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Diagnóstico Estratégico · concelhos da região do Tâmega e Sousa, Resende apresenta-se como o concelho com a mais baixa densidade populacional, 91 pessoas por km 2 , tendo sofrido

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Diagnóstico Estratégico O Dinamismo Empresarial de Resende

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ÍNDICE

1. Introdução ..................................................................................................................... 6

2. Enquadramento Territorial .......................................................................................... 8

3. Demografia, Capital Humano e Mercado de Trabalho ............................................. 10

3.1. Dinâmica de Crescimento Populacional ............................................................. 10

3.2. Taxa de Desemprego e Mercado de Trabalho ................................................... 13

4. Nível de Vida e Poder de Compra .............................................................................. 15

5. Estrutura de Suporte à Atividade Económica ........................................................... 17

5.1. Infraestruturas Empresariais .............................................................................. 17

5.1.1. Parque Empresarial de Anreade ................................................................. 17

5.1.2. Associação Empresarial de Resende ........................................................... 18

6. Dinâmica Económica e Social e Perfil de Especialização Produtiva ......................... 20

6.1. Perfil de Especialização Produtiva ...................................................................... 20

6.2. Estrutura do Emprego por Setores de Atividade ............................................... 23

6.3. Dinâmica Empresarial ......................................................................................... 24

6.4. Relevância do Perfil de Especialização Produtiva .............................................. 31

6.4.1. Setor Primário .............................................................................................. 31

6.4.2. Indústria Transformadora ............................................................................ 45

6.4.3. Turismo ......................................................................................................... 48

6.4.4. Comércio Internacional ............................................................................... 53

7. Análise SWOT .............................................................................................................. 55

7.1. Pontos Fortes ....................................................................................................... 55

7.2. Pontos Fracos ...................................................................................................... 56

7.3. Oportunidades ..................................................................................................... 58

7.4. Ameaças ............................................................................................................... 60

8. Desafios Estratégicos .................................................................................................. 62

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TABELAS

Tabela 1: Principais Indicadores ......................................................................................... 10

Tabela 2: Decomposição da taxa de crescimento populacional (2001-2011) ................. 12

Tabela 3: Taxa de desemprego (%) por Local de residência (2011) ................................. 13

Tabela 4: População desempregada (N.º) por nível de escolaridade (2011) ................... 14

Tabela 5: Situação da população residente face ao desemprego .................................... 14

Tabela 6: Valor acrescentado bruto (€) das empresas por atividade económica ............ 21

Tabela 7: Número de empresas por setores de atividade económica ............................. 21

Tabela 8: População empregada por Setor de atividade económica (2011) ................... 23

Tabela 9: População empregada (N.º) por Atividade económica e Local de trabalho

(Censos 2011) ...................................................................................................................... 24

Tabela 10: Empresas (N.º) e Escalão de pessoal ao serviço .............................................. 25

Tabela 11: Empresas (N.º) e Escalão de pessoal ao serviço – 2015 ................................. 25

Tabela 12: Indicadores de Empresas (2015) ...................................................................... 26

Tabela 13: Indicadores de Estabelecimentos (2015) ......................................................... 26

Tabela 14: Taxa de Natalidade / Mortalidade (%) das Empresas por Atividade económica

- 2014 ................................................................................................................................... 26

Tabela 15: Indicadores demográficos das empresas ......................................................... 27

Tabela 16: Empresas (N.º) por Atividade Económica (2015) ............................................ 27

Tabela 17: Estabelecimentos (N.º) por Atividade Económica (2015) ............................... 28

Tabela 18: Empresas por Atividade económica e Forma jurídica (2015) ......................... 28

Tabela 19: Produtividade aparente do trabalho ................................................................ 30

Tabela 20: Indicadores relativos à atividade agrícola no concelho de Resende - 2009 .. 32

Tabela 21: Explorações agrícolas (N.º) por Classes de SAU - 2009 ................................... 33

Tabela 22: Superfície Agrícola Utilizada (SAU) por Classes de SAU - 2009 ....................... 33

Tabela 23: Explorações segundo a Utilização da SAU – 2009 ........................................... 34

Tabela 24: Explorações agrícolas segundo a natureza jurídica e a forma de exploração 35

Tabela 25: Explorações agrícolas (N.º) com culturas permanentes - 2009 ...................... 37

Tabela 26: Superfície das culturas permanentes - Cerejeiras (Nº) - 2009 ....................... 37

