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Dissertação O IMPACTO DA CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA NO ABANDONO DO TABAGISMO Rosa Cecília Pietrobon

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Dissertação

O IMPACTO DA CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA NO ABANDONO DO TABAGISMO

Rosa Cecília Pietrobon

INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL /

FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE CARDIOLOGIA

Programa de Pós – Graduação em Ciências da

Saúde: Cardiologia

O IMPACTO DA CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO

MIOCÁRDICA NO ABANDONO DO TABAGISMO

Autor: Rosa Cecília Pietrobon

Orientador: Dr. Juarez Neuhaus Barbisan

Dissertação submetida como requisito para

obtenção do grau de Mestre ao Programa de

Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Área

de concentração: Ciências Cardiovasculares,

da Fundação Universitária de Cardiologia/

Instituto de Cardiologia do Rio Grande do

Sul.

Porto Alegre 2007

Dedico este trabalho aos meus pais Riccardo Giovanni Pietrobon (in memorian) e Célia Menken Pietrobon (in memorian).

Aos meus três filhos Gabriel Pietrobon Martins, Jerônimo Pietrobon Martins e Fernanda Pietrobon Martins pelo encanto

especial que acrescentaram à minha vida.

AGRADECIMENTOS

A Deus, por me proteger e abençoar todos os dias, colocando no meu caminho

pessoas de grande valor e de me oportunizar inspiração e sabedoria para continuar

minha caminhada com entusiasmo e curiosidade científica.

Ao meu orientador Dr. Juarez Neuhaus Barbisan, que me acolheu em seu grupo de

pesquisa, pela sabedoria , segurança e paciência com que me orientou,

disponibilizando todo seu apoio, estímulo e amizade.

Ao acadêmico de medicina: Cícero Baldin e aos estagiários bolsistas: Leonardo

Fagundes Duarte, Fernanda Bairros, Hermes Vinicius Jesus Castro, Tainah Ortiz que

participaram durante o processo da coleta de dados.

Ao Fisioterapeuta Mahmud Ismail Mahmud pela paciência ao me ouvir e esclarecer

dúvidas em momentos críticos.

Ao Dr. Gilberto Barbosa, chefe do serviço de cirurgia cardíaca do HCPA e Drª

Marcela da Cunha Sales da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre que

colaboraram com a realização do projeto em suas unidades de atendimento.

A todos os profissionais que contribuíram com este estudo, do Instituto de

Cardiologia do RS (em especial: Ângelo Souza, Odila de S. Pereira e Fátima

Maravaí), Hospital de clínicas de Porto Alegre e Santa Casa de Misericórdia de Porto

Alegre que, direta ou indiretamente, colaboraram com meu trabalho.

Agradeço, ainda, a todos os colegas, amigos antigos e novos que, de alguma forma

contribuíram para que eu conseguisse concluir esta etapa na

busca do conhecimento.

Ninguém muda ninguém;

Ninguém muda sozinho;

Nós mudamos nos encontros.

É nos relacionamentos que nos transformamos;

Desde que estejamos abertos e livres;

Para sermos impactados;

Pela idéia e sentimento do outro.

(Roberto Crema)

SUMÁRIO

BASE TEÓRICA ........................................................................................................ 1

I - INTRODUÇAO .................................................................................................. 2

II- REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 7 1 TABAGISMO .................................................................................................... 7

2 DEPENDÊNCIA ............................................................................................... 8

3 TRATAMENTO DO TABAGISMO .............................................................. 11

4 O TESTE DE DEPENDÊNCIA À NICOTINA DE FAGERSTRÖM ............ 16

5 ABANDONO DO TABAGISMO NA INTERNAÇÃO PARA CIRURGIA CARDÍACA........................................................................................................ 18

II – HIPÓTESE CONCEITUAL ......................................................................... 23

ARTIGO .................................................................................................................... 25

Resumo ................................................................................................................... 26

Abstract .................................................................................................................. 28

INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 30

PACIENTES E MÉTODOS ................................................................................ 31

RESULTADOS ..................................................................................................... 33

DISCUSSÃO .......................................................................................................... 40

CONCLUSÕES ..................................................................................................... 44

ANEXOS .................................................................................................................... 45

Anexo 1. Lista de abreviaturas ....................................................................... 46 Anexo 2. Escore de risco cirúrgico – cleveland clinic ................................... 47 Anexo 3. Itens e escore do Teste de Fagerström de Dependência à Nicotina Teste de Fagerström de dependência à nicotina (FTND): Pontos .................. 48 Anexo 4. Protocolo: Avaliação do grau de dependência à nicotina - Teste de Fagerström Pré e Pós-cirúrgico (IC/FUC, HCPA e ISMPA) ......................... 49 Anexo 5. Termo de consentimento livre e esclarecido (IC/FUC, HCPA e ISMCPA) ........................................................................................................ 61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 64

REFERÊNCIAS DA BASE TEÓRICA .............................................................. 65

REFERÊNCIAS DO ARTIGO ............................................................................ 73

BASE TEÓRICA

2

I - INTRODUÇAO

As taxas de tabagismo no mundo mostram aumento. O ato de fumar é por si

só uma doença e leva à dependência 1. Fumar é uma doença crônica, que requer uma

estratégia de manejo, ao invés de uma solução rápida 2. Diferentes abordagens

psicoterápicas e farmacológicas têm mostrado eficácia em promover o abandono do

tabagismo 3. Quase todos os fumantes sabem que o cigarro é prejudicial à saúde, mas

subestimam a magnitude do seu risco2. Eventos desencadeantes de crises, como a

cirurgia cardíaca, o infarto do miocárdio e um diagnóstico recente de doença arterial

coronariana (DAC), têm também se mostrado eficientes no aconselhamento sobre a

importância de interromper o uso de cigarros 3. Uma internação hospitalar pode

contribuir para a cessação de fumar em pacientes com essa dependência 4,5. Não

encontramos ainda estudos que tenham avaliado como se comportam com relação à

cessação de fumar, pacientes com diferentes graus de dependência à nicotina após o

impacto da cirurgia cardíaca.

O tabagismo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é

classificado como dependência de nicotina, sendo incluído no grupo de transtornos

mentais e de comportamento decorrentes do uso de substâncias psicoativas 6. É

considerado um comportamento aprendido, reforçado pela nicotina, o principal

componente adictivo entre os mais de 3 mil encontrados no cigarro 65. A OMS

considera o fumo o maior agente de poluição doméstica ambiental. A convivência

involuntária com a fumaça de cigarros transforma não-fumantes em fumantes

3 passivos 7. A dependência ao fumo está relacionada principalmente a nicotina, que

atua da mesma forma que a cocaína, o álcool e a morfina, causando dependência e

obrigando o fumante a usar continuamente o cigarro 8.

Segundo a OMS, aproximadamente 1,2 bilhões de pessoas no mundo fumam

e cinco milhões de pessoas morrem a cada ano devido a doenças causadas

diretamente pelos derivados do cigarro. O tabagismo atualmente responde por 40 a

45% de todas as mortes de câncer, 90 a 95% das mortes de câncer de pulmão, 75%

por DBPOC, cerca de 20% das mortes por doenças vasculares, 35% das mortes por

doenças cardiovasculares, entre homens de 35 a 69 anos de idade, nos países

desenvolvidos 9. Se for mantida a tendência atual, no ano de 2025, já serão 10

milhões de mortes causadas pelo cigarro. Dessas 70% serão nos países em

desenvolvimento com consumo anual de mais de um trilhão de cigarros. A OMS

informa que 47% de toda população masculina e 12 % da população mundial

feminina fumam. 3,10. Os grupos em que tem havido maior aumento da prevalência

são mulheres e jovens. Um terço da população mundial com 15 anos ou mais é

fumante. O tabagismo está inversamente associado ao nível socioeconômico 1.

No Brasil estima-se que um terço da população adulta fuma1. Há evidências

de que houve redução da prevalência de tabagismo entre adultos, nos últimos anos.

Segundo as estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), estimam-se 200 mil

óbitos anuais relacionados ao fumo no Brasil 1.

Considerando-se a população brasileira no total, 17,4% é fumante regular,

sendo 20,3% dos homens e 14,8% das mulheres 11. Segundo um levantamento do

Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas, as prevalências nas

diferentes faixas etárias são: 12 – 17 anos: 3,7 % (masculino: 4,4%; feminino: 3,0%);

18 – 24 anos: 16,0% (masculino: 19,2%; feminino: 12,7%); 25 – 34 anos: 16,3%

4 (masculino: 18,3%; feminino: 14,3%) 11. Carlini e cols. 12, em estudo conduzido nas

107 maiores cidades do Brasil (I Levantamento domiciliar sobre o uso de drogas

psicotrópicas no Brasil – 2001) registrou um uso na vida de cigarro de 41,1% e

dependência em 9% (4214000 pessoas). Esse estudo encontrou, para a Região Sul

uma prevalência de dependência do cigarro de 12,8% a mais alta do país 13,14.

O uso de cigarros representa o maior fator de risco para doença cardíaca,

doença cerebrovascular periférica e aneurisma aórtico e deve ser fortemente

combatido 10, 15, 16,52. Os fatores de risco (FR) modificáveis, ou seja, aqueles em que o

paciente e a equipe de saúde podem atuar são as dislipidemias, Hipertensão Arterial

(HAAS), Tabagismo, Diabetes Mellittus (DM), Sedentarismo, Estresse e Obesidade.

Outros FR também podem estar associados ao desenvolvimento da doença arterial

coronária (DAC)53.

Uma estimativa de 17-30 % de doenças cardíacas é causada por uso de

cigarros, com uma redução média na expectativa de vida de aproximadamente oito

anos. Entre as doenças cardiovasculares, a de maior incidência é DAC cujas

principais manifestações clínicas são a angina pectoris, o infarto agudo do miocárdio

(IAM) e a morte súbita 50, 54,55.

O uso de cigarros atua como um fator de risco independente, sendo a

principal causa evitável da cardiopatia isquêmica 10,55. Pacientes que continuam a

fumar na presença da doença cardíaca tem um aumento do risco de reinfarto,

aumento do risco de morte, incluindo morte cardíaca súbita e cirurgia de

revascularização do miocárdio 17, 18, 19,20.

Em todos os tratamentos, para deixar de fumar, a abstinência é a meta mais

importante e mais difícil de ser atingida 3,21. No que se refere aos métodos eficazes

5 para cessação de fumar, estão incluídas duas grandes abordagens para as quais

existem evidências científicas suficientes para comprovar: a abordagem cognitiva –

comportamental e alguns medicamentos 9. Alguns autores consideram que a mais

poderosa estratégia para cessação de fumar, está em identificar situações em que

fumantes mais comumente parem por eles mesmos e então criar uma intervenção

para transformá-la num momento suscetível de aprendizagem 57.

Observa-se que situações de crise como infarto, cirurgia ou perda de um ente

querido por doenças associadas ao cigarro, foram responsáveis pela motivação de

alguns a deixarem o fumo. Conforme a literatura, essas crises também foram

responsáveis por ansiedades, medos e depressão 23.

A cirurgia cardíaca tem sido uma intervenção necessária para algumas

doenças cardíacas como cardiopatia isquêmica durante o ciclo vital de pacientes com

diferentes graus de dependência à nicotina. Essa cirurgia tem mostrado influência na

diminuição e abandono do uso de cigarros. A proporção de pacientes que fumavam

diminuiu depois da cirurgia de revascularização miocárdica (CRM), de 24% para

12%. Pacientes que deixaram de fumar após esta cirurgia tiveram uma sobrevivência

aumentada de 2% para 5% em 5 anos e de 15% de 10 a 20 anos, comparado aos que

continuaram fumando, e tem metade dos riscos de ter outra complicação cardíaca 24.

