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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP VICE-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA A INOVAÇÃO E A GESTÃO DAS EMPRESAS EMBRIONÁRIAS DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA: UMA ANÁLISE DO PROCESSO DE PRÉ-INCUBAÇÃO Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em Engenharia de Produção da Universidade Paulista - UNIP para obtenção do título de mestre em Engenharia de Produção. DEMÉSIO CARVALHO DE SOUSA SÃO PAULO 2015

Dissertação - NOME - Programa de Pós-Graduação em ... · Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Paulista, São Paulo, 2015. ... Parque Tecnológico e de duas

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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

VICE-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

A INOVAÇÃO E A GESTÃO DAS

EMPRESAS EMBRIONÁRIAS DE INOVAÇÃO

TECNOLÓGICA: UMA ANÁLISE DO PROCESSO

DE PRÉ-INCUBAÇÃO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Engenharia de Produção da

Universidade Paulista - UNIP para obtenção do

título de mestre em Engenharia de Produção.

DEMÉSIO CARVALHO DE SOUSA

SÃO PAULO

2015

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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

VICE-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

A INOVAÇÃO E A GESTÃO DAS

EMPRESAS EMBRIONÁRIAS DE INOVAÇÃO

TECNOLÓGICA: UMA ANÁLISE DO PROCESSO

DE PRÉ-INCUBAÇÃO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Engenharia de Produção da

Universidade Paulista - UNIP para obtenção do

título de mestre em Engenharia de Produção.

Orientador: Profº Dr. Rodrigo Franco Gonçalves

Área de Concentração: Redes de Empresas e

Planejamento da Produção.

Projeto de Pesquisa: Gestão do Conhecimento e

formação de núcleos e redes no empreendedorismo

de inovação.

DEMÉSIO CARVALHO DE SOUSA

SÃO PAULO

2015

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Sousa, Demésio Carvalho.

A inovação e a gestão de empresas embrionárias de inovação tecnológica: uma análise do processo de pré-incubação / Demésio Carvalho Sousa. - 2015. 79 f.: il. color.

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Paulista, São Paulo, 2015. Área de Concentração: Redes de Empresas e Planejamento da Produção. Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Franco Gonçalves.

1. Inovação tecnológica. 2. Incubadoras. 3. Parque tecnológico. I. Gonçalves, Rodrigo Franco (orientador). II. Título.

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DEMÉSIO CARVALHO DE SOUSA

A INOVAÇÃO E A GESTÃO DAS

EMPRESAS EMBRIONÁRIAS DE INOVAÇÃO

TECNOLÓGICA: UMA ANÁLISE DO PROCESSO

DE PRÉ-INCUBAÇÃO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Engenharia de Produção da

Universidade Paulista - UNIP para obtenção do

título de mestre em Engenharia de Produção.

Data de aprovação: _____/_____/_____

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________

Profº Dr. André Leme Fleury

Poli - USP (Convidado)

____________________________________________

Profº Dr. José Benedito Sacomano

Universidade Paulista - UNIP

____________________________________________

Profº Dr. Rodrigo Franco Gonçalves

Universidade Paulista - UNIP

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DEDICATÓRIA

“À minha família, amigos e professores, pela orientação e empenho, vocês fizeram e fazem a

diferença na minha vida, hoje, sou uma pessoa melhor que ontem, amém”

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AGRADECIMENTOS

“À minha mãe Cleonice Carvalho de Sousa que me deu a vida, e nela me auxilia em todos os

momentos, minha esposa Helenilsa de Sousa, minhas irmãs Rosemari, Jocilene e Jorlene pela

paciência e compreensão, meu nobre amigo e mestre prof. Paulo Fernando Minotti, minha

amiga Liliam Sayuri Sakamoto, e um agradecimento especial aos meus professores Dres.

Rodrigo Franco Gonçalves , José Benedito Sacomano, Jair Minoro Abe, Oduvaldo

Vendrametto, Pedro Luiz Costa Neto, João Gilberto, Mario Mollo Neto, Irenilza Naas e

Ivanir Costa, e o meu muito obrigado a todas as pessoas que participaram direta ou

indiretamente do meu aprendizado educacional”

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo analisar aspectos do impacto da inovação para o

desenvolvimento dos países/nações e analisar a gestão das empresas embrionárias de inovação

tecnológica - EEIT, através da análise do processo de pré-incubação. Utilizam-se como

métodos de pesquisa a análise horizontal e vertical da literatura e, a partir desta, o estudo da

aplicação da Lógica Paraconsistente Anotada e o Estudo de Caso para estruturação dos dois

artigos acadêmicos, que compõe a estrutura final desta dissertação. A pesquisa analisa o

cenário das patentes, segundo as métricas do Índice Global de Inovação - GII e do Fórum

Mundial da Economia - WEF e o processo de pré-incubação de empresas embrionárias de

inovação tecnológica, apresentando o ponto de vista dos gestores e empreendedores de um

Parque Tecnológico e de duas Incubadoras de empresas de base tecnológica, utilizando como

base de estudo o modelo de hélice tríplice. A primeira parte da pesquisa identifica em função

dos resultados obtidos através do estudo da análise do impacto das patentes no GII, que as

nações que apresentam propostas para melhorar o registro de suas inovações têm uma

condição mais favorável para desenvolvimento local e regional e, por consequência podem

melhorar sua posição no ranking global de inovação do GII. A segunda parte da pesquisa

apresenta os aspectos relevantes para que o empreendedor tenha sucesso no processo de pré-

incubação de sua EEIT. O estudo de caso apresenta o ponto de vista dos gestores e dos

empreendedores e o que eles consideram como aspectos relevantes para aprovação no

processo de pré-seleção e, busca tentar dirimir as dúvidas existentes neste processo. Conclui-

se que, falta de planejamento prévio, gestão deficiente do negócio, insuficiências de políticas

de apoio, flutuações na conjuntura econômica e problemas pessoais dos proprietários, podem

levar o empreendedor ao fechamento ou reprovação no processo de seleção de sua EEIT.

Palavras Chave: Inovação tecnológica. Incubadoras. Parque tecnológico.

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ABSTRACT

The present work aims to analyze aspects of the impact of innovation for the development of

countries/Nations and analyze the management of embryonic companies of technological

innovation-EEIT, by examining the pre-incubation process. Used as methods of horizontal

and vertical analysis research of literature and, from this, the study of application of

Paraconsistent logic noted and the case study for the structuring of the two scholarly articles,

which makes up the final structure of this dissertation. The research analyzes the set of

patents, according to the metrics of the Global Innovation Index-GII and World Economic

Forum-WEF and the pre-incubation process of embryonic companies of technological

innovation, presenting the point of view of managers and entrepreneurs of a technological

park and two Incubators of enterprises of technological basis, using as a base to study the

triple helix model. The first part of the survey identifies in the light of the results obtained

through the study of analysis of the impact of patents on the GII, that Nations that present

proposals to improve the record of his innovations have a more favorable condition for local

and regional development and consequently can improve its position in the global ranking of

innovation of the GII. The second part of the research presents relevant aspects for the

successful entrepreneur in the pre-incubation process your EEIT. The case study presents the

point of view of managers and entrepreneurs and what they consider as relevant aspects for

approval in the pre-selection process and seeks to try resolve the doubts existing in this

process. It is concluded that lack of prior planning, poor management, insufficient business

support policy, fluctuations in economic and personal issues of the owners, can lead the

entrepreneur to closing or disapproval in the selection process of your EEIT.

Keywords: Technological innovation. Incubators. Technology park.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Histórico de algumas aplicações da Lógica Paraconsistente Anotada ................... 22

Tabela 2 – Indicadores GII - 2013 ............................................................................................ 27

Tabela 3 – Pesos dos indicadores PARALPK .......................................................................... 28

Tabela 4 – Artigos do portfólio bibliográfico final .................................................................. 31

ARTIGO 1

Tabela 1 – Indicadores do GII 2013 ......................................................................................... 42

Tabela 2 – Indicadores selecionados do relatório GII .............................................................. 43

Tabela 3 – Normatização do primeiro par de indicadores ........................................................ 43

Tabela 4 – Normatização do segundo par de indicadores ........................................................ 43

Tabela 5 – Normatização do terceiro par de indicadores ......................................................... 44

Tabela 6 – Graus de indicadores de certeza e incerteza ........................................................... 44

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Objetivos e Escopo da pesquisa .............................................................................. 14

Figura 2 – Mapa geral da pesquisa ........................................................................................... 15

Figura 3 – QUPC em doze regiões ........................................................................................... 23

Figura 4 – Sistema de análise paraconsistente ......................................................................... 24

Figura 5 – Inovação e o PARALPK ......................................................................................... 25

Figura 6 – Comparison of scores (Brasil e China) ................................................................... 26

Figura 7 – Comparison of scores (China e Rússia) .................................................................. 26

Figura 8 – Scores (Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul) - BRICS .............................. 27

Figura 9 – Modelo Hélice Tríplice ........................................................................................... 32

Figura 10 – Delimitação do estudo ........................................................................................... 34

Figura 11 – Esquema de investigação: Estudo de caso ............................................................ 35

ARTIGO 1

Figura 1 – Os subpilares de grande divergência na pontuação entre países BRICS ................ 38

Figura 2 – Sistema de análise paraconsistente ......................................................................... 41

Figura 3 – Algoritmo para-analisador ...................................................................................... 41

Figura 4 – Quadrado unitário do plano cartesiano ................................................................... 45

Figura 5 – Quadrado unitário do plano cartesiano ................................................................... 45

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LISTA DE ABREVIATURAS

ANPROTEC- Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos

Inovadores.

APL - Arranjos Produtivos Locais

CIETEC - Centro Incubador de Empresas de Base Tecnológica

CT&I- Ciência Tecnologia e Inovação

EEIT - Empresas Embrionárias de Inovação Tecnológica

EPO - Escritório Europeu de Patentes

FUNTTEL - Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações

GCI - Índice de Competitividade Global

GII -Índice Global de Inovação

ICT - Instituto de Ciência e Tecnologia

INSEAD - A Escola de Negócios para o Mundo

LPI - Lei da Propriedade Industrial

MC - Ministério das Comunicações

MCTI - Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação

MDICE - Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior

NIT - Núcleo de Inovação Tecnológica

OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico

PARQTEC - Parque Tecnológico

PITCE - Política Industrial e Tecnológica Comércio Exterior

USP - Universidade de São Paulo

WEF - Fórum Mundial de Economia

WIPO - Organização Mundial da Propriedade Intelectual

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 11

1.1 Contexto e problematização ....................................................................................... 11

1.2 Questões de pesquisa ................................................................................................. 12

1.3 Objetivos e Escopo .................................................................................................... 13

1.4 Organização do Trabalho ........................................................................................... 14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................. 17

2.1 Inovação e Tecnologia ............................................................................................... 17

2.2 Inovação Tecnológica ................................................................................................ 18

2.3 Lógica Paraconsistente Anotada ................................................................................ 21

2.3.1 As ferramentas para auxiliar a avaliação qualitativa paraconsistente ................ 22

2.3.2 As ferramentas da LPA2V .................................................................................. 22

2.3.3 QUPC - O quadrado unitário do plano cartesiano .............................................. 24

2.3.4 Aplicação da LPA2V neste trabalho .................................................................. 24

2.3.5 Relatórios e gráficos no método clássico do GII ................................................ 25

2.3.6 Aplicação da Lógica Paraconsistente Anotada ................................................... 28

2.4 Núcleos de Inovação Tecnológica - NIT ................................................................... 29

2.5 Leis e Políticas de Inovação ....................................................................................... 30

2.6 Hélice Tríplice ........................................................................................................... 30

3 MÉTODO DE PESQUISA ............................................................................................. 33

3.1 Tipo de pesquisa ........................................................................................................ 35

3.2 Estratégia de pesquisa ................................................................................................ 35

3.3 Parâmetros éticos e limitações da pesquisa ............................................................... 36

4 ARTIGO1: Análise do impacto das patentes no índice global de inovação com

aplicação de lógica paraconsistente anotada ........................................................................ 37

5 ARTIGO 2: Parques tecnológicos e Incubadoras: Uma análise do processo de pré-

incubação de empresas de base tecnológica ......................................................................... 47

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 71

6.1 Discussão Final .......................................................................................................... 71

6.2 Conclusão ................................................................................................................... 71

6.3 Limitações e aspectos não abordados ........................................................................ 72

6.4 Continuidade do trabalho e estudos futuros ............................................................... 73

7 ANEXOS .......................................................................................................................... 74

8 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 75

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Contexto e problematização

O crescimento econômico dos países desenvolvidos através do investimento em

inovação tecnológica tem sido verificado a partir de meados dos séculos XX e XXI, conforme

evidenciado nos relatórios da Global Innovation Index (GII, 2013), Global Competitives

Innovation (GCI, 2013), World Intellectual Property Organization (WIPO, 2013), The

Business School for the World (INSEAD, 2013) World Economic Forum (WEF, 2014) e a

Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2014). Esta situação

está atrelada às novas tecnologias e ao novo papel das pequenas e médias empresas na

geração de emprego e renda, através do empreendedorismo em alta tecnologia. (INZELT,

2004; ETZKOWITZ, 2005; LEYDESDORFF et al., 2012).

