ebook-2015

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    E-BOOK Janeiro 2015

    Para si, escolhemos e compilamos neste e-book, dez artigos que os nossos profissionais

    escreveram.

    Agora a informao est toda aqui e pode ler onde e quando quiser.

    Neste e-book pode ler alguns artigos sobre temas ligados rea de psicologia ou de

    coaching.

    Desfrute e/ou partilhe. Veja o ndice para saber que temas o(a) interessam mais.

    At breve,

    Equipa WeCareOn

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    Contactos : www.wecareon.com/contactos.html

    Nota: Neste e-book esto compilados 10 artigos, pode consultar os outros no nosso

    site em www.wecareon.com/artigos.html

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    INDICE

    1. Desemprego - Ameaa ou Oportunidade

    2. Duas tcnicas passivas para relaxar

    3. Efeito domin

    4. EMDR

    5. Hiperatividade

    6. Hipnose clinica para ataques de pnico

    7. Mude a sua atitude

    8. O amor e eu

    9. Orientao Vocacional

    10. Os adolescentes e a violncia

    Os restantes artigos pode consult-los no nosso site em www.wecareon.com/artigos.html

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    ARTIGOS

    1 Desemprego Ameaa ou Oportunidade

    PARE e PENSE!

    Estar desempregado pode gerar revolta e incompreenso pelo momento que se est a

    viver.

    Pode ser um momento vivido de duas maneiras. Gerador de revolta, angstia e incerteza

    ou pelo contrrio pode ser uma oportunidade para que se construa uma nova histria,

    um novo comeo.

    Em ambas as situaes a minha sugesto que PARE e PENSE !

    Parar significa deixar de fazer o que sempre fez at aqui, abandonar velhas rotinas,

    modos de pensar e encarar o momento por que est a passar como uma oportunidade

    de fazer algo diferente.

    Pensar significa delinear novos objectivos, tirar da gaveta projecto(s) que sempre teve

    em mente mas que nunca teve tempo, nem coragem para levar a terreno.

    Pela experincia que tenho em trabalhar com pessoas que esto em Transio de

    carreira acredito que na mudana de atitude que se constri uma nova histria.

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    De um modo construtivo a prpria pessoa que toma conscincia de que a soluo para

    ultrapassar esta fase depende em exclusivo de si prpria.

    Parar e pensar pedem-lhe apenas frieza e clareza no pensamento, e acreditar que algo

    ter de MUDAR de imediato.

    Para que este processo se torne mais eficaz e rpido o meu desafio que se faa

    acompanhar por um COACH, profissional que, atento e a seu lado, o ajudar a reflectir

    e a planear os prximos passos.

    Ver que ao longo das sesses se tornar uma pessoa diferente, mais motivada,

    confiante, focada e pr activa e que isso criar impacto sua volta.

    O resultado final ser apenas a consequncia do que, em conjunto, viermos a fazer.

    Ento, disponvel para Parar e Pensar ?

    Luis Granja Coach @ WeCareOn

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    2 Duas tcnicas passivas para Relaxar

    Aqui esto dois mtodos passivos simples e bastante efetivos. 1. Observar a Respirao Observar a respirao um mtodo que pode ser feito em qualquer lugar, durante qualquer tempo, mesmo que voc s tenha alguns minutos disponveis. Voc pode simplesmente observar o subir e descer do seu peito ou barriga quando a respirao entra e sai, ou tente esta verso... Passo 1: Observe a Inalao Feche os seus olhos e comece a observar a sua respirao. Primeiro, a inalao (encher o peito com ar), onde a respirao entra pelas suas narinas, diretamente para os seus pulmes.

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    Passo 2: Observe o Intervalo Que Segue No final da inalao h um intervalo muito curto, antes que a exalao comece. Esse momento de muito valor. Observe esse intervalo/pausa.

    Passo 3: Observe a Sada do Ar Agora observe a exalao. Passo 4: Observe o Intervalo Que Se Segue No final da exalao h um intervalo muito curto: observe esse intervalo. Pratique esses quatro passos por duas ou trs vezes - apenas precisa de observar o ciclo da respirao, no altere o seu ritmo respiratrio! Apenas observe o seu ritmo natural. Passo 5: Contar as Respiraes Agora comece a contar: Inalao - conte 1 (no inclua a exalao), inalao - 2, e assim por diante, at 10... Depois, conte de 10 at 1. (s vezes pode acontecer que se esquece de observar a respirao ou ento ultrapassa e vai alm de 10. Se acontece, comece novamente no 1).

    "Dever ter em conta: OBSERVAR e, particularmente, os intervalos no topo e no fundo de cada respirao. A experincia desse intervalo VOC, o seu EU mais interior.) "Deve igualmente contar, no mais do que 10 (e conte s as inalaes). Este simples exerccio ajuda (e muito) a consciencializao. Ajuda tambm a manter e melhorar o treino da sua ateno.

    "Se voc gosta desta meditao e exerccio, ento invista algum tempo nisso. Ela de imenso valor". Osho Outra tcnica passiva:

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    2. Quatro Nveis de Relaxamento Este mtodo particular til para aqueles momentos e alturas em que voc est doente. Isto porque este exerccio vai ajudar a construir uma conexo amorosa, para criar harmonia entre voc mesmo, e o seu corpo/mente. Com isto, voc pode ter uma participao mais ativa no seu prprio processo de cura. Primeiro Passo: O Corpo Lembre-se tantas vezes quanto seja possvel, de olhar para dentro do seu corpo e de ver se voc est a carregar alguma tenso em algum lugar do seu corpo no pescoo, na cabea ou nas pernas... Relaxe essas partes conscientemente. Concentre a sua ateno para essa parte do corpo, e convena essa parte que est a relaxar... pode dizer mentalmente Relaxa! Voc ir ficar surpreendido quando, ao abordar e dirigir a sua ateno a qualquer parte do seu corpo ele ir ouvir e obedecer ele o seu corpo! Com os olhos fechados, v para dentro de si e do seu corpo... dos ps cabea... procurando por algum ponto onde haja tenso... nesse momento - fale para essa parte (como se falasse com um amigo). Deixe que haja um dilogo entre voc e o seu corpo. Diga-lhe para relaxar... e diga, No h nada a temer. No fiques assustado. Estou aqui para te ajudar; podes relaxar. Lentamente e com algum treino, voc ir aprender a fazer isso, ao seu ritmo. O importante que vai notar o seu corpo a relaxar... calmamente, e ao seu ritmo... vai ficando cada vez mais relaxado e solto... Profundamente relaxado. Passo 2: A Mente Agora d um passo mais longe; Diga sua mente para relaxar. E se o seu corpo ouviu... a sua mente tambm ouvir. Mas voc no pode comear com a mente, voc tem de comear do princpio. Voc no pode comear do meio. Muita gente comea com a mente e fracassam; eles fracassam porque comeam no stio errado. Tudo deve ser feito na ordem certa! Se voc conseguir relaxar voluntariamente o seu corpo, ento ser capaz de ajudar a sua mente a relaxar voluntariamente. A mente um fenmeno bem mais complexo. Uma

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    vez que tem a certeza de que o seu corpo o ouve, voc ter uma nova confiana em SI mesmo. Agora, at mesmo a mente pode ouvi-lo. Pode, eventualmente, levar um pouco mais de tempo relaxar a sua mente... mas isso vai acontecer." Passo 3: O Corao "Quando a mente estiver relaxada, ento comece a relaxar o seu corao. O mundo dos seus sentimentos e emoes, ainda mais complexo e mais sutil. Mas agora voc est convencido e com uma grande confiana em SI mesmo. Agora voc sabe que isso possvel. Se isso possvel com o seu corpo e com a sua mente, isso tambm possvel com o seu corao". Passo 4: Sendo S depois de ter realizado estes trs passos, voc poder dar o quarto! Agora voc pode ir para o mais profundo do seu SER... O qual est alm do corpo, da mente, e do seu corao: o prprio centro da sua EXISTNCIA. Voc tambm ser capaz de relax-la, e esse relaxamento certamente ir trazer a maior alegria possvel, o mximo em xtase e aceitao. Voc estar repleto de felicidade, alegria e amor. Fonte: Osho: The Dhammapada: the Way of the Buddha Vol. 1,#8

    Luis Coxo Psiclogo @ WeCareOn

  • 9

    3 EFEITO DOMIN

    A ideia de que fenmenos emocionais levam a alteraes fsicas antiga. Em 1628, o anatomista ingls William Harvey (1578-1657) observou que todo o mal-estar sentido na mente, era direcionado para o corao.

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    Hoje sabe-se que o inconsciente interpreta e responde ao que chega ao crebro por meio das terminaes nervosas do corpo. o que acontece quando levamos um susto, por exemplo.

    Contra uma possvel ameaa, o crebro dispara reaes para enfrent-la ou fugir dela. O corao acelera os batimentos para redistribuir o sangue para os msculos correrem ou lutarem e para o crebro processar com rapidez toda essa situao. por isso tambm que, para oxigen-los, a respirao fica mais rpida.

    o chamado stress, que envolve o sistema nervoso, hormonal e imunolgico, explica Artur Zular, presidente do Comit Multidisciplinar de Medicina Psicossomtica da Associao Paulista de Medicina.

    Sem a fonte de stress, o corpo volta ao normal. Mas nos casos de stress permanente e constante as coisas complicam-se: os rgos podem esgotar-se, adoecer e o sistema imunolgico inibe-se, facilitando o aparecimento da asma, alergias, gastrite, infeces e problemas cardacos.

    Fontes: Artur Zular, Presidente do Comit Multidisciplinar de Medicina Psicossomtica da Associao Paulista de Medicina; Ricardo Monezi, investigador do Instituto de Medicina Comportamental da Unifesp; e Srgio Hrcules, vice-presidente da Associao Brasileira de Medicina Psicossomtica.

    Luis Coxo Psiclogo @ WeCareOn

  • 11

    4 - EMDR

    EMDR- Eye Movement Desensitization and Reprocessing

    O mtodo teraputico EMDR, conhecido em Portugal por Terapia por Reprocessamento

    e Dessensibilizao por Movimentos Oculares, foi desenvolvido nos Estados Unidos no

    final dos anos 80 pela Psicloga Francine Shapiro. O nome deve-se ao facto do mtodo

    induzir a estimulao seletiva dos hemisfrios cerebrais.

    Como funciona o EMDR?

    Inicialmente o EMDR foi utilizado para tratar os traumas emocionais e as sequelas

    provocadas por Perturbao de Stress Ps-Traumtico (PSPT).

    A memria traumtica difere da memria comum. A memria do trauma pode guardar

    detalhes visuais, auditivos, fsicos e emocionais, como se tivesse ocorrido h pouco

    tempo. A pessoa pode lembrar-se dos sons ambiente, dos talheres, das bebidas e do

    sabor dos alimentos. A memria fica, portanto, registada e congelada no crebro,

    principalmente no hemisfrio direito, que o grande responsvel por gerir as nossas

    emoes.

    Uma das formas naturais de reprocessamento de memrias perturbadoras ocorre

    durante a fase de sono REM (Rapid Eye Movement). Nessa fase do sono, o sonho

    permite ao indivduo digerir as suas experincias quotidianas. Por exemplo, pacientes

    traumatizados, relatam dificuldades para iniciar o sono, ou ento so despertados por

    pesadelos.

