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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ATUAÇÃO
DO PSICOPEDAGOGO
Por: Isabel Pifano Mello Lima
Orientador
Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho
Rio de Janeiro
2015
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ATUAÇÃO
DO PSICOPEDAGOGO
Apresentação de monografia ao instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para orientação do grau de
especialidade em Psicopedagogia
Por Isabel Pifano Mello Lima
3
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais e irmãos que
acompanharam a minha luta e
sabiam o quanto eu sonhava em ser
professora e buscava enriquecer os
meus conhecimentos para ser uma
pessoa melhor.
Ao meu marido que sempre apoiava
a minha caminhada e ao meu filho
que ainda que tão pequeno me
ajudava a ter força para seguir em
frente em busca dos meus objetivos.
4
DEDICATÓRIA
À Deus, aos meus pais, marido e
filho, pelo amor, paciência,
ensinamentos, apoio incondicional
em todos os momentos da minha
vida e por vibrarem com as minhas
conquistas.
5
RESUMO
Esta pesquisa tem por objetivo abordar a aprendizagem na visão do
aluno e na perspectiva do professor. Apresentam-se algumas definições de
aprendizagem relacionando-se com as mesmas causas do fracasso escolar.
Entendendo em que momento a dificuldade de aprendizagem faz parte do
processo pela falta de maturidade ou quando tem algum distúrbio neurológico
que impede o envolvimento causando defasagens. Nesse momento há
necessidade da presença de outro profissional dentro da sala de aula para dar
o suporte necessário ao aluno que apresentou dificuldade de aprendizagem.
Para a metodologia de trabalho utilizou-se a abordagem enfocando a pesquisa
bibliográfica.
Palavras-chaves: dificuldade de aprendizagem, psicopedagogia,
fracasso escolar.
6
METODOLOGIA
O trabalho foi elaborado através de pesquisa de livros e revistas.
Baseado em acontecimentos dentro da sala de aula. Inicialmente foi feito um
estudo sobre trabalhos que falavam sobre a dificuldade de aprendizagem para
colher dados importantes e acrescentá-los a esta pesquisa.
O tema em questão deixa muitos profissionais intrigados em entender o
que acontece com o aluno que não assimila a matéria dada pelo professor. Em
alguns casos mesmo utilizando recursos audiovisuais, jogos e brincadeiras que
facilitam a percepção dos conteúdos e tornam as aulas dinâmicas e
interessantes, ainda têm alunos que não atingem o objetivo da classe. É
importante observar qual é o motivo do baixo rendimento. Pode ser o
comportamento, a dificuldade de aprendizagem ou até mesmo algum distúrbio
neurológico. O professor tem contato direto com esse aluno, para observá-lo e
buscar meios para solucionar através de exames e dependendo do caso, pedir
a ajuda de um psicopedagogo para atuar junto ao aluno dando o suporte
necessário para que essa aprendizagem ocorra de forma adequada.
Após um estudo foi observado que o baixo rendimento depende de
várias situações dentro de sala de aula. Na diversidade de comportamentos
que as crianças com dificuldade de aprendizagem apresentam, surgem
inúmeros problemas que se vinculam e comprometem o seu desempenho.
Segundo Fonseca (1995), esses problemas podem ser cognitivos, perceptivos,
emocionais, psicolinguísticos, psicomotores, de atenção, de memória – que, de
forma interligada, tendem a gerar os problemas de comportamento tão
frequentes em crianças com dificuldades de aprendizagem.
Estudos comprovam que as crianças com dificuldade de aprendizagem
possuem bom potencial intelectual apesar de manifestarem problemas em
algumas aquisições cognitivas, o que diferencia seus estilos e ritmos de
aprendizagem, e que exigem diferentes recursos e estratégias pedagógicas
que atendam às suas necessidades específicas.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Apredizagem 10
CAPÍTULO II - Atrasos Maturativos e as Dificuldades de Aprendizagem 14
CAPÍTULO III – Atuação do Psicopedagogo 17
CONCLUSÃO 25
BIBLIOGRAFIA 29
ÍNDICE 30
8
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por objetivo entender o que acontece com o aluno que
não aprende o conteúdo.
Descobrir o motivo não é fácil, por isso o professor deve observar o
aluno e buscar meios para suprir suas dificuldades. Quando não consegue,
deve buscar ajuda de outro profissional para direcionar o atendimento a uma
avaliação, se for o caso. A falta de interesse pode estar ligada a várias
situações como: indisciplina, dificuldade de concentração ou distúrbio
neurológico.
A sala de aula deve ser um espaço onde a troca de informações
possibilita um diálogo com os acontecimentos para que as hipóteses dos
alunos sejam construídas, ocorrendo um processo de autoconstrução. Alguns
estudiosos acreditam que o aprender é muito complexo, por isso é importante
uma reflexão sobre como guardamos coisas e as utilizamos em situações
diferentes. Percebemos como devemos agir em determinadas situações. De
acordo com Martí (1995), pensar sobre como aprendemos, que estratégias
utilizamos para aprender determinadas coisas, ou como utilizamos uma
situação em outra diferente.
