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Texto e encenação: Horácio Manuel
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Palco Oriental
4 Fevereiro a 20 Fevereiro 2011
Sextas e Sábados 22h Domingos 17h
Texto , encenação e cenografia
Horácio Manuel
Actores
António Portela /João Jorge Meirim
Música, composição e execução ao vivo
Nuno Miguel Garcia
Operação de luz
Abílio Viegas
Apoios Junta de Freguesia do Beato, In Impetus, e Pedro Barão
Agradecimento decoradora Teresa Carvalho
Palco Oriental - Calçada do Duque de Lafões, 78 Beato, Lisboa
Tel. 210 191 957 / 919 443 801
M/12
Anos
O Carrasco – António Portela O Escritor – João Jorge Meirim
“Diálogo Nocturno com um Homem Vil” é uma metáfora antecipada,
inconscientemente, sem qualquer tipo de maldade. Uma espécie de
pesadelo involuntário. Um escritor revolucionário é condenado à morte por
um estado escondido e autoritário. Foi declarado pessoa não desejável, vá
se lá saber porquê? Débil e sozinho numa cadeira de rodas, abandonado
pela família e pelos amigos, vê-se confrontado numa noite, altas horas, pelo
carrasco que esquivo, sem fazer escapar um ruído, com os ferretes da morte
no bolso, trepa pela janela. O escritor surpreendido luta, grita para a rua,
num derradeiro berro, de possível auxílio, mas ninguém vem. Morre-se hoje
sozinho, abandonado. O silêncio confrangedor perpetua-se.
Disponível para itinerância a partir de Fevereiro de 2011
Iniciou a sua a actividade teatral em 1975, no grupo Os Patolas.
Onde permaneceu de 1975 até 1990. Neste período participou nos
espectáculos: “A Cidade e os Presuntos” e “Pão João” texto colectivo,
encenação Cândido Ferreira, “A Família” e “Barracas”, texto e
encenação Horácio Manuel, “A Contradança”, texto e encenação
José Carretas, e “Navalha na Carne” de Plinio Marcos, encenação
João Jorge Meirim.
È membro fundador do Palco Oriental.
Integrou elencos, entre outros, nas companhias de Teatro ”O Bando”,
Teatro do Nosso Tempo, Papa – léguas, Caixindré, Cemsons e
Teatro Chaby Pinheiro.
Protagonizou “Capangala” a partir de Jorge de Sena/João Jorge
Meirim, com encenação deste último. “O Que Fazem Mulheres” a
partir do conto homónimo de Camilo Castelo Branco, encenação
Cândido Ferreira.
Adaptou e integrou o elenco de “A Montra”, a partir de textos de:
Alberto Pimenta, Ruy Cinatti, Manuel Rui, Jaime Salazar Sampaio.
Foi também dirigido, pelos encenadores, João Brites, Jorge
Laurentino e Rui Pisco.
Foi-lhe atribuído em 1990 a menção honrosa de interpretação em
“Navalha na Carne”.no festival de teatro da Câmara Municipal de
Lisboa.
Na Televisão, participou nas séries, “Esquadra da Policia e “Uma
Aventura”.
Os actores
João Jorge Meirim – O Escritor Iniciou a sua actividade teatral em 1976, no grupo Os Patolas, onde
integrou, entre outros, os elencos de várias peças, tais como: “Pão
João” texto colectivo, encenação Cândido Ferreira, “A Família” e
“Barracas”, texto e encenação Horácio Manuel, “A Contradança”,
texto e encenação José Carretas, e “Navalha na Carne” de Plinio
Marcos, “O Palheiro”, de Miguel Barbosa, “A Lição”, de Eugene
Ionesco, tendo sido também encenador nestas 3 últimas peças.
É membro fundador do Palco Oriental, onde tem integrado vários
elencos com autoria também na encenação. Aqui foi Macbeth, na
peça homónima de William Shakespeare e “Pai da Noiva”, na “Boda
dos Pequenos Burgueses”, de Bertolt Brecht, ambas encenadas por
Pedro Wilson.
Integrou elencos no Teatro ”O Bando”, Caixindré, Cemsons e Teatro
Extremo.
Foi-lhe atribuído os prémios de melhor interpretação no festivais de
teatro da Câmara Municipal de Lisboa, em 1987 “Ao Longo da Longa
Rua”, e 1990 em “Navalha na Carne”.
Foi também dirigido, entre outros, pelos encenadores, João Brites,
Jorge Laurentino, Fernando Jorge Lopes, e Nuno Loureiro.
No cinema participou nos filmes: “Solo de Violino”, realização
Monique Rutler e “Tarde de Mais”, realização José Nascimento.
