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“A força do Espiritismo está em sua filosofia, no apelo que faz à razão e ao bom-senso. Nele, nada há de místico e de alegorias suscetíveis de falsas interpretações. Ele quer ser compreendido por todos, porque é chegado o tempo de fazer o homem conhecer a verdade.” Nº 111 - ANO XXIV - JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇO DE 2015 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Allan Kardec D ivaldo Pereira Franco nasceu em Feira de Santana, Bahia, no dia 05 de maio de 1927. Vai fazer, pois, 88 anos. Em recentes entrevistas declarou que seu trabalho está chegando ao fim e que Joanna de Ângelis tem dito que ela deve reencarnar a partir de 2015. Até quando, portanto, esse compa- nheiro permanecerá entre nós? Com o regresso do insubstituível Chico Xavier ao mundo espiritual, a referência mais segura é Divaldo, com uma experiência de 68 anos de trabalho na mediunidade espírita, com fidelida- de a Allan Kardec e Jesus. Ajunte-se ainda um serviço de amor ao próximo na Mansão do Caminho, onde são atendidas milhares de crianças e outras pessoas carentes, diariamente. Como psicógrafo, está nos deixan- do uma coleção de obras que são verdadeiros compêndios sobre Jesus, obsessão, atualidades, mediunidade e psicologia. Como divulgador, viajou praticamente por todo o planeta, enfrentando no princípio imensas dificuldades e desbravando o terreno para a implantação do movimento espírita, sob a assistência do emérito espírito Dr. Bezerra de Menezes e outros trabalhadores espirituais da Seara. Como companheiro espírita, tem sido um orientador firme para que o Espiritismo não se desvie do seu caminho. Chico e Divaldo, com certeza, foram espíritos escolhidos para a tarefa de prosseguimento das bases espíritas, o que se revela na estrutura e objetivos bem definidos de suas obras, com visíveis e benéficos resultados para a sociedade como um todo. Amparados por dois espíritos de escol, Emmanuel e Joanna de Ângelis, chegaram ao fim de suas reencarnações multiplicando os talentos adquiridos com o Senhor da Vida. Agora, quando Divaldo também partir, certamente prosseguiremos com as nossas tarefas nas lides espíritas, mas ficaremos por nossa conta, a exemplo do aluno que precisa emancipar-se do mestre, enfrentando as próprias expe- riências e aprendendo a dividir com o próximo o seu aprendizado. Alguém poderia argumentar: Mas hoje temos diversos médiuns trabalhan- do no movimento espírita, fazendo palestras e publicando livros! Sim, é verdade. Mas nenhum que se destaque com obra, conhecimento e carisma que preencha a lacuna que fica sem Chico e Divaldo. Alguns, que se apresentavam promissores, infelizmente preferiram seguir por estradas não compatíveis com a proposta consoladora do Espi- ritismo, não raro tendo atitudes incon- venientes e defendendo teses contrári- as, criando celeuma e divisão. Em verdade, já estamos devida- mente instruídos. Vão-se os trabalhado- res mas ficam as suas obras, com conteúdo suficiente para nossos estudos e reflexões, a exemplo do Mestre Jesus, que nos deixou suas lições há mais de dois mil anos, sem que ainda hoje consigamos estudá-las com profundi- dade, entendê-las e colocá-las em prática. Para que precisamos de mais revelações, se ainda não entendemos nem aquelas que já temos disponíveis? Então, os próximos tempos pedirão vontade e esforço de nossa parte para o aprendizado e a transformação. Os cen- tros espíritas precisarão se organizar para o estudo e a consolação dos sedentos de luz e paz, o que já acontece em muitas localidades. Acima de tudo, será imperioso que estejamos juntos na fraternidade, discordando se divergimos, mas nos respeitando uns aos outros, pelo bem da casa e da causa. Mas Divaldo ainda não partiu de regresso. Nosso coração deseja que permaneça entre nós por mais tempo, e se podemos pedir isso a Deus, que seja até mais de cem anos, conforme a poesia que lhe oferecemos, em gratidão e homenagem pelo próximo aniversá- rio. DIVALDO: O MÉDIUM e NÓS Quando for 5 de maio Vou convocar geral, Meus amigos, companheiros, Os espíritas seareiros, Para um plano genial. Quando for 5 de maio, Entre palmas ao Divaldo, Pelas primaveras vencidas, Pelas vitórias destemidas, Em sublime e notável saldo. Vou, então, nesse dia, Suplicar ao Senhor da vida Que esse seu fiel servidor, Esse nobre trabalhador, Tenha entre nós sobrevida. Direi, ainda, em oração, Que não nos deixe sozinhos, Sem esse irmão por perto, Segurança e amparo certo Nestes ásperos caminhos. E como Deus é abundância Não vou pedir um vintém, Um ano é muito pouco, Três ou cinco, tampouco, Que fique aqui mais de 100. DIVALDO 100 Donizete Pinheiro

DIVALDO: O MÉDIUM e NÓS - mariliaespirita.jor.br fileDivaldo Pereira Franco nasceu em Feira de Santana, Bahia, no dia 05 ... referência mais segura é Divaldo, com uma experiência

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“A força do Espiritismo está em sua filosofia, no apelo que faz à razão e ao bom-senso. Nele, nada há de místico e de alegorias suscetíveis

de falsas interpretações. Ele quer ser compreendido por todos, porque é chegado o tempo de fazer o homem conhecer a verdade.”

Nº 111 - ANO XXIV - JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇO DE 2015 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

– Allan Kardec –

Divaldo Pereira Franco nasceu em Feira de Santana, Bahia, no dia 05

de maio de 1927. Vai fazer, pois, 88 anos.

