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. EIA.CSF.L.A.26.01
Janeiro de 2019
CENTRAL SOLAR FOTOVOLTAICA DE LAGOAÇA
ESTUDO PRÉVIO
ADITAMENTO (A)
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL (EIA)
EINCA DA CENTRAL SOLAR FOTOVOLTAICA DE LAGOAÇA – ADITAMENTO
EIA.CSF.L.A.26.01 PÁGINA III DE VIII
IMP.DCT.24.01
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CENTRAL SOLAR FOTOVOLTAICA DE LAGOAÇA
ESTUDO PRÉVIO
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL (EIA)
ADITAMENTO (A)
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EIA DA CENTRAL SOLAR FOTOVOLTAICA DE LAGOAÇA – ADITAMENTO
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ÍNDICE GERAL
ÍNDICE GERAL .......................................................................................................................................................................................... V
ÍNDICE DE FIGURAS .................................................................................................................................................................................. VI
ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................................................................................................. VII
1. Introdução .................................................................................................................................................................................. 1
2. Introdução e descrição do projeto ............................................................................................................................................. 2
3. Caracterização da situação atual e avaliação de impactes ........................................................................................................ 2
3.1. Geologia............................................................................................................................................................................. 2
3.2. Património Cultural ........................................................................................................................................................... 3
3.3. Sistemas ecológicos ........................................................................................................................................................... 5
3.4. Paisagem ........................................................................................................................................................................... 7
3.5. Uso do Solo ...................................................................................................................................................................... 20
3.6. Território ......................................................................................................................................................................... 24
3.7. Socioeconomia ................................................................................................................................................................ 25
3.8. Reformulação do Resumo Não Técnico........................................................................................................................... 28
PÁGINA VI DE VIII EIA DA CENTRAL SOLAR FOTOVOLTAICA DE LAGOAÇA – ADITAMENTO
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Sobreposição da área efetivamente ocupada com painéis solares sobre cartografia de Absorção Visual. ...................... 12
Figura 2: Extrato da figura onde constam as bacias visuais de Quinta dos Colmeais (área a laranja) e de Picão das Pias (área com
riscas a laranja) com sobreposição da área afeta aos painéis (contorno a cinza). ........................................................................... 13
Figura 3: Perfil esquemático do eixo visual de um observador para a área de intervenção, quebrado pela morfologia do terreno. .. 16
Figura 4: Fotografia para o morro de Santa Marta a partir da área não visível na extrema sul da área de intervenção. ................ 17
Figura 5: Matos baixos e pastagens naturais. ................................................................................................................................... 21
Figura 6: Culturas arvenses de sequeiro. .......................................................................................................................................... 21
Figura 7: Linhas de escorrência natural de água com uma Mancha de choupos. ............................................................................ 21
Figura 8: Árvore isolada. ................................................................................................................................................................... 21
Figura 9: Caminhos não pavimentados. ............................................................................................................................................ 22
Figura 10: Área de intervenção pontuada de um estrato arbóreo muito disperso e rarefeito (tirada de sul para norte). .............. 22
Figura 11: Área de estudo da Linha elétrica. .................................................................................................................................... 23
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ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1: Quantificação das classes de Qualidade Visual integradas na área de estudo. .................................................................. 9
Tabela 2: Classes de Qualidade Visual afetadas pelo Projeto. .......................................................................................................... 15
Tabela 3: Quantificação dos solos presentes na área de estudo da Central Solar Fotovoltaica de Lagoaça e Linha Elétrica. ......... 20
Tabela 4: Classes de ordenamento na área de estudo. .................................................................................................................... 24
Tabela 5: Quantificação de áreas de RAN e REN presentes na área de estudo da Central Solar Fotovoltaica de Lagoaça e Linha
Elétrica. ............................................................................................................................................................................................. 25
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1. INTRODUÇÃO
No âmbito do Procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), relativo ao Projeto da Central Solar Fotovoltaica de Lagoaça,
elaborado em fase de Estudo Prévio, a Comissão de Avaliação (doravante designada por CA) nomeada para o efeito, entendeu
como necessário, solicitar um conjunto de elementos adicionais e/ou esclarecimentos relativos ao Estudo de Impacte Ambiental
(EIA), conforme ofício com a ref. S077949-201812-DAIA.DAP, de 20 de dezembro de 2018.
No presente documento, apresentam-se os elementos adicionais solicitados pela CA. O documento encontra-se estruturado de
acordo com os pontos listados pela CA:
• Introdução e descrição do projeto
• Caracterização da situação atual e avaliação de impactes
o Geologia
o Património cultural
o Sistemas ecológicos
o Paisagem
o Uso do solo
o Território
o Socioeconomia
• Reformulação do Resumo Não Técnico
Apresenta-se no:
• Anexo 1: Ofício enviado pela Comissão de Avaliação.
• Anexo 2: Peça desenhada à escala adequada com indicação de todos os elementos que a constituem.
• Anexo 3: Ficheiro georreferenciado, em formato shapefile, com os limites do Projeto e suas principais componentes.
• Anexo 4: Cartografia descritor Paisagem.
• Anexo 5: Cartografia descritor Solo e Uso do Solo.
• Anexo 6: Cartografia descritor Território.
O Resumo Não Técnico é enviado num volume independente.
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2. INTRODUÇÃO E DESCRIÇÃO DO PROJETO
a) Complementar a cartografia apresentada com cartografia à escala adequada e indicação de todos os elementos que
a constituem nomeadamente, o estaleiro (fase de execução de obra), os geradores solares de corrente contínua, os
inversores (que convertem esta corrente em alternada), a rede interna subterrânea, os transformadores elevadores
de tensão, a subestação e o edifício de comando, e o corredor de estudo da LE;
A Peça Desenhada referida no presente ponto encontra-se no Anexo 2.
Relativamente ao estaleiro principal refere-se que, nesta fase, ainda não está definida a sua localização. A sua seleção terá
naturalmente em consideração aspetos como a facilidade de acesso e a ausência de condicionalismos ambientais. Está prevista a
sua localização numa das povoações próximas da área de intervenção, previsivelmente na aldeia de Lagoaça, por forma a evitar
situações de furtos e vandalismo. A localização exata será determinada pelo empreiteiro em colaboração com o dono de obra e
Junta de Freguesia.
Não obstante, no perímetro da obra, será instalado um contentor que servirá como ferramentaria. A localização deste contentor
encontra-se representado na peça desenhada apresentada no Anexo 2.
b) Shapefile com o projeto, anexos e infraestruturas.
A shapefile do Projeto e infraestruturas associadas encontra-se no Anexo 3.
3. CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL E AVALIAÇÃO DE IMPACTES
3.1. GEOLOGIA
a) Considerando terem sido identificados na área de implantação do projeto afloramentos rochosos expressando
localmente geoformas graníticas, que potenciam o património geológico, devem ser apresentadas medidas de
minimização, para as fases de planeamento e de construção, que considerem a sua proteção.
Conforme referido no ponto “4.2.4. Recursos minerais e património geológico” do Relatório Síntese do EIA da Central Solar
Fotovoltaica de Lagoaça, na área de estudo foram identificados afloramentos rochosos à superfície, contudo, na implementação
das várias componentes de Projeto, houve um cuidado em não afetar as áreas mais expressivas, sobretudo a NO da Subestação
de Lagoaça. Os afloramentos foram evitados sempre que possível, não sendo, no entanto, compatível com a implantação do
projeto a preservação de todos os afloramentos. Em fase de projeto de execução apresentar-se-á um layout respeitando a
integridade do maior número de afloramentos que seja possível.
Na fase de construção, devem ser vedados, ou devidamente assinalados os principais afloramentos rochosos, de modo a que não
sejam afetados no decorrer da obra.
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Deve ser evitada a colocação de módulos fotovoltaicos, ou outro tipo de maquinaria sobre os afloramentos rochosos.
No caso de vir a ser necessário recorrer à utilização de explosivos, os impactes sobre a geologia poderão adquirir maior expressão,
neste sentido, foram apresentadas no EIA, as medidas de minimização a considerar. A utilização de explosivos para escavação do
terreno apresenta como impactes potenciais a produção de vibrações que são transmitidas aos terrenos e estruturas adjacentes,
a produção de ruído, a eventual projeção de blocos de rocha, a criação de poeiras e, ainda, a sobrefraturação do maciço rochoso
remanescente, com possibilidade de criar instabilizações futuras. Considera-se, contudo, que a adoção de cargas explosivas que
garantam o cumprimento da Norma NP-2071, de 1983, “Avaliação da influência em construções de vibrações provocadas por
explosões ou solicitações similares”, através do estabelecimento criterioso dos parâmetros dos diagramas de fogo e que
incorporem microrretardadores, permitirá assegurar o seu seguro manuseamento e utilização para além de evitar eventuais
projeções de blocos de rocha, minimizando-se assim os potenciais impactes por esse meio induzido.