Tabela 27: Superfície das culturas permanentes - Cerejeiras (ha) - 2009 ........................ 37

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Tabela 28: Superfície das culturas permanentes (ha), Tipo (culturas permanentes) e

Classes de área (cultura agrícola) ....................................................................................... 38

Tabela 29: Produtores agrícolas singulares (N.º) e Razão de Continuidade da Atividade

Agrícola (2009) ..................................................................................................................... 39

Tabela 30: Produtores agrícolas singulares (N.º) e Razão de continuidade da Atividade

Agrícola por Escalão etário – Resende (2009) ................................................................... 39

Tabela 31: Superfície agrícola utilizada (ha) e Fonte de rendimento do agregado

doméstico – 2009 ................................................................................................................ 40

Tabela 32: Empresas (N.º) e Atividade económica ............................................................ 45

Tabela 33: Pessoal ao serviço (N.º) das Empresas por Atividade económica .................. 46

Tabela 34: Empresas (N.º) por Forma jurídica ................................................................... 47

Tabela 35: Estabelecimentos e capacidade de alojamento em 31/07/2015 ................... 49

Tabela 36: Hóspedes e dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico – 2015

.............................................................................................................................................. 49

Tabela 37: Hóspedes: Residentes em Portugal / Estrangeiro - 2015 ................................ 49

Tabela 38: Dormidas: Residentes em Portugal / Estrangeiro – 2015 ............................... 50

Tabela 39: Indicadores dos estabelecimentos de alojamento Turístico – 2015 .............. 50

Tabela 40: Estada média nos estabelecimentos hoteleiros (nº) ....................................... 50

Tabela 41: Dormidas nos estabelecimentos hoteleiros (nº) ............................................. 50

Tabela 42: Taxa Líquida de Ocupação (%) .......................................................................... 50

Tabela 43: Empreendimentos turísticos no concelho de Resende................................... 51

Tabela 44: Unidades de alojamento local no concelho de Resende ................................ 52

Tabela 45: Número de unidades de alojamento por tipologia no concelho de Resende 53

Tabela 46: Comércio Internacional (€), por localização geográfica (NUTS – 2013) ......... 53

Tabela 47: Comércio Internacional de Resende (€), por tipo de bens ............................. 54

FIGURAS

Figura 1: Delimitação territorial do Concelho de Resende ................................................. 9

Figura 2: Parque Empresarial de Anreade .......................................................................... 17

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Figura 3: Logótipo da A.E.R. ................................................................................................ 19

Figura 4: Centro Interpretativo da Cereja .......................................................................... 44

Figura 5: Cartaz do Festival da Cereja ................................................................................ 45

GRÁFICOS

Gráfico 1: População residente (Nº) por local de residência (NUTS - 2013) .................... 11

Gráfico 2: População desempregada (N.º) por nível de escolaridade .............................. 13

Gráfico 3: Poder de compra per capita .............................................................................. 15

Gráfico 4: Explorações agrícolas ......................................................................................... 33

Gráfico 5: Superfície Agrícola Utilizada .............................................................................. 34

Gráfico 6: Número de Explorações segundo a utilização da SAU ..................................... 35

Gráfico 7: Superfície das Explorações segundo a utilização da SAU ................................. 35

Gráfico 8: Número de Explorações Agrícolas, segundo a natureza jurídica ..................... 36

Gráfico 9: Área Agrícola segundo a natureza jurídica ....................................................... 36

Gráfico 10: Número de Explorações Agrícolas segundo a forma de exploração agrícola 36

Gráfico 11: Área Agrícola segundo a forma de exploração agrícola ................................. 36

Gráfico 12: Superfície das culturas permanentes - Cerejeiras (Nº) - 2009 ...................... 37

Gráfico 13: Superfície das culturas permanentes - Cerejeiras (ha) - 2009 ....................... 37

Gráfico 14: Produtores agrícolas singulares e Razão de Continuidade da Atividade Agrícola

- 2009 ................................................................................................................................... 39

Gráfico 15: Superfície agrícola utilizada (ha) e Fonte de rendimento do agregado

doméstico – 2009 ................................................................................................................ 41

Gráfico 16: Empresas (N.º) por Forma jurídica - 2015 ...................................................... 47

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1. INTRODUÇÃO

A elaboração deste documento tem como objetivo disponibilizar um instrumento para

o diagnóstico estratégico sobre o território de implementação do projeto Resende

Empreende e sobre o dinamismo empresarial no concelho de Resende.

