Upload
hoangdien
View
220
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Estrutura Organizacional Governo do Estado do Paraná
Secretaria de Estado da Educação do Paraná Núcleo Regional de Londrina
Universidade Estadual de Londrina Programa de Desenvolvimento Educacional
Autoras: *Eliete dos Santos Souza
**Elisa Fernandes Fonteque
Orientadora: Paula Mariza Zedu Alliprandini Área de Atuação: Pedagogia * Especialista em Educação Especial, área Deficiente Mental. Professora Pedagoga da Rede Estadual de
Educação. Experiência Profissional em Coordenação Pedagógica e Regência das séries iniciais do ensino
fundamental.
** Especialista em Educação Especial, área Deficiente Mental. Professora Pedagoga da Rede Estadual de
Educação. Experiência Profissional em Direção Escolar, Coordenação Pedagógica e Regência das séries
iniciais do ensino fundamental.
Londrina 2008
APRESENTAÇÃO
Este caderno pedagógico é uma produção parcial das atividades
desenvolvidas no Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do
Paraná- PDE 2008. Iniciativa do governo estadual em oferecer aos professores,
em parceria com Instituições de Ensino Superior, uma formação continuada
através do retorno aos estudos acadêmicos com o intuito de atingir a melhoria
qualitativa do processo ensino-aprendizagem nas escolas públicas estaduais.
Como resultado desta caminhada apresentamos neste caderno
pressupostos teórico-práticos acerca da utilização da mídia digital na escola,
visando ampliar a aprendizagem sobre mídias e tecnologias e criando
possibilidades de aproveitá-las no cotidiano escolar.
Ele apresentará algumas reflexões e orientações básicas que
servirão de suporte para um repensar das práticas docentes diante dos recursos
tecnológicos da informação e comunicação, fornecendo subsídios que ajudarão o
professor a organizar seu fazer pedagógico de forma crítica e mais criativa.
As possibilidades oferecidas apresentam uma pitada de ousadia
para que os professores possam construir um fazer pedagógico participativo e
interativo, com auxilio de diferenciadas ferramentas a fim de garantir uma
aprendizagem mais eficiente e mais significativa.
Com esta reflexão esperamos ajudar o professor a compreender a
importância de incluir a utilização dessas mídias na organização de seu trabalho
pedagógico.
Sabemos que a inclusão digital na escola não é uma tarefa fácil e
esse é mais um desafio que está posto. O avanço depende de um esforço coletivo
e de mudanças profundas das práticas escolares.
Ao debruçarmos nas questões que envolvem o uso das TICs na
Educação, optamos por contribuir com os professores, que são a comissão de
frente da educação, elaborando um material acessível e prático para introduzir as
reflexões necessárias no interior da escola.
Aos queridos colegas muito sucesso neste novo desafio!
Caro Professor... Convidamos você para embarcar conosco numa viagem fascinante!
Nossa viagem consiste em conhecer as belezas que o mundo das tecnologias
pode nos oferecer.
Arrume sua bagagem e não se esqueça de colocar em sua mala muito
entusiasmo, força de vontade, disposição, interesse e muita vontade de aprender.
Cada passageiro tem a ocupação diferente e está indo a busca de um objetivo que
deverá ser compartilhado ao final da viagem. Sua responsabilidade é ficar de
olhos bem abertos, atento a tudo.
Em cada estação você vai encontrar um espaço para registrar suas atividades
diárias e aquilo que for mais significativo.
Suas anotações serão registradas num diário de bordo (portifólio),
Anote tudo, o que pensar, sentir, aprender...
Não desça desse trem
Nem pare na próxima estação Procure seguir viagem e traga
na mala emoção
O trem segue firme no tempo
As estações ficando para trás
Pelas janelas vão passando momentos Que já não voltam mais
Como um bom passageiro
Veja a vida fluir Ou você faz parte dela
Ou deixa ela partir... Camille Hesketh www.skyscrapecity.com BOA VIAGEM!
SUMÁRIO A INFORMATIZAÇÃO DA SOCIEDADE......................................................................5 MUDANÇAS NA SOCIEDADE... NOVOS PARADIGMAS EM EDUCAÇÃO...............11 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS E O USO DAS TECNOLOGIAS................................19 NOVAS TECNOLOGIAS E NOVAS PRÁTICAS METODOLÓGICAS .........................29 APRENDIZAGEM MEDIADA PELO USO DOS RECURSOS DO COMPUTADOR.....37 INTERNET: FONTE DE INFORMAÇÃO E PESQUISA................................................43 APRESENTAÇÃO MULTIMÍDIA EM SALA DE AULA ................................................52
5
TEXTO I
A INFORMATIZAÇÃO DA SOCIEDADE
Eliete dos Santos Souza
Ligo o meu computador e já acesso a Internet. Entro no meu endereço da minha universidade no mundo virtual. Uma tela se abre diante dos meus olhos.Identifico-me utilizando minha webcam e minha senha de acesso. No mesmo instante, sou transportada para o ambiente tridimensional interativo... (KENSKI, 2007, p.11).
A descrição desse trecho retrata uma situação cotidiana, que hoje,
nos parece bastante comum. Essa cena nos revela o quanto a nossa sociedade
tem se transformado ao longo das ultimas décadas. Há alguns anos tal descrição
poderia nos causar tamanha estranheza. É notável o quanto a influência da
tecnologia tem transformado nossa sociedade e nossa vida.
VOCÊ JÁ PAROU PARA REFLETIR O QUANTO SOMOS DEPENDENTES DA TECNOLOGIA?
Nos dias atuais percebemos a presença intensa desses
instrumentos tecnológicos fazendo parte de nossa vida cotidiana. Diariamente
temos nos beneficiado das facilidades e comodidades que as tecnologias trazem
sem ao menos nos dar conta que não conseguimos mais sobreviver sem usufruir
as beneficies proporcionadas por elas.
Hoje, são possíveis realizações que alguns anos atrás só faziam
parte do mundo de ficção científica. Usar um cartão de crédito, movimentar uma
conta bancária fora do horário de expediente, viajar de ônibus, carro ou avião,
6
falar ao celular, conectar-se a Internet, realizar exames clínicos, pagar boletos
bancários, entre outros, são atividades totalmente dependentes dos recursos
proporcionados pelas tecnologias e de certa forma tão banais em nossa vida diária.
Num simples apertar de tecla do botão temos acesso ao universo
planetário. Toda a informação veiculada no mundo, de forma instantânea, penetra
nosso ambiente sem ao menos praticarmos grandes esforços para que isso
aconteça.
Grandes teóricos, dizem que estamos vivendo numa “sociedade
tecnológica”, e de fato, se olharmos a nossa volta, boa parte daquilo que
utilizamos e realizamos em nossa vida diária, pessoal e profissional, está por
todos os lados cercado pelas tecnologias.
Dessa forma, todos os elementos que perpassam nosso cotidiano
desencadeiam um processo de transformação. Essa relação de dependência e
interdependência entre homem e tecnologia vai gradativamente criando um
ambiente totalmente novo, estabelecendo novas formas de configurar uma
sociedade. “A interação do indivíduo com as tecnologias tem transformado o
mundo e o próprio indivíduo”. (SANCHO, 1998, p.30).
A evolução social do homem confunde-se com as tecnologias desenvolvidas e empregadas em cada época. Diferentes períodos da história da humanidade são historicamente reconhecidos pelo avanço tecnológico correspondente. KENSKI (2007.p.21).
O processo de transformação e de interação do homem com a
tecnologia sempre esteve presente desde os primórdios dos tempos. O homem
7
primitivo conseguiu garantir a sua sobrevivência na medida em que foi
estabelecendo processos de inovação constante dos produtos e dos instrumentos
de que dispunha em seu meio. (SANCHO, 2006).
Ao criar elementos para dominar a natureza, ao descobrir o fogo,
ao inventar a roda, ao criar armas para dominar os animais e outros homens, o
homem primitivo foi produzindo conhecimento, desenvolvendo determinadas
habilidades e competências que se transformaram em inovações tecnológicas.
(KENSKI, 2007).
Na busca constante pela sobrevivência, o homem foi produzindo
novos conhecimentos, sistematizando-os, modificando-os, alterando-os. Esses
conhecimentos adquiridos desencadearam um processo de mudanças
significativas em suas relações com a natureza e com os outros homens. Essas
mudanças contribuíram para o avanço da civilização humana e provocou “um
movimento revolucionário” que se fez presente desde quando o homem primitivo
trocou os machados de madeira e pedra para utilizar as lanças de metal. (KENSKI,
2007).
Através das inovações tecnológicas cada vez mais sofisticadas e
potentes os homens foram buscando ampliar seus domínios, acumular riquezas e
criar cultura. Assim sendo, em todos os tempos históricos, conhecimento e
tecnologia sempre tiveram entrelaçados nas relações sociais, portanto “a
tecnologia faz parte do acervo cultural de um povo. Por isso existe como
conhecimento acumulado e por essa mesma razão é contínua produção”. (LION,
1997, p.34).
Ao estabelecer novas formas de pensar, de sentir e de agir frente
à complexidade do mundo, adquirindo novos valores, novos saberes e criando
novas estratégias de sobrevivência o homem na trajetória histórica produz nova
organização social, cultural e novas tecnologias.
Essas tecnologias apresentam um caráter evolutivo, portanto
sofrem transformações permanentes. E por estarem em constante movimento,
essas tecnologias que tem como matéria prima a informação, que se apresentam
8
de uma forma muito veloz e em larga escala, não permite que os indivíduos se
apropriem desse conhecimento na mesma intensidade em que é disseminado. Se
antes a questão-chave era como ter acesso às informações, hoje, a questão é
como selecioná-las, pois estão por toda parte, sendo transmitidas de forma maciça
pelos diversos meios de comunicação.