Salienta-se ainda a necessidade de todos os componentes do Projeto serem executados por soluções construtivas, concebidas e
dimensionadas para ações sísmicas de acordo com o do Regulamento de Segurança e Ações para Estruturas, Edifícios e Pontes (o
qual estipula um conjunto de normas de construção antissísmica que devem ser adotadas para o território nacional), de forma a
evitar eventual instabilização dos afloramentos rochosos.
3.2. PATRIMÓNIO CULTURAL
a) Esclarecer se foi realizada prospeção arqueológica da área do corredor da Linha Elétrica, com cerca de 80 metros
uma vez que se encontra fora da área delimitada nas condições de visibilidade do terreno;
b) Em caso negativo devem ser apresentados os resultados da prospeção arqueológica na área do corredor da Linha
Elétrica. Em conformidade com os resultados, apresentar as Fichas da Caraterização das ocorrências patrimoniais
identificadas, a avaliação de impactes e proposta de medidas de minimização. Adicionalmente solicita-se o envio
de cartografia com as condições de visibilidade do terreno desta área.
Aquando da visita ao terreno, no âmbito da prospeção arqueológica, não se encontrava definido o corredor de estudo da Linha
Elétrica e/ou localização e extensão da mesma, pelo que esta área não foi prospetada. Neste sentido, no EIA foram determinadas
algumas medidas de minimização a aplicar, nomeadamente, nova prospeção da área antes da realização de qualquer trabalho
que implique escavações e movimentações de terras, incluindo as parcelas que não puderam ser visitadas; e acompanhamento
arqueológico dos trabalhos associados à instalação da ligação à subestação de Lagoaça, seja por via de linha aérea apoiada em
postes, seja por vala de cabos. Desta forma, acredita-se que fará mais sentido realizar-se a prospeção da Linha Elétrica em fase de
projeto de execução, quando o seu traçado estiver definido.
Não obstante, foram consultadas as “Fichas de Sítios” elaboradas no âmbito do “EIA da Subestação do Douro Internacional e RNT
associadas”, cedidas pelo Dr. º Alexandre Canha, onde se verifica na área de estudo da Linha Elétrica, duas ocorrências de cariz
Etnográfico (vide tabela em baixo).
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OCORRÊNCIA N.º 1
Designação: Cabeço da Santa 1 (CMP)
Localização: Lagoaça, Freixo de Espada-à-Cinta, Bragança
Coordenadas: 316999 / 473075 (Gauss Dat. Lisboa)
Categoria: Etnográfico
Tipologia: Abrigo
Cronologia: Moderno/Contemporâneo
Contexto geomorfologico: Planalto / Garnitos
Estatuto de proteção: Sem proteção
Valor patrimonial: Baixo
Conservação: Mau
Uso do solo: Pousio
Ameaças: Agentes climáticos
Caracterização da ocorrência: Abrigo em lajes de granito característico da zona agrícola onde se implanta. Este aproveita uma
fratura natural e destacada de um afloramento rochoso granítico sendo os interstícios preenchidos
por lajes miúdas assentes sobre os seus lados maiores.
A abertura está virada sensivelmente a Norte. A cobertura é feita com pedra formando telhado em
falsa cúpula sendo este coberto por terra
OCORRÊNCIA N.º 5
Designação: Cabeço da Santa 5 (CMP)
Localização: Lagoaça, Freixo de Espada-à-Cinta, Bragança
Coordenadas: 316994 / 473101 (Gauss Dat. Lisboa)
Categoria: Etnográfico
Tipologia: Arte Rupestre (covinha)
Cronologia: Indeterminado
Contexto geomorfologico: Planalto / Garnitos
Estatuto de proteção: Sem proteção
Valor patrimonial: Baixo
Conservação: Regular
Uso do solo: Pousio
Ameaças: Abandono
Caracterização da ocorrência: Corresponde a uma covinha implantada num afloramento granítico isolado, mas próximo da
ocorrência 1. Esta possui cerca de 8 cm de diâmetro e 5 cm de profundidade. Este tipo de
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manifestação tem uma pervivência muito ampla que vai da Préhistória até à atualidade. Dadas as
características rurais da área e a ausência de quaisquer outras manifestações de arte, estamos em
crer que a realização desta ocorrência será de cronologia Moderna ou posterior associada a
práticas agrícolas ou pastoris. Já observámos casos em que covinhas de dimensões semelhantes
serviam para dar de beber a animais de guarda de rebanhos.
Face ao exposto, em fase de RECAPE, proceder-se-á à confirmação destes elementos no terreno, e caso as mesmas venham a
coincidir com o traçado final da Linha (a definir em fase de projeto de execução) serão propostas medidas cautelares adequadas,
que passarão pela sua sinalização.
3.3. SISTEMAS ECOLÓGICOS
a) Proceder à avaliação dos efeitos cumulativos sobre as espécies mais vulneráveis, ao nível florístico e ao nível
faunístico, considerando o projeto e as restantes atividades e infraestruturas já existentes no local.
Conforme referido no relatório síntese do EIA, relativamente aos sistemas ecológicos, “há a referir na envolvente da Central Solar
Fotovoltaica a presença da subestação de Lagoaça, onde se ligam atualmente diversas linhas de transporte de energia. A própria
Central Solar Fotovoltaica de Lagoaça irá fazer uma nova ligação a esta subestação, contribuindo para o adensamento de linhas
neste local. Neste quadro, pode considerar-se que o principal impacte cumulativo que se antevê está associado à presença de
diversas linhas de transporte de energia e aos impactes resultantes da sua presença no terreno, no que respeita ao acréscimo de
mortalidade da avifauna, em resultado de colisão e eletrocussão com estas infraestruturas. Neste caso em particular este impacte
poderá assumir algum relevo dado que a subestação está instalada dentro do Parque Natural do Douro Internacional e que neste
Parque Natural existem populações importantes de diversas aves planadoras, sensíveis à presença de linhas de transporte de
energia, nomeadamente a águia-real, o grifo, o abutre do Egipto e a cegonha-preta”.
Haverá assim que ter em atenção o facto de estes impactes resultarem sobretudo da presença das Linhas Elétricas, que atualmente
se ligam à subestação e não da Linha Elétrica, com uma extensão tão diminuta, que será construída para a ligação da Central Solar
Fotovoltaica de Lagoaça a esta subestação.
No que se refere à flora e vegetação uma vez que não se encontrou flora rara, durante os trabalhos de campo e que não existem
outros projetos de características semelhantes na área envolvente a esta Central, os impactes cumulativos na flora serão
globalmente muito pouco significativos.
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b) Apresentar um plano de monitorização para as aves rupícolas e estepárias, com elevado estatuto de ameaça, uma
vez que serão afetadas pelas intervenções propostas.
Durante a visita efetuada em julho de 2018 foram observados grifos (Gyps fulvus) sobrevoando a área de estudo, mas como é do
conhecimento comum, estas aves reproduzem-se nos alcantilados do rio Douro e procuram alimento numa vasta área envolvente
aos locais de reprodução.
A passagem das espécies rupícolas pela área de estudo estará sobretudo condicionada pelas disponibilidades de alimento no
interior da área de prospeção das aves que se reproduzem nas colónias do Douro, pelo que a monitorização associada a esta
Central Solar Fotovoltaica dificilmente permitiria obter resultados que possam associar a presença deste Projeto a eventuais
alterações nos movimentos, ou nas produtividades destas aves.
Ou seja, os territórios de alimentação frequentados pelas aves de cada colónia do Douro são muito maiores do que a área a afetar
pela Central Solar Fotovoltaica de Lagoaça. Garcia-Ripollis, et al. (2011), por exemplo, referem feeding ranges da ordem das
centenas ou milhares de km2.
Por outro lado, a Linha Elétrica associada a esta Central Solar Fotovoltaica terá uma extensão muito reduzida, pelo que não se
espera que venha a ter um impacte significativo sobre as populações de aves que frequentam a área.
Por outro lado, entre as espécies com estatuto de ameaça em Portugal que possam ser afetadas por este empreendimento, ainda
que marginalmente, duas são enquadráveis na classificação de estepárias – tartaranhão-caçador Circus pygargus e chasco-ruivo
Oenanthe hispanica. No que respeita às espécies rupícolas, nenhuma das que foram atribuídas à área de estudo apresenta
estatuto de ameaça.