Em recentes entrevistas declarou que seu trabalho está chegando ao fim e que Joanna de Ângelis tem dito que ela deve reencarnar a partir de 2015.

Até quando, portanto, esse compa-nheiro permanecerá entre nós?

Com o regresso do insubstituível Chico Xavier ao mundo espiritual, a referência mais segura é Divaldo, com uma experiência de 68 anos de trabalho na mediunidade espírita, com fidelida-de a Allan Kardec e Jesus. Ajunte-se ainda um serviço de amor ao próximo na Mansão do Caminho, onde são atendidas milhares de crianças e outras pessoas carentes, diariamente.

Como psicógrafo, está nos deixan-do uma coleção de obras que são verdadeiros compêndios sobre Jesus, obsessão, atualidades, mediunidade e psicologia. Como divulgador, viajou praticamente por todo o planeta, enfrentando no princípio imensas dificuldades e desbravando o terreno para a implantação do movimento espírita, sob a assistência do emérito espírito Dr. Bezerra de Menezes e outros trabalhadores espirituais da Seara. Como companheiro espírita, tem sido um orientador firme para que o Espiritismo não se desvie do seu caminho.

Chico e Divaldo, com certeza, foram espíritos escolhidos para a tarefa de prosseguimento das bases espíritas, o que se revela na estrutura e objetivos bem definidos de suas obras, com visíveis e benéficos resultados para a sociedade como um todo. Amparados por dois espíritos de escol, Emmanuel e Joanna de Ângelis, chegaram ao fim de suas reencarnações multiplicando os talentos adquiridos com o Senhor da Vida.

Agora, quando Divaldo também partir, certamente prosseguiremos com

as nossas tarefas nas lides espíritas, mas ficaremos por nossa conta, a exemplo do aluno que precisa emancipar-se do

mestre, enfrentando as próprias expe-riências e aprendendo a dividir com o próximo o seu aprendizado.

Alguém poderia argumentar: Mas hoje temos diversos médiuns trabalhan-do no movimento espírita, fazendo palestras e publicando livros!

Sim, é verdade. Mas nenhum que se destaque com obra, conhecimento e carisma que preencha a lacuna que fica sem Chico e Divaldo.

Alguns, que se apresentavam promissores, infelizmente preferiram seguir por estradas não compatíveis com a proposta consoladora do Espi-ritismo, não raro tendo atitudes incon-venientes e defendendo teses contrári-as, criando celeuma e divisão.

Em verdade, já estamos devida-mente instruídos. Vão-se os trabalhado-res mas ficam as suas obras, com conteúdo suficiente para nossos estudos e reflexões, a exemplo do Mestre Jesus, que nos deixou suas lições há mais de dois mil anos, sem que ainda hoje consigamos estudá-las com profundi-dade, entendê-las e colocá-las em prática.

Para que precisamos de mais revelações, se ainda não entendemos nem aquelas que já temos disponíveis?

Então, os próximos tempos pedirão vontade e esforço de nossa parte para o aprendizado e a transformação. Os cen-

tros espíritas precisarão se organizar para o estudo e a consolação dos sedentos de luz e paz, o que já acontece em muitas localidades.

Acima de tudo, será imperioso que estejamos juntos na fraternidade, discordando se divergimos, mas nos respeitando uns aos outros, pelo bem da casa e da causa.

Mas Divaldo ainda não partiu de regresso. Nosso coração deseja que permaneça entre nós por mais tempo, e se podemos pedir isso a Deus, que seja até mais de cem anos, conforme a poesia que lhe oferecemos, em gratidão e homenagem pelo próximo aniversá-rio.

DIVALDO: O MÉDIUM e NÓS

Quando for 5 de maioVou convocar geral,Meus amigos, companheiros,Os espíritas seareiros,Para um plano genial.

Quando for 5 de maio,Entre palmas ao Divaldo,Pelas primaveras vencidas,Pelas vitórias destemidas,Em sublime e notável saldo.

Vou, então, nesse dia,Suplicar ao Senhor da vidaQue esse seu fiel servidor,Esse nobre trabalhador,Tenha entre nós sobrevida.

Direi, ainda, em oração,Que não nos deixe sozinhos,Sem esse irmão por perto,Segurança e amparo certoNestes ásperos caminhos.

E como Deus é abundânciaNão vou pedir um vintém,Um ano é muito pouco,Três ou cinco, tampouco,Que fique aqui mais de 100.

DIVALDO 100

Donizete Pinheiro

edição 111 - página 2

CONHECES A VERDADE?Edson Tomazelli

rede de comunicaçãoMARÍLIA ESPÍRITA

-EXPEDIENTE-

Órgão de Divulgação daDoutrina Espírita

Coordenador:Donizete Pinheiro

Correspondência:Rua Mecenas Pinto Bueno, 905Marília/SP - CEP 17.516-030

Telefone: (14) 3454-6393

Internet

[email protected]

Jesus, quando questionado por Pilatos sobre a verdade, poderia ter

feito uma longa digressão sobre o tema, contudo, sabiamente silenciou. Hoje, fala-se sobre a verdade como se cada um fosse dono dela, principalmente nos meios religiosos, em que cada segui-mento garante que a sua é a legítima, tentando aprisionar seus fiéis reprimin-do de certa forma sua libertação intelectual, o que explica tanto fanatis-mo e ignorância prosperando nos dias atuais. E isso é fácil de compreender. A humanidade esgotou as velhas formas do pensamento e da crença; e, quando as novas e inesperadas formas da verdade se revelam, já não correspondem mais aos ideais do antigo e, assim, necessita-se de um período longo de exame, de reflexão, de incubação, para que a ideia nova abra novos caminhos, o que gera incertezas e sofrimentos.

