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FUNDECT - FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO INTA – INSTITUTO SUPERIOR DE TEOLOGIA APLICADA GRADUAÇÃO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA DOM JOSÉ O INVENTADO? RELENDO OS INSCRITOS DO BISPO DE SOBRAL (1912-1935) Vicente Parente Moita

Dom José o inventado? Relendo os inscrito do Bispo de Sobral (1912-1935)

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Monografia, apresentado ao Instituto Superior de Teologia Aplicada - INTA, como requisito parcial para obtenção do título do grau de licenciatura em História, sobre orientação do Profo. Me. Tito Barros Leal.

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FUNDECT - FUNDAO UNIVERSITRIA DEDESENVOLVIMENTO CIENTFICO E TECNOLGICOINTA INSTITUTO SUPERIOR DE TEOLOGIAAPLICADAGRADUAO DE LICENCIATURA EM HISTRIA DOM JOS O INVENTADO? RELENDO OS INSCRITOS DO BISPODE SOBRAL (!"-!#$%V&'()*( P+,()*( M-&*+S-.,+/ CE"01V&'()*( P+,()*( M-&*+DOM JOS O INVENTADO? RELENDO OS INSCRITOS DO BISPODE SOBRAL (!"-!#$%M-)-2,+3&+4 +5,(6()*+7- +- I)6*&*8*- S85(,&-, 7(T(-/-2&+ A5/&'+7+-INTA4 '-9-,(:8&6&*-5+,'&+/5+,+-.*();,&+46-.,( -,&()*+;>H. p. J=S. 2ompreendemos )ue comessesrecursos de e)uipamentos de caros, nem todos tinham acesso a essese)uipamentos da 0anta 2asa RhospitalS, o povo tinha atendimento necess/rio paraameni,arasgrandesepidemiasdas pocas. 2omessavis-oso+reessaanalise34so+re a e4istncia da 0anta 2asa de Miseric!rdia de 0o+ral. "i,emos umacompara-oparaentender1mosessaideologiade0adocemmostrar)uecoma0anta 2asa,todos tinham osmesmos direitos ao atendimentoespeciali,ado, )uen-o o )ue o autor coloca mais sim o )ue se perce+e em pleno sculo U#U para oUU#. o*e em dia para se ter um atendimento de )ualidade na 0anta 2asa de 0o+ral, preciso pagar para ser atendido mais r/pido e de eficincia. 7 mesmo aconteciano sculo U#U.Vamos agora apontar as idias de 0adoc so+re a educa-o em 0o+ral. $ostempos das antiguidades, 0o+ral se destacava no mundo da educa-o segundo oautor, )ue na poca de ?JA@, comeou1se a educa-o religiosa, rapa,es tinham umha+ito de ler e escrever, ou se*a, com os estudos da #gre*a 2rist-. &m ?@J? chega a0o+ral o 2olgio de *esutas com sua moral, conduta e rigide,, em favor da +oa epura educa-o so+ralense vis-o rudimentar voltada pra sociedade elitista de 0o+ral. &ncontremosfatosdesumaimport9nciao)ual 0adocdemonstraemsuao+ra a educa-o para o povo so+ralense o mesmo di,8 N imensa sua o+ra no setorda educa-o. R0A.72, =>>H. p. ?J>S. &ntendemos por assim di,er, )ue as escolasimplantadas em0o+ral erampara filhos e filhas de fa,endeiros e polticos,lem+rando )ue, coma escola profissional para moas e rapa,es humildesestudassem diariamente, n-o foi um meio para igualar com a sociedade elitista, massim, paraocupar asmentesdos)uen-otinhamcondies depagar escolasparticulares em 0o+ral. &ntendemos por assim di,er, )ue .om Jos %upinam+/ da"rota tinha uma vis-o voltada para as elites so+ralenses e n-o os necessitados seforam feito as reali,aes dessas o+ras de mais import9ncia para 0o+ral foi a proldosricosen-odospo+res. Fmstatusconstrudocoma*udadospolticos)uecaminhavam*untos coma#gre*a, parademonstrar )ue.omJoseraomaisindicado dos homens para comandar 0o+ral. .omJos %upinam+/ da "rota, e4altado e endeusado pelas elitesso+ralenses, por