializada em viagens focadas no enrique-cimento cultural e nas experiências diferencia-das, explica que o segredo está muito mais na frequência com que essas práticas são vivencia-das pela família do que propriamente em uma organização pontual. “Uma simples saída para

um cinema tende a ser um sucesso, desde que planejada de uma forma calma e amistosa com foco no tema tratado e não na aquisição de brin-quedos e pipoca.”

A advogada Eliane Massari, mãe de Victoria, 15 anos, e Igor, 11, ambos alunos do Colégio Ma-rista Nossa Senhora da Glória, de São Paulo (SP), exemplifica que se os pais focam a viagem para o consumo, as crianças, naturalmente, já saem de casa com a proposta clara de que “vamos viajar para comprar e gastar”.

Além disso, ela reforça que a conduta dos pais precisa ser condizente com o que pregam. “Tudo depende do planejamento inicial da viagem. É preciso mostrar que a viagem por si trará valor ao conhecimento deles, pois cada local tem caracte-rísticas valiosas que podem ficar esquecidas se a finalidade for só comprar.”

decisÕes conJuntasO planejamento da viagem pode e deve ser

compartilhado com os filhos. Aos pais cabem as escolhas de período, local e realização da viagem, já os filhos podem decidir algumas opções do ro-teiro, como lugares para visitar ou almoçar. “Es-

Sobra diversão Sobra diversão e não falta dinheiro

São Paulo guarda passeios enriquecedores, dentre eles: o Museu da Língua Portuguesa, o planetário do Parque Ibirapuera, o Aquário de São Paulo e o local onde Dom

Pedro I deu o grito da independência.

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sas decisões dentro do percurso são essenciais para que os filhos se sintam atuantes e participantes no contexto familiar”, diz Adriana.

A psicopedagoga orienta que o diálogo com os filhos deve ser bem aberto, informando, inclusive, quan-to poderão gastar por dia. “O hábito do planejamento financeiro é uma dificuldade para muitos pais, mas compartilhá-lo com as crianças traz segurança, domínio e comprometi-mento com a situação.”

Mesada Para viageMSe a mesada já faz parte da rotina

dos filhos, essa é uma prática que pode ser mantida para a viagem. A quantia dada ao filho não deve ser muito além do que se dá normalmente e, em uma viagem, esse valor deve estar de acor-do com o planejamento da família.

Mas se a mesada não faz parte do dia a dia dos filhos, as férias não são um bom momento para iniciar essa ação. Pensando no consumo cons-ciente nesse período, uma possibili-dade é incentivar os pequenos a eco-nomizar para a viagem, por exemplo: “Em vez de comprar isto hoje, vamos guardar este tanto para você usar na viagem”, diz Adriana.

Essa regra vale para viagens na-cionais e internacionais. “Em uma viagem para o exterior, procuramos

mostrar aos nossos filhos o valor da nossa moeda em relação à moeda de outros países. Eles entendem muito bem e fazem suas próprias conver-sões, porque também economizam as mesadas para comprar lembranci-nhas”, conta Renata.

coMPras Que caBeM na MalaViajar e não trazer nenhum souve-

nir do lugar visitado é quase impossí-vel. “Sempre compramos algo que re-presente e simbolize nossa passagem pelo local. Algo que dure a vida toda, servindo de ícone e símbolo: toda vez que olharmos, vamos nos lembrar dos momentos vividos”, diz Eliane. E não há problema nisso. É importante que mesmo na hora das lembrancinhas os pais prefiram optar por presentes que valorizem os momentos vividos. O ponto chave é atribuir significado à determinada compra.

Eliane conta que, certa vez em uma viagem, uma colega, que vivia em um momento de economias apertadas, tirava fotos de tudo, até de objetos que não ia comprar. “Ela di-zia: ‘Não comprei, mas estou levando a recordação de outro jeito. E esse jei-to que levo vai ficar para sempre, pois vai ficar na minha lembrança’. Achei show o que ela falou e fez sentido para mim. São lembranças que não se estragam com o tempo.”

idade certa Para viaJar

a Partir de 3 anosNessa fase, as crianças já adquirem

um aproveitamento maior das apren-dizagens. Começa a fazer sentido para elas a construção entre o pessoal e o meio, que deve ser valorizada.