É por intermédio dos meios eletrônicos que os indivíduos recebem
um vasto volume de informações e que nem sempre tem conhecimento para filtrar,
fazer uso e posicionar-se de maneira crítica diante delas. Entretanto, o
processamento da informação se torna um fator determinante da economia e do
conjunto de áreas da vida social dos indivíduos e, se não há garantia de acesso a
esta informação e as fontes que a produzem temos instalado as desigualdades, as
diferenças.
Sabemos que em nosso país o problema da desigualdade social é
algo marcante. A pluralidade de realidades que configuram o nosso país dificulta o
acesso da informação pela maioria da população. Para muita gente ela não é
acessível, por estar fora de sua economia ou cultura. Dessa forma esse mundo
movido pelas tecnologias pode ser privilégio de poucos, pois a cada dia novos
produtos diferenciados e mais sofisticados são lançados no mercado, e devido a
seu custo elevado, faz com que se tornem inacessíveis a uma parcela da
população. (KENSKI, 2007).
É certo que o avanço tecnológico trouxe contribuições
significativas para o processo evolutivo da sociedade, porém nesse processo
algumas distorções foram geradas e precisam ser superadas. “Há uma grande
distância entre os indivíduos que dominam a tecnologia, os que são apenas
consumidores e os que não têm condições de nem de consumir”. (PCNs, 1998,
p.136).
Baseado nessa afirmação é que consiste o grande desafio da
sociedade moderna, buscar meios e medidas efetivas a fim de garantir o acesso
de todas as pessoas de diferentes segmentos, nesse mundo mediado pelas
tecnologias da informação e comunicação. Evitando a exclusão e assegurando a
9
permanência do individuo nesse contexto em constante transformação, todos
podem beneficiar-se de suas vantagens com a garantia da ampliação de seus
direitos de cidadão.
QUESTÕES PARA REFLEXÃO _________________________________________________________
1) Gilberto Gil com sua música Pela Internet (1996) aponta de maneira poética
para as possibilidades de uso das novas tecnologias da informação na vida de um
cidadão. Leia um trecho:
Criar meu web site Fazer minha home-page Com quantos gigabytes Se faz uma jangada Um barco que veleje Que veleje nesse informar Que aproveite a vazante da informaré [...] Que leve meu e-mail até Calcutá Depois de um hot-link Num site de Helsinque Para abstecer [...] Eu quero entrar na rede Promover um debate Juntar via Internet Um grupo de tietes de Connecticut [...] Que interferências têm a tecnologia sobre o nosso cotidiano? É possível vivermos
sem a mediação tecnológica?Por quê? Discuta com os colegas e registre suas
conclusões.
10
2) Partindo dessa reflexão, o avanço tecnológico melhorou ou piorou a vida em
sociedade? Faça um paralelo apontando os pontos positivos e negativos que você
encontra na relação tecnologia e sociedade atual?
REFERÊNCIAS ___________________________________________________________ BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental. Brasília, Secretaria de Educação Fundamental, 1998.
GIL, Gilberto. Pela Internet. Disponível em: <http://wwwletras.terra. com.br>. Acesso em: 02 nov. 2008.
KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. Campinas: Papirus, 2007.
LION, Carina Gabriela. Mitos e realidade na tecnologia educacional. In: LITTWIN, Edith (org.). Tecnologia educacional: política, história e propostas. Porto Alegre: Artmed, 1997.
SANCHO, Juana María. Tecnologias para transformar a educação. Porto Alegre: Artmed, 2006.
DICAS DE ESTUDO COMPLEMENTAR __________________________________________________________
Texto: A informatização da Sociedade: Aspectos históricos e Sócio-políticos e democratização dos bens culturais.
Disponível em: http://www.cedu.ufal.br.revista
11
TEXTO II
MUDANÇAS NA SOCIEDADE... NOVOS PARADIGAMAS PARA A EDUCAÇÃO
Eliete dos Santos Souza
A toda hora rola uma história que é preciso estar atento. A todo instante rola um movimento que muda os rumos do vento. Quem sabe remar não estranha. Vem chegando a luz de um novo dia. O jeito é criar um novo samba sem rasgar a velha fantasia. (Paulinho da Viola)
Com freqüência ouvimos que a escola deve mudar e que novas
práticas educativas devem ser concebidas. Esse movimento de mudança tem
pressionado a escola a buscar novas maneiras de se constituir e de cumprir seu
papel social. É nessa perspectiva que se torna necessário refletir e constituir
novos paradigmas.
AFINAL, O QUE É UM PARADIGMA?
Sempre que a sociedade defronta-se com mudanças em suas
bases econômicas, sociais e tecnológicas novas atribuições passam a ser
exigidas da educação, pois da mesma forma que a sociedade, a educação
também passa por um processo de mudança e transformação que altera
comportamentos, modifica conceitos. São novas exigências que são postas a fim
de que a educação acompanhe o ritmo da evolução da sociedade.
Essas transformações proporcionadas pelo novo tempo obrigam
os indivíduos a reverem e alterarem o modo de vida em sociedade. Essa nova
maneira de pensar e agir podem ser definidos como uma mudança de paradigma.
12
Talvez a maneira mais forte de definir o conceito de paradigma
seja dizer que ele representa os conteúdos de uma visão de mundo. Um consenso
sobre uma maneira de entender, de perceber, de agir a respeito do mundo.
Aranha (2006, p.358) define paradigma como “um modelo, um
conjunto de idéias e valores capaz de situar os membros de uma comunidade em
determinado contexto a fim de possibilitar a compreensão da realidade e a
atuação a partir de valores comuns.”
Sendo assim, cada momento histórico é constituído por certos
valores que determinam as formas de ser e agir dos indivíduos. Em algum
momento esses valores se esgotam e não correspondem mais aos anseios dessa
sociedade, então novos valores surgem provocando transformações, mudando os
paradigmas.
Não há dúvida que o campo da educação nos dias atuais está
muito pressionado por mudanças e esse processo se inicia por meio da atitude
reflexiva dos envolvidos com o processo educacional. É necessário que se tenha a
sensibilidade de conhecer o desejo de aprender do aluno com o desejo de ensinar,
que se faça uma reconstrução de conceitos e concepções. Outra direção deve ser
seguida a fim de se alcançar novos rumos para a prática pedagógica que vá de
encontro com os anseios da sociedade moderna.
Segundo Saviani (1980, p.120) a educação deve ser entendida
como “um processo de mudança no seio da prática social global”.
Partindo do pressuposto de que a educação tem uma função
social, torna-se evidente que novos rumos devem ser perseguidos. O momento
aponta para outra direção e exige uma nova maneira de se posicionar. Novos
conceitos devem ser adquiridos, reflexões profundas acerca da prática educativa
devem ser realizadas, pois numa sociedade a qual denominamos como
“sociedade tecnológica” não cabe o modelo dessa educação que está posta, hoje
muitas práticas educativas já não se justificam mais.
No novo paradigma, instalado no contexto atual, persiste a
exigência de uma educação como prática do conhecimento construído e partilhado
13
pelo coletivo. A idéia de um único padrão de estudo deve ser rompida e uma nova
postura deve ser assumida.
Entretanto, a inovação propõe uma ação intencional, consciente e
deliberada, sendo esta uma característica fundamental do trabalho docente.
Dessa forma as práticas educativas devem assumir uma característica inovadora,
o que implica na utilização das novas tecnologias, conforme sinaliza Brito e
Purificação (2006, p.29) “No conceito de inovação que se propõe hoje, está
envolvida a utilização de novas tecnologias”.
No entanto, novos paradigmas estão postos, as tecnologias estão
presentes na escola sinalizando que podem contribuir de forma significativa na
organização do trabalho pedagógico e no processo de ensino-aprendizagem.
E AGORA, O QUE FAZER PROFESSOR? VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA ASSUMIR ESSE
NOVO PAPEL?
È certo que o uso das novas tecnologias no contexto escolar para
muitos se tornam um desafio, pois muitos ainda não se apropriaram do novo que
se apresenta e se posicionam de forma contrária afirmando que perderão campo
de atuação. O medo do professor passa agora pelo modelo do desconhecido.
Sabemos que o uso das tecnologias hoje é essencial, não dá
mais para adiar esse encontro. É preciso partir para o enfrentamento. Seria
imprudente afirmar que o professor perderia campo de atuação para as novas
tecnologias, mas pelo contrário a figura do professor é indispensável nesse
processo. É ele quem gerencia todo esse processo, afinal ele é a própria
tecnologia. Ele é o mediador nesse processo.
“A educação já não pode mais manter-se somente como
acadêmica ou profissionalizante, por isso necessitamos de professores que
conheçam o sistema produtivo e principalmente as inovações tecnológicas.”
(SAVIANI, 1991, p.87).
14
Nesse sentido, os professores precisam abandonar velhas
práticas e se colocar a caminho de novas aprendizagens acerca do uso das
tecnologias sem correr o risco de achar que elas serão a solução para todos os
problemas presentes no sistema educacional.
Alguns educadores consideram que a simples inserção das
tecnologias aplicadas a educação é suficiente para garantir a qualidade no ensino
e aprendizagem. Entretanto, só o instalar de equipamentos na escola não basta
como afirma Kenski (2007, p.125):
Por maior e melhor que seja a estrutura tecnológica, sozinha não consegue realizar nenhum projeto educacional de qualidade. O investimento maciço em treinamento de professores para o domínio técnico do uso de computadores também não vai resolver o problema.
Se as tecnologias não forem bem utilizadas, elas correm o risco de
se tornar a vedete do momento, passado um tempo se tornam esquecidas e
obsoletas. A informatização da escola só será suficiente e trará bons resultados se
for conduzida por professores preparados e cientes de quais objetivos se pretende
alcançar.
Isto implicara em novas formas de ensinar e aprender, diferentes
das propostas que temos visto na prática de nossas escolas. Há a necessidade de
compromisso e grande interesse dos educadores em reconhecer que o uso das
tecnologias pode ser adaptado as finalidades educativas, e que podem garantir
uma melhoria significativa na educação. Não há como negar a importância dos
recursos tecnológicos na educação.