cadao+rafeitasemprol daselites, eraumasalvadepalmasenganadoras entre a poltica e o pov-o )ue ali aplaudia seu prefeito e fundador de0o+ral, podendo assim concluir )ue, sem o apoio da poltica cearense .om Josn-o estava t-o venerado nas p/ginas dos livros de alguns autores )uais fora citadosacima pelas nossas an/lises crticas.35Acreditamos nessas ideologias desses autores8Jos %eodoro 0oares e 0adoce outros )ue coloca certos tipos de situa-o, retrata o maior construtor de 0o+ralsendoo'ispo.omJos%upinam+/da"rota, etam+mcomoapessoamaisesclarecida da poca. &m nossas an/lises podemos perce+er certa e4alta-o emrela-o C pessoa de .om Jos, o colocando como a figura m/4ima, e fundamentalparaaconstru-odasociedadeso+ralense, paraasuacultura, eparaacidadecomo toda. Mas esse pode ser visto de outro 9ngulo, .om Jos ao contr/rio )ueesses autores falam, pode ter sido um contri+uinte um inspirador de acontecimentosna 2idade de 0o+ral."?#? U9+ /(&*8,+ ',=*&'+ 7( J-6B T(-7-,- S-+,(6 &msuao+raOsCaminhosdeDomJos,Jos%eodoro0oaresfa,umatra*et!ria pela hist!ria de .om Jos. 7 livro fa, parte de uma serie de homenagensfeitas ao considerado por ele por outros autores como sendo o 5segundo fundador6de 0o+ral.7livrore3neautores)ueconviveramouadmiraramoprimeiro'ispode0o+ral. Almdolivrooutraso+rasforamreali,adasparaascomemoraesdo0etem+ro .om Jos, este evento reali,ado pela FVA em parceria com a .iocese,e a Prefeitura de 0o+ral. 7s organi,adores desse evento tm como o+*etivo fa,ercom )ue a mem!ria .. Jos n-o se*a es)uecida, e tentar levar aos mais *ovens aconhecer todo o caminho, toda a vida do primeiro 'ispo de 0o+ral, )ue os )ue n-o oadmirem passem a conhec1lo e admirar, )ue atravs dessas comemoraes seuspassos possam ser seguidos. 0oares tam+m ressalta )ue seu livro poder/ servicomo +ase para futuros estudiosos, e para a)ueles )ue dese*emconhecer apersonalidade de .om Jos %upinam+/ da "rota.7s 2aminhos de .om Jos, uma o+ra com organi,a-o de 0oares, e com aparticipa-o de v/rios mem+ros da FVA, da #gre*a e outros, cada ponto ressaltadono livro a respeito de .omJos, tema cola+ora-o desses autores comaparticipa-o em pe)uena ou em grande parte das idias de seu organi,ador. $-oiremos citar a)ui todos os cola+oradores desta o+ra, mas podemos d/ comoe4emplo, o artigo do Professor &varisto (inhares (ima 5.om Jos e as ideologias6,)ue retrata a posi-o do 'ispo diante as mudanas ocorridas no poder poltico em9m+ito nacional, como a )ueda da monar)uia e a proclama-o da rep3+lica.367'ispotinha)ueenfrentar ascontradiesda)ueleperodo, tinha)ueli+ertar a#gre*adoslaoscomamonar)uia, eintrodu,i1laemumasociedaderepu+licanarecminstituda. Masomesmon-oteriaconseguidosedesligarporcompleto da ideologia da mon/r)uica, comseu car/ter conservador aca+ou)uerendo transformar 0o+ral em uma micro sociedade romana.7utro ponto )ue podemos citar estar relacionado ao artigo de :loria :iovana0a+!ia MontW Alverne 5$o imagin/rio coletivo, .om Jos vive6, )ue compe a o+ra,relata )ue o mesmo construiu a sua imagem de diversas formas ao longo de suavida, outra )uest-o )ue nos chamou aten-o no discurso da autora, )uando elareescreve as determinaes ditas por .om Joa)uim ao fa,er de .om Jos o vig/riode 0o+ral, ao determinar )ue o 'ispo, ent-o vig/rio pregasse sempre, com+atesseas supersties do povo, promovesse o culto, e fugisse da poltica como de umaserpente venenosa. 