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TEXTO I O NASCIMENTO DE JESUS Maria e José viviam felizes, à espera da criança que ia nascer. Alguns meses depois, o imperador romano Augusto, que governava todo o país, fez uma nova lei para recensear (contar) a população: todos tinham de se ir registrar na cidade onde tinham nascido, para depois poderem ser cobrados impostos. A família de José era de Belém, por isso eles tinham de voltar para lá. Começou a longa viagem com Maria, que já estava quase na altura de dar à luz. Carregaram algumas coisas num burro e partiram, com Maria montada no animal. Já era muito tarde quando chegaram a Belém, e Maria estava muito cansada. A cidade estava cheia de gente e de barulho, por causa de todos os que tinham vindo registrar-se. José tentou encontrar um quarto nas várias estalagens (hospedarias), mas DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA PROFESSORAS: IVA e SHEILLA DATA: 18/12/17 VALOR: 20,0 NOTA: TRABALHO DE RECUPERAÇÃO FINAL SÉRIE: 7º ano TURMA: A e B NOME COMPLETO: Nº: I N S T R U Ç Õ E S 1. Este trabalho contém 20 questões, sendo 5 fechadas e 15 questões discursivas. Verifique se o seu exemplar está completo. 2. Leia sempre - e atentamente - cada questão antes de responder a ela. 3. Nas questões de múltipla escolha, marque, a caneta, apenas uma alternativa. Não são permitidas rasuras. 4. Dê respostas completas às questões discursivas. 5. LEMBRE-SE DE QUE VOCÊ SERÁ AVALIADO PELO QUE ESCREVEU E NÃO PELO QUE ‘’PENSOU’’ EM ESCREVER; ATENTE, POIS, À FORMULAÇÃO DE SUAS RESPOSTAS. 6. Para uma possível revisão, é necessário que todas as instruções acima tenham sido seguidas. A recuperação final constará de: Um trabalho no valor de 20 pontos. Uma prova abrangendo os conteúdos especificados abaixo. Valor: 80 pontos. 1 - Conteúdo: Interpretação de texto dos seguintes gêneros textuais: crônica, conto, poema, pintura, tirinha, charge, cartum, caricatura, propaganda, reportagem e notícia; Frase, oração e período; Tipos de sujeito; Verbo de ligação e predicativo do sujeito; Transitividade verbal; Tipos de predicado; Termos acessórios: adjunto adverbial e adjunto adnominal. Bom trabalho!

DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA PROFESSORAS: IVA e … · Mas caiu sentada num torrão ... única que havia no pasto e sentaram-se no chão, ... Linguagem coloquial é o mesmo que

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TEXTO I

O NASCIMENTO DE JESUS

Maria e José viviam felizes, à espera da criança que ia nascer.

Alguns meses depois, o imperador romano Augusto, que governava todo

o país, fez uma nova lei para recensear (contar) a população: todos tinham de se

ir registrar na cidade onde tinham nascido, para depois poderem ser cobrados

impostos.

A família de José era de Belém, por isso eles tinham de voltar para lá.

Começou a longa viagem com Maria, que já estava quase na altura de dar à luz.

Carregaram algumas coisas num burro e partiram, com Maria montada no

animal.

Já era muito tarde quando chegaram a Belém, e Maria estava muito

cansada. A cidade estava cheia de gente e de barulho, por causa de todos os que

tinham vindo registrar-se.

José tentou encontrar um quarto nas várias estalagens (hospedarias), mas

DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA PROFESSORAS: IVA e SHEILLA

DATA: 18/12/17 VALOR: 20,0 NOTA:

TRABALHO DE RECUPERAÇÃO FINAL SÉRIE: 7º ano TURMA: A e B

NOME COMPLETO: Nº:

I

N

S

T

R

U

Ç

Õ

E

S

1. Este trabalho contém 20 questões, sendo 5 fechadas e 15 questões discursivas. Verifique se o seu exemplar

está completo.

