EE GG1 Manual Geografia

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GeoGrafiaVolume 1

Manual do Professor

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1. PressuPostos terico-metodolgicos dA coleoorientAes tericAsA geografia estuda a interao entre a dinmica da natureza e os mecanismos de organizao e sistemas produtivos desenvolvidos pelas sociedades humanas. A categoria de anlise primordial para identificar e interpretar os diferentes aspectos dessa interao o espao geogrfico. O espao geogrfico, desdobrado em conceitos como lugar, paisagem e territrio, no apenas revela em suas formas e contedos o resultado da atuao simultnea e interdependente dos elementos e fenmenos naturais e das formas de apropriao da sociedade, como tambm ele prprio agente ativo desse processo. Assim, espera-se que o estudo da geografia possa tornar o mundo passvel de compreenso, atravs da leitura do espao geogrfico e da anlise das informaes a partir dele levantadas e representadas sob a luz das caractersticas sociais historicamente constitudas. A conduo crtica da produo do conhecimento geogrfico, abrangendo sinteticamente o meio fsico, as foras produtivas e as representaes simblicas desse espao, passa pela identificao, descrio e organizao, em diversas formas de registro, das mltiplas caractersticas que se arranjam em cada poro da superfcie terrestre. Assim, cabe ao livro didtico de geografia fornecer elementos e subsdios para a apreenso dos processos que envolvem a produo do espao, alm de parmetros para sua anlise. J ao professor compete incorporar o recurso representado pelo livro didtico s demais ferramentas de ensino, adaptando-o s especificidades regionais e ao projeto pedaggico da escola, tornando-o desse modo acessvel ao grupo de alunos com o qual trabalha, e articulando temticas, necessidades e anseios identificados. Esta coleo contempla, por meio de sua organizao temtica e de uma estrutura textual descomplicada, proposies consagradas no ensino de geografia, alm de possibilitar ao aluno, por intermdio do professor, a elaborao de linhas de reflexo segundo tendncias recentes da prtica pedaggica. Ao longo dos captulos so apresentados boxes que possibilitam ao aluno estabelecer relaes entre o conceito trabalhado e questes da atualidade ou situaes comuns em seu cotidiano. As atividades, organizadas em diferentes propostas, permitem desde a retomada do contedo e a preparao para os vestibulares at a problematizao e o desenvolvimento2

dos temas e competncias indicados nos Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs) como os que se relacionam leitura e interpretao de registros grficos e textuais; ao reconhecimento, seleo e comparao de fenmenos espaciais; e investigao dos processos de transformao do espao geogrfico.

Procedimentos metodolgicosA imPortnciA do livro didtico no PlAnejAmento dAs AulAs e suAs APlicAes em sAlAEste livro uma ferramenta essencial para a estruturao do curso, mas importante que no seja o nico material de apoio didtico. Articulando seus captulos de forma bastante didtica, de maneira a apresentar-se como um recurso precioso na conduo das aulas, ele permite que o professor valorize os conhecimentos prvios dos alunos para a anlise criteriosa de suas abordagens, aproveite seus textos e recursos visuais para estimular discusses e debates entre os alunos, e desenvolva atividades que permitam estabelecer relaes entre seus diferentes contedos. O livro didtico deve ser empregado como ferramenta de promoo do desenvolvimento da autonomia de aprendizagem dos alunos, os quais precisam ser estimulados a recorrer ao material como fonte de pesquisa e meio de referncia dos temas estudados, proporcionando uma fundamentao bsica de seus posicionamentos crticos. figura do professor atribui-se a funo de conferir sentido ao processo de aprendizagem dos alunos (no desconsiderando a condio destes como agentes ativos de produo do conhecimento). Por isso o professor tem um papel primordial nesse processo: desenvolver estratgias que potencializem o desenvolvimento do conhecimento entre as quais o livro didtico deve figurar como material fundamental para o suporte das relaes de ensino-aprendizagem. O trabalho de apropriao e reflexo dos contedos do livro didtico desvela oportunidades de concretizao do objetivo de formar alunos e avali-los, bem como de avaliar os resultados do trabalho como um todo.

A AvAliAoEm se tratando das avaliaes, faz-se necessrio diferenciar, no mnimo, duas prticas de anlise dos trabalhos desenvolvidos ao longo do ano letivo. A primeira delas concerne avaliao do desenvolvimento dos alunos diante de suas potencialidades, de acordo com parmetros definidos. A segunda

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concerne ao desenvolvimento do curso como um todo, sendo fundamental que o professor volte os olhos para o cronograma de aulas, as atividades desenvolvidas em sala, as respostas s propostas, verificando assim se os objetivos vislumbrados esto sendo atingidos, de forma a poder reorganizar tanto esses objetivos como os instrumentos para atingi-los, quando necessrio. Portanto, antes de aplicar os mecanismos pretendidos como prticas de avaliao, importante que o professor domine com clareza os objetivos que direcionam suas prticas de ensino e, nesse contexto, defina o que avaliar e como avaliar. Um pressuposto importante no norteamento do processo de avaliao o de que no processo de ensino-aprendizagem a apropriao do contedo no se limita a uma finalidade em si mesma, mas serve como meio para a formao ampla de uma conscincia crtica, e os reflexos disso devem estar representados nas respostas das avaliaes produzidas pelos alunos. No podendo resumir-se a frmulas prontas, a avaliao dos alunos deve ser condizente com a realidade da escola e da sociedade em que ela se insere, devendo ser estruturada sobre princpios que, alm de verificar os conhecimentos adquiridos e produzidos pelos alunos, permitam aprofundar o conhecimento sobre todo o trabalho escolar. Concebida dessa maneira, e integrada a um planejamento ao mesmo tempo consistente e flexvel, a avaliao permite reconhecer dificuldades e ajustar as formas de interveno no decorrer do processo letivo, readequando objetivos e repensando as prticas pedaggicas.

Portanto a avaliao no pode ser confundida com a simples aplicao de provas, que sobrevalorizam notas ou conceitos. A avaliao incorporada ao processo de aprendizagem desprende-se de momentos ou procedimentos particularizados, transcendendo a um princpio contnuo, indissocivel dos objetivos estruturais do curso. A partir desse princpio possvel conduzir todas as atividades de modo a revelar apontamentos coletivos e individuais relacionados s propostas desenvolvidas, permitindo tambm, se o professor assim preferir, valorizar cada atividade livre de hierarquizaes, estimulando o aluno a um estudo tambm contnuo, em vez do estudo pontual s vsperas de avaliaes formais. Avaliando continuamente tanto o curso como os alunos, tende-se a utilizar uma gama maior de parmetros, o que contribui para compreender qualitativamente a relao do aluno com a aprendizagem, discernindo as dificuldades que provm da apreenso do contedo em si e aquelas que provm da forma como o contedo trabalhado. Por fim, conhecendo melhor o aluno, podem-se levar em considerao suas especificidades, criando possibilidades de melhorias no apenas na apreenso dos contedos, mas principalmente na reflexo acerca dos temas apresentados, cujos resultados podem ser observados na avaliao (em relao ao que dela se pode deduzir) ou at mesmo em suas posturas e aes nos debates em sala de aula. O texto a seguir, de La Depresbiteris, traz mais algumas contribuies para a reflexo sobre o tema avaliao.

Avaliao da aprendizagem do ponto de vista tcnico-cientfico e filosfico-polticoCOMO ATRIBUIR NOTAS AOS ALUNOS? COMO FAZER PARA QUE ESTAS NOTAS REPRESENTEM O DESEMPENHO REAL DO ALUNO? nfase atribuio de notas (medida) na avaliao tem provocado alguns desvios significativos, dentre os quais o de lhe dar um carter meramente comercial, contabilstico, desconsiderando seu aspecto educacional de orientao do aluno. Conforme diz Luckesi (1984), as notas so comumente usadas para fundamentar necessidades de classificao de alunos, dentro de um continuum de posies, onde a maior nfase dada comparao de desempenhos e no aos objetivos instrucionais que se deseja atingir. O aluno classificado como inferior, mdio ou superior quanto ao seu desempenho e muitas vezes fica preso a esse estigma, no conseguindo desvelar seu potencial. Atribuir uma nota leva a um desvio bastante comum: reduzir a avaliao mera atividade elaborar e aplicar instrumentos de medida. Nessa perspectiva, h o grande perigo de se direcionar a aprendizagem apenas para o domnio de contedos de uma prova final, de uma unidade de ensino ou de um curso. Goldberg aponta, ainda, o problema de se considerar a avaliao como aplicao de uma prova final. Segundo a autora, muitos professores esquecem que natural e espontneo considerar, na avaliao, outros recursos, tais como trabalhos dirios, observaes e registros, enfim, todas as atividades que permitem inferir desempenhos (Depresbiteris, 1989). Assim, importante, ao se falar em avaliao da aprendizagem, indicar suas funes, que segundo Gronlund (1979), so as de informar e orientar para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem.

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QUE ABORDAGEM AVALIATIVA DEVEMOS ADOTAR PARA A MELHORIA DO ENSINO? A avaliao da aprendizagem est estreitamente relacionada abordagem curricular. Segundo McNeil (1981), podemos classificar o currculo em acadmico, tecnolgico, humanista e de reconstruo social. No currculo acadmico, a avaliao em sala de aula apresenta meios variados, de acordo com os objetivos das diferentes disciplinas, sempre com nfase ao conhecimento de fatos. No currculo humanista, a avaliao enfatiza o processo e no o produto; a avaliao de natureza mais subjetiva, valorizando a expresso do aluno em pinturas, poemas, discusses em grupo, dentre outros. J no currculo tecnolgico, a avaliao se apoia no desempenho do aluno, definido pelo total de pontos obtidos em testes padronizados ou, ento, em testes especficos de programas que tratam de aspectos das disciplinas escolares convencionais. Por fim, a avaliao no currculo de reconstruo social feita atravs de exames abrangentes durante o ltimo ano da escola, com o objetivo de sintetizar e avaliar a interpretao, pelo aluno, de seu trabalho. Neste caso, a avaliao vai alm da aprendizagem, verificando efeitos da escolarizao na comunidade. AT QUE PONTO VAI O PLANEJAMENTO DO ENSINO E ONDE COMEA A AVALIAO DA APRENDIZAGEM? A avaliao e o planejamento so atividades inseparveis; formam um processo nico, no qual devem ser definidos os objetivos, os contedos, as estratgias de ensino, os critrios e as formas de avaliar. O que acontece, porm, que em vez de serem valorizados em seus aspectos educacionais, o planejamento do ensino e a avaliao da aprendizagem so transformados em atividades burocrticas, formais. O planejamento o momento de refletir sobre os objetivos a serem atingidos, sobre como alcan-los e sobre como avaliar o que se planejou. frequentemente confundido com o plano de ensino, registro formal do planejamento. A cobrana ao professor feita quanto ao papel escrito e no quanto ao processo de reflexo. Como consequncia, no lugar de guia, de orientador da ao docente, o plano, feito quase sempre sem ter havido planejamento, passa a ser instrumento de gaveta, sem nenhuma funo pedaggica. A avaliao, por sua vez, vista como o registro de uma nota, tornando-se uma atividade burocrtica para o professor. [...]DEPRESBITERIS, La. Avaliao da aprendizagem do ponto de vista tcnico-cientfico e filosfico-poltico. So Paulo: FDE, 1998. Srie Ideias, n 8.