Neste quadro propõe-se o desenvolvimento de um Programa de Monitorização que terá como espécies-alvo as duas estepárias
com estatuto de ameaça em Portugal e, complementarmente, incluirá outras espécies associadas a ambientes estepários que não
apresentam estatuto de ameaça em Portugal, nomeadamente os Alaudídeos que ocorrerão na área de estudo – cotovia-do-
monte, cotovia-pequena, laverca e o trigueirão.
Os métodos a utilizar no âmbito deste Programa de Monitorização terão de ser diferenciados, uma vez que, os que se aplicam aos
Passeriformes serão necessariamente diferentes dos que se aplicam à única ave de rapina, o tartaranhão-caçador. Assim sendo o
Programa apresenta metodologias separadas para os dois grupos.
O Plano de Monitorização de Aves Estepárias foi inserido na Revisão 01 do Plano Geral de Gestão de Ambiental (PGGA) que segue
em volume independente juntamente com este aditamento.
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3.4. PAISAGEM
a) Apresentar a Carta de Unidades e Subunidades à Escala 1:25.000, dado que, como habitualmente, toda a cartografia
da Paisagem é apresentada a esta escala e sempre sobreposta à Carta Militar. Salienta-se que, também a Área de
Estudo deve ser sempre apresentada como um buffer e não nos moldes que foi apresentada. Solicita-se também
que possa ser incluída na margem da carta, figura idêntica à apresentada no EIA com a sobreposição da Área de
Estudo às Grandes Unidades de Cancela d'Abreu et al (2004).
A carta de Unidades e Subunidades de Paisagem foi apresentada no texto, uma vez que se considera ser mais imediata a análise
desta cartografia quando acompanhando as peças escritas dos estudos ambientais, sendo de referir que no Guia de AIA, publicado
em janeiro de 2013, não são referidas escalas nem cartografias de base para os desenhos da Paisagem.
As Unidades e Subunidades de paisagem foram apresentadas à escala 1:50 000 sobre a Carta Militar, tendo-se verificado serem
percetíveis todas as componentes desta cartografia a esta escala. Refere-se ainda que a figura das Unidades e Subunidades de
Paisagem representa, para além das Subunidades delimitadas no âmbito do presente estudo, as Grandes Unidades de Cancela
d'Abreu et al (2004), Douro Internacional e Baixo Sabor e Terras Altas de Moncorvo.
Importa referir ainda que a área de estudo adotada não coincide com a área de influência visual delimitada por um buffer de
3 000 m, uma vez que se considerou ser mais rigorosa a análise da paisagem abrangendo uma área de estudo superior.
Porém, apresenta-se no Anexo 4 a Carta de Unidades e Subunidades de Paisagem à escala 1:25 000 sobre Carta Militar, com o
buffer de 3 000 m gerado a partir da área de intervenção e incluindo a figura das Unidades de Paisagem da publicação de âmbito
regional “Contributos para a Identificação e Caracterização da Paisagem em Portugal Continental”.
b) Apresentar a Carta de Qualidade Visual revista tendo em consideração:
• A elaboração do parâmetro Qualidade Visual assenta nos valores visuais em presença e não, de um modo
geral, no valor visual das unidades de paisagem ou subunidades, a menos que estas sejam quase
coincidentes com o uso do solo e/ou com a fisiografia. Do exposto decorre, que a caracterização e análise
deste parâmetro pressupõe uma análise qualitativa e quantitativa da carta elaborada, ou não faria sentido
a sua apresentação e a análise cingir-se-ia à carta de unidades/subunidades de paisagem. Assim, solicita-se
a descrição e caracterização da Carta de Qualidade Visual e a quantificação em área (ha) das classes
consideradas, em particular das mais elevadas.
• A análise da sobreposição do Projeto a este parâmetro deve ser objeto de análise crítica. É da sua leitura
que parte a classificação de impactes assim como a proposta de medidas de minimização consequentes,
que pode passar pela exclusão de áreas, dado um conjunto de valores visuais presentes.
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A cartografia de Qualidade da Paisagem elaborada no EIA assenta, de acordo com o expresso na metodologia, “nos valores visuais
em presença e não, de um modo geral, no valor visual das unidades de paisagem ou subunidades, a menos que estas sejam quase
coincidentes com o uso do solo e/ou com a fisiografia”.
No âmbito do EIA, a Qualidade Visual foi estimada com base em parâmetros relacionados com características intrínsecas da
paisagem, como o relevo, assim como com características extrínsecas, nomeadamente a ocupação, tipologia dos sistemas
culturais, e povoamento (vide página 191 do Relatório Síntese do EIA).
Da análise da carta de Qualidade Visual, é percetível que esta não está associada às Subunidades de Paisagem, senão a cada área
integrada numa Subunidade corresponderia apenas uma classe de valor cénico, o que não é o caso. Acresce que, na descrição de
cada uma das Subunidades de Paisagem, é referido de que forma se materializam as 3 classes de valor cénico consideradas.
A descrição da Qualidade Visual da paisagem é efetivamente desenvolvida em cada Subunidade de Paisagem, pois é nestes
subcapítulos que a paisagem é descrita de forma mais detalhada.
Assim, procurando responder ao solicitado, procede-se em seguida à compilação da descrição do valor cénico da paisagem,
mantendo a sistematização por Subunidades de Paisagem, uma vez que estas correspondem a zonas relativamente homogéneas
em termos de características biofísicas e culturais, servindo igualmente de apoio à referenciação da descrição efetuada.
A qualidade visual manifesta-se na generalidade moderada na Subunidade de Paisagem Talvegues e Interflúvios de Bruçó, pela
predominância de ocupações tendencialmente homogéneas e monótonas e de reduzida diversidade ecológica: matos e florestas
de pinheiro bravo.
No seio desta subunidade, as áreas de reduzida qualidade visual coincidem com manchas monoespecíficas de eucalipto, pela
imagem simplificada e descaracterizada que conferem à paisagem, bem como pela comprovada degradação que esta ocupação
promove nos solos e recursos hídricos.
Sobressaem como áreas de elevada qualidade visual os resquícios de bosques autóctones, as galerias ripícolas e os olivais,
ocupações com elevado valor ecológico e cénico e, particularmente no caso do olival, associadas à identidade deste território
(vide página 202 do Relatório Síntese do EIA).
No que se refere à subunidade de Paisagem Plataforma Granítica de Lagoaça, verifica-se que esta manifesta também uma
qualidade, na sua maioria, moderada, promovida também pela predominância de ocupações homogéneas e de reduzida
diversidade ecológica, neste caso matos, pastagens e incultos, pontuados por um estrato arbóreo muito disperso e rarefeito.
No passado, o carácter agreste desta superfície de altitude, marcada pelos afloramentos rochosos, retalhada pelos muros de pedra
solta onde o Homem a muito custo cultivava, e pontuada por um estrato arbóreo que se densificava nas linhas de água e na
compartimentação das parcelas agrícolas, evidenciava-se pelo seu caráter singular e elevado valor cénico. Porém, atualmente,
das parcelas agrícolas restam os muros, muitos deles descontínuos, o estrato arbóreo escasseia pela devastação dos últimos
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incêndios, e os afloramentos rochosos, embora intactos, manifestam-se embebidos num revestimento homogéneo e pardo
conferido pelos matos, pastagens e incultos. Acresce a presença da Subestação de Lagoaça e, com um carácter mais intrusivo, a
profusa rede elétrica associada, retirando à paisagem, outrora singular e agreste, o seu elevado valor cénico. Identificam-se ainda
algumas áreas de elevada qualidade, na sua maioria associadas a resquícios dos bosques autóctones.
Nesta subunidade, as áreas de reduzida qualidade visual restringem-se às intrusões visuais negativas promovidas pela presença
das pedreiras, a norte, e da Subestação e linhas elétricas associadas (vide página 204 do Relatório Síntese do EIA).
Por sua vez, na subunidade de Paisagem Vertentes do Baixo Sabor a cartografia de qualidade visual manifesta uma matriz
dominada pelo moderado valor cénico, promovido pela predominância de ocupações tendencialmente homogéneas e monótonas
e de reduzida diversidade ecológica: matos e florestas de pinheiro bravo.
As áreas de reduzida qualidade visual coincidem novamente com as manchas monoespecíficas de eucalipto presentes no limite
poente da área de estudo, pela imagem simplificada e descaracterizada que conferem ao território, sobressaindo como áreas de
elevada qualidade visual os olivais que revestem as encostas mais suaves na envolvente dos aglomerados e quintas, ocupações
de elevado valor cénico associadas à identidade deste território (vide página 208 do relatório síntese do EIA).