Antes do encontro com Pilatos, Jesus já havia afirmado e reiterado: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João, 8:32). De outra feita: “Vim ao mundo dar testemunho da Verdade”; e ainda: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Jesus conhecia profundamente as condições psicológi-cas dos homens, com seus equívocos, suas heranças e suas incertezas, todos os seus meandros, identificando na-queles que o seguiam os tormentos que os infelicitavam. No capítulo I de “A Gênese”, de Allan Kardec, no item 10, consta: “O caráter essencial da revelação divina é o da eterna verda-de”.

Fugindo do debate puramente filosófico, o que se constata é que as “verdades” tidas como reais e às quais a sociedade se apega, demonstram apenas o caráter individual de cada um, que geralmente se baseia em evidências incompletas ou imprecisas, denotando mais ainda as motivações egoísticas. Porque é do pensamento humano equivocado que surge a tendência das pessoas em confundir o que é crença e o que é verdade. Confusão comum já que tendemos a achar que se algo faz sentido ou é conveniente, deve ser verdade. Mas o interessante é que todos têm uma enorme tendência a rejeitar uma verdade quando ela exige sacrifíci-os e mudança radical de comportamen-to.

De fato, quando as opiniões ou “verdades” alheias não condizem com a nossa realidade, nos contradizendo, ao invés de levarmos em consideração a possibilidade de haver informações que poderiam ser úteis e que ampliariam ou complementariam o que sabemos, com fre-quência tiramos conclusões apressadas ou fazemos suposições de que a outra pessoa está mal informada, mentalmen-te perturbada ou até conscientemente mal-intencionada. Infelizmente, essa é uma tendência que vai se espalhando em todos os seguimentos da sociedade, nos fanatismos de torcidas nos esportes, nos relacionamentos familiares, na religião e na política, principalmente.

O que é então, a verdade? Existe uma verdade única, intangível e absoluta? Muitos, sem dúvida, se arvorarão detentores dessa verdade, mormente considerando as inúmeras correntes religiosas que pululam o mundo nos dias atuais, que afirmarão, sem pestanejar, que detêm o conheci-mento dessa verdade integral.

O fato é que ainda estamos muito longe de conhecer essa verdade, que, sem dúvida, difere da crença ou da esperança; contudo, sabemos que o avanço da humanidade faz com que os homens utilizem cada vez mais seus talentos e faculdades mentais para ir descobrindo as “verdades” e com isso ajudando a própria evolução da huma-nidade, porquanto foi através do conhe-cimento, ao longo dos séculos, que os homens, usando da lógica, do raciocí-nio, da inspiração e das pesquisas cientificas, descobriram verdades que enriqueceram a humanidade, sempre com significativa melhora das condi-ções de vida das pessoas. Em todos os tempos, estudiosos, filósofos e religio-sos vêm se debruçando sobre a questão da verdade, gerando inúmeras correntes de pensamentos divergentes entre si, distantes ainda do que efetivamente o conhecimento humano tem da certeza inquestionável.

Uma das lições básicas do Espi-ritismo é a de que o homem ainda em seu lento caminhar rumo à perfeição está longe de todo o conhecimento além

daquele que se pode perceber com os órgãos sensoriais do corpo e instrumen-tos técnicos.

Para se viver melhor e aproveitar bem essa enorme oportunidade conce-dida pela misericórdia divina, enquanto estamos a caminho, é imitarmos Jesus, que, embora tivesse um conhecimento muito superior ao nosso, optou pelo silêncio, respeitando a opinião e crença alheia. O que não devemos é esquecer seu eterno convite para buscarmos sempre o conhecimento: “conhecereis a verdade e ela vos fará livres”.

edição 111 - página 3

ESTADOS DE CONSCIÊNCIA Orson Peter Carrara

Imagine o leitor o arrependimento, o remorso, nos estados mais expressivos causando perda de sono, de apetite e até

afetando o encanto da alegria de viver. Somem-se a ele as angústias próprias das preocupações, de variadas origens, agravadas muitas vezes com as dificuldades de relaciona-mento, com medos e outros estados.

Por outro lado, considere os estados de tranquilidade da alma pacificada. Sim, aquela decorrente da paz de consciência que traz alegria e harmonia que influem diretamente nos relacionamentos, na produtivida-de do trabalho, no bem-estar familiar.

Pois esses são estados de consciência, que se pode ampliar também para as noções do dever familiar ou profissional e da consciência como cidadão, como cristão.

Mas não é esse ângulo que queremos destacar. Objetivo é mesmo destacar esses tormentos próprios da ausência da paz de consciência ou da harmonia decorrente exatamente também, agora presente, da paz de consciência.

Fala-se tanto em céu e inferno. Há milênios destaca-se a existência de um céu e de um inferno, mas eles nada mais são que estados de consciência. É ingenuidade imaginar um céu de ociosidade ou de contemplação eterna, sem atividade, o que tornaria o céu um outro inferno.

Ou, ao mesmo tempo, imaginar um inferno destinado ao sofrimento eterno, sem possibilidade de libertação e ainda entregue ao comando de um ser que o próprio Deus não poderia comandar, na figura infantil do chamado e desacredi-tado diabo.

Não existem o céu e o inferno. Estes podem existir

desde já no interior de cada um de nós, de acordo com nossas posturas morais e comportamentos que adotamos.

O que existem são estados de consciência, que pode estar em paz ou torturada pelo remorso, pelo arrependimento.

Diabo somos nós quando nos alimentamos de inveja, de ciúme, de rancor, de desejo de vingan-ça, de avareza, quando agimos nos bastidores para manipular e benfeito-res somos quando usamos o perdão, a benevolência, a humildade, a solidari-edade.

Não há o castigo do inferno ou a premiação da ociosidade nas leis que regem a vida. O que existem são leis sábias que comandam a vida com justiça e misericórdia, sintetizada na

célebre frase: “A cada um segundo suas próprias obras”, na sabedoria do Mestre da Humanidade.