2omo sa+emos esta ultima determina-o fugiu do controle de.om Jos, alm de ser conhecido por ser um religioso fervoroso, o mesmo aca+ouse tornando um forte e influente poltico em 0o+ral e na regi-o.0oares fa, uma *un-o de artigos relacionados a vida e os feitos de .. Jos,cada autor enfati,a o )ue lhe mais atrativo em rela-o ao tema )ue os caminhosda vida de .. Jos, mas todos com o mesmo prop!sito o de e4altar a figura mais5ilustre6 de0o+ral. 7spensamentosseguemummesmopercurso, chegandoaocaminho, orientados por um mentor 0oares, este um dos maiores admiradores de.omJos %upinam+/ da "rota, n-o nega seu orgulho emser discpulo edisseminadorde..Jos.A formacomorelata, como descreveocar/ter, deseuMestre, suas o+ras, seus feitos, esconde a sua venera-o, o seu dese*o de seguirseus passos.(aamos de antem-o uma cita-o )ue o autor demonstra )ue ho*e, 0o+ralsente falta do homem )ue fe, tanto por essa cidade e at nos dias de ho*e podemosnotar traos de .om Jos. 0egundo 0oares a imagem de um +enfeitorO2onseguindo recursos na .iocese e dos governos municipal,estadual efederal, almdaa*udadeseusdiocesanos, transpKso+st/culos, estreitoulaos deami,adecompolticos derenomeRcomoe4emplo,Ademarde'arrosSparaatingirosseuso+*etivos8ver+as para suas o+ras. 0uas o+ras, degrandealcancesocial,atravessam dcadas e continuam prestando servios C popula-o da\ona $orte cearense. R07A>I. p. H=S.37Perce+emos nesta cita-o acima o )uanto ho*e .om Jos estar fa,endo faltaao povo so+ralense em rela-o de poder de mando )ue o +ispo tinha em apontar eacontecer. Manter o )ue ele construiu com a a*uda dos polticos e da #gre*a, a faltada valori,a-o das o+ras )ue foram de influncia poltica e religiosa )ue deram aomesmo tempo um .om Jos poderoso e fiscali,ador em todos os sentidos. 2olocaremos a seguinte pauta desse nosso segundo momento, com a o+rade 0oares. &m nossas analises so+re Os Caminhos de Dom Jos, perce+emos comumes+oo dos dois autores )ue se trata de uma analogia encantadora emanipulador de pensamento muito forte por parte do )ue mostrado at agora. .etudo )ue foilido e entendido )ue h/ uma presena de .om Jos em todos ossentidosdessao+rade0oares, umamensagemde)uemfe,o)uenenhumgovernante fe, por 0o+ral de construir feitos )ue lhe fi,esse seu enorme o )ue ditoportodososseusamantesdavidaedao+rado'ispo.omJos. 7mesmocolocado para a)ueles )ue leiam esse livro, pense )ue o pr!prio .om Jos se*a um.eus das +enfeitorias do povo so+ralenses.A o+ra em sigira muito em torno do ser 5maravilhoso6, )uase sem defeitos)ue seria .om Jos, isto fa, com )ue o seu discurso se torne repetitivo, os autoress-o diferentes, mas a fala aca+a se tornando a mesma, tendo uma mesmacontinuidadeacercadotema, aintitula-omudar,pormoconte4tonofimomesmo. N como se 0oares pensasse nesta o+ra como se ela fosse C chave para on-o es)uecimento, para a eterni,a-o daimagem de .omJos,n-oh/ algodeinovador em rela-o aos fatos da vida do 'ispo, narra o de sempre, toda uma falado homem)ue estava sempre almdos outros, religiosamente, politicamente,culturalmente, ideali,ando, reali,ando e transformado uma sociedade ao seu *eito. 7 livro aca+a tento a finalidade de instigador de uma mem!ria, tenta de certamaneira inserir na mente do leitor a imagem de .om Jos grandioso, acima do +eme do mal. $-o negamos )ue o mesmo teve import9ncia para a