Apresenta, no essencial, a caracterização socioeconómica e empresarial da região de

inserção do projeto, elaborada a partir da sistematização e análise de dados estatísticos

e de informação sobre o tecido económico com vista à sua caraterização e tendo como

objetivo conhecer e compreender quais as dificuldades e expetativas dos potenciais

empreendedores e empresários do concelho.

Considerando que a realidade socioeconómica se encontra em constante mutação e

a uma velocidade cada vez maior, pretende-se com este trabalho aprofundar e atualizar

o conhecimento sobre a realidade empresarial e analisar o dinamismo e tendências dos

principais indicadores na perspetiva do empreendedorismo na região e a sua evolução

nos últimos 5 anos, analisando setores com maior procura e o posicionamento do

concelho de Resende no plano do empreendedorismo qualificado e criativo.

Foram recolhidos e analisados dados estatísticos em vários domínios, com

proveniência de diversos organismos oficiais bem como, outros tipos de documentos

oficiais, fundamentais para a caraterização do concelho de Resende.

Sempre que se afigurou pertinente e possível foi tido em conta como referência, o

âmbito nacional e regional e as especificidades do território de Resende relativamente

a alguns indicadores.

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O presente documento seguirá, assim, a seguinte estrutura:

Diagnóstico Estratégico sobre o Dinamismo Empresarial em Resende

Enquadramento Territorial

Demografia, Capital Humano e Mercado de Trabalho

Nível de Vida e Poder de Compra

Estruturas de Suporte à Atividade Económica

Dinâmica Económica e Social e Perfil de Especialização Produtiva

Análise SWOT Regional

Desafios Estratégicos

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2. ENQUADRAMENTO TERRITORIAL

O concelho de Resende abrange uma área total de 123,35 Km2 (Censos de 2011)

representando cerca de 0,134% da área continental portuguesa, sendo um dos menores

concelhos em termos de área e população residente, com 11.364 habitantes (Censos

2011).

É atualmente composto por 11 freguesia. Com efeito, após a reorganização

administrativa do território, datada de 28 de janeiro de 2013 e imposta pela Lei nº 11-

A/2013 foram agregadas de 4 freguesias, passando de 15 para 11, divididas da seguinte

forma: União das Freguesias de Anreade e S. Romão de Arêgos; União das Freguesias de

Felgueiras e Feirão; União das Freguesias de Freigil e Miomães; União das Freguesias de

Ovadas e Panchorra; Freguesia de Barrô; Freguesia de Cárquere; Freguesia de Paus;

Freguesia de Resende; Freguesia de S. Cipriano; Freguesia de S. João de Fontoura;

Freguesia de S. Martinho de Mouros.

Administrativamente, o concelho de Resende pertence ao distrito de Viseu no Norte

do território de Portugal e está integrado na NUTS III do Tâmega e Sousa. É delimitado a

norte pelo Rio Douro, pelos concelhos de Baião (distrito do Porto) e Mesão Frio (distrito

de Vila Real), a Este por Lamego, a Oeste por Cinfães e a Sul por Castro Daire (Figura 1).

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Figura 1: Delimitação territorial do Concelho de Resende

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3. DEMOGRAFIA, CAPITAL HUMANO E MERCADO DE TRABALHO

3.1. DINÂMICA DE CRESCIMENTO POPULACIONAL

Conhecer o posicionamento do concelho de Resende no contexto nacional e regional

é essencial para perceber as potencialidades de desenvolvimento do território, bem

como os constrangimentos que se colocam a esse desenvolvimento.

Tabela 1: Principais Indicadores

Localização

Área População Densidade Populacional

Índice de

Envelhecimento

Km2 Nº Hab.

Variação %

Pop.

Residente

Nº /km2 Variação % Índice

2011 2011 (2011-2016) 2011 (2011-2016) 2011 2016

Portugal 92.225,62 10.542.398 -2,2 114,3 -2,2 127,6 150,9

Tâmega e Sousa 1.831,5 432.946 -2,8 236,39 -2,8 83,1 111,9

Resende 123,35 11.280 -7,04 91,4 -6,6 145,3 183

Fonte: INE, Anuário Estatístico Regional 2015, Censos 2011

A identificação e o aproveitamento das sinergias criadas pelos recursos e

potencialidades endógenas do concelho de Resende são essenciais para a definição da

visão e da estratégia e implementar no território.

