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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DO LÍDER NA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR
Por: Marta Sanchez Bragagnolo
Orientador
Prof. Carlos Afonso Leite Leocadio
São Pedro, SP
2007
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DO LÍDER NA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Administração
Escolar
Por: . Marta Sanchez Bragagnolo
São Pedro, SP
2007
3
AGRADECIMENTOS
.... a Deus, líder dos líderes;
... a meu marido e filhos que me deram
força para continuar;
... a meus pais, que rezaram por mim;
... ao meu orientador, professor Carlos
Leocadio.
4
DEDICATÓRIA
..... dedico esta monografia a meu marido,
companheiro de todas as horas, pessoa
maravilhosa, que sempre me leva a
enfrentar os problemas com otimismo.
5
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo colocar, de forma clara, o quanto
é importante o administrador escolar ser um verdadeiro líder e não alguém que
dá ordens a serem obedecidas por todos. Atualmente, há uma escassez de
líderes escolares participativos e abertos a idéias que venham de seus
liderados. A partir de muita pesquisa, leituras e experiências, esta monografia
desenvolve um esquema geral de como implantar uma liderança participativa
dentro de um ambiente escolar onde, atualmente, nem ao menos os pais
exercem junto à seus filhos o papel de líderes. A definição de liderança não
será colocada como sinônimo de poder, mas sim de autoridade conquistada
com amor, dedicação e respeito pelas pessoas para que o trabalho do grupo
liderado seja feito com vontade e com o objetivo de realização e satisfação
pessoal . O desenvolvimento progressivo de um ambiente escolar bem liderado
conta com um sucesso garantido dentro da sociedade e perante todos que
participam dela, pois grandes civilizações sempre tiveram à frente um
verdadeiro líder. Deve-se ter como preocupação essencial a implantação da
verdadeira liderança dentro das escolas para que todos possam usufruir de
maneira positiva e satisfatória deste processo de administração, obtendo-se
assim um trabalho verdadeiramente efetivo. A liderança é um fator essencial
na função do diretor de escola, por isso ele precisa de uma formação adequada
e de qualidade. O presente trabalho analisa a função do diretor como
administrador e como gestor mediando e interpretando as leis, também verifica
sua função na escola como incentivador de profissionais da educação para
desenvolver trabalhos de qualidade que torne a escola um atrativo para os
alunos serem mais participativos.
6
METODOLOGIA
Para realização desta monografia sobre “O Papel do Líder na
Administração Escolar”, utilizou-se vários objetos de pesquisa dentre eles
análise de bibliografia relacionada com o tema proposto; pesquisa sobre
liderança em sites diversos da internet; cursos e palestras sobre como se
tornar um verdadeiro líder, potencial da liderança em diversos momentos de
nossa vida.
Vários foram os livros relacionados com o tema liderança, alguns
específicos sobre o tema e outros relacionados a ele de uma maneira indireta
mas precisa, como “ O Monge e o Executivo “ e “ Quem mexeu no meu
queijo ?”.
Em cada tópico desta monografia foi utilizada a relação da liderança com
o líder escolar, personagem principal deste trabalho, enfatizando sua relação
com todos que o cercam dentro do sistema educativo que está encabeçando.
Conclui-se portanto, que a liderança utilizada como fonte desta
monografia está presente em cada minuto de todas as pessoas. O que falta é
saber desenvolvê-la e aceitá-la como algo positivo e imprescindível para que
cada ser humano alcance sua felicidade e realização pessoal e profissional.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Breve histórico sobre liderança 11
CAPÍTULO II - A liderança em vários meios administrativos 15
CAPÍTULO III - Uma breve definição de liderança administrativa 19
CAPÍTULO IV - O desenvolvimento da liderança na escola 23 CAPÍTULO V – Importância da administração para à vida da escola 30 CAPÍTULO VI – O diretor como líder na escola e seu papel junto à comunidade 33
CONCLUSÃO 35
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 37
ANEXOS 39
ÍNDICE 52 FOLHA DE AVALIAÇÃO 53
8
INTRODUÇÃO
Ser competente é um desafio. Ser um líder competente é um desafio
maior ainda. Mas quais são as competências que fazem um líder? Que
competências precisam ser exibidas por quem aspira a uma função de
liderança numa organização atual ? Liderança não é uma profissão, emprego
ou disciplina acadêmica, mas um conjunto de qualidades e atitudes que faz
uma pessoa ser diferente da média da humanidade.
Segundo Manuel Lessa Ribeiro ( Palestra da EPB –Itaici – 2004 – p.1-2 )
a liderança é na atualidade, em todos os campos de atividade humana,
reconhecida como valor importante, necessária e indispensável em toda e
qualquer organização que, sem ela deixa de ser uma organização. Na
administração escolar não é diferente e, é disto que será tratado.
Todos os estudos sobre liderança reconhecem que não é suficiente
àqueles a quem cabe a coordenação de outros se armarem de conhecimentos
técnicos para desenvolver seus trabalhos, porque não o farão eficientemente
se não tiverem familiarizados com os aspectos de liderança. Isto significa que
o chefe tem que ser líder. Ser apenas chefe, gerente ou coordenador é muito
diferente de ser líder. A diferença maior é que o chefe faz com que seus
chefiados atuem e o líder faz com que seus liderados atuem felizes, com prazer
e com capacidade de crescer em vários aspectos como profissional e pessoal.
Quem manda não lidera e ninguém quer ser mandado e sim liderado.
Àquele que manda para ser obedecido não é o líder, diz Lessa, pois esta
não é característica de uma verdadeira liderança. Todos deveriam ter esta
consciência pois não é só dizer, é ser.
No grupo que faz parte, o líder é o que mais serve. Serve a organização,
sua missão, seus liderados, fazendo com que ocorra valorização e crescimento
9
gerais. O líder é catalisador onde faz com que tudo aconteça não porque
manda mas porque está lá, presente em todos os momentos.
A liderança é força poderosa na transformação de ambientes porque
quando o crescimento de outro é preocupação dominante – e o líder é o que se
preocupa com o outro – as resistências à ação proposta são mais facilmente
vencidas, a intensidade da comunicação aumenta , a integração se fortalece de
forma surpreendente. Tudo começa a ganhar um novo sentido fazendo com
que o líder seja reconhecido como o agente por excelência de transformações
para melhor. O líder transforma e o líder transforma-se a si mesmo. Faz
crescer e cresce também, até mesmo arrastado pelo crescimento de tudo, que
levou à crescer.
A liderança é a capacidade de fazer com que liderados aceitem e
assumam como seu, o programa proposto pelo líder ; é o que impulsiona todos
e tudo para a frente e para o alto.
A liderança não é para ser definida, é para ser vivida, é para ser
percebida, é para ser gozada nos efeitos benéficos de sua importante
presença, o que é uma graça.
Estudos sociológicos indicam que há duas funções básicas de liderança
dentro de um grupo. Uma delas refere-se à promoção da unidade desse grupo.
A efetiva promoção dessa unidade requer a capacidade de facilitar processos
consultivos que permitam a tomada coletiva de decisões baseados numa
sincera e rigorosa busca pela verdade. A outra tem a ver com o suprimento das
necessidades e objetivos do grupo por meio de ações, ou seja, dedica-se a
facilitar o processo de transformar pensamentos em atos concretos. Ambas as
funções são essenciais ao bem estar de qualquer grupo, quer seja ele uma
família, uma organização, ou uma comunidade local, nacional ou mundial.
(www.rcgg.urfgs.br/cap10.htm).
10
Assim acontece em todas as organizações e é nas de ensino que será
analisada, tentando-se colocar o líder de forma participativa e integrada para
um crescimento da educação.
11
CAPÍTULO I
Não há pelotões fracos – apenas líderes fracos.
General William Creech
Breve histórico sobre liderança
Liderança é um tema recorrente na história da humanidade. Sem ela, os
povos teriam permanecido inertes em suas realizações. Graças aos líderes,
surgidos espontaneamente ou por escolha da maioria, o tempo tem sido cada
vez mais dinâmico. Muitos desses líderes têm se desenvolvido com a prática
da liderança, outros com sua teoria, mas poucos se preocuparam em associar
o conhecimento teórico à prática do dia-a-dia.
De acordo com Mauro Viana Pereira em estudo desenvolvido em seu
curso sobre liderança, comunicação e relações humanas ( Piracicaba – 1986 –
Volume II – p.319 à 321) ) o ato de administrar inicia-se quando alguém, tendo
muito o que fazer, contrata uma pessoa para auxiliá-lo. O vocabulário
“administrar” é usado, portanto, sempre que o trabalho exceda à capacidade de
realização de um só indivíduo, passando este a dirigir e coordenar a atividade
dos demais.
