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O REGIME MILITAR OU ANOS DE CHUMBO(1964 – 1985):
Prof. Rafael Benassi
o Esgotamento do populismo: manifestações de massa, greves, agravamento de tensões sociais.
o Temor dos EUA com a possibilidade de “novas revoluções cubanas” na América Latina.
o Apoio de setores civis conservadores ao golpe militar.
o Doutrina de Segurança Nacional é assimilada pelo exército: –Guerra total contra o comunismo
Antecedentes:
(Mackenzie) Foram características do breve governo Jânio Quadros em 1961:
a) a política externa totalmente alinhada aos interesses norte-americanos.
b) a ausência de medidas antinflacionárias, gerando a forte pressão do FMI.
c) o estilo personalista e polêmico do presidente, além da oposição conservadora à política externa independente de seu governo.
d) a intensa colaboração entre presidente e Congresso nas questões administrativas.
e) a total dependência política do presidente em relação ao seu partido, a UDN.
Brasil após o golpe:Ranieri Mazzili (presidente da Câmara) assume interinamente.
Poder de fato = Comando Supremo Revolucionário (exército).
09/04/1964: Ato Institucional nº 1 (AI – 1):
– Demissão de funcionários públicos (civis ou militares) leais ao antigo governo.
– Cassações de mandatos de opositores do golpe.
– Prisões de opositores.
– Eleições indiretas para presidente.
(Enem 2010) A gente não sabemos escolher presidente/ A gente não sabemos tomar conta da gente/ A gente não sabemos nem escovar os dentes/ Tem gringo pensando que nóis é indigente/ Inútil/ A gente somos inútil
MOREIRA, R. Inútil. 1983 (fragmento).
O fragmento integra a letra de uma canção gravada em momento de intensa mobilização política. A canção foi censurada por estar associada
a) ao rock nacional, que sofreu limitações desde o início da ditadura militar.
b) a uma crítica ao regime ditatorial que, mesmo em sua fase final, impedia a escolha popular do presidente.
c) à falta de conteúdo relevante, pois o Estado buscava, naquele contexto, a conscientização da sociedade por meio da música.
d) a dominação cultural dos Estados Unidos da América sobre a sociedade brasileira, que o regime militar pretendia esconder.
e) à alusão à baixa escolaridade e à falta de consciência política do povo brasileiro.
– SORBONNE: oriundos da ESG (Escola Superior de Guerra – 1948), intelectuais, veteranos da 2ª Guerra, próximos da UDN, alinhados ideologicamente com os EUA, anticomunistas, partidários de um poder executivo forte e soluções econômicas técnicas.
– LINHA DURA: também anticomunistas, sem ligações diretas com os EUA, nacionalistas, avessos a políticos e a qualquer tipo de democracia.
Divisões entre os militares
PAEG (Plano de Ação Econômica do Governo):
– Corte de gastos.
– Aumento de tarifas e impostos.
– Fim da Lei da Estabilidade.
– Criação do FGTS
– Aumento salarial (1X ao ano) abaixo da inflação.
– Restrição de crédito.
– Arrocho salarial, recessão e desemprego.
Desvalorização monetária (cruzeiro novo).– Compra de empresas nacionais por estrangeiras.
Renegociação da dívida externa. Novos empréstimos.
Aproximação cada vez maior com EUA.– “O que é bom para os EUA é bom para o Brasil”
(Juracy Magalhães – Ministro das Relações Exteriores)
O governo CASTELLO BRANCO (Sorbonne 1964 – 1967):
(Ufmg) O golpe político-militar de 1964 acarretou transformações na economia brasileira originadas das mudanças nas relações de trabalho, das novas necessidades do desenvolvimento capitalista no país e das mudanças na conjuntura internacional.Todas as alternativas apresentam indicadores corretos das transformações na economia brasileira pós-64, EXCETO:
a) A abertura do país às empresas multinacionais a partir da abolição das restrições à remessa de lucros para o exterior.
b) A adoção de uma nova política salarial e a implantação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) substituindo o sistema de estabilidade no emprego.
c) A consolidação do setor industrial nacional através da elevação dos salários urbanos e do aumento da oferta e do consumo de bens não duráveis.
d) A elevação do volume de impostos e a conseqüente falência de um grande número de pequenas e médias empresas.
e) A expansão da indústria petroquímica, siderúrgica e do alumínio, realizada sob o patrocínio do Estado, com a participação de conglomerados nacionais e estrangeiros.
Jul/64 – prorrogação do mandato presidencial até mar/67.
Impopularidade do governo.1965: eleições em 11 Estados.