Agora que a mentalidade amadureceu somos convida-dos a uma postura moral mais adequada com o progresso de nosso tempo e com as diretrizes que começamos compreen-der com mais clareza.

Veja-se a complexidade do momento atual do país. Ela é fruto de nossas imperfeições morais, individuais e coletivas, que resultaram no quadro social que aí está. Mas estamos capacitados para superá-lo, colocando a consciência no cumprimento do dever, agindo com retidão para não adentrar-mos depois no “inferno” da consciência de culpa. O céu de harmonia e paz que esperamos está em nossas mãos!

Essas reflexões nos levam à obra O CÉU E O INFERNO, de Allan Kardec, que completa em 2015, 150 anos de publicação. Nossa homenagem de gratidão à preciosa obra!

A propósito do artigo acima do colaborador Orson Peter Carrara, achamos oportuno trazer o pensamento do Papa João Paulo II, apresentado em 1999. João Paulo se expressa de forma consentânea com a proposta espírita, no sentido de que o inferno físico criado por Deus, tal como idealizado pelas religiões, é apenas uma alegoria que indica o estado de consciência em que o espírito permanece rejeitando Deus; e os demônios são criaturas espirituais que se rebelaram contra o amor de Deus. Ressalvamos do texto apenas a questão da rejeição definitiva, uma vez que o espírito renitente um dia se arrependerá e se voltará para o Amor.Vejamos alguns trechos:

“Deus é Pai infinitamente bom e misericordioso. Mas o homem, chamado a responder-Lhe na liberdade, pode infelizmente optar por rejeitar de maneira definitiva o Seu amor e o Seu perdão, subtraindo-se assim, para sempre, à alegre comunhão com Ele. Precisamente esta trágica situação é apontada pela doutrina cristã, quando fala de perdição ou inferno. Não se trata de um castigo de Deus infligido a partir do exterior, mas do desenvolvimento de premissas já postas pelo homem nesta vida. A própria dimensão de infelicidade que esta obscura condição traz consigo, pode ser de algum modo intuída à luz de algumas das nossas terríveis

experiências, que tornam a vida, como se costuma dizer, um «inferno».”

“Em sentido teológico, contudo, o inferno é outra coisa: é a última consequência do próprio pecado, que se vira contra quem o cometeu. É a situação em que definitivamente se coloca quem rejeita a misericórdia do Pai, também no último instante da sua vida.”

“O inferno está a indicar, mais do que um lugar, a situação em que se vai encontrar quem de maneira livre e definitiva se afasta de Deus, fonte de vida e de alegria.”

“A «perdição» não deve, por isso, ser atribuída à iniciativa de Deus, pois no Seu amor misericordioso Ele não pode querer senão a salvação dos seres por Ele criados. Na realidade, é a criatura que se fecha ao Seu amor. A «perdição» consiste precisamente no definitivo afastamento de Deus, livremente escolhido pelo homem e confirmado com a morte que sela para sempre aquela opção. A sentença de Deus ratifica este estado.”

“A fé cristã ensina que, no delineamento do «sim» e do «não», que caracteriza a liberdade da criatura, alguém já disse não. Trata-se das criaturas espirituais que se rebelaram contra o amor de Deus e são chamadas demônios (cf. Concílio Lateranense IV: DS 800-801). ”

...As leis de Deus são universais e mais cedo ou mais tarde

todos as conheceram, como pressuposto indispensável à purificação e à felicidade.

Quem se interessar, poderá ler o texto completo acessando a seguinte página na internet:http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/audiences/1999/documents/hf_jp-ii_aud_28071999.html.

edição 111 - página 4

Wellington Balbo

INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO

Nasceu em família espírita, cresceu acostumado a ver seus pais trabalhando ativamente no Centro Espírita do

bairro onde moravam. Sua adolescência foi efervescente de informações da doutrina codificada por Kardec, ouviu palestras de grandes oradores, participou de inúmeros cursos, tomou contato com célebres escritores. Interessado, aprofundou-se nas cinco obras básicas do Espiritismo. O Livro dos Espíritos era com ele mesmo, sabia de cor e salteado todas as informações ali contidas, tanto empenho lhe valeu o apelido de Enciclopédia Espírita.

Alguém perguntava, ele respondia, sem titubear. Convidado a participar de programa de perguntas e respostas sobre o Espiritismo, sua atuação foi elogiada de norte a sul do Brasil. Em matéria de informação espírita era uma sumidade.

Contudo, embora fosse o supra sumo das informações, na hora de transformá-las em conhecimento, patinava. Tinha a informação de que deveria respeitar a crença alheia, entretanto, não respeitava.

Tinha a informação de que as Leis de Deus estão em nossa consciência, no entanto, não a consultava.

Tinha a informação de que a vida rompe a noite da morte, todavia, vivia calcado no imediatismo, como se a existência atual fosse a única.

Era rico em informações e pobre em conhecimentos.Há enorme diferença entre informação espírita e

conhecimento espírita. A informação é a superfície, o conhecimento é a essência.

Estar informado de que o Espiritismo encerra a mensagem de que: “Fora da caridade não há salvação”, não é o mesmo do que conhecer essa caridade. O conhecer implica em comprometimento, participação. O conhecer é a informação gerando atuação. Portanto, quem não arregaça as mangas e não produz algo de bom para si mesmo e ao semelhante, possui apenas a informação de que “Fora da

caridade não há salvação”, nada além disso.Aliás, eis uma das grandes dificuldades da alma

humana: transformar a informação em conhecimento.Vivemos em uma época onde as

informações jorram por todos os lados. Ligamos a televisão e nos deparamos com informações, a internet é pródiga em informações, o rádio também cumpre a sua parte de informar e ainda há jornais e revistas.