2. PressuPostos GeoGrficos da coleoobjetiVos da GeoGrafia Para o ensino mdioDe acordo com os PCNs, as prticas pedaggicas no Ensino Mdio devem ser orientadas por competncias a serem desenvolvidas pelos alunos, que podem ser agrupadas em trs conjuntos: comunicao e representao; investigao e compreenso; e contextualizao social e histrica dos conhecimentos. J as diretrizes do Exame Nacional do Ensino Mdio (Enem) so estruturadas em funo das seguintes competncias: domnio de linguagens; compreenso de fenmenos; enfrentamento de situaes-problema; construo de argumentao; e elaborao de propostas. Entendendo as proposies acima como premissa, o prximo passo a identificao de como possvel a geografia, com suas especificidades, contribuir para a formao de alunos que dominem sua essncia, conscientizando-se do papel dessa4

disciplina no ensino bsico e em suas vidas. Esse papel pode ser sintetizado em: construo da autonomia na adoo de procedimentos de verificao e anlise de elementos que compem a realidade; tomada de posio frente realidade compreendida; e realizao de intervenes balizadas nas aes anteriores. Os objetivos essenciais da geografia no Ensino Mdio relacionam-se a desenvolver no aluno a capacidade de: Definir critrios coerentes para descrever aspectos do espao geogrfico. Ler e interpretar diferentes formas de representao do espao geogrfico. Analisar criticamente materiais cartogrficos e outros documentos de interesse geogrfico. Coletar e sistematizar informaes disponveis em mapas, grficos e tabelas, assim como utilizar esses recursos para expressar o conhecimento. Compreender e utilizar as escalas geogrfica e cartogrfica como formas de demonstrar a ocorrncia e a distribuio espacial de fenmenos.

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Reconhecer, a partir da anlise do espao geogrfico, as relaes e interaes de fenmenos sociais e naturais. Reconhecer e estabelecer relaes entre as diversas escalas dos fenmenos geogrficos (local, regional, global). Relacionar fatores histricos s estruturas da sociedade atual. Avaliar os impactos do trabalho humano no meio fsico ao longo do tempo. Reconhecer a importncia dos sistemas econmicos e polticos para a organizao dos processos de produo do espao. Selecionar, comparar e interpretar aspectos da realidade espacial, sem rupturas que comprometam a apreenso de seu contexto. Elaborar estratgias de pesquisa e investigao de informaes que possam estimular reflexes e embasar a construo do conhecimento geogrfico. Analisar criticamente a apropriao dos recursos naturais pelos seres humanos, considerando as demandas sociais e a necessidade de preservao do meio ambiente. Identificar no espao vivido subsdios para a compreenso de fenmenos de interesse geogrfico. Aplicar no cotidiano os conceitos e os conhecimentos adquiridos por meio do estudo da geografia. Reconhecer no espao vivido as manifestaes de processos de abrangncia global. Conduzir com autonomia seu prprio processo de aprendizagem, buscando nas experincias vividas e nos recursos tericos os elementos para a aferio do mundo. Pautar-se em noes de cidadania para atuar nos ciclos sociais e interferir nas escalas espaciais em que est inserido.

e as atividades de apropriao social do espao. Em consonncia com o espao geogrfico, os conceitos de paisagem, lugar e territrio so tambm categorias espaciais de fundamental importncia para a interpretao do mundo sob a mediao do pensamento geogrfico. A paisagem, entendida como produto dos sentidos, um conceito tratado na obra como recurso visual (em fotografias e ilustraes) para a identificao ou contextualizao de aspectos relevantes dos locais ou fenmenos trabalhados. Como categoria de anlise, trabalhada principalmente nos boxes, revelando como interagem os fenmenos naturais que competem para a disposio dos elementos fsicos na superfcie terrestre e permitindo o reconhecimento das caractersticas sociais manifestadas no espao produzido. A concepo de lugar utilizada como referncia principalmente nos boxes e atividades, tendo como principal objetivo aproximar os temas que estruturam os captulos da realidade particular e imediata dos alunos. Por meio de situaes do cotidiano resgatadas em sala de aula, os alunos podem encontrar elementos preciosos para compreender vrias questes trazidas pela coleo, ampliando assim sua conscincia sobre sua identidade e pertencimento ao lugar, estimulando ainda sua inclinao para reflexes sobre relaes de consenso e conflito, dominao e resistncia, apontadas nos PCNs. Apenas a ttulo de esclarecimento, apresentamos a definio encontrada no referido documento:O conceito de lugar guarda uma dimenso prtico -sensvel que a anlise vai aos poucos revelando. Lugar a poro do espao aproprivel para a vida, que vivido, reconhecido e cria identidade. Ele possui densidade tcnica, comunicacional, informacional e normativa. Guarda em si o movimento da vida, enquanto dimenso do tempo passado e presente. nele que se d a cidadania, o quadro das mediaes se torna claro e a relao sujeito-objeto direta. no lugar que ocorrem as relaes de consenso e conflito, dominao e resistncia. a base da reproduo da vida, da trade cidado-identidade-lugar, da reflexo sobre o cotidiano, onde o banal e o familiar revelam as transformaes do mundo e servem de referncia para identific-las e explic-las.4

os conceitos GeoGrficos na coleoOs contedos reunidos nesta coleo apoiam -se em conceitos que fundamentam o conhecimento geogrfico e atendem s diretrizes dos PCNs, constituindo parmetros para o desenvolvimento de prticas de ensino-aprendizagem adequadas s demandas atuais. O espao geogrfico, conceito elementar e ligado prpria unidade da geografia como rea do conhecimento, permeia toda a obra, sustentando a abordagem dos diferentes recortes da superfcie terrestre e das diferentes feies que estes assumem, por meio da imbricao entre os fenmenos naturais

Sobre a relao entre a geografia e cidadania, recomenda-se a leitura do texto A Geografia e a construo da cidadania, da professora da Universidade de So Paulo (USP) Amlia Luisa Damiani, no qual a autora afirma que:4 Parmetros Curriculares Nacionais Parte IV: Cincias Humanas e suas tecnologias. Ministrio da Educao e do Desporto, Secretaria de Educao Fundamental, 2001

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a noo de cidadania envolve o sentido que se tem do lugar e do espao, j que se trata da materializao das relaes de todas as ordens, prximas ou distantes. Conhecer o espao conhecer a rede de relaes a que se est sujeito, da qual se sujeito. Alienao do espao e cidadania configuram um antagonismo a considerar. (DAMIANI,1999, p. 50)

a globalizao um fenmeno decorrente da implementao de novas tecnologias de comunicao e informao, isto , de novas redes tcnicas, que permitem a circulao de ideias, mensagens, pessoas e mercadorias num ritmo acelerado, e que acabaram por criar a interconexo entre os lugares em tempo simultneo.6

O territrio o conceito atrelado ao exerccio do poder, sua manifestao no espao, e por essa razo embasa os captulos que priorizam as relaes entre pases, as estratgias de dominao econmica e as articulaes polticas e geopolticas. por meio da noo de territrio que os alunos adquirem a capacidade de desvelar as relaes de domnio e apropriao presentes no espao geogrfico. Outro conceito importante o de escala, que aparece na obra definido basicamente de duas maneiras: com um sentido mais restrito, como recurso de produo dos materiais cartogrficos; com um sentido mais amplo o de escala geogrfica , como instrumento de anlise dos fenmenos que interagem nas diversas dimenses do espao geogrfico. O gegrafo Ailton Luchiari (2005, p. 56) e seus colaboradores, apoiados em Josu Montello, apresentam algumas definies mais para esse conceito, a saber: Escala Cartogrfica: indica a proporo entre o tamanho do objeto no terreno e as suas dimenses no mapa. expressa numericamente por uma frao (exemplo: 1:50.000), ou graficamente, por uma barra graduada. Escala dos fenmenos: indica as dimenses da ocorrncia de fenmenos sobre a superfcie terrestre. A regio semi rida brasileira ocupa uma rea total de 974.752 km2, e abrange a maior parte dos Estados da regio Nordeste (86,48%), a regio setentrional do estado de Minas Gerais (11,01%) e o norte do Esprito Santo (2,51%).5

Conceitos utilizados em reas mais especficas da cincia geogrfica (nem por isso menos importantes) foram apresentados e aprofundados em captulos diretamente relacionados a seu campo influncia. Entre eles, podemos citar: recursos naturais, meio ambiente e desenvolvimento sustentvel, energia, produo e fluxos.

a cartoGrafia na coleoA cartografia, alm de um conjunto de tcnicas ligadas representao do espao e aos cdigos de linguagem pertinentes geografia, um campo do conhecimento que complementa a anlise espacial, viabilizando e legitimando a concretizao dos estudos geogrficos. Ela permite o registro sinttico dos elementos levantados pela investigao geogrfica, convertendo-o em instrumento de inferncia da realidade. O domnio da cartografia, portanto, no apenas viabiliza a documentao dos elementos de organizao do espao, como tambm confere maior qualidade investigao e interpretao dos objetos de pesquisa. Reconhecendo sua importncia para o ensino da geografia, a abordagem terica da cartografia apresentada nesta coleo logo nos captulos iniciais do Volume 1. Isso garante que todo o contedo a ser trabalhado ao longo do Ensino Mdio possa ser melhor aproveitado pelos alunos, que, ao dominarem os elementos bsicos da cartografia, estaro mais aptos a se apropriar com mais facilidade dos recursos cartogrficos que do suporte aos textos dos captulos, alm de selecionar, sistematizar e registrar as informaes (dispostos em mapas ou no). Nos captulos 1 e 2 do primeiro volume, temos a fundamentao das noes de orientao e localizao espacial; a definio do conhecimento cartogrfico e sua construo histrica; a apresentao das projees cartogrficas como possibilidades de representao do mundo; e a abordagem tcnica e conceitual da escala cartogrfica. Como j exposto na parte final do texto introdutrio, a leitura cartogrfica (ou, em outras palavras, o domnio instrumental dos materiais cartogrficos) conquista-se efetivamente por meio da produo de materiais.6 Parmetros Curriculares Nacionais Parte IV: Cincias Humanas e suas tecnologias. Ministrio da Educao e do Desporto, Secretaria de Educao Fundamental, 2001

Um conceito fortemente ligado ao de escala o de globalizao, que aparece articulado com os temas de diferentes captulos. No artigo A quem interessa a globalizao (cuja leitura recomendamos), o gegrafo e professor da USP Wagner Costa Ribeiro (1995, p. 18) define globalizao como um estilo de vida em configurao, no qual os agentes centrais seriam os consumidores (de informao e produtos). Debruando-nos ainda mais sobre o conceito, podemos aprofundar sua definio apoiados nos PCNs:5 LUCHIARI, Ailton et al. Aplicaes do Sensoriamento Remoto na Geografia. In: VENTURI, Lus Antnio B. (Org.). Praticando Geografia: tcnicas de campo e laboratrio. So Paulo: Oficina de Textos, 2005.