2. Leia sempre - e atentamente - cada questão antes de responder a ela.

3. Nas questões de múltipla escolha, marque, a caneta, apenas uma alternativa. Não são permitidas rasuras.

4. Dê respostas completas às questões discursivas.

5. LEMBRE-SE DE QUE VOCÊ SERÁ AVALIADO PELO QUE ESCREVEU E NÃO PELO QUE

‘’PENSOU’’ EM ESCREVER; ATENTE, POIS, À FORMULAÇÃO DE SUAS RESPOSTAS.

6. Para uma possível revisão, é necessário que todas as instruções acima tenham sido seguidas.

A recuperação final constará de:

Um trabalho no valor de 20 pontos.

Uma prova abrangendo os conteúdos especificados abaixo. Valor: 80 pontos.

1 - Conteúdo:

Interpretação de texto dos seguintes gêneros textuais: crônica, conto, poema, pintura, tirinha, charge,

cartum, caricatura, propaganda, reportagem e notícia;

Frase, oração e período;

Tipos de sujeito;

Verbo de ligação e predicativo do sujeito;

Transitividade verbal;

Tipos de predicado;

Termos acessórios: adjunto adverbial e adjunto adnominal.

Bom trabalho!

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já nenhuma tinha lugar.

Continuaram a percorrer as ruas à procura de um lugar onde dormir, José puxando o burro pela arreata e

Maria montada nele.

Bateram à porta da última estalagem da terra, mas também aí já não havia lugar. Havia um estábulo perto,

que estava limpo e era abrigado.

José levou-os até lá. Ajudou Maria a descer do burrinho e fez uma cama com palha, que cobriu com uma

manta, para todos descansarem. ]

À meia noite, o filho de Maria nasceu.

Maria embrulhou-o num pano e José encheu uma manjedoura com palha limpa e fofa e nela deitaram o bebê.

Chamaram-lhe Jesus, tal como dissera o anjo.

Texto adaptado da Bíblia – Evangelho de São Lucas

QUESTÃO 01 – Valor: 1,0

Qual foi o motivo que obrigou José e Maria a se dirigirem para a cidade de Belém?

____________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________

QUESTÃO 02 – Valor: 1,0

Leia:

APRESENTE dois motivos pelos quais, na sua opinião, a sociedade atual precisaria ser salva.

____________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________

QUESTÃO 03 – Valor: 1,0

Releia a última frase do texto. Sabendo que a palavra ANJO provém do grego e que seu significado principal é

‘mensageiro’, RESPONDA: Qual foi a mensagem trazida pelo anjo?

____________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________

Como se sabe, o Natal representa para os cristãos a celebração do

nascimento de Jesus (nome que significa Salvação).

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TEXTO II

CONTO DE NATAL

Rubem Braga

Sem dizer uma palavra, o homem deixou a estrada, andou alguns metros no pasto e se deteve um instante

diante da cerca de arame farpado. A mulher seguiu-o sem compreender, puxando pela mão o menino de seis anos.

— Que é?

O homem apontou uma árvore do outro lado da cerca. Curvou-se, afastou dois fios de arame e passou. O

menino preferiu passar deitado, mas uma ponta de arame o segurou pela camisa. O pai agachou-se zangado:

— Porcaria...

Tirou o espinho de arame da camisa de algodão e o moleque escorregou para o outro lado. Agora era preciso

passar a mulher. O homem olhou-a um momento do outro lado da cerca e procurou depois com os olhos um lugar

em que houvesse um arame arrebentado ou dois fios mais afastados.

— Péra aí...

Andou para um lado e outro e afinal chamou a mulher. Ela foi devagar, o suor correndo pela cara mulata, os

passos lerdos sob a enorme barriga de 8 ou 9 meses.

— Vamos ver aqui...

Com esforço ele afrouxou o arame do meio e puxou-o para cima.

Com o dedo grande do pé fez descer bastante o de baixo.

Ela curvou-se e fez um esforço para erguer a perna direita e passá-la para o outro lado da cerca. Mas caiu

sentada num torrão de cupim!

— Mulher!

Passando os braços para o outro lado da cerca, o homem a ajudou a se levantar. Depois passou a mão pela

testa e pelo cabelo empapado de suor.