Crises no decorrer do ciclo vital, como uma hospitalização, podem fazer com que

algumas pessoas deixem de fumar 25. A maioria dos fumantes que estão internados

deveria receber orientações sobre os benefícios da cessação do tabagismo e os riscos

de continuar fumando. O período da hospitalização é um bom momento para a

identificação e início de tratamento do tabagismo 1.

Charlson estudou o impacto da cirurgia relacionado com o deixar de fumar 24.

O que não está bem claro, ainda é se isto está relacionado com o grau de dependência

6 à nicotina. Uma das formas mais utilizadas para elaborar o diagnóstico e melhor

avaliar a gravidade do consumo é o Teste de dependência à nicotina de Fagerström

(FTND) 3.

Escassos estudos foram feitos relacionando o abandono do tabagismo com

sua gravidade sem mostrar a interferência do grau de dependência na cessação do uso

de cigarros 62. Este estudo se propõe a verificar a magnitude do abandono do

tabagismo e a influência do grau de dependência à nicotina nesse desfecho.

7 II- REVISÃO DA LITERATURA

1 TABAGISMO

O tabagismo é um comportamento complexo que recebe influências de

estímulos ambientais, hábitos pessoais, condicionamentos psicossociais e das ações

biológicas da nicotina. Esses estímulos podem ser de vários tipos, como os

provenientes da publicidade, da facilidade de aquisição da droga pelos baixos preços

dos cigarros e aceitação social, exemplo dos pais e de líderes fumantes, tendência

pessoal a outras adições, à depressão, além da hereditariedade. Esses fatores

constituem o modelo que explica o comportamento aditivo 1.

Apesar das campanhas de saúde pública realizadas mundialmente,

enfatizando os danos provocados à saúde pelo uso de cigarros, o tabagismo continua

sendo prevalente, se constituindo numa das principais causas evitáveis de morte 53.

Mata mais que a soma de outras causas evitáveis de morte, tais como a cocaína,

heroína, álcool, incêndios, suicídios e AIDS, nos países desenvolvidos. Não se pode

esquecer que 2/ 3 da população está em países pobres e, nesses, a fome e a

desnutrição são a principal causa de morte também evitável 1. A partir da década de

setenta se tornaram mais evidentes as manifestações organizadas para controle do

tabagismo no Brasil 8. Ao final da década de oitenta, o Ministério da Saúde passou a

assumir o papel de organizador das ações sistemáticas, continuadas e abrangentes,

através do Instituto Nacional de Câncer (INCA) 9. No Rio Grande do Sul, o Projeto

Fumo Zero, idealizado pela Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS),

criado em 2003, tem como objetivo geral promover a defesa da saúde da população

buscando através de ações políticas e pela educação em saúde atingir a prevenção, a

proteção dos não fumantes e a cessação do tabagismo 56.

8 Tabagismo não é somente um perigo para a saúde das pessoas, ele também

resulta em tremendo custo social 14.

2 DEPENDÊNCIA

A fumaça do cigarro é danosa ao organismo, por conter aproximadamente

cinco mil elementos diferentes, entre os quais: alcatrão, nicotina e outras substâncias

8. O uso do cigarro leva à dependência através da ação psicoativa da nicotina, da

influência de fatores ambientais, de hábitos pessoais e de condicionamentos

psicossociais 23.

Dependência de drogas é um padrão comportamental onde o uso de

determinada droga psicoativa passa a ser mais importante do que qualquer outro

comportamento considerado anteriormente prioritário. Dependência química

significa a perda do controle sobre o uso de uma droga, devido à necessidade

psicológica e/ ou física da mesma 6,8. De acordo com a OMS a dependência se torna

aparente por pelo menos três dos seguintes critérios durante o mesmo período de 12

meses:

- Tolerabilidade: necessidade crescente da substância para alcançar a

intoxicação ou o efeito desejado, efeito grandemente diminuído com o uso da mesma

quantidade da substância;

– Síndrome de abstinência, isto é, a síndrome de abstinência característica

para a substância; a substância é usada para aliviar ou para evitar sintomas da

síndrome de abstinência; a substância é tomada em grandes quantidades ou por

períodos de tempo mais longos do que foi inicialmente planejado.

9 – Desejo persistente (ou esforço mal sucedido para diminuir o uso da

substância): grande quantidade de tempo gasto em conseguir a substância, usar a

substância ou recuperar-se dos seus efeitos; importantes atividades sociais,

ocupacionais ou de recreação são abandonadas ou reduzidas por causa do uso da

substância; o uso da substância continua apesar do indivíduo saber que pode ter um

problema persistente ou recorrente, físico ou psicológico, que provavelmente foi ou

será causado pelo uso exacerbado da substância 11.

A dependência de cigarros é uma condição crônica e freqüentemente requer

intervenções repetidas 14,26. Entretanto existem tratamentos que podem produzir

longo tempo de abstinência ou equiparar a uma abstinência permanente 14. A

dependência à nicotina apresenta três componentes básicos: dependência física,

responsável por sintomas da síndrome de abstinência quando se deixa de fumar;

dependência psicológica, responsável pela sensação de ter no cigarro um apoio ou

um mecanismo de adaptação para lidar com sentimentos de solidão, frustração, com

as pressões sociais, etc.; e condicionamento, representado por associações habituais

com o fumar (fumar e tomar café, fumar e trabalhar, fumar e dirigir e outras) 9.

O tabagismo passivo consiste na exposição secundária à fumaça do cigarro ou

outros derivados do tabaco por indivíduos não-fumantes, que convivem com

fumantes em ambientes fechados 23. A corrente principal da fumaça do cigarro é

aquela filtrada pelo cigarro e diretamente inalada pelo fumante, enquanto a corrente

secundária é a que sai da extremidade do cigarro aceso e se espalha diretamente no ar

ambiente. A corrente secundária é o elemento principal como poluente do ar

ambiental, por não ser filtrada e, consequentemente, ter altas concentrações dos

materiais tóxicos do cigarro 11.

10 O fumante que fuma em ambientes fechados estará aumentando a sua

exposição e o seu risco, pois a fumaça que sai da ponta do cigarro chega a ter 3 vezes

mais nicotina, 3 vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias

cancerígenas do que a fumaça que ele traga 9. A exposição crônica ao fumo passivo

está associada também com aumento de risco para infarto agudo do miocárdio 27.

O alcatrão contém aminas aromáticas possivelmente causadoras de

câncer, nitrosaminas e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos; esses últimos

também podem induzir as enzimas hepáticas. O monóxido de carbono causa uma

redução na capacidade do sangue de transportar oxigênio, e assim, um aumento no

número de hemácias (policitemia). Provavelmente ele é o grande culpado no

desenvolvimento de doença cardíaca, talvez através da promoção da aterosclerose.

Entretanto, o componente psicoativo proeminente na ingestão do cigarro é a nicotina.

A nicotina, o principal componente adictivo entre os mais de 3 mil encontrados no

cigarro, além de estar diretamente relacionada ao infarto, enfisema pulmonar e

câncer, é responsável, também por potencializar a vontade de fumar; ela atua da

mesma forma que a cocaína, o álcool e a morfina, causando dependência e obrigando

o fumante a usar continuamente o cigarro 28, 50,65.

A maioria das pessoas que fuma e masca tabaco modifica o seu uso com

base no conteúdo de nicotina (embora não haja uma correlação perfeita). No cigarro

ela é encontrada na forma ácida, o que a torna absorvível somente pelos alvéolos,

uma vez no pulmão é rapidamente transportada pelo sangue, aos mais diferentes

órgãos, chegando ao cérebro em 7 a 20 segundos. 11,54.

11 3 TRATAMENTO DO TABAGISMO

Uma estimativa de 70% de fumantes consulta um médico cada ano,

esperando que a consulta seja uma forte oportunidade para influenciar o

comportamento de fumar. Muitos pacientes continuam fumando apesar do

conhecimento das conseqüências relacionadas com a saúde sobre o uso de cigarros.

A crença mais errônea é que deixar de fumar requer apenas força de vontade e os

fumantes são inconscientes sobre os efeitos dos tratamentos. Ainda que 70 % dos

fumantes relatem que querem deixar de fumar, aproximadamente um terço dos

fumantes experimenta a cessação a cada ano, mas somente uma pequena proporção

deles busca ajuda 2. Pouco mais que 10% dos fumantes que experimentam deixar por

eles mesmos tem sucesso quando eles buscam ajuda para cessação de fumar. Antes

da abstinência muitas tentativas são realizadas 22.

Existem vários modelos de tratamento propostos, e a escolha do mais

adequado ao paciente depende de uma boa avaliação inicial. Nos tratamentos

especializados, a avaliação inicial de investigação, além da história detalhada do uso

de cigarros na vida é importante que considere comorbidades psiquiátricas mais

prevalentes, como transtorno depressivo ou ansioso, outras dependências e déficit de

atenção e hiperatividade entre outros 3. O principal obstáculo para deixar de fumar é

a natureza aditiva da nicotina. A nicotina causa tolerância e dependência física.

Quando o uso do cigarro é interrompido, há uma síndrome da retirada da substância

psicoativa, caracterizada por irritabilidade, impaciência, raiva, cansaço, dificuldade

de concentração, insônia, perda de apetite, ansiedade e um humor deprimido. Os

sintomas variam em intensidade e duração, e não são corretamente identificados por

fumantes. Iniciam poucas horas depois do último cigarro, o pico é de dois a três dias

depois e diminuem por período de semanas ou meses 22.

12 Segundo pesquisadores americanos e ingleses, o tratamento pode ser definido

a partir do consumo de cigarros (gravidade e problemas associados) e da modalidade

de intervenção disponível. Os métodos de tratamento preconizados como de primeira

linha são a terapia de reposição de nicotina, a utilização de bupropiona e a terapia

comportamental breve em grupo ou individual. Os grupos de auto-ajuda e outros

medicamentos são considerados de segunda linha e podem ser coadjuvantes efetivos.

A associação de recursos melhora sua efetividade 3,11.

O nível de ansiedade global dos fumantes é maior do que em não–fumantes.

Trabalhos psicológicos com enfoque individual ajudam os pacientes a controlar a

ansiedade e os momentos de fissura – entendida como aquele momento em que o

desejo de fumar parece incontrolável -, a realizar mudanças ambientais e

comportamentais para conseguir realizar as reduções graduais do número de cigarros

consumidos até alcançar o abandono do tabagismo e a manutenção da abstinência 23.

Devido às características psicológicas associadas às doenças cardiovasculares,

associadas ao fato de que o cigarro é uma fonte de prazer atuando no cérebro dos

fumantes como uma espécie de calmante imediato, é necessária uma avaliação mais

aprofundada do fumante em um programa de abandono do tabagismo. O apoio

psicoterápico, principalmente com pacientes hipertensos ou coronariopatas, tem

como objetivo o controle da ansiedade, além da aplicação da técnica cognitiva-

comportamental para auxílio do abandono do tabagismo 23.

Estudos mostram que existe comprovação científica de que os métodos

cognitivos – comportamentais aumentam o índice de cessação do tabagismo e que

quanto maior o tempo de abordagem, assim como o número de abordagens, maior o

índice de sucesso do tratamento 11,29.

13 O método comportamental é atualmente a estratégia mais indicada para

ajudar o fumante a deixar de fumar. Deixar de fumar é um processo, e na maioria das

vezes leva tempo, pois envolve uma mudança de comportamento 8,11. Os principais

componentes dessa abordagem são: detectar as situações de risco de recaída e o

desenvolvimento de estratégias para enfrentar tais situações. Estas técnicas podem

ser: automonitoração, controle de estímulos, relaxamento e técnicas aversivas. O que

se pretende é que o próprio fumante se controle e consiga mudar seu comportamento.