O ato de administrar faz-se presente nas mais simples relações entre
uma dona de casa e sua empregada até nas mais complexas relações entre
chefes e chefiados nas grandes empresas ou empreendimentos comerciais e
industriais, públicos ou privados , na direção de governos, guerras, escolas,
hospitais, fazendas, etc.
Toda dinâmica humana na face da terra gira em torno da administração
e dela depende.
12
Acredita-se que a primeira organização social remonta à pré-história.
Quando da adaptação dos homens à vida em sociedade, os mais fracos
teriam sido dominados pelos mais fortes, nascendo, assim, a chefia natural
destes sobre aqueles e, consequentemente, sobre as tribos. Aí repousaria a
primeira organização social, o nascedouro da administração – a lei do mais
forte.
Em suas citações, Mauro Viana (1986 – Volume I – p.56 à 59) ) coloca
várias personalidades mundiais como exemplos : Jean Jacques Rousseau
refutando a origem dessa primeira organização social , defendendo a tese do
contrato social , segundo o qual os homens teriam verificado, inteligentemente,
que lhes seria impossível progredir em sociedade se não abrissem mão de
algumas liberdades, aceitando, voluntariamente, a autoridade de um chefe, que
os dirigisse e os coordenasse. Dessa forma, segundo Rousseau, através do
acordo espontâneo de vontades, teria surgido a primeira organização social.
N.S.Jesus Cristo, Buda, Confúcio, Maomé, além de outros vultos preciosos,
enriqueceram, com suas magníficas e imperecíveis lições, o campo das
relações humanas cujas regras, se negligenciadas, poderão levar homens e
negócios à ruína. Confúcio dizia sobre a arte de governar: “ Aprende primeiro
a governar-te a ti mesmo”. Frederick Winslow Taylor, norte americano e, Henry
Fayol, francês, são considerados, com inteira justiça, “pai da organização
científica do trabalho” e “fundador da ciência da administração”. Destacam-se
ainda Henry Ford, que destacava na administração a previsão, o planejamento,
a organização, o comando, a coordenação e o controle.
Nas guerras, na indústria, no comércio, na agricultura, nas organizações
sociais ou profissionais, na administração pública, no lar e demais setores da
atividade humana, a aplicação racional dos princípios da administração,
através de seus respectivos processos, constitui, sem dúvida, o fator de
sucesso .
13
Tradicionalmente, o poder tem sido usado pelo líder convencional para
usar recursos de todos para alcançar seus objetivos unilaterais, muitas vezes
pessoais. No entanto, a liderança exigida para o século XXI encara o poder
como algo a ser compartilhado. Em outras palavras, a nova liderança deve
deixar de buscar poder e passar a dar poder aos outros; deixar de controlar as
pessoas e sim tratar de capacitá-las a ser criativas. A função do novo líder é
encorajar os outros a usarem sua própria criatividade para alcançar os
objetivos estipulados de comum acordo.
A liderança para o século XXI é caracterizada por :
- um forte e profundo sentido para perceber os problemas atuais e do futuro:
- habilidade para comunicar essas preocupações com clareza e significado,
criando assim um forte senso de compromisso de outras pessoas para com
suas idéias;
- desejo de desenvolvimento de todos, o crescimento pessoal permanente e o
fortalecimento de cada indivíduo como fundamental para o sucesso dos
projetos e das comunidades;
- cultivo cuidadoso de sua própria intuição;
-finalmente, o líder deste século deve estar comprometido com a celebração e
a alegria, com as pessoas e as riquezas humanas, ter uma profunda crença na
dignidade, amor e potencial criativo de cada pessoa, para poder enfrentar os
desafios com segurança e sucesso;
- perfil do líder que o mundo precisa hoje é daquele cujo propósito é a
transformação individual e social, comprometido totalmente com valores e
princípios morais baseados na livre investigação da verdade.
14
No cerne da crise global que atualmente aflige a humanidade há uma
escassez generalizada de liderança global em todos os segmentos da
sociedade humana, conforme o que é tristemente indicado pelas evidências
crescentes de negligência ética e de corrupção encontrada entre autoridades
dos níveis mais altos da sociedade tanto em instituições públicas como em
privadas pelo mundo todo. Se jamais houvesse na história um momento em
que o mundo todo mais precisou da liderança moral, então este é o momento ,
pois essa é a primeira vez que a sobrevivência de toda raça humana está em
risco. Portanto, é de grande importância identificar e discutir algumas das
principais habilidades que caracterizam a liderança moral, que devem ser
estimuladas e desenvolvidas na família e na escola através de um amplo e
integrado programa de educação moral.
Atualmente, para suprir as necessidades da humanidade, o objetivo
desta nova liderança é dar poderes aos outros para que contribuam com a
sociedade, em lugar de concentrar poderes sobre os outros. A principal
característica de um líder moral deve ser o espírito de utilidade : “ aquele que é
mais útil à comunidade” em vez de “ aquele que mais domina a sociedade” .
Formas egocêntricas de liderança, infelizmente, tem dominado as
páginas da história e tendem a prevalecer nas relações do mundo atual.
Modelos autocráticos, paternalistas, totalitários, manipuladores e “sabe-tudo”
de liderança enfraquecem os grupos que alegam servir. Tais formas de
liderança concentram o poder de decisão nas mãos de uns poucos de tal
maneira que os outros o sirvam. O que o mundo precisa hoje é exatamente o
oposto dessa concepção – um novo modelo de liderança que se baseia em
valores e princípios morais e devota sinceramente suas capacidades a serviço
do bem comum. ( www.rcgg.ufrgs.br/cap10.htm)
15
CAPÍTULO II
Noventa e nove por cento das falhas de liderança
são falhas de caráter.
Warren Bennis
A liderança em vários meios administrativos
Quaisquer que sejam as dimensões da governança global, como quer
que se renovem e ampliem seus mecanismos, quaisquer que sejam os valores
que lhe dêem conteúdo, a qualidade da governança global depende, em última
instância, de liderança. Ao longo de todo nosso trabalho, estivemos cientes do
quanto a realização de nossas propostas depende de uma liderança de alto
nível em todos os âmbitos.
Enquanto o mundo busca respostas inovadoras para os desafios que
surgem neste novo século, preocupa-nos a falta de liderança num amplo
espectro de assuntos humanos. Nos planos nacional, regional e internacional,
no seio das comunidades e nas organizações internacionais, nos governos e
nos organismos não-governamentais, o mundo necessita de uma liderança
sólida e confiável.
Necessita de uma liderança que seja proativa e não apenas reativa, que
esteja motivada e não seja apenas funcional, que zele pelo futuro e pelas
gerações vindouras, em nome das quais gerimos hoje o presente. Necessita de
líderes com visão, respaldados pela ética e que tenham coragem política para
enxergar além das próximas eleições.
Em seu livro “Como motivar a sua equipe”, Anne Bruce ( RJ – 2006 –
p.32) ) coloca claro que se pensarem em todos os líderes que influenciaram
sua carreira, podem concluir que foram bem sucedidos porque perceberam que
sua carreira e o sucesso da empresa a longo prazo dependiam da eficiência da
16
equipe. Por isso investiram num ambiente de trabalho divertido e estimulante e
no talento e na fibra de cada colaborador. Estes líderes excepcionais
acreditaram no poder e na influência das pessoas – e foram recompensados.
Apresenta exemplos inspiradores de empresas como Disney, Levis e
Dell Computer e suas estratégias orientadas para resultados. Se for colocado
em prática os ensinamentos dessas corporações para extrair as melhores
qualidades e habilidades das pessoas, estará provando que essas duas
estratégias agregam valor tanto para a empresa quanto para a carreira e para
os líderes desse processo.
Segundo Anne (RJ – 2006) deve-se manter em alta, a energia, o
entusiasmo e a moral de sua equipe de liderados seguindo alguns aspectos
como:
- transformar os colaboradores em parceiros
- encorajar o gerenciamento de riscos
- criar uma política de incentivos e recompensas
- delegar poder
- estabelecer uma relação de confiança
- manter alta a moral da equipe
- encorajar a responsabilidade
- atacar tudo que diminui a motivação
- estimular os melhores talentos a ficarem na empresa.
James C. Hunter, (Como se tornar um líder servidor – RJ – 2006 - p.
23 ) diz que o líder é responsável pelo crescimento e declínio de qualquer
coisa. Tudo começa no topo. Muitos líderes dizem apenas as coisas que as
pessoas querem ouvir, em vez do que elas precisam ouvir, porque não tem
coragem moral de contrariá-las, com receio de que cancelem suas
contribuições e/ ou apoio. Muitos líderes deixam de fazer a coisa certa. Com
freqüência eles optam pelo caminho mais fácil e tentam evitar conflitos. A isto
17
se chama falha de caráter. Liderança tem tudo a ver com o caráter, já que se
trata de fazer a coisa certa.
As habilidades técnicas orientadas para o resultado que levaram muitos
gerentes a posições de liderança não são exatamente as melhores ferramentas
para inspirar os outros a fazerem um bom trabalho.