Relativamente à subunidade de Paisagem Cumeadas de Fornos e Lagoaça, verifica-se que a cartografia de qualidade visual
manifesta uma matriz partilhada entre a moderada e elevada qualidade, refletindo a presença de um mosaico cultural mais
diversificado. As ocupações associadas à identidade desta região, olival, vinha e pomares de castanheiro, valorizam a paisagem,
enquanto as restantes culturas e povoamentos florestais, pela menor relevância cénica e ecológica, se traduzem em áreas de
moderada qualidade visual (vide página 210 do Relatório Síntese do EIA).
Por fim, a qualidade visual da unidade de Paisagem Douro Internacional manifesta-se dominada pela muito elevada qualidade
visual, confirmando a singularidade e raridade da paisagem em presença, o vale encaixado do rio Douro, que por este motivo se
encontra classificado como Parque Natural do Douro Internacional, da Rede Nacional de Áreas Protegidas (vide página 211 do
Relatório Síntese do EIA).
De acordo com o solicitado apresenta-se ainda a quantificação em área (ha) das classes consideradas de qualidade visual numa
área de influência visual de 3 000 m.
Tabela 1: Quantificação das classes de Qualidade Visual integradas na área de estudo.
QUALIDADE VISUAL
Área afetada Reduzida Moderada Elevada Muito Elevada
ha 256,1 2485,96 768,64 *
* na área de estudo (buffer de 3 000 m) não se verifica a presença de áreas de muito elevada qualidade visual, estas encontram-se circunscritas ao vale encaixado
do Douro considerado numa área de análise mais abrangente.
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A análise da sobreposição do Projeto ao parâmetro Qualidade Visual é elaborada na respetiva Subunidade de Paisagem,
Plataforma Granítica de Lagoaça (vide páginas 205 e 206 do Relatório Síntese do EIA), e também na análise de impactes (vide
páginas 254, 255, 261 e 264 do Relatório Síntese do EIA).
Resumindo o constante no estudo, e procurando responder à solicitação efetuada, a área de intervenção coincide com uma área
de moderada qualidade visual, determinada pela reduzida relevância ecológica ou ornamental das atuais ocupações em presença:
matos, incultos, pastagens e culturas arvenses de sequeiro.
No passado, o carácter agreste desta superfície de altitude, marcada pelos afloramentos rochosos, retalhada pelos muros de pedra
solta e pontuada por um estrato arbóreo que se densificava nas linhas de água e na compartimentação das parcelas agrícolas,
evidenciava-se pelo seu caráter singular e elevado valor cénico. Porém, atualmente, destes atributos visuais restam apenas os
afloramentos rochosos que, embora intactos, não sobressaem no revestimento homogéneo e pardo conferido pelos matos,
pastagens e incultos.
Embora a área de intervenção se integre no Parque Natural do Douro Internacional, encontra-se numa zona com reduzida relação
visual com o rio e onde se encontra atualmente uma subestação de grande dimensão e uma profusa rede de linhas elétricas
associadas, elementos dissonantes que conferem um aspeto artificializado e degradado não só à sua área de implementação, mas
também à envolvente, subtraindo qualidade à paisagem e tornando-a, consequentemente, menos suscetível à introdução de um
elemento exógeno.
Perante o enunciado e tendo em consideração que os elementos construídos com volumetrias e aspeto dissonante, resultantes
da implementação do Projeto em estudo, não afetam áreas de elevado e muito elevado valor cénico, considera-se que a qualidade
visual atual da área de intervenção não se assume como condicionante à implementação do Projeto. Os valores visuais relevantes
na área de intervenção coincidem com os afloramentos rochosos, sobretudo o presente a NO da Subestação de Lagoaça, sendo
de referir que na elaboração do Projeto se teve logo como condicionante a sua salvaguarda. Os afloramentos foram evitados
sempre que possível, prevendo-se, nas situações muito pontuais em que não foi viável evitar a sua afetação, proceder-se apenas
à sua perfuração para colocação das estacas que suportam os módulos fotovoltaicos, garantindo assim a permanência destes
elementos característicos desta paisagem, assegurando que na desativação da Central Solar Fotovoltaica a situação de referência
seja mais fielmente atingida novamente. Esta medida de minimização foi tida em consideração na fase de elaboração do Projeto,
sendo desta forma apenas mencionada no desenvolvimento do descritor “paisagem” e não no capítulo referente às medidas de
minimização.
c) Apresentar a Carta de Capacidade de Absorção Visual dado que o ficheiro recebido está corrompido. Na carta deve
ainda constar os pontos de observação considerados na sua elaboração. A análise da sobreposição do Projeto a este
parâmetro deve ser objeto de análise crítica, dado não se considerar suficiente fazer apenas uma quantificação dos
valores. É da sua leitura que parte a classificação de impactes assim como a proposta de medidas de minimização
consequentes, que pode passar pela exclusão de áreas.
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Apresenta-se no Anexo 4 a Carta de Absorção Visual, incluindo os pontos de observação considerados na envolvente (vide
Anexo 4).
A análise da sobreposição do Projeto ao parâmetro Absorção Visual, relacionado com as visibilidades, uma vez que a ocupação do
solo tem pouca relevância nesta paisagem, é elaborada na respetiva Subunidade de Paisagem, Plataforma Granítica de Lagoaça
(vide páginas 204 a 206 do relatório Síntese do EIA), assim como na análise de impactes através da análise das visibilidades e
intrusão visual determinada pelo Projeto (vide páginas 258 a 264 do Relatório Síntese do EIA).
Resumindo o presente no EIA e procurando responder à solicitação efetuada, a área de intervenção coincide com uma área
dominada pela moderada absorção visual, promovida pela reduzida capacidade de dissimulação visual da ocupação em presença,
matos, incultos, culturas arvenses de sequeiro e pastagens, face à sua reduzida frequência de visibilidades.
Identificam-se apenas algumas manchas de reduzida capacidade de absorção visual na extrema poente da área de estudo,
associadas a zonas visíveis da povoação de Quinta das Quebradas, foco de maior densidade de observadores com potencial
visibilidade para a área de intervenção, verificando-se, no entanto, pela análise da bacia visual do Projeto, que apenas o casario
que se desenvolve ao longo da estrada municipal, para sul, se apresenta exposto à futura intrusão visual.
Estes observadores apresentarão visibilidade apenas para uma zona marginal da futura Central Solar Fotovoltaica, uma vez que,
a área de intervenção apresenta uma pendente para nascente e a presença de um alinhamento de outeiros ligeiramente
proeminentes que ocultam a maioria da área de intervenção. Acresce que, na maioria da área visível desta povoação, coincidente
com a mancha de moderada absorção visual, não estão previstos painéis solares, conforme se pode verificar na Figura 1, e que a
subestação e o edifício de comando, componentes de Projeto com maior volumetria (altura), se localizam junto à face nascente
da área de intervenção, não sendo por isso visíveis dos focos de observadores referidos.
Por fim, ressalva-se que estes observadores se encontram a cerca de 3 000 metros da futura Central Solar, distância a que os
painéis instalados gerarão uma intrusão visual muito reduzida.
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Figura 1: Sobreposição da área efetivamente ocupada com painéis solares sobre cartografia de Absorção Visual.
No que se refere aos focos de observadores permanentes mais próximos afetados, quinta de Colmeais e o lugar de Picão das Pias,
no qual os observadores se restringem a cerca de duas famílias, verifica-se que estes apresentarão visibilidade também apenas
para a extrema poente da futura Central Solar Fotovoltaica de Lagoaça, pela presença do alinhamento de outeiros já referido.
Constata-se que a bacia visual de quinta de Colmeais abrange na generalidade uma área para a qual não estão previstos painéis
solares e que do lugar de Picão das Pias se verifica visível apenas uma pequena área na extrema norte, conforme se pode verificar
na Figura 2. Importa mencionar que, no eixo visual entre o lugar de Picão das Pias e a área visível dos painéis solares, existem
ocupações com estrato arbóreo com densidade e volumetria suficientes para dissimular a intrusão visual gerada por estes
elementos.
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Figura 2: Extrato da figura onde constam as bacias visuais de Quinta dos Colmeais (área a laranja) e de Picão das Pias (área com riscas a
laranja) com sobreposição da área afeta aos painéis (contorno a cinza).
