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Disciplina:
História do Brasil Professor:
Nilton Ururahy Data:
/ 04 /2020 Lista Nº:
06
Turma:
2ª Série Aluno:
1. (Uece 2017) O trecho a seguir foi retirado do jornal A Classe
Operária, publicado em 18 de julho de 1925.
“[...] As famílias pequeno-burguesas estão pela hora da morte. [...] São
4 pessoas: marido, mulher e dois filhos. O marido tem um pequeno negócio que lhe rende 350$ mensais líquidos. A mulher era professora: tirava 250$. Mas com o primeiro filho teve que abandonar o ensino. [...]
Vejamos como os 350$ se evaporam mensalmente: aluguel 93$; almoço e jantar da pensão 150$; 10 quilos de açúcar 14$; pão 24$; 4 quilos de café 10$800; 1 quilo de manteiga 10$; 7 litros de querosene
9$; 30 litros de leite 33$; 120 ovos 20$; álcool 7$500; frutas 30$; condução 15$; lavadeira 35$; carregador da marmita 21$; luz 7$. Total 479$300. [...] Deficit mensal 129$300. [...] Como equilibram as
finanças? Fazendo serviços extras[...]. [Aí] está o orçamento de uma família pequeno-burguesa ideal – que não bebe, não joga, não fuma, não passeia, não vai ao cinema, não compra
a prestações. E se é assim, imaginai a situação da grande massa trabalhadora que ganha 200$ e 250$000!
A massa vive num regime de fome lenta, de depauperamento progressivo. Eis a realidade. [...]De pé – dez milhões de trabalhadores do Brasil! Para dentro dos sindicatos! Organização econômica nos
sindicatos e organização política no partido!”. HALL, Michael; PINHEIRO, Paulo Sérgio. A Classe Operária no Brasil.
In: REZENDE, Antônio Paulo. Uma Trama Revolucionária? Do Tenentismo à revolução de 30. São Paulo: Atual,1990. P. 23, 24.
O momento da História Republicana do Brasil em que a situação econômica descrita no excerto acima está inserida é especificamente o período a) em que ocorreu o golpe e a implantação do governo militar pós 1964,
quando as condições socioeconômicas conduziram a classe média
a apoiar o regime ditatorial. b) da Nova República, durante o governo do Presidente José Sarney,
marcado pela liberdade de mercado e pelos altíssimos índices
inflacionários. c) em que ocorreu a ascensão do Presidente Itamar Franco, quando os
problemas econômicos e sociais, aliados à política elitista dos
industriais, fizeram com que vários setores apoiassem o golpe contra o governo.
d) da República velha, em que as condições econômicas da população
e a mobilização política do operariado urbano foram fatores para o surgimento de movimentos contra o governo da oligarquia cafeeira.
2. (Pucsp 2017) A Greve Geral de 1917 no Brasil a) iniciou-se com as ações de propaganda dos líderes comunistas que
seguiam, em termos estratégicos, a orientação do bolchevismo russo.
b) caracterizou-se por ser uma das mais abrangentes e longas greves
da época em São Paulo e Rio de Janeiro, liderada pelos anarquistas. c) desenvolveu-se em todo o país a partir do apoio dos meios de
comunicação e da adesão dos setores rurais.
d) encerrou-se com o Estado aprovando uma legislação trabalhista eficaz, embora inicialmente nenhuma exigência do movimento tivesse sido atendida.
3. (Uece 2017) Em 9 de Julho de 1917, a Força Pública de São Paulo, reprimiu uma greve de trabalhadores em frente à Fábrica Mariângela,
no Brás. O movimento exigia melhores condições de trabalho e de vida.
No embate, o jovem sapateiro José Martinez, de 21 anos de idade, foi
morto. Dois dias depois, a cidade estava tomada pelos protestos contra o assassinato. O enterro transformou-se em uma imensa passeata que
ia do bairro do Brás, até o cemitério do Araçá, localizado no outro lado da cidade de São Paulo daquela época. Diversos setores econômicos
foram paralisados. Um número que varia de 50.000 a 70.000
trabalhadores participaram do movimento. Armazéns foram saqueados, bondes foram queimados e barricadas erguidas nas ruas para que os operários em greve pudessem fazer frente ao poder policial do Estado.
Os eventos narrados fizeram parte
a) da crise política que desencadeou a Revolução de 1930, responsável
por acabar com a política dos governadores e estabelecer Vargas no poder.
b) do início da Revolta da Chibata, na qual os operários reagiram aos
maus tratos que sofriam no cotidiano das indústrias paulistanas. c) do movimento operário de tendência anarquista que se desenvolveu
junto à industrialização e à imigração europeia para o Brasil.
d) do processo que desencadeou o estabelecimento do Estado Novo, após Getúlio Vargas acusar os comunistas de planejar um golpe de Estado.
4. (Pucrj 2017)
A charge acima foi publicada na revista O Malho, em 1905, quando as
reformas urbanas de Pereira Passos se encontravam em estágio avançado.
Assinale a alternativa que melhor se relaciona com a imagem.
a) Um dos principais custos sociais das obras de renovação urbana carioca foi o desalojamento de um elevado número de pessoas, em função da demolição de suas casas pelos poderes públicos, para a
abertura de avenidas e alargamento de ruas. b) Um grande contingente populacional foi atraído pela oferta de
empregos nas obras da cidade do Rio de Janeiro, onde se pagava
a trabalhadores não qualificados salários razoavelmente compatíveis com o custo da moradia popular.
c) Houve melhoria nas condições de vida da classe trabalhadora, que
foi beneficiada pelos avanços na estrutura urbana da cidade e, assim, pôde mudar-se para casas mais estruturadas, próximas dos locais de trabalho e de equipamentos culturais.
d) Ocorreu um movimento voluntário dos trabalhadores pobres, cientes de que suas formas de morar (em cortiços e morros) não correspondiam à chamada “regeneração” da capital da República,
tendo por esse motivo abandonado suas habitações no Centro da cidade, sem conflitos.
e) Aconteceu uma marcha dos moradores removidos de suas casas
pela Prefeitura para as muitas vilas operárias custeadas por essa mesma instância governamental, que tratou a habitação de tipo social como prioridade de 1902 a1906.
5. (Uece 2018) Leia atentamente o seguinte excerto:
“Na tentativa de impor “civilidade” ao habitante da urbe, Pereira Passos vai emitindo, ao longo de sua gestão, uma série de proibições relativas a práticas urbanas comuns na cidade: proíbe que se cuspa na rua e nos
bondes, proíbe a vadiagem de caninos, proíbe que se façam fogueiras nas vias da cidade, que se soltem balões, proíbe a venda ambulante de loterias, de exposição de carnes à venda nas ruas, também proíbe o
trânsito de vacas leiteiras na cidade e andar descalço e sem camisa. Em uma ação conjunta com tais restrições, Pereira Passos buscou substituir antigas práticas urbanas por novos hábitos tidos como
“civilizados”. Desta forma, o prefeito proíbe o entrudo, substituindo-o pela batalha de flores e derruba os quiosques do centro da cidade, estimulando com a sua reforma a abertura de lojas para o chá da tarde”.
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AZEVEDO, André Nunes de. A reforma Pereira Passos: uma tentativa de integração conservadora. Revista tempos históricos, volume 19, 2º
semestre de 2015, p.167.
O texto acima diz respeito a) ao processo de transformações ocorridas no Rio de Janeiro com a
vinda da Família Real para o Brasil, após a invasão napoleônica em Portugal no início do século XX.
b) ao processo de remodelamento e disciplinarização dos espaços
urbanos, típicos das reformas ocorridas em várias cidades brasileiras no período da chamada Belle Époque.
c) às medidas disciplinadoras impostas ao povo pelos governos
militares após a derrubada do governo de João Goulart em 1964. d) ao modelo de administração proposto pelo Partido Conservador no
início da redemocratização pós-64 e adotado, no Rio de Janeiro,
pelo então prefeito da cidade. 6. (Puccamp 2017) São evidentes as marcas da linguagem do espaço
urbano moderno na produção literária atual, sobretudo na poesia. Outdoors, inscrições, pichações, logotipos, signos públicos, grafites passam a constituir uma espécie de comunicação entre as várias
camadas da sociedade, dos empresários aos excluídos, da cultura pop às criações das grandes agências publicitárias, das manifestações populares às campanhas políticas ou institucionais. Há uma espécie de
fermentação de signos desejosos de expor seja o rosto triunfante do capitalismo, seja a reação aos valores que ele propaga – fenômeno a que muitos poetas contemporâneos se mostram sensíveis.
(SEPÚLVEDA, Alaor, inédito)
O espaço urbano da cidade do Rio de Janeiro foi reformulado no começo do século XX com vistas à modernização. No decorrer dessa reforma urbanista eclodiu uma revolta popular a) apelidada de Bota Abaixo, que procurava deter as construções e
obras urbanas ordenadas pelo prefeito Pereira Passos, mediante a
alegação de que a população mais pobre havia sido transferida para os morros da cidade, sob a promessa, não cumprida, de que teriam moradias.
b) motivada pela reação de setores populares à imposição da vacinação
executada de forma violenta por agentes de saúde com o auxílio da polícia, em um contexto de inconformismo causado pela demolição de casebres e cortiços para o embelezamento da cidade.
c) iniciada por marinheiros que, indignados com a permanência de castigos físicos na Marinha, em um momento em que se celebravam os ares modernos do Rio de Janeiro, amotinaram-se e
bombardearam parte da região portuária da capital, com o apoio de outros segmentos da população.
d) desencadeada após a execução de dezoito jovens tenentes lotados
no Forte de Copacabana, que haviam se insurgido contra o poder das oligarquias e o autoritarismo dos governantes, cujas mortes causaram grande comoção popular e a realização de barricadas na
cidade. e) popularizada como Noite das Garrafadas, uma vez que populares se
armaram com pedaços de paus, garrafas e outras armas
improvisadas para resistirem à ação de sanitaristas e milícias que interditaram os bairros pobres da cidade e atearam fogo, a fim de combater as epidemias de febre amarela e varíola.
7. (Udesc 2016) Sobre a Revolta da Chibata, assinale a alternativa correta. a) Embora os marinheiros revoltosos, homens negros em sua maioria,
tenham assumido o controle de grandes embarcações de guerra,
não souberam como manejá-las, visto que somente oficiais de alta patente possuíam conhecimento e domínio da tecnologia necessária para conduzir as embarcações de guerra.
b) O governo não cedeu à pressão dos marinheiros revoltados e conseguiu dominar e prender todos os envolvidos. As principais lideranças foram fuziladas por formação de motim, e os demais
participantes foram encaminhados a campos de trabalho no extremo norte do país.
c) O movimento foi liderado por um marinheiro negro, João Cândido,
único líder que conseguiu anistia do governo e foi imediatamente liberado, uma vez que foi quem intermediou as negociações de rendição dos marinheiros.
d) O movimento foi composto exclusivamente por marinheiros negros que exigiam o fim dos castigos corporais e a criação de uma lei que penalizasse a discriminação racial nas forças armadas.
e) Além do fim do castigo corporal, o movimento exigia melhoria na alimentação, criação de uma nova tabela de serviços, que
diminuísse o excesso de trabalho dos marinheiros, e anistia para todos os envolvidos na revolta.
8. (Unicamp 2016) “O Rio civiliza-se!” eis a exclamação que irrompe de todos os peitos cariocas. Temos a Avenida Central, a Avenida Beira Mar (os nossos Campos Elíseos), estátuas em toda a parte, cafés e
confeitarias (…), um assassinato por dia, um escândalo por semana, cartomantes, médiuns, automóveis, autobus, autores dramáticos, grandmonde, demi-monde, enfim todos os apetrechos das grandes
capitais.
(“O Chat Noir”, em Fon-Fon! Nº 41, 1907. Extraído de
www.objdigital.bn.br/acervo_digital/div_periodicos/fonfon/fonfon1907.) A partir do excerto, que se refere ao período da Belle Époque no Brasil,
no início do século XX, é correto afirmar que: a) O Rio de Janeiro procurava apagar aspectos da época do Império e
impulsionar a cultura francesa, renegada por D. Pedro II. b) A cidade expressava as contradições de um processo de
transformações urbanas, sociais e políticas nas primeiras décadas
da República. c) Os costumes franceses eram elementos incorporados pela
sociedade carioca como sinônimo da modernização republicana
obtida pelo tenentismo. d) A modernização representou um processo de exclusão social e
cultural, patrocinado pelo governo francês, que financiava obras
públicas e impunha os produtos franceses à população brasileira. 9. (Mackenzie 2014)
A caricatura satiriza a Revolta da Vacina, ocorrida durante o governo
de Rodrigues Alves (1902-1906). Ela evidencia que a) a política saneadora do então presidente visava, principalmente,
atender aos apelos das camadas populares, que reivindicavam melhorias das condições de higiene da cidade.
b) o programa de reurbanização e saneamento da cidade do Rio de
Janeiro pretendia estimular a imigração e a entrada de capitais estrangeiros, modernizando a capital e dando fim às epidemias.
c) a execução do programa do presidente era voltada para o bem-estar
da massa popular, entretanto, por falta de informação e instigados pela propaganda socialista, o povo se revoltou em motins.
d) o médico sanitarista Oswaldo Cruz, antes de iniciar o processo de
vacinação em massa da população, esclareceu os mesmos a respeito dos benefícios médicos, o que não impediu o levante.
e) tal revolta ocorreu devido ao descontentamento popular frente ao
governo, pois não foram disponibilizadas o número suficiente de vacinas para toda a população carente.
10. (Udesc 2014) Sobre a Revolta da Chibata (1910) assinale a alternativa correta.
a) Movimento revoltoso desenvolvido entre facções políticas rivais encontradas no governo do Rio Grande do Sul, que acabou alcançando também os Estados de Santa Catarina e Paraná.
b) Ficou assim conhecido o movimento de rebelião promovido por marinheiros contra o governo do marechal Floriano Peixoto.
c) Ficou assim conhecido o protesto de marinheiros dos couraçados
Minas Gerais e São Paulo. Eles protestavam sobre a sua dura rotina de trabalho, baixos salários e castigos físicos a que eram
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submetidos os membros de baixa patente sempre vez que não cumpriam uma ordem estabelecida.
d) Conhecida como uma das primeiras manifestações do movimento tenentista, foi uma das mais significativas demonstrações de crise da hegemonia oligárquica na República Velha.
e) Revolta em que negros e índios se insurgiram contra a elite política e tomaram o poder no Pará (Brasil). Entre as causas da revolta encontra-se a extrema pobreza das populações.
11. (Enem PPL 2013) No alvorecer do século XX, o Rio de Janeiro sofreu, de fato, uma intervenção que alterou profundamente sua
fisionomia e estrutura, e que repercutiu como um terremoto nas condições de vida da população.
BENCHIMOL, J. Reforma urbana e Revolta da Vacina na cidade do Rio de Janeiro. In: FERREIRA, J.; DELGADO, L. A.N. O Brasil
republicano: o tempo do liberalismo excludente. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2008.
O texto refere-se à reforma urbanística ocorrida na capital da República, na qual a ação governamental e seu resultado social encontram-se na:
a) Cobrança de impostos — ocupação da periferia. b) Destruição de cortiços — revolta da população pobre. c) Criação do transporte de massa — ampliação das favelas.
d) Construção de hospitais públicos — insatisfação da elite urbana. e) Edificação de novas moradias — concentração de trabalhadores.
12. (Enem 2019) A Revolta da Vacina (1904) mostrou claramente o aspecto defensivo, desorganizado, fragmentado da ação popular. Não se negava o Estado, não se reivindicava participação nas decisões
políticas; defendiam-se valores e direitos considerados acima da intervenção do Estado.
CARVALHO, J. M. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República
que não foi. São Paulo: Cia. das Letras, 1987 (adaptado).
A mobilização analisada representou um alerta, na medida em que a ação popular questionava
a) a alta de preços. b) a política clientelista. c) as reformas urbanas.
d) o arbítrio governamental. e) as práticas eleitorais.
13. (Fatec 2019) Leia o texto. Assistimos ontem à entrada de cerca de 60 menores às 19 horas, na sua fábrica da Mooca. Essas crianças, entrando àquela hora, saem às
6 horas. Trabalham, pois, 11 horas a fio, em serviço noturno, apenas com um descanso de 20 minutos, à meia-noite! O pior é que elas se queixam de que são espancadas pelo mestre de fiação. [...]
Uma há com as orelhas feridas por continuados e violentos puxões. Trata-se de crianças de 12, 13 e 14 anos.
Jornal O Combate, São Paulo, 4/09/1917. Apud CENPEC; Ensinar e aprender História. V.3: ficha 10, 1998.
Considerando o contexto da industrialização de São Paulo, no início da Primeira República, assinale a alternativa correta.
a) A legislação republicana estabeleceu a obrigatoriedade do trabalho infantil como forma de disciplinar e educar as crianças das famílias de baixa renda envolvidas em pequenos delitos.
b) A participação do Brasil na Guerra Franco-Prussiana e a convocação militar dos homens obrigaram mulheres e crianças a ocupar seus postos de trabalho e a participar dos esforços de guerra.
c) A Consolidação das Leis Trabalhistas, conjunto de leis de inspiração fascista promulgadas após a abolição da escravidão, preconizava o trabalho infantil como parte do programa de qualificação profissional.
d) Os baixos salários pagos aos homens tornavam necessário o trabalho de mulheres e crianças das famílias operárias que, embora tivessem as mesmas obrigações que os homens, recebiam salários
menores. e) Os sindicatos anarquistas, fundados por operários italianos recém-
chegados ao Brasil, incentivavam a participação de crianças no
mercado de trabalho com o objetivo de garantir a adesão precoce aos seus ideais.
14. (Unicamp 2018) Em julho de 1917, convocou-se, em São Paulo, uma greve geral, com adesão de 45.000 trabalhadores, para pedir
aumento salarial. A greve se estendeu ao Rio de Janeiro e levou o governo a reforçar o aparato repressivo e decretar estado de sítio em 1918. Nos anos de 1917-1919, o Chile registrou o recrudescimento da
agitação sindical. Mobilizavam-se com facilidade 100.000 trabalhadores, como durante as manifestações contra o custo dos alimentos em 1918 e 1919. A Argentina foi outro país que teve um
movimento sindical poderoso. Entre 1917 e 1921, o movimento sindical conheceu seu apogeu. Apenas durante o ano de 1919, registraram-se 367 greves na capital Buenos Aires.
(Adaptado de Olivier Dabène, América Latina no século XX. Porto
Alegre: EDIPUCRS, 2003, p. 64-65.)
Considerando o texto acima e seus conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa correta. a) Os movimentos grevistas foram espontâneos e apartidários nos anos
de 1910, rejeitando a infiltração ideológica das lideranças sindicais,
de maioria marxista e comunista, pouco mobilizadoras no período. b) Os movimentos sindicais estavam em processo de fortalecimento,
entre outras razões, pela intensa ruralização dos países latino-
americanos na década de 1900. c) O processo de fortalecimento dos movimentos sindicais enfrentou um
forte aparato repressivo, nos anos de 1920, marcado pela
colaboração entre os Estados latino-americanos. d) Os movimentos sindicais latino-americanos apresentavam, em 1917,
especificidades em relação aos da Europa quanto às pautas
reivindicatórias dos trabalhadores. 15. (Uerj 2018) Miséria em revolta. Movimento grevista assume cada vez maiores
proporções. Apresenta-se com aspecto cada vez mais alarmante o movimento que
começou no Cotonifício Crespi e se propagou a outras fábricas em número avultado. Não há como negar a justiça do movimento grevista. São suas causas inegáveis: salários baixos e vida caríssima. Com elas
coincide a época de ouro da indústria, que trabalha como nunca e tem lucros como jamais. Censuram-se as violências dos grevistas. Entretanto, no fundo, não se encontraria uma justificação para essa
atitude? Pais de família que vivem sendo explorados pelos patrões, que veem os industriais fazendo-se milionários à custa de seu suor e de sua miséria. Esses pais não podem ter a calma precisa para reclamar dentro
de uma lei que não os protege, antes permite que o seu sangue seja sugado por vampiros insaciáveis.
O Combate, 12/07/1917. Adaptado de memoria.bn.br.
De greve em greve
Ao longo da história republicana, vários movimentos sociais preferiram interpretação própria da modernização, como expansão de direitos. E
agiram para converter ideia em fato. São Paulo viu isso em 1917, quando assistiu a sua primeira greve geral. A cidade parou. Aderiram categorias em cascata, demandantes de melhoras salariais e de
condições de trabalho. Manifestantes daquele tempo se parecem mais com os de hoje do que se possa imaginar. A resposta das autoridades de então também segue a moda. Em 1917, um jovem sapateiro
espanhol foi baleado no estômago. Em 2017, um estudante teve a cabeça golpeada com um cassetete. O enterro do sapateiro virou a maior manifestação de protesto que os paulistanos tinham visto até
então. Já na greve geral de abril de 2017, 35 milhões de pessoas pararam, segundo os sindicatos.
Angela Alonss. Adaptado de Folha de São Paulo, 07/05/2017.
As matérias jornalísticas referem-se a movimentos grevistas ocorridos no Brasil nos anos de 1917 e 2017, apresentando contextos diretamente associados aos conflitos entre capital e trabalho em área
urbana. Tendo como base essas matérias, as principais semelhanças entre os
dois contextos mencionados se relacionam aos seguintes fatores: a) precarização salarial e ampliação da regulação estatal
b) aumento do desemprego e revisão de leis trabalhistas c) repressão policial e relevância das reivindicações populares
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d) ilegalidade da ação sindical e desqualificação da mão de obra
16. (Ufpr 2018) Considere a seguinte imagem:
Sobre a questão operária e a Greve Geral de 1917, mostrada na imagem, assinale a alternativa correta. a) O operariado brasileiro era composto majoritariamente por homens
maiores de 21 anos, uma vez que o trabalho infantil e o feminino
haviam sido abolidos após os conflitos da Revolta da Vacina. b) As greves gerais no Brasil tiveram relativa aderência popular, uma
vez que o povo brasileiro primava por manter a ordem e evitar o que
os governantes chamavam de “excessos”. c) Durante a Primeira República, a frase “a questão social é um caso
de polícia” tornou-se um mote da ação do governo; afinal, ela
resumia a preocupação das elites políticas com o descaso com que eram tratados os trabalhadores.
d) Existem diversos debates na História que discutem as tendências
políticas dos participantes e, principalmente, das lideranças da greve de 1917, mas é comum defini-la como uma greve de tendências anarco-sindicais.
e) A participação do Partido Comunista brasileiro foi fundamental na articulação dos trabalhadores no ano de 1917. Sem essa instituição, não seria possível organizar um movimento em nível nacional.
17. (Ufu 2018) “Por volta de 1880, os padrões de Haussmann foram universalmente aclamados como verdadeiro modelo do urbanismo
moderno. Como tal, logo passou a ser reproduzido em cidades de crescimento emergente, em todas as partes do mundo, de Santiago a Saigon.”
BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura
da modernidade. São Paulo: Brasiliense, 1990, p.147. As reformas urbanas foram inspiradas no modelo parisiense a partir de
fins do século XIX, influenciando, por exemplo, a intervenção urbanística do prefeito Pereira Passos no Rio de Janeiro.
Sobre tais reformas, é INCORRETO afirmar que a) as intervenções buscavam higienizar as cidades com a instalação de
redes de esgoto e de água com o objetivo de prevenir epidemias. b) as ações urbanísticas modernizantes tinham por objetivo deslocar as
massas incivilizadas para as periferias citadinas.
c) o traçado sinuoso das antigas ruas e avenidas era mantido, visando à preservação das construções de valor histórico.
d) o alargamento das ruas e das avenidas buscava ampliar a mobilidade
e o controle policialesco, agilizando o deslocamento de tropas. 18. (Enem 2018) Os seus líderes terminaram presos e assassinados.
A “marujada” rebelde foi inteiramente expulsa da esquadra. Num sentido histórico, porém, eles foram vitoriosos. A “chibata” e outros castigos físicos infamantes nunca mais foram oficialmente utilizados; a
partir de então, os marinheiros – agora respeitados – teriam suas condições de vida melhoradas significativamente. Sem dúvida fizeram avançar a História.
MAESTRI, M. 1910: A revolta dos marinheiros – uma saga negra. São
Paulo: Global, 1982.
A eclosão desse conflito foi resultado da tensão acumulada na Marinha do Brasil pelo(a)
a) engajamento de civis analfabetos após a emergência de guerras externas.
b) insatisfação de militares positivistas após a consolidação da política
dos governadores. c) rebaixamento de comandantes veteranos após a repressão a
insurreições milenaristas.
d) sublevação das classes populares do campo após a instituição do alistamento obrigatório.
e) manutenção da mentalidade escravocrata da oficialidade após a
queda do regime imperial. 19. (Pucpr 2017) O surto de febre amarela que o país enfrenta nos
últimos anos é o maior desde os anos 80 e parte da prevenção se dá através da vacinação contra a doença. Contudo, outra campanha de vacinação, dessa vez para conter surto de varíola no início do século
XX, não teve aceitação popular, gerando a Revolta da Vacina. Sobre essa revolta, assinale a alternativa CORRETA: a) No início do século, durante o mandado do presidente Rodrigues
Alves, o Rio de Janeiro passou por uma grande reforma visando a
modernização da capital e o combate a epidemia de varíola que assolava a região, para isso o governo iniciou a derrubada dos antigos cortiços e a relocação dos moradores da região para
conjuntos habitacionais populares. b) Devido a grave epidemia de varíola na região da capital federal, no
início do século XX o governo instituiu uma política de
conscientização da população através do ensino das medidas preventivas nas escolas públicas, além da visita de agentes sanitários às casas para demonstrar como medidas simples como
evitar a água parada ajudavam no combate ao mosquito transmissor.
c) Dentre as outras doenças que agrediam a região da capital federal
estavam também a peste bubônica e a febre amarela. Para conter a peste as brigadas sanitárias espalhavam veneno contra ratos na cidade e removiam o lixo acumulado nas ruas, e para o combate
contra a febre amarela o governo eliminou centenas de macacos transmissores das matas da região.
d) O sanitarista Oswaldo Cruz, na tentativa de erradicar a varíola, defendeu a necessidade da vacina obrigatória, tal medida foi
aprovada em Congresso que definiu que as brigadas de vacinação poderiam entrar na residência da população e aplicar a vacina a força.
e) No ano de 1904, estourou a Revolta da Vacina no Rio de Janeiro contra a política de vacinação obrigatória instituída pelo governo do período. De início contra os agentes sanitários, a revolta se espalhou
pela cidade e culminou na primeira tentativa popular de golpe para a derrubada do governo republicano.
20. (Uerj 2017)
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A capital da Republica não pode continuar a ser apontada como sede de
vida difícil, quando tem fartos elementos para constituir o mais notável centro de atração de braços, de atividade e de capitais nesta parte do
mundo.
RODRIGUES ALVES, presidente da República, 1902-1906. Adaptado
de FIDÉLIS, C.; FALLEIROS, I. (Org.). Na corda bamba de sombrinha:
a saúde no fio da história. Rio de Janeiro: Fiocruz/COC;
Fiocruz/EPSJV, 2010. No início do século XX, enquanto a charge ironizava um dos graves
problemas que afetava a população da cidade do Rio de Janeiro, o pronunciamento do então presidente Rodrigues Alves enfatizava a preocupação com o que poderia comprometer o desenvolvimento da
capital da República. Naquele contexto, uma ação governamental para promover tal
desenvolvimento e um resultado obtido, foram, respectivamente: a) reforma urbana – qualificação da mão de obra
b) combate à insalubridade – incremento da imigração c) ampliação da rede hospitalar – controle da natalidade d) expansão do saneamento básico – erradicação da pobreza
21. (Enem PPL 2017) Art. 1º – O estrangeiro que, por qualquer motivo, comprometer a segurança nacional ou a tranquilidade pública, pode ser
expulso de parte ou de todo o território nacional. Art. 2º – São também causas bastantes para a expulsão:
1ª) a condenação ou processo pelos tribunais estrangeiros por crimes ou delitos de natureza comum;
2ª) duas condenações, pelo menos, pelos tribunais brasileiros, por crimes ou delitos de natureza comum; 3ª) a vagabundagem, a mendicidade e o lenocínio competentemente
verificados.
BRASIL. Lei 1.641, de 7 de janeiro de 1907. Disponível em:
www2.camara.leg.br. Acesso em: 29 ago. 2012 (adaptado). No início do século XX, na transição do trabalho escravo para o livre,
os objetivos da legislação citada eram a) disciplinar o trabalhador e evitar sua participação em movimentos
políticos contrários ao governo. b) estabelecer as condições para a vinda dos imigrantes e definir as
regiões que seriam ocupadas.
c) demonstrar preocupação com as condições de trabalho e favorecer a organização sindical.
d) criar condições políticas para a imigração e isolar os imigrantes
socialmente indesejáveis. e) estimular o trabalho urbano e disciplinar as famílias estrangeiras nas
fábricas.