49
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O MARKETING DAS CAUSAS SOCIAIS Por: Maria Cordeiro do Nascimento Orientador Prof. Mario Luiz Rio de Janeiro 2014 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O MARKETING DAS CAUSAS SOCIAIS

Por: Maria Cordeiro do Nascimento

Orientador

Prof. Mario Luiz

Rio de Janeiro

2014

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

Page 2: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O MARKETING DAS CAUSAS SOCIAIS

Apresentação de monografia à AVM

Faculdade Integrada como requisito

parcial para obtenção do grau de

especialista em Gestão Empresarial.

Por: Maria Cordeiro do Nascimento

Page 3: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

3

AGRADECIMENTOS

Dedico esse trabalho a minha mãe, que, apesar de não

está presente fisicamente, sempre me ensinou a batalhar

pelos meus sonhos, e a nunca desistir de meus objetivos.

Page 4: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

4

DEDICATÓRIA

A minha filha Caroline, pela paciência e apoio. Ao meu

marido Daniel, por me incentivar. Ao meu amigo Sergio

Côco, por ser o melhor amigo que alguém poderia ter

nessa vida. Ao meu cunhando André, pela confiança e

apoio. As minhas irmãs, Nair e Neuza, por serem minhas

grandes amigas e me apoiarem nessa jornada. Aos meus

professores, pela dedicação a cada aula ministrada. E a

todos que de alguma forma torceram por mim e me

apoiaram ao longo dessa vida.

Page 5: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

5

RESUMO

Esse estudo visa demonstrar o que é o marketing e o que é marketing

social, suas diferenças e como o marketing social se aplica na sociedade;

quais as ferramentas de marketing são utilizadas, os meios adotados, os

benefícios que pode trazer e quais são as barreiras que ele enfrenta, como

descrença da população, problemas de aceitação, problemas culturais, para

poder atingir os resultados esperados. Falaremos do marketing 3.0, que é o

novo modelo de marketing, e que é voltado para os seres humanos, de como

trata das esperanças, dos desejos, das necessidades, da inversão de valores

antes entendidos pelo marketing 1.0, e em como ele está mudando os

conceitos do marketing 2.0. Abordaremos alguns casos onde o marketing

social foi fundamental para o sucesso dos projetos, como foi aplicado e quais

os caminhos adotados por ele para mudar o comportamento das pessoas.

Palavras-Chave: Marketing social, benefícios, mudança de comportamento.

Page 6: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

6

METODOLOGIA

A metodologia utilizada será a pesquisa bibliográfica, permitindo tomar

conhecimento do material relevante, de forma que se possa fazer uma

abordagem mais específica sobre o assunto, chegando a conclusões que

possam servir no futuro para outros projetos relacionados ao marketing das

causas sociais.

Page 7: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................10

CAPÍTULO I......................................................................................................12

CONCEITOS DE MARKETING

1.1 A que se aplica o marketing......................................................................13

1.2 Marketing 3.0............................................................................................14

1.2.1 A era da participação e do marketing colaboracionista..........................16

1.2.2 A era do paradoxo da globalização e do marketing social.....................17

1.2.3 A era da sociedade criativa e do marketing do espírito humano............18

CAPÍTULO II.....................................................................................................22

MARKETING SOCIAL

2.1 Planejamento de marketing social.............................................................26

2.1.1 Segmentação de Mercado.......................................................................26

2.1.2 Escolhendo os mercados-alvo.................................................................28

2.1.3 Estabelecendo objetivos e metas............................................................28

2.1.4 Identificando as barreiras.........................................................................29

2.1.5 Projetando o posicionamento desejado...................................................30

2.1.6 Desenvolvendo um mix de marketing estratégico....................................30

2.1.7 Buscando patrocínios...............................................................................31

2.1.8 Monitoração e avaliação..........................................................................32

Page 8: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

8

CAPÍTULO III....................................................................................................33

CAMPANHAS DE MARKETING SOCIAL

3.1 Case: A experiência do pré-vestibular comunitário do CEASM..................33

3.1.1 O Complexo da Maré...............................................................................34

3.1.2 O Projeto..................................................................................................36

3.1.3 O público alvo..........................................................................................37

3.1.4 A divulgação do Projeto...........................................................................37

3.1.5 Os desafios as serem superados.............................................................38

3.2 Case: Médicos Sem Fronteiras...................................................................38

3.3 Programa Lixo Zero da Prefeitura do Rio de Janeiro..................................40

3.4 Case: PNI – Programa de vacinação imunizações.....................................42

CONCLUSÃO...................................................................................................45

BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS..................................................................47

FONTES UTILIZADAS......................................................................................48

BIBLIOGRAFIAS CITADAS.............................................................................49

Page 9: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

9

LISTRA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Pirâmide de Maslow ........................................................................19

Figura 2 – Pirâmide de Maslow invertida..........................................................19

Figura 3 – Três mudanças que levaram ao marketing 3.0................................21

Figura 4 – Aplicação do conceito de marketing social......................................23

Figura 5 – Campanha Médico Sem Fronteiras.................................................39

Figura 6 – Fotos do programa Lixo Zero..........................................................42

Figura 7 – Imagens das campanhas de vacinação..........................................44

Page 10: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

10

INTRODUÇÃO

No ano de 1971, surgiu nos Estados Unidos, a expressão marketing

social, usada pela primeira vez por Kotler e Zaltman que, na época,

estudavam aplicações do marketing que contribuíssem para a busca e o

encaminhamento de soluções para diversas questões sociais.

Começa uma preocupação mundial com meio ambiente, a sociedade e,

até onde iria o nosso futuro se não houvessem mudanças no

comportamento humano. Houve uma crescente preocupação das empresas

com o chamado socialmente correto, onde há a preocupação em não

desperdiçar, em salvar o planeta, em preservar o meio ambiente, em dar a

sociedade uma contrapartida pelos prejuízos por elas causados de alguma

forma.

As empresas começaram a se preocupar em ser socialmente

responsáveis, mas não foram só elas que abraçaram essas ideias, as

pessoas entenderam que era hora de começar a mudar e criar ações para

melhorar a sociedade.

Nesse trabalho, abordaremos o que realmente é o marketing social e como

ele se aplica na sociedade, levando em consideração que o marketing social

não é aquele que se pratica somente com dinheiro, mas sim puramente

voltado para a sociedade, com a consciência e o coração, sem visar lucros.

Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas

interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos, e como ele

tem uma visão e aplicação totalmente diferente do marketing 1.0 e do

marketing 2.0.

Abordaremos também como o marketing social é planejado e estruturado e

quais as questões que devem ser levadas em consideração ao implementar

um projeto social de marketing, as ferramentas adotadas, as áreas e as

pessoas que podem ser afetadas positivamente com essas ações.

Quais os caminhos a serem seguidos, as dificuldades a serem

transpassadas, as barreiras a serem vencidas, a forma e as estratégias para

Page 11: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

11

que um projeto de marketing social venha a ter sucesso em sua execução.

Usaremos casos de sucesso de projetos sociais, que, ao utilizarem as

ferramentas do marketing social em sua elaboração obtiveram sucesso.

Page 12: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

12

CAPÍTULO I

CONCEITOS DE MARKETING

A American Marketing Association – AMA (2008, apud SANTINI, 2013,

p.5) oferece a seguinte definição: “marketing é a atividade, conjunto de

instituições e processos para criar, comunicar, distribuir e efetuar a troca de

ofertas que tenham valor para consumidores, clientes, parceiros e a sociedade

como um todo”.

Já LAS CASAS (2006, p.10), define como: “marketing é a área de

conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de

troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos

consumidores, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou

indivíduos e considerando sempre o ambiente de atuação e o impacto que

essas relações causam no bem-estar da sociedade”.

“O Marketing está por toda parte, formal ou informalmente, pessoas e

organizações envolvem-se em um grande número de atividades que

poderiam ser chamadas de marketing. O bom marketing tem se

tornado um ingrediente cada vez mais indispensável para o sucesso

dos negócios”. (KOTLER, 2006, p.2)

De acordo com KOTLER (2006), o marketing é o estudo e análise do

mercado. Ele percebe as necessidades e a satisfação humana e social. Nessa

percepção, o marketing encontra o caminho para transformar essas

necessidades particular ou social em uma oportunidade de negócios lucrativa.

