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Universidade Federal do Ceará Campus do Cariri Como montar um poster bem–sucedido? Christian Westerkamp versão: 5 de junho de 2011 sempre em desenvolvimento L A T E X–Editora em Casa Crato (CE)

Dicas para Montar um Poster

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Universidade Federal do Ceará Campus do Cariri

Como montar um posterbem–sucedido?

Christian Westerkamp

versão: 5 de junho de 2011sempre em desenvolvimento

LATEX–Editora em CasaCrato (CE)

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Sumário

1 Introdução 5

2 Poster? 72.1 O que é um poster – e o que não é? . . . . . . . . . . . . . . . . . 72.2 Qual o nome certo? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

3 Tempo 113.1 Tempo para entender um poster (o outro lado) . . . . . . . . . . . 113.2 Tempo para preparar (o SEU lado) . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

4 Como começar? 134.1 Ideias práticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

4.1.1 Ideias! Ideias! Ideias! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134.1.2 Recolher dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134.1.3 Recolher ilustrações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144.1.4 Reduzir! Reduzir! Reduzir! . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

4.2 Título . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

5 Como fazer? 175.1 Tamanho do poster . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175.2 Estrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

5.2.1 Resultados: sim – e só! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175.2.2 Sumário: nunca! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175.2.3 Tabelas: evitar! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185.2.4 Referências bibliográficas: nunca! . . . . . . . . . . . . . . 18

5.3 Texto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185.3.1 Palavras? Frases? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185.3.2 Alinhamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185.3.3 Comprimento das linhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195.3.4 Fontes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195.3.5 Tamanho das letras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

5.4 Ilustrações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205.4.1 Fundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215.4.2 Tamanho e número . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215.4.3 Esquemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215.4.4 Fotos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

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Sumário

5.4.5 Clip–arts . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 235.4.6 Logomarcas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

5.5 Diagramação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

6 Sugestões práticas 276.1 Programas para a diagramação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

6.1.1 Programas gráficos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 276.1.2 Programas de apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . 276.1.3 Como gravar? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

6.2 Coisas técnicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 286.2.1 Materiais para plotar posters . . . . . . . . . . . . . . . . 286.2.2 Poster artesanal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 296.2.3 Poster tridimensional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 296.2.4 Bastões de poster . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 296.2.5 Como transportar um poster? . . . . . . . . . . . . . . . . 30

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1 IntroduçãoCom o grande crescimento do número de universidades em todo o mundo ecom o aumento exponencial do número de estudantes, técnicos e professores, oscongressos também cresceram – e muito. Já não é mais possível, que cada umapresente os seus resultados oralmente, falta simplesmente tempo para isso.A «solução» inventada são os posters. Eles são geralmente apresentados por

curtos momentos só, porque até o número deles cresceu tanto, que o tempo deapresentação tinha que ser reduzido. Em congressos nacionais de, p.ex., botânica,o número de posters já alcançou valores de milhares.Para a grande maioria dos participantes, a apresentação de um poster tem um

único sentido: receber o certificado para inclui–lo no currículo. Por isso, depoisde receber a visita do avaliador, eles já desmontam o seu poster e desaparecem.Eles nem esperam que tenha alguém interessado em dar uma olhada nos seusposters. E também nem olham para outros posters – porque acham que cada umquer sair dali com a mesma rapidez como ele mesmo. Com isso, nem percebemdiferenças na qualidade dos posters. Mas: o poster é o seu cartão de visita! É eleque faz o contato com um possível empregador! Pode ser de suma importânciapara a sua carreira, a sua vida no futuro. Por isso vale a pena, gastar um«tempinho» com a produção do melhor poster possível – o melhor do congressodo qual você quer participar.Apesar do uso quase global de posters em congressos, ninguém nos ensina sobre

como montar um poster. Pior: cada congresso cria as suas próprias «regras»através de ideias mais ou menos nebulosas sobre o que é um poster. Na maioriacopiam as regras para artigos científicos na área, sugerem umas formatações –e pronto é o caos das apresentações de posters que ninguém pode (nem quer)«ler».Para alterar esta situação pouco satisfatória, estou apresentando uma pequena

coleção de dicas – em favor de congressos muito mais proveitosos . . .

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2 Poster?