Muitos educadores têm dificuldade em repensar sua prática a
partir de um novo referencial teórico, pois estão enraizadas as posturas totalmente
cartesianas, que não atendem aos apelos dos novos paradigmas. Para que haja
inovação pedagógica exigem-se significativas mudanças de atitude e mentalidade
acima de tudo.
15
Diante desses paradigmas, novas competências são exigidas e
novas formas de organizar o trabalho pedagógico se tornam essenciais e
extremamente necessárias e fundamentais. Também há de se exigir um novo
perfil para o professor. Mercado (1998) descreve o perfil do educador nesse
contexto em constantes transformações, permeado pelas tecnologias da
informação e comunicação. Para o teórico o educador deve ser “Comprometido,
crítico, aberto as mudanças, exigente e interativo”.
Dessa forma a exigência posta, se torna um grande desafio para
as escolas e para os professores, pois necessita-se de um profissional criativo,
com a capacidade de aprender a aprender, de trabalhar com o coletivo e
principalmente se conhecer como sujeito desse processo, que ao mesmo tempo
que ensina aprende.
Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. (FREIRE, 1996, p.23).
Ao romper velhos paradigmas os professores estarão aptos a
adquirir novas experiências, formando novas atitudes para a percepção da
realidade, através da aquisição de novos valores educacionais e de constituir
novos espaços de aprendizagens. Definido assim o papel do professor, a escola
assume características de espaço inovador com novas formas de organização,
deixa de ser a escola do ensinar e passa ser a escola do aprender como afirma
kenski, (2007, p.109):
A escola do aprender tem como principal compromisso garantir a aprendizagem dos alunos. E isso vai muito além de conhecer, compreender e analisar criticamente uma determinada informação ou realidade. A escola do aprender precisa estar em consonância com as múltiplas realidades sociais nas quais seus participantes se inserem e refletir sobre suas práticas, formas de interagir com essas realidades e ir além.
16
QUESTÕES PARA REFLEXÃO _______________________________________________________
1- Os processos educativos estão intimamente ligados com a prática docente.
Analisando a charge, que observações podemos fazer acerca do papel do
professor frente aos novos paradigmas?
Fonte: Revista Pátio. Artmed.Ano XI novembro/janeiro2008
2) “Por maior e melhor que seja a estrutura tecnológica, sozinha não consegue
realizar nenhum projeto educacional de qualidade”. Analisando essa afirmação
que conclusões podemos tirar? Reflita com seus colegas e construa um painel que
demonstre o perfil do professor diante dos novos paradigmas para a educação.
17
REFERÊNCIAS _________________________________________________________
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação e da Pedagogia: geral e Brasil. São Paulo: Moderna, 2006.
BRITO, Glaucia da Silva. Educação e novas tecnologias: um repensar. Purificação: Curitiba. Ibpex, 2006.
DEMO, Pedro. Desafios modernos na educação. Petrópolis: Vozes, 1993.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários á prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. Campinas: Papirus, 2007.
MERCADO, Leopoldo L. P. Formação Docente e Novas Tecnologias. Maceió: Universidade Federal de Alagoas, 1998.
PAULINHO, da Viola. Rumos dos ventos. Disponível em: <http://wwwletras.terra. com.br>. Acesso em: 02 nov. 2008.
SAVIANI, Demerval. Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações. São Paulo: Cortez, 1991.
DICAS DE ESTUDO COMPLEMENTAR _______________________________________________________
Vídeo: Quem mexeu no meu queijo? disponível em:< http:// www.youtube.com >
acesso em 02 nov. 2008.
18
Vídeo: Mudar de paradigmas é difícil, disponível em:< http:// www.youtube.com
> acesso em 02 nov. 2008 . Vídeo: Paradigmas, disponível em:< http:// www.youtube.com > acesso em
02/11/208.
Texto: Educação na Sociedade da Informação. Disponível em: < http//
www.mct.gov.br > acesso em 16/11/2008.
Diversos países têm procurado elaborar políticas públicas que orientem a inserção
da nação nessa nova sociedade. No Brasil, esse programa foi fundado em 1999
(www.socinfo.gov.br). Foi elaborado um documento com a participação de
profissionais de várias áreas do conhecimento e vários setores: o Livro verde da
sociedade da informação no Brasil. Nele, são apresentadas as bases para a
discussão de um novo projeto de sociedade em todas as áreas: educação,
mercado de trabalho, serviços, identidade cultural, governo, etc. Reúna-se em
grupos, faça a leitura do texto, p.45 e descreva :
1- De acordo com a Sociedade da Informação no Brasil, qual é o propósito do uso
das tecnologias na educação?
2- Qual é a função da educação para a Sociedade da Informação?
19
TEXTO III
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS E O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
Eliete dos Santos Souza
Não há transição que não implique um ponto de partida, um processo e um ponto de chegada. Todo o amanhã se cria, num ontem, através de um hoje. De modo que o nosso futuro baseia-se no passado e se corporifica no presente. Freire. (1979, p.33).
A nova dimensão de sociedade e de educação que nos é
apresentada hoje requer novas perspectivas educacionais que envolvam o uso
das novas tecnologias.
Com a evolução constante da tecnologia, as habilidades exigidas
são cada vez mais complexas, sendo necessária a qualificação e a constância do
aprender a aprender, portanto, mais do que nunca a educação se torna um dos
pilares essenciais para o desenvolvimento das novas habilidades exigidas pela
sociedade da informação e comunicação.
Diante desta realidade é necessário que além do domínio técnico
e instrumental o professor tenha um olhar diferente, esteja em formação constante,
que reflita e planeje ações pedagógicas inovadoras.
Sabemos que tais ações não representam uma tarefa simples.
Para que o professor acredite em novas possibilidades educativas é preciso que
haja reflexão e conhecimento de sua intencionalidade pedagógica. Por isso o
sucesso do uso das tecnologias de informação e comunicação, vai depender da
concepção pedagógica que o professor assumir.
20
Nesse sentido, é preciso ter clareza que por trás das práticas
educacionais há uma intencionalidade, que está baseada numa teoria, numa
concepção pedagógica.
PROFESSOR, VOCÊ TEM CLAREZA DA SUA INTENCIONALIDADE PEDAGÓGICA?
Com o intuito de ajudar cada professor se situar teoricamente
sobre sua concepção, apresentamos de forma sucinta as tendências pedagógicas,
que independente de nosso entendimento estão presentes na ação educativa e
interferem na construção do fazer pedagógico.
Entende-se por tendência toda e qualquer orientação de cunho
filosófico e pedagógico que determina padrões e ações educativas, ainda que
esteja desprovida de uma reflexão e de uma intencionalidade mais concreta. Uma
tendência pedagógica é, na verdade, uma inclinação por pensamentos e
comportamentos pedagógicos lidos na história da educação ou mesmo em outras
práticas pedagógicas modernas.
É importante que o professor conheça as teorias, pois a partir de
seu conhecimento o professor terá clareza de onde está alicerçada sua ação
educativa. Elas são elementos norteadores que surgem em dado momento
histórico, que tem intenções e finalidades próprias.
Evidentemente que as “tendências se manifestam concretamente
nas práticas educativas e no ideal pedagógico de muitos professores, ainda que
estes não dêem conta dessa influência.” (LUCKESI, p.54).
Precisamos então entender que é necessário fazer uma reflexão
crítica acerca de nossa atuação, e através dela encontrar novas perspectivas e
novas possibilidades para a organização de nossa prática educativa.
Luckesi (1994, p.53) aponta que são três tendências que
interpretam o papel da educação na sociedade: ”A Educação redentora, a
educação como reprodução e a educação como transformação da sociedade”,
21
sendo que a perspectiva redentora se traduz pelas pedagogias liberais e a
transformadora pelas pedagogias progressistas.
A partir dessa classificação, de forma bem sucinta será
apresentada a Pedagogia Liberal que consiste em: Tradicional, Escola Nova e
Tecnicista e a Transformadora que consiste na Pedagogia Crítica.
PEDAGOGIA TRADICIONAL
Essa tendência surgiu no Brasil no início do século XX, sob o
monopólio jesuítico.
É uma tendência baseada na preparação intelectual e moral do
individuo para assumir sua posição na sociedade, caracterizando-se por ações de
ensino centradas na exposição do conhecimento pelo professor. O professor é
visto como autoridade máxima, um organizador dos conteúdos e estratégias de
ensino e portanto, o único responsável e condutor do processo educativo.
Há predominância da exposição oral dos conteúdos, seguindo
uma seqüência predominante e fixa, independente do contexto. Enfatiza a
necessidade de exercícios repetidos para garantir a memorização transformando a
aprendizagem receptiva e mecânica. (LIBÂNEO, 1994).
A PEDAGOGIA LIBERAL RENOVADA OU ESCOLA NOVA
Surge na primeira metade do século XX, medindo força com a
Tendência tradicional. Preconizada por Dewey assume um princípio norteador de
valorização do indivíduo onde a “finalidade da escola é adequar as necessidades
individuais ao meio social e, para isso ela deve se organizar de forma a retratar o
quanto possível a vida”. (LUCKESI, 1994, p.57).
22
Nessa tendência o centro não é mais o ensinar e sim o aprender.
O professor deixa de ser o centro e se focaliza o aluno, como um ser ativo. O mais
importante não é o ensino e sim a aprendizagem.
O professor facilita o desenvolvimento livre e espontâneo do aluno.
O processo de busca pelo conhecimento deve partir do aluno. O professor
organiza e coordena as situações de aprendizagem, adaptando suas ações às
características individuais dos alunos para desenvolver capacidades e habilidades
intelectuais de cada um.
Essa tendência se diferencia da tradicional por mostrar uma visão
de homem pautada na existência como mera atualização das potencialidades
contidas a principio na existência. (SAVIANI, 1983).