    A focalizao de elementos da memria traumtica e a estimulao bilateral (visual,

    auditiva ou tctil) promovem o "dilogo" entre os hemisfrios cerebrais e a

    metabolizao (reprocessamento) do trauma. Em pouco tempo, a pessoa tem a

    sensao de maior distanciamento da perturbao traumtica. Espontaneamente

    comea a reavaliar a experincia a partir de uma perspectiva mais optimista. comum

    acontecer que, aps o reprocessamento, a lembrana do que antes era traumtico,

    diminui de intensidade e a pessoa capaz de recuperar as lembranas de bons

    momentos. A partir dessa altura, a pessoa comea a estruturar-se e a organizar-se

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    melhor, liberta-se dos sentimentos de culpa inadequados, conseguindo assim planear

    um futuro melhor, permitindo desejar coisas boas para si mesma.

    Na psicoterapia com EMDR, emprega-se um protocolo especfico que visa a focalizao

    dos diversos componentes da memria traumtica. Atravs da estimulao bilateral do

    crebro, o sistema parassimptico parece activar-se facilitando a dessensibilizao e

    integrao da memria perturbadora.

    Diversas investigaes mostram a eficcia do EMDR, assim como a manuteno dos

    resultados alcanados com esta terapia.

    Em que outras situaes pode ser utilizado o EMDR?

    O EMDR um mtodo breve e focal e vem sendo utilizado com sucesso no trauma e no

    stress ps-traumtico (resultante de acidentes rodovirios, desastres naturais, assaltos,

    violncia, sequelas de guerra, abusos sexuais, violao, negligncia, vinculao

    inadequada, etc.), na dor crnica (p.e. fibromialgia), luto e depresso, fobias e

    perturbaes de pnico, dependncias qumicas e comportamentais (jogo, sexo,

    compras, internet) e ainda na instalao de recursos positivos e optimizao do

    desempenho (escolar, pessoal, profissional, cargos dirigentes).

    Seja em que situao for e em caso de trauma, na dvida entre carregar um peso

    emocional desnecessrio durante a vida ou experimentar uma interveno com EMDR,

    tente a segunda alternativa.

    Somente profissionais tais como psiclogos e mdicos com formao e experincia em

    psicoterapia, podem participar nas formaes e obter a acreditao junto do EMDR

    Institute, e apenas estes, com a devida formao em EMDR, estaro aptos sua

    aplicao.

    Suzana Guedes Psicloga@ WeCareOn e membro da Associao EMDR em Portugal.

  • 13

    5 Hiperatividade

    As crianas diagnosticadas com Perturbao de Hiperatividade com Dfice de Ateno, apresentam alguns comportamentos disruptivos, nomeadamente, de desateno, agitao motora e impulsividade que condicionam significativamente o seu desempenho, quer escolar quer social. Para se fazer uma avaliao correta deste tipo de perturbao imprescindvel que o tcnico de sade mental tenha bastante experincia, porque existem uma serie de variveis, sintomas que podem mascarar os comportamentos desajustados que a criana exibe. Deve ser feito um diagnstico diferencial, onde sero recolhidas informaes relevantes sobre o historial da criana, aplicao de questionrios especficos, avaliao neuropsicolgica e observao direta. Para se diagnosticar esta perturbao tm de estar preenchidos os seguintes requisitos; os sintomas devem surgir antes dos 7 anos, persistir pelo menos 6 meses, em dois ou mais contextos diferenciados. No mbito das consultas efetuada uma anlise da frequncia e intensidade dos comportamentos disruptivos manifestados, bem como, uma avaliao cognitiva das funes executivas, memria de trabalho e ateno. Uma vez confirmado o diagnstico dever ser ponderado o processo de interveno teraputico mais adequado em funo do perfil da criana e da prpria dinmica familiar. A PHDA uma perturbao neurodesenvolvimental onde bastante frequente a presena de outras perturbaes comrbidas.

  • 14

    Apenas 25% das crianas com PHDA apresentam isoladamente esta perturbao, 44% apresentam pelo menos uma outra perturbao e 32% pelo menos duas perturbaes. Em Portugal estima-se que existem cerca de 80.000 casos. As mais frequentes so: Perturbao de oposio, Dislexia, Discalculia, Perturbao da ansiedade, Perturbao do comportamento, Perturbao do humor, Perturbao de tiques. Trata-se de uma perturbao mais frequente nos rapazes do que nas raparigas. Existem ainda evidncias sobre a existncia de alteraes neuroquimicas do cortx cerebral em particular na rea pr-frontal, responsvel por diversas funes cognitivas. Foram identificados alguns genes que presumivelmente se encontram associados a esta perturbao. Como saber quando deve consultar um Profissional? Quando um dos seguintes sintomas surgem com frequncia e em mais do que um ambiente (escola, casa). Distrao - As crianas com PHDA perdem facilmente o foco das atividades quando h algum estmulo do ambiente externo, como barulhos ou movimentaes. Elas tambm se perdem em pensamentos internos e chegam a dar a impresso de estar na lua. Estas distraes podem prejudicar a aprendizagem, levando o aluno a ter um desempenho muito abaixo do esperado. Perder Coisas - Perder coisas necessrias para as tarefas e atividades, tais como brinquedos, obrigaes escolares, lpis, livros ou ferramentas, quase uma rotina. A criana chega a perder o mesmo objeto diversas vezes e esquece rapidamente do que lhe dado. Falta de Concentrao - Impaciente, no consegue manter a ateno por muito tempo. Por isso tem dificuldade em terminar as tarefas escolares, pois no consegue manter-se concentrada do comeo ao fim, levantando-se constantemente, andando pela casa, brincando com o irmo, fazendo desenhos Agitao - Trao tpico da hiperatividade, comum que mos e ps estejam sempre em movimento, j que ficar parado praticamente impossvel. Para os pais, como se o filho estivesse ligado tomada. Falta de Pacincia -Tendem a ser impulsivas e no conseguem esperar pela sua vez em filas de espera em lojas, cinema ou mesmo para brincar. comum ainda que no esperem pelo fim da pergunta para darem uma resposta e que cheguem a interromper outras pessoas.