Nos Estados Unidos, muitas vezes confunde-se bons profissionais com
bons líderes. Um executivo bem-sucedido não é, necessariamente, um líder de
sucesso. A mídia adora idolatrar e demonizar as estrelas do mundo executivo.
Glorificados em capas de revistas, eles são tratados como grandes visionários,
estrategistas refinados, gurus organizacionais e gênios táticos. Estas são
importantes habilidades gerenciais, mas têm pouca ou nenhuma relação com a
arte de liderar e de influenciar pessoas para darem o melhor de si.
Essa tendência para a exaltação da liderança só a torna mais remota e
inacessível para o supervisor, treinador, pai , mãe, pastor ou professor – em
suma, para quem está nas trincheiras tentando liderar seus respectivos grupos.
Não precisa ter um cargo na chefia ou hierarquicamente importante para
ser um líder e influenciar outras pessoas a terem mais entusiasmo, mais
desempenho e mais disposição – enfim, para se tornarem o melhor que podem
ser.
Hunter diz ainda que as equipes realmente eficazes não são
comandadas por ditadores ou autocratas. Na verdade, nas comunidades que
surgem naturalmente todos são líderes, assumindo, cada um a
responsabilidade pessoal pelo sucesso da equipe. . Todos deixam sua marca
na equipe – a única questão é o tipo de marca que cada um quer deixar.
Quando uma empresa faz sucesso, todos os seus membros assumem o
compromisso de liderar. Eles sabem que todos são responsáveis pelo êxito da
18
equipe e pelos resultados extraordinários. Infelizmente, esses recursos ficam
latentes na maioria das companhias. Mas há sinais de que isto está mudando.
19
CAPÍTULO III
Qualquer um que queira ser líder entre vocês
deve primeiro ser o servidor.
Se você opta por liderar, deve servir.
Jesus Cristo
Uma breve definição de liderança administrativa
Citando Henry Fayol, Mauro Viana ( Piracicaba – SP – 1986 – Vol.II –
p.323) define administrar como prever, planejar, organizar, comandar,
coordenar e controlar. Prever é perscrutar o futuro e preparar o programa de
ação, este o instrumento eficaz do planejamento, ou seja, os caminhos a
seguir, os obstáculos a transpor e a meta a atingir; organizar é constituir o
duplo organismo social e material da empresa – seleção dos empregados e
chefes em geral, através do velho aforismo “ O homem certo no lugar certo “ ,
assim como a seleção das máquinas, ferramentas, ramo, localização, métodos
operacionais, objetivos, etc. ; comandar é acionar o pessoal, fazê-lo funcionar,
dinamizá-lo ( no comando atua a liderança ); coordenar é unir, ligar,
harmonizar todos os atos e esforços para que o organismo atinja, entrosado
como um bom time de futebol – onde tudo ocorra de conformidade com as
regras estabelecidas, o planejamento adotado, as diretrizes e as ordens
emitidas .
O indivíduo isolado sem relação de chefia, utiliza-se também desses
elementos para o seu êxito pessoal.
Nenhuma organização, se quiser alcançar o sucesso pode prescindir
deles.
20
A liderança é uma ciência e uma arte. Como ciência é como uma
bússola que orienta a tripulação, indicando-lhe o porto a atingir. A técnica é
representada pelo instrumento que a conduz, com o mínimo dispêndio e o
máximo resultado, Como arte, por sua vez, utiliza-se inteligentemente e
habilmente dessa bússola e técnica, para alcançar o objetivo estabelecido.
Grandes líderes são grandes instrutores que realizam seus objetivos por
intermédio das pessoas a quem ensinam a ser líderes e não seguidores.
Liderar significa conquistar as pessoas, envolvê-las de forma que
coloquem seu coração, espírito, criatividade e excelência a serviço de um
objetivo. É preciso fazer com que se emprenhem ao máximo na missão, dando
tudo pela equipe.
Quando se “alista” para ser líder, diz Hunter ( Os princípios da liderança
– RJ – 2006 – p.23) , se dispõe a assumir uma tremenda responsabilidade.
Afinal, seres humanos são confiados aos nossos cuidados e há muita coisa em
jogo. As pessoas lidam com seu papel de liderança de uma maneira
indiferente e descuidada. Trata-se de uma decisão muito importante e
intransferível. A priori, ninguém lhe coage a casar ou a ser pai ou mãe, ou
mesmo a receber o cheque de pagamento no final do mês. Da mesma forma
que entra por livre e espontânea vontade, tem toda a liberdade para sair. Em
suma, você se coloca à disposição de algo grandioso... muito importante.
Pense na tremenda responsabilidade de um gerente. Os funcionários
passam mais tempo acordados com ele e uns com outros do que com suas
famílias. Além disso, suas carreiras foram confiadas a ele. Serão pessoas
melhores em conseqüência dessa convivência com o líder ? Ficarão
inspiradas a fazer o que é certo e desenvolver positivamente seu caráter ?
O supremo teste da liderança é responder positivamente a esta
pergunta : cada um desses profissionais vai crescer e se desenvolver em
conseqüência da influência do líder ? ( Hunter – 2006 – p.29)
21
Como líder você precisa refletir sobre o impacto que causa na vida de
outras pessoas e a responsabilidade inerente a essa posição de confiança.
Como gosta de dizer Max Depree, autor de “Liderança é uma arte”,
citado ainda por Hunter, – Liderança é uma profunda interferência na vida de
outras pessoas.
A liderança é uma habilidade. Isto é, uma capacidade aprendida ou
adquirida por meio da educação e da aplicação.
A liderança servidora está disponível para a vasta maioria da
população . Só serão excluídos aqueles que sofrem de severos transtornos de
personalidade ou caráter, além de outras deficiências mentais ou emocionais
que afetam a capacidade de desenvolver ou manter relacionamentos
saudáveis com outras pessoas. É preciso muita motivação, treino e disciplina,
mas todos podem melhorar suas habilidades em qualquer atividade – basta
combinar o desejo, os instrumentos e as ações apropriadas.
Hunter (RJ – 2006 – p.27) afirma que o papel do líder servidor é
parecido com o do maestro de uma orquestra. Podemos lhe ensinar a teoria da
música e a tocar um instrumento musical. Mas quem possui a habilidade para
juntar tantos músicos diferentes e fazê-los tocar a música em harmonia? Quem
os leva a tocar em uníssono? Quem é capaz de proporcionar essa habilidade
ao grupo?
Entre as obrigações de uma liderança servidora estão a definição da
missão, das normas de comportamento e a indicação de responsabilidades. O
líder servidor não encomenda pesquisas nem promove reuniões de comitê ou
votações democráticas para decidir as respostas a essas questões. Ao
contrário, as pessoas esperam que o líder ofereça essa orientação.
22
Em compensação, depois que a direção foi determinada, é tempo de
vencer! A liderança passa a responder às pessoas que lidera, a identificar e
atender sua necessidades legítimas para que possam se tornar mais eficazes
na realização de sua missão. ( James C. Hunter – “ Como se tornar um líder
servidor “ – RJ – 2006 ).
23
CAPÍTULO IV
Devemos nos tornar a mudança
que desejamos ver no mundo.
Mahatma Ghandi
O desenvolvimento da liderança na escola
A escola como qualquer outra instituição possui complexidade e
objetivos, o qual Paro afirma que “ ... obviamente a escola que como qualquer
outra instituição, precisa ser administrada, e tem na figura do diretor o
responsável último pelas ações aí desenvolvidas.” (p.17).
Mas a administração entendida como “a utilização racional de recursos
para a realização de fins determinados (Paro,p.18)” pressupõe a canalizaçãp
do conhecimento, material e pessoal de forma que a escola venha atingir seus
objetivos de forma eficiente. Observa-se aí a necessidade de um líder com
formação adequada e de qualidade.
Não basta administrar, mas administrar para transformar, o líder precisa
buscar formas de administração democrática e de cooperação considerando
todos os envolvidos no processo.
Entende-se ainda que a administração é uma das formas de gestão que
compreende as atividades de planejamento, organização, direção,
coordenação e controle. Ela envolve necessariamente estas atividades, em
suas formas mais radicais, incorporando também certa dose de filosofia e
política, as formas mais conhecidas são administração, a co-gestão e a
autogestão.
24
Em certa formas de gestão, a figura do administrador tende a ser
enfraquecida ou até mesmo eliminada, surgindo com maior destaque os
colegiados, as decisões grupais, o consenso.
A escola como ambiente de trabalho, é organizada com a finalidade de
atingir certos objetivos, os quais dão sentido à organização escolar. Esses
objetivos orientam a tomada de decisões no que se refere a natureza dos
currículos e programas, ao tipo de edifício, a quantidade e qualidade do
equipamento, ao número e qualificação do pessoal escolar. Quem quer que se
ponha a trabalhar em uma escola precisa procurar informar-se sobre seus
objetivos e, na medida do possível, dar sua própria contribuição para o
aperfeiçoamento dos mesmos.