Ele afirma que o marketing está em vários lugares, muitas vezes sem

ser identificado com o nome de marketing. O marketing se apresenta por meio

de suas ferramentas, analisando o mercado, identificando oportunidades,

planejando, pesquisando, inserindo-se nas mídias e no dia a dia das pessoas.

Está no modo como elas se vestem, como se apresentam, no que consomem,

Page 13: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

13

nos hábitos, em como se auto avaliam, em suas atitudes, seus desejos e

necessidades.

O marketing não cria necessidades, mas entende que, quando uma

necessidade não é atendida, as pessoas procuram uma maneira de satisfazê-

la ou reduzi-la. As necessidades se manifestam por intermédio de desejos

diferentes, esses desejos podem ser atendidos ou comprados. O marketing

estimula esses desejos, despertando a atenção dos consumidores, de forma

que eles, consumidores, tenham a ação de compra.

1.1 - A que se aplica o Marketing

O escopo do marketing envolve uma visão abrangente da aplicação do

marketing. Os profissionais da área envolvem-se no marketing de bens,

serviços, eventos, experiências, pessoas, lugares, propriedades, organizações,

informações e até ideias. Segundo Regis Mackenna, assessor de Steve Jobs,

“o marketing é tudo e tudo é marketing”. (MACKENNA, 1997, p.5)

BENS - Bens tangíveis. Constituem a maior parte do esforço do

marketing. Podem ser duráveis, como eletrodomésticos, automóveis, que

exigem venda pessoal e requerem garantia por parte dos fabricantes. Ou

podem ser bens não duráveis, que são consumidos mais rapidamente e

adquiridos com frequência, como alimentos, produtos de higiene, de limpeza,

etc.

SERVIÇOS - Bens intangíveis. Não podem ser avaliados pelos clientes

antes das compras, por se tratar de um serviço que será prestado no ato do

consumo.

EVENTOS - Eventos promovidos por organizações. O marketing

certifica-se para que tudo saia conforme o planejado.

EXPERIÊNCIAS - Através de serviços e produtos, criando no cliente

uma sensação diferente, um novo mundo, uma novidade a ser vivenciada.

Page 14: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

14

PESSOAS - Criando o marketing pessoal, visa promover a imagem

pessoal das pessoas, expor suas habilidades, criar visibilidade. Muito ligado a

celebridades e pessoas públicas.

LUGARES - Visa atrair turistas e o desenvolvimento econômico. É

direcionado para a promoção de produtos diretamente ligados com o turismo

de uma área, mais ou menos abrangente.

PROPRIEDADES - Podem ser tangíveis ou intangíveis. É utilizado para

imóveis e bens financeiros, como títulos e ações. É utilizado por imobiliárias

que trabalham para os proprietários com o objetivo de vender casas, terrenos,

salas comerciais.

ORGANIZAÇÕES - Utilizado por empresas, indústrias e instituições para

construir uma imagem sólida e positiva na mente do público alvo.

INFORMAÇÕES - Informações podem ser produzidas e comercializadas

como um produto, por exemplo, as universidades, escolas, enciclopédias,

livros e jornais. Agrupam informações e vendem para as pessoas.

IDEIAS - Referem-se a produtos ainda mais intangíveis, como por

exemplo, uma causa social. Toda ideia pode ser vendida através de conceitos

e benefícios.

1.2 – Marketing 3.0

O mundo passa por um momento de grandes mudanças, crises

financeiras, aumento de nível de pobreza, desemprego, mudanças climáticas,

aumento da poluição, desdobramentos que hoje estão sendo combatidos com

estímulos em todo o mundo por empresas que se engajam nessas ações para

combatê-las e até mesmo pessoas que abraçaram essas causas e procuram

de alguma maneira contornar essa situação.

Com tantas mudanças, o marketing também teve que evoluir. Se antes

o marketing 1.0 era voltado para o produto, onde o único pensamento era a

produção em larga escala, com a redução dos custos, visando somente o

lucro, o marketing 2.0 veio para mudar isso.

Page 15: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

15

O marketing 2.0 é orientado para o consumidor. Ele entende que seus

consumidores estão em busca de informações, que são pessoas informadas,

que vivem na era da tecnologia.

Começa aqui a preocupação com o que o cliente quer, em agradá-lo,

em satisfazer seus desejos e necessidades, e, para isso, é necessário

segmentar o mercado e desenvolver produtos cada vez melhores e mais

modernos para atender a demanda.

A empresa deve desenvolver um produto que esteja enquadrado nas

necessidades e desejos dos clientes, além de distribuí-lo no lugar certo, a um

preço acessível para os consumidores.

PRIDE e FERRELL (2001, p.4) dizem que: “o marketing é mais do que a

simples publicidade ou venda de um produto; implica em desenvolver e

gerenciar um produto que satisfará necessidades do cliente. Seu foco é fazer

com que o produto esteja disponível no lugar certo a um preço aceitável para

os consumidores. Requer também comunicar informação que ajude os clientes

a determinar se o produto satisfará suas necessidades. ”

“Cada vez mais, os consumidores estão em busca de soluções para

satisfazer seu anseio de transformar o mundo globalizado num mundo

melhor.” (KOTLER, 2010, p.4)

KOTLER (2010), acredita que os consumidores são seres completos, que

têm desejos e necessidades que não devem ser negligenciadas. Ele oferece

respostas e esperanças às pessoas que enfrentam problemas como a crise

econômica global, doenças, pandemias, mudanças nas esferas sociais,

aumento da pobreza, destruição do meio ambiente.

Desse modo, o marketing 3.0 complementa o marketing social com o

marketing do espírito humano.

Page 16: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

16

1.2.1 A era da participação e do marketing colaboracionista

No início do ano 2000, surge a nova onda de tecnologia, que permite a

conectividade e a interatividade dos indivíduos entre si. Essa nova onda é

formada por três grandes forças: computadores, celulares e internet, tudo

acessível aos consumidores.

Começa aqui a era da participação, onde os indivíduos colaboram entre

si, trocando informações, se expressando, criando e consumindo notícias,

ideias e entretenimento, surgindo aqui os prosumidores e não mais simples

consumidores.

Surgem as mídias sociais, onde indivíduos conseguem se expressar,

trocar informações, adquirir produtos, reclamar, divulgar marcas, desabafar

sobre a vida, sobre as injustiças, as insatisfações com produtos, marcas,

governo, país, opiniões. Um grande diário aberto 24 horas por dia, para

qualquer pessoa, de qualquer lugar do mundo, a qualquer hora.

Esses consumidores conectados acabam se tornando influenciadores

nas redes sociais, ditam moda, opinam, fazem propaganda daquilo que mais

os agradam, alavancam a venda de produtos e ao mesmo tempo têm a

facilidade de denegrir a imagem de pessoas e de empresas.

As mídias sociais podem ser a chave do sucesso de uma empresa, mas

também podem acabar sendo o calcanhar de aquiles de algumas.

Quando uma empresa faz qualquer ação que seja vista de forma

negativa, essa será amplamente divulgada por vários usuários nas redes

sociais. Boatos viram “verdades” e “verdades” são rapidamente pulverizadas

nas redes sociais.

Por se tratar de uma mídia, na maioria das vezes gratuita, fica fácil

divulgar as notícias e opiniões e não há um filtro para elas.

Tudo pode ser encontrado nas mídias sociais, desde um artigo científico

publicado, até uma reclamação sobre o atendimento de determinada empresa.

“As empresas que praticam o marketing 3.0 querem mudar o mundo.

Não conseguirão fazê-lo sozinhas. Em uma economia interligada,

Page 17: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

17

precisam colaborar umas com as outras, com seus acionistas, com

seus parceiros de canal, com seus empregados e com seus

consumidores”. (KOTLER, 2010, p.12)

As empresas vêm tirando vantagens das redes sociais, usando a

colaboração de seus usuários para desenvolverem produtos e serviços que

melhor agradem aos seus consumidores. Há aqui uma participação dos

usuários, que acabam interferindo diretamente nas ações das empresas, para

melhorá-las e adequá-las ao seu gosto, gerando assim uma via de mão dupla,

onde usuários ajudam as empresas a venderem mais e as empresas entregam

os desejos dos usuários. Aqui o marketing passa a ser orientado pelo

relacionamento.