O tema “inovação” é bem abrangente, porém, foi delimitado a partir do problema

apresentado em 1960 pelos países membros da OCDE, que buscavam adotar um sistema

padrão de avaliação da Pesquisa e Desenvolvimento e que deu origem ao Manual de Frascati

em 1963 e por consequência ao Manual de Oslo, sendo seguidos pelo Manual do Fórum

Mundial de Economia (WEF, 2014) e pelos Relatórios do Índice Global de Inovação (GII,

2014). Estes documentos norteiam medir a competitividade entre as nações comparando suas

melhores práticas; todos seguem as diretrizes estabelecidas pela OCDE em 1960, e suas

atualizações e sistemas de avaliação estão disponíveis na internet, com domínio público.

Neste contexto, nota-se o modelo de Hélice Tríplice da Inovação de Leydesdorff e

Etzkowitz (2000), este propõe que um ambiente de inovação necessita da integração entre

universidades, empresas e governo. Este é o modelo mais citado, segundo um estudo

biblimétrico realizado sobre o tema inovação Rossa et al., (2013). O modelo de hélice tríplice

visa avaliar os impactos das interações entre universidades, indústria e governo

(ETZKOWITZ, 2009).

Desta forma, segundo pesquisa realizada pela Associação Nacional de Entidades

Promotoras de Empreendimentos Inovadores em parceria com o Ministério de Ciência

Tecnologia e Inovação - MCTI e o Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas

e Parques Tecnológicos - PNI, nota-se no Brasil a presença de 384 incubadoras, que são

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responsáveis por 2509 empresas graduadas, empregando em média 29.205 pessoas, resultando

em um faturamento anual de R$ 4,1 bilhões (ANPROTEC, 2012).

Relata-se que as Incubadoras de empresas atuam nos setores de Tecnologia,

Tradicional, Mista, Cultural, Social, Agroindustrial e de Serviços. As incubadoras de base

tecnológica, ou incubadoras tecnológicas respondem por 40% do total de incubadoras

registradas na pesquisa, ou seja, aproximadamente 154 incubadoras (ANPROTEC, 2012).

A missão de uma das incubadoras pesquisadas, segundo análise documental é “A

missão do centro incubador é incentivar o empreendedorismo, a inovação tecnológica e apoiar

a criação, o fortalecimento e a consolidação de empresas de base tecnológica”, e a de um

Parque Tecnológico é “Institucionalizar a transferência de tecnologia da academia para o setor

produtivo”. (BRASIL. MCTI, 2014).

As incubadoras de empresas de base tecnológica e os parques tecnológicos constituem

dois mecanismos de apoio à inovação e ao desenvolvimento local e regional, porém, nota-se

que ainda são tratados de forma independente e desconecta. (ETZKOWITZ 2005; KWON et

al., 2012).

A apresentação dos aspectos relevantes provenientes da análise do processo de pré-

incubação de Empresas Embrionárias de Inovação Tecnológica - EEIT é uma das variáveis

que devem ser pesquisadas neste contexto de inovação e inovação tecnológica, e segundo

dados provenientes do (WEF, 2014) os países emergentes para sustentação de suas políticas

empresariais, industriais e/ou econômica visando o crescimento, têm o dever de

primeiramente entender o desafio da inovação tecnológica e devem criar leis e políticas de

incentivo para as instituições de ensino e pesquisa, empresas e governo.

Esta dissertação visa analisar o impacto das patentes no desenvolvimento de um país e

o processo de pré-incubação de empresas embrionárias de inovação tecnológica, apresentando

o ponto de vista dos gestores e empreendedores das unidades pesquisadas.

1.2 Questões de pesquisa

Neste contexto, estabelecem-se as seguintes questões de pesquisa:

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1. Analisar o cenário da inovação através das métricas do GII? Esta questão é

desenvolvida e delimitada no primeiro artigo acadêmico desta dissertação,

segundo indicadores do Índice Global de Inovação - GII e do Fórum Mundial da

Economia - WEF.

2. Identificar quais são os aspectos relevantes para que o empreendedor tenha

sucesso no processo de pré-incubação? Esta questão é desenvolvida e delimitada

no segundo artigo acadêmico desta dissertação, resultado de um estudo de caso

realizado em um Parque Tecnológico e duas Incubadoras de empresas de base

tecnológica.

1.3 Objetivos e Escopo

Este trabalho tem os seguintes objetivos:

a) Analisar o cenário da inovação através dos indicadores de patentes, segundo do

GII.

b) Analisar o processo de pré-incubação de Empresas Embrionárias de Inovação

Tecnológica - EEIT.

c) Apresentar o ponto de vista dos gestores e empreendedores de um Parque

Tecnológico e das Incubadoras selecionadas.

A figura 1 apresenta os objetivos e escopo desta pesquisa. O estudo do tema inovação

é delimitado, segundo as métricas utilizadas pelo GII e o WEF para análise do impacto das

patentes na competitividade das nações, e resulta no primeiro artigo acadêmico desta

dissertação. Neste mesmo arcabouço teórico relata-se a importância dos Parques Tecnológicos

e das Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica e resulta no segundo artigo acadêmico,

que busca analisar o processo de pré-incubação de empresas de base tecnológica e apresentar

o ponto de vista dos gestores e empreendedores das instituições a serem pesquisadas.

O estudo apresenta dois artigos acadêmicos correlatos ao tema inovação, com um

enfoque mais aprofundado no estudo do processo de pré-incubação de EEIT e o modelo de

Hélice Tríplice - HT.

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Figura 1 – Objetivos e Escopo da pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor.

As considerações finais desta dissertação devem apresentar as limitações e aspectos

não abordados nesta dissertação, bem como continuidade do trabalho e estudos futuros.

1.4 Organização do Trabalho

Este trabalho está dividido em oito capítulos:

1. Introdução: Neste capítulo relata-se uma introdução objetiva sobre o tema inovação

tecnológica, sua relevância em um cenário mundial, responde a primeira questão de pesquisa

que visou: “Analisar o cenário da inovação através das métricas do GII?”, para esta análise

inicial foram adotadas as métricas utilizadas pelo The Business Scholl for the World do

Global Index Innovation (GII, 2014) e no tocante ao impacto da inovação no desenvolvimento

econômico das nações foi utilizado o ranking do The Global Competitiveness (GCI, 2014)

Report 2012-2013 do World Economic Forum (WEF, 2014). Segundo as metodologias

adotadas por estas instituições, é possível instituir um ranking de inovação entre as nações,

resultado da parceria da OCDE, WIPO e INSEAD, onde foi analisado o impacto das patentes,

seguido pela aplicação de um estudo de caso em um Parque Tecnológico e duas incubadoras

de empresas de base tecnológica, abordando o tema inovação e hélice tríplice, respondendo à

segunda questão de pesquisa que visou “Identificar quais são os aspectos relevantes para que

o empreendedor tenha sucesso no processo de pré-incubação?”.

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Esta pesquisa deve estimular novas reflexões sobre as estratégias dos Parques

Tecnológicos e Incubadoras para com os empreendedores, com enfoque no modelo de hélice

tríplice, que busca integrar os três atores: universidade, empresa e governo, em um ambiente

competitivo e inovador, analisando o processo de pré-incubação de empresas de base

tecnológica.

A delimitação e interação destes atores: universidades, empresa e governo, que estão

relacionados ao tema Inovação, resultou em um arcabouço teórico onde foram analisadas

algumas métricas que são utilizadas mundialmente para aumento da competitividade das

nações, quando analisado o impacto da inovação e a importância dos Parques Tecnológicos e

das Incubadoras de empresas de base tecnológica para o desenvolvimento econômico das

nações, sendo associado ao modelo de hélice tríplice da inovação.

Após a varredura horizontal da literatura, legislações, manuais e órgãos de fomento a

ensino e pesquisa, foi possível delimitar a pesquisa e definir o Mapa Geral da Pesquisa,

conforme figura 2.

Figura 2 – Mapa geral da pesquisa

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Fonte: Elaborado pelo autor.

2. Fundamentação teórica: A fundamentação teórica tem como base uma análise horizontal

e vertical do cenário da inovação e tecnologia, inovação tecnológica, lógica paraconsistente

anotada, núcleos de inovação tecnológica, leis e políticas de inovação no Brasil e o modelo

hélice tríplice, sendo seguidas pelo arcabouço teórico proveniente dos artigos acadêmicos que

apresentam uma revisão da literatura, apresentando o estado da arte sobre os temas inovação,

patentes, índice global de inovação, inovação e competitividade, parques tecnológicos e

empresas de base tecnológica. Esta fundamentação teórica associada à busca de artigos

acadêmicos com análises bibliométricas proporcionou um melhor entendimento para

elaboração dos artigos acadêmicos e serve como base para pesquisas futuras.

3. Método de pesquisa: Neste capítulo apresentam-se as metodologias que foram utilizadas

na pesquisa, de forma resumida.

Método 1: Análise horizontal e vertical da literatura.

Método 2: Lógica paraconsistente anotada, para analisar o impacto das patentes,

segundo os indicadores do GII, com foco no desenvolvimento das nações pela

inovação.

Método 3: Estudo de Caso.

4. Artigo 1: Análise do impacto das patentes no índice global de inovação, com aplicação de

lógica paraconsistente anotada.

5. Artigo 2: Parques Tecnológicos e Incubadoras: Uma análise do processo de pré-incubação

de empresas de base tecnológica.

6. Considerações finais: Este capítulo busca discutir os resultados obtidos, por meio de uma

análise detalhada da dissertação, fazendo correções e declarando as limitações do estudo.

7. Anexos: Outros artigos publicados.

8. Referências: São apresentados referenciais teóricos na dissertação e artigos.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Inovação e Tecnologia

A palavra inovação vem do latim innovatione, que significa renovado ou tornado novo

segundo os autores Barbieri (2011); OCDE (2014). A inovação pode ser entendida de diversas

maneiras e olhares. Nesta dissertação adota-se o ponto de vista do pesquisador Schumpeter

(1955), que ressaltou em suas análises sobre o tema inovação, como sendo a atividade de

transformação, quando se descreve a necessidade de se destruir o velho para construir o novo

e atingir um novo nicho de mercado, e, assim manter o desenvolvimento econômico.

A inovação pode ser classificada em três divisões, podendo ser radical, incremental e

desruptiva. A inovação radical baseia-se em novos conjuntos científicos e de engenharia,

como desenvolvimento e introdução de um novo produto, processo ou forma de organização

da produção inteiramente novos, e incremental, esta se refere ao aprimoramento que se realiza

em um produto, processo ou serviço, quando da introdução de alterações relativamente

simples ou menores em relação ao produto existente, aproveitando e reforçando o potencial

do design existente. (FREEMAN, 1987; HERDERSON; CLARK, 1999; DAMANPOUR,

2009; REIS, 2004; TIDD; BESSANT; BESSANT E PAVITT, 2005).

Um dos objetivos desta dissertação é analisar o impacto da inovação na

competitividade entre as nações, através da análise dos indicadores do Índice Global de

Inovação GII e a correlação da Inovação com os Parques Tecnológicos e Incubadoras de

Empresas de Base Tecnológica, desta forma, adota-se uma das definições de tecnologia para

fundamentação teórica.

O termo tecnologia tem uma ampla conotação e refere-se às técnicas, métodos,

procedimentos, ferramentas, equipamentos e instalações que concorrem para a realização e

obtenção de um ou vários produtos. O termo implica o que fazer, por quem, por que, para

quem e como fazer. Em geral, divide-se a tecnologia em duas grandes categorias: tecnologia

de produto e tecnologia de processo. As de produto são aquelas cujos resultados são

componentes tangíveis e facilmente identificáveis, tais como: equipamentos, instalações

físicas, ferramentas, artefatos, etc. As de processo são aquelas em que se incluem as técnicas,

métodos e procedimentos utilizados para se obter um determinado produto (FINEP, 2015).

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Esta é uma das diversas definições para o termo tecnologia, porém, será adotada esta

terminologia devido a estar mais associada à definição de inovação tecnológica utilizada nesta

pesquisa.

2.2 Inovação Tecnológica

A inovação tecnológica esta sendo tratada como fator determinante para o sucesso e

para o desenvolvimento econômico das nações, em alguns casos sendo invocada como

estratégia competitiva (OCDE, 2014).