António Portela – O Carrasco
A ENCENAÇÃO
Partimos da unidade espaço, tempo e acção. Revisitamos o velho Aristóteles por completo. Depois
pegamos noutra regra. Um perfil psicológico gera um comportamento e um comportamento gera
uma vontade / contra vontade, acção própria em cada personagem. Lançados uns contra os outros,
temos o conflito. Chegados aqui basta marcar, justificar tudo. Simples. Parece académico mas
resulta. No entanto o esforço criativo tem que se manter. O material mais importante mantém-se
muitas vezes escondido à espera de ser revelado. É aqui que se aviva e aguça o trabalho do
encenador e dos actores. De repente o simples, torna-se complexo. A descoberta de um
espectáculo de teatro na sala de ensaios é qualquer coisa de extremos. Vai desde a gargalhada à
irritação colectiva, à zanga. Não sabíamos no princípio que o personagem “ A “ gostava de flores e
que o “ B “ tocava castanholas. Esta descoberta tardia pode provocar graves tumultos dentro do
elenco. Em “ Dialogo Nocturno com um Homem Vil “ procuramos a vertigem do cinema, ficção,
acção e realidade. O jogo dos actores em cena obedece a um rigoroso caminho de marcação e
justificação. O que parece aos olhos do espectador como uma possível improvisação foi objecto por
nós de treino e reflexão. Nada se faz ou existe por acaso, todo o material cénico tem uma
utilização. Os dois personagens vivem o drama, o derradeiro, um vai matar por ordem de um
governo bisonho, o outro vai morrer porque escreve sobre a liberdade. O conflito descobre a
humanidade inconciliável destes dois homens colocados frente a frente, naquela madrugada
cerrada, numa última hora, numa última ceia. Judas e Cristo. Desenlaçam pormenores sobre cada
um deles, alguns até comuns, num cavalgar de violência que nenhum deles verdadeiramente
decidiu, mas que têm que cumprir. Um carrasco, o outro condenado. A representação torna-se
então fluida, carregada de presença e simbolismo, mas ao mesmo tempo irónica, até mesmo
cómica em algumas passagens. O horror e o riso no espectador terá forçosamente que surgir.
CENOGRAFIA
O ambiente sonoro e a luz fazem parte do ambiente cenográfico. O sonoro embrenha-se no espaço
lançado de fora para dentro, como se fosse matéria. Umas vezes faz parte da acção no caso de
algumas canções, outras serve de tapete, outras substitui a realidade, como toques de telefone,
campainhas de porta, ou marca o tempo de representação, unindo-se veladamente ao actor,
revelando as batidas do seu coração. A luz eléctrica representa o tempo real e a utilização de velas,
o irreal e simbólico. Na lógica de uma grande simplicidade procurou-se uma clara definição de
espaços. No teatro as coisas não devem ser, devem parecer. Desenhou-se o exterior e o interior de
uma qualquer casa ou apartamento. Utiliza-se o material real com o cenografado, numa tentativa
permanente de o fundir, de o tornar harmonioso ao olho do espectador, mas que no essencial sirva
o percurso dos personagens e o conforto dos actores na sua marcação. O espaço escravo do actor,
não o actor escravo do espaço.
Faz os seus estudos na escola de Interpretação Delmetscher Institut Munich, seguiu outros cursos
de formação pelo teatro Old Vic de Londres e Augusto Boal técnica de actor, dramaturgia e
encenação. Integra o teatro “O Bando” desde 1975, grupo com o qual trabalha grande parte da
carreira, mas não só. Trabalhou no teatro da Cornucópia, no Teatro Nacional S. João do Porto,
Teatro da Trindade, no Teatro Nacional Dona Maria II em Lisboa, CIA de Artes e Teatro
Experimental de Alta Floresta no Brasil, entre outras companhias. Na sua qualidade de actor e
encenador fez digressões por toda a Europa, América do Norte, Sul e África. Dirigiu numerosos
seminários sobre técnica teatral, tanto para crianças como para adultos, em Portugal como no
estrangeiro. Encenou espectáculos tais como Noivos velhos, Novos noivos de Eduarda Dionísio;
Gloçon son de Fernando Macedo; Romeu e Julieta a partir de William Shakespeare; Miúra a partir de
Miguel Torga; Hora do Ladrão a partir de Dário Fo; D. Quixote a partir de Cervantes, entre outros.
Dirigiu diversos espectáculos de rua dos quais se salienta Os Peregrimóveis para a Expo 98. É autor
de várias peças já representadas, A Família, Traulitânia, Barracas, Aton, História de uma Cozinha,
Guffi, Diálogo nocturno para um homem vil, A Conquista de Lisboa, As Guitarras de Alcácer Quibir.
No cinema fez longa metragem com realizadores como Paulo Rocha, Margarida Gil, Luís Filipe
Rocha, assim como episódios vários para televisão e telenovela. Pertence ao colectivo do Teatro O
Bando e é encenador residente do grupo de teatro A.T.A. ( Artimanha ) e do Teatro de Objectos.
Horácio Manuel
Autor, encenador e cenógrafo
A Associação Cultural PalcoOriental,
foi fundada em 21 de Janeiro de 1989, por artistas e grupos de teatro que já
exerciam actividades desde Janeiro de 1979, no imóvel onde estamos sedeados.
Os grupos de teatro que estiveram na origem deste nascimento foram: Teatro “Os
Patolas”,Máscara Teatro de Grupo e Triato do Biato.
Em Maio de 1992, agregando também elementos vindos da Escola Superior de
Teatro, estreámos a nossa primeira produção “Macbeth”.
A Associação Cultural Palco Oriental tem procurado, desde a sua fundação, ser
uma referência viva na animação cultural da Zona Oriental de Lisboa, quer pela
promoção de diversas actividades, quer pela manutenção do seu grupo de teatro,
quer pela valorização de uma vivência cultural e comunitária que se enraíza nas
tradições mais vincadas daquela que, talvez, tenha sido a zona mais
industrializada da velha Lisboa.
PalcoOriental– Calçada do Duque de Lafões, 78 1950-102Lisboa
Telefones: + 351 210 191 957 / 91 944 38 01
Correio electrónico: [email protected]
Sítio: http://sites.google.com/site/palcooriental1989