A mudança comportamental, por meio da reestruturação cognitiva, é um importante

pilar do tratamento. Por esse motivo o trabalho psicológico junto ao grupo, assim

como a abordagem individual têm grande valor no apoio aos pacientes no controle do

estresse e, conseqüentemente, nas modificações comportamentais e psicológicas

necessárias ao processo de abandono do tabagismo e em relação à condição clínica

subjacente 15,11.

No plano de intervenção é também importante considerar o nível de

motivação do paciente para parar de fumar 18. Através da observação de que a

mudança de comportamento é um processo dinâmico, foi desenvolvido um modelo

transteórico de mudança de comportamento, baseado nos aspectos cognitivo e

motivacional do fumante e descrito nos estágios a seguir:

a. Pré-contemplação – O fumante não considera a possibilidade de

uma mudança de comportamento, nem se preocupa com a questão;

b. Contemplação – Admite que o tabagismo seja um problema,

planejando seriamente a mudança de comportamento;

c. Ação – Período em que são tomadas as medidas necessárias para

uma mudança de comportamento. O cigarro é abandonado e existe

14 uma preocupação em modificar as condições ambientais que

afetaram o comportamento do usuário;

d. Manutenção – Fase de trabalho contínuo para manter os ganhos

obtidos no estágio da ação e para prevenir a recaída;

e. Recaída – Quando há falha nas estratégias de manutenção e o

indivíduo reinicia o uso do tabaco, podendo retornar a qualquer

das fases anteriores.

Esta classificação contribui no trabalho de levar o fumante a deixar de fumar,

pois facilita a adequação da mensagem para cada diferente estágio 8,30.

Fatores psicológicos também contribuem para as dificuldades que os

fumantes têm quando eles tentam deixar o cigarro. O uso de cigarros é um

comportamento aprendido, faz parte de uma rotina do fumante, que usa o cigarro

também para tratar estresse e emoções negativas como angústia e ansiedade 21,23. A

primeira coisa é trabalhar a ambivalência do fumante em relação ao cigarro. O

problema é que ele não se sente capaz de lidar com a ansiedade, a depressão e o

vazio gerados pela falta do “companheiro” tão constante 31.

Quando o fumante deixa de fumar, muitas vezes, podem surgir sintomas

desagradáveis, tais como irritabilidade, inquietação, ansiedade, insônia,

agressividade, cefaléia, tonteira, dificuldade em se concentrar, impaciência, sudorese

fria e desejo intenso por cigarros, a chamada fissura. Esses sintomas caracterizam a

síndrome de abstinência e se iniciam algumas horas após parar de fumar, tendo sua

intensidade aumentada nos quatro primeiros dias, e desaparecem em torno de uma a

duas semanas. A fissura em geral, não dura mais que cinco minutos e tende a

permanecer por mais tempo que os demais sintomas. Porém, ela vai reduzindo

15 gradativamente a sua intensidade e aumentando o espaço entre um episódio e o outro

1. Sendo a síndrome de abstinência uma das principais causas da recidiva, é

fundamental que na abordagem dos programas de cessação do tabagismo o seu

tratamento seja considerado como fundamental para o alcance do objetivo 1.

É importante também considerar que, em caso de recaída, a fissura deverá ser

aceita sem crítica por parte do profissional de saúde, mantendo a atmosfera de

confiança e apoio já demonstrada anteriormente. O paciente deverá ser estimulado a

tentar de novo, avaliando as causas e circunstâncias do insucesso. Novo plano de

ação deve ser discutido, incluindo as maneiras de lidar com as situações que o

fizeram recair, e estimulá-lo a vencê-las 1,11.

As pessoas que continuam a fumar, quando comparadas com as que cessam o

uso de cigarros antes dos 50 anos de idade apresentam uma redução de 50% no risco

de morte por doenças relacionadas ao tabagismo após 16 anos de abstinência. O risco

de morte por câncer de pulmão reduz de 30 a 50% em ambos os sexos aos 10 anos

sem fumar; e o risco de doenças cardiovasculares cai pela metade após um ano sem

fumar 9.

Vários estudos epidemiológicos demonstraram que mesmo aqueles que só

deixam de fumar em idades avançadas, entre 65 e 70 anos, ainda se beneficiam, pois

o risco de infarto do coração e de acidente vascular diminui em relação aos que

continuam fumando. O tempo necessário de abstinência para se atingir o mesmo

risco de adoecimento do não fumante para o acidente vascular cerebral, o risco

iguala-se após 5 anos; para a doença coronariana o risco se reduz à metade em 1 ano;

iguala-se após 10 anos; e para doença pulmonar obstrutiva crônica nos jovens,

assintomáticos, fumantes há poucos anos, as alterações de vias aéreas periféricas

podem ser reversíveis após parar de fumar; nos que têm de 15 a 20 anos de

16 tabagismo, sintomáticos, após a parada, há diminuição dos sintomas respiratórios,

porém persistem as alterações pulmonares, principalmente o enfisema 8.

4 O TESTE DE DEPENDÊNCIA À NICOTINA DE FAGERSTRÖM

Considerando que o estado de dependência é dinâmico e que as pessoas não

podem ser classificadas simplesmente em dependentes ou não – dependentes, pois é

muito sutil a divisão entre uso, abuso de droga e o estado de dependência, é

importante ter instrumentos para se mensurar a intensidade desse estado 1. O sucesso

terapêutico depende da superação do desequilíbrio entre a motivação do fumante em

cessar com o tabagismo e o grau de sua dependência 1.

Utilizado mundialmente como ferramenta de avaliação para estimar o grau de

dependência nicotínica, o Teste de dependência à nicotina de Fagerström é um

instrumento usado em substituição a outros testes bem mais caros, que consomem

mais tempo e são invasivos. Esse instrumento foi desenvolvido por Fagerström e

cols.. em 1978 e a adaptação desse teste foi realizada em 199132,33,34. O teste é a

escala mais conhecida e se baseia no número de pontos obtidos em 6 perguntas de

escolha simples 11. Para cada alternativa das questões do teste, existe uma pontuação.

A soma dos pontos permitirá a avaliação do seu grau de dependência de nicotina. É

um instrumento que mostra associação estatística significativa com medidas

bioquímicas relacionadas com a quantidade de cigarros usada, através de dosagens

de cotinina plasmática, urinária e gás carbônico no ar expirado. Os pontos de corte

desse instrumento são: Leve: 0-4, Moderado: 5-7, Alto: 8-10. Este instrumento foi

validado no Brasil por Carmo & Pueyo 33.

No manejo de pacientes tabagistas a utilização de um instrumento para

avaliar o grau de dependência de nicotina é muito importante. Existe uma correlação

17 entre nível de dependência nicotínica e resposta às diversas terapias. A

caracterização dos pacientes em relação ao grau de dependência de nicotina pode ser

empregada na eleição do tratamento mais apropriado. Os fumantes com elevada

dependência, além da abordagem cognitiva – comportamental, necessitarão de

terapia mais intensa, inclusive farmacológica, para que se obtenha êxito no abandono

do tabagismo. O Teste de dependência à nicotina de Fagerström tem sido o mais

utilizado pela facilidade e baixo custo para sua aplicação. Permite identificar mais de

50% dos pacientes com um grau de dependência nicotínica, fazendo prever

desconforto ao deixar de fumar e a necessidade de tratamento para controle da

síndrome de abstinência 33.

Quando comparado em estudos, com a escala baseada no Manual Diagnóstico

e Estatístico de Transtornos Mentais, edição 4 (DSM-IV), observou-se que a escala

de dependência de nicotina pode servir para diferentes propósitos, como por

exemplo, para auxiliar no tratamento identificando casos em investigação

epidemiológica, por exemplo. O componente psicológico pode explicar parcialmente

a maior porcentagem de fumantes como perfis dependentes que o FTND. Os achados

não podem responder se uma escala é superior a outra 32, 33, 34. (Anexo 3)

18 5 ABANDONO DO TABAGISMO NA INTERNAÇÃO PARA CIRURGIA

CARDÍACA

A interrupção do tabagismo reduz 36% da mortalidade da doença cardíaca

coronariana (quando comparada a sujeitos fumantes), proporciona benefícios a

ambos os sexos e em qualquer faixa etária. Isto é também evidenciado pela American

Heart Association em seu guia de prevenção primária de doença cardiovascular 2,

22,35. Os benefícios da cessação de fumar para a saúde são imediatos e substanciais,

extensivos a homens e mulheres de todas as idades, ambos doentes ou saudáveis 18.

Estudos enfatizam que pessoas que tem condições de saúde apresentando

comorbidades, apresentam sucesso no tratamento para cessação de fumar com

significância estatística para redução da prevalência de tabagismo maior do que em

outros grupos 2. A eclosão de uma doença física aguda e grave deve contribuir não só

para melhorar a percepção das vantagens de deixar de fumar, mas também para

modificar crenças otimistas erradas e a ausência da percepção de risco, típicas dos

fumadores regulares 16, 66, .

Um estudo prospectivo com 446 pacientes submetidos à cirurgia cardíaca e

seguimento de 15 anos, sugere que pacientes fumantes tem o maior risco para

aterosclerose de enxerto de veia que não fumantes, enquanto aqueles que cessam o

uso de cigarros apresentam maiores efeitos benéficos nos eventos clínicos após a

cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM). A cessação do uso de cigarros

após a cirurgia de revascularização do miocárdio pode ter efeitos benéficos nos

eventos clínicos como reoperação, angioplastia coronária e o retorno de angina

pectoris 36. Embora, os efeitos do cigarro e da cessação de fumar após CRM na

mortalidade não tenham sido claramente estabelecidos, existem resultados indicando

que após a CRM, pacientes que não deixaram de fumar têm um risco marcadamente

elevado de morte prematura e uma alta taxa de repetição do procedimento de

19 revascularização. Recentes relatos de estudo não randomizado de cirurgia de

revascularização do miocárdio tem registros documentados de sobrevivência

melhorada após a cessação de fumar em pacientes com doença cardíaca provada

angiograficamente que foram seguidos por um tempo de 6 anos 23,37. Cessação de

fumar é por conseqüência fortemente recomendada após CRM, e clínicos são

encorajados a começar ou continuar programas a fim de ajudar pacientes a deixar de

fumar 17,23, 37,38. Existe uma óbvia necessidade de efetiva e agressiva intervenção para

fumantes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio 39.

Em toda a última década, tem sido maior a atenção para o papel chave que

médicos podem ter na motivação para fumantes considerarem a cessação do uso de

cigarros. Uma breve recomendação de um médico tem sido construída para dobrar a

taxa de cessação espontânea de 2 para 4 %, intervenções para cessação de fumar

podem ter um grande impacto para a saúde pública 18. Em 2000, o U.S. Public Health

Service distribuiu um “Clinical Practice Guideline” recomendando que aos fumantes

fosse oferecido aconselhamento e medicamento para aumentar suas chances de

sucesso 28. Issa e cols. Refere que os cardiologistas dispõem de recurso seguro para

abordagem do tabagismo, podendo obter resultados satisfatórios ao se propuserem a

intervir sobre ele, propiciando redução na morbi-mortalidade por doença

cardiovascular 40.

Embora seja bem conhecido que o uso de cigarros está fortemente associado

com doença cardíaca, muitos pacientes continuam ou diminuem uso de cigarros

depois de diagnosticados com doença cardíaca e mesmo após uma situação de crise

como infarto do miocárdio, angiosplastia ou cirurgia de revascularização do

miocárdio 16,30. Ainda assim 70% dos fumantes relatam que querem deixar de fumar.