2.1 O que é um poster – e o que não é?Um poster é uma opção de mostrar os resultados da sua pesquisa. Como nãoé mais possível que todos os participantes de um congresso apresentem os seusdados em palestras orais – curtas que sejam, surgiu como uma alternativa – masé totalmente diferente de uma palestra ou um artigo científico. Por isso, aqui háregras bastante diferentes destas duas outras possibilidades de mostrar resultadospara os colegas.O poster divulga o seu resultado mais importante – e só. Para mais, não tem

espaço nem tempo (ver item 3.1). Como um meio de divulgação, segue as regraspara estas: chamativo, informativo, sem muitas palavras, etc. Boa divulgaçãonão precisa de palavras, nem falar em frases (fig. 2.1)Um poster não é um artigo científico colado na parede, por isso não tem

nenhuma das características de um artigo: não tem subtítulos, não tem capítulos,(quase) não tem texto, não tem referências bibliográficas.Um poster também não é um «jornal de parede» – ninguém tem tempo para

ler um longo texto durante o pouco tempo disponível para a apresentação deposters (ver item 3.1 na página 11).O que então é um poster? É um cartaz chamativo que divulga de maneira im-

pressionante o seu resultado mais importante – se for possível sem palavras – paraque se possa entender em um instante só. Isso automaticamente exclui qualquertexto longo (até complicado) e dá preferência a ilustrações autoexplicativas.

2.2 Qual o nome certo?No Brasil existem diferentes nomes para estes cartazes que se usa em vez deapresentações orais, entre outros painel, banner, baner, poster, pôster. Qual onome que se deveria preferir destas opções?

Painel Um painel é uma cobertura de uma parede, p. ex. uma pintura deparede. Também tem este nome a cobertura que envolve os instrumentos decontrole de um veículo como carro ou aeronave. Outro uso se refere a um conjuntode especialistas, p. ex. estes que discutem um tema no pódio de um congresso.

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2 Poster?

Figura 2.1: Publicidade de umamarca de cerveja

para o dia dos na-morados (em in-glês: Valentine’sDay), assumindouma página in-teira na revista.Uma boa publi-cidade não pre-cisa de palavras!

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2.2 Qual o nome certo?

Figura 2.2: Banner na página «Periódicos» da Capes

Figura 2.3: Faixa frente ao Campus Pimenta da URCA

Banner (Baner) Banner é o nome dado para faixas (geralmente) de propa-ganda, que são colocadas sobre páginas na Internet (p. ex. fig. 2.2). Este termotambém se aplica em peças publicitárias em forma de bandeiras, penduradas empostes nas vias públicas, onde anunciam apresentações de bandas de forró ououtros eventos (p. ex. fig. 2.3). A palavra «baner» é simplesmente uma ver-são abrasileirada de banner escrita através do ouvido que não considera que empalavras de línguas germânicas letras em dobro indicam uma pronuncia curta.

Poster (Pôster) «Pôster» é a forma aportuguesada de poster. Mas: porquecomplicar com acentos se sem eles funciona também? Porque não simplesmenteaceitar uma palavra estrangeira – como tantas outras que simplificam o dia–a–dia? Esta palavra – usada internacionalmente – indica um cartaz publicitário.Um poster é justamente isso: um cartaz que faz publicidade para o seu resultadomais importante. Por isso «poster» é a palavra certa – que vamos usar nestelivreto e que gostaría de sugerir para o uso.

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3 Tempo

3.1 Tempo para entender um poster (o outro lado)Isso é um ponto essencial, que tem que nortear todos os seus pensamentos aoredor do seu poster!Imagine um congresso com milhares de participantes – e por isso com milhares

de posters exibidos simultaneamente. Já aconteceu que participei de um evento,onde a cada tarde mil posters foram apresentados, com uma hora para ver todos.Quando você divide 1 h=60min=3600 s por 1000, então sobram 3,6 s por poster.Este tempo nem daria para ler apenas o título (ver item 4.2 na página 14) e aindanão inclui tempo para se deslocar de poster em poster em corredores geralmenteengarrafados.Por isso é bem óbvio que você não pode esperar que um congressista desse

todo o seu tempo apenas para o seu poster. Você tem que tentar conquistar pelomenos um pouquinho do tempo dele.Qual então o tempo hábil que um congressista pode gastar na tentativa de

entender um poster? Geralmente se diz que seria de no máximo de 3min –

três minutos só!

Para o «leitor» alcançar este tempo curto, você como autor tem que ajudar:você tem que preparar um poster que possibilite isso! Inicialmente, isso diz quevocê tem que evitar qualquer coisa que desvie o interesse do assunto principal. Eo assunto tem que ser pré–digerido tanto que se possa entender tudo rapidíssimo.Para isso, você deveria reduzir o texto ao máximo e em vez disso tentar o uso de(poucas!) figuras de fácil entendimento.