No Brasil a inovação tecnológica teve o início dos trabalhos com maior ênfase a partir

do ano 2000, quando o governo faz uma abertura e coloca como pauta a necessidade de uma

abordagem no tocante à Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior - PITCE,

sendo que esta iniciativa resultou na apelidada “Lei da Inovação” - Lei nº 10973/4 e foi

promulgada em 2005.

Após esta iniciativa do Governo Federal foram sendo criados decretos estaduais, frutos

do projeto São Paulo competitivo, este, aqui sendo relatado por ser o estado que mais investe

em Pesquisa e Desenvolvimento. Devido a alta complexidade do entendimento do termo

Inovação Tecnológica foram seguidas as bases para um movimento de Inovação Tecnológica

no Brasil Ades e Plonski (2009). Os autores relatam que existe a necessidade de uma

compreensão do que é (e do que não é) inovação tecnológica, sendo esta uma das bases de seu

estudo, desta forma podemos avaliar que nos diferentes setores a inovação tecnológica é

conceituada de maneiras distintas na agricultura, indústria e serviços.

Freeman (1982) estudioso da inovação relata que um dos problemas em geri-la é a

variedade de entendimentos que as pessoas têm desse termo, frequentemente confundindo-o

com invenção. Inovação é o processo de tornar oportunidades em novas ideias e colocar estas

práticas em uso extensivo. Drucker (1986) relata que a inovação não precisa ser técnica, não

precisa sequer ser uma ‘coisa’. Poucas inovações técnicas podem competir, em termos de

impacto, com as inovações sociais, como o jornal ou o seguro. Fuck e Vilha (2011), retratam

as dimensões e abrangência do termo inovação, que segundo eles representa uma tentativa de

descrever de forma dinâmica a interação entre os aspectos ambientais, sociais e econômicos,

relatadas também por Elkington (2012) no Triple Botton Line, que em seus estudos

apresenta estas três variáveis como sendo os pilares da sustentabilidade.

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19

A inovação e sua correlação são tratadas como um dilema, devido ao aspecto

tecnológico ser um diferencial competitivo para as empresas e nações. O termo gestão da

inovação tecnológica está diretamente ligado aos aspectos econômicos, e também são

abordados temas correlacionados a ensino e pesquisa científica e tecnológica. Uma conclusão

de Fuck e Vilha (2011) cita a importância da inclusão da palavra “inovação” quando da

alteração do nome do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) para (MCTI) Ministério da

Ciência Tecnologia e Inovação, conforme a Lei de Inovação Tecnológica nº 10973/2004,

principal referencial legal do tema e que foi promulgada em 2005, sendo que o seu objetivo é

efetivar a atuação das Universidades, Institutos de Pesquisa e Empresas privadas, focando em

pesquisas científicas e tecnológicas. (BRASIL. MCTI, 2014).

É relatado por Porter (1989) que a vantagem competitiva é colocada como diferencial

para a sustentabilidade das empresas e a inovação tecnológica não pode ser tratada como um

processo estático e sim muito complexo devido à amplitude de suas definições e as incertezas

do cenário econômico mundial.

Existem segmentos que se utilizam da inovação tecnológica como diferencial

competitivo, sendo os seus maiores investidores os segmentos da Indústria automobilística

(incremento da robótica), Telefonia (terceiro setor) e Serviços (terceiro setor). (DIACONU,

2011).

Relata-se que inovar é produzir outras coisas, ou as mesmas coisas de outra maneira,

combinar diferentemente materiais e forças, enfim realizar novas combinações. Schumpeter,

(1982). O mesmo autor também retrata a concorrência como fator decisivo para o

investimento em Pesquisa e Desenvolvimento. No cenário atual vislumbra-se a globalização

e a busca pela excelência na competição entre países. (GII; WEF, 2014).

Porter (1989) relata que as ameaças de um ambiente competitivo, podem ser avaliadas

em suas cinco forças que dirigem o mercado, elas sempre devem ser consideradas para análise

e um melhor entendimento do ambiente empresarial e mercadológico de concorrência. Devido

à complexidade do tema relacionado à inovação foi necessária a criação da Organização para

Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), voltada exclusivamente para relatar

com fatos e dados às atividades de Ciência Tecnologia e Inovação (CT&I) na Europa e conta

em 2014 com 33 membros ativos.

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20

A inovação que uma empresa pode produzir pode ser classificada de quatro formas

sendo: Inovações mercadológicas, Inovações organizacionais, Inovações de produto e

Inovações de processo (MANUAL DE OSLO, 2005).

Nota-se que as inovações tecnológicas de norteiam este processo podem ser avaliadas

através da implementação da robótica nas linhas de produção da indústria automobilística,

desta forma, apresenta-se um incremento no modelo fordista de linha de produção,

Crisóstomo, et al., (2011), estando esta afirmação alinhada com a definição do pesquisador

Diaconu.

É relatado por Vanderstraeten e Matthyssens (2012), em seu artigo publicado na

revista Technovation que a inovação tecnológica está dividida em dois segmentos, pode ser

classificada como rígida e incremental.

O entendimento deste cenário é tratado como um desafio pelos autores Plonski (2006),

Fuck e Vilha (2011) e está listado a seguir:

a) Complexidades do entendimento correto dos conceitos de Inovação e Criação;

b) Análise dos sistemas de tecnologia no cenário brasileiro e mundial norteando a

competitividade;

c) Política industrial brasileira e a Pesquisa e Desenvolvimento; e

d) Movimento de Inovação Tecnológica.

A análise do cenário e do termo inovação norteia a implementação de suas práticas, ou

seja, tem se tornado um diferencial competitivo e de sucesso para a sustentabilidade das

empresas e demais partes interessadas, nos dias atuais a literatura internacional coloca o termo

stakeholders, sendo uma de suas traduções clientes e partes interessadas, desta forma, toda a

sociedade é parte interessada em questões que tangem a implementação de Ciência,

Tecnologia e Inovação. Neste cenário, pode-se avaliar que os países economicamente

desenvolvidos estão na vanguarda deste complexo e sistêmico processo de inovação. (GII,

2014).

Os países emergentes para sustentação de sua política empresarial, industrial e/ou

econômica visando o crescimento, têm o dever de primeiramente entender o desafio inovação

tecnológica e criar leis e políticas de incentivo para as instituições de ensino e pesquisa,

empresas e governo (WEF, 2014).

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Relata-se que a capacidade de interação destes órgãos tão distintos e interdependentes

neste sistema, foi uma das causas que resultaram na inserção do termo “cooperação” na sigla

OCDE (OCDE, 2014).

Os artigos atuais sobre este cenário começam a tratar e inserir aspectos no tocante a

marketing e sustentabilidade para entendimento do complexo paradigma, sendo justificado

pelos trabalhos dos autores a seguir (TIDD et al., 2008).

Tidd et al., (2008) relata que o entendimento da inovação tecnológica se compara a

taxonomia e o cenário deve ser avaliado como um organismo vivo em processo de evolução

contínua e com alta complexidade. A inovação pode ser considerada dependente da geração

de conhecimentos científicos e tecnológicos.

2.3 Lógica Paraconsistente Anotada

A lógica paraconsistente apresenta em seu histórico, por volta de 1910, os estudos de J.

Lukasiewicz e N.A. Vasilév, que simultaneamente de maneira independente, apresentaram

seus estudos sobre lógicas diferentes das clássicas. Vasilév batizou seus estudos de lógica

imaginária, já em 1948, Jàskowski formalizou com base na lógica discursiva um cálculo

proporcional paraconsistente denominado cálculo proposicional discursivo. Neste mesmo

período, Newton Carneiro Afonso da Costa apresentou vários estudos sobre a aplicação de

sistemas paraconsistentes, contendo todos dos níveis lógicos usuais: cálculo proposicional,

cálculo de predicados, cálculo de predicados de igualdade, cálculo de descrições e linguagem

de ordem superior Dill, (2011). Outros pesquisadores apresentaram estudos sobre a aplicação

da lógica em diversos seguimentos, conforme tabela 1:

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Tabela 1 – Histórico de algumas aplicações da Lógica Paraconsistente Anotada

Autores Aplicação Ano

DA COSTA, ABE e

SUBRAHMANIAN

Fundamentos da LPA 1991

ABE Lógica de predicados 1992

ÁVILA Em sistemas frames. 1996

ÁVILA, ABE e PRADO

97

Linguagem de programação paraconsistente Paralog 1997

SILVA FILHO Construção e implementação de circuitos eletrônicos. 1999

ABE, DA SILVA FILHO Dispositivo para tratamento de sinais 2003

CARVALHO,

BRUNSTEIN E ABE

Na tomada de decisão para avaliação do projeto de

implantação de uma fábrica

2003

TORRES Controle de robôs móveis 2004

FALQUETE Tratamento de inconsistências em sistemas de

raciocínio baseado em casos

2004

BISPO E GILBERTONI Avaliação de um sítio de comércio eletrônico 2005

MASOTTI No processamento de sinais digitais 2006

SANSONE, RUSILO E

SILVA

Metodologia para análise da confiabilidade de

escavações em rocha

2009

SOUZA Apoio a decisão médica para análise em diabetes

gestacional

2009

DILL Evidenciação de princípios de gestão autônoma 2011

SAKAMOTO, ABE Análise de Fraudes 2014

SOUSA, SAKAMOTO,

GONÇALVES, ABE

Análise da importância das patentes no Índice Global

de inovação

2014

Fonte: Elaborado pelo autor.

2.3.1 As ferramentas para auxiliar a avaliação qualitativa paraconsistente

A técnica da avaliação qualitativa paraconsistente foi criada a partir da Lógica

Paraconsistente Anotada de dois valores - LPA2V Costa et al., (1999). Essa lógica é uma

ramificação da Lógica Paraconsistente Anotada e, em sua técnica de anotação, são adotados,

para cada variável, os valores do grau de certeza e de incerteza: p (µ1, µ2). A variável p

representa aquilo que está sendo avaliada, a anotação µ1 representa seu grau de crença ou de

certeza e µ2, o seu grau de descrença ou de incerteza.

2.3.2 As ferramentas da LPA2V

Segundo Costa et al. (1999), após a obtenção dos valores dos graus de certeza e de

incerteza, a Lógica Paraconsistente Anotada de Dois Valores - LPA2V possui duas

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ferramentas distintas para classificar aqueles valores em doze resultados distintos: • v:

verdadeiro; • f: falso; • ⊥: indeterminado; • T: inconsistente; • T → f: inconsistente tendendo

ao falso; • T → v: inconsistente tendendo ao verdadeiro; • ⊥ → f: indeterminado tendendo ao

falso; • ⊥ → v: indeterminado tendendo ao verdadeiro; • Qf → T: quase falso tendendo ao

inconsistente; • Qf → ⊥ : quase falso tendendo ao indeterminado; • Qv → T: quase verdadeiro

tendendo ao inconsistente; e • Qv → ⊥: quase verdadeiro tendendo ao indeterminado.

Figura 3 – QUPC em doze regiões

Fonte: Carvalho (2006).

Desses doze resultados possíveis, quatro são valores extremos e os únicos utilizados

nas avaliações qualitativas tradicionais, são eles: verdadeiro, falso, indeterminado e

inconsistente. Porém, nestas avaliações, na prática, quando há uma paraconsistência, ou seja,

uma divergência, uma contradição ou uma inconsistência, essas são desconsideradas ou

menosprezadas se o sistema avaliado puder prosseguir sem elas, mesmo que apresentem

resultados um pouco mais distantes da realidade. Os oito valores intermediários são

exclusividade da LPA2V e constituem as divergências. Com todos esses valores, essa lógica

permite trabalhar naturalmente com divergências, inconsistências e contradições e permite

obter resultados mais precisos e mais próximos da realidade. Uma das ferramentas para se

obter os resultados acima é o algoritmo para-analisador e a outra é o quadrado unitário do

plano cartesiano, ambas publicadas em (COSTA et al., 1999).

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2.3.3 QUPC - O quadrado unitário do plano cartesiano

A outra ferramenta adotada pela LPA2V é o quadrado unitário do plano cartesiano -

QUPC, conforme mostra a figura 3. Por meio dessa ferramenta pode-se chegar aos mesmos

resultados do algoritmo para-analisador. Sua vantagem está na representação gráfica dos

resultados, que permite uma percepção mais rápida do cenário a ser analisado. Como,

originalmente, tanto o algoritmo para-analisador como o QUPC trabalham com valores entre

0 e 1, e as notas atribuídas nas duas simulações variam de 0 a 10, houve a necessidade dos

ajustes. Os valores submetidos ao algoritmo foram divididos por 10, enquanto o QUPC foi

ajustado para trabalhar com valores entre 0 e 10.