Aproximadamente um terço dos fumantes tenta parar de fumar a cada ano, mas

20 somente 20% deles buscam ajuda 21. Os fumantes não querem admitir os riscos e

prejuízos causados pela adição. Embora fumantes saibam que os riscos à saúde são

maiores do que em não fumantes, eles ainda subestimam seus riscos, considerando

não estar em risco de adoecer e somente um pequeno número de fumantes buscam

tratamento 2, 41,42. Podemos pensar que muitas pessoas não param de fumar, mesmo

sabendo dos malefícios que o cigarro traz para a saúde devido aos processos

psíquicos chamados de mecanismos de defesa utilizados pelo ego contra o prazer

proporcionado pelos efeitos positivos da nicotina 43. A negação evita que a pessoa se

conscientize de algum aspecto doloroso da realidade 44.

Diversas características têm sido identificadas para distinguir pacientes que

apresentam dificuldades em parar o uso de cigarros após o evento cardíaco. Entre

elas: baixo nível ocupacional e educacional; idade aumentada; altas taxas de

consumo de álcool; história prévia de depressão; um baixo senso de controle pessoal

sobre as atividades da vida diária 19.

Situações de crise como uma hospitalização estão associadas a aumento nas

taxas de cessação de fumar espontaneamente comparado com as taxas da população

em geral 4,5. A hospitalização pode ser uma oportunidade para encorajar a cessação

de fumar, por que requer que os fumantes fiquem em abstinência do cigarro, pois o

ambiente hospitalar não permite fumar e ao mesmo tempo a doença pode motivá-los

a deixar o uso de cigarros após a alta 3, 22, 26, 59, 60,64. Na hospitalização parece que as

chances de aumentar o abandono do uso de cigarros aumentam com a intensiva

intervenção da equipe de saúde 3,4. A síndrome de abstinência pode tornar-se uma

grande barreira para que o fumante consiga alcançar seu objetivo de parar de fumar e

permanecer abstêmio. Dessa forma, o médico deve ter conhecimento de seus

sintomas para poder apoiá-lo durante esse processo 1.

21 Estudos identificaram fatores associados com longo tempo de cessação de

fumar após cirurgia de revascularização do miocárdio 45. Entre fumantes admitidos

em hospital após infarto do miocárdio ou submetidos à cirurgia cardíaca, 70%

começam a fumar novamente em um ano 46,62.

O tabagismo é um fator de risco para desenvolvimento de problemas

respiratórios e complicações pulmonares pós – operatórias, mesmo naqueles sem

doença pulmonar, complicações infecciosas e pós- operatório com admissão em

unidade de cuidados intensivos 4, 30, 47-49. A redução das complicações pós-operatórias

é resultado de um programa de intervenção ao tabagismo. Todas as partes da

intervenção (cessação de fumar, redução de fumar, uso de reposição de nicotina,

maiores informações e bom relacionamento com equipe profissional) podem

contribuir com efeitos positivos 47, 63. A cessação do uso de cigarros no pré –

operatório deve ocorrer no mínimo por oito semanas antes da cirurgia, a fim de que

se permita a redução das complicações e menor tempo de internação 45, 49, 50, 61.

É importante perguntar e registrar todos os pacientes quanto ao uso de

cigarros, no momento da admissão hospitalar. Para fumantes em atividade,

caracterizar o padrão de uso quando da admissão e registrá-lo como diagnóstico na

alta; identificar o estágio de motivação para cessar o tabagismo fornecer

aconselhamento e assistência para deixar de fumar durante a hospitalização e manter

a abstinência após a alta; identificar e tratar os sintomas de abstinência durante a

internação (atenção especial com o uso de reposição de nicotina em cardiopatas);

identificar pacientes com indicação de uso de bupropiona ou nortriptilina (atenção

especial para os efeitos adversos e interações medicamentosas); prover assistência

após a alta, sempre que possível cognitivo-comportamental, a mais prolongada

possível; encaminhar os pacientes com alta dependência para grupos especializados

22 (especialmente os que fumam durante a internação) 1, 9,62. Através de orientação

específica e da reposição de nicotina quando necessária, o paciente pode manter-se

abstinente com menos sofrimento 3,15. Ambas as terapias de reposição de nicotina e

Bupropiona são escolhas apropriadas para pacientes cardiovasculares 1, 23.

Outro fator importante, que deve ser considerado para o aumento da adesão

ao tratamento, é o momento de encaminhamento para o tratamento pelo profissional

de saúde. A motivação para o abandono do tabagismo precisa ser trabalhada e

aprimorada por cada profissional de saúde junto ao paciente 1,23. Paciência e

compreensão sobre a natureza da dependência do cigarro podem ajudar nos

procedimentos com o fumante doente cardiovascular 60. Com o empenho de uma

equipe multiprofissional, talvez se possam desenvolver mecanismos que levem os

indivíduos a assumirem uma atitude ativa diante de sua doença, conhecendo e

controlando os fatores de risco presentes no seu estilo de vida 51,52. Um programa de

cessação de uso de cigarros desenvolvido individualmente e regularmente por alguns

meses pode se efetivo entre fumantes admitidos para cirurgia cardíaca e uma

intervenção por um período mais prolongado é importante 62.

23

II – HIPÓTESE CONCEITUAL

A cirurgia de revascularização miocárdica promove o abandono do tabagismo

que pode estar relacionado ao grau de dependência à nicotina.

24

III- OBJETIVOS

Principais:

Quantificar a diminuição e abandono do uso de cigarros promovido pela

cirurgia cardíaca de CRM;

Verificar se o abandono do tabagismo em pacientes submetidos à CRM está

relacionado aos graus de dependência à nicotina.

Secundário:

Verificar se o tabagismo é um preditor do aumento de risco de complicações

em 60 dias, comparando grupos de pacientes fumantes e não-fumantes, após a alta

hospitalar.

25 ARTIGO

26 *Artigo a ser enviado para publicação

IMPACTO DA CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA NO

ABANDONO DO TABAGISMO.

Rosa Cecília Pietrobon, Juarez N. Barbisan.

Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde

Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul/Fundação Universitária de

Cardiologia

Porto Alegre, RS

RESUMO

Introdução - O tabagismo é um importante fator de risco modificável da

doença cardiovascular. Existe uma escassa evidência científica mostrando que

pacientes submetidos a cirurgia cardíaca param de fumar. Não se sabe a magnitude

desse efeito e nem a relação do abandono com o grau de dependência à nicotina.

Objetivo - Verificar a magnitude do abandono do tabagismo em pacientes

submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica e a relação desse abandono

com o grau de dependência à nicotina.

Método – Num estudo de coorte, 203 pacientes, maiores de 18 anos,

submetidos à CRM no período de janeiro de 2006 a março de 2007, foram

selecionados consecutivamente e entrevistados em relação ao uso de cigarros no pré

e pós-operatório correlacionando com complicações no pós-operatório. Os tabagistas

foram estratificados em graus de dependência à nicotina pelo Teste de Dependência à

Nicotina de Fagerström. Foram acompanhados ambulatorialmente em 60 e 90 dias

em relação a ocorrência de complicações e ao uso de cigarros.

*

27 Resultados - A média de idade do grupo foi de 62± 10anos, sendo que 134

(66%) eram homens.Antes da cirurgia 146 (71,9%) eram fumantes. 155 pacientes

foram acompanhados num período de 60 dias, sendo encontradas complicações em

67 (43,2%). Apresentaram-se como fatores independentes para as complicações o

tabagismo (OR=2,48; IC95%=1,14-5,40; P= 0,022 ) e a idade, para cada ano a mais

de vida, a chance de ter complicações aumenta em 3%(OR=1,03; IC95%=1,00-1,07;

P= 0,045). Houve um significativo abandono do tabagismo no pós-operatório

imediato, sendo que nos 60 e 90 dias após a cirurgia 136 (93,15%) e 137 (93,84%)

dos pacientes se mantinham abstêmicos, respectivamente.

Antes da cirurgia 146 (71,9%) eram fumantes. A classificação de Fargerström

categorizou-os como 57 (39%) grau muito baixo, 20 (13,7%) grau baixo, 17 (11,6%)

grau moderado, 38 (26%) grau elevado e 14(9,6%) grau muito elevado. Houve um

significativo abandono do tabagismo no pós-operatório sendo que nos sessenta e

noventa dias após a cirurgia 136 (93,15%) e 137 (93,84%) dos pacientes

mantinham-se abstêmicos.

Conclusões – Pacientes submetidos à CRM apresentam diminuição e

abandono do tabagismo no pós-operatório imediato.

Unitermos: tabagismo,cirurgia de revascularização do miocárdio.

28

ABSTRACT

Introduction – Tobacco use is an important modifiable risk factor for

cardiovascular disease. There is a shortage of cientific evidence showing that

patients submitted to cardiac surgery stop smoking. The magnitude of this effect and

the link between stopping smoking and the level of nicotine dependence is not

know..

Objective – Verify the magnitude of smoking cessation in patients submitted

to myocardial revascularization surgery and the relationship of this cessation with the

nicotine dependence level.

Method – In a cohort study, 203 patients, age above 18, submitted to MRS

in the period from January 2006 to March 2007, were consecutively selected and

interviewed in relation to the use of cigarettes in pre and postoperative period.The

smokers were arranged in levels of nicotine dependence with the use of Fagerström

Nicotine Dependence Test. They were followed as outpatients during 60 and 90 day-

periods for the occurrence of complications and the use of cigarettes.

Results – The average age of the group was 62± 10 years, 134 (66%) being

males. Among the 203 patients, in the immediate postoperative 60 days, the78

(38%) there were presented complications, 80% were smokers. In 63 (80,8%)

smokers and 15 (19,2) nonsmokers (OR=2,48;IC95%=1,14-5,40) there were

occurrences of postoperative complications. For every extra year of life, the chance

of having complications increases by 3% (OR=1,03;IC95%=1,00-1,07;) Before

surgery, 146 (71,9%) were smokers.The classification of Fagerström categorized

57(39%) as high level and 14 (9,6%) as very high level. There was a significant

29 cessation of smoking in the postoperative period having 136 (93,15%) and

137(93,84%) of the patients not smoking during the sixty and ninety days after

surgery.

Conclusion– Patients submitted to myocardial revascularization surgery

(MRS) present reduction and cessation of tobacco use in the immediate postoperative

period.

Keywords: tobacco use, myocardial revascularization surgery

30 INTRODUÇÃO

Apesar das campanhas de saúde pública, mais de uma em cada 10 doenças

cardiovasculares no mundo em 2000 foram atribuídas ao tabagismo, demonstrando

que é uma causa importante de mortalidade cardiovascular. 1 Uma estimativa de 17 –

30% de doenças cardíacas são causadas por cigarros, com uma redução média na

expectativa de vida de aproximadamente oito anos. 2 Apesar desse panorama o

abandono do tabagismo continua sendo um desafio. Numa estimativa, 70% dos

fumantes manifestam desejo de deixar de fumar. Entretanto apenas um terço desses

experimenta efetivamente o abandono do uso de cigarros a cada ano. 4,5 Diferentes

abordagens psicoterápicas isoladas ou associadas a tratamento farmacológico como a

reposição de nicotina e uso de bupropiona tem sido empregada têm mostrado eficácia

em promover o abandono do tabagismo. Em todos os tratamentos, a motivação do

fumante para abstinência é necessária. 6 Tem sido observado que situações de crise e

episódios que envolvem ameaças graves à saúde como infarto agudo do miocárdio,

hospitalização, cirurgia ou perda de um ente querido por doenças associadas ao

cigarro, pode servir de motivação para algumas pessoas pararem de fumar. 3, 7-13 Uma

escassa informação cientítica tem mostrado que, a cirurgia de revascularização

miocárdica uma intervenção necessária para cardiopatia isquêmica durante o ciclo

vital de muitos pacientes, tem mostrado influência na diminuição e abandono do uso

de cigarros. 14 -18 Os fatores intervenientes para esse abandono não estão bem

esclarecidos se a dependência à nicotina é um fator importante nesse grupo de

pacientes. Nesse estudo, pretendemos investigar a magnitude do abandono do

tabagismo e a influência do grau de dependência à nicotina nesse resultado.