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    Desateno - Distrada e sem conseguir prestar ateno na conversa, dificilmente consegue lembrar-se de um pedido dos pais ou mesmo de uma regra da casa. A sensao que se tem a de que ela vive no mundo da lua. comum, portanto, que os pais acabem repetindo inmeras vezes a mesma coisa, para a criana que nunca se lembra do que foi dito. Impulsividade - A criana com PHDA no tem pacincia nem para concluir um

    pensamento. Assim, ela acaba por agir sem pensar e chega a ser impulsiva e explosiva

    em alguns momentos. Os rompantes podem ser vistos, por exemplo, durante

    brincadeiras com os demais colegas que culminem em brigas ou discusses.

    Ana Alvarinho, psicloga @ WeCareOn

  • 16

    6 Hipnose Clnica para Ataques de Pnico

    O transtorno de pnico um ataque de ansiedade agudo e grave que pode acontecer

    de forma recorrente e sem aviso prvio e pode mesmo, em alguns casos, no estar

    associado a qualquer situao especfica ou fobia. As pessoas que sofrem destes ataques

    podem, por vezes, fazer associaes (erradas) com questes de sade, nomeadamente

    problemas cardacos, epilepsia, desmaios ou outras. Mas principalmente, o primeiro

    ataque imprevisvel e espontneo.

    Estes ataques duram em mdia at 15 a 20 minutos (mas so minutos terrveis) com

    sensaes que podem ir at a morte iminente. Tm uma prevalncia de 1.5% a 2% da

    populao, numa proporo de 2:1 mulheres para homens. Esta patologia ocorre mais

    em jovens adultos com incio de perodos de grande exposio ao stress, mas tambm

    pode ocorrer em crianas em idade escolar.

    Este transtorno tambm pode ter bases genticas e hereditrias com uma probabilidade

    de 15% a 17% em parentes de primeiro grau que apresentem um quadro de ataques de

    pnico.

    Aps o primeiro ataque de pnico/ansiedade, a pessoa desenvolve uma preocupao

    excessiva da sua sade, grande preocupao com os sintomas fsicos principalmente

    relativos morte por problema cardacos ou respiratrios. Tambm podem estar

    associados sintomas ou estados depressivos (80% dos casos).

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    O decorrer do ataque varivel; alguns desaparecem facilmente; outros demoram

    muito a melhorar. O que constato na minha prtica clnica que pacientes controladores

    e mais ligados ao detalhe, tm mais dificuldade na cura deste problema.

    Mas a cura possvel !!! E, nos casos mais difceis consegue-se mesmo um progresso

    enorme.

    De acordo com o DSM-IV, o Transtorno de Pnico uma perturbao da ansiedade,

    caracterizada por ataques de pnico recorrentes e que, pelo menos, um dos ataques de

    pnico seja seguido de outro dentro de um ms, acompanhado de uma das

    caractersticas a baixo descritas:

    Preocupao persistente em ter outro ataque novamente;

    Preocupao com as consequncias de um ataque: medo de perder o controlo,

    ter um ataque cardaco, ficar louco, etc.

    Uma mudana significativa no comportamento relacionado com os ataques.

    Ainda pelo DSM-IV, um ataque de pnico caracteriza-se por um perodo de medo e

    desconforto intenso, no qual quatro ou mais dos seguintes sintomas desenvolvem-se

    repentinamente e alcana um pico nos prximos 10 minutos.

    1. Palpitaes, corao com um ritmo acelerado;

    2. Transpirao;

    3. Tremores;

    4. Sensao de respirao curta;

    5. Sensao de desmaio iminente;

    6. Dor no peito ou desconforto (peso);

    7. Nuseas ou mal estar intestinal ou dificuldades em engolir;

    8. Sensaes de tonturas, instabilidades e desmaio;

    9. Desrealizao (sensao de irrealidade) ou despersonalizao (ficar desligado,

    desconectado de si mesmo);

    10. Medo de perder o controlo ou de ficar louco;

    11. Medo de morrer;

    12. Parestesias (formigueiros ou entorpecimento);

    13. Sensao de frio ou calor.

    Sabemos que um ataque de pnico pode acontecer a qualquer um de ns, num

    momento mais stressante da vida, e passar. Mas, no transtorno de pnico, as pessoas

    passam a desenvolver novos episdios de pnico e, consequentemente, desenvolvem

  • 18

    um medo de ter medo e mudam o seu comportamento, restringindo os seus hbitos

    e costumes a lugares onde se sentem protegidos e seguros ou acompanhados.

    Tenho visto na minha prtica clnica que estas pessoas tm caractersticas comuns.

    So pessoas de base ansiosa, por isso classificadas como sofrendo de ansiedade

    elevada. Geralmente de bom carcter, controladoras, exigentes e perfecionistas.

    Costumam fazer uma presso muito grande nas coisas naturais (e simples) da vida.

    Parece que isto est correlacionado com o imago (termo psicanaltico)

    paternal/maternal da exigncia dos filhos, o desenvolvimento de uma autoexigncia

    constante.

    Pais autoritrios e exigentes, geram nos seus filhos um desenvolvimento de

    autoexigncia constante. Muitas vezes com vnculos duplos como por exemplo; s

    incompetente, tu no consegues fazer isso, etc. Este tipo de comportamentos gera

    internamente nestas pessoas a necessidade de controlo absoluto de tudo o que est

    sua volta e, ao mesmo tempo, provoca um sentimento de desproteo ...no sou

    bom o suficiente para me proteger, preciso de ficar em alerta!.

    O nosso sistema de alerta fica ligado e sem descanso, originando stress e provocando

    altos nveis de ansiedade que, ao longo do tempo e repentinamente, culmina no ataque

    de pnico e ansiedade.