2.3.4 Aplicação da LPA2V neste trabalho

A aplicação da Lógica Paraconsistente Anotada neste trabalho forneceu parâmetros

para análise e discussão dos resultados para formulação de estratégias e avaliação de

tendência. A aplicação de uma ferramenta específica, baseada em lógica não clássica,

proporcionou a apresentação de um filtro representando a dispersão e possível relevância de

cada indicador para delimitação estratégica e posterior elaboração de um possível plano de

gestão estratégica para as nações focarem nos indicadores que têm impacto sistêmico. Dos

conceitos básicos da Lógica Paraconsistente Anotada de anotação com dois valores é criado

um algoritmo denominado Para-Analisador. (ABE, 2011).

Figura 4 – Sistema de análise paraconsistente

Fonte: Abe, 2011.

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Esta dissertação apresenta dois estudos abordando o tema inovação, um baseado na

aplicação de um algoritmo para-analisador que será registrado como PARALPK, este tem por

objetivo realizar uma análise quantitativa que poderá ser evidenciada em um QUPC. O

objetivo é apresentar alternativas para tomada de decisão estratégica dos stakeholders sobre a

influência do indicador analisado sobre o resultado dos países no ranking de inovação, como

por exemplo, focar ou não no registro de patentes, que é um dos indicadores do Índice Global

de Inovação - GII. Este método de análise não clássico proporcionará resultados preliminares

que podem ser utilizados para planejamento das nações que se utilizarem das informações.

Figura 5 – Inovação e o PARALPK

Fonte: Elaborado pelo autor.

2.3.5 Relatórios e gráficos no método clássico do GII

A metodologia utilizada no site http://www.globalinnovationindex.org/ do Índice

Global de Inovação apresenta algumas limitações, uma delas é que o usuário ou pesquisador

pode comparar no máximo, apenas 2 (dois) países e pode se utilizar de 4 (quatro) indicadores

a serem escolhidos aleatoriamente conforme necessidade do avaliador a outra que pode ser

considerada limitação para um país emergente é a utilização dos relatórios apenas na língua

inglesa, esta pode ser considerada uma limitação devido a utilização de termos técnicos em

língua estrangeira, porém pode ser considerada injustificada. São apresentadas duas

possibilidades de observação dos resultados por meio de gráficos modelo radar, apresentados

nas figuras 6 e 7.

PARALPK

LPA2V

GII

ANÁLISE DO ÍNDICE

GLOBAL DE INOVAÇÃO

(GII)

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Figura 6 – Comparison of scores (Brasil e China)

Fonte: GII, 2013

Figura 7 – Comparison of scores (China e Rússia)

Fonte: GII, 2013

Outra forma de apresentação gráfica é no modelo de barras e pode ser evidenciado na

figura 8, porém, neste modelo o usuário ou pesquisador pode selecionar 4 nações/países para

comparação.

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Figura 8 – Scores (Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul) - BRICS

Fonte: GII, 2013

Nesta análise clássica foram utilizados os indicadores: importação de alta tecnologia;

registro nacional de patentes; registro de patentes por cooperação e impacto do conhecimento,

os quais foram selecionados buscando avaliar o impacto das patentes no índice global de

inovação. Os resultados podem ser observados na tabela 2.

Tabela 2 – Indicadores GII - 2013

País cor dados dados dados dados

Brasil Azul (1º) 48,5 5,1 6,7 35,6

China Vermelho (2º) 77,8 100 28,2 65,5

Índia Verde (3º) 18,9 8,4 7 35,7

Rússia Roxo (4º) 31,2 47,9 9,8 33

África Bebe (5º) 33,6 4,9 12,8 34,1

Fonte: GII - 2013

É apresentado no relatório do GII 2013, um estudo da Thonson-Reuters que informa

que contar o número de patentes não é uma métrica perfeita para acompanhar a inovação, mas

diz que é uma das melhores medidas tangíveis, e adota-a em sua análise. Adotando o gasto

bruto em pesquisa e desenvolvimento (GBPD) - agregando os investimentos públicos e

privados em P&D - como fração do produto interno bruto (PIB) como indicador. Chega-se a

resultante que a China é o país mais eficiente, gerando, em 2009, 185.100 patentes por ponto

de GBPD, ante 45.900 da Coreia.

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A Thonson-Reuters utiliza como parâmetro a análise da União Europeia, que

considera adequado um GBPD de 2% do PIB. No caso do Brasil o indicador apresenta uma

oscilação próxima a 1% do PIB. (Inovação Unicamp, 2013).

O estudo do tema inovação através do modelo da hélice tríplice apresenta-se quando

da citação da necessidade de investimento público e privado em P&D, pelo GII e União

Europeia, ou seja, empresas, governo e universidades. Esta pesquisa apresenta inicialmente a

aplicação da Lógica Paraconsintente Anotada - lógica não clássica e busca dirimir algumas

lacunas sobre a importância das patentes para a nações e empreendedores apresentando outro

artigo que enfoca a importância do entendimento dos aspectos relevantes para os gestores de

um Parque Tecnológico e Incubadores selecionadas para pesquisa, com enfoque no tema

inovação e o modelo de hélice tríplice.

2.3.6 Aplicação da Lógica Paraconsistente Anotada

A LPA2V é aplicada aos indicadores do GII da seguinte forma: Para cada critério P de

Inovação dos países, alguns indicadores do GII são considerados evidências favoráveis à

inovação enquanto outros são considerados evidências desfavoráveis. Os primeiros geram as

entradas µ1 e os segundos as entradas µ2. Assim, formam-se os critérios P (µ1 , µ2 ). A tabela

3 apresenta os critérios e as respectivas entradas relacionadas aos indicadores.

Tabela 3 – Pesos dos indicadores PARALPK

Tipo de evidência µ1 e µ2 Descrição Resultado esperado

Evidência favorável µ1

Registros patentes no país

São indicadores considerados como (peso 2) no

software PARALPK, ou seja, mais importantes

para e evolução da país/nação no ranking de

inovação, sendo considerados estratégicos.

O Resultado

apresentado no QUPC

direciona se o

indicador é estratégico

µ1= Nº pedidos de patentes

nacionais e de escritório e

Patentes de cooperação

A análise destes dois indicadores no

PARALPK determina se o indicador é

estratégico ou não

O resultado do QUPC

deve direcionar a

decisão

Evidência desfavorável µ2

Registros em escritórios externos

São indicadores considerados como (peso 1),

pois são resultantes ou saídas de inovação

O resultado do QUPC

direciona a decisão

estratégica

µ2 = exportação de alta

tecnologia e saída de alta

tecnologia

A análise destes indicadores no PARALPK

determina se o indicador é favorável ou

desfavorável

O resultado do QUPC

direciona a decisão

estratégica

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Os resultados preliminares foram apresentados no congresso COPEC 2013, realizado

em Portugal, e posteriormente revisado no ano de 2014, sendo publicado nos anais da revista

Exacta, no mesmo ano, no Brasil. Uma das justificativas para escolha dos BRICS foi porque a

economia mundial produziu US$ 55 trilhões em mercadorias e serviços em 2013. Do total,

cerca de 40% veio de países em desenvolvimento - China, Índia, Rússia, Brasil (BRICS) e

México responderam por quase 20% (WEF, 2013).

2.4 Núcleos de Inovação Tecnológica - NIT

Observa-se no cenário brasileiro a presença dos Núcleos de Inovação Tecnológica

(NIT), suas atribuições, responsabilidades e interações estão descritas na Lei da Inovação.

Os Núcleos de Inovação Tecnológica e as Empresas Embrionárias de Inovação

Tecnológica estão diretamente ligados à normativa a seguir.

A Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, denominada "Lei da Inovação", reflete a

necessidade do país contar com dispositivos legais eficientes que contribuam para o

delineamento de um cenário favorável ao desenvolvimento científico, tecnológico e ao

incentivo à inovação. (BRASIL. MCTI, 2014).

O decreto nº. 5.563, de 11 de outubro de 2005, regulamenta a LEI

nº 10.973, de dezembro de 2004, que dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa

científica e tecnológica no ambiente produtivo, e dá outras providências. (BRASIL. MCTI,

2014).

As generalidades são atribuídas conforme a especificidade de cada Instituição

Cientifica e Tecnológica (ICT) e têm como norte gerenciar a política de inovação. A

apelidada “Lei da Inovação” que é a lei 10.973/2004 regulamenta:

a) As várias formas de transferência de tecnologia entre as ICT´s;

b) Os critérios para comercialização e criação desenvolvida pela ICT;

c) O estabelecimento de parcerias para o desenvolvimento de produtos e processos

inovadores.

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Existem outras variáveis previstas na lei, porém o item (c) norteia duas resultantes da

inovação tecnológica (produto e processo) sendo este, nosso tema para aprofundamento

acadêmico.

2.5 Leis e Políticas de Inovação

No âmbito do Ministério das Comunicações, a principal ferramenta de apoio à

Inovação Tecnológica é o Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações

(Funttel), fundo setorial para inovação no setor de telecomunicações, criado pela Lei

10.052/2000.

A Lei de Inovação Tecnológica é a Lei No. 10.973 [1] de 2 de dezembro de 2004,

regulamentada no dia 11 de outubro de 2005 pelo Decreto N. 5.563 [2]. Esta lei foi criada

para:

1. Estimular a criação de ambientes especializados e cooperativos de inovação;

2. Estimular a participação de Instituições Científicas e Tecnológicas (ICT) no

processo de inovação;

3. Estimular a inovação nas empresas;

4. Estimular o inventor independente;

5. Estimular a criação de fundos de investimentos para a inovação.

É a primeira lei brasileira que trata do relacionamento entre Universidades,

Instituições de Pesquisa e Empresas. (BRASIL. MC, 2014).

2.6 Hélice Tríplice

A história do modelo de Hélice Tríplice da Inovação nasceu da ideia de Galbraith

(1908-2006) que foi professor na Universidade de Harvard nos EUA e editor da revista

Fortune e atribuía que a inovação é sustentada pelos pilares econômico e industrial, e que a

falta de ações neste sentido tem impacto social, sendo este o primeiro triângulo da inovação.

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Seus estudos foram desenvolvidos posteriormente por Sábato (1924-1983), através do

seu modelo de política científica e tecnológica onde estudou o impacto do capital secundário e

que tinha como base inovar para produzir. O triângulo de Sábato (1968) tem seus pilares

baseados no entendimento da influência do governo, estrutura produtiva e infraestrutura

científica e tecnológica.

Neste estudo abordaremos o modelo Hélice Tríplice da Inovação de Etzkowitz e

Leydesdorff (2000) sendo redesenhada e desenvolvida por Etzkowitz e Zhow (2006) através

do modelo Triple Helix 3 (HT3) que tem como pilares o governo, empresas e universidades

elencando qual o papel das incubadoras de empresas neste cenário.

Através da análise do estudo bibliométrico realizado por Rossa et.al., (2013) são

evidenciados os artigos e seus autores na tabela 4:

Tabela 4 – Artigos do portfólio bibliográfico final

Nº Ano Autor (s) Título nº citações

1 2000 Etzkowitz, H.;

Leydesdorff, L.

The dynamics of innovation: from National Systems

and ‘‘Mode 2’’ to a Triple Helix of university-

industry-governmentrelations

2751

2 2004 Inzelt, A. The evolution of university-industry-government

Relationships during transition 145

3 2005

Etzkowitz, H.; de

Mello, J. M.

C.; Almeida, M.

Towards “meta-innovation” in Brazil: The evolution

of the incubator and the emergence of a triple helix 114

4 2012

Kwon, Ki-Seok;

Park, Han

Woo; So,Minho;

Leydesdorff, L.

Has globalization strengthened South Korea's

national research system? National and international

dynamics of the Triple Helix of scientific coauthor ship

relationships in South Korea

11

Fonte: Adaptado de Rossa et. al (2013).

O modelo de Hélice Tríplice (HT) preconizado por Etzkowitz; Leydesdorff (2000) e

Dagnino (2004) apresenta uma relação semelhante ao Triângulo de Sábato (1968), estas

abordagens correlacionam três variáveis que devem ser trabalhadas em conjunto: Governo,

Indústria e Universidades.

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Figura 9 – Modelo Hélice Tríplice

Fonte: Extraído de Etzkowitz; Leydesdorff (2014).

O modelo HT apresenta uma diversificação em níveis HT1 (Triple Helix1), HT2

(Triple Helix 2), HT3 (Triple Helix 3) e o HT Twins (Triple Helix - twins) de Etzkowitz e

Zhow (2006). Neste estudo abordaremos o modelo HT3, devido à particularidade do estudo.

A hélice tríplice que visa nortear interações entre universidade, indústria e governo

pode ser considerada a chave para a inovação. (ETZKOWITZ, 2009).

No Brasil relata-se a existência do Triple Helix Research Group Brasil, uma

organização focada no estudo e publicações de artigos correlatos ao modelo e suas

implementações no país.