cidade, n-o)ueremos lhe tirar esse mrito, o )ue estamos tentando analisar, entender a formae4ageradacom)uealgunse4altamafigurade.omJos, eanecessidade)ueestes tm em seatrelarde )ual)uer forma a lem+ranade .om Jos, comoumhomem de certa forma 5divino6 para esses.38Ao analisarmos a o+ra de 0oares perce+emos essa caracterstica enaltecermaisaindaamem!riade.omJos, para)ueesten-ose*aes)uecidode*eitoalgum, n-o s! ele tra+alha dessa forma em rela-o C lem+rana, a mitifica-o doprimeiro 'ispo de 0o+ral e sim grande contri+uidor para seu crescimento, mas o )uetem )ue ser perce+ido e )ue ele tam+m tinha seus motivos pessoais gostava demostrar seupoder, deser consideradoomais preparado, omais capa, paraconseguir acrescentar algo a mais na cidade.2onclumos esse captulo relatando o por)u da escolha desses dois autoresJos %eodoro 0oares ePe. "rancisco0adoc de Ara3*o, idealistas echeio deimaginaesemdescrever a)uilo)uevivenciaramduranteae4istnciade.omJos na terra natal. $otemos )ue os dois autores s-o discpulo de .om Jos, sendo)ue o 0adoc era aluno mais n-o muito pr!4imo de seu mestre, mas )ue tam+mparticipoudeseusestudosnamesmaFniversidade:regorianade L ?GB>. $esta o+ra podemosfa,er uma analise comparativa entre a cidade Mito e a figura do 'ispo .om Jos%upinam+/ da "rota, apresentados por &l,a em seu livro.0ocia+ilidade e 2ultura das &lites so+ralenses um tema muito a+rangente ediscutido na maioria das ve,es pela pr!pria sociedade so+ralense, a elite, o podersempreforamtemas)uefi,eramsurgi fariasdiscussesso+reestes, eho*enacidadede0o+ral estes temas aindaestimulammuitos tra+alhos. Aautoraem)uest-o discute um pouco o desenvolvimento de 0o+ral e sua cultura )ue envolve opoder poltico e religioso colocando, de ante m-o, as gl!rias e vitorias da sociedadeso+ralense, uma sociedade )ue fa, de tudo para se mostra so+erana desde suasra,es, e por isso, h/ um orgulho em ser de uma determinada famlia, se esta tiverum renome famlia, tam+m h/ uma preocupa-o em manter as lem+ranas de seupassado, )ue de uma forma aca+a se tornando uma pea chave em seu presente. &isto visvel n-o s! nos o+ras de certos autores, mas tam+m na pr!pria constru-ofsica da cidade, )ue comparadas a outras, ainda tem prdios com uma ar)uiteturade certa maneira imperial, )ue guardam com sigo a mem!ria de cidade )ue n-o temapreocupa-oemsedesfa,erdestesprdios, poisatravsdelesasuaelitesevangloria em suas lem+ranas.$as primeiras p/ginas do livro de &l,a Marinho (ustosa da 2osta, possvelvermos )ue a autora retrata uma cidade )ue aca+ou se tornando uma espcie demitopor contados acontecimentos )ueocorreramemtodacidadede0o+ral,envolvendo o poder poltico, religioso, e intrigas em entorno de uma sociedade na)ual .om Jos %upinam+/ da "rota fe, e fa, parte. &l,a Marinho uma autora com40ra,esso+ralensese)ueemsuaso+rasfa,aso+ralidadeflorescer mais, fa,de+ates de assuntos importantes, mas sem dei4ar de d/ uma nfase as 5grandesfamlias6 da elite so+ralense a )ual fa, parte, e claro ao visto por ela e por outrosautores o segundo fundador de 0o+ral, a figura de .om Jos tam+m e4altada por&l,a Marinho (ustosa da 2osta.Perce+emos )ue &l,a Marinho (ustosa da 2osta, aca+a se torna um poucoromancista em se tratando de uma figura poltica e religiosa, e a respeito de )uandoe como 0o+ral se desenvolveu so+re os cuidados de .om Jos. &l,a tam+m visa Co+ra