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Desse modo, os subsdios fornecidos pela coleo devem ser contextualizados em trabalhos que utilizem diferentes exemplos de materiais cartogrficos. Sempre que possvel, os elementos da cartografia reconhecidos teoricamente e em separado devem ser significados em atividades prticas, nas quais os alunos possam aplic-los, formando arranjos completos. Os inmeros mapas e grficos distribudos por todos os captulos visam a facilitar ou complementar a compreenso de temas presentes nos textos, sintetizar fenmenos, localizar reas e ocorrncias

pontuais, fomentar interpretaes, verificar tendncias e evolues temporais, alm de comparar eventos que se manifestam de maneira desigual. Os materiais cartogrficos que compem as atividades propostas, principalmente as questes de vestibulares, so recursos reveladores de informaes, considerados como elementos de anlise imprescindveis. O texto a seguir, demonstrando a importncia dos mapas, remete ao papel da cartografia para a construo do conhecimento geogrfico e para o emprego desse conhecimento na interpretao e contestao do espao geogrfico.

A importncia do mapaO mapa, um modelo de comunicao visual, utilizado cotidianamente por leigos em suas viagens, consulta de roteiros, localizao de imveis, e por gegrafos, principalmente, de forma especfica. O mapa j era utilizado pelos homens das cavernas para expressar seus deslocamentos e registrar as informaes quanto s possibilidades de caa, problemas de terreno, matas, rios etc. Eram mapas em que se usavam smbolos iconogrficos e que tinham por objetivo melhorar a sobrevivncia. Eram mapas topolgicos, sem preocupao de projeo e de sistema de signos ordenados, mas os smbolos pictricos eram de significao direta, sem legenda, pois era a prpria linguagem deles, a iconogrfica. Uma vez que a geografia uma cincia que se preocupa com a organizao do espao, para ela o mapa utilizado tanto para a investigao quanto para a constatao de seus dados. A cartografia e a geografia e outras disciplinas como a geologia, biologia caminham paralelamente para que as informaes colhidas sejam representadas de forma sistemtica e, assim, se possa ter a compreenso espacial do fenmeno. O mapa, portanto, de suma importncia para que todos que se interessem por deslocamentos mais racionais, pela compreenso da distribuio e organizao dos espaos, possam se informar e se utilizar deste modelo e tenham uma viso de conjunto. Os espaos so conhecidos dos cientistas que os palmilham em suas pesquisas de campo, mas o mapa que trar a leitura daquele espao, mostrando a interligao com espaos mais amplos. Assim, tambm, os leigos, ao se preocuparem com a organizao do seu espao, ou de forma mais cotidiana com deslocamentos mais racionais, ou circulaes alternativas (congestionamentos, impedimentos) devem apelar para o mapa. [...] Mapeador x leitor de mapas Iniciando o aluno em sua tarefa de mapear, estamos, portanto, mostrando os caminhos para que se torne um leitor consciente da linguagem cartogrfica. [...] A ao para que o aluno possa entender a linguagem cartogrfica no est em pintar ou copiar contornos, mas em fazer o mapa para que, acompanhando metodologicamente cada passo do processo reduzir proporcionalmente, estabelecer um sistema de signos ordenados, obedecer a um sistema de projees para que haja coordenao de pontos de vista (descentralizao espacial) , familiarize-se com a linguagem cartogrfica.PASSINI, Elza; ALMEIDA, Rosngela Doin. Espao geogrfico: ensino e representao. So Paulo: Contexto, 2002.

Ainda sobre a temtica em pauta, podemos apresentar uma sria de questionamentos formulados por ngela Katuta (2007, p. 147), os quais podem balizar a elaborao e desenvolvimento de trabalhos em sala de aula com os alunos:

Que objetivos pedaggicos tenho ao ensinar geografia, portanto, o que enfatizarei no processo de alfabetizao geogrfica-cartogrfica? Que tipo de geografia e de cartografia devo abordar em sala de aula? Aquelas fundadas na ciso entre o7

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sujeito e o objeto? Ou... aquelas fundadas na polissemia do sujeito e, portanto, do espao? necessrio que os discentes expressem cartograficamente as espacialidades por ele vivenciadas e percebidas, a fim de que construam a capacidade de entender a localizao geogrfica dos lugares? Devo, momentaneamente, romper com a norma culta da cartografia no processo de ensino e aprendizagem dos conhecimentos geogrficos, a fim de que os alunos, em um momento inicial, consigam expressar, por meio de suas representaes, os elementos vivenciados e percebidos no espao cotidiano? A fim de trazer geografias discentes para dentro da sala de aula, apenas a linguagem cartogrfica basta? Outras linguagens se fazem necessrias para a compreenso da grade dos lugares? As linguagens escritas e cartogrficas so excludentes ou complementares?

unidade a esses temas centrais o conceito de superfcie terrestre, pois, na condio de base fsica da construo do espao geogrfico e fonte de recursos, necessrio que a sociedade tenha o domnio sobre suas caractersticas. Nesse mbito, a cartografia emerge como parte do conhecimento tcnico que a sociedade desenvolve como instrumento para esse conhecimento e domnio.

unidade 1 dinmica espacialFocada no estudo da superfcie terrestre (e por vezes apresentando exemplos especficos do Brasil), esta unidade aborda conhecimentos e tcnicas de orientao e localizao espacial; as diversas formas de representao cartogrfica dos recortes espaciais; e as principais caractersticas do planeta Terra, destacando sua situao em relao aos demais astros do Sistema Solar e a estruturao de sua superfcie em continentes e oceanos. captulo 1 orientao O captulo apresenta as noes bsicas de orientao e localizao, os principais instrumentos e referenciais utilizados na orientao espacial, assim como o sistema de linhas imaginrias e coordenadas geogrficas representadas nas cartas e mapas, alm de sua relao com os fusos horrios no mundo. Na pgina de abertura (p. 9), o trecho extrado do livro Mar sem fim, de Amyr Klink, no apenas indica a importncia fundamental dos equipamentos de orientao geogrfica, mas, por meio de uma narrativa envolvente, abre possibilidades de sensibilizao dos alunos em relao ao tema. Incentivar os alunos a pesquisar outros textos que impliquem a localizao e orientao espacial e confront-los com situaes anlogas j vivenciadas so alternativas para tornar a aula mais consistente e dinmica. captulo 2 cartografia Neste captulo, a cartografia apresentada conceitualmente, e sua importncia ilustrada a partir de uma perspectiva histrica. A evoluo tcnica e tecnolgica tambm destacada, assim como as projees cartogrficas e os elementos que compem os mapas. O texto de abertura (p. 21) indica que a cartografia no se refere apenas simples representao de espaos e seus elementos. Sugerimos que ele seja utilizado para o estabelecimento de uma discusso sobre como um mapa pode servir de meio para a expresso de interpretaes do mundo. Essa discusso importante por apontar o fato de que os prprios

Sabemos que o trabalho com grficos em sala de aula indispensvel para uma completa apreenso da linguagem cartogrfica. Acerca da funo deste tipo de linguagem, recomendamos a leitura do texto Aprendizagem significativa de grficos no ensino de geografia, em que Elza Passini (2007, p. 174) afirma: o grfico possibilita a leitura imediata: ele visual, mostra os dados organizados de forma lgica, prendendo-se essncia. uma linguagem universal que permite ver a informao.

3. orGanizao didtica da coleoaPresentao temtica dos VolumesEsta coleo divide-se em trs volumes, cada um deles dirigido a um ano do Ensino Mdio, todos organizados em unidades compostas por captulos cujos temas estabelecem relaes entre si. Sua estrutura apresenta-se da seguinte forma:

Volume 1 1 anoO Volume 1 composto por trs temas principais: noes cartogrficas e de orientao espacial; aspectos fsicos da superfcie terrestre; e explorao dos recursos naturais. O elemento que confere8

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mapas so concebidos a partir de objetivos previamente definidos ou, em outras palavras, que podem adquirir carter poltico ou ideolgico. captulo 3 o mapa do mundo Este captulo situa o planeta Terra em relao ao Sistema Solar, revelando suas dimenses, eixo de inclinao e movimento de translao (e sua influncia no meio ambiente e na sociedade), alm de caracterizar os oceanos e continentes que compem a superfcie do planeta. O depoimento de Marcos Pontes (p. 39), primeiro astronauta brasileiro a deixar o planeta Terra, traz tona o fascnio que as viagens extraplanetrias despertam no ser humano, desde os tempos anteriores a sua viabilizao. As palavras do astronauta revelam a necessidade de pensarmos nossa relao com o planeta, enxergando-o como um sistema vivo e vulnervel. captulo 4 o brasil no mapa do mundo Neste captulo, a localizao geogrfica do Brasil no planisfrio, suas fronteiras e divises regionais so abordadas e aprofundadas. neste momento que os aspectos regionais e contrastantes do pas podem ser apresentados aos alunos, como forma de introduzi -los na questo e referenci-los nos demais captulos da coleo que abordam essa temtica. O texto inicial (p. 56) pode ser utilizado como abordagem inicial, revelando a riqueza cultural do enorme territrio do Brasil. Ele pode servir de estmulo e referncia para a busca por outros textos ou materiais que demonstrem os inmeros contrastes regionais brasileiros.

fenmeno natural que exemplifica como os processos relacionados estrutura geolgica da Terra podem interferir diretamente na vida das pessoas e manifestar-se em uma realidade relativamente prxima dos alunos (apesar de os abalos ssmicos de maior intensidade, capazes de causar estragos mais importantes, serem eventos raros no Brasil). O caso relatado ajuda a despertar a curiosidade do aluno, que poder buscar outros exemplos de eventos tectnicos ocorridos no pas, aprofundando seu conhecimento sobre o assunto. captulo 6 elementos da geomorfologia Este captulo expe a dinmica de formao do relevo, demonstrando que suas formas resultam da atuao complementar de dois tipos de processos: os internos e os externos. Dessa dinmica destacam-se fenmenos (como sismicidade, vulcanismo e intemperismo) e agentes modeladores do relevo. Resultantes da interao entre os processos internos e externos, as montanhas, planaltos, depresses e plancies so caracterizadas como as principais formas de relevo. Assim como no captulo anterior, o texto de abertura (p. 90) aborda uma manifestao da dinmica tectnica, o vulcanismo. A situao relatada no texto permite explorar questes referentes s caractersticas dos vulces e suas ligaes com as demais camadas da crosta terrestre. captulo 7 Geologia e geomorfologia do brasil O caso brasileiro aprofundado neste momento, por meio da apresentao de suas estruturas geolgicas e geomorfolgicas, referenciadas por reconhecidos gegrafos brasileiros, como Aziz AbSber e Jurandyr Ross. O texto de abertura (p. 106) alude superfcie que habitamos e sua constante transformao. Essa pode ser uma ideia norteadora para um dilogo dos contedos deste captulo com os anteriores, como forma de demonstrar que os elementos da superfcie terrestre fazem parte de um conjunto complexo e inevitavelmente inter-relacionado.