Com o passar dos anos tem surgido uma preocupação constante ao
aprender a lidar com o novo, com o erro, com a dificuldade de transformar
informação em conhecimento.
A escola tem sua função social, deverá trabalhar nas crianças as
competências e habilidades de acordo com as necessidades do grupo em que
estão inseridas.
Os profissionais da escola têm buscado estratégias de ação para atuar
dentro de sala sabendo como os alunos chegam e o que será necessário para
que essa aprendizagem ocorra e pensando também nas dificuldades
apresentadas pelos alunos.
A sociedade atual tem oferecido diversos materiais que prendem a
atenção das crianças e tornam o brincar menos agitado, com isso as atenções
estão voltadas aos brinquedos eletrônicos e outros aspectos corporais
9
deixaram de ser trabalhados causando uma epidemia de falta de coordenação
motora grossa que são verificados o uso de grupos de músculos maiores e o
desenvolvimento de habilidades como correr, chutar, pular, subir e descer
escadas, que podem ser desenvolvidas a partir de exercícios. Já a mente,
trabalha sozinha nesse momento e não em conjunto ao corpo. Há estudos que
falam sobre o assunto e como as crianças têm a autoestima baixa por causa
disso.
Para Guerra (2001) crianças com dificuldades de aprendizagem não são
deficientes, não são incapazes apenas demonstram dificuldades para
aprender. Incapacidades de aprendizagem não devem ser confundidas com
dificuldades de aprendizagem. Mussem (1997) define aprendizagem como
mudança de comportamento ou desempenho em resultado de experiência.
Para que ocorra a aprendizagem de maneira satisfatória deve-se ter motivação
(necessidade ou desejo de aprendê-la) e um reforço (recompensa). Nem
sempre na aprendizagem são necessários a motivação e o reforço, ou seja,
por meio de identificação com o outro, como por exemplo, quando uma crinaça
se identifica com o professor, adquire características, pensamentos e
sentimentos dele, tendo como referência o comportamento da pessoa que está
proxima dela.
10
CAPÍTULO I
APRENDIZAGEM
O CONCEITO
A aprendizagem transforma o comportamento através da
experimentação seja no lado emocional, relacional ou neurológico. E o papel
do professor é mediar o conhecimento interagindo para promover mudanças
no pensamento do aluno. Quando há uma troca de informações entre eles a
aprendizagem torna-se significativa. Muitos educadores têm obtido melhores
resultados em suas aulas por meio da aproximação. Para Demo, o objetivo do
professor é formar o sujeito capaz de ter história própria, e não história
copiada, reproduzida, na sombra dos outros, parasitária. Uma história que
permita ao sujeito participar da sociedade. Albert Einstein acredita que “a
mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.”
Aprender não é nada fácil, exige um esforço de quem está disposto a
enfrentar os desafios através da busca e envolvimento naquilo que se deseja
alcançar. O estudante necessita utilizar seus conhecimentos prévios para
adquirir novos. Ancorados neles, as possibilidades aumentam e facilitam a
aquisição, tornando a aprendizagem satisfatória. Para ter êxito deve se levar
em consideração que cada aprendiz aprende de forma diferenciada, pois as
habilidades e competências individuais precisam ser respeitadas, valorizadas e
estimuladas através da experimentação. Para Piaget, a principal meta da
educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não
simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam
criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar
mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a
elas se propõe.
Foi realizado um estudo há muito tempo que comprova que
epistemologicamente, aprendemos de maneiras diferentes. Não é possível crer
que todos aprendem da mesma forma, por isso as estratégias didáticas devem
respeitar a classe, independente do nível de ensino ou faixa etária.
11
Deparamo-nos com a geração conhecida como “geração Y” que são os
nascidos na década de 80 até meados dos anos 90. Nela as pessoas não
precisaram aprender a mexer com os aparelhos eletrônicos. A geração da
atualidade exige uma mudança nos processos de ensino e aprendizagem. O
trabalho realizado sofre influências para que a proposta de trabalho possa
atingir a todos os alunos de acordo com as suas especificidades. Em alguns
casos é valido dividir a turma para trabalhar em equipes, trios ou em duplas,
favorecendo a ampliação dos seus vocabulários por meio da troca de
informações. Uma conversa informal em sala de aula contribui para o aluno
organizar seu pensamento e expor suas ideias, isso o torna mais comunicativo
e confiante para se posicionar diante dos desafios que surgirem.
Cabe ao professor observar o grupo em que está realizando o trabalho,
percebendo quais são os desafios e quais serão as medidas a serem tomadas
para sanar as necessidades de cada aluno. Elaborar estratégias para atingir os
que não conseguem assimilar o conhecimento faz parte da rotina diária do
professor. Por isso, o planejamento deve ser flexível a mudanças.
Ensinar requer muitas vezes paciência para uma relação saudável com
afeto e muita compreensão. Não é simplesmente “lançar” conteúdos na cabeça
do aluno e sim, fazê-lo participar, interagindo com as sensações daquele
momento. Trabalhando a inteligência para que haja mudança no indivíduo.
