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Tese de doutorado
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS CÂMPUS DE JABOTICABAL
EFEITO DE CULTIVARES DE REPOLHO E EXTRATOS AQUOSOS VEGETAIS NA BIOLOGIA DE Plutella xylostella (L.)
E NO PARASITÓIDE Oomyzus sokolowskii (KURDJUMOV)
AAddaallccii LLeeii ttee TToorrrreess EEnnggeennhheeii rroo AAggrrôônnoommoo
JABOTICABAL – SP - BRASIL 2004
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
EFEITO DE CULTIVARES DE REPOLHO E EXTRATOS AQUOSOS VEGETAIS NA BIOLOGIA DE Plutella xylostella (L.)
E NO PARASITÓIDE Oomyzus sokolowskii (KURDJUMOV)
AAddaallccii LLeeii ttee TToorrrreess EEnnggeennhheeii rroo AAggrrôônnoommoo
Orientador: Prof. Dr. Arlindo Leal Boiça Júnior Co-Orientador: Prof. Dr. Reginaldo Barros
Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias do Campus de Jaboticabal – UNESP, para obtenção do título de doutor em Agronomia (Entomologia Agrícola).
JABOTICABAL – SP - BRASIL Fevereiro de 2004
DADOS CURRICULARES DO AUTOR
ADALCI LEITE TORRES - Filho de Alexandre Manoel Torres e Maria do
Socorro Leite Torres, nascido em Belém de São Francisco, Pernambuco,
em 26 de março de 1972. Em fevereiro de 1992 ingressou no Curso de
Agronomia e neste mesmo mês, no ano de 1995, ingressou no Curso de
Graduação de Professores da Parte de Formação Especial do Currículo do
Ensino de 2º Grau, ambos na Universidade Federal Rural de Pernambuco,
em Recife - PE, obtendo o título de Engenheiro Agrônomo e Licenciado no
Setor de Técnicas Agropecuárias nos anos de 1997 e 1998,
respectivamente. Foi monitor das discipl inas de Química Analít ica,
Quantitativa e Físico-Química dos cursos de Agronomia e Química em
1993, ingressando no ano seguinte no Programa de Iniciação Científ ica do
CNPq até a conclusão do curso de Agronomia. Em 1997, fez o curso de
aperfeiçoamento em Agronomia na Empresa Pernambucana de Pesquisa
Agropecuária – IPA no projeto: ‘Estratégias de pesquisa e
desenvolvimento de tecnologias como suporte à agroindústria de tomate
no Estado de Pernambuco: Obtenção de genótipos transgênicos de tomate
resistentes ao complexo mosca branca/geminivírus’, ingressando no ano
seguinte no Curso de Pós-Graduação da UFRPE, tornando-se Mestre em
Fitossanidade, Área de Concentração em Entomologia Agrícola, no ano de
2000. Iniciou o Curso de Doutorado em Agronomia, Área de Concentração
em Entomologia Agrícola, em 2000, pela Universidade Estadual Paulista -
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Câmpus de Jaboticabal -
SP. No mês de fevereiro de 2004 submeteu-se à banca para defesa de
Tese.
Aos meus pais, Alexandre Manoel Torres e
Maria do Socorro Leite Torres, . . .DEDICO
Aos meus irmãos, Aldomário, Geraldo , Adígina, Alexandre e Keyle, minha cunhada
Nicolle e minha sobrinha Luísa Torres, . . .OFEREÇO
Ao meu primo João Gonçalves Torres ( In memorian),
. . .HOMENAGEIO
Ao meu orientador Prof. Dr. Arlindo Leal Boiça Jr., sua dedicação, sua competência, seus ensinamentos,
sua orientação, seus conselhos, sua sabedoria, sua
amizade,
. . .DEVO E AGRADEÇO!
AGRADECIMENTOS
À Universidade Estadual Paulista – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Câmpus de Jaboticabal, pela oportunidade e
facil idades concedidas para a realização do curso de Pós-Graduação;
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, pela concessão da bolsa de estudos e f inanciamento das
pesquisas;
Ao Técnico Agrícola Zulene Antonio Ribeiro, pela tolerância,
plantio da couve e repolho, organização do laboratório e principalmente
pela amizade. Sua dedicação e competência no trabalho é minha principal
fonte de admiração;
Ao amigo João Antônio, pelo auxíl io na coleta de insetos e amizade;
Ao amigo Kelson Kodama, pela amizade e convívio em república;
À amiga Josélia Marques, pelo acolhimento da minha chegada a
Jaboticabal, meus sinceros agradecimentos;
À amiga Márcia Macri, secretária do departamento de
Fitossanidade, pelo companheirismo, dedicação e apoio em tudo que me
foi necessário;
Aos amigos José Eudes de Moraes Oliveira, Inez Villar Oliveira, Fábio Aquino, Marcos Anequini e César Augusto de Medeiros, pelo
companheirismo e convivência;
À secretária Lígia D. T. Fiorezzi, pela amizade, convivência e apoio
na parte burocrática;
Ao Prof. Dr. José Carlos Barbosa, pelo auxíl io e orientação nas
análises dos dados;
Ao Prof. Dr. Fernando Mesquita Lara, pelas dicas e ensinamentos;
Ao Prof. Dr. Antônio Carlos Busoli , pelo apoio nas fotografias,
ensinamentos e amizade;
Aos Professores do Departamento de Fitossanidade e Produção
Vegetal – UNESP/Jaboticabal, pelos ensinamentos;
Às bibliotecárias Ana Paula Mattozo, Ana Sílvia P. Mariano e Tiêko T. Sugahara, pela revisão das referências citadas;
Aos funcionários do Departamento de Fitossanidade –
UNESP/Jaboticabal, Altamiro, André M. Múscari, Jairo G. Figueiredo, Lúcia Helena e Roseli Pessoa, pelo apoio e convivência;
Aos funcionários da Fazenda de Ensino e Pesquisa –
UNESP/Jaboticabal, pelo apoio na implantação das plantas da couve e
repolho no campo;
Aos amigos do curso de Pós-Graduação: Terezinha M. Santos, Karlla B. Godoy, Luciana Hemerson, Marina, Júlio C. Guerreiro, Ronaldo Pavarini, Marcos G. Fernandes, Liliane K. Figueira, Wilson I. Maruyama, Luciana C. T. Maruyama, Francisco F. Pereira, Nivânia P. da Costa, José E. Miranda, Alexander M. Auad, Geraldo C. Barbosa Filho, Ricardo A. da Silva e Robson Thomaz Thuler;
A todos aqueles que, direta ou indiretamente, colaboraram para que
esse trabalho fosse realizado.
Muito Obrigado!
i
SUMÁRIO RESUMO.................... .................. ...................................... ....... xi i
ABSTRACT.................... ........................ ........................ ............ xiv
1 INTRODUÇÃO......... ........................ ...................... .................. 1
2 REVISÃO DE LITERATURA......................... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.1 Distribuição geográf ica, plantas hospedeiras e biologia de
Plutella xylostella...................... ........................ .................
3
2.2 Distribuição geográfica e biologia do parasitóide, Oomyzus
sokolowskii ................................................ .......................
6
2.3 Resistência de repolho a Plutella xylostella.......................... 9
2.4 Efeito de cult ivares de repolho sobre o parasitóide Oomyzussokolowskii.................... ...................................... ............
11
2.5 Efeito de plantas inseticidas sobre Plutella. xylostella . . . . . . . . . . 11
2.6 Interação planta resistente x planta inseticida...................... 12
3 MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................
14
3.1 Criação estoque............ ...................... ............................... 17
3.1.1 Plutella xylostella................. ........................ ................ 17
3.1.2 Oomyzus sokolowskii. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ...................... .............. 19
3.2 Obtenção do material vegetal....................... ...................... 21
3.2.1 Preparação e aplicação dos extratos aquosos................ 23
3.3 Efeito de extratos aquosos de Azadirachta indica, Melia
azedarach e Aspidosperma pyrifol ium nos aspectos
biológicos de Plutella xylostella. ...................... ..................
23
ii
3.3.1 Determinação e efeito da CL50 de extratos vegetais aquosos na
biologia de Plutella xylostella.............................................................
23
3.3.2 Efeito dos extratos na fase embrionária............................................ 24
3.3.3 Efeito dos extratos na oviposição...................................................... 25
3.4 Efeito de cultivares de repolho por duas gerações sucessivas na
biologia de Plutella xylostella...................................................................
26
3.5 Avaliação do efeito associado de cultivares de repolho e extratos
aquosos de espécies vegetais na biologia de Plutella xylostella.............
28
3.6 Avaliação do efeito associado de cultivares de repolho e extratos
aquosos de espécies vegetais no desenvolvimento do parasitóide
Oomyzus sokolowskii..............................................................................
29
3.7 Avaliação do efeito associado de cultivares de repolho, extratos
aquosos de espécies vegetais e do parasitóide Oomyzus sokolowskii
no controle de Plutella xylostella.............................................................
31
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................... 33
4.1 Efeito de extratos aquosos de Azadirachta indica, Melia azedarach e
Aspidosperma pyrifolium nos aspectos biológicos de Plutella xylostella...
33
4.1.1 Determinação da CL50 para primeiro ínstar de Plutella xylostella........ 33
4.1.2 Efeito da CL50 de extratos vegetais aquosos na biologia de Plutella
xylostella...............................................................................................
36
4.1.3 Efeito dos extratos na fase embrionária............................................... 41
4.1.4 Efeito de extratos aquosos de plantas na oviposição de Plutella
iii
xylostella............................................................................................... 44
4.2 Efeito de cultivares de repolho por duas gerações sucessivas na
biologia de Plutella xylostella..................................................................
46
4.2.1 Duração da fase larval......................................................................... 47
4.2.2 Viabilidade da fase larval..................................................................... 47
4.2.3 Viabilidade da fase pupal..................................................................... 48
4.2.4 Peso de pupas..................................................................................... 52
4.2.5 Razão sexual....................................................................................... 54
4.2.6 Potencial Reprodutivo Corrigido (PRC)............................................ 54
4.3 Avaliação do efeito associado de cultivares de repolho e extratos
aquosos de espécies vegetais na biologia de Plutella xylostella...............
57
4.4 Avaliação do efeito associado de cultivares de repolho e extratos
aquosos de espécies vegetais no desenvolvimento do parasitóide
Oomyzus sokolowskii.................................................................................
68
4.5 Efeito associado de cultivares de repolho, extratos aquosos de espécies
vegetais e do parasitóide Oomyzus sokolowskii no controle de Plutella
xylostella....................................................................................................
72
5 CONCLUSÕES.................................................................................................. 76
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 78
iv
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Cultivares de repolho utilizadas na alimentação de Plutella
xylostella.........................................................................................
14
Tabela 2. Médias (± EP) do peso, duração e viabilidade de pupa de
Plutella xylostella alimentadas com folhas de couve tratadas com
extratos aquosos de Aspidosperma pyrifolium, Melia azedarach
e Azadirachta indica. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14
h......................................................................................................
38
Tabela 3. Médias (± EP) do número de ovos por fêmea, viabilidade e
período de incubação de ovos de Plutella xylostella alimentadas
com folha de couve tratadas com extratos aquosos de
Aspidosperma pyrifolium, Melia azedarach e Azadirachta indica.
T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h....................................
39
Tabela 4. Médias (± EP) da razão sexual, longevidade e deformação de
adultos de Plutella xylostella oriundas de lagartas alimentadas
com folhas de couve tratadas com extratos aquosos de
Aspidosperma pyrifolium, Melia azedarach e Azadirachta indica.
T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h ...................................
40
Tabela 5. Médias (± EP) da porcentagem de ovos mortos de Plutella
xylostella quando submetidos às doses letal e subletal (CL50)
para lagartas de primeiro ínstar dos extratos aquosos de Melia
azedarach, Aspidosperma pyrifolium e Azadirachta indica. T: 25
± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h..............................................
42
Tabela 6. Porcentagem de repelência (média ± EP) para oviposição de
Plutella xylostella quando submetidas às doses letal e subletal
v
(CL50) dos extratos aquosos de Melia azedarach, Aspidosperma
pyrifolium e Azadirachta indica. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%,
fotofase: 14 h .................................................................................
46
Tabela 7. Duração (dias) e viabilidade (%) das fases larval e pupal de
Plutella xylostella criada por duas gerações em cultivares de
repolho tratadas com extratos aquosos nas suas respectivas
CL50 de lagartas de primeiro ínstar de Azadirachta indica
(0,058%), Aspidosperma pyrifolium (2,17%) e Melia azedarach
(2,78%). T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h .....................
58
Tabela 8. Duração larval (d) de Plutella xylostella alimentadas com
cultivares de repolho e extratos aquosos de plantas em suas
respectivas CL50. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h .......
59
Tabela 9. Duração larval (d) de Plutella xylostella alimentadas com
cultivares de repolho por duas gerações. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ±
10%, fotofase: 14 h.........................................................................
60
Tabela 10. Duração larval (d) de Plutella xylostella alimentadas com
cultivares de repolho e extratos aquosos de plantas em suas
respectivas CL50 por duas gerações. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%,
fotofase: 14 h..................................................................................
61
Tabela 11. Viabilidade larval (%) de Plutella xylostella alimentadas com
cultivares de repolho e extratos aquosos de plantas em suas
respectivas CL50. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h .......
61
Tabela 12. Viabilidade larval (%) de Plutella xylostella alimentadas com
cultivares de repolho por duas gerações. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ±
10%, fotofase: 14 h .......................................................................
62
vi
Tabela 13. Viabilidade larval (%) de Plutella xylostella alimentadas com
cultivares de repolho e extratos aquosos de plantas em suas
respectivas CL50 por duas gerações. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%,
fotofase: 14 h .................................................................................
62
Tabela 14. Razão sexual, número de ovos/fêmea, viabilidade de ovos (%),
período de incubação (dias) e Potencial Reprodutivo Corrigido
(PRC) de Plutella xylostella criada por duas gerações em
cultivares de repolho tratados com extratos aquosos nas suas
respectivas CL50 de lagartas de primeiro ínstar de Azadirachta
indica (0,058%), Aspidosperma pyrifolium (2,17%) e Melia
azedarach (2,78%). T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h ..
65
Tabela 15. Viabilidade de ovos (%) de Plutella xylostella alimentadas com
cultivares de repolho e extratos aquosos de plantas em suas
respectivas CL50 por duas gerações. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%,
fotofase: 14 h..................................................................................
66
Tabela 16. Potencial Reprodutivo Corrigido (PRC) de Plutella xylostella
alimentadas com cultivares de repolho e extratos aquosos de
plantas em suas respectivas CL50. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%,
fotofase: 14 h .................................................................................
67
Tabela 17. Potencial Reprodutivo Corrigido (PRC) de Plutella xylostella
alimentadas com cultivares de repolho e extratos aquosos de
plantas inseticidas em suas respectivas CL50 por duas gerações.
T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h ...................................
67
Tabela 18. Potencial Reprodutivo Corrigido (PRC) de Plutella xylostella
alimentadas com cultivares de repolho e extratos aquosos de
plantas em suas respectivas CL50 por duas gerações. T: 25 ± 1
vii
ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h ................................................... 68
Tabela 19. Índice de parasitismo (%), número de parasitóides/lagarta e
duração do ciclo (d) de Oomyzus sokolowskii sobre Plutella
xylostella criada por duas gerações em cultivares de repolho
tratados com extratos aquosos nas suas respectivas CL50 de
lagartas de primeiro ínstar de Azadirachta indica (0,058%),
Aspidosperma pyrifolium (2,17%) e Melia azedarach (2,78%). T:
25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h ........................................
69
Tabela 20. Número de parasitóides Oomyzus sokolowskii por pupa de
Plutella xylostella provenientes de lagartas alimentadas com
cultivares de repolho tratadas com extratos aquosos de plantas
em suas respectivas CL50. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase:
14 h ................................................................................................
70
Tabela 21. Número de parasitóides Oomyzus sokolowskii por pupa de
Plutella xylostella provenientes de lagartas alimentadas com
cultivares de repolho tratadas com extratos aquosos de plantas
em suas respectivas CL50 por duas gerações consecutivas. T: 25
± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h .............................................
70
Tabela 22. Controle (%) de Plutella xylostella através da associação de
cultivares de repolho, extratos aquosos das plantas inseticidas
(CL50 para primeiro ínstar) Azadirachta indica (0,058%),
Aspidosperma pyrifolium (2,17%) e Melia azedarach (2,78%) e
do parasitóide Oomyzus sokolowskii. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ±
10%, fotofase: 14 h ........................................................................
73
Tabela 23. Controle de Plutella xylostella através da associação de
cultivares de repolho e extratos aquosos das plantas (CL50 para
primeiro ínstar) Azadirachta indica (0,058%), Aspidosperma
viii
pyrifolium (2,17%) e Melia azedarach (2,78%). T: 25 ± 1 ºC, UR:
70 ± 10%, fotofase: 14 h ................................................................
74
Tabela 24. Controle de Plutella xylostella através da associação de extratos
aquosos das plantas (CL50 para primeiro ínstar) Azadirachta
indica (0,058%), Aspidosperma pyrifolium (2,17%) e Melia
azedarach (2,78%) e do parasitóide Oomyzus sokolowskii. T: 25
± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h .............................................
74
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Esquema de criação de Plutella xylostella (adaptada de BARROS 1998) ............................................................................
18
Figura 2. Esquema de criação do parasitóide da traça-das-crucíferas, Oomyzus sokolowskii ................. ...............
20
Figura 3. Árvore de Azadirachta indica (Meliaceae)(a) com detalhe do ramo (b), inflorescência (c), frutos (d,e), sementes (f), amêndoas (g) e pó da amêndoa (h) ......
21
Figura 4. Árvore de Aspidosperma pyrifol ium (Apocinaceae) (a) com detalhe do ramo e inflorescência (b), frutos (c), sementes (d), casca (e) e madeira (f) . .......................
22
Figura 5. Árvore de Melia azedarach (Meliaceae) (a) com detalhe da folha (b), inflorescência (c), frutos verdes (d) e frutos secos (e) ...........
22
Figura 6. Mortalidade de lagartas de Plutella xylostellasubmetidas a diferentes concentrações de extratos aquosos de amêndoas de Azadirachta indica..............
33
Figura 7. Mortalidade de lagartas de Plutella xylostellasubmetidas a diferentes concentrações de extratos aquosos de casca de Aspidosperma pyrifol ium. . . . . . . . . . . .
34
Figura 8. Efeito de extratos aquosos de plantas sobre Plutella xylostella. a - Lagarta normal (Testemunha); b -Lagarta morta através do extrato de Azadirachtaindica com exúvia presa ao corpo; c - Lagarta morta com extrato de Aspidosperma pyrifol ium; d - Pré-pupa morta pelo efeito dos extratos; e - Pupa normal; f -Pupa morta pelo extrato de A. indica ; g – Adulto normal; h – Adulto deformado pelos extratos..............
35
Figura 9. Mortalidade de lagartas de Plutella xylostellasubmetidas a diferentes concentrações de extratos aquosos de frutos de Melia azedarach .............. ..........
36
Figura 10. Duração da fase larval de Plutella xylostella alimentadas com folha de couve tratadas com CL50 de extratos aquosos de Aspidosperma pyrifol ium, Melia
x
azedarach e Azadirachta indica........................ . . . . . . . . . 37
Figura 11. Ovos de Plutella xylostella tratados com extratos aquosos de plantas. a - ovo normal, b - córion do ovo após eclosão da lagarta, c - ovo morto (protoplasma coagulado) e d – ovo morto com embrião formado.......
43
Figura 12. Elétron-micrografias de varredura do ovo de Plutella xylostella. a - detalhe do ovo, b – detalhe da textura da casca do ovo, c – microporos pareados e d -detalhe do microporo................... ..................... . . . . . . . .
44
Figura 13. Duração da fase larval de Plutella xylostella alimentadas com folhas de cult ivares de repolho, por duas gerações sucessivas. T: 25 ± 1ºC; UR: 70 ± 10%; Fotofase: 14 h..... .............................................