    Deste modo, temos as seguintes caractersticas:

    Presso;

    Desproteo;

    Controlo Exagerado/Radar para sintomas fsicos aumentado;

    Medo antecipatrio;

    Necessidade paradoxal de se ser acompanhado ou protegido por um familiar;

    Altamente impressionvel vulnervel a tudo aquilo que pode fazer mal.

    O QUE FAZER DURANTE UM ATAQUE DE PNICO/ANSIEDADE.

    fundamental um conhecimento por parte do sujeito ou da famlia, do que realmente

    o Ataque de Pnico/Ansiedade e quais as suas consequncias. Se o sujeito conseguir

    controlar-se durante a meia dzia de minutos (tempo de durao do ataque), possvel

    levar uma vida normal e adequada. Existem tambm alguns tipos de terapia com

    resultados comprovados. A Farmacolgica, a Psicolgica (psicoterapia) e a

    Hipnoterapia. Esta ltima, dota a pessoa de vrias ferramentas e estratgias que vo

  • 19

    ajudar a ter o controlo no momento do ataque assim como, outras tcnicas de

    resoluo do problema a um nvel mais profundo. Todas estas teraputicas podem ser

    complementadas entre si, visto que no so incompatveis.

    ALGUMAS DICAS DO QUE FAZER PERANTE UM ATAQUE DE PNICO/ANSIEDADE.

    Dependendo do contexto e situao, se o sujeito estiver sozinho pode realizar algumas

    inspiraes ritmadas, pausadas e prolongadas at ter o controlo novamente. Pode ao

    mesmo tempo, dar pequenos toques no peito (perto do corao) e fazer a sua

    contagem. Por exemplo, no momento em que a pessoa percebe o ataque deve: inspirar

    (encher o peito com ar) durante 4 segundos, reservar o ar dentro do peito durante 5

    segundos e expirar (deitar o ar fora) durante 7 segundos. Ao mesmo tempo deve dar

    pequenos toques no peito e contar at 50. Estes procedimentos e estratgias vo

    sobrecarregar a mente com estmulos (contagem mental, respirao, concentrao,

    sensaes sinestsicas, etc.) e, durante isto, a nossa mente volta a ter o controlo e o

    ataque j terminou! Estas indicaes tambm so teis, mesmo quando o sujeito est

    acompanhado por familiares. O importante que exista este sobrecarregar do sistema

    cognitivo e mental da pessoa.

    Como sabemos, todas as doenas so o caminho para a soluo dos problemas.

    Os Ataques de Pnico e ansiedade vm como um sinal de alerta, para que a pessoa

    PARE!!!!! Entenda que vai rpido de mais na sua vida e que est a provocar com as

    suas atitudes, um ciclo vicioso: desproteo, necessidade de algum a proteger e

    confirmao da desproteo.

    O caminho entender os sinais do corpo que disparam o alarme.

    Pare! Refaa a sua vida, veja o que a pressiona. diferente de PARALISE!

    Pare e Mude!

    Este, o nosso trabalho como terapeutas. Procurar com o cliente, novos caminhos...

    Luis Coxo Psiclogo @ WeCareOn

  • 20

    7 Mude a sua atitude

    Mude de atitude e melhore a sua vida! Mais um ano terminou e 2015 j est a! Chega o momento de fazer balanos e tomar decises. O que prefere fazer? Olhar para os 365 dias passados uma histria de memrias e recordaes (boas e ms, certas e erradas ) ou levar consigo as aprendizagens mais teis e adequadas, focar nos prximos e nos sonhos e objectivos que mais quer que aconteam? Abraar o Novo Ano com curiosidade para encontrar respostas e solues; esperana renovada e coragem para assumir responsabilidade; uma atitude positiva para melhor desfrutar da vida, dos grandes e pequenos momentos; e ainda uma postura vencedora que o impulsiona para a aco, para resultados que parecem difceis, por vezes, at impossveis, e podem ser conquistados permitindo-lhe realizar os sonhos a que se props? Que postura queremos escolher em 2015? Muitos j ouviram falar da fora da mente. Imaginamos que sim. Basta pensar em alguns atletas que conseguem ultrapassar os limites do corpo o cansao, a dor e conseguir vitrias extraordinrias. De acordo com a Programao Neuro Lingustica, mente e corpo formam um sistema nico a nossa mente e as nossas emoes afectam a postura que adoptamos num determinado momento e, da mesma forma, a postura que escolhemos influencia o nosso estado mental e as nossas emoes. Assim sendo, o nosso corpo tambm pode ajudar a ultrapassar os limites da mente J reparou como a postura de pessoas seguras, optimistas e com sucesso diferente da postura de pessoas inseguras e pessimistas? Pense agora num momento desagradvel e at triste. Visualize-se nesse momento o primeiro que vier. J est nesse momento? Agora, endireite as costas, respire fundo, levante a cabea, olhe para cima e sorria. Contnua triste?

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    O que aconteceu? A informao que o corpo transmitiu mente foi completamente diferente. A emoo e a postura no estavam em sintonia. Para sentirmos tristeza, a nossa postura teria de continuar a ser a de uma pessoa triste. Usar a postura para alterar o estado emocional s depende de Si! A postura que adoptar e a maneira como a usar um instrumento importante para uma mudana de estado emocional e para a forma como se v a si prprio. E no s Influencia como os outros o vem. Este aspecto particularmente relevante para o alcance de resultados. Imagine que tem um desafio pela frente que provoca desconforto e insegurana como, por exemplo, a entrevista para aquele trabalho (o grande objectivo do momento). Veja-se dono de uma postura optimista, segura e descontrada que sensao ptima. Leve-a consigo e ser essa a mensagem no-verbal que transmite a de uma pessoa em controlo e determinada. Acredite que chega ao fim da entrevista com a certeza que esteve bem. Quem o ouve e v vai tambm perceber a sensao de segurana e de confiana que fez passar. Esta percepo aumenta as suas hipteses de sucesso. Que tipo de pessoa quer ser em 2015? Que sonhos, objectivos, metas quer alcanar? A postura actual a mais adequada e favorvel para essa pessoa? Uma Dica utilize as suas capacidades e recursos a seu favor e deixe-os gradualmente passarem a fazer parte da sua vida. Pense em algo positivo e alegre logo pela manh. Sorria.