Uma boa definição de inteligência é “a habilidade de se adaptar efetivamente
ao ambiente, seja fazendo uma mudança em nós mesmos, ou mudando o
ambiente ou achando um novo ambiente”. (Enciclopédia Britânica)
O objetivo do professor é encorajar ao máximo a aprendizagem e a
independência dos alunos, afinal o corpo docente é a alma de qualquer
instituição de ensino. “Por mais que se invista em equipamentos, em
laboratórios e outras estruturas físicas – sem negar a importância de todo esse
instrumental –, tudo isso não configura mais do que aspectos materiais se
comparados ao papel e à importância do professor” (CHALITA, 2001, p. 161).
Não podemos esquecer que a família também é fundamental no
processo da aprendizagem. Sem ela, o aluno não consegue ter estímulo
suficiente para ter compromisso e dedicação. A família é responsável por
12
contribuir para um bom desempenho do aluno nas tarefas escolares. A inter-
relação familiar e a relação professor-aluno devem caminhar juntas, pois uma
depende da outra. Por isso a escola abriu um espaço para as reuniões
familiares com o objetivo de aproximar os responsáveis e fazê-los perceber o
quanto são importantes nessa aprendizagem. Muitos pais não conseguem
estar presentes porque trabalham bastante pensando em suprir as
necessidades básicas e transmitem a responsabilidade deles à terceiros. Eles
não podem esquecer que a criança tem suas necessidades básicas físicas,
mas também emocional e afetiva que complementam esse convívio familiar. A
carência chega para prejudicar a atenção e concentração no funcionamento
diário e ocorre uma defasagem com este aluno o que prejudica e atrasa sua
aprendizagem. Muitas das vezes a pessoa que vai orientar o dever de casa,
por exemplo, não tem estudo suficiente para tal responsabilidade.
A família é a base da sociedade, ela é responsável pelo
amadurecimento emocional e o desenvolvimento do caráter das pessoas. O
convívio promove transformações para lidar com os padrões da sociedade em
que vive.
O ambiente favorável facilita a adequação diante da aprendizagem, pois
a criança precisa de reorganizar-se para que haja evolução pessoal, por isso é
importante estar em grupos porque o processo é constante. A relação materna
e paterna sendo estável ajuda a criança a ter segurança para lidar com as
situações do cotidiano e evita um comportamento antissocial.
Educar não é uma tarefa fácil como parece, vai além da sustentação
básica. Muitas das vezes a criança manifesta dificuldade de participar das
atividades escolares por não sentir-se bem naquele momento. É aí que surge a
dificuldade de aprendizagem, pois na escola a cobrança é diária e quando a
família deixa de ser parceira, ocorrem defasagens com esse aluno. Segundo
Oliveira, os sistemas extrafamiliares passaram, dessa forma, a influenciar
significativamente a vida do ser humano, pois as crianças permanecem um
bom tempo de suas vidas na escola. Em contrapartida, a família passou a
exigir mais qualidade e competência da instituição educacional na formação de
seus filhos para a complexidade da vida, o que acabou gerando fronteiras
13
tênues, frágeis e às vezes bastante rígidas entre esses dois sistemas. Dessa
forma, a relação saudável entre família e escola é de fundamental importância
para evitar que o educando seja prejudicado. (OLIVEIRA, 2009).
A educação exige comprometimento tanto da família quanto dos
professores. Essa parceria deve ser constante em função do sucesso escolar
do filho, do aluno. Quando há disponibilidade familiar tudo se encaminha na
forma normal da vida. É claro que não existe uma fórmula perfeita e que
garante êxito, mas o mais importante é cada um fazer a sua parte diante dessa
criança. Assim ela já começa entendendo e valorizando o que lhe é oferecido.
14
CAPÍTULO II
ATRASOS MATURATIVOS E AS DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM
Nos dias atuais muitos estudiosos têm buscado respostas sobre em que
momento surge a dificuldade de aprendizagem que está ligada a vários fatores
a serem observados e analisados.
Em casa, a criança recebe estímulos importantes para o seu
crescimento o que facilitará sua aprendizagem escolar. Quando isso não
acontece, ou quando ela já tem certa limitação, os responsáveis devem
procurar a ajuda de neuropediatra para uma avaliação. Pode ser que essa
dificuldade esteja ligada à maturidade ainda não alcançada, ou até o
surgimento de aspectos importantes para aprendizagem que não estão se
desenvolvendo.
Nesse caso, ao entrar para o Colégio são observados os aspectos
importantes para o desenvolvimento. A aprendizagem é um processo
neuropsicomotor (que reúne os aspectos neurológicos, psíquicos e motores),
existe uma relação entre os atrasos maturativos e a dificuldade de
aprendizagem. Por isso, os psicopedagogos surgiram para dar o suporte
necessário a esses alunos, entendendo as suas especificidades e respeitando
os seus limites. É importante uma avaliação psicopedagógica também
complementando a neuropediatra e juntas, elas conseguem abordar essa
questão, esclarecendo a melhor abordagem para realizar um trabalho efetivo
com esse aluno. Romero destaca que as funções psicológicas em atraso
podem dizer respeito ao desenvolvimento perceptivo e psicomotor, ao de
processos psicolinguísticos, da atenção, do funcionamento da memória -
havendo sempre uma incidência negativa sobre as aprendizagens escolares.