3.2 Tempo para preparar (o SEU lado)Precisa–se bastante tempo para montar um poster. É simplesmente impossívelmontar um poster dentro de uma tarde! Como uma palestra, é virado para umpúblico, geralmente ± especializado. Isso tem como consequência, que o autordeveria construir o poster na perspectiva de um «leitor». O material deveriaser pré–digerido para que o contemplador consiga entender todo o conteúdo commaior facilidade e dentro do menor tempo possível (ver item 3.1). Você temtodo o tempo do mundo na sua preparação, enquanto o contemplador durante a

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3 Tempo

apresentação não tem! Por isso, essa pré–digestão é de suma importância – masum processo bastante (!) demorado.Isso tem como consequência que você deveria tirar do poster todas as informa-

ções e ilustrações desnecessárias, deixando apenas o mínimo necessário. E esteprocesso leva tempo, muito (!) tempo, porque como autor sempre se gostariamostrar tudo que sabe, e um pouco a mais. Mas ninguém tem o tempo paradigerir tudo isso, especialmente na correria de um congresso.Como você tem que montar um poster que leva o mínimo de tempo para ser

entendido, você tem que investir muito tempo na preparação do seu poster: vocêtem que pré–digerir o material – e isso leva tempo.Por isso, é necessário começar a juntar e reduzir ideias já muitas semanas (!)

antes da data do evento. Neste tempo, você também precisa incluir o temponecessário para plotar e montar o seu poster. Informe–se com bastante antece-dência na empresa escolhida sobre os prazos, pode até marcar um compromissocom a plotadora para evitar filas (e evitar que o seu poster não fique pronto nahora certa) quando você entrega o material na última hora.

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4 Como começar?

4.1 Ideias práticas4.1.1 Ideias! Ideias! Ideias!Sem ideias, não se pode montar um poster! Precisa–se pensar: o que é que querocontar para os contempladores? E: como posso vender melhor a minha estória?Como posso convencer o público das minhas observações e conclusões? E aquiqualquer meio vale: desde o início, tente gerar as ideias mais doidas, mais ousadas– ideias «normais» os outros já geraram há séculos. Ideias ousadas demais oudoidas demais, você pode descartar depois – caso tenha ideias suficientes paraum bom poster. Mas quando faltam ideias no momento da montagem – já étarde demais.As suas ideias têm que destacar–se das dos outros. Quanto mais nova, melhor

para atrair o interesse dos contempladores! Lembre–se: você quer que o seuposter se destaque de todos os outros do evento – só assim vai atrair interesse.É bem conhecido que ideias não chegam por comando. Elas aparecem quando

menos se pensa no assunto – quando se está passeando, quando se espera novaso sanitário, quando se espera o sono chegar, quando se fica no ônibus porhoras e horas, . . . Por isso é importante ser receptível a boas ideias a qualquermomento, em qualquer situação. Sempre, se deveria ter um papelzinho mais umlápis ou uma caneta a disposição para anotá-las.Precisamos de ideias sobre o que vender, sobre um bom título, sobre como

vender. Estas ideias chegam desordenadamente, ao acaso, sem conexão entre si.Por isso é importante anotar tudo, tudo, tudo. Uma ideia doida às vezes geraoutra ideia doida – e assim em diante. Não tente frear este fluxo – ao contrário,deveria estimulá–lo.A geração (não a busca!) de ideias tem que andar paralelamente ao recolhi-

mento de dados (ver na página corrente) e ilustrações (ver na página seguinte),elas tem que influenciar–se mutuamente.

4.1.2 Recolher dadosEsta é a parte central em qualquer planejamento de um poster, porque a quali-dade sobe ou cai com a qualidade dos seus dados. Geralmente, você tem dadosde sobra. Mas quais deles são os mais importantes? Isso só você e os seus con-selheiros (orientadores, colegas) podem definir. Junte todos os dados que você

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4 Como começar?

quer apresentar – provavelmente são demais, mas no início, isso não importa.Quanto mais dados você tem a sua disposição, melhor para a escolha dos dadosmais importantes e relevantes.

4.1.3 Recolher ilustraçõesJunte todas as ilustrações que você quer colocar no poster. Provavelmente temmais do que espaço, mas no início, isso não importa. Depois, você escolhe. Nestafase, você já deveria pensar quais dados (tabelas) e outras informações você podetransformar em um gráfico. Quanto menos dados brutos (números, números,números, . . . ), melhor para uma rápida digestão por parte do observador. Nãoé possível traduzir parte da sua (longa) argumentação em figuras? Tente! Masde novo: não force o seu cérebro, deixe as ideias chegarem (isso precisa tempo!).

4.1.4 Reduzir! Reduzir! Reduzir!Agora vem a parte mais difícil: jogar para o lixo quase tudo que você produziuaté o momento! Você tem que escolher: Quais as informações que encaixam nopouco espaço do poster e quais as informações tão amadas que tenho que deixarao lado? Quais as ilustrações que encaixam no pouco espaço do poster e quais asilustrações que preparei com taaaaanta dedicação que tenho que deixar ao lado?Você tem que pensar no pouco espaço físico que tem no poster e no pouco

tempo que o observador tem no momento da apresentação. Ambos colocamfortes restrições na sua vontade de mostrar tudo que você pesquisou, sabe, . . .Depois de reduzir bastante a massa original de ideias e ilustrações, deixe o

assunto descansar por uns dias, depois você começa de novo. Mas atenção:ideias e ilustrações tem que encaixar, não deveriam tratar de coisas diferentes.Só depois de enxugar ao máximo o seu material, você pode começar a pensarsobre um bom título (ver item 4.2), porque só agora você sabe dizer qual oconteúdo exato do seu poster.