de(ustosada 2osta, o+ra )uefalaremos mais adiante, parafa,er umaafirma-o de seus discursos em torno da mem!ria de .om Jos, )ue seria at ent-ouma grande mem!ria )ue tr/s consigo por meios de relatos )ue */ e4istam so+re ogrande 5her!i6 como assim di,er, tornou1se .om Jos. A vis-o da autora apontar fatos )ue comprove a e4istncia de um homem)ue fe, valer seu esforo e dedica-o com seu cargo religioso de 'ispo de 0o+ral, etam+m poltico, considerado por muitos o maior governante da cidade so+ralense.Masolhandodeumamaneiradiferente, achamos)ueh/certaingenuidadeporparte da autora )uando ela coloca a figura de .om Jos nos cus, di,endo )ue acidade so+ralense nunca sairia do +uraco se n-o fosse pelo o seu 'ispo .om Jos%upinam+/ da "rota. "acilmente possvel encontrar outras propostas parecidas ouiguais as da autora &l,a Marinho em se tratando do mesmo assuntoO uma 0o+ralmelhor, ou, 0o+ral a frente de .om Jos, mescla o discurso em todo .om Jos epareia pra n-o di,er igual. $osso ponto de vista a essa autora )ue escreve seusdiscursosemcimadepossi+ilidade*/e4istentesefeitospor autores*/antesmencionados neste tra+alho, h/ uma necessidade de novos olhares so+re asmem!rias e a historiografia de 0o+ral, )ue cause novas discusses, novaspolemicas, comestetra+alhopretendemoscontri+uirparaistoousen-oirmaisalm com nossas pr!prias pes)uisas. "alaremosagoradeoutroautor )uetam+musaafigurade.omJos%upinam+/da"rotacomoocentrodesuao+ra, (ustosada2osta, esuao+ra8Clero, -obre.a e o /ovo de +obral"&m nossas leituras perce+emos )ue em suao+ra, (ustosada2ostafa,umdiscursodiantedasanedotas)ueocorreramnacidade de 0o+ral, no perodo de .om Jos %upinam+/ da "rota. Podemos apontar41algum ponto mais importante )ue veio cair em nossa pes)uisa, )ue seria8 assuntosdeseus padres, *ornalistas, coronisedisputapoltica.2ostacolocaem)uest-oassuntos )ue engrandecem o 'ispo .om Jos em rela-o de con)uista e herosmo,comoumsalvador da guarda, como sendo umhomem)ue fe, o possvel eimpossvel pelo +em de sua cidade, sem se preocupa com sigo mesmo s! com o+em da cidade e de seu povo, um +em feitor, um construtor de ospital, de 2olgiosparamoaserapa,esdeclassealta, oumelhor,filhosefilhasdefa,endeiro, o'ancoPopular de0o+ral,o A+rigo 2ora-odeJesusemfuncionamentoatnosdias de ho*e, o Jornal2orreio da 0emana )ue tam+m funcionando at nos diasatuais e mostra tam+m o lado da autoridade religiosa e poltica em torno da figurade .om Jos. Mostra a rigide, do 'ispo .. Jos, )ue podemos at chamar de um ditador,pois este ditava atravs de seu poder religioso a moral e os +ons costumes )ue opovo teria )ue seguir,almde ditar regrasna pr!pria poltica dacidade.7autorescreve diante de fatos )ue s-o pu+licados em *ornais da poca pertencentes aopr!prio'ispo.omJos, )ueomesmoeraumhomemtemperamental, ouse*a,e4plosivo, mas )ue Cs ve,es tinha seus momentos de +om humor. 