— Péra aí...

Arranjou afinal um lugar melhor e a mulher passou de quatro, com dificuldade. Caminharam até a árvore, a

única que havia no pasto e sentaram-se no chão, à sombra, calados.

O sol ardia sobre o pasto maltratado e secava os lameirões (poças de lama) da estrada torta. O calor abafava,

e não havia nem um sopro de brisa para mexer uma folha.

De tardinha seguiram caminho, e ele calculou que deviam faltar umas duas léguas e meia (o equivalente a 15

quilômetros) para a fazenda da Boa Vista, quando ela disse que não aguentava mais andar. E pensou em voltar até o

sítio de Anacleto.

— Não...

Ficaram parados os três, sem saber o que fazer, quando começaram a cair uns pingos grossos de chuva. O

menino choramingava.

— Eh, mulher...

Ela não podia andar e passava a mão pela barriga enorme. Ouviram então o guincho de um carro de bois.

— Oh, graças a Deus...

Ás 7 horas da noite, chegaram com os trapos encharcados de chuva a uma fazendinha. O temporal pegou-os

na estrada e, entre os trovões e relâmpagos, a mulher dava gritos de dor.

— Vai ser hoje, Faustino, Deus me acuda, vai ser hoje.

O carreiro morava numa casinha de sapé do outro lado da várzea. A casa do fazendeiro estava fechada, pois

o capitão tinha ido para a cidade há dois dias.

— Eu acho que o jeito...

O carreiro apontou a estrebaria (estalagem). A pequena família se arranjou lá de qualquer jeito junto de uma

vaca e um burro.

No dia seguinte, de manhã, o carreiro voltou. Disse que tinha ido pedir uma ajuda de noite na casa de “siá”

Tomásia, mas “siá” Tomásia tinha ido à festa na Fazenda de Santo Antônio. E ele não tinha nem querosene para

uma lamparina, mesmo se tivesse não sabia ajudar nada. Trazia quatro broas velhas e uma lata com café.

Faustino agradeceu a boa-vontade. O menino tinha nascido. O carreiro deu uma espiada, mas não se via nem

a cara do bichinho que estava embrulhado nuns trapos sobre um monte de capim cortado, ao lado da mãe

adormecida.

— Eu de lá ouvi os gritos. Ô Natal desgraçado!

— Natal?

Com a pergunta de Faustino a mulher acordou.

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— Olhe, mulher, hoje é dia de Natal. Eu nem me lembrava...

Ela fez um sinal com a cabeça: sabia. Faustino de repente riu. Há muitos dias não ria, desde que tivera a

questão com o Coronel Desidério que acabara mandando embora ele e mais dois colonos. Riu muito, mostrando os

dentes pretos de fumo:

— Eh, mulher, então vâmo botar o nome de Jesus Cristo!

Texto (adaptado) extraído do livro Nós e o Natal, Artes Gráficas Gomes de Souza

Rio de Janeiro, 1964, pág. 39.

QUESTÃO 04 – Valor: 1,0

Leia com atenção:

RETIRE uma passagem que exemplifique cada um desses tipos empregados no “Conto de Natal”. (Atenção:

não se esqueça de usar as aspas!).

A) Coloquial:

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

B) Padrão:

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

QUESTÃO 05 – Valor: 1,0

Como você deve ter percebido, o texto II parece ser uma adaptação (interpretação atualizada) da história do texto I.

Portanto, aponte uma semelhança e uma diferença entre ambos.

A) Semelhança:

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

B) Diferença:

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

QUESTÃO 06 – Valor: 1,0

Leia a definição abaixo:

Linguagem coloquial é o mesmo que linguagem do dia-a-dia. É informal, sem obediência total às

normas da gramática padrão que você aprende na escola.

Linguagem padrão é aquela que obedece às regras da gramática padrão, como aquela que

encontramos nos textos de jornais e de livros escolares.

PRESÉPIO: Representação do estábulo de Belém e das figuras que,

segundo o Evangelho, participaram do nascimento de Jesus Cristo.