unidade 2 Geologia e relevoA unidade trata dos elementos da geologia e da geomorfologia, ou seja, da estrutura interna da Terra e da crosta terrestre, alm da estrutura superficial da crosta e as diferentes formas de relevo que compem a superfcie do planeta. captulo 5 elementos da geologia Encontra-se neste captulo a definio da geologia como cincia e a apresentao de algumas de suas ramificaes. A origem do planeta Terra explicada para embasar o entendimento da formao de suas camadas internas, cujas caractersticas gerais tambm so apresentadas. A crosta terrestre e suas camadas recebem um tratamento privilegiado, apresentando-se a da teoria das placas tectnicas, das eras geolgicas e dos processos de formao das rochas. Como abertura do captulo temos um texto que trata de um terremoto no Brasil (p. 78), um

unidade 3 dinmica da produo mineral e energticaAps trazer os processos de formao da crosta terrestre e dos tipos de rocha, apresentamos, neste mdulo, o aproveitamento econmico dos recursos minerais provenientes dessa camada da Terra. Esses recursos naturais so empregados basicamente como matrias-primas ou fontes de energia. captulo 8 a produo de minrios no mundo Este captulo aborda os aspectos mais importantes9

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relacionados produo dos minrios, como as principais aplicaes industriais, a distribuio e as caractersticas dos minrios mais utilizados no mundo, alm das questes ambientais decorrentes da atividade mineradora. Na pgina de abertura (p. 124), temos um texto de Jlio Verne, extrado do livro Viagem ao centro da Terra, que ilustra a explorao dos recursos minerais. Apesar do carter fictcio de suas obras, Jlio Verne as escrevia aproveitando conceitos cientficos e conhecimentos de sua poca, misturando inveno e realidade. Isso confere um estilo envolvente s histrias, que podem ser utilizadas como um importante instrumento de sensibilizao dos alunos para a temtica da explorao do subsolo terrestre. captulo 9 a produo de combustveis fsseis no mundo Este captulo expe importantes questes a respeito da produo de combustveis fsseis, revelando sua importncia e as implicaes ambientais de seu uso. Entre os problemas ambientais mais preocupantes, intensificados pelo consumo excessivo desses combustveis, esto o aquecimento global e a chuva cida. O texto jornalstico apresentado como abertura do captulo (p. 137) permite questionar o conhecimento da ocorrncia de reas de petrleo na crosta terrestre, e mais especificamente a brasileira, bem como sua explorao e a consequente gerao e distribuio de renda para a populao, a partir desse recurso natural. captulo 10 a produo de minrios e combustveis fsseis no brasil Neste captulo encontramos a distribuio regional da produo mineral e de combustveis fsseis no territrio brasileiro, sempre enfocando a questo da atuao de capitais estrangeiros em conjunto com investimentos estatais nos grandes projetos ligados a essas atividades. O texto de abertura (p. 153) apresenta a extenso e a antiga paisagem natural do territrio brasileiro como destaque inicial, podendo essas informaes serem utilizadas para tratar da diversidade e quantidade de minrios do Brasil, alm das alteraes no meio ambiente, provocadas por aes antrpicas.

unidade 1 dinmica da natureza: clima e vegetaoEsta unidade dedicada aos elementos responsveis pela definio de boa parte das caractersticas das paisagens naturais do planeta: hidrografia, clima e vegetao. Junto com o relevo e outros elementos naturais, eles interagem de modo diverso nas diferentes pores da superfcie terrestre, formando os grandes domnios climatobotnicos. captulo 1 elementos do clima e da vegetao O captulo trabalha assuntos relacionados ao clima e vegetao. O tratamento desses elementos oferece muitas possibilidades de conexes, uma vez que eles influenciam-se mutuamente. Sobre o clima, trata-se de sua definio conceitual, comparativamente noo de tempo atmosfrico; de algumas formas de manifestao climtica; dos principais fatores que atuam na definio dos tipos climticos e na distribuio dos climas no mundo. O tema vegetao inserido a partir da definio do conceito de biosfera, demonstrando sua relao com outros elementos da natureza, sobretudo o clima. Consta ainda uma proposta de classificao da vegetao, sua distribuio pela superfcie do planeta e as possibilidades de seu aproveitamento econmico como recurso natural. O texto e a imagem de abertura (p. 9) remetem ao fenmeno da precipitao. Utilizando exemplos da prpria localidade da escola e da cidade, possvel iniciar um dilogo sobre como esse fenmeno afeta a vida da populao local e como ele um elemento determinante na classificao dos climas. captulo 2 domnios climticos e formaes vegetais no mundo Os grandes domnios climatobotnicos so apresentados como classificao de extensas reas da superfcie da Terra que apresentam aspectos naturais relativamente homogneos. Reconhecido como um dos fatores mais importantes no condicionamento desses domnios, o clima permite situar suas caractersticas e ocorrncia espacial. Pode-se, por exemplo, utilizando mapas disponveis, perceber grande correlao entre a ocorrncia dos tipos climticos e de vegetao. Os relatos de Tatiana Belinky expostos na abertura do captulo (p. 26) revelam as grandes diferenas entre o comportamento climtico do leste europeu e do Brasil e, mais do que isso, como os elementos do mundo fsico tocam o modo de vida das pessoas, chegando a pautar a construo dos referenciais temporais e espaciais, e demarcando a formao da memria dos indivduos. Explorar, com base na leitura do texto de abertura, a influncia do quadro

Volume 2 2 anoO Volume 2, alm de temas focados no territrio brasileiro e em aspectos e fenmenos fsicos, prope tambm um estudo voltado s questes sociais, principalmente as demogrficas. Outra caracterstica importante do volume o trabalho paralelo de aspectos referentes ao mundo e ao Brasil.10

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natural no modo de vida dos brasileiros das diferentes regies do pas um meio de revelar sentido no estudo da temtica do captulo. captulo 3 clima e vegetao do brasil Este captulo parte do trabalho com clima e vegetao como elementos complementares, pois eles interagem de maneira fundamental para a formao das paisagens naturais. Apresentam-se os fatores climticos (latitude, atitude, massas de ar, maritimidade e continentalidade) e os tipos climticos brasileiros (sintetizados em climogramas), alm da classificao das formaes vegetais originais do Brasil e alguns problemas ambientais que as afetam. Na abertura do captulo (p. 47), a narrativa de Graciliano Ramos, em um trecho de Vidas Secas, retrata uma paisagem, revelando grande correspondncia entre os elementos naturais, principalmente a formao vegetal (caatinga) e as caractersticas climticas (aridez). To importante quanto chegar a essa constatao perceber como o ambiente inspito tambm corresponde gravidade que marca as possibilidades de vida das personagens, ficando claro que o estudo dos aspectos naturais no deve ser feito revelia das questes sociais.

hidrogrfica at as caractersticas das maiores bacias e rios brasileiros. A importncia econmica e social da rede hidrogrfica brasileira nas diferentes regies do pas um dos aspectos mais enfatizados. O captulo traz na abertura mais um trecho de obra literria (p. 89). Trata-se de um excerto de Sagarana, de Guimares Rosa, livro em que o autor faz brilhantes ambientaes dos lugares onde os enredos se desenrolam. Ao construir essas ambientaes, os rios aparecem como elemento significativo de vrias paisagens no trecho em questo, eles delimitam o palco da trama, constituindo o espao chamado de mesopotmia. Essa denominao remete, pelo recurso analogia, regio do Oriente Mdio (atual Iraque) cercada pelos rios Tigres e Eufrates, fundamentais para a sobrevivncia e desenvolvimento dos povos locais. Tais descries fornecem o ensejo para abordar a importncia dos rios no apenas como fontes de recursos naturais, mas tambm como elementos de composio territorial.

unidade 3 dinmica da populaoEsta unidade traz captulos que tratam de questes demogrficas mundiais, indicando tendncias e fatores relacionados estrutura populacional dos pases, alm da discusso sobre as consequncias sociais relacionadas demografia. A demografia do Brasil tambm trabalhada, fornecendo-se elementos para apreender o perfil da populao brasileira a partir de dados sobre sua distribuio pelo territrio, a estrutura demogrfica, os deslocamentos populacionais e o processo de urbanizao. captulo 6 distribuio e crescimento da populao mundial O captulo aborda a dinmica da populao mundial, trazendo dados demogrficos e os principais fatores histricos do crescimento da populao no mundo. Nesse contexto so apresentadas as teorias demogrficas. A China, como principal exemplo (p. 107), o pas mais populoso do mundo, e as dificuldades de organizar o trnsito de suas populosas cidades so apenas parte dos desafios enfrentados devido ao grande crescimento populacional que o mundo vivenciou nos ltimos cem anos. captulo 7 estrutura e migraes da populao mundial Complementando o Captulo 6, este mostra a composio da estrutura populacional e sua representao em pirmides etrias. As estruturas da populao brasileira e de outros pases so tomadas como exemplo para se abordar os fatores que11

unidade 2 dinmicas da natureza e da produo: hidrografia e energia eltricaEsta unidade preocupa-se com os elementos e caractersticas da hidrografia e sua relao com a populao das diferentes regies do Brasil, alm de sua importncia e aproveitamento econmico. captulo 4 elementos da hidrografia Aps apresentar a hidrografia, aborda-se a importncia dos rios para as sociedades humanas e os elementos e fenmenos que regulam seus cursos e fluxos. Da dinmica hdrica tambm se aponta a formao das bacias hidrogrficas e a interferncia dos rios no perfil do terreno (e vice-versa), por meio de processos erosivos e de sedimentao. No poema de Joo Cabral de Melo Neto (p. 70) a essncia da vida (humana) da personagem comparada e confundida com a fluidez dos rios. Ele nos leva a pensar no apenas no que h de comum entre homem e rio (o movimento rumo ao destino), mas sobretudo em como a vida daquele depende da vida deste. A carga de significantes que essa e outras obras literrias conferem aos rios uma maneira estimulante de introduzir o tema hidrografia. captulo 5 Hidrografia e recursos hdricos do brasil Sobre a hidrografia, so tratados neste captulo desde os elementos que compem uma bacia