Por exemplo, os atrasos no desenvolvimento perceptivo e psicomotor afetam
funções como percepções e discriminações espaciais, coordenação (tanto a
dinâmica geral, quanto a visomotora), motricidades ampla, fina, bucofacial e
ocular - o que incide diretamente sobre a aprendizagem da leitura e da escrita,
15
não deixando de afetar outras aprendizagens, como a da matemática. Da
mesma forma, a atenção é requisito imprescindível para aprender.
Ao professor, cabe observar a turma para elaborar estratégias
aperfeiçoando seu trabalho, permitindo que a relação entre ele e os alunos
seja de proximidade e que facilite a sua percepção da dificuldade de
aprendizagem. O ambiente da sala de aula deve favorecer a disponibilidade
dos alunos com o objetivo de revelar alguns aspectos implícitos a serem
trabalhados. De acordo com Arribas (2004), baseado em Bassedas (1984), os
modelos dos aspectos a observar nas crianças incluem aspectos relacionais e
de autocontrole do aluno, a psicomotricidade, o jogo, o conjunto de situações
em que o aluno utiliza a língua, seja para a compreensão ou expressão, os
aspectos lógico-matemáticos e as experiências de todos os níveis (artísticas,
de linguagem, atitudinais ou procedimentais). Conforme a criança adquire
conhecimento, torna-se melhor a sua capacidade de aprender os conteúdos e
se adaptar ao currículo escolar.
Segundo (POZO, 2002), a aprendizagem pode ser dividida em três
partes. Em primeiro lugar, o resultado, que é o produto final desse conteúdo
aplicado; Em segundo, como se dá o processo, como foi realizado o trabalho
mental, que mecanismos cognitivos foram utilizados na aprendizagem; Em
terceiro, quais são as condições dessa aprendizagem, ou seja, os materiais
para trabalhar o conteúdo na prática.
As dificuldades devem ser avaliadas através da comprovação de fatores
analisados pelo professor. De acordo com Zabalza (1987), há uma
diferenciação na aprendizagem entre o contexto e o objetivo a ser avaliado,
pois os métodos e critérios de avaliação devem ser coerentes para que o
resultado tenha um propósito definido.
Podemos falar na abordagem construtivista para compreender as
dificuldades de aprendizagem, entender como acontece o desenvolvimento da
criança e a aprendizagem do aluno. Para Perraudeau (2009), quando a
abordagem realiza-se através da interação entre o sujeito aprendente e o
objeto do saber, entende-se que o mais interessante é a construção dos
16
procedimentos e estratégias para trabalhar as particularidades de acordo com
o contexto.
O construtivismo traz em seu conceito que o saber não está concluído, e
sim, em um processo de constante construção e criação. Entende-se que o
sujeito é capaz de construir seu conhecimento através da interação com a
realidade em que está inserido, segundo com o construtivismo piagetiano. A
construção do saber não necessita apenas de uma vivência para que a mente,
a consciência e o pensamento estejam formados, mas o conjunto de ações
torna o indivíduo mais pensante. Esse método parte do pressuposto de que a
criança quando está na alfabetização passa pelo processo sabendo como
funcionam os mecanismos de escrita, antes mesmo de estar alfabetizado.
De acordo com Perraudeau (2009), existem algumas estratégias de
ensino para orientar o professor a trabalhar com o aluno alguns procedimentos
básicos como:
1. Auxiliar o aluno ao realizar suas tarefas diversas;
2. Trabalhar as regras e combinados de forma que o aluno tenha
capacidade de realizar suas tarefas com autonomia. Inclui também o
direcionamento correto do trabalho em grupo e a interdisciplinaridade;
3. Avaliar o aluno não apenas na prova, mas também através da
observação de sua participação e envolvimento em sala para saber suas
competências disciplinares.
4. Diversificar as abordagens para que haja participação do aluno nas
abordagens interdisciplinares.
Analisando as observações acima, entendemos que o planejamento deve
ser flexível a mudanças com o objetivo de garantir o sucesso escolar. O
professor deve introduzir o conhecimento estimulando os alunos com
atividades variadas mediando de forma lúdica os conceitos.
17
"A aprendizagem significativa ocorre quando a tarefa de
aprendizagem implica relacionar, de forma não arbitrária
e substantiva (não literal), uma nova informação a outras
com as quais o aluno já esteja familiarizado e quando o
aluno adota uma estratégia correspondente para assim
proceder". (AUSUBEL apud MONIZ DOS SANTOS, 1980,
p.23.)
Ao propor uma atividade o professor deve levar em consideração a
construção racional de novas estruturas conceituais, pois a prática pedagógica
precisa estar amparada nos conhecimentos já adquiridos pelo aluno e assim,
formados novos conceitos e inovas ideias que façam sentido nessa
aprendizagem.