Há campanhas informando sobre os benefícios que os exercícios físicos trazem à saúde, todos sabem disso, porém, grande parte das pessoas, embora informadas, não se interessam em se exercitar, não vivenciam o esporte. Prova disso está nos

gráficos que indicam o grande número de mortes vinculadas ao sedentarismo.

Em relação às drogas é ainda mais sério, as informações brotam por todos os cantos e recantos, todos têm a informação de que as drogas são nocivas, contudo, há ainda muita gente entrando nesse precipício. E o que dizer do aborto? Ora, hoje crianças de 9 e 10 anos tem informação de como uma mulher fica grávida. Entretanto, ainda assim, alguns políticos e autoridades alegam que se deve legalizar o aborto pelo motivo da tal gravidez indesejada. Meu Deus! Quanta incoerência!

Como vemos, o mundo está abarrotado de informação, porém, carente de conhecimento.

Por isso mesmo o espírita não pode estar apenas informado de que se deve compreender, amar, tolerar, auxiliar, compartilhar, perdoar. Mais do que se informar, imperioso conhecer todos esses verbos, vivenciando-os.

O Espiritismo é vivência, é participação, é ação. Transformemos, pois, a bela literatura espírita, que nos informa de onde viemos, o que fazemos aqui e para onde vamos, em conhecimento espírita; conhecimento este que nos aproxima do Criador. Pensemos nisso.

No dia 9 de março passado com-pletaram-se 31 anos da desencarnação dessa importante médium brasileira, Yvonne Pereira, que nos permitiu a bênção do livro Memórias de um suicida, entre outros.

Falando sobre sua mediunidade de psicografia numa entrevista à Revista Internacional do Espiritismo, publicada em maio de 1972, ela esclareceu:

“A obtenção de um livro mediúnico é trabalho árduo, que mobiliza todas as forças mentais e psíquicas do médium a serviço do agente comunicante, pois é transmissão de pensamento a pensamento. Nem todos os médiuns têm as mesmas características para a recepção desse gênero de trabalho. No que me diz respeito, sofro transe pronunciado,

embora não completo. Tenho consciência de mim mesma, mas qualquer rumor exterior me poderá perturbar. Por essa razão, só escrevo altas horas da noite. Vou lendo o que escrevo como se se tratasse de um folhetim que me apresentassem. O impulso do braço e atordoamento é ligeiro sem ser veloz. Às vezes, ouço o murmúrio do ditado, como se o espírito comunicante falasse aos meus ouvidos, o que facilita a recepção. Se a obra é de difícil captação, como Memórias de um suicida e Nas voragens do pecado, o impulso vibratório do braço é menos rápido. Perco a noção do que me rodeia, mas não de mim mesma; somente me apercebo da tarefa que executo, por isso necessito de silêncio e tranquilidade. Às vezes, vejo as cenas que estou descrevendo, mas só me inteiro do conteúdo da obra, verdadeiramente, depois da sua publicação.” (extraído do livro Pelos caminhos da mediunidade serena, editora 3 de outubro).

Recordando YVONNE DO AMARAL PEREIRA

edição 111 - página 5

A BIBLIOTECA DE KARDEC José Benevides Cavalcante

Conhecer o Espiritismo é bem mais que frequentar um centro, participar de sessões mediúnicas ou se envolver

com alguma atividade de cunho filantrópico. Diríamos que a primeira necessidade de quem tomou contato com o Espiritismo e se entusiasmou com seus princípios é a de saber quem foi Allan Kardec, que figura de homem está atrás desse nome, tão citado entre os espíritas, mas ainda tão pouco conhecida, inclusive dos próprios espíritas. Não, não estamos idolatrando Kardec e nem poderíamos sonhar sequer com tal possibilidade, até porque, como ele próprio deixou bem claro, jamais aceitaria qualquer atitude de veneração ou submissão à sua pessoa. Afirmando que o Espiritismo não está assentado num homem, mas num conjunto de idéias vindas dos Espíritos, Kardec rejeitou definitivamente a denominação de chefe de doutrina, e preferiu se colocar no lugar de um mero colaborador da Espiritualidade na revelação da nova verdade. De nossa parte queremos dizer que é de vital importância para o espírita, e para todo aquele que quer melhor conhecer a doutrina, saber através de que mãos ela chegou até nós, para que compreendam com mais profundidade o sentido da expressão de Camille Flammarion, quando o chamou de “o bom senso encarnado”. A história religiosa do Ocidente, em contradição com o verdadeiro espírito dos ensinamentos de Jesus, desde o século IV com o imperador Constantino, esteve atrelada a interesses de dominação: dominação do povo e dominação dos povos. Depois de séculos de desmandos e violência em nome do Cristo, o papa Paulo IV promulgou a adoção do Índice de Livros Proibidos (Index Librorium Prohibitorum), primeira versão em 1559, com que proibia que seus fiéis lessem obras que não adotavam ou que combatiam as ideias católicas. Na versão mais moderna do século XIX desse “index”, entre outros, estavam as obras espíritas, cujo conteúdo era tido pelas autoridades do clero como ameaça à sua doutrina. Kardec deu o troco. Não na mesma moeda, é claro!... Como fizera em relação ao lema “Fora da Igreja não há salvação”, transformando-o em “Fora da Caridade não há salvação”, em março de 1869, mês de sua desencarnação, ele trouxe a público seu último trabalho, como um coroamento de seu papel de missionário da verdade e que tem por título: “CATÁLOGO RACIONAL – OBRAS PARA SE FUNDAR UMA BIBLIOTECA ESPÍRITA”, distribuído entre os clientes da livraria espírita, como suplemento independente da REVISTA ESPÍRITA. Nesse catálogo Kardec, preocupado com o estudo como base do discernimento para a aceitação da doutrina, dá uma sugestão aos espíritas de como formar sua própria biblioteca. Para tanto ele propôs três grupos de livros. O primeiro, as obras fundamentais da doutrina, inclusive os exemplares da Revista Espírita. O segundo, obras diversas sobre o Espiritismo, de vários gêneros literários, incluindo música e desenho. E, finalmente, o terceiro grupo, que se constitui das obras elaboradas fora das fileiras espíritas. Entre estas, ele destaca dois subgrupos: primeiro, as obras que vêm contribuir com a doutrina – como as que tratam de