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condicionam a configurao de cada perfil demogrfico. Outro importante tema contemplado no captulo so os movimentos populacionais e sua importncia para a composio das populaes. Relatos de imigrantes europeus e japoneses que entraram no Brasil compem a pgina de abertura deste captulo (p. 122). Eles ilustram a diversidade tnica da populao brasileira, revelando a diversificao populacional como uma das consequncias dos fluxos migratrios, alm de expor alguns aspectos da insero dos imigrantes no Brasil. A necessidade de buscar uma vida melhor e as dificuldades de adaptao a novas realidades so alguns dos pontos a serem contemplados a partir da leitura dos relatos. captulo 8 distribuio, crescimento e estrutura da populao do brasil Tratando da dinmica da populao brasileira, o captulo trabalha conceitos e informaes a respeito da populao absoluta e relativa das regies do pas, do crescimento populacional e da estrutura demogrfica, identificando a tendncia de envelhecimento dessa populao. A pgina de abertura (p. 137) traz um fragmento da clebre obra de Darcy Ribeiro O povo brasileiro, recompondo a formao da populao do Brasil. O autor demonstra a formao do carter miscigenado de nossa populao e destaca a pluralidade cultural e a riqueza dos regionalismos em um pas to grande. O papel dos povos indgenas e dos africanos na composio da base da populao brasileira tambm destacado por ele. captulo 9 migraes externas e internas da populao do brasil O captulo apresenta os movimentos populacionais brasileiros, destacando-se os fluxos histricos de imigrao e emigrao entre o Brasil e outros pases, e aqueles das migraes internas. Alm de apontar e tipificar os deslocamentos populacionais, tambm so tratados os fatores de atrao e repulso populacionais, como motores do processo migratrio. A pgina de abertura do captulo (p. 153) traz a letra da msica Encontros e despedidas, de Milton Nascimento e Fernando Brant, que ficou famosa na voz de Maria Rita. A letra retrata uma estao com constantes chegadas e sadas de trens, remetendo prpria condio de mobilidade do ser humano, impelido a se deslocar dependendo dos rumos da vida, mas motivado, essencialmente, pelos objetivos de ter uma vida melhor. O ttulo da cano tambm alude a situaes corriqueiras no Brasil em funo dos fluxos migratrios, como quando famlias so obrigadas a se fragmentar porque apenas parte dos membros consegue partir em busca de meios de sobrevivncia, criando a demanda por reencontros que nem sempre ocorrem.12

captulo 10 urbanizao no brasil Este captulo aborda o processo de urbanizao no Brasil, trazendo os conceitos de urbanizao, aglomerados urbanos e regies metropolitanas. Alm disso, so apresentadas as caractersticas da urbanizao das regies e os problemas socioambientais das grandes cidades brasileiras. O texto inicial (p. 170) traz informaes sobre a realidade atual na periferia de Uberlndia, onde as crianas no encontram espaos adequados para brincar. A perda dos espaos de lazer uma das consequncias do processo de urbanizao no Brasil, que provoca o adensamento populacional em grandes cidades, cujo crescimento em grande parte direcionado pela especulao imobiliria.

Volume 3 3 anoO Volume 3 desta coleo volta-se para as relaes e questes internacionais, sem deixar de tocar pontos importantes para a compreenso da realidade brasileira. Nesse sentido, so propostos temas ligados a disputas geopolticas, relaes econmicas no mbito da globalizao, dinmicas do desenvolvimento econmico e industrial, sistemas produtivos, questes e confrontos territoriais, entre outros. A anlise da atividade produtiva, tanto no mbito industrial como agropecurio, tambm ajuda em uma compreenso mais aprofundada das relaes polticas e econmicas no Brasil e no mundo. Assim, a unidade possibilita o desenvolvimento de um olhar crtico sobre um mundo cada vez mais complexo.

unidade 1 da ordem bipolar nova ordem mundialEsta unidade trabalha as articulaes econmicas e polticas internacionais, destacando os jogos de poder desdobrados em dois importantes momentos histricos: aps a Segunda Guerra Mundial e aps o fim da Unio das Repblicas Socialistas Soviticas (URSS), que foi acompanhado pelo processo de globalizao e formao de blocos econmicos supranacionais. captulo 1 do mundo bipolar ao fim da Guerra fria O captulo revela como as decorrncias geopolticas da Segunda Guerra Mundial levam configurao de um arranjo de poder estruturado em duas grandes potncias, Estados Unidos da Amrica (EUA) e URSS. Esse arranjo, chamado de ordem bipolar, duraria at o fim da dcada de 1980. O texto de abertura (p. 9) traz um poema que trata delicadamente das consequncias do lanamento da bomba atmica sobre a cidade japonesa de

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Hiroshima para a vida das pessoas, chamando o leitor a refletir sobre a dimenso humana, e no somente poltica, da guerra. Por meio de sua leitura, possvel discutir com os alunos como decises externas a um pas podem afetar o modo de vida de sua populao neste caso de modo muito evidente. Se possvel, apresente exemplos de situaes recentes em que medidas ou imposies externas (como aquelas introduzidas pelo Fundo Monetrio Internacional FMI , ou por pases influentes como os EUA) vo alterando ao longo do tempo, mesmo que de modo pouco perceptvel, a situao econmica, poltica e social de alguns pases. captulo 2 a nova ordem mundial Dando sequncia ao Captulo 1, neste temos a exposio do processo de desarticulao da ordem bipolar, a partir da decomposio do bloco socialista, para dar lugar a uma ordem que, de modo geral, pode ser entendida como politicamente unipolar e economicamente multipolar. Esse contexto passou a ser chamado de nova ordem mundial. A msica de Caetano Veloso (p. 20) permite sensibilizar e compreender inicialmente os processos de reorganizao poltica mundial que tm ocorrido nas ltimas dcadas. As fotografias indicam como o processo de globalizao (simbolizado pelos principais chefes de Estado do mundo) e, consequentemente, a reorganizao do espao mundial, pode ser prejudicial a algumas naes, principalmente as mais pobres. captulo 3 Globalizao da economia O captulo aborda as relaes econmicas internacionais no contexto da globalizao, enfatizando a expanso da atuao das empresas transnacionais. So apresentadas tambm importantes informaes sobre os principais blocos econmicos, demonstrando sobretudo a origem e a evoluo da Unio Europeia. A letra de Arnaldo Antunes (p. 33) apresenta situaes que revelam os intercmbios possibilitados pelo processo de globalizao. Por meio do aumento exponencial do fluxo de mercadorias, finanas e pessoas, as relaes culturais, econmicas e sociais tm se tornado cada vez mais intensas. Ao mesmo tempo, a cano remete ao estabelecimento de barreiras reforadas entrada de determinados grupos em determinados territrios, mostrando as contradies advindas do processo de globalizao.

temos os processos de colonizao promovidos pelas potncias industriais como motivadores essenciais dessas questes. captulo 4 caractersticas do subdesenvolvimento Neste captulo so apresentadas as causas e consequncias da situao de subdesenvolvimento de muitos pases da frica, sia e Amrica Latina. Indicadores socioeconmicos, como aqueles que tratam das condies de moradia, sade, renda etc. so trabalhados para oferecer parmetros para a anlise da precariedade das condies de vida e de produo nesses pases. O poema de Ferreira Gullar (p. 48) apresenta elementos que caracterizam os principais problemas verificados em pases subdesenvolvidos, como a fome, o desemprego, a desigualdade social, os preos elevados e a corrupo, entre outros. captulo 5 conflitos e questes territoriais na frica e amrica latina As questes territoriais na frica so reveladas a partir da ocupao colonialista do continente pelos europeus a chamada partilha da frica. A herana desse processo apontada como desastrosa, resultando em conflitos violentos e pobreza crnica. Sobre as questes territoriais da Amrica Latina, o captulo expe a formao do socialismo em Cuba e seu papel na Guerra Fria, alm de tratar dos conflitos envolvendo a guerrilha colombiana e da geopoltica amaznica. A letra de Renato Russo (p. 62) demonstra como as guerras so tambm um negcio lucrativo, o que aponta para a dificuldade de reduzir o nmero de conflitos no mundo. Alm disso, o recrutamento de crianas para a guerra tem sido uma prtica comum, ilegalmente estimulada por grandes potncias em territrios de pases de frgil economia e fraca assistncia social. captulo 6 conflitos e questes territoriais na sia O captulo expe vrios conflitos envolvendo questes territoriais na sia. Entre eles, destacam-se os conflitos no Oriente Mdio (incluindo a questo palestina e a luta dos curdos pelo direito a um Estado), os conflitos relacionados ocupao colonial da China, as disputas territoriais no Extremo Oriente, a Guerra da Coreia e a disputa entre ndia e Paquisto pela Caxemira. O depoimento de Dalai Lama (p. 78) trata de um conflito histrico no territrio chins. O Tibete apresenta caractersticas econmicas e culturais muito diferentes do restante do territrio chins, e, sob o risco de desmembramento, o governo chins13

unidade 2 o mundo atual: desigualdades e conflitosO subdesenvolvimento e os conflitos territoriais no mundo so as tnicas desta unidade. Alm dos condicionantes especficos de cada caso abordado,

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procura se impor aos lderes (e consequentemente populao) da regio.

econmico, os aspectos de desenvolvimento social tambm so apontados. captulo 10 atividade industrial no Grupo dos sete (G7) Neste captulo, trabalha-se a produo industrial nos pases do G7, demonstrando-se sua importncia no contexto mundial, principalmente no que diz respeito ao poder econmico exercido pelos EUA. Tambm so descritas as caractersticas dos parques industriais dos pases do grupo, destacando seus principais tipos de indstrias e parte dos problemas ambientais gerados pela atividade industrial dessas potncias econmicas. O captulo traz uma reportagem na pgina de abertura (p. 143), abordando as vantagens e as desvantagens de investimentos e utilizao de equipamentos mecanizados nas indstrias, em vez de mo de obra humana.