1.2.2 – A era do paradoxo da globalização e do marketing cultural

Com as mudanças que aconteceram no mundo e a grande influência

das tecnologias na vida dos consumidores e a relação destes com o marketing

3.0, é surgida outra grande força chamada globalização. É indiscutível que a

globalização trouxe a facilidade de acesso para que outros países trocassem

informações entre si, e não só isso, mas a maior facilidade de locomoção das

pessoas e trâmite de comércio para o mundo todo.

As tecnologias permitiram que houvesse uma facilidade de comunicação

do mundo inteiro, criando uma economia interligada. Ao mesmo tempo em que

essas tecnologias viabilizaram essa facilidade de acesso, trouxeram também

um paradoxo para a globalização.

KOTLER (2010) menciona em seu livro Marketing 3.0, que Thomas

Friedman argumentou que o mundo é plano, que já não existem mais

fronteiras no mundo atual. Pode haver um fluxo ininterrupto de mercadorias,

serviços e pessoas devido ao transporte barato e à tecnologia da informação.

Page 18: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

18

Por outro lado, Samuelson argumentou que as fronteiras nacionais continuarão

existindo, pois são definidas pela política e pela psicologia.

Esse paradoxo acontece porque embora o mundo tenha encontrado

uma maneira de se comunicar, fazendo transações comerciais com maior

facilidade, cada país manterá o seu nacionalismo, ou seja, apesar das

fronteiras estarem abertas ao comércio, fica claro que deverão ser respeitadas

as culturas e pensamentos de cada nação. Isso cria um paradoxo, pois se há

uma globalização que abre portas, no mesmo sentido há um nacionalismo que

fecha essas mesmas portas.

Um caso que pode servir de exemplo é a China, que é considerada

uma superpotência mundial, tem negócios com o mundo todo e não participa

de um regime democrata. Ela provou que capitalismo não requer democracia.

Apesar de estar em constantes negociações com outros países, ela mantém

seu regime político fechado. “A globalização pode abrir a economia, mas o mesmo não

se aplica à política. A paisagem política continua sendo nacional. Esse é o paradoxo político da

globalização.“ (KOTLER, 2010, p.14)

Apesar do mundo viver em uma globalização, existe um paradoxo

econômico, e ainda são muitas as desigualdades sociais em todos os lugares.

Alguns países, dentro de seus territórios, têm uma discrepância de distribuição

de renda, onde há locais com populações economicamente melhores e outros

de extrema pobreza. Isso cria culturas e pensamentos diferentes nessas

pessoas.

O marketing 3.0 precisa captar essas mudanças e comportamentos dos

consumidores e entender como a globalização influencia, não só os países e

as empresas, mas também as pessoas.

1.2.3 A era da sociedade criativa e do marketing do espírito humano

Ascenção da sociedade criativa é o que impulsiona o marketing 3.0.

KOTLER (2010), relata que na sociedade criativa as pessoas tendem a utilizar

Page 19: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

19

mais o lado direito do cérebro, desenvolvendo atividades nas áreas da ciência,

da prestação de serviços e nas artes.

Embora ainda sejam poucas essas pessoas, a cada dia, mais elas

estão ganhando lugar no mercado de trabalho e, consequentemente, acabam

se tornando mais dominantes na sociedade. E, como membros destacantes

em uma sociedade, têm influência de modo geral nos estilos de vida e nas

atitudes. São consumidores adeptos das mídias sociais e as utilizam para um

cenário mais colaborativo. Servem de integração entre os eixos centrais e os

consumidores.

Essas pessoas estão constantemente tentando se aperfeiçoar e

aperfeiçoar o mundo ao seu redor. Elas entendem as reais necessidades dos

seres humanos. Acreditam na autorrealização, além de suas necessidades

básicas de sobrevivência, no espírito humano e estão atentas aos desejos

mais profundos.

Maslow, mostrou que as pessoas têm níveis de necessidades que

precisam ser supridas, como necessidades básicas, segurança, sociais, auto

estima e autorrealização.

KOTLER (2010), mencionou que Zohar, em seu livro Capital espiritual,

revelou que Maslow, antes de falecer, arrependera-se do que dissera e

acreditava que a pirâmide deveria ser invertida.

Figura 1 – Pirâmide de Maslow Figura 2 – Pirâmide de Maslow Invertida

Page 20: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

20

As pessoas criativas acreditam na pirâmide invertida, pois entendem a

autorrealização como uma necessidade básica. Essas pessoas são capazes

de abrir mão de seu próprio conforto material para encontrá-la. Entendem que

a necessidade de se sentirem realizadas, muitas vezes não está relacionada

ao dinheiro, mas com a busca pela felicidade e realização espiritual.

Como você vê, é a pirâmide de Maslow, tendo como necessidade

básica, saúde, comer, abrigo, amizades, mudando assim, para uma pirâmide

motivacional.

“A sociedade hoje está cada vez mais em busca de recursos

espirituais, acima até mesmo da busca da satisfação material”.

(Robert William Fogel, 2000, apud KOTLER, 2010, p.21)

Com a ascensão dessa tendência de pessoas criativas na sociedade,

vem mudando a forma de como as pessoas veem suas necessidades. Com

isso, os consumidores não estão mais buscando somente produtos e serviços,

mas sim relações, sejam empresariais ou pessoais, que estejam em sintonia

com esse pensamento espiritual, preocupação com a sociedade e o meio

ambiente.

De acordo com TENÓRIO (2006, p.45), a responsabilidade social

empresarial surge com as mudanças de valores da sociedade pós-industrial,

valorizando o ser humano, respeitando o meio ambiente e desenvolvendo uma

sociedade justa, com organização que se preocupa não apenas com o

econômico e sim com os objetivos de desempenho social.

As empresas por sua vez, começam a introduzir esse pensamento em

seus valores, suas missões, nos seus modelos de projetos.

Algumas empresas praticam ações sociais, mas não as incorporam

realmente, apenas as fazem para se promoverem e fazer uma propaganda de

sua marca.

Segundo DIAS (2011), o marketing social é uma área que se envolve

intensamente com a problemática social, utilizando todos os instrumentos do

marketing comercial com o objetivo de provocar mudanças comportamentais

Page 21: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

21

na sociedade, visando o maior comprometimento das pessoas com as causas

sociais e, ao mesmo tempo, buscando maior envolvimento das empresas para

assumirem mais responsabilidade social.

O marketing 3.0 está voltado para a conscientização das pessoas,

das empresas, para os problemas sociais e ambientais. É uma preocupação

genuína, uma transformação na forma de se pensar e agir.

Figura 3 – Três mudanças que levaram ao marketing 3.0

Page 22: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

22

CAPÍTULO II

MARKETING SOCIAL

O termo marketing social apareceu pela primeira vez em 1971, para

descrever o uso de princípios e técnicas de marketing para a promoção de

uma causa, ideia ou comportamento social. Desde então, passou a significar

uma tecnologia de gestão da mudança social, associada ao projeto,

implantação e controle de programas voltados para o aumento da disposição

de aceitação de uma ideia ou prática social em um ou mais grupos de

adotantes escolhidos como alvo. (Kotler e Zaltman, 1971)

O marketing social está ligado à mudança comportamental das

pessoas e empresas no ambiente onde estão localizadas, visando a melhoria

dessas áreas, trazendo benefícios para a sociedade.

De acordo com MELO NETO e FROES (1999, p.84), relação da

sociedade e humanidade, está relacionada a uma forma de prestação de

contas de seu desempenho, pois a empresa consome recursos da sociedade,

renováveis ou não, mas que é patrimônio gratuito e coletivo da humanidade;

logo, contraem “uma vida social”, sendo seu compromisso restituir à

sociedade, o que dela é absorvido, por meio de investimentos na área social e

no meio ambiente.

Esse conceito está baseado na adoção de técnicas e novos

comportamentos para a mudança de atitudes e práticas, nos âmbitos

individuais e coletivos, orientado por princípios éticos e morais, para o

desenvolvimento da qualidade de vida.

Page 23: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

23

Figura 4 – Aplicação do conceito de marketing social. Fonte: Marketing Social. Autor: Luiz

Cláudio Zanone

O marketing social propicia uma nova forma de ver e entender as

questões sociais, criando a partir daí uma nova forma de estratégia de

intervenção e processo de transformação social.