A falta de atenção aos objetivos pode levar a atividades inúteis e mesmo
contraproducentes.
A programação de uma escola consiste na previsão das atividades a
serem realizadas e das inter-relações à serem mantidas para que os objetivos
possam ser alcançados.
O mecanismo administrativo nada mais é que o conjunto de órgãos e
posições existentes na escola, os quais estão dispostos de acordo com certa
hierarquia, são interdependentes, comunicam-se entre si de acordo com
normas preestabelecidas e desempenham funções definidas.
O plano didático é composto de currículos e programas e estabelece as
atividades-fim da escola. Os currículos e programas são,em geral, organizados
de acordo com uma seriação, que acompanha o desenvolvimento dos alunos
em seus vários aspectos (físico, intelectual, emocional, etc.).
Os planos de trabalho são, em certa forma, o mecanismo administrativo
e o plano didático postos em ação. (Revista Científica Eletrônica de Pedagogia
– Publicação Científica da Associação Cultural e Educacional de Garça).
25
O ensino da administração deve acontecer em todos os níveis escolares,
como disciplina universal e básica, como é a geografia, a matemática ou até
mesmo língua pátria. A habilidade administrativa deve ser adquirida da
mesma maneira que a técnica – primeiro na escola e posteriormente no
trabalho. Todos tem necessidade, em maior ou menor grau, de noções
administrativas. Na família, nos negócios, a necessidade da capacidade
administrativa está relacionada com a importância da organização e, para os
indivíduos, esta necessidade torna-se maior à medida que ocupam posição
elevada. O ensino da liderança deve, pois, ser geral: rudimentar nas escolas
primárias, um pouco mais profundo nas secundárias e grandemente
desenvolvido nas superiores. ( Mauro Viana – 1986 – Vol.II – p.44) .
Sendo importante essa prática da liderança desde cedo, é necessário
que os profissionais ligados à área de educação, passem da melhor maneira
possível o que é ser um verdadeiro líder, participem das atividades do
estabelecimento de ensino onde atuam, junto à seus liderados de maneira
ordenada e positiva, fazendo com que haja crescimento conjunto de todos
dentro do proposto ( entre eles, seu crescimento profissional e do próprio
estabelecimento de ensino ).
Seja este profissional de ensino um professor, diretor, coordenador
administrativo ou pedagógico, supervisor, inspetor ou até mesmo faxineiro , sua
participação efetiva no processo educacional vem de encontro ao crescimento
conjunto de uma equipe, muitas vezes coordenada por ele dentro do ambiente
escolar, onde seu exemplo vem de encontro a todo processo de crescimento
dos estudantes presentes naquela escola, seja ele moral , pessoal ou
profissional. Não deve-se esquecer que o maior aprendizado de uma criança
vem da observação daqueles que os lideram, em qualquer nível da
administração que os envolvem. ( Revista Veja – abril 2005 – p.56)
Problemas maiores ainda são encontradas nos Administradores
Escolares que enfeitam seu gabinete de trabalho com sua presença de “chefe”
26
mal sabendo o que se passa ao seu redor. Com certeza, este coordena a
escola de maneira negativa, apenas dando seu parecer quando é procurado
por secretários, professores e até mesmo alunos, tentando sempre colocar a
culpa de sua má administração e consequentemente falta de liderança `a
terceiros .
Estes tipos de “falsos líderes” que deve-se fazer desaparecer de todo o
complexo educativo, desde o mais alto ao mais baixo nível administrativo .
Preocupados com o processo educativo e pessoal de nossos alunos deveria-se
lutar para que a liderança educativa seja mais valorizada e aplicada desde a
casa de cada um deles, auxiliando-se, assim, pais que entregam a educação
de seus próprios filhos apenas à escola, à resgatar seu papel como líder
educador. ( Manuel Lessa – EPB – 2004 – p.2) .
Se este problema fosse sanado, teria-se outros a serem resolvidos como
o papel do professor que apenas exerce seu cargo de maneira fria, vendo em
cada aluno, que deveria ser seu liderado, como mais uma pedaço de seu
salário no final de cada mês.
O problema do desenvolvimento do papel do líder na administração
escolar está muito longe de ser resolvido, porém, não é algo tão difícil de ser
colocado em pauta dentro do estabelecimento que irá administrar. È algo que
precisa vir de dentro de cada um que está recebendo, através deste curso de
Administração Escolar, o maior instrumento para iniciar este papel : “ A
administração de uma escola repleta de pessoas que precisam de um
verdadeiro líder para orientá-las e fazer com que cada momento vivido dentro
dela seja repleto de felicidade e satisfação.” ( Curso de Administração Escolar
– Faculdade Cândido Mendes).
O papel do Administrador Escolar baseia-se em desenvolver o
relacionamento de todos dentro do ambiente escolar, fazendo com que seus
liderados enxerguem que são importantes dentro da escola, para os outros e
para eles mesmos.
27
Na educação, o conceito de competências está ligado a formação de
pessoas, ao desenvolvimento de habilidades e à estimulação de atitudes
( Grant 1975), razão pela qual sua definição é um conjunto de habilidades e
comportamentos dos indivíduos passível de treinamento. O grande problema é
o “entendimento das pessoas”, que torna-se mais viável pelo compartilhamento
de idéias. Os rumos devem ser compartilhados criando-se uma estratégia para
que os resultados esperados e a qualidade sejam alcançados por todos que
participaram do processo de desenvolvimento. Avaliando-se os resultados
pode-se estabelecer novas metas para mudanças administrativas e
comportamentais.
Dentro deste contexto deve-se fazer acontecer, criar um ambiente de
segurança para todos. Com fidelidade e dedicação sobreviverá à essas
mudanças tão importantes dentro de um estabelecimento de ensino, surgindo
novas oportunidades de trocas de idéias entre todos os envolvidos para que o
crescimento continue.
É necessário que haja uma tendência à descentralização conferindo
mais autoridade aos empregados e mais responsabilidade no cumprimento dos
objetivos constantes do plano estratégico global, que deve ser revisto anual ou
bienalmente, fazendo com que seus métodos de desenvolvimento não se
transformem em pesadelo para aqueles que não tem visão, segurança
conceitual e oportunidade para decidir individualmente e em equipe,
integrando-os ao grupo.
Uma escola se organizará à partir do líder que levará seu grupo a ter
ação e opinião através da aceitação de novas idéias que devem ser
implementadas para que tudo pode acontecer da melhor forma possível.
O líder escolar deve acompanhar os acontecimentos conhecendo tudo
que se passa com sua clientela.
28
Uma escola com bons líderes não é somente uma escola de sucesso, é
também uma escola onde se aprende e se generaliza o aprendizado para a
família e para outras instâncias da sociedade. Parte da formação da cidadania
passa por contatos saudáveis com liderança. Professores, padres, diretores de
escola, primeiros chefes e gerentes fazem parte de um processo de influência
que define parte do nosso perfil de liderança. Daí o cuidado e a
responsabilidade de quem forma lideranças.
O sucesso na vida prática, seja qual for o seguimento, envolve aspectos
simultâneos como a habilidade analítica,nossa vontade, nossa persistência,
nossas habilidades sociais, nossa capacidade de envolver e articular pessoas,
e assim por diante. Dessa maneira a avaliação estática não tem muito sentido
e tem pouca correlação com esse sucesso. O administrador deve avaliar cada
aspecto dentro do contexto em que o seu liderado está atuando . ( Aguinaldo
Neri - Gestão de RH por competência e a impregabilidade – SP – 2005 ) .
Enfim , - “o líder deve ter caráter espiritual muito forte e a consciência
de que a liderança não é poder, e sim autoridade conquistada com amor,
dedicação e respeito pelas pessoas. Precisam praticar diariamente as
habilidades da liderança servidora para que elas se tornem um hábito. Basta
se engajar em um processo de melhoria contínua, aceitar feedback de seus
subordinados e estar disposto a assumir os riscos para eliminar a distância
entre o que você é e o que precisa mudar para se tornar um líder realmente
eficaz. Ao trilhar este caminho, é importante não confundir poder com
autoridade. A autoridade inspira as outras pessoas a fazer as coisas com boa
vontade, o poder as obriga. A liderança servidora é um estilo de vida - ela não
é conquistada, mas sim construída com serviço e sacrifício. “ ( Hunter – RJ –
2006 )
Concluí-se então que compartilhar a implantação de liderança dentro
da administração escolar depende de algumas lições:
- Nunca de esqueça de que liderar é servir.
29
- Seja muito exigente com as pessoas que contrata.
- Comemore a “ aceitação “ de um novo contratado em sua equipe e oriente-o
de maneira apropriada.