PEDAGOGIA LIBERAL TECNICISTA
É baseada nas teorias behaviorista (Skinner) da aprendizagem e
nas abordagens sistêmicas do ensino, concentra-se no modelo da conduta
mediante um jogo eficiente de estímulos e recompensas capazes de condicionar o
aluno a emitir respostas desejadas pelo professor.
“Num sistema social harmônico, orgânico e funcional, a escola
funciona como modeladora do comportamento humano, através de técnicas
específicas”. LIBÂNEO (1990, p.28). Portanto nesta tendência a escola funciona
organizadora do processo de aquisição de habilidades, atitudes e conhecimentos
úteis e necessários para que os indivíduos estejam integrados na máquina do
sistema social.
Os conteúdos de ensino são as informações, os princípios
científicos, ordenados em uma seqüência lógica e psicológica por especialistas. É
privilegiado no ensino o conhecimento observável e mensurável ,eliminando
qualquer subjetividade. Segundo Libâneo (1990, p.31)
23
A aplicação da metodologia tecnicista não configura uma postura tecnicista do professor já que o exercício profissional continua para uma postura eclética em torno dos princípios pedagógicos pautados nas pedagogias tradicional e renovada.
PEDAGOGIA CRÍTICA
De acordo com Libâneo (1994) a pedagogia crítica pode se
manifestar através de três tendências: a libertadora, mais conhecida como
pedagogia de Paulo Freire: a libertária e a crítica social dos conteúdos.
Essas tendências estiveram presentes no final dos anos 60,70 e
inicio dos anos 80 com a abertura política no final do regime militar, no momento
em que havia uma grande mobilização de educadores para buscar uma educação
crítica, a serviço das transformações sociais, econômicas e políticas, com a
finalidade de superar as desigualdades sociais.
A tendência crítico social dos conteúdos “propõe uma superação
da pedagogia tradicional e renovada, valorizando a ação pedagógica enquanto
inserida na prática social concreta.” (LIBÂNEO, 1994, p.64).
Esta valorização consiste na preparação do aluno para o mundo,
por meio da aquisição de conteúdos culturais e universais, mas revalidados frente
às realidades sociais.
Ela prioriza os conteúdos, o aspecto cognitivo no confronto com as
realidades sociais. Neste contexto cabe à educação, o papel de respeitar a
cultura do indivíduo, trabalhando porém, as duas dimensões: a transmissão do
que foi culturalmente sistematizado como matéria prima para novas construções e
a concepção do indivíduo como construtor de seu conhecimento.
Nesta perspectiva, o professor e aluno são agentes sociais e o
ponto de partida é a prática social comum entre eles.
JUSTIFICANDO ESCOLHAS...
24
As tendências pedagógicas expostas de forma sintética
representam o tipo de homem e sociedade que buscamos construir, sendo
importante lembrar que elas permeiam nossa realidade educacional.
É desta reflexão que nasce o necessário clareamento dos
propósitos definidores da intencionalidade e capazes de dimensionar as
transformações visando a constituição de um projeto educativo efetivamente
político e, por isto, consciente para a escola e a prática educativa. Uma ação como
esta reconfigura o professor, levando-o a exercer a função de gestor de sua
própria prática, um agente histórico, intelectual e profissional.
Se o objetivo do professor é ensinar, tendo como premissa a
aprendizagem dos alunos, o resultado da prática está intimamente ligado com a
prática pedagógica desenvolvida pelo docente.
ENTÃO, O QUE ENSINAR? COMO ENSINAR? PARA QUÊ E PARA QUEM ENSINAR?
São questões que podem ser respondidas através da
compreensão do papel da escola, da função do professor e de sua prática
educativa, e para isso, é preciso recorrer às teorias pedagógicas que
influenciaram e continuam influenciando o processo de ensino aprendizagem,
Refletindo sobre as orientações que determinam as práticas é
possível propiciar ao professor a reconstituição de seu lugar: o lugar de educador
que, ao promover educação também se educa. Quem sabe assim chega-se
àquele ideal de educação, há tanto tempo buscado: educar para a autonomia,
para lidar com o conhecimento e para saber resolver problemas hoje e para saber
resolvê-los amanhã.
Diante das novas exigências, principalmente sobre a influência
das novas tecnologias, fica evidente que o professor deve optar por um referencial
coerente com a nova ordem social, mediada pelas tecnologias.Nessa perspectiva
25
a tendência mais coerente configura-se na histórico crítica do conteúdos, por
responder as necessidades sociais da atualidade, apresentar características de
um ensino com teor crítico e viabilizar a transformação social.
A escola da qual somos fruto, ainda hoje perpetua características
que se conservam. Um espaço físico limitado, cartazes, professores detentores do
conhecimento, mesas, cadeiras, um quadro de giz ainda perduram, porém novos
espaços de aprendizagem vão se ampliando e novas perspectivas surgindo. É
necessário buscar nova postura pedagógica aliada ao uso das novas tecnologias
para a construção do conhecimento.
Aprendemos a cada passo que damos em nossa pratica
educacional, principalmente porque a isso nos propomos. Não sabemos onde
poderemos chegar, no entanto sempre buscamos avançar considerando o
contexto em que nos encontramos. Vivemos numa sociedade pluralista, num
mundo cada vez mais globalizado, conectado.
Essas mudanças nos mostram um novo horizonte, que exige um
novo olhar e uma nova forma de pensar, é importante que estejamos atentos a
tudo que nos cerca. Precisamos entender e analisar cada nova situação de
aprendizagem. Demo (1993)
A tarefa do professor consiste por mostrar caminhos, orientar, estimular a busca própria do aprender, desenvolver aptidões que caracterizam indivíduos seguros, criativos, empreendedores, capazes de gerenciar a formação científica e intelectual.
As tecnologias se constituem em instrumentos da sociedade
capitalista, mas indispensáveis nesse momento histórico de desenvolvimento
tecnológico e processo de democratização digital da escola publica.
Faz-se necessário que a escola ofereça o acesso a essa realidade
não para instrumentalizar, reproduzindo a ideologia dominante, mas como
ferramenta educacional que mediado pelo professor capaz de utilizar esses
26
recursos de forma crítica, possa transformar as informações em conhecimentos
para os alunos.
QUESTÕES PARA REFLEXÃO _______________________________________________________
1) Discuta com seu grupo sobre as principais características presentes em
cada tendência pedagógica. Faça um quadro, demonstrativo sobre o que foi
discutido.
2) “Estudo Errado”, canção composta por Gabriel Pensador, apresenta uma
crítica profunda sobre a prática educativa presente em nossas escolas. Leia
o trecho e identifique elementos das tendências pedagógicas que são
sinalizadas na letra da música. Aponte quais práticas tem predominado no
seu contexto escolar.
Eu tô aqui Pra quê? Será que é pra aprender? Ou será que é pra sentar, me acomodar e obedecer? Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever A professora já tá de marcação porque sempre me pega Disfarçando, espiando, colando toda prova dos colegas E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo... [...] Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que é inflação - Ué não te ensinaram?[...] Manhê! Tirei um dez na prova Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova Decorei toda lição Não errei nenhuma questão
27
Não aprendi nada de bom Mas tirei dez (boa filhão!) Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi Decoreba: esse é o método de ensino .
REFERÊNCIAS _________________________________________________________
DEMO, Pedro. Desafios modernos na educação. Petrópolis: Vozes, 1993.
FREIRE: Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1979.
GABRIEL, 0 Pensador. Estudo errado. Disponível em: <http//www.letras.terra. com.br>.
Acesso em: 09 nov. 2008.
LIBÂNEO, Carlos José. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-
social dos conteúdos. São Paulo: Loyola, 1990.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação. São Paulo: Cortez, 1994.
SAVIANI,Demerval. Filosofia da educação brasileira. Rio de Janeiro: Civilização,
1983.
DICAS DE ESTUDO COMPLEMENTAR __________________________________________________________
Texto: A Questão dos Conteúdos numa Metodologia Histórico-Crítica.
28
Mercado, Leopoldo L.P. Disponível em: <http:/www.cedu.ufal.br/revista>. Acesso
em: 02 nov. 2008.
Estudo Errado. Vídeo disponível em: <www.youtube.com>. Acesso em: 10 out. 2008.
29
TEXTO IV
NOVAS TECNOLOGIAS E NOVAS PRÁTICAS METODOLÓGICAS
Elisa Fernandes Fonteque
Pense um pouco sobre seu dia:
Como você acordou? Usou o despertador ou o seu celular?
Em seguida fez sua higiene. Fez aquele café quentinho ou um leite que estava na
geladeira?
Leu seu jornal? Assistiu às notícias? Foi trabalhar e chegando na escola, como foi
a sua aula? Utilizou giz, textos,...
Quando falamos em tecnologia, logo imaginamos máquinas e
aparelhos tais como: carros, eletrodomésticos, microcomputadores e telefones. No
entanto, o homem desde os primórdios, movido por suas necessidades, desejos e
capacidade de inventividade, criou artefatos que modificaram seu meio e a forma
de relacionar-se com ele, aos quais nominamos “tecnologias”.
Foi a partir de seu convívio social, da necessidade de expressar
seus sentimentos e de registrar suas experiências, que o homem produziu uma
forma especial de se comunicar, chamada por alguns autores de “tecnologia da
inteligência”.
A tecnologia da inteligência é expressa através das linguagens:
oral, escrita e atualmente a digital.
Lévy (1996, p.38) afirma que “uma tecnologia intelectual, quase
sempre, exterioriza, objetiva, virtualiza uma função cognitiva, uma atividade
30
mental”. O que significa dizer que: “ao falar, o homem exterioriza seu pensamento,
ao escrever exterioriza sua memória, ao tecer um hipertexto, exterioriza as
relações que estabelece entre as informações que apresenta.” (KAMPFF, 2006,
p.10).
Na atualidade, o surgimento das novas tecnologias da
comunicação e da informação – NTICs tem mudado significativamente o
comportamento das pessoas, o entretenimento, as formas de viver, de trabalhar,
de informar-se, de se comunicar e alteraram profundamente as qualificações
profissionais.