O concelho de Resende destaca-se pela perda de população residente, com uma

diminuição de 7,04% entre 2011 e 2016.

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Gráfico 1: População residente (Nº) por local de residência (NUTS - 2013)

Fonte: INE

Esta diminuição, quando comparada com as tendências verificadas em Portugal

(-2,21%), Região Tâmega e Sousa (-2,8%) reforçam a ideia que o concelho de Resende

necessita de políticas de fixação da população no território, sendo um dos concelhos

menos populosos, que representa atualmente apenas 2,5% da população da região do

Tâmega e Sousa.

Considerando o indicador da densidade populacional, e comparando com os restantes

concelhos da região do Tâmega e Sousa, Resende apresenta-se como o concelho com a

mais baixa densidade populacional, 91 pessoas por km2, tendo sofrido uma redução de

6,6% de 2011 para 2016.

Em relação à estrutura etária da população, o concelho de Resende revela um índice

de envelhecimento bastante acima do referencial 100 e com agravamento significativo

entre 2011 e 2016, o que indica um desequilíbrio entre a população jovem (0-14 anos) e

a população idosa (65 ou mais anos). No entanto, verifica-se que o índice de

envelhecimento da população tem sofrido um agravamento quer ao nível da região do

Tâmega e Sousa, quer em Portugal.

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Tabela 2: Decomposição da taxa de crescimento populacional (2011-2016)

Local de residência (NUTS - 2013)

Taxa de crescimento migratório (%) Taxa de crescimento natural (%)

2016 2011 2016 2011

Portugal -0,08 -0,23 -0,23 -0,06

Tâmega e Sousa -0,63 -0,23 -0,04 0,14

Resende -0,66 -0,69 -0,34 -0,34

Fonte: INE, Estimativas da População Residente, 2011

A dinâmica demográfica recente do concelho de Resende é marcada pelo declínio

populacional e pelo acentuado envelhecimento da população.

De acordo com os dados definitivos disponibilizados pelos Censos 2011, a evolução

registada no último decénio revela o declínio populacional, mantendo-se a regressão da

população residente. O decréscimo populacional continua a ser mais influenciado pelo

saldo migratório negativo, que melhorou ligeiramente.

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3.2. TAXA DE DESEMPREGO E MERCADO DE TRABALHO

Tabela 3: Taxa de desemprego (%) por Local de residência (2011)

Local de residência (NUTS - 2013)

HM H M

% % %

Portugal 13,18 12,58 13,83

Tâmega e Sousa 14,04 11,76 16,96

Resende 13,12 9,37 19,54

Fonte: INE, Recenseamento da população e habitação - Censos 2011

Em 2011, o concelho de Resende possuía níveis de desemprego alinhados com os

valores de referência nacionais, contudo, por sexo, verificava-se que a taxa de

desemprego nas mulheres era significativamente superior.

Segundo dados do PORDATA, em 2016, o número de desempregados inscritos nos

centros de emprego e de formação profissional no total da população residente com 15

a 64 anos (%) no concelho de Resende ascendia a 12% (4% em 2001).

Gráfico 2: População desempregada (N.º) por nível de escolaridade

Fonte: INE, Recenseamento da população e habitação - Censos 2011

513

4

355

99

550

0

100

200

300

400

500

600

Total Nenhum nívelde

escolaridade

Ensino básico Ensinosecundário

Ensino pós-secundário

Ensinosuperior

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Tabela 4: População desempregada (N.º) por nível de escolaridade (2011)

Local de residência (NUTS 2002)

Nível de escolaridade (Situação no nível)

Total Nenhum nível de

escolaridade

Ensino básico

Ensino secundário

Ensino pós-secundário

Ensino superior

N.º N.º N.º N.º N.º N.º

Portugal 662.180 9.234 384.234 158.091 10.778 99.843

Tâmega 36.748 483 26.467 6.471 373 2.954

Resende 513 4 355 99 5 50

Fonte: INE, Recenseamento da população e habitação - Censos 2011 – NUTS (2002)

Os níveis de instrução correspondentes ao ensino básico e secundário foram os

escalões habilitacionais com maior peso no desemprego do concelho de Resende em

2011.