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    Pode comear j a tornar 2015 num ano diferente. com pequenas mudanas que Um Ano Feliz pode ser realizado. Lembre-se o Ano feito por Si! Que seja Excelente

    Barbara Tavares Coach @ WeCareOn

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    8 O Amor e EU

    A importncia de estar numa relao estvel, um amor correspondido, como amar e ser

    amado(a) cada vez mais uma necessidade, tanto de homens como de mulheres,

    trazendo bem estar e felicidade s suas vidas.

    Ento, se assim , porque razo tantas pessoas sentem medo do amor?

    O que as leva a sabotarem cada relao? O que as leva a no acreditar que seja possvel

    amarem e serem correspondidas? O que as leva a pensar que a tal pessoa certa no

    existe?

    No suposto serem felizes, tambm com o amor?

    Enquanto coach, tenho vindo cada vez mais a ser procurada por clientes que procuram

    o tal amor, a tal relao ideal. O que curioso que so na sua maioria mulheres, numa

    faixa etria tambm curiosa, entre os 40 e os 60 anos.

    Bom, mas dizia eu que, quando questiono os meus clientes sobre os resultados que

    esperam obter nesta rea, me respondem invariavelmente quero amar e ser

    amado(a), ser feliz!

    Depois de mais algumas perguntas, percebo vrios factores que as impedem de atingir

    resultados:

    - falta de auto estima

    - existncia de crenas limitadoras

    - demasiadas regras sobre como ser o(a) parceiro(a) ideal

    - dificuldade em mudar de paradigma

    - medos vrios (do compromisso, de sofrer, entre outros..)

  • 24

    O amor est ao alcance de TODOS! Mesmo quando parece que nada vai acontecer, que

    tudo est errado, que j ser demasiado tarde ou ainda, por tantos outros motivos que

    o(a) leve a pensar que nunca nada ser diferente do que tem vindo a acontecer.

    Tudo o que ter que fazer dar um primeiro pequeno passo, parece-lhe bem? ptimo!

    Comece por trabalhar o seu amor prprio!

    Eu sei que parece pura demagogia, no entanto, mesmo assim. Trabalhar o amor

    prprio, a auto estima, fundamental para o inicio da mudana.

    Agora pergunta-me: como o posso fazer? de que forma? Comece por dedicar algum do

    seu tempo a coisas que ama fazer, que o(a) ajuda a repor a energia do dia a dia, de

    preferncia aquelas onde conseguimos estar sozinhos(as), como por ex.: tomar um

    banho de imerso, dar um passeio na praia, danar, ler um livro, cozinhar, andar de

    bicicleta, assistir um filme, pintar, meditao, etc.. Porque no voltar aquele hobbie que

    deixou para trs h tanto tempo? Ou ento, dar inicio a um que sempre quis

    experimentar?

    quase como namorarmos connosco prprios

    Agora sim, bem recheados de amor, vamos l avanar para o prximo e 2 passo.

    Avaliar tudo o que se passa na sua vida amorosa, neste preciso momento, no agora.

    Se est numa relao, qual o seu grau de satisfao, o que funciona bem, o que podia

    ser melhorado, o que o(a) deixa feliz ou nem tanto assim.

    J para aqueles que no tm um companheiro(a), fica a sugesto de reflectirem sobre o

    que aprenderam com a ltima relao amorosa. O que de bom e o que de menos bom

    aconteceu, para que possam assim melhorar na prxima, no repetindo os mesmos

    erros, pode ser?

    Terminada esta fase de avaliao, passamos para o 3 passo, que consiste na

    formulao de um objetivo bem claro, o que se pretende atingir, qual o resultado.

    Qual o tipo de relao quero para a minha vida? Como que me vejo numa relao?

    Que tipo de pessoa pretendo para meu (minha) parceiro(a) de vida? Que parceiro(a)

    quero ser nesta relao? O que estou disposto(a) a dar/melhorar?

    Aqui sim, e pela minha experincia, comeam a surgir as crenas limitadoras, as regras

    em excesso, a dificuldade em mudar de paradigma (perspectiva), os medos.

    So confrontados com a necessidade de acreditar no seu objetivo, acreditar que

    possvel concretiz-lo, ou seja, amar e ser amado(a), estar na to desejada relao

    amorosa ideal.

  • 25

    Sim, nem sempre facil, no entanto, e medida que o processo avana tudo se torna

    mais claro e o acreditar toma conta do consciente e do inconsciente. Isto so boas

    notcias!

    Estamos agora no momento de pensar no como, o que fazer exatamente para chegar

    ao resultado pretendido, ou seja, vo ser necessrias muitas ideias. Aqui sim, o

    acompanhamento profissional fundamental, uma vez que o apoio e o desafio so

    constantes e necessrios nesta fase, para que o cliente entre em aco e consiga avanar

    de uma forma sustentvel, atingindo assim o seu objetivo.

    Porqu? Porque a tendncia ser pensar qualquer coisa como isto: tudo muito

    engraado, mas no consigo no sou capaz.. no existe ningum para mim.. no

    mereo.. estou bem assim.. para qu todo este trabalho? .. estou demasiado velho(a)

    para isso.. , e por aqui vai.

    Soa-lhe familiar?

    Pois aqui que muitos dos meus clientes pensam em desistir, porque difcil, porque

    di, porque d trabalho. Sair da zona de conforto mesmo desafiante, muitas vezes

    doloroso, eu sei, no entanto, o objetivo final no ser FELIZ?! Viver em AMOR?!