- Defina o propósito e o significado do trabalho que está fazendo e não deixe
de apregoá-lo sempre que puder.
- Encontre meios de fazer com que o trabalho das pessoas seja mais
desafiador, interessante e satisfatório.
- Remunere as pessoas de uma forma justa.
- Respeite as pessoas.
- Identifique, desenvolva e invista em seus líderes.
- Exija excelência e responsabilidade, especialmente de seus líderes.
- Insista na melhoria contínua.
- Reconheça e recompense as realizações espontaneamente.
- Promova a comunidade.
- Procure as melhores práticas e implemente-as.
- Leve a tomada de decisão até o nível hierárquico mais baixo.
- Treine bem sua equipe e ajude-a a desenvolver novas habilidades.
- Confie em seu pessoal para fazer a coisa certa.
- Seja honesto e exija honestidade total, nas boas coisas e nas más notícias.
- Respeite o equilíbrio entre trabalho e vida particular.
- Faça as pequenas coisas que transformam uma casa num lar.
30
CAPÍTULO V
Você obtém o melhor esforço dos outros
não por acender uma fogueira sob seus pés,
mas por atear um incêndio dentro deles.
Bob Nelson
Importância da administração para a vida da escola
É na escola que a administração deve acontecer com o intuito de uma
melhoria na qualidade de ensino, pois a direção da Unidade Escolar está
diretamente envolvida com a parte pedagógica, com a qualidade de trabalho e
é na eficiência da direção que os profissionais de educação trabalham com
mais qualidade e empenho, contudo a administração tem um papel essencial
na escola, pois segundo Jacques Delors: “a pesquisa e a observação empírica
mostram que um dos principais fatores de eficácia escolar ( se não o principal ),
reside nos órgãos diretivos dos estabelecimentos de ensino.” (2000,p.72).
Em uma escola bem integrada, em seu programa de trabalho, os
funcionários são assíduos e cumprem de boa vontade suas obrigações. Os
professores são entusiasmados e se dedicam às suas tarefas docentes, os
alunos são interessados e revelam bom aproveitamento escolar.
Quando o diretor é dedicado e capaz, ele encontra sempre os meios
para remediar as eventuais deficiências de sua escola.
A boa direção integra-se tão completamente na atividade da escola que
quase não é percebida isoladamente. Muitas vezes, as pessoas que convivem
com um diretor competente admiram-no como pessoa, louvam suas contínuas
31
demonstrações de discernimento, reconhecem com agrado seus traços
positivos de personalidade; mas quanto ao seu trabalho em si, podem não ter
uma percepção clara do que seja. Pode parecer-lhes que a principal função do
diretor é comandar, isto é, fazer com que os outros trabalhem, enquanto ele
mesmo se limita a observar.
Segundo Araújo (2000) : “A tarefa do diretor é articular-se com todos os
membros da equipe escolar, com os alunos, com a comunidade, com as
instâncias superiores para construir e implementar seu projeto pedagógico, o
qual deve abordar o currículo numa perspectiva dinâmica, onde os
conhecimentos se constituam em instrumentos de compreensão e
transformação do cotidiano, e não em meras abstrações.” (p.92).
O diretor da escola exerce uma função bastante complexa, em que se
podem observar pelo menos três aspectos:
1. Diretor como autoridade escolar acontece quando em algumas
ocasiões ele representa a própria escola, ele na verdade, é
responsável por tudo que se passa na escola.
2. Já o diretor como educador, ele desempenha sua função ou decide
alguma coisa, sempre preocupado com o bem estar dos alunos, e
não apenas um administrador em busca de eficiência. Todo
administrador precisa ter dose certa de conhecimento da atividade
técnica realizada pelo grupo sob seu comando, sem que isto
signifique que ele tenha de desempenhá-las pessoalmente.
3. Quando o diretor é administrador, ele assume a liderança para
assegurar a consecução dos objetivos da escola. O planejamento, a
organização do trabalho, a coordenação dos esforços, a avaliação
dos resultados fazem parte do seu dia-a-dia de trabalho
Também compete ao diretor o clima organizacional da escola.
32
A educação é claramente um trabalho de equipe, de que participam não
só professore, mas também o diretor e demais funcionários da escola. È um
trabalho conjunto, que se torna tanto mais produtivo quanto mais a equipe for
capaz de trabalhar entrosadamente. É no clima organizacional do tipo
participativo que o diretor conseguirá influir na participação da equipe que
segundo Brunet: “O processo de tomada de decisão está disseminado por toda
organização (...) .Os professores estão motivados pela participação...”
(1990,p.131).
A responsabilidade do professor com relação à administração da escola
aparece claramente quando ele participa de atividades tais como:
a) Planejamento dos trabalhos escolares;
b) Reuniões para tomada de decisões que afetam a vida da escola;
c) Verificação da aprendizagem e participação em decisões que afetam
o progresso escolar dos alunos;
d) Contato com os pais e demais elementos da comunidade.
É importante que a escola tenha bem definido seus objetivos para o bom
desempenho do pessoal escolar, e que a direção assuma um modelo de
administração participativa e “ ... para ser verdadeiramente democrática, é
preciso que todos os que estão direta ou indiretamente envolvidos ni
processo escolar possam participar das decisões que dizem respeito à
organização e ao funcionamento da escola”. (2000,p.28).
33
CAPÍTULO VI
O amor cura as pessoas...
tanto aquelas que dão
quanto aquelas que recebem.
Dr. Karl Menninger
O diretor como líder na escola e seu papel junto à comunidade
Há pelo menos duas razões fundamentais para que a posição do diretor
de escola não seja meramente a de administrador, mas a de líder: a natureza
peculiares de atividades escolares, que exige um tratamento mais refinado que
o que pode ser observado em outros ambientes de trabalho, e as atribuições
do diretor , que incluem outros aspectos além do simples administrador..
Houve época em que a escola podia fechar-se para a comunidade e,
ainda assim, continuar funcionando com razoável grau de aceitação. Era uma
época em que a escola constituía, na expressão de Anísio Teixeira, um clube
fechado, em que os professores recusavam o diálogo com os pais de alunos,
por entenderem que a presença deles na escola apenas servia pata tumultuar
os trabalhos, sem nada trazer de positivo.
O diretor precisa, pois, estar atento a todas as oportunidades para
melhoria da imagem da escola. Contribuem positivamente para isto :
- desenvolver um programa de melhoria do desempenho escolar. A
primeira condição para que a escola tenha uma boa imagem é a de que seja
realmente uma boa escola, com desempenho acima da média;
34
- descobrir ocasiões especiais, alegres e festivas, para trazer os pais em
visita à escola, evitando que o contato com eles se restrinja aos encontros para
a discussão de problemas com os alunos;
- esclarecer professores e funcionários sobre a importância de tratar com
urbanidade todas as pessoas que procuram a escola. Até mesmo a maneira de
atender ao telefone deve refletir uma atitude de respeito e cordialidade;
- cuidar dos aspectos materiais. A aparência física da escola também faz
parte de sua imagem. Um prédio bem cuidado, limpo, agradável, acolhedor
constitui a primeira impressão que a pessoa tem ao chegar à escola. É claro
que isso não basta, mas deixa de ter um efeito poderoso na imagem da escola.
É importante ressaltar que a rotina tem um efeito paralisante no trabalho
escolar. A escola que se contenta com a realização, ano a ano, dos mesmos
procedimentos, das mesmas práticas, sem qualquer preocupação com seu
aperfeiçoamento, acaba por perder terreno, realizando um trabalho medíocre e
cada vez mais inadequado.
35
CONCLUSÃO
As pessoas devem acreditar no líder e confiar em sua palavra. Esta é a
Primeira Lei da Liderança : “ Se você não acredita no mensageiro, não vai
acreditar na mensagem. “
Peter Drucker acrescenta: “ A exigência final da liderança eficaz é a
conquista da confiança. Se não for assim, não haverá seguidores. E a única
definição de um líder é alguém que tem seguidores.”
Por mais importante que seja, a parte conceitual de nada vale se as
pessoas não confiam na liderança. O inverso é verdadeiro. Depois que as
tropas aceitam o líder, passam a aceitar qualquer missão que ele apresente.
A liderança começa com uma opção, que é feita quando nos alistamos
para líderes. Quando a liderança opta por fazer a coisa certa, dia a dia, hora a
hora, isso acaba se tornando um hábito. Por “fazer a coisa certa” , entenda ser
paciente, gentil, humilde, respeitoso, altruísta, honesto e dedicado. Estes
princípios são auto-explicativos, além de revelarem também as qualidades de
amor, liderança e caráter.
Ao desenvolver uma relação de autoridade (influência) com as pessoas,
ganha-se o direito de ser chamado de líder O maior líder é o maior servidor, o
mais dedicado a atender às necessidades dos outros.