“Ao falar em novas tecnologias, estamos nos referindo,
principalmente, aos processos e produtos relacionados com os conhecimentos
provenientes da eletrônica, da microeletrônica e das telecomunicações.” (KENSKI,
2007, p.25).
Inclui-se nesta categoria a televisão, o microcomputador, as redes
digitais e a internet, que na medida em que são incorporadas no nosso cotidiano,
deixam de ser novas e passam a ser consideradas apenas como tecnologias da
comunicação e informação – TICs.
Como dizia McLuhan, as tecnologias tornam-se invisíveis à
medida que se tornam mais familiares. Rapidamente, as novas tecnologias
tomaram espaço em empresas, bancos, comércio e residências.
E, COMO ESTÁ A ESCOLA?
Observe o quadro abaixo e reflita um pouco.
Fonte: resistir.info/.../cartoon_educacao_50pc.gif
31
Às vezes, parece existir um abismo entre as práticas escolares e
as práticas sociais dos alunos. No entanto, a inclusão digital nas escolas
brasileiras é uma realidade.
As escolas paranaenses em especial estão equipadas com
televisão, aparelho de DVD, TV Pendrive e computadores.
QUER DIZER ENTÃO QUE OS PROBLEMAS EDUCACIONAIS SERÃO SOLUCIONADOS?
Não basta o professor utilizar a televisão, o DVD, o computador,
produzir slides para demonstração na TV Pendrive, é preciso saber usar
pedagogicamente a tecnologia escolhida. Esta opção implica em mudanças
profundas na prática escolar docente e discente.
Lévy (1993, p.8) afirma que a escola “há cinco mil anos se baseia
no falar/ditar do mestre, na escrita manuscrita do aluno e, há quatro séculos, em
um uso moderado da impressão”. Dessa forma, diz que (p.8/9) “uma verdadeira
integração da informática (como do audiovisual) supõe, portanto, o abandono de
um hábito antropológico mais do que milenar, o que não pode ser feito em alguns
anos”.
A escola é uma instituição social, que desempenha um papel
fundamental em todos os momentos de mudanças. Para Kenski (2007, p. 64):
a escola precisa assumir o papel de formar cidadãos para a complexidade do mundo e dos desafios que ele propõe. Preparar cidadãos conscientes, para analisar criticamente o excesso de informações e a mudança, a fim de lidar com as inovações e as transformações sucessivas dos conhecimentos em todas as áreas. [...] A escola precisa, enfim, garantir aos alunos cidadãos a formação e a aquisição de novas habilidades, atitudes e valores, para que possam viver e conviver em uma sociedade em permanente processo de transformação.
Neste contexto, as TICs – tecnologias da informação e da
comunicação oferecem grandes espaços e desafios para a atividade cognitiva,
32
afetiva e social dos alunos e professores. A TV, o computador e a Internet deixam
de ser apenas ferramentas instrumentais na organização do trabalho pedagógico.
O aluno não será receptor passivo de informações, conforme a
concepção bancária de Paulo Freire, pois o uso das tecnologias pressupõe que o
aluno aprenda a usar, a produzir, e principalmente a interagir, discutir, solucionar
problemas e participar socialmente da construção do conhecimento.
Assim, “as inovações tecnológicas podem contribuir de modo
decisivo para transformar a escola em um lugar de exploração de culturas, de
realização de projetos, de investigação e debate.” (KENSKI, 2007, p.67).
O professor que se propõe a utilizar as tecnologias disponíveis na
escola precisa desenvolver algumas novas habilidades ou características a fim de
superar uma postura tradicionalmente enraizada para assumir uma postura de
mediador pedagógico, de alguém que planeja e organiza espaços de interação.
Masetto (2000, p.168) descreve algumas características e habilidades do
professor mediador:
1- Está voltado mais para a aprendizagem do que para o ensino. Esta concepção exige uma ação contínua do professor e do aluno. Pressupõe saber compartilhar, construir juntos, entender e viver a aprendizagem como interaprendizagem; 2- Por meio de ação conjunta, professor e aluno caminham em direção da aprendizagem, seja nos momentos de incertezas, seja nos momentos de avanços e sucesso; 3- Co-responsabilidade e parceria, incluindo planejamento das atividades, sua realização e avaliação; 4- Dá ênfase em estratégias cooperativas de aprendizagem estabelecendo uma atmosfera de mútua confiança: envolve os alunos no planejamento com base no diagnóstico de suas próprias necessidades, encoraja os alunos a identificar os recursos e estratégias que auxiliem na aprendizagem e os envolve na avaliação de sua aprendizagem; 5- Demonstra disponibilidade para o diálogo na utilização das novas tecnologias.
Nesta nova perspectiva da relação professor / aluno como
colaboradores e parceiros na construção do conhecimento, os alunos
33
acostumados a receber a informação, também terão que enfrentar uma nova
postura. O paradigma antigo baseado na memorização dos conteúdos, na
transmissão do professor, na competitividade e individualismo muda e “os alunos
passam a ser descobridores, transformadores e produtores do conhecimento.”
(BEHRENS, 2000, p.75).
Considerando o contexto de um novo redimensionamento na
função da escola, do papel do professor e do aluno, das mudanças necessárias
nas metodologias aplicadas, a prática de avaliação classificatória, excludente, com
vistas a memorização e repetição, da avaliação utilizada como moeda de troca
que o aluno que faz a atividade ganha nota, perde espaço para a prática de uma
avaliação que considera o processo da aprendizagem e não somente o resultado,
que valoriza o questionamento, a participação , a resolução do problema, a análise
e síntese dos conteúdos, uma avaliação que promove . Esta mudança é essencial
para que o aluno adquira o hábito e o prazer pelo conhecimento que no contexto
atual está sempre em processo de aperfeiçoamento.
Mais do que nunca as tecnologias estão em permanente mudança.
O que se sabe hoje, amanhã já está ultrapassado. Portanto, a formação
continuada e a aprendizagem por toda a vida se tornam conseqüência natural do
momento tecnológico em que vivemos. Torna-se essencial que professores e
alunos estejam em permanente processo de aprender a aprender e produzir
conhecimento.
“Já não há um momento determinado em que qualquer pessoa
possa dizer que não há mais o que aprender, ao contrário, a sensação é a de que
quanto mais se aprende mais há para estudar, para se atualizar”. (KENSKI, 2007,
p.41).
34
QUESTÕES PARA REFLEXÃO _______________________________________________
Hoje, por meio das tecnologias há inúmeras possibilidades de comunicação. Antes
mesmo de chegar à escola os alunos, de alguma forma já utilizam recursos
tecnológicos no seu dia-a-dia:
1) Analise a charge abaixo e responda as questões:
a- Como a escola tem aproveitado a vivência dos alunos com as tecnologias ?
b- De que maneira você pode utilizar nas suas atividades com alunos, os recursos
tecnológicos disponíveis em sua escola?
2) No texto Masetto (2000) faz referência às características do professor que se
propõe a utilizar as tecnologias. Faça um quadro comparando o perfil do professor
que não se utiliza de tecnologias e do que se utiliza de tecnologias em sua aula.
3) Com base no texto e no vídeo, faça um paralelo montando um quadro
comparativo entre as práticas educacionais atuais e as práticas educacionais para
a nova sociedade, levando em consideração: a função da escola, o papel do
professor, o papel do aluno, as metodologias e a avaliação escolar.
35
REFERÊNCIAS
__________________________________________________________
BELLINTANI, Milton. Invenções que mudaram o mundo e sobrevivem ao tempo. Época. Disponível em: <http://epoca.globo.com/especiais/2004/tecnologia/abre02.htm>. Acesso em 12/11/2008.
KAMPFF, Adriana Justin Cerveira. Tecnologia da informação e comunicação na educação. Curitiba: IESDE Brasil, 2006.
KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. Campinas: Papirus, 2007. LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993.
MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.
SITES CONSULTADOS Ministério de ciência e tecnologia-MEC: <http://www.mct.gov.br/index.php/ content/view/18878.html>. Acesso em 22 nov. 2008. Youtube: <http://www.youtube.com/watch?v=xLRt0mvvpBk>. Acesso em: 22 nov. 2008.
36
DICAS PARA ESTUDO COMPLEMENTAR _______________________________________________________
1- Procure o vídeo: Tecnologia ou metodologia, disponível em:
<http://www.youtube.com>. Assista e discuta com os colegas:
a) Qual é a função das tecnologias na escola?
2- Leitura do livro: O computador na sociedade do conhecimento de José
Armando Valente. Download gratuito disponível no Domínio Público, portal do
MEC, <http:// portal.mec.gov.br>.
37
TEXTO V APRENDIZAGEM MEDIADA PELO USO DOS RECURSOS DO COMPUTADOR
Elisa Fernandes Fonteque
O computador está trazendo à escola uma nova forma de ensinar
e de aprender. Para Vigotski (1991),
Aprender é a possibilidade de crescer com as diferenças das experiências dos outros que formam o grupo de aprendizagem, cujo desenvolvimento cognitivo dependerá não exclusivamente do conteúdo a ser adquirido, mas, sobretudo das relações que se estabelecem.
Por suas características, o ambiente escolar é um local que
possibilita atividades coletivas e a interação entre outros, favorecendo assim a
aprendizagem. Neste contexto, o computador abre espaço para um novo fazer
pedagógico. Geralmente, o aluno não tem condições de percorrer sozinho o
processo de aprendizagem e especialmente utilizar os recursos do computador e
da Internet com fins pedagógicos.
O professor, então, é um mediador que tem por objetivo provocar
avanços que não ocorreriam espontaneamente. Nesta perspectiva a construção
do conhecimento se faz mediante a orientação do professor e a interação do
grupo, uma vez que sempre que o aluno não conseguir solucionar um problema
sozinho, partilhará no seu grupo a solução, até que seja alcançada.