    Uma pessoa com a qual trabalhei muitos anos, um dia disse-me: quem est a um passo

    de desistir, est a um passo do sucesso!. (neste caso, do amor!)

    Por isso, persista, confie em si, d uma oportunidade ao seu corao, d uma

    oportunidade ao corao dos outros e arrisque ser FELIZ!

    O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se d, mais se tem. Por isso,

    nunca se canse de amar, algum dia voc ver os grandes frutos do seu amor que foi

    sempre cultivado.

    Antoine de Saint-Exupry

    Sonhe & Ame!

    Ana Clara Carvalho Coach @ WeCareOn

  • 26

    9 Orientao Vocacional

    Vivemos hoje num mundo em constante mudana, em que cada profisso exige uma

    maior profissionalizao e especializao, bem como uma maior flexibilidade para

    acompanhar estas vrias alteraes sociais.

    Desta forma torna-se indispensvel pensar atempadamente sobre a construo do

    percurso vocacional dos jovens uma vez que imprescindvel analisar os seus interesses,

    aptides, valores e motivaes, enquadr-los com as necessidades do meio e refletir

    com eles sobre os vrios caminhos possveis na construo do seu itinerrio escolar e

    profissional.

    A escolha vocacional , muitas vezes, vivenciada como uma situao geradora de

    ansiedade, dado que muitos dos jovens ainda no se sentem seguros para terem que

    fazer uma opo com implicaes futuras to significativas.

    H que tomar uma deciso... e agora?

    O 9 ano de escolaridade surge como primeiro momento de escolha, momento este em

    que o jovem tem que optar por uma rea onde ir aprofundar os seus

    estudos/conhecimentos durante os 3 anos seguintes. Neste sentido, a deciso a tomar

  • 27

    no final do 9 ano j dever ser consciente e ponderada de forma a adaptar-se o mais

    possvel ao percurso de vida que o sujeito ambiciona para si.

    O 12 ano , frequentemente, o segundo grande momento de deciso vocacional, sendo

    visto pela maioria dos jovens e das suas famlias como o mais importante e decisivo:

    no final deste ano que surge a necessidade de optar por um curso superior, por um curso

    de aprofundamento tcnico ou pela entrada no mundo de trabalho. Neste sentido

    ainda mais importante ponderar as vrias opes e decidir de forma ponderada e

    informada.

    maioritariamente nestes dois anos que os jovens so confrontados com a eminncia

    de tomar decises com implicaes mais significativas no seu percurso vocacional,

    sendo vistos muitas vezes como momentos stressantes no s para si como tambm

    para toda a famlia.

    Estas dificuldades no processo de escolha vocacional encontram-se muitas vezes

    relacionadas com a falta de informao vocacional que os sujeitos dispem e uma das

    formas privilegiadas de intervir ao nvel da indeciso vocacional passa por disponibilizar

    o mximo de informao possvel, que lhes proporcione um conhecimento aprofundado

    sobre si, sobre as opes disponveis e sobre o mundo de trabalho. H ainda outros

    fatores que dificultam (ainda mais) esta opo tais como a crescente diversidade de

    cursos e profisses e o desconhecimento do mundo das profisses.

    Os programas que permitem aos jovens explorar as suas competncias vocacionais tm-

    se mostrado bastante pertinentes, ao fomentar o desenvolvimento das suas

    capacidades de auto-conhecimento e explorao (ao nvel das suas aptides, interesses,

    atitudes, motivaes e aspiraes), de analise das oportunidades do mundo social e do

    mundo de trabalho que os circunda e de conscincia das aptides e habilidades

    necessrias no exerccio de cada profisso, potenciando assim uma escolha vocacional

    consciente, informada e fundamentada. Estes programas devem ter por base uma

    abordagem multidimensional do processo de tomada de deciso, focando no s os

    factores cognitivo-informacionais como tambm os afectivo-motivacionais.

  • 28

    Ao longo das diversas sesses os jovens devem ter espao para aprofundar informao

    sobre si, sobre o mundo que os circunda e sobre vrias profisses que podero vir a

    exercer.

    Para alm da administrao de provas ou testes psicotcnicos cujo intuito recolher

    informaes sobre os interesses (reas nas quais o jovem demonstra maior motivao)

    e as aptides (capacidades reais do jovem nas diferentes reas), espera-se que os alunos

    se explorem, que conheam o Sistema Educativo/Formativo no qual esto inseridos

    (Cursos cientfico-humansticos, Ensino Tecnolgico, Ensino Profissional, Cursos do

    ensino artstico especializado, Cursos de educao e formao e Ensino Superior) e que

    analisem o Mundo do Trabalho de que um dia faro parte, para que possam optar e

    planear o seu caminho vocacional.

    neste sentido que a orientao vocacional se tem revelado como tarefa muito

    pertinente nos vrios momentos de transio (especialmente no 9 ano e no 12ano),

    possibilitando uma deciso vocacional informada e ponderada.

    Explorar procurar conhecer, envolver-se ativamente na procura de conhecimentos

    em determinada rea e segundo objetivos especficos.

    Catarina Calado Psicloga @ WeCareOn

  • 29

    10 Os adolescentes e a violncia

    Os adolescentes so ou tornam-se violentos?

    Os adolescentes aprendem o que vivem, defendem as autoras Dorothy Nolte e Rachel

    Harris. Com o que vivem em casa, na escola, na rua, nos jogos de computador e

    playstation, com os amigos e com tudo o resto que os envolve e passvel de os

    moldar. Falar de violncia na adolescncia falar de tudo isto e de muito mais.

