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Efeito do treino intervalado de alta intensidade no desempenho em Pólo Aquático
Orientador: Professor Doutor Pedro Figueiredo Co-orientador: Professor Doutor Ricardo Fernandes
Rui Diogo dos Reis Ferraz Porto, Setembro de 2014
Dissertação apresentada com vista à obtenção do 2º ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Treino do Alto Rendimento Desportivo ao abrigo do Decreto-lei nº 74/2006 de Março e do Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de Fevereiro
II
III
Ficha de Catalogação
Ferraz, R. (2014). Efeito do treino intervalado de alta intensidade no
desempenho em Pólo Aquático. Porto: Ferraz, R.
Dissertação para a obtenção do grau de Mestre em Treino de Alto Rendimento
Desportivo, apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.
PALAVRAS-CHAVE: PÓLO AQUÁTICO, AVALIAÇÃO E CONTROLO DE
TREINO, PROGRAMA DE INTERVENÇÃO, TREINO INTERVALADO DE
ALTA INTENSIDADE, NADO AMARRADO, ANÁLISE TEMPO-MOVIMENTO.
IV
V
“... e as frases são muitas vezes deixadas em aberto
por se desconhecer qual a melhor maneira de as terminar...”
Virginia Wolf
VI
VII
Agradecimentos
Ao Professor Doutor Pedro Figueiredo por todo o acompanhamento e
orientação, por me fazeres sair da minha zona de conforto, por me ensinares a
“fazer ciência” e mesmo longe estiveste sempre em cima do processo.
Ao Professor Doutor Ricardo Fernandes pela pertinente orientação e pelos
longos anos de ensinamentos.
Ao Professor Doutor João Brito pela clareza com que me ajudou a criar o
desenho do estudo e me ensinou a usar novas ferramentas que estavam fora
da minha área de conhecimento.
Aos meus pais e irmã, por todo o carinho e apoio incansável ao longo desta
caminhada.
A ti Aurelie por todo o apoio, preocupação, carinho e amor. Foste e continuas a
ser incansável. “...nunca na vida...”
Ao João Machado pelo excelente ano de estágio desenvolvido e pelo trabalho
que realizou, muito para além das suas obrigações. Por toda ajuda nas
recolhas de dados e por me “obrigar” a refletir ainda mais sobre a concepção
de treino. E claro pela longa amizade.
Ao Miguel Medeiros pelas horas de discussão em alturas de crises existenciais
e por me ajudar a perceber que por vezes a solução mais simples é a mais
adequada.
VIII
Ao Prof. Pedro Cardoso e ao Dr. Álvaro Monteiro por toda a disponibilidade ao
longo de todo o decorrer do trabalho.
Aos jogadores do CDUP e do Paredes, principais peças deste trabalho,
obrigado por toda a paciência, disponibilidade e abertura ao longo de todo o
processo. Sem vocês não seria possível.
À Professora Doutora Susana Soares pelas preciosas “dicas” relativas à
estatística e pela disponibilidade e paciência em transmitir o protocolo do nado
amarrado, mesmo com algumas dificuldades técnicas.
À Mestre Sofia Canossa, de professora de secundário, passando por
adversária no cais das piscinas e culminando como colaboradora na tese de
mestrado. Obrigado por toda a ajuda e disponibilidade.
À malta do MTARD, mestres e futuros mestres, Puka, Mónica, Tété, Manos
Vareta, Girão, Catarina, Ricardo, Guga, Lorenzo e Nuno. Fizeram um longo e
duro ano de trabalho parecer bem mais fácil.
IX
Índice
Agradecimentos ................................................................................................ VII
Índice ................................................................................................................. IX
Índice de Figuras ............................................................................................... XI
Índice de Tabelas ............................................................................................ XIII
Resumo ........................................................................................................... XVI
Abstract .......................................................................................................... XVIII
1. Introdução Geral ........................................................................................... 1
2. Avaliação e Controlo de Treino de duas equipas de Pólo Aquático da 1ª
Divisão ................................................................................................................. 5
3. Intensidade de jogo em Pólo Aquático – comparação entre 2 equipas da 1ª
divisão masculina .............................................................................................. 16
4. Efeito de um programa de intervenção de treino intervalado de alta
intensidade de 6 semanas em Pólo Aquático .................................................... 26
5. Discussão Geral .......................................................................................... 42
6. Conclusões finais ........................................................................................ 46
7. Bibliografia .................................................................................................. 48
X
XI
Índice de Figuras
Capítulo 2:
Figura 1 Esquema do Water Polo Intermittent Shuttle Test .............................. 10
Capítulo 3:
Figura 1 Duração relativa do tempo total (%) das categorias de intensidade da
equipa A ............................................................................................................. 22
Figura 2 Duração relativa do tempo total (%) das categorias de intensidade da
equipa B ............................................................................................................. 22
Capítulo 4:
Figura 1 Esquema do Water Polo Intermittent Shuttle Test .............................. 32
Figura 2 Minutos de jogo passados nas categorias de intensidade moderada
(IM) e alta intensidade (AI) ao longo dos 3 momentos de avaliação. *Diferenças
significativas entre os momentos de avaliação. ................................................ 38
Figura 3 Índice de fadiga (%) por equipa. .......................................................... 38
* Diferenças significativas entre os momentos de avaliação ............................. 38
XII
XIII
Índice de Tabelas
Capítulo 2:
Tabela 1. Valores médios ± DP da velocidade final do Water Polo Intermittent
Shuttle Test (WIST), distância total do WIST, força máxima no nado amarrado
(Fmax) e força média no nado amarrado (Fmed). ............................................. 12
Capítulo 3:
Tabela 1 Categorias de intensidade utilizadas na caracterização das ações de
jogo na análise Tempo-Movimento .................................................................... 20
Tabela 2 Valores médios ± DP do tempo registado em cada categoria de
intensidade por equipa. A magnitude do efeito é apresentada entre equipas por
categorias. ......................................................................................................... 21
Capítulo 4:
Tabela 1. Valores de velocidade para cada repetição do Water Polo Intermittent
Shuttle Test. ....................................................................................................... 33
Tabela 2 Categorias de intensidade utilizadas na caracterização das ações de
jogo na análise Tempo-Movimento .................................................................... 35
Tabela 3 Valores médios ± DP das diferentes categorias de Time-Motion
Analysis, da velocidade final do Water Polo Intermittent Shuttle Test (WIST),
distância total do WIST, força máxima no nado amarrado (Fmax), força média
no nado amarrado (Fmed) e índice de fadiga do nado amarrado (IF). ............. 37
XIV
XV
XVI
Resumo
O Pólo Aquático é um desporto composto por uma grande variedade de ações
intermitentes de alta intensidade. O conhecimento acerca destas ações, da sua
intensidade, da sua importância no resultado final e das áreas bioenergéticas
que as suportam, juntamente com o seu enquadramento num padrão tático,
poderão diferenciar equipas de diferentes níveis de desempenho. O objetivo
desta dissertação foi avaliar o efeito do treino intervalado de alta intensidade no
desempenho em Pólo Aquático. 11 jogadores de uma equipa de Pólo Aquático
da 1ª Divisão foram submetidos a um programa de treino de alta intensidade e
outros 11 jogadores de uma distinta equipa do mesmo nível competitivo
serviram de grupo controlo. O protocolo experimental consistiu em 3 momentos
de avaliação espaçados entre si 6 semanas. Nas últimas 6 semanas foi
aplicado um programa de intervenção de alta intensidade que consistiu na
realização da série 2x(5x50 m) crol com saída a 50 s, chegada abaixo de 35 s
e 2 min de intervalo entre séries, duas vezes por semana. As avaliações
consistiram em 15 m crol em sprint, no teste de 30 s máximo em nado
amarrado, no Water Polo Intermittent Shuttle Test e numa análise tempo-
movimento dos jogos que foram realizados desde a primeira avaliação. A
equipa experimental apresentou melhorias do 2º para o 3º momento de
avaliação nas variáveis: intensidade moderada, alta intensidade e índice de
fadiga. Verificaram-se ainda diferenças entre as duas equipas no 3º momento
de avaliação, nas variáveis: alta intensidade e Sprint com a equipa onde se
interveio a apresentar resultados mais elevados. Conclui-se que este programa
de intervenção foi importante na potencialização das capacidades inerentes à
realização de ações de alta intensidade ao longo do jogo, aumentando o ritmo
de jogo da equipa, mantendo-o elevado durante todo o jogo.
PALAVRAS-CHAVE: Pólo Aquático, Avaliação e controlo de treino, Programa de intervenção, Treino intervalado de alta intensidade, Nado amarrado, Análise Tempo-Movimento.
XVII
XVIII
Abstract
Water polo is a sport with high intensity intermittent efforts and multifaceted
actions. Knowledge about these actions, their intensity, importance in
performance and bioenergetical areas that support these actions, together with
the tactical plan regarding these actions may help to differentiate distinct levels
of performance. The aim of this dissertation was to evaluate the effect of a High
Intensity Interval Training (HIIT) in Water Polo performance. 11 players from a
Portuguese 1st Division team performed an HIIT program and other 11 players
from another Portuguese 1st Division team were defined as a control group. The
experimental protocol consisted in 3 moments of evaluation, divided by 6 weeks
between them. In the last 6 weeks the players performed a HIIT program. The
HIIT program consisted in the following: preforming a 2x(5x50 m) crawl set, with
a time under 35 s and departures every 50 s. Between each set the players
rested during 2 min. The program was performed twice a week during 6 weeks.