– Candidatos governistas perdem em vários.
Out/65 – AI – 2: Bipartidarismo– Extinção dos antigos partidos.
– ARENA (Aliança Renovadora Nacional) – Partido do governo.
– MDB (Movimento Democrático Brasileiro) – Oposição ao governo– Autorização para fechar órgãos legislativos
Fev/66 – AI-3: Eleições indiretas para governadores, e indicação de prefeitos de capitais e cidades estratégicas.–Tentativa frustrada de formação de uma frente oposicionista composta por antigos rivais: Carlos Lacerda, Juscelino Kubitschek e João Goulart – FRENTE AMPLA.
Constituição de 1967:– Fortalecimento do Executivo.– Emendas constitucionais a cargo exclusivo do presidente.– Incorporação de Atos Institucionais.
LSN (Lei de Segurança Nacional) – defesa da pátria contra o “perigo comunista” (repressão consentida).
Manifestações estudantis contra o governo (68).– Assassinato do estudante Édson Luís (RJ mar/68) em
confronto com a polícia.
Passeata dos 100 mil (RJ jul/68). Greves em Osasco (SP), Contagem e Belo Horizonte (MG). Ampla repressão do governo.
Dez/68: AI – 5:– Maior instrumento de repressão da ditadura militar.– Pretexto: discurso do deputado Márcio Moreira Alves (MDB).– Fechamento do Poder Legislativo (presidente assume sua função).– Suspensão dos direitos políticos e individuais (HÁBEAS CORPUS).– Intervenção em Estados e municípios.– Permissão para cassar mandatos, demitir, prender, editar leis.– Prazo de validade indeterminado.
O governo COSTA E SILVA (Linha Dura 1967 – 1969):
(Mackenzie) O pretexto para a implantação do Ato lnstitucional Nº 5, a 13 de dezembro de 1968, pelo governo Costa e Silva, foi:
a) a passeata dos Cem Mil, no Rio de Janeiro, exigindo o retorno à democracia.
b) a luta armada liderada pelo PCB, contra o regime militar.
c) ás greves de Osasco e Contagem.d) a decisão do Congresso de não suspender as
imunidades do deputado Márcio Moreira Alves, acusado de ofender as Forças Armadas.
e) a morte do estudante Edson Luis, em protesto contra o governo.
(Cftsc 2010) Durante o período do governo militar (1964 a 1985), era comum a utilização dos chamados Atos Institucionais, impostos pela repressão aos que fossem contrários ao regime. Sobre os Atos Institucionais, é correto afirmar que:
a) os Atos Institucionais representaram o que houve de mais democrático na República Brasileira.
b) os Atos Institucionais eram aprovados pelo Congresso Nacional.
c) os Atos Institucionais pregavam a maior participação da população na vida política do país.
d) os Atos Institucionais tiveram apoio total de todas as classes políticas do país.
e) o mais famoso foi AI-5 (Ato Institucional nº 5), decretado no governo do Presidente Costa e Silva, que dava amplos poderes ao presidente da República de governar, bem como, de suspender várias garantias individuais.
Início da ação armada contra o governo:
– Aliança Libertadora Nacional, Ação Popular, Vanguarda Popular Revolucionária, Vanguarda Armada Revolucionária-PALMARES,
–Guerrilha urbana (seqüestros de embaixadores e diplomatas estrangeiros, assaltos a banco).
– Guerrilha rural (Araguaia – PA)
Ago/69: Costa e Silva adoece e é afastado.
Vice Pedro Aleixo é impedido de assumir.
Ago-out/1969 – Junta militar assume o poder e escolhe novo presidente.
Auge da ditadura!
Binômio SEGURANÇA (exército)
X DESENVOLVIMENTO
(tecnocratas)
Prisões, torturas assassinatos (“desaparecidos”).
Repressão intensa e eliminação da guerrilha de esquerda (SNI(Serviço Nacional de Informação), DOI-CoI (Destacamento de Informações-Centro de Operações de Defesa Interna,) OBAN, (Operação Bandeirantes) DOPS (Departamento de Ordem Policial e Social...)
O governo E. G. MÉDICI (Linha Dura 1969 – 1974):
Popularidade: censura e propaganda.
Slogans ufanistas e otimistas:Valorização de conquistas esportivas: futebol e automobilismo (associação de vitórias com o sucesso do governo).
Tentativa fracassada de ocupação da região Norte (Amazonas):– objetivo – evitar inchaço das cidades do centro-sul,
atrair investimentos.
– conseqüências – dizimação de indígenas, lutas pela posse da terra, desmatamento, assassinato de seringueiros, instalação do tráfico de drogas.
Milagre Econômico (1969 – 1974):– Delfim Netto (Ministro da economia).– Crescimento de 10% ao ano.– Facilidades de crédito (bens de consumo duráveis).– Arrocho salarial.– Investimentos externos (favorecimento do governo).– Grandes empréstimos.
Obras faraônicas:– Rodovia Transamazônica (jamais concluída).– Rodovia Rio-Santos.– Ponte Rio-Niterói.– Ponte Colombo-Salles (SC).– Hidrelétricas de Solteira (SP) e Passo Fundo (RS).
Ampliação do mar territorial brasileiro de 12 para 200 milhas marítimas (aproximadamente 350 Km).
Crise do petróleo (73 – 74) abala crescimento do “Milagre”.
(Pucpr) O "milagre econômico" fez da economia brasileira, na década de 70, a oitava economia do mundo capitalista. O PIB - produto interno bruto, teve notável crescimento e o ufanismo chegou até a "slogans" como: "Brasil, ame-o ou deixe-o"; "Ninguém segura este país". O Presidente Médici era aplaudido quando entrava no estádio do Maracanã.O "milagre" apoiou-se em algumas colunas básicas, entre as quais não está incluído:
a) A empresa nacional - apoiada por subsídios e por uma política de arrocho salarial.
b) A prática do liberalismo econômico - com livre jogo nos mercados, de produtos nacionais e importados, tendo os últimos baixas taxas alfandegárias.
c) O capital estrangeiro - em forma de empréstimos e investimentos diretos, que afluíam abundantemente.
d) Conjuntura favorável do capitalismo mundial, incluindo preços baixos do petróleo árabe/venezuelano.
e) A empresa estatal - com numerosas atribuições, respondendo por 50% do PIB em 1970.
Abertura “lenta, gradual e segura”. Crise econômica. Programa PROÁLCOOL. 2º PND (Plano Nacional de Desenvolvimento):
– Manutenção de modelo anterior.– Novos empréstimos–Busca de novos mercados para
exportação.
Mais obras faraônicas ou projetos de utilidade questionável:
– Usinas siderúrgicas de Tubarão (ES) e Açominas (MG).
– Ferrovia do Aço (MG) – interrompida em 1979.
– Usinas hidrelétricas de Itaipu (PR), Tucuruí (PA)
– Acordo nuclear com ALE para construção de 8 usinas nucleares (apenas uma realmente começou a funcionar – ANGRA I).
O governo ERNESTO GEISEL (Sorbonne 1974 – 1979):
Eleições parlamentares (1974): vitória do MDB.
Fim da censura prévia aos meios de comunicação (1975).
OUT/1975: assassinato do jornalista Wladimir Herzog sob tortura.
JAN/1976: assassinato do operário Manoel Fiel Filho, também torturado.
– Demissão de Ednardo D’Ávila Filho (comandante do 2º Exército).
Lei Falcão (1976): limitação da propaganda política.
ABR/77: Pacote de Abril:
– Fechamento do Congresso.
– Mandato presidencial de 6 anos.
– Criação dos “senadores biônicos”.
OUT/78: Fim do AI – 5. Início das greves dos sindicatos do ABC
paulista (Lula).
Conclusão do processo de abertura política.
Crise econômica permanente (inflação, desemprego, empréstimos com altos juros).– Desgaste do governo AGO/1979: Lei da Anistia.– Exceto para envolvidos com luta armada e atos terroristas.– Retorno de exilados políticos : Brizola, Prestes, Miguel Arraes...
NOV/1979: Pluripartidarismo
Reação da “Linha Dura” do exército à abertura política:– Atentados terroristas em bancas de revistas, contra a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).– Atentado do Riocentro (30/04/1981).– Desmoralização da “Linha Dura”
O governo JOÃO BAPTISTA FIGUEIREDO (1979 – 1985):
1982: Eleições diretas para governador (vitória de candidatos oposicionistas em 10 estados, incluindo SP, RJ e MG).
MAR/84: Emenda Dante de Oliveira (PMDB – MT):– Eleições diretas para Presidente da República.– Mobilização nacional – campanha das “Diretas Já”– Vetada pelo congresso por 22 votos de diferença.
JAN/85: Eleições indiretas para presidente: PDS (Paulo Maluf/ Mário Andreazza) X ALIANÇA DEMOCRÁTICA* – PMDB + PFL (Tancredo Neves/ José Sarney)
21/04/1985: Tancredo Neves morre.– José Sarney (vice), assume definitivamente a presidência.