    Por si s a adolescncia j uma fase de desenvolvimento muito exigente, aliciante e de

    construo, do prprio, de uma famlia e de uma comunidade. Falar da adolescncia

    falar de uma dcada de desenvolvimento entre os 11 e 20 anos, no estando nem o seu

    incio nem o seu fim claramente definidos. Este perodo inicia-se com a maturao sexual

    (puberdade), sendo um perodo pautado por outras grandes mudanas, quer ao nvel do

    Sistema Nervoso Central (SNC), quer a nvel fsico, emocional, cognitivo, moral, familiar

    e social. Estar na adolescncia viver num limbo emocional, ora muito feliz ora muito

    zangado.

    Para alm das mudanas fsicas e de aparncia serem dramticas, e consequentemente

    causarem estranheza pela velocidade a que ocorrem, a primazia do sistema lmbico

    (sede das emoes e responsvel pelo controlo emocional) neste perodo de

    desenvolvimento, contribui significativamente para uma vivncia emocional

    desenfreada e irrefletida, podendo aqui enquadrar-se alguma da justificao para o

  • 30

    aparecimento de comportamentos irrefletidos, desajustados e violentos. Isto porque, a

    maturidade do SNC s se atinge por volta dos 25 anos, com a maturao do crtex pr-

    frontal (responsvel pelo controlo dos impulsos e pela capacidade de antecipao de

    riscos e consequncias).

    Ou seja, a imaturidade biolgica, o desfasamento entre o sistema Lmbico (emoo) e o

    Crtex Pr-frontal (responsvel pela razo e poder de antecipar consequncias), justifica

    a impulsividade, a imaturidade emocional, a necessidade de satisfao imediata (desejo

    e busca de prazer), a atrao pelo risco e a pouca capacidade de planeamento de deciso

    que carateriza a adolescncia. A oscilao emocional, com o predomnio de emoes

    muitas vezes contraditrias, fazem muitas vezes o adolescente verbalizar no sei o que

    se passa comigo, no sei porque me sinto assim.

    Os jovens tm dificuldade nesta altura, em aprender o mundo de forma assertiva e

    racional, pelo predomnio do Sistema lmbico e pela incompreenso das vivncias

    emocionais. Se durante os primeiros anos de vida as conquistas da criana so andar e

    falar, durante a adolescncia as conquistas so aprender a gerir o limbo emocional em

    que vivem, a reconstruir o mundo sua volta e a integrar-se da forma mais satisfatria

    possvel, num grupo de amigos. Ao contrrio do que muitos pais acham, o filho

    adolescente precisa de ateno, apoio, disponibilidade, conforto, carinho e elogios. O

    facto de se mostrarem num processo de emancipao, no significa que no precisem

    de orientao, de presena, questionamentos e regras, antes pelo contrrio.

  • 31

    O mundo em torno do adolescente

    Enquadrada a adolescncia, h agora necessidade de enquadrar tudo que envolve o

    adolescente: a famlia, a escola, os amigos, as polticas sociais e o estado de pas. Para se

    falar de violncia na adolescncia precisa-se de olhar para o adolescente que vive um

    corpo que acorda diferente todos os dias mas tambm sobre as mudanas familiares,

    culturais e sociais que vive. Como ver um adolescente o estado do seu pas e tudo o

    que se passa sua volta? A reflexo sobre a violncia tambm deveria partir daqui.

    Vivemos num pas que se apresenta todos os dias na televiso como endividado e triste

    diria, onde o desemprego, a descrena e a competio ganham nveis impensveis, onde

    a noo de segurana e suporte so poucas. Os jovens passam cada vez mais tempo na

    escola e em casa sozinhos, passando grande parte do tempo entregues a si prprios, s

    suas emoes, busca de prazer e aos jogos de computador cada vez mais violentos,

    que incentivam alguns deles violncia, morte e ao conflito. Grande parte das vezes,

    os pais desconhecem a seu propsito e que no so adequados para a sua idade dos

    seus filhos.

    Desigualdades socias, famlias em risco, escolas cansadas, com nveis de stress txico

    cada vez maior, competio elevada e cada vez mais alicerada e fundamentada pelo

    princpio de h pouco e no d para todos, explicaram a violncia que prevalece em

    casa, nas escolas e na rua. Recentes investigaes demonstram que a exposio a stress

    txico alteram a arquitetura definitiva do SNC e tm consequncias negativas sobre o

    bem-estar (fsico e psicolgico) do jovem, influenciando significativamente o

    desenvolvimento e o comportamento da criana e do adolescente.

    O papel da famlia

    No sabemos nesta altura o que contribui mais para o aumento da violncia na

    adolescncia, no entanto sabemos da investigao, que as ligaes parentais positivas

    encontram-se intimamente associadas a baixos nveis de depresso, de ideao suicida

  • 32

    e a nveis menores de violncia, funcionando como fator de proteo. Tambm sabemos

    que a presena de um adulto de referncia (pais e professor, p.e.) com laos emocionais

    fortes com o adolescente oferece menos hipteses de apresentar problemas como

    dependncia com lcool e drogas, comportamentos agressivos e comportamentos

    sexuais de risco.

    A adolescncia traz ao cimo a qualidade relacional que a criana teve durante a infncia

    com a famlia, nomeadamente com os pais.

    A forma como se desenvolve, como se relaciona consigo e com os outros, a quantidade

    de stress txico a que teve sujeito na dinmica familiar ter um peso importantssimo na

    forma como ser vivida a adolescncia.

    Precisamos de um pas mais responsvel e promotor de segurana para os seus futuros

    adultos, precisamos de pais presentes e conscientes da vivncia da adolescncia,

    precisamos de escolas que promovam o saber-ser e saber-fazer sem esquecer da sua

    misso de escola e precisamos de uma cultura que promova a cooperao entre os

    jovens, o respeito, a integridade e a aceitao de todas as diferenas.

    Se os adolescentes vivem com expectativas positivas, aprendem a ajudar a construir

    um mundo melhor - Doroty Nolte e Rachel Harris.

    Diana Gaspar Duarte, psicloga WeCareOn

  • 33

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