Ausubel acredita que a aprendizagem ocorre por meio de um conceito já
existente, mas que agrega uma nova informação tornando a assimilação
incorporada. Independente da idade em que os alunos se deparam nas
diversas situações.
Em sua teoria, ele acredita que existem duas vertentes em relação a
aprendizagem: representada pela aprendizagem significativa e aprendizagem
mecânica ou aprendizagem por recepção e por descoberta. Ambas são vistas
como possibilidades. A primeira quer dizer como uma nova informação é
agregada aquilo que já aprendido pelo aluno e a segunda é como se processa
a nova informação.
Ocorre a aprendizagem quando o aluno é capaz de fazer uma ponte da
nova informação a algum conceito já existente. O que faz significado é quando
ele consegue relacionar sua aprendizagem estruturando o conhecimento
tornando a assimilação relevante para sua vida.
Temos a aprendizagem mecânica que é aprendida, mas não há uma
relação com uma nova informação. Não é internalizada porque o aluno tem
18
dificuldade de fazer uma ponte entre a informação e o conceito já existente na
estrutura cognitiva.
Vale ressaltar que a aprendizagem pode ser mecânica e/ou significativa,
ou seja, pode ser que uma ocorre simultaneamente, pois para aprender
também é preciso memorizar. Por exemplo, ao gravar o número do telefone da
casa, o indivíduo memoriza-os e tem sentido pra ele. Ou memorizar o nome
das pessoas da família, tem significado também.
Para o autor, existe a aprendizagem por recepção ou descoberta que
podemos entender que representa a abordagem que a escola utiliza para
ensinar os seus alunos. Seria o método utilizado para que os alunos
conseguissem assimilar os conteúdos isso depende da instituição em que
estão inseridos.
Abaixo vamos observar um quadro que representa as vertentes que
diferenciam a aprendizagem adaptado de Ausubel:
(Quadro 2.1: Adaptado de Ausubel, in; Novak, 1990:81.)
19
Ao observar a linha horizontal podemos perceber a relação entre a
Aprendizagem Receptiva e Aprendizagem por Descoberta. Dependendo de
como o educador trabalha o conceito essa aprendizagem aproxima-se para um
lado ou para outro indicado na seta.
A outra linha, a vertical está relacionada à Aprendizagem Significativa ou
a Aprendizagem Mecânica. Para saber qual é o lado em que essa
aprendizagem está, basta observar o trabalho realizado e como o aluno
recebeu essa nova informação.
Tendo como referência o quadro acima, para conseguirmos chegar a
um bom ensino nas escolas, o ideal seria que o trabalho em sala de aula
tivesse como objetivo a aprendizagem por descoberta e a aprendizagem
significativa, tornando as aulas mais lúdicas e interessantes.
A prática pedagógica não tem uma fórmula correta, mas cada escola
tem a sua forma de trabalho que deve ser modificada de acordo com a
necessidade. Segundo Skinner: “Não considere nenhuma prática como
imutável. Mude e esteja disposto a mudar novamente. Não aceite verdade
eterna. Experimente”.
20
CAPÍTULO III
ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO
A psicopedagogia tem como objetivo atuar com o aprender na teoria e
na prática tornando a aprendizagem prazerosa considerando as dimensões
objetivas e subjetivas desse processo. Utilizando técnicas e métodos próprios,
o psicopedagogo possibilita uma intervenção psicopedagógica com o objetivo
de solucionar os problemas de aprendizagem dentro do espaço escolar.
Contando com o apoio da equipe escolar, tornando o ambiente favorável para
esse trabalho adequado de forma a evitar comprometimentos. Investiga qual a
metodologia e/ou a forma de intervenção com o objetivo de facilitar e/ou
desobstruir tal processo.
A formação do psicopedagogo irá contribuir para que a criança seja
percebida por um olhar capaz de atender as expectativas do Colégio, da
família e do aluno. Contando com a parceria e o entrosamento de cada um
deles. Para Solé (2000), essa intervenção deve ocorrer dentro do espaço em
que o aluno vivência as atividades e as pessoas que o cercam no seu cotidiano
fazendo parte do contexto sócio - educacional em que estão inseridos.
A aprendizagem é um processo relacionado ao desenvolvimento
psicomotor que responde a fatores maturativos orgânicos no desenvolvimento
humano. Um processo contínuo e permanente que está presente em todas as
etapas do desenvolvimento. A aprendizagem se dá através de trocas do sujeito
com o meio em que ele se encontra. Segundo Fernández (1991), a
aprendizagem perpassa a aprendizagem escolar. O indivíduo constrói o
conhecimento através da vivência e do contato com outras culturas ocorrendo
estimulação para sua vida.
A aprendizagem, quando o aluno não consegue acompanhar a aula o
professor é encaminhado a uma avaliação de um neuropediatra. De acordo
com os resultados, o aluno terá o apoio do profissional adequado. No caso da
21
dificuldade de aprendizagem, ao longo observações feitas pelo professor,
alguns alunos necessitam apenas de um acompanhamento individualizado em
sala.