Parece claro que há uma concordância de que o marketing social diz

respeito a influenciar comportamentos, que ele utiliza um processo de

planejamento sistemático e aplica princípios e técnicas tradicionais de

marketing, e que é intenção gerar um benefício positivo para a sociedade.

(KOTLER e NANCY LEE, 2011)

KOTLER (2010), afirma que o marketing social pode empregar uma

série de táticas para alcançar seus objetivos. Seu processo de planejamento

segue muitos passos do processo tradicional para produtos e serviços. Alguns

fatores básicos de sucesso no desenvolvimento e na implementação de um

programa de marketing social são:

• Estudar a literatura pertinente e as campanhas anteriores.

• Escolher mercados alvos que estejam mais dispostos a responder.

• Incentivar um único e possível comportamento, em termos simples e claros.

• Explicar os benefícios de maneira convincente.

• Facilitar a adoção do comportamento.

• Desenvolver mensagens que chamem a atenção.

Page 24: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

24

• Considerar uma abordagem educativa e divertida.

A implementação de um programa de marketing social é um processo

longo e que deve seguir as métricas acima, para que possa gerar os

resultados esperados. É preciso fazer um trabalho de conscientização interna

na organização e a conscientização da população que será beneficiada com o

processo. É mesmo uma mudança de comportamento, e como toda mudança,

ela deve ser muito bem planejada e estruturada, para que a sua

implementação obtenha o sucesso esperado.

Assim como no marketing de setor comercial vendem produtos e

serviços, o marketing social está vendendo comportamentos. Existe aqui a

ideia de influenciar uma mudança de comportamento nos mercados alvos.

Essa mudança de comportamento pode ser a aquisição de um novo hábito,

como não jogar lixo no chão, rejeitar um comportamento potencialmente

indesejável, como não use drogas, modificar comportamentos atuais, como

pratique mais esportes e tenha uma vida mais saudável ou abdicar de um

velho hábito indesejável, como dirigir falando ao celular.

No seu livro Marketing Contra a Pobreza, KOTLER (2010) afirma que

essas atitudes não são fáceis de se mudarem, seja por causa de um

comportamento antigo, por vício, por qualquer outra razão. Promover a

mudança de comportamento é um trabalho que envolve esforço e as vezes

custos.

Aumentar a percepção dos benefícios de um novo comportamento, é

tarefa dos profissionais de marketing social. Esses profissionais utilizam-se dos

4Ps do marketing para ajudarem nessa mudança comportamental, através de

bens ou serviços (produto). Eles alteram o preço ou custo de um

comportamento em relação a outro (preço), promovem a informação quanto a

melhoria de tal comportamento (promoção) e facilitam o acesso das pessoas a

esses novos comportamentos (praça).

E como o marketing comercial, o marketing social também precisa de

um planejamento focado no “cliente”, que seja bem estruturado, que haja troca

de teorias, pesquisa de mercado, segmentação do público a ser atingido pela

campanha, bem como análise e monitoração dos resultados da campanha.

Page 25: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

25

A campanha de marketing social tem que ser atraente para estimular

a mudança de um comportamento, e, para isso, muitas vezes se faz

necessária não só a informação dos benefícios que essa mudança pode

trazer, mas descobrir outras formas de chamar a atenção do público alvo,

oferecendo mais do que só a informação, como por exemplo a diversão,

alimentos, presentes, algo que leve as pessoas a adquirirem tal hábito ou

praticar tal mudança de comportamento que seja necessária.

É importante ressaltar que, apesar do objetivo do marketing social ser

uma mudança de comportamento, ela só acontece voluntariamente e esse é o

maior desafio. Não há como obrigar as pessoas a mudarem seus

comportamentos, o que o marketing social faz nesse caso é indicar a direção

correta de certas ações, mostrando os benefícios e melhorias que a mudança

desse comportamento pode trazer para a sociedade, incentivando essa

mudança dentro das pessoas e organizações.

Em muitos casos, os profissionais de marketing não podem prometer

um benefício direto ou imediato em troca da adoção de mudança do

comportamento proposto. Compreender essas reservas quanto a mudança de

comportamento, depende da compreensão das necessidades, desejos,

percepções, preferências, valores e barreiras desse público alvo, para elaborar

um plano que seja efetivo para alcançar os resultados desejados.

Sem essa compreensão, muitos planos de marketing social acabam

por fracassar em seus objetivos, por melhores que sejam as intenções em

melhorar a qualidade de vida de determinadas áreas.

KOTLER (1992), em seu livro Marketing Social – Estratégias para

Alterar o Comportamento Público, ressalta que Hyman e Sheatsley chegaram

à conclusão que as campanhas de informações muitas vezes fracassam

porque:

1. Existe um grupo de “ignorantes crônicos” que não consegue ser atingido por

elas. Na verdade, “os desinformados têm alguma coisa que faz com que seja

mais difícil atingi-los, não importa o nível ou a natureza das informações.”

Page 26: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

26

2. A probabilidade de uma pessoa reagir a informações novas aumenta de

acordo com o interesse ou com o envolvimento do público na questão; se

poucas pessoas estiverem interessadas, poucas reagirão.

3. A probabilidade de uma pessoa ser receptiva a novas informações aumenta

de acordo com a compatibilidade dessas informações com as atitudes

anteriores do público. As pessoas tendem a evitar informações desagradáveis.

4. As pessoas interpretam de formas diferentes as informações que recebem,

dependendo de suas crenças e valores. O intolerante, por exemplo, quase

nunca reconhece ou digere literatura contrária aos preconceitos. As pessoas

reagem de modo diferente ao mesmo material. O marketing social deve

oferecer os passos necessários para a mudança de comportamento de modo

que esse seja mais eficaz que só as campanhas de alertas. Ele tem que

seduzir as pessoas de modo que queiram mudar suas atitudes e

comportamentos.

2.1 Planejamento de Marketing Social

2.1.1 Segmentação do Mercado

KOTLER (2010), no livro Marketing Contra a Pobreza, afirma que os

planos de marketing social, devem começar com a segmentação do mercado.

Deve-se dividir a população mais ampla de interesse em grupos menores que

tenham algo em comum, algo que os levem a dar retorno a oferta proposta.

Avaliar os segmentos usados, tamanho do segmento, incidência dos

problemas, capacidade de atingir esse segmento, prontidão do segmento para

mudar de comportamento, custos para contratar e servir o segmento,

probabilidade de respostas aos 4Ps e capacidades organizacionais. Identificar

os segmentos e escolher as prioridades para a campanha.

Page 27: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

27

Essa segmentação pode se dar pelas variáveis demográficas e são as

mais comuns como idade, tamanho da família, sexo, renda, ocupação, nível de

escolaridade, religião, raça, nacionalidade. Esse modo de segmentação é o

mais popular e o mais fácil de definir, pesquisar, contatar e monitorar. A

segmentação por variáveis geográficas, também são muito comuns e se

referem ao local em que os indivíduos estão localizados, ondem moram, onde

trabalham, para onde viajam.

Quando utilizamos a segmentação por variáveis psicográficas,

estamos separando grupos por base em fatores como características de

personalidade, culturas, valores e estilo de vida. A segmentação por

comportamento está ligado as atitudes e comportamentos dos indivíduos

relativos ao produto que é vendido. Está relacionado ao uso, a frequência,

benefícios buscados, prontidão para a compra.

Nesse tipo de segmentação, acredita-se que o profissional de

marketing tenha mais oportunidades potenciais, por conseguir informações

mais relativas aos hábitos de consumo.

Quando falamos de segmentar o mercado para implementar um plano

de marketing, raramente se usa somente um tipo de segmentação. O mais

frequente é que haja uma combinação de variáveis que forneçam as

informações em um perfil detalhado de segmento que deseja-se atingir.

(KOTLER, 2000)

No caso de campanhas de marketing social, KOTLER (2000),

recomenda o uso de variáveis de segmentação comportamental como base

para criar segmentos.

Segundo COBRA, “marketing é mais do que uma forma de sentir o mercado e

adaptar produtos e serviços, ele é um compromisso com a busca da melhoria de qualidade de

vida das pessoas”. (COBRA, 1992,p.29)

Page 28: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

28

2.1.2 Escolhendo os mercados-alvo

No livro Marketing Social – Influenciado Comportamentos para o Bem,

KOTLER (2011) afirma que esse é um passo crítico, pois o alvo dos esforços

de marketing serão escolhidos.