Do enunciado, verifica-se que na elaboração do Projeto foram evitadas, sempre que possível, as áreas visíveis dos focos de
observadores permanentes na envolvente, que o foco de maior afluência de observadores se situa a uma distância a que a intrusão
visual se assume muito reduzida, e que no eixo visual do foco mais próximo potencialmente afetado existem já elementos que
dissimularão/atenuarão a futura presença dos painéis solares, não se justificando assim medidas de minimização específicas tendo
em consideração a cartografia apresentada.
d) Em função das alterações que venham a ser introduzidas na Carta de Absorção Visual, a Carta de Sensibilidade Visual
deverá ser eventualmente substituída refletindo as alterações das duas anteriores.
As cartas de Qualidade e Absorção Visual não foram alteradas, pelo que a cartografia de Sensibilidade Visual apresentada se
mantém.
e) Avaliar, no contexto da Área de Estudo, de forma conclusiva, a relevância da perda das subunidades – área e
estrutura -, às quais o Projeto se sobrepõe fisicamente, quanto à sua representatividade e importância.
A área de implantação da Central Solar Fotovoltaica localiza-se na extrema poente da Subunidade de Paisagem Plataforma
Granítica, inserida na Unidade de Paisagem Baixo Sabor e Terras Altas de Moncorvo. A Central Solar Fotovoltaica proposta situa-se
numa área de transição da plataforma de altitude para as encostas que descem para o rio Sabor, numa área já degradada e
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descaracterizada pelo abandono dos campos agrícolas, pela devastação originada pelos recentes incêndios, mas sobretudo pela
presença de uma subestação de grandes dimensões, a Subestação de Lagoaça, e uma profusa rede elétrica associada, conferindo
a este setor da Subunidade de Paisagem uma imagem muito artificializada. Tendo em consideração o enunciado, e que do ponto
de vista da Paisagem se considera que a localização mais favorável à implementação de elementos exógenos indutores de
impactes visuais negativos é na proximidade de intrusões visuais já existentes, minimizando e circunscrevendo ao máximo os
elementos e áreas de caráter dissonante e artificial na paisagem, considera-se que a perda da subunidade é pouco significativa,
uma vez que esta área, pela sua artificialização, já se encontra atualmente segregada da restante plataforma granítica de altitude
que se desenvolve para nascente até ao vale encaixado do rio Douro.
f) Apresentar a delimitação mais precisa das áreas de afloramentos rochosos existentes e de outros valores visuais
dentro, e apenas, da área de implantação do Projeto.
Foram delimitados os afloramentos rochosos considerados relevantes no ambiente visual na Carta de Qualidade Visual (vide Anexo
4), considerando-se que estes se assumem como o único valor visual relevante na área de estudo. Importa mencionar que, embora
existam linhas de escorrência natural da água na área de intervenção, estas são de caráter torrencial e não apresentam formações
ripícolas com valor ecológico ou ornamental nas suas margens.
g) Apresentar a bacia Visual do Projeto à Escala 1: 25.000, dado que toda a cartografia deve observar este critério,
ainda que possa/deva ser incluída no volume escrito do EIA acompanhando o texto.
A Bacia Visual do Projeto é apresentada no Anexo 4 à escala 1:25 000 conforme solicitado. Contudo, considera-se que a
apresentação desta informação pouco acrescenta à já anteriormente apresentada, uma vez que a figura apresentada no texto
mostra a bacia visual sobre a Carta Militar a uma escala (1:50 000) na qual são percetíveis todos os elementos desta cartografia.
h) Apresentar a Bacia Visual gerada a partir das linhas de água Ribeiro da Ponte/Ribeiro das Caravelas. A bacia visual
final deve resumir-se a “Visível” e “Não Visível”, sendo que esta última não precisa de ter representação gráfica. A
bacia visual final e única deve ser obtida através de um conjunto de bacias visuais de vários pontos distribuídos ao
longo da linha e nos caminhos marginais que a ladeiam. Os pontos considerados devem ter representação gráfica
na carta.
A bacia visual da linha de água Ribeiro da Ponte/Ribeiro das Caravelas, assim como dos caminhos marginais que a ladeiam, é
apresentada conforme solicitado, no Anexo 4. As bacias visuais, por uma questão de rigor, foram geradas a partir da totalidade
das linhas que definem os caminhos e linhas de água, e não de um conjunto de pontos, como solicitado, razão pela qual estes não
são apresentados.
A afluência a esta linha de água restringe-se aos escassos agricultores que ainda têm nas suas várzeas alguns campos agrícolas,
que corresponderão certamente aos habitantes dos pontos de observação já considerados. A cartografia de visibilidade, assim
como as bacias visuais, são geradas de acordo com afluência de potenciais observadores, não se justificando a consideração desta
linha de água, uma vez que esta não é utilizada para atividades de lazer e os seus caminhos, precários, sendo servidões de parcelas
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agrícolas e não percursos pedonais para caminhadas. Entende-se que a importância para a apresentação de bacias visuais é
medida pela frequência relevante de observadores temporários, sendo a frequência da zona de estudo bastante diminuta, como
atrás referido.
Das bacias visuais geradas, verifica-se que da linha de água, assim como dos troços de caminho que a ladeiam, só é potencialmente
visível uma parte pouco significativa da estrema norte da área de intervenção. Acresce que as bacias visuais geradas não têm em
conta a ocupação do solo e que no eixo visual para a área de implementação da futura Central Solar Fotovoltaica existem
ocupações com presença de estrato arbóreo, com volumetria e densidade suficientes para dissimular a presença do futuro
elemento exógeno. Acresce que, da observação da bacia visual do Projeto, apenas dois troços da linha de água, totalizando uma
extensão de cerca de 1 665 m em 10 028 m, apresentam visibilidade, e que a bacia visual do Projeto abrange apenas 1 352 m de
4 845 m de caminhos.
i) Proceder à quantificação das áreas, em unidades de “ha”, das classes de qualidade visual “Média” e “Elevada”
afetadas na sua integridade visual pelo Projeto e apresentadas em quadro. Consequentemente, da análise desta
cartografia deve resultar uma apreciação quanto à viabilidade do Projeto em termos de afetação da Paisagem.
A quantificação das áreas integradas na classe de média e elevada qualidade visual abrangidas pela bacia visual do Projeto é
apresenta de seguida, conforme solicitado.
Tabela 2: Classes de Qualidade Visual afetadas pelo Projeto.
QUALIDADE VISUAL
ÁREA AFETADA REDUZIDA MODERADA ELEVADA MUITO ELEVADA
ha 45,02 1228 186 *
* na área de influência visual não se verifica a presença de áreas de muito elevada qualidade visual, estas encontram-se circunscritas ao vale encaixado do Douro
considerado numa área de estudo mais abrangente.
Da análise da quantificação solicitada, verifica-se que a bacia visual do presente Projeto abrange, na sua maioria, áreas de
moderada qualidade visual coincidentes com áreas que não se destacam pelo valor cénico, mas que não apresentam elementos
dissonantes indutores de intrusões visuais e estruturais negativas. Constata-se também que não são afetadas áreas de muito
elevada qualidade visual e que as escassas áreas de elevada qualidade visual atingidas coincidem com pomares, vinha e,
sobretudo, olival, ocupações valorizadas nesta paisagem pelo contraste com as ocupações homogéneas e de moderado a reduzido
valor cénico que dominam a envolvente.
Perante o referido, e tendo em consideração que a bacia visual do Projeto já se encontra atualmente transformada pela presença
de uma subestação de grandes dimensões e linhas elétricas associadas, considera-se que o Projeto é viável no que se refere à
Paisagem. Mais uma vez se insiste que, do ponto de vista da paisagem, se considera que a localização mais favorável à
implementação dos necessários elementos exógenos indutores de impactes visuais negativos é na proximidade de intrusões
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visuais já existentes, minimizando e circunscrevendo ao máximo os elementos e áreas de caráter dissonante e artificial na
paisagem.
j) Atendendo a que na carta de “Frequência de Visibilidades” há uma parte significativa da área de implantação da
central que foi considerada como não sendo percecionada por nenhum dos pontos considerados na sua elaboração.
Não se compreende, como a partir do ponto de observação “Santa Marta” não possa haver qualquer visibilidade
sobre o Projeto, manifestando-se assim reserva quanto ao apresentado. Nestes termos solicita-se o esclarecimento
e, eventual, correção.
k) Apresentar os fundamentos para o facto de uma parte significativa da área de implantação da central ter sido
considerada, na carta de “Frequência de Visibilidades”, como não sendo percecionada por nenhum dos pontos
considerados na sua elaboração. Refira-se que, em particular a partir do ponto de observação “Santa Marta”, julga-
se haver visibilidade sobre o Projeto.