Measurements consisted in a 15 m front crawl sprint, 30 s max tethered
swimming, Water Polo Intermittent Shuttle Test and a Time-Motion Analysis of
the games played since the 1st evaluation. The experimental team improved the
values of moderate intensity, high intensity and fatigue index from the 2nd to the
3rd measurement. Also, there were some differences between both teams in the
last measurement in the high intensity and sprint values, with an advantage to
the experimental team. In conclusion, the HIIT program was important to
increase the ability to perform high intensity actions during the game, rising
game intensity values and keeping them high during the game.
KEYWORDS: Water Polo, Training Control, Intervention Program, HIIT, Tethered Swimming, Time-Motion Analysis.
1
1. Introdução Geral
O Pólo Aquático é o jogo desportivo mais antigo a integrar o quadro competitivo
dos jogos olímpicos, fazendo parte desse importante evento desde os jogos de
Paris em 1900. Apesar da sua longa história no espaço das atividades
desportivas, a literatura a seu respeito, no geral, bem como a nível de estudos
científicos têm sido escassas (Smith 1998). Apesar dessa lacuna, nos últimos
anos, têm sido desenvolvidas algumas pesquisas no âmbito da análise de jogo
(Lozovina 2004, Platanou 2004, Lupo 2007, D'Auria & Gabbett 2008, Tucher,
de Souza Castro et al. 2014), na temática das exigências fisiológicas que o
jogo coloca aos jogadores e equipas (Smith 1998, Mujika, McFadden et al.
2006, Platanou & Geladas 2006), bem como, em torno das questões
biomecânicas (Whiting, Puffer et al. 1985, McMaster, Long et al. 1991,
Lozovina, Pavičić et al. 2007, Lozovina & Lozovina 2009, de Jesus, Figueiredo
et al. 2012).
No âmbito da análise de jogo fazem a caracterização do esforço de acordo com
a posição específica em jogo, recorrendo ao total de metros nadados, ao
número e tempo de ações de alta intensidade. Fazem referencia ainda à
relação entre a origem do remate e a ocorrência de golo (Lozovina 2004,
Platanou 2004, Lupo 2007, D'Auria & Gabbett 2008, Tucher, de Souza Castro
et al. 2014).
Quanto às exigências fisiológicas do jogo verifica-se, recorrendo a indicadores
fisiológicos, que o Pólo Aquático é composto por ações intermitentes de alta
intensidade. Um dos testes utilizados para a avaliação fisiológica dos
jogadores de pólo aquático é o Water Polo Intermittent Shuttle Test, uma
ferramenta de avaliação física fiável, mimetizando as exigências fisiológicas
encontradas em jogo (Smith 1998, Mujika, McFadden et al. 2006, Platanou &
Geladas 2006).
Ao nível biomecânico verificou-se, por exemplo, diferenças entre os três tipos
de deslocamento baseado no crol: o crol com cabeça dentro de água, o crol
com cabeça fora de água e o crol com cabeça fora de água e condução de
2
bola. As diferenças encontram-se essencialmente entre o primeiro e os dois
últimos. Apesar disso os jogadores conseguem adaptar a sua coordenação
entre ação dos membros superiores, mantendo a propulsão e minimizando
variações intra-ciclo da velocidade horizontal do centro de massa durante os
três deslocamentos analisados (Whiting, Puffer et al. 1985, McMaster, Long et
al. 1991, Lozovina, Pavičić et al. 2007, Lozovina & Lozovina 2009, de Jesus,
Figueiredo et al. 2012).
As ações fundamentais desenvolvidas durante o jogo, tais como sprints,
rápidas mudanças de direção, remates e blocos defensivos ao remate oposto,
são ações de natureza explosiva e de alta intensidade dependentes
essencialmente, do ponto de vista energético, da ressíntese de ATP pela
fosfocreatina. Estas características do jogo, associadas às características
específicas do meio onde se desenrola, requerem uma condição física
adequada, envolvendo as capacidades e habilidades motoras necessárias para
a realização das ações específicas da modalidade (Pinnington, Dawson et al.
1988, Smith 1998, Aleksandrovic 2011).
Sabendo que as ações de alta intensidade são fundamentais no
desenvolvimento do jogo de Pólo Aquático de bom nível, será importante
adaptar o treino a esta realidade. O desempenho é desenvolvido através do
processo de treino, sendo nele envolvidas a combinação de diferentes
variáveis. Neste sentido, a cuidada monitorização destas variáveis, em cada
jogador, é um procedimento que é necessário ao longo dos períodos
competitivos, permitindo, aos treinadores, tomar decisões fundamentadas de
acordo com as necessidades específicas da equipa, procedendo às
adaptações necessárias no planeamento de treino, de forma a preparar os
seus jogadores para dar resposta às exigências da competição (Fernandes,
Garganta et al. 2012).
Dadas as características do jogo, a aplicação de um programa de treino
intervalado de alta intensidade poderá trazer vantagens do ponto de vista
físico, tanto na capacidade dos jogadores para realizarem ações de alta
intensidade, mas também na forma como as conseguem repetir num curto
espaço de tempo. Este tipo de programa tem apresentado melhorias quer no
3
sistema anaeróbio, mas também no sistema aeróbio (Laursen & Jenkins 2002).
O treino intervalado de alta intensidade é caracterizado por intervalos curtos de
atividade vigorosa, intercalados por períodos de recuperação de baixa
intensidade, por exemplo, 4-7 x 30 s em execução máxima com curtos
intervalos de recuperação (Gibala & Jones 2013).
Considerando a importância da avaliação para o melhor desempenho
desportivo, bem como a necessidade de criar estratégias para melhorar os
níveis de desempenho individuais e coletivos, este trabalho tem como
objetivos: i) efetuar a avaliação e comparação do desempenho físico de
jogadores de Pólo Aquático do campeonato nacional sénior da 1ª Divisão de
Portugal, considerando as exigências metabólicas do jogo (Capítulo 2); ii)
verificar se os índices de intensidade em jogo são diferentes em duas equipas
de Pólo Aquático da 1ª divisão do campeonato nacional de seniores masculino
(Capítulo 3); iii) Avaliar o efeito de um programa de intervenção de treino
intervalado de alta intensidade, de 6 semanas, numa equipa sénior de Pólo
Aquático da 1ª divisão do campeonato nacional de seniores masculino
(Capítulo 4).
4
5
2. Avaliação e Controlo de Treino de duas equipas de Pólo Aquático da 1ª Divisão
6
7
AVALIAÇÃO E CONTROLO DE TREINO DE DUAS EQUIPAS DE PÓLO AQUÁTICO DA 1ª DIVISÃO
Rui Ferraz1, João Brito1, Ricardo J. Fernandes1,2, Pedro Figueiredo1,3
1 Centro de Investigação Formação Intervenção e Inovação em Desporto,
Faculdade de Desporto, Universidade do Porto, Porto, Portugal 2 Laboratório de Biomecânica do Porto, Universidade do Porto, Porto, Portugal 3 Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul,
Brasil
Objetivo: Efetuar a avaliação e comparação do desempenho físico de
jogadores de Pólo Aquático do campeonato nacional sénior da 1ª Divisão de
Portugal, considerando as exigências metabólicas do jogo. Métodos: 20
jogadores de duas equipas do campeonato nacional sénior masculino da 1ª
Divisão foram avaliadas com recurso a um teste de nado amarrado, um
sprint de 15 m e ao water polo intermittent shuttle test (WIST). Resultados:
Não se verificaram diferenças entre as equipas (p=0,07), no entanto a equipa
B apresentou uma tendência para percorrer mais metros no WIST
(magnitude de efeito de 1,58). Conclusão: A aptidão aeróbia e anaeróbia
dos jogadores será semelhante ou, pelo menos, não é limitativa de uma boa
prestação em jogo.
Palavras chave: Pólo Aquático; Nado amarrado; Water Polo Intermittent
Shuttle Test.
INTRODUÇÃO: O Pólo Aquático é uma modalidade coletiva olímpica jogada à
mais de um século. Enquanto as regras do jogo têm evoluído ao longo dos
anos a exigência fisiológica do jogo manteve-se como uma característica
marcante. Apesar da sua longa história, as pesquisas científicas são escassas
(Smith 1998). No entanto, nos últimos anos, têm sido realizados alguns
8
trabalhos no âmbito da análise de jogo (Lozovina 2004, Lupo 2007, Tucher, de
Souza Castro et al. 2014), das exigências fisiológicas do jogo (Smith 1998,
Mujika, McFadden et al. 2006, Platanou & Geladas 2006, Melchiorri, Padua et
al. 2010), das diferenças antropométricas em testes motores de acordo com a
posição específica (Lozovina, Durović et al. 2009, Tan, Polglaze et al. 2009,
Ferragut, Abraldes et al. 2011) ou mesmo de análise de jogo e padrões tático
(Platanou 2004, Lupo 2007, Escalante, Saavedra et al. 2012, Lupo, Condello et
al. 2012).
O Pólo Aquático é um desporto caracterizado por esforços intermitentes de alta
intensidade intercalados por curtos períodos de intensidade baixa a moderada
(Hughes 2006), suportando as suas ações essencialmente na potência aeróbia
e no limiar anaeróbio (LAN) dos jogadores. A resposta cardíaca durante o jogo
revela que uma grande percentagem do jogo (58,7%) se desenvolve
desempenhando esforços de alta intensidade acima do LAN. Por outro lado,
uma menor percentagem do jogo foi desenvolvida através de esforços abaixo
deste limiar (41,3%). Em média, ao longo do jogo, a intensidade de exercício
aproxima-se ao valor correspondente ao LAN (Platanou & Geladas 2006).