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3 MÉTODO DE PESQUISA

Este tópico aborda a descrição dos métodos utilizados para desenvolvimento do estudo

e está composto por: (item 3.1) tipo de pesquisa, (item 3.2) estratégia de pesquisa, (item 3.3)

parâmetros éticos da pesquisa, na busca pela geração de conhecimento.

A pesquisa teve início na análise das métricas utilizadas para dimensionar o impacto

da inovação, onde são apresentadas as métricas que são utilizadas para criação do ranking de

inovação do Índice Global de Inovação (GII) e do Fórum Mundial da Economia (WEF), estas

instituições em parceria com universidades e centros de pesquisa fornecem relatórios anuais,

utilizando-se de metodologias e indicadores específicos para este fim.

Dentro deste arcabouço teórico surge a oportunidade de estudar o impacto das patentes

no Índice Global de Inovação. O impacto das patentes é um dos indicadores que compõe as

métricas do GII e do WEF, sendo que, para delimitação, foram utilizados os dados

provenientes dos países: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que compõem os

BRICS. Foram inseridas as nações Suíça e EUA neste estudo, para tornar o resultado o mais

próximo da realidade justificando-se por serem o 1º primeiro (Suíça) e 5º quinto (EUA) do

ranking do GII respectivamente. Os EUA devido ao aspecto demográfico.

De posse dos dados, foi aplicado o método da Lógica Paraconsistente Anotada que

resultou no primeiro artigo acadêmico, apresentado no capítulo quatro desta dissertação, e

suas conclusões e resultados podem ser observados no mesmo. Uma das conclusões

resultantes do artigo foi a possível necessidade de avaliação da Hélice Tríplice da inovação

como diferencial competitivo para as nações.

Neste cenário de inovação apresenta-se a Hélice Tríplice e a atuação dos Parques

Tecnológicos, Incubadoras de empresas, governo e universidades. Desta forma, é proposta

para delimitação do estudo, a aplicação do método Estudo de Caso em um Parque

Tecnológico e em dois centros Incubadores de empresas de base tecnológica respectivamente,

esta delimitação pode ser verificada na figura 10:

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Figura 10 – Delimitação do estudo

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota-se que a aplicação do Estudo de Caso em um Parque Tecnológico e nas

Incubadoras de empresas de base tecnológica, foi o caminho utilizado para identificar e

posteriormente analisar as necessidades dos gestores e empreendedores no processo de pré-

incubação para seleção de EEIT, destes ambientes tecnológicos e sua relação benefício/custo

para os agentes.

A pesquisa buscou identificar quais são os aspectos relevantes para a escolha de uma

empresa embrionária de inovação tecnológica no processo de pré-incubação, e por

consequência, quais são os aspectos que devem ser mais bem apresentados pelos

empreendedores em sua proposta de negócio ao gestor do Parque Tecnológico ou Incubadora

e uma possível mensuração dos benefícios para aceleração e crescimento do negócio.

O efeito e as possíveis causas justificam a escolha dos métodos de pesquisa, e estes,

podem ser considerados relevantes para uma possível melhora no posicionamento estratégico

dos empreendedores, visando proporcionar vantagem competitiva para os novos

empreendedores, o resultado final da pesquisa deve trazer um benefício à comunidade

científica, governo e stakeholders (YIN, 2001).

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3.1 Tipo de pesquisa

Nesta pesquisa ressalta-se o caráter descritivo e exploratório, pois, estudos desta

natureza têm por finalidade medir, avaliar ou coletar dados sobre diversos aspetos, dimensões

ou componentes do fenômeno a ser pesquisado, que neste caso, foi o impacto das patentes

para desenvolvimento das nações e o estudo do processo de pré-incubação de empresas de

base tecnológica. (SAMPIERE et al., 2006).

A pesquisa utiliza-se de um Estudo de Caso em duas Incubadoras e um Parque

Tecnológico e buscou avaliar o processo de pré-incubação de EEIT. O esquema da

investigação para elaboração do estudo de caso, conforme figura 11, trata da condução do

estudo de caso e como está elaborada a estratégia de pesquisa.

3.2 Estratégia de pesquisa

Optou-se no primeiro artigo por uma pesquisa documental, como fonte de dados,

informações e evidências e no segundo artigo foi a aplicação do Estudo de Caso, justamente

devido às particularidades interagentes e interdependentes do fenômeno em estudo, que

possuem aspectos qualitativos e quantitativos respectivamente Elkington (2012). Para

elaboração do estudo de caso foi adotada a estratégia conforme figura 11:

Figura 11 – Esquema de investigação: Estudo de caso

Fonte: Elaborado pelo autor.

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A partir da aplicação desta abordagem foi possível um maior entendimento científico

sobre o problema de pesquisa, focando em responder questões e restringir limitações (YIN

2001).

O processo de pré-seleção de empresas apresentou um questionário com cinco

questões que deviam ser respondidas pelos empreendedores e foram consideradas segundo os

gestores das Incubadoras, como questões eliminatórias para aprovação no processo de pré-

seleção de EEIT.

3.3 Parâmetros éticos e limitações da pesquisa

Os dados coletados junto aos entrevistados foram devida e exclusivamente utilizados

nesta pesquisa, suas fontes foram mantidas em sigilo, conforme solicitações dos entrevistados,

as outras informações pesquisadas em sites, são consideradas de domínio público.

A pesquisa teve como objetivo, responder às questões propostas no mapa geral de

pesquisa. Nota-se um fator que pode ser considerado como uma das limitações do estudo, que

é a necessidade de sigilo das informações provenientes dos entrevistados.

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4 ARTIGO1: Análise do impacto das patentes no índice global de inovação com

aplicação de lógica paraconsistente anotada

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Figura 1 – Os subpilares de grande divergência na pontuação entre países BRICS

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Figura 2 – Sistema de análise paraconsistente

Figura 3 – Algoritmo para-analisador

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Tabela 1 – Indicadores do GII 2013

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Tabela 2 – Indicadores selecionados do relatório GII

Tabela 3 – Normatização do primeiro par de indicadores

Tabela 4 – Normatização do segundo par de indicadores

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Tabela 5 – Normatização do terceiro par de indicadores

Tabela 6 – Graus de indicadores de certeza e incerteza

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Figura 4 – Quadrado unitário do plano cartesiano

Figura 5 – Quadrado unitário do plano cartesiano

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5 ARTIGO 2: Parques tecnológicos e Incubadoras: Uma análise do processo de pré-

incubação de empresas de base tecnológica

RESUMO:

Os Parques Tecnológicos e as Incubadoras de empresas de base tecnológica são organizações

que surgiram no Brasil a partir de 1980. O objetivo deste trabalho é identificar os aspectos

relevantes para o sucesso dos empreendedores na fase de pré-incubação de sua empresa em

uma incubadora de base tecnológica. Este estudo tem caráter qualitativo e descritivo,

utilizando a metodologia de Estudo de Caso em duas Incubadoras e um Parque Tecnológico

do Estado de São Paulo, que segundo o Índice Global de Inovação 2013 é uma das vinte

cidades consideradas ecossistemas mundiais de startups. As entrevistas foram realizadas com

gestores e empreendedores, de forma semiestruturada, sendo baseadas na hélice tríplice da

Inovação (universidade, empresa e governo) e relatório da ANPROTEC 2012. Sendo

relatados pontos fortes e fracos do processo de pré-incubação de empresas de base

tecnológica.

Palavras chave: Inovação/ Inovação Tecnológica/ Gestão

SUMMARY:

Technological Parks and Technological Basis Companies Incubators are organizations that

emerged in Brazil from 1980. The objective of this work is to identify the relevant aspects for

the success of entrepreneurs in the pre-incubation phase of your company in a technological

incubator. This study is qualitative and descriptive, using the case study methodology in two

incubators and a São Paulo State Technological Park. That according to the Global Innovation

Index 2013 is one of the twenty cities considered global ecosystem of startups. The interviews

were performed with managers and entrepreneurs, in a semi structured way, being based on

Triple Helix innovation (University, Company and Government) and the report of 2012

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ANPROTEC. Being reported strengths and weaknesses of the pre-incubation process of

technological basis companies.

KEYWORDS: Innovation / Innovation Technology / Management

INTRODUÇÃO

O crescimento econômico dos países desenvolvidos através do investimento em

inovação tecnológica tem sido verificado a partir de meados do século XX, conforme

evidenciado nos relatórios da Global Innovation Index (GII, 2013), Global Competitives

Innovation (GCI, 2013), World Intellectual PropertyOrganization (WIPO, 2013), The

Business School for the World (INSEAD, 2013) World Economic Forum (WEF, 2014) e a

Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2014). Esta situação

está atrelada às novas tecnologias e ao novo papel das pequenas e médias empresas na

geração de emprego e renda, através do empreendedorismo em alta tecnologia. (INZELT,

2004; ETZKOWITZ, 2005; LEYDESDORFF et al., 2012).

O papel de atores institucionais tais como a universidade, as empresas e os governos

em aumentar a inovação tem sido salientado por meio da literatura sobre sistemas nacionais

de inovação Nelson e Winter, (1982), Freeman, (1987); Lundvall, (1992); Edquist, (1997),

sistemas regionais de inovação Cooke, (2001); Malerba, (2002); Malerba e Nelson, (2012)

bem como, no modelo da hélice tríplice (ETZKOWITZ E LEYDESDORFF, 2000).

Estas abordagens teóricas salientam que determinados fatores, atores e natureza das

interações, bem como a interdependência entre instituições são importantes no crescimento

econômico das nações. São orientadas a partir da visão de Schumpeter (1998), em que a

inovação é considerada como fator chave do crescimento econômico. Esta literatura considera

que o desenvolvimento econômico pode estar relacionado aos arranjos institucionais entre

estes atores.

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As economias emergentes e em desenvolvimento têm buscado estimular por meio de

políticas públicas o processo de inovação. No Brasil, a política de inovação é um elemento

novo na agenda de política pública. Foi introduzida em 2004, quando da aprovação da Lei

nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, denominada "Lei da Inovação", e reflete a necessidade

do país contar com dispositivos legais eficientes que contribuam para o delineamento de um

cenário favorável ao desenvolvimento científico, tecnológico e ao incentivo à inovação.

(MCTI, 2014). Desde então, esta política pública consolidou-se fazendo parte por três planos

sucessivos do governo federal e de governos estaduais. Após a iniciativa do governo federal

em aprovar a Lei de Inovação em 2004, foram sendo criadas leis de inovação estaduais para

permitir o uso de recursos públicos pelas empresas em projetos de inovação.

Para Viotti (2008) as políticas de desenvolvimento no Brasil e a inserção da política de

P&D e de Inovação neste contexto podem ser divididas em três grandes períodos, cujos

principais aspectos são:

1) Até a década de 80 - desenvolvimento pelo crescimento, em que a ênfase das políticas

públicas privilegiava a substituição de importações, considerava que a industrialização

permitiria o acesso às tecnologias, bem como às relações sociais e instituições

características dos países desenvolvidos; é o resultado tecnológico natural da

industrialização;

2) Décadas de 80 e 90 - Desenvolvimento pela eficiência - absorção, adaptação e difusão de

tecnologia importada, por meio de licenças e outros acordos, seja na tecnologia

incorporada em máquinas, equipamentos e sistemas. Visava elevar o nível de

produtividade e competitividade;

3) A partir dos anos 2000 - Desenvolvimento pela Inovação - a inovação como objetivo da

política científica e tecnológica.

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Uma diferenciação do Sistema de Inovação Brasileiro frente a outros países da OCDE

(Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) - é o foco da inovação, e,

particularmente em áreas de alta tecnologia está na universidade, mais do que nas empresas

Póvoa, (2008). Fernandes et al. (2010) sugerem o Sistema de Inovação no Brasil ainda está

atrás de outros países, mesmo considerando os avanços consideráveis dos últimos anos, e que

esta trajetória é lenta com uma produtividade relativamente pequena no que tange à produção

científica e tecnológica Ribeiro et al., (2009). Esta visão coincide com uma avaliação

governamental sobre este período recente em que é citada a urgência em superar a distância

observada na produção científica no ranking mundial, principalmente com relação à

incorporação de conhecimento em novos bens e serviços (MCTI, 2012).

No último levantamento do nível de inovação da indústria no Brasil a taxa de inovação

é de 35,7%, considerando-se um universo de 128.699 empresas, com dez ou mais pessoas

ocupadas. Deste total, verifica-se que a maioria das empresas realizou inovação apenas nos

processos internos (18,3%), sendo citada majoritariamente a substituição de máquinas e

equipamentos, em seguida têm-se aquelas que inovaram tanto em produto quanto em

processos (13,4%), sendo que apenas (3,9%) realizou inovação apenas em produtos. Levando-

se em conta os setores econômicos observa-se que no setor de serviços 36,8% das empresas

realizaram algum tipo de atividade inovativa, enquanto na indústria esta taxa é de 35,6%

(IBGE/PINTEC, 2013). Neste quadro, em que o número de empresas que desenvolvem

atividades voltadas para a inovação é ainda pequeno, as incubadoras e parques tecnológicos

possuem um papel estratégico importante na busca por novos productos/serviços inovadores.