O ponto de observação considerado para a capela de Santa Marta coincide com o local do morro onde se encontra implantada a
capela, gerando efetivamente uma bacia visual que não abrange a extrema sul da área de intervenção. Esta localização, embora
proeminente, não apresenta amplitude visual para a área a sul referida, pelo alongamento da zona aplanada do cume, para
poente, quebrando o eixo visual deste ponto de observação, conforme se pode verificar no perfil esquemático seguinte.
Figura 3: Perfil esquemático do eixo visual de um observador para a área de intervenção, quebrado pela morfologia do terreno.
Este facto é também confirmado pela fotografia tirada no reconhecimento de campo, a partir da extrema sul da área de
intervenção, na qual não é possível visualizar a capela. Segundo o conceito de intervisibilidade, considera-se que se a capela não
é visível da extrema sul da área de intervenção, então esta área também não será visível da capela.
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Figura 4: Fotografia para o morro de Santa Marta a partir da área não visível na extrema sul da área de intervenção.
Importa referir que esta diferenciação não se reflete na restante análise espacial nem na avaliação de impactes. Considerou-se
que esta área, embora não visível deste ponto, apresenta, à semelhança da restante área de intervenção, absorção visual
moderada, não se refletindo esta diferença também na carta de sensibilidade visual. Na avaliação de impactes, referiu-se sempre
que a Central será visível desta capela, não se discriminando igualmente a área não visível por não ser considerar relevante para
a análise de intrusão visual.
“Analisando a bacia visual gerada, verifica-se pelo conceito de intervisibilidade que os elementos serão potencialmente visíveis (…)
dos observadores temporários que circularão na estrada nacional 221 e que visitarão as capelas de Santa Marta e Santa Bárbara,
localizadas nos outeiros a sul da área de estudo. (…) Importa referir que a subestação e o edifício de comando, componentes de
projeto com maior volumetria (altura), se localizam junto à face nascente da área de intervenção, sendo por isso visíveis somente
dos focos de observadores temporários: estrada nacional 221 e capelas de Santa Marta e Santa Bárbara”.
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l) Apresentar carta de Impactes Cumulativos com representação gráfica dos projetos existentes de igual e diferente
tipologia dentro da Área de Estudo.
A carta de Impactes Cumulativos com representação gráfica dos projetos existentes na área de estudo é apresentada no Anexo 4,
conforme solicitado.
m) Apresentar análise exploratória dos impactes indiretos, potencialmente gerados/induzidos pelo Projeto, na Fase de
Exploração, sobre a ocupação de todo o território delimitado pela nova Área de Estudo e consequente
alteração/artificialização da Paisagem. Essa análise, deve ainda considerar, em capítulo separado, o efeito
cumulativo de eventuais outros projetos previstos.
A nova área de estudo, resultante do buffer de 3 000 metros gerado a partir da área de intervenção, apresenta uma área inferior
à área de estudo inicial, pelo que os impactes referidos no EIA, incluindo os cumulativos, se mantêm.
No que se refere aos impactes indiretos induzidos pela Central Solar Fotovoltaica de Lagoaça na paisagem, evidenciam-se:
• Os relacionados com a construção da Central Solar Fotovoltaica, já descritos no relatório no subcapítulo referente à fase
de construção, que, pela perturbação que implicam no ambiente visual, se assumiram diretos;
• Os relacionados com a redução do consumo de energias fósseis, com efeitos benéficos sobre o ambiente e,
consequentemente, sobre a Paisagem;
• Os decorrentes das operações de manutenção das estruturas afetas à Central Solar Fotovoltaica, operações de carácter
temporário e causando um distúrbio visual reduzido, dadas as características da infraestrutura e do afastamento a
potenciais observadores;
• Os relacionados com a erosão do solo, nas áreas destituídas de vegetação sob os módulos fotovoltaicos que se encontram
mais sujeitos aos agentes de meteorização, fenómeno que, embora relacionado com o equilíbrio da paisagem, é alvo de
análise específica por outros descritores (Geologia e Solos).
Refere-se que não estão previstos depósitos permanentes de terras, induzindo impactes visuais e estruturais negativos indiretos
sobre outros locais da paisagem.
n) Apresentar novas medidas de minimização face aos resultados da nova cartografia e da sua análise. Neste âmbito
incluir uma proposta de Projeto de Integração Paisagística da Central Fotovoltaica, como documento autónomo e
na qualidade de Projeto de Execução, devendo o mesmo ser elaborado por um Arquiteto Paisagista em colaboração
com o descritor Ecologia, e Património se aplicável, devendo prever, e como orientação geral, a constituição de
cortinas arbóreas, apenas de espécies autóctones locais a par de considerar as existentes a preservar de forma a
constituir-se igualmente uma estrutura verde.
Conforme o exposto nas respostas ao presente parecer, mais concretamente, no que se refere à reformulação da cartografia de
análise espacial e sua análise, não se consideram necessárias mais medidas de minimização específicas para a paisagem para além
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das já apresentadas no EIA. A elaboração de Projetos de Integração Paisagística justifica-se quando se verifica a afetação de
elementos naturais com valor ecológico ou ornamental, procedendo-se à sua recuperação ou compensação, ou quando se prevê
a afetação visual de focos de observadores relevantes na envolvente.
Da análise das características da paisagem, verificou-se que os atributos visuais presentes na área de intervenção se circunscrevem
aos afloramentos rochosos, salvaguardados, não na sua totalidade, mas na medida do possível na elaboração do Projeto
(conforme referido anteriormente).
No que se refere às características visuais do Projeto, verificou-se que o foco de maior afluência de observadores com potencial
visibilidade para a área de intervenção, a povoação de Quinta das Quebradas, se encontra a uma distância (3 000 m) a que a
acuidade visual se manifesta já muito comprometida, prevendo-se que o futuro elemento exógeno, se visível, determine uma
intrusão visual muito reduzida. Acresce que, deste foco de observadores, apenas apresentam visibilidade para a área de
intervenção os observadores presentes no casario que se desenvolve ao longo da estrada para sul, e que estes observadores
manifestam visibilidade apenas para uma área na extrema poente da área de intervenção, para a maioria da qual não estão
previstos painéis solares (vide Figura 1).
Constata-se igualmente que, na proximidade, existem apenas mais dois focos de observadores permanentes com potencial
visibilidade para a área de intervenção, Quinta de Colmeais e Picão das Pias, nos quais os observadores se restringem a cerca de
duas famílias. Da análise das suas bacias visuais, verifica-se que quinta de Colmeais se manifesta exposta, na generalidade, a uma
área para a qual não estão previstos painéis solares, e que do lugar de Picão das Pias se verifica visível apenas uma pequena área
na extrema noroeste coincidente com painéis solares (vide Figura 2). Importa mencionar que, no eixo visual entre o lugar de Picão
das Pias e a área visível dos painéis solares, existem já ocupações com estrato arbóreo com densidade e volumetria suficientes
para se assumirem como barreira visual, atenuando a intrusão visual gerada por estes elementos.
Por fim, no que se refere aos observadores temporários que visitam as capelas de Santa Marta e Santa Bárbara, verifica-se que,
dada a sua localização proeminente no território, não existem barreiras de vegetação que impeçam o prolongamento do eixo
visual na direção da área de intervenção, e que, relativamente aos observadores temporários associados à EN221, considera-se
que não se justifica a implementação de uma estrutura de vegetação ao longo desta estrada, uma vez que são escassos os seus
utilizadores. Para Fornos e Lagoaça, povoações a sul, o acesso é feito fundamentalmente a partir da N220, a sul, com ligação a
Torre de Moncorvo e ao IP2; e para Castelo Branco o acesso é realizado pelo IC5, justificando-se a passagem nesta estrada no seu
desenvolvimento contíguo à área de intervenção apenas no acesso de Lagoaça e Fornos a Bruçó, povoação presente a nascente.
Acresce que, contígua a esta estrada e à área de intervenção, existe já uma infraestrutura de grandes dimensões indutora de
impactes visuais negativos significativos: a subestação de Lagoaça.
Deste modo, nas medidas de minimização, o descritor Paisagem recomenda somente a recuperação de todas as áreas
intervencionadas durante a construção da Central Solar Fotovoltaica e Linha Elétrica, repondo, no mínimo, a situação existente.