4.2 TítuloA parte mais importante de qualquer trabalho científico é o seu título. É comele que se percebe se vale a pena ler (resumo, artigo) ou contemplar (poster).Imagine estar em um congresso com milhares de posters: você não tem o tempopara ver todos os posters. Por isso, você tem que fazer uma escolha com an-tecedência. E para isso usa–se os títulos. Por isso, o seu título tem que serchamativo, já nas primeiras palavras; deve ser curto; deve ser impressionante –até provocante (você quer destacar–se frente a centenas de outros autores, nãoé?). Títulos brasileiros típicos não são adequados para isso. Vamos para umexemplo:

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4.2 Título

Os resultados da minha monografia sobre a porca ovipondaleiteira lanígera (Sus ovipara (L. 1856) ssp. lactifera f. la-nigera; Suidae, Mammalia, Vertebrata) nas condições dechuva e seca no bairro Pimenta, Município do Crato, CaririCearense (Ceará, Nordeste brasileiro)

Aqui uma ilustração deste bichinho ainda tão desconhecido:

Figura 4.1: Porca oviponda leiteira lanígera ( c©Wikipedia)

É um destes títulos intermináveis – tem 39 (!) palavras: quando lendo, secomeça a dormir antes de chegar ao fim da primeira linha, antes de chegar àspalavras interessantes. Temos que cortar. A primeira coisa desnecessária é aintrodução «os resultados da minha monografia» – para muitos tem até umconteúdo negativo: é só de uma monografia . . . Então melhor evitar falar sobreisso já na introdução.

a porca oviponda leiteira lanígera (Sus ovipara (L. 1856) ssp. lactiferaf. lanigera; Suidae, Mammalia, Vertebrata) nas condições de chuva eseca no bairro Pimenta, Município do Crato, Cariri Cearense (Ceará,Nordeste brasileiro)

A próxima coisa que podemos reduzir é o nome científico tão detalhado. Se onome popular é inequívoco, não tem necessidade de colocar isso no título; é coisapara «Materiais e Métodos» de um artigo (mas: ver item 5.2.1 na página 17).Resultado:

a porca oviponda leiteira lanígera nas condições de chuva e seca nobairro Pimenta, Município do Crato, Cariri Cearense (Ceará, Nor-deste brasileiro)

Quando o lugar não tem importância (quer dizer: em outro lugar, você teriaalcançado o mesmo resultado), você também deveria tirar isso do título:

a porca oviponda leiteira lanígera nas condições de chuva e seca

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4 Como começar?

Agora, o título já fica bem curto – mas ainda não tem nada para estimular ointeresse. Então, vamos colocá–lo em forma de uma pergunta:

Como a porca oviponda leiteira lanígera aguenta as condi-ções do semiárido?

Agora, chegamos a apenas 11 palavras (de 39 no início), mas ainda com 11palavras. Isso principalmente se deve ao nome tão longo (4 palavras) do bichona tradução ao brasilês:

Como a porca oviponda leiteira lanígera aguenta as condiçõesdo semiárido?

Mas isso é um título, que se poderia usar: já nas primeiras quatro palavraschama a atenção dos leitores, a pergunta «como aguenta» também faz a suaparte. Dever cumprido!

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Page 17: Dicas para Montar um Poster

5 Como fazer?

5.1 Tamanho do poster

O tamanho do seu poster depende primeiro das exigências do congresso parao qual você esta o preparando. Mas como o material usado pelas plotadorasgeralmente tem uma largura de 90 cm, o tamanho padrão normalmente é de1,20m de comprimento e de 0,90m de largura.

5.2 Estrutura

5.2.1 Resultados: sim – e só!

O poster apresenta resultados – e só. E apenas os seus resultados mais impor-tantes, mais impressionantes. É obvio que você precisa introduzir o observadorao assunto – mas quem diz que se precisa de um romance para isso? Geral-mente, poucas palavras deveriam ser suficientes para nortear o congressista. Efora disso, a única coisa que conta são os seus melhores resultados.Claro que você usou um montão de métodos – mas não foram métodos conven-

cionais que todo mundo usa? Porque então perder espaço e tempo ao descrevê–los? A única exceção: você questionou um método ou desenvolveu um novoprocedimento; mas agora isso é o seu resultado – e por isso faz parte do seuposter.