As incubadoras no Brasil surgiram de forma botton-up (Etzkowitzet et al., 2005) a partir de

1987 e foram inseridas nas políticas públicas de C&T no Brasil, somente quando já havia 60

incubadoras criadas nas maiores universidades do país.

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Segundo a pesquisa realizada pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de

Empreendimentos Inovadores - ANPROTEC em parceria com o Ministério de Ciência

Tecnologia e Inovação - MCTI e o Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas

e Parques Tecnológicos - PNI. Relata-se a presença de 384 incubadoras de empresas que são

responsáveis por 2509 empresas graduadas, empregando em média 29.205 pessoas, resultando

em um faturamento anual de R$ 4,1 bilhões (ANPROTEC, 2012) e 88 parques tecnológicos

entre aqueles em operação (28) e os demais em planejamento ou execução de obras (MCTI,

2012).

O objetivo deste artigo é avaliar o processo de pré-incubação de empresas de base

tecnológica em duas unidades de estudo no estado de São Paulo, apresentando o ponto de

vista dos empreendedores e gestores das Incubadoras de empresas de Base Tecnológica,

especificamente, busca-se identificar os aspectos relevantes para o sucesso dos

empreendedores na fase de pré-incubação. Para tal, foram escolhidas duas instituições como

unidades de análise. A escolha por instituições do estado de São Paulo deve-se ao fato deste

ter sido incluído no relatório do GII 2013 que identificou vinte ecossistemas de startups no

mundo, localizados em doze países, sendo cinco destes localizados em mercados emergentes,

incluindo Singapura, Moscou (Rússia), Bangalore (Índia), São Paulo (Brasil) e Santiago

(Chile).

Este artigo é composto por cinco seções incluindo a presente introdução. A seção 1

apresenta o referencial teórico utilizado. A seção dois trata da metodologia utilizada para o

desenvolvimento da pesquisa. A seção três apresenta os resultados e discussões das

entrevistas com os gestores e empreendedores do Parque Tecnológico e Incubadoras

pesquisados. A seção quatro relata as conclusões dos autores e a seção 5 relata as referências

bibliográficas utilizadas para fundamentação teórica.

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REFERENCIAL TEÓRICO

A revisão da literatura abrange quatro grandes temas: a inovação tecnológica, a

relação entre a inovação tecnológica e a competitividade, o modelo da hélice tríplice e os

instrumentos de apoio à inovação: parques tecnológicos e incubadoras de empresas de base

tecnológica.

Inovação Tecnológica

A inovação tecnológica está sendo tratada como diferencial competitivo para o

desenvolvimento econômico das nações, em alguns casos sendo invocada como estratégia

competitiva, segundo dados do World Economic Forum - (WEF, 2013).

Na década de 60 foi criada a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento

Econômico - OCDE que contava com 30 países neste período, e de acordo com o Global

Innovation Index o Brasil está na 71a posição entre 143 países (Cornell University et al.,

2014). Aumento da inflação, crescimento baixo do Produto Interno Bruto (PIB), volatilidade

de mercados e aumento da desigualdade social, são algumas das causas prováveis que

contribuíram para que a inovação pudesse se tornar um diferencial competitivo (SENNES e

FILHO, 2011).

A política pública de estímulo à inovação pode ser considerada como uma ação

pública que, em decorrência do desenvolvimento e da difusão de inovações tanto de produto

como de processo, seus resultados podem ser estendidos tanto no campo econômico, quanto

do ponto de vista cultural, social, ambiental ou militar (CHAMINADE E EDQUIST, 2006).

Na literatura que aborda a prática inovadora, a política pública de inovação e a teoria

da inovação, existe uma preocupação constante em encontrar alternativas que conduzam à

melhoria da eficácia e à eficiência relacionada tanto com a prática da política pública quanto

com a prática inovadora conduzida pelas empresas. Como resultantes deste processo dinâmico

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de interação entre os atores envolvidos na prática da inovação, tem-se as ideias, as

racionalidades e os instrumentos, e as estratégias de intervenção das políticas públicas.

Também estão presentes neste contexto a teoria e pesquisa da inovação, fazendo com que seja

ressaltado o processo de aprendizado, onde se inclui o aprendizado da política pública e da

sua interação estreita entre o trabalho analítico acerca da inovação e o planejamento e a

implementação da política pública (KUHLMANN et al., 2010).

Devido a alta complexidade do entendimento do termo Inovação Tecnológica,

abordaremos as bases para um Movimento de Inovação Tecnológica no Brasil segundo

Plonski (2006). O autor coloca que existe a necessidade de uma compreensão do que é (e do

que não é) inovação tecnológica, sendo esta uma das bases de seu estudo, desta forma, pode-

se avaliar que nos diferentes setores, a inovação tecnológica é conceituada de maneiras

distintas na agricultura, indústria e serviços, sendo necessária a criação de um movimento de

inovação tecnológica (MIT) no Brasil, para ajustar as lacunas existentes.

Inovação e competitividade

Em um estudo bibliométrico abordando o tema Inovação realizado por Gonçalves et

al., (2012), relata-se, que em primeiro lugar existe uma preferência pela citação do nome do

autor Porter, a partir de seu diamante competitivo, que aborda o tema inovação, sendo seguido

em segundo lugar pelo autor Schumpeter. Uma das principais definições sobre o tema

inovação é proveniente dos estudos de Schumpeter (1988). Ele relata que a Inovação deve

produzir outras coisas, ou as mesmas coisas de outra maneira, combinar diferentemente

materiais e forças, enfim, realizar novas combinações.

O Índice Global de Inovação - GII está na sua sexta edição em 2014, e é resultado da

colaboração entre a Johnson Cornell University, World Intelectual Property Organization -

WIPO, The Business School for the World - INSEAD. A pontuação do GII é calculada pela

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compilação de dados privados e públicos de doze categorias principais, consideradas os

pilares da competitividade, que juntos formam um retrato global da competitividade de um

país. O GII também estabelece que quanto maior o número de inovações registradas em um

país melhor se apresenta o resultado no ranking global de inovação, porém, este aspecto

qualitativo deve ser estruturado de forma a estabelecer parâmetros quantitativos, com critérios

analíticos que possam ser interpretados por meio de gráficos Para-Analisadores resultantes

dos graus de certeza e incerteza, outra fundamentação teórica dentro deste arcabouço é

resultante do The Global Competitiveness Report 2012-2013 do World Economic Forum -

WEF, que define a competitividade como sendo o conjunto de instituições, políticas e fatores

que determinam o nível de produtividade de um país.

Percebe-se neste cenário, que uma organização pode obter retorno financeiro por estar

à frente de seus concorrentes por meio de sua inovação Shumpeter (1988). Nota-se nos relatos

que quando a técnica for copiada por outra empresa, o equilíbrio de vantagem volta ao seu

patamar inicial, baseando-se na teoria do desenvolvimento econômico, que norteia a busca

por algo novo, e visa estabelecer novas regras rompendo com as antigas, sempre em busca da

lucratividade (TIDD, BESSANT e PAVITT, 2008).

Hélice Tríplice

Neste estudo abordaremos o modelo teórico da hélice tríplice proposto por Etzkowitz e

Leydesdorff (2000), que tem como pilares o governo, empresas e universidades, elencando

qual o papel das incubadoras de empresas neste cenário. Nos sistemas de inovação as

universidades e outras instituições semelhantes têm um destaque relevante, pois, constituem o

espaço onde são formados e treinados os cientistas e engenheiros que mais tarde irão atuar nas

empresas, que em alguns países, são o local onde se desenvolve uma parcela considerável de

pesquisas em áreas relacionadas a tecnologias específicas (NELSON, 2006).

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A ideia central em torno da qual o modelo da hélice tríplice se desenvolve é de que a

interação entre universidade - empresa - governo é a chave para estimular a inovação na

sociedade baseada no conhecimento. Observa-se neste contexto que a universidade adquire

um papel crescente na produção de inovações tecnológicas, em decorrência da diminuição da

fronteira entre invenção e inovação Etzkowitz e Leydesdorff, (2000). O modelo de Hélice

Tríplice (HT) preconizado por Etzkowitz; Leydesdorff (2000) apresenta uma relação

semelhante com o Triângulo de Sábato (1968), pois, estas duas abordagens correlacionam três

variáveis que devem ser trabalhadas em conjunto universidade, empresa e governo.

Como resultado da evolução dos sistemas de inovação e do aparecimento de conflitos

sobre o papel da universidade e das empresas, surgiram diferentes arranjos institucionais entre

as relações das três esferas, que resultam em três distintas configurações da hélice tríplice. Na

hélice tríplice I ou estático, o estado abrange a empresa e a universidade assume a direção do

relacionamento entre essas duas esferas. Na hélice tríplice II ou laissez-faire, nota-se uma

separação institucional das esferas, que possuem limites bem definidos apresentando um

relacionamento restringido entre as hélices Leydesdorff e Etzkowitz, (1998); e na hélice

tríplice III, existe uma infraestrutura de conhecimento, localizada no espaço de superposição

entre as esferas, fazendo surgir nas interfaces, redes de instituições trilaterais e organizações

híbridas Leydesdorff e Etzkowitz, (1998). A hélice tríplice visa nortear interações entre

universidade, indústria e governo e pode ser considerada a chave para a inovação em uma

sociedade que se baseia em gestão do conhecimento. (ETZKOWITZ, 2009).

Parques Tecnológicos

O tema “Parques Tecnológicos” começou a ser tratado no Brasil a partir da criação de

um Programa do CNPq, em 1984, para apoiar este tipo de iniciativa. A falta de uma cultura

voltada para a inovação e o baixo número de empreendimentos inovadores existentes na

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época fizeram que os primeiros projetos de parques tecnológicos acabassem dando origem às

primeiras incubadoras de empresas no Brasil. Com o transbordamento deste movimento,

devido ao grande número de incubadoras e empresas incubadas, a proposta de Parques

Tecnológicos voltou a se fortalecer como alternativa para promoção do desenvolvimento

tecnológico, econômico e social a partir do ano 2000, chegando atualmente a um número de

cerca de 60 projetos, entre iniciativas em fase de operação, implantação ou planejamento.

(ANPROTEC, 2012).

No Brasil existem legislações específicas para inovação, atuação de núcleos de

inovação tecnológica (NIT), incubadoras de empresas, startups, aceleradoras de startups,

atuação do governo e universidades e estatais; nota-se neste contexto, o Índice Brasil de

Inovação (IBI), caracterizando o cenário das patentes e sua importância para o

desenvolvimento econômico (KOVALESKI e LAMANA, 2010).

Incubadoras de empresas de base tecnológica

As incubadoras de empresas de base tecnológica e os parques tecnológicos constituem

dois mecanismos de apoio à inovação e ao desenvolvimento local e regional, porém nota-se

que ainda são tratados de forma independente e desconecta. (ALMEIDA, 2004;

ETZKOWITZ et al., 2005; KWON et al., 2012).

A incubadora pode ser vista como um exemplo do modelo de hélice tríplice, sendo

tratada como organização híbrida, ou seja, aquela que internaliza o relacionamento entre as

três esferas, de forma a estimular e criar um espaço de interação. Uma das características da

incubadora é que a formação de empresas pode ser facilitada ao ser abordada como um

processo educacional Etzkowitz, (2002), motivo que levou à escolha deste modelo teórico

para desenvolvimento desta pesquisa.

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Segundo a pesquisa realizada pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de

Empreendimentos Inovadores - ANPROTEC em parceria com o Ministério de Ciência

Tecnologia e Inovação - MCTI e o Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas

e Parques Tecnológicos - PNI existem no Brasil 384 incubadoras de empresas que são

responsáveis por 2509 empresas graduadas, empregando em média 29.205 pessoas, resultando

em um faturamento anual de R$ 4,1 bilhões (ANPROTEC, 2012). As Incubadoras de

empresas atuam em diversos setores do mercado brasileiro e de acordo com a pesquisa da

ANPROTEC, as incubadoras de base tecnológica, ou incubadoras tecnológicas respondem

por 40%, ou seja, aproximadamente 154 incubadoras, sendo estas, o foco do presente estudo

para análise do processo de pré-incubação de empresas embrionárias de inovação tecnológica

(EEIT) e que tem como meta apresentar o ponto de vista dos Gestores do Parque Tecnológico

e Incubadoras de empresas pesquisados.