Tabela 5: Situação da população residente face ao desemprego

Local de Residência

Género Tempo de Inscrição Situação face emprego

Total Homens Mulheres < 1 Ano 1 Ano ou mais 1º Emprego

À procura de novo emprego

dez-16 dez-11 dez-16 dez-11 dez-16 dez-11 dez-16 dez-11 dez-16

dez-11

dez-16 dez-11 dez-16 dez-11

Continente 211285 273877 241367 302506 236141 358499 216511 217884 47230 43084 405422 533299 452652 576383

Tâmega e Sousa

10611 13508 13710 16986 10924 16375 13397 14119 3422 3343 20899 27151 24321 30494

Resende 332 315 430 514 280 420 482 409 153 172 609 657 762 829

Fonte: Dados mensais do IEFP

Nota: Em termos comparativos, para 2011, foram considerados os mesmos municípios

que constituem a NUTIII do Tâmega e Sousa em 2016.

De acordo com os dados mais atuais disponibilizados pelo IEFP, à data de junho de

2017, verifica-se que o número de desempregados é superior, comparativamente a 2011,

tendência inversa ao que se verifica na região Norte. Por outro lado, verifica-se uma

maior percentagem de mulheres desempregadas, bem como em situação de

desemprego há mais de um ano e a maioria procura um novo emprego.

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4. NÍVEL DE VIDA E PODER DE COMPRA

Segundo um estudo do Instituto Nacional de Estatística datada de 2013, o índice de

poder de compra em Resende está bastante abaixo da média nacional.

Em termos comparativos e de forma a posicionar o concelho de Resende, segundo

este estudo, os 5 municípios com maior poder de compra são Lisboa (207,9), Oeiras

(180,7), Porto (169,8), Faro (132,3), Coimbra (130,3), bastante acima do valor-referência

para Portugal que é 100.

Em oposição, os municípios onde o indicador do poder de compra (IPC) é mais baixo

são Ponta do Sol (58,55) e Câmara de Lobos (57,04), ambos na Madeira, Tabuaço (56,63),

Celorico (56,64), Cinfães (56,54), Resende (59,11).

Gráfico 3: Poder de compra per capita

Fonte: INE, Estudo sobre o poder de compra concelhio - Bienal

Significam estes dados que o concelho de Resende se posiciona, em 2013, no

lugar 303 do ranking IPC, no conjunto total de 308 concelhos, demonstrando o baixo nível

do poder de compra local. Pese embora o facto do concelho de Resende ter vindo a

aumentar o IPC, quando comparado com a região do Tâmega e Sousa ou a região Norte,

verifica-se ainda uma distância bastante significativa, o que demonstra a necessidade de

2013 2011 2009 2007 2005

Período de referência dos dados

Portugal 100 100 100 100 100

Norte 92,03 89,22 87,64 86,24 85,45

Tâmega e Sousa 71,51 66,45 63,23 61,20 61,44

Resende 59,11 54,67 49,43 47,95 47,25

0

20

40

60

80

100

120

Portugal Norte Tâmega e Sousa Resende

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se desenvolverem políticas que promovam a convergência com a média regional e

nacional.

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5. ESTRUTURA DE SUPORTE À ATIVIDADE ECONÓMICA

5.1. INFRAESTRUTURAS EMPRESARIAIS

5.1.1. PARQUE EMPRESARIAL DE ANREADE

O concelho de Resende

possui uma única área de

acolhimento empresarial

denominada Parque Empresarial

de Anreade (PEA), constituída

por 13 lotes com uma área de

construção total de 24.850 m2, e

dos 200 aos 3.712 m2,

localizados junto EN222.

O PEA foi concebido como um

espaço multifuncional onde

coexistam áreas comerciais e

outras instalações de uso

industrial, armazéns, áreas de

serviços, bem como áreas verdes

e infraestruturas comuns, como

arruamentos e redes de

saneamento básico e de

abastecimento de água,

instalações elétricas, telefónicas

e de gás.

Figura 2: Parque Empresarial de Anreade

Fonte: https://cm-resende.pt/

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A inexistência de qualquer outra infraestrutura empresarial faz deste parque

empresarial um potencial pólo dinamizador preponderante para o desenvolvimento

industrial e da estrutura de emprego no concelho de Resende e na região, razão pela qual

foram disponibilizados às empresas lotes infraestruturados a preços simbólicos.