5.2.2 Sumário: nunca!

É óbvio que qualquer produto científico precisa de uma boa estrutura – mas nãonecessariamente a usada em artigos científicos. Quando o trabalho tem que serbem curto, termos como «Introdução», «Materiais e Métodos», «Resultados»,«Discussão», «Conclusões», «Agradecimentos» e »Referências Bibliográficas» jásão dez palavras demais. Em uma boa palestra (e o poster é simplesmente umaversão simplificada disso) também não usamos estes termos. Eles só ocupamespaço e tempo que não temos.

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Page 18: Dicas para Montar um Poster

5 Como fazer?

5.2.3 Tabelas: evitar!Tabelas geralmente são complicadas demais para o pouco tempo que se tem paraestudar um poster. Por isso, se deveria tentar evitá–las a qualquer custo. Nãotem como mostrar a mesma informação em um simples gráfico de barras oufatias de pizza (mas veja item Esquemas na página 21)? A tabela na fig. 5.2 napágina 22 mostra bem o problema, não é?

5.2.4 Referências bibliográficas: nunca!O poster é uma forma reduzida de uma palestra científica. Então, tem regrassemelhantes. Você já assistiu a uma apresentação oral onde o palestrante no fimleu todas as referências que usou? Provavelmente não. Um poster também nuncapossui uma lista de referências bibliográficas. Quando você acha que as fontesque você leu são de suma importância para os congressistas, porque não produzuma lista, às vezes chamado de «handout», que imprime e copia para distribuirentre as pessoas que se interessam pelo seu assunto?

5.3 Texto

5.3.1 Palavras? Frases?O melhor poster seria, sem dúvida nenhuma, este que não precisa de palavras,nem falar em frases. Isso, geralmente, é um ideal que não dá para alcançar –mas sempre deveríamos tentar chegar o mais próximo dele. Quanto mais texto,mais tempo precisa–se para ler; e com isso vai ser mais difícil alcançar a meta de3 minutos para entender o poster. Por isso: temos que reduzir o texto o máximopossível.Quando texto for inevitável, temos que ambicionar frases curtas, claras, bem

legíveis e inteligíveis – nada de textos intermináveis (como já ridicularizado noitem 4.2 na página 14, com muitas vírgulas, orações subordinadas, parênteses,etc.Usando texto, você deveria dar bastante atenção em evitar erros de digitação

e de gramática. Uma vez impresso, estes erros iriam marcar você para sempre.Por isso é melhor consultar dicionários e gramáticas em qualquer caso de dúvida.E peça a um ou outro colega a dar uma lida com destaque em possíveis erros.

5.3.2 AlinhamentoGeralmente, o alinhamento na esquerda é o mais adequado para uma leiturarápida: todas as linhas começam na mesma altura e tem comprimentos umpouco diferentes. Com a margem direita irregular, o olho ganha pontos para seagarrar. Assim, o leitor não perde a linha – o que aumenta bastante a rapidez da

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Page 19: Dicas para Montar um Poster

5.3 Texto

leitura (lembre-se: 3min!). Ao lado esquerdo de um objeto como uma ilustração,um alinhamento na direita pode fazer sentido – experimente.Textos justificados deveríamos evitar – pois impedem uma leitura rápida. As

margens retas não deixam nenhum lugar para o olho se fixar e os espaços detamanhos diferentes entre as palavras (necessárias para alcançar margens justi-ficadas) atrapalham na leitura.Passagens centralizadas só fazem sentido quando muito curtas, como p. ex. em

(sub–)títulos; em textos mais compridos impedem, e muito, uma leitura rápidaporque o olho tem que procurar cada vez de novo o início de cada linha.

5.3.3 Comprimento das linhasAs linhas de qualquer texto deveriam ser curtas. Assim evitamos virar a cabeça,e com isso a perda da linha o que reduz a rapidez da leitura (lembre-se: 3min!).60–70 dígitos por linha (inclusive espaços) são o máximo que podemos abranger

com a vista. Agora sabe, porque jornais e revistas geralmente usam colunas –isso aumenta bastante a velocidade da leitura.

5.3.4 FontesQuando se trata de fontes, diferencia–se entre letras sem (como p. ex. Arial eHelvetica) e com serifas (como p. ex. Times New Roman). Serifas são traços oubarras que rematam cada haste de certas letras, de um ou de ambos os lados; elasfazem com que as letras sejam interligadas. Esta artimanha tem como resultadouma leitura mais rápida. Por isso, usa–se letras com serifas em textos maislongos (frases, parágrafos), enquanto para textos curtos (títulos) usa–se fontessem serifas. Este texto, por exemplo, é composto desta maneira.Fora de p. ex. títulos, nunca se usa letras versais (maiúsculas). Textos

longos escritos desta maneira são quase ilegíveis, pelo menos avelocidade da leitura é bastante limitada. Por isso, nunca se usaletras versais para uma frase inteira.