Há muitos grandes líderes servidores por aí. Não apenas na cúpula das
grandes empresas, mas também nos balcões de lanchonetes, nos serviços de
limpeza dos hospitais, preparando o jantar da sua casa.
O esforço para ser um líder servidor é enorme, mas a realidade mostra
que basta determinação para chegar lá. Conhecimento intelectual não é o
36
suficiente tem pouco valor quando não é colocado em prática. A dúvida é só
uma : você está disposto a fazer o esforço?
Percebe-se a importância da administração escolar no desempenho da
escola. Todas as pessoas que fazem parte da escola e tudo que envolve a
escola, seja material ou pessoal: o corpo discente, o corpo docente, os
funcionários em geral, o prédio e os materiais, tem sua importância tanto no
campo filosófico como no campo sociológico. Envolve a agilidade e a
praticidade de como é tratada cada situação e cada pessoa. Observa-se a
importância de como isso tudo tem a ver com a função do diretor na sua vital
importância como líder, o qual deverá promover uma gestão democrática,
numa forma em que todos possam participar das tomadas de decisões e na
participação dos serviços, sem que sua autoridade seja perdida. A direção
deve promover assim um ambiente agradável em que todos têm importância e
ao mesmo tempo sinta-se responsável pelo andamento bem sucedido da
escola.
É um processo longo, mas possível, dependendo de uma gestão
participativa na escola, onde se envolve a comunidade local a que a escola
está inserida e a comunidade interna à escola, num entrave de
responsabilidade e companheirismo entre todos.
37
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ARAÚJO, Almério Melquídes de (org) . Planejamento e gestão da educação
profissional. V.1.São Paulo.Editora C.I. Ltda, 2000
BLANCHARD, Kenneth e JOHNSON, Spencer. “ O Gerente Minuto” . Rio de
Janeiro: Record
BRUCE, Anne. “ Como motivar a sua equipe” . Rio de Janeiro: Record, 2006:
BRUNET, L. ; BRASSARD,A. & CORRIVEAU,L. Lefficacité organizationnelle
des étabissements scolaires au Quebec: le role du climat organizationnel et du
leadership des directions d’école. Montreal: Faculté des sciences de l’e de
l’Université de Montreal,1990
CARUSO, DavidR. E SABORNEY , Peter. Liderança com inteligência
emocional : M. Books Ed : 312 p.
Como se tornar um líder servidor. RJ : Sextante, 2006.
DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir, 4. ed. São Paulo.
UNESCO Cortez,2000.
ELFFERS, Joost e GREENE, Robert. As 48 leis do poder : Rocco, 2000: 458 p
GOLEMAN, Daniel. “ O Papel da Inteligência Emocional “. Campus, 2002 .
HUNTER, James C. O Monge e o Executivo. Rio de Janeiro: Sextante,2004.
JOHNSON, Spencer. “Quem mexeu no meu queijo ? “ .Rio de Janeiro:
Record,1998.
38
LESSA, Manuel Ribeiro. “ Palestra – Desenvolvendo o potencial de liderança”.
Itaici, 2004.
NERI, Aguinaldo (Org). Gestão de RH por competência e a impregabilidade.
São Paulo: Papirus,2005
PARO, Vitor Henrique. Administração Escolar: introdução crítica. 11. ed. São
Paulo: Cortez,2002.
VIANNA, Mauro Pereira. “ Curso de Liderança , comunicação e relações
humanas. Volume I e II – 1986
www.rcgg.ufrgs.br/cap10.htm
39
ANEXOS
Anexo 1
Liderança
Algumas maneiras de liderar sempre pareceram funcionar. Elas se transformaram em minhas oito regras, diz Jack Welch no capítulo de sua obra “Paixão por vencer” publicado por Exame, São Paulo, 27 abr. 2005, p. 26.
São as oito regras de Welch, ex-CEO da GE:
1) Líderes são incansáveis no aperfeiçoamento da equipe – O líder precisa investir em três atividades: a) avaliar as pessoas (para ter as pessoas certas nas funções certas, assim como apoiar e promover quem estar bem colocado e afastar quem não estar); b) treinar as pessoas (para ajudar cada um a melhorar seu desempenho); e c) construir a auto-confiança de sua equipe (o combustível das equipes vencedoras).
2) Líderes fazem todos vivenciarem a visão – O líder deve projetar a visão (missão) para todos, ou seja, a visão deve chegar não somente aos colegas mais próximos, mas também ao pessoal da linha de frente.
3) Líderes emitem energia positiva e otimismo – Um executivo vibrante, com atitudes positivas, de alguma forma acaba liderando uma equipe ou uma empresa repleta de pessoas vibrantes, com atitudes positivas. Já o pessimista crônico, sempre de mau humor e de cara fechada, acaba rodeado por uma tribo de infelizes, e tribos de infelizes têm muita dificuldade para vencer.
4) Líderes conquistam a confiança com transparência – O líder deve demonstrar franqueza, reconhecer os méritos e manter os pés no chão para conquistar a confiança de seu pessoal. Ao tornar-se um líder, você passa a ter a responsabilidade de conseguir o máximo dos outros.
5) Líderes ousam tomar decisões impopulares – A tarefa do líder é ouvir e explicar-se com clareza, mas ir adiante. O líder não é para ganhar concurso de popularidade.
6) Líderes pressionam sua equipe em busca de ação – O líder deve sempre questionar e suas perguntas devem provocar debates e levantar temas para a ação. O especialista deve esforçar-se para dar todas as respostas, mas, quando se é líder, a tarefa é fazer todas as perguntas.
7) Líderes incentivam a tomada de riscos e o aprendizado – O líder, para criar uma cultura propícia à tomada de riscos, deve admitir abertamente seus erros
40
e explicar as lições aprendidas por meio deles. O chefe não é para ser a fonte de todo o conhecimento. Welch, ao descobrir alguma boa prática em outra companhia, “armava o circo” na GE.
8) Líderes celebram – As comemorações criam uma atmosfera de reconhecimento e de energia positiva.
Liderança servidora
Liderança representa a sua capacidade de influenciar pessoas a agir, e pode ser exercida pela autoridade e pelo poder, explica James Hunter, autor de “O monge e o executivo” (São Paulo: Sextante).
A liderança por autoridade significa fazer as pessoas seguir você de livre e espontânea vontade. Quando você usa o poder, você obriga as pessoas a fazerem a sua vontade, por conta de sua posição hierárquica.
Quando usa a autoridade, as pessoas fazem a sua vontade com satisfação, por sua influência pessoal, o único meio de contar com o coração, a mente e o espírito dos profissionais e não apenas com as pernas, braços e mãos. Esse processo passa pelo conceito de espiritualidade e implica reconhecer um significado maior em nossas atividades.
Cabe ao líder servir às pessoas lembrando-as da importância de seu trabalho, ajudando-as a ver sentido nesse trabalho e a desenvolver-se. Quando mais servimos, mais bem-sucedidos somos. O verdadeiro amor, segundo James Hunter, significa espontaneamente servir o outro e ajudá-lo a tornar-se melhor, o grande teste de liderança.
O principal desafio para o líder aprender a amar e a servir é vencer o ego. Várias pessoas ainda preferem servir a elas mesmas. Algumas das empresas mais bem-sucedidas no mercado norte-americano seguem o conceito da liderança servidora. As empresas têm de contar com pessoas engajadas (Você S/A, São Paulo, n. 82, abr. 2005, p. 28).
Elementos da liderança
Os cinco elementos essenciais da liderança, de acordo com Paul Hersey, fundador do “Center for Leadership Studies – CLS”, Califórnia, EUA, são: 1) adotar a responsabilidade para o seu próprio desenvolvimento ou ser assertivo sobre seu próprio crescimento; 2) ter um pensamento bom ou uma meta realista na mente, e essa meta deve ir ao encontro de sua satisfação pessoal e, ao mesmo tempo, das necessidades da empresa; 3) procurar e aceitar a ajuda de um mentor bem sucedido, e esse mentor deve estar disposto a investir em sua pessoa; 4) provar ser merecedor do investimento da empresa em sua
41
pessoa; 5) aprender as habilidades para uma nova posição antes de alguém pedir, ou seja, viabilizar a promoção.
O líder ideal é adaptável, isto é, domina vários estilos para poder exercitá-los na hora certa. O líder ideal é flexível, vale dizer, é capaz de escolher entre estilos diferentes para atender situações adversas. Por fim, o líder ideal torce pelo sucesso dos outros.
O verdadeiro teste de liderança é avaliar o quanto você consegue desenvolver bem as outras pessoas. Você deve aprender as habilidades para conduzir as pessoas a atingir as suas necessidades de desempenho. A liderança pode ser ensinada. A boa liderança não diz respeito somente ao seu desempenho individual, mas principalmente sobre o impacto de seu trabalho sobre os outros (Valor, São Paulo, 02 maio 2005, p. B6).