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TRANSCREVA do texto I duas passagens e do texto II uma passagem que ilustram a afirmativa acima:

A) Texto 1:

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

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B) Texto 2:

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

TEXTO III

O DIA EM QUE VI DEUS

Frei Betto

Natal é a despapainoelização do espírito. É quando o coração torna-se manjedoura e, aberto ao outro, acolhe,

abraça, acarinha. Violenta-se quem faz da festa do Menino Jesus uma troca insana de mercadorias. Quantas

ausências nesses presentes!

Em pleno verão, nos trópicos, o corpo empanturra-se de nozes e castanhas, vinhos e carnes gordas, sem que se

faça presente junto àqueles que, caídos à beira do caminho, aguardam um gesto samaritano.

Criança em Minas, aprendi com meus pais a depositar junto ao presépio a lista de meus sonhos. Nada de

pedidos a Papai Noel. No decorrer do Advento, eu engordava a lista: a cura de um parente enfermo; um emprego

para o filho da lavadeira; a paz no mundo. Meu pai insistia para que eu registrasse meus sonhos mais íntimos. Aos

oito anos, escrevi: "Quero ver Deus". Minha mãe ponderou: "Não basta Nossa Senhora, como as crianças de

Fátima?". Não, eu queria ver Deus Pai. Nem imagens dele eu encontrava nas igrejas, que exibem, de sobejo, ícones

de Jesus e pombas que evocam o Espírito Santo.

Na tarde de 25 de dezembro, meus pais levaram-me a um hospital pediátrico. Distribuímos alegria e chocolate

às crianças, vítimas de traumas ou tomadas pelo câncer e outras enfermidades. Fiquei muito impressionado com um

menino de seis anos, careca.

Na saída, mamãe indagou-me: "Gostou de ver Deus?". Fiquei confuso: "Só vi crianças doentes", respondi.

Então ela me ensinou que a fé cristã reconhece que todos os seres humanos são imagem e semelhança de Deus. Por

isso é tão difícil ver Deus. Pois não é fácil encarar a radical sacralidade de todo homem e de toda mulher.

Aos poucos, entendi que o modo de comemorar o Natal forma filhos consumistas ou altruístas. E descobri que

Deus é tanto mais invisível quanto mais esperamos que Ele entre pela porta da frente. Sorrateiro, Ele chega pelos

fundos, via um sem-terra chamado Abraão; um revolucionário de nome Moisés; um músico com fama de agitador,

Davi; uma prostituta, Raab; um subversivo conhecido por Jeremias; um alucinado, Daniel; um casal de artesãos

que, recusado em Belém, ocupa um pasto para trazer o Filho à vida: Maria e José.

No evangelho de Mateus (25, 31-46) Jesus identifica-se com quem tem fome e sede, é doente ou prisioneiro,

oprimido ou excluído. Aqueles que, para os "sábios", são a escória da sociedade, para Deus são os convidados ao

banquete do Reino.

Desde então, aprendi que Natal é todo dia, basta abrir-se ao outro e à estrela que, acima das mazelas deste

mundo, acende a esperança de um futuro melhor. Sonhar com um mundo em que o Pai Nosso transpareça na grande

festa do pão nosso. Pois quem reparte o pão, partilha Deus. Estado de Minas – 13/12/2001

Vocabulário

1. manjedoura local em que se coloca comida para os

animais em uma estrebaria.

2. insana louca

3. advento período das quatro semanas que antecedem o

Natal.

4. ícones imagens

5. altruísta abnegado, aquele que tem amor ao próximo.

6. escória resto

7. mazelas ferida, mancha

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QUESTÃO 07 – Valor: 1,0

Observe:

Em um parágrafo bem estruturado, EXPLIQUE o que é “despapainoelizar” o espírito e ter o coração como

manjedoura.

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

QUESTÃO 08 – Valor: 1,0

Releia o 2° parágrafo do texto. Sobre ele é possível afirmar tudo isso, exceto:

A) Há referência direta do natal com comida.

B) São quase inexistentes gestos solidários nessa época natalina.

C) Há pessoas que esperam pela ajuda do outro.