5.3.5 Tamanho das letrasOs seus textos – se são inevitáveis – tem que ter o tamanho certo para seremlegíveis sem o uso de uma lupa. Como não olhamos um poster de uma distânciade 30 cm (distância normal quando lemos) as letras têm que ser maiores do queum texto normal (geralmente usamos letras do tamanho 10 pt ou 12 pt quandoescrevemos textos).Normalmente, afasta–se cerca de um metro do poster para se ter uma visão

geral. Para ser legível desta distância, a fonte deveria ter um tamanho maior que25 pt. Mas, olhe quanto texto de 25 pt se pode colocar em um poster tamanho

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5 Como fazer?

Figura 5.1: Quantidade de texto de 25 pt que encaixa em um poster tamanho padrão

padrão (fig. 5.1). Lembre–se dos 3min – e já sabe, que tanto texto não se podeusar . . .O título deveria receber um certo destaque e ficar com letras maiores do que

estes do texto normal. Assim, se pode ler o tema já de uma distância maior – eacha o poster procurado diretamente.

5.4 Ilustrações

Posters vivem de ilustrações. Por isso a produção e escolha das imagens certasé a coisa central na concepção de qualquer poster. É de suma importância.

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5.4 Ilustrações

5.4.1 FundoUm fundo branco dá um bom contraste a letras pretas - mas quando uma ououtra ilustração tiver fundo branco também, precisa-se colocar uma moldurapara indicar a divisa entre fundo e imagem - como na ilustração do texto noposter (fig. 5.1 na página anterior). Um fundo colorido pode resolver o problema- mas a cor tem que encaixar com todas as ilustrações e não impedir a leituradas letras. Por outro lado, pode fazer o seu poster mais conspícuo.Mas: nunca use uma ilustração (foto, esquema) como fundo, nunca, nunca! Por

um lado, uma foto ficaria embaçada e perderia o seu brilho. Mas por outro lado, ailustração impede uma boa leitura de qualquer texto por causa de interferências,como mostra de maneira impressionante a ilustração 5.2 na página seguinte.

5.4.2 Tamanho e númeroPara ilustrações tem a mesma regra do que para letras: tem que ser entendível deuma distância de um metro. Isso tem consequências para o número de ilustraçõespor poster. Uma quantidade ao redor de seis deveria ser uma boa média. Então:nada de um slide–show de dezenas de pequenas fotos.

5.4.3 EsquemasDiagramas muitas vezes dizem muito mais do que números exatos. Quando vocêtem, por exemplo, 4 ou 5 valores a serem comparados, geralmente dois dígitosdepois da vírgula não tem importância. Porque, então, não desistir dos númerospuros e mostrar apenas fatias de uma pizza (cada uma delas bem legendada,claro)? A mensagem é mais facil de entender do que números (até com doisdígitos após a vírgula).Tente reduzir os valores a serem comparados para o mínimo possível. 10 ou 20

fatias de pizza, ninguém pode avaliar dentro de um instante (lembre-se: 3min!)– 10–20 colunas também não!Desista de construir tortas 3D ou colunas 3D, tão populares na apresentação

de valores. Apesar de atrativo na tela do computador para enfeitar o seu poster,quando impresso, geralmente estes (d)efeitos 3D atrapalham mais do que enfei-tam. Isso é bem óbvio em esquemas de colunas, onde os (d)efeitos 3D (cortestransversais das barras) são maiores do que as diferenças entre os pilares.

5.4.4 FotosCaso você queira colocar fotos no poster, escolha apenas as melhores. Nunca usefotos fora do foco ou fotos embaçadas. Única exceção: você conseguiu fotografarpela primeira vez um evento nunca percebido e tão raro como o primeiro prêmiona mega–sena da virada.

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Page 22: Dicas para Montar um Poster

5 Como fazer?

Figura 5.2: Poster apresentado no Congresso Internacional de Botância, Viena 2005

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5.5 Diagramação

Especialmente em grandes congressos onde a maioria dos participantes nãose conhece, faz sentido colocar uma pequena (mas característica) foto do autorprincipal perto de título e nome(s) do(s) autor(es).

5.4.5 Clip–artsClip–arts não se discute: não se usa. Evite-os de qualquer modo.

5.4.6 LogomarcasA sua instituição e os órgãos de fomento possuem logomarcas (fig. 5.3 na próximapágina) que gostariam ver nos produtos que você está desenvolvendo. Deveriacolocar em destaque no seu poster. Geralmente, se acha estas logomarcas numaversão qualitativa nos sites das instituições.