2osta tam+mdiscutearespeitodeconflitospolticosos)uais.omJosseenvolveu, porseutemperamento e4plosivo aca+ou criando inimigos polticos, */ )ue o mesmo muitasve,es s! aceitava a suas decises, ignorando as demais. Mesmo com tudo .omJos na poca era visto como um homem santo, )ue reali,ou muito pelo seu povo,mas o )ue consegui fa,er )ue fe, com a a*uda dos polticos o )ual se fa,ia parte emvo, de mando(ustosa da 2osta aponta outra )uest-o em rela-o C vida poltica de .omJos e as +rigas polticas nas )uais ele esteve envolvido o caso da loteria )ue foipu+licadonopr!prio*ornal )uepertenciaao'ispo.omJos, casoesse)ueassustou todos os aliados de .om Jos. A +riga tinha em )uest-o o Jui, de direitoJos 0a+!ia, )ue n-o tinha gostado dos mtodos )ue .omJos fa,ia paraconseguir ver+as para constru-o da 0anta 2asa de Miseric!rdia de 0o+ral. aviamuitos)uen-oaceitavamosmtodos)ue.omJosseutili,avaparaalcanarseus o+*etivos, claro )ue tam+m estava em *ogo o poder poltico da cidade, havia arivalidade para ver a )uem pertencia poltica da cidade.422om +ase nas an/lises de nossos estudos, chegamos C conclus-o de )uetudo )ue estar escrito pelos memorialistas so+re essa polmica figura )ue aca+ouse tornando .om Jos, atrai admiradores, desagrada a outros, em cima do )ue */foi escrito, estas o+ras s-o produ,idas a cerca de pu+licaes entorno de )uestesda poca.Perce+emos na o+ra de 2osta, em)uest-o de escritos emassuntospu+licados em *ornais da poca, tm1se a mem!rias )ue est-o at ho*e guardadasem locais de f/cil acesso, onde poderamos ir mais adiante com nossos discursos,mas, encontraremos fatos apontados por outros autores )ue escreveram ou escreveainda ho*e, )uestes parecidas em favor de .om Jos. "ica ent-o e4plicitado )ue ostra+alhos entorno de .om Jos )ue estes s-o memorialistas e n-o umahistoriografia do mesmo, mais, )ue pode vi a ser uma historiografia, isso depende decomo o pes)uisador vai tra+alhar diante das fontes e4istentes, se*am estas escritasimagticas, envolvendo grandes acontecimentos do )ual foi colocado nestaapresenta-o de (ustosa da 2osta, e em outros autores.$otemos as semelhanas entre &l,a Marinho (ustosa da 2osta, e (ustosa da2osta os dois engrandecem a figura de .om Jos, o ideali,ando como o maior, oilustrefilhode0o+ral.Assimcomo&l,aMarinho, )uandoamesmaescreve)ue0o+ral s! houve mudana por)ue um homem chamado .om Jos veio preparadoparareali,ar tudode+omparaodesenvolvimentoda0o+ral, omesmopensa(ustosada2osta, eamaioriadasve,esacontececomautores*/citadosnestetra+alho. Mas mesmo sendo umadmirador assumido de .omJos, 2ostaconseguiu descrever os defeitos de .om Jos, relata as polmicas, envolvendo o'ispo e todos a)ueles )ue se fa,ia aliado de .om Jos, descreveu o )ue */ haviasido escrito antes so+re o mesmo )uando este ainda era vivo. Paraencerarmosnossasan/lisesso+reao+rade2osta, colocamosemdiscuss-o )ue, o autor se utili,a de v/rias fontes, um vasto recorte de *ornais dapoca, revistas, imagensdepolticosedepadres)ueestiveram*untosdo'ispo.om Jos, para )ue isso sirva de mtodos para pes)uisas com )uestes religiosase polticas, conflitos polticos acontecendo dentro dos olhos do povo, ou se*a, dentrode uma sociedade so+ralense. 43Apresentaremos agora a o+ra de $ilson Almino de "reitas8 +obral O'ul0n)iae 1radi$o"&ssetemae4pea cultura dosso+ralenses,religi-o,h/+itosemuitaadora-o por parte do autor a respeito de .om Jos. $a o+ra de "reitas, o mesmoaponta caminhos para chegamos no assunto de todos os memorialistas, a descri-oda figura do 'ispo .om Jos. 7 autor tam+m escreve muito so+re mito, herosmo epoltica. &mnossaapresenta-o, dao+rade"reitas, visamosa)ui odiscurso)ue"reitas coloca8 A ideali,a-o de um lugar de elite ela+orada pelos su*eitos sociais dacidade est/ pautada na constru-o da representa-o de uma 5autoridade6,identificamos como sendo essa 5autoridade6 .om Jos %upinam+/ da "rota. 0a+emos )ue o discurso de "reitas nos leva a pensar )ue a o+ra s! mostra olado do +ispo, mas, tam+ma poltica, reali,aes de +enfeitorias, grandesinauguraes e a parte da grande 'ela poc de 0o+ral, espelhada na grande,a eri)ue,a europia, principalmente francesa. $essas apresentaes, o autor tra+alhacomdiversoste!ricosparafortalecermaisseutra+alho, tam+mcomotodososoutros )ue foram citados at agora fa,em uso de te!ricos para o+ter argumenta-o.7 autor discute o comeo do desenvolvimento da cidade de 0o+ral, at o dia damorte de .om Jos em ?GHG. 0ua vis-o estritamente poltica, provavelmente porsua forma-o ser na /rea de sociologia. Para complementar essa )uest-o do mito o )ual "reitas coloca em sua o+ra,vai muito C )uest-o de .om Jos e Mito. 7 autor nos d/ uma no-o mdia do )ueconce+e como mito em seu estudo intitulado 5+obral: o'ul0n)ia e tradi$o6, no )ualdispensa um precioso e ousado espao para uma an/lise social so+re 0o+ral, so+retudo no )ue concerne ao )ue ele chama de 5so+ralidade6, e a .omJos,caracteri,ado por ele como mitos presentes na cidade..entro do discurso da o+ra de "reitas, a caracteri,a-o do desenvolvimentoda cidade feita dentro de uma perspectiva poltica na )ual .om Jos se en)uadramuito +em, e fa, )uest-o de mostrar tanto no passado como no presente, ou se*a, o)ue0o+ral foi eo)ueelasetornouho*egraasCpolticade.omJosassim"reitas se coloca a frente e vem esclarecendo em sua o+ra. N a mesma )uest-o )ueo autor discute o mito da so+ralidade triunfante )ue seria um conceito construdoculturalmente. #ssoenvolveumprocessodenaturali,a-o, umpassadoeuma44mem!ria, uma ordem de e4perincias vividas, idias e decises, tudo relacionadoem .om Jos o grande.Podemos usar alguns trechos da o+ra de "reitas para mostrar como a figurade .om Jos ho*e se tornou o centro dos tra+alhos dos memorialistas, o )ue fa, asprodues */ e4istentes so+re omesmo seremconsideradas mem!rias e n-ohistoriografias.Por si, .omJos, cu*o nome ecoa na mem!ria do so+ralense, parecerepresentar a imagem de uma elite aristocr/tica e pomposa, dando legitimidade eum peso tradicional ao mito R">>S.Podemos perce+er )ue, "reitas aponta v/rias construes do tipo8 osedifcios, monumentos da poca e o pr!prio museu do +ispo com seus o+*etos )uecaracteri,am sua presena viva em toda 0o+ral. %udo )ue escrito nas o+ras dosautores )ue foram citados neste tra+alho relacionado com a figura de .om Jos%upinam+/ da "rota. 2omo dissemos, o pr!prio autor vem afirmando os preceitos de o 'ispo .omJos ter se tornado uma mem!ria coletiva da pr!pria sociedade elitista so+ralense.Mash/caminhosem)ueessamem!riaumdiapoder/si tornar umahist!ria,e4istem caminhos, os )uais outros pes)uisadores dever-o procurar para areali,a-o de tra+alhos de pes)uisas relacionados a uma futura historiografiaso+ralense.$-o seria muito deferente ao citarmos os autores 0adoc e 0oares, mas estes*/foram+eme4planadosnoscaptulosanteriores, */tendosidoressaltadosasidias dos mesmos a respeito de .om Jos %upinam+/ da "rota. 7 uso dos doisautores foi de fundamental import9ncia na reali,a-o deste tra+alho, por motivos deserem os mais pr!4imos de .om Jos, vistos como os discpulos do 'ispo. "inali,amosessaetapadeapresenta-odosmemorialistas, dei4andounsargumentos de )ue pode ser possvela mem!ria de .om Jos sitransformar emistoria. 