31 PACIENTES E MÉTODOS

Amostra

Estudo de coorte prospectivo em 203 pacientes consecutivos submetidos à

cirurgia de revascularização miocárdica (CRM), de ambos os sexos, adultos, com

cardiopatia isquêmica, no período de janeiro de 2006 a março de 2007 (no pré e pós-

operatório) em três hospitais: Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul (ICRS),

Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e Irmandade Santa Casa de

Misericórdia de Porto Alegre (ISCM).

O estudo foi previamente submetido ao Comitê de Ética dos três hospitais. Os

pacientes que concordaram em participar assinaram um Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido. No pós – operatório foram entrevistados no período de 60 e 90

dias em relação à ocorrência de complicações e abandono do tabagismo. No caso de

não comparecimento foi feito contato por telefone ou carta. Informações adicionais

foram obtidas pela revisão dos prontuários.

Foram excluídos da amostra os pacientes operados em caráter de urgência,

com síndrome coronariana aguda e concomitância de cardiopatias congênitas.

Desfecho

Os pacientes foram acompanhados na internação e nos 60 dias do pós-

operatório, através de rotina de acompanhamento médico, em relação à

ocorrência de morte; parada cardiorrespiratória; acidente vascular cerebral

(AVC): - estabelecido pelo médico responsável e validade pelos autores

quando o paciente apresentasse manifestações clínicas como: paresias,

diplopia, ataxia, tetraparesia e vertigem e comprovação através de exames de

32 neuroimagem 38; Infarto agudo do miocárdio (IAM)39: - Diagnóstico para

uma aguda, ou evolução recente IM: 1) típica ascensão e queda progressiva

(troponina) ou mais rápida ascensão e queda (CK-MB) dos marcadores

bioquímicos de necrose miocárdica com pelo menos um dos seguintes

elementos: a) sintomas isquÊmicos; b) desenvolvimentos de ondas Q

patológicas no ECG; c) ECG alterações indicativas de isquemia (elevação ou

depressão do segmento ST); ou d)intervenção da artéria coronária (por

exemplo, angioplastia coronária). 2) Constatações patológicas de um agudo

IM. Critérios estabelecidos para IM. Qualquer um dos seguintes critérios

estabelecidos para o diagnóstico satisfaz IM: 1) Desenvolvimento de novas

ondas Q patológicas em série ECGs. O paciente pode ou não se lembrar de

sintomas anteriores. Os marcadores bioquímicos de necrose miocárdica

podem ter normalizado, em função do período de tempo que passou desde o

desenvolvimento do infarto. 2) Conclusões patológicas de uma cura ou IM

curado. 39

Instrumentos de pesquisa

Os pacientes responderam um questionário estruturado em relação a variáveis

demográficas, antropométricas e história clínica. O Teste de dependência à nicotina

de Fagerström (FTND) 20,21 é um instrumento descrito em 1978, foi utilizado para

quantificar o grau de dependência. 19 Os pacientes foram classificados pela

pontuação do FTND.22 Para fins de análise os pacientes estratificados em relação aos

graus de dependência à nicotina pelo Teste de Fagerström, foram agrupados em três

grupos: a. graus muito baixo e baixo; b. grau moderado; c. graus elevado e muito

elevado. Os pacientes tabagistas foram classificados pelos seguintes critérios: a.

33 fumante atual (usando cigarros da data da cirurgia até um ano antes); b. em

abstinência (cessação de fumar de 1 a 20 anos); c. ex – fumantes (cessação acima de

20 anos); d. fumantes passivos (morando com algum fumante). 21 O risco cirúrgico

foi determinado através do escore clínico de risco da Cleveland Clinic. 23

ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados coletados foram analisados pelo Programa SPSS (Statistical

Package for the Social Sciences) versão 15.0. As variáveis categóricas são

apresentadas por freqüências absolutas e percentagens e as variáveis contínuas com

distribuição normal são apresentadas por média e desvio padrão, aquelas sem

distribuição normal como mediana e amplitude interquartilica (IQ).

Para avaliar as características demográficas, antropométricas e clínicas, de

pacientes em relação a fumo e complicações utilizou-se teste t de Student para as

variáveis contínuas com distribuição simétrica ou teste de Mann-Whitney para as

variáveis com distribuição assimétrica e o teste Qui-quadrado ou Exato de Fisher

para as variáveis categóricas.

A Regressão Logística foi utilizada para controlar fatores de confusão e

avaliar preditores de complicações pós- operatórias.

As variáveis com P<0,20 foram utilizadas no modelo de regressão logística

para análise da associação do fumo com complicações pós-operatórias em 60 dias

Em todas as análises um valor P≤0,05 foi considerado estatisticamente

significativo.

34

RESULTADOS

Características da Amostra

Foram selecionados 211 pacientes consecutivos no pré – operatório de CRM.

Oito foram excluídos por não terem sido operados por diferentes razões. A amostra

do estudo foi então constituída de 203 pacientes sendo 134 (66%) do sexo masculino

e com média de idade 62 ± 10 anos. A renda foi de R$ 600,00 (350,00 – 1042,00).

Cento e quarenta e seis (71,9%) pacientes eram fumantes.

Características gerais da amostra são apresentadas na tabela 1. Os grupos se

diferenciaram pelo dos fumantes apresentarem idade mais baixa, maior número de

pacientes do sexo masculino, uma tendência a terem maior renda, convivência com

tabagistas no domicílio e grau de escolaridade.

Houve um abandono significativo do tabagismo no pós-operatório. Dos 146

apenas 10 (4,9%) pacientes continuaram fumando nos sessenta dias do pós-

operatório. A tabela 2 mostra as características desses pacientes. Os que continuaram

fumando tinham idade e renda menor (Tab. 2).

35

Tabela 1. Características dos pacientes fumantes e não fumantes submetidos à

cirurgia de revascularização do miocárdio.*

Características Fumantes

(n=146) Não Fumantes

(n=57) Valor P

Idade, média (DP), anos 60,9 (10,1) 64,1 (9,2) 0,036

Sexo 0,001

Masculino 107 (73,3) 27 (47,4)

Feminino 39(26,7) 30(52,6)

Escolaridade 0,420

≤ 8 anos 111 (76) 48 (84,2)

9 – 11 anos 25 (17,1) 7 (12,3)

> 11 anos 10 (6,8) 2 (3,5)

Fumante no domicilio 0,052

Não 89 (61) 43 (75,4)

Sim 57 (39) 14 (24,6)

Tempo de internação (dias) mediana (percentil 25 - 75)

8 (8 – 10) 9 (8 – 14) 0,223

Renda Familiar em reais

Mediana (percentil 25 - 75)

700 (350 – 1100) 475 (350 – 825) 0,076

Escore de risco da Cleveland Clinic – n (%)

Baixo risco < 3

Médio risco 3 a 6

Alto risco >6

108(74)

30(2,5)

8(5,5)

45(78,9)

11(19,3)

1(1,0)

0,484

*Valores são expressos como número (porcentagem), exceto outras indicações. Abreviatura: DP (Desvio Padrão)

36 Tabela 2. Características dos pacientes fumantes submetidos à cirurgia de

revascularização do miocárdio, depois de distribuídos quanto à manutenção do

tabagismo em 60 dias.*

Características Fumantes (n=10)

Não Fumantes (n=136)

Valor P

Idade, média (DP), anos

53,3 (6,6) 61,4 (10,1) 0,013

Sexo 0,727 Masculino 7 (70) 100 (73,5) Feminino

3 (30) 36 (26,5)

Escolaridade 0,667 < 8 anos 8 (80) 103 (75,7) 9 – 12 anos 2 (20) 23 (16,9) > 12 anos

0 10 (7,4)

Numero de cigarros/dia 0,749 ≤ 20 8 (80) 95 (69,9) > 20 2 (20) 41 (30,1) Fumante no domicilio 0,189 Não 40 (40) 85 (62,5) Sim

6 (60) 51 (37,5)

Renda Familiar em Reais Mediana (AIQ)

350 (300 – 850) 700 (350 – 1190) 0,070

Valores são expressos como número (porcentagem), exceto outras indicações. Abreviatura: DP (Desvio Padrão)

Houve um abandono do tabagismo muito grande após a cirurgia que se

manteve nos 60 e 90 dias de acompanhamento pós-operatório como mostra a figura

1.

37

A figura 1 mostra o significativo porcentual de pacientes que cessaram o uso

de cigarros no pós-operatório de 60 e 90 dias.

93,84(n=137)

93,15(n=136)

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

100,00

60 dias 90 dias

Pós-operatório

% d

e ab

ando

no

Figura 1 – Distribuição dos pacientes quanto ao abandono do tabagismo, em

porcentual, ao longo de 60 e 90 dias do pós-operatório.

A figura 2 mostra o abandono do tabagismo no pré- operatório, nos 60 e 90

dias de pós-operatório dos pacientes estratificados pelo grau de dependência à

nicotina. Houve um expressivo abandono em todos os grupos. Tendo em vista o

pequeno número de pacientes que se mantiveram fumando não pode ser observada

uma correlação entre o grau de dependência e abandono no pós-operatório. (Fig.2)

38

77

17

52

4 152 1

6

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Muitobaixo/baixo

Moderado Elevado/Muitoelevado

Teste de Fagesrström

Núm

ero

de p

acie

ntes

Pré-operatório

60 dias

90 dias

Figura 2. Distribuição dos pacientes fumantes no pré – operatório 60 e 90 dias após

a cirurgia de revascularização do miocárdio e estratificados de acordo com o grau de

dependência à nicotina.

A tabela 3 apresenta as complicações, na internação hospitalar, encontradas

distribuídas nos grupos de fumantes e não – fumantes. Apesar dos fumantes

apresentarem um número absoluto maior de complicações não houve diferença

significativa quando analisadas individualmente.

39

Tabela 3. Distribuição das complicações no pós – operatório imediato entre

os grupos de fumantes (1) e não fumantes (2), submetidos à CRM.*

Complicações

Fumantes n = 146

Não-fumantes n = 57 P

n (%) n (%)

Óbito 6 (4,1) 2 (3,5) 1,000

Parada cardiorespiratória

1 (0,7) 1 (1,8) 0,484

AVC Isquêmico 1 (0,7) 0 (0,0) 1,000

IAM 3 (2,1) 1 (1,8) 1,000

Total 11(7,6) 4(7,1)

Abreviaturas: AVC (acidente vascular cerebral),IAM (infarto agudo do miocárdio). *Valores são expressos como número (porcentagem).

A tabela 4 apresenta a análise bi variada entre os fatores de risco e o

desenvolvimento de complicações no pós-operatório imediato. O tabagismo e a idade

mais avançada se correlacionaram com a ocorrência de complicações ocorridas até o

momento da alto hospitalar. A presença de Diabete Mélito, Doença Vascular

Periférica e DBPOC mostraram uma tendência em aumentar o aparecimento de

complicações.

40

Tabela 4. Análise Bi variada entre os fatores de risco e o desenvolvimento de

complicações na internação.