Apesar dos dados apresentados, as ações com mais preponderância no jogo
são explosivas, demonstrando também uma necessidade considerável de
ressíntese de ATP pela fosfocreatina. É então necessário que os jogadores
tenham a capacidade de dar resposta não só às exigências metabólicas do
jogo, mas também às exigências motoras e ações técnicas da competição
(Pinnington, Dawson et al. 1988, Smith 1998, Aleksandrovic 2011).
O controlo do treino e a avaliação de atletas são, atualmente, ferramentas
fundamentais no aumento da eficiência do processo de treino (Fernandes,
Oliveira et al. 2013). No contexto desportivo a performance é desenvolvida
através do processo de treino, sendo nele envolvidas a combinação de
diferentes variáveis. A monitorização destas variáveis deve ser feito do ponto
de vista individual e coletivo com vista a dar resposta às exigências do sistema
de jogo da equipa. Esta monitorização é fundamental tanto nos períodos
preparatórios como nos períodos competitivos, permitindo aos treinadores
tomar decisões fundamentadas de acordo com as necessidades da sua equipa,
9
procedendo às adaptações necessárias no planeamento de treino (Fernandes,
Garganta et al. 2012).
Considerando a necessidade de se contemplar o procedimento “avaliação” no
processo de treino, no intuito de se obterem dados que permitam melhorar o
desempenho desportivo, o presente estudo teve como objetivo avaliar e
comparar o desempenho físico de jogadores de Pólo Aquático do campeonato
nacional sénior da 1ª Divisão de Portugal, considerando as exigências
metabólicas do jogo.
MÉTODOS: A amostra foi constituída por jogadores de campo de duas equipas
do campeonato nacional sénior masculino da 1ª Divisão, todos do escalão
sénior. A equipa A (n=10; 23,0 ± 2,9 anos de idade, 1,77 ± 0,05 m de altura e
74,9 ± 10,2 kg de massa corporal) e a equipa B (n=10; 26,0 ± 2,3 anos de
idade, 1,78 ± 0,04 m de altura e 77,6 ± 8,9 kg massa corporal), aquando da
realização do estudo, estavam classificadas em 2º e 6º, respetivamente, no
Campeonato Nacional Sénior. Todos os jogadores foram informados acerca do
protocolo de avaliação antes da realização dos testes e deram o seu
consentimento para a realização dos mesmos. Os jogadores foram avaliados
após a 14ª jornada do campeonato. Os testes foram realizados na piscina onde
os clubes treinam regularmente, sendo ambas cobertas, com 25 m de
comprimento e água aquecida. Todos os sujeitos realizaram 400 m livres de
aquecimento a uma intensidade baixa a moderada.
Após o aquecimento todos os jogadores realizaram o Water Polo Intermittent
Shuttle Test (WIST) e após um período mínimo de 5 min de repouso,
realizaram um teste máximo de nado amarrado durante 30 s. O WIST consistiu
na realização de 2 x 7,5 m em percursos de vaivém com incrementos de
velocidade controlados por sinais sonoros. A distância do percurso foi
delimitada por 2 pistas que distavam 7,5 m entre si, afastadas pelo menos 2 m
da parede para impedir que os jogadores avaliados a empurrassem no
arranque ou na viragem a cada repetição (conforme Figura 1).
10
Figura 1 Esquema do Water Polo Intermittent Shuttle Test.
Os participantes foram informados que deveriam esperar pelo início do teste
como se do início do jogo se tratasse, começando a nadar mal ouvissem o
sinal sonoro. Foram também informados que deveriam ajustar a velocidade de
nado para que chegassem ao separador de pista, onde iriam realizar a
mudança de direção, a tempo do segundo sinal sonoro. Deveriam então tocar e
largar, de imediato, esse separador de pista, a fim de realizar a mudança de
direção o mais rapidamente possível para, seguidamente, nadarem em direção
ao ponto de partida procurando chegar a tempo do terceiro sinal sonoro. O
teste foi realizado em crol, sendo apenas necessário que os jogadores
emergissem a cabeça aquando da aproximação à pista para ouvirem os sinais
sonoros. Entre repetições, os jogadores aguardavam 10 s sem qualquer tipo de
apoio fixo. Quando os jogadores falhavam a chegada à pista de
partida/chegada por uma distância superior a 1 ação dos membros superiores
aquando do terceiro sinal sonoro, foi-lhes dado um aviso, sendo eliminados do
teste quando falhavam pela segunda vez. Após terminarem o teste, foi
registada a velocidade final e o último percurso realizado, sendo o resultado do
teste a distância total percorrida em metros.
11
Os incrementos de velocidade que ocorreram ao longo do teste da 1ª à 11ª
repetições foram os seguintes: 1,03, 1,20, 1,25, 1,36, 1,43, 1,43, 1,43, 1,44
1,45, 1,46, 1,46 m/s. A partir da 11ª repetição registam-se incrementos de
velocidade de 0,05 m/s a cada 8 repetições (Mujika, McFadden et al. 2006).
No teste máximo de nado amarrado os jogadores realizaram 30 s de nado crol.
O sistema completo incluiu um cinto de material sintético, com sistema de
fecho em PVC, que foi colocado na cintura do jogador e ao qual foi fixado um
cabo de aço maleável (não extensível), revestido por um tubo de proteção de
borracha.
O cabo foi ligado, por meio de um mosquetão de aço, a uma célula de carga
(transdutor de força, Globus, Itália), com capacidade de medida até 500 kg e
capaz de registar dados a uma frequência de 100 Hz. A célula, por sua vez, foi
fixada ao bloco de partida por meio de um sistema constituído por um
mosquetão, uma câmara de ar de pneu de bicicleta, dobrada três vezes em
oito, um mosquetão e uma correia de aço. A câmara-de-ar foi colocada com o
intuito de amortecer os impulsos negativos sofridos pelo nadador após as
ações propulsivas. A célula de carga estava ligada ao sistema de aquisição de
dados Ergo Meter (Globus, Itália), o qual, por sua vez, foi conectado a um
computador, onde foi instalado o software GRAPH (Globus, Itália) e exportados
os respectivos dados para um ficheiro Excel.
Foi avaliada a curva f-t de cada sujeito, registados os valores máximo de força
(Fmax) e a média dos valores da força ao longo da realização do teste (Fmed).
O teste iniciou-se com um sinal sonoro, estando os sujeitos na posição
horizontal de sustentação com o cabo completamente estendido. A recolha de
dados começou após o primeiro ciclo de membros superiores de forma a evitar
o efeito inercial da extensão do cabo após o primeiro momento de propulsão.
O tratamento estatístico realizado baseou-se na análise exploratória dos dados,
assim como no cálculo das médias e desvios-padrão para as variáveis em
estudo. Para a comparação entre as equipas utilizou-se um t-test de medidas
independentes, bem como o cálculo da magnitude do efeito (Cohen’s d). O
critério para a interpretação da magnitude do efeito foi baseado em Cohen
(1988) que sugeriu que valores de 0,2, 0,5 e 0,8 como pequena, moderada e
12
elevada magnitude de efeito, respetivamente. Recorreu-se ao programa SPSS
Statistics, versão 20.0 para o tratamento de dados. A normalidade da
distribuição da amostra foi verificada e confirmada (Shapiro-Wilk) e a
significância estatística foi considerada para p < 0,05.
RESULTADOS: Na Tabela 1 são apresentados os resultados dos parâmetros
avaliados no WIST e no nado amarrado. Não se verificaram diferenças
estatisticamente significativas nos parâmetros avaliados entre as duas equipas,
mas verificou-se uma tendência para a equipa B percorrer uma distância
superior no WIST comparativamente com a equipa A (p = 0,07) com uma
magnitude do efeito elevada de 1,58.
Tabela 1. Valores médios ± DP da velocidade final do Water Polo Intermittent Shuttle Test
(WIST), distância total do WIST, força máxima no nado amarrado (Fmax) e força média no
nado amarrado (Fmed).
Teste Parâmetros Equipa A (n = 10)
Equipa B (n = 10)
Magnitude de efeito (Cohen’s
d) WIST Velocidade final (m.s-1) 1,42 ± 0,02 1,45 ± 0,02 1,58
Distância (m) 90 ± 17 117 ± 36 0,99
Nado Amarrado Fmax (N) 250,9 ± 48,8 280,6 ± 56,2 0,59
Fmed (N) 99,9 ± 24,0 113,1 ± 27,5 0,54
DISCUSSÃO: Este trabalho pretendeu avaliar e comparar o desempenho físico
de jogadores de Pólo Aquático do campeonato nacional sénior da 1ª Divisão de
Portugal, considerando as exigências metabólicas do jogo. Verificou-se que os
resultados da velocidade final e da distância percorrida, para as duas equipas,
obtidos através do teste WIST foram semelhantes aos encontrados na literatura
para uma equipa feminina sénior classificada em 7º lugar do campeonato
nacional de clubes australiano. Seleções de elite femininas apresentaram
valores médios de 1,52 m/s de velocidade final e 270 m percorridos (Tan,
Polglaze et al. 2009).
Relativamente aos dados do nado amarrado verificaram-se valores de Fmax
superiores aos referidos na literatura, para um protocolo idêntico, relativamente
13
a nadadores juniores cujos valores de Fmax foram 89,8 ± 22,13 N (Morouço,
Vilas-Boas et al. 2012). Num outro estudo realizado em jogadores de Pólo
Aquático séniores registaram-se valores de 120,0 ± 22,7 N (Strojnik & Stumbelj
2000). Na presente amostra registaram-se valores superiores a esses últimos,
tanto na equipa A como na equipa B, no entanto, os resultados daquela
pesquisa apenas podem servir como indicador, uma vez que o protocolo de
avaliação apenas considerou 4 ciclos de ação de membros superiores para a
obtenção da Fmax, contrariamente ao utilizado no presente estudo no qual foi
considerado um teste máximo de 30 s de nado amarrado.