filosofia, história, teatro, ciências em geral e magnetismo - e, para espanto de muita gente, Kardec sugeriu a leitura de obras

que combatem o Espiritismo. Aliás, sobre isso ele já tinha se manifestado em O LIVRO DOS MÉDIUNS (1861), no seu primeiro esforço de estabelecer um caminho mais adequado para a busca da verdade, afirmando: “Aqueles que querem tudo conhecer em uma ciência devem ler tudo o que

foi escrito sobre a matéria ou, pelo menos, as coisas principais, e não se limitarem a único autor; devem mesmo ler o pró e o contra, as críticas e as apologias, iniciarem-se nos diferentes sistemas a fim de poderem julgar por comparação.”(Grifo Nosso) Na ano do bicentenário de Allan Kardec, 2004, a Madras Editora e a USE (União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo) trouxeram essa publicação para o Brasil. Trata-se de uma edição histórica bilíngue (francês e português), traduzida por Julia Vidili, com introdução do argentino Florentino Barrera e notas explicativas de Eduardo Carvalho Monteiro, que todo estudioso do Espiritismo deve necessariamente conhecer.

com

EDGAR MIGUELDirigente e expositor espírita da cidade de Bauru

O Grupo EspíritaJESUS DE NAZARÉ

convida Palestra comemorativa

do seu 56 aniversário

Dia:11 de abril de 2015sábado, 20 horas

Rua José Bonifácio, 1122Marília/SP

Local:

Sua presença será o nosso presente!

edição 111 - página 6

França, 1244, em um inexpressivo burgo próximo à famosa e secular Lyon.

Ali, naquele povoado, nascera e residia Henri, agora um jovem loiro, alto e forte. Ajudava os pais na pequena lavoura, da qual sobreviviam vendendo ou trocando produtos nas feiras de uma Lyon medieval. Sendo os pais cristãos, Henri aprendeu a ler e escrever com bondosos religiosos que assumiram seus ofícios na região. Respeitava a Santa Igreja, sendo ardoroso na sua fé.

No auge da juventude, seus interesses então se dirigiam a uma donzela de cabelos e olhos pretos, de beleza ímpar e modos delicados, consi-derando aqueles tempos ainda rudes. Era pouco mais que uma adolescente, madura e inteligente para a sua idade. Marie, seu nome, igualmente se encantava com aquele alegre rapaz que conhecera na igreja quando sua família mudou-se para o mesmo vilarejo francês.

Em breve estabeleceram compro-misso afetivo, com juras de amor eterno e união para sempre. Havia entre eles laços de simpatia e amizade que transbordavam numa alegria constante. Conversavam animadamente sobre as trivialidades e partilhavam com fervor o culto religioso. Já não suportavam ficar distantes e o anseio era o casamento sob as bênçãos da Igreja Romana.

Mas a felicidade ainda não é deste mundo...Começava o ano de 1248 e notícias chegavam dizendo

que o Rei Luis IX iniciara uma Cruzada e convocava voluntários para seu exército. Fizera ele votos para libertar o Santo Sepulcro caso fosse curado de uma grave disenteria, o que aconteceu.

O monarca austero e religioso, que no futuro seria considerado santo, chegou a Lyon para pedir a bênção do Papa Inocêncio IV e dali seguiria para o porto de Aigues-Mortes, onde o aguardavam quase duas mil embarcações que deveriam conduzir os cruzados ao Egito.

Os homens cristãos e saudáveis se alistavam. Mas Henri... Ele ficou angustiado. Não desejava se afastar daquela que era a alegria de seu viver, mas sua consciência religiosa o conclamava a seguir com o Rei em defesa da Terra Santa. Tinha coragem para isso e habilidade com a espada e o cavalo.

– Como partir justamente agora que os nossos sonhos se concretizam! E se você morrer? – exclamava a jovem chorosa.

– Mas como ficar se isso pode parecer covardia perante os companheiros – argumentava Henri.

A vida se nos apresenta deveres de valores diferentes, que se sobrepõem uns aos outros. É preciso ter coragem e consciência para a escolha certa, acima das nossas ambições pessoais e da opressão social.

E as Cruzadas eram justas? Será que a mensagem de Jesus estaria aprisionada em algum local da Terra ou nas mãos de alguém? Não foi Ele mesmo que dissera que seu “reino não era deste mundo”. E como considerar santo um local conquistado no fio da espada e à custa da vida e sofrimento de homens todos eles filhos de Deus. “Guarda a

tua espada, Pedro, porque com quem ferro fere também será ferido!”...

Porém, a humanidade ainda não havia bem compreendido a mensagem da Boa Nova. Para o orgulho religioso, os outros sempre serão hereges que devem se converter ou morrer.

Henri era um crente de sua época, com o pensamento submetido pela igreja dominante. Sua decisão, pois, foi de se alistar.

– Você aguardará o meu retorno, querida? – questionou Henri.

– Sim, te esperarei por todo o sempre! – prometeu uma Marie entristecida.