As empresas de base tecnológica ou EEIT são empreendimentos geralmente

individuais ou de um grupo pequeno de sócios, em média de 2 a 5 pessoas. A produção de

bens e serviços de alto valor agregado e potencial de mercado se traduz em tendência ao

crescimento ao longo do processo de incubação e de consolidação como graduadas. Assim, a

média de tamanho das empresas multiplica-se por quase 2,5 vezes quando se comparam às

incubadas e graduadas, 6,21 para 15,06 postos de trabalho. (ANPROTEC, 2012).

MÉTODO DE PESQUISA

A metodologia de estudo de caso foi escolhida como estratégia de investigação devido

ao acesso a fontes documentais relacionadas com a temática e a possibilidade de entrevistas,

pois, segundo Yin (2005), a entrevista é uma das fontes mais importantes de informações, e

essencial em uma pesquisa. Foi aplicada uma entrevista semiestruturada que norteou o âmbito

da inovação tecnológica e mostrou quais são os principais fatores que influenciam na decisão

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de um gestor de uma Incubadora ou Parque Tecnológico para aprovação no processo de pré-

incubação. Neste artigo são apresentados os critérios de pré-seleção de empresas embrionárias

de inovação tecnológica, nos habitats de inovação do estado de São Paulo (Agência USP de

Inovação, 2014). Desta forma, são determinados os motivos desta investigação, passa-se à

próxima fase que é a definição de quais etapas são consideradas críticas no processo de pré-

incubação.

Miguel (2012) destaca que o Fluxo de Resolução de Problema (FRP) é composto por

cinco etapas. Estas fases foram adaptadas neste artigo a partir da questão de pesquisa: (1)

Problema - Quais são as premissas básicas para gestão de uma empresa embrionária de

inovação tecnológica (startup) no processo de pré-incubação? (2) Método - Pesquisa

documental descritiva, qualitativa, utilizando-se de entrevistas, pesquisa a sites, relatórios

anuais de Incubadoras, Parques Tecnológicos e resultados obtidos a partir de órgãos

reguladores do governo brasileiro. (3) Solução - Delimitação do estudo através da análise dos

habitates de inovação do estado de São Paulo - Brasil. (4) Aplicação - Utilização do modelo

de Hélice Tríplice para entendimento do cenário da inovação tecnológica em empresas

embrionárias de inovação tecnológica e base do roteiro semiestruturado (5) Conhecimento –

Obtenção de conhecimento a partir da análise dos resultados e conclusões dos gestores e

empreendedores.

O estudo foi realizado a partir de entrevistas semiestruturadas, pesquisa documental de

artigos e relatórios anuais publicados por ambas as unidades bem como em seus editais de

seleção de candidatos, sendo estas informações de domínio público.

A presente pesquisa tem caráter descritivo sendo de natureza qualitativa. Foi realizada

a partir de um Estudo de Caso em duas unidades que são consideradas habitats de inovação no

estado de São Paulo, segundo a Agência USP de Inovação. Foram entrevistados dois

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empreendedores sócios proprietários das empresas “M” e “G”, visando relatar suas principais

dificuldades no processo de pré-incubação.

Os entrevistados foram os gestores do Parque Tecnológico “PTX” e Incubadoras “α” e

“β”, e os empreendedores das empresas “M” e “G”. A delimitação do estudo visou tratar

apenas do processo de pré-incubação de empresas embrionárias de inovação

tecnológica/EEIT.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Parque Tecnológico “PTX”

A missão do Parque Tecnológico pesquisado é: “Institucionalizar a transferência de

tecnologia da academia para o setor produtivo” (Parque Tecnológico “PTX”). Segundo o

gestor, seu modelo lógico foi influenciado pelo benchmarking resultante de visitas aos

habitats de inovação e empreendedorismo de alguns países. Um dos locais visitados foi o

Centro de Inovação da Alemanhã, situado na Universidade Técnica de Dortmund, na

Alemanhã, em 2012. O modelo de gestão utilizado é considerado modelo de referência para o

gestor. A Fundação Parque Tecnológico “PTX” é a entidade pioneira que surgiu da primeira

política pública para institucionalizar a transferência de tecnologia da academia para o setor

produtivo e fundou o Centro Incubador de Empresas Tecnológicas que será tratado neste

estudo como Incubadora “α”. O Parque Tecnológico “PTX” conta com uma rede de seis

incubadoras de base tecnológica. A seleção de empreendimentos é feita através da análise do

estudo de viabilidade técnica, econômica e financeira do projeto, com avaliação do Plano de

Negócios (se houver) e oferece aos aprovados assessoria para que o empreendedor aprimore

seu estudo de viabilidade, desenvolvendo protótipos de produtos, serviços ou software para

iniciar seu negócio. O resultado da pesquisa no Parque Tecnológico “PTX” apresenta a

atuação da Incubadora “α”, com enfoque em empreendimentos de base tecnológica e que

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conta com onze empresas incubadas. O perfil dos empreendedores que estão participando da

incubadora “α” segue algumas características: faixa etária dos sócios proprietários de 20 a 35

anos, com nível de graduação de mestrado e doutorado, possuindo em média 5 a 6

colaboradores por empresa participante do projeto de incubação.

Os empreendedores ao serem abordados pelos gestores da Incubadora e o pesquisador

fizeram uma breve apresentação de seus empreendimentos, elencando produtos e serviços

disponibilizados ao mercado e sua visão de futuro para os negócios a curto, médio e longo

prazos. Foi relatado que a maior dificuldade está na gestão do negócio, e salientam que é

primordial o auxílio que obtêm dos órgãos de assessoria do Parque Tecnológico e da

Incubadora (gestores). Nota-se uma relação de amizade e trabalho em equipe. Segundo os

gestores, a taxa de mortalidade das empresas está em torno de 15%, devido à má gestão do

negócio e problemas particulares entre os sócios, estes por sua vez relacionados a conflito de

interesses entre os proprietários.

Os empreendedores optaram por não responder a questão sobre o capital inicial

investido para abertura da empresa.

Incubadora “β”

A Incubadora “β” é uma associação civil sem fins lucrativos de direito privado

estabelecida com a missão de promover o desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e

Inovação, incentivando a transformação do conhecimento em produtos e serviços inovadores

e competitivos.

Após análise do relatório anual da incubadora “β”, nota-se uma redução de 25,85% no

total de empresas incubadas no período que compreende de 2010 a 2013. Em 2013 das 109

empresas incubadas nota-se que 19 estão no processo de pré-incubação, 54 estão no processo

de incubação e 36 empresas estão no processo de pós-incubação. De acordo com o gestor da

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incubadora a mortalidade das empresas está em torno de 15%. Os empreendedores de duas

empresas em processo de pré-incubação “M” e “G”, ao serem entrevistados, informaram que

as empresas não possuem Planejamento Estratégico e não atualizam seu Plano de Negócios

mensalmente, justificando que isto é devido à falta de tempo e conhecimento para elaboração

e gerenciamento. Reconhecem que seria importante fazer tais controles, pois, poderia auxiliar

e acelerar seu negócio, mas neste estágio de pré-incubação não têm tempo e falta aporte

administrativo e financeiro para tal investimento. O capital semente investido conforme

informado pelos empreendedores no processo de pré-incubação nas duas empresas incubadas

chegou ao montante aproximado de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) em média, isto para

cada empreendimento.

Observou-se que a relação de vizinhança entre as empresas incubadas e a participação

dos gestores é de suma importância para melhoria contínua dos processos, porém evidencia-se

um distanciamento da academia (universidade) em relação aos projetos da incubadora.

Critérios de seleção de empresas de base tecnológica Incubadoras “α” e “β”.

Os critérios de seleção de empresas nas duas Incubadoras “α” e “β”, obedecem uma

estratégia de fluxo contínuo, ou seja, todo empreendedor pode submeter-se ao edital durante

os doze meses do ano. Existe um roteiro específico com três etapas para seleção com posterior

aprovação.

1º etapa de seleção: Entrevista com os empreendedores, caso estes possuam um Plano de

Negócio, este é analisado e, se necessário, são sugeridas recomendações. Esta é uma etapa

eliminatória do processo de seleção e são abordadas cinco perguntas na entrevista entre

gestor e empreendedor que são consideradas chave para aprovação: 1 - Potencial de

viabilidade tecnológica, econômica e mercadológica do empreendimento; 2 - Equipe técnica

envolvida no empreendimento ou projeto; 3 - Potencial de recursos dos empreendedores para

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o primeiro ano de empreendimento; 4 - Conteúdo tecnológico e grau de inovação dos

produtos ou serviços; 5 - Potencial de interação com os serviços oferecidos pela Incubadora e

ou Parque Tecnológico.

2º etapa de seleção: Os candidatos aprovados na pré-seleção deverão participar pessoalmente

ou, por intermédio de seus representantes, do programa de capacitação oferecido pela

incubadora para elaboração ou aprimoramento do seu Plano de Negócios. Nesta etapa,

participam de um treinamento específico, em média com 40 horas de duração, além de

encontros com assessores e gestores para esclarecimento de dúvidas.

3º etapa de seleção: Apresentação do Plano de Negócios do empreendimento para entrevistas

e avaliação final da proposta de negócio. Alguns aspectos referentes ao processo seletivo

considerados relevantes pelos gestores e citados na entrevista são:

a) capital inicial, ou disponibilidade de recursos para implantação do negócio;

b) conteúdo tecnológico e um grau de inovação que possa viabilizar a busca por apoio

financeiro para o projeto e bolsas de fomento de ensino e pesquisa;

c) justificativa das principais causas que influenciaram para a busca da parceria com o Parque

Tecnológico ou Incubadora;

d) necessidade de retorno proporcionado pelo empreendimento às partes envolvidas no

processo, mesmo considerando-se a missão da incubadora, pois, isto influencia os

indicadores de sucesso da mesma.

Para delimitação do estudo abordaremos apenas o processo de pré-incubação de EEIT, que

é a 1º etapa do processo, sendo analisadas as questões chave, ou seja, alguns requisitos

elencados pelos gestores, que devem ser observados pelos empreendedores para possível

aprovação da empresa na primeira etapa de seleção, além das cinco questões chave

apresentadas.

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a) Governo: O empreendedor deve possuir um projeto com potencial de receber apoio

financeiro pelo governo ou órgão de fomento, sendo necessário que este busque estas

informações nos sites específicos, visando avaliar qual é o órgão ou entidade parceiro da

incubadora.

b) Parque Tecnológico: O Parque Tecnológico ou Incubadora deve oferecer um retorno para

o desenvolvimento local e regional conforme sua missão, desta forma, seu

empreendimento deve estar alinhado a esta estratégia.

c) Empreendedor: O empreendedor deve possuir capacidade financeira para viabilizar seu

projeto no estado inicial ou de pré-incubação no 1º ano.

d) Parcerias chave: O empreendedor deve possuir uma equipe de profissionais qualificados

no mercado, e desenvolver seus conhecimentos no tocante à elaboração e gestão do seu

plano de negócio, e, segundo os gestores, o empreendedor deve ficar atento ao item gestão

do negócio.

Pontos fracos dos empreendedores, segundo os gestores

No cenário do empreendedorismo uma das premissas que é avaliada pelos gestores das

incubadoras é o nível de conhecimento dos empreendedores. Considera-se que o

conhecimento é determinante, pois, segundo o gestor do Parque Tecnológico PTX, “massa

cinzenta é ouro em pó”. Deve-se ordenar a apresentação com introdução, desenvolvimento e

conclusão, relatando-se a ideia de forma sistêmica e objetiva.

Empreendedorismo no Brasil, segundo os gestores

De acordo com os gestores, o único elemento que falta é a estruturação de uma

Universidade específica com foco em Inovação Tecnológica, desta forma, seguiria os passos

de algumas universidades, como a francesa Joseph Fourier, sediada em Grenoble, a Escola

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Inglesa de São João da Madeira, a Universidade Stanford, situada no estado da Califórnia e a

Universidade de Cambridge que é uma tradicional instituição de ensino superior do Reino

Unido. Assim sendo, teríamos uma escola de negócios, que teria como base os cursos de

Empreendedorismo, Plano de Negócios e Ferramentas de Gestão Estratégica de Negócios.

Este relato dos gestores apresenta um alinhamento com o pensamento de Plonski (2006) que

descreve que o Brasil possui quase todos os elementos para um movimento de Inovação

Tecnológica. Assim sendo, pela entrevista com o gestor pode-se deduzir que a lacuna no

conhecimento interdisciplinar entre o aspecto técnico que permite a inovação e a capacidade

de avaliação da oportunidade de negócio advinda da tecnologia e sua posterior gestão seria

um dos elos faltantes para ampliação do processo de inovação nas empresas nas

incubadoras/parques, ou até no país.

