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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU MÚSICA E TREINAMENTO: UMA COMBINAÇÃO QUE PROPORCIONA REFLEXÃO E APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA AOS COLABORADORES ANA LUCIA DA MOTTA RAMOS ORIENTADOR: Prof. Paulo José Niterói 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

MÚSICA E TREINAMENTO: UMA COMBINAÇÃO QUE

PROPORCIONA REFLEXÃO E APRENDIZAGEM

SIGNIFICATIVA AOS COLABORADORES

ANA LUCIA DA MOTTA RAMOS

ORIENTADOR: Prof. Paulo José

Niterói 2016

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em MBA em Gestão de Recursos Humanos. Por: Ana Lucia da Motta

MÚSICA E TREINAMENTO: UMA COMBINAÇÃO QUE

PROPORCIONA REFLEXÃO E APRENDIZAGEM

SIGNIFICATIVA AOS COLABORADORES

Niterói 2016

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus porque sempre esteve comigo em

todos os momentos da minha vida. Aos mestres que

me ajudaram cada vez mais aprender meus

conhecimentos e por acreditarem em mim.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu tio Domingos Leite,

que, graças a sua ajuda, pude concluir minha pós-

graduação.

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RESUMO

Atualmente, as empresas têm se preocupado cada vez mais com um saber que

capacite o adulto as práxis vitais e profissionais, a renovação do saber se faz

necessária a cada dia, é uma necessidade existencial para todos. A

importância do capital intelectual é crescente nos dias atuais, e isso faz com

que as organizações priorizem a capacitação e a formação das pessoas. Tal

preocupação tem feito com que novas metodologias pedagógicas sejam

apresentadas e desenvolvidas nas organizações. Elas estão inovando na forma

de ministrar conhecimentos. Dentre essas metodologias está a música, pois

por ser envolvente desperta o desejo de se expressar, e também traz consigo

reflexão, envolvimento e integração, a partir daí, surge um pensamento crítico.

Diante desse exposto, este projeto assume como investigação como a música

pode contribuir para a reflexão e aprendizagem dos colaboradores.

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METODOLOGIA

Toma-se uso de que o tema da pesquisa requer uma abordagem a partir

de um levantamento bibliográfico e das pesquisas sobre o tema. Serão

adotados como universo da pesquisa os artigos referentes à relação música e

educação, publicados na revista da ABEM (Associação Brasileira de Educação

Musical). Para fundamentar a pesquisa serão apanhadas as contribuições de

Bastian, Brito, Bueno, Chiavenato, Fipplo, Menuhin e Davis, Nóbrega, Piaget,

Santos e Leonor e Vygotsky.

Palavras-chave: Música, Treinamento, Empresa

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

A música e os ouvidos do conhecimento 11

CAPÍTULO II

A educação e a classe trabalhadora na contemporaneidade 21

CAPÍTULO III

A empresa e a música 27

CONCLUSÃO 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 41

ÍNDICE 43

LISTA DE FIGURAS 45

LISTA DE TABELAS 46

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 47

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INTRODUÇÃO

O trabalho sobre título “Música e treinamento: uma combinação que

proporciona reflexão e aprendizagem significativa aos colaboradores”

manifesta-se através das experiências vivenciadas no ambiente de trabalho e

em outros ambientes.

No decorrer do trabalho, refletirei sobre o desenvolvimento do indivíduo,

das suas relações com o ambiente de trabalho e conhecimentos através da

música, investigando a contribuição da linguagem musical e sua influência no

processo intelectual, no relacionamento interpessoal e atitudes no indivíduo na

empresa.

Para Bueno (2007), a palavra desenvolvimento vem do verbo

desenvolver, ampliar; dando a concepção de crescer; progredir. A sua origem

etimológica, confirma o entendimento do termo desenvolver, que vem do latim

“volvere”, que significa mudar de posição, evoluir.

Aliando a música às práticas cotidianas das pessoas, no contexto

profissional e suas finalidades, as atividades que envolvem a música podem

promover qualidade de vida, reflexão, envolvimento, integração, interação,

socialização e uma aprendizagem significativa, bem como o desenvolvimento

de novas habilidades nos colaboradores, nas suas relações com a empresa e

conhecimentos.

Através das observações, pude perceber a contribuição da música na

vida das pessoas. Sendo assim, o propósito desse estudo é expor algumas

reflexões sobre o desenvolvimento do indivíduo, do seu intelecto no processo

de interação social e desenvolvimento pessoal/profissional através da música.

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A música pode contribuir e influenciar no processo cognitivo e no

desenvolvimento da vida profissional, bem como suas relações e

conhecimentos se inserida na vida das pessoas.

Esse tema torna-se deveras oportuno, uma vez que a Lei que traz a

música de volta às escolas após quase 40 anos, foi sancionada pela

Presidência da República.

Na visão de Grietens (2009), além de servir de apoio para o

desenvolvimento das competências escolares, a música desperta as

qualidades mais humanas.

Utilizando a música como recurso em sala de aula/treinamento, o

educador/instrutor, envolverá o indivíduo fazendo com que o mesmo aprenda

interagindo de forma prazerosa e enriquecendo o seu universo.

A música encanta, e através dela, viajamos, imaginamos, sonhamos,

sentimos e criamos. A relevância desse trabalho está em mostrar o processo

contínuo da construção de conhecimentos e novas habilidades que abrange

sentir, refletir, envolver e criar. Toda música traz uma história, em cada história

há uma reflexão, a partir daí, surge um pensamento crítico, ou seja, a música

dá sustentação no processo de absorção de conhecimentos. Esse processo

estimula aprendizagem, despertando, então, incentivos na contribuição do

conhecimento.

Há não muito tempo atrás, a música não era inserida no ambiente de

trabalho, vez outra em comemorações de fim de ano. Hoje, podemos percebê-

la ao entrar numa loja de roupas femininas ou masculinas, loja para jovens,

esportiva, farmácias e drogarias ou até mesmo em consultórios médicos. Se

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pararmos para prestar atenção, podemos notar que cada ambiente citado

acima existe um estilo musical diferente, a saber: uma loja para jovens; uma

música mais agitada, com batidas repetidas e intensas, um consultório médico;

uma música mais calma, às vezes, clássica.

A abordagem da música como ferramenta pedagógica na empresa pode

ser vista por diferentes pontos, mas neste trabalho o recorte será uma revisão

de literatura a partir de um levantamento bibliográfico e das pesquisas sobre o

tema.

Com presente estudo pretendo adquirir conhecimentos e transformá-los

em prática no processo de gerir pessoas. Acredito que esse processo encontra

na música um caminho para manifestações como: criatividade, expressões e

movimentos, pois o desenvolvimento dos aspectos cognitivos, afetivo e social

está relacionado à música. Através dela o homem consegue criar um ambiente

descontraído, de alegria, fazendo, assim, com que o indivíduo aprenda com

prazer e de forma significativa.

Dessa forma, o presente trabalho está divido em:

Ø Primeiro capítulo – uma abordagem histórica da música;

Ø Segundo capítulo – será apresentado um breve estudo sobre a educação;

Ø Terceiro capítulo – será apresentado um breve levantamento sobre

empresa e música.

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CAPÍTULO I

A MÚSICA E OS OUVIDOS DO CONHECIMENTO

Há muito tempo, a música vem sendo apreciada pelo homem, seja na

vida social ou em manifestações religiosas. Segundo Menuhin e Davis (1990),

a música é mais do que as palavras, pois essas são símbolos abstratos que

transmitem significado fatual, ela é de fato o homem.

Para Santos e Leonor (1999), nosso corpo, ao ouvir música, libera ações

e reações que acalmam a mente, aflorando então, novas perspectivas e

possibilidades.

De acordo com Menuhin e Davis (1990), antes mesmo da linguagem ou

da arte, a música é a forma mais antiga de se expressar. Provas antropológicas

comprovam que surgiu antes da fala. Indícios mostram, em restos de

esqueletos humanos, o uso da voz para reprodução da fala e, que a

reprodução da fala remonta cerca de oitenta mil anos, enquanto o canto, meio

milhão de anos antes. Isso se dá porque os ligamentos entre músculos e ossos

deixam vestígios no arcabouço esqueletal.

A música é muito mais que palavras, ela mexe com os sentimentos mais

profundos, com o corpo desconhecido, com a alma, nos faz responder com

todo nosso ser. Ela liberta, faz viajar, fala da natureza, fala mais profundamente

que as palavras, fala com Deus.

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Acima, feita em argila, a figura retrata um casal nobre egípcio,

que há cinco mil anos ouvia a serenata de um harpista e três cantores que

batiam palmas para acompanhar o ritmo. Estas figuras eram enterradas entre

os pertences dos mortos, acreditava-se que os ajudava a viajar para o mundo

seguinte. Elas se encontram atualmente no Museu do Cairo.

Menuhin e Davis (1990), relatam que:

As palavras podem ocultar a verdade, mas isso dificilmente é possível

no caso da música. Mesmo quando esta é usada corruptamente,

conseguiremos detectar a insalubridade que contém, se a escutarmos

atentamente. Seja como for, sinto que é papel do músico manter

nossa confiança no mundo e a confiança do mundo em nós, e ajudar-

nos a expressar emoções autênticas. Quando a música assume essa

responsabilidade, ela traz à tona o melhor esforço humano e é

profundamente terapêutica, harmonizando o físico e o espiritual, o

Figura 1 – figuras em argila Fonte: Menuhin e Davis (1990).

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intelectual e o emocional, juntando corpo e alma. (MENUHIN e

DAVIS, 1990, p.43).

De origem paleolítica, a música, na qual a etimologia da palavra vem do

grego musiki, significa todas as artes das nove Musas.

Segundo Menuhin e Davis (1990), em Delfos, sobre o Monte Parnaso, o

Templo de Apolo era o lugar que estabelecia ligação entre música e mistério e

também considerado como a morada da música. Para os gregos, as nove

Musas eram fontes de inspiração para todas as artes e, a música era

interligada a elas. O filho de Júpiter, Apolo, era o líder das Musas, guerreiro,

mestre atleta e também mestre em música. Na Grécia o papel principal da

música era formar o caráter e a saúde. Para eles, a educação musical dirigida

era considerada essencial para um povo disciplinado.

A devoção à música atingiu seu auge no Templo de Apolo, por volta de

586 a.C, em seu anfiteatro, nas primeiras competições musicais. Foi então que

Platão declarou que a música deveria preceder e dominar a ginástica, pois

segundo ele, a alma deveria formar o corpo, e não vice-versa.

A música pode ser: erudita, popular, folclórica e religiosa e, está

presente em diversos rituais, desde os mais antigos aos mais recentes, cada

um requer a sua própria música. No ritual da caça podia se produzir sons

suaves com o arco. Defende-se, hoje, que o arco e a flecha são ancestrais do

violino.

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Para Bueno (2007), a música é arte e ciência de combinar os sons de

modo que agradem ao ouvido; qualquer composição musical; execução de

qualquer peça musical; qualquer conjunto de sons.

Desse modo, a música integra todos os tipos de sons:

Tom – um som com altura determinada, com uma afinação precisa.

Ruído – som sem altura definida, resultante de vibrações irregulares.

Mescla – um som que contém ao mesmo tempo elementos sonoros com

altura determinada e frações de ruidosidade.

Figura 2 – Pintura egípcia Fonte: Menuhin e Davis (1990).

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A pintura acima é uma das pinturas encontradas no túmulo de Zeser-ka-

Sonbe, 18ª dinastia, em Tebas. Ela representa músicos que usam como

instrumentos a harpa em arco, o alaúde, o oboé duplo e a lira e, para fazer a

marcação, uma criança estala os dedos. Essa pintura é uma das mais belas do

Antigo Egito.

Acima, fotos de um conjunto musical pré-histórico formado por ossos

dos omoplatas e do quadril de um mastodonte. Junto com eles foram

encontradas flautas e as marcações para os pontos de ressonância que ainda

são visíveis depois de 35 000 anos.

Figura 3 – Ossos dos Omoplatas Fonte: Menuhin e Davis (1990).

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Menuhin e Davis (1990), relatam que por volta do ano 3000 a.C, a China

começou a desenvolver teorias musicais complexas. No ocidente, ela é mais

recente. Ao entrarmos na Era cristã, a música ainda não tinha se desenvolvido,

mesmo levando muito tempo para apontar no mundo Ocidental, o Ocidente

conseguiu dominar e desenvolver a harmonia de um modo novo, criando uma

nova linguagem. A música demorou surgir, mas ao surgir, criou-se uma

linguagem nova, nunca ouvida.

“É a música que se coloca no apogeu das descobertas e invenções

humanas. De fato, eu diria que a música é um espelho do próprio

processo de pensamento. Os ritmos repetidos e as sequências de

tons ajudaram claramente a estabelecer o princípio do

reconhecimento e da comparação, recorrendo à memória e ao ensaio

e erro”. (MENUHIN e DAVIS, 1990, p.1).

Para Olivier (2008), Pitágoras, por muitos, conhecido como matemático

e principalmente lembrado pelo “Teorema de Pitágoras”, foi para alguns

historiadores, médico, pensador místico, filósofo, geômetra e reformador

religioso, mas também músico e tocava lira com maestria. Foi ele quem

reavivou os conhecimentos da música e o grande responsável em revelá-la ao

Ocidente.

As pesquisas, descobertas e as afirmações de Pitágoras são vastas. Ele

concluiu que todas as coisas são números por meio de uma observação no

campo musical e, que a extensão da corda sonora produz sons variados, ou

seja, há uma dependência do som em relação à extensão da corda sonora,

música em relação à matemática.

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Pitágoras é considerado o pai da musicoterapia, pois foi o primeiro a

reconhecer as qualidades curativas da música. Por volta do século V a.C, ele

tratou doentes mentais com sessões musicais, mas foi somente em 1950 que a

música foi reconhecida como instrumento terapêutico.

Olivier (2008) concluiu que:

Ciência baseada em Medicina (Neurologia, Psiquiatria) e Música

(ritmo, harmonia etc.), pode ser utilizada em sua forma mais simples,

usando-se sons diversos e músicas para tratamento de doenças

mentais, autismo, estresse e outros distúrbios que incluem os de

aprendizagem. (OLIVIER, 2008, p.69).

De acordo com Olivier (2008), o cérebro de pessoas autistas, em coma

ou em estado de inconsciência é atingido positivamente pela música, em

especial a musicoterapia. A música é percebida e entendida pela parte do

cérebro que capta estímulos de emoções, sensações e sentimentos. Nessa

perspectiva, conclui-se que mesmo que os centros mais altos do cérebro que

envolvem a razão e o discernimento não a interpretem, ela pode ser ouvida e

até entendida, ou seja, é possível reagi-la mesmo que não se preste atenção à

música. Ela também exerce poder sobre a taxa de pulsação, pressão

sanguínea, digestão, músculos, glândulas e até o sistema nervoso. Pode-se

dizer que “a música é feita do material mais estimulante e poderoso conhecido

entre os processos perceptivos. A música opera sobre a faculdade emocional

humana com mais intensidade e rapidez do que qualquer outro ato”. (apud

OLIVIER, 2008, p.71).

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As conclusões a que se chegam, para Olivier (2008), é que a música,

além dos efeitos terapêuticos no tratamento de vários distúrbios, contribui para

o aprendizado e é um instrumento eficaz no tratamento de distúrbios de

aprendizagem.

1.1 O universo dos sons

O envolvimento das crianças com o universo sonoro, de acordo com

Brito (2003), inicia-se na gestação, ou seja, desde o período intrauterino os

bebês já conviviam num ambiente de sons, que são gerados pelo corpo da

mãe, como o fluir do sangue nas veias, os movimentos dos intestinos e a

respiração. Assim, como a voz materna que constitui material sonoro e

referência afetiva. A interação dos bebês e das crianças com o ambiente

sonoro que os envolve é permanentemente.

Para Menuhin e Davis (1990), o choro do bebê é a manifestação da sua

independência, mas ele ainda se lembra do calor e segurança do útero da mãe.

Mesmo depois de nascer, o batimento do coração da mãe permanece

profundamente dentro do bebê. Ao sentir que perdeu esse som, ele sente a

necessidade de substituir por outros, principalmente a própria voz, pois mesmo

antes de ver o bebê já podia ouvir.

Brito (2003), afirma que por meio do contato com toda variedade de sons

do cotidiano, incluindo a música, o processo de musicalização das crianças e

bebês, se dá de forma intuitiva e espontânea.

[...] O processo de musicalização dos bebês e crianças começa

espontaneamente, de forma intuitiva, por meio do contato com toda a

variedade de sons do cotidiano, incluindo aí a presença da música.

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Nesse sentido, as cantigas de ninar, as canções de roda, as

parlendas e todo o tipo de jogo musical têm grande importância, pois

é por meio das interações que se estabelecem que os bebês

desenvolvem um repertório que lhes permitirá comunicar-se pelos

sons; os movimentos de troca e comunicação sonoro-musicais

favorecem o desenvolvimento afetivo e cognitivo, bem como a criação

de vínculos fortes tanto com os adultos quanto com a música.

(BRITO, 2003, p. 35).

A cada dia, segundo Santos e Leonor (2010), o trabalho com a música

vem fazendo novas descobertas. Pode-se partir para o relaxamento inserindo

músicas lentas, dessa forma, a criança sentirá o corpo e reconhecerá suas

partes. Ora como tema central, ora como pano de fundo, a música, nas

atividades, inserida num contexto, proporciona momento livre, criador,

descontraído e alegre. No qual as crianças sentem a música de forma plena,

tornando-a mais um elo de interação com a vida, com o mundo e com outras

atividades.

Muitos estudiosos têm discutido a importância da música; o que esta

atividade representa na vida das pessoas. Estuda-se que crianças que passam

a ter contato com a música elevam a sociabilidade, desenvolvem as

inteligências, a concentração, passando então a se sentirem mais seguras,

mais acolhidas em sala de aula e menos agressivas.

Santos e Leonor (2010), afirmam que:

[...] com o decorrer da proposta, as crianças acalmavam-se,

passavam a se concentrar mais e a dispensar mais tempo às

atividades seguintes. Mesmo as crianças que adormeciam

acordavam mais dispostas e menos agitadas. Tudo isso também

refletiu no momento da história, em que o envolvimento das crianças,

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sua atenção e sua expectativa ficaram mais evidentes (KRAMER,

2010, p. 211).

A Lei nº 11.769/2008, recentemente aprovada, trata a música como

conteúdo obrigatório nas escolas, uma vez que apresenta diversos

componentes que beneficiam a importância da música na educação. Depois de

um longo período - quase 40 anos – a música voltou às escolas, retorno

esperado e festejado por muitos educadores que veem a música como

atividade relevante na vida das pessoas, mas junto à alegria, ansiedade e

dúvida. Dúvida de como conduzir a música na escola; em qual disciplina; quais

objetivos serão alcançados; quem ministrará a aula; trabalhar a música só na

recreação ou também em sala de aula; dentre outras. Essas inquietações

chamam a atenção para a intensidade dos desafios que são lançados no

universo do educador.

Partindo desse pressuposto, podemos concluir que, a sociedade como

um todo, digo, gestores escolares, professores, pais e alunos, deverá se

conscientizar da relevância da música na escola para que essa nova lei seja

inserida com eficácia.

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CAPÍTULO II

A EDUCAÇÃO E A CLASSE TRABALHADORA NA

CONTEMPORANEIDADE

O homem recebe e exerce influência por toda a sua vida, pois vive em

constante interação com o meio. Toda influência que o ser humano recebe do

seu ambiente social desde o nascimento até a morte, a fim de adaptá-lo às

normas e aos valores sociais vigentes denomina-se educação.

Ela pode ser institucionalizada e exercida de modo organizado e

sistemático, bem como desenvolvida de modo desorganizado e assistemático,

ou seja, realizada nas escolas e igrejas, seguindo um plano preestabelecido,

ou na família e outros grupos sociais, sem nenhum plano preestabelecido. De

uma forma ou de outra ela é o preparo da vida e pela vida.

Durante muitos anos os governantes eram originários da burguesia e,

isso acabou se tornado algo muito apropriado. Os herdeiros da coroa sempre

foram preparados para reinar e os filhos dos burgueses para governar. Os anos

se passaram e a história não é muito diferente. Ainda hoje, existe uma escola

pensada para os ricos e outra pensada para os pobres. O rico desde pequeno

é preparado para dominar, enquanto o pobre para ser dominado, ou seja,

obedecer e trabalhar e, de preferência em troca de baixos salários.

Na opinião de Garcia (1997), no final do século XX, apesar do

tradicionalismo, o marco foi a classe trabalhadora se colocar numa posição fora

da sua realidade, posição de governante, quando um trabalhador, nas eleições

presidenciais, se candidata ao cargo de Presidente da República. Esse ato,

para muitos, foi considerado como petulância, audácia, insolência. Muitos se

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perguntavam: Como pode um analfabeto ser Presidente do Brasil? É claro que

podemos imaginar que esse tipo de reação só poderia ter vindo da classe

dominante, pois para eles, um pobre, trabalhador, não teria como governar um

país. Afinal, ele não foi educado para exercer tal cargo que, exige acima de

tudo, muito preparo. Mas não só a classe dominante teve essa reação, assim

como também metade da classe trabalhadora que, envolvida pelas concepções

de mundo da classe dominante, acaba seguindo sua ideologia.

Já a outra metade da classe viu como um ato de bravura, coragem e,

adiante, esperança, pois era a possibilidade de alguém díspar pensar e fazer

alguma coisa pela classe trabalhadora.

No entendimento de Garcia (1997), assim, como a classe trabalhadora

tem como perspectiva tornar-se governante, também a escola comprometida

com o projeto dessa classe – desde a educação infantil ao ensino superior –

deve ter o mesmo horizonte.

A escola deve contribuir para que cada aluno, independente de sua

condição de classe, gênero ou raça - afinal, ela é para todos e democrática - vá

se capacitando no decorrer de sua escolaridade para almejar se tornar

governante. Desenvolver na criança - não só da classe dominante - as

condições gerais de poder governar. Condições no sentido de ter

autoconfiança, se sentir capaz e reconhecimento social como tal para exercer a

função.

[...] é preciso se perceber como capaz e ser reconhecido socialmente como capaz. Capaz é o sujeito que lê criticamente a realidade e fórmula solução para os problemas que detecta. Para que um sujeito se capacite a ler criticamente a realidade [...] é necessário dominar conhecimentos indispensáveis à análise (o conhecimento historicamente produzido, a que denominamos Ciência); é necessário ter desenvolvido a capacidade de, a partir da crítica, criar

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possibilidades de enfrentamento dos problemas que a natureza, a sociedade e os homens colocam, é necessário ainda ter desenvolvido a capacidade de argumentação e de persuasão, para que suas propostas sejam compreendidas e aceitas por um número significativo de pessoas, no sentido de que possam se constituir em projetos alternativas de sociedade (GARCIA, 1997, p. 13).

No Brasil, o primeiro nível do ensino escolar é a educação básica. A ela,

de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº

9.394/96, é atribuída à finalidade de garantir a todo brasileiro a formação

comum indispensável para exercício da cidadania, assim como também

fornecer recursos para que possa progredir nos estudos, seja no nível superior

ou em outras modalidades, bem como ingressar no mercado de trabalho.

A educação pode ser social, cultural, política, moral, religiosa, etc. Mas

aqui, nos atentaremos a educação profissional. A educação profissional visa o

preparo do homem para a vida profissional, e está compreendida em três

etapas interdependentes.

Ø Formação profissional – visa preparar e formar o homem para o exercício

de uma profissão em um determinado mercado de trabalho. Pode ser

institucionalizada ou não, e seus objetivos são amplos e mediatos. Ocorre a

longo prazo.

Ø Desenvolvimento profissional – e a educação que tende a aperfeiçoar e

ampliar o indivíduo para seu crescimento profissional em determinada

carreira, dando conhecimentos que ultrapassam o que o cargo exige,

preparando-o para funções mais complexas. Geralmente ocorrem em firmas

especializadas em desenvolvimento de pessoal ou na própria organização.

Seus objetivos são menos amplos e ocorre em médio prazo.

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Ø Treinamento – É a educação que tende a adaptar o indivíduo a exercer

determinada função ou executar uma tarefa específica na organização.

Pode ser institucionalizada ou não, e seus objetivos são limitados e

imediatos, visando dar ao treinando os elementos essenciais para que o

mesmo exerça um cargo. Ocorre tanto nas organizações quanto em firmas

especializadas em treinamento. Ocorre em curto prazo de tempo.

Treinamento e desenvolvimento, para Chiavenato (2009), é um processo

educacional, com extensão de tempo de curto prazo, no qual as pessoas de

nível não gerencial aprendem conhecimentos e habilidades técnicas para

ocupar determinado cargo na organização, e diferem em quatro sentidos.

1) O que é aprendido;

2) Como é aprendido;

3) Como a aprendizagem ocorre;

4) Quando a aprendizagem ocorre.

Em seu ponto de vista, o treinamento está se limitando cada vez mais à

instrução de operações técnicas e mecânicas, é direcionado às pessoas de

nível não gerencial, ocorre em curto prazo, em função de um propósito definido

e específico, é aplicado de maneira sistemática e organizada, enquanto o

desenvolvimento conta com os conceitos educacionais filosóficos e conceituais,

é projetado para pessoas de nível gerencial, e envolve uma educação mais

ampla e de longo prazo.

Fipplo (2009), considera que treinamento “é o ato de aumentar o

conhecimento e perícia de uma pessoa para o desempenho de determinado

cargo ou trabalho”. McGehee (2009) acrescenta que tempos atrás, ele

significava educação especializada.

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A NICB - National Industrial Conference Board, acredita que o

treinamento além de ajudar a alcançar os objetivos da empresa, oferece aos

empregados de quaisquer níveis de adquirirem o conhecimento, a prática e a

conduta demandados pela organização. Já para Hoyler (2009), o treinamento é

como “um investimento empresarial destinado a capacitar uma equipe de

trabalho a reduzir ou eliminar a diferença entre o atual desempenho e os

objetivos e realizações propostas”. Resumindo, o treinamento é um esforço

dirigido no sentido de equipe, para que os objetivos da empresa sejam

atingidos pelo grupo de forma econômica.

O conteúdo do treinamento pode compreender quatro tipos de mudança

de comportamento, são eles:

è Transmissão de informações;

è Desenvolvimento de habilidades;

è Desenvolvimento ou modificação de;

è Desenvolvimento de atitudes;

Eles podem ser utilizados separados ou em conjunto. Uma organização

quando pensa em treinar seus colaboradores não treina por treinar, ela tem

objetivos a cumprir, que são claros e explícitos. Alguns a saber:

1) Preparar as pessoas através de informações e desenvolvimento de

habilidades para executarem determinadas tarefas;

2) Promover oportunidades para o desenvolvimento pessoal para cargos

atuais e futuros;

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3) Mudança de atitudes não só entre as pessoas criando um clima

favorável, mas também em relação a motivação.

Quando falamos em treinamento estamos tratando de dois termos:

instrutor versus aprendiz.

Os instrutores são pessoas especializadas ou experientes, de qualquer

nível hierárquico dentro da organização, no qual compartilham seus

conhecimentos aos aprendizes de maneira organizada. Vale ressaltar, aqui,

que conhecimentos não são transmitidos, mas sim, compartilhados.

Aprendizes são pessoas de qualquer nível hierárquico da organização

que necessitam melhorar ou aprender cada vez mais seus conhecimentos e

habilidades sobre determinada habilidade.

O treinamento oferece meios para possibilitar a aprendizagem, e a

aprendizagem é a incorporação do que foi ensinado; é modificar o

comportamento do indivíduo em direção ao que foi ensinado. Essa mudança

ocorre não só no treinamento, bem como, no dia a dia.

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CAPÍTULO III A EMPRESA E A MÚSICA

Os resultados da música e da sua prática para a educação do ser

humano são testemunhadas desde a Grécia até hoje. Desde muito cedo o ser

humano aprende que não vive sozinho, que faz parte de uma sociedade e

precisa relacionar-se com ela. Nesse caso, a música é fundamental, pois

estimula a competência social, de acordo com Bastian (2009).

Corroborando, Fonterrata (2009), acrescenta que além de desenvolver

a sociabilidade, a música melhora a qualidade de vida.

Vivemos num século em que as condições de vida, culturais,

tecnológicas, econômicas e profissionais mudam alucinadamente, exigindo,

então, mudanças nas exigências formativas.

Há tempos, construía-se um saber que capacitava o adulto as práxis

vitais e profissionais por toda a vida, mas, hoje, a renovação do saber individual

se faz necessária em curto espaço de tempo. Em contra partida, a frequência

de mudança de profissão está aumentando, ou seja, o profissional nunca sabe

tudo, deve sempre se atualizar, renovar seus conhecimentos de acordo com o

crescente e rápido fluxo de informações.

No futuro, o aprendizado ao longo de toda a vida não será uma máxima cultural burguesa para uns poucos, mas uma necessidade existencial para todos. Para nossa formação, o modelo antigo de aquisição do conhecimento precisa ser substituído por um permanente modelo de renovação do conhecimento (BASTIAN, 2009, p. 21).

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Uma organização precisa saber utilizar, em conjunto, todos os seus

pontos fortes para ser bem-sucedida. Conhecendo seus valores, cultura,

preparo do seu pessoal, sabendo utilizar os recursos, ela poderá criar e

aumentar sua vantagem competitiva. Devido à explosão de saber, as

exigências às características de personalidade profissionalmente qualificadoras

para um posto de trabalho têm sido cada vez mais frequente. Aptidão para a

comunicação, capacidade de cooperação, flexibilidade, criatividade, pensar em

conjunto, aptidão para resolver problemas e outros, são qualificações-chave na

literatura pedagógica profissional. Tanto a política, a economia e a indústria

focam na extroversão como aptidão para o contato; retidão como disposição

para a responsabilidade; estabilidade emocional como capacidade de se

manter firme frente as situações estressantes; etc. Partindo desse pressuposto,

a música é um meio de desenvolvimento efetivo dessas características de

personalidade.

Ela exige e promove extroversão na maneira expressiva e vigorosa de tocar, espírito de equipe na prática conjunta da música, retidão em relação à obra musical e à sociedade musical, estabilidade emocional no estresse do palco da apresentação artística, inteligência na interpretação apropriada de uma obra musical (BASTIAN, 2009, p. 22).

Algumas empresas estão inovando na forma de ministrar

conhecimentos. Uma nova metodologia vem sendo utilizada na apresentação

dos conteúdos; a palestra musical. Acredita-se que através da música é

possível agregar valores a organização e proporcionar reflexão e aprendizado

aos colaboradores.

A prática da música é, indubitavelmente, um caminho régio para aquela educação que tem como objetivo uma personalidade amplamente formada. Ela pode tornar-se um estímulo a que os outros

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despertem da passividade comercial, descubram seus próprios talentos, adquiram gosto pelo individual e, através da música, cheguem ao belo resultado: “Eu sei algo, eu sou algo!”. A música sempre esteve e está ligada ao ser humano (BASTIAN, 2009, p. 51).

Na Era Industrial, os recursos físicos e financeiros eram base para o

sucesso das organizações. Hoje, na Era do Conhecimento, o elemento humano

é base da excelência organizacional.

A globalização, o desenvolvimento tecnológico e a mudança e transformação da sociedade fazem com que a capacidade de sobrevivência e excelência das organizações passe cada vez mais a depender forte e diretamente das habilidades e competências das pessoas que nelas trabalham (CHIAVENATO, 2009, p. 1).

Nóbrega (2006), contribui, destacando que a empresa é a grandiosa

inovação tecnológica na história da civilização, pois ela torna produtivo o

esforço humano, além de contribuir para o progresso de pessoas e países.

Essa forma de organização chamada empresa, surgiu por volta do século XIX.

Para ele, a fazenda ancestral foi o embrião da empresa moderna. Há

dez mil anos, quando a agricultura foi criada, o homem vivia em bandos

nômades de caçadores coletores, e a sua alimentação era farta, provida da

natureza. À medida que o clima esquentava, o fim da Era Glacial se

aproximava, com isso, a escassez dos alimentos. A caça diminuiu e os

caçadores tiverem de se contentar com presas menores. Passaram então,

proteger e guiar pequenas manadas de bisões, dessa forma, elas eram

afastadas de predadores e outros caçadores. Esses grupos começaram a

domesticar esses animais e, por conseguinte, substituir a economia nômade

dos caçadores coletores. Resolutamente a agricultura começou com a

domesticação desses animais, para isso, o grupo precisou de coesão,

organização e colaboração.

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Anos depois veio o preparo e o plantio do solo. Quem adotava esse

estilo de vida obtinha vantagem, pois conseguia mais alimento, garantindo a

sobrevivência de todos, aumentando a família e obtendo força sobre os

caçadores coletores, que eram empurrados para cada vez mais longe. Com a

força que a agricultura foi ganhando não era mais possível permanecer no

velho estilo de vida, surgiram então os reinos, países, vilas. Foram essas

instituições que nos possibilitaram a viver e trabalhar harmoniosamente com

estranhos em grau crescente de interação.

A empresa surgiu dessa dinâmica, experimentos de colaboração, por

pessoas, que, inconscientemente, desenvolveram meios que as permitiam se

dar bem.

Para o autor, a organização moderna não passa de uma extensão

complexa da fazenda ancestral.

A agricultura foi o “truque” que motivou as pessoas a abrirem mão de sua versão natural a estranhos. A organização moderna é apenas uma extensão – mais complexa, mais refinada – da fazenda pré-histórica que domou o espírito andarilho e beligerante de nossos ancestrais. Com o tempo eles acabaram desenvolvendo, por tentativa e erro, as normas de comportamento que, a partir da agricultura, fizeram a civilização decolar (NOBREGA, 2006, p. 84).

Sabemos que toda atividade humana voltada para a transformação da

natureza no sentido de satisfazer uma necessidade denomina-se trabalho. O

colaborador não pode mais entrar numa empresa e “trabalhar por trabalhar”,

digo, fazer seu serviço e ir embora. As empresas contemporâneas precisam de

pessoas que produzam riquezas com seus conhecimentos, precisam de

talentos.

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Hoje, a sociedade processa as mudanças com muito mais agilidade

devido ao excesso de informações e a velocidade com que elas se difundem.

Isso tudo acaba exigindo de nós não só novos pensamentos como novas

formas de agir, para que as questões nas quais nos deparamos tenham

significados na hora de tratá-las. Com as organizações acontece o mesmo,

pois influenciam e são influenciadas por estarem em constante interação com o

meio, e uma vez que o meio sofre alterações, acaba afetando o seu processo

de formulação e objetivos organizacionais; influenciando, de certa forma, o

comportamento dos colaboradores e, por conseguinte, os seus valores.

O segredo das organizações bem-sucedidas é saber agregar valores humanos e integrá-los e alinhá-los em suas atividades. Saber buscar pessoas no mercado que tenham condições de ajudar a organização a navegar pelas turbulências dessa nova era. Neste aspecto, o subsistema de desenvolvimento de recursos humanos constitui o principal meio de melhorar e acrescentar conhecimentos, habilidades e competências às pessoas e transformá-las em verdadeiros talentos humanos capazes de forma o cérebro, a inteligência e o sistema nervoso da organização moderna (CHIAVENATO, 2009, p. 2).

Uma organização que sabe agregar e alinhar valores humanos em suas

atividades, bem como buscar pessoas no mercado, tende a crescer e se

manter no mercado. Para isso, as organizações contam com o setor de

recursos humanos, que desenvolve nos colaboradores não só os

conhecimentos, como também as habilidades e as competências,

transformando-as e capacitando-as a formar o cérebro, a inteligência e o

sistema nervoso da organização moderna, segundo Chiavenato (2009).

Para ele, a globalização dos negócios – que tem sido crescente – e a

exposição das organizações à concorrência mundial, estão fazendo com que a

ARH (Administração de Recursos Humanos) passe por mudanças e inovações,

uma vez que as palavras de ordem passaram a ser: produtividade, qualidade e

competitividade. Nessa nova era as pessoas passam a ter mais importância,

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deixam de ser o problema para ser a solução dos problemas da organização,

ou seja, o conhecimento é o recurso mais valioso na era da informação, pois é

fundamental para o sucesso da mesma. Quanto maior o capital intelectual

maior a riqueza organizacional.

O capital intelectual significa inteligência competitiva e representa um ativo intangível que a contabilidade moderna tem dificuldade de manipular por meio de seus procedimentos tradicionais. Um ativo intangível que reside na cabeça das pessoas: são elas que pensam, interpretam, raciocinam, tomam decisões e agem dentro das empresas. Mais do que isso, são as pessoas que criam novos produtos e serviços, visualizam a concorrência, melhoram os processos internos e encantam os clientes. São elas que dão vida, razão e ação para as organizações (CHIAVENATO, 2009, p. 3).

Esse mundo globalizado tem exigido que o trabalhador braçal se

despeça do trabalho manual e físico e dê a vez a um trabalho intelectual, quer

dizer, migre para a atividade cerebral e intelectual. Essa crescente importância

do capital intelectual faz com que as organizações priorizem a formação e a

capacitação das pessoas.

De acordo com Chiavenato (2009), o que difere uma empresa bem-

sucedida daquela que ainda não atingiu esse nível é o trabalhador intelectual –

o Knowledge Work – capaz de trabalhar com a cabeça na condução dos

negócios da empresa e participar ativa e proativamente. São eles que criam e

também têm iniciativas dentro das empresas. Para ele, o conhecimento é

responsável pela competitividade e sustentabilidade da empresa num mundo

tão globalizado e altamente concorrente. Ainda mais, preparar, treinar e

desenvolver os funcionários que tenham condições de lidar e que estão abertos

à mudança e inovação de proporcionar valor tanto à empresa quanto ao cliente

é a chave para que as organizações sejam bem-sucedidas.

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Esses valores e talentos humanos capazes de formar tanto a inteligência

quanto o cérebro e o sistema nervoso central da organização moderna está

constituído no subsistema de desenvolvimento de recursos humanos.

3.1. A Administração de Recursos Humanos e Seus

Subsistemas

A ARH é um sistema composto de cinco subsistemas básicos que estão

intimamente relacionados entre si, que denominaremos:

TABELA 1: Subsistemas da Administração de Recursos Humanos Subsistema Objetivo Atividades envolvidas

Provisão (atrair) Quem trabalhará na organização

● Pesquisa de mercado de RH; ● Recrutar pessoal; ● Seleção de pessoas.

Aplicação O que farão na organização

● Integrar pessoas;

●Desenhar cargos;

●descrever e analisar

cargos;

●Avaliação de

desempenho.

Manutenção (retenção) Como mantê-las na organização

●Remuneração e

compensação;

●Benefícios e serviços

sociais;

●Higiene e segurança do

trabalho;

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●Relações sindicais

Desenvolvimento Como prepará-las e desenvolvê-las

●Treinamento;

●Desenvolvimento

organizacional

Monitoração Como saber o que são e o que fazem

●Banco de dados;

●Sistema de informação;

●Balanço Social.

FONTE ADAPTADA: Chiavenato (2009)

Para que a ARH tenha o resultado global aumentado e expandido todos

têm de estar integrados e balanceados, totalmente sintonizados entre si,

influenciando uns aos outros para que a coesão seja gerada.

Enquanto na Era Industrial as organizações eram conjunto de recursos,

a Era da Informação veio para inovar, esse conceito perdeu sua força. Hoje,

eles fazem parte da infraestrutura da organização onde atuam as

competências. Nessa Nova Era as organizações são entendidas como

conjuntos integrados de competências, nas quais estão sempre prontas e

atualizadas para serem aplicadas a qualquer oportunidade surgida.

Falar em recursos nos faz pensar logo em materiais, parte física, alguma

coisa palpável. Já quando falamos em competências – ativas e proativas – nos

vem à mente, cérebro, inteligência.

Quando falamos de recursos humanos estamos falando de pessoas, de

gente, e não meros materiais físicos e estáticos. Essa nova forma de pensar

tem feito também que repensemos na denominação de RH, afinal, pessoas não

são recursos, não são mercadorias.

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É exatamente o Sistema de Administração de Recursos Humanos que permite transformar uma organização tradicional e baseada em recursos (financeiros, físicos, materiais etc.) em uma organização focada no futuro e baseada em competências essenciais para o seu sucesso. Essa passagem do físico e do tangível para o invisível e o intangível esta marcando fortemente o RH como um componente estratégico nas organizações de hoje (CHIAVENATO, 2009, p. 14).

O velho modelo burocrático fez ou ainda faz, em algumas empresas,

com que o RH tradicional esteja focado no conceito de cargo, nos quais todos

os seus processos básicos estavam centrados nele. Com o passar do tempo

esse conceito de cargo mudou. Atualmente o trabalho isolado deu lugar ao

trabalho em equipe, e como base para a competitividade organizacional, a

noção de competências.

3.2. Desenvolva para Desenvolver

Através de estímulos constantes o homem se desenvolve, dessa forma,

a organização se desenvolverá, pois a interação entre os colaboradores

provocará o desenvolvimento e crescimento das equipes, levando então ao

crescimento das áreas funcionais e, por conseguinte, da organização.

Conforme leitura, “as organizações bem-sucedidas estão migrando do

investimento em recursos tangíveis para o investimento em recursos

intangíveis, pois este produz os melhores retornos e resultados”.

(CHIAVENATO, 2009, p.17). Em outras palavras, o homem constitui o saber, o

conhecimento que conduz a organização ao crescimento. As pessoas são

constituídas de inteligência, de conhecimentos que são intangíveis, mas que

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são compartilhados e dinâmicos. Isso tem conduzido cada vez mais as

organizações a investirem no desenvolvimento das pessoas, capacitando-as e

habilitando-as para o trabalho.

3.3. O Desenvolvimento Humano e Suas Áreas

As organizações possuem vários meios disponíveis para desenvolver

seus recursos humanos, a saber: Treinamento, Desenvolvimento de Pessoal e

Desenvolvimento Organizacional.

Os três tópicos nomeados anteriormente baseiam-se em:

n Psicologia industrial – treinamento e desenvolvimento de pessoal

n Psicologia organizacional – desenvolvimento organizacional

Constatamos aqui, que a aprendizagem é a base, o alicerce tanto para

um tópico quanto para o outro; o primeiro trata da aprendizagem individual e o

outro da aprendizagem e desenvolvimento da organização.

Os conceitos de T&D devem acompanhar os de administração e

organização. Na medida, que, os primeiros mudam, os outros devem mudar

também.

O desempenho e eficácia da organização dependem de alguns fatores

como habilidades individuais, competências, métodos e processos de trabalho,

bem como, o funcionamento global da organização.

O individuo é um ser influenciado pelo meio em que vive. Nesse

aspecto, as organizações podem através da boa comunicação, da clareza dos

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objetivos, da distribuição e uso do poder, influenciar o desempenho das

pessoas. Tais aspectos influenciam também as organizações no foco de

esforços de treinamento nas áreas de habilidades e competências.

Na visão do autor, “para aumentar a eficácia humana nas organizações

torna-se necessário intervir no nível sistêmico por meio de abordagens

educacionais mais intensas”. (CHIAVENATO, 2009, p.20).

Há anos a personalidade humana vem sendo tema de discussão por

psicólogos e teóricos. Para uns, sua constituição se dá a partir do fator

hereditário, para outros, do fator ambiental. São os aspectos genotípicos e

fenotípicos da personalidade humana.

Para Piaget (1976), o indivíduo nasce com determinadas características

mentais transmitidas geneticamente, características nas quais são

fundamentais para a constituição da personalidade humana. Do ponto de vista

psicológico, o individuo nasce com determinadas características mentais

hereditárias, que, com o tempo, são modificadas através das experiências

vividas ao longo da vida, dessa forma, a personalidade vai se construindo e

desenvolvendo gradativamente. Os meios que utilizamos para satisfazer as

nossas necessidades fisiológicas e instintivas (primárias) são aprendidos e

incorporados ao comportamento diário. Assim também acontece com a

maneira pela qual lidamos com as frustrações e resoluções de problemas.

Quando o indivíduo adquire conhecimento em relação ao meio que vive

e de suas relações ao longo da vida, ele passa pelo processo da

aprendizagem. Aprendizagem é uma mudança no comportamento em função

de uma experiência adquirida anteriormente. O ser humano passa por esse

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processo de aprender e modificar o seu comportamento por toda sua

existência, pois não é um ser acabado.

O subsistema de desenvolvimento de RH deve entender que não basta

ensinar e transmitir; treinar por treinar, mas aprender e aplicar novos

conhecimentos, novas habilidades e atitudes. Por isso, entender como ocorre o

aprendizado individual, grupal e organizacional é fundamental. A questão vai

além de preparar um individuo para exercer uma tarefa ou ocupar um cargo,

mas sim, transformar esse indivíduo em um talento; o talento em capital

humano; em seguida, o potencial desse capital em capital intelectual e, por fim,

o capital intelectual em resultados.

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Conclusão

Com esse trabalho concluímos que a música além de ser a forma mais

antiga de se expressar e agir com intensidade na vida do ser humano, ela

suscita a aprendizagem, bem como a realização de atividades no meio

profissional. Ela serve para muitos propósitos. Sua presença promove o

desenvolvimento da sensibilidade, expressividade, criatividade e das

habilidades.

Desenvolve no ser humano o hábito de ouvir e ouvir com discernimento.

Ela auxilia não só na linguagem oral e escrita como na linguagem corporal,

bem como coopera para os aspectos sociais e culturais elevando a

socialização e a interação entre os indivíduos, pois é um meio incentivador a

participar das atividades em grupo. O contato com a música desenvolve as

Inteligências, melhora a concentração e desperta o imaginário. Assim como

acalma, pode também minimizar a agressividade, promove a extroversão,

desperta o espírito de equipe e também a estabilidade emocional. Há situações

que ela pode prover o indivíduo no seu ambiente de trabalho. Melhora a saúde

física do trabalhador, reduzindo o absenteísmo; aumenta o entusiasmo,

favorecendo a cooperação entre os colegas; eleva a autoconfiança; bem como

a execução de trabalhos fisicamente exigentes.

A música quando aplicada no treinamento tem um conceito pedagógico,

não é só para quebrar o gelo da equipe. Ela é usada como metodologia, é a

ferramenta utilizada pelo treinador ou instrutor para passar, de forma dinâmica,

os conhecimentos necessários aos colaboradores. O colaborador sente a

música, reflete e reage. Toda ação tem uma reação. O indivíduo logo reage ao

conteúdo que foi apresentado buscando então respostas coerentes. Utilizando

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essa ferramenta, os conteúdos que serão passados para seus colaboradores

promoverão reflexão, envolvimento, integração e uma aprendizagem

significativa, bem como o desenvolvimento de novas habilidades nos

colaboradores, nas suas relações com a empresa e conhecimentos.

A música lenta geralmente leva ao relaxamento e, por conseguinte, a

redução da produtividade. Já a música rápida melhora significativamente o

desempenho de atividades de trabalhos repetitivos pouco exigentes, pois por

ser estimulante, eleva os níveis de excitação do indivíduo.

A música fala conosco mesmo que não tenhamos consciência, e se

usada como ferramenta pedagógica, numa organização, pode elevar

consideravelmente o desempenho e a produtividade da mesma.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTOS 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

A música e os ouvidos do conhecimento 11

1.1 O universo dos sons 18

CAPÍTULO II

A educação e a classe trabalhadora na contemporaneidade 21

CAPÍTULO III

A empresa e a música 27

3.1 A administração de Recursos Humanos e seus subsistemas 33

3.2 Desenvolva para desenvolver 35

3.3 O desenvolvimento humano e suas áreas 36

CONCLUSÃO 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 41

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ÍNDICE 43

LISTA DE FIGURAS 45

LISTA DE TABELAS 46

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 47

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – figura em argila 12

Figura 2 – pintura egípcia 14

Figura 3 – ossos dos omoplatas 15

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – subsistemas da Administração de Recursos Humanos 33

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABEM – Associação Brasileira de Educação Musical

LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

NICB – National Industrial Conference Board