E Marie guardou consigo a imagem do seu amado seguindo a cavalo pela estrada que levava da pequena vila até Lyon. Lacrimosa e com o coração aflito, acompanhou aquele quadro até que Henri sumiu no horizonte entre as árvores frondosas que ladeavam o caminho poeirento do verão francês.

Desde então, a vida de Marie se arrastou penosamente. Se de dia se mantinha ocupada pelo trabalho, a noite era de recordações e expectativas pela volta da alma de sua alma. Encontrava

um pouco de conforto nas palavras dos amáveis pais e nos sermões religiosos aos domingos.

Quanto tempo demoraria essa espera? Será que ele voltaria? A falta de notícias mais a atormentava.

Seis anos depois os boatos eram de que o rei havia sido vencido pelos muçulmanos e caíra prisioneiro. Grande parte de seu exército havia se perdido na viagem até o Egito, muitos cruzados pereceram pela fome, pelas pestes ou pela espada inimiga.

E o que teria acontecido com Henri? Estaria morto ou prisioneiro? Teria se perdido pelo caminho ou fizera a opção de permanecer em outras terras, esquecendo-se da família e de Marie? Seria isso possível?

Aquela que ficou conhecida como a sétima cruzada redundou em fracasso. O rei só foi libertado a peso de ouro e assim mesmo ainda demorou a regressar.

Marie não mais suportava a saudade. Prometera ser fiel e aguardar Henri para sempre, por isso não se interessava por outros homens. Dia após dia, passou a ser consumida pela tristeza. Alimentava-se pouco, não cuidava da aparência, andava sem rumo e constantemente era vista com o olhar perdido na estrada por onde se fora o amado. Não valeram os estímulos da família e nem os conselhos do padre. Marie perdera o desejo de viver. Breve, dava seu corpo frágil e consumido a uma rasa sepultura no campo santo do vilarejo.

Mas a alma é imortal.Marie despertou no mundo espiritual em estado de

perturbação, fraca, sonolenta, sem noção do que ocorria. A então crença na imortalidade era simplória... um céu ou um inferno. Como poderia se imaginar morta... ou viva. Tudo parecia um pesadelo sem fim. Não percebia o passar do tempo. Ao seu redor uma névoa escura. Na mente, recordações confusas de Henri, da família, do local onde morava. Onde estaria?

CONTO: AMOR e CRUZADA na Idade Média Donizete Pinheiro

edição 111 - página 7

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“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.” – Paulo (Filipenses 2:5).

Todos fazem alguma coisa na vida humana, mas raros não voltam à carne para desfazer quanto fizeram.

Ainda mesmo a criatura ociosa, que passou o tempo entre a inutilidade e a preguiça, é constrangida a tornar à luta, a fim de desintegrar a rede de inércia que teceu ao redor de si mesma.

Somente constrói, sem necessidade de reparação ou corrigenda, aquele que se inspira no padrão de Jesus para criar o bem.

Fazer algo em Cristo é fazer sempre o melhor para todos:

Sem expectativa de remuneração. Sem exigências. Sem mostrar-se.

Sem exibir superioridade.Sem tributos de reconhecimento. Sem perturba-

ções.Em todos os passos do Divino Mestre, vemo-lo na

ação incessante, em favor do indivíduo e da coletividade, sem prender-se.

Da carpintaria de Nazaré à cruz de Jerusalém, passa fazendo o bem, sem outra paga além da alegria de estar executando a Vontade do Pai.

Exalta o vintém da viúva e louva a fortuna de Zaqueu, com a mesma serenidade.

Conversa amorosamente com algumas criancinhas e multiplica o pão para milhares de pessoas, sem alterar-se.

Reergue Lázaro do sepulcro e caminha para o cárcere, com a atenção centralizada nos Desígnios Celestes.

Não te esqueças de agir para a felicidade comum, na linha infinita dos teus dias e das tuas horas. Todavia, para que a ilusão te não imponha o fel do desencanto ou da soledade, ajuda a todos, indistintamente, conservando, acima de tudo, a glória de ser útil, "de modo que haja em nós o mesmo sentimento que vive em Jesus -Cristo".

do livro “FONTE VIVA”psicografia de Francisco Cândido Xavier

MODO DE FAZER

Até que se lembrou de orar. E orou com fervor, rogando a Deus compaixão e luz. Surge-lhe, então, a imagem de uma madona radiante. Maria, a mãe de Jesus? – pensava.

– Não, minha filha, sou apenas tua irmã, e venho para te socorrer, em nome do Senhor.

Acolhendo-a nos braços, aquela alma boa conduziu Marie para um aprazível recanto da natureza, um belo jardim com flores e árvores, água corrente e suave, com um céu claro pintado por nuvens alvas, vez por outra visitado por delicadas aves que planavam tranquilamente.

Repousando no colo daquele anjo bom, Marie foi informada de que agora era uma alma liberta e que a vida na Terra ficara para trás com a morte do corpo físico.

– Teu sofrimento, minha filha – esclarecia-lhe o espírito, amavelmente –, tem por causa a tua falta de fé em Deus, na sua justiça e misericórdia. Deixou-se abandonar pela saudade, quando o verdadeiro amor é motivador e cheio de esperança no porvir de felicidade. De coração aprisionado nos teus anseios de felicidade com Henri, esqueceu-se de que outras criaturas também te aguardavam o carinho e a atenção; que tinha uma tarefa a realizar na vida, e que infelizmente não se cumpriu. O amor não é exclusivista e mais se amplia quanto mais se ama. Agora, procure descansar.

Embora confortada e mais calma, Marie ainda não tinha exata compreensão das coisas, o que é natural quando o espírito não avança no conhecimento da espiritualidade.

Apesar de tudo, Marie permanecia fixada na causa de sua desdita: Onde estaria Henri?...

Ah! As dores do coração! Só o tempo e as diversas reencarnações para curá-las...