KOTLER (2010), menciona também em seu livro Marketing Contra a

Pobreza, que esse pode ser um processo difícil e doloroso para o profissional

de marketing, pois irá mexer com fatores emocionais no ato da escolha de

determinados alvos. Muitas vezes o profissional de marketing ficará dividido

sobre o porquê de determinados alvos serem escolhidos e outros não.

“Um menino caminhava pela praia ao amanhecer e viu um velho que

pegava estrelas do mar e as jogava de volta no mar. Ao chegar perto do

homem, o menino perguntou por que ele fazia isso. O velho explicou que as

estrelas do mar morreriam se fossem deixadas ao sol da manhã. “Mas a praia

tem vários quilômetros e existem milhões de estrelas do mar,” exclamou o

menino.

“Que diferença isso vai fazer?” “O velho olhou para a estrela do mar que tinha

na mão e, enquanto a colocava de volta no mar, disse ao menino: Para esta

faz diferença.”” (Livro Marketing Contra a Pobreza – Adaptado do The Star

Throwe de Loren Eiseley)

A verdade é que todo plano de marketing social acaba por escolher

determinado mercado, focando assim seus esforços. Não se pode salvar a

todos de uma única vez, mas uma ação bem estruturada e implementada

dentro dos planejamentos de marketing pode sim, vir a ajudar muitas pessoas.

2.1.3 Estabelecendo Objetivos e Metas

Segundo KOTLER (2010), os planos de marketing social sempre

incluem um objetivo comportamental, algo que queremos influenciar o

marcado-alvo a fazer. Nesse ponto do processo, devemos escolher quais

Page 29: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

29

abordagens serão utilizadas para alcançar nossos objetivos e as metas a

serem alcançadas.

Esses objetivos podem ser algo que queremos que o nosso público

aceite (reciclar o lixo), rejeitar (comprar produtos que prejudiquem a camada de

ozônio), modificar (jogar lixo em locais impróprios) ou abandonar (parar de

fumar). Seguidamente, nosso mercado precisa saber ou acreditar a fim de

estar motivado a agir.

2.1.4 Identificando as barreiras

Nesse ponto, deverá ser identificado as barreiras que impeçam essa

mudança de comportamento do está sendo proposta. Devemos levar em

consideração que questões culturais, religiosas, valores, necessidades e

percepções pessoais podem ser barreiras a serem enfrentadas para que

ocorra a mudança comportamental que estamos propondo.

Como já falamos anteriormente, o processo de mudança de

comportamento que o marketing social propõe é voluntária, e muitas vezes

difícil de ser mudada. Por exemplo, implementar um controle de natalidade,

requer que o público-alvo esteja disposto a participar, porém, algumas religiões

são contra esse tipo de processo.

Há de se convencer os públicos alvos de que, apesar da proibição

religiosa, essa mudança irá melhorar a qualidade de vida e diminuir os

problemas sociais da família. Outros casos estão relacionados ao fato das

pessoas não estarem preparadas para lidar com notícias ruins, como por

exemplo fazer um teste HIV e receber o resultado positivo. No entanto, esse

teste é fundamental para que se diminua a contaminação de outras pessoas.

Page 30: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

30

2.1.5 Projetando o posicionamento desejado

Aqui é onde o profissional de marketing demonstrará ao seu público

alvo como a mudança de comportamento proposta irá melhorar a qualidade de

vida. Essa parte do processo, é como você deseja que o seu público veja o

produto que está sendo “vendido” e queira comprar. Um exemplo é o programa

Lixo Zero da Prefeitura do Rio de Janeiro. A mudança proposta é que as

pessoas se conscientizem dos problemas de jogar lixo nas vias públicas e com

isso, alterem esse comportamento para que não sejam flagradas e multadas.

Para DIAS, “com o aumento da consciência ambiental em todo o

mundo, está consolidando-se um novo tipo de consumidores, chamados

“verdes”, que faz com que a preocupação com o meio ambiente não seja

somente um importante fato social, mas seja considerada também como um

fenômeno de marketing novo” (DIAS, 2005, p.160)

2.1.6 Desenvolvendo um mix de marketing estratégico

Nessa parte do processo, o profissional de marketing irá utilizar os

4ps para a implementação do projeto escolhido. O produto é o benefício que o

público alvo está “comprando”. O preço é a mudança comportamental ou um

valor a ser gasto ou não para que o produto seja recebido. Um exemplo, é o de

convencer o público a parar de fumar.

Ele pagará o preço da mudança de hábito, dos fatores psicológicos

que essa mudança possa causar. Em contra partida, ele estará gastando

menos dinheiro na compra dos cigarros, além de está adquirindo mais saúde.

A praça é onde o plano será executado. No caso do programa Lixo

Zero, a praça escolhida para o programa é a cidade do Rio de Janeiro. E a

promoção é a forma que a mensagem será passada para o público alvo, de

forma a tornar essa mudança comportamental mais atrativa à ele.

Page 31: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

31

2.1.7 Buscando patrocínios

Todo projeto tem custo, até mesmo os que envolvem o marketing

social. Embora o marketing social não vise lucro de nenhuma forma, ele

precisa de verba para criar e manter um projeto social. Essa verba que os

projetos sociais irão precisar, podem ser adquiridas por meio de doações, de

financiamentos, por empresas que se identifiquem com a causa e queiram

contribuir, órgãos governamentais e pessoas voluntárias dispostas a doar em

prol de ajudar ao próximo.

Para MELO NETO e FROES (2001, p.26 e 27), as primeiras ações

filantrópicas surgiram quando os empresários passaram a doar recursos para

causas sociais como um gesto de caridade.

O papel do marketing social nesse caso, é demonstrar aos

patrocinadores que o projeto é viável e que trará benefícios para a sociedade

onde será implementado.

Como já abordamos, muitas vezes esses projetos necessitam se

tornar mais atraentes para haver uma adesão maior da população. Para isso,

alguns gastos podem ser necessários. Um exemplo pode ser uma campanha

de vacinação, onde a ideia principal é alertar as pessoas, pais e responsáveis

sobre a importância de vacinar seu filho, mas, para atrair as pessoas mais

reticentes a essa causa, pode-se criar um chamariz para que elas se

mobilizem a irem ao posto no dia da vacinação.

Além do material informativo, no local da vacinação e em outros locais

estratégicos, podem ser oferecidos vários tipos de serviços, como brinquedos

para as crianças, lanches nas áreas mais pobres. Qualquer coisa que atraia as

pessoas ao posto para vacinar o seu filho no dia da campanha. Essa verba

pode ser adquirida por meio da ajuda do governo, que tem maior interesse em

vacinar a população.

Page 32: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

32

2.1.8 Monitoração e avaliação

Segundo KOTLER (2011), em seu livro Marketing Social,

Influenciando Comportamentos para o Bem, nessa última parte do plano, o

profissional de marketing social faz um roteiro dos meios quais o processo será

acompanhado. Os resultados são examinados em cada período e as variações

detectadas e interpretadas.

Variações desfavoráveis exigem medidas corretivas. As favoráveis

também devem ser analisadas para se descobrir maneiras de se manter ou

melhorar os resultados favoráveis.

Page 33: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

33

CAPÍTULO III

CAMPANHAS DE MARKETING SOCIAL

Muitos são os casos de sucesso onde o marketing social teve um papel

fundamental para influenciar pessoas a aderirem aos programas sociais e com

isso melhorar a qualidade de vida onde esses projetos foram implementados.

Veremos a seguir alguns casos de sucesso, onde o marketing social foi bem

aplicado.

3.1 Case: A experiência do pré vestibular comunitário do CEASM

A organização Comunitária Centro de Estudos e Ações Solidárias da

Maré – CEASM, em parceria com a CARE Brasil, implementou nas 16

comunidades periféricas do Centro do Rio de Janeiro, área mais conhecida

como Complexo da Maré, o projeto Juventude e Educação a Caminho de um

Sonho. Esse projeto visa levar os jovens moradores a ingressar nas

universidades por intermédio do Pré Vestibular Comunitário – PVC.

Segundo o site da CARE Brasil, entrar para a universidade representa,

para a maior parte dos jovens, melhorar as chances de inserção no mercado

de trabalho. Mas, para os jovens moradores de favelas e de comunidades

populares que cursam Pré Vestibulares Comunitários, este não é o único

impacto que se pode esperar.