São indicadas atividades de per-cepções permanentes e descobertas enriquecedoras, em contato com a na-tureza, por exemplo.

Vale ressaltar que a saída antes dos 3 anos também é funcional e possível, mas nem sempre adequa-da pela logística das necessidades desta faixa etária.

a Partir dos 5 anosA criança já tem certa autono-

mia. A proposta estende-se para lo-cais que valorizem o desdobramento da ação individual em valorização das percepções do meio. As opções já são bem maiores, bem como o tem-po e as intenções de cada proposta.

dicas

l Planejamento. Muitas vezes os pais querem rodar horas no shopping, ir ao cinema, fazer compras. Tudo no mesmo dia. Excesso de propostas desfoca o aproveitamento e a criança não consegue dar o devido valor ao passeio.

l viagem programada em conjunto. Exponha para os filhos o propósito e o orçamento da viagem. Convide-os para tomar algumas decisões sobre as férias.

l Programa cultural na rotina das crianças. Uma boa opção é idealizar um teatro ou uma ida ao museu com uma conversação anterior sobre o tema da peça ou da exposição escolhida, seguida de um lanche posterior, em que todos se dispõem a verbalizar o que acharam e sentiram. É uma atitude que valoriza a saída, de forma focada e não consumista.

l Mesada para as férias. Incentive os filhos a direcionarem as economias da mesada para as férias.

l Lembrancinhas que cabem no bolso. Opte por lembranças que realmente tenham relação com a experiência vivida na viagem. Não precisam ser presentes caros. Fotos são sempre boas opções!

Em Minas Gerais, as crianças podem se encantar ao conhecer de perto as histórias aprendidas na escola, pas-seando pelas cidades de Tiradentes, Ouro Preto e Diamantina. O comple-xo Inhotim também pode fazer par-te do roteiro, com mais de 500 obras de artes (na foto, a obra Troca-Troca, de Jarbas Borges), algumas expostas a céu aberto, envoltas por um Jardim Botânico de 97 hectares. Não vai faltar espaço para a criançada se divertir!

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suPerMercado virtualsiaiacad17.univali.br/supermercadovirtual

O supermercado virtual é um jogo educacional em que a Matemática é aplicada no cotidiano. Dessa maneira, possibilita que o estudante se sinta motivado a relacionar os conceitos da disciplina com o mundo real, tendo mais facilidade na aprendizagem.

alessandra Padilha, assistente de Tecnologias Educacionais do Colégio Marista Ipanema, Porto Alegre/RS

uM País chaMado infÂncia Moacyr Scliar, Ática, 2002

O dia a dia de pais e filhos é marcado por momentos inesquecíveis. Inspirado nesse cotidiano, com humor e leveza, Moacyr Scliar fala sobre as relações entre pais e filhos durante a infância. Com uma linguagem divertida, a obra se divide em três seções: Travessuras, Momentos Inesquecíveis e Pais e Filhos.

um País chamado infância é um livro sobre crianças para nos identificarmos e aprendermos com elas.

luciana Modica, professora do Colégio Marista Assunção, Porto Alegre/RS

compartilhar

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doMínio PÚBlico www.dominiopublico.gov.br

O portal domínio Público é um acervo digital com variadas obras e sugere o compartilhamento de conhecimentos, bem como o acesso a pesquisas para educadores, estudantes e toda população em geral. De forma gratuita, os usuários têm acesso, pois são disponibilizadas informações que incentivam o aprendizado. No portal é possível consultar publicações referentes à educação, como teses, dissertações, músicas, vídeos.

dione feltrin, bibliotecária do Colégio Marista Conceição, Passo Fundo/RS

desafiando gigantesAlex Kendrick, 2006

O filme conta a história de um treinador de futebol americano chamado Grant Taylor que se vê diante de vários problemas em sua vida pessoal e profissional. Sem forças para dar a volta por cima, ele deposita toda a sua fé em Deus, confiando verdadeiramente mesmo quando as circunstâncias apontam o contrário. Essa história de fé e superação mostra que tudo depende da maneira como encaramos as situações.

renata Xavier, professora de Língua Portuguesa, Redação e Língua Espanhola do Colégio Marista São Francisco, Rio Grande/RS

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olhar

O mundo em que vivemos está focado na produção e no comércio de produtos cada vez mais descartáveis e mais ba-ratos, fabricados em maior escala – vi-sando baixar o custo unitário. Com isso, acontece um consumo desenfreado de coisas supérfluas, como flores, perfumes, presentes e brinquedos – em sua maio-ria, pequenas coisas bem embaladas em frascos ou caixas bonitas e coloridas. Na hora da compra, o comércio também dá a "pitada" no pacote de presente com outra embalagem, que, para finalizar, coloca em outra bela sacola. Ou seja, compramos uma coisa supérflua para presentear, gastamos três ou quatros embalagens para embelezar ainda mais o presente ou apenas para mostrar que aquilo foi comprado na loja tal.

Essas embalagens serão jogadas no lixo, em sua grande maioria. Algumas pes-soas podem até amenizar e separar como resíduos sólidos para reciclagem na ideia de proteger o meio ambiente. No entan-to, essa consciência também deveria ser ativada antes, já que para produzir essas embalagens são necessários muitos re-cursos naturais e químicos. Além de gerar uma grande quantidade de poluição no

seu processo de fabricação, quando se-paramos para reciclagem são necessários novos recursos para reciclar, como com-bustível, água, energia e mais poluição no processo de reciclagem. Em Curitiba (PR), o projeto Lixo Que Não É Lixo, que existe há mais de 20 anos com cooperativas de reciclados, separa apenas 20% dos resí-duos sólidos. No Brasil, menos de 10% são reaproveitados. Mesmo que separássemos tudo e reciclássemos estaríamos fazendo pouco para a sustentabilidade.

Precisamos urgentemente rever nossos hábitos, evitar comprar tantos supérfluos e, ao comprar, procurar adquirir coisas mais úteis e, principalmente, não utilizar tantas embalagens. É preciso políticas concretas que levem a sociedade a repen-sar sobre o desperdício. No Brasil, temos uma noção de que devemos taxar ou pe-nalizar a indústria ou quem produz o resí-duo, mas enquanto o consumidor não for levado a essa consciência do consumo exacerbado e de compras que destroem o mundo, penas também deveriam ser es-tudadas. Não teremos sustentabilidade e, sem uma vida mais sustentável os proble-mas que enfrentaremos serão imprevisí-veis. Vale a reflexão.

O desperdício e a sustentabilidadePor Ademar Batista Pereira, presidente da Federação dos Estabelecimentos Particulares de Ensino da Região Sul (Fepesul)

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É preciso políticas concretas que levem a sociedade a repensar sobre o desperdício.

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curiosidade

O consumismo acaba se tor-nando uma “válvula de esca-pe” para aliviar o estresse. O que se passa é que, ao con-sumir, tira-se o foco do pro-blema e da tensão. A energia psíquica é deslocada para objetos de consumo, visando a uma satisfação imediata.

Mas, afinal, o que é estresse? Do inglês stress, o termo sig-nifica pressão, influência ou tensão. No dicionário, encon-tra-se a seguinte definição: “conjunto de reações do orga-nismo a agressões de ordem física, psíquica e outras capa-zes de perturbar-lhe a home-ostase (equilíbrio)”. Suas ma-nifestações variam positiva ou negativamente de pessoa para pessoa.

Mas, cuidado! Al-gumas vezes sua tensão pode não ser totalmente su-prida após algumas compras, como afirma a professora Fernanda. Se o de-sejo continua não satisfeito, o indiví-duo volta a consu-mir ou se frustra.

É nessa frustração que o con-sumidor compulsivo não se satisfaz com a compra de um objeto (bem ou serviço). Para a consultora, “ele tem um alívio pequeno na tensão, mas esta logo se eleva novamente, uma vez que o estímulo não é per-cebido como suficiente. As-sim, a pessoa volta a comprar um produto mais inovador ou outro produto, pois emerge uma nova necessidade.”

Comprar é bom. Quem não gosta de ad-quirir novidades que atire a primeira pedra! Mas consumir em excesso tem seus aspec-tos negativos. Quando as compras come-çam a exceder o orçamento financeiro pes-soal, é hora de se monitorar, pois um novo estresse pode ser desenvolvido diante de resultados negativos no saldo bancário.