O professor tem a função de mediar o conhecimento aos alunos
fazendo-os participar ativamente das aulas. De acordo com Perraudeau (2009)
o processo de aprendizagem do aluno depende de como o professor vai
abordar um determinado assunto, baseado nas competências éticas, didáticas,
organizacionais e sociais, referentes ao domínio do conteúdo, a administração
do tempo e das condições estruturais curriculares e do envolvimento também
das famílias nessa aprendizagem.
A turma depende do envolvimento do educador para alcançar o objetivo
no final do ano, como por exemplo, as estratégias utilizadas e a postura dele.
Interagir com o aluno em uma relação de aprendizado mútuo, respeitando suas
qualidades, seus defeitos, bem como conhecendo melhor a si mesmo e aos
alunos, pode ser um diferencial nesse processo. A família também tem
importância nas tarefas de casa, nos passeios com o objetivo de expandir o
conhecimento do filho, e principalmente do foco de interesse do aluno nos
conteúdos ensinados em sala. Quando esse aluno não tem interesse torna a
aprendizagem uma coisa mecânica e sem sentido, pois não vai adiantar a
escola pedir o apoio da família, elaborar novas estratégias para alcançar esse
aluno especificamente. Se ele não tiver interesse ou se ele realmente não
conseguir prestar atenção às aulas. Perraudeau (2009) declara os que
componentes cognitivos de comportamento, o componente relacional e o
componente didático como relevantes para a prática pedagógica. Envolvem o
trabalho com comunicação, a flexibilidade no trato do conteúdo, a
impulsividade ou dependência em relação aos alunos e as escolhas
metodológicas adequadas para o ensino.
As dificuldades de aprendizagem devem ser abordadas de modo que o
educador consiga refletir sobre quais estratégias serão utilizadas para
contemplar as particularidades de cada aluno que necessita de um apoio
pedagógico.
22
O Colégio tem a obrigação de oferecer aos profissionais da educação
um apoio através de cursos, palestras e eventos que os orientem a como lidar
com essas situações em sala de aula. O objetivo é torná-los mais competentes
e preparados diante dos “problemas” que surgirem. Para os pais que não
sabem como estimular seus filhos, existe um programa Progresint (programa
para a estimulação das habilidades da inteligência) ou o Programa para o
desenvolvimento de estratégias básicas de Aprendizagem de Molina. Que
pode ajudá-los a trabalhar melhor as questões de aprendizagem.
O ideal é ter uma parceria de ambos os lados, da escola e dos pais,
para que a criança consiga ter um apoio e orientação adequados às suas
dificuldades de aprendizagem.
Quando o aluno tem dificuldade o apoio de um psicopedagogo fará toda
a diferença nessa aprendizagem. Ser um psicopedagogo é muito mais do que
dominar técnicas de psicologia e/ou pedagogia. Ele tem como função
assessorar e esclarecer ao Colégio os diversos aspectos do processo de
ensino-aprendizagem e atua contribuindo e favorecendo o trabalho da
instituição. Sua função é auxiliar o desenvolvimento dos projetos que poderão
trazer certa dificuldade aos alunos.
Vale ressaltar que é da escola grande parte da responsabilidade da
formação do ser humano, o trabalho do Psicopedagogo na instituição tem
caráter preventivo, cabe a ele direcionar as competências e habilidades para
solução dos problemas. A demanda atual de crianças com dificuldade de
aprendizagem requer um psicopedagogo atuando junto ao educador. Com
isso, ele tem ganhado espaço nas escolas. Sua função, é identificar os
elementos que atrapalham e os que facilitam essa aprendizagem.
O trabalho de forma preventiva colabora com o trabalho da instituição,
na relação do educador com aluno e os conteúdos. Para Fagali (2002, p. 10)
“... trabalhar as questões pertinentes às relações vinculares professor-aluno e
redefinir os procedimentos pedagógicos, integrando o afetivo e o cognitivo,
através da aprendizagem dos conceitos, nas diferentes áreas do
conhecimento”.
23
O objetivo principal desse apoio é fortalecer a relação de aprendizagem
e torná-la mais interessante e prazerosa para o aluno, compreendendo os
processos de desenvolvimento e das aprendizagens humanas lincados à
afetividade e a cognição. Para elaborar as estratégias com atividades lúdicas o
psicopedagogo deve utilizar jogos e brincadeiras que influenciem a construção
do raciocínio e do pensamento organizacional.
Na escola, o psicopedagogo pode desempenhar duas funções como:
trabalhar com o corpo docente, interagindo sobre as questões de
aprendizagem e da relação entre os alunos e educadores, e entre a
coordenação pedagógica e a família; E a outra é trabalhar com os alunos que
apresentam alguma dificuldade em assimilar os conteúdos.
O psicopedagogo avalia o aluno e identifica quais os problemas de
aprendizagem buscando elementos para conhecê-los melhor e saber como
será a abordagem e indicar e profissional adequado. Encaminhando-o através
de um relatório, se for necessário para outros profissionais: psicólogo,
fonoaudiólogo e neurologista. Eles vão realizar diagnóstico especializado e
exames complementares para direcionar o atendimento.