49
Figura 14. Viabil idade da fase larval de Plutella xylostella alimentada com folhas de cult ivares de repolho, por duas gerações sucessivas. T: 25 ± 1ºC; UR: 70 ± 10%; Fotofase: 14 h..... .............................................
50
Figura 15. Viabil idade da fase pupal de Plutella xylostella alimentada com folhas de cult ivares de repolho, por duas gerações sucessivas. T: 25 ± 1ºC; UR: 70 ± 10%; Fotofase: 14 h..... .............................................
51
Figura 16. Peso de pupa de Plutella xylostella alimentada com folhas de cult ivares de repolho, por duas gerações sucessivas. T: 25 ± 1ºC; UR: 70 ± 10%; Fotofase: 14 h
53
Figura 17. Razão sexual de Plutella xylostella alimentada com folhas de cult ivares de repolho, por duas gerações sucessivas. T: 25 ± 1ºC; UR: 70 ± 10%; Fotofase: 14 h
55
Figura 18. Potencial Reprodutivo Corrigido de Plutella xylostella alimentada com folhas de cult ivares de repolho, por duas gerações sucessivas. T: 25 ± 1ºC; UR: 70 ± 10%; Fotofase: 14 h..... .............................................
56
Figura 19. Lagarta de Plutella xylostella de mesma idade: a –normal, al imentada com folha de repolho sem extrato; b – inibida de crescimento, al imentada com folha de repolho com extrato aquoso de Azadirachta indica ; c –
xi
apresentando inibição da muda com exúvia aderida ao tegumento, al imentada com folhas de repolho tratadas com extrato e d – alimentada com extrato morta com exúvia presa ao tegumento. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h...................... ..................... . . . . . . . .
59
Figura 20. Pupas de Plutella xylostella: a – normal, proveniente de lagarta alimentada com folha de repolho sem extrato; b – morta com coloração escura principalmente na região das asas, proveniente de lagarta alimentada com folha de repolho com extrato aquoso de Azadirachta indica ; c – deformada, proveniente de lagarta alimentada com extrato aquoso de A. indica. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.................. . . .......................... .................. .............
63
Figura 21. Adultos de Plutella xylostella : a – normal, proveniente de lagarta alimentada com folha de repolho sem extrato; b – deformado principalmente nas asas, proveniente de lagarta alimentada com folha de repolho com extrato aquoso de Azadirachta indica ; c –deformado e morto após a emergência, proveniente de lagarta alimentada com extrato aquoso de A. indica . T: 25 ± 1ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h .................
64
Figura 22. Adultos de Oomyzus sokolowskii: a – normal, emergido de pupa de Plutella xylostella proveniente de lagarta alimentada com folha de repolho sem extrato; b – deformado principalmente nas asas com restos da fase anterior grudados nas pernas e abdômen curvado para baixo, emergido de pupa proveniente de lagarta alimentada com folha de repolho com extrato aquoso de Azadirachta indica . T:25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h ........ . . . . . . . . . . . .
71
Figura 23. Controle (%) de Plutella xylostella através da associação das táticas, cult ivar resistente de repolho, planta inseticida (CL50 para lagartas de primeiro ínstar) e controle biológico, Oomyzus sokolowskii . T:25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h ........ . . . . . . . . . . . .
75
xii
EFEITO DE CULTIVARES DE REPOLHO E EXTRATOS AQUOSOS VEGETAIS NA BIOLOGIA DE Plutella xylostella (L.) E NO PARASITÓIDE Oomyzus sokolowskii
(KURDJUMOV)
RESUMO – O objetivo deste trabalho foi estudar o efeito isolado e associado de
cultivares de repolho e extratos aquosos de espécies vegetais nos aspectos biológicos
de Plutella xylostella e no parasitoide Oomyzus sokolowskii. Foram calculadas as CL50
dos extratos aquosos de amêndoas Azadirachta indica (Meliaceae), casca de
Aspidosperma pyrifolium (Apocinaceae) e frutos Melia azedarach (Meliaceae), para
lagartas de primeiro ínstar de P. xylostella com valores de 0,0580; 2,1753 e 2,9049%,
respectivamente. Os extratos aquosos de todas as espécies vegetais avaliadas
influenciaram o desenvolvimento de P. xylostella afetando principalmente a fase larval,
promovendo o seu alongamento em 1,89 dia para A. indica. Os extratos de A. indica e
A. pyrifolium reduziram o peso de pupa com correlação negativa entre os parâmetros
duração larval x peso de pupa. Houve deformação de adultos para ambos os extratos
sendo o de A. indica o que causou maior porcentagem (30%). As cultivares de repolho
afetaram a biologia de P. xylostella sendo classificadas como moderadamente
resistentes Ruby Ball, Coração de Boi e Matsukase Sakata. Quando tratadas com os
extratos aquosos vegetais por duas gerações as cultivares de repolho afetaram a
duração da fase larval e as viabilidades larval e pupal de P. xylostella sendo
constatadas interações entre as cultivares de repolho x extratos aquosos de plantas
inseticidas, cultivares x geração, assim como para extratos x geração e entre cultivares
x extratos x gerações para a duração e viabilidade da fase larval. O extrato de A. indica
foi o que mais incrementou a duração da fase larval com acréscimo de 1,86 dia quando
associado a cultivar Ruby Ball. Entre as cultivares sem a aplicação dos extratos, Ruby
Ball foi a que mais reduziu a viabilidade larval de P. xylostella com média entre
gerações de 52% de sobrevivência. Com a aplicação dos extratos a viabilidade larval foi
reduzida independentemente da cultivar, sendo o extrato de A. pyrifolium o que
apresentou menor viabilidade desta fase. A viabilidade da fase de pupa foi afetada pela
xiii
cultivar Ruby Ball enquanto entre os extratos apenas A. indica causou mudança na
viabilidade. Houve interação entre os extratos x gerações e entre cultivares x extratos x
gerações em relação ao número de ovos viáveis, sendo a cultivar Ruby Ball a que mais
reduziu a viabilidade de ovos de P. xylostella. O extrato de A. indica reduziu a
viabilidade de ovos em 33%. Houve interação entre cultivares x extratos, cultivares x
gerações, extratos x gerações e cultivares x extratos x gerações para o Potencial
Reprodutivo Corrigido de P. xylostella, sendo a cultivar Ruby Ball a que mais afetou o
PRC. Entre os extratos, A. indica proporcionou o menor PRC que foi reduzido em 85%.
O índice de parasitismo por O. sokolowskii não foi influenciado pelas cultivares, assim
como o número de parasitóides emergidos por pupa e a duração do ciclo. Apenas o
extrato aquoso de M. azedarach afetou negativamente o índice de parasitismo de P.
xylostella por O. sokolowskii, o número de parasitóides emergidos por pupa e a duração
de seu ciclo que também foi influenciado pelo extrato de A. indica. Houve interação
para o número de parasitóides por pupa de P. xylostella entre as cultivares x extratos e
cultivares x geração, sendo o extrato de M. azedarach o que reduziu significativamente
o número de parasitóides emergidos por pupa. Os extratos aquosos de M. azedarach e
A. indica reduziram o tamanho do parasitóide, causando deformações nas asas e no
abdômen após a segunda geração. O controle de P. xylostella através da associação
de cultivares, extratos e parasitóides, apresentou interação entre cultivares x extratos e
entre extratos x parasitóides, sendo a cultivar Ruby Ball a que proporcionou maior
controle. Para a associação cultivar e extrato, o maior controle foi observado para a
cultivar Ruby Ball e o extrato de A. pyrifolium com 73%. Controle semelhante foi
observado para a associação da cultivar Ruby Ball e O. sokolowskii. Foram observados
controles de até 98% para as cultivares Ruby Ball associada ao extrato aquoso de A.
pyrifolium e O. sokolowskii e de Matsukase Sakata associada ao extrato aquoso de A.
indica e O. sokolowskii.
Palavras-chave: Plantas inseticidas, resistência varietal, controle biológico.
xiv
EFFECT OF CULTIVARS OF CABBAGE AND AQUEOUS EXTRACTS OF VEGETABLE IN THE BIOLOGY OF Plutella xylostella (L.) AND ITS NATURAL
ENEMY Oomyzus sokolowskii (KURDJUMOV)
ABSTRACT – The aim of this research the isolated and associated effects of cultivates
of cabbage and aqueous extracts of vegetable species in the biological aspects of
Plutella xylostella and in its natural enemy Oomyzus sokolowskii. They were calculated
LC50 of the aqueous extracts of kernel of Azadirachta indica (Meliaceae), peel of
Aspidosperma pyrifolium (Apocinaceae) and fruit of Melia azedarach (Meliaceae) for
caterpillars of first ínstar of P. xylostella with values of 0.0580; 2.1753 and 2.9049%,
respectively. They were verified that the aqueous extracts of all of the appraised
vegetable species influenced the development of the insect affecting mainly the larval
stage, promoving its prolongation in 1.89 days for A. indica. The extracts of A. indica
and A. pyrifolium reduced the pupae weight, having negative correlation among the
parameters larval duration x pupae weight. There was adults' deformation for both
extracts being it of A. indica that caused larger percentage (30%). The cabbage
cultivates evaluated affected the biology of P. xylostella being classified as moderately
resistant Ruby Ball, Coração de Boi and Matsukase Sakata. When treated with the
aqueous extracts vegetables by two generations, it was verified that the cabbage
cultivates affected the duration of the larval stage and the larval and pupae viabilities of
P. xylostella being verified interactions among them cultivate of cabbage x aqueous
extracts of insecticide plants, cultivates x generation, as well as for extracts x generation
and among cultivates x extracts x generations for the duration and viability of the larval
stage. The extract of A. indica was that more increased the duration of the larval stage,
differing of the other ones with increment of up to 1.86 days when associate the variety
Ruby Ball. Among the cultivates without the application of the extracts, Ruby Ball it was
that more reduced the larval viability of P. xylostella with average among generations of
52% of survival. With the application of the extracts the larval viability was reduced
independently of the variety, being the extract of A. pyrifolium that presented smaller
viability of this stage. The viability of the pupae stage was affected by the variety Ruby
xv
Ball while it among the extracts just A. indica caused change in the viability. There was
interaction among the extracts x generations and among cultivates x extracts x
generations in relation to the number of viable eggs, being the variety 'Matsukase
Sakata' the one that more reduced the viability of eggs of P. xylostella. The extract of A.
indica reduced the viability of eggs in 33%. There was interaction among cultivates x
extracts, cultivates x generations, extracts x generations and cultivates x extracts x
generations for the Potencial Reprodutivo Corrigido of P. xylostella, being the variety
Ruby Ball the one that more affected PRC in relation to Matsukase Sakata and
Sessenta Dias that differed amongst themselves, respectively. Among the extracts, A.
indica smallest PRC that was reduced in 85% provided. The index of parasitism for O.
sokolowskii was not influenced by the cultivates, as well as the natural enemy number
emerged by pupae and the duration of the cycle. Only the aqueous extract of M.
azedarach affected the index of parasitism of P. xylostella negatively for O. sokolowskii,
the natural enemy number emerged by pupae and the duration of its cycle that it was
also influenced by A. indica extract. There was interaction for the natural enemy number
for pupa of P. xylostella among them cultivate x extracts and you cultivate x generation,
being the extract of M. azedarach that reduced the natural enemy number significantly
for pupae. The aqueous extracts of M. azedarach and A. indica reduced the size of the
natural enemy, causing deformations in the wings and in the abdomen after the second
generation. Regarding the control of P. xylostella through the association of cultivates,
extracts and natural enemy, there was interaction among cultivates x extracts and
among extracts x natural enemy, being the variety Ruby Ball the one that presented
larger control. For the association variety and extract, the largest control was observed
for the variety Ruby Ball and the extract of A. pyrifolium with 73%. Similar control for the
cultivate association Ruby Ball and O. sokolowskii was observed. Controls were
observed of up to 98% for the cultivates Ruby Ball associated to the aqueous extract of
A. pyrifolium and O. sokolowskii and of Matsukase Sakata associated to the aqueous
extract of A. indica and O. sokolowskii.
Key-words: Insecticide plants, host plant resistance, biological control.
1. INTRODUÇÃO
O repolho Brassica oleracea var. capitata é uma cultura de importância sócio-
econômica explorada principalmente por pequenos agricultores. A traça das crucíferas,
Plutella xylostella (L., 1758) (Lepidoptera: Plutellidae), é considerada a principal praga
desta cultura no Brasil e no Mundo (CHEN et al. 1986, BEZERRIL & CARNEIRO 1992,
CASTELO BRANCO & GUIMARÃES 1990, OOI & KELDERMAN 1979). Causa grandes
prejuízos a cultura (BARBOSA et al. 1980, BORBA et al. 1982, CASTELO BRANCO &
GUIMARÃES 1990, VILLAS BÔAS et al. 1990), podendo provocar até 100% de
cabeças classificadas como não comercializáveis (BARBOSA et al. 1980, FRANÇA et
al. 1985a, BARROS et al. 1993).
O controle químico, por sua eficácia e facilidade de utilização é, segundo VILLAS
BÔAS et al. (1990) e FRANÇA et al. (1985b), a principal forma de controle da praga,
sendo muitas vezes utilizadas aplicações múltiplas de inseticidas. Essa dependência de
inseticidas é indesejável tanto por motivos econômicos quanto por seu efeito adverso
sobre o ambiente. Além disso, o uso indiscriminado de inseticidas pode afetar os
inimigos naturais da praga (BORBA et al., 1982), e promover a seleção de populações
da traça-das-crucíferas resistentes aos inseticidas (LIU et al., 1981).
Como a cultura é principalmente utilizada por pequenos produtores, o controle
biológico representa uma alternativa que, se eficientemente adotada, poderá não
apenas reduzir as populações das pragas mas também viabilizar sua produção, uma
vez que diminui a quantidade de inseticidas e conseqüentemente os efeitos
indesejáveis ao homem e ao ambiente.
LOGES (1996) observou que o parasitóide Oomyzus sokolowiski (Kurdjumov,
1912) (Hymenoptera: Eulophidae) tem ocorrência generalizada em cultivos de repolho
das regiões produtoras de Pernambuco, mencionando tratar-se de um inimigo natural
com elevado potencial para ser utilizado em programas de controle biológico da traça-
das-crucíferas, visto ter sido constatado parasitismo de até 97% no final do ciclo da
cultura.
2
A utilização de cultivares resistentes às pragas também é uma alternativa
promissora, visto não acarretar custos adicionais ao sistema produtivo, reduzir a
aplicação de inseticidas, atenuando substancialmente os riscos de intoxicação para o
produtor, consumidor e efeitos indesejáveis para o meio ambiente.
Em diferentes partes do mundo, vários estudos comprovaram a resistência de
crucíferas a P. xylostella, demonstrando ser um método viável como alternativa ou
complementação a outras medidas de controle (RADCLIFFE & CHAPMAN, 1966;
RUDDER & BRETT, 1967; DICKSON & ECKENRODE, 1980; DICKSON et al., 1990;
SHELTON et al., 1988; EIGENBRODE & SHELTON, 1990). DICKSON et al. (1990)
constataram que o plantio de cultivares de repolho com elevada resistência a P.
xylostella dispensou aplicações de inseticidas 30 a 40 dias antes da colheita. Em
decorrência, estas cultivares tornaram-se mais aceitas no mercado devido à ausência
de resíduos tóxicos.
Aliado a isto, os produtos naturais de plantas são uma fonte de substâncias
bioativas (SHIN-FOON & YU-TONG, 1993) compatíveis com programas de Manejo
Integrado de Pragas (MIP) e que tem adquirido importância como alternativa para o
controle de insetos, reduzindo os efeitos negativos ocasionados pela aplicação
irracional e indiscriminada de inseticidas organossintéticos (VENDRAMIM & SCAMPINI,
1997).
Considerando-se o uso de plantas inseticidas na regulação da população de
insetos, a possibilidade de uso de O. sokolowiskii como agente de controle biológico em
cultivo de crucíferas, e a importância de cultivares com graus de resistência à traça-das-
crucíferas, estudos são necessários para avaliar as interações para uso adequado no
MIP na cultura do repolho. Em vista disso, este trabalho teve como objetivo estudar os
efeitos isoladamente e em associação destes métodos de controle sobre P. xylostella e
seu inimigo natural O. sokolowskii.
2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Distribuição, plantas hospedeiras e biologia de Plutella xylostella
P. xylostella é uma praga cosmopolita (MARSH, 1917 e LIU et al., 1982), muito
importante em cultivos de crucíferas e amplamente distribuída nas regiões produtoras
em todo o mundo (SALINAS, 1986). De acordo com HARDY (1938), a distribuição da
traça é extremamente larga e registros deste fato têm sido obtidos em quase todos os
países. É uma praga esporádica de crucíferas no Canadá e Norte dos Estados Unidos
(BAKER et al., 1982).
Segundo MARSH (1917) e MINER (1947), a traça alimenta-se de couve-flor
(Brassica oleracea botrytis), nabo (Brassica rapa), rabanete (Raphanus sativus), colza
(Brassica napus), couve (Brassica oleracea acephala), mostarda (Brassica nigra),
"mostarda chinesa" (Brassica juncea), Brassica oleracea caulo-rapa, agrião (Radicula
sinuata), Radicula armoracea, Koniga maritima e Iberis amara, sendo o repolho o
favorito.
No Brasil, segundo SIQUEIRA (1981), ocorre nos estados de Alagoas, Bahia,
Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, tendo
como hospedeiros o aipo, brócolos, cenoura, couve-flor, mostarda, rabanete e
principalmente o repolho e a couve, ocorrendo durante quase todo o ano.
Os ovos de P. xylostella são diminutos (MARSH, 1917), de forma oval (HARDY
1938, OOI & KELDERMAN, 1979, MARSH 1917), de coloração amarelo claro ou verde
amarelado (OOI & KELDERMAN, 1979 e HARDY 1938), com 0,46 mm de comprimento
e 0,29mm de largura. São normalmente colocados isolados (MARSH, 1917 e OOI &
KELDERMAN, 1979) ou agrupados em dois a três (MARSH, 1917) podendo chegar até
4
seis, geralmente na face ventral das folhas e próximo às nervuras (HARDY, 1938). O
período de incubação pode variar de três dias com umidade relativa de 70-80% e
temperatura de 22-30ºC (OOI & KELDERMAN, 1979) a dois dias a 27,7ºC (MINER,
1947).
Ao fim do 3º dia, os ovos ficam escurecidos e no 4o dia a lagarta rompe o córion,
eclodindo primeiro a cabeça (OOI & KELDERMAN, 1979). Antes da eclosão, pode-se
observar que a coloração desaparece e o embrião pode ser visto dentro da casca
transparente do ovo (HARDY, 1938).
Logo após a eclosão, a lagarta mede cerca de 2mm e penetra nas folhas,
construindo galerias, até seu diâmetro se tornar maior que a espessura da folha, o que
ocorre geralmente no fim do segundo ínstar. Deste ponto em diante, torna-se raspadora
de superfície, geralmente na face ventral, comendo todo o tecido foliar com exceção
das nervuras e da epiderme dorsal, causando as áreas transparentes que são
características do dano de P. xylostella. Quando completamente desenvolvida, mede de
8 a 9 mm de comprimento, com a coloração normalmente verde brilhante (HARDY,
1938). Segundo NOGUEIRA (1981), ao eclodir, a lagarta penetra na folha e alimenta-se
do parênquima, no período de 2 a 3 dias, resultando dessa atividade a construção de
galerias com um centímetro de comprimento. Depois de 9 a 10 dias, completa seu
máximo desenvolvimento, medindo de 8 a 10 mm de comprimento. Apresenta
coloração uniforme verde-clara, notando-se sobre o corpo pequenos pêlos esparsos,
escuros, e tem a cabeça de tonalidade pardacenta. Tece um delicado casulo, que é
formado por pequenas malhas na face inferior das folhas atacadas. De acordo com OOI
& KELDERMAN (1979), o período larval total é cerca de seis dias, ao fim do qual a
lagarta gera um casulo sedoso e no último ínstar pode apresentar dimorfismo sexual,
pois lagartas que darão origem a adultos machos podem ser reconhecidas por duas
manchas amareladas na parte posterior do abdômen. O período pré-pupal é curto (OOI & KELDERMAN, 1979) e mudanças
extremamente visíveis ocorrem na fase de pré-pupa, incluindo redução no comprimento
e aumento na largura do corpo e uma mudança de verde escuro para verde claro. Esse
período tem duração de 0,5 a 1 dia e corresponde à formação do casulo e a última
5
mudança de pele, quando surge a pupa (ROSÁRIO & CRUZ, 1986; OOI &
KELDERMAN, 1979).