Outra questão que pode se apresentar é o sen-timento de culpa que surge após adquirir algo. Isso ocorre porque a pessoa, ao realizar a com-pra, sai da situação estressante e passa a analisar os fatos mais racionalmente, identificando que, por vezes, não havia necessidade de adquirir determinando produto/serviço. Além disso, há, ainda, a possibilidade de a pessoa se transformar em um consumidor compulsivo, comprando por impulso e deixando a razão de lado.

Busque outras formas de aliviar as tensões causadas pelo dia a dia. Praticar esportes, fazer massagens, ler, manter uma vida organizada e dormir bem são formas que podem me-lhorar a qualidade de vida. Desse jeito, você não estará sendo um consumista desenfreado, e, sim, consciente de suas ne-cessidades. O planeta agradece!

comprar alivia o estresse?

Mito ou verdade? Será que as pessoas fazem compras como uma forma de aliviar o estresse? Por que ele

pode ser um incentivador do consumismo? Diante das várias cobranças que recebemos de todos os lados, por vezes criamos mecanismos para aliviar a tensão, como

comprar. o problema é que esse alívio imediato pode se tornar mais um motivo estressante.

Por Julio Glodzienski

Sim, comprar alivia mesmo o estresse! Segundo a professora da PUCPR Fernan-da Renata Mendonça, também consultora em psicologia organizacional e do traba-lho, indo ao shopping ou ao mercado, a pessoa sai do ambiente e da situação que a estressa e distrai a mente com estímu-los atrativos.

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NADA além da imaginação Por Elizangela Jubanski

Depois de reservar uma brecha diária para curtir os fi-lhos em casa, é hora de aprender a brincar apenas com um elemento essencial: a família! Tão importante quan-to compreender o que é ter responsabilidade de consu-mo é saber driblar os diversos brinquedos nada susten-táveis, coloridos, que piscam o todo tempo e deixam a garotada extasiada.

Para isso, apresentamos (ou melhor, relembramos) brincadeiras muito divertidas que unem oportunidades

importantes: a percepção de que, na verdade, para brin-car, a criança só precisa de imaginação. Para o filósofo francês Gilles Brougére, especialista em Educação Infan-til, “a criança não brinca em uma ilha deserta, ela brin-ca com as substâncias materiais e imateriais que lhe são propostas. Brinca com o que tem na mão e com o que tem na cabeça”.

Diante disso, prepare-se para uma imersão nas brin-cadeiras que nunca se desgastam.

Pedra: mão fechada.

Papel: mãe aberta.

tesoura: dedo indicador e médio.

Os participantes escondem as mãos atrás das costas e escolhem um deles. Ao dizer "pedra, papel ou tesoura", todos mostram a mão. Pedra ganha da tesoura; tesoura ganha do papel e papel ganha de pedra.

Pedra, PaPel ou tesoura

Todos formam um círculo. Na brincadeira, um escolhido para começar o "telefone sem fio" diz uma frase com pelo menos cinco palavras no ouvido de quem estiver sentado à sua direita. Esse que ouviu a frase deve repassar àquele ao lado, que deve dizer ao próximo e assim sucessivamente. O último conta, em voz alta, a frase que ouviu e todos comparam se ela chegou em sua forma original ao participante. Sai cada coisa, acredite!

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Essa brincadeira é imaginação pura. Consiste em compor figuras com as mãos diante de uma lâmpada, projetando a sombra na parede de forma que sejamos capazes de imitar os movimentos do animal ou do que quisermos.

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Uma pessoa é escolhida para vendar os olhos ou fechá-los para que não veja o restante das pessoas se esconder. Ela conta até o número 31 e depois sai pela casa ou quintal à procura dos que estão camuflados pelos esconderijos do local. Na medida em que encontra os participantes, aquele que está à procura de todos corre para o ponto inicial para "bater" a descoberta do participante.Não esqueça que o último participante que consegue se manter escondido pode apelar para o clássico: "31 salva todos".

PiQue-esconde

Nessa brincadeira, a criatividade é a cantoria, já que nada, além das mãos, será preciso. Os participantes recitam ou cantam versos e seguem o que está proposto na letra: mãos para cima, mãos ao lado, tocam o amigo, imitam bichos, viram de costas e tudo mais o que o verso mandar. para brincar, é preciso ao menos dois participantes, mas é possível bater palmas em grupo ou em rodas.

adoleta

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