5.5 DiagramaçãoDepois de escolher (item 4.1.4 na página 14) os assuntos e as figuras que vãofazer parte do seu poster, você tem que pensar em como agrupá–los no espaçodisponível. Como não estamos produzindo um jornal de parede (item 2.1 napágina 7) não precisamos seguir as regras para colocar um texto na página –começando na esquerda em cima e terminando na direita em baixo. Um posternão se lê necessariamente em sentido único (compare os dois posters na fig. 5.4na página 25). Porque não agrupar as suas informações em uma curva dinâmica?Ou em forma de um espiral? Ou em forma de uma explosão (mas não saindodo centro da sua área – tem que ser excêntrico)? Tente evitar formatos muitosimétricos, são geralmente chatos, pouco chamativos.Comece a colocar o título e os autores. Geralmente, se coloca isso no topo

da área. Mas como não se lê um poster necessariamente em sentido único, vocêpode até optar em colocar o título no meio do poster (mas, excêntrico) em vez deacima; depois, você agrupa as suas observações ao redor dele, destacando bem asua conclusão.Depois de ter colocado tudo (e mais um pouquinho) no seu espaço disponível,

deveria pensar de novo: o que ainda posso tirar para não sobrecarregar o posternem o contemplador (lembre-se: 3min!). A sua meta sempre tem que ser

menos é mais!

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5 Como fazer?

Figura 5.3: Exemplos delogomarcas

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5.5 Diagramação

Figu

ra5.4:

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6 Sugestões práticas

6.1 Programas para a diagramação

6.1.1 Programas gráficosCorelDRAW Geralmente, é o único programa que as empresas de plotagem«conhecem» e exigem quando se quer entregar um poster para impressão. Maseste programa é extremamente caro – e existem alternativas gratuitas.

Inkscape É também um programa para gráficos vetorial – mas é software livre(open source), e com isso não custa nada. Seria uma boa alternativa para oCorelDRAW quando se acha necessário um programa de editoração.

6.1.2 Programas de apresentaçãoEm geral, programas de apresentação são suficientes para compor posters.

MS Powerpoint Isso é o programa mais conhecido por fazer parte do conjuntoMicrosoft Office. Apesar de ter uma versão menos cara para estudantes, estepacote ainda é caro.

OOo Impress Faz parte da suite OpenOffice.org, no Brasil chamado de BrOf-fice.org; é de codigo aberto e software livre. Por isso é a mais indicada paraestudantes.

LATEX LATEX é um sistema de macros para compor textos de alta qualidade,especialmente quando se trata de fórmulas (matemáticas, físicas, químicas, etc.).Existem diversos pacotes para produzir posters inteiros diretamente no LATEX.Um exemplo é o pacote «beamerposter» (fig. 6.1 na próxima página). Os resul-tados do LATEX se grava diretamente em PDF.Que apenas quer montar fórmulas neste programa tem muitas opções para

montar a fórmula na rede. É só buscar (no Google, por exemplo) por LATEX eonline: já se recebe um bocado de links. Estes sites produzem a fórmula noformato PDF ou PNG - que você pode incluir no seu arquivo que está produzindocom outro programa.Este livreto também foi produzido em LATEX.

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6 Sugestões práticas

Figura 6.1: Um exemplo paraa excelente quali-

dade de LATEX paraproduzir fórmulas

6.1.3 Como gravar?Qualquer que seja o programa usado para a diagramação, se deveria gravar nofim no formato .pdf (Portable Document Format, Formato de Documento Por-tátil), o formato comum para transportar documentos para impressão. Se aempresa plotadora quer ou precisa re–transformar o arquivo para o formato deCorelDRAW, até isso é possível. Os programas do OpenOffice.org já possuemuma tecla para a exportação automática para o formato .pdf embutido na suabarra de comandos básicos (ver fig. 6.2).

6.2 Coisas técnicas

6.2.1 Materiais para plotar postersAtualmente, tem duas opçoes para imprimir o seu poster: a mais comum, ge-ralmente usada nas empresas especializadas, é a lona. Isso é um material bemresistente, um tecido com uma superfície plastificada na qual se pode imprimir.Normalmente, tem 90 cm de largura.Fora disso, ainda tem papel para plotagem. Isso é geralmente uma maneira

mais barata de imprimir um poster, mas às vezes se tem que fazer o acabamento(bastões etc.) de maneira caseira.

Figura 6.2: A tecla «PDF» na barra padrão do OOoImpress exporta e grava o arquivodiretamente no formato .pdf

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6.2 Coisas técnicas

Figura 6.3: Uma mosca com partes bucais muito alongadas - colocada como espécimeacima do poster

6.2.2 Poster artesanalApesar de muitos usarem posters impressos na íntegra - não há nenhuma ne-cessidade de investir muito dinheiro. Porque não imprimir blocos de texto empáginas A4 e juntá-las na hora da apresentação em cima de um fundo estável(tecido, papel para embrulhar pacotes) no formato indicado pelo evento? Textosescritos a mão, se deveria tentar evitar, não são muito bem-vindos em congressosoficiais.