unidade 3 a produo industrialA unidade composta por temas ligados industrializao, recompondo as fases da Revoluo Industrial, trazendo as especificidades da industrializao no Brasil e o atual desenvolvimento dos pases emergentes. captulo 7 o desenvolvimento da atividade industrial Este captulo aborda os aspectos mais importantes da industrializao. O principal destaque dado ao processo da Revoluo Industrial, demonstrando suas etapas e apontando as transformaes sociais e econmicas decorrentes dela. Discriminam-se os principais tipos de indstria e apresentam-se os fatores da localizao industrial. O texto de abertura (p. 97) permite relativizar a questo da responsabilidade ambiental no quadro de empresas consideradas exemplos de sustentabilidade, devido falta de ateno com os volumes de energia utilizados em suas produes. captulo 8 a produo industrial no brasil Este captulo contm contedos referentes industrializao brasileira, expondo as fases de estruturao de seu parque fabril, o papel do Estado como provedor de infraestruturas e investimentos diretos no processo de industrializao, a distribuio regional das indstrias e a recente tendncia de desconcentrao industrial. O texto (p. 113) trata do trabalhador de linhas de montagem, cuja atividade caracterizada pela repetio e pela alienao do processo produtivo, devido especificidade e parcialidade de suas tarefas. Alm disso, so apresentados alguns elementos caractersticos da industrializao brasileira. captulo 9 a atividade industrial nos tigres asiticos e no bric So apresentadas no captulo as condies do desenvolvimento industrial e econmico dos Tigres Asiticos grupo de pases em desenvolvimento no Sudeste Asitico e do Bric grupo de pases emergentes formado por Brasil, Rssia, ndia e China. Os pases dos dois grupos esto ampliando cada vez mais sua participao no mercado mundial. O texto de abertura (p. 127) aponta o momento de ascenso econmica pelo qual passa o Vietn. Tal processo d-se principalmente pela instalao de fbricas em busca de mo de obra mais barata, como forma de reduzir custos. Alm do desenvolvimento14

unidade 4 a produo agropecuria no brasil e no mundoEsta unidade volta-se s atividades agrcolas e pecuria no Brasil e no mundo, levantando aspectos das tcnicas e tecnologias aplicadas no campo e sua importncia econmica. No caso brasileiro, o papel social da terra trazido tona, abordando-se a questo fundiria. captulo 11 agropecuria no brasil O captulo traz uma caracterizao da agricultura e da pecuria no Brasil, retratando suas formas de produo e aproveitamento, a estrutura fundiria e os problemas que dela decorrem, alm do desenvolvimento agropecurio das regies. O texto (p. 163) trata da posio do Brasil como grande produtor mundial de soja e dos impactos sociais (principalmente sobre populaes indgenas) e ambientais causados por esse tipo de produo. captulo 12 agropecuria no mundo So destaques deste captulo a participao da agropecuria no comrcio mundial, os sistemas agropecurios de produo e as caractersticas da produo agropecuria em diversas regies do mundo, dividido em zonas temperadas e tropicais. O texto e a foto de abertura (p. 179) possibilitam iniciar questionamentos sobre as diferentes formas de utilizao do solo. Mesmo no mbito apenas dos objetivos ligados agricultura, o solo pode ser cultivado por meio de diversos sistemas. No caso brasileiro, a questo das propriedades rurais est muito associada aos conflitos entre os atores desse espao.

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texto base dos caPtulosA proposta didtica da coleo est intrinsecamente relacionada estrutura de textos base, boxes e atividades propostas presentes em cada captulo. Os textos de cada captulo procuram apresentar e resgatar para os alunos os contedos consagrados dentro da cincia geogrfica e relevantes para o ensino bsico, sob a gide dos documentos educacionais oficiais, oferecendo subsdios para uma discusso fundamentada das temticas trabalhadas. Esta seo, portanto, serve de referncia e aporte inicial relativo aos contedos geogrficos distribudos tematicamente ao longo dos captulos. importante buscar uma articulao entre esses textos e as demais sees dos captulos em que cada um deles se insere. Quando conveniente, importante articular tambm os textos de um captulo aos demais, buscando sempre um dilogo e uma continuidade entre eles. Dessa forma, o professor criar melhores condies para que os estudantes no apenas absorvam as informaes bsicas, mas tambm as associem sua realidade e reflitam sobre os contedos, permitindo assim seu posicionamento e at mesmo engajamento e insero nas problemticas que despertem seu interesse e estejam em seu campo de atuao.

de procedimentos e da proposio de reflexes e pesquisas, que levam ao reconhecimento dos temas abordados em situaes factuais.

as atiVidadesAssim como os boxes, as atividades da coleo foram elaboradas com base em propostas que permitem a ampliao da capacidade analtica do aluno e o desenvolvimento de procedimentos de estudo e pesquisa. Com objetivos especficos, as atividades encontram-se divididas nas sees descritas a seguir:

retomando o contedoO objetivo fundamental desta seo a reviso do contedo. Porm ela no prope cumprir esse objetivo por meio de tarefas de simples memorizao, mas de propostas que levem o aluno a aprimorar habilidades, como selecionar informaes, relacionar conceitos e sintetizar dados e informaes.

amPliando os conHecimentosAs atividades desta seo foram desenvolvidas para estimular procedimentos e habilidades, como leitura, anlise, reflexo, pesquisa, comparao e estabelecimento de relaes. Para isso, variados recursos de ensino so utilizados, como charges, quadrinhos, fotos, mapas, grficos, tabelas, poemas, canes e textos jornalsticos que tratem de questes atuais relativas ao tema trabalhado. Esses recursos e linguagens contribuem para ampliar o repertrio geogrfico e cultural do aluno e podem, quando conveniente, ser utilizados como disparadores para trabalhos de carter interdisciplinar. As respostas e opinies indicadas no necessariamente se vinculam de maneira integral ao contedo do livro, o que exige do aluno, guiado por adequada orientao, buscar e pesquisar outras informaes para, de fato, ampliar seus conhecimentos.

os boxesO objetivo dos boxes propiciar uma abordagem ao mesmo tempo alternativa e complementar quela apresentada no texto base de cada captulo. Por meio das orientaes e atividades que eles oferecem, possvel referenciar os alunos para executar um trabalho de reflexo, articulao e aprofundamento dos contedos apresentados. imprescindvel compreender que, apesar de as propostas de trabalho sugeridas (ou seja, o fazer geografia dentro dos processos de ensino-aprendizagem) nos textos de base e nas sees de boxes e atividades serem diferentes entre si, elas no so de modo algum excludentes, mas complementares. Esta seo tambm contribui para a contextualizao de temas socioeconmicos, polticos, culturais e ambientais, trabalhando-se exemplos do cotidiano ou assuntos que, de modo geral, despertam interesse nos jovens. Outra possibilidade contemplada pelos boxes o estabelecimento de relaes entre contedos que em determinadas ocasies aparecem como dissociados o caso, por exemplo, daqueles relacionados ao meio fsico e s atividades humanas, ou dos fenmenos de abrangncia global que tm efeitos locais. As atividades presentes nos boxes permitem aprofundar o conhecimento por meio da aplicao

atiVidade finalEsta seo apresenta proposta diversificada, com o objetivo de oferecer uma atividade de sistematizao e fechamento do captulo. Entre as atividades que a compem, podem ser citadas: leitura e produo de texto; pesquisa e produo de texto; pesquisa e debate; debate;15

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estudo do meio; filmes e debates; anlise de mapas; produo de mapas. Busca-se com essa proposta aprofundar os conhecimentos dos estudantes por meio de atividades que, de forma geral, exigem anlise, reflexo, leitura e produo de textos (contribuindo para a interpretao e construo da escrita), desenvolvimento da oralidade e capacidade de argumentao. Tambm

constam desta seo atividades voltadas para a alfabetizao cartogrfica e a compreenso da realidade em contextos vivos, como estudos do meio.

no enem e nos VestibularesO objetivo desta seo possibilitar que aluno familiarize-se com os formatos, contedos e habilidades comumente apresentados e exigidos nas provas do Enem e dos principais vestibulares do pas, podendo desenvolver seu domnio sobre esse tipo de avaliao.

Quadro de contedos dos VolumesVolume 1Unidade Captulo Pontos de orientao. O que localizao? Instrumentos de orientao. Coordenadas geogrficas. Fusos horrios. Contedo

1. Orientao

2. Cartografia

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O que cartografia? Histria da cartografia. Tecnologia cartogrfica. Projees cartogrficas. Escalas grficas e numricas. A funo da legenda nas representaes cartogrficas. Curvas de nvel. Cartografia e ideologias.

3. O mapa do mundo

Movimento de translao. Estaes do ano. Ano bissexto. Zonas trmicas. Dimenses terrestres. Superfcie terrestre: terras emersas e submersas. Os continentes. Os oceanos.

4. O Brasil no mapa do mundo

As diferentes regionalizaes do territrio brasileiro. Fronteiras do Brasil.

2

5. Elementos da geologia

O que a geologia estuda? Ramos da geologia. As camadas internas da Terra. A teoria das placas tectnicas. O equilbrio isosttico da crosta. Eras geolgicas. Tempo geolgico. Os minerais e as rochas.

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GeoGrafia manual do Professor A dinmica interna da Terra. Fenmenos ssmicos e vulcnicos. A dinmica externa da Terra. Processos de meteorizao das rochas. Estrutura geolgica do Brasil. Estrutura geomorfolgica do Brasil. Classificaes do relevo brasileiro: Aroldo de Azevedo, Aziz AbSber, Jurandyr Ross.

6. Elementos da geomorfologia 2 7. Geologia e geomorfologia do Brasil

8. A produo de minrios no mundo

A importncia da atividade mineral. O minrio de ferro e a produo de ao. O minrio de mangans, nquel e cromo e a produo de aos especiais. O minrio de alumnio e a produo do alumnio metlico. Ouro, prata e diamantes. Importadores e exportadores de minrios. A explorao mineral e a questo ambiental. As fontes energticas. Produo e consumo do carvo mineral no mundo. Petrleo: origem e importncia. Produo e consumo de petrleo no mundo. Produo e consumo de gs natural no mundo. O uso dos combustveis fsseis e o efeito estufa. O consumo de combustveis fsseis e a questo das chuvas cidas. Distribuio regional da produo de minrios no Brasil. Distribuio regional da explorao de combustveis fsseis no Brasil. Influncia de capitais estrangeiros e investimentos estatais nos grandes projetos brasileiros.

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9. A produo de combustveis fsseis no mundo

10. A produo de minrios e combustveis fsseis no Brasil

Volume 2Unidade Captulo O que atmosfera? Tempo e clima. Temperatura atmosfrica. Presso atmosfrica. As massas de ar. Fenmenos meteorolgicos. Distribuio dos climas. Correntes martimas. A biosfera. O mundo frio e sua ocupao. Quadro natural no mundo frio. A ocupao da regio antrtica. O mundo temperado e sua ocupao. Quadro natural no mundo temperado. Explorao vegetal no mundo temperado. O mundo tropical. Quadro natural no mundo tropical. O clima brasileiro. Fatores que interem no clima. Classificao climtica no Brasil. A vegetao brasileira. A biodiversidade no Brasil. Contedo

1. Elementos do clima e da vegetao

1 2. Domnios climticos e formaes vegetais no mundo

3. Clima e vegetao do Brasil

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4. Elementos da hidrografia

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A importncia dos rios. Regimes trmico e pluvial. Eroso, transporte de sedimentos e sedimentao. Perfil de um rio e tipos de foz. O consumo de gua na Terra. O uso econmico dos rios. Energia hidreltrica.

5. Hidrografia e recursos hdricos do Brasil

Bacias hidrogrficas. Caractersticas dos rios brasileiros. Bacias hidrogrficas no Brasil. O uso econmico dos rios brasileiros. O crescimento da populao mundial. O envelhecimento populacional. Crescimento populacional e meio ambiente. Teorias demogrficas. As diferentes estruturas populacionais. Migrao. Xenofobia. Migraes foradas e a questo dos refugiados. A populao absoluta e relativa do Brasil. O crescimento da populao Brasileira. O papel do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE). A estrutura da populao brasileira. A esperana de vida do brasileiro. A imigrao no Brasil. O declnio da imigrao. As migraes internas. As migraes pendulares. Processo de urbanizao. A urbanizao no Brasil. O xodo rural. A hierarquia urbana. As regies metropolitanas. Os problemas socioambientais urbanos.