Como princípios gerais que regem esta infraestrutura, que se encontram

estabelecidos no Artigo 3º do seu regulamento, estão a promoção do desenvolvimento

local de forma sustentada e ordenada, o fomento do desenvolvimento e ordenamento

comercial e industrial, a relocalização das empresas inseridas em núcleos urbanos,

promovendo a qualificação do exercício da atividade empresarial e a qualidade de vida

das populações que neles residem, o apoio a novas iniciativas empresariais e a criação de

emprego.

Dada a natureza da atividade económica do concelho, essencialmente virada para o

setor primário, onde se destaca a produção de cereja e de vinho, esteve na génese da

sua criação a pretensão de instalar empresas não só com atividades de base produtiva

tradicional, mas também empresas das áreas das novas tecnologias, como forma de fixar

a população mais jovem e com formação superior.

5.1.2. ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL DE RESENDE

A A.E.R. - Associação Empresarial de Resende é uma associação empresarial,

constituída em 1995, que visa promover e apoiar os agentes económicos locais,

dinamizar o tecido empresarial do concelho de Resende e auxiliar os empregadores e

trabalhadores em todos os aspetos da sua vida profissional. A A.E.R. colabora com alguns

dos principais agentes regionais de desenvolvimento empresarial, como a Câmara

Municipal de Resende, a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa ou o Conselho

Empresarial Tâmega e Sousa.

Esta é uma associação que desempenha um papel preponderante no concelho de

Resende, como agente de intervenção no desenvolvimento do empreendedorismo e da

inovação, promovendo diversas atividades cujo objetivo passa pelo fomento e

modernização e revitalização do setor empresarial da região.

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Figura 3: Logótipo da A.E.R.

De entre as inúmeras atividades realizadas destacam-se o “Stock Off Resende” e o

“Natal Chega a Resende”, onde se apela ao consumo no comércio local na vila e se alerta

para a variada oferta comercial existente, o que consequentemente se traduz numa

afluência de clientes a todas as lojas, movimentando o comércio em Resende.1

A A.E.R promove ainda, em parceria com o IEFP, ações de formação, que permitem

qualificar os desempregados e principalmente promover a sua inserção no mercado de

trabalho.

O seu mais recente projeto (em curso) é o RESENDE EMPREENDE, centrado na

promoção do empreendedorismo qualificado e criativo da região de Resende, no qual se

insere o presente diagnóstico estratégico.

1 http://www.noticiasderesende.com/2017/01/associacao-empresarial-de-resende.html

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6. DINÂMICA ECONÓMICA E SOCIAL E PERFIL DE ESPECIALIZAÇÃO PRODUTIVA

6.1. PERFIL DE ESPECIALIZAÇÃO PRODUTIVA

A análise do perfil de especialização produtiva no concelho de Resende e da respetiva

evolução permite compreender as principais fontes da riqueza gerada no concelho. A

análise à estrutura das atividades económicas revela, entre 2009 e 2015, uma crescente

aposta no setor primário com a duplicação do peso do VAB no total, quer em termos

absolutos quer em termos percentuais, passando de 3,52% para 7% do total. O setor do

Comércio a grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos, embora

mantendo um crescimento tímido entre 2009 e 2015, continua a ser o setor mais

representativo, com um peso de 22,5% em 2015 (comércio por grosso e a retalho

representam 21,3% do total do concelho).

Verifica-se também alguma tendência de industrialização do concelho, com a indústria

transformadora a apresentar algum crescimento nos últimos anos representando, em

2015, 14% do VAB total do concelho, com destaque para a indústria agroalimentar e

indústria das bebidas.

Por último, verifica-se que o setor da restauração e alojamento, depois de uma

tendência de queda até 2013 tem vindo a recuperar, representando 3,8% do total.

No concelho de Resende as atividades económicas (i) Comércio por grosso e a retalho;

(ii) Construção; (iii) Indústrias Transformadoras; (iv) Agricultura, produção anima, caça,

floresta e pesca; (v) Alojamento, restauração e similares representavam em 2015 cerca

de 55% do total do VAB do concelho (Tabela 6).

Estes 5 setores representavam em 2015, 1.122 (cerca de 83%) das empresas presentes

em Resende (Tabela 7), com destaque para o setor da agricultura, produção animal, caça,

floresta e pesca que representa cerca de 50% do total de empresas do concelho, mas

apenas 7% do VAB total, dominado por atividades em nome individual, que representam

98% do total das empresas do setor. No total das empresas, as atividades em nome

individual também dominam com 86,5%.

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Tabela 6: Valor acrescentado bruto (€) das empresas