Gestão do negócio e inovação tecnológica, segundo os gestores

Os gestores relatam que uma das possíveis causas para a empresa se manter

competitiva não é a Inovação Tecnológica e sim a Gestão do Negócio, desta forma, precisam

capacitar/ensinar o gestor a gerir seu Plano de Negócios, a formar preços, aplicando regras de

custeio, análise de mercado, inserção de produtos e a gestão financeira são algumas variáveis

que devem requerer uma maior atenção por parte dos gestores, empreendedores e partes

interessadas. Existe a necessidade de se criar uma ponte entre a academia e o mundo externo,

pois, ensinar ferramentas de Gestão aos empreendedores é determinante para o sucesso ou

fracasso de qualquer empreendimento. A partir deste relato dos gestores pode-se inferir que

no Brasil a inovação tem um valor social, porém ainda falta cultura/conhecimento ao povo

brasileiro, isto permitiria um acesso a um número maior de empreendedores aos Parques

Tecnológicos e Incubadoras. Estudos indicam que as regiões mais desenvolvidas, possuem

uma porcentagem da população maior com nível superior, verifica-se uma maior porcentagem

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de pesquisadores, seja em empresas ou universidades, considerando-se o total da população, e

que aumentar a taxa de pessoas capacitadas, é uma das mais importantes iniciativas voltadas

para incrementar a inovação, a produtividades, o crescimento econômico e melhorar o bem

estar social e a equidade, segundo a Cornell University et al., (2014). Neste contexto, a

utilização do modelo da hélice tríplice para inspirar políticas públicas pode contribuir com a

criação de alternativas para o desenvolvimento econômico social e regional no cenário da

inovação. Sem inovação a indústria/empresas brasileiras não conseguem competir, pois, os

produtos dos concorrentes serão sempre melhores e mais funcionais, isto, avaliando apenas o

aspecto do setor industrial (FIESP, 2014).

A criação de um ambiente baseado em inovação e conhecimento com compromisso

social e ambiental pode quebrar as barreiras entre estudos acadêmicos e casos práticos. A

empresa deve estar dentro da universidade, e estas, devem fazer pesquisas em que as

empresas tenham interesse, pois, o dinheiro do estado/governo não é suficiente. Segundo os

gestores, as teorias que lidam com este problema, sustentam as possíveis hipóteses de que as

empresas embrionárias não se utilizam de metodologias para acelerar os seus negócios, nem

tampouco têm os dados para mensurar seus benefícios, não tendo portanto, possibilidades de

minimizar o risco de fracasso de sua ideia inovadora.

Possíveis causas da mortalidade das empresas, segundo os gestores

Um dos pontos citados pelos gestores é a falta de recursos para manter e oferecer

serviços aos empreendedores por parte da incubadora/parque tecnológico, pois, as empresas

ou iniciativa privada diminuíram o investimento em novos empreendimentos nos últimos 10

anos. Um dos entrevistados resume a situação com a seguinte frase: “Se você é filho do rei,

você tem oportunidade, se não, você fica onde está.” Este fato, é surpreendente, pois, no

cenário de aprovação e implementação da Lei de Inovação, quando a política pública

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específica é criada e aumenta os recursos públicos disponíveis para esta finalidade, tem-se a

diminuição de recursos privados. Uma diferença que deve ser avaliada no Brasil é a relação

entre universidade pública e gratuita “federal” e os recursos/verbas serem destinados sem

critério social, nota-se neste cenário uma necessidade de proporcionar oportunidades a todas

as classes sociais. Segundo um dos gestores, um exemplo de adoção das melhores práticas é a

universidade de Harvard, que se utiliza de fundos de doação, participação de empresas,

participação da sociedade e lista de financiadores. Estes mantenedores garantem um acesso

mais eficiente a um número maior de empreendedores, outro aspecto é que o possível

problema não seja a falta de recursos, mas, a não inclusão das incubadoras na política de

inovação brasileira de forma efetiva. As incubadoras não têm sido consideradas como

estruturas permanentes que, portanto, necessitam de um mínimo de recursos também

permanentes. Os gestores gastam parte preciosa de seu tempo elaborando projetos de tempo

curto para financiamento das atividades das incubadoras. Para uma ação mais efetiva este

aspecto deve ser revisto, pois, isto inviabiliza a manutenção da incubadora e principalmente

prejudica os empreendedores que confiam nestas estruturas e depositam nelas os seus sonhos

mas, não recebem permanente assessoria, pois, a incubadora não consegue viabilizá-la de

forma contínua.

Uma das sugestões propostas pelos gestores para mitigar este ponto fraco seria a

criação de uma escola de negócios, estabelecendo um convênio com o SEBRAE. Alguns

cursos sugeridos são: Plano de Negócios e Ferramentas de Gestão, para empreendedores,

norteando bolsas de fomento como, por exemplo: FAPESP-PIPE, BNDES, FINEP, BNDES

entre outros.

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CONCLUSÕES

Este trabalho teve como objetivo identificar aspectos relevantes para o sucesso dos

empreendedores na fase de pré-incubação.

Os gestores relatam que existe uma falta de conhecimento dos empreendedores no

processo de pré-incubação, que é evidenciado na fase de seleção de novos empreendimentos.

Segundo os gestores, os empreendedores apresentam falta de conhecimento sobre a estrutura

formal de um Plano de Negócios, não apresentam noções básicas de custeio, formação de

preços, planejamento operacional e estratégico. Também é relatado pelos gestores que falta

conhecimento sobre ferramentas de gestão. Eles sugerem o modelo de hélice tríplice da

inovação como uma possível solução para integração dos processos entre universidade,

empresa e governo, a partir do redesenho de políticas públicas integradas entre estes três

atores, na busca de mitigação destes pontos fracos.

Pode-se concluir que os pontos fracos que devem ser monitorados e desenvolvidos

pelos empreendedores segundo os gestores dos Parques Tecnológicos e Incubadoras de

empresas, têm correlação com o “Relatório de sobrevivência e mortalidade de empresas”

(SEBRAE, 2010). Estes podem levar ao fechamento ou reprovação no processo de seleção de

seu empreendimento e são:

Comportamento pouco desenvolvido do empreendedor;

Falta de planejamento prévio;

Gestão deficiente do negócio;

Insuficiência de políticas de apoio;

Flutuações na conjuntura econômica; e

Problemas pessoais dos proprietários.

Segundo os resultados obtidos, existe uma sinergia entre empreendedores e os gestores

das Incubadoras estudadas “α” e “β”, sendo fornecidos cursos de aperfeiçoamento,

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treinamentos específicos, acompanhamento, elaboração e refinamento dos Planos de Negócios

e uma busca constante de órgãos de fomento, isto, visando o sucesso dos negócios e um

atendimento à missão da Incubadora, e, mesmo com os pontos fracos apresentados

anteriormente, a mortalidade das empresas cai de 27% para 15% quando a empresa está em

processo de incubação, quando comparado aos dados do SEBRAE.

A pesquisa realizada corrobora com uma das conclusões provenientes do relatório da

Anprotec (2012) que evidencia a necessidade de aprofundamento nas discussões no tocante à

gestão de serviços de capacitação de empreendedores. A presente pesquisa busca servir de

parâmetro para que os empreendedores tenham consciência dos aspectos relevantes, visando

estar preparados para a entrevista de pré-seleção.

Como continuidade à presente pesquisa, pretende-se aprofundar a discussão do

referente tema por parte do Governo, Universidades e Empresas. Deve-se buscar um

entendimento e hierarquização das necessidades e interesses por parte do governo e

universidades, visto que o presente estudo enfocou predominantemente o ponto de vista dos

gestores dos Parques Tecnológicos e Incubadoras.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

6.1 Discussão Final

Esta dissertação apresentou dois artigos acadêmicos, voltados à pesquisa do tema

“inovação”. Em sua fase inicial, o trabalho é conduzido através do estudo do impacto das

patentes, segundo os indicadores do índice global de inovação – GII, visando o contexto geral

da inovação. Parte-se para o contexto específico enfocando-se os Parques Tecnológicos e

Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica. No contexto geral, o trabalho limitou-se ao

estudo do impacto das patentes, focando no desenvolvimento das nações pela inovação e

apresenta um resultado quantitativo sobre sua relevância através de uma metodologia não

clássica: a Lógica Paraconsistente anotada. No contexto específico, apresenta-se um Estudo

de Caso em um Parque Tecnológico e duas Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica,

que resultou na descrição dos aspectos relevantes provenientes da análise do processo de pré-

incubação de empresas de base tecnológica, segundo os gestores das unidades pesquisadas.

Os objetivos pretendidos nesta dissertação, a saber: a) Analisar o cenário da inovação

através dos indicadores de patentes, segundo o GII e WEF; b) Analisar o processo de pré-

incubação de Empresas Embrionárias de Inovação Tecnológica - EEIT; c) Apresentar o ponto

de vista dos gestores e empreendedores de um Parque Tecnológico e das Incubadoras

selecionadas, foram alcançados, o que verifica-se, por meio dos resultados obtidos, através da

publicação dos artigos acadêmicos apresentados nos capítulos 4 e 5.

6.2 Conclusão

Relembrando as questões de pesquisa, propostas nesta dissertação, a saber:

1– Analisar o cenário da inovação através das métricas do GII?

2– Identificar quais são os aspectos relevantes para que o empreendedor tenha

sucesso no processo de pré-incubação?

No tocante à questão 1, conclui-se que o investimento em registro de patentes,

proporciona à nação que adota esta estratégia, a possibilidade de estar mais alinhada a uma

estratégia competitiva global, segundo as métricas do GII e justifica a proposição apresentada

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no artigo que relata que as patentes podem influenciar de forma favorável o desenvolvimento

da inovação de um país integrante do BRICS.

No tocante à questão 2, conclui-se que os aspectos relevantes relatados pelos gestores

estão alinhados ao modelo de hélice tríplice e devem servir de parâmetros para que os

empreendedores estejam melhor preparados para o processo de seleção de EEIT, e por

consequência possam vir a ter sucesso no processo de pré-incubação.Verifica-se que os

empreendedores devem apresentar o conhecimento sobre alguns temas, a saber: a) A estrutura

formal de um Plano de Negócios; b) As etapas do processo de seleção de EEIT; c) As noções

básicas de custeio; d) As noções básicas de formação de preços; e) As noções gerais sobre

planejamento operacional e estratégico; e f) O conhecimento sobre o modelo de hélice

tríplice, que visa a integração dos atores universidade, empresa e governo.

Destaca-se, ainda, como conclusão adicional, conforme relato dos empreendedores,

que seu investimento inicial, antes de sua participação no processo de pré-incubação, é em

média de duzentos mil reais.

6.3 Limitações e aspectos não abordados

As limitações iniciais apresentadas nesta dissertação no item 3.3, a saber: As fontes

(Parques Tecnológicos e Incubadoras) devem ser mantidas em sigilo, conforme solicitações

dos entrevistados, as outras informações pesquisadas em sites, são consideradas de domínio

público.Outro agente limitador identificado foi a indisponibilidade dos gestores e

empreendedores de outros Parques Tecnológicos e Incubadoras, sendo relatado e justificado

por alguns, a saber: “ausência de tempo para isso”; “estou cansado de responder questionários

de discentes que não servem para nada”; “nossa diretoria não aprova pesquisas acadêmicas”.

Estas limitações relatadas pelos gestores e empreendedores, corroboram com a metodologia

de hélice tríplice, que apresenta que a universidade e a empresa atuam de maneira desconecta.

Neste cenário pode-se analisar que os países economicamente desenvolvidos estão na

vanguarda deste complexo e sistêmico processo de inovação. (GII, 2014).

Um dos aspectos não abordados nesta pesquisa é relatado como um problema de alta

complexidade para países emergentes segundo o WEF e outros autores já citados no

arcabouço teórico do presente estudo, pois, se relata que os países emergentes para

sustentação de sua política empresarial, industrial e ou econômica visando o crescimento, têm

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o dever de primeiramente entender o desafio inovação tecnológica e criar leis e políticas de

incentivo para as instituições de ensino e pesquisa, empresas e governo (WEF, 2014).

6.4 Continuidade do trabalho e estudos futuros

Esta dissertação possibilita para continuidade dos estudos as opções a seguir:

a) Registro do software PARALPK;

b) Aplicação do algoritmo para-analisador baseado em Lógica Paraconsistente

Anotada, para análise de outros indicadores do GII e comparação de um número

maior de países;

c) Aprofundamento do estudo da aplicação do modelo de Hélice Tríplice, em

Incubadoras e Parques Tecnológicos;

d) Elaboração de um modelo prescritivo para aprovação no processo de seleção de

empresas de base tecnológica.

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7 ANEXOS

Artigo apresentado no Advances in Production Management Systems - APMS 2014,

publicado em revista qualis B2.

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8 REFERÊNCIAS

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