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3.5. USO DO SOLO
a) Complementar a informação relativa às classes de espaços da Carta de Solos da Terra do Nordeste de Portugal
(UTAD) afetadas pela implementação do projeto da Central Solar Fotovoltaica de Lagoaça e Linha de Elétrica,
quantificando as áreas afetadas e percentagens em cada uma das categorias;
Conforme referido no Relatório Síntese do EIA da Central Solar Fotovoltaica de Lagoaça, de acordo com a Carta de Solos da Terra
do Nordeste de Portugal – Folha n.º 11, a área de estudo para implantação da Central Solar Fotovoltaica de Lagoaça abrange três
unidades cartográficas (UC): Bdog1 5.3 (coincidente também com a área de estudo da Linha Elétrica), Idog 3.1 (coincidente
também com a área de estudo da Linha Elétrica) e Idox 4.5 (vide Anexo 5).
As caraterísticas principais destes solos foram abordadas no referido documento.
Na Tabela 3, apresentam-se as áreas totais e relativas das várias unidades pedológicas presentes na área de estudo da Central
Solar Fotovoltaica e Linha Elétrica associada.
Tabela 3: Quantificação dos solos presentes na área de estudo da Central Solar Fotovoltaica de Lagoaça e Linha Elétrica.
SOLOS
ÁREA DE ESTUDO DA CENTRAL
SOLAR FOTOVOLTAICA DE LAGOAÇA ÁREA DE ESTUDO DA LINHA ELÉTRICA TOTAL
ÁREA (HA) % ÁREA (HA) % ÁREA (HA) %
Bdog1 5.3 58,7 47,8 2,8 75,7 61,5 48,6
Idog 3.1 53,5 43,5 0,9 24,3 54,4 42,9
Idox 4.5 10,7 8,7 0 0 10,8 8,5
b) Apresentar Carta do Uso do Solo (COS2015) à escala adequada com a sobreposição dos elementos que a constituem
nomeadamente, o estaleiro (fase de execução de obra), os geradores solares de corrente contínua, os inversores
(que convertem esta corrente em alternada), a rede interna subterrânea, os transformadores elevadores de tensão,
a subestação e o edifício de comando;
c) Complementar a informação com fotografias ilustrativas da ocupação de cada uma das classes de espaço das cartas
de Uso e Ocupação do Solo 2015 (COS2015) não só com a área da Central propriamente dita como também do
traçado (ou propostas de traçado para a Linha Elétrica de ligação à rede elétrica do SESP;
A área de intervenção foi afetada pelos incêndios de 2016, apresentando atualmente uma ocupação do solo dominado por matos,
pastagens e incultos e algumas parcelas de culturas arvenses de sequeiro, manifestando um estrato arbóreo muito disperso e
rarefeito, não sendo, a COS2015 representativa do uso atual da área de estudo (ocorreu, por exemplo, a extinção de ocupações
florestais, apresentadas na COS2015 constante no Anexo 5).
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As restantes classes de ocupação do solo que ocorrem na área de estudo, possuem uma representação diminuta, correspondentes
a linhas de escorrência natural de água, onde as formações ripícolas são raras, circunscrevendo-se a diminutos alinhamentos
pouco diversificados, dominados por freixos e choupos. As restantes espécies identificadas no terreno correspondem a
exemplares isolados de eucaliptos, pinheiros bravos e carvalhos e uma azinheira, a maioria de pequeno porte, identificando-se
apenas uma pequena plantação de folhosas, de pequeno porte e atualmente em regeneração após os últimos incêndios, no setor
sudoeste da área de intervenção. Para além mencionado, refere-se que o terreno é atravessado por caminhos não pavimentados
de acesso aos terrenos dispersos.
Relativamente à área de estudo da Linha Elétrica, refere-se que da mesma fazem parte áreas de matos e pastagens, a EN221, que
será obrigatoriamente atravessada por esta, e uma profusa rede de linhas elétricas associadas que ligam à subestação de Lagoaça
(vide Figura 11).
Seguidamente apresentam-se as fotografias ilustrativas da ocupação do solo.
Figura 5: Matos baixos e pastagens naturais. Figura 6: Culturas arvenses de sequeiro.
Figura 7: Linhas de escorrência natural de água com uma Mancha
de choupos.
Figura 8: Árvore isolada.
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Figura 9: Caminhos não pavimentados.
Figura 10: Área de intervenção pontuada de um estrato arbóreo muito disperso e rarefeito (tirada de sul para norte).
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Figura 11: Área de estudo da Linha elétrica.
d) Identificar nas peças desenhadas a localização do estaleiro.
Salienta-se, tal como referido anteriormente, que relativamente ao estaleiro principal, nesta fase, ainda não está definida a sua
localização. A sua seleção terá naturalmente em consideração aspetos como a facilidade de acesso e a ausência de
condicionalismos ambientais. Está prevista a sua localização numa das povoações próximas da área de intervenção,
previsivelmente na aldeia de Lagoaça, por forma a evitar situações de furtos e vandalismo. A localização exata será determinada
pelo empreiteiro em colaboração com o dono de obra e Junta de Freguesia.
Não obstante, no perímetro da obra, será instalado um contentor que servirá como ferramentaria. A localização deste contentor
encontra-se representado nas peças desenhadas apresentadas no Anexo 5.
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3.6. TERRITÓRIO
a) Complementar a cartografia apresentada com cartografia à escala adequada, incluindo a sobreposição da planta de
implantação da Central Solar Fotovoltaica, bem como todos os elementos que a constituem, e corredor de estudo
da Linha Elétrica em todos os Instrumentos de Gestão Territorial, Servidões e Restrições de Utilidade Publica em
vigor na área de estudo;
As peças desenhadas, solicitadas no presente ponto, apresentam-se no Anexo 6.
b) Complementar a informação com a quantificação de área afetada em cada uma das classes/categorias ocupadas
pela Central e corredor de estudo da Linha Elétrica;
Na Tabela 4 apresenta-se a área afeta a cada uma das diferentes classes de espaços definidas na planta de ordenamento do PDM
do concelho de Freixo de Espada à Cinta.
Tabela 4: Classes de ordenamento na área de estudo.
CLASSE DE ESPAÇOS ÁREA DE ESTUDO DA CENTRAL SOLAR FOTOVOLTAICA DE LAGOAÇA
ÁREA (ha) %
Espaço natural – Zona Norte da área de estudo; 34,3 27,9
Espaço agrícola protegido (RAN) – reconhecem-se duas manchas na área de estudo;
20,9 17,0
Espaço agrícola complementar – grande parte da área de estudo;
66,5 54,1
Espaço florestal (núcleos florestais) – ínfima parte a norte da área de estudo;
1,2 1,0
CLASSE DE ESPAÇOS ÁREA DE ESTUDO DA LINHA ELÉTRICA
ÁREA (ha) %
Espaço agrícola protegido (RAN) 0,7 18,9
Espaço agrícola complementar 3,0 81,1
Conforme referido no Relatório Síntese do EIA da Central Solar Fotovoltaica de Lagoaça, a área de estudo da Central Solar
Fotovoltaica interseta com duas manchas de RAN e uma pequena mancha de REN (cabeceiras de linha de água). Relativamente à
Linha Elétrica, de acordo com a Planta de condicionantes de Freixo de Espada à Cinta, parte do setor Este da área de estudo,
coincide com áreas de RAN.
Na Tabela 5, apresentam-se as áreas de RAN e REN presentes na área de estudo da Central Solar Fotovoltaica e Linha Elétrica.
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Tabela 5: Quantificação de áreas de RAN e REN presentes na área de estudo da Central Solar Fotovoltaica de Lagoaça e Linha Elétrica.
CLASSES ÁREA DE ESTUDO DA CENTRAL SOLAR FOTOVOLTAICA DE LAGOAÇA ÁREA DE ESTUDO DA LINHA ELÉTRICA TOTAL
ÁREA (ha) % ÁREA (ha) % ÁREA (ha)
RAN 20,9 17,0 0,7 18,9 21,6
REN 2,0 1,6 0 0 2,0
c) Calcular o Impacte Cumulativo no fator "Território" da presença da Pedreira nº 6314 referenciada no parecer da
DGEG;
A análise dos impactes cumulativos constitui um aspeto complexo, por um conjunto variado de fatores, nomeadamente a questão
da escala de análise e a própria identificação dos descritores que são objeto de análise.
Em termos cumulativos no fator território, salienta-se a maior ocupação de espaços afetos, como RAN e REN. De acordo com o
Estudo de Impacte Ambiental da Pedreira nº 6314, denominada “Lastra do Traugal”, a área da mesma não está incluída na RAN,
contudo, de acordo com a planta de Condicionantes do PDM de Mogadouro, esta área encontra-se classificada como REN que
considera a área como “áreas de máxima infiltração”. Por sua vez, verifica-se que a área de estudo da Central Solar Fotovoltaica
de Lagoaça interseta com duas manchas de RAN e uma pequena mancha de REN (cabeceiras de linha de água). Face ao exposto,
ambos os projetos apresentam um impacte cumulativo no que respeita à afetação de áreas de REN. Contudo, salienta-se que a
mancha de REN localizada na extrema sul da área de estudo do Projeto da Central Solar Fotovoltaica de Lagoaça, será apenas
afetada marginalmente, pelos painéis solares, considerando-se assim que o impacte cumulativo, apesar de negativo é pouco
significativo.