No caso do Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré - CEASM,

que contribuiu para a entrada de mais de 300 jovens das comunidades da

Maré e de outras na universidade, os impactos extrapolam o mero benefício

individual de ingressar no ensino superior e ter um melhor emprego. Também

há impactos coletivos identificados tanto dentro das próprias comunidades no

que diz respeito a multiplicação de ações voluntárias e de informações

cidadãs, que alunos e ex-alunos do Curso Pré Vestibular - CPV do CEASM se

sentem estimulados a empreender.

Page 34: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

34

Ao longo dos oito anos de existência¹ do CPV do CEASM contribuiu

para que 322² moradores da Maré e de outras comunidades populares

fossem aprovados no vestibular. Deste total, 78,5% foram para

universidades públicas.

Entre as Informações do Senso Maré 2000, realizado pelo

CEASM, as 16 comunidades da Maré são: Marcílio Dias, Praia de

Ramos, Roquete Pinto, Parque União, Rubens Vaz, Nova Holanda,

Parque Maré, Nova Maré, Baixa do Sapateiro, Morro do Timbau, Bento

Ribeiro Dantas, Conjunto Pinheiros, Vila dos Pinheiros, Novo Pinheiros,

Vila do João e Conjunto Esperança universidades públicas, a maior

parte das aprovações, 30%, foi na Universidade Estadual do Rio de

Janeiro (UERJ).

3.1.1 O Complexo da Maré

Situada entre a Avenida Brasil e a Linha Vermelha, à margem da Baía

de Guanabara, a Maré é um dos principais espaços constituintes da Zona da

Leopoldina, na cidade do Rio de Janeiro.

O fato de durante muitos anos, parte de suas comunidades ter sido

caracterizada por palafitas e a contrastante proximidade com o Aeroporto

Internacional do Galeão e a Universidade Federal do Rio de Janeiro,

contribuíram para a percepção da Maré como um espaço globalmente

miserável, violento e destituído de condições dignas de vidas.

É inegável o reconhecimento dessa localidade como um espaço

proletarizado, com o predomínio de populações nordestina e negra em

condições sócio-profissionais subordinadas e com baixa escolaridade.

A Maré reúne cerca de cento e trinta e dois mil habitantes, com uma

média de 3.4 habitantes por domicílio³ e uma densidade habitacional de

21.400 hab/Km², em uma área onde se destacam a ausência de árvores, o

rareamento de espaços vazios, a verticalização das residências e a intensa

circulação de pedestres e de diversos meios de transportes.

Page 35: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

35

¹ Informações com base de dados do ano de 2005.

² Dados das turmas de 1998 até 2004 do Morro do Timbau e Nova Holanda.

A população distribui-se por cerca de 38 mil domicílios e 16

comunidades4. A concentração de vias rodoviárias, prédios públicos e

instalações industriais/comerciais faz com que as fronteiras entres elas sejam

heterogêneas, com níveis diferenciados de vizinhança.

A Avenida Brasil é, assim, o principal espaço de circulação entre as

diferentes comunidades locais e a proximidade com as linhas amarela e

vermelha permite a interligação com outros bairros da cidade, seja para

trabalhar, seja para frequentar outros espaços culturais, ecológicos e de lazer.

Na Maré estão instaladas 16 escolas públicas de ensino fundamental,

dentre as quais 07 CIEP’s, além de várias escolas privadas de pequeno porte,

voltadas para a educação infantil e para o ensino elementar. Existem ainda 07

creches municipais e 6 comunitárias.

O ensino médio, cuja demanda cresce de forma explosiva, é

contemplado com a oferta de três colégios para toda a região – incluindo os

bairros próximos à Maré.

Segundo o Censo Maré 2000, o percentual de moradores locais

analfabetos maiores de 14 anos chega a quase 10%. O percentual está um

pouco abaixo da média brasileira (3,3%), mas muito superior ao do Rio do

Janeiro (3,4%).

Foi necessário a mobilização e organização dos moradores para que

serviços públicos fossem implementados na região e aos poucos, a área

deixasse de ser compreendida pelas administrações públicas como um mero

depósito de populações removidas e a identidade de bairro residencial fosse

consolidada.

³ Informações do Senso Maré 2000, realizado pelo CEASM.

4 As 16 comunidades da Maré são: Marcílio Dias, Praia de Ramos, Roquete Pinto, Parque

União, Rubens Vaz, Nova Holanda, Parque Maré, Nova Maré, Baixa do Sapateiro, Morro do

Page 36: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

36

Timbau, Bento Ribeiro Dantas, Conjunto Pinheiros, Vila dos Pinheiros, Novo Pinheiros, Vila do

João e Conjunto Esperança.

Entre os fatores que contribuíram significativamente para fortalecer este

processo de mobilização e organização local, estão a presença de segmentos

da Igreja Católica Progressista que estimulavam o surgimento de lideranças

locais; a chegada de lideranças de movimentos organizados das comunidades

removidas para o local; além de projetos de educação popular desenvolvidos

por instituições universitárias e ONGs na década de 80.

A forte mobilização é refletida hoje nos inúmeros projetos e

organizações atuantes no local, desde diferentes associações de moradores,

ONGs e grupos organizados de mulheres, negros, jovens, entre outros.

3.1.2 O Projeto

O pré-vestibular comunitário do CEASM, diferente de outros cursos

preparatórios não surge como uma mera proposta de inserção de jovens

pobres na universidade. Sua origem está fundamentada em um conjunto de

reflexões produzidas por lideranças locais formadas pela militância na igreja e

nos movimentos de bairros e político-partidário que sentiam necessidade de

uma intervenção local de caráter formador que atingisse o bairro da Maré

como um todo.

A expectativa era estimular o surgimento de novas lideranças na

comunidade influenciando concepções e visões, ampliando horizontes culturais

e, principalmente, Fonte site: www.care.org.br ressignificando o espaço da

favela, estigmatizado, em geral, como local violento e sem cultura.5

O programa do Curso Pré Vestibular Comunitário da Maré estrutura-se

de acordo com os programas exigidos nos vestibulares das instituições

públicas de ensino superior do Rio de Janeiro, funciona com seis turmas,

divididas em dois núcleos, Morro do Timbau e Nova Holanda, com uma média

Page 37: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

37

de 300 alunos por ano. A carga horária semanal é de 38 horas/aula, com aulas

de segunda a sábado, no período noturno na Nova Holanda e nos períodos

matutino e noturno no Morro do Timbau. 5 Fonte – Site: www.care.org.br

3.1.3 O público alvo

A maior parte dos alunos do CPV Maré é composta por jovens entre 17

e 25 anos, apesar de atingir um grupo significativo na faixa dos 30 e alguns

acima dos 40. Em geral, são pessoas que trabalham e estudam e, para

manterem-se no curso, fazem um grande sacrifício, considerando tanto o

cansaço do trabalho exercido ao longo do dia quanto o esforço dobrado em

acompanhar as aulas, muitas vezes em consequência da defasagem de um

ensino de baixa qualidade que tiveram.

3.1.4 A divulgação do Projeto

A divulgação do projeto CPV do CEASM, se dá por cartazes, carro de

som e boca a boca. Essas são as estratégias para divulgar na comunidade o

período de inscrição para o CPV. Destaca-se o boca a boca que agrega, além

da informação, a dose de motivação quando quem fala é um jovem aluno ou

ex-aluno do CPV que conseguiu ingressar na universidade. É comum ouvir que

alunos tomaram conhecimento do curso ou foram motivados a se inscrever por

amigos que já passaram pelo CPV.

Page 38: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

38

3.1.5 Os desafios as serem superados

Apesar do sucesso do projeto e dos anos em que está em andamento

no complexo da Maré, o CEASM ainda tem alguns desafios a superar:

• Não existe um sistema de acompanhamento e avaliação do projeto que

permita melhor dimensionamento dos impactos do projeto na comunidade.

• Alta taxa de abandono. Apesar do esforço empreendido pela equipe em estar

próxima das demandas e necessidades dos jovens, as dificuldades de muitos

em conciliar trabalho e estudo e de acompanhar as aulas devido a sua

defasagem de conhecimento faz com que o abandono do curso seja grande.

Em média, até o final do ano há um abandono que atinge quase 50 % da

turma.

