1
H á 15 anos, o panorama dos geossin- téticos no Brasil era muito diferente do atual. Suas aplicações estavam praticamente limitadas aos produ- tos disponíveis na época – geotêxteis (principalmente não tecidos) e geo- membranas. Produtos com rigidez e resistência ele- vadas, como as geogrelhas, eram pouco incorporados aos projetos. “Desde então, as aplicações dos geossintéticos co- meçaram a aumentar de forma significativa, em par- te por iniciativa e atuação da própria indústria, mas também em decorrência de atividades de pesquisas em universidades”, lembra Dr. Ennio Palmeira, pro- fessor da UnB (Universidade de Brasília) e primeiro presidente da IGS-Brasil (Associação Brasileira de Ge- ossintéticos), fundada em 1997. Outra profissional de grande experiência na área, Dra. Delma Vidal, também associa o crescimento de aplicações de geossintéticos à atuação de novos fabri- cantes e distribuidores. Professora do ITA (Instituto de Tecnologia Aeronáutica) e ex-presidente da IGS -Brasil, ela destaca o papel da Huesker Brasil nesse contexto. “A entrada da Huesker no mercado brasileiro re- presentou um estímulo à utilização de produtos que permitiram avanços nos projetos de engenharia geo- técnica”, lembra. “Neste interim, também aumenta- ram as aplicações na área ambiental de produtos com características de resistência e rigidez que antes não eram facilmente obtidos no país”, completa. A pesquisa acadêmica tem sido fundamental para o desenvolvimento dos geossintéticos no Brasil, princi- palmente no que tange a confiabilidade e divulgação. Os dois professores reconhecem que o investimento em pesquisa tem aumentado no país, e a tendência é Em 15 anos, pesquisa elevou patamar dos geossintéticos no país Universidades são responsáveis pela maior aceitação dos geossintéticos no mercado DA ESQUERDA PARA A DIREITA, OS PESQUISADORES: DELMA VIDAL, ENNIO MARQUES PALMEIRA E BENEDITO DE SOUZA BUENO FOTOS / AQRUIVO ESPECIAL 15 ANOS AVANÇO TECNOLÓGICO Indiscutivelmente a entrada da Huesker no mercado brasileiro representou um estímulo à utilização de produtos que permitiram avanços nos projetos de engenharia geotécnica”. DELMA VIDAL Professora do Departamento de Geotecnia do ITA de expansão. “Nos dias atuais, praticamente todas as principais instituições de pesquisa no Brasil possuem pelo menos um pesquisador desenvolvendo pesquisas sobre geossintéticos”, acrescenta Ennio. Enfim, os cenários atual e futuro são muito promis- sores. “Os geossintéticos oferecem soluções rápidas, de grande versatilidade, e só tendem a crescer a medi- da que o mundo exige maior qualidade e eficiência da engenharia”, conclui Delma. RECONHECIMENTO Merecido tributo deve ser feito ao Professor Dr. Be- nedito de Souza Bueno, pesquisador que dedicou gran- de parte de sua carreira ao estudo dos geossintéticos. Foi ele o responsável pelo planejamento e construção do Laboratório de Geossintéticos -- prédio de 600m², reservado apenas para o estudo de geossintéticos. Situado na Escola de Engenharia de São Carlos da USP (Universidade de São Paulo), o Laboratório com- pleta 12 anos em 2013. Entre as contribuições, foram mais de 60 ensaios normatizados e dezenas de teses de mestrado e doutorado na área. O Professor Benedito, como é carinhosamente cha- mado por seus alunos, foi também presidente da IGS -Brasil.

Em 15 anos, pesquisa elevou patamar dos geossintéticos no país

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Há 15 anos, o panorama dos geossin-téticos no Brasil era muito diferente do atual. Suas aplicações estavam praticamente limitadas aos produ-tos disponíveis na época – geotêxteis (principalmente não tecidos) e geo-

membranas. Produtos com rigidez e resistência ele-vadas, como as geogrelhas, eram pouco incorporados aos projetos.

“Desde então, as aplicações dos geossintéticos co-meçaram a aumentar de forma significativa, em par-te por iniciativa e atuação da própria indústria, mas também em decorrência de atividades de pesquisas em universidades”, lembra Dr. Ennio Palmeira, pro-fessor da UnB (Universidade de Brasília) e primeiro presidente da IGS-Brasil (Associação Brasileira de Ge-ossintéticos), fundada em 1997.

Outra profissional de grande experiência na área, Dra. Delma Vidal, também associa o crescimento de aplicações de geossintéticos à atuação de novos fabri-cantes e distribuidores. Professora do ITA (Instituto de Tecnologia Aeronáutica) e ex-presidente da IGS-Brasil, ela destaca o papel da Huesker Brasil nesse contexto.

“A entrada da Huesker no mercado brasileiro re-presentou um estímulo à utilização de produtos que permitiram avanços nos projetos de engenharia geo-técnica”, lembra. “Neste interim, também aumenta-ram as aplicações na área ambiental de produtos com características de resistência e rigidez que antes não eram facilmente obtidos no país”, completa.

A pesquisa acadêmica tem sido fundamental para o desenvolvimento dos geossintéticos no Brasil, princi-palmente no que tange a confiabilidade e divulgação. Os dois professores reconhecem que o investimento em pesquisa tem aumentado no país, e a tendência é

Em 15 anos, pesquisa elevou patamar dos geossintéticos no paísUniversidades são responsáveis pela maior aceitação dos geossintéticos no mercado

da esquerda para a direita, os pesquisadores: delma vidal, ennio marques palmeira e benedito de souza bueno

fo

to

s /

aq

ru

ivo

e s p e c i a l 1 5 a n o sa v a n ç o t e c n o l ó g i c o

Indiscutivelmente a entrada da Huesker no mercado brasileiro representou um estímulo à utilização de produtos que permitiram avanços nos projetos de engenharia geotécnica”.

delma vidalProfessora do Departamento de Geotecnia do ITA

de expansão. “Nos dias atuais, praticamente todas as principais instituições de pesquisa no Brasil possuem pelo menos um pesquisador desenvolvendo pesquisas sobre geossintéticos”, acrescenta Ennio.

Enfim, os cenários atual e futuro são muito promis-sores. “Os geossintéticos oferecem soluções rápidas, de grande versatilidade, e só tendem a crescer a medi-da que o mundo exige maior qualidade e eficiência da engenharia”, conclui Delma.

RECONHECIMENTOMerecido tributo deve ser feito ao Professor Dr. Be-

nedito de Souza Bueno, pesquisador que dedicou gran-de parte de sua carreira ao estudo dos geossintéticos. Foi ele o responsável pelo planejamento e construção do Laboratório de Geossintéticos -- prédio de 600m², reservado apenas para o estudo de geossintéticos.

Situado na Escola de Engenharia de São Carlos da USP (Universidade de São Paulo), o Laboratório com-pleta 12 anos em 2013. Entre as contribuições, foram mais de 60 ensaios normatizados e dezenas de teses de mestrado e doutorado na área.

O Professor Benedito, como é carinhosamente cha-mado por seus alunos, foi também presidente da IGS-Brasil.