3.7. SOCIOECONOMIA
a) Caraterizar a área envolvente do projeto com identificação dos aglomerados populacionais, habitações dispersas e
eventuais recetores sensíveis existentes na área de estudo da central fotovoltaica, dos acessos e da linha elétrica;
A análise da situação atual face aos recetores sensíveis mostra que, na envolvente do Projeto, a presença humana é pouco
significativa, restringindo-se apenas a três aglomerados rurais de reduzida dimensão – Fornos e Lagoaça, a sul, e Quinta das
Quebradas, no quadrante noroeste –, e a escassas habitações dispersas associadas a quintas ou lugares, muitas delas
abandonadas. A Central Solar Fotovoltaica de Lagoaça, assim como a respetiva Linha Elétrica, serão pouco visíveis da envolvente,
dada a fraca presença humana no território, a significativa distância desta aos aglomerados referidos anteriormente (Lagoaça a
cerca de 2 100 m, Fornos a cerca de 2 800 m e Quinta das Quebradas a cerca de 3 000). Em suma, considera-se que o Projeto em
estudo, não terá impacte significativo no que se refere à afetação na vivência da população presente nos aglomerados mais
próximos, quer pela visibilidade, quer pela degradação dos níveis sonoros e qualidade do ar.
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Por outro aldo, a rede viária traduz igualmente a fraca presença humana deste território, circunscrevendo-se a uma estrada
principal, a EN221, que confronta com o setor Este do terreno para implantação da Central Solar Fotovoltaica de Lagoaça,
articulando a norte com a estrada municipal 569 e uma rede de caminhos não pavimentados dando acesso às quintas dispersas.
Salienta-se ainda, na envolvente da área de estudo, a presença das capelas de Santa Marta e Santa Bárbara, localizadas em
outeiros localizados a sul da área de estudo, contudo, são determinadas pela presença de visitantes, de caráter temporário, e
reduzida expressividade.
Na área de estudo onde se insere o Projeto da Central Solar Fotovoltaica de Lagoaça e respetiva Linha Elétrica não ocorre qualquer
aglomerado populacional ou habitação.
O recetor sensível mais próximo, localizado a cerca de 13 m a Oeste, corresponde a um edifício agrícola que apresenta alguma
ocupação humana de caráter temporário, não sendo por isso previsível que o Projeto em estudo possa a vir afetar a qualidade de
vida dos seus proprietários.
b) Indicar o atual uso do solo na área do projeto e das atividades eventualmente existentes, nomeadamente o eventual
uso como acesso a outras áreas;
A área de intervenção, foi afetada pelos incêndios de 2016, apresentando atualmente uma ocupação do solo dominado por matos,
pastagens e incultos e algumas parcelas de culturas arvenses de sequeiro, manifestando um estrato arbóreo muito disperso e
rarefeito, não se conhecendo na área de estudo qualquer atividade agrológica importante.
As restantes classes de ocupação do solo que ocorrem na área de estudo, possuem uma representação diminuta, correspondentes
a linhas de escorrência natural de água, onde as formações ripícolas são raras, circunscrevendo-se a diminutos alinhamentos
pouco diversificados, dominados por freixos e choupos. As restantes espécies identificadas no terreno correspondem a
exemplares isolados de eucaliptos, pinheiros bravos e carvalhos e uma azinheira, a maioria de pequeno porte, identificando-se
apenas uma pequena plantação de folhosas, de pequeno porte e atualmente em regeneração após os últimos incêndios, no setor
sudoeste da área de intervenção. Acresce os caminhos não pavimentados dando acesso aos terrenos dispersos, salientando-se
em particular um caminho em terra batida, no setor sul, que dá continuidade de acesso às várias quintas localizadas a Oeste da
área prevista para implantação da Central.
Relativamente à área de estudo da Linha Elétrica refere-se que da mesma fazem parte, áreas de matos e pastagens, a EN221, que
será obrigatoriamente atravessada por esta, e uma profusa rede de linhas elétricas associadas que ligam à subestação de Lagoaça.
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c) Proceder à avaliação dos impactes considerando a caraterização dos aspetos solicitados e indicação de medidas de
minimização desses impactes.
A degradação dos níveis sonoros e qualidade do ar local ocorrem geralmente em paralelo, dadas as fontes coincidentes que as
originam, sobretudo, a atividade de estaleiro, a circulação e funcionamento de maquinaria e as movimentações de terra nas
frentes de obra.
A elevação dos níveis sonoros e a emissão de poeiras e poluentes atmosféricos poderá ocorrer de forma pontual e em períodos
muito restritos com maior significância quando se verificam recetores sensíveis na envolvente próxima. Contudo, e tal como
referido anteriormente, na envolvente do Projeto, a presença humana é pouco significativa, por outro lado, atendendo à
implementação das boas práticas de gestão de obra e medidas gerais habitualmente em ação em fase de obra, o impacte esperado
sobre os aglomerados mais próximos será negligenciável, face à distância dos mesmos à área do Projeto. Contudo, a verificar-se,
este impacte será negativo, direto, ainda que temporário, pouco significativo, local, reversível e de magnitude reduzida (as ações
de obra são pouco intensas). Não se sugerem novas medidas de minimização, para além do já referido no EIA da Central Solar
Fotovoltaica de Lagoaça.
A ocupação do solo da área de estudo é dominada maioritariamente por matos, pastagens e incultos e algumas parcelas de
culturas arvenses de sequeiro, não se identificando, locais com características agrológicas importantes. O proponente negociará
com os proprietários dos terrenos a ocupação das parcelas, pelo que se considera que o Projeto traduz-se em benefícios
económicos para os proprietários, que cobrem os prejuízos de afetação da parcela de terreno. Este impacte será positivo, direto,
local, temporário (restrito à fase de construção e exploração do Projeto), reversível, de magnitude reduzida e pouco significativo,
face ao uso a que os terrenos se destinam.
Para além do mencionado, refere-se que o terreno é atravessado por caminhos não pavimentados de acesso às várias parcelas
existentes na área de estudo, salientando-se em particular um caminho em terra batida, no setor sul, que dá continuidade de
acesso às várias quintas localizadas a Oeste da área prevista para implantação da Central. Nesta fase de estudo prévio, prevê-se
que o mesmo venha a ser afetado pela implementação dos painéis, classificando-se este impacte como negativo, direto, ainda
que temporário e reversível (podendo ser restabelecido após o término da fase de exploração do Projeto), local, significativo e de
magnitude moderada.
Este impacte será minimizado com o restabelecimento de um caminho alternativo, fora dos limites da Central Solar Fotovoltaica,
com caraterísticas idênticas ao que irá ser afetado, nomeadamente em terreno natural e com material que permitirá a escorrência
e infiltração das águas no solo. No entanto, esta solução só poderá avançar com o acordo dos proprietários que atualmente
beneficiam desta acessibilidade. Em alternativa poderá ser considerado a manutenção do acesso existente, criando-se nesta
situação uma descontinuidade do layout da Central. A solução será encontrada em fase de projeto de execução e apresentada em
RECAPE.
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3.8. REFORMULAÇÃO DO RESUMO NÃO TÉCNICO
a) A introdução do Resumo Não Técnico (RNT) deve ser retificada uma vez que na página existe uma “gralha” onde é
referido “… EIncA” em vez de EIA.
b) O Resumo Não Técnico (RNT) reformulado deve ter em consideração os elementos adicionais solicitados e uma data
atualizada.
Juntamente com o presente aditamento entrega-se uma nova versão do Resumo Não Técnico, onde foram integradas as
alterações solicitadas.
Bibliografia
GARCÍA-RIPOLLÉS, C., LÓPEZ-LÓPEZ, P. & URIOS, V. (2011). Ranging behaviour of non-breeding Eurasian Griffon Vultures
Gypsfulvus: a GPS-telemetry study. ACTA ORNITHOLOGICA Vol. 46 (2011) No. 2
FERNANDEZ, C., AZKONA, P. & DONAZAR, J.A. (1998). Density‐dependent effects on productivity in the Griffon Vulture Gyps fulvus:
the role of interference and habitat heterogeneity. IBIS, Vol. 140 (64-69).