• Ampliação em escala para outras comunidades da Maré: Apesar da

perspectiva inicial de ser uma instituição que atingisse a Maré como um todo, a

localização geográfica do CEASM em duas comunidades, Morro do Timbau e

Nova Holanda, faz com que a maior parte do público atendido pertença a estas

duas comunidades.

Mesmo com a experiência demonstrando que é possível o trânsito de

moradores entre as comunidades, apesar dos comandos diferenciados do

tráfico, o receio dos moradores é grande e é difícil de ser vencido.

Por outro lado, não é expectativa do CEASM construir outros núcleos,

considerando o custo de manutenção que as estruturas físicas exigem e que

podem colocar em risco a sustentabilidade do projeto como um todo. Este é

um dilema que atinge a instituição que ainda procura por estratégias para

enfrentá-lo.

3.2 Case Médicos Sem Fronteiras

Segundo o site: www.msf.gov.br, a Organização Humanitária

Internacional Médicos Sem Fronteiras surgiu em 1971 na França, por jovens

médicos e jornalistas voluntários. O grupo percebeu que havia uma limitação

Page 39: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

39

da ajuda internacional humanitária para atender as pessoas vítimas da guerra

civil na Nigéria.

Ao perceberem que as vítimas não tinham acesso aos medicamentos e

atendimentos médicos do governo ou qualquer empresa privada, eles

decidiram montar a organização para levar ajuda onde ela fosse necessária. O

projeto se alastrou ao longo dos anos, com o único intuito de ajudar os

necessitados, não levando em conta, cor, religião, nacionalidade ou convicção

política.

Figura 5 - Campanha Médicos Sem Fronteiras – fonte: site: www.msf.org.br

A organização define o público que será ajudado, baseado

exclusivamente na avaliação das necessidades de saúde identificadas. Um

projeto pode ser desencadeado por uma situação de crise que seja identificada

e que requeira ações imediatas para serem solucionadas ou sanadas.

Essas situações podem ser provenientes de guerras civis, de desastres

naturais, por pedidos de organizações internacionais, governamentais, ou

qualquer demanda de saúde específica que a organização julgue que possa

contribuir.

O primeiro passo para a implementação de um programa, é a visita aos

locais onde se planeja executar o trabalho e verificar as necessidades da

região. Nessa visita, serão definidos os objetivos gerais (Exemplo: melhorar a

taxa de natalidade e morbidade) e os objetivos específicos (Exemplo: reduzir o

número de vítimas provenientes dos conflitos). Só após essas definições é que

será elaborado um plano de estratégia de ação, onde será definido as

atividades que serão realizadas e para que os objetivos sejam alcançados com

eficiência e segurança.

Page 40: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

40

Após a implementação do programa, os Médicos Sem Fronteiras,

determinam o tempo que o programa deverá permanecer naquele local e

treinam a população de forma dar continuidade ao trabalho da organização

após sua saída da área escolhida.

A Organização Humanitária Internacional Médicos Sem Fronteiras,

pratica o marketing social puro, o que significa que seus projetos são

exclusivamente baseados no bem estar dos cidadãos onde atuam, sem

qualquer interesse financeiro ou de promoção de uma marca.

Por se tratar de uma organização independente, eles praticam as ações

sociais com a ajuda de doações, tanto de pessoas físicas, como de pessoas

jurídicas. Todo dinheiro recebido é repassado para o atendimento da

população das áreas afetadas onde o projeto esteja presente.

3.3 Programa Lixo Zero da Prefeitura do Rio de Janeiro

A Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, lançou em agosto de 2013 um

programa chamado Lixo Zero, que visa combater as sujeiras nas ruas e praias

da cidade.

A iniciativa pretende tornar a Lei de Limpeza Urbana 3272/2001 efetiva,

além de conscientizar a população da importância de não jogar lixo nas ruas,

praias, praças e demais áreas públicas, melhorando a qualidade da limpeza do

Rio.

Segundo o site da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb),

empresa responsável pela limpeza pública do Rio, no ano de 2012, 1.225.690

toneladas de lixo foram recolhidas em toda a cidade, principalmente em ruas,

praias, encostas e outros locais onde não deveria haver lixo algum. Essa

quantidade de lixo, equivale a 3 estádios do Maracanã cheios de lixo.

O site do Jornal O Globo, ressalta que limpar a sujeira jogada no lugar

errado custa ao contribuinte aproximadamente R$600 milhões por ano. Se

fosse possível reduzir em apenas 15% a quantidade de lixo, o dinheiro

Page 41: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

41

economizado seria suficiente para construir 1.184 casas populares, 30 clínicas

da família ou 22 creches.

O programa foi implementado visando todos os moradores e turistas

da cidade, onde, busca apelar para o sentimento de amor das pessoas pela

cidade e criar o comportamento correto em relação aos hábitos de jogar lixo

em locais que não são adequados.

Para conseguir fazer a campanha funcionar e mudar os hábitos da

população carioca, nos dois primeiros meses, a Comlurb intensificou as ações

de divulgação do Programa Lixo Zero, que já vinham acontecendo desde junho

na Praça Saens Peña, com fiscais abordando os transeuntes sem aplicar

multas.

Também no Centro e Zona Sul, além da ação de fiscalização sem

penalidades, tendas com banners informativos serviram de apoio para a ação

de orientação. Foram distribuídos bonés, sacolas plásticas e lixeirinhas para

carro.

Faixas utilizadas nos sinais de trânsito chamaram a atenção dos

motoristas com os dizeres “Não jogue lixo no chão. O Rio agradece”. Após

esse período, o Lixo Zero passou a multar a população que não respeita a Lei

de Limpeza Urbana. O Lixo Zero prevê multas de até R$3 mil para quem fizer

descarte irregular de detritos em áreas públicas. O valor das multas depende

do tamanho do resíduo descartado. Os produtos menores ou iguais a uma lata

de refrigerante resultam numa punição de R$157,00.

Para o caso de detritos maiores que uma lata e com menos de um

metro cúbico, a multa é de R$392,00. Aqueles com mais de um metro cúbico

resultam numa punição de R$3 mil. Já quem não recolher as fezes dos seus

animais de estimação terá que desembolsar R$ 98,00.

Para a prefeitura, qualquer resíduo é alvo de multa, cigarro, plástico,

copos, papel, restos de alimentos e de embalagens. As multas são aplicadas

na mesma hora por meio de smartphone e impressora portátil, sendo

registrada via internet e caso o infrator não pague o valor, o seu nome irá para

o Serasa (lista de nomes ilegíveis para obtenção de crédito).

Page 42: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

42

O balanço da primeira semana de fiscalização do programa Lixo Zero

implementado em 75 logradouros, relatou que foram registradas 467 infrações

pelas 58 equipes de fiscais, o que significa 34% de redução no lixo lançado em

vias públicas. A maior parte das multas se deve a guimbas de cigarro e

pequenos papéis e volumes descartados irregularmente. Em um mês de

programa, a redução de resíduos jogados na rua, chegou a diminuir em 50%

no centro da cidade, 46% no bairro de Copacabana e 42% nos bairros de

Ipanema, Leblon, Lagoa, Gávea e Jardim Botânico.

Figura 6 – Fotos do programa Lixo Zero. Fonte: Site Prefeitura e Jornal O Globo.

Esses números demonstram que a população está disposta a mudar o

comportamento, contribuindo para melhorar a limpeza urbana da cidade.

3.4 Case: PNI – Programa de vacinação imunizações

Durante muitos anos o Brasil sofreu com doenças como a poliomielite,

sarampo, rubéola, varíola, difteria, febre amarela, coqueluche, raiva.

O site do Ministério da Saúde mostra que um programa de vacinação

começou a ser estabelecido no ano de 1804, com o processo de erradicação

Page 43: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

43

da varíola no país. Nos anos seguintes, o Ministério da Saúde investiu cada

vez mais em campanhas de vacinação.

No ano de 1973, foi criado oficialmente o Programa Nacional de

Imunização – PNI. Na década de 70, foram criados os dias nacionais de

vacinação e o Ministério da Saúde adotou como estratégia a produção de

material informativo, como cartazes, folhetos e manuais, veiculados em

diversos meios e divulgadores de sua Fonte: site Wikipedia:

pt.wikipedia.org/wiki/ZéGotinha linha de ação.