6. Distribuio e crescimento da populao mundial

7. Estrutura e migraes da populao mundial

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8. Distribuio, crescimento e estrutura da populao do Brasil

9. Migraes externas e internas da populao do Brasil

10. Urbanizao no Brasil

Volume 3Unidade Captulo Contedo Implicaes geopolticas da Segunda Guerra Mundial. A definio da ordem bipolar. A Guerra Fria. A corrida tecnolgica. O fim da URSS. As transformaes no Leste Europeu. A nova ordem poltica e econmica no mundo.

1. Do mundo bipolar ao fim da Guerra Fria 1 2. A nova ordem mundial

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3. Globalizao da economia

Fluxos internacionais. Blocos econmicos. Tratado Norte-Americano de Livre-Comrcio (Nafta), Mercado Comum do Sul (Mercosul) e Unio Europeia. O subdesenvolvimento no mundo. O ndice de Desenvolvimento Humano (IDH). As graves deficincias sociais. As graves deficincias econmicas. Os grandes conflitos e questes territoriais na frica. Os grandes conflitos e questes territoriais na Amrica Latina. As guerrilhas colombianas. A geopoltica da Amaznia brasileira. Os grandes conflitos e questes territoriais no Oriente Mdio. A luta por um Estado palestino. As guerras do Golfo. A luta por um Estado curdo. Os grandes conflitos e questes territoriais no Extremo Oriente. Tenses polticas na pennsula da Coreia. Os grandes conflitos na sia Meridional. A era da indstria. Tipos de indstrias. A localizao industrial. Revoluo Industrial e suas fases. A economia industrial do Brasil. Intervenes estatais no processo de industrializao. Distribuio regional das indstrias. A diminuio da concentrao industrial. Atividade industrial nos Tigres Asiticos. Atividade industrial no Bric. Economia industrial na Rssia. Economia industrial na ndia. Economia industrial na China.

4. Caractersticas do subdesenvolvimento

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5. Conflitos e questes territoriais na frica e Amrica Latina

6. Conflitos e questes territoriais na sia

7. O desenvolvimento da atividade industrial

8. A produo industrial no Brasil

3 9. A atividade industrial nos Tigres Asiticos e no Bric

10. Atividade industrial no Grupo dos Sete (G7)

A distribuio mundial das indstrias. O G7. A atividade industrial nos pases do G7. Os EUA e o Protocolo de Kyoto. A agricultura no Brasil. A estrutura fundiria. O histrico da questo agrria. A mo de obra rural. Principais reas de produo agropecuria. A agropecuria no comrcio mundial. Sistemas de produo agropecurios. Problemas decorrentes das atividades agropecurias. Tcnicas modernas de produo agropecuria.19

11. Agropecuria no Brasil 4

12. Agropecuria no mundo

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4. referncias biblioGrficasABSBER, Aziz Nacib. A Amaznia: do discurso prxis. So Paulo: Edusp, 1996. ______. Os domnios de natureza no Brasil. So Paulo: Ateli Editorial, 2003. ALMEIDA, Rosangela D.; PASSINI, Elza. O espao geogrfico: ensino e representao. So Paulo: Contexto, 1991. ALMEIDA, Rosangela D. Do desenho ao mapa: iniciao cartogrfica na escola. So Paulo. Contexto, 2001. ANDRADE, Manuel Correia. O Brasil e a Amrica Latina. So Paulo: Contexto, 1996. BRASIL. Parmetros Curriculares Nacionais: Ensino Mdio. Braslia: MEC/SEF, 2001. CASTELLAR, Sonia M. V. (Org.). Educao geogrfica: teorias e prticas docentes. So Paulo: Contexto, 2006. CARLOS, Ana Fani Alessandri (Org.). A Geografia na sala de aula. Campinas: Papirus, 1999. ______. Espao-tempo na metrpole: a fragmentao da vida cotidiana. So Paulo: Contexto, 2001. CASTRO, In E. de; GOMES, Paulo Csar. da C. Exploraes geogrficas. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1997. CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos (Org.). Ensino de Geografia: prticas e textualizaes no cotidiano. Porto Alegre: Mediao, 2005. CHOSSUDOVSKy, Michel. A globalizao da pobreza. So Paulo: Moderna, 1999. CHRISTOFOLETTI, Antonio. Geomorfologia. So Paulo: Edgard Blcher, 2003. CORREA, Roberto L. Logstica do espao brasileiro: as redes geogrficas. Atlas Nacional do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2000. DAMIANI, A. L. A geografia e a construo da cidadania. In: CARLOS, Ana Fani A. (Org.). A Geografia na sala de aula. So Paulo: Contexto, 2009. FIORI, Jos L. O poder americano. Petrpolis: Vozes, 2004. FURTADO, Celso. Formao econmica do Brasil. So Paulo: Nacional, 1977. ______. A economia latino-americana: formao histrica e problemas contemporneos. So Paulo: Companhia das Letras, 2007. GUERRA, Antnio J. T.; CUNHA, Sandra. B. da. Geomorfologia e meio ambiente. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996. HARVEy, David. A produo capitalista do espao. So Paulo: Annablume, 2005. IANNI, Octavio. A era do globalismo. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1999. KATUTA, ngela. M. Os alunos e seus mapas: repassando a cartografia para escolares no contexto do ensino de geografia. In: LIMA, M. G. e LOPES, C. S. (Orgs.) Geografia e ensino: conhecimento cientfico e sociedade. Maring: Massoni, 2007. LACERDA, A. C. O impacto da globalizao na economia brasileira. So Paulo: Contexto, 1999. LEINS, Viktor; AMARAL, Sergio Estanislau do. Geologia geral. So Paulo: Nacional, 1998. LUCHIARI, Ailton et al. Aplicaes do Sensoriamento Remoto na Geografia. In: VENTURI, Lus Antnio B. (Org.). Praticando Geografia: tcnicas de campo e laboratrio. So Paulo: Oficina de Textos, 2005. MARTINELLI, Marcello. Mapas da geografia e cartografia temtica. So Paulo: Contexto, 2003. MORAES, Antnio Carlos Robert. A gnese da geografia moderna. So Paulo: Hucitec/Annablume, 2002. OLIVEIRA, Ariovaldo U. A Geografia das lutas no campo. So Paulo: Contexto, 1996. PASSINI, E. y. Aprendizagem significativa de grficos no ensino de geografia. In: ALMEIDA, R. D. (Org.). Cartografia Escolar. So Paulo: Contexto, 2002. PONTUSCHKA, Nidia N.; PAGANELLI, Tomoko I.; CACETE, Nuria H. Para ensinar e aprender Geografia. So Paulo: Cortez, 2007.20

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RIBEIRO, Wagner C. A quem interessa a Globalizao. Revista Adusp, So Paulo, abr. 1995. ROSS, Jurandyr L. S. Geomorfologia: ambiente e planejamento. So Paulo: Contexto, 1997. SANCHEz, I. Para entender a internacionalizao da economia. So Paulo: Senac, 2001. SANTOS, Milton. A natureza do espao: tcnica e tempo, razo e emoo. So Paulo: Edusp, 2002. ______. Por uma outra globalizao: do pensamento nico conscincia universal. Rio de Janeiro: Record, 2000. SINGER, Paul. Economia poltica da urbanizao. So Paulo: Contexto, 2002. ______. Globalizao e desemprego: diagnstico e alternativas. So Paulo: Contexto, 1998. TEIxEIRA, Wilson et al. Decifrando a Terra. So Paulo: Nacional, 2008. VESENTINI, Jos William. Para uma geografia crtica na escola. So Paulo: tica, 1992. VITTE, Antnio C.; GUERRA, Antnio J. T. Reflexes sobre a geografia fsica no Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004. WALLERSTEIN, I. Aps o liberalismo: em busca da reconstruo do mundo. Petrpolis: Vozes, 2002.

5. SiteS e instituiesAgncia Nacional do Petrleo (ANP) Banco Mundial Biblioteca digital mantida pelo governo federal Departamento Nacional de Produo Mineral (DNPM) Departamento Intersindical de Estatstica e Estudos Socioeconmicos (Dieese) Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria (Embrapa) Federao das Indstrias do Estado de So Paulo (Fiesp) Fundo Mundial para a Natureza (WWF) Greenpeace Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (Ibama) Instituto Geogrfico e Cartogrfico (IGC) So Paulo Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria (Incra) Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Ministrio da Agricultura Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior Ministrio de Minas e Energia Ministrio dos Transportes Petrobras Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) Sociedade Brasileira para o Progresso da Cincia (SBPC) Universidade da gua 21

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6. fundamentos e objetiVos do VolumeO volume do 1 ano desta coleo estruturado de forma a permitir: a apreenso dos aspectos fsicos da superfcie terrestre e dos fenmenos (principalmente os naturais) que atuam em sua configurao; a compreenso das possibilidades de representao da superfcie terrestre, por meio do emprego das tcnicas cartogrficas bsicas e da reflexo sobre a contribuio dos produtos cartogrficos para a anlise do espao; e o reconhecimento de como o meio fsico e os elementos que o constituem podem ser apropriados pelos seres humanos na condio de recursos naturais. Depreende-se dessa estrutura a tcnica como elemento de mediao entre a atividade humana e o meio natural seja na apropriao direta da superfcie terrestre pelo homem no processo de produo de espaos geogrficos (como celeiro de recursos naturais), seja na apropriao simblica do espao, que tambm d base ao conhecimento cientfico e pode ser reconhecida, por exemplo, nas representaes cartogrficas. Os contedos propostos neste volume contribuem para o desenvolvimento de atividades e estratgias que podem proporcionar ao aluno aquisies referentes aos seguintes objetivos: Reconhecer e saber utilizar os pontos cardeais para a localizao em mapas e no espao concreto. Saber utilizar a rosa dos ventos. Ter noo do funcionamento da bssola e outros instrumentos de orientao. Compreender a funo das coordenadas geogrficas e saber utiliz-las para encontrar a localizao de pontos determinados em representaes cartogrficas. Compreender a funo da cartografia. Reconhecer os diferentes tipos de mapas e as possibilidades de uso de cada um. Entender como as projees cartogrficas determinam as caractersticas dos mapas e podem refletir as ideologias de quem os produz. Reconhecer as caractersticas da superfcie terrestre quanto distribuio das guas e das terras emersas. Reconhecer as especificidades dos continentes. Reconhecer as caractersticas das camadas internas da Terra. Entender o que so as placas tectnicas e as consequncias de sua movimentao. Compreender a origem dos fenmenos tectnicos. Apreender o modo como as eras geolgicas foram estruturadas para organizar cronologicamente os eventos que remontam evoluo da Terra. Compreender o que so minerais e reconhecer os tipos de rochas.22

Entender os processos de formao das rochas. Reconhecer os agentes internos e externos de formao do relevo. Relacionar os mecanismos internos e externos para compreender a formao do relevo. Reconhecer a importncia dos minerais para as atividades humanas. Ter noo da variedade de minerais metlicos disponveis na natureza e das possibilidades de utilizao de seus principais tipos. Avaliar os principais problemas ambientais decorrentes da explorao mineral. Identificar as principais fontes energticas. Analisar os principais aspectos relacionados explorao e consumo de carvo mineral, petrleo e gs natural no mundo. Entender a importncia do petrleo no mundo contemporneo e interpretar as implicaes de seu consumo exagerado. Interpretar criticamente a relao entre a dependncia dos combustveis fsseis e a gerao de impactos ambientais. Reconhecer os principais aspectos da produo mineral brasileira. Identificar os principais recursos minerais explorados no Brasil e a localizao de suas principais jazidas. Recompor os aspectos mais importantes da histria da explorao de petrleo no Brasil.

7. orGanizao do VolumeEste volume est organizado em captulos, que por sua vez agrupam-se em trs unidades temticas, como segue: unidade 1 dinmica esPacial captulo 1 orientao; captulo 2 cartografia; captulo 3 o mapa do mundo; captulo 4 o brasil no mapa do mundo A correlao entre os temas centrais dos captulos que formam esta unidade se estabelece em torno da apreenso da superfcie terrestre como espao geogrfico e como espao de representao regional ou global. A unidade apresenta a caracterizao da superfcie terrestre, as tcnicas cartogrficas que viabilizam sua representao em produtos diversos, e noes de orientao espacial que se realiza na prpria superfcie terrestre e nela encontra referenciais. unidade 2 GeoloGia e releVo captulo 5 elementos da geologia; captulo 6 elementos da geomorfologia; captulo 7 Geologia e geomorfologia do brasil

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Esta unidade trata a geologia e a geomorfologia. A primeira aborda o substrato rochoso que d forma superfcie terrestre e s camadas internas da Terra. J a segunda diz respeito s formas de relevo, as quais so resultantes da interao entre a dinmica das camadas internas da Terra e os fenmenos que ocorrem na parte externa da superfcie terrestre. No stimo captulo, a temtica trabalhada com foco no Brasil. unidade 3 dinmica da Produo mine ral e enerGtica captulo 8 a produo de minrios no mundo; captulo 9 a produo de combustveis fsseis no mundo; captulo 10 a produo de min rios e combustveis fsseis no brasil Os captulos desta unidade referem-se a dois tipos distintos de recursos minerais: os minrios, utilizados como matrias-primas nas indstrias, e os combustveis fsseis, utilizados como fontes de energia. O fato de abordarem a apropriao humana de recursos naturais provenientes da crosta terrestre confere unidade aos captulos.

mas pequenas confuses so comuns na utilizao dos sistemas de coordenadas. Por isso importante encarar o domnio desse sistema como uma habilidade a ser praticada, atravs, por exemplo, da realizao de atividades que envolvam a identificao de cidades em um planisfrio e ou locais em um guia de ruas.

abertura: atiVidades comPlementares1. Leia com ateno o texto apresentado na abertura deste captulo (p. 9), com destaque para o trecho abaixo: Quatro mil milhas cumpridas dentro da Convergncia, faltando ainda 9 mil. [...] Na manh seguinte, sexta-feira, o ltimo grupo de ilhas do ndico ficou para trs: as McDonald (5303S 7235E), 230 milhas a sudoeste de Kerguelen, um conjunto de quatro ilhas McDonald, Flat Island e Meyer Rock e, 23 milhas a oeste, a maior do grupo, a ilha Heard, de formao vulcnica recente (5306S 7331E) [...].KLINK, Amyr. Mar sem fim. So Paulo: Companhia das Letras, 2000.

8. orientaes sobre os caPtuloscaPtulo 1 orientaoAs tcnicas de orientao espacial podem ser aplicadas na realizao de tarefas prticas, como encontrar uma localidade, estabelecer rotas, ler mapas, definir os trajetos de uma viagem etc. Promover momentos de contextualizao do tema por meio do levantamento e at mesmo da simulao dessas possibilidades melhora no apenas a compreenso do contedo como tambm o envolvimento dos alunos nas aulas. A noo de referenciais pode ser trabalhada levando os alunos a perceberem que o prprio espao geogrfico composto por inmeros elementos que podem ser utilizados como referenciais, e alm desses os seres humanos desenvolveram ao longo do tempo referenciais abstratos como os pontos cardeais , que so representados nos materiais cartogrficos e empregados para a orientao no espao concreto. O domnio sobre os mecanismos de localizao por meio das coordenadas geogrficas requer o prvio reconhecimento dos meridianos e paralelos, alm da compreenso da funo das linhas imaginrias e dos conceitos de latitude e longitude. Em geral, os alunos do Ensino Mdio no encontram dificuldades em relao a esses requisitos,

Nesse trecho, Amyr Klink menciona distncias e localizaes muito especficas, essenciais para o desenvolvimento das rotas nuticas e para a segurana da navegao como um todo. Procure deduzir quais instrumentos de orientao e localizao espaciais o navegador brasileiro teve de utilizar para obter, precisamente, essas informaes. Na atualidade, essas informao so obtidas principalmente com o uso do sistema de posicionamento global (GPS), mas tambm so de grande utilidade equipamentos de radar, cartas nuticas e at mesmo a bssola. 2. Em quais atividades voc j precisou utilizar recursos de localizao espacial? Descreva os recursos utilizados e como eles facilitaram a realizao dessas tarefas. Resposta pessoal. Os recursos de localizao espacial, como mapas, cartas, plantas e aparelhos de orientao por meio de GPS, so geralmente usados para encontrar endereos desconhecidos, traar roteiros de viagens, situar-se espacialmente etc.

o que orientao?O foco de trabalho neste captulo fazer com que o aluno tenha mais habilidade com os elementos de orientao: os pontos cardeais e as coordenadas geogrficas.23

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boxes e atiVidadesatividade final: debate (p. 1920)No debate, importante o professor permitir que os alunos expressem livremente seus conhecimentos prvios e ideias sobre o uso de tecnologias como o GPS bem como de tecnologias da informao e comunicao em seu cotidiano e na sociedade contempornea. interessante levar os alunos a refletir sobre a era em que vivemos, o fenmeno da globalizao e o advento das novas tecnologias da informao e comunicao (com destaque para a Internet), no intuito de compreender melhor os quadros contemporneos da informao e alguns discursos que tocam as novas tecnologias. Pode-se afirmar que existem basicamente trs linhas de interpretao e anlise das tecnologias de informao e comunicao: os entusiastas, os pessimistas e aqueles que, para alm do bem e do mal, analisam a natureza desses dispositivos tecnolgicos. No primeiro grupo, pode-se destacar Pierre Lvy, em seu livro Cibercultura4, no qual afirma que impossvel negar o fenmeno da cibercultura e seu carter de vanguarda, preconizando um discurso entusiasmado em relao possibilidade de usos da tecnologia na construo de uma comunidade planetria do conhecimento, de uma inteligncia coletiva. Nesse contexto, as tecnologias seriam utilizadas para o bem. No segundo grupo, pode-se mencionar Paul Virilio, em Estratgia da decepo5, obra em que analisa as novas tecnologias, o mundo ciberntico, os meios de comunicao e mais precisamente a guerra da informao (information warfare) no contexto da Guerra do Kosovo e do conflito nos Blcs. Para ele, houve uma ntida transformao de um conflito militar eletrnico (eletronic warfare), tratando-se do Iraque, em um conflito militar da informao (information warfare). Em um tom pessimista, o autor aborda as alteraes profundas nas caractersticas e componentes dos conflitos militares do futuro, que iro se basear no desenvolvimento tecnolgico sofisticado, com a utilizao constante de informaes visuais, sonoras e digitais. Nesse contexto, as tecnologias seriam utilizadas para o mal, para a guerra. A reportagem apresentada nesta atividade (p. 19) menciona exatamente o uso do dispositivo GPS nas aes militares e conflitos blicos. No terceiro grupo, esto os que abordam a natureza e as especificidades dessas novas tecnologias, indo alm da discusso uso para o bem x uso para o mal. Adriano Duarte Rodrigues6 um dos4 5 6 LVy, Pierre. Cibercultura. So Paulo: Editora 34, 1999. VIRILIO, Paul. Estratgia da decepo. So Paulo: Estao Liberdade, 2000. RODRIGUES, Adriano Duarte. Actualidade da questo comunicacional e As Tecnologias da

autores que nos ajudam a compreender o fenmeno dos novos dispositivos tecnolgicos informacionais atentando para o que ele tem de diferente, considerando sua essncia, sua natureza e especificidade. Esse fenmeno est de fato inserido em uma ordem econmica e poltica, porm, em sua natureza, no essa ordem que prevalece, mas sua dimenso de linguagem (dimenso simblica). Em linhas gerais, o autor afirma que no se trata de abordar os recursos tecnolgicos do ponto de vista meramente instrumental, como fazem alguns pensadores que encaram o acesso s novas tecnologias com um otimismo talvez exagerado, configurando uma viso que se detm na descrio de tais tecnologias. Nem se trata, por outro lado, de abordar o fato de essas novas tecnologias favorecerem a morte das culturas tradicionais e da diversidade dos modos de vida. Para ele, as novas tecnologias no constituem mero utenslio de produo ou de auxlio na percepo do mundo, mas dispositivos da linguagem, que criam um padro simblico, uma forma de comunicao e de encarar os fatos. Aps desenvolver com os alunos essas trs linhas de interpretao e anlise sobre as tecnologias de informao e comunicao, seria interessante question-los sobre o que pensam a respeito dessas vises e opinies, com qual dos trs grupos concordam, e por qu.

caPtulo 2 cartoGrafiaDe acordo com os Parmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Mdio (PCNEM), osgrficos, tabelas e mapas constituem registros que implicam o domnio de determinadas tecnologias, e exatamente por intermdio de sua execuo que o estudioso de Geografia registra e sintetiza suas constataes, possibilitando, alm da comunicao em si, igualmente um registro para sua prpria anlise, por meio de reflexo e da comparao dos dados registrados.7

Desse modo, o estudo da cartografia no deve ter um fim em si mesmo, mas ser empreendido de modo articulado construo do conhecimento geogrfico como um todo. Portanto necessrio que os alunos sejam no somente orientados para a aquisio de tcnicas cartogrficas, mas estimulados a se apropriar da linguagem cartogrfica como instrumento de anlise e transmisso de conhecimentos pertinentes geografia. E o prprio domnio das tcnicas bsicas da cartografia alcanado com mais eficincia quando ocorre por meio de atividades queInformao. In: Co