A aprendizagem não faz parte apenas do contexto escolar, mas também
é construída através do contato da criança com o ambiente social em que está
inserida. Na família encontra-se o início dessa construção do saber, tudo que é
aprendido nela fica registrado na memória da criança, os estímulos e o
envolvimento dos responsáveis nas suas descobertas fazem toda a diferença
para contribuir no diagnóstico.
Na avaliação, o psicopedagogo necessita ter uma relação de confiança
com a família da criança e para conhecê-la melhor é feita uma entrevista e o
preenchimento de uma anamnese para tomar conhecimento de alguns
aspectos relevantes como a vida orgânica, cognitiva, emocional e social, nessa
abordagem.
Ao elaborar um estudo sobre a vida da criança, o profissional vai pensar
em como desenvolver a abordagem esclarecendo as dúvidas e direcionando o
pensamento visando o sucesso, amenizando o sofrimento de uma criança que
24
não consegue atingir o objetivo da classe. Nesse sentido, “o psicopedagogo
não é um mero “resolvedor” de problemas, mas um profissional que dentro de
seus limites e de sua especificidade, pode ajudar a escola a remover
obstáculos que se interpõem entre os sujeitos e o conhecimento e a formar
cidadãos por meio da construção de práticas educativas que favoreçam
processos de humanização e reapropriação da capacidade de pensamento
crítico” (TANAMACHI, 2003, p. 43). Seu papel tem grande importância nessa
aprendizagem, mas depende de todo um contexto para garantir eficiência no
seu trabalho em conjunto com a família e a escola.
Para que a aprendizagem tenha significado para o aluno, o educador
necessita entender que o funcionamento do cérebro é por meio das conexões
afetivas e emocionais do sistema límbico, sendo ativadas no cérebro de
recompensa. Que devem ser respeitadas e preservadas, pois através de
centelhas energéticas que liberam as substâncias naturais, a serotonina e
dopamina, que estão relacionados ao prazer, a satisfação e ao humor. Já o
estresse na sala de aula provoca a liberação de adrenalina e cortisol,
substâncias que agem para bloquear a aprendizagem e alteram a filosofia do
neurônio, impedindo as transmissões das informações das sinapses nervosas.
Por isso, as aulas devem ser bem elaboradas fazendo com que os alunos
sejam instigados a dúvida e a curiosidade abrindo a porta da inteligência e da
afetividade no processo de aprender.
O cérebro humano tem um tempo no início da aula que solicita por meio
das conexões neurais, novidades, pois a concentração inicial é fundamental
para receber novas informações, devido à produção de acetilcolina, que
mantêm os movimentos das sinapses da célula neural. O que acontece
geralmente, é que os professores utilizam esse momento inicial para fazer
algumas atividades que não são tão importantes, que o cérebro já conhece.
Eles deveriam provocar nos educandos com aquilo que eles ainda não sabem
e provocá-los a interagir com essa nova informação, relatando o que foi
aprendido.
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CONCLUSÃO
Por fim, basta analisar as estratégias de ensino e as metodologias
adotadas para saber se a prática pedagógica auxilia o trabalho do educador
em sala de aula. Ao elaborar suas aulas adequadamente, o processo de
ensino-aprendizagem torna-se coerente de acordo com o funcionamento da
tutoria.
Quando o processo de aprendizagem não é prazeroso para o aluno,
tudo que ele aprendeu torna-se fracasso, pois passa uma sobrecarga e
desestimula totalmente o interesse dele em participar e ter envolvimento
durante as aulas. O aluno sente vergonha e sua relação interpessoal fica
prejudicada, como também, sua aprendizagem.
Desde pequenas, algumas crianças ficam com medo de errar, mas isso
faz parte do processo, como afirma Luckesi (2002), “o erro não é fonte de
castigo, mas suporte para o crescimento”. É através do erro que o educador
vai identificar o que o aluno já sabe e o que pode vir a saber observando quais
as necessidades para a construção do conhecimento. Durante anos as
crianças sentem medo de ser julgada pelos outros quando têm dúvidas e
muitas vezes preferem não perguntar ou esclarecer seus questionamentos.
Entendemos que a aprendizagem se dá através da troca de saberes entre os
alunos e o professor como diz POZO (2002, p. 29), “na nova cultura da
aprendizagem, já não se trata de adquirir conhecimentos verdadeiros
absolutos, mas sim de relativizar e integrar esses saberes divididos”.
É percebido que as pessoas estão mudando sua postura para adequar-
se a uma nova realidade, as informações chegam tão rápidas que não
conseguem nem ser processadas. Com o tempo e convívio, a postura vai
sendo compreendida e fazendo sentido para a vida do indivíduo. Esse novo
movimento tem contribuído para a construção da nossa cultura. “Vivemos
numa sociedade com ritmos de mudança muito acelerados, que exige
continuamente novas aprendizagens e que, ao dispor de múltiplos saberes,
requer dos alunos e professores uma integração e relativização de
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conhecimentos que vai além da mais simples e tradicional reprodução dos
mesmos” (POZO, 2002, p. 89).