O objetivo era despertar a consciência da população para a

necessidade da vacina, em especial pais e responsáveis por crianças menores

de cinco anos, mobilizar a sociedade em torno dessa questão e envolver

outras entidades nesta tarefa. Foram feitos ajustes de linguagem para público

alvo em suas campanhas, aproximando-se das comunidades e de outras

realidades regionais.

Em 1986, foi criado o personagem Zé Gotinha pelo artista plástico

Darlan Rosa6. Em 1993, para comemorar os vinte anos do Programa Nacional

de Imunizações - PNI, o Zé Gotinha virou a marca das campanhas de

multivacinação. O personagem foi construído como um herói, que venceria

todos os males, todas as doenças.

O Ministério da Saúde continuou buscando novas metodologias e

técnicas de aproximação com o público alvo. Passou a fazer uso de pessoas

conhecidas no cenário nacional: atores, jogadores de futebol e cantores

famosos, e mudou sua estratégia de comunicação com o público. O apelo

inicial da campanha contra a pólio associava a doença ao terror e ao medo. Os

pais eram responsabilizados sobre o acontecimento da doença. As imagens

veiculadas eram sempre de crianças usando aparelhos nas pernas, muletas,

ou cadeira de rodas.

A estratégia de marketing utilizada, de atingir as pessoas mostrando a

elas todo o horror da doença, revelava, no entanto, que não havia uma

preocupação com os sentimentos dos já atingidos e, muito mais, revelava um

grande preconceito em relação às pessoas portadoras de deficiência.

Page 44: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

44

Figura 7: Imagens das campanhas de vacinação. Fonte: www.google.com.br

6 Fonte: site Wikipedia: pt.wikipedia.org/wiki/Ze_Gotinha

Toda essa polêmica em torno da estratégia de marketing de chocar a

população mostrando a sequela da doença, e que não levava em consideração

os atingidos por ela, provocou ligeiras mudanças, visíveis nos cartazes de

convocação para a 2ª dose da vacina.

Hoje as campanhas de vacinação estão mais focadas em fotos, onde

as crianças aparecem mostrando a língua com a alguém pingando a gotinha

na boca.

Page 45: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

45

CONCLUSÃO

Os problemas sociais estão espalhados pelo mundo, de formas e

maneiras diferentes que deixam as pessoas em situações desfavoráveis.

Esses problemas atingem a todos, pois acabam gerando infortúnios a todas as

pessoas das áreas onde os problemas estão situados. Se determinada área

sofre com a pobreza extrema, isso irá causar o aumento da violência, com

roubos, assassinatos, sujeiras nas ruas, saúde e etc.

Nesse caso, a pobreza passa a ser um problema de toda a comunidade

onde essa situação está localizada, pois afeta diretamente toda a população.

A falta de educação, falta de saúde, hábitos desagradáveis, problemas

culturais, má distribuição de renda, atrapalham no desenvolvimento dessas

áreas e afetam a economia do país.

O marketing social, por meio de planos de estratégia para criar o

desenvolvimento e a qualidade de vida de determinadas áreas, pode ser a

solução para muitos problemas sociais. Não existe um profissional com

qualificação específica em marketing social, porém, qualquer profissional de

marketing pode seguir esse caminho e tentar mudar a vida das pessoas,

melhorar o ambiente onde vivem.

Apesar dos planos de marketing social dependerem da adesão

voluntária das pessoas a quem o projeto será proposto, se ele for bem

estruturado, levar em consideração as necessidades, os desejos, as diferenças

culturais e religiosas, tornar o projeto atraente e interessante aos públicos-alvo,

ele terá grandes chances de sucesso.

Mas não basta só implementar um projeto social, é necessário que o

mesmo seja avaliado ao decorrer de sua implantação e durante o processo em

que está sendo executado. Essa avaliação é importante para saber se o

projeto está dando certo, se houve algum erro no processo, se a comunicação

com o público-alvo obteve sucesso, quantas pessoas estão sendo

beneficiadas, quem não está e porque não está, se há passos a serem

corrigidos ou melhorados.

Page 46: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

46

Os planos de marketing social geralmente estão ligados as ONGs,

entidades sem fins lucrativos e governos, que, através de programas sociais

utilizam as ferramentas do marketing para atrair o público-alvo para as

campanhas e tentar melhorar a qualidade de vida desses cidadãos. Essas são

parcerias que, se trabalhadas em conjunto, podem melhorar os problemas

sociais da população.

Atualmente, a preocupação com os problemas sociais já tem atingido as

indústrias e as grandes empresas, que por meio de programas sociais, estão

procurando melhorar a qualidade de vida da população onde estão inseridas.

Preocupações com o meio ambiente e pobreza são problemas de todos e o

marketing social tem as ferramentas para ajudar na mudança que se faz

necessária no mundo.

Basta que as pessoas estejam interessadas em mudar esse tipo de

problema, os comportamentos e algumas coisas serão feitas. Talvez o

problema não seja sanado de imediato e não será, mas começar a

implementar pequenos projetos sociais e mudanças comportamentais é o

primeiro passo para amenizar esses problemas.

Page 47: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

47

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

DIAS, Reinaldo. Marketing Ambiental – Ética, Reponsabilidade Social e

Competitividade nos Negócios. 1 ed. São Paulo. Editora Atlas: 2011.

KARTAJAYA, Herman, KOTLER, Philip e SETIAWAN, Iwan. Marketing 3.0:

As forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano.

9º tiragem. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

KELLER, Kevin Lane e KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 12º

edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

KOTLER, Philip e ROBERTO, Eduardo L.. Marketing Social: Estratégias

para Alterar o Comportamento Público. Rio de Janeiro: Campus, 1992.

KOTLER, Philip e LEE, Nancy R.. Marketing Contra a Pobreza: As

ferramentas da mudança social para formuladores de políticas,

empreendedores, ongs, empresas e governos. Porto Alegre: Bookman,

2010.

KOTLER, Philip e LEE, Nancy R.. Marketing Social: Influenciando

Comportamentos para o Bem. Porto Alegre: Bookman, 2011.

MACKENNA, Regis. Marketing de Relacionamento: Estratégias bem

sucedidas para a era do cliente. 23ª Edição – Ed. Campos/Elsevier. Rio de

Janeiro, 1997.

ZENONE, Luiz Cláudio. Marketing Social. Thomson Learning, 2006.

Page 48: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

48

FONTES UTILIZADAS

Site oficial. CARE BRASIL. Disponível em: <http://www.care.org.br> Acesso

em Abril. 2014.

Site oficial. CEASM. Disponível em: < http://ceasm.tumblr.com/> Acesso em

Abril. 2014.

Site oficial. Google. Disponível em: <http://www.google.com.br> Acesso em

Maio. 2014.

Site oficial. Jornal O Globo. Disponível em: <http://oglobo.globo.com> Acesso

em Abril a Maio. 2014.

Site oficial. Médicos Sem Fronteiras. Disponível em: <http://www.msf.gov.br>

Acesso em Abril. 2014.

Site oficial. Ministério da Saúde. Disponível em:

<http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29489>

Acesso em Maio. 2014.

Site oficial. Prefeitura do Rio de Janeiro. Disponível em: <www.rio.rj.gov.br>

Acesso em Abril. 2014.

Site oficial. Wikipedia. Disponível em:

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Z%C3%A9_Gotinha> Acesso em Maio. 2014.

Page 49: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Falaremos do marketing 3.0, da sua visão focada no ser humano, nas interpretações dos novos conceitos de necessidades e desejos,

49

BIBLIOGRAFIA CITADA

COBRA, Marcos. Administração de Marketing no Brasil. São Paulo: Marcos

Cobra, 2005.

DIAS, Reinaldo. Gestão Ambiental. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2005.

KELLER, Kevin Lane e KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 12º

edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

LAS CASAS, Alexandre L. Administração de marketing: conceitos,

planejamentos e aplicações à realidade brasileira. São Paulo: Atlas, 2006.

PRIDE, William M.; FERREL, O. C. Marketing: conceitos e estratégias. 11.

ed. São Paulo: LTC Editora, 2001.

SANTINI, Fernando Roberto Gestão de marketing: O plano de marketing

como orientador das decisões/Fernando Roberto Santini; organizado por

Nelson Ludovico – 1.ed.-São Paulo: Saraiva, 2013