Variáveis

Complicações internação P Sim

(n=78) Não

(n=125)

Idade - Média±DP 63,6±9,69 60,7±9,89 0,041

Fumo-n (%)

S 63 (80,8) 83(66,4) 0,040

N 15 (19,2) 42(33,6)

Sexo – n(5)

M 54 (69,2) 80(64,0) 0,540

F 24 (30,8) 45 (36,0)

Renda-mediana (P25-P75) 620 (350-1100) 500 (350-850) 0,298

Diabete Mélito - n (%) 0,064

S 33 (42,9) 37 (29,8)

N 45 (58,4) 87 (70,2)

Hipertensão Arterial Sistêmica – n (%)

0,550

S 70 (90,9) 108 (87,1)

N 7 (9,1) 16 (12,9)

Doença Cérebro Vascular n (%) 0,254

S 1 (1,3) 6 (4,8)

N 76 (98,7) 118 (95,2)

Infarto Agudo do Miocárdio n (%) 0,276

S 22 (28,6) 46 (37,1)

N 55 (71,4) 78 (62,9)

Doença Vascular Periférica n (%) 0,077

S 15 (19,5) 12 (9,7)

N 62 (80,5) 112 (90,3)

Doença Bronco Pulmonar Obstrutiva Crônica

0,066

S 12 (15,6) 8 (6,5)

N 65 (84,4) 115 (93,5)

41

Modelo de regressão logística multivariada foi utilizado na análise de possíveis

fatores para complicações no pós-operatório de 60 dias. 155 pacientes foram

acompanhados nesse período, tendo apenas o tabagismo e a idade como fatores

independentes. A figura 3 apresenta a análise com todos os fatores utilizados no

modelo.

Tabela 5 – Análise regressão logística múltipla para avaliar preditores de complicações aos 60 dias de pós-operatório

Masc.: masculino; E. Cleveland: escore de risco de cirúrgico Cleveland; DM: diabete melito; HAS: hipertensão arterial sistêmica; DCV: doença cérebro vascular; IAM: infarto agudo do miocárdio; DVP: doença vascular periférica; DBPOC: doença broncopulmonar obstrutiva crônica;; OR: Odds ratio ajustado para os demais termos no modelo; IC: intervalo de confiança; P: significância estatística

42 DISCUSSÃO

A amostra de estudo foi constituída de um grande número de tabagistas que

foi bem maior do que a população em geral e que está de acordo com o esperado,

uma vez que o fumo é um fator de risco importante da cardiopatia isquêmica. 14,24

Observaram-se um abandono do tabagismo de grande magnitude nessa situação

especial nos 60 dias do pós-operatório que se manteve também nos 90 dias. A

porcentagem de 93,15% em abstinência é extremamente alta e maior do que se

esperava previamente. Esse resultado é maior do que os resultados descritos até

agora.

Isso é esperado pela resolução do tratamento cirúrgico e sugere que o

abandono do tabagismo determinado pela cirurgia cardíaca deva ser confirmado num

intervalo de tempo maior de seguimento. 24 Quist-Paulsen e cols. observaram uma

redução nas taxas de tabagismo em pacientes 12 meses após admissão hospitalar para

doença coronariana. 18 Em estudo clinico randomizado controlado, com 540

tabagistas hospitalizados após IAM ou CRM que expressaram interesse em parar de

fumar, Hajek e cols observaram que uma única intervenção dentro dos cuidados de

rotina tem poder insuficiente para influenciar pacientes mais dependentes. 14

A abordagem para abandono do tabagismo parece ser mais eficiente em

pacientes que são submetidos a CRM do que os tratados com os cuidados usuais. 14,18

Hilleman e colaboradores observaram alto percentual na cessação de fumar (85%),

nos pacientes submetidos à CRM, percentual mais alto que os encontrados em

ambulatórios com pacientes não submetidos à cirurgia e menor do que o encontrado

em nosso estudo, sugerindo que uma estratégia por um período mais longo e de

forma compreensiva é mais efetiva nesta população. O autor realizou um estudo de

comparação entre uma estratégia usual para cessação de fumar com uma estratégia

43 mais agressiva para pacientes submetidos à CRM, com seguimento prospectivo em

intervalos 1.5, 3, 6 até 12 meses. 25

Estudos referem que pacientes que não tinham tentado parar de fumar antes,

podem ter sido levados à ação de cessar o uso de cigarros, após o impacto traumático

provocado pela cirurgia cardíaca. 14 – 18 Situações de crise como uma cirurgia, podem

servir de motivação para algumas pessoas deixarem de fumar. 1, 3, 7, 8,9 Um programa

de cessação do uso de cigarros com pacientes logo após a alta hospitalar com ênfase

no susto provocado pela situação traumática da cirurgia e com seguimento de vários

meses (4-6 meses) de psicoterapia parece ser efetivo em pacientes com doença

cardíaca prévia ou cirurgia de revascularização do miocárdio. 18,24

Rigotti e colaboradores realizaram um estudo clinico randomizado controlado

em que seguiram pacientes submetidos à CRM por um ano e 94% dos pacientes

foram seguidos por período de 5,5 anos, para verificar a eficácia de um programa

para cessação de fumar em pacientes submetidos à CRM. Observaram que mesmo

sem uma intervenção específica quase a metade dos fumantes cessa o uso de

cigarros, por cinco anos, após cirurgia cardíaca. 16 Um programa para pacientes

internados poderia não aumentar este resultado, mas futuros esforços poderiam ter

como objetivo converter a temporária cessação durante a hospitalização, em que os

pacientes estão sensíveis a mudanças de comportamentos, em um longo período de

abstinência através de um tratamento para o abandono do tabagismo. 10, 16,25

Esse efeito observado no nosso estudo pode ter várias explicações. Warner

DO, em uma revisão sistemática, relata que situações adversas, como uma

hospitalização podem mobilizar pacientes para o abandono do tabagismo. 3Além

disso, diversas intervenções da equipe multidisciplinar, que atende o paciente durante

o período de internação, podem ter contribuído para a obtenção desse resultado. O

44 período de convalescença certamente exerce uma participação importante nesse

período de pós-operatório. Independentemente de qual a causa mais importante os

pacientes se beneficiaram de um resultado excelente em relação à cessação do

tabagismo.

Neste estudo não se observou diferenças significativas entre os diferentes

graus de dependência à nicotina, no comportamento de cessação do tabagismo no

pós-operatório. O número de pacientes que se manteve fumando foi muito pequeno e

isso não teve poder para concluir se o grau de dependência teve correlação ou não

com o abandono. Isto também foi observado em outro estudo clinico randomizado de

Moller e cols. onde o FTND foi utilizado para estimar a magnitude e o perfil da

dependência da nicotina em pacientes submetidos à cirurgia. De acordo com o teste e

as preferências do paciente foi organizado um tratamento de reposição nicotínica

personalizado com duração planejada. 28

As complicações pós-operatórias, mais frequentes observadas por nós

foram parada cardiorrespiratória, acidente vascular cerebral, reinternações, e IAM..

Cavender e cols. referem que pacientes tabagistas submetidos a CRM têm

sobrevivência diminuída, mais angina, mais desemprego, maior limitação de

atividade física e mais admissiões hospitalares. 26 Moller e cols enfatizam que um

programa com intervenções em cuidados de saúde é efetivo em reduzir complicações

pós-operatórias nas articulações. 27 Complicações pulmonares pós-operatórias são

duplamente mais comuns em fumantes, complicações cardiovasculares como

isquemia no miocárdio e infecções na ferida cirúrgica também podem ser observadas

no pós – operatório. 5,36, 37

Neste estudo em relação à idade e ao sexo da amostra, os dados obtidos são

compatíveis com a literatura, isto é, houve predominância de pacientes mais idosos e

45 do sexo masculino submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio. 8, 23 ,29

Entretanto em outros estudos observa-se aumento da prevalência do tabagismo em

mulheres e jovens.1, 8, 30 Em relação à idade dos pacientes tabagistas e não tabagistas

observamos idade mais elevada no grupo de não fumantes. Um levantamento

nacional domiciliar inglês mostrou que o grupo dos idosos é o único grupo etário que

apresenta uma forte tendência à diminuição da prevalência do tabagismo. 32 Há aí

uma concordância com os resultados encontrados por Fernandez e cols., onde a

proporção do abandono do uso de cigarros aumenta com a idade em ambos os sexos,

sendo que as mulheres param entre 35 e 54 anos e os homens a partir dos 65 anos. 33

Observamos no grupo de pacientes fumantes, quanto ao tempo de

escolaridade, a maior porcentagem de pessoas se encontra no ensino fundamental

completo ou incompleto, mais do que em outros grupos de escolaridade. O mesmo

ocorre com o grupo de pacientes em abstinência do cigarro. Goksel e cols. referem

que pacientes com menos acesso à educação tem mais dificuldade em abandonar o

cigarro, assim como acesso mais difícil a programas de tratamento. 31

Quanto à renda, os resultados mostraram maior renda no grupo de fumantes.

Embora na literatura possamos encontrar referências sobre as altas taxas de

tabagismo que são vistas naqueles com renda mais baixa. 1, 7, 30 Altas taxas de

prevalência do tabagismo entre homens de baixa renda, em países em

desenvolvimento, os colocam em alto risco de desenvolver doenças graves e de ter

uma morte prematura. 39

Na amostra com todos os pacientes submetidos à CRM (203), 34,87% dos

pacientes moram com fumante e no grupo dos fumantes 39,04% moram com algum

fumante. Autores referem associação de exposição ao fumo passivo e risco para

cirurgia. 8, 22, 30 O hábito de fumar em família pode estar relacionado a fatores

46 genéticos, influências sociais, ou ao acesso fácil ao tabaco. 34 O apoio social é de

fundamental importância para motivação dos pacientes e familiares para o abandono

do uso de cigarros. 35

Os resultados do nosso estudo demonstram que uma hospitalização para

cirurgia de revascularização do miocárdio pode influenciar na mudança de

comportamento em pacientes tabagistas submetidos à CRM. Este momento pode ser

trabalhado pela equipe multiprofissional com o objetivo de motivar os pacientes e

seus familiares na busca de tratamento para a cessação do uso de cigarros após a alta

hospitalar.

47 CONCLUSÕES

A CRM promove o abandono do tabagismo numa magnitude muito grande no

acompanhamento a curto prazo, de 90 dias.

Não foram observadas diferenças significativas entre os diferentes graus de

dependência à nicotina. O trabalho não teve poder por que o número de pacientes que

permaneceu fumando foi muito pequeno.

O tabagismo juntamente com a idade mais avançada esteve associado ao risco

aumentado de complicações no seguimento.

Nós sugerimos, portanto que seja trabalhada uma estratégia utilizando o momento

da cirurgia para iniciar um tratamento para o abandono do tabagismo, através de uma

equipe multiprofissional.

Este parece ser um excelente momento para provocar mudanças no estilo de vida

de pacientes tabagistas e seus familiares.

48

49

ANEXOS

50

Anexo 1. Lista de abreviaturas DAC - Doença arterial coronariana

OMS - Organização Mundial da Saúde

DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

INCA – Instituto Nacional do Câncer

FR – Fatores de Risco

HAAS – Hipertensão Arterial

DM – Diabetes Mellitus

IAM – Infarto Agudo do Miocárdio

FTND – Teste de dependência de Fagerström

AIDS – Síndrome da imunodeficiência adquirida

AMRIGS – Associação Médica do Rio Grande do Sul

DSM – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais

CRM – Cirurgia de Revascularização do Miocárdio

ICRS – Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul

HCPA – Hospital de Clínicas de Porto Alegre

ISCM – Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre

51

Anexo 2. Escore de risco cirúrgico – cleveland clinic

Tabela 1. Escore clínico de risco Cleveland Clinic (Higgins e cols. 1992)

Características Clínicas Escore

Emergência 6

Creatinina sérica >1.9 mg% 4

Creatinina sériaca 1.6-1.8 mg% 1

Disfunção severa do Ventrículo Esquerdo <35% 3

Cirurgia cardíaca prévia 3

Insuficiência valvular mitral com indicação cirúrgica 3

Idade > 75 anos 2

Idade 65-74 anos 1

Cirurgia vascular prévia 2

Doença pulmonar crônica 2

Anemia (Hct <34%) 2

Estenose valvular aórtica com indicação cirúrgica 1 Peso <65kg 1 Diabetes Mellitus 1 Doença cerebrovascular 1

Hct= hematócrito

52 Anexo 3. Itens e escore do Teste de Fagerström de Dependência à Nicotina Teste

de Fagerström de dependência à nicotina (FTND): Pontos 1. Quanto tempo após acordar você fuma seu primeiro cigarro?

(1) Dentro de 5 minutos 3 (2) Entre 6-30 minutos 2 (3) Entre 31-60 minutos 1 (1) Após 60 minutos 0

(5) Não fuma 2. Você acha difícil não fumar em lugares proibidos, como igrejas, ônibus, etc.? (1) Sim 1 (0) Não 0 3. Qual cigarro do dia traz mais satisfação?

(1) O primeiro da manhã 1 (2) Outros 0 (3) Nenhum

4. Quantos cigarros você fuma por dia? (1) Menos de 10 0 (2) De 11 a 20 1 (3) De 21 a 30 2 (4) Mais de 31 3

(5) Não fuma 5. Você fuma mais freqüentemente pela manhã? (1) Sim 1 (0) Não 0 6. Você fuma mesmo doente? (1) Sim 1 (0) Não 0 Conclusão sobre o grau de dependência: 0 –2 pontos = muito baixo 3- 4 pontos = baixo 5 pontos = médio 6-7 pontos = elevado 8-10 pontos =muito elevado Uma soma acima de 6 pontos indica que, provavelmente, o paciente sentirá desconforto (síndrome de abstinência) ao deixar de fumar.

53

Anexo 4. Protocolo: Avaliação do grau de dependência à nicotina - Teste de Fagerström Pré e Pós-cirúrgico (IC/FUC, HCPA e ISMPA)

INTITUTO DE CARDIOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL

FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE CARDIOLOGIA Avaliação do grau de dependência à nicotina-Teste d e Fagerström

Pré - cirúrgico

Nome do Paciente: _____________________________ Data: ____/_____/____ Endereço: _____________________________ Bairro: ________________ CEP:____-____ Cidade: _________Telefone(s): __________ Procedimento: CRM Registro: _______________________ Sexo: (1) masculino (2) feminino Idade: ______anos e _______meses Escolaridade: (1) De 0 – 8 anos (2) De 9 – 11 anos (3) Mais de 11 anos 1. Possui alguma religião? (0) Não (1) Sim 2. Qual? (1) Católica (4) Espírita ( 7 )Nenhuma (2) Protestante (5) Universal ( 8 )Luterana (3) Evangélica (6) Umbanda ( 9 )Adventista (10) Budismo 3. Renda Pessoal: _______________ 4. Vive com _______ pessoas. ( ) 5. Atualmente mora na mesma casa com alguém que fuma? (0) Não (1) Sim 6. Quem fuma? (1) Esposa (4) Mãe (7) Nenhum (2) Filho(s) (5) Irmãos (8) Mais de 1 familiar (3) Pai (6) Outros 7. Fuma? (0) Não (1) Sim 8. Fumava anteriormente? (0) Não (1) Sim 9. Há quanto tempo parou de fumar? ____Dias____meses _______ anos 10. Qual evento, acontecimento ou situação o (a) motivou a parar de fumar? (Porque parou de fumar?). 11. Aproximadamente Que idade tinha quando fumou seu primeiro cigarro? _________anos

54 12. Quanto tempo após acordar você fuma seu primeiro cigarro? Pontuação:

(1) Dentro de 5 minutos 3

(2) Entre 6-30 minutos 2

(3) Entre 31-60 minutos 1

(4) Após 60 minutos 0

(5) Não fuma 13. Você acha difícil não fumar em lugares proibidos, como igrejas, ônibus, etc.?

(0) Não (1) Sim 1

14. Qual cigarro do dia traz mais satisfação?

(2) O primeiro da manhã 1

(3) Outros 0

(4) Nenhum 0

15. Quantos cigarros você fuma por dia?

(1) Menos de 10 0

(2) De 11 a 20 1

(3) De 21 a 30 2

(4) Mais de 31 3

(5) Não fuma 16. Você fuma mais freqüentemente pela manhã?

(0) Não 0 (1) Sim 1 (2) Não fuma

17. Você fuma mesmo doente? (0) Não 0 (1) Sim (2) Não fuma

55

INTITUTO DE CARDIOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE CARDIOLOGIA

Avaliação do grau de dependência à nicotina-Teste d e Fagerström Pós - cirúrgico

Nome do Paciente: _______________________________________ Data: __________________________________________________ Endereço: ______________________________________________ Bairro: ___________________CEP: ____________________ Cidade: ________________________ Telefone(s): ______________ Procedimento: ____________________________________________ Registro: ________________________________________________ Data da cirurgia: _______________________ Alta:_______________________________ 1. Atualmente mora na mesma casa com alguém que fuma? (0) Não (1) Sim 2. Quem fuma? (1) Esposa (4) Mãe (7) Nenhum (2) Filho(s) (5) Irmãos (8) Mais de 1 familiar (3) Pai (6) Outros 3. Você continua fumando? (0) Não (1) Sim 4. Se sim, quanto tempo após acordar você fuma seu primeiro cigarro? (1) Dentro de 5 minutos ( ) (2) Entre 6-30 minutos ( ) (3) Entre 31-60 minutos ( ) (4) Após 60 minutos ( ) (5) Não fuma ( ) 5. Você acha difícil não fumar em lugares proibidos como igrejas, ônibus, etc.? (0) Não (1) Sim 6. Qual cigarro do dia traz mais satisfação? (1) O primeiro da manhã (2) Outros (3) Nenhum 7. Quantos cigarros você fuma por dia? (1) Menos de 10 (2) De 11 a 20 (3) De 21 a 30 (4) mais de 31 (5) nenhum

56 8. Você fuma mais freqüentemente pela manhã? (0) Não (1) Sim 9. Você fuma mesmo doente, quando precisa ficar de cama a maior parte do tempo? (0) Não (1) Sim 10. Se não, que motivo o levou a parar de fumar? (0) continua fumando (1) A cirurgia (7)2, 4,5 (12) Infarto (17) Pneumonia (2) Indicação médica (8) 1,4 (13) Infarto e Diabetes (18) Falta de ar (3) Predito de familiar (9)1,2 (14) 1, 2,3 (19) Dor no peito (4) Espontaneamente (10) 4,5 (15) Câncer na boca (20) Dor (5) Outras _________(11)1, 2,6 (16) Pressão alta (21) Parada cardíaca (6) Não fuma 11. Você acha que continuar fumando pode interferir na recuperação? (0) Não (1) Sim (2) Não sei Por quê? _________ 12. Fumava anteriormente? (0) Não (1) Sim 13. Há quanto tempo parou de fumar? ___ dias ___ meses ____anos 14. Desfecho pós-operatório: ( 1 ) Morte (7 Infecção no corte ( 2 ) Reinternação, Qual? (8) Outras ( 3 ) IAM (9) Não teve complicações ( 4 ) Parada Cardio- respiratória (10) Água no pulmão ( 5 ) AVC Isquêmico (11) ACFA ( 6 ) Insuficiência Renal Aguda 15. ( ) Tempo de internação

57 HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE

Avaliação do grau de dependência à nicotina-Teste d e Fagerström Pré - cirúrgico

Nome do Paciente: _____________________________________________ Data:________________________________________________________ Endereço: ___________________________________________________ Bairro: _____________________ CEP: _______________________ Cidade: ________________________ Telefone(s): __________________ Procedimento: CRM Registro: ____________________________________________________ Data da cirurgia: ___________________Alta: _______________________ Sexo: (1) masculino (2) feminino Idade: _______anos ________meses Escolaridade: (1) De 0 – 8 anos (2) De 9 – 11 anos (3) Mais de 11 anos 1. Possui alguma religião? (0) Não (1) Sim 2. Qual? (1) Católica (4) Espírita (7) Nenhuma (2) Protestante (5) Universal (8) Luterana (3) Evangélica (6) Umbanda ( 9)Adventista (10) Budismo 3. Renda Pessoal: ____________________ 4. Vive com__________ pessoas. ( ) 5. Atualmente mora na mesma casa com alguém que fuma? (0) Não (1) Sim 6. Quem? (1) Esposa (4) Mãe (7) Nenhum (2) Filho(s) (5) Irmãos (8) Mais de 1 familiar (3) Pai (6) Outros 7. Fuma? (0) Não (1) Sim 8. Fumava anteriormente? (0) Não (1) Sim 9. Há quanto tempo parou de fumar? Dias meses anos

58 10. Qual evento, acontecimento ou situação o (a) motivou a parar de fumar? (Porque parou de fumar?). 11. Aproximadamente que idade tinha quando fumou seu primeiro cigarro? _____dias_________meses_______anos. 12. Quanto tempo após acordar você fuma seu primeiro cigarro?

(1) Dentro de 5 minutos (2) Entre 6-30 minutos (3) Entre 31-60 minutos (5) Após 60 minutos

(5) Não fuma 13. Você acha difícil não fumar em lugares proibidos, como igrejas, ônibus, etc.?

(0) Não (1) Sim 14. Qual cigarro do dia traz mais satisfação?

(4) O primeiro da manhã (5) Outros (6) Nenhum

15. Quantos cigarros você fuma por dia?

(5) Menos de 10 (6) De 11 a 20 (7) De 21 a 30 (8) Mais de 31

(5) Não fuma 16. Você fuma mais freqüentemente pela manhã?

(0) Não (1) Sim 17. Você fuma mesmo doente?

(0) Não (1) Sim

59

HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE Avaliação do grau de dependência à nicotina-Teste d e Fagerström

Pré - cirúrgico Nome do Paciente: ____________________________________ Data: _______________________________________________ Endereço: ___________________________________________ Bairro: _______________________ CEP: ____________ Cidade: _______________________ Telefone(s): ___________ Procedimento: _______________________________________ Registro:____________________________________________ Data da cirurgia: _______________________ Alta: __________ 1. Atualmente mora na mesma casa com alguém que fuma? (0) Não (1) Sim 2. Quem? (1) Esposa (4) Mãe (7) Nenhum (2) Filho(s) (5) Irmãos (8) Mais de 1 familiar (3) Pai (6) Outros 3. Você continua fumando? (0) Não (1) Sim 4. Se sim, quanto tempo após acordar você fuma seu primeiro cigarro? (1) Dentro de 5 minutos (2) Entre 6-30 minutos (3) Entre 31-60 minutos (4) Após 60 minutos (5) Não fuma 5. Você acha difícil não fumar em lugares proibidos como igrejas, ônibus, etc? (0) Não (1) Sim 6. Qual cigarro do dia traz mais satisfação? (1) O primeiro da manhã (2) Outros (3) Nenhum 7. Quantos cigarros você fuma por dia? (1) Menos de 10 (2) De 11 a 20 (3) De 21 a 30 (4) mais de 31 (5) nenhum 8. Você fuma mais freqüentemente pela manhã? (0) Não (1) Sim

60 9. Você fuma mesmo doente, quando precisa ficar de cama a maior parte do tempo? (0) Não (1) Sim 10. Se não, que motivo o levou a parar de fumar? (0) Continua fumando (1) A cirurgia (7) 2, 4,5 (12) Infarto (17) Pneumonia (2) Indicação médica (8) 1,4 (13) Infarto e Diabetes (18) Falta de ar (3) Predito de familiar (9)1,2 (14) 1, 2,3 (19) Dor no peito (4) Espontaneamente (10) 4,5 (15) Câncer na boca (20) Dor (5) Outras _____________ (11) 1, 2,6 (16) Pressão Alta (21) Parada Cardíaca (6) Não fuma 11. Você acha que continuar fumando pode interferir na recuperação? (0) Não (1) Sim ( ) Não sei Por quê? _______ 12. Fumava anteriormente? (0) Não (1) Sim 13. Há quanto tempo parou de fumar? _______ dias ________ meses _______ anos 14. Desfecho pós-operatório: (1) Morte (7) Infecção no corte (2) Reinternação, Qual? (8) Outras (3) IAM (9) Não teve complicações (4) Parada Cardio-respiratória (10) Água no pulmão (5) AVC Isquêmico (11) ACFA (6) Insuficiência Renal Aguda 15. ( ) Tempo de internação

61

IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PORTO ALEGR E Avaliação do grau de dependência à nicotina-Teste d e Fagerström Pré -

cirúrgico Nome do Paciente: __________________________ Data:___________ Endereço:____________________Bairro:________ CEP:_____________Cidade:__________________ Telefone(s):________________________________ Diagnóstico:_______________________________ Procedimento:_____________________________ Registro: _________________________________ Sexo: ( ) feminino ( ) masculino Idade: ____anos e _____meses Escolaridade: (1) De 0 – 8 anos (2) De 9 – 11 anos (3) Mais de 11 anos 1. Possui uma religião? (0) Não (1) Sim 2. Qual? (1) Católica (2) Protestante (3) Evangélica (4) Espírita (5) Universal (6) Umbanda (7) Nenhuma (8) Luterana 3. Renda Pessoal: ________________

4. Vive com______pessoas. ( ) 5. Existe alguém em casa fumando? (1) Sim (0) Não 6. Quem? (1) Esposa (2) Filho(s) (3) Pai (4) Mãe (5) Irmãos (6) outros (7) Nenhum (8) Mais de 1 familiar 7. Fuma? (1) Sim (0) Não 8. Fumava anteriormente? (1) Sim (0) Não

9. Há quanto tempo parou de fumar? ___________________________

62 10. Por que parou de fumar?_________________________________

1. Aproximadamente, que idade tinha quando fumou seu primeiro cigarro?____________________________________________

12. Quanto tempo após acordar você fuma seu 1º cigarro? (1) Dentro de 5 minutos (2) Entre 6-30 minutos (3) Entre 31-60 minutos (4) Após 60 minutos (5) Não fuma

13. Você acha difícil não fumar em lugares proibidos, como igrejas, ônibus, etc.?

(1) Sim (0) Não 14. Qual cigarro do dia traz mais satisfação? (1) O primeiro da manhã (2) Outros (3) Nenhum 15. Quantos cigarros você fuma por dia? (1) Menos de 10 (2) De 11 a 20 (3) De 21 a 30 (4) Mais de 31 (5) Nenhum 16. Você fuma mais freqüentemente pela manhã? (1) Sim (0) Não

17. Você fuma mesmo doente, quando precisa ficar de cama a maior parte do tempo?

(1) Sim (0) Não

63 IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PORTO ALEGR E

Avaliação do grau de dependência à nicotina-Teste d e Fagerström Pós - cirúrgico

Nome do Paciente: ___________________________________ Data: ______________________________________________ Endereço: __________________________________________ Bairro: _____________CEP:____________________________ Cidade: _________Telefone(s): _________________________ Diagnóstico: _________________________________________ Procedimento: _______________________________________ Registro: ___________________________________________ Data da cirurgia: ___________________Alta: ______________

1 1. Atualmente mora na mesma casa com alguém que fuma

regularmente? 2 (1) Sim (0) Não 3 2. Quem? (1) Esposa (2) Filho(s) (3) Pai (4) Mãe (5) Irmãos (6) Outros (7) Nenhum (8) Mais de 1 familiar 4 3. Você continua fumando? (1) Sim (0) Não 5 6 4. Se sim, quanto tempo após acordar você fuma seu 1º cigarro? 7 (1) Dentro de 5 minutos 8 (2) Entre 6-30 minutos 9 (3) Entre 31-60 minutos 10 (4) Após 60 minutos 11 (5) Não fuma 12

5. Você acha difícil não fumar em lugares proibidos, como igrejas, ônibus, etc.?

(0) Não (1) Sim 13 6. Qual cigarro do dia traz mais satisfação? 14 (1) O primeiro da manhã? 15 (2) Outros 16 (3) Nenhum 17 7. Quantos cigarros você fuma por dia? 18 (1) Menos de 10 19 (2) De 11 a 20 20 (3) De 21 a 30 21 (4) Mais de 31

64 (5) Nenhum 22 8. Você fuma mais frequentemente pela manhã? 23 Sim (1) Não (2) 24 9. Você fuma mesmo doente, quando precisa ficar de cama a

maior parte do tempo? 25 Sim (1) Não (2) 26 10. Se não, que motivo o levou a parar de fumar? (1) A cirurgia (6) Não fuma (11)1, 2,6 (2) Indicação médica (7) 2, 4,5 (3) Pedido de familiar (8) 1,4 (4) Espontaneamente (9) 1,2 (5) Outras (10) 4,5 11. Você acha que continuar fumando pode interferir na recuperação? (1) Sim (0) Não Por quê?_________________ 27 12. Fumava anteriormente? (1) Sim (0) Não 13. Há quanto tempo parou de fumar?____dias ____meses____anos 14. Desfecho pós-operatório (1) Morte (8) Outras (2) Reintervenção Qual? (9) Não teve complicações (3) IAM (4) Parada Cardio-respiratória (5) AVC Isquêmico (6) Insuficiência Renal Aguda (7) Infecção no corte 15. ( )Tempo de Internação

65 Anexo 5. Termo de consentimento livre e esclarecido (IC/FUC, HCPA e

ISMCPA)

INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DE PORTO ALEGRE

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Nome do Estudo: O impacto da cirurgia cardíaca no abandono do tabagismo.

Instituição: Irmandade Santa Casa de Misericórdia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre e Instituto de Cardiologia. Pesquisador Responsável: Nome do Paciente: _______________________________________

O Sr. (a) está sendo convidado a participar de um projeto de pesquisa. Este protocolo visa identificar graus de dependência de nicotina no pré e pós-operatório da CRM. Permitindo verificar se existe uma relação entre os diferentes graus de dependência à nicotina e o impacto da CRM para promover o abandono do tabagismo. 1. Explicação dos Procedimentos: Após a assinatura do termo de consentimento, o entrevistador que abaixo assina lhe fará uma série de perguntas, seguindo um questionário padrão previamente elaborado pelos pesquisadores, no momento da avaliação pré-operatória. Sessenta dias após a cirurgia o Sr.(a) será novamente entrevistado para verificação de possíveis desfechos e retorno as suas atividades. O Sr.(a) poderá se retirar da pesquisa, sem nenhum prejuízo na continuidade do atendimento, quando assim o desejar.

1. Possíveis benefícios deste estudo: O estudo possibilitará melhor conhecimento das características da população que se submete a CRM em relação a níveis de dependência e possível diminuição e abandono de cigarros em relação ao evento. Através do estudo poderemos adequar os programas de tratamento para a referida população.

2. Sigilo: A informação que é aqui concedida é inteiramente sigilosa e não será utilizada para outros fins que não o da pesquisa.

3. Cobertura: Sua participação na pesquisa é voluntária e não implica ônus ou gratificação.

Porto Alegre, _____de _________ de 200 ___ Assinatura do Paciente: __________________________________ Documento de Identidade: _________________________ Assinatura do Pesquisador Responsável: ___________________

Telefone da pesquisadora: (51) 99710799

66

HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Nome do Estudo: O impacto da cirurgia cardíaca no abandono do tabagismo Instituição: Irmandade Santa Casa de Misericórdia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre e Instituto de Cardiologia.

Pesquisador Responsável: Nome do Paciente: ________________________________

O Sr. (a) está sendo convidado a participar de um projeto de pesquisa. Este protocolo visa identificar graus de dependência de nicotina no pré e pós-operatório da CRM. Permitindo verificar se existe uma relação entre os diferentes graus de dependência à nicotina e o impacto da CRM para promover o abandono do tabagismo. 1. Explicação dos Procedimentos: Após a assinatura do termo de consentimento, o entrevistador que abaixo assina lhe fará uma série de perguntas, seguindo um questionário padrão previamente elaborado pelos pesquisadores, no momento da avaliação pré-operatória. Sessenta dias após a cirurgia o Sr.(a) será novamente entrevistado para verificação de possíveis desfechos e retorno as suas atividades. O Sr.(a) poderá se retirar da pesquisa, sem nenhum prejuízo na continuidade do atendimento, quando assim o desejar.

4. Possíveis benefícios deste estudo: O estudo possibilitará melhor conhecimento das características da população que se submete a CRM em relação a níveis de dependência e possível diminuição e abandono de cigarros em relação ao evento. Através do estudo poderemos adequar os programas de tratamento para a referida população.

5. Sigilo: A informação que é aqui concedida é inteiramente sigilosa e não será utilizada para outros fins que não o da pesquisa.

6. Cobertura: Sua participação na pesquisa é voluntária e não implica ônus ou gratificação.

Porto Alegre, _____de _________ de 200 ___ Assinatura do Paciente: ______________________________ Documento de Identidade: ____________________________ Assinatura do Pesquisador Responsável: ________________

Telefone da pesquisadora: (51) 99710799

67

IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PORTO ALEGR E

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Nome do Estudo: O impacto da cirurgia cardíaca no abandono do tabagismo

Instituição: Irmandade Santa Casa de Misericórdia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre e Instituto de Cardiologia. Pesquisador Responsável: Nome do Paciente: ______________________________________

O Sr. (a) está sendo convidado a participar de um projeto de pesquisa. Este protocolo visa identificar graus de dependência de nicotina no pré e pós-operatório da CRM. Permitindo verificar se existe uma relação entre os diferentes graus de dependência à nicotina e o impacto da CRM para promover o abandono do tabagismo. 1. Explicação dos Procedimentos: Após a assinatura do termo de consentimento, o entrevistador que abaixo assina lhe fará uma série de perguntas, seguindo um questionário padrão previamente elaborado pelos pesquisadores, no momento da avaliação pré-operatória. Sessenta dias após a cirurgia o Sr.(a) será novamente entrevistado para verificação de possíveis desfechos e retorno as suas atividades. O Sr.(a) poderá se retirar da pesquisa, sem nenhum prejuízo na continuidade do atendimento, quando assim o desejar.

7. Possíveis benefícios deste estudo: O estudo possibilitará melhor conhecimento das características da população que se submete a CRM em relação a níveis de dependência e possível diminuição e abandono de cigarros em relação ao evento. Através do estudo poderemos adequar os programas de tratamento para a referida população.

8. Sigilo: A informação que é aqui concedida é inteiramente sigilosa e não será utilizada para outros fins que não o da pesquisa.

9. Cobertura: Sua participação na pesquisa é voluntária e não implica ônus ou gratificação.

Porto Alegre, _____de _________ de 200 ___ Assinatura do Paciente: _________________________________ Documento de Identidade: _______________________________ Assinatura do Pesquisador Responsável: ___________________

Telefone da pesquisadora: (51) 99710799

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