Ao buscar condições necessárias para a formação do sujeito, passa a
ser prioridade da sociedade. Descobrir como o aluno processa uma informação
é integrá-lo numa cultura que modifica a aprendizagem tornando em realidade,
pois “nas condições de verdadeira aprendizagem os educandos vão se
transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber
ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do processo.” (FREIRE,
1996, p. 26).
A intervenção do psicopedagogo junto ao professor é extremamente
importante, para agregar nesse processo de ensino-aprendizagem estratégias
e conhecimentos que irão trazer o aluno para ter interesse no que está sendo
ensinado. A participação dos dois é fundamental nas reuniões de pais,
conselho de classe, reunião sobre a metodologia adotada com os professores
e a coordenação, em sala acompanhando as aulas e dando o apoio
necessário.
Segundo Bossa (1994, p.23),
“...cabe ao psicopedagogo perceber eventuais
perturbações no processo aprendizagem, participar da
dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a
integração, promovendo orientações metodológicas de
acordo com as características e particularidades dos
indivíduos do grupo, realizando processos de orientação.
Já que no caráter assistencial, o psicopedagogo participa
de equipes responsáveis pela elaboração de planos e
projetos no contexto teórico/prático das políticas
educacionais, fazendo com que os professores, diretores
e coordenadores possam repensar o papel da escola
frente a sua docência e às necessidades individuais de
aprendizagem da criança ou, da própria ensinagem.”
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O objetivo dessa intervenção é trazer muito conhecimento, quando
aplicado de forma correta. Deve-se ter como base o Projeto Político
Pedagógico do Colégio para entender o funcionamento das propostas
pedagógicas. Com isso, atuação do psicopedagogo se torna eficiente na
atividade escolar.
Lembrando que a família também faz parte desse processo
demonstrando as suas expectativas e dificuldade diante dos conflitos em
relação ao desenvolvimento do seu filho para que o psicopedagogo consiga
realizar o estudo e elaborar o diagnóstico.
Segundo Bossa (1994, p.74):
“O diagnóstico psicopedagógico é um processo, um
contínuo sempre revisável, onde a intervenção do
psicopedagogo inicia, segundo vimos afirmando, numa
atitude investigadora, até a intervenção. É preciso
observar que esta atitude investigadora, de fato,
prossegue durante todo o trabalho, na própria
intervenção, com o objetivo de observação ou
acompanhamento da evolução do sujeito.”
Em alguns casos, o fracasso escolar está relacionado à família e não
corresponde a parte neurológica do indivíduo. Muitos problemas têm a ver com
a falta de atenção, o raciocínio e desinteresse. É necessário um trabalho
individualizado para que o rendimento do aluno seja melhor e que ele consiga
acompanhar as atividades. A escola também tem responsabilidade, assim
como o ambiente em que ele está inserido.
Quando a família não quer ou não percebe que a criança precisa de
ajuda, tende a deixar muito tarde para solucionar essas dificuldades,
prejudicando o funcionamento do processo cognitivo.
A criança na construção do saber deve ter o desejo de estar envolvida
com a aprendizagem. Pois ela irá buscar mecanismos de interesse que a
ajudará a ser bem-sucedida. Se isso não acontece, a família busca entender o
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que aconteceu no decorrer para deixar a criança tão desanimada. Aí que
surgem a frustração e o medo da família para saber como será a vida dessa
criança no futuro.
Souza (1995, p.58) acredita que
“... fatores da vida psíquica da criança podem atrapalhar o
bom desenvolvimento dos processos cognitivos, e sua
relação com a aquisição de conhecimentos e com a
família, na medida em que atitudes parentais influenciam
sobremaneira a relação da criança com o conhecimento.”
O aprender é contínuo e deve aparecer em casa, na rua, em qualquer lugar ou
pessoa que a criança esteja. O importante é oferecer mais informações do que
ela já tem, ampliando sua capacidade de observação e pensamento,
estimulando a criatividade necessária à leitura de mundo. Superando as
dificuldades e a capacidade de participar diante dos desafios, promovendo o
desenvolvimento intelectual. Essa parceria contribuirá nesse processo de
aprendizagem.
.
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BIBLIOGRAFIA
RELVAS, M. Neurociência e Transtornos de Aprendizagem. 5 ed. Rio de
Janeiro: WAK, 2011.
RELVAS, M. Neurociência e Educação. 2 ed. Rio de Janeiro: WAK, 2010.
RELVAS, M. Neurociência na Prática Pedagógica. Rio de Janeiro: WAK,
2012.
MELLO, M; RIBEIRO, A. (org.) Letramento – Significados e tendências (
subtema). Rio de Janeiro: WAK, 2004.
PORTELLA, F; BRIDI, F. (org.) Aprendizagem – Tempos e Espaços do
Aprender (subtema) Rio de Janeiro: WAK, 2008.
30
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
APRENDIZAGEM O CONCEITO 10
CAPÍTULO II
ATRASOS MATURATIVOS
E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 14
CAPÍTULO III
ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO 20
CONCLUSÃO 25
BIBLIOGRAFIA 29
ÍNDICE 30