(continuação da página 6)

Em Assembléia dos representantes das casas espíritas de Marília, realizada no Lar Amélie Boudet, no dia 22 de janeiro de 2015, foi escolhida a diretoria para mandato no período 2015/2018:

Presidente: SILVIO JOSÉ LOPES GARCIAVice-Presidente: Karina Kasemodel de Araújo Rafaelli1º Tesoureiro: Valter Luiz Cavina Junior2º Tesoureiro: Sidney Doretto1º Secretário: Danilo Lopes Bim2º Secretário: Halumi Sato Harashiro

USE MARÍLIAelege nova diretoria

participantesda assembléia

SilvioGarcia

CLUBE DO LIVRO ESPÍRITALUZ E VERDADE

CENTRO ESPÍRITA LUZ E VERDADERua XV de Novembro, 1146 - Marília - telefone: 3454-2071

edição 111 - página 8

Histórias deTiamara

*Em fevereiro, durante o carnaval, a USE Marília realizou o 2º Encontro da Família Espírita, nas dependências do Colégio Bezerra de Menezes. O evento foi aberto com uma palestra pública feita por Orson Peter Carrara, da cidade de Matão. O tema base do encontro foi: Caridade, sublime virtude para a felicidade. Estiveram no evento cerca de 100 pessoas, que participaram de vários grupos de estudos e outras atividades.

* No dia 21 de março, no Lar Amélie Boudet, palestra musical com o músico, cantor, poeta e espírita Murillo Altafine, da cidade de Presidente Prudente.

*A Assistêncial Social "Dr. Bezerra de Menezes, departamento do Centro Espírita Luz, Fé e Caridade, localizada na Rua Maranhão, 242, nesta cidade de Marília, necessita de voluntários para trabalhar na cozinha (preparo dos alimentos, servir o almoço e limpeza), nos seguintes horários: das 8h30min às 10h30min - preparo dos alimentos; das 10h30min às 12horas - servir o almoço; - das 12horas às 14horas - limpeza. Os interessados deverão entrar em contato com as seguintes pessoas: Aline - 98129-7696; Fernando - 98165-3011; Adélia – no local.

* Na União Espírita João de Camargo, localizada ao lado do Esmeralda Shopping, curso de passes, nos dias 21 e 28 de março, sábados, sendo expositor Silvio Garcia.

* No Grupo Espírita Jesus de Nazaré, às terças-feira, 20 horas, prossegue o curso AUTOENCONTRO, apresentado por Donizete Pinheiro. Trata-se de um estudo sobre a pessoa, para a busca de sua felicidade, com base nas obras de Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, especialmente o livro Em busca da Verdade.

Lia era uma corujinha encantadora. Excelente aluna, seu sonho era entrar na faculdade e ser professora. Frequentava a escola dominical do templo e sempre que podia exercitava a profissão com as pequenas avezinhas que ficavam aos seus cuidados.

Os visitantes da escola gostavam muito de Lia, que reunia as avezinhas e contava suas lindas historinhas. As aves mães agradeciam muito, pois assim podiam ouvir a palavra do dirigente com tranquilidade, confiando no carinho e na dedicação da coruja. Assim que terminava as palestras, Lia agradecia a Deus a oportunidade divina de poder exercitar a profissão que tanto almejava.

Um dia, Lia recebeu uma carta da faculdade Pequeno Goiabal, convidando-a para cursar a profissão de professora. Lia, finalmente, havia conseguido. Agora, era arrumar suas coisas e se mudar para outra cidade. Seus pais sabiam que essa hora chegaria e apoiaram com muito amor a escolha de sua filhota.

No domingo seguinte o dirigente da escola dominical fez uma homenagem à querida corujinha, que emocionada recebeu uma linda cesta dos mais variados farelos. Que emoção!

Lia se ajeitou na pensão de Dona Pardoca e passou a dividir seu quarto com a vaidosa Arara Azul, que iria cursar engenharia. A corujinha quase não encontrava a companheira de quarto, pois estudavam em turnos diferentes e esta chegava bem tarde.

Lia estava gostando muito do curso e logo passou a estagiar na escola da comunidade. Um dia, chegando à pensão, conheceu a mãe da Arara Azul, que logo foi perguntando:

– Qual é o seu curso?– Estou estudando para ser uma professora de aves

pequenas!

– Meu Deus, que horror! Ser professora! Nesse mundo?! É muita falta de futuro!

Lia ficou desconcertada. Queria falar coisas maravilhosas da profissão que havia escolhido, mas pensou em Deus e pediu a sua proteção. Foi nesse momento que falou:

– A senhora, Dona Arara, tem filhotes pequeninos?

Sem entender o rumo da conversa, Dona Arara, alisando o bico, falou:

– Tenho duas filhotinhas pequenas, uma está no 1º ano e a outra na pré-escola. Mas por que me pergunta?

A corujinha Lia olhou com um lindo sorriso e disse:

– Se estudam, com quem ficam?Dona Arara, se fazendo de desen-

tendida, falou:– Ora, na escola!!Lia, então, respondeu com carinho:– Na escola, com uma professora, não é?Ajeitando suas penas e abaixando o bico, enver-

gonhada, falou:– Me perdoe, corujinha Lia!Lia a abraçou com carinho e falou:– Deus nunca cansa de nos perdoar!

Crianças:

Devemos amar e respeitar todas as profissões e sempre reconhecer o esforço e a dedicação de cada uma delas. Um bom profissional é aquele que, na sua caminhada de aprendizado e ensino, contribui para um novo rumo na vida de quem está aprendendo.

Valorizemos, pois, os professores! E, lembrem-se, de que Jesus continua sendo sempre o

mestre inesquecível.

AMOR À PROFISSÃO