A pupa é do tipo obtecta (ROSÁRIO & CRUZ, 1986; OOI & KELDERMAN, 1979),
o terminal cefálico é arredondado sendo o corpo mais largo na região toráxica e
afilando gradualmente em direção ao esbelto segmento caudal (OOI & KELDERMAN,
1979). Quando nova, sua coloração é amarelada (ROSÁRIO & CRUZ 1986), verde
clara (HARDY, 1938 e ROSÁRIO & CRUZ, 1986) ou branca (HARDY, 1938), mudando
para marrom claro, posteriormente para marrom escuro (ROSÁRIO & CRUZ, 1986),
marrom ou preta, com a maturidade, medindo cerca de 7 mm, fechada livremente
dentro de uma fina rede composta de fios entrelaçados (HARDY, 1938). A duração
desta fase é de 7,2 dias a uma temperatura de 20º ± 1ºC e UR: 44 a 55% (SALINAS,
1986) ou de 4,1 dias a 27,7ºC (MINER, 1947).
O adulto é um microlepidóptero (NOGUEIRA, 1981) de hábito noturno (HARDY
1938) de 8 a 9 mm de comprimento, de coloração parda (NOGUEIRA, 1981) a marrom
acinzentada (OOI & KELDERMAN, 1979). Quando em repouso, as asas ficam bem
juntas ao corpo do inseto e apresentando uma ligeira aparência curvada para cima
(HARDY, 1938). A fêmea é mais clara que o macho, podendo ser efetuada a sexagem
através do segmento abdominal anal visto os machos exibirem divisão longitudinal
dorsal, característica ausente nas fêmeas (ROSÁRIO & CRUZ, 1986). Os machos
apresentam a cabeça, a face dorsal do tórax e as antenas de cor branca (HARDY,
1938). As asas anteriores mostram, ao longo da margem interna, uma faixa ondulada
branca, e estas asas, quando em repouso, unem-se, formando uma longa mancha, a
qual, partindo da cabeça, afila-se para a extremidade posterior (NOGUEIRA, 1981). Em
laboratório, a fêmea dura em média de 16 dias pondo em média 288 ovos, enquanto o
macho tem duração de 12,7 dias (OOI & KELDERMAN, 1979). A duração total do ciclo
de vida foi de 41,4 dias a uma temperatura de 20º ± 1ºC e UR: 44 a 55% (SALINAS,
1986).
6
2.2 Distribuição geográfica e biologia do parasitóide, Oomyzus sokolowskii
ALAM (1992) afirmou que o parasitóide O. sokolowskii (Kurdjumov, 1912)
(Hymenoptera: Eulophidae) é nativo da Jamaica e outras ilhas do Caribe. Porém, foram
registradas ocorrências na Rússia (KURDJUMOV, 1912), Sul da Índia (CHERIAN &
BASHEER, 1939), Canadá (HARCOURT, 1953), Europa, Ásia e Antilhas (BENNETT &
YASSEN, 1972), Trinidad (YASSEN, 1978), Paquistão (MUSHTAQUE, 1990), Japão
(HIRASHIMA et al., 1990) e no Brasil (FERRONATTO, 1984). Seu primeiro registro no
Brasil foi no Rio Grande do Sul, sendo reportado ainda nos Estados de Pernambuco
(LOGES, 1996) e Distrito Federal (CASTELO BRANCO & MEDEIROS, 2001).
Devido a sua alta especificidade, capacidade de busca, longevidade e
fecundidade, O. sokolowskii tem sido estudado e utilizado em programas de controle
biológico em diferentes regiões produtoras de crucíferas no mundo, como no Sul da
Índia (CHERIAN & BASHEER, 1939), na Europa e Ásia (HARCOURT, 1960), em
Trinidad (YASSEN, 1978), no Paquistão (MUSHTAQUE, 1990), em Barbados (ALAM,
1992) e na China (LIU et al., 2000). No Brasil ainda são restritos os estudos visando à
utilização de O. sokolowskii como agente de controle biológico, ainda sendo ausentes
estudos sobre técnicas de liberação, seletividade a inseticidas e exigências térmicas
(LOGES, 1996).
Segundo LOGES (1996), O. sokolowskii tem ocorrência generalizada em cultivos
de repolho das regiões produtoras de Pernambuco, sendo portanto um inimigo natural
com elevado potencial para ser utilizado em programas de controle biológico da traça-
das-crucíferas, pois tem sido constatado parasitismo de até 97% no final do ciclo da
cultura.
Em vista da sua importância, a biologia de O. sokolowskii tem sido estudada. O
seu ovo é cilíndrico, ligeiramente curvado, medindo de 1 a 1,5 mm x 0,5 mm, e o
período de incubação não ultrapassa dois dias, numa temperatura em torno de 28,10C e
76,7% de UR (CHERIAN & BASHEER, 1939). As partes preferidas para a oviposição
são o tórax e o abdome do inseto, com exceção dos três últimos segmentos
(MUSHTAQUE, 1990), onde a fêmea estende o ovipositor introduzindo-o no corpo da
7
lagarta e deposita os ovos em grupos (CHERIAN & BASHEER, 1939).
A lagarta é transparente e mede de 1 a 1,5 mm x 0,5 mm, apresentando período
de incubação e fase larval de cinco a oito dias a 28,1ºC e 76,7% de UR (CHERIAN &
BASHEER, 1939).
As dimensões da pupa são semelhantes às das lagartas e passa da cor amarela
para completamente escura nos últimos dias de desenvolvimento, sendo o período
pupal de cinco a sete dias a 28,1ºC e 76,7% de UR (CHERIAN & BASHEER, 1939).
A fêmea adulta mede 1,3 mm, com abdome ovalado de coloração verde escura
com reflexos brilhantes. Os machos assemelham-se às fêmeas, no entanto,
apresentam as antenas com cerdas longas e abdome sem manchas na base
(KURDJUMOV, 1912).
A fêmea deposita o máximo de 127 ovos, com média de 25 ovos/dia (CHERIAN
& BASHEER, 1939), sendo a maioria destes depositada nas primeiras 24 horas de
idade (OOI, 1988). FERRONATTO (1984) observou que fêmeas grandes, médias,
pequeno-médias e pequenas depositam, respectivamente, 302, 78, 68 e 12 ovos.
Fêmeas alimentadas e efetuando postura tiveram longevidade de 20 dias, sem postura
de 34 dias e sem alimentação viveram no máximo quatro dias (CHERIAN & BASHEER,
1939). Fêmeas grandes e médias apresentaram 100% de sobrevivência nos primeiros
11 dias de vida, fêmeas pequeno-médias, oito dias e pequenas, quatro dias, enquanto
os machos não ultrapassaram um dia (FERRONATTO, 1984). OOI (1988) observou que
a longevidade de machos e de fêmeas sem alimentação foram, respectivamente, de
quatro e seis dias, e quando alimentados com mel, de 17 e 25 dias.
O parasitóide emerge por um orifício feito em qualquer parte da pupa do
hospedeiro, copulando logo em seguida (CHERIAN & BASHEER, 1939;
FERRONATTO, 1984; MUSHTAQUE, 1990). A pupa parasitada adquire coloração
escura devido à presença dos parasitóides no seu interior (FERRONATTO, 1984).
Segundo CHERIAN & BASHEER (1939), lagartas de P. xylostella bem
desenvolvidas foram mais parasitadas. OOI (1988) observou parasitismo em lagartas
com um a oito dias de idade, havendo variação no tempo de desenvolvimento e número
de parasitóides emergidos em função da idade das lagartas. No entanto, MUSHTAQUE
8
(1990) não constatou parasitismo em pupas e lagartas do segundo ínstar, sendo a
maior preferência verificada em lagartas bem desenvolvidas e pré-pupas.
O número de parasitóides emergidos por pupa também é variável. CHERIAN &
BASHEER (1939) observaram uma emergência de 39 parasitóides quando esta foi
exposta a mais de uma fêmea, sendo que as pupas coletadas no campo apresentaram
uma emergência máxima de 13 e mínima de quatro parasitóides com variação de 0 a
três machos e de três a 11 fêmeas. A emergência de um único macho por hospedeiro
foi a situação mais comum, sendo de 0,875 a razão sexual mais freqüente
(FERRONATTO, 1984). De acordo com OOI (1988), a média de parasitóides emergidos
foi de 8,6, sendo 17,3% de machos. O mesmo autor observou que uma fêmea chega a
parasitar 15 pupas das quais emergiram 26 machos e 109 fêmeas e que fêmeas virgem
originaram apenas machos.
O período de desenvolvimento do parasitóide é de 10 a 15 dias (CHERIAN &
BASHEER, 1939); de 14 a 21 dias (BENNETT & YASSEN, 1972); de 16 dias em 51,8%
dos casos a 25 + 1ºC e UR: 75% (FERRONATTO, 1984); de 15 a 26 dias (ALAM, 1992)
e de 17,8 dias (HIRASHIMA et al., 1990).
Segundo FERRONATTO (1984), dependendo da relação numérica
parasitóide/hospedeiro, as fêmeas emergidas podem ser de tamanho grande, médio,
pequeno-médio e pequeno. Ainda o mesmo autor constatou o percentual de
parasitismo de 90% e caracterizou O. sokolowskii como um inimigo natural bastante
eficiente devido às seguintes características: alta capacidade de busca mesmo em
baixa densidade populacional do hospedeiro, especificidade, sincronismo com o
hospedeiro, facilidade de criação, predominância de fêmeas, acasalamento entre
‘irmãos’, longevidade apropriada, alta fecundidade, capacidade de acumular e regular
os ovos depositados por hospedeiro evitando o superparasitismo.
FERREIRA (2001) estudou as exigências de O. sokolowskii afirmando ser a
constante térmica (K) de 211,8 graus dias e a temperatura base (Tb) de 11,6ºC para a
fase imatura.
9
2.3. Resistência de repolho a Plutella xylostella
Alternativas ao controle químico para P. xylostella são muito importantes,
destacando-se dentre estes a utilização de cultivares resistentes (EIGENBRODE et al.,
1990). Cultivares de repolho moderadamente resistentes afetam negativamente o
desenvolvimento de P. xylostella (BARROS, 1998) sendo os genótipos de repolho com
folhas brilhantes resistentes a P. xylostella devido a uma reduzida sobrevivência de
lagartas do primeiro ínstar sendo que em campo, plantas com folhagem escura e
brilhante apresentam menos danos devido à traça que plantas com folhagem normal
(LIN et al. 1983).
LIN et al. (1984) afirmaram que a dureza da folha de plantas de repolho afeta as
lagartas de P. xylostella, principalmente as de primeiro ínstar que possuírem hábito
minador, e que a coloração e a pilosidade destas folhas afetam principalmente a
oviposição. Uma baixa sobrevivência de lagartas de P. xylostella com alto grau de
dispersão e poucos orifícios iniciais de alimentação foram observados por
EIGENBRODE et al. (1990) no genótipo de repolho 2518, descendente da PI 234599.
Repolhos de coloração vermelha ou rósea foram mais infestadas por P. xylostella, que
em repolhos de coloração verde (HARRISON & BRUBAKER, 1943).
O comportamento de P. xylostella difere entre genótipos resistentes e
suscetíveis. EIGENBRODE et al. (1991) observaram uma maior movimentação das
lagartas, uma maior palpação e redução na alimentação na CULTIVAR de repolho
resistente NY 8329, quando comparada à suscetível Round-Up. Esta diferença estava
associada às características físicas e químicas da cera e morfologia das folhas, pois o
comportamento das lagartas foi diferenciado tanto em extratos de cera da CULTIVAR
resistente como das folhas intactas. Foi postulado que a redução da sobrevivência em
genótipos brilhosos estava relacionada com a redução da densidade de cristais e
quantidade de cera na superfície das folhas.
Além da coloração e cerosidade das folhas, outras causas também estão
envolvidas na resistência de crucíferas a P. xylostella. RUDDER & BRETT (1967)
observaram que cultivares de couve resistentes apresentavam o tecido das folhas
10
novas e maduras com células densas e compactas e as suscetíveis, células
frouxamente arranjadas e com espaços vazios ocupados com ar. O tecido das folhas
velhas de ambas as cultivares foi formado de células mais compactas e a epiderme
mais densa que nas folhas novas, impedindo, desta forma, a sobrevivência da maioria
das lagartas do primeiro ínstar. Estudos conduzidos por DICKSON & ECKERONDE
(1980) com linhagens de repolho demonstraram que a resistência a P. xylostella
aumentou à medida em que as plantas foram amadurecendo.
De acordo com LARA (1991), a resistência de plantas a insetos é determinada
por fatores químicos, físicos e morfológicos que podem atuar de forma isolada ou
conjunta, conferindo resistência a uma determinada praga, estando as toxinas,
redutores de digestibilidade, tricomas, dureza da epiderme foliar e impropriedades
nutricionais presentes em genótipos de repolho, proporcionando diferentes graus de
resistência.
Segundo SHELTON et al. (1988), cultivares de repolho roxas descendentes da
PI 234599 com folhas brilhantes apresentaram resistência do tipo antibiose e não
preferência para oviposição. DICKSON et al. (1990) afirmaram que linhagens brilhosas
e não brilhosas descendentes da PI 234599 são menos infestadas em relação a outras
cultivares de repolho.
No Brasil, FRANÇA et al. (1985a) constataram a resistência dos genótipos de
repolho HE 118 e 325, Matsukase, Shutoku e Ruby Ball a P. xylostella e suscetibilidade
de Banchu-risow, Sekiko e Naniwa. Segundo MELO et al. (1994), os híbridos Irodori e
Kongoh foram menos danificados e apresentaram os maiores percentuais de cabeças
comercializáveis em relação a Matsukase, Meitoku e Kenzan. De acordo com estudos
realizados por LOGES et al. (1993), as cultivares Matsukase e Roxo da Horta
apresentaram menor consumo pelas lagartas de P. xylostella, registrando-se o maior
consumo na cultivar Sessenta Dias.
BARROS (1998), afirmou ser o Potencial Reprodutivo Corrigido (PRC) o
parâmetro que expressa com maior precisão a influência dos genótipos na biologia de
P. xylostella, classificando as cultivares Coração de Boi Gigante, Quatro Estações,
Green Cup, Ruby Ball, Master AG-325, Scarlet, Roxo Gigante e Midori como
11
moderadamente resistentes, Coração de Boi, Liso de Verão, Soshin, XPH, Kenzan e
Roxo Precoce como suscetíveis e Chato de Quintal, Granat Roxo, Louco de Verão,
Sessenta Dias, Chato de Brunswich, Futuyoya, Naniwa e Couve de Verão, como
altamente suscetíveis.
2.4. Efeito de cultivares de repolho sobre o parasitóide Oomyzus sokolowskii
LOGES (1996), estudando os danos causados pela traça das crucíferas, P.
xylostella, em cultivares de repolho B. oleracea var. capitata e o efeito sobre
populações da praga e do parasitóide O. sokolowskii, em condições de campo, concluiu
que não houve diferenças no parasitismo entre as cultivares Naniwa, Midore, Soshin,
Kyozan, Matsukase e Louco de Verão, o qual aumentou com o desenvolvimento da
cultura, bem como na razão sexual e número de parasitóides emergidos por pupa e que
as cultivares não influenciam na porcentagem de pupas parasitadas em que não houve
emergência de O. sokolowskii, predominando no seu interior a forma larval do
parasitóide.
2.5 Efeito de plantas inseticidas sobre Plutella xylostella
Alguns extratos de plantas ou suas combinações ativas isoladas exibem
potencial como inseticida de ação aguda ou crônica agindo como reguladores de
crescimento de inseto, ou redutores da alimentação contra uma cultivar de espécies de
insetos (SHAPIRO et al., 1994). MORDURE & BLACKWELL (1993) afirmaram que
insetos tratados ou alimentados com azadiractina apresentam inibição de crescimento,
malformação e morte. Quando aplicada nas formas jovens, provoca provocam redução
na longevidade, fecundidade e fertilidade dos adultos, deformações nos adultos, morte
de lagartas durante o processo de ecdise, pupas com severas deformações nos
apêndices cefálicos e torácicos, prolongamento do período larval e morte dos insetos
algumas horas após o tratamento.
SHIN-FOON & YU-TONG (1993) avaliaram os efeitos de cinco espécies de
12
plantas do Sul da China possuidoras de propriedades inseticidas em lagartas de P.
xylostella; verificaram ser o extrato bruto diclorometano das flores da Rhododendron
molle tóxico para o 3º estágio larval e o extrato de clorofórmio de Ajuga nipponensis
possui alta toxicidade e atividade reguladora de crescimento no 4º estágio larval.
VERKERK & WRIGHT (1993) avaliaram a atividade de dois extratos de
Azadirachta indica, AZT e NEEM-AZAL e azadirachtin (AZ) contra lagartas de P.
xylostella, afirmando ser a mortalidade larval crescente com o tempo de exposição entre
48 e 120 horas, com mortalidade entre 50 e 90% a 13 dias.
Existem evidências, segundo VERKERK & WRIGHT (1993), que o extrato de nim
AZT reduz o ganho de peso de lagartas e atua como repelente para o segundo ínstar
larval de P. xylostella, possuindo também, atividade ovicida.
STEIN & KLINGAUF (1990) avaliaram 13 extratos de espécies de plantas de
regiões trópicas contra P. xylostella, mostrando que os extratos de Chrysanthemum
cinerariaefolium e Persea americana mantiveram uma eficácia de 100% e 74,8 ± 13,7%,
respectivamente, de mortalidade para P. xylostella.
No Brasil, a aplicação de extratos aquosos de Melia azedarach resultaram em
52% de mortalidade larval da traça do tomateiro, enquanto extratos acetônicos 62% de
mortalidade larval, aplicados em plantas de tomates envasadas (FERRACINI et al.,
1993).
CARNEIRO & BEZERRIL (1992) avaliaram os efeitos de extratos vegetais sobre
P. xylostella, em condições de laboratório encontrando 6,8% de emergência de adultos
utilizando extrato aquoso de cinamomo (M. azedarach) e 5,6 % para bonina (Mirabilis
jalapa).
2.6 Interação planta resistente x planta inseticida São poucas as pesquisas que envolvem a ação de plantas inseticidas no
controle da traça-das-crucíferas e são raros os trabalhos que evolvam a interação de
plantas inseticidas com resistência de plantas. Trabalhos com plantas resistentes têm
13
mostrado resultados isolados e distintamente de interações com outros métodos de
controle, principalmente o uso de plantas inseticidas, que por sua vez vem despertando
o interesse de pesquisadores.
Há necessidade de se fazer estudos da interação planta resistente x planta
inseticida, visto que são métodos alternativos que isoladamente se adequam ao MIP e
que quando em conjunto podem exercer uma alternativa de controle eficiente no
controle de insetos fitófagos, minimizando ou até mesmo dispensando o uso de
inseticidas químicos.
VENDRAMIM & SCAMPINI (1997) avaliaram o efeito de dois genótipos de milho,
Mp107 tido como resistente e IAC 7777 como suscetível, e o extrato aquoso de
cinamomo em Spodoptera frugiperda, afirmando que tanto o genótipo resistente como o
extrato reduziram o peso e a viabilidade da fase larval, além de prolongarem esta fase.