Além da necessidade da análise isolada e em conjunto de diferentes
indicadores de desempenho físico, não apenas para o Pólo Aquático, mas em
qualquer modalidade, há que se considerar, também, a análise dos efeitos
desses indicadores nas estratégias de jogo e nas habilidades individuais dos
jogadores. Pesquisas sobre o desempenho no Pólo Aquático tem sido
realizadas, utilizando basicamente indicadores fisiológicos. No entanto, sendo
esta uma modalidade na qual as interações jogador-meio aquático-
companheiros estão constantemente presentes, a análise dos indicadores
táticos torna-se fundamental para uma compreensão global do desempenho
final (Rechichi, Dawson et al. 2000, Mujika, McFadden et al. 2006, Tan,
Polglaze et al. 2010).
São focados na literatura indicadores táticos de sucesso (Canossa 2009), na
qual os pesquisadores referem que as equipas de elite apresentam uma
percentagem maior de concretização de superioridades numéricas, bem como,
um estilo de jogo que fomenta a ação de contra ataque, estando esta opção
tática relacionada com uma maior probabilidade de vencer o jogo. Por outro
lado, as equipas de segundo plano apresentam dificuldades em situações de
superioridade e inferioridade numérica, bem como nas ações de bloco
defensivo.
A análise de indicadores táticos possibilita a obtenção de informação
fundamental que viabilizará a alteração do processo de treino no sentido de
melhorar a resposta por parte dos jogadores às situações do jogo, bem como,
14
de aumentar a eficácia da equipa nestas situações que são potenciadoras de
sucesso.
Os resultados encontrados no presente estudo demonstram que há ainda um
grande trabalho a ser feito no sentido de encurtar as diferenças relativamente
aos valores encontrados em equipas e seleções de elite.
CONCLUSÃO: Considerando as duas equipas avaliadas, não foram
observadas diferenças nos parâmetros avaliados, apesar da sua diferente
classificação no campeonato nacional de séniores masculinos da 1ª Divisão.
Foi observada uma tendência para uma maior distância percorrida pelos
jogadores da equipa B no teste WIST. Este aspecto revela que a aptidão
aeróbia e anaeróbia dos jogadores será semelhante ou pelo menos não é
limitativa de uma boa prestação em jogo.
RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS ESTUDOS: Para futuras pesquisas
será interessante investigar que padrões táticos as equipas analisadas
evidenciam, para se tentar melhor perceber o que de facto as diferencia.
15
16
3. Intensidade de jogo em Pólo Aquático – comparação entre 2 equipas da 1ª divisão
masculina
17
18
INTENSIDADE DE JOGO EM PÓLO AQUÁTICO - COMPARAÇÃO ENTRE DUAS EQUIPAS DA 1ª DIVISÃO
Rui Ferraz1, Sofia Canossa1, João Brito1, Ricardo J. Fernandes1,2, Pedro
Figueiredo1,3
1 Centro de Investigação Formação Intervenção e Inovação em Desporto,
Faculdade de Desporto, Universidade do Porto, Porto, Portugal 2 Laboratório de Biomecânica do Porto, Universidade do Porto, Porto, Portugal 3 Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul,
Brasil
Objetivos: Verificar se os índices de intensidade em jogo são diferentes em
duas equipas seniores de Pólo Aquático da 1ª divisão do campeonato
nacional de seniores masculino. Métodos: 22 jogadores pertencentes a
duas equipas da 1ª divisão masculina, da categoria sénior, foram observados
e analisados em 3 jogos aquando da sua participação no campeonato
nacional da época desportiva de 2013/2014. Para a operacionalização do
estudo recorreu-se a uma análise de Tempo-Movimento. Para a análise de
dados realizou-se um t-test de medidas independentes para se compararem
os valores obtidos pelas equipas, nas categorias de análise consideradas
(p<0.05). Resultados: Não existiram diferenças entre as duas equipas nas
categorias de intensidade definidas (p>0.05). No entanto, a equipa A tende a
apresentar valores médios de alta intensidade superiores à equipa B.
Conclusão: A equipa A tende a apresentar valores mais altos de alta
intensidade. As ações de alta intensidade poderão ser fatores
diferenciadores de performance.
Palavras chave: Pólo Aquático; Análise Tempo-Movimento; Análise da
performance desportiva.
19
INTRODUÇÃO: Em várias modalidades desportivas, verifica-se atualmente um
desenvolvimento significativo dos sistemas de análise da performance e das
respetivas componentes consideradas, apoiado pela evolução tecnológica
associada à análise desportiva (Seco 2007). Este avanço também se tem
verificado no Pólo Aquático. Apesar da crescente preocupação em
compreender o Pólo Aquático em todas as suas variáveis, a literatura continua
a focar que existem poucos estudos que permitam uma melhor compreensão
sobre as exigências da modalidade a nível técnico, tático (Platanou 2004,
Melchiorri, Padua et al. 2010) e também fisiológico (D'Auria & Gabbett 2008).
A investigação do jogo reveste-se de particular importância, pois é nessa
situação real que os jogadores atuam e revelam as suas capacidades e
limitações. Posto isto, surgiram algumas pesquisas orientadas para a
observação e análise das interações táticas, que decorrem ao longo dos
diferentes momentos do jogo, e a sua relevância para o sucesso neste (Argudo
2009, Izzo, Di Tore et al. 2012, Lupo, Condello et al. 2012, Tucher, de Souza
Castro et al. 2014). Surgiram também, alguns estudos centrados na
compreensão sobre as intensidades de esforço que ocorrem durante os jogos
(Hughes 2006, Platanou 2009). Porém, sob o ponto de vista das características
do esforço e particularmente no que respeita à sua intensidade, a informação
sobre os jogadores e equipas não se encontra ainda sistematizada.
De acordo com o estudo de Canossa (2009), o método de jogo de contra-
ataque é um indicador de sucesso, o que pressupõe o desenvolvimento de
ações de jogo a uma intensidade elevada. Também Hughes (2006) refere que
81% da distância percorrida durante o jogo ocorre a uma intensidade igual ou
superior a 80% máximo. Estes dados são possíveis de obter através de
estudos de análise do tempo-movimento. Estas pesquisas possibilitam a
obtenção de dados sobre a posição do atleta em função do tempo, a análise
das suas ações como a distância total percorrida, a distribuição de velocidades,
o número, o tipo e a frequência dos deslocamentos (Seco 2007).
Desta forma, o presente estudo teve como objectivo verificar se os índices de
intensidade em jogo são diferentes em duas equipas seniores de Pólo Aquático
da 1ª divisão do campeonato nacional de seniores masculino.
20
MÉTODOS: A amostra foi constituída por jogadores de campo de duas equipas
do campeonato nacional sénior masculino da 1ª Divisão, pertencentes ao
escalão sénior. A equipa A (n=10; 23,0 ± 2,9 anos de idade, 1,77 ± 0,05 m de
altura e 74,9 ± 10,2 kg de massa corporal) e a equipa B (n=10; 26,0 ± 2,3 anos
de idade, 1,78 ± 0,04 m de altura e 77,6 ± 8,9 kg massa corporal). Aquando da
realização do estudo, as equipas alvo de estudo eram a 2º e 6º classificadas,
respetivamente, num total de 8 equipas, do Campeonato Nacional Sénior.
Todos os jogadores foram informados acerca do protocolo de avaliação, tendo
consentido a realização do estudo. Os jogadores foram avaliados nas 14ª, 15ª
e 16ª jornada do campeonato, na fase regular do mesmo, quartos de final da
taça de Portugal e meia final do campeonato nacional (equipa A). Foram
observados 3 jogos de cada equipa, sendo que um destes encontros colocou
em confronto direto as duas equipas avaliadas. Recorreu-se à gravação em
vídeo dos encontros utilizando 1 câmara (Sony Handycam HDR-CX160E)
suportada por um tripé, posicionada num canto da bancada do público, de
forma a garantir o enquadramento de todo o campo de jogo. Registaram-se
todas as ações dos jogadores e intensidades das mesmas.
Com base na literatura da especialidade (Smith 1998, Hughes 2006, Platanou
& Geladas 2006) foram definidas categorias de intensidade a registar, como
demonstra a Tabela 1.
Tabela 1 Categorias de intensidade utilizadas na caracterização das ações de jogo na análise
Tempo-Movimento
Categorias de
intensidade
Ações características
Parado • Retropedalagem s/ contacto • Interrupção do tempo de jogo
Baixa Intensidade
• Ataque/Defesa posicional s/ oposição ativa do defensor direto
Intensidade Moderada
• Transições ofensivas/defensivas s/ objetivo de ganhar vantagem sobre o oponente direto
• Circulação de bola ofensiva s/ objetivo de atacar a baliza
Alta Intensidade
• Sprints • Contacto de oposição c/ o defensor/atacante • Remates, simulações e outras ações c/ bola c/ objetivo ofensivo • Aguentar pressão, sofrer falta
21
Efetuou-se uma análise exploratória dos dados, calculando-se as médias e
desvios-padrão para as variáveis em estudo. Para a comparação entre as
equipas foi utilizado um teste paramétrico, t-test de medidas independentes,
bem como calculada a magnitude do efeito (Cohen’s d). Magnitudes do efeito
de 0,2, 0,5 e 0,8 foram consideradas pequenas, moderadas e elevadas,
respetivamente. Recorreu-se ao programa SPSS Statistics, versão 20.0 para o
tratamento de dados. A normalidade da distribuição da amostra foi verificada e
confirmada (Shapiro-Wilk), e a significância estatística foi considerada para p <
0,05.