Para Schlünzen (1999, p.56), “o computador transforma o ensino
tradicional em aprendizado contínuo, facilita o diálogo e a troca entre os diferentes,
38
valoriza as potencialidades e as habilidades de cada um, com a vantagem extra
de ajudar o educador e o aluno a se tornarem parceiros”.
Na prática, as atividades desenvolvidas com o uso do computador
surgem de um tema do currículo escolar ou de uma questão que se deseja
investigar, gerando a necessidade da elaboração de um projeto e da
instrumentalização do aluno para ser o sujeito de sua aprendizagem e de sua
história. “Logo, o grande desafio que a nova tecnologia traz para o educador é
transformar o aluno em agente do seu próprio desenvolvimento intelectual, afetivo
e social.” (SCHÜNZEN, p.56).
O uso pedagógico do computador exige de educadores e alunos
uma nova postura no processo de ensino e aprendizagem. Nesta abordagem
ambos ensinam e ambos aprendem simultaneamente. Para Hernandes (1999,
p.27)
A utilização do computador dentro de uma metodologia que privilegie a descoberta, a produção, a criação e a autoria torna o professor e o aluno autores e criadores do processo educacional, respeitando a singularidade de cada um, enriquecendo o ambiente com a presença das diversidades e multiplicidades.
Existem alguns softwares que podem auxiliar o professor no
desenvolvimento de atividades pedagógicas, conforme apresentadas a seguir:
DRAW
Draw é um software de desenho. Com os inúmeros recursos de
lápis, borracha, pincel, cores, formas básicas, etc, é possível desenvolver diversas
atividades pedagógicas. Allegretti (1999) sugere algumas:
Criação coletiva de desenhos ou cenários sobre determinado tema.
39
Representação de um espaço por meio de elaboração de uma planta
básica
Elaboração de mapas de ruas, bairros, cidades, etc.
Representação da linha do tempo
Reconstrução de histórias da literatura infanto- juvenil
Em matemática, o professor poderá utilizar as figuras geométricas
WRITE
Write é um software para processar texto, que possui recursos que
facilitam a edição, correção ortográfica, formatação do texto, criação de tabelas,
inserção de figuras e gráficos. A mesma autora propõe atividades, como:
Cartas e correspondências
Concurso de cartas e cartão
Produção de jornais
Confecção dos convites da escola
Criação de cartazes informativos
Redação, histórias e jornal.
CALC
O Calc é uma planilha eletrônica com recursos para elaborar
tabelas, gráficos, formular projeções e gerar números a partir de variáveis.
Allegretti (1999) sugere as seguintes atividades:
40
Coleta de dados que uma turma de alunos realiza com todos os outros
alunos da escola
Levantamento, representação e análise dos gastos domésticos
Integração entre diferentes áreas do conhecimento sobre meio ambiente,
saúde, agricultura e outros que circulam nos meios de comunicação
Conceitos ou fenômenos físicos que são melhores entendidos quando
representados na forma de tabelas e gráficos.
IMPRESS
O Impress é um software aplicativo básico desenvolvido para a
elaboração e apresentações com recursos de multimídia como som, imagem,
animação, caixa de texto e videoclipe. O impress é considerado por Allegretti
(1999), um rico recurso, pois tanto na criação quanto na pesquisa de uma
apresentação, pode trabalhar com o aceso não-linear, cuja característica é
essencial para o processo de construção e reconstrução de conhecimento.
O computador oferece inúmeros recursos que podem ser
utilizados na sala de aula ampliando as possibilidades didáticas para o professor
ensinar e para o aluno construir o conhecimento.
Não devemos esperar que o computador traga uma solução mágica para a Educação, mas certamente, poderá ser usado pelo professor como um importante instrumento pedagógico. Sabendo explorar esta ferramenta e trabalhar sobre projetos que surgirão na sala de aula, o educador poderá proporcionar uma aprendizagem construcionista, contextualizada e significativa. O aprendizado deixa de ser fragmentado e os projetos podem envolver diferentes disciplinas, tornando o ensino cooperativo e interdisciplinar e a avaliação formativa e construtiva. (SCHLÜNZEN, 1999, p.56).
41
QUESTÕES PARA REFLEXÃO _______________________________________________
1- Que problemas a instituição de ensino em que você é professor(a) enfrenta
para o oferecimento de atividades pedagógicas mediadas pelas TICs,
sobretudo o uso de computadores? Como superá-los?
2- Considerando que a aprendizagem será mais significativa quanto maior for
o grau de interação e comunicação entre os participantes do processo,
discuta com seus colegas, quais os aspectos relacionados às distâncias
que mais repercutem nas atividades educacionais de sua escola: o
geográfico, o temporal, o tecnológico, o interpessoal ou o socioeconômico?
3- Em grupo, após a leitura do texto acima, elabore um esboço de projeto
pedagógico para uma disciplina ou sobre um conteúdo curricular utilizando
um ou mais aplicativos do computador. O projeto deve conter: o
delineamento do problema ou o assunto, o público alvo, os objetivos, a
metodologia, os recursos previstos a ser empregado e o cronograma das
atividades. Em seguida socialize com o grupo o resultado final do trabalho.
REFERÊNCIAS __________________________________________________
ALLEGRETTI, Sônia M. de M. Aprender construindo: a informática se transformando com os professores. Brasília: MEC, 1999.
FAGUNDES, L. C.; MAÇADA, D. L.; SATO, L.S. Aprendizes do Futuro: as inovações começaram. Brasília: Estação Palavra, 1999.
42
HERNANDES, Vitória K. Aprender construindo: a informática se transformando com os professores. Brasília: MEC, 1999.
SCHLÜNZEN, Elisa T. M. Aprender construindo: a informática se transformando com os professores. Brasília: MEC, 1999.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
43
TEXTO VI
INTERNET: FONTE DE INFORMAÇÃO E PESQUISA
Elisa Fernandes Fonteque
Atualmente, é inquestionável que a Internet vem possibilitando a
ampliação e rapidez no acesso a informação.
Ela permite acesso a toda produção intelectual disponível em rede
assegurando um enorme potencial de uso na Educação.
Segundo Valente (1999, p.61) “a disponibilidade de acesso à
informação é talvez o elemento mais impressionante da Internet”.
Voltada para a educação, “a internet é uma mídia que facilita a
motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de
pesquisa que oferece”. (MORAN, 2000, p.53).
ENTÃO, A INTERNET VAI FACILITAR MUITO O TRABALHO DO PROFESSOR?
Como ocorre com todos os outros recursos é preciso que se
aprenda a usar a Internet. Antes de ensinar é necessário que o professor aprenda
a pesquisar os diversos recursos que ela dispõe. Além do conhecimento prévio de
como funcionam os seus sistemas de busca, precisa também de um certo domínio
das técnicas de pesquisa. A expressão “navegar na Internet com segurança” é
carregada de um significado simbólico da arte da navegação.
Para navegar é preciso ter em mãos um mapa detalhado do
caminho a seguir, conhecer esta rota, prever as intempéries e contar com
44
instrumentos para lidar com elas, dispor-se a errar o caminho e tentar retomá-lo
em seguida. (YAHOO)
O papel do professor como o orientador do caminho a percorrer é
fundamental. Para solicitar a pesquisa para o aluno, não basta sugerir sites
específicos, é preciso também estabelecer um método de pesquisa para a
obtenção das respostas desejadas. Realizada a pesquisa, Kampff (2006) diz:
É preciso incentivar os alunos a buscarem novas informações, confrontarem-nas e empregá-las nos projetos em desenvolvimento. [...] é preciso desenvolver o senso crítico, a comparação entre as diversas fontes e o debate de idéias.
OS ALUNOS SÃO MUITO INTERESSADOS PELOS RECURSOS TECNOLÓGICOS. COM O USO
DA INTERNET OS ALUNOS ESTARÃO MOTIVADOS A PESQUISAR?
Moran (2000, p.54) alerta sobre alguns problemas no uso da
Internet como fonte de pesquisa na educação:
Alguns alunos não aceitam facilmente essa mudança, ainda preferem receber tudo pronto do professor;
Há facilidade de dispersão, alguns alunos não procuram o que foi combinado, deixando-se arrastar para áreas de interesse pessoal;
Além disso, há o perigo da pescópia, muitos alunos copiam e colam o conteúdo. O professor precisa ficar atento e orientar os alunos para a realização da pesquisa;
A Internet é um valioso instrumento de pesquisa e o professor que
se propõe a utilizá-la deve fazê-lo mediante proposta pedagógica que mobiliza os
participantes em torno de uma atividade comum.
Com tantas opções e recursos disponíveis na Internet é preciso
saber selecionar e avaliar os materiais para conseguir as informações seguras e
necessárias para o objetivo que se pretende alcançar:
45
COMO ACESSAR OS SITES DISPONÍVEIS?
Para acessar um site é preciso digitar seu endereço. Existem
vários portais governamentais e não-governamentais com conteúdos e materiais
educacionais relevantes para pesquisa. Um portal fundamental para o professor é
o do Ministério da Educação – MEC e para o professor paranaense é o portal Dia-
a-dia Educação da Secretaria de Estado da Educação.
Quando se desconhece o endereço, utiliza-se mecanismos de
busca da Internet.
QUAIS AS FERRAMENTAS DE BUSCA DISPONÍVEIS?
Para localizar informações na Internet, as ferramentas mais
populares são Google e Yahoo. Digitando palavras-chave na caixa de pesquisa, é
possível encontrar qualquer assunto.
Cada página tem um endereço na rede. Digite o endereço: http://portal.mec.gov.br , Portal do MEC ,na barra de endereço indicada e abrirá a página desejada. É possível visualizar melhor o quadro ao lado, aumentando o Zoom na barra de ferramentas.
46
Pesquisa Google Estou com sorte
Pesquisar: a web páginas em português páginas do Brasil
A Internet dispõe também de bibliotecas virtuais, que permitem
acesso aos periódicos científicos brasileiros, teses e dissertações, promove
informações, materiais para professores e alunos, etc. O portal do professor, por
exemplo, dispõe de recursos, tais como: aulas, recursos educacionais, cursos,
materiais e links que podem contribuir para o enriquecimento da aula.