Também verificaram que os efeitos foram mais drásticos quando estes dois tratamentos
foram utilizados simultaneamente. MAZZONETTO (2002) avaliou o efeito associado de genótipos resistentes de
feijoeiro e pós de vegetais sobre Zabrotes subfasciatus e Acanthoscelides obtectus,
observando que os pós de Chenopodium ambrosioides (erva-de-santa-maria – parte
aérea), Ocimum basilicum (alfavaca – folhas), Mentha pulegium (poejo - folhas) e Citrus
reticulata (laranja cv. Murcote – cascas de frutos) associados aos genótipos Arc1, 3 e 4
apresentam efeito repelente para Z. subfasciatus e que ocorre efeito aditivo entre eles.
Houve também efeito repelente para A. obtectus dos pós de C. ambrosioides, Ruta
graveolens (arruda – folhas), C. reticulata e Citrus sinensis, porém não havendo efeito
repelente dos genótipos contendo arcelina. Ainda segundo esse autor, no estudo de
preferência para oviposição e biologia de Z. subfasciatus e A. obtectus com a
associação entre pós vegetais e genótipos resistentes de feijoeiro, de modo geral, os
efeitos são mantidos quando estas duas técnicas são empregadas isoladamente e
quando em conjunto o efeito é apenas aditivo.
3. MATERIAL E MÉTODOS Os experimentos foram desenvolvidos no Departamento de Fitossanidade da
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – UNESP Campus de Jaboticabal – SP,
em condições de laboratório à temperatura de 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
Visando obter material para criação e condução dos experimentos, sementes de
couve, Brassica oleracea var. acephala, ‘Georgia’, e repolho, Brassica oleracea var.
capitata (Tabela 1), foram semeadas em bandejas de isopor contendo substrato
Plantmax® em casa de vegetação, onde após 30 dias, foram transplantadas para
canteiro definitivo na Área Experimental do Departamento de Fitossanidade, sendo
efetuadas irrigações por aspersão, adotando-se tratos culturais para a cultura de acordo
com CAMARGO (1992).
Tabela 1. Cultivares de repolho utilizadas na alimentação de Plutella xylostella
Cultivares*
Roxo Mamuth Gigante
15
Tabela 1. Cultivares de repolho utilizadas na alimentação de Plutella xylostella.
Continuação...
Híbrido Matsukase Sakata
Híbrido Ruby Ball
Sessenta Dias
16
Tabela 1. Cultivares de repolho utilizadas na alimentação de Plutella xylostella.
Continuação...
Coração de Boi
Chato de Quintal
Toshin Takii
17
Tabela 1. Cultivares de repolho utilizadas na alimentação de Plutella xylostella.
Continuação...
Louco de Verão
* Sementes adquiridas através da empresa Sementes Sakata
3.1 Criação estoque
3.1.1 Plutella xylostella
Para criação da traça-das-crucíferas, foram utilizados insetos coletados em
culturas de repolho do município de Camocim de São Félix-PE, sendo os mesmos
mantidos e multiplicados no laboratório de Resistência de Plantas a Insetos da
UNESP/Jaboticabal – SP (Figura 1). Lagartas recém-eclodidas foram confinadas em
recipientes plásticos com dimensões 15 x 10 x 5 cm, alimentadas com folhas de plantas
de couve Geórgia, previamente lavadas em água corrente.
As folhas foram trocadas diariamente até todos os insetos atingirem a fase de
pupa, sendo as lagartas transferidas com um pincel para outros recipientes. As pupas
foram coletadas diariamente e colocadas em tubos de vidro de fundo chato medindo
1cm de diâmetro, fechados com filme plástico transparente PVC com pequenos orifícios
para circulação do ar. Após a emergência, diariamente, os adultos foram coletados com
auxílio de um sugador, fazendo-se a sexagem e formando-se casais que foram
confinados em gaiola plástica transparente circulares com uma abertura retangular
lateralmente vedado com malha fina de nylon possibilitando a circulação do ar. A parte
18
superior da gaiola continha um orifício circular onde foi colocada uma esponja
embebida com uma solução de mel a 10%, presa com uma rolha de pano tamponando
o orifício. Foram colocados discos de folha de repolho medindo 8 cm de diâmetro sobre
papel filtro em um copo plástico contendo uma esponja umedecida com água destilada
em sua abertura, para que ocorresse a postura dos adultos. Os discos foram
substituídos diariamente e acondicionados em placa de Petri até a eclosão das lagartas
onde se seguiu o mesmo ciclo mantendo a criação em laboratório.
Figura 1. Esquema de criação de Plutella xylostella (adaptada de BARROS, 1998).
19
3.1.2 Oomyzus sokolowskii Para obtenção do parasitóide, foram coletadas pupas de P. xylostella em plantios
de repolho no município de Camocim de São Félix-PE e colocadas isoladamente em
‘pocinhos’ de placa de teste ELISA, onde foram recobertas com filme plástico de PVC
transparente. Foram realizadas observações diárias para verificar a emergência dos
parasitóides ou dos adultos de P. xylostella. Os parasitóides foram transferidos para
tubos de ensaio de fundo chato contendo gotícolas de mel de abelha a 70%, dispersas
na parte lateral interna, ficando os mesmos por um período de 24 horas com o objetivo
de acasalamento.
A multiplicação do parasitóide em laboratório (Figura 2) foi iniciada colocando-se
lagartas do quarto ínstar da traça-das-crucíferas em copos plásticos transparentes de
formato cônico, com dimensões de 6 x 5 x 7,5cm, sendo fechados com tampa contendo
aberturas tamponadas com tecido tipo ‘voil’. No interior destas gaiolas foram colocados
pedaços de folha de couve B. oleracea var. acephala (L.) cultivar Georgia, em forma de
trapézio (5,5 cm de base superior x 4,5 cm de base inferior x 4 cm de altura) colocados
transversalmente no copo, ficando dessa forma, a folha fixa nas paredes permitindo
aberturas entre a parte superior e inferior do copo que proporcionavam a movimentação
tanto das lagartas de P. xylostella como dos adultos de O. sokolowskii, ficando as
lagartas sempre expostas ao parasitóide.
Fêmeas de O. sokolowskii com um dia de idade previamente acasaladas por 24
horas, foram introduzidas nas gaiolas na proporção de três fêmeas do parasitóide para
12 lagartas de P. xylostella. Após 24 horas, as lagartas foram transferidas para placas
de Petri (9 cm de diâmetro) contendo círculos de folhas de couve onde permaneceram
até atingirem a fase de pupa as quais foram então coletadas e individualizadas em
‘pocinhos’ de placas de ELISA, cobertas com filme plástico de PVC transparente (Figura
2). Diariamente, após a emergência, os adultos do parasitóide ou da traça-das-
crucíferas eram coletados e removidos para as suas respectivas gaiolas de criação.
Este procedimento foi adotado sucessivamente na criação do parasitóide.
Foram feitos parasitismos com O. sokolowskii em vários intervalos de tempo,
20
visando ter sempre parasitóides com 24 horas de idade, para parasitar as lagartas
tratadas com as cultivares ou com os extratos ou com as cultivares e os extratos que
aumentaram a duração larval ficando as lagartas no quarto ínstar em períodos
diferentes.
Figura 2. Esquema de criação do parasitóide da traça-das-crucíferas, Oomyzus
sokolowskii
21
3.2 Obtenção do material vegetal
Amêndoas de nim (Azadirachta indica) (Figura 3), casca de pereiro
(Aspidosperma pyrifolium) (Figura 4) e frutos de cinamomo (Melia azedarach) (Figura 5)
foram obtidas da EMBRAPA - CPATSA (Petrolina - PE), Fazenda Riacho da Porta
(Município de Belém de São Francisco - PE) e Campus UNESP Jaboticabal-SP,
respectivamente.
O material foi mantido em estufa em temperatura de 40ºC por 48 horas para
secagem, e posteriormente foi moído em moinho de faca com peneira de 0,8 mm,
obtendo-se um pó fino, com granulação uniforme. O pó foi acondicionado em
recipientes plásticos para posterior preparação dos extratos.
Figura 3. Árvore de Azadirachta indica (Meliaceae) (a) com detalhe do ramo (b),
inflorescência (c), frutos (d,e), sementes (e,f), amêndoas (g) e pó da amêndoa (h).
a b d
e
fgh
c
22
Figura 4. Árvore de Aspidosperma pyrifolium (Apocinaceae) (a) com detalhe do ramo e
inflorescência (b), frutos (c), sementes (d), casca (e) e madeira (f).
Figura 5. Árvore de Melia azedarach (Meliaceae) (a) com detalhe da folha (b),
inflorescência (c), frutos verdes (d) e frutos secos (e).
a b
c d e f
ab
c
d
e
23
3.2.1 Preparação e aplicação dos extratos aquosos
As concentrações dos extratos aquosos foram determinadas pela razão
peso/volume (p/v), misturando pó de casca de A. pyrifolium, de frutos de M. azedarach
e de amêndoa de A. indica em 100 ml de água destilada cada, ficando em repouso por
24 horas. Findo esse período, foram feitas filtragens com pano de malha fina para
obtenção final dos extratos.
Após a preparação dos extratos aquosos, discos com aproximadamente 8 cm de
diâmetro de folhas de plantas de couve foram imersos em cada extrato por 30
segundos e postos para secagem sobre papel toalha ao ar livre. O mesmo foi feito em
água destilada para o tratamento testemunha. Após a secagem, os discos tratados
foram transferidos para placa de Petri contendo papel filtro levemente umedecido com
água destilada.
3.3 Efeito de extratos aquosos de Azadirachta indica, Melia azedarach e Aspidoperma pyrifolium nos aspectos biológicos de Plutella xylostella 3.3.1 Determinação e efeito da CL50 de extratos vegetais aquosos na biologia de Plutella xylostella
Para determinação da CL50, inicialmente foram realizados testes preliminares
para definir as concentrações limites superior e inferior, ou seja, uma concentração que
cause mortalidade de 95 a 100% das lagartas e uma segunda que cause mortalidade
próxima a da testemunha (BLISS, 1934).
Após a determinação dos limites, foram preparadas as concentrações de 7; 5; 4;
3; 2; 1 e 0,5% (peso/volume), para A. pyrifolium, 12,5; 10; 7,5; 5; 2,5; 1 e 0,5 % para M.
azedarach e 0,8; 0,6; 0,4; 0,2; 0,1; 0,05 e 0,03 % para A. indica, deixando-se a mistura
dos pós com água destilada em repouso por 16 horas. Após a preparação e aplicação
dos extratos aquosos, foram confinadas doze lagartas recém-eclodidas por repetição,
totalizando 60 lagartas para cada tratamento, sendo os discos de folha trocados
24
diariamente a partir do quarto dia de confinamento devido ao hábito minador do
primeiro ínstar da traça-das-crucíferas. As placas de Petri foram vedadas com filme
PVC para evitar possíveis fugas das lagartas.
Determinada a CL50 dos extratos, foram feitas aplicações das respectivas doses
de cada espécie vegetal seguindo procedimento semelhante, sendo as pupas coletadas
diariamente e individualizadas em ‘pocinhos’ de placa de teste ELISA, onde eram
observadas diariamente até a emergência dos adultos, que foram coletados e sexados.
Em seguida foi confinado um casal por gaiola num total de cinco repetições por
tratamento. Foram coletados discos contendo ovos para observação dos parâmetros
biológicos.
Foram avaliados os seguintes parâmetros biológicos: duração da fase larval,
peso de pupa com 24 horas, duração e viabilidade pupal, razão sexual, longevidade de
adultos, número de ovos por fêmea, período de incubação e viabilidade de ovos.
O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente casualizado, com oito
tratamentos e cinco repetições para determinação da CL50 de cada espécie vegetal.
Para o efeito da CL50 na biologia de P. xylostella foram utilizados cinco tratamentos e
cinco repetições. A estimativa da CL50 foi feita através do método Probit para cada
extrato.
3.3.2 Efeito dos extratos na fase embrionária Quatro casais de P. xylostella com até 12 horas de idade foram introduzidos
para oviposição em gaiolas plásticas idênticas às da criação. Após 12 horas de
exposição, os discos foram retirados das gaiolas e cuidadosamente recortados, de
modo que cada parte da folha de couve contivesse 20 ovos da praga. Em seguida, os
pedaços de folhas com os ovos foram imersos nos extratos nas concentrações letal e
sub-letal (CL50) de cada espécie vegetal, e a testemunha em água destilada.
A duração e a viabilidade da fase embrionária foram os parâmetros biológicos
usados na avaliação do efeito ovicida dos extratos. Diariamente contaram-se o número
de lagartas eclodidas, sendo confrontado com o número de ovos que apresentavam o
25
córion transparente, indicando que tinha ocorrido à eclosão, bem como o número de
ovos inviáveis, mas que apresentavam embriões formados, sendo designados aos ovos
que apresentavam no seu interior lagartas em formação, mas que durante as
avaliações não foi constatada a eclosão das mesmas. Essas avaliações ocorreram
durante oito dias e foram realizadas com auxílio de um estereoscópio binocular.
Para análises microscópicas do ovo de P. xylostella, foram herborizados discos
de folhas de couve (8 cm de diâmetro), secos em estufa a 48ºC por um período de 48
horas. Em seguida, os discos foram colocados em gaiolas plásticas com procedimento
semelhante ao da criação, exceção ao umedecimento do disco de papel filtro que foi
colocado seco. Foram adicionados 10 casais de adultos de P. xylostella que ficaram
expostos para oviposição nos discos por um período de 24 horas.
Para realização das fotos, os discos contendo os ovos de P. xylostella foram
processados segundo SANTOS (1996). De acordo com o método, os discos contendo
os ovos da traça-das-crucíferas foram colocados em frascos de vidro contendo algodão
umedecido com formaldeído a 10% por 24 horas. Após esta etapa, os espécimes foram
montados em cilindros de alumínio, metalizados com uma camada de ouro-paládio
(JEOL JFC1100) e observados no microscópio eletrônico de varredura (MEV), marca
JEOL, modelo JSM5410, utilizando-se para a elétron-micrografia o filme ILFORD FP4
(ISSO 125/22O).
Para o efeito das doses letal e subletal (CL50) no período embrionário o
delineamento foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial 3 x 3 (três espécies
vegetais, três doses – letal, CL50 e testemunha ) com cinco repetições.
3.3.3 Efeito dos extratos na oviposição
Discos de folhas de couve Geórgia com 8 cm de diâmetro foram imersos nas
concentrações letal e subletal (CL50) de cada extrato por 30 segundos e postos sobre
papel toalha para secagem ao ar livre, sendo em seguida, divididos em partes, obtendo-
se quatro triângulos com dimensões semelhantes. Discos retirados das mesmas folhas
de couve foram imersos em água destilada e usados como padrão nos testes de
26
repelência. Com isso formou-se um conjunto, constituído por quatro triângulos dispostos
alternadamente sobre papel filtro levemente umedecido com água destilada, sendo dois
tratados com os extratos e outros dois tratados com água destilada. Esse conjunto foi
colocado em gaiolas idênticas às utilizadas na criação de P. xylostella.
Quatro casais de P. xylostella com até 12 h de idade, provenientes da criação,
foram introduzidos nas gaiolas e mantidos por 24 h para oviposição sendo alimentados
com solução de mel a 10%, embebida em esponja presa na parte superior da gaiola.
Paralelamente, para cada extrato, usaram-se cinco gaiolas, similares às
descritas acima, diferindo apenas por conterem discos imersos em água destilada. Esse
procedimento foi adotado como forma de observar a uniformidade de postura de P.
xylostella.
O efeito repelente dos extratos foi avaliado através da fórmula: PR = (NC –
NT)/(NC + NT) x 100, adaptada de OBENG-OFORI (1995), sendo PR, a porcentagem
média de repelência; NC, o número de ovos no tratamento com água destilada e NT, o
número de ovos em cada tratamento com extrato, e foi atribuída a seguinte
classificação: Repelente: PR > 0; Neutro: PR < 0.
Para o efeito das doses letal e subletal (CL50) na oviposição de P. xylostella foi
utilizado e delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 3 x 3 (três
espécies vegetais, três doses – letal, CL50 e testemunha) com cinco repetições.
A comparação entre as médias dos tratamentos foi feita pelo teste de Tukey (α =
0,05), utilizando o pacote computacional SANEST (Versão 3.0).
3.4 Efeito de cultivares de repolho por duas gerações sucessivas na biologia de Plutella xylostella
Foram cortados discos de 8 cm de diâmetro de folhas de plantas jovens de cada
cultivar (Tabela 1), colocados em placa de Petri sobre disco de papel filtro de igual
diâmetro umedecido com água destilada, nos quais foram confinadas 12 lagartas de P.
xylostella recém-eclodidas. Inicialmente os discos foram trocados a partir do quarto dia
de confinamento das lagartas em virtude do hábito minador do inseto e trocados
27
diariamente após a avaliação até as lagartas atingirem a fase de pupa. Adotou-se
procedimento semelhante para a segunda geração.
As pupas foram coletadas diariamente e individualizadas em "pocinhos" de
placas de teste ELISA, fechados com filme plástico transparente PVC, contendo
pequenos furos para possibilitar a troca de ar, sendo realizada a pesagem de cada
pupa com 24 horas. Diariamente, após a emergência, os adultos foram retirados da
placa com o auxílio de um sugador e realizada a sexagem, formando-se casais, que
foram acondicionados em gaiolas de criação sendo alimentadas com solução de mel
diluído a 10%. A postura dos adultos foi efetuada em discos de folhas de cada cultivar
(Tabela 1) medindo 8 cm de diâmetro, sobre papel filtro umedecido com água destilada
e estes sobre esponjas de mesmo tamanho e formato. Esses discos foram substituídos
diariamente, realizando-se a contagem dos ovos oriundos da postura do dia anterior e,
em seguida, acondicionados em placa de Petri até a eclosão das lagartas, que foram
passadas pelo mesmo processo na segunda geração.
Tanto na primeira como na segunda geração, foram avaliados os seguintes
parâmetros biológicos: duração e viabilidade larval, duração e viabilidade pupal, peso
de pupa com 24 horas, período de pré-oviposição, razão sexual, número de ovos por
fêmea, período de incubação e viabilidade de ovos.
Após coletas diárias dos dados, estes foram tabulados e submetidos à análise de
variância.
Foi calculado o potencial reprodutivo corrigido (PRC) sugerido por VENDRAMIM
e PARRA (1986), utilizado para discriminar as diferenças entre as cultivares, sendo
obtido pela fórmula: ( )nArsPRC ×= , onde: rs = razão sexual (fêmeasmachos
fêmeasrs+
= ); A =
número de fêmeas aptas à reprodução, ou seja, plo VVVfêmeaovosNúmeroA ×××= de ,
sendo: oV - Viabilidade de ovos, lV - Viabilidade larval e pV - Viabilidade pupal,
determinado pela avaliação, em cada cultivar; n o número de gerações apresentadas
no período de 30 dias, calculado pelo quociente entre esse período e a duração, em
dias, das fases imaturas do inseto.
28
O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial
8 x 2 (8 cultivares, 2 gerações) com cinco repetições. Cada repetição foi composta por
12 lagartas recém-eclodidas, totalizando 60 lagartas por tratamento. Os resultados
foram submetidos à análise de variância e comparadas através do teste de Tukey (P >
0,05). As cultivares dentro de uma mesma geração foram comparadas com base no
intervalo de confiança (IC) (α = 0,05) pelo teste t, agrupando-as em três graus de
resistência (adaptado de BARROS, 1998):
1 – Moderadamente resistente (MR): ICMM tcc −<
2 – Suscetível (S): ICMMICM tcctc +≤≤−
3 – Altamente suscetível (AS): ICMM tcc +>
Onde: cM = Média da cultivar
tcM = Média de todas as cultivares
Para a duração das fases larval e pupal, a classificação foi invertida por esses
parâmetros terem significado biológico contrário aos demais.