D) O prazer material é mais intenso que o espiritual.

E) Nesta época, são consumidos alimentos que não são rotineiros.

QUESTÃO 09 – Valor: 1,0

O desejo do autor, aos oito anos, teve como causa todos estes fatores, exceto:

A) A insistência do pai para que ele registrasse seus sonhos mais íntimos.

B) A vontade de concretizar a visão de Deus.

C) O conhecimento de apenas ícones da Figura Divina.

D) O desejo de ajudar a humanidade.

E) O costume familiar de colocar junto ao presépio a lista de sonhos.

QUESTÃO 10 – Valor: 1,0

RETIRE um trecho do texto que demonstre a forma que Deus se apresentou ao narrador, quando criança.

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

“Natal é despapainoelização do espírito. É quando o coração torna-se

manjedoura e, aberto ao outro, acolhe, abraça, acarinha.”

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TEXTO IV

UM DIA SEM IGUAL

Jânio de Freitas

O velho par de tênis foi dividido com a justiça mais fraterna. A irmã calçava um

pé, o irmão calçava outro. Nela, de uns 8, talvez 9 anos, o pé descalço sugeria as

aperturas sofridas pelo outro pé no tênis pequeno. Ele, de uns 6 anos, 7, se tanto, tinha o

pé calçado quase tão livre, no tênis folgado e já sem cadarço, quanto o pé descalço. E

que caras francas, que risadas musicais na brincadeira que imaginei ser o intervalo dos

pedidos de esmola. Hora do recreio, comunhão única entre duas palavras tão parecidas,

na diferença de uma só letra, e tão contrárias, esmola, escola.

- É pra gente escolher?

Sapatarias guardam todas um jeito de passado, com suas vitrines superlotadas e sempre iguais. Aquela, no

centro antigo do Rio, na rua larga, que foi promovida ou rebaixada, cabe discutir, a rua Marechal Floriano,

exagerava ainda mais na oferta de formas e cores. Os dois tinham aceitado o convite para ir até lá, a uma quadra

de onde estavam, sem estranheza nenhuma. Mas, postos diante das vitrines e avisados do motivo disso, pareciam

não entender – ou não acreditar. Foi a vez dele:

- É pra gente dizer o tênis mais bonito, né?

- Não. Eu disse que é pra cada um de vocês escolher o tênis que mais gostar e depois andar com ele.

A escolha foi longa e sinuosa, dúvidas sobre dúvidas.

- Pode ser aquele ali?

- Pode.

- Posso trocar pra esse aqui? E aquele lá, pode? Eu já escolhi, você já escolheu?

- Já, mas eu acho que eu vou trocar.

O vendedor acompanhou tudo em antipático silêncio, até que lhe foram indicados os dois pares

escolhidos:

- Que números vocês calçam?

Não haveria pergunta mais apropriada para iniciar a confusão que se seguiu: eles não devem saber os

números, tem que experimentar / com os pés sujos desse jeito, não podem experimentar / aí vende meia? / não

senhor/ então lá atrás deve ter uma pia pra eles lavarem os pés / pia para lavar os pés não tem não senhor / olha,

rapaz, eles vão levar o tênis que quiserem e que estiver bom nos pés, entendeu?

A temperatura havia subido muito, quando o velho português achou prudente interceder e, lá de trás da

caixa, disse um “dá-se um jeito nisso”. Lá estava, nos fundos do sobradão, um tanque no mínimo secular. As

crianças lavaram os pés, e apareceu um jornal para os enxugarem, função que talvez lhe tenha dado sua única

dignidade.

Já na calçada, os dois andando com os olhos fixados nos pés, ao ouvir um “até logo”, a menina ergueu o

rosto e, em vez de responder, perguntou com o vagar sério de quem estivesse refletindo em alguma coisa:

- O senhor fez isso porque é Natal?

- Não, não. O Natal ainda está longe.

Naquele dia aprendi o que já soubera muito tempo atrás, e em mim mesmo. As crianças fazem o Natal, e o

Natal são as crianças, nada mais. Nelas está a alegria do presente, sonhado ou não, da permuta de brincadeiras

novas com os presenteados de casa ou da vizinhança.