Pesquisar utilizando a ferramenta de busca é simples. Na barra de endereço digite o site http://www.google.com.br. Você irá visualizar uma página com uma caixa de texto, no centro da tela em quem irá digitar o que deseja buscar.
1º - Digite o assunto procurado nesta caixa.
2º - Escolha a opção página do Brasil. 3º - Clique no
botão Pesquisa Google”.
47
O QUE SÃO OS SIMULADORES E COMO PODEM AUXILIAR NO PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO?
Os simuladores são programas interativos nos quais é possível
alterar ou testar parâmetros e observar resultados, confrontando-os com os
esperados pelos alunos. (KAMPFF, p.75). Um dos sites interessantes que
apresenta simulações e animações é o do Projeto Rived.
Estes recursos, entre outros auxiliam o professor a enriquecer a
sua aula, motivar os alunos, ampliar o conhecimento de professores e alunos.No
entanto, Moran (2006, p.63) adverte:
Acesse a Internet e digite na barra de endereço o site http://portaldoprofessor.mec.gov.br e conheça os vários recursos disponíveis .
Digitando o site http://webeduc.mec.gov.br, abrirá uma página onde encontrará material de pesquisa, objetos de aprendizagem , o Rived e outros. Para acessar o conteúdo clique sobre as imagens.
48
Ensinar com as novas mídias será uma revolução se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos. Caso contrário, conseguiremos dar um verniz de modernidade, sem mexer no essencial. A Internet é um novo meio de comunicação, ainda incipiente, mas que pode nos ajudar a rever, a ampliar e a modificar muitas formas atuais de ensinar e aprender.
QUESTÕES PARA REFLEXÃO ______________________________________________________
Os Nonatos em sua música: O planeta movido a internet é escravo da
tecnologia, faz uma análise crítica sobre a influência da Internet no mundo
contemporâneo. Disponível em: www.letras.terra.com.br.
O visor como tela de TV, O teclado acessível como book Pra maiúsculo ou minúsculo é Caps “Look” (Lock) Pra mandar imprimir é Control P Com o micro “Sansung e LG e os programas que a Apple financia A indústria da datilografia nunca mais vai fazer máquina Olivetti E o planeta movido a Internet é escravo da tecnologia Quem se pluga em milésimo de segundo E se conecta ao portal e seus asseclas Basta apenas tocar numa das teclas que o visor nos transporta a outros mundos Ao espaço onde o vácuo se inicia Quem formata depois, cola, copia e prende o mundo na grade de um disquete O planeta movido a Internet é escravo da tecnologia. [...] Transatlânticos no mar fazem cruzeiros E pelos micros das multinacionais Hoje tem conferências virtuais com os executivos estrangeiros O email é correio sem carteiros, tanto guarda mensagem como envia Os robôs usam chip e bateria e videogame é brinquedo de pivete E o planeta movido a internet é escravo da tecnologia. [...]
49
1- Com base nos trechos da música, O Planeta Movido a Internet é Escravo da
Tecnologia, reflita sobre a relação entre as novas tecnologias da informação e
comunicação e as mudanças ocorridas na vida social, na comunicação
interpessoal e no acesso às informações na atualidade.
2- Em grupo, reflita e discuta:
Como é possível, com o auxílio das TICs – Tecnologias da Informação e
Comunicação, realizar propostas dinâmicas de aprendizagem, que considerem os
aspectos cognitivos, ético, político, científico, cultural, lúdico, crítico, etc, no
processo de construção do conhecimento?
SITES SUGERIDOS PARA EXPLORAÇÃO _________________________________________________________ Biblioteca virtual do estudante de língua portuguesa. Disponível em: www.labvirt.futuro.usp.br. Acesso em 11/10/08.
Portal da Secretaria de Estado da Educação -Dia-a-dia educação- <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>. Acesso em 05/06/08.
Portal do Ministério da Educação - MEC: http://portal.mec.gov.br. Acesso em
05/06/08.
SciELO – Scientific Eletronic Online : http://www.scielo.br/scielo.php/.Acesso em 05/06/08. Projeto Rived. Secretaria de Educação à Distância MEC <www.rived.proinfo.mec.gov.br/projeto.php. Acesso em 11/10/08.
Yahoo, disponível em http://www.yahoo.com.br. Acesso em 11/10/08.
50
REFERÊNCIAS __________________________________________________
BASTOS, Elisabeth Soares et al. Introdução à educação digital. Brasília: MEC, 2008.
KAMPFF, Adriana Justin Cerveira. Tecnologia da informação e comunicação na educação. Curitiba: IESDE Brasil, 2006.
KOMESU, Fabiana Cristina. Blogs e as práticas de escrita sobre si na Internet. In: MARCUSCHI, Luiz Antonio; XAVIER, Antonio Carlos dos Santos (Orgs). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção de sentido. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004, p.110-119.
MORAN, José Manuel. Como utilizar as tecnologias na escola. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/utilizar.htm>. Acesso em 23 nov. 2008.
MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000. DICAS PARA ESTUDOS COMPLEMENTARES ________________________________________________________
1- Para saber como fazer uma boa pesquisa na Internet:
Pesquise os sites abaixo, destaque e registre os pontos principais dos textos.
No Manual do Yahoo! De busca na Internet. Disponível em:
<http://br.buscaeducacao.yahoo.com/mt/manual/index.php?sec=como_pes
quisar>. Acesso em 20 nov. 208.
51
Revista Nova Escola Online – Como fazer uma boa pesquisa na Internet –
Edição de Abril de 2005. Disponível em:
<http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0181/aberto/mt_65407,shtml>.
Acesso em 20 nov. 2008.
Introdução à Pesquisa na Internet. Disponível em:
<http://eduardogalhardo.sites.uol.com.br/<. Acesso em 20 nov. 2008.
2- Para conhecer outras ferramentas para organizar pesquisas em grupo de forma
colaborativa, explore os sites indicados abaixo. Como apoio, leia o texto: Como
utilizar as tecnologias na escola, Moran, disponível em
http://www.eca.usp.br/prof/moran/utilizar.htm.
Blogs como ferramenta pedagógica:
www.ead.sp.senac.br/newsletter/agosto05/destaque/destaque.htm,
www.educarede.org.br/educa/revista_educarede/especiais.cfm?id_especial=221
http://pt.wikipédia.org/wiki/Blogs
Webquest: uma das formas de organizar pesquisas em grupos de forma
colaborativa é utilizando o Webquest, criado por Bernie Dodge.
Páginas interessantes sobre essa metodologia estão em:
www.webquest.futuro.usp.br,
www.sgci.mec.es/br/cv/webquest
SITES SOBRE NETIQUETA http://www.icmc.usp.br/manuals/BigDummy/netiqueta.html
http://www.torque.com.br/dicas/Internet/netiqueta.htm
http://www.motonline.com.br/forum/forum_posts.asp?TID=1574
52
TEXTO VII
APRESENTAÇÃO MULTIMÍDIA EM SALA DE AULA
Elisa Fernandes Fonteque
O termo multimídia vem sendo utilizado há algum tempo. Mídia é o
plural de “meio”. Na atualidade mídia é uma palavra usada para ferramentas de
difusão e veiculação da informação. Valente esclarece (1997, p.19),
A multimídia engloba textos, sons, imagens, animações, filmes, gráficos, simulações, combinados para produzirem um efeito desejado em alguma execução. Cabe ao professor fazer um bom uso dela, em seu contexto pedagógico, de forma que venha a auxiliar na construção do conhecimento pelo educando.
No Estado do Paraná, a Secretaria de Estado da Educação tem
desenvolvido projetos que visam à integração de mídias com a finalidade de
proporcionar a inclusão e o acesso de alunos e professores da rede pública
estadual a essas tecnologias.
A TV Pendrive ou multimídia é um projeto que prevê televisores de
29 polegadas - com entradas para VHS, DVD, cartão de memória e pen drive e
saídas para caixas de som e projetor multimídia - para todas as 22 mil salas de
aula da rede estadual de educação, bem como um dispositivo pen drive para cada
professor.
Nesse projeto, para viabilizar o acesso às informações contidas no
pen drive de uma maneira mais eficaz, foi desenvolvido uma tecnologia capaz de
integrar o pen drive a uma televisão com possibilidade de ler arquivos de áudios,
vídeos e imagens nos fomatos MP3, MPEG1, MPEG2, DIVX, e JPG.
53
A integração da TV e o pen drive possibilitam a acessibilidade aos objetos de
aprendizagem produzidos em diversas plataformas por diferentes ferramentas e
mídias.
Os professores podem, por meio do pen drive, salvar objetos de
aprendizagens para serem utilizados em sala de aula. Esses objetos são recursos
que podem complementar e apoiar o processo de ensino-aprendizagem e estarão
disponíveis no Portal Dia-a-dia Educação do Estado do Paraná, no endereço
www.diaadiaeducacao.pr.gov.br.
Dentre os objetos que serão disponibilizados estão os vídeos
elaborados pela TV Paulo Freire – um canal exclusivo da Educação do Paraná
que divulga a história, a cultura, as produções artísticas, literárias e científicas
desse Estado – e os objetos de aprendizagem, que serão desenvolvidos pela
equipe do Departamento de Multimeios. (Portal dia-a-dia educação).
Nesta perspectiva, para planejar sua apresentação na TV
Pendrive, há várias etapas a percorrer. É necessário definir a sua utilização, em
seguida definir as questões conceituais e as técnicas, conforme quadro abaixo:
PLANO DE PRODUÇÃO DE UMA APRESENTAÇÃO Orientações Gerais
1º momento: de concepção e criação 1ª Etapa
a-) defina o quê, o porquê e elabore o conteúdo.
* Defina seus objetivos, escolhendo os assuntos que podem ajudar a concretizá-los * Comece com um texto do conteúdo *Organize as idéias de acordo com o objetivo do trabalho. Pergunte-se: Para que servirá a apresentação? O que deseja comunicar? Para quem?