6.2.3 Poster tridimensionalPara fazer o seu poster mais interessante do que os dos vizinhos: porque nãopensar em sair das duas dimensões do poster comum? Quando você tem objetos(secos!) que gostaria mostrar ao vivo para o público, você pode usar a terceiradimensão, afixando o seu objeto no poster (fig. 6.3). Mas atenção: como assessões de poster normalmente são superlotadas e os corredores entre os postersestreitos e as discussões animadas, pode acontecer que alguem toque no seuobjeto e o quebre sem querer. Por isso, não deveria usar espécimes raros.Outro acréscimo que já encontrei em um poster foi um bloco com a foto do

grande inimigo da pesquisa relatada: uma das vacas (fig. 6.4 na página seguinte)que devoraram a maioria das plantas do experimento – e com isso atrapalharama estatística. Levantando a foto com a aba na esquerda, se percebe nada abaixodela. Mas quando se deixa a foto voltar para a posição original, sai do artificioum volumoso «muuuh».

6.2.4 Bastões de posterPara estabilizar o poster e para facilitar o processo de pendurá-lo no lugar in-dicado, usa–se bastões de poster. Normalmente, a empresa de plotagem ofercepacotes que fora da impressão já incluem o acabamento, inclusive a colocaçãode bastões (ver fig. 6.5 na próxima página). Se não, você pode colocar bastões

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6 Sugestões práticas

Figura 6.4: Uma foto móvelcom aba a direita

Figura 6.5: Bastões fixados em cima eem baixo do poster: a lonana qual o poster foi impri-

mido, é colada ao redor dosbastões. Eles ajudam para

estender o poster e parapendurá–lo, p. ex. com um fio

de maneira caseira sem grande esforço: qualquer cabo de vassoura pode assumiresta função. Caso não tenha sobrado suficiente na lona ou no papel no qual oposter foi ploteado, se pode colar uma tira de madeira em ambos os lados domaterial e finalmente conectá-las com uns pregos ou parafusos.No fim, coloca–se um fio no bastão de cima, fixando-o em ambos os lados

(fig. 6.5); assim, se pode pendurar o poster em qualquer gancho.

6.2.5 Como transportar um poster?Existem tubos para poster prontos, já com tiracolo, em papelarias. Mas não énecessário gastar muito dinheiro com isso. Um tubo adequado se compra em lojasde materiais para construção como tubo PVC para água ou esgoto. Lá, também

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Page 31: Dicas para Montar um Poster

6.2 Coisas técnicas

tem tampas para fechar as aberturas,de pressão ou para enroscar. Depois, seafixa uma fita como tiracolo. E já está pronto (fig. 6.6) para viajar para o seucongresso tão esperado . . .

Figura 6.6: Tubo para poster - método caseiro: tubo de água, com uma tampa coladae outra móvel, e fita como tiracolo.

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Page 32: Dicas para Montar um Poster

6 Sugestões práticas

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Page 33: Dicas para Montar um Poster

6.2 Coisas técnicas

Olhe para o poster no fim: quanta criatividade! OK, ainda tem texto demais,mas o que conta é a ideia! Tente ser tão critativo:

Canavalia brasiliensis (Fabaceae) é uma flor com quilha (a) invertida onde o estandarte (c) serve como área de pouso, e portanto, funcionalmente é uma flor labiada.As pétalas (b) ao lado da quilha possuem “calos” (seta) que funcionam como “tapa-olhos”. Na tem-tativa de alcançar o néctar profundo da flor, o visitante empurra com a cabeça enquanto os tapa-olhos deslizam sobre a superfície lisa do olho. Esse movimento, junto com as partes bucais, ativam um complicado sistema de alavancas, expondo o pólen, que é depositado no dorso do visitante. A polinização ocorre quando, em uma outra visita, ele toca o estigma de outra flor.

Centris fuscata é pequena demais e nunca toca as anteras, temos assim Xylocopa grisescens como o verdadeiro amado, X. frontalis pode funcionar como substituto e C. fuscata sendo o intruso nesta relação da Canavalia e seus três maridos.

Canavalia E SEUS TRÊS MARIDOS:QUEM É O VERDADEIRO AMADO?

Laércio P. do A. Neto1, E-mail: [email protected], Christian Westerkamp2 (Orientador)1-Departamento de Biologia, Centro de Ciências, Universidade Federal do Ceará. 2- Universidade

Federal do Ceará, Agronomia – Campus Avançado do Cariri

Três visitantes de tamanhos diferentes são observados, mas apenas um se encaixa perfeitamente com a flor.

Xylocopa frontalis funciona como um mau polinizador, porém seu tamanho não é compatível com a flor. Para chegar ao pólen, ela precisa fazer um “contorcionismo” colocando o abdômen para baixo, apoiando-se no estandarte e empurrando-se para cima, recebendo o pólen na parte de trás do tórax.

Agradecimentos especiais para Jorge Amado pela sugestão do títuloe Leonardo R. O. Normando por literalmente “quebrar a cabeça” com as figuras.

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