RESULTADOS: Os valores de tempo observados em cada categoria de
intensidade, por equipa, são apresentados na Tabela 2.
Tabela 2 Valores médios ± DP do tempo registado em cada categoria de intensidade por
equipa. A magnitude do efeito é apresentada entre equipas por categorias.
Equipa Duração (min)
Parado Baixa Intensidade
Intensidade Moderada
Alta Intensidade
A 7,6±1,6 13,2±1,3 5,6±1,3 2,5±1,3
B 7,8±0,6 15,8±1,7 6,6±0,9 2,1±0,2
Magnitude do efeito
0,17 1,80 0,94 0,45
Verificou-se que não existem diferenças com significado estatístico entre as
duas equipas nas categorias de intensidade definidas (p > 0,05). No entanto,
verificou-se que a equipa A tende a apresentar valores médios de alta
intensidade (AI) superiores à equipa B, com uma magnitude de efeito
moderada de 0,45. Verificou-se ainda que os valores de baixa intensidade (BI)
e de intensidade moderada (IM) tendem a ser superiores na equipa B, com
uma magnitude de efeito elevada de 1,80 e 0,94, respetivamente. Na figura 1 e
2 são apresentadas as categorias de intensidade em percentagem do tempo
total de jogo para a equipa A e equipa B, respetivamente.
22
Figura 1 Duração relativa do tempo total (%) das categorias de intensidade da equipa A
Figura 2 Duração relativa do tempo total (%) das categorias de intensidade da equipa B
DISCUSSÃO: O presente estudo propôs-se a verificar se os índices de
intensidade em jogo são diferentes em duas equipas de Pólo Aquático da 1ª
divisão do campeonato nacional de seniores masculino.
Os resultados obtidos neste estudo apontam para a não ocorrência de
diferenças estatisticamente significativas entre as duas equipas estudadas, nas
categorias de intensidade definidas. Porém, verificou-se uma tendência da
equipa B em apresentar valores de BI e IM superiores à equipa A, o que parece
demonstrar que as ações desenvolvidas em jogo são essencialmente de baixa
e moderada intensidade. Por seu lado, é possível verificar-se uma tendência da
equipa A para desenvolver o seu jogo, em determinados momentos, de forma
mais intensa do que a equipa B, uma vez que 8,8% do tempo total do seu jogo
é desenvolvido em ações de AI comparativamente com 6,5% da equipa B. Este
26,2
45,5
19,4
8,8 Parado
Baixa Intensidade
Intensidade Moderada
Alta Intensidade
24,1
48,9
20,5
6,5 Parado
Baixa Intensidade
Intensidade Moderada
Alta Intensidade
23
aspeto pode indicar que os jogadores da equipa A têm uma maior capacidade
para desenvolver ações de alta intensidade comparativamente com os
jogadores da equipa B, podendo esta capacidade ser explicativa da diferença
de classificação verificada entre as duas equipas.
No que concerne às percentagens encontradas para a categoria de AI (equipa
A - 8,8% e a equipa B - 6,5% do tempo total de jogo), os resultados do
presente estudo são discordantes com os encontrados por Hughes (2006),
D'Auria & Gabbett (2008) e Platanou (2009). Estes últimos autores fazem
referência a ações de alta intensidade numa percentagem superior a no
mínimo 50% do tempo total de jogo. Mesmo se considerarmos as duas
categorias de intensidade mais elevadas do presente estudo (IM e AI)
encontramos percentagens médias de 28.2% tempo total de jogo para a equipa
A e 27% de tempo total de jogo para a equipa B acima da intensidade referida
o que se revela, ainda assim, um valor bastante inferior aos referidos por
Hughes (2006), D'Auria & Gabbett (2008) e Platanou (2009). Este poderá ser
um fator explicativo sobre a diferença de níveis competitivos entre as equipas
Portuguesas e as de elite. Estas diferenças podem também ter origem em tipos
e metodologias de treino diferentes que não sejam adequados às exigências do
jogo. As diferenças encontradas verificam-se também devido a diferenças
metodológicas na definição das categorias. Hughes (2006) definiu as ações de
alta intensidade como 80 a 100% da capacidade máxima dos jogadores,
D'Auria & Gabbett (2008) dividiram as ações de jogo em 4 categorias
(confronto direto, nado com oposição, nado livre e posição base), sendo estas
categorias divididas em 3 níveis de intensidade subjetivos. Por fim, Platanou
(2009) definiu as ações de alta intensidade de acordo pressupostos
fisiológicos, recorrendo a avaliações de lactato, oximetria e ritmo cardíaco.
Conclusão: No presente estudo, observa-se uma tendência da equipa A em
superar a equipa B na percentagem de desenvolvimento de ações de jogo de
AI, o que parece concordante com a diferença classificativa de ambas as
equipas no campeonato nacional da 1ª divisão. Os resultados obtidos são
fundamentais para a obtenção de informação concreta sobre a intensidade a
24
que é desenvolvido o jogo. A maior ou menor intensidade com que as equipas
desenvolvem as suas ações, poderá ser um fator discriminante quanto à sua
performance.
RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS ESTUDOS: Será interessante aplicar
um plano de treino que vá de encontro ao desenvolvimento das capacidades
físicas preponderantes no desempenho.
25
26
4. Efeito de um programa de intervenção de treino intervalado de alta intensidade de 6
semanas em Pólo Aquático
27
28
EFEITO DE UM PROGRAMA DE INTERVENÇÃO DE TREINO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE DE 6 SEMANAS EM PÓLO AQUÁTICO
Rui Ferraz1, João Brito1, Ricardo J. Fernandes1,2, Pedro Figueiredo1,3
1 Centro de Investigação Formação Intervenção e Inovação em Desporto,
Faculdade de Desporto, Universidade do Porto, Porto, Portugal 2 Laboratório de Biomecânica do Porto, Universidade do Porto, Porto, Portugal 3 Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul,
Brasil
Objetivo: Avaliar o efeito de um programa de intervenção de treino
intervalado de alta intensidade, de 6 semanas, numa equipa sénior de Pólo
Aquático da 1ª divisão portuguesa. Métodos: 11 jogadores de uma equipa
do campeonato nacional sénior masculino da 1ª Divisão foram submetidos a
um programa de intervenção de treino intervalado de alta intensidade,
durante 6 semanas. Outros 11 jogadores de uma equipa distinta serviram de
grupo controlo. Realizaram-se avaliações em 3 momentos distintos,
separados 6 semanas entre si, com recurso a um teste de nado amarrado,
um sprint de 15 m, ao water polo intermittent shuttle test (WIST) e a uma
análise tempo-movimento em jogo. Resultados: Os resultados mostram que
o treino intervalado de alta intensidade apresenta vantagens na realização de
ações de alta intensidade, aumentando a predominância destas ações em
jogo (p<0,05). Conclusão: Após a aplicação do programa de intervenção de
treino de alta intensidade, o tempo de ações de alta intensidade aumentou
no jogo, e o índice de fadiga diminui. Este estudo sugere que esta
metodologia de treino facilita a predisposição dos jogadores a realizar ações
de alta intensidade em jogo.
Palavras chave: Pólo Aquático; Avaliação e Controlo de Treino; Programa de
intervenção; Treino Intervalado de Alta Intensidade; Análise Tempo-Movimento;
Nado Amarrado.
29
INTRODUÇÃO: O Pólo Aquático é um jogo desportivo em que as principais
ações são desenvolvidas a alta intensidade, com acelerações entre os 7 e 14 s,
intercaladas com períodos de moderada intensidade (Smith 1998). Estas
características demonstram que o Pólo Aquático é uma modalidade, do ponto
de vista energético, com uma forte contribuição aeróbia e anaeróbia. Assim
sendo, o Pólo Aquático tem uma grande exigência energética e o treino deve
estar adaptado de forma a dar resposta às exigências do jogo. O treino
intervalado de alta intensidade parece dar uma resposta adequada às
necessidades do jogo, fazendo com que o jogo se torne mais rápido e com que
os níveis de intensidade não diminuam abruptamente com o decorrer do jogo
(Platanou 2009).
Nos últimos anos têm surgido várias publicações científicas no âmbito da
análise de jogo (Lozovina 2004, Lupo 2007, Tucher, de Souza Castro et al.
2014), das exigências fisiológicas do jogo (Smith 1998, Mujika, McFadden et
al. 2006, Platanou & Geladas 2006, Melchiorri, Padua et al. 2010), das
diferenças antropométricas em testes motores de acordo com a posição
específica (Lozovina, Durović et al. 2009, Tan, Polglaze et al. 2009, Ferragut,
Abraldes et al. 2011) ou mesmo de análise de jogo e padrões tático (Platanou
2004, Lupo 2007, Escalante, Saavedra et al. 2012, Lupo, Condello et al. 2012).
Este aspeto demonstra a crescente preocupação da comunidade científica e de
treinadores em perceber as variáveis determinantes no resultado final do jogo
(Argudo 2009, Lupo, Condello et al. 2012, Canossa 2014, Tucher, de Souza
Castro et al. 2014), ou mesmo características comuns aos jogadores de elite
(Melchiorri, Padua et al. 2010).