2ª Etapa b-) transforme o texto base para a linguagem visual ( depois poderá utilizar linguagem sonora e visual também) e o momento de fazer a passagem do texto escrito para o formato de slide,ou seja, de criação, onde suas características pessoais afloram e marcam o trabalho. * Elabore um roteiro, de no máximo 6 linhas, definindo o que vai aparecer nos slides (texto, imagem, som, etc) e em qual seqüência . Depois poderá inserir ou retirar slides.
2º momento: de realização e criação a-) preparação: reunir tudo que se precisa para preparar os slides: texto, imagem fixas, fotos, audiovisuais,etc. b-) digitação no BrOffice Impress c-) finalização: organizar os slides, melhorar o som, definição das cores e tamanha da fonte, inserir no último slide algo como Fim da Apresentação, transição dos slides, etc. d-) gravação no arquivo e no pendrive
3º momento: apresentação em sala de aula Use o material produzido como planejou e reflita sobre o que ocorreu, a reação das pessoas, o que poderia ter ficado melhor e assim por diante. Fonte: Introdução à educação digital. Brasília: MEC, 2008. p.180-181.
54
É importante relembrar que os formatos que a TV Pendrive é
capaz de ler são: áudio, formato MP3, vídeo, formato MPEG e imagem, formato
JPG. Alguns endereços da Internet auxiliam na conversão do arquivo que não está
no formato desejado.
Alguns sites fazem a conversão instantânea. Vamos conhecer o
site media converter e os passos para a conversão em MPEG.
Digite o site : http://www.mediaconverter.org e siga os passos abaixo.
1º- Selecione o endereço onde está o arquivo que deseja converter.Copie o endereço e cole no espaço indicado.
2º- Clique em Next Step.
55
3º - Selecione, clicando no local indicado pela seta o formato MPG. Logo abaixo dê nome para este arquivo.
4º- Clique em next step.
5º- Clique apenas em next step.
6º Clique em downloading . Abrirá uma janela , clique em salvar. Abrirá nova janela, clique novamente salvar e o vídeo está em MPG e pode ser usado na tv multimídia.
56
QUESTÕES PARA REFLEXÃO ____________________________________________________
1- Em grupo:
a- Reunir com os professores de sua disciplina no laboratório de
informática e montar em conjunto uma aula para utilizar na TV
Pendrive levando em consideração os diferentes recursos, a
metodologia e a avaliação a ser realizada.
b- Leia o texto do Moran: O vídeo na sala de aula, disponível em:
www.eca.usp.br/prof/moran/textos.htm e discuta como o texto pode
ser adaptado no trabalho desenvolvido com a TV Pendrive.
REFERÊNCIAS __________________________________________________________
BASTOS, Elisabeth Soares et al. Introdução à educação digital. Brasília: MEC, 2008.
VALENTE, José Armando. O uso inteligente do computador na educação. Revista Pátio, Porto Alegre, v.1, n.1, p.19-21, maio/jul. 1997.
57
DICAS DE ESTUDOS COMPLEMENTARES __________________________________________________________
O site SlideShare é um compartilhador de apresentação de slides. Conheça a
comunidade SlideShare e as apresentações já produzidas. O endereço de acesso
é http://www.slideshare.net/
Existem sites que dão dicas de como utilizar o Impress para criar uma
apresentação. Selecionamos um para criar passo a passo a sua apresentação
multimidia.
Aprenda a criar um show de slides no Impress Bruno Aragaki Especial para o uol Tecnologia http://tecnologia.uol.com.br/especiais/ultnot/2006/01/16/ult2888u135.jhtm
Para ajudá-lo a entender o Impress, veja como fazer algumas tarefas básicas. De cara, vale uma observação: ele é bastante parecido com o programa da Microsoft. Isso quer dizer que, para a maioria das funções, você deve tentar fazer como se estivesse no PowerPoint. Na maioria dos casos, você terá sucesso.
Ao carregar o Impress, será aberto o Assistente de Apresentações, similar ao Wizard do PowerPoint. É um recurso bastante útil para começar a desvendar o programa. Apesar de completo, ele é sensivelmente mais lento do que o concorrente. Primeiro, você pode escolher entre utilizar modelos pré-definidos (há apenas dois) ou iniciar uma apresentação em branco. Selecione a opção desejada e clique em "Próximo". Na seqüência, são apresentadas duas opções de plano de fundo (a cor da tela) e escolhas para a mídia de saída. Isso quer dizer que você deverá informar se a sua apresentação
Reprodução
58
será exibida na própria tela do micro, em transparência (para retroprojetores), como slide fotográfico ou impressa em papel comum
Depois de clicar em "Próximo", o Assistente o ajudará a selecionar opções de transição dos slides. Isso quer dizer que você irá definir como será feita a passagem entre uma tela e outra. As opções são similares às do PowerPoint (a diferença é que, aqui, você já pode escolher esses efeitos logo no início da criação do seu slide). Selecione um efeito da lista e veja, no quadro à direita, uma demonstração. Para tanto, é necessário que a opção "Visualizar" esteja selecionada. Para que os slides sejam apresentados automaticamente, sem que você tenha que clicar ou apertar Enter, escolha "Automático" em "Selecione o tipo de apresentação". Informe a duração de cada slide.
Clique em "Criar" e edite seus slides.
Reprodução
À esquerda, o Impress traz uma lista com todos os slides do seu documento. É útil para você navegar entre as telas. À direita, há uma barra com funções para acesso rápido. Se estiver sem idéia de como montar seu slide, utilize um dos layouts pré-definidos. Eles também o ajudam a
Reprodução
59
economizar tempo, já que você não precisa pensar em diagramação - basta clicar e inserir os textos ou as figuras.
Para adicionar novos slides à sua apresentação, você pode clicar na janela à esquerda, com o botão direito, e selecionar "Novo slide". A partir do menu que se abre, você também pode alterar opções de transição.
Um recurso bastante útil na criação de apresentações são os slides mestres. Você pode utilizá-lo para criar uma "identidade visual" aos slides sem ter que, por exemplo, colar o logotipo da empresa a cada novo slide que criar.
Vamos supor que desejemos criar slides que contenham, em todas as telas, o título "Testando o Impress", o mesmo plano de fundo e o logotipo do UOL Tecnologia no rodapé. Usaremos o recurso "slide mestre", acessível através do menu Exibir > Principal > Slide mestre.
Na barra de desenhos, clique em "T", que é a ferramenta de Texto. Clique e arraste para formar uma caixa que conterá o título. No nosso exemplo, ela será posicionada no topo do slide.
A caixa de texto será desenhada em cima da faixa "Clique para editar o formato do texto", o que fará com que os dois textos apareçam sobrepostos na página mestre. (Veja figura ao lado). Não se preocupe, o resultado final conterá apenas os textos criados por você.
Reprodução
Reprodução
Reprodução
60
Para formatar o plano de fundo padrão, devemos ir a Formatar > Página e, então, clicar na aba "Plano de fundo". Selecione o preenchimento que desejar.
O logotipo do UOL Tecnologia vai embaixo, como um rodapé. Para inserir figuras, clicamos em Inserir > Figuras > Do arquivo. Você pode redimensionar a figura e posicioná-la onde desejar. Agora, clique em Exibir > Normal. Você estará de volta à área de edição de slides, com os elementos definidos no slide mestre "protegidos". Para editá-los, basta voltar à área de slides mestres (Exibir > Principal > slide mestre). Repare que, sempre que criar um slide novo, o título, o plano de fundo e a figura determinados no slide mestre já estarão incluídos.
Criar efeitos animados também é bastante simples. Para testar os efeitos disponíveis, vamos criar um título animado. Na barra de desenhos, clique no ícone amarelo que tem a letra "A" (Galeria do Fontwork). O Fontwork é similar ao WordArt, da Microsoft.
Selecione o estilo de texto que deseja e aperte Enter. Para editá-lo, dê um duplo clique e digite o texto desejado. Clique em qualquer área da tela fora do texto e espere um pouco. O seu texto aparecerá no formato escolhido. Para finalizar, vamos escolher um efeito de animação e incluir uma musiquinha: para o efeito, selecione o texto e vá até o item "Animação personalizada", à direita, na coluna de Tarefas. Clique em Modificar.
Assim como no PowerPoint, é possível visualizar os efeitos de animação. Escolha o que mais lhe agrada.
Por fim, vamos testar a ferramenta de Sons. Ela também pode ser utilizada para incluir narrações pré-gravadas no formato wav. Clique sobre o texto criado com o botão direito e escolha "Interação". Essa opção permite determinar uma ação que ocorrerá quando você clicar sobre o objeto. Vamos escolher "Reproduzir som". Você poderá escolher formatos como .wav e .midi. A cada vez que o título for clicado, será reproduzido o arquivo de som escolhido! É possível também incluir arquivos mp3. A opção está disponível pelo menu Inserir Filme e som. Para ver como ficou sua apresentação, aperte o botão F5.
Outras sugestões:
Reprodução
Reprodução
Reprodução
61
http://www.cultura.ufpa.br/dicas/open/imp-cria.htm
http://janelasepinguis.wordpress.com/2007/07/02/dicas-para-quem-usa-o-impress-
do-openofficebroffice/
O site do MEC dispõe de curso sobre Mídias na Educação. Vale a pena conferir e
aprofundar seus conhecimentos sobre informática.
Acesse: http://webeduc.mec.gov.br/
Disponível no site do MEC, o Banco Internacional de Objetos Educacionais e o
Portal do Professor oferecem material selecionado para pesquisa e utilização para
enriquecer a aula com apresentação multimídia.
http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/
Alguns sites encaminham a conversão posteriormente por e-mail. Abaixo há 2
sites. Acessando a Internet e digitando o endereço, basta seguir os passos
solicitados nos sites e optar pelo mais fácil.
http://online.movavi.com http://www.zamzar.com