3.5 Avaliação do efeito associado de cultivares de repolho e extratos aquosos de espécies vegetais na biologia de Plutella xylostella
Discos de folhas das cultivares de repolho Matsukase Sakata (moderadamente
resistente), Ruby Ball (moderadamente resistente) e Sessenta Dias (altamente
suscetível) com 8 cm de diâmetro, foram imersos por 30 segundos em extratos aquosos
das Cl50 de A. indica (0,058 g/100ml), A. pyrifolium (2,175 g/100ml) e M. azedarach
(2,905 g/100ml), ficando posteriormente expostos ao ar livre sobre papel toalha para
secagem. Para a testemunha (efeito das cultivares), foram utilizados discos das
cultivares de repolho sem aplicação de extratos. Inicialmente 12 lagartas recém-
eclodidas de P. xylostella foram adicionadas em placa de Petri contendo papel filtro
levemente umedecido com água destilada sob o disco de folha de cada tratamento. As
placas foram vedadas com fita adesiva para evitar possíveis fugas das lagartas.
A primeira avaliação foi feita quatro dias após o confinamento das lagartas, visto
29
o hábito minador das lagartas neonatas. Após esse período, os discos foram trocados
diariamente logo após a avaliação até as lagartas atingirem a fase de pupa.
As pupas foram coletadas diariamente e individualizadas em "pocinhos" de
placas de teste ELISA, fechados com filme plástico transparente PVC, contendo
pequenos furos para possibilitar a troca de ar. Diariamente, após a emergência, os
adultos foram retirados da placa com o auxílio de um sugador e sendo realizadas a
sexagem formando-se casais que foram confinados em gaiolas idênticas às da criação
sendo alimentadas com solução de mel diluído a 10%.
As posturas dos adultos foram efetuadas em discos de folhas de cada cultivar
medindo 8 cm de diâmetro, sobre papel filtro umedecido com água destilada e estes
sobre esponjas de mesmo tamanho e formato. Esses discos foram substituídos
diariamente, realizando-se a contagem dos ovos oriundos da postura do dia anterior e,
em seguida, acondicionados em placa de Petri até a eclosão das lagartas, onde estas
passaram pelo mesmo processo na segunda geração.
Foram avaliados os seguintes parâmetros biológicos: duração da fase larval,
peso de pupa com 24 horas, duração e viabilidade pupal, razão sexual, longevidade
adulto, número de ovos por fêmea, período de incubação e viabilidade de ovos e
calculado o PRC.
Após coletas diárias de dados, os resultados foram tabulados e submetidos à
análise de variância. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado em
esquema fatorial 3 x 4 x 2, ou seja, três cultivares, quatro extratos (CL50 de três plantas
inseticidas e concentração 0) e duas gerações de P. xylostella, em cinco repetições
com 12 lagartas recém-eclodidas de P. xylostella por repetição, totalizando 60 lagartas
por tratamento.
3.6 Avaliação do efeito associado de cultivares de repolho e extratos aquosos de espécies vegetais no desenvolvimento do parasitóide Oomyzus sokolowskii
Discos de folhas das cultivares de repolho Matsukase Sakata (moderadamente
resistente), Ruby Ball (moderadamente resistente) e Sessenta Dias (altamente
30
suscetível) com 8 cm de diâmetro, foram imersos por 30 segundos em extratos aquosos
das Cl50 de A. indica (0,058 g/100ml), A. pyrifolium (2,175 g/100ml) e M. azedarach
(2,905 g/100ml), ficando posteriormente expostos ao ar livre sobre papel toalha para
secagem. Para a testemunha (efeito das cultivares), foram utilizados discos das
cultivares de repolho sem aplicação de extratos. As placas foram vedadas com fita
adesiva para evitar possíveis fugas das lagartas.
A primeira avaliação foi realizada quatro dias após o confinamento das lagartas
neonatas. Após esse período, os discos foram trocados diariamente até as lagartas
atingirem o quarto ínstar, quando então quatro delas [número máximo parasitado por O.
sokolowskii em 24 horas, segundo FERRONATO (1984)] foram transferidas para
gaiolas idênticas às da criação do parasitóide seguindo o mesmo processo, no entanto,
os pedaços de folhas em forma de trapézios foram constituídos de cada cultivar. Uma
fêmea adulta de O. sokolowskii, com um dia de idade, e acasalada por 24 horas, foi
introduzida nas gaiolas onde permaneceram por 24 horas a 25 + 1ºC, UR 70%, fotofase
de 12 h.
Em seguida, as lagartas de P. xylostella foram transferidas para placas de Petri
contendo folhas de suas respectivas cultivares, sendo realizadas observações diárias
transferindo as pupas para placa de teste ELISA, com auxílio de um pincel fino, e
individualizadas nos ‘pocinhos’, permanecendo fechadas com filme plástico de PVC
transparente que continham pequenos furos para possibilitar a troca de ar.
Diariamente, observou-se a emergência de P. xylostella e de O. sokolowskii,
sendo que as pupas da traça-das-crucíferas que não originaram adultos nem
proporcionaram emergência de parasitóides após 25 dias da exposição ao parasitóide,
foram dissecadas para observação de formas biológicas no interior das mesmas.
Em cada tratamento foram observados os seguintes parâmetros biológicos:
porcentagem de parasitismo; duração da fase imatura (ovo-adulto); número médio de
parasitóides emergidos por pupa do hospedeiro e o tamanho dos parasitóides de
acordo com a metodologia de FERRONATTO (1984).
Para este experimento foram utilizadas inicialmente dez repetições por
tratamento visando à obtenção de número de lagartas de P. xylostella de quarto ínstar
31
suficiente para formarem cinco repetições de gaiolas para o parasitismo de O.
sokolowskii, ou seja, cinco gaiolas por tratamento cada uma contendo quatro lagartas
de P. xylostella para uma fêmea do parasitóide, sendo e delineamento experimental
utilizado o inteiramente casualizado em esquema fatorial 3 x 4 x 2, três cultivares,
quatro extratos (CL50 de três plantas inseticidas e concentração 0) e duas gerações. Os
resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste
de Tukey (α = 0,05).
3.7 Avaliação do efeito associado de cultivares de repolho, extratos aquosos de espécies vegetais e do parasitóide Oomyzus sokolowskii no controle de Plutella
xylostella
Discos de folhas das cultivares de repolho Matsukase Sakata (moderadamente
resistente), Ruby Ball (moderadamente resistente) e Sessenta Dias (altamente
suscetível) com 8 cm de diâmetro, foram imersos por 30 segundos em extratos aquosos
das Cl50 de A. indica (0,058 g/100ml), A. pyrifolium (2,175 g/100ml) e M. azedarach
(2,905 g/100ml), ficando posteriormente expostos ao ar livre sobre papel toalha para
secagem. Para a testemunha (efeito das cultivares), foram utilizados discos das
cultivares de repolho sem aplicação de extratos. As placas foram vedadas com fita
adesiva para evitar possíveis fugas das lagartas.
A primeira avaliação foi realizada quatro dias após o confinamento das lagartas
neonatas. Após esse período, os discos foram trocados diariamente até as primeiras
lagartas atingirem o quarto ínstar, onde foram transferidas para gaiolas idênticas as da
criação do parasitóide seguindo o mesmo processo.
O número de parasitóides/lagartas foi definido através da menor média de
lagartas do tratamento que proporcionou menor viabilidade desta fase. Portanto, uma
fêmea adulta de O. sokolowskii, com um dia de idade, e acasalada por 24 horas, foi
introduzida na gaiola contendo as lagartas sobreviventes de cada tratamento ficando
expostas ao parasitismo por 24 horas a 25 + 1ºC, UR 70%, fotofase de 12 h. Em
seguida, as lagartas de P. xylostella foram transferidas para placas de Petri contendo
32
folhas de suas respectivas cultivares, sendo feitas observações diárias transferindo as
pupas para placa de teste ELISA, com auxílio de um pincel fino, e individualizadas nos
‘pocinhos’, permanecendo fechadas com filme plástico de PVC transparente que
continham pequenos furos para possibilitar a troca de ar.
Diariamente, observou-se a emergência de P. xylostella e de O. sokolowskii,
sendo que as pupas da traça-das-crucíferas que não originaram adultos nem
emergiram parasitóides após 25 dias da exposição ao parasitismo, foram dissecadas
para observação de formas biológicas no interior das mesmas.
Para cada tratamento, foram calculadas as porcentagens de eficiência de
controle de P. xylostella, adotando-se como controle o somatório da porcentagem de
lagartas e pupas mortas da praga.
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado em
esquema fatorial 3 x 4 x 2, ou seja, três cultivares, quatro extratos (CL50 de três plantas
inseticidas e concentração 0), com e sem parasitismo com cinco repetições. Os
resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste
de Tukey (α = 0,05).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Efeito de extratos aquosos de Azadirachta indica, Melia azedarach e Aspidosperma pyrifolium nos aspectos biológicos de Plutella xylostella
4.1.1 Determinação da CL50 para primeiro ínstar de Plutella xylostella
A concentração letal do extrato aquoso de A. indica para lagartas de primeiro
ínstar de P. xylostella foi de 0,6% (p/v) (Figura 6), onde as lagartas atingiram 100% de
mortalidade após dez dias do confinamento, sendo que na concentração letal 0,8% o
número total de lagartas mortas foi observado no sexto dia após confinamento,
enquanto que 90% das lagartas morreram nos quatro primeiros dias.
0
20
40
60
80
100
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00
Concentração (%)
Mor
talid
ade
Larv
al (%
)
Figura 6. Mortalidade de lagartas de Plutella xylostella submetidas a diferentes
concentrações de extratos aquosos de amêndoas de Azadirachta indica.
34
A CL50 estimada para lagartas de primeiro ínstar foi de 0,058% (Y = 9,91 + 3,97 *
LogX). Estudos da CL50 de extratos aquosos de A. indica para P. xylostella foram
também realizados por SOMBATSIRI et al. (1986), que obtiveram concentrações letais
de 0,84 e 8,6%, para o segundo e quarto ínstares larvais, respectivamente.
Para A. pyrifolium, a concentração letal foi de 7% (p/v), havendo mortalidade de
100% das lagartas nos três primeiros dias após confinamento (Figura 7).
0
20
40
60
80
100
0.00 2.00 4.00 6.00 8.00
Concentração (%)
Mor
talid
ade
Larv
al (%
)
Figura 7. Mortalidade de lagartas de Plutella xylostella submetidas a diferentes
concentrações de extratos aquosos de casca de Aspidosperma pyrifolium.
A CL50 estimada foi de 2,17% (Y = 4,10 + 2,65 * LogX) com mortalidade de 40%
das lagartas nos três primeiros dias após o confinamento, permitindo afirmar que o
efeito de A. pyrifolium é mais inseticida do que insetistático, efeito este observado em A.
indica. Fortalece esta hipótese o prolongamento da duração larval que foi de dois dias
para a CL50 de A. indica quando comparado à testemunha e de 0,49 dia para a CL50 de
A. pyrifolium (Figura 10) e pelo fato de que muitas lagartas morreram durante a ecdise
sem conseguir liberar totalmente a exúvia, enquanto outros insetos morreram na fase
de pré-pupa e pupa. Não forma observadas lagartas mortas com dificuldade de
liberação das exúvias para A. pyrifolium que, no entanto, morriam escurecidas (Figura
8).
35
Figura 8. Efeito de extratos aquosos de plantas sobre Plutella xylostella. a - Lagarta
normal (Testemunha); b - Lagarta morta através do extrato de Azadirachta
indica com exúvia presa ao corpo; c - Lagarta morta com extrato de
Aspidosperma pyrifolium; d - Pré-pupa morta pelo efeito dos extratos; e -
Pupa normal; f - Pupa morta pelo extrato de A. indica; g – Adulto normal; h –
Adulto deformado pelos extratos.
A concentração dos extratos de M. azedarach que causou mortalidade de 100%
das lagartas de primeiro ínstar de P. xylostella foi de 12,5% (p/v). A CL50 foi de 2,90%
(Y = 4,01 + 2,13 * LogX) (Figura 9).
a
b
c
d e
f
gh
36
0
20
40
60
80
100
0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0
Concentração (%)
Mor
talid
ade
Larv
al (%
)
Figura 9. Mortalidade de lagartas de Plutella xylostella submetidas a diferentes
concentrações de extratos aquosos de frutos de Melia azedarach.
4.1.2 Efeito da CL50 de extratos vegetais aquosos na biologia de Plutella xylostella
A duração da fase larval de P. xylostella foi afetada pelos extratos aquosos,
confirmada pela maior duração dessa fase em 1,90 dia para A. indica, 0,89 dia para M.
azedarach e 0,49 dia para A. pyrifolium em relação à testemunha, que teve duração
média de 8,71 dias (Figura 10), diferindo, todavia, apenas do extrato aquoso de A.
indica. TORRES (2000), selecionando plantas com propriedades inseticidas e
insetistáticas a P. xylostella através de extratos aquosos a 10%, relatou que, nessa
concentração, houve alongamento da fase larval em 3,5 dias para o extrato de M.
azedarach, enquanto os extratos de A. indica e A. pyrifolium, nessa mesma
concentração, não permitiram que as lagartas atingissem a fase de pupa. Ressalta-se
que este alongamento pode ser atribuído a um crescimento mais lento das lagartas,
devido à presença de inibidores de crescimento, deterrentes de alimentação ou
substâncias tóxicas existentes nesses extratos. Este efeito de alongamento da fase
larval, resultante da ingestão de M. azedarach, também foi observadao em lagartas de
S. frugiperda (RODRIGUEZ, 1995).
37
a1 ab abb
0
2
4
6
8
10
12
Dur
ação
larv
al (d
ias)
Testem
unha
A. pyri
folium
M. azed
arach
A. indic
a
Tratamento
Figura 10 – Duração da fase larval de Plutella xylostella alimentada com folhas de
couve tratadas com CL50 de extratos aquosos de Aspidosperma
pyrifolium, Melia azedarach e Azadirachta indica. 1Médias seguidas de
mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05).
Em relação à fase pupal, os extratos aquosos influenciaram no peso de pupas
havendo diferença dos tratamentos A. indica (4,28 mg) e A. pyrifolium (4,30mg) quando
comparados ao tratamento testemunha (4,99 mg), ficando M. azedarach (4,90 mg)
como intermediário. A ação dos extratos não interferiu quanto a duração desta fase que
variou de 4,28 dias (testemunha) a 4,38 dias (M. azedarach). Também não houve
diferença quanto à viabilidade pupal que variou de 69,33 (A. indica) a 88,67 %
(testemunha) (Tabela 2).
38
Tabela 2. Médias (± EP) do peso, duração e viabilidade de pupa de Plutella xylostella
alimentadas com folha de couve tratadas com extratos aquosos de
Aspidosperma pyrifolium, Melia azedarach e Azadirachta indica. T: 25 ± 1 ºC,
UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
Tratamento Peso de pupa (mg)1 Duração pupal (dias)1 Viabilidade pupal (%)1
Testemunha 4,99 ± 0,46 a 4,28 ± 0,12 a 88,67 ± 5,59 a
M. azedarach 4,90 ± 0,27 ab 4,28 ± 0,07 a 82,00 ± 16,21 a
A. pyrifolium 4,30 ± 0,24 b 4,38 ± 0,07 a 88,65 ± 14,97 a
A. indica 4,28 ± 0,24 b 4,36 ± 0,07 a 69,33 ± 19,64 a
C.V. (%) 7,86 2,24 21.64 1 Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05).
Embora não tenha havido influência dos extratos na duração da fase de pupa de
P. xylostella, é importante salientar que o atraso ou completa inibição da fase de pupa
tem sido observada em outras espécies de insetos tratadas com extratos de A. indica
ou seus derivados e metabólitos, bem como de outras meliáceas a exemplo de S.
frugiperda (RODRIGUEZ & VENDRAMIM, 1996), S. exempta (TANZUBIL & MC
CAFFERRY, 1990). Essa discrepância pode ser devido à aplicação dos extratos terem
sido feitas apenas no primeiro ínstar larval (CL50 para primeiro ínstar) e,
conseqüentemente ter havido tempo suficiente para a degradação das substâncias
tóxicas dos extratos até a pupação.
De acordo com os dados obtidos, houve correlação negativa entre os parâmetros
duração larval x peso de pupa (r = -0,73*, P < 0,05), duração larval x viabilidade pupal (r
= - 0,62* , P < 0,05) e correlação positiva entre o peso de pupa e viabilidade pupal (r =
0,68*, P < 0,05), ou seja, a viabilidade aumentou quando o peso de pupa foi maior,
explicando biologicamente a ação insetistática destas espécies vegetais.
Os extratos aquosos não influenciaram a fertilidade, a viabilidade e o período de
incubação de ovos de P. xylostella, que variaram de 118,33 (A. pyrifolium) a 125,67
ovos/fêmea (testemunha); 74,80 (A. indica) a 90,42 % (testemunha); e, 3,24 (A.
39
pyrifolium) a 3,34 dias (A. indica), respectivamente (Tabela 3). No entanto, no geral,
houve redução da viabilidade de ovos à medida que se aumentou o período de
incubação. Segundo SCHMUTTERER (1990), vários produtos de A. indica exercem,
dependendo da dose, uma influência na fecundidade das fêmeas, a qual é reduzida
pela absorção do princípio ativo pelas lagartas.
Tabela 3. Médias (± EP) do número de ovos por fêmea, viabilidade e período de
incubação de ovos de Plutella xylostella alimentadas com folhas de couve
tratadas com extratos aquosos de Aspidosperma pyrifolium, Melia
azedarach e Azadirachta indica. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
Tratamento Ovos/fêmea1 Viabilidade de ovos (%)1 Período de incubação (dias)1
Testemunha 125,67 ± 20,38 a 90,42 ± 8,11 a 3,27 ± 0,44 a
M. azedarach 125,00 ± 18,70 a 86,78 ± 22,75 a 3,29 ± 0,04 a
A. pyrifolium 118,33 ± 9,49 a 85,84 ± 16,33 a 3,24 ± 0,23 a
A. indica 122,00 ± 6,82 a 74,80 ± 22,75 a 3,34 ± 0,38 a
C.V. (%) 26,71 15,78 8,45 1 Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05)
Os extratos não afetaram a razão sexual e a longevidade de adultos de P.
xylostella, tanto para fêmeas quanto para machos (Tabela 4). De acordo com
SCHMUTTERER (1990), de modo geral os adultos não morrem pela ação dos
derivados de A. indica; entretanto, essas substâncias podem acarretar redução
significativa da fecundidade ou total esterilização depois de aplicações de altas doses,
principalmente nas gerações seguintes. A porcentagem de adultos deformados foi
maior para o extrato de A. indica com percentual de 30,55%, diferindo
significativamente da testemunha, ficando o extrato de A. pyrifolium e M. azedarach
como intermediários com 20,83 e 18,34% de adultos deformados, respectivamente.
Efeito semelhante foi encontrado por TRINDADE (1999) em T. absoluta com extratos
metanólicos de amêndoa de A. indica. VERKERK & WRIGHT (1993) afirmaram que
40
doses baixas de derivados de A. indica (0,1 μg azadirachtin . ml-1) causam deformações
morfogenéticas em P. xylostella.
Tabela 4. Médias (±EP) da razão sexual, longevidade e deformação de adultos de
Plutella xylostella oriundos de lagartas alimentadas com folhas de couve
tratadas com extratos aquosos de Aspidosperma pyrifolium, Melia azedarach
e Azadirachta indica. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
Tratamento Razão sexual1 Longevidade de
fêmeas (dias)1
Longevidade de
machos (dias)1 Adultos deformados (%)1
Testemunha 0,52 ± 0,08 a 11,00 ± 3,31 a 10,40 ± 2,02 a 12,70 ± 3,11 a
M. azedarach 0,52 ± 0,05 a 12,00 ± 2,81 a 12,00 ± 2,77 a 18,34 ± 3,27 ab
A. pyrifolium 0,37 ± 0,11 a 12,00 ± 2,60 a 9,20 ± 2,09 a 20,83 ± 8,17 ab
A. indica 0,54 ± 0,11 a 10,60 ± 2,60 a 7,80 ± 2,09 a 30,55 ± 5,44 b
C.V. (%) 35,20 23,15 24,45 19,71 1 Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05).