Depois, olhos postos na alegria das crianças, apenas supomos que ainda viva em nós a alegria do Natal.

Mas o tempo o foi sombreando, com lembranças mais e mais numerosas. Lembranças que se juntam, como em

nenhuma outra ocasião, em um todo pesado e leve, amargo e doce, suave e áspero, espesso e etéreo, indescritível

como o sentimento do Natal.

O Natal é único, e é preciso que seja feliz. O das crianças e seus presentes, o dos adultos e seus ausentes.

Folha de São Paulo, dezembro de 2001

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QUESTÃO 11 – Valor: 1,0

INVESTIGUE no dicionário o significado das palavras abaixo:

A) Apertura: __________________________________________________________________________

B) Quadra: ___________________________________________________________________________

C) Interceder: _______________________________________________________________________________

D) Sobradão: _______________________________________________________________________________

E) Secular: _____________________________________________________________________________

F) Vagar: _______________________________________________________________________________

G) Permuta: _______________________________________________________________________________

H) Sombreando: ______________________________________________________________________________

I) Etéreo: _______________________________________________________________________________

J) Sinuosa: _______________________________________________________________________________

TEXTO V

OS POEMAS

Os poemas são pássaros que chegam

não se sabe de onde e pousam

no livro que lês.

Quando fechas o livro, eles alçam vôo

como de um alçapão.

Eles não têm pouso

nem porto;

alimentam-se um instante em cada

par de mãos e partem.

E olhas, então, essas tuas mãos vazias,

no maravilhado espanto de saberes

que o alimento deles já estava em ti…

Mário Quintana

QUESTÃO 12 – VALOR: 0,1 (0,5 cada)

A) Segundo o eu lírico, os poemas são pássaros. Onde então está o alimento dos poemas?

____________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________

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B) Leia:

“... alimentam-se um instante em cada / par de mãos e partem.”

Os dois versos acima correspondem a uma frase, pois há nela uma unidade de sentido completo. Podemos ir

além, afirmando que ela é

( ) uma frase verbal composta por três orações, sendo, portanto, um período composto.

( ) uma frase verbal composta por uma oração, sendo, portanto, um período simples.

( ) uma frase verbal composta por duas orações, sendo, portanto, um período composto.

( ) uma frase verbal composta por duas orações, sendo, portanto, dois períodos compostos.

( ) uma frase verbal composta por três orações, sendo, portanto, três períodos compostos.

TEXTO VI

O ASSALTO

Assaltaram a padaria da esquina. Houve um grande tumulto. Antônio era o

gerente da padaria e estava muito nervoso. Eu, ingênuo, nunca tinha considerado

Antônio suspeito do furto, mas as investigações policiais logo levariam a ele.

Antônio foi preso pela polícia. Na delegacia se declarou culpado.

QUESTÃO 13 – Valor: 1,0 (0,1 cada)

MARQUE a opção correta:

A) Em “Assaltaram a padaria da esquina.”, o sujeito é

( ) simples.

( ) composto.

( ) desinencial.

( ) indeterminado.

B) Em “Antônio era o gerente da padaria...”, o sujeito é

( ) simples.

( ) composto.

( ) desinencial.

( ) indeterminado.

C) Em “...e estava muito nervoso.”, o sujeito é

( ) simples.

( ) composto.

( ) desinencial.

( ) indeterminado.

D) Em “Eu, ingênuo, nunca tinha considerado Antônio suspeito do furto...”, o sujeito é

( ) simples.

( ) composto.

( ) desinencial.

( ) indeterminado.

E) Em “... mas, as investigações policiais logo levariam a ele.”, o sujeito é

( ) simples.

( ) composto.

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( ) desinencial.

( ) indeterminado.

F) Em “Antônio foi preso pela polícia.”, o sujeito é

( ) simples.

( ) composto.

( ) desinencial.

( ) indeterminado.

G) Em “Na delegacia se declarou culpado.”, o sujeito é

( ) simples.

( ) composto.

( ) desinencial.

( ) indeterminado.

QUESTÃO 14 – Valor: 1,0 (0,1 cada)

IDENTIFIQUE a função sintática de cada termo abaixo em destaque, orientando-se pelo quadro abaixo:

A) Observava os pássaros o pipoqueiro da praça.

_________________________________________________________________________________________

B) O livro estava rasgado.

_________________________________________________________________________________________

C) O livro estava na gaveta.

_________________________________________________________________________________________

D) Os pássaros escaparam da gaiola.

_________________________________________________________________________________________

E) A peça teatral foi engraçada.

_________________________________________________________________________________________

F) O céu estava limpo pela manhã.

_________________________________________________________________________________________

G) O júri absolveu o réu.

_________________________________________________________________________________________

H) Algumas pessoas receberão vários brindes.

_________________________________________________________________________________________

I) Confiei em sua capacidade.

_________________________________________________________________________________________

J) Estas observações são úteis para nós.

_________________________________________________________________________________________

SUJEITO – VERBO DE LIGAÇÃO – VERBO SIGNIFICATIVO – PREDICATIVO DO SUJEITO

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TEXTO VII

QUESTÃO 15 – VALOR: 1,0

ASSINALE a alternativa em que é feita a análise gramatical correta do(s) termo(s) da tirinha de Garfield.

A) No 1º quadrinho, o termo “você” é o sujeito desinencial da oração.

B) No 1º quadrinho, o termo “comeu” é VTD e “meu irmão” é OD.

C) Em “Você é o gato...”, o termo em destaque é nocional.

D) O termo “essa família”, no último quadrinho, tem a mesma função sintática do termo “o gato”, no 1º quadrinho.

E) Há apenas uma preposição na tirinha.

QUESTÃO 16 – VALOR: 1,0 (0,1 cada)

CLASSIFIQUE o predicado (PN, PV ou PVN) e SUBLINHE o(s) núcleo(s).

A) Ele parece uma estátua. _________________________________________________________________

B) Entregaram-lhe uma carta. ______________________________________________________________

C) Joaquim voltou machucado. ______________________________________________________________

D) Ele anda chateado. ____________________________________________________________________

E) Ele anda bastante durante o dia. ________________________________________________________

F) A chuva cai fina e fria. ________________________________________________________________

G) A chuva cai fina e friamente. ____________________________________________________________

H) O professor entrou na sala sério. _________________________________________________________

I) De vez em quando, Teresinha vira onça. ____________________________________________________

J) O ministro permaneceu calado. ____________________________________________________________

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QUESTÃO 17 – VALOR: 1,0 (0,5 cada)

REESCREVA as orações abaixo, transformando o predicado verbal das orações abaixo em predicado verbo-

nominal, fazendo apenas os acréscimos necessários.

A) O menino fugiu de casa.

__________________________________________________________________________________________

B) Ao longe, o dia amanheceu.

____________________________________________________________________________________________

TEXTO VIII

RITOS DE DEZEMBRO

Marcos Antonio Sousa Gonçalves

Os sons de dezembro certamente não são tão suaves como quer o poeta – ao invés das

mandolinas, ou dos alaúdes, são as buzinas que marcam o ritmo das cidades, nos

congestionamentos ao redor dos shopping centers e churrascarias. Mas o poeta não erra de todo.

Apesar do turbilhão de compras e comemorações, ou, quem sabe, por isso mesmo, dezembro

agrada feito aquelas histórias de terror que, ansiosamente, as crianças insistem em ouvir de novo

e de novo e ainda outra vez, sem se saciarem jamais. Imerso nos agridoces ritos do fim de ano, o

país apressa o passo ao encontro do calendário, com ar de quem se esfalfa de trabalhar.

E há tanto por fazer! Sortear o amigo secreto, escolher os presentes, estar presente à comemoração com os

colegas, levar as crianças a ver Papai Noel, escrever cartões de boas-festas, preparar a ceia de Natal, visitar os

parentes, planejar o réveillon... Não há cristão que agüente – mas não há cristão que dispense. Nada mais estafante,

por exemplo, do que atravessar as catacumbas coloridas dos shoppings, entre trenós de mentira e preços

implacavelmente verdadeiros. Apenas num dia, 120 mil pessoas desfilaram por um shopping de São Paulo.

Pois dar e ganhar presentes representa “a celebração de um contrato essencial para a vida em sociedade, que

permite aos indivíduos localizarem-se no mundo”, como teoriza o historiador J.A., 34, que prepara uma tese

justamente sobre o significado das festas populares. “O presente”, para ele, “confirma a identificação entre as

pessoas, como o uso da fantasia no carnaval ou da camiseta do time de futebol.

A própria correria de dezembro atende a uma necessidade básica de todo mundo: a preparação da festa, o

tempo consumido em atividades improdutivas, o dinheiro deixado nas lojas. A estação do desperdício enriquece a

vida, ao interromper a rotina que impera durante o ano todo.

Não há lugar de trabalho onde não se cumpra o ritual do amigo secreto (ou oculto, como se diz no Rio). O

costume tem sido também adotado por um número cada vez maior de famílias, seja porque simplifica as idas às

lojas, seja porque poupa o orçamento doméstico.

Preparar-se, se não para o próximo ano, ao menos para a última noite deste, é outra das tarefas inescapáveis

de dezembro. Tão absorvente é esse mister que, antes ainda do Natal, as pessoas já dedicam atenção às questões de

onde, como e com quem passar o réveillon.

O que todos procuram, afinal, é uma identificação mais íntima com a família e os amigos, para despertar o

espírito de solidariedade habitualmente adormecido.

Revista Isto É. 22 dez. 1982. Texto parcialmente reproduzido.

QUESTÃO 18– Valor: 1,0

Observe o verbete abaixo e suas duas acepções:

Page 13: DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA PROFESSORAS: IVA e … · Mas caiu sentada num torrão ... única que havia no pasto e sentaram-se no chão, ... Linguagem coloquial é o mesmo que

ASSINALE a alternativa correta. Trata-se da palavra

A) rito.

B) alaúde.

C) saciar.

D) agridoce.

E) esfalfar.

QUESTÃO 19 – Valor: 1,0

Leia com atenção o trecho abaixo:

COMPLETE a seguinte afirmação: O poeta imagina dezembro como um mês...

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

QUESTÃO 20 – Valor: 1,0

No quarto parágrafo, o autor refere-se ao fim do ano como “estação do desperdício”. Ele atribui aspecto positivo e

aspecto negativo a esse período. TRANSCREVA-os:

Aspecto positivo

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

Aspecto negativo

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

TEXTO VI

A RAZÃO DE SER NATAL

Ana Sebastião

A noite caíra há já muito tempo,

A multidão sorria,

Festejava-se neste dia de Dezembro

Mais um Natal!

Natal de presentes

Pra toda a criança

Mas, como tantos outros,

Um Natal de mentira!

Estava frio,

A lua era redonda

Como que para iluminar,

A festa que ia já terminar

Sem nada de novo,

Sem mesmo se falar

“Os sons de dezembro certamente não são tão suaves como quer o poeta.”

Page 14: DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA PROFESSORAS: IVA e … · Mas caiu sentada num torrão ... única que havia no pasto e sentaram-se no chão, ... Linguagem coloquial é o mesmo que

Que chegara o Redentor!

Alguém dissera:

“Jesus nasceu”

Mas isso era apenas

Mais um motivo para brincar,

Ninguém ousou exclamar,

Ninguém ouviu dizer:

- Ele veio para AMAR!

A razão da alegria foi esquecida:

Deus enviou–O

Para salvar o mundo!

Jesus um dia nasceu,

Para eu hoje te falar

Que ele te pode salvar,

E não será em vão

Mais uma festa de NATAL!

QUESTÃO 20 – Valor: 1,0

Qual é o tema central do poema?

A) O nascimento de Jesus.

B) Comemorações festivas de Natal.

C) Presentes de Natal.

D) As mensagens de Jesus.

E) A salvação do mundo.