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FUNDAÇÃO INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISAS EM CONTABILIDADE, ECONOMIA E FINANÇAS – FUCAPE
FERNANDA DE ASSIS GAMA
GOVERNANÇA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO: UM ESTUDO EM EMPRESAS BRASILEIRAS
VITÓRIA
2006
FERNANDA DE ASSIS GAMA
GOVERNANÇA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO: UM ESTUDO EM EMPRESAS BRASILEIRAS
Projeto de Dissertação apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Fundação Instituto Capixaba de Pesquisa em Contabilidade, Economia e Finanças – (FUCAPE), como requisito parcial para obtenção de título de mestre no Mestrado em Ciências Contábeis – nível Profissionalizante.
Orientador: Prof. Dr. Magnos Martinello
VITÓRIA
2006
AGRADECIMENTOS
A todos que contribuíram para a conclusão desta dissertação, de forma direta
ou indireta. Especialmente ao professor Magnos Martinello, pelo apoio e
compreensão. Ao Fernando Almeida e ao Departamento de Informática da CST –
Arcelor Brasil, pelo tempo disponibilizado para que eu pudesse me dedicar ao
mestrado e pelas sugestões sobre este trabalho. A todas as empresas que
responderam o questionário permitindo assim a realização desta pesquisa. Aos
professores da FUCAPE pelos ensinamentos compartilhados ao longo do curso. Aos
colegas, amigos e principalmente à minha família que sempre esteve ao meu lado
nesta jornada.
RESUMO
Nos últimos anos, a Tecnologia da Informação (TI) tem sido tratada por alguns grupos de discussão como estratégica para a competitividade das empresas e por outros grupos como uma commodity. Independentemente dos pontos de vista apresentados os investimentos em TI crescem a cada ano e por conseqüência, a exigência com relação aos retornos dessa área também tem aumentado. Com o intuito de evidenciar este retorno e alinhar a TI ao negócio, muitas empresas estão tomando iniciativas relacionadas à Governança de TI (GTI). A GTI consiste em um conjunto de processos e controles que tem como objetivo propiciar que a TI agregue valor ao negócio. Esta dissertação apresenta uma investigação visando analisar como as empresas no Brasil estão exercendo a Governança de TI e se de fato esta contribui com os resultados de TI. Para isso serão analisados dados de empresas de setores distintos com o intuito de: mensurar o nível de GTI das mesmas e analisar se existe diferença nos resultados operacionais para diferentes agrupamentos de Nível de Governança. Particularmente, os resultados operacionais são medidos pelo Índice de Consecução dos Projetos de TI, Índice de Consecução do Orçamento e Percentual de Atrasos em Manutenções e Projetos de TI. Um outro aspecto analisado verifica se diferentes agrupamentos de Modelo de Gerenciamento de TI possuem nível de Governança distintos. O trabalho utilizou uma amostra, composta por 30 empresas que participaram de uma pesquisa, através de um website na internet. Sobre os dados provenientes da amostra, foi aplicada a técnicas estatística não paramétrica denominada Kruskal-Wallis, para validar as hipóteses do trabalho. Na pesquisa, foi possível identificar três agrupamentos de empresas com faixas de Nível de Governança distintos. Como primeiro resultado, não foi identificado estatisticamente diferença nos resultados das métricas operacionais nos agrupamentos de Nível de Governança. Como segundo resultado, também não foi identificada diferença no Nível de Governança em agrupamentos de diferentes Modelos de Gerenciamento do setor de TI. Por último, nas diferentes formas de tomada de decisão sobre aspectos relacionados a TI, foi identificada diferença nos agrupamentos de tomada de decisão sobre Estratégias de Infra-Estrutura de TI. Palavras chave: Governança de TI, Tecnologia da Informação, Governança.
ABSTRACT
In recent years, the Technology of the Information (IT) has been deald with some groups of quarrel as strategical for the competitiveness of the companies and for other groups as one commodity. Independently of the points of view presented the investments in IT they grow to each year and for consequence, the requirement with regard to the returns of this area also has increased. With intention to evidence this return and to line up IT to the business, many companies are taking initiatives related to the IT Governance (ITG). The ITG consists of a set of processes and controls that has as objective to propitiate that IT adds value to the business. This dissertation presents an inquiry of exploratory nature with intention to analyze as the companies in Brazil are exerting the IT Governance and if in fact this contributes with the results of IT. For this they will be analyzed given of companies of distinct sectors with the intention of: to measure the level of ITG of the same ones and to analyze if exist difference in the operational results for different groupings of Level of Governance. Particularly, the operational results are measured by the Index of Achievement of the Projects of IT, Index of Achievement of the Budget and Percentage of Delays in Maintenances and Projects of IT. One another analyzed aspect verifies if different groupings of Model of Management of IT possess level of IT Governance distinct. The work used a sample composed for 30 companies who had participated of a research, through a website in the Internet. On the data proceeding from the sample, statistical techniques had been applied a non-parametric analysis to validate the hypotheses of the work. The gotten results, had allowed the identification of three groupings of companies with distinct bands of Level of IT Governance. As a first result was not identified difference in the metric results of the operational in the groupings of Level of Governance. As a second result was identified difference in the IT Governance level in groupings of different Models of Management of the sector of IT. At last, in the different forms of taking of decision on related aspects were identified differences in the IT Infraestructure Strategy. Keywords: Governance, IT Governance, Information Technology
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Relacionamento entre Governança Corporativa e Governança de TI......22
Figura 2 – Governança de TI e Gerenciamento de TI ...............................................24
Figura 3 – Áreas de Domínio da Governança de TI ..................................................25
Figura 4 – Matriz de Arranjos de Governança – Quais Arquétipos de Governança são
usados por diferentes tipos de decisão? .............................................................27
Figura 5 - Modelo Luftman .......................................................................................33
Figura 6 – Balanced Scorecards em TI .....................................................................34
Figura 7 – Parte I do Modelo de Pesquisa: Nível de Governança.............................37
Figura 8 – Fórmula de Cálculo do Nível de Governança de TI .................................37
Figura 9 - Parte II Modelo: Influência do Modelo Gerenciamento no Nível de GTI ...38
Figura 10 – Parte III Modelo: Influência da Distribuição de Tomada de Decisão no
Nível de GTI ........................................................................................................38
Figura 11 - Hipóteses sobre NGTI e Métricas Operacionais de TI ............................42
Figura 12 - Hipóteses sobre Influência do Modelo Gerenciamento no NGTI ............43
Figura 13 – Hipóteses sobre NGTI e Métricas Operacionais de TI ...........................44
Figura 14 – Ferramentas de Suporte a GTI utilizadas...............................................58
Figura 15 – Histograma de Agrupamentos de Nível de Governança de TI ...............59
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Questões da Governança Corporativa e Governança de TI ....................23
Tabela 2 – Variáveis Descritivas ...............................................................................40
Tabela 3 – Variáveis dos Construtos.........................................................................41
Tabela 4 – Porte das Empresas ................................................................................50
Tabela 5 – Número de Funcionários das Empresas .................................................51
Tabela 6 – Número de Funcionários de TI por Funcionários das Empresas.............51
Tabela 7 – Setor de Atividade ...................................................................................52
Tabela 8 – Origem do Capital....................................................................................52
Tabela 9 – Região Demográfica................................................................................53
Tabela 10 – Perfil Respondente ................................................................................53
Tabela 11 – Modelo de Gerenciamento das Empresas ............................................54
Tabela 12 – Tomada de Decisão sobre Princípios de TI...........................................55
Tabela 13 – Tomada de Decisão sobre Arquitetura de TI.........................................55
Tabela 14 – Tomada de Decisão sobre Estratégias de Infra-Estrutura de TI............56
Tabela 15 – Tomada de Decisão sobre Necessidades das Aplicações ....................56
Tabela 16 – Tomada de Decisão sobre Investimentos de TI ....................................57
Tabela 17 – Agrupamentos de Nível de Governança de TI ......................................58
Tabela 18 – Resultados das Hipóteses sobre NGTI e Métricas Operacionais..........59
Tabela 19 – Hipóteses sobre a influência da Distribuição das Responsabilidades na
Tomada de Decisão no Nível de GTI ..................................................................62
LISTA DE SIGLAS
BSC Balanced ScoreCard
CIO Chief Information Offices
CISR Center for Information Systems Research
GTI Governança de Tecnologia da Informação
IDC International Data Corporation
MIT Massachusetts Institute of Technology
NGTI Nível de Governança de TI
ROA Return on Assets
ROI Return on Investment
TI Tecnologia da Informação
PMI Project Management Institute
ITSM IT Service Management
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO......................................................................................................... 12
1.1 - Identificação do Problema..............................................................................14
1.2 – Objetivos do Trabalho ...................................................................................15
1.3 - Justificativas para o Trabalho.........................................................................16
1.4 – Organização do Trabalho ..............................................................................16
2 – REVISÃO DA LITERATURA .......................... ........................................................ 18
2.1 – Tecnologia da Informação .............................................................................18
2.1.1 – Tecnologia da Informação está virando Commodity?..............................19
2.2 – Governança Corporativa ...............................................................................20
2.3 – Governança da Tecnologia da Informação....................................................20
2.3.1 – Governança Corporativa e Governança de TI.........................................22
2.3.2 – Governança de TI e Gerenciamento de TI ..............................................23
2.3.3 – Domínios de Governança de TI...............................................................24
2.3.4 – Tomada de Decisão de TI .......................................................................26
2.3.5 – Metodologias para Suporte a Governança TI..........................................28
2.3.5.1 - CobiT - Control Objectives for Information and Related Technology..29
2.3.5.2 - ITIL - Information Technology Infrastructure Library...........................29
2.3.5.3 - PMI (Project Management Institute) ...................................................30
2.3.5.5 - CMM - Capability Maturity Model for software....................................30
2.3.5.6 - ISO 9000 ............................................................................................31
2.3.5.7 - Sarbanes Oxley..................................................................................31
2.3.5.8 - Modelo de Maturidade do Alinhamento Estratégico entre os Negócios
e a TI ................................................................................................................32
2.3.5.9 – Balanced Scorecard ..........................................................................33
2.3.6 – Alinhamento da Área de TI......................................................................34
3 – ESTRUTURA DO ESTUDO SOBRE GOVERNANÇA DE TI ..... ............................ 36
3.1 – O Modelo de Pesquisa ..................................................................................36
3.2 – Construtos .....................................................................................................39
3.3 – Variáveis........................................................................................................40
3.4 – Hipóteses ......................................................................................................41
3.4.1 – Hipóteses sobre o Nível de Governança e Métricas Operacionais de TI 41
3.4.2 – Hipóteses sobre a Influência do Modelo de Gerenciamento no Nível de
GTI ......................................................................................................................43
3.4.3 – Hipóteses sobre a Influência da Distribuição das Responsabilidades na
Tomada de Decisão no Nível de GTI ..................................................................44
3.5 - Método de Pesquisa.......................................................................................45
3.5.1 – Questionário ............................................................................................45
3.5.2 – Aplicação do Questionário pela Internet..................................................46
3.5.3 – Universo e Amostra .................................................................................47
3.5.4 – Pré-Teste.................................................................................................48
3.6– Métodos e Técnicas de Análise......................................................................48
3.6.1 – Teste de Kruskal Wallis ...........................................................................48
4 – RESULTADOS..................................... ................................................................... 49
4.1– Análise Descritiva das Empresas ...................................................................50
4.1.1 – Porte das Empresas ................................................................................50
4.1.2 – Número de Funcionários .........................................................................50
4.1.3 – Setor de Atividade ...................................................................................52
4.1.4 – Origem do Capital....................................................................................52
4.1.5 – Região Demográfica................................................................................53
4.1.6 – Perfil Respondentes ................................................................................53
4.2– Análise Descritiva do Modelo de Gerenciamento e Tomada de Decisão das
Empresas ...............................................................................................................54
4.2.1 – Modelo de Gerenciamento ......................................................................54
4.2.2 – Tomada de Decisão ................................................................................54
4.2.2.1 – Princípios de TI..................................................................................54
4.2.2.2 – Arquitetura de TI................................................................................55
4.2.2.3 – Estratégias de TI ...............................................................................56
4.2.2.4 – Necessidades de Aplicações.............................................................56
4.2.2.5 – Investimentos de TI ...........................................................................57
4.2.3 – Conceitos sobre Governança de TI e Ferramentas Utilizadas ................57
4.2.4 – Nível de Governança das Empresas Respondentes...............................58
4.3 – Teste de Hipóteses........................................................................................59
4.2.2 – Hipóteses sobre o Nível de Governança e Métricas Operacionais de TI 59
4.2.3 – Hipóteses sobre a Influência do Modelo de Gerenciamento no Nível de
GTI ......................................................................................................................60
4.2.4 – Hipóteses sobre a Influência da Distribuição das Responsabilidades na
Tomada de Decisão no Nível de GTI ..................................................................61
5 – CONCLUSÃO ...................................... ................................................................... 63
5.1 – Conclusões sobre a Amostra ........................................................................63
5.2 – Conclusões sobre as Hipóteses ....................................................................64
5.3 – Trabalhos Futuros .........................................................................................65
APÊNDICE A – ESTRUTURA DO QUESTIONÁRIO ............. ...................................... 70
APÊNDICE B – ESTRUTURA DO SITE..................... .................................................. 71
APÊNDICE C – ESTRUTURA DO QUESTIONÁRIO EM EXCEL.... ............................ 73
APÊNDICE D – TESTES ESTATÍSTICOS ................... ................................................ 74
01 – Teste da Hipótese H1 ...................................................................................74
02 – Teste da Hipótese H2 ...................................................................................74
03 – Teste da Hipótese H3 ...................................................................................75
04 – Teste da Hipótese H4 ...................................................................................75
05 – Teste da Hipótese H5 ...................................................................................76
06 – Teste da Hipótese H6 ...................................................................................76
07 – Teste da Hipótese H7 ...................................................................................77
08 – Teste da Hipótese H8 ...................................................................................77
09 – Teste da Hipótese H9 ...................................................................................78
1 - Introdução
A Tecnologia da Informação (TI) está presente em todos os pontos da cadeia
de valor das empresas, suportando as atividades das mesmas bem como os elos
entre elas (PORTER, 1999). Assim, TI tem sido abordada por alguns pesquisadores
como estratégica e fator de geração de vantagem competitiva. Por exemplo, no livro
On Competition, Porter (1999), dedica um capítulo a analisar “Como a informação
proporciona vantagem competitiva”. Albertim (1999) cita que a TI pode contribuir
com as organizações colaborar com a estratégia competitiva das empresas ao,
proporcionar vantagens de custos, permitir a diferenciação de seus produto e
serviços, possibilitar melhor relacionamento com clientes, permitir a entrada de
maneira mais fácil em alguns mercados, possibilitar o estabelecimento de barreiras
de entradas, auxiliar a introdução de produtos substitutos, permitir novas estratégias
competitivas e suportar dados que vão auxiliar em tomada de decisão estratégica.
Por outro lado, em 2003 Nicholas Carr contesta o papel de TI nas empresas no
artigo “Does IT Matter” onde argumenta que a tecnologia da informação está virando
uma commodity tal como a energia elétrica.
Independentemente dos pontos de vista abordados, os investimentos em TI
tem crescido. Nas últimas décadas, empresas dos mais diversos setores têm
investido de maneira significativa em Tecnologia da Informação (TI). Nos Estados
Unidos e Europa, anualmente, as empresas investem, em média, cerca de 4% de
sua receita em TI, segundo pesquisa realizada pelo Gartner Group. No Brasil, em
2003, a média de investimento foi de 4,9% do faturamento líquido, contra 1,3%
registrado em 1988, segundo pesquisa efetuada FGV-EASP. E tudo indica que
esses investimentos continuarão crescendo (CARVALHO, 2004). Para justificar tais
investimentos, as organizações buscam cada vez mais aperfeiçoar e otimizar seus
processos, controlar custos, aumentar a eficiência de seus funcionários,
desenvolverem seu relacionamento com fornecedores e parceiros, melhorar e
personalizar os serviços prestados aos seus clientes.
Além dos crescentes investimentos em TI, um outro fator relevante é a
crescente onda de terceirização de parte das atividades de TI. De acordo com
pesquisas do International Data Corporation - IDC (2003) os investimentos em
terceirização “offshore” tendem a aumentar de U$$16 bilhões em 2004 para U$$46
bilhões em 2007. Complementando este cenário, com o aumento da terceirização, o
quadro de funcionários de TI nas organizações tem diminuído consideravelmente e
estes profissionais têm exercido um papel mais administrativo que técnico, sendo
assim necessário desenvolver habilidades de gerenciamento na área de TI para
exercer atividades tais como selecionar fornecedores, administrar contratos e
projetos.
Assim, as empresas têm cada vez mais adotado práticas Governança de TI,
que se tornou recentemente foco de estudo e pesquisa em diversas instituições. Em
2003, na lista elaborada pelo Gartner com os 10 principais tópicos a serem
priorizados pelos Chief Information Offices (CIOs), pela primeira vez constava:
aprimorar a Governança de TI. Pesquisa realizada pelo MIT em 2005 conclui que
empresas com políticas de governança em TI mais efetivas têm lucros mais altos do
que as outras – mais de 20% superiores.
Já há alguns anos, o termo “governança” se tornou familiar para os executivos
das grandes empresas. Mais recentemente, a expressão passou também a ser
adotada em tecnologia da informação, para se referir aos critérios de definição,
gestão e acompanhamento de resultados dos investimentos em TI (WEILL[1], 2004).
A Governança de TI (GTI) engloba métodos para tornar mais transparentes,
organizadas e legítimas as práticas de direção e monitoramento do desempenho das
empresas. A GTI engloba mecanismos implementados em diferentes níveis de uma
empresa. Tais mecanismos permitem gerenciar, controlar e utilizar a TI de modo a
criar valor para a empresa e permitir que decisões sobre novos investimentos sejam
tomadas de maneira consistente em alinhamento com a estratégia corporativa. Para
isso, a GTI pressupõe a adoção de métricas que permitem avaliar o impacto da TI no
desempenho de negócios (CARVALHO, 2004). Como suporte ao processo de GTI
as organizações tem utilizado metodologias novas ou já consolidadas no mercado,
optando por uma metodologia específica ou adaptando pontos de diferentes
metodologias para a realidade da organização. Muito se tem falado do Cobit (Control
Objectives for Information and Related Technology) e do ITIL (Information
Technology Infrastruture Library) como base para a Governança de TI. Outras
metodologias que também costumam ser avaliadas e incorporadas como
ferramentas de Governança de TI são: International Standards Organization (ISO)
9000, Balanced Scorecard (BSC) de TI, Seis Sigma, Project Management Institute
(PMI) e Capability Maturity Model (CMM).
1.1 - Identificação do Problema
Com os crescentes investimentos em TI, aumento da terceirização dos
serviços de TI e redução do quadro de pessoal no setor de TI das empresas que
utilizam serviços de TI, as empresas estão adotando ou revendo práticas de
Governança de Tecnologia da Informação. Assim, novas métricas dos serviços
operacionais e dos serviços estratégicos de TI têm surgido. Paralelamente, modelos
de tomada de decisão tem sido implementados bem como modelos de
gerenciamento dos setores de TI.
Assim, o problema do trabalho situa-se, basicamente, nas perguntas: A
Governança de TI influencia nos resultados das métricas operacionais de TI ? Os
modelos de Gerenciamento de TI e de Tomada de Decisão influenciam na
performance da Governança de TI ?
1.2 – Objetivos do Trabalho
Este trabalho visa identificar práticas relacionadas a Governança de TI (
modelo de gestão, ferramentas de suporte a gestão ) em empresas brasileiras e
fornecer contribuições a esta área de pesquisa através da investigação de um
cenário sobre a GTI em empresas brasileiras de diversos setores.
As seguintes questões serão abordadas para alcançar o objetivo acima
citado:
1. O desempenho da Governança de TI influencia na consecução dos projetos
previstos de TI?
2. O desempenho da Governança de TI influencia na consecução do
orçamento previsto de TI?
3. O desempenho da Governança de TI influencia nos atrasos das
manutenções e projetos de TI?
4. O modelo de gestão de TI influencia no desempenho da Governança de TI?
5. O modelo de tomada de decisão dos assuntos relacionados a TI influencia
no desempenho da Governança de TI?
1.3 - Justificativas para o Trabalho
O assunto Governança vem sendo estudado por muitos pesquisadores, tais
como La Porta, Lopes-de-Silanes, Shleifer e Vishny. O assunto ganhou especial
destaque após alguns escândalos financeiros corporativos como o da Enron. O
estudo da Governança vem se desdobrando em outras áreas tais como Tecnologia
da Informação. Embora o assunto Governança de TI não seja recente, os estudos
sobre esta área são recentes, o que demanda mais investigações empíricas sobre o
tema. Além disso, a análise de como empresas brasileiras vem exercendo a GTI e
que resultados vêm obtendo, pode contribuir com melhores práticas de gestão de TI
no cenário brasileiro.
1.4 – Organização do Trabalho
O Capítulo 2 apresenta a fundamentação teórica usada para o
desenvolvimento do trabalho. O capítulo está estruturado de forma a apresentar
primeiro alguns conceitos sobre Tecnologia da Informação e posteriormente uma
revisão da bibliografia sobre Governança e Governança de TI. Estes assuntos são
apresentados e discutidos por serem elementos fundamentais para a criação de um
quadro de referência, que permita a compreensão das questões envolvidas no
problema do trabalho.
No capítulo 3, são apresentados o modelo do trabalho, as hipóteses
formuladas, os construtos e variáveis, os procedimentos metodológicos usados, e
também os métodos e instrumentos de coleta de dados. O modelo do trabalho em
questão visa: identificar a influência do Nível de Governança em métricas
operacionais de TI, identificar a influência do modelo de gestão do setor de TI no
desempenho da governança de TI e identificar a influência das formas de tomada de
decisão de aspectos relacionados a TI no desempenho da governança. Neste
capítulo, também são brevemente discutidos os métodos para análise de dados
aplicados sobre a amostra.
No capítulo 4 são apresentados resultados descritivos da análise de dados
para permitir um melhor entendimento da amostra e também os resultados das
hipóteses do trabalho.
Por último, o capítulo 5 mostra as conclusões obtidas no trabalho, as
limitações do estudo e sugestões para trabalhos futuros.
2 – Revisão da Literatura
2.1 – Tecnologia da Informação
Tecnologia da Informação (TI) pode ser conceituada como “Recursos
computacionais (hardware, software e serviços relacionados) que provêm serviços
de comunicação, processamento e armazenamento de dados”, conforme Silva e
Fleury (1999), apud Teixeira (2003). Tecnologia de informação – TI, portanto, é um
termo que engloba todas as formas de tecnologia utilizadas para criar, armazenar,
trocar e usar informação em suas várias formas (dados, voz, imagens estáticas e em
movimento). A adoção de TI é reconhecida como um processo complexo que passa
pelo planejamento, avaliação do custo/benefício gerado pelo sistema e pela sua
adequação à realidade organizacional. É um processo de mudança que não só
abrange o ambiente tecnológico, mas também o ambiente técnico, os recursos
humanos e toda a estrutura da empresa (TEIXEIRA, 2004).
Um conceito importante que acentua o papel da tecnologia da informação é o
de “cadeia de valores”. Tal conceito identifica as várias atividades diferenciadas, do
ponto de vista tecnológico e econômico, que a empresa desempenha para executar
seu negócio. A TI permeia todos os pontos da cadeia de valor das empresas,
suportando as atividades das mesmas bem como os elos entre elas (PORTER,
1999). Por estar presente em toda a cadeia de valor das organizações, a TI deve ter
uma política de governança alinhada com o negócio da mesma, o que permitirá
controlar e gerenciar melhor os ativos de TI.
2.1.1 – Tecnologia da Informação está virando Commodity?
Tecnologia da Informação vem crescentemente se tornando um simples fator
para produção, um produto de commodity que é necessário para competitividade,
mas insuficiente para criar vantagem competitiva (CARR, 2004). No passado TI
formou barreiras para seus competidores, mas estas barreiras caíram à medida que
a TI avançou, se tornou mais acessível e seu custo caiu. O que torna um recurso
verdadeiramente estratégico, o que dá a este recurso a capacidade de ser uma das
bases que sustentam a vantagem competitiva não é a facilidade de se obter o
mesmo, mas a sua escassez. Afinal, uma das formas de se obter vantagem sobre os
rivais é obtida, fazendo-se ou possuindo alguma coisa que os outros não podem
fazer ou ter.
A grande capacidade de TI, aliada a sua presença tem começado a
transformar TI de potencial recurso estratégico e, commodity para produção. Para
continuarmos falando da influência de TI, temos que fazer uma distinção entre
Tecnologia Proprietária e Tecnologia de Infraestrutura. Tecnologia Proprietária
somente pode ser propriedade de uma única empresa. Por exemplo, uma firma do
setor farmacêutico pode ter a patente de um componente em particular que pode
servir como base para uma família de remédios. Assim, pelo período no qual ficarem
protegidas, tecnologias proprietárias podem ser a base para criar vantagem
competitiva de longo prazo, permitindo as companhias alcançar uma lucratividade
maior que suas rivais. Tecnologia de Infraestrutura, em contraste, oferece um valor
maior quando usada de forma compartilhada ao invés de isoladamente. Alguns
exemplos de tecnologia de Infraestrutura são as linhas férreas, telégrafos, geradores
de energia.
2.2 – Governança Corporativa
Segundo a OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico, a governança corporativa é definida como o conjunto de relações entre
a administração de uma empresa, seu conselho de administração, seus acionistas e
outras partes interessadas. Também proporciona a estrutura que define os objetivos
da empresa, como atingi-los e a fiscalização do desempenho (FLÔRES, 2004).
Governança Corporativa lida com os caminhos pelos quais os acionistas das
corporações asseguram que terão retorno de seus investimentos (SHLEIFER;
VISHNY, 1997). GC pode ser considerada como o conjunto de mecanismos por
meio dos quais investidores outsiders (acionistas ou credores) se protegem contra
expropriação por parte dos investidores insiders (executivos ou acionistas
controladores) . Os primeiros não têm garantia de que seus recursos serão tratados
pelos últimos com a devida diligência (duty of care) e, principalmente, com lealdade
(duty of loyalty) (La Porta et. al., 2000). A perspectiva de Governança Corporativa
está intimamente ligada com a Perspectiva da Agência, que se refere à separação
entre proprietário e controlador (SHLEIFER; VISHNY ,1997). Assim, um sistema de
governança estabelece mecanismos, estruturas e incentivos, que compõem o
sistema de controle de gestão da empresa e direciona o comportamento dos
administradores para o cumprimento dos objetivos estipulados pelos
acionistas/proprietários (MARTIN, 2004).
2.3 – Governança da Tecnologia da Informação
Desde a introdução de TI nas organizações, acadêmicos e profissionais de TI
tem conduzido pesquisas, desenvolvido teorias e melhores práticas nesta emergente
área de conhecimento (PETERSON apud GREMBERGER et. al 2004). Nesta
evolução, uma variedade de conceitos e definições de GTI surgiu. Abaixo algumas
definições citadas por Gama e Martinello (2006):
“Capacidade organizacional de controlar a formulação e implementação da estratégia de TI e guiar a mesma na direção adequada com o propósito de gerar vantagens competitivas para a corporação” (THE MINISTRY OF INTERNATIONAL TRADE AND INDUSTRY, 2003).
“Governança de TI é de responsabilidade do Corpo de Diretores e Gerencial. GTI integra a Governança da Empresa e consiste em mecanismos de liderança, estrutura organizacional e processos que garantem que a TI da organização mantém e alcançam as estratégias e objetivos da organização” (BOARD BRIEFING ON IT GOVERNANCE, 2006).
“Governança de TI é a capacidade organizacional exercida pela Diretoria, Gerência Executiva e Gerência de TI para controlar a formulação e implementação da estratégia de TI e neste caminho assegurar a fusão do negócio e TI” (GREMBERGER et. al., 2004).
“Governança de TI é o modelo como as decisões são tomadas e responsabilidades direcionadas para encorajar um comportamento desejável no uso de TI” (WEILL, ROSS, 2004).
Embora as definições acima sejam diferentes em alguns aspectos, elas têm
como foco principal o mesmo assunto: a ligação entre negócio e TI. A definição de
Governança de TI do ITGI, contudo, também explicita que a Governança de TI é
parte integrante da Governança Corporativa. Embora a definição de Weill e Ross
(2004) não cite diretamente a questão do alinhamento com o negócio da empresa,
Weill[2] (2004), no artigo “Don’t Just Lead, Govern, How Top-Performing Firms
govern IT” enfatiza que “comportamento desejável”, é aquele consistente com a
missão, estratégia, valores, normas e cultura da organização. Comportamento
Desejável também abrange a promoção de empreendedorismo, compartilhamento e
reuso de recursos de TI com o objetivo de reduzir custos. Ou seja, o conceito de
Weill e Ross (2004) também preconiza o alinhamento entre TI e o negócio da
empresa.
2.3.1 – Governança Corporativa e Governança de TI
A Definição de Governança de TI proposta pelo IGTI expressa que
“Governança de TI é de responsabilidade da Diretoria e Gerência Executiva e que a
Governança de TI faz parte da Governança da Empresa”. A Figura 1 abaixo mostra
a ligação entre Governança Corporativa e Governança de TI, proposta pelo CISR do
MIT Sloan School, onde se percebe que TI é um dos ativos controlados pela
Governança Corporativa. Na parte superior do modelo, são evidenciados os
relacionamentos entre a diretoria da empresa com acionistas, stakeholders, práticas
de monitoramento e de disclosure para compor a GC. Os executivos da empresa,
como agentes da diretoria articulam estratégias e ações para gerar o comportamento
desejável que possibilite que as diretrizes da diretoria sejam concretizadas. Para
implementar esta estratégia, é necessária a governança adequada dos ativos da
empresa, dentre eles a Tecnologia da Informação (WEILL; ROSS, 2004).
Figura 1 – Relacionamento entre Governança Corporativa e Governança de TI Fonte: WEILL et al., 2004.
De acordo com Shleifer and Vishny, as questões típicas de Governança
Corporativa são: Como os financiadores se asseguram de que os gestores vão dar
retorno de seus investimentos? Como os financiadores se asseguram de que os
gestores não vão expropriar o capital que investiram ou investir em projetos ruins?
Como os financiadores controlam os gestores? Tais perguntas podem ser
desdobradas para outras áreas da organização, tornando-se mais específicas e
mantendo o alinhamento com a GC. Na Tabela 1, citamos a adaptação destas
perguntas para a área de TI (GAMA; MARTINELLO, 2006).
Tabela 1 - Questões da Governança Corporativa e Governança de TI
Questões de Governança Corporativa Questões de Gove rnança de TI
Como os financiadores se asseguram de que os gestores vão dar retorno de seus investimentos ?
Como a diretoria assegura que o CIO e a estrutura de TI irão agregar valor para a organização?
Como os financiadores se asseguram de que os gestores não vão expropriar o capital que investiram ou investir em projetos ruins?
Como a diretoria se assegura de que o CIO e a estrutura de TI não irão expropriar o capital investido ou investir em projetos ruins?
Como os financiadores controlam os gestores?
Como a diretoria controla o CIO e a estrutura de TI?
Fonte: HAES et al, 2004. Baseado em: SHLEIFER A. AND VISHNY W., 1997, A survey on corporate governance, The Journal of Finance, v. 52, n. 2
2.3.2 – Governança de TI e Gerenciamento de TI
Uma importante e comum preocupação da GTI é a ligação entre a TI e os
objetivos atuais e futuros da organização. Esta preocupação nos remete a refletir
sobre as diferenças entre Governança de TI e Gerenciamento de TI, que nem
sempre são claras (GREMBERGER et. al, 2004). Esta distinção pode ser melhor
visualizada na Figura 2.
Gerenciamento de TI tem como foco o fornecimento efetivo de serviços e
produtos de TI internos e o gerenciamento das operações de TI no presente. A GTI
por sua vez é mais abrangente e concentra-se no desempenho e transformação de
TI, para atender demandas atuais e futuras do negócio da corporação (foco interno)
e negócio do cliente (foco externo). “Isto não diminui a importância e complexidade
do Gerenciamento de TI, ..., mas enquanto o Gerenciamento de TI e fornecimento
de serviços de TI e produtos podem ser realizados por um fornecedor externo, a
Governança de TI é específica da organização, e direção e controle sobre TI não
podem ser delegados para o mercado” (PETERSON (2003) apud GREMBERGER
et. Al (2004)).
Figura 2 – Governança de TI e Gerenciamento de TI Fonte: Gremberger et. al., 2004.
2.3.3 – Domínios de Governança de TI
A GTI, está relacionada a dois focos: o Valor dos Serviços de TI para o
Negócio e Mitigação dos Riscos de TI. O primeiro item é suportado pelo alinhamento
estratégico entre TI e o Negócio. O segundo é suportado pela forma como as
responsabilidades na empresa são divididas. Ambos os focos precisam ser
suportados por recursos e medidas adequados para que os resultados desejados
sejam alcançados (GAMA; MARTINELLO, 2006).
Para suportar os focos acima a GTI lida com cinco domínios, todos alinhados
com as diretrizes dos stakeholders, dos quais dois são resultados: Valor de TI e
Interna
Externa
Presente Futura
Orientação noTempo
Orientação Negócio
Gerenciamentode TI
Governançade TI
Interna
Externa
Presente Futura
Orientação noTempo
Orientação Negócio
Gerenciamentode TI
Governançade TI
Gerenciamento de Risco e três são direcionadores: Alinhamento Estratégico,
Gerenciamento de Recursos e Medidas de Performance (Board Briefing on IT
Governance, 2 Edição).
A Figura 3 abaixo mostra graficamente a relação entre os domínios da GTI.
Figura 3 – Áreas de Domínio da Governança de TI Fonte: Board Briefing on IT Governance, 2006.
A seguir, apresenta-se um resumo sobre o objetivo de cada um dos domínios,
conforme o “Board Briefing on IT Governance”:
• Alinhamento Estratégico
O domínio Alinhamento Estratégico tem como objetivo manter o alinhamento entre
as soluções de TI e o negócio da empresa.
• Valor de TI
O domínio Valor de TI tem como objetivo otimizar os custos dos investimentos de TI
e o retorno dos mesmos.
Gerenciamento Risco
Valor TI
Performance
DirecionamentoStakeholders
Alinhamento Estratégico
Gerenciamento Recursos
Gerenciamento Risco
Gerenciamento Risco
Valor TIValor TI
PerformancePerformance
DirecionamentoStakeholders
DirecionamentoStakeholders
Alinhamento Estratégico
Alinhamento Estratégico
Gerenciamento Recursos
• Gerenciamento de Risco
O domínio Gerenciamento de Risco tem como objetivo assegurar a proteção dos
ativos de TI, recuperação de informações em caso de desastres e manter a
continuidade da operação dos serviços de TI.
• Gerenciamento de Recursos
O domínio Gerenciamento de Recursos tem como objetivo otimizar o conhecimento
e infra-estrutura de TI.
• Medidas de Performance
O domínio Medidas de Performance tem como objetivo acompanhar a entrega dos
projetos de TI e monitorar os serviços de TI.
2.3.4 – Tomada de Decisão de TI
Para Weill; Ross (2004) a “Governança de TI especifica os direitos e as
alçadas de decisão e a matriz de responsabilidades para incentivar o
comportamento desejado e necessário no uso de TI por toda organização”. Uma
Governança de TI efetiva visa responder adequadamente as três questões a seguir.
Os autores propõem a matriz de decisão, os responsáveis e os tipos de decisão
conforme apresentado na figura 4.
Figura 4 – Matriz de Arranjos de Governança – Quais Arquétipos de Governança são usados por diferentes tipos de decisão? Fonte: Weill, Ross (2004).
• Quais as decisões precisam ser tomadas para garantir o uso e o
gerenciamento efetivo de TI?
• Quem é responsável pelos diversos níveis de decisão da TI?
• Como as decisões serão implantadas e controladas?
Decisões de TI:
Princípios de TI - Esclarecendo o papel de negócio da TI.
Arquitetura de TI
- Definindo os requisitos de integração e padronização.
Estratégias de Infra-estrutura de TI
- Determinando serviços compartilhados e de suporte.
Necessidades de aplicações de negócio
- Especificando a necessidade comercial de aplicações de TI compradas ou desenvolvidas internamente
Investimentos e priorização de TI
- Escolhendo quais iniciativas financiar e quanto gastar.
Arquétipos (identifica as partes interessadas na tomada de decisão)
Monarquia de Negócios
- A diretoria
Monarquia de TI - Os especialistas em TI
Feudalismo - Cada unidade de negócio toma decisões independente
Federalismo - Combinação entre o centro corporativo e as unidades de negócio, com ou sem o envolvimento do pessoal de TI.
Duopólio de TI - O grupo de TI e algum outro grupo (por exemplo, a alta gerência ou líderes das unidades de negócios).
Anarquia - Tomada de decisões individual ou por pequenos grupos
2.3.5 – Metodologias para Suporte a Governança TI
É comum as organizações que estão desenvolvendo seus processos de
Governança de TI se depararem com uma diversidade de modelos de qualidade e
governança à sua disposição. Surge então a primeira dúvida: qual modelo seguir?
Na edição especial da Revista Computer World de maio de 2004, Terzian (2004) cita
que, embora haja alguma sobreposição entre esses modelos, na maior parte dos
casos eles não entram em conflito e podem até mesmo serem complementares.
Assim, as empresas podem utilizar mais de um modelo, ou adaptar os modelos
existentes para sua necessidade.
Nas próximas sessões serão apresentados alguns dos modelos e
metodologias utilizados como suporte a GTI, conforme edição especial da Revista
Computer World.
2.3.5.1 - CobiT - Control Objectives for Information and Related Technology
O CobiT - Control Objectives for Information and Related Technology - foi
desenvolvido na década de 90 pela ISACA - Information System Audit and Control
Association - e pode ser traduzido como Objetivos de Controle para a Informação e
Tecnologia. Ele permite, basicamente, que a empresa tenha uma visão geral da
importância da área de TI. Como sua estrutura se baseia em indicadores de
performance, pode-se monitorar o quanto a Tecnologia da Informação está
agregando valores aos negócios da organização (CACIATO, 2004). A metodologia
COBIT é voltada para três níveis distintos. Para os gerentes, que necessitam avaliar
os riscos e controlar os investimentos de TI; os usuários, que precisam assegurar a
qualidade dos serviços prestados para clientes internos e externos; e os auditores,
que necessitam avaliar o trabalho de gestão de TI e aconselhar o controle interno da
organização (CACIATO, 2004).
2.3.5.2 - ITIL - Information Technology Infrastruct ure Library
O ITIL, Information Technology Infrastruture Library, foi criado no final dos
anos 80 pela Central Computing and Telecommunications Agency para o governo
britânico, reunindo um conjunto de recomendações divididas em dois blocos: suporte
de serviços (service support), que inclui cinco disciplinas e uma função; e entrega de
serviços (service delivery), com mais cinco disciplinas (CACIATO, 2004). O foco
deste modelo é descrever os processos necessários para gerenciar a infra-estrutura
de TI eficientemente e eficazmente, de modo a garantir os níveis de serviço
acordados com os clientes internos e externos. O ITIL proporciona melhores práticas
para a central de atendimento, gerenciamento de incidentes, de problemas e
gerenciamento financeiro para serviços de TI (CACIATO, 2004).
2.3.5.3 - PMI (Project Management Institute)
O PMI (Project Management Institute) é uma organização sem fins lucrativos
de profissionais da área de gerenciamento de projetos. Visa promover e ampliar o
conhecimento existente sobre gerenciamento de projetos assim como melhorar o
desempenho dos profissionais e organizações da área. As definições e processos
do PMI estão publicados no PMBOK (Guide to the Project Management Body of
Knowledge). Esse manual define e descreve as habilidades, ferramentas e técnicas
para o gerenciamento de um projeto. Este compreende cinco processos – Início,
Planejamento, Execução, Controle e Fechamento, bem com nove áreas de
conhecimento: Integração, Escopo, Tempo, Custo, Qualidade, Recursos Humanos,
Comunicação, Análise de Risco e Aquisição.
2.3.5.5 - CMM - Capability Maturity Model for software
O modelo CMM – Capability Maturity Model foi produzido pelo SEI (Software
Engineering Institute) da Universidade Carnegie Mellon (CMU), em Pittsburgh, EUA,
por um grupo de profissionais de software, sendo a 1ª versão lançada em 1991.
Surgiu da necessidade de atender a uma demanda do governo dos EUA, a criação
de um método para avaliar a capacitação de seus fornecedores de software. Em
setembro de 1987, o SEI lançou uma breve descrição de um ambiente de
maturidade de processo de software e desenvolveu dois métodos (1 - avaliação do
processo de software, e 2 - avaliação da capacidade de software) e um questionário
de maturidade para avaliar a maturidade do processo de software. Após quatros
anos de experiência com o ambiente de maturidade do processo de software e o
questionário de maturidade, o SEI evoluiu esse ambiente de maturidade para o CMM
– Modelo de Maturidade da Capacitação (SILVA; OLIVEIRA, 2003).
O CMMI, Capability Maturity Model Integration, apresentado recentemente
pelo Software Engineering Institute, é um modelo de maturidade de processo mais
abrangente que combina CMM for software com disciplinas mais amplas nas áreas
de engenharia de sistemas e desenvolvimento de produtos.
2.3.5.6 - ISO 9000
A International Standards Organization (ISO) 9000 é um conjunto de padrões
auditáveis de alto nível voltados ao cliente (ISO 9000, 9001 e 9004) para sistemas
de gerenciamento de qualidade. Destinado a garantir controle, repetibilidade e boa
documentação de processos (não de produtos). De acordo com Terzian (2004),
como pontos fortes da ISO, tem-se o fato de ser uma norma bem estabelecida e
amadurecida. A ISO 9000 tem prestígio global e pode ser aplicada em toda a
corporação. Cobre desenvolvimento de software, operações e serviços de TI.
2.3.5.7 - Sarbanes Oxley
O escopo da legislação federal "The U.S. Public Company Accounting Reform
and Investor Protection Act of 2002", mais conhecida como Sarbanes-Oxley Act of
2002, se insere no âmbito da governança corporativa. Rígidos parâmetros legais
foram impostos às companhias de capital aberto e suas subsidiárias cujas ações são
negociadas em Bolsas ( NYSE e Nasdaq). De acordo com Peixoto (2005), verificam-
se dois pontos de preocupação imediata no que toca o uso da tecnologia da
informação inserido no âmbito da Sarbanes-Oxley: Segurança de sistemas de
informação e Controle de registros.
2.3.5.8 - Modelo de Maturidade do Alinhamento Estra tégico entre os Negócios e a TI
Um processo de Governança de TI pode utilizar metodologias diferentes tais
como CobiT, ITIL, Seis Sigma e outras, de forma a se complementarem e
amenizarem suas limitações. No entanto, o processo de Governança de TI deve
fazer uso destas metodologias de maneira alinhada ao negócio. De acordo com
Rezende (2002), as organizações que alcançam o alinhamento do Plano Estratégico
da Tecnologia da Informação (PETI) ao Planejamento Estratégico Empresarial (PEE)
podem construir uma vantagem competitiva estratégica que lhes proporcionará
maior visibilidade e inteligência nos negócios.
Segundo Luftman (2003), pelo estágio em que a TI se encontra nas
organizações, embora com dificuldades, o alinhamento entre os negócios e a TI
existe em algum nível. Luftman propôs um modelo de avaliação do nível de
maturidade do alinhamento que pretende fornecer uma abrangente e integrada
abordagem para as organizações avaliarem o alinhamento dos negócios com a TI,
em termos de onde a empresa se encontra e o que pode ser feito para melhorar o
alinhamento. O resultado da avaliação tem como objetivo fornecer à organização o
roteiro que identifica as oportunidades para a melhoria da harmonia do
relacionamento entre os negócios e a TI, objetivando a agregação de valor aos
negócios.
Os critérios de maturidade do Modelo de Alinhamento Estratégico de Luftman
são resumidos em Junior (2004). Segundo ele, o autor do modelo definiu que cada
nível de maturidade do alinhamento entre os negócios e a TI contempla seis
construtos, de acordo com a figura 5 abaixo.
Critérios de Alinhamento entre TI e o Negócio
ComunicaçãoCompetência
Medidas de ValorGovernança
ParceriaEscopo e
ArquiteturaHabilidades
Critérios de Alinhamento entre TI e o Negócio
ComunicaçãoCompetência
Medidas de ValorGovernança
ParceriaEscopo e
ArquiteturaHabilidades
Figura 5 - Modelo Luftman
Fonte: Junior (2004).
2.3.5.9 – Balanced Scorecard
O Balanced Scorecard foi desenvolvido por Robert Kaplan e David Norton no
início da década de 90, constituindo-se num novo modelo de gestão estratégica,
baseado em indicadores financeiros e não-financeiros vinculados à estratégia
organizacional e divididos em quatro perspectivas de avaliação: perspectivas
Financeira, dos Clientes, dos Processos Internos e do Aprendizado e Crescimento
(KAPLAN, NORTON, 1997).
O conceito do BSC tem sido aplicado nos processos de Tecnologia da
Informação. Considerando que a área de TI é provedora de serviços internos, Haes
et al. (2004) sugere que as perspectivas propostas originalmente pela metodologia
do BSC devem ser mudadas para Contribuição com a Corporação, Orientação para
Usuários, Excelência Operacional e Orientação para o Futuro. Haes et al. (2004) cita
também que a ligação entre o BSC Corporativo e o BSC da área de TI, conforme
Figura 6, é considerado um mecanismo de suporte para a Governança de TI.
BSCCorporativo
BSCEstratégico de TI
BSC TIDesenvolvimento
BSC TIOperacional
BSCCorporativo
BSCCorporativo
BSCEstratégico de TI
BSC TIDesenvolvimento
BSC TIOperacional
BSCCorporativo
Figura 6 – Balanced Scorecards em TI
Fonte: Information Systems Controle Journal, V. 1, 2004
2.3.6 – Alinhamento da Área de TI
No livro “Alinhamento – Utilizando o Balanced Scorecard para criar sinergias
corporativas”, Kaplan e Norton (2005) mostram como as corporações criam valor
para os acionistas, alinhando suas unidades de negócio com a estratégia
corporativa. Mas, de acordo com os autores, as organizações também são fontes de
valor ao alinharem suas unidades de apoio com as estratégias das unidades de
negócio. Ainda que essa observação pareça óbvia, a maioria das organizações não
trabalha bem na tentativa de promover tal alinhamento. Tais alinhamentos
constituem a principal justificativa econômica para a preservação de unidades
internas de serviços compartilhados, em vez da terceirização de tais atividades para
provedores de baixo custo.
Com o objetivo de auxiliar no alinhamento entre TI e as áreas de negócio,
kaplan e Norton (2005) propuseram um modelo de Mapa Estratégico de TI. O mapa
proposto tem como objetivo manter TI competente nos serviços básicos
indispensáveis e desenvolver as capacidades para colaborar com as unidades de
negócio, oferecendo-lhes serviços, soluções e tecnologias personalizadas, que
reforcem suas estratégias. Esse posicionamento estratégico desloca o debate, de
quanto gastar com tecnologia da informação para quanto investir em TI para
promover a agenda estratégica da organização (KAPLAN; NORTON, 2005). Assim,
de acordo com o mapa:
• A perspectiva financeira reflete os objetivos de reduzir os custos unitários do
fornecimento de serviços básicos de TI, e ao mesmo tempo, também melhorar
os resultados da corporação, por meio da utilização eficaz de produtos e
serviços de TI.
• O sucesso no fornecimento dos serviços de infra-estrutura e aplicativos é
medido, na perspectiva dos clientes, em dois níveis: (1) O nível de competência
básica: prestação de serviços de TI confiáveis e de alta qualidade, a custos
competitivos e (2) o nível de contribuição com valor agregado, no qual a área de
TI ajuda as unidades de negocio a se tornarem mais produtivas e lucrativas, o
que as transforma em componente vital do sucesso das estratégias e
diferenciação das unidades de negócio.
• A perspectiva dos processos internos abrange três temas estratégicos:
1. Alcançar excelência operacional por meio do acesso a informações oportunas
e exatas e a recursos computacionais confiáveis, a preços razoáveis.
2. Criar e apoiar parcerias com as unidades de negócio.
3. Oferecer apoio estratégico aos negócios.
• A perspectiva de aprendizagem e crescimento identifica as habilidades críticas
necessárias para que a equipe de TI contribua para a execução da tríplice
estratégia de excelência operacional, parceira com os negócios e soluções
características de liderança setorial.
3 – Estrutura do Estudo sobre Governança de TI
3.1 – O Modelo de Pesquisa
O modelo de pesquisa apresentado nas figuras 7, 9 e 10, retratam as
principais questões do trabalho. Conceitualmente e de maneira descritiva o modelo
se subdivide em três partes.
A primeira parte do modelo, retratada na figura 7 mostra como iremos calcular
o nível de Governança de TI. Embora na sessão 2.3.5 (mais especificamente 2.3.5.1
e 2.3.5.8) tenham sido apresentadas outras formas de se obter o nível de
Governança de TI, optamos pela forma que será detalhada abaixo por ser mais
objetiva. Basicamente, o modelo aborda as questões que são consideradas
importantes no setor da empresa e que estão relacionados a TI e os fatores que
influenciam estas questões. De acordo com Weill e Ross (2004) as questões do
bloco “Importância” avaliam a importância de resultados específicos de TI e as
questões do bloco “Influência” avaliam em que medida a Governança de TI contribui
para atingir esses resultados.
Figura 7 – Parte I do Modelo de Pesquisa: Nível de Governança
Como nem todas as firmas atribuem a mesma importância aos resultados, as
respostas da primeira questão servem para atribuir peso às respostas da segunda.
Em seguida, a pontuação ponderada pelos pesos das quatro questões é somada e
dividida pela pontuação máxima atingível pela empresa. Matematicamente, portanto,
o desempenho da governança =
Figura 8 – Fórmula de Cálculo do Nível de Governança de TI
Uma vez que há quatro objetivos, a pontuação máxima para todas as
empresas é 100 e a mínima é 20.
A segunda parte do modelo, retratada na figura 9, analisa se o modelo de
gerenciamento do setor de TI influencia no nível de Governança de TI.
NívelGovernança
TI
Importância
Uso da TI com boa
relação custo/benefício
Uso eficaz da TI para o
crescimento do seu setor
Uso eficaz da TI para a
utilização dos ativos
Uso eficaz de TI para
flexibilidade dos negócios
Influência
Uso da TI com boa
relação custo/benefício
Uso eficaz da TI para o
crescimento do seu setor
Uso eficaz da TI para a
utilização dos ativos
Uso eficaz de TI para
flexibilidade dos negócios
( ∑n=1 a 4 (Importância do Resultado {Q1}) * Influência da Governança de TI {Q2} )) *100
( ∑n=1 a 4 (5 * (Importância do Resultado))
( ∑n=1 a 4 (Importância do Resultado {Q1}) * Influência da Governança de TI {Q2} )) *100
( ∑n=1 a 4 (5 * (Importância do Resultado))
Figura 9 - Parte II Modelo: Influência do Modelo Gerenciamento no Nível de GTI
A terceira parte do modelo, retratada na figura 10, analisa se a divisão de
responsabilidades na tomada de decisão de assuntos relativos a TI (Princípios de TI,
Arquitetura de TI, Estratégia de Infraestrutura de TI, Necessidades das Aplicações
de TI e Investimentos em TI) influencia no nível de Governança de TI.
Figura 10 – Parte III Modelo: Influência da Distribuição de Tomada de Decisão no Nível de GTI
Modelo Gerenciamento Setor TI
Centralizado
Feudal
Federal
NívelGovernança
TI
Modelo Gerenciamento Setor TI
Centralizado
Feudal
Federal
NívelGovernança
TI
Divisão Responsabilidade
Monarquia de Negócio
Monarquia de TI
Duopólio
Feudalismo
Decisões
Princípios de TI
Arquitetura de TI
Estratégia de Infra-
estrutura de TI
Necessidades das
Aplicações de TI
Investimentos em TI
Federalismo
Anarquia
Tomada deDecisão
TI
NívelGovernança
TI
Divisão Responsabilidade
Monarquia de Negócio
Monarquia de TI
Duopólio
Feudalismo
Decisões
Princípios de TI
Arquitetura de TI
Estratégia de Infra-
estrutura de TI
Necessidades das
Aplicações de TI
Investimentos em TI
Federalismo
Anarquia
Tomada deDecisão
TI
NívelGovernança
TI
3.2 – Construtos
Para realização do trabalho, foram definidos alguns construtos, com a
intenção de fornecer uma definição, conceitual e operacional, e que permita a
mensuração das variáveis. Assim, temos os seguintes construtos:
Nível de Governança de TI: Trata a performance na Governança de TI,
considerando o modelo apresentado na sessão 3.2.
Modelo de Gestão de TI: Trata a forma como a área de TI esta estruturada,
podendo ser Centralizada, Feudal ou Federal. Na estrutura Centralizada a empresa
possui uma única área de TI, na estrutura Feudal a empresa possui diversas áreas
de TI que atuam de forma independente. Por último, na estrutura Federal a empresa
também possui diversas áreas de TI porém as mesmas atuam de forma integrada e
interdependente.
Responsabilidade de Decisões Estratégicas de TI: São consideradas
decisões estratégicas de TI os assuntos relacionados aos Princípios de TI,
Arquitetura de TI, Estratégia de Infraestrutura de TI, Necessidades das Aplicações
de TI e Investimentos em TI. As decisões relacionadas aos itens acima podem ser
tomadas por grupos distintos classificados em Monarquia de Negócios, Monarquia
de TI, Feudalismo, Federalismo, Duopólio de TI e Anarquia. Tais itens foram
detalhados na sessão 2.3.4.
Métricas de Performance de TI: São métricas operacionais da área de TI que
permitem acompanhar a performance deste setor. Existe uma diversidade de
métricas de TI, para este trabalho foram escolhidas as métricas: Consecução de
Projetos de TI, Consecução do Orçamento de TI e Variação no Prazo de Entrega
dos Serviços de TI. Consecução de Projetos de TI avalia a consecução entre os
projetos previstos e realizados, da mesma forma a Consecução do Orçamento de TI
avalia a consecução entre o Orçamento previsto e realizado. Por último, a variação
no prazo de entrega dos serviços de TI mede o percentual de atraso na entrega de
projetos e manutenções de sistemas de TI. Tais métricas foram selecionadas por
terem um caráter mais estratégico embora operacionais pois dizem respeito ao
principal produto das áreas de TI: projetos e manutenções e avaliam também como
andam os investimentos em TI.
3.3 – Variáveis
A partir dos construtos apresentados na sessão 3.3, foram definidas variáveis
que permitiram a mensuração dos dados. Além das variáveis baseadas nos
construtos, outras, descritivas, também são apresentadas.
A tabela 2 abaixo demonstra as variáveis descritivas do trabalho que vão
permitir uma melhor análise de algumas características das empresas.
Tabela 2 – Variáveis Descritivas
Descrição da Variável Nome da VariávelPorte da Empresa ( Pequena, Média, Grande) PORTETotal de Funcionários da Empresa TOTFUNCTotal de Funcionários da Área de TI TOTFUNCTIRegião Demográfica da Empresa REDEEMOrigem do Capital ORICAPSetor de Atividade da Empresa SEATEM
A tabela 3 abaixo demonstra as variáveis dos construtos do trabalho que vão
permitir uma melhor análise das hipóteses.
Tabela 3 – Variáveis dos Construtos
Construtos Valores Possíveis VariáveisNível de Governança de TI NGTI
CentralizadoFeudalFederalismoMonarquia de Negócios MONEMonarquia de TI MOTIFeudalismo FEUDFederalismo FEDRDuopólio de TI DUTIAnarquia ANAQPrincípios de TI ATDPTIArquitetura de TI ATDATIEstratégia de Infraestrutura de TI ATDETINecessidades das Aplicações de TI ATDNATIInvestimentos em TI ATDITIConsecução Projetos TI 2005 CPTIConsecução Orçamento TI 2005 COTIPercentual de Atrasos nos Projetos/Manutenções TI
PAMPTIMétricas Operacionais de TI
MGTIModelo de Gestão de TI
Responsabilidades de Decisões de TI
Aspectos de TI
3.4 – Hipóteses
Com base nas questões e no modelo de pesquisa, foram elaboradas as
hipóteses que visam validar o modelo. Para melhor apresentação e compreensão,
as hipóteses foram divididas em três subgrupos e foram criadas representações
gráficas para os modelos de hipóteses.
3.4.1 – Hipóteses sobre o Nível de Governança e Mét ricas Operacionais de TI
O primeiro grupo de hipóteses é composto por 3 (três) hipóteses que tem
como objetivo verificar se o Nível de Governança de TI influencia nos resultados das
métricas operacionais de TI. As métricas operacionais de TI das organizações, em
geral estão alinhadas com o Mapa Estratégico da área de Tecnologia da Informação,
também denominados BSC de TI. As métricas escolhidas seguem uma parte do
mapa estratégico de TI sugerido por Norton e Kaplan (2006).
Em função de tempo e também de facilidade da obtenção dos dados para o
trabalho, restringimos a análise a três indicadores. Procuramos, no entanto,
selecionar métricas que atendessem as perspectivas: Financeira, Cliente e Processo
Internos (conforme sessão 2.3.5.9). Para cada perspectiva, selecionamos um
objetivo estratégico. Respectivamente foram escolhidos os objetivos: “Garantir a
disciplina orçamentária”, “Atender às necessidades das unidades de negócio com
ferramentas analíticas de TI” e “Gerenciar a qualidade dos serviços, cumprir prazos
de entrega”. Posteriormente, para cada objetivo foi criada uma métrica que
expressasse o mesmo. Assim, respectivamente temos as métricas: Consecução de
Orçamento de TI, Consecução dos Projetos de TI e Percentual de Atrasos em
Projetos e Manutenções.
Para um melhor entendimento das hipóteses, retratamos as mesmas em um
modelo gráfico, conforme figura 11 abaixo:
Figura 11 - Hipóteses sobre NGTI e Métricas Operacionais de TI
Assim, seguem as hipóteses:
H1 : A média da consecução dos projetos de TI entre os agrupamentos de
Nível de Governança é igual.
AgrupamentoNível
Governança
Consecução Projetos TI
PerformanceMétricas Operacionais
Consecução Orçamento TI
H1
H3
Atraso Projetos/Manutenções
H2AgrupamentoNível
Governança
Consecução Projetos TI
PerformanceMétricas Operacionais
Consecução Orçamento TI
H1H1
H3H3
Atraso Projetos/Manutenções
H2
H2 : A média da consecução do orçamento de TI entre os agrupamentos de
Nível de Governança TI é igual.
H3 : A média do percentual de atrasos dos projetos e manutenções de TI,
entre os agrupamentos de Nível de Governança de TI é igual.
3.4.2 – Hipóteses sobre a Influência do Modelo de G erenciamento no Nível de GTI
O segundo grupo de hipóteses é composto pelas hipóteses que buscam
validar a parte III do modelo de pesquisa, através da verificação da influência do
Modelo de Gestão do Setor de TI no Nível de Governança de TI. Como o modelo de
pesquisa propõe três modos de gerenciamento do setor de TI, foi formulada uma
hipótese que verifica a associação entre estes modelos e o nível de governança de
TI, conforme ilustrado na figura 12.
Figura 12 - Hipóteses sobre Influência do Modelo Gerenciamento no NGTI
Assim, segue a hipótese:
H4 : A média do Nível de Governança de TI entre os agrupamentos de
Modelo de Gerenciamento de TI é igual.
Centralizado
Modelos GestãoSetor TI
Feudal
Federal
AgrupamentoNível
Governança
Centralizado
Modelos GestãoSetor TI
Feudal
Federal
AgrupamentoNível
Governança
3.4.3 – Hipóteses sobre a Influência da Distribuiçã o das Responsabilidades na Tomada de Decisão no Nível de GTI
O terceiro grupo de hipóteses é composto pelas hipóteses que buscam validar
a parte II do modelo de pesquisa, através da verificação da influência da Distribuição
das Responsabilidades na Tomada de Decisão no Nível de Governança de TI. Como
o modelo de pesquisa propõe três modos de gerenciamento do setor de TI, foram
formuladas cinco hipóteses que verificam a associação entre estes modelos e o nível
de Governança de TI, conforme ilustrado na figura 13.
Figura 13 – Hipóteses sobre NGTI e Métricas Operacionais de TI
Assim, seguem as hipóteses:
H5 : A média do Nível de Governança de TI entre os agrupamentos de forma
de decisão sobre Princípios de TI é igual.
H6 : A média do Nível de Governança de TI entre os agrupamentos de forma
de decisão sobre Arquitetura de TI é igual.
H7 : A média do Nível de Governança de TI entre os agrupamentos de forma
de decisão sobre Estratégia de Infraestrutura de TI é igual.
Responsáveis
Monarquia de Negócio
Monarquia de TI
Duopólio
Feudalismo
Decisões
Princípios de TI
Arquitetura de TI
Estratégia de Infra
estrutura de TI
Necessidades das
Aplicações de TI
Investimentos em TI
Federalismo
Anarquia
Responsáveis
Monarquia de Negócio
Monarquia de TI
Duopólio
Feudalismo
Decisões
Princípios de TI
Arquitetura de TI
Estratégia de Infra
estrutura de TI
Necessidades das
Aplicações de TI
Investimentos em TI
Federalismo
Anarquia
...
...
...
AgrupamentoNível
Governança
H8 : A média do Nível de Governança de TI entre os agrupamentos de forma
de decisão sobre Necessidades das Aplicações de TI é igual.
H9 : A média do Nível de Governança de TI entre os agrupamentos de forma
de decisão sobre Investimentos de TI é igual.
3.5 - Método de Pesquisa
As sub-sessões seguintes, descrevem o método adotado para aplicação da
pesquisa.
3.5.1 – Questionário
O questionário constitui hoje uma das mais importantes técnicas disponíveis
para obtenção de dados nas pesquisas sociais. Pode-se definir questionário como a
técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de
questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento
de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas,
etc (GIL, 1995).
De acordo com Gil (1995), o questionário apresenta uma série de vantagens
tais como:
a. Possibilita atingir um grande número de pessoas, mesmo que estejam
geograficamente dispersas, pois pode ser enviado via correio, e-mail
ou disponibilizado na internet.
b. Permite que as pessoas respondam no momento que julgarem
conveniente
Mas, o questionário também apresenta algumas limitações tais como:
a. Impede auxilio ao informante quando este não entende corretamente
instruções e perguntas
b. Não oferece garantia de que as maiorias das pessoas devolvam-no
devidamente preenchido, o que pode implicar em significante redução
da amostra.
Como o trabalho possui caráter exploratório - uma vez que busca identificar
relações entre o Nível de Governança de TI e a Performance da Métricas
Operacionais de TI, influência do Modelo de Gerenciamento do Setor de TI no Nível
de Governança de TI e influência da Distribuição de Responsabilidades de Tomada
de Decisão no Nível de Governança de TI - a utilização de questionário é adequada.
3.5.2 – Aplicação do Questionário pela Internet
Com o objetivo de alcançar um público maior, o trabalho será realizado
mediante aplicação de um questionário via internet. Para isso foi construída uma
página web utilizando a ferramenta FrontPage 2000. A página com o questionário
encontra-se disponível na URL: http://www.cordis.com.br/pesquisa/. O aviso sobre os
questionários será enviado via e-mail. O Apêndice “A” mostra a estrutura do
questionário, o Apêndice “B” mostra o layout do website divulgado. E o Apêndice “C”
a versão do questionário em excel.
3.5.3 – Universo e Amostra
O universo de amostras deste trabalho é formado por empresas do Brasil que
utilizam serviços de Tecnologia da Informação e que possuem um setor ou equipe
para lidar com as demandas de tais serviços. O universo do trabalho não restringe
empresas em função do setor ou tamanho das mesmas. Em relação à localização
geográfica há uma restrição de que a empresa se localize no Brasil, o que não
significa que o capital da mesma deva ser nacional. Para alcançar um número maior
de empresas, fizemos um cadastro e enviamos mails sobre a pesquisa para listas
eletrônicas de grupos de TI tais como:
• Grupos de PMI ( Project Management Institute ) do Rio de Janeiro, São
Paulo, Amazonas e Distrito Federal
• Grupo de ITSM ( IT Service Management )
Foram enviadas também mensagens para o SAC ( Serviço de Atendimento
ao Consumidor ) de aproximadamente 40 empresas do Brasil, através do site
institucional das mesmas. E foram enviados mails diretamente para o setor de TI de
50 empresas brasileiras.
Responderam a pesquisa 33 empresas, porém consideramos apenas as
empresas que responderam todas as questões da pesquisa. Desta forma, a amostra
do trabalho foi composta por 30 empresas.
3.5.4 – Pré-Teste
Com o objetivo de analisar a viabilidade do trabalho e compreensão dos
respondentes sobre o questionário, após a elaboração do site da pesquisa, foi
realizado um pré-teste junto a algumas empresas. O pré-teste contou com o retorno
de 13 (treze) respondentes de empresas do Brasil. Através do pré-teste percebeu-se
que o questionário estava estruturado de forma compreensível para o entendimento
dos respondentes. Os dados do pré-teste foram aproveitados na pesquisa, pois os
dados informados pelos respondentes estavam qualificados e completos.
3.6– Métodos e Técnicas de Análise
3.6.1 – Teste de Kruskal Wallis
O teste de Kruskal-Wallis é extremamente útil para decidir se K amostras
(K>2) independentes provêm de populações com médias iguais. O teste não exige a
homogeneidade das variâncias, que as amostras tenham sido tomadas ao acaso e
que tenham distribuição normal. Os procedimentos para a realização do teste são:
a. Dispor em ordem crescente, as observações de todos os K grupos,
atribuindo-lhes postos de 1 a n. Caso haja empates, atribuir o posto médio.
b. Determinar o valor da soma dos postos para cada um dos K grupos.
c. Realizar o teste:
a. H0: As médias dos K grupos são iguais,
b. H1: Há pelo menos um par diferente
c. Fixar α. Escolher uma variável Qui-Quadrado com φ = K-1.
d. Calcular a estatística H.
e. Conclusão:
Se H < Qui-Quadrado, não podemos rejeitar H0
Se H > Qui-Quadrado, rejeitamos H0, concluindo, com risco φ, que há
diferença entre as médias dos K grupos.
Para realizar o teste K-Wallis foi utilizada a ferramenta Analyse-IT da
MicroSoft, que é um módulo adicional de análise de dados do excel.
4 – Resultados
As análises e os resultados foram divididos em duas partes: análises
descritivas e testes de hipóteses.
A primeira parte se caracteriza por uma análise descritiva da amostra, cujo
objetivo principal é fornecer uma visão geral das empresas que participaram do
trabalho.
Na segunda parte da análise dos resultados foram testadas as hipóteses
apresentadas no Capítulo 3 bem como as conclusões obtidas.
4.1– Análise Descritiva das Empresas
4.1.1 – Porte das Empresas
Para a definição de porte das empresas foi adotado o critério utilizado pela
FIESP/CIESP (FIESP/CIESP, 2004) e que se baseia no número de funcionário da
empresa, na seguinte forma:
• Microempresa: até 9 funcionários
• Pequena: de 10 até 99 funcionários
• Média: de 100 até 499 funcionários
• Grande: a partir de 500 funcionários
Conforme distribuição de freqüência por porte de empresa, mostrada na
tabela 4 percebe-se uma maior presença ( 67% ) das empresas de grande porte no
trabalho.
Tabela 4 – Porte das Empresas
Análise Porte FrequênciaFrequência
Relativa Percentual
Grande 20 0,67 67%Média 3 0,10 10%Pequena 7 0,23 23%Microempresa 0 0,00 0%Total 30 1,00 100%
4.1.2 – Número de Funcionários
A distribuição de freqüência, apresentada na tabela 5, foi elaborada a partir do
número de funcionários das empresas, informado pelos respondentes. O objetivo
desta análise é detalhar o número de funcionários das empresas principalmente das
empresas de Grande Porte. Pode-se observar uma concentração de 40% das
empresas com porte expressivamente grande, entre 1000 e 4999 funcionários.
Tabela 5 – Número de Funcionários das Empresas
N° Funcionários FrequênciaFrequência
RelativaPercentual
De 10 a 99 7 0,23 23%De 100 a 499 3 0,10 10%De 500 a 999 2 0,07 7%De 1000 a 4999 12 0,40 40%De 5000 a 9999 4 0,13 13%A partir de 10000 2 0,07 7%Total 30 1,00 100%
Na tabela 6, temos a distribuição de freqüência de “Funcionários de TI por
Funcionários da Empresa”, onde se observa que a maioria das empresas que
participaram do trabalho possui menos de 5% de relação entre funcionários de TI e
funcionários da empresa. Ou seja, 0,05 funcionários de TI para atender 1 funcionário
da empresa. Esta informação demonstra que na amostra analisada o setor de TI
conta com um quadro reduzido de funcionários.
Tabela 6 – Número de Funcionários de TI por Funcionários das Empresas
Funcionários de TI porFuncionários da Empresa
FrequênciaFrequência
RelativaPercentual
Menor que 1% 2 0,07 7%Entre 1% e 4,99% 13 0,43 43%Entre 5% e 9,99% 7 0,23 23%Entre 10% e 14,99% 2 0,07 7%A partir de 15% 6 0,20 20%Total 30 1,00 100%
4.1.3 – Setor de Atividade
Na tabela 7, temos a distribuição de freqüência do Setor de Atividade das
empresas respondentes do questionário. Observa-se uma maior participação de
empresas do setor de Siderurgia e Consultoria de TI.
Tabela 7 – Setor de Atividade
Setor Atividade FrequênciaFrequência
RelativaPercentual
Siderurgia / Metal Mecânico 5 0,17 17%Consultorias de TI 9 0,30 30%Logística / Transporte 2 0,07 7%Saúde 1 0,03 3%Alimentos 1 0,03 3%Energia 2 0,07 7%Orgãos Públicos 3 0,10 10%Jurídico 1 0,03 3%Comunicação / Telecomunicação 3 0,10 10%Papel e Celulose 1 0,03 3%Comércio 2 0,07 7%Total 30 1,00 100%
4.1.4 – Origem do Capital
Na tabela 8, temos a distribuição de freqüência da Origem de Capital das
empresas respondentes, onde observamos que prevalecem as empresas com
capital de origem nacional, que representam mais da metade das empresas que
participaram da pesquisa.
Tabela 8 – Origem do Capital
Origem Capital FrequênciaFrequência
RelativaPercentual
Misto 2 0,07 7%Nacional 24 0,80 80%Internacional 4 0,13 13%Total 30 1,00 100%
4.1.5 – Região Demográfica
Na tabela 9, temos a distribuição de freqüência da região demográfica das
empresas que participaram da pesquisa. Conforme demonstrado na tabela, observa-
se que a maioria das empresas respondentes encontra-se na região sudeste.
Tabela 9 – Região Demográfica
Região Demográfica FrequênciaFrequência
RelativaPercentual
Nordeste 1 0,05 5%Sudeste 17 0,85 85%Sul 2 0,10 10%Total 20 1,00 100%
4.1.6 – Perfil Respondentes
Na tabela 10, temos a distribuição de freqüência do perfil dos respondentes
da pesquisa. Conforme demonstrado na tabela, observa-se que a maioria dos
respondentes é do setor de TI.
Tabela 10 – Perfil Respondente
Perfil Respondente FrequênciaFrequência
RelativaPercentual
Área de TI 22 0,73 73%Outras Áreas 8 0,27 27%Total 30 1,00 100%
4.2– Análise Descritiva do Modelo de Gerenciamento e Tomada de Decisão das Empresas
4.2.1 – Modelo de Gerenciamento
Na tabela 11 abaixo, apresentamos a distribuição de freqüência do Modelo de
Gerenciamento adotado pelas empresas que participaram da pesquisa. Conforme
demonstrado na tabela, observa-se que a maioria das empresas respondentes
adotou o modelo Centralizado.
Tabela 11 – Modelo de Gerenciamento das Empresas
Modelo Gerenciamento
FrequênciaFrequência
RelativaPercentual
Centralizado 21 0,70 70%Federal 6 0,20 20%Feudal 3 0,10 10%Total 30 1,00 100%
4.2.2 – Tomada de Decisão
4.2.2.1 – Princípios de TI
Na tabela 12 abaixo, apresentamos a distribuição de freqüência sobre
distribuição de responsabilidades na tomada de decisão sobre Princípios de TI
adotado pelas empresas que participaram da pesquisa. Conforme demonstrado na
tabela, observa-se que para decisões associadas a Princípios de TI, em geral é
envolvida a diretoria da empresa. Em 33,33% dos casos apenas a diretoria
(Monarquia de Negócio) decide e em 33,33% as decisões são tomadas em parceria
entre as áreas de negócio da empresa ( podendo incluir a diretoria ) e a área de TI
(duopólio).
Tabela 12 – Tomada de Decisão sobre Princípios de TI
Tomada de Decisão sobre Princípios de TI
FrequênciaFrequência
RelativaPercentual
Anarquia 2 0,07 7%Duopólio 10 0,33 33%Federalismo 1 0,03 3%Feudalismo 1 0,03 3%Monarquia de Negócio 10 0,33 33%Monarquia de TI 6 0,20 20%Total 30 1,00 100%
4.2.2.2 – Arquitetura de TI
Na tabela 13 abaixo, apresentamos a distribuição de freqüência sobre
distribuição de responsabilidades na tomada de decisão sobre Arquitetura de TI
adotado pelas empresas que participaram da pesquisa. Conforme demonstrado na
tabela, observa-se que na pesquisa realizada, decisões associadas à Arquitetura de
TI, em geral são tomadas pela área de TI.
Tabela 13 – Tomada de Decisão sobre Arquitetura de TI
Tomada de Decisão sobre Arquitetura de TI
FrequênciaFrequência
RelativaPercentual
Anarquia 1 0,03 3%Duopólio 5 0,17 17%Federalismo 1 0,03 3%Feudalismo 1 0,03 3%Monarquia de Negócio 5 0,17 17%Monarquia de TI 17 0,57 57%Total 30 1,00 100%
4.2.2.3 – Estratégias de TI
Conforme demonstrado na tabela 14 abaixo, decisões relacionadas a
Estratégia de TI, em geral são tomadas pela área de TI. Na pesquisa realizada, 63%
dos casos de tomada de decisão sobre estratégia de TI foram tratadas pela
Monarquia de TI.
Tabela 14 – Tomada de Decisão sobre Estratégias de Infra-Estrutura de TI
Tomada de Decisão sobre Estratégia de TI
FrequênciaFrequência
RelativaPercentual
Anarquia 0 0,00 0%Duopólio 5 0,17 17%Federalismo 1 0,03 3%Feudalismo 1 0,03 3%Monarquia de Negócio 4 0,13 13%Monarquia de TI 19 0,63 63%Total 30 1,00 100%
4.2.2.4 – Necessidades de Aplicações
Conforme demonstrado na tabela 15 abaixo, decisões relacionadas às
Necessidades das Aplicações de TI, em geral são tomadas em parceria entre a área
de TI e as áreas de negócio (duopólio).
Tabela 15 – Tomada de Decisão sobre Necessidades das Aplicações
Tomada de Decisão sobre Necessidades da Aplicações de TI
FrequênciaFrequência
RelativaPercentual
Anarquia 1 0,03 3%Duopólio 11 0,37 37%Federalismo 4 0,13 13%Feudalismo 2 0,07 7%Monarquia de Negócio 9 0,30 30%Monarquia de TI 3 0,10 10%Total 30 1,00 100%
4.2.2.5 – Investimentos de TI
Conforme demonstrado na tabela 16 abaixo, decisões relacionadas a
Investimentos em TI, em geral são tomadas pela Diretoria. No estudo realizado,
constatou-se que 53% das empresas respondentes tomam decisões relacionadas a
Investimentos de TI através da Monarquia de Negócio.
Tabela 16 – Tomada de Decisão sobre Investimentos de TI
Tomada de Decisão sobre Investimentos em TI
FrequênciaFrequência
RelativaPercentual
Anarquia 0 0,00 0%Duopólio 7 0,23 23%Federalismo 2 0,07 7%Feudalismo 1 0,03 3%Monarquia de Negócio 16 0,53 53%Monarquia de TI 4 0,13 13%
Total 30 1,00 100%
4.2.3 – Conceitos sobre Governança de TI e Ferramen tas Utilizadas
A maioria das empresas respondentes (93,33%) da pesquisa demonstraram
estar alinhadas com o conceito de Governança de TI. Esta afirmação tem como base
as respostas sobre a pergunta qualitativa: “Como você definiria Governança de TI?”,
que constava no questionário aplicado ( vide questionário nos apêndices B e C ). As
respostas apresentadas pelas empresas respondentes, em geral, foram similares
aos conceitos apresentados na sessão 2.3. O conceito abaixo, extraído das
respostas dos questionários, sintetiza a opinião dos respondentes a respeito de
Governança de TI:
“Uma estrutura para a tomada de decisão em TI que leva em consideração aspectos tecnológicos e de negócios e promove a transparência da gestão da TI para o negócio”.
As ferramentas e/ou metodologias de suporte a GTI mais citadas pelas
empresas respondentes do questionário, foram respectivamente ITIL, CobiT e PMI,
conforme figura 14. Ressaltamos que, muitas empresas respondentes utilizam mais
de uma metodologia ou adaptam metodologias de mercado.
34%
20%14%
4%
12%
16%
Itil Cobit PMI BSC Outros Nenhum/Não Sabe
Figura 14 – Ferramentas de Suporte a GTI utilizadas
4.2.4 – Nível de Governança das Empresas Respondent es
As empresas respondentes do questionário da pesquisa realizada
apresentaram um alto nível de governança. Considerando que a escala de nível de
governança compreende uma faixa entre 20 e 100, observamos que 57% das
empresas apresentaram nível de governança acima de 90%. A tabela 17 ilustra o
nível de governança das empresas respondentes. Foram definidos 03
agrupamentos: C1, C2 e C3.
Tabela 17 – Agrupamentos de Nível de Governança de TI
AgrupamentosTomada de Decisão sobre Investimentos em
TIFrequência
FrequênciaRelativa
Percentual
C1 Performance GTI > 90 17 0,57 57%C2 Performance GTI >= 70 e <= 90 10 0,33 33%C3 Performance GTI < 70 3 0,10 10%
30 1,00 100%Total
O histograma da figura 15 abaixo ilustra graficamente a distribuição de
freqüência dos agrupamentos de Nível de Governança
56,67%
33,33%
10,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
Performance GTI >90
Performance GTI >=70 e <= 90
Performance GTI <70
Performance GTI
Per
cent
ual d
e E
mpr
esas
Figura 15 – Histograma de Agrupamentos de Nível de Governança de TI
4.3 – Teste de Hipóteses
Segue abaixo resultado sucinto de todas as hipóteses testadas. A análise das
hipóteses foi realizada utilizando-se o teste de Kruskal Wallis, considerando um nível
de significância de 5% (α = 0,05). O Apêndice “D” contém o detalhamento dos testes
realizados.
4.2.2 – Hipóteses sobre o Nível de Governança e Mét ricas Operacionais de TI
A tabela 18 nos mostra um resumo do resultado dos testes das hipóteses
relacionadas ao Nível de Governança e Métricas Operacionais de TI.
Tabela 18 – Resultados das Hipóteses sobre NGTI e Métricas Operacionais
Hipótese Descrição da Hipótese α KQui
QuadradoH Conclusão
H1
A média da consecução dosprojetos de TI entre osagrupamentos de Nível deGovernança é igual
5% 3 5,99 1,68 Não podemos rejeira H1
H2
A média da consecução doorçamento de TI entre osagrupamentos de Nível deGovernança TI é igual
5% 3 5,99 3,17 Não podemos rejeira H2
H3
A média do percentual deatrasos dos projetos emanutenções de TI, entre osagrupamentos de Nível deGovernança de TI é igual
5% 3 5,99 3,95 Não podemos rejeira H3
Na tabela 18, “α” representa o nível de significância adotado, “K” a quantidade
de grupos identificados na amostra ( neste caso grupos de performance de
governança citados na sessão 4.2.4).
Assim podemos concluir que:
Há evidências que mostram que a média dos valores de Consecução de
Projetos, Consecução de Orçamento de TI e Percentual de Atrasos nos Projetos e
Manutenções de TI dos Agrupamentos de Nível de Governança identificados são
estatisticamente equivalentes.
4.2.3 – Hipóteses sobre a Influência do Modelo de G erenciamento no Nível de GTI
Na amostra analisada ( 30 empresas ), encontramos exemplos de empresas
que possuem modelo de gerenciamento centralizado, empresas que possuem
modelo Feudal e empresas que utilizam o modelo Federal.
Como representação matemática de H4: “A média do Nível de Governança de
TI entre os agrupamentos de Modelo de Gerenciamento de TI é igual”, temos:
H4: Média NGTI_MGTI_C1= Média NGTI_MGTI_C2 = Média NGTI_MGTI_C3
Onde NGTI é o Nível de Governança e MGTI é o Modelo de Gerenciamento
de TI, conforme sessão 3.3. Já C1, C2 e C3 representam os agrupamentos de
modelo de gerenciamento identificados na pesquisa.
De acordo com os testes realizados, obtivemos uma estatística H de valor
4,52 para três amostras de tamanhos diferentes (K=3). A probabilidade de H é
menor do que a distribuição do Qui-Quadrado 5,9991 ( obtida para α = 5% e φ = 2 ).
Desta forma, não podemos rejeitar H4, concluindo com risco α, que não há diferença
entre as médias dos K grupos.
Assim, podemos concluir que há evidências que mostram que a média dos
níveis de governança dos agrupamentos de modelo de gerenciamento identificados
são estatisticamente equivalentes.
4.2.4 – Hipóteses sobre a Influência da Distribuiçã o das Responsabilidades na Tomada de Decisão no Nível de GTI
A tabela 19 nos mostra um resumo do resultado dos testes das hipóteses
relacionadas à Influência da Distribuição das Responsabilidades na Tomada de
Decisão no Nível de GTI.
Na tabela 19, “α” representa o nível de significância adotado, “K” a quantidade
de grupos identificados na amostra e “H” a probabilidade. A coluna “Grupos
Identificados” detalha a quantidade de grupos “K”. Ressaltamos que foram
considerados apenas grupos compostos por mais de uma empresa. Considerando
que K-Wallis é um teste de diferença de média de grupos, optamos por não
considerar tais agrupamentos compostos por apenas uma empresa.
Tabela 19 – Hipóteses sobre a influência da Distribuição das Responsabilidades na Tomada de Decisão no Nível de GTI
Hipótese Descrição da Hipótese α KQui
QuadradoH Conclusão
H5
A média do Nível deGovernança de TI entre osagrupamentos de forma dedecisão sobre Princípios de TI éigual
5% 3 7,81 5,55 Não podemos rejeira H5
H6
A média do Nível deGovernança de TI entre osagrupamentos de forma dedecisão sobre Arquitetura de TI
5% 3 5,99 4,09 Não podemos rejeira H6
H7
A média do Nível deGovernança de TI entre osagrupamentos de forma dedecisão sobre Estratégia deInfraestrutura de TI é igual
5% 3 5,99 7,37
Rejeitamos H7,
concluindo, com risco α,
que há diferença entre as
médias dos K grupos
H8
A média do Nível deGovernança de TI entre osagrupamentos de forma dedecisão sobre Necessidadesdas Aplicações de TI é igual
5% 5 9,48 4,84 Não podemos rejeira H8
H9
A média do Nível deGovernança de TI entre osagrupamentos de forma dedecisão sobre Investimentos de
5% 4 7,81 2,65 Não podemos rejeira H9
Conforme a tabela 19, podemos concluir que há evidências que mostram que
a média dos níveis de governança dos agrupamentos de tomada de decisão sobre:
Princípios de TI, Arquitetura de TI, Necessidades das Aplicações de TI e
Investimentos em TI identificados são estatisticamente equivalentes.
Podemos concluir também que há evidências que mostram que a média dos
níveis de governança dos agrupamentos de tomada de decisão sobre Estratégia de
TI identificados não são estatisticamente equivalentes.
5 – Conclusão
5.1 – Conclusões sobre a Amostra
No que diz respeito às conclusões de estudo, inicialmente, em relação à
formação da amostra, ressaltamos que a mesma é composta por 30 empresas.
Observou-se uma participação maior de empresas de grande porte (67%),
principalmente do setor siderúrgico e de consultoria em TI. Foi predominante a
participação de empresas cuja origem do capital é nacional (80%). Sobre o modelo
de gestão das empresas, observamos que a grande maioria (70%) das empresas
participantes do trabalho, adota o Modelo de Gerenciamento Centralizado.
A respeito dos responsáveis por tomada de decisão sobre TI, houve variação
conforme o aspecto a ser decidido. Assim, para o aspecto “Princípios de TI” ( ou
seja, o papel de TI na organização ) predominou como grupo decisor, com 66,66%
das empresas, a diretoria da organização, ou seja, o grupo “Monarquia de Negócio”.
Como segundo grupo predominante, com 33,33% das empresas respondentes,
tivemos o grupo “Duopólio” ( parceria entre a área de TI e área de negócio ).
Decisões relacionadas à Arquitetura de TI, em 57% das empresas são tomadas por
grupos de “Monarquia de TI” ( gerência de TI ). Nos aspectos relacionados a
“Estratégias de TI”, em 63% das empresas também predominou como grupo decisor
a “Monarquia de TI”. Já nas decisões relacionadas a “Necessidades das Aplicações”,
predominou em 37% das empresas como grupo decisor o “Duopólio”. Por último, nas
decisões relacionadas a “Investimentos de TI” predominou o grupo “Monarquia de
Negócio” como grupo decisor. Podemos concluir então que a diretoria atua nas
decisões relacionadas a TI no que diz respeito ao papel (princípios de TI) da mesma
na organização e aos investimentos de TI. Para as demais decisões, TI tem
autonomia para decidir e em geral são envolvidas as áreas de negócio,
principalmente no que diz respeito às necessidades das aplicações.
A partir da amostra da pesquisa, definimos três agrupamentos distintos de
empresas, com base na variável de Nível de Governança. O primeiro agrupamento
foi formado por empresas cujo nível de governança de TI era maior/igual a 90 e
menor/igual que o máximo de desempenho (100). Já o segundo agrupamento foi
formado por empresas cujo nível de governança se situava entre 70 e 90. Por último
o terceiro grupo foi formado por empresas cujo nível de governança era menor que
70. A escala e método de apuração do nível de governança utilizados geram como
resultados valores entre 20 e 100. Assim, considerando que apenas 10% das
empresas possuem nível de governança menor que 70, podemos inferir que as
empresas analisadas possuem um alto nível de governança.
5.2 – Conclusões sobre as Hipóteses
Para os três agrupamentos de nível de governança analisados, não foi
identificada diferença na média do Índice de Consecução de Projetos dos mesmos,
nem na média do Índice de Consecução dos Orçamentos e Percentual de Atrasos
nos Projetos e Manutenções. Assim, podemos concluir, para a amostra analisada,
que em diferentes faixas de nível de governança de TI, a média dos indicadores
operacionais analisados não apresentou variações. Tal resultado sugere que podem
existir outros fatores que influenciam nas métricas de TI ou que o modelo de
apuração do nível de governança merece ainda mais investigações.
Na amostra da pesquisa foi possível identificar três agrupamentos de Modelo
de Gerenciamento: Centralizado, Federal e Feudal. Nas análises realizadas sobre o
Modelo de Gerenciamento e o Nível de Governança não foram identificada
diferenças estatisticamente significativas na média do Nível de Governança de TI
dos distintos Modelos de Gerenciamento. Embora o estilo de gerenciamento do setor
de TI seja uma decisão de governança de TI, o resultado obtido na amostra
analisada nos mostra que o modelo de gestão não influencia no nível de
governança.
Por último, as análises realizadas sobre as diferentes formas de Tomada de
Decisão nos permitiram concluir que houve diferença no nível de governança
apenas dos agrupamentos relacionados a tomada de decisão sobre Estratégia de
Infra-Estrutura de TI. A pesquisa demonstrou que nas empresas onde as decisões
sobre Estratégia de Infra-Estrutura de TI são tomadas pelo grupo Monarquia de
Negócio, o nível de governança ficou baixo se compararmos aos outros grupos
(Monarquia de TI e Duopólio – vide Apêndice D). Este resultado pode ser associado
ao fato de que a decisão citada tem abrangência técnica e o perfil dos envolvidos no
grupo Monarquia de Negócio em geral é mais voltado para gestão.
5.3 – Trabalhos Futuros
Como um dos pontos não abordados no trabalho podemos citar o fato de
termos utilizado na maioria dos testes de hipóteses o método de KrusKal-Wallis.
Neste teste, quando se rejeita a hipótese, não se sabe quais grupos diferem de
quais grupos. Sabe-se apenas que existe, pelo menos uma diferença entre as
médias dos K grupos. Para localizar a(s) diferença(s) um método de comparações
múltiplas pode ser empregado. Um possível teste a ser analisado para
complementar a análise é o teste de Nemenyi, que permite determinar entre quais
grupos ocorrem diferenças estatisticamente significativas.
Neste trabalho estamos cientes do fato da maioria dos respondentes serem
da área de Tecnologia da Informação, o que representa um viés da pesquisa.
Estudos realizados sobre a percepção de funcionários do setor de TI e funcionários
das áreas de negócio, demonstram que há diferença na percepção destes grupos
sobre os aspectos associados à gestão e desempenho de TI (TEIXEIRA, 2004;
Brodbeck et. al. 2006), sendo que a percepção dos executivos de negócio sobre TI
ficou abaixo da percepção dos executivos de TI.
Na pesquisa utilizamos três métricas operacionais: Consecução de Projetos,
Consecução de Orçamento e Variação no Prazo dos Projetos/Manutenções. Estas
métricas estão alinhadas com as perspectivas Financeira, dos Clientes e dos
Processos Internos de Kaplan. No entanto, poderíamos ainda considerar outras
métricas, associadas, por exemplo, a perspectiva do Aprendizado e Crescimento.
Além disso, os setores de TI utilizam mais métricas para auxiliar no processo de
gestão. Assim, outras métricas poderiam ser incluídas tal como o Índice de
Disponibilidade de Sistemas.
Por último, o modelo utilizado para apuração do nível de governança de TI
não é um modelo empiricamente validado, embora seja utilizado em pesquisas da
área de TI. Como trabalhos futuros podemos ainda sugerir aprofundar os testes
estatísticos desta pesquisa, aplicar os questionários a outras empresas e outros
setores que não sejam de TI, além de validar o modelo de Nível de Governança de
TI empiricamente.
6 - Referências
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Sucesso, 2 ed., São Paulo: Atlas 1999.
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de Negócios em Relação ao Alinhamento Estratégico Promovido em Indústrias do
Estado do Rio Grande do Sul. ENANPAD 2006.
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em:25/01/2004. Acessado em 17/04/2005
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Apêndice A – Estrutura do Questionário
Dados do Questionário da Pesquisa: 1- Informações Respondente 1.1 - Nome: 1.2 - Cargo: 1.3 - Mail: 1.4 - Fone: 2 - Dados da Empresa 2.1 - Empresa: 2.2 - Setor de Atividade: 2.3 - Origem do Capital: 2.4 - Total Funcionários da Empresa: 3 - Informações da Área de TI 3.1 - Total Funcionários de TI: 3.2 - Orçamento Previsto de TI em 2005: 3.3 - Orçamento Real de TI em 2005: 3.4 - Número de Projetos TI Previstos em 2005: 3.5 - Número de Projetos Realizados em 2005: 3.6 - Variacão Estimada no Prazo de Entrega de Projetos/Manutenções de TI: 3.7 - Modelo de Gerenciamento: { Centralizado, Feudal, Federal } 4 - Tomada de Decisões 4.1 - Princípios de TI: 4.2 - Arquitetura de TI: 4.3 - Estratégias de TI: 4.4 - Necessidades de aplicações de negócios: 4.5 - Investimento em TI: Obs : Opções disponíveis para resposta no item 4:
Monarquia de Negócio, Monarquia de TI, Duopólio, Feudalismo, Federalismo, Anarquia 5 - Importância dos seguintes itens ( escala de 1 a 5 ) 5.1 - Uso da TI com boa relação custo/benefício 5.2 - Uso eficaz da TI para o crescimento do seu setor 5.3 - Uso eficaz da TI para a utilização dos ativos 5.4 - Uso eficaz de TI para flexibilidade dos negócios Obs : Opções disponíveis para resposta no item 5:
Sem Importância, Pouco Importante, Indiferente, Importante, Muito Importante 6 - Influência dos seguintes itens ( escala de 1 a 5 ) 6.1 - Uso da TI com boa relação custo/benefício 6.2 - Uso eficaz da TI para o crescimento do seu setor 6.3 - Uso eficaz da TI para a utilização dos ativos 6.4 - Uso eficaz de TI para flexibilidade dos negócios Obs : Opções disponíveis para resposta no item 6:
Sem Sucesso, Pouco Sucesso, Indiferente, Com Sucesso, Com Muito Sucesso 7- Definição Governança de TI 8 - Ferramentas TI utilizadas
Apêndice B – Estrutura do Site
\
Apêndice C – Estrutura do Questionário em Excel
Apêndice D – Testes Estatísticos
01 – Teste da Hipótese H1
analysed with: Analyse-it + General 1.73
Test Kruskal-Wallis ANOVA
Comparison
Performed by . Date 1 outubro 2006
n 30
Consecução Projetos TI n Rank sum Mean rankAgrupamento GTI 1 17 236,0 13,88Agrupamento GTI 2 10 184,0 18,40Agrupamento GTI 3 3 45,0 15,00
Kruskal-Wallis statistic 1,68p 0,4307 (chisqr approximation, corrected for ties)
Consecução Orçamento TI: Agrupamento1 (> 90 e <= 100), Agrupamento2 (>= 70) e Agrupamento3 (<= 90, < 70)
02 – Teste da Hipótese H2
analysed with: Analyse-it + General 1.73
Test Kruskal-Wallis ANOVA
Comparison
Performed by . Date 1 outubro 2006
n 30
Consecução Orçamento TI n Rank sum Mean rankAgrupamento GTI 1 17 274,5 16,15Agrupamento GTI 2 10 169,5 16,95Agrupamento GTI 3 3 21,0 7,00
Kruskal-Wallis statistic 3,17p 0,2052 (chisqr approximation, corrected for ties)
Consecução Orçamento TI: Agrupamento1 (> 90 e <= 100), Agrupamento2 (>= 70) e Agrupamento3 (<= 90, < 70)
03 – Teste da Hipótese H3
analysed with: Analyse-it + General 1.73
Test Kruskal-Wallis ANOVA
Comparison
Performed by . Date 1 outubro 2006
n 30
Atrasos Projetos e Manutenções n Rank sum Mean rankAgrupamento GTI 1 17 288,0 16,94Agrupamento GTI 2 10 113,5 11,35Agrupamento GTI 3 3 63,5 21,17
Kruskal-Wallis statistic 3,95p 0,1390 (chisqr approximation, corrected for ties)
Consecução Orçamento TI: Agrupamento1 (> 90 e <= 100), Agrupamento2 (>= 70) e Agrupamento3 (<= 90, < 70)
04 – Teste da Hipótese H4
analysed with: Analyse-it + General 1.73
Test Kruskal-Wallis ANOVA
Comparison ModeloGestão: Centralizado, Federal, Feudal
Performed by . Date 1 outubro 2006
n 30
Nível Governaça n Rank sum Mean rankCentralizado 21 355,5 16,93
Federal 6 91,5 15,25Feudal 3 18,0 6,00
Kruskal-Wallis statistic 4,52p 0,1045 (chisqr approximation, corrected for ties)
05 – Teste da Hipótese H5
analysed with: Analyse-it + General 1.73
Test Kruskal-Wallis ANOVA
Comparison Principios de TI: Anarquia, Duopolio, Monarquia de Negocio, Monarquia de TI
Performed by . Date 1 outubro 2006
n 28
Principios de TI n Rank sum Mean rankAnarquia 2 16,0 8,00Duopolio 10 157,5 15,75
Monarquia de Negocio 10 115,5 11,55Monarquia de TI 6 117,0 19,50
Kruskal-Wallis statistic 5,55p 0,1357 (chisqr approximation, corrected for ties)
06 – Teste da Hipótese H6
analysed with: Analyse-it + General 1.73
Test Kruskal-Wallis ANOVA
Comparison Arquitetura de TI: Duopolio, Monarquia de Negocio, Monarquia de TI
Performed by . Date 1 outubro 2006
n 27
Arquitetura de TI n Rank sum Mean rankDuopolio 5 75,0 15,00
Monarquia de Negocio 5 40,0 8,00Monarquia de TI 17 263,0 15,47
Kruskal-Wallis statistic 4,09p 0,1292 (chisqr approximation, corrected for ties)
07 – Teste da Hipótese H7
analysed with: Analyse-it + General 1.73
Test Kruskal-Wallis ANOVA
Comparison Estrategia de TI: Duopolio, Monarquia de Negocio, Monarquia de TI
Performed by . Date 1 outubro 2006
n 29
Estrategia de TI n Rank sum Mean rankDuopolio 5 100,5 20,10
Monarquia de Negocio 4 24,0 6,00Monarquia de TI 20 310,5 15,53
Kruskal-Wallis statistic 7,37p 0,0252 (chisqr approximation, corrected for ties)
08 – Teste da Hipótese H8
analysed with: Analyse-it + General 1.73
Test Kruskal-Wallis ANOVA
Comparison Necessidades das Aplicações de TI: Duopolio, Federalismo, Feudalismo, Monarquia de Negocio, Monarquia de TI
Performed by . Date 1 outubro 2006
n 29
Necessidades das Aplicações de TI n Rank sum Mean rank
Duopolio 11 197,5 17,95Federalismo 4 53,5 13,38Feudalismo 2 24,5 12,25
Monarquia de Negocio 9 101,0 11,22Monarquia de TI 3 58,5 19,50
Kruskal-Wallis statistic 4,84p 0,3044 (chisqr approximation, corrected for ties)
09 – Teste da Hipótese H9
analysed with: Analyse-it + General 1.73
Test Kruskal-Wallis ANOVA
Comparison Investimentos em TI: Duopolio, Federalismo, Monarquia de Negocio, Monarquia de TI
Performed by . Date 1 outubro 2006
n 29
Investimentos em TI n Rank sum Mean rankDuopolio 7 126,5 18,07
Federalismo 2 27,5 13,75Monarquia de Negocio 16 208,5 13,03
Monarquia de TI 4 72,5 18,13
Kruskal-Wallis statistic 2,65p 0,4486 (chisqr approximation, corrected for ties)