Na avaliação do efeito dos extratos aquosos da amêndoa de A. indica, casca de
A. pyrifolium e frutos de M azedarach em relação à traça-das-crucíferas, constatou-se
que os extratos apresentam um efeito deletério no seu desenvolvimento, principalmente
na fase larval, onde houve prolongamento desta fase.
Na fase de pupa ocorreu uma redução significativa do seu peso para os extratos
de A. indica e A. pyrifolium, sendo que o primeiro reduziu a viabilidade desta fase de
aproximadamente 20% em relação à testemunha. Essa alteração do ciclo biológico é de
grande importância, pois os extratos afetam a fase de maior importância dessa praga, a
fase larval, podendo reduzir os danos na cultura, diminuir o número de gerações e
expor por mais tempo à ação dos inimigos naturais.
Desta forma, o uso de extratos aquosos dessas espécies vegetais pode ser
adequado e de grande interesse para o manejo integrado da traça-das-crucíferas, pois
41
se mostra bastante efetivo para o controle e quando associados a outros métodos
pode-se tornarem uma eficiente alternativa de controle.
4.1.3 Efeito dos extratos na fase embrionária
A observação da média de mortalidade da fase embrionária de P. xylostella, para
cada extrato na concentração letal de lagartas de primeiro ínstar, mostra que o extrato
aquoso da casca de amêndoa de A. pyrifolium (46,71%) proporcionou mortalidade
superior ao extrato de frutos de M. azedarach (37, 96%), que por sua vez foi maior que
o extrato da amêndoa de A. indica (26,46%) (Tabela 5). Para as concentrações
subletais (CL50), A. pyrifolium (31,23%) proporcionou mortalidade dos ovos superior aos
dos extratos de M. azedarach (15,87%) e de A. indica (12,42%), que não diferiram entre
si.
A mortalidade da fase embrionária pelos extratos foi diretamente correlacionada
(r = 0,88*; P < 0,05) com as concentrações dos extratos, independentemente da espécie
vegetal utilizada, demonstrando que a ação ovicida se acentua com a quantidade de
substâncias bioativas extraídas. BOFF & ALMEIDA (1996) também verificaram que o
efeito tóxico de extratos metanólicos e acetônicos de Piper nigrum (pimenta-do-reino)
em ovos de Sitotroga cerealella (Oliver) cresceu em função da concentração.
Verificou-se que a inviabilidade de ovos de P. xylostella ocorreu após o início da
formação do embrião (Figura 11), visto que para todos os extratos em todas as
concentrações houve correlação positiva (r = 0,82*; P< 0,05) entre a porcentagem de
ovos inviáveis e a porcentagem de ovos que tiveram os embriões formados, porém
inviáveis. Outros fatores contribuíram para a inviabilidade dos ovos da praga, pois um
pequeno porcentual de ovos foram inviáveis sem ter o embrião formado, significando
que a mortalidade ocorreu antes do início da embriogênese, como observado
principalmente para o extrato de M. azedarach na concentração letal (26,24%).
42
Tabela 5. Médias (±EP) da porcentagem de ovos mortos de Plutella xylostella quando
submetidos às doses letal e subletal (CL50) para lagartas de primeiro ínstar
dos extratos aquosos de Melia azedarach, Aspidosperma pyrifolium e
Azadirachta indica. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
Ovos mortos (%)1
Tratamento Letal (%) CL50 (%) Testemunha (%) Média
A. pyrifolium 46,71 ± 3,73 aA 31,23 ± 1,72 bA 3,21 ± 1,10 cA 27,05 A
M. azedarach 37,96 ± 0,86 aB 15,87 ± 2,07 bB 3,01 ± 1,01 cA 18,69 B
A. indica 26,46 ± 1,70 aC 12,42 ± 0,67 bB 2,25 ± 1,31 cA 13,96 C
Média 37,04 a 19,84 b 2,82 c C.V. (%) 18,08 1 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não
diferem entre si, pelo teste de Tukey (P > 0,05).
Através de observações microscópicas, foram observados microporos com 0,8
μm (Figura 12), responsáveis pelas trocas gasosas do embrião, o que pode explicar a
ação ovicida dos extratos e da morte dos embriões impedindo sua eclosão. Os orifícios
foram encontrados em número de três, localizados em uma das extremidades do ovo
de P. xylostella. Pode-se observar ainda que o córion possui uma textura rugosa,
podendo ser favorável à fixação ou retenção dos extratos vegetais, o que mantém os
extratos mais aderidos à superfície do ovo.
Segundo BEAMENT & LAL (1957) e SMITH & SALKELD (1966), o baixo efeito
ovicida de determinados extratos de plantas pode ser devido à existência de uma
camada lipídica ou cerosa de lepidópteros na parte interna do córion, envolvendo a
membrana epembriônica de lepidópteros, a qual teria a capacidade de reter as
substâncias tóxicas impedindo-as de alcançar o embrião. Portanto, como a maioria dos
ovos inviáveis já apresentava embrião parcial ou completamente formado, pode-se
dessa maneira atribuir esse fato a essa camada, a qual fez com que a ação dos
compostos, com ação ovicida, existentes nos extratos das plantas agissem com mais
43
intensidade próximo à eclosão da lagarta quando, segundo BEAMENT & LAL (1957),
essa camada é dissolvida.
Figura 11 – Ovos de Plutella xylostella tratados com extratos aquosos de plantas. a -
ovo normal, b - córion do ovo após eclosão da lagarta, c - ovo morto
(protoplasma coagulado) e d – ovo morto com embrião formado.
Segundo SCHMUTTERER (1987), as aplicações de extratos de plantas, mesmo
em altas concentrações, resultam em pequeno ou nenhum efeito sobre ovos de insetos.
Entretanto, quando se comparam os resultados de VERKERK & WRIGHT (1993), que
AZT a 10, 100 e 1000 μg de azadirachtina . ml-1 ocasionaram 11, 21 e 48%,
respectivamente, de mortalidade da fase embrionária de P. xylostella, com os da
presente pesquisa, constata-se que os extratos de A. pyrifolium, A. indica e M.
azedarach são promissores como ovicidas sobre a traça-das-crucíferas.
a b
c d
44
Figura 12 – Elétron-micrografias de varredura do ovo de Plutella xylostella. a - detalhe
do ovo, b – detalhe da textura da casca do ovo, c – microporos pareados e
d - detalhe do microporo.
4.1.4 Efeito de extratos aquosos de plantas na oviposição de Plutella xylostella
A oviposição de P. xylostella nos discos de folhas de couve Geórgia imersos em
água destilada foi uniforme uma vez que a porcentagem de repelência (PR) foi inferior a
1,7, significando que a quantidade de ovos colocados pelas fêmeas da traça-das-
crucíferas foi similar nos triângulos de folhas de couve expostos à oviposição da praga.
Desse modo, os resultados provenientes dos testes realizados nessa pesquisa refletem
com precisão o efeito repelente dos extratos na oviposição de P. xylostella.
De acordo com a média de porcentagem de repelência para oviposição da
concentração letal determinada para lagartas de primeiro ínstar, verifica-se que a
a b
c d
45
aplicação de extrato aquoso da casca de A. pyrifolium (76,32%) proporcionou
repelência superior aos extratos de frutos de M. azedarach (45,22%), que por sua vez
foi mais repelente que o de amêndoa de A. indica (25,95%). Para as concentrações
subletais (CL50), A. pyrifolium (62,71%) proporcionou repelência superior aos dos
extratos de M. azedarach (16,00%) e de A. indica (10,38%), que não diferiram entre si
(Tabela 6).
A despeito da oviposição de diversos lepidópteros ser, segundo GUPTA &
THORSTEINSON (1960), geralmente mediada por mecanismos sensoriais, mecano e
quimio-receptores, a ação deterrente de extratos vegetais na oviposição de insetos
ainda é pouco conhecida e os poucos trabalhos mencionando esse fato o fazem
superficialmente. Assim, COUDRIET et al. (1985) relataram que adultos de Bemisia
tabaci são mais atraídos para folhas de algodão não tratadas do que para aquelas
tratadas com extrato de sementes de A. indica. CHEN et al. (1986) reportaram-se que,
em testes com chance de escolha, o número de fêmeas de P. xylostella pousadas foi
menor em plântulas de brássicas tratadas com os extratos M. azedarach em
comparação à testemunha, acrescentando que isso foi responsável pelo menor número
de ovos.
Desses resultados, pode-se deduzir que o menor número de ovos colocados por
P. xylostella nas superfícies tratadas com os extratos avaliados nesta pesquisa (Tabela
6) pode ter sido em decorrência da ação repelente dos compostos voláteis ou
ocasionado pela irritabilidade das fêmeas em contato com as superfícies tratadas por
ocasião da oviposição, sendo essa última hipótese reforçada por MORDUE &
BLACKWELL (1993), ao mencionarem que a seleção do substrato para oviposição de
lepidópteros é feita através de estímulos sensitivos, sendo os tarsos e a probóscis os
principais locais quimioreceptores.
A oviposição de P. xylostella foi negativamente correlacionada (r = - 0,82*; P <
0,05) com o aumento das concentrações dos extratos aquosos, independente da
espécie vegetal utilizada, demonstrando que o efeito repelente se acentua com a
quantidade de substâncias bioativas extraídas e existentes em cada extrato. Isso, no
entanto, pode variar de acordo com as espécies de insetos e de plantas envolvidas,
46
pois foi constatado por COUDRIET et. al. (1985) que, folhas de algodão tratadas com
extratos de semente de A. indica a 0,2 e 2%, repeliram de modo semelhante a postura
de B. tabaci. Já CHEN et al. (1986) constataram haver relação direta entre o aumento
nas concentrações e a porcentagem de repelência para a oviposição de P. xylostella
em plântulas de brássicas tratadas com extratos orgânicos de M. azedarach.
Tabela 6. Porcentagem de repelência (média ± EP) para oviposição de Plutella
xylostella quando submetida às doses letal e subletal (CL50) dos extratos
aquosos de Melia azedarach, Aspidosperma pyrifolium e Azadirachta indica.
T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
Repelência (%)1
Tratamento Letal (%) CL50 (%) Testemunha (%) Média
A. pyrifolium 76,32 ± 4,30 aA 62,71 ± 1,75 bA 1,78 ± 1,14 cA 46,94 A
M. azedarach 45.22 ± 4,95 aB 16,00 ± 1,79 bB 1,56 ± 0,42 cA 20,92 B
A. indica 25,95 ± 2,96 aC 10,38 ± 1,66 bB 1,50 ± 0,15 cA 12,61 C
Média 49,17 a 29,70 b 1,61 c C.V. (%) 19,61
1 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si, pelo teste de Tukey (P > 0,05).
4.2 Efeito de cultivares de repolho por duas gerações sucessivas na biologia de Plutella xylostella
Considerando-se as duas gerações sucessivas, as cultivares de repolho
avaliadas não influenciaram os parâmetros duração pupal, número de ovos por fêmea,
viabilidade de ovos e período de incubação. No entanto, BARROS (1998) detectou
elevação de dois dias na duração da fase de pupa na quinta geração e que a
freqüência de cultivares em cada grau de resistência foi mantida ao longo das
gerações.
47
4.2.1 Duração da fase larval
Por duas gerações sucessivas, a duração da fase larval de P. xylostella foi
afetada pelas cultivares de repolho. Na primeira geração, a duração dessa fase variou
de 9,08 dias (Matsukase Sakata) a 9,76 dias (Coração de Boi), menos de um dia de
diferença (Figura 13). Esta amplitude foi aumentada na geração seguinte em
aproximadamente 2 dias, havendo aumento da duração de lagarta para cada cultivar de
repolho entre as gerações, podendo isso ser atribuído às características de cada
cultivar e devido a idade da planta como relatado também por DICKSON et al. (1990),
EIGENBRODE & SHELTON (1990), VERKERK & WRIGHT (1994), LOGES (1996) e
BARROS (1998).
De acordo com VERKERK & WRIGHT (1994), a resistência aumenta com a
maturidade da planta sendo isso observado nesta pesquisa, pois houve aumento da
duração entre a primeira e segunda geração na maioria das cultivares testadas. Este
fato é melhor visualizado para a cultivar Matsukase Sakata que passou do grau de
resistência altamente suscetível na primeira geração para moderadamente resistente na
geração seguinte aumentando em 2,1 dias.
Considerando a média das duas gerações, o parâmetro duração da fase larval
permitiu classificar as cultivares Coração de Boi e Matsukase Sakata e Ruby Ball como
moderadamente resistentes. As cultivares Roxo Mamuth Gigante e Chato de Quintal
foram suscetíveis e o repolho Louco de Verão, Toshin Takii e Sessenta Dias foram
altamente suscetível.
4.2.2 Viabilidade da fase larval
As cultivares de repolho também influenciaram a viabilidade desta fase, que
diminuiu com a geração seguinte.
Ruby Ball e Coração de Boi foram as cultivares que mais influenciaram a
viabilidade desta fase, pois apresentaram o mesmo grau moderadamente resistente em
ambas as gerações (Figura 14). A cultivar Matsukase Sakata de forma semelhante ao
48
ocorrido na duração larval, apresentou grau altamente suscetível na primeira geração e
moderadamente resistente na geração seguinte, portanto diferindo significativamente
entre as gerações.
As cultivares Roxo Mamuth Gigante, Toshin Takii e Chato de Quintal foram
classificadas como altamente suscetíveis considerando a média das duas gerações,
ficando as demais como suscetíveis.
Houve correlação negativa entre a duração e a viabilidade da fase larval (r = -
0,80*; P < 0,05), ou seja a medida que aumentou a duração larval diminuiu a viabilidade
dessa fase.
4.2.3 Viabilidade da fase pupal A viabilidade da fase pupal também foi influenciada no decorrer das gerações
entre as cultivares (Figura 15). A cultivar Ruby Ball manteve grau moderadamente
resistente em ambas gerações, enquanto a cultivar Toshin Takii foi considerada
moderamente resistente na primeira geração mantendo o mesmo grau na média entre
as gerações. Já Coração de Boi e Louco de Verão foram consideradas altamente
suscetíveis e a Matsukase Sakata, Roxo Mamuth Gigante, Chato de Quintal e Sessenta
Dias foram suscetíveis considerando a média das duas gerações.
49
a ab abab b
b b
b
8,00
8,50
9,00
9,50
10,00
10,50
11,00
11,50
12,00
Dur
ação
méd
ia (D
ias)
8 7 4 1 6 3 2 5
Cultivares
aAaA aA aA aA aA aA aA
8,00
8,50
9,00
9,50
10,00
10,50
11,00
11,50
12,00D
uraç
ão (D
ias)
2 4 8 7 6 1 3 5
Cultivares
aA aA aAaA
abBabcA
bcBcB
8,00
8,50
9,00
9,50
10,00
10,50
11,00
11,50
12,00
Dur
ação
(Dia
s)
7 8 1 6 4 3 2 5
Cultivares
Onde: AS = Altamente suscetível; S = Suscetível e
MR = Moderadamente resistente
Figura 13 – Duração da fase larval de Plutella xylostella alimentadas com folhas de
cultivares de repolho, por duas gerações sucessivas. T: 25 ± 1ºC; UR: 70
± 10%; Fotofase: 14 h. 1 Colunas seguidas de mesma letra minúscula em cada geração, não
diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05). 2 Colunas representando a mesma cultivar entre as gerações e seguidas da
mesma letra maiúscula, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P >
0,05).
Primeira geração1, 2 Segunda geração
Média das duas gerações
AS
S
MR
1 - Roxo Mamuth Gigante 2 - Híbrido Matsukase Sakata 3 - Híbrido Ruby Ball 4 - Sessenta Dias 5 - Coração de Boi 6 - Chato de Quintal 7 - Toshin Takii 8 - Louco de Verão
50
a ab ab ab ab ab
b b
0102030405060708090
100
Via
bilid
ade
méd
ia (%
)
1 7 6 8 4 2 3 5
Cultivares
aAabA abA
abAabA
abA
bA bA
0102030405060708090
100
Via
bilid
ade
(%)
2 1 6 4 8 7 5 3
Cultivares
aAabA abA abA abA
abB bA bA
0102030405060708090
100
Via
bilid
ade
(%)
7 6 8 1 4 2 3 5
Cultivares
Onde: AS = Altamente suscetível; S = Suscetível e
MR = Moderadamente resistente
Figura 14 – Viabilidade da fase larval de Plutella xylostella alimentada com folhas de
cultivares de repolho, por duas gerações sucessivas. T: 25 ± 1ºC; UR: 70
± 10%; Fotofase: 14 h. 1 Colunas seguidas de mesma letra minúscula em cada geração, não
diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05). 2 Colunas representando a mesma cultivar entre as gerações e seguidas
da mesma letra maiúscula, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P >
0,05).
Primeira geração1, 2 Segunda geração
Média das duas gerações
AS
S
MR
1 - Roxo Mamuth Gigante 2 - Híbrido Matsukase Sakata 3 - Híbrido Ruby Ball 4 - Sessenta Dias 5 - Coração de Boi 6 - Chato de Quintal 7 - Toshin Takii 8 - Louco de Verão
51
a a a a ab abab
b
0102030405060708090
100
Via
bilid
ade
méd
ia (%
)
5 8 2 1 6 4 7 3
Cultivares
aA abA abA abA abA abAabA
bA
0102030405060708090
100
Via
bilid
ade
(%)
1 8 2 5 6 4 7 3
Cultivares
aA abA abA abA abA abA abAbA
0102030405060708090
100
Via
bilid
ade
(%)
5 8 2 4 6 7 1 3
Cultivares
Onde: AS = Altamente suscetível; S = Suscetível e
MR = Moderadamente resistente
Figura 15 – Viabilidade da fase pupal de Plutella xylostella alimentada com folhas de
cultivares de repolho, por duas gerações sucessivas. T: 25 ± 1ºC; UR: 70
± 10%; Fotofase: 14 h. 1 Colunas seguidas de mesma letra minúscula em cada geração, não
diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05). 2 Colunas representando a mesma cultivar entre as gerações e seguidas
da mesma letra maiúscula, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P >
0,05).
Primeira geração1, 2 Segunda geração
Média das duas gerações
AS
S
MR
1 - Roxo Mamuth Gigante 2 - Híbrido Matsukase Sakata 3 - Híbrido Ruby Ball 4 - Sessenta Dias 5 - Coração de Boi 6 - Chato de Quintal 7 - Toshin Takii 8 - Louco de Verão
52
4.2.4 Peso de pupas O peso de pupa foi influenciado pelas cultivares, apresentando os três graus de
resistência em ambas as gerações (Figura 16). Considerando a média do peso das
duas gerações, as cultivares Matsukase Sakata e Roxo Mamuth Gigante foram
consideradas moderadamente resistentes. Já as cultivares Louco de Verão e a
Sessenta Dias foram altamente suscetíveis tendo a primeira freqüência em ambas as
gerações.
O peso de pupa teve maior amplitude na segunda geração (0,6 mg), variando de
4,5 mg para as cultivares Roxo Mamuth Gigante e Matsukase Sakata, consideradas
moderadamente resistentes, a 5,1 mg para Louco de Verão que foi altamente
suscetível.
O peso de pupa apresentou correlação negativa com a duração dessa fase (r = -
0,74*, P < 0,05), ou seja, pupas com menor peso apresentavam maior duração da fase
de pupa. Houve ainda correlação positiva do peso de pupa com o número de ovos (r =
0,61*, P < 0,05), que de acordo com SALINAS (1990) o peso de pupa pode ser utilizado
como um indicador da fecundidade de P. xylostella.
53
a abab ab ab
ab
b b
4,00
4,20
4,40
4,60
4,80
5,00
5,20
Peso
méd
io (m
g)
8 4 5 6 7 3 1 2
Cultivares
aAaA
aA aAaA aA aA
aA
4,00
4,20
4,40
4,60
4,80
5,00
5,20
Peso
(mg)
4 8 5 7 6 1 2 3
Cultivares
aAabA abA
abA abA abA
bA bA
4,00
4,20
4,40
4,60
4,80
5,00
5,20
Peso
(mg)
8 3 6 5 4 7 1 2
Cultivares
Onde: AS = Altamente suscetível; S = Suscetível e
MR = Moderadamente resistente
Figura 16 – Peso de pupa de Plutella xylostella alimentada com folhas de cultivares de
repolho, por duas gerações sucessivas. T: 25 ± 1ºC; UR: 70 ± 10%;
Fotofase: 14 h. 1 Colunas seguidas de mesma letra minúscula em cada geração, não
diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05). 2 Colunas representando a mesma cultivar entre as gerações e seguidas da
mesma letra maiúscula, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P >
0,05).