Pesquisa
Para 67% das pessoas, só é líder quem está em cargo de gerência. Para 31% das pessoas da mesma amostra, líder é qualquer pessoa com influência sobre as demais. Para 2%, os líderes são aos talentos, concluiu amostra realizada pela Fundação Dom Cabral com 242 gestores e 161 empresas. Para 77% das pessoas, a liderança (inata ou não) pode ser desenvolvida. Após a realização de programas para a formação de líderes, 87% das pessoas percebem melhoria na produtividade; 79% no clima organizacional; 74% na redução de custos (Gazeta Mercantil, São Paulo, 09 maio 2005, p. C-8).
Inversão da pirâmide
Possível de ser aprendida e desenvolvida, a liderança é uma habilidade de influenciar pessoas com a finalidade de levá-las a trabalhar entusiasticamente a fim de atingirem objetivos para o bem-comum, interpreta Martus Tavares, secretário de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo, sobre a definição de liderança proposta por James C. Hunter, autor de “O monge e o executivo”. A construção da verdadeira liderança, exercida por meio da autoridade e não por meio do poder, exige desejo de mudar e disciplina para adquirir novos hábitos e habilidades. Os relacionamentos corporativos devem ser vividos numa perspectiva aberta, de amor, de compaixão, de serviço, de doação, de compromisso. Assim como o amor, a liderança é paciência, bondade, humildade, respeito, generosidade, perdão, honestidade e confiança. Esse tipo de liderança assegura o cumprimento da missão organizadora e traz importantes recompensas pessoais, geradas pela alegria de conduzir-se em sintonia com os princípios profundos e permanentes da vida. Hunter inverte a pirâmide caracterizadora do modelo organizacional tradicional e coloca no topo o cliente, seguido pelos associados e empregados, supervisores, gerentes e
42
pelo presidente, conclui Martus Tavares (Valor, São Paulo, 27 out. 2005, p. D6).
Liderança
Um líder completo deve ter oito atitudes, segundo Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna (Você S.A., São Paulo: abril, n. 96, jun. 2006, p. 45):
1) perguntar sobre as providências a serem necessariamente tomadas;
2) buscar as coisas certas para a empresa;
3) ter um plano de ação claro;
4) não fugir das responsabilidades;
5) ser um bom comunicador;
6) ter foco em oportunidades, não em problemas;
7) transformar as reuniões em acontecimentos produtivos;
8) usar o pronome pessoal ´nós´ e evitar o ´eu´.
43
Anexo 2
O gerente minuto em ação
Para se ser um bom gerente minuto é preciso compreender os três segredos do gerente:
1. estabelecer objetivos de um minuto; 2. distribuir elogios de um minuto; 3. fazer repreensões de um minuto.
O emprego dos três segredos no dia-a-dia fará realmente uma diferença onde ela é mais importante: no desempenho
É preciso voltar ao ABC da administração, para colocar os três segredos em pratica:
A de ativadores: são coisas que têm de ser feitas por um gerente,
antes que ele possa esperar que alguém atinja um objetivo. B de bom comportamento: ou bom desempenho é o que a pessoa
diz ou faz. C de conseqüências: ou o que o gerente faz depois que alguém
atinge ou tentar atingir um objetivo.
Há cinco passos a fim de treinar um aprendiz para que se torne um bom executor:
1. Dizer ( o que fazer ) 2. Mostrar ( como fazer ) Em seguida: 3. Deixar a pessoa tentar 4. Observar o desempenho
44
Anexo 3
LIDERANÇA CONTAGIANTE
DICAS PARA LÍDERES - DICAS PARA LÍDERES
Princípios de liderança extraídos do livro O monge e o Executivo.
AS DEFINIÇÕES
• Estar no poder é como ser uma dama. Se tiver que lembrar as
pessoas quem você é, você não é. (p.16)
• O saber coletivo é maior que o saber individual. (p.22)
• Ouvir é uma das habilidades mais importantes que um líder pode
escolher para desenvolver. (p. 23)
• Você gerencia coisas e lidera pessoas. (p. 25)
• O verdadeiro líder é aquele que sabe envolver as pessoas do
pescoço para cima. (p. 25)
• Poder: É a faculdade de coagir alguém a fazer sua vontade, por
causa da sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não fazer. (p.
26)
• Autoridade: A habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa
vontade o que você quer por causa da sua influencia pessoal. (p. 26)
• O poder é definido como uma faculdade, enquanto a autoridade é
definida como uma habilidade. (p. 27)
• A autoridade não pode ser comprada nem vendida, nem dada ou
tomada. (p. 27)
• A inquietação de um empregado é muitas vezes rebelião
disfarçada. (p. 28)
45
• O desafio para o líder é escolher os traços de caráter que
precisam ser trabalhados. (p. 33)
• Liderar é conseguir que as coisas sejam feitas através de
pessoas. (p. 33)
• A chave para a liderança é executar as tarefas enquanto se
constroem relacionamentos. (p. 34)
• Tudo na vida gira em volta de relacionamentos - com Deus,
conosco, com outros. (p. 35)
• Sem pessoas não há negócios. Os lideres verdadeiramente
grandes tem a capacidade de construir relacionamentos saudáveis. (p. 35)
• Se não correspondermos as expectativas de nosso cliente,
alguém o fará. (p. 35)
• Hunter aborda as definições, principalmente traçando a diferença,
através de exemplos, do que seja a liderança e a chefia. O primeiro exemplo
narrado em seu livro acontece quando o sanitário do banheiro apresenta um
problema e Simeão, aquele que de certa forma representava a autoridade para
aqueles que iam passar uma semana no mosteiro e que outrora foi um dos
maiores homens de negócio e referencial para o protagonista da narrativa,
aparece e se ajoelha para consertar o sanitário. Cenas como essas não são
muito comuns em praticamente todas as organizações. Logo em sua
apresentação, Simeão apresenta o seu cartão de visitas dizendo que se sentia
impressionado quando pensava no saber coletivo presente naquela sala e que
estava ansioso para aprender com todos os personagens da historia: Jonh
Daily, Lee, Greg, Teresa, Cris e Kim. Simeão os desafiou a pensar e refletir
sobre a terrível responsabilidade que elas haviam assumido quando optaram
por ser lideres, porque onde se reunirem duas ou mais pessoas com um
propósito, ali haverá uma oportunidade de exercer liderança. Você gerencia
coisas e lidera pessoas, e também muito importante que é saber envolver as
pessoas do pescoço para cima.
46
O VELHO PARADIGMA
• Os maiores prazeres da vida são coisas totalmente grátis. (p. 41)
• Paradigmas ultrapassados podem nos deixar paralisados
enquanto o tempo passa por nos. (p. 43)
• O mundo exterior entra em nossa consciência através dos filtros
de nossos paradigmas. E nossos paradigmas nem sempre estão corretos. (p.
43)
• Não vemos o mundo como ele é, mas como nos somos. (p. 43)
• A mudança nos desentala, nos tira de nossa zona de conforto e
nos força a fazer as coisas de forma diferente, o que é difícil. (p. 44)
• O líder é alguém que identifica e satisfaz as necessidades
legitimas de seus liderados e remove todas as barreiras para que possam
servir ao cliente. (p. 51)
• O líder deve estar mais preocupado com as necessidades de que
com as vontades. (p. 53)
• Hunter define paradigmas como padrões psicológicos, modelos
ou mapas que usamos para navegar na vida. No antigo paradigma a parte de
cima e mais importante da pirâmide organizacional era o presidente, no
penúltimo alicerce estavam os empregados que eram vistos como meros
executores de ordens que poderiam ser facilmente substituídos, e no pé da
pirâmide, no ultimo lugar, estava o cliente que em um esquema militar
representaria o inimigo. Que grande incoerência, se uma organização depende
de seus clientes para sua sobrevivência, já que são eles que consomem os
seus produtos e geram renda para a mesma, como podem estes representar o
inimigo! Outro antigo paradigma é a forma que os empregados eram vistos e
tratados. Sabendo, como foi descrito acima, que o cliente é quem viabiliza a
existência das organizações, deve-se agradar e satisfazer os clientes, agora,
seria impossível agradar os clientes quando os empregados são tratados desta
47
forma porque são eles que no dia-a-dia da organização interagem com os
clientes. Um colaborador/cliente satisfeito influencia positivamente três outras
pessoas, enquanto um colaborador/cliente insatisfeito influencia negativamente
outras oito pessoas. Nada melhor do que empregados satisfeitos para obter
clientes satisfeitos, o que apresenta o novo paradigma. Neste novo paradigma
a pirâmide é invertida e o cliente passa a ser o foco das organizações.
O MODELO
· Quem quiser ser primeiro servidor. Se você quiser liderar, deve servir (p.