Sendo as ações de alta intensidade predominantes no jogo de elite (81% das
ações ocorrem acima dos 80% de intensidade máxima) (Hughes 2006) e
podendo ser consideradas como fator diferenciador de performance no Pólo
Aquático, a aplicação de um tipo de treino que possibilite às equipas melhorar a
sua percentagem de ocorrência de esforços desenvolvidos a alta intensidade
durante o jogo e evitar, ao máximo, a sua diminuição com o decorrer do jogo,
principalmente nos 3º e 4º períodos, será muito pertinente. A aplicação desse
tipo de treino possibilitará, também, informar os treinadores acerca da
30
preponderância que a melhoria dos valores de alta intensidade apresentados
têm para aproximar a prestação das equipas Portuguesas dos patamares
internacionais. Desta forma, a planificação do treino deve considerar a
intensidade de jogo pretendida, que deverá ser transversal a toda a equipa,
mas, adaptada às ações específicas de cada posição de jogo. As intensidades
devem estar ajustadas às capacidades de cada jogador, sendo no entanto
melhoradas através de métodos de repetições com curtas distâncias (Platanou
2009). No seguimento desta ideia, um programa de intervenção de treino
intervalado de alta intensidade poderá trazer vantagens tanto no aumento da
capacidade de realizar ações de alta intensidade, como também, na forma
como os jogadores recuperam desse esforço e o conseguem repetir num curto
espaço de tempo, recorrendo ao sistema aeróbio e anaeróbio (Laursen &
Jenkins 2002). O treino intervalado de alta intensidade é caracterizado por
intervalos curtos de atividade vigorosa, intercalado por períodos de
recuperação de baixa intensidade (Gibala & Jones 2013).
Considerando a necessidade de avaliação da prestação dos jogadores para
melhorar o desempenho desportivo, bem como, de criar estratégias para
melhorar os níveis de performance individuais e coletivos, o presente estudo
teve como objetivo avaliar o efeito de um programa de intervenção de treino
intervalado de alta intensidade no desempenho de uma equipa de Pólo
Aquático do campeonato nacional sénior da 1ª Divisão de Portugal.
MATERIAL E MÉTODOS:
Amostra
A amostra foi constituída por jogadores de campo de duas equipas do
campeonato nacional sénior masculino da 1ª Divisão, todos do escalão sénior.
A equipa A (n=10; 23,0 ± 2,9 anos de idade, 1,77 ± 0,05 m de altura e 74,9 ±
10,2 kg de massa corporal) e a equipa B (n=10; 26,0 ± 2,3 anos de idade, 1,78
± 0,04 m de altura e 77,6 ± 8,9 kg massa corporal), aquando do início da
avaliação, estavam classificadas em 2º e 6º, respetivamente, num total de 8
equipas.
31
Programa de Intervenção
A equipa A foi submetida a um programa de intervenção de treino intervalado
de alta intensidade que consistiu na realização da série de 2x(5x50 m) crol
(saída a 50 s e chegada abaixo de 35 s) com 2 min de intervalo entre séries, 2x
semana (2ª e 5ª feira). Previamente à realização da série todos os jogadores
realizaram um aquecimento de 400 m livres e 4x100 m estilos. Iniciou-se a
aplicação do programa de intervenção de treino intervalado de alta intensidade
após o 2º momento de avaliação e este decorreu durante 6 semanas.
Todos os jogadores foram avaliados antes de ser iniciada qualquer
intervenção. 6 semanas após a 1ª avaliação, todos foram novamente
avaliados, não tendo existido qualquer alteração no normal funcionamento do
treino das equipas. Após o 2º momento de avaliação, a equipa A foi submetida
ao programa de intervenção de treino intervalado de alta intensidade e todos os
jogadores foram novamente avaliados passadas 6 semanas. As avaliações
consistiram na realização do teste de nado amarrado, a análise tempo-
movimento dos jogos, o Water Polo Intermittent Shuttle Test (WIST) e o sprint
de 15 metros, respeitando os protocolos descritos em seguida.
Protocolo de Avaliação
Todos os jogadores foram informados acerca do protocolo de avaliação antes
da realização dos testes e deram o seu consentimento para a realização dos
mesmos. Os jogadores foram avaliados após a 14ª, 15ª e 16ª jornadas da fase
regular do campeonato. Os testes foram realizados na piscina onde os clubes
treinam regularmente, sendo ambas cobertas, com 25 m de comprimento e
água aquecida. Todos os sujeitos realizaram 400 m livres de aquecimento a
uma intensidade baixa a moderada. Após o aquecimento todos os jogadores
realizaram o WIST. Seguidamente e após um período mínimo de 5 min de
repouso, executaram um teste máximo de nado amarrado durante 30 s. No
final da recolha de dados do nado amarrado, os jogadores executaram um
sprint máximo de 15 m na técnica de crol.
32
Todos os jogos oficiais das equipas durante o período de duração do estudo
foram gravadas em vídeo e foi realizada uma análise tempo-movimento para
discriminar as intensidades relativas de jogo das duas equipas. Entre a 15ª e a
16ª jornada a equipa A esteve sujeita a um programa de intervenção de treino
intervalado de alta intensidade.
Water Polo Intermittent Shuttle Test
O WIST consistiu na realização de 2 × 7,5 m em percursos de vaivém com
incrementos de velocidade controlados por sinais sonoros. A distância do
percurso foi delimitada por 2 pistas que distavam 7,5 m entre si, afastadas pelo
menos 2 m da parede para impedir que os jogadores avaliados a empurrassem
no arranque ou na viragem a cada repetição (fig. 1).
Figura 1 Esquema do Water Polo Intermittent Shuttle Test
Os participantes foram informados que deveriam esperar pelo início do teste
como se do início do jogo se tratasse, começando a nadar mal ouvissem o
sinal sonoro. Foram também informados que deveriam ajustar a velocidade de
nado para que chegassem ao separador de pista, onde iriam realizar a
mudança de direção, a tempo do segundo sinal sonoro. Deveriam então tocar e
largar, de imediato, esse separador de pista, a fim de realizar a mudança de
direção o mais rapidamente possível para, seguidamente, nadarem em direção
33
ao ponto de partida procurando chegar a tempo do terceiro sinal sonoro. O
teste foi realizado em crol, sendo apenas necessário que os jogadores
emergissem a cabeça aquando da aproximação à pista para ouvirem os sinais
sonoros. Entre repetições, os jogadores aguardavam 10 s sem qualquer tipo de
apoio fixo. Quando os jogadores falhavam a chegada à pista de
partida/chegada por uma distância superior a 1 ação dos membros superiores
aquando do terceiro sinal sonoro, foi-lhes dado um aviso, sendo eliminados do
teste quando falhavam pela segunda vez. Após terminarem o teste, foi
registada a velocidade final e o último percurso realizado, sendo o resultado do
teste a distância total percorrida em metros. Na Tabela 1 podem-se observar os
incrementos de velocidade que ocorrem ao longo do teste (Mujika, McFadden
et al. 2006).
Tabela 1. Valores de velocidade para cada repetição do Water Polo Intermittent Shuttle Test.
Repetição 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 8
rep.
Velocidade
(m/s) 1,03 1,20 1,25 1,36 1,43 1,43 1,43 1,44 1,45 1,46 1,46 +0,05
Nado Amarrado
No teste máximo de nado amarrado os jogadores realizaram 30 s de nado crol.
O sistema completo incluiu um cinto de material sintético, com sistema de
fecho em PVC, que foi colocado na cintura do jogador e ao qual foi fixado um
cabo de aço maleável, mas não extensível, revestido por um tubo de proteção
de borracha. O cabo foi ligado, por meio de um mosquetão de aço, a uma
célula de carga (transdutor de força, Globus, Itália), com capacidade de medida
até 500 kg e capaz de registar dados a uma frequência de 100 Hz. A célula, por
sua vez, foi fixada ao bloco de partida por meio de um sistema constituído por
um mosquetão, uma câmara de ar de pneu de bicicleta, dobrada três vezes em
oito, um mosquetão e uma correia de aço. A câmara-de-ar foi colocada com o
intuito de amortecer os impulsos negativos sofridos pelo nadador após as
ações propulsivas. A célula de carga estava ligada ao sistema de aquisição de
dados Ergo Meter, (Globus, Itália) o qual, por sua vez, foi conectado a um
34
computador, onde foi instalado o software GRAPH (Globus, Itália) e exportados
os respectivos dados para um ficheiro Excel. Foi avaliada a curva f-t de cada
sujeito e registados os valores de pico de força (Peak Force), a média dos
valores da força ao longo da realização do teste (Fmed) e o índice de fadiga
(IF). O teste iniciou-se com um sinal sonoro, estando os sujeitos uma posição
horizontal de sustentação com o cabo completamente estendido. A recolha de
dados começou após o primeiro ciclo de membros superiores de forma a evitar
o efeito inercial da extensão do cabo após o primeiro momento de propulsão
(Soares 2010).
Sprint 15 m
O sprint de 15 m foi realizado na técnica de crol sendo pedido que os jogadores
percorressem a distância definida na máxima velocidade e no menor tempo
possível. O arranque foi feito sem o apoio da parede, de forma a mimetizar o
que acontece em jogo. Os jogadores foram avaliados individualmente com
recurso a um cronómetro digital. O teste foi iniciado com um sinal sonoro ao
mesmo tempo que era acionado o cronómetro.
Análise Tempo-Movimento
Recorreu-se à gravação em vídeo dos encontros utilizando 1 câmara (Sony
Handycam HDR-CX160E) suportada por um tripé, posicionada num canto da
bancada do público, de forma a garantir o enquadramento de todo o campo de
jogo. Registaram-se todas as ações dos jogadores e intensidades das
mesmas.
Com base na literatura da especialidade (Smith 1998, Hughes 2006, Platanou
& Geladas 2006) foram definidas categorias de intensidade a registar, como
demonstra a Tabela 2.
35
Tabela 2 Categorias de intensidade utilizadas na caracterização das ações de jogo na análise
Tempo-Movimento
Categorias de intensidade Ações características
Parado • Retropedalagem s/ contacto • Interrupção do tempo de jogo
Baixa Intensidade
• Ataque/Defesa posicional s/ oposição ativa do defensor direto
Intensidade Moderada
• Transições ofensivas/defensivas s/ objetivo de ganhar vantagem sobre o oponente direto
• Circulação de bola ofensiva s/ objetivo de atacar a baliza
Alta Intensidade
• Sprints • Contacto de oposição c/ o defensor/atacante • Remates, simulações e outras ações c/ bola c/ objetivo ofensivo • Aguentar pressão, sofrer falta
Caracterização do treino das equipas
A equipa A teve 4 treinos por semana com a duração de 1h45, com 40 min
dedicados à natação pura, 20 min de trabalho técnico, 15 min de trabalho
específico e 30 min de trabalho tático e 1 treino com a mesma duração mas
com especial incidência nos aspetos técnico táticos do jogo, com 15 min de
natação pura, 5 min de deslocamentos específicos, 50 min de trabalho técnico
e 30 min a 35 min de trabalho tático. Na natação pura temos 2 unidades de
treino dedicadas à velocidade e 2 unidades dedicadas à potência aeróbia.
A equipa B teve 4 treinos por semana com a duração de 2h, com 40 min
dedicados à natação pura, 30 min dedicados ao trabalho técnico e 30 min
dedicados ao trabalho tático. Os restantes 20 min foram dedicados a palestras
e preparação dos jogos. Em semana de jogo realizavam séries de velocidade
com distâncias de 25 e 50 m com quociente de recuperação de 1 tempo de
exercitação para 2 de recuperação. Em semana sem jogo realizavam séries de
resistência aeróbia com distâncias de 100 m com mudanças de intensidade
(baixa e moderada) e pouca recuperação.
36
Tratamento estatístico
O tratamento estatístico realizado baseou-se na análise exploratória dos dados,
assim como no cálculo das médias e desvios-padrão para as variáveis em
estudo. Para a comparação entre as equipas utilizou-se uma ANOVA de
medidas repetidas a dois fatores (equipa X tempo), bem como o cálculo da
magnitude do efeito (Cohen’s d). Magnitudes do efeito de 0,2, 0,5 e 0,8 foram
consideradas pequenas, moderadas e elevadas, respetivamente. Recorreu-se
ao programa SPSS Statistics, versão 20.0 para o tratamento de dados. A
normalidade da distribuição da amostra foi verificada e confirmada (Shapiro-
Wilk), e a significância estatística foi considerada para p < 0,05.
RESULTADOS: Na Tabela 3 são apresentados os resultados dos parâmetros
avaliados na análise Tempo-Movimento, no WIST, no sprint de 15 m e no nado
amarrado. Verificaram-se diferenças estatisticamente significativas nos
parâmetros IM, AI e IF entre o 2º e 3º momentos de avaliação da equipa A (p =
0,017, p=0,001 e p=0,009, respetivamente) com magnitudes de efeito elevadas
de 2,35, 6,03 e 4,43, respetivamente. Verificaram-se ainda, no 3º momento de
avaliação, diferenças significativas entre os valores de AI e de Sprint entre as
equipas A e B (p= 0,002 e p= 0,030 respetivamente).
37
Tabela 3 Valores médios ± DP das diferentes categorias de análise Tempo-Movimento, da
velocidade final do Water Polo Intermittent Shuttle Test (WIST), distância total do WIST, força
máxima no nado amarrado (Fmax), força média no nado amarrado (Fmed) e índice de fadiga
do nado amarrado (IF).
Teste Parâmetros Equipa A Equipa B
1º momento
2º momento
3º momento
1º momento
2º momento
3º momento
Aná
lise
Tem
po-
Mov
imen
to
Prd (min) 7,2±1,5 9,4±1,5 6,4±1,2 7,8±1,5 8,5±1,5 7,2±1,2
BI (min) 14,1±3,1 13,6±2,5 11,6±2,6 13,8±3,1 17,4±2,5 16,1±2,5
IM (min) 5,5±1,6 4,5±1,3* 7,0±0,9* 7,5±1,6 6,5±1,3 5,8±0,9
AI (min) 1,7±0,5 1,7±0,4* 4,0±0,4*$ 2,1±0,5 2,2±0,4 1,8±0,4 $
WIS
T
Velocidade final (m/s)
1,0±0,1 1,0±0,0 1,2±0,1 1,1±0,1 1,0±0,0 1,2±0,1
Distância (m)
92,7±8,5 91,4±6,5 126,8±12,6 114,5±8,5 98,2±6,5 129,5±12,6
Sprin
t
15m (s) 9,0±0,2 8,6±0,2 8,4±0,1$ 8,7±0,2 8,7±0,2 8,8±0,1$
Nad
o am
arra
do Fmax (N) 249,5±15,7 246,6±12,3 254,9±9,9 274,8±15,7 258,8±12,3 245,3±9,9
Fmed (N) 99,1±7,4 100,2±7,0 103,2±4,7 110,9±7,4 109,5±7,0 102,4±4,7
IF (% de decaimento de potência)
40,5±4,3 44,3±3,9* 29,8±2,9* 32,2±4,3 36,2±3,9 33,6±2,7
Prd=parado, sem intensidade; BI= baixa intensidade; IM=intensidade moderada; AI=alta
intensidade
* Representa diferenças significativas entre os momentos de avaliação
$ Representa diferenças significativas entre as equipas
Na figura 2 podemos observar o efeito positivo do programa de treino com as
alterações positivas que se verificaram na análise Tempo-Movimento, IM
(p=0,017) e AI (p=0,001).
38
Figura 2 Minutos de jogo passados nas categorias de intensidade moderada (IM) e alta
intensidade (AI) ao longo dos 3 momentos de avaliação. *Diferenças significativas entre os momentos de avaliação.
Da mesma forma se pode verificar que a percentagem de decaimento de
potência (figura 3) se esbateu consideravelmente na equipa A com diferenças
estatísticas do 2º para o 3º momento de avaliação (p=0,009), enquanto que na
equipa B não se verificaram diferenças significativas entre os momentos de
avaliação (p>0,05).
Figura 3 Índice de fadiga (%) por equipa. * Diferenças significativas entre os momentos de avaliação
1,73 1,73 *
4,00 *
5,46
4,46 *
7,00 *
2,09 2,18
1,82
7,55
6,55
5,82
0
1
2
3
4
5
6
7
8
1 2 3
Minutos por Jo
go
Momentos de Avaliação
AI Equipa A
IM Equipa A
AI Equipa B
IM Equipa B
40,46
44,36 *
29,82 *
32,18
36,18 33,64
25
30
35
40
45
50
1 2 3
índice de fadiga (%
)
Momentos de avaliação
Equipa A
Equipa B
39
DISCUSSÃO: O presente estudo propôs-se a avaliar o efeito de um programa
de treino intervalado de alta intensidade de 6 semanas numa equipa sénior de
Pólo Aquático da 1ª divisão portuguesa.
Verificou-se que a equipa A apresentou melhorias do 2º para o 3º momento de
avaliação nas variáveis IM, AI e IF. No que diz respeito às diferenças entre as
duas equipas, estas apenas se manifestaram no 3º momento de avaliação nas
variáveis AI e Sprint.
Os resultados do presente estudo mostraram uma melhoria da equipa A em
relação à equipa B, em duas variáveis que estão fortemente dependentes da
capacidade glicolítica dos jogadores, uma vez que tanto as ações de AI como o
Sprint de 15 m são suportadas pelo sistema anaeróbio. Desta forma as
melhorias registadas dão-nos uma boa indicação de uma maior rentabilidade
deste mesmo sistema.
Os resultados da velocidade final e da distância percorrida, para as duas
equipas, obtidos através do teste WIST, foram semelhantes aos encontrados
na literatura para uma equipa feminina sénior classificada em 7º lugar do
campeonato nacional de clubes australiano. Seleções de elite femininas
apresentaram valores médios de 1,52 m/s de velocidade final e 270 metros
percorrido (Tan, Polglaze et al. 2009), o que em relação ao encontrado no
presente estudo, parece indicar uma diferença importante de valores,
demonstrativa de uma grande distância para com o que é referido a nível
internacional.
Os valores de Fmax registados parecem ser superiores aos referidos na
literatura, para um protocolo idêntico. Para nadadores juniores, foram
encontrados valores de Fmax 89,8 ± 22,13 N (Morouço, Vilas-Boas et al. 2012).
Um outro estudo realizado em jogadores de Pólo Aquático séniores registou
valores de 120,0 ± 22,7 N (Strojnik & Stumbelj 2000). Os valores encontrados
no presente estudo são superiores tanto na equipa A, como na equipa B.
Apesar disso é necessário algum cuidado nesta análise, uma vez que o
protocolo de avaliação apenas considerou 4 ciclos de ação dos membros
superiores para a obtenção da Fmax, contrariamente ao utilizado neste estudo
que considerou um teste máximo de 30 s de nado amarrado. Deve ainda ser
40
considerada a idade dos jogadores envolvidos no estudo, pois foram testados
jogadores juniores, enquanto no nosso estudo apenas se consideraram
jogadores do escalão sénior. Desta forma existe, do ponto de vista da resposta
a testes físicos, um grande trabalho a ser feito para encurtar diferenças para os
valores encontrados nas equipas e seleções de elite.
Relativamente à equipa A, observaram-se diferenças significativas em alguns
parâmetros avaliados, do 2º para o 3º momento de avaliação, período durante
o qual foi aplicado o programa de intervenção de treino intervalado de alta
intensidade. Foram também registadas diferenças entre as duas equipas no 3º
momento de avaliação (imediatamente após a aplicação do programa de
intervenção). As diferenças encontradas entre os 2 últimos momentos de
avaliação, para a equipa A, ocorreram nos parâmetros relacionados a uma
maior capacidade de desenvolver ações de alta intensidade em jogo, IM e AI, e
numa variável que nos demonstra a percentagem de decaimento de potência
(IF), ou seja, quanto mais alta for esta percentagem mais cedo se manifestarão
sintomas de fadiga nos jogadores.
Entre as equipas estudadas verificou-se que a equipa A apresentou, no 3º
momento de avaliação, um maior tempo de jogo em AI e um menor tempo para
percorrer os 15m do sprint que os jogadores da equipa B. Estas alterações
ocorreram no sentido de melhorar a performance nos jogadores, aumentando o
tempo de ações em IM e AI e diminuindo os valores do IF. Inferimos desta
forma que os jogadores sujeitos ao programa de intervenção proposto
atingiram melhores resultados em jogo, no teste de nado amarrado e no sprint
de 15 m. Estes aspetos revelam que a aptidão aeróbia e anaeróbia dos
jogadores da equipa A terá melhorado com a aplicação do programa de
intervenção, reproduzindo-se numa melhor prestação dos jogadores em jogo.
CONCLUSÃO: Este trabalho demonstra-nos a valência de um programa de
intervenção de treino intervalado de alta intensidade, principalmente no que diz
respeito à sua influência na potencialização das capacidades aeróbias e
anaeróbias dos jogadores, aumentando a sua capacidade em desempenhar
41
ações de alta intensidade ao longo do jogo e, fazendo com que o ritmo do jogo
da equipa se mantenha elevado durante todo o encontro.
RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS ESTUDOS: Será importante
desenvolver uma caracterização do ponto de vista fisiológico e de aspetos
táticos das equipas portuguesas, de forma a criar uma base de dados alargada
que permita caracterizar o jogador português de Pólo Aquático.
42
5. Discussão Geral
O presente projeto surgiu da necessidade de melhor se perceber de que forma
o rendimento desportivo das equipas de Pólo Aquático portuguesas pode ser
melhorado, bem como identificar aspetos diferenciadores do rendimento das
equipas. Tentou-se aferir se os resultados obtidos pelos jogadores nos testes
físicos selecionados e aplicados seriam suficientes para diferenciar duas
equipas de Pólo Aquático da 1ª divisão do campeonato nacional de seniores
(Capítulo 2).
No seguimento desse trabalho tentou-se verificar se a aplicação de protocolos
de avaliação ainda mais específicos poderiam demonstrar a relevância de
outros fatores para o desenvolvimento das partidas, como por exemplo, as
ações táticas coletivas, as características antropométricas ou mesmo as
diferenças entre tipos de remate e as diferentes velocidades pelos jogadores
atingidas (Royal, Farrow et al. 2006, Canossa 2009, Pavičić, Lozovina et al.
2011, Lupo, Condello et al. 2012, Canossa 2014). Neste sentido, o estudo
desenvolvido no Capítulo 2 desta dissertação, sobre testes físicos aplicados a
jogadores de Pólo Aquático de equipas nacionais, bem como a temática
relativa à intensidade do esforço atingida pelos jogadores suscitou-nos
particular interesse e impulsionou a pesquisa, no sentido de se obter
informação útil para os treinadores e equipas técnicas.
Essa informação pode ser valiosa no sentido de se vir a auxiliar a conceção do
processo de treino, o desenvolvimento e a promoção da modalidade, bem
como, possibilitar a clarificação e definição de fatores diferenciadores da
performance das equipas nacionais. Ainda no Capítulo 2, verificou-se que os
resultados obtidos através da aplicação de testes físicos específicos não são
suficientes, por si só, para diferenciar duas equipas portuguesas de Pólo
Aquático do campeonato nacional da 1ª divisão. Ainda relativamente aos
resultados do Capítulo 2, os valores encontrados ao nível do Water Polo
Intermittent Shuttle Test estão bem distantes dos registados para a elite (Tan,
Polglaze et al. 2009) o que reforça a ideia que há ainda um longo caminho a
percorrer para aproximar o nível do Pólo Aquático nacional ao de elite, no
43
entanto os valores observados no teste de nado amarrado foram superiores
aos encontrados na literatura, demonstrando uma maior capacidade de gerar
força pelos jogadores avaliados (Strojnik & Stumbelj 2000, Morouço, Vilas-Boas
et al. 2012).
Do exposto, através da pesquisa seguinte pretendeu-se verificar se os índices
de intensidade em jogo são diferentes em duas equipas seniores de Pólo
Aquático da 1ª divisão do campeonato nacional de seniores masculino
(Capítulo 3). Desta forma, a análise da intensidade de jogo, aliada ao estudo
dos padrões táticos das equipas avaliadas, baterias de testes físicos e técnicos
poderá permitir uma melhor caracterização das equipas e uma visão mais
alargada sobre o que as diferencia, facultando dados importantes para uma
intervenção no processo de treino (Hughes 2006, Canossa 2009, Lupo,
Condello et al. 2012).
Sabendo que a utilização de programas de treino de alta intensidade se
apresenta como uma ferramenta importante para os treinadores de diferentes
modalidades e uma vez que parece trazer vantagens claras no
desenvolvimento de capacidades físicas resultarão em ações mais rápidas e
intensas, a sua utilização no Pólo Aquático português poderá ter uma especial
importância (D'Ercole 2012, Gibala & Jones 2013, Ramos Veliz, Requena et al.
2014). Essa importância não se restringe ao desenvolvimento das capacidades
físicas, pois, em sentido mais lato, a utilização de programas de treino de alta
intensidade poderá auxiliar as equipas Portuguesas e seus jogadores a
diminuir as diferenças físicas que evidenciam relativamente aos jogadores de
elite, melhorando a sua resposta física quanto às exigências específicas do
jogo (Capítulo 4).
O programa de treino intervalado de alta intensidade teve efeitos positivos nos
índices físicos dos jogadores que o realizaram, traduzindo-se numa melhor
resposta ao jogo e num aumento dos níveis de intensidade das ações
individuais, bem como da capacidade de sprint dos jogadores avaliados, face
ao grupo de controlo.
O presente trabalho é de grande importância, não só para a equipa sujeita ao
programa de treino, mas também para a comunidade de treinadores. A
44
aplicação do programa de treino revela uma grande utilidade no
desenvolvimento das capacidades físicas, quer do ponto de vista aeróbio, quer
do ponto de vista anaeróbio (Laursen & Jenkins 2002, Gibala & Jones 2013,
Rønnestad, Hansen et al. 2014). Para além disso, é de destacar a importância
deste tipo de intervenção, uma vez que foi realizada com uma equipa de bom
nível nacional, tendo esta alcançado bons resultados práticos em termos de
melhoria na sua performance.
O programa de intervenção de treino intervalado de alta intensidade foi
escolhido devido às vantagens que traz quer do ponto de vista aeróbio quer
anaeróbio, quer nas vantagens que traz do ponto de vista de rentabilização do
tempo de treino que, para a realidade nacional, é normalmente curto. Com o
pouco tempo de treino disponível para a maioria das equipas, conseguimos
com um menor tempo de trabalho físico alcançar os mesmos, ou melhores
resultados que anteriormente e, ainda, dispor de tempo para treinar situações
técnico-táticas específicas. Do ponto de vista do treinador, esta rentabilização
de tempo permite um outro tipo de trabalho e preparação dos encontros que,
certamente, trará vantagens em relação a equipas que recorram a métodos
mais longos e mais morosos de treino físico.
De destacar a ausência que sentimos de estudos e literatura com este tipo de
trabalhos de intervenção, em equipas de bom nível competitivo. Para o
desenvolvimento da presente pesquisa, foi importante a colaboração e abertura
das equipas e seus jogadores, para experimentarem as nossas ideias que,
embora devidamente suportadas na literatura, correm o “risco” de não alcançar
os resultados pretendidos. Só assim é possível progredir e encurtar o
distanciamento relativamente à prestação dos jogadores de elite.
45
46
6. Conclusões finais
As principais conclusões deste trabalho são:
- Os testes físicos não se revelaram suficientes para diferenciar as
equipas avaliadas;
- A análise Tempo-Movimento não demonstrou diferenças significativas
entre os valores de intensidade atingidos pelas equipas antes da
implementação do programa de intervenção;
- O programa de treino intervalado de alta intensidade implementado
promoveu o aumento da intensidade das ações em jogo, bem como a
capacidade dos jogadores recuperarem deste tipo de ações, retardando
os sintomas de fadiga ao longo do decorrer do jogo;
- O programa de treino ajudou a que os níveis de intensidade altos se
mantivessem durante mais tempo, diminuindo o Índice de Fadiga e
aumentando a percentagem de tempo total em alta intensidade;
- A equipa submetida ao programa de treino apresentou valores de cerca
de 30% de tempo total de jogo a alta intensidade;
Apesar dos resultados positivos verificados no nosso trabalho será importante
alargar este tipo de protocolos a uma amostra mais alargada e complementar
as análises realizadas com testes ainda mais completos de forma a
conseguirmos caracterizar não só o tipo de esforço fisiológico e o jogador
português, mas também perceber de que forma outras equipas reagem a
programas de intervenção semelhantes.
Apesar disso, estamos seguros que a aplicação deste programa de intervenção
de forma adequada será uma importante ferramenta para os técnicos nacionais
melhorarem o nível do jogo das suas equipas e consequentemente o nível de
jogo português.
47
48
7. Bibliografia
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Capítulo 5
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