Primeira geração1, 2 Segunda geração
AS
S
MR
1 - Roxo Mamuth Gigante 2 - Híbrido Matsukase Sakata 3 - Híbrido Ruby Ball 4 - Sessenta Dias 5 - Coração de Boi 6 - Chato de Quintal 7 - Toshin Takii 8 - Louco de Verão
Média das duas gerações
54
4.2.5 Razão sexual A observação de três graus de resistência em ambas as gerações e a freqüência
de pelo menos duas cultivares com mesmo grau de resistência nas duas gerações
sucessivas, possibilita afirmar que há influência das cultivares na razão sexual de P.
xylostella (Figura 17).
A média da razão sexual das duas gerações permitiu classificar as cultivares
Matsukase Sakata e Ruby Ball como moderadamente resistentes. Já Sessenta Dias foi
altamente suscetível e Louco de Verão, Chato de Quintal, Toshin Takii, Coração de Boi
e Roxo Mamuth Gigante foram suscetíveis.
A razão sexual foi correlacionada negativamente com a duração da fase de pupa
(r = - 0,74*, P < 0,05), onde à medida em que aumenta esta fase diminui a razão sexual
da praga, dados encontrados também por BARROS (1998). Houve diferença
significativa para a razão sexual da cultivar Matsukase Sakata entre as duas gerações.
4.2.6 Potencial Reprodutivo Corrigido (PRC) O PRC, resultante da interação dos parâmetros biológicos de P. xylostella,
possibilitou, na média das duas gerações, a classificação das cultivares Ruby Ball,
Coração de Boi e Matsukase Sakata como moderadamente resistentes, Louco de
Verão, Chato de Quintal, Toshin Takii, Roxo Mamuth Gigante e Toshin Takii como
suscetíveis e a Sessenta Dias como altamente suscetível (Figura 18).
Percebe-se por esses dados, que o PRC proporciona uma melhor
homogeneização entre as observações biológicas obtidas em todos os parâmetros, de
maneira que o grau de resistência fique mais evidente.
Houve alta correlação positiva do PRC com os parâmetros viabilidade e duração
larval, duração e peso de pupa e viabilidade de ovos (r > 0,88, P < 0,05).
55
a
abab ab
ab ab
ab
b
0,400,420,440,460,480,500,520,540,560,580,60
Raz
ão S
exua
l
4 7 1 5 6 8 3 2
Cultivares
aA aA
aAaA
aA aA aA
aA
0,400,420,440,460,480,500,520,540,560,580,60
Raz
ão S
exua
l
4 7 5 8 1 6 3 2
Cultivares
aA aA aAaA
aAaA
aA aB
0,400,420,440,460,480,500,520,540,560,580,60
Raz
ão S
exua
l
1 6 4 5 8 3 7 2
Cultivares
Onde: AS = Altamente suscetível; S = Suscetível e
MR = Moderadamente resistente
Figura 17 – Razão sexual de Plutella xylostella alimentada com folhas de cultivares de
repolho, por duas gerações sucessivas. T: 25 ± 1ºC; UR: 70 ± 10%;
Fotofase: 14 h. 1 Colunas seguidas de mesma letra minúscula em cada geração, não
diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05). 2 Colunas representando a mesma cultivar entre as gerações e seguidas da
mesma letra maiúscula, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P >
0,05).
Primeira geração1, 2 Segunda geração
Média das duas gerações
AS
S
MR
1 - Roxo Mamuth Gigante 2 - Híbrido Matsukase Sakata 3 - Híbrido Ruby Ball 4 - Sessenta Dias 5 - Coração de Boi 6 - Chato de Quintal 7 - Toshin Takii 8 - Louco de Verão
56
a abab ab
abcabc
bcc
0
100
200
300
400
500
600
700
800
PRC
4 8 1 6 7 2 5 3
Cultivares
aA
abA abAabA
abAabA
bA
bA
0
100
200
300
400
500
600
700
800PR
C
4 2 1 8 6 7 5 3
Cultivares
aAabA
abAabA abB
bAbA bB
0
100
200
300
400
500
600
700
800
PRC
8 6 7 1 4 5 3 2
Cultivares
Onde: AS = Altamente suscetível; S = Suscetível e
MR = Moderadamente resistente
Figura 18 – Potencial Reprodutivo Corrigido de Plutella xylostella alimentada com folhas
de cultivares de repolho, por duas gerações sucessivas. Temperatura 25 ±
1ºC; UR: 70 ± 10%; Fotofase: 14 h. 1 Colunas seguidas de mesma letra minúscula em cada geração, não
diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05). 2 Colunas representando a mesma cultivar entre as gerações e seguidas da
mesma letra maiúscula, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P >
0,05).
Primeira geração1, 2 Segunda geração
Média das duas gerações
AS
S
MR
1 - Roxo Mamuth Gigante 2 - Híbrido Matsukase Sakata 3 - Híbrido Ruby Ball 4 - Sessenta Dias 5 - Coração de Boi 6 - Chato de Quintal 7 - Toshin Takii 8 - Louco de Verão
57
Estudos realizados em campo por LOGES et al. (1993) afirmaram que a cultivar
Matsukase dentre outras, apresentou menor consumo pelas lagartas de P. xylostella
encontrando o maior consumo na cultivar Sessenta Dias. A cultivar Ruby Ball, também
estudada em campo em diferentes regiões do país (FRANÇA et al., 1985; MELO et al.,
1994; LOGES, 1996), obteve resultados compatíveis com a presente pesquisa,
mostrando que os dados obtidos nos testes em laboratório podem refletir claramente
seus efeitos em campo.
4.3 Avaliação do efeito associado de cultivares de repolho e extratos aquosos de espécies vegetais na biologia de Plutella xylostella
As cultivares de repolho tratadas com extratos aquosos de plantas inseticidas por
duas gerações consecutivas afetaram a duração da fase larval e as viabilidades larval e
pupal de P. xylostella, não sendo observada alteração significativa para a duração da
fase de pupa (Tabela 7).
Para a duração da fase larval, foram constatadas interações entre as cultivares
de repolho x extratos aquosos de plantas inseticidas, cultivares x geração, assim como
para extratos x geração e entre cultivares x extratos x gerações (Tabela 7). A duração
larval média variou de 9,40 dias para a cultivar Sessenta Dias (altamente suscetível), a
10,31 dias para Matsukase Sakata (moderadamente resistente) que diferiram entre si
da cultivar Ruby Ball (moderamente resistente) com 10,00 dias.
O extrato de A. indica foi o que mais incrementou a duração desta fase, diferindo
de todos os outros (Tabela 8) com acréscimo de até 1,86 dia quando associado à
cultivar Ruby Ball, comparado-se a cultivar Sessenta Dias sem extrato que foi de 8,81
dias na média das gerações (Tabela 9). O alongamento da fase larval de P. xylostella
pode ser atribuído a um crescimento mais lento das lagartas, devido à presença de
inibidores de crescimento, deterrentes de alimentação ou substâncias tóxicas existentes
nos extratos como observado na Figura 19, em que lagartas de mesma idade
apresentaram tamanhos diferentes, dificuldade na troca do tegumento, e grande parte
das que morreram apresentaram exúvias presas aos corpos.
58
Tabela 7. Duração (dias) e viabilidade (%) das fases larval e pupal de Plutella xylostella
criada por duas gerações em cultivares de repolho tratados com extratos
aquosos nas suas respectivas CL50 de lagartas de primeiro ínstar de
Azadirachta indica (0,058%), Aspidosperma pyrifolium (2,17%) e Melia
azedarach (2,78%). T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
Fase larval1 Fase pupal1 Cultivares (A) Duração (d) Viabilidade (%) Duração (d) Viabilidade (%) Ruby Ball 10,00 b 44,00 c 4,39 a 75,94 b Matsukase Sakata 10,31 a 48,07 b 4,46 a 82,92 a Sessenta Dias 9,40 c 51,22 a 4,38 a 86,69 a Teste F 29,34** 27,59** 2,19ns 18,65** DMS (%) 0,29 2,32 0,09 4,26 Extratos (B) A. indica 10,39 a 44,67 b 4, 38 a 78,70 b A. pyrifolium 9,80 b 36,79 c 4,38 a 84,17 a M. azedarach 9,76 b 43,79 b 4,45 a 79,87 ab Sem extrato 9,66 b 65,67 a 4,43 a 84,68 a Teste F 11,18** 244,59** 1,09ns 4,26** DMS (%) 0,37 2,95 0,13 5,40 Geração (C) Primeira 9,52 b 51,44 a 4,39 a 81,88 a Segunda 10,29 a 44,09 b 4,43 a 81,83 a Teste F 59,22** 85,21** 1,15ns 0,01ns DMS (%) 0,19 1,58 0,07 2,89 Interação F(A x B) 5,44** 17,27** 0,26ns 0,92ns F(A x C) 3,77* 3,34* 0,49ns 1,19ns F(B x C) 4,75** 10,02** 0,07ns 1,72ns F(A x B x C) 3,79** 6,96** 0,25ns 0,88ns 1 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de
Tukey (P > 0,05).
59
Tabela 8. Duração larval (dias) de Plutella xylostella alimentada com cultivares de
repolho e extratos aquosos de plantas inseticidas em suas respectivas CL50.
T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
Extrato1 Cultivar Sem extrato A. indica A. pyrifolium M. azedarach
Teste F
Sessenta Dias 8,81 cB 10,31 aA 9,63 bA 8,84 cB 17,52**Matsukase Sakata 10,13 aA 10,67 aA 10,15 aA 10,13 aA 2,09ns Ruby Ball 10,05 aA 10,21 aA 9,61 aA 10,15 aA 2,45ns Teste F 18,60** 1,95ns 3,11* 21,98** 1 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não
diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05).
Figura 19. Lagarta de Plutella xylostella de mesma idade: a – normal, alimentada com
folha de repolho sem extrato; b – inibida de crescimento, alimentada com
folha de repolho com extrato aquoso de Azadirachta indica; c –
apresentando inibição da muda com exúvia aderida ao tegumento,
alimentada com folhas de repolho tratadas com extrato e d – alimentada
com extrato: morta com exúvia presa ao tegumento. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ±
10%, fotofase: 14 h.
A idade da planta também foi um dos fatores que afetaram a duração da fase
larval de P. xylostella, comprovada pela diferença entre as gerações, diferindo mesmo
na cultivar suscetível Sessenta Dias que diferiu das cultivares moderadamente
a
b
c d
60
resistentes na primeira geração e diferindo da cultivar Ruby Ball na segunda geração
(Tabela 9).
Tabela 9. Duração larval (d) de Plutella xylostella alimentada com cultivares de repolho
por duas gerações. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
Geração1 Cultivar Primeira Segunda Teste F
Sessenta Dias 8,97 bB 9,83 aB 24,81** Matsukase Sakata 9,79 bA 10,83 aA 36,71** Ruby Ball 9,81 bA 10,20 aB 5,24* Teste F 15,56** 17,54** 1 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não
diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05).
Os extratos aquosos incrementaram a duração larval de P. xylostella da primeira
para a segunda geração com exceção do extrato de A. pyrifolium (Tabela 10). O
alongamento da fase larval de P. xylostella, adicionalmente à mortalidade larval,
mediante o uso de cultivar resistente e aplicação de espécies vegetais poderá ser muito
importante em campo, pois aumentará o tempo de exposição da praga a inimigos
naturais, bem como o tempo médio de gerações, reduzindo o crescimento populacional
desta praga e favorecendo os inimigos naturais, que terão a vantagem de terem mais
gerações em relação à da praga.
Em relação à viabilidade larval, também foram observadas interações entre as
cultivares de repolho x extratos aquosos de plantas inseticidas, cultivares x geração,
assim como para extratos x geração e entre cultivares x extratos x gerações (Tabela 7).
A viabilidade média de lagartas alimentadas com cultivares moderadamente resistentes
tratadas com extratos aquosos de plantas inseticidas por duas gerações variou de
51,22 a 44,00% para as cultivares Sessenta Dias e Ruby Ball, respectivamente, sendo
a média das cultivares entre as gerações sem a aplicação dos extratos de 65,67% e de
36,79% para A. pyrifolium que diferiram de A. indica e M. azedarach (Tabela 7).
61
Tabela 10. Duração larval (d) de Plutella xylostella alimentada com cultivares de repolho
e extratos aquosos de plantas inseticidas em suas respectivas CL50 por
duas gerações. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
Geração1 Extrato Primeira Segunda Teste F
Sem extrato 8,99 bC 10,33 aAB 45,52** A. indica 10,12 bA 10,67 aA 7,94** A. pyrifolium 9,63 aAB 9,96 aB 2,82ns M. azedarach 9,36 bBC 10,18 aAB 17,19** Teste F 11,38** 4,54** 1 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não
diferem entre si pelo teste de Tukey a (P > 0,05).
Entre as cultivares sem aplicação dos extratos, Ruby Ball foi a que mais reduziu
a viabilidade larval de P. xylostella, com média entre gerações de 52,57% de
sobrevivência, diferindo das demais cultivares (Tabela 11). Já com a aplicação dos
extratos, a viabilidade larval foi reduzida independentemente da cultivar, sendo o
extrato de A. pyrifolium o que acarretou menor viabilidade desta fase. Entre as
gerações, Ruby Ball foi a cultivar que apresentou menor viabilidade larval diferindo das
demais (Tabela 12).
Tabela 11. Viabilidade larval (%) de Plutella xylostella alimentada com cultivares de
repolho e extratos aquosos de plantas inseticidas em suas respectivas CL50.
T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
Extrato1 Cultivar Sem extrato A. indica A. pyrifolium M. azedarach Teste F
Sessenta Dias 76,20 aA 44,20 bcA 38,67 cA 45,83 bA 150,72** Matsukase Sakata 68,33 aB 44,63 bA 36,67 cA 42,63 bcA 102,02** Ruby Ball 52,57 aC 45,17 bA 35,37 cA 42,90 bA 26,38** Teste F 76,16** 0,12ns 1,45ns 1,66ns 1 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não
diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05).
62
Tabela 12. Viabilidade larval (%) de Plutella xylostella alimentada com cultivares de
repolho por duas gerações. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
Geração1
Cultivar Primeira Segunda Teste F
Sessenta Dias 53,48 aA 48,97 bA 10,72** Matsukase Sakata 52,17 aA 43,97 bB 35,36** Ruby Ball 48,67 aB 39,33 bC 45,80** Teste F 6,51** 24,42** 1 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não
diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05).
Todos os extratos reduziram significativamente a viabilidade larval de P.
xylostella em relação à média das cultivares em ambas as gerações (Tabela 13).
Tabela 13. Viabilidade larval (%) de Plutella xylostella alimentadas com cultivares de
repolho e extratos aquosos de plantas inseticidas em suas respectivas CL50
por duas gerações. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
Geração1
Extrato Primeira Segunda Teste F
Sem extrato 73,06 aA 58,33 bA 85,58** A. indica 46,80 aB 42,53 bB 7,18** A. pyrifolium 38,89 aC 34,91 bC 6,24* M. azedarach 47,00 aB 40,58 bB 16,27** Teste F 175,23** 79,39** 1 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não
diferem entre si pelo teste de Tukey (α < 0,05).
Em relação à fase de pupa, Ruby Ball afetou sua viabilidade em 24,06% diferindo
de Sessenta Dias e Matsukase Sakata (Tabela 7). Entre os extratos, apenas A. indica
afetou significativamente a viabilidade de pupa de P. xylostella (Tabela 7),
apresentando pupas escurecidas principalmente na região das asas enquanto outras,
apresentavam-se deformadas (Figura 20), resultados também observados por
TRINDADE (1999) para a traça-do-tomateiro Tuta absoluta.
63
Figura 20. Pupas de Plutella xylostella: a – normal, proveniente de lagarta alimentada
com folha de repolho sem extrato; b – morta com coloração escura
principalmente na região das asas, proveniente de lagarta alimentada com
folha de repolho com extrato aquoso de Azadirachta indica; c – deformada,
proveniente de lagarta alimentada com extrato aquoso de A. indica. T: 25 ±
1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
Foi observada também emergência de adultos com deformações nas asas, o que
reduz a capacidade de vôo, conseqüentemente a dispersão do inseto, além de dificultar
ou impedir o acasalamento visto o macho ter o hábito de bater as asas durante o
processo de cópula e aproximação da fêmea, além da deformação do abdômen que
pode apresentar encurvado tanto para cima como para baixo (Figura 21). As
deformações nos adultos foram observadas em maiores proporções para o extrato
aquoso de A. indica, numa média de 25,00% de adultos deformados.
Em relação à fase adulta, não houve interação entre cultivares x extratos,
cultivares x gerações, extratos x gerações e cultivares x extratos x gerações para a
razão sexual e o número de ovos por fêmea (Tabela 14). Entretanto, o extrato aquoso
de M. azedarach afetou a razão sexual de P. xylostella em relação ao extrato de A.
pyrifolium, havendo diferença entre gerações. Apenas A. indica reduziu
significativamente o número de ovos por fêmea de P. xylostella diminuindo também
entre as gerações.
a b cb a
64
Figura 21. Adultos de Plutella xylostella: a – normal, proveniente de lagarta alimentada
com folha de repolho sem extrato; b,c – deformado principalmente nas
asas, proveniente de lagarta alimentada com folha de repolho com extrato
aquoso de Azadirachta indica; d – deformado e morto após a emergência,
proveniente de lagarta alimentada com extrato aquoso de A. indica. T: 25 ±
1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
Já para o número de ovos viáveis, houve interação entre os extratos x gerações
e entre cultivares x extratos x gerações, sendo Ruby Ball a cultivar que mais reduziu a
viabilidade de ovos de P. xylostella em 27,06%, diferindo das demais. O extrato de A.
indica reduziu a viabilidade de ovos em 32,98% e o de M. azedarach em 24,95%
diferindo entre si e entre os demais tratamentos (Tabela 14). Apenas o extrato de A.
indica apresentou efeito cumulativo entre as gerações, diferenciando de M. azedarach
na segunda geração (Tabela 15).
O Potencial Reprodutivo Corrigido (PRC) é o índice resultante da associação dos
parâmetros biológicos de P. xylostella que pode melhor determinar o efeito das
cultivares associadas ou não aos extratos aquosos de plantas inseticidas. Houve
interação entre cultivares x extratos, cultivares x gerações, extratos x gerações e
cultivares x extratos x gerações (Tabela 14), sendo a cultivar Ruby Ball a que mais
afetou o PRC de P. xylostella em relação a Matsukase Sakata e Sessenta Dias que
diferiram entre si, respectivamente.
b d a c
65
Tabela 14. Razão sexual, número de ovos/fêmea, viabilidade de ovos (%), período de
incubação (dias) e Potencial Reprodutivo Corrigido (PRC) de Plutella
xylostella criada por duas gerações em cultivares de repolho tratados com
extratos aquosos nas suas respectivas CL50 de lagartas de primeiro ínstar
de Azadirachta indica (0,058%), Aspidosperma pyrifolium (2,17%) e Melia
azedarach (2,78%). T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
Cultivares (A) Razão sexual1 Ovos/fêmea1 Viab. ovo1 Incubação1 PRC1
Ruby Ball 0,49 a 110,57 a 72,94 b 3,36 a 76,28 c Matsukase Sakata 0,48 a 119,72 a 78,15 a 3,32 a 149,22 bSessenta Dias 0,48 a 117,57 a 77,95 a 3,35 a 207,69 aTeste F 0,28ns 2,30ns 7,45** 0,59ns 53,31** DMS (%) 0,03 10,64 3,64 0,08 30,39 Extratos (B) A. indica 0,47 ab 99,73 b 67,02 c 3,35 a 51,50 c A. pyrifolium 0,50 a 118,47 a 80,30 a 3,32 a 90,92 b M. azedarach 0,46 b 119,67 a 75,05 b 3,39 a 92,92 b Sem extrato 0,49 ab 125,97 a 83,02 a 3,31 a 342,19 aTeste F 3,75* 9,62** 31,78** 1,83ns 163,73**DMS (%) 0,04 13,49 4,62 0,09 38,55 Geração (C) Primeira 0,49 a 120,35 a 77,92 a 3,36 a 192,02 aSegunda 0,47 b 111,57 b 74,76 b 3,33 a 96,78 b Teste F 7,28** 5,80* 6,38* 1,93ns 83,65** DMS (%) 0,02 7,24 2,48 0,05 20,78 Interação F(A x B) 1,07ns 0,56ns 1,05ns 1,07ns 28,73** F(A x C) 2,78ns 0,89ns 1,47ns 0,65ns 4,95** F(B x C) 0,13ns 0,62ns 3,67* 0,43ns 22,50** F(A x B x C) 1,13ns 0,21ns 2,79* 0,99ns 5,32** 1 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey
(P > 0,05).
66
Tabela 15. Viabilidade de ovos (%) de Plutella xylostella alimentadas com cultivares de
repolho e extratos aquosos de plantas inseticidas em suas respectivas CL50
por duas gerações. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
Geração1 Extrato Primeira Segunda Teste F
Sem extrato 81,29 aA 84,73 aA 1,89ns A. indica 71,00 aB 63,03 bC 10,17** A. pyrifolium 82,07 aA 78,53 aAB 2,00ns M. azedarach 77,33 aAB 72,78 aB 3,33ns Teste F 8,20** 27,25** 1 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não
diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05). Entre os extratos, A. indica proporcionou o menor PRC que foi reduzido em
85,00% quando comparado apenas à média das cultivares (sem extrato) nas duas
gerações, diferindo de A. pyrifolium e M. azedarach que reduziram o PRC de P.
xylostella em pelo menos 70,00%. Para a cultivar suscetível Sessenta Dias, o extrato
aquoso de A. indica diferiu de M. azedarach, chegando a uma redução de 90,54% do
PRC para o primeiro e de 75,68% para o segundo extrato (Tabela 16). Já para a cultivar
Ruby Ball não houve diferença significativa entre os extratos que diferiram apenas do
efeito isolado da cultivar. Para o extrato M. azedarach a melhor interação foi observada
na cultivar Matsukase Sakata.
Ambas as cultivares moderadamente resistentes reduziram o PRC com a
geração seguinte, sendo a Ruby Ball a que mais influenciou no PRC de P. xylostella em
ambas as gerações, enquanto na segunda geração Matsukase Sakata não apresentam
diferença de Ruby Ball (Tabela 17). Em relação aos extratos, A. indica e A. pyrifolium
mantém o mesmo comportamento em ambas as gerações (Tabela 18).
67
Tabela 16. Potencial Reprodutivo Corrigido (PRC) de Plutella xylostella alimentadas
com cultivares de repolho e extratos aquosos de plantas em suas
respectivas CL50. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
Extrato1 Cultivar Sem extrato A. indica A. pyrifolium M. azedarach
Teste F
Sessenta Dias 545,80 aA 51,63 cA 100,62 bcA 132,72 bA 159,61** Matsukase Sakata 352,52 aB 59,14 bA 104,46 bA 80,77 bAB 57,52** Ruby Ball 128,26 aC 43,74 bA 67,70 abA 65,41 abB 4,05** Teste F 134,24** 0,18ns 1,25ns 3,82* 1 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não
diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05).
Tabela 17. Potencial Reprodutivo Corrigido (PRC) de Plutella xylostella alimentadas
com cultivares de repolho e extratos aquosos de plantas em suas
respectivas CL50 por duas gerações. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase:
14 h.
Geração1 Cultivar Primeira Segunda Teste F
Sessenta Dias 254,27 aA 161,11 bA 26,68** Matsukase Sakata 217,41 aA 81,04 bB 57,18** Ruby Ball 104,37 aB 48,19 bB 9,70* Teste F 37,51** 20,74** 1 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não
diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05).
68
Tabela 18. Potencial Reprodutivo Corrigido (PRC) de Plutella xylostella alimentadas
com cultivares de repolho e extratos aquosos de plantas inseticidas em
suas respectivas CL50 por duas gerações. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%,
fotofase: 14 h.
Geração1
Extrato Primeira Segunda Teste F
Sem extrato 462,47 aA 221,93 bA 133,10** A. indica 64,48 aBC 34,52 aB 2,66ns A. pyrifolium 107,01 aB 74,83 aB 2,39ns M. azedarach 55,83 aC 130,11 bB 12,72** Teste F 152,89** 33,35** 1 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não
diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05). 4.4 Avaliação do efeito associado de cultivares de repolho e extratos aquosos de espécies vegetais no desenvolvimento do parasitóide Oomyzus sokolowskii
As cultivares de repolho não influenciaram o parasitismo de P. xylostella por O.
sokolowskii. O índice de parasitismo manteve-se próximo de 40,00%, o número de
parasitóides emergidos por pupa manteve uma média de 9,68 parasitóides e a duração
do ciclo foi em média 16,02 dias (Tabela 19), estando os resultados de acordo com
FERRONATO (1984). Apenas o extrato aquoso de M. azedarach afetou negativamente
o índice de parasitismo de P. xylostella por O. sokolowskii, o número de parasitóides
emergidos por pupa e a duração de seu ciclo, que também foi influenciado pelo extrato
de A. indica (Tabela 19).
Houve interação para o número de parasitóides por pupa de P. xylostella entre
as cultivares x extratos e cultivares x geração, sendo o extrato de M. azedarach o que
reduziu significativamente o número de parasitóides por pupa em 6,95 para a cultivar
Matsukase Sakata em relação a Sessenta Dias com 8,20 parasitóides por pupa e
quando comparado aos demais extratos. A cultivar Matsukase Sakata foi a que
proporcionou maior número de parasitóides por pupa quando não tratada com extratos
aquosos de plantas inseticidas (11,57) (Tabela 20).
69
Tabela 19. Índice de parasitismo (%), número de parasitóides/lagarta e duração do ciclo
(d) de Oomyzus sokolowskii sobre Plutella xylostella criada por duas
gerações em cultivares de repolho tratados com extratos aquosos nas suas
respectivas CL50 de lagartas de primeiro ínstar de Azadirachta indica
(0,058%), Aspidosperma pyrifolium (2,17%) e Melia azedarach (2,78%). T:
25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
Cultivares (A) Índice Parasitismo (%)1 Parasitóides/pupa1 Duração Ciclo (d)1
Matsukase Sakata 38,12 a 9,57 a 15,95 a Ruby Ball 39,37 a 10,20 a 16,07 a Sessenta Dias 38,12 a 9,26 a 16,05 a Teste F 0,09ns 1,58ns 0,69ns DMS (%) 7,89 1,29 0,25 Extratos (B) A. indica 36,67 ab 9,56 ab 16,22 a A. pyrifolium 45,83 a 10,67 a 15,86 b M. azedarach 29,16 b 8,3 b 16,26 a Sem extrato 42,50 a 10,19 a 15,77 b Teste F 7,32* 5,40** 8,70** DMS (%) 9,99 1,64 0,31 Geração (C) Primeira 40,00 a 9,18 a 15,97 a Segunda 37,08 a 10,17 b 16,08 a Teste F 1,17ns 5,04* 1,72ns DMS (%) 5,36 0,88 0,17 Interação F(A x B) 1,78ns 2,77* 1,15ns F(A x C) 0,09ns 3,20* 0,09ns F(B x C) 0,08ns 1,48ns 0,15ns F(A x B x C) 0,06ns 0,82ns 1,38ns 1 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de
Tukey (P > 0,05).
70
Tabela 20. Número de parasitóides Oomyzus sokolowskii por pupa de Plutella xylostella
provenientes de lagartas alimentadas com cultivares de repolho tratadas
com extratos aquosos de plantas inseticidas em suas respectivas CL50. T:
25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
Número de parasitóides1 Cultivar Sem extrato A. indica A. pyrifolium M. azedarach
Teste F
Sessenta Dias 9,93 aA 9,60 aA 9,30 aA 8,20 aAB 0,96ns Ruby Ball 9,07 aA 10,10 aA 11,8 aA 9,85 aA 2,26ns Matsukase Sakata 11,57 aA 8,97 abA 10,92 aA 6,95 bB 7,72** Teste F 2,75ns 0,55ns 2,74ns 3,85* 1 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não
diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05).
As cultivares Ruby Ball e Matsukase Sakata proporcionaram aumento do número
de parasitóides por pupa de P. xylostella da primeira para a segunda geração
consecutiva, havendo na segunda geração diferença significativa entre a cultivar Ruby
Ball com 11,21 prasitóides por pupa para 8,97 da cultivar Sessenta Dias (Tabela 21).
Tabela 21. Número de parasitóides Oomyzus sokolowskii por pupa de Plutella xylostella
provenientes de lagartas alimentadas com cultivares de repolho tratadas
com extratos aquosos de plantas inseticidas em suas respectivas CL50 por
duas gerações consecutivas. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
Geração1 Cultivar Primeira Segunda Teste F
Sessenta Dias 9,54 aA 8,97 aB 0,55ns Ruby Ball 9,20 bA 11,21 aA 6,89** Matsukase Sakata 8,80 bA 10,34 aAB 4,02* Teste F 0,46ns 4,33* 1 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não
diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05).
Ainda da primeira para a segunda geração, foi observada redução do tamanho
dos parasitóides passando de 90% de parasitóides classificados como grandes, para
40% considerados grandes e 50% como médios para os extratos aquosos de M.
71
azedarach e A. indica. Estes apresentaram, da segunda para a terceira geração,
tamanhos médios de 50% e 40% pequenos, sendo 10% destes com deformações nas
asas, restos da fase anterior aderidas nas pernas e abdômen curvado para baixo. Estes
efeitos sobre a praga (Figura 21) e o parasitóide (Figura 22) concordam com as
observações feitas por REMBOLD et al. (1984) de que, apesar da azadiractina ser
rapidamente excretada, o pouco que permanece no corpo do inseto afeta
principalmente o sistema hormonal, que constitui um fator crítico para o
desenvolvimento do inseto. Por outro lado, AKOL et al. (2002), testando em laboratório
formulações de Neemroc EC® (15 ml/l - 0,03% de azadiractina) e Neemros® (25 g/l -
0,5% de azadiractina), sobre Diadegma mollipla (parasitóide larval de P. xylostella), com
outras formas de aplicação, não observaram efeitos sobre a procura, comportamento de
busca, antenação, oviposição e longevidade. Segundo SCHMUTTERER (1995), a
variação nos resultados relativos à segurança dos inseticidas nim sobre os parasitóides
pode ser devido às diferenças no modo de exposição, formulações e/ou concentrações
dos ingredientes ativos dos produtos testados a base de nim.
Figura 22. Adultos de Oomyzus sokolowskii: a – normal, emergido de pupa de Plutella
xylostella proveniente de lagarta alimentada com folha de repolho sem
extrato; b – deformado principalmente nas asas com restos da fase anterior
grudados nas pernas e abdômen curvado para baixo, emergido de pupa
proveniente de lagarta alimentada com folha de repolho com extrato aquoso
de Azadirachta indica. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
a b
72
Vale ressaltar que, neste trabalho, os adultos de O. sokolowskii foram forçados a
parasitar lagartas alimentadas com folhas de repolho tratadas com os extratos vegetais,
não tendo, portanto, a opção de escolha por lagartas sadias. Em condições de campo,
esta possibilidade de escolha poderia atenuar os efeitos negativos destes extratos
sobre os parasitóides.
4.5 Efeito associado de cultivares de repolho, extratos aquosos de espécies vegetais e do parasitóide Oomyzus sokolowskii no controle de Plutella xylostella
Com relação ao controle de P. xylostella através da associação de cultivares,
extratos e parasitóides, houve interação entre cultivares x extratos e entre extratos x
parasitóides, sendo a cultivar Ruby Ball a que apresentou maior controle com 74,88%,
diferindo de Matsukase Sakata com 68,48% que por sua vez foi mais eficiente que a
Sessenta Dias com 63,32%. Os extratos de A. pyrifolium e A. indica proporcionaram
controles semelhantes ao redor de 80,00% e diferindo de M. azedarach, com
aproximadamente 70,00%, enquanto o controle sem a aplicação de extratos aquosos
de plantas inseticidas é de 45,14% (Tabela 22). Com o parasitóide O. sokolowskii, o
controle de P. xylostella atinge 80,81% contra 56,67% sem a sua utilização.
A cultivar Ruby Ball foi a que proporcionou maior controle (63,53%) sem a
associação com os extratos, seguida de Matsukase Sakata (43,40%). Por sua vez o
extrato de A. pyrifolium apresentou melhor resultado quando associado a Ruby Ball
com 85,80% de controle, enquanto os extratos de A. indica e M. azedarach
apresentaram suas eficiências independentemente da cultivar (Tabela 23).
O extrato aquoso de A. pyrifolium proporcionou o maior controle de P. xylostella
(69,74%) na ausência do parasitismo de O. sokolowskii diferindo dos extratos de A.
indica e M. azedarach que foram semelhantes e superiores as médias das cultivares
(34,17%). Já com a associação do parasitismo o controle chegou a aproximadamente
95% para os extratos de A. indica e A. pyrifolium que diferiram de M. azedarach com
78,63%. O uso das cultivares associadas ao parasitismo de O. sokolowskii sem a
utilização de extratos chega a 56,11% (Tabela 24).
73
Tabela 22. Controle (%) de Plutella xylostella através da associação de cultivares de
repolho, extratos aquosos das plantas inseticidas (CL50 para primeiro ínstar)
Azadirachta indica (0,058%), Aspidosperma pyrifolium (2,17%) e Melia
azedarach (2,78%) e do parasitóide Oomyzus sokolowskii. T: 25 ± 1 ºC, UR:
70 ± 10%, fotofase: 14 h.
cultivares (A) Controle (%)1 Matsukase Sakata 68,48 b Ruby Ball 74,88 a Sessenta Dias 63,32 c Teste F 31,75** DMS (%) 3,46 Extratos (B) A. indica 79,12 a A. pyrifolium 81,57 a M. azedarach 69,74 b Sem extrato 45,14 c Teste F 196,59** DMS (%) 4,39 Parasitismo (C) Sem 56,97 b Com 80,81 a Teste F 403,94** DMS (%) 2,35 Interação F(A x B) 15,81** F(A x C) 1,76ns F(B x C) 6,32** F(A x B x C) 0,55ns
1 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (α < 0,05).
Na Figura 23 encontram-se o efeito isolado e associado de cultivares de repolho,
extratos aquosos de plantas inseticidas e parasitismo por O. sokolowskii sobre P.
xylostella, onde se pode observar controle de até 98% para as cultivares Ruby Ball
associada ao extrato aquoso de A. pyrifolium e O. sokolowskii e de Matsukase Sakata
associada ao extrato aquoso de A. indica e O. sokolowskii. Para a associação cultivar e
extrato, o maior controle foi observado para a cultivar Ruby Ball e o extrato de A.
74
pyrifolium com 73%. Controle semelhante foi observado para a associação da cultivar
Ruby Ball e O. sokolowskii.
Tabela 23. Controle de Plutella xylostella através da associação de cultivares de
repolho e extratos aquosos (CL50 para primeiro ínstar) de Azadirachta
indica (0,058%), Aspidosperma pyrifolium (2,17%) e Melia azedarach
(2,78%). T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14 h.
Controle (%)1
Cultivar Sem extrato A. indica A. pyrifolium M. azedarachTeste F
Sessenta Dias 28,50 cC 79,29 aA 79,25 aA 66,24 bA 136,56** Ruby Ball 63,53 cA 77,70 bA 85,80 aB 72,48 bA 20,68** Matsukase Sakata 43,40 cB 80,35 aA 79,67 aA 70,49 bA 70,97** Teste F 73,18** 0,42ns 3,19* 2,40ns 1 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não
diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05). Tabela 24. Controle de Plutella xylostella através da associação de variedades, extratos
aquosos (CL50 para primeiro ínstar) de Azadirachta indica (0,058%),
Aspidosperma pyrifolium (2,17%) e Melia azedarach (2,78%) e do
parasitóide Oomyzus sokolowskii. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ± 10%, fotofase: 14
h.
Parasitismo1
Extrato Sem Com Teste F
Sem extrato 34,17 bC 56,11 aC 85,47** A. indica 63,12 bB 95,11 aA 181,79** A. pyrifolium 69,74 bA 93,41 aA 99,48** M. azedarach 60,85 bB 78,63 aB 56,16** Teste F 87,10** 115,81** 1 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não
diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05). A cultivar que maior expressou efeito sobre P. xylostella foi a Ruby Ball com 55%
de controle.
75
Experimentos de campo são necessários para avaliar e confirmar a eficiência da
associação de cultivares com graus de resistência, plantas inseticidas e inimigo natural
observada em laboratório.
74%
17%
40%
66%
69%
90%
95%
59%
82%
55%
72%
61%
73%
98%
94%
63%
98%
92%
80%
30%
57%
62%
67%
60%
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Cultivar
Cultivar + O. sokolowskii
Cultivar + A. indica
Cultivar + A. pyrifolium
Cultivar + M. azedarach
Cultivar + A. indica + O.sokolowskii
Cultivar + A. pyrifolium +O. sokolowskii
Cultivar + M. azedarach +O. sokolowskii
Controle (%)
Sessenta Dias Ruby Ball Matsukase Sakata
Figura 23. Controle (%) de Plutella xylostella através da associação das táticas, cultivar
resistente de repolho, planta inseticida (CL50 para lagartas de primeiro
ínstar) e controle biológico, Oomyzus sokolowskii. T: 25 ± 1 ºC, UR: 70 ±
10%, fotofase: 14 h.
5. CONCLUSÕES
As CL50 dos extratos aquosos de Azadirachta indica, Aspidosperma pyrifolium e
Melia azedarach são de 0,0580; 2,1753 e 2,9049 %, respectivamente, para o
primeiro ínstar de Plutella xylostella.
As CL50 dos extratos de A. indica, A. pyrifolium e M. azedarach afetam os
aspectos biológicos e causam mortalidade na fase embrionária de P. xylostella
dos indivíduos sobrevieventes.
As cultivares de repolho avaliadas afetam a biologia de P. xylostella, sendo Ruby
Ball, Coração de Boi e Matsukase Sakata moderadamente resistentes, Louco de
Verão, Chato de Quintal, Roxo Mamuth Gigante e Toshin Takii suscetíveis e a
Sessenta Dias altamente suscetível a P. xylostella. A cultivar Ruby Ball é a que mais afeta o Potencial Reprodutivo Corrigido (PRC)
de P. xylostella.
As cultivares de repolho Ruby Ball, Matsukase Sakata e Sessenta Dias não
afetam o desenvolvimento do parasitóide Oomyzus sokolowskii.
A CL50 para lagartas de primeiro ínstar de P. xylostella do extrato aquoso de A.
indica, é o que proporciona menor PRC da praga com redução de 85%.
O extrato de M. azedarach afeta negativamente o índice de parasitismo e o
número de parasitóides por pupa de P. xylostella.
Os extratos de M. azedarach e de A. indica reduzem o tamanho e causam
deformações, em torno de 10%, em adultos de O. sokolowskii a partir da
segunda geração.
A Cultivar Ruby Ball é a que apresenta maior controle da fase jovem de P.
xylostella e, quando associada ao extrato de A. pyrifolium ou com O. sokolowskii,
chega ao controle de 73% e 72% respectivamente.
77
Nas associações das cultivares Ruby Ball com A. pyrifolium e O. sokolowskii e
Matsukase Sakata com A. indica e O. sokolowskii, os controles de P. xylostella
são de 98%.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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