7s autores )ue foramcitados nesse tra+alho, todos tmuma vis-ovangloriosadaimagemde.omJos, por motivosdeo'isposer umhomemestudadoedefamliatradicional ede+oandole, n-oestamosfalandodeumhomem )ual)uer um homem )ue a+ril portas para varias pes)uisas, discusses e45de+ates emtoda cidade de 0o+ral e cidades circunvi,inhas. Fmhomem)ueconseguiu fa,er tanto pela sua sociedade elitista e seu povo carente com a a*udapolticaditandoo)ue)ueriatudodoseu*eitoeconseguindoreali,ar osseusdese*os.2omestetra+alho)ueremosa+ri caminhosparaumapossvel constru-ohistoriogr/ficaso+reahist!riade.omJos, atravsdefontesencontradasemalgumas instituies, *ornais da poca, alguns com funcionamento nos dias de ho*e,e na Fniversidade &stadual Vale do Acara3 RFVAS. 2omo e4emplo, podemos citar o Jornal o Correio da +emana, fundado no diaB? de Maro de ?G?@, pelo 'ispo .om Jos %upinam+/ da "rota, so+ a dire-o doPadreJosde(ima"erreiraereda-odoPadre(eopoldo"ernandesPinheiro.Prg-o dos interesses >HI]?G@@, data de promulga-o =>]>G]?G@@O ist!rico do 2olgio &stadual .. Jos %upinam+/ da "rota.2omestelevantamentodealgumasfontesesuaslocali,aes, estamosau4iliandoapossi+ilidadedesefa,er v/riaspes)uisasarespeitodotema)ueenfati,amos neste tra+alho )ue segui uma linha de pes)uisa so+re as o+rase4istentes so+re .om Jos, fa,endo uma analise so+re os pontos apresentados nasmesmas, assim como novos temas de tra+alhos )ue podem surgi a parti da leituradeste tra+alho de pes)uisa a)ui apresentado, podendo ser feito da cidade de 0o+ralou de )ual)uer outra coisa )ue possa lhe interessar dentro da hist!ria do 2ear/. 0-ofontes de *ornais, livros, mapas e uma serie de documenta-o )ue pode ser 3til emuma +oa pes)uisa. "inali,amos esse captulo, com o intuito de dei4ar em a+erto uma porta para)ueoutraspessoaspossamdarcontinuidadeaotra+alhodepes)uisaarespeitodeste tem, )ue possamos ter essa contri+ui-o a*udar para )ue outras pes)uisasvenham surgir mais adiante.47CONSIDERAUES FINAIS50o+ral, terrade.. Jos6 anunciaelideramosdemaiscomponentesdoprocesso mitificante do 'ispo, composto de selees, repeties discursivase4altadas, no )ual se utili,am de v/rios artifcios para a propaga-o eem+lemati,a-o de .om Jos na cidade, sendo )ue, como um processo, vem seconstruindo ao longo do tempoO so+retudo depois de sua morte, emprol daconstru-o de uma mem!ria dele. &ste movimento ideol!gico, portanto, )ue social e mem!ria visam intro*etar,um modelo de vida, de personalidade ideal, padr-o para a sociedade L .om Jos Lconse)Qentementeoreafirmando, realandoahist!riade0o+ral, tratadocomosempre presente e reconhecido por todos os so+ralenses, alme*ado propagar,assim, uma hist!ria tradicionalista da cidade, enfati,ando seus 5grandes6 nomes eminimi,ando os 5menores6. Portanto, diante do )ue foi discutido nesta pes)uisa, esperamos )ue ela se*aum convite aos leitores a perce+erem e]ou dispensarem estudos, refle4es so+re oassunto, afimdeaprofundar cadave,maisnosestudosso+reesseprocessoideol!gicolatenteemnossacidade, n-opermitindo, assim, )ueele5passeem+ranco6por nossos olhos e mente, e nem )ue a hist!ria de 0o+ral torne1se singular,mas plural em discursos e mem!rias. 48REFERQNCIAS BIBLIOGRFICASA>H.'A,&+] Michel de2erteauOtradu-o de Maria de (ourdes Mene,esO revis-o tcnica de amo Vogel L =.ed. L .(& :7"", Jac)ues. 5Mem!ria6. #n8H&6*>,&+ ( M(9>,&+. 2ampinas8 &d. F$#2AMP,?GGI, p. [email protected](&