57)
· A liderança ser exerce a longo prazo, suportando o teste do tempo, deve
ser construída sobre autoridade. (P. 62)
· A influencia e a liderança são construídas sobre o serviço. (p. 63)
· A liderança que vai perdurar deve ser construída sobre a liderança e a
autoridade. (p.67)
· A autoridade se estabelece ao servir os outros e se sacrificar por eles. (p.
67)
· O serviço que prestamos tem origem na identificação e satisfação
das necessidades legítimas. (p.67)
No capitulo três, se aborda o modelo de liderança, James Hunter
apresenta a liderança de uma forma inusitada, é a liderança servidora, que se
baseia na teoria de que liderar significa servir. Muitas outras vezes havia lido
sobre liderança, mas não discernido metade do que fui capaz através desta
obra. Neste livro a liderança real é discutida desde sua essência e não apenas
os benefícios e status que ela pode proporcionar. A parte mais interessante foi
como o autor expôs de diferentes formas cada faceta da liderança para que
cada um dos diferentes participantes da história pudesse entender. A
diversidade de formas em que a liderança foi descrita é fantástica, as diferentes
48
pessoas usadas como participantes da historia nos permitiram vislumbrar a
essência da liderança de mais de um ponto de vista. Durante a historia me
percebi nos sapatos de praticamente todos os participantes da historia, varias
foram às vezes em que estava pensando em uma pergunta, devido às
respostas sabias do personagem Simeão, e um dos participantes a faria
exatamente da mesma forma que havia pensado, foi como se eu estivesse
sentado em uma daquelas cadeiras naquele mosteiro beneditino.
O VERBO
• Disciplina vem da mesma raiz que discípulo que significa ensinar
e treinar. (p.80)
• O objetivo de qualquer ação disciplinar deve ser corrigir ou mudar
o comportamento. (p.80)
• Uma das principais tarefas do amor é prestar atenção nas
pessoas. (p.83)
• Humildade – ser autentico, sem preensão, orgulho ou arrogância.
(p.86)
• Amar não é como você se sente em relação aos outros, mas
como se comporta em relação aos outros. (p.95)
• Sentimentos vêm e vão, mas o compromisso é o que sustenta.
(p.95)
Uma das maiores lições retiradas do livro esta descrita no quarto
capitulo: é importante tratar outros seres humanos exatamente como você
gostaria que eles o tratassem, segundo Simeão essa é uma das premissas
para poder executar a liderança. Esta que considero uma importante lição, e
que se duvidar é algo novo para alguns, é um ensinamento que tem mais de
dois mil anos, para ser mais preciso tem dois mil e cinco anos, já que ela parte
de Jesus Cristo que nos disse “amai-vos uns aos outros como eu os amei”.
James Hunter disse em entrevista a revista Você S/A, que é preciso amar o
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colega de trabalho e que os novos líderes devem buscar inspiração num
homem que não tinha poder nenhum, não fez MBA, nunca assistiu a uma
palestra de Tom Peters nem sequer pisou numa empresa. “O maior líder de
todos os tempos foi Jesus Cristo”, afirma o autor.
Trançando um paralelo com Jesus, nos capítulos um e dois que falam sobre as
definições, nos chamou muita atenção como os participantes e Simeão
definiram a liderança, a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem
entusiasticamente visando atingir os objetivos identificados como sendo para o
bem comum. James Hunter mais uma vez cita o líder de todos os tempos, nos
dizendo que em matéria de influenciar pessoas Jesus Cristo era imbatível.
“Ninguém pode negar que esse homem exerceu um grande influencia no
planeta. Não é um ponto de vista religioso. É um fato”. Muita coisa pode ser
tirada desta definição. Simeão definiu liderança como sendo uma habilidade,
ou seja, uma capacidade adquirida.
• A ESCOLHA
No sexto capitulo Hunter trata das escolhas, para se tornar esse novo líder
nos temos fazer uma escolha. Ele afirma que existem duas coisas na vida das
quais não podemos escapar, a primeira é a morte e a segunda são as
escolhas. Entre as principais escolhas está servir, amar e quebrar paradigmas.
Sobre este assunto Simeão afirma que novas idéias e maneiras de fazer as
coisas estão sempre sendo desafiadas, e até rotulados como heréticas, coisas
do diabo, comunistas. Desafiar os velhos caminhos requer uma escolha e
muito esforço, mas acomodar-se nos paradigmas ultrapassados, também. O
mundo esta mudando tão rapidamente que podemos ficar paralisados se não
desafiarmos nossas crenças e paradigmas. As pessoas têm medo de mudar e
de desafiar antigos paradigmas por duas razoes: a primeira, como esta descrita
no livro, tira as pessoas de sua zona de conforto e as força a fazer as coisas de
modo diferente, o que é difícil, a segunda é que a pessoa tem medo do
novo/desconhecido, as pessoas rejeitam e repelem qualquer coisa que não
conhecem ou que seja aparentemente estranha.
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As lições passadas por Hunter através dos personagens transcendem o
ambiente organizacional, elas podem e devem ser aplicadas em muitas outras
áreas da vida. No desenvolver da historia pudemos acompanhar como John
Daily se deu conta de como estava aplicando sua liderança não somente na
vida profissional, mas também na vida familiar/pessoal. Todos os personagens
que participaram do retiro no mosteiro puderam ver como se vive todos os
conceitos ensinados, aplicados na pratica por Simeão, que antes como Len
Hoffman, representava tudo aquilo que os participantes buscavam alcançar na
vida. Já na primeira interação entre John Daily e Simeão, pudemos notar quais
os valores que ele realmente sustentava. No decorrer da historia Hunter
trabalhou exaustivamente pontos como: OUVIR SEM JULGAR, antes de dar
conselhos ou fazer pré-julgamentos, é preciso ouvir com atenção as
preocupações e necessidades das pessoas com quem trabalha. Unir-se a elas
na busca de soluções, portanto, é fundamental. SER AUTENTICO, devem-se
admitir abertamente seus pontos fracos e suas limitações. Quando o líder tem
essa postura a respeito de sua própria vulnerabilidade, as pessoas aprendem a
confiar nele e a respeitá-lo como uma pessoa verdadeira e coerente. TER
SENSO DE COMUNIDADE, hoje, faz bem criar na equipe um clima de
companheirismo e amizade, como se todos pertencessem a uma família em
que se partilham as emoções, tristezas e alegrias, preocupações e vitórias,
intercalando as exigências do trabalho com momentos de comemoração e
lazer. A época do gelo profissional, em que as pessoas eram tratadas à
distância, já passou. PARTILHAR PODER, mais do que delegar funções, o
líder deve dividir com a equipe o poder de ter iniciativa e tomar decisões,
mesmo com o risco de vê-la cometer alguns equívocos. VALORIZAR O
DESENVOLVIMENTO DAS PESSOAS, cada integrante da equipe tem um
valor próprio, uma experiência própria e um potencial próprio a ser
desenvolvido, tanto no sentido pessoal quanto profissional. O investimento
nesse potencial humano é um compromisso do líder. Quando as pessoas
crescem, a empresa cresce junto com elas. È importante ressaltar que Simeão
não era o detentor de todo o conhecimento, até porque se ele fosse, o livro e
os pontos apresentados acima entrariam em seria contradição. Ao meu
entender o personagem Simeão era o facilitador do conhecimento as definições
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como a de liderança, poder e autoridade foram todas formuladas pela equipe.
Em muitas ocasiões pude ver Simeão dizendo, “eu não poderia ter feto melhor,
estou surpreso”,
Acredito que os ensinamentos do livro poderiam ser aplicados na vida
profissional, pessoal e familiar e é interessante como Hunter também, de forma
implícita, mostra que os conceitos estão presentes e deve também ser aplicado
nos principais seguimentos da sociedade, o que fica evidente quando nos
observamos os diferentes seguimentos sociais representados pelos
participantes: Sargento – Forças Armadas, Professora – Educação, Pastor –
Religião, Enfermeira – Saúde, John Daily – Família.
Não nos resta duvidas da postura que queremos tomar em nossas vidas,
concordamos com a tendência servidora, inspirados em líderes natos, que já
fizeram a sua parte e até hoje conduzem milhares de pessoas no mundo. Entre
eles podemos especialmente citar Jesus. Esse líder soube servir, inspirar e
deixou sua história como exemplo de amor ao próximo e sucesso. Com tudo
isso, uma coisa é certa: vale a pena tentar!
A título de curiosidade fica registrada a nossa crítica a tradução do nome
do livro para o português. O nome original dado pelo autor em inglês captura
muito mais a essência do livro, pois se chama The Servant, traduzindo O
servo.
Philipe Câmara
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ÍNDICE
Anexo 1 39 Anexo 2 43 Anexo 3 44
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FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da instituição : Instituto A Vez do Mestre Título da monografia: O papel do líder na administração escolar Autora : Marta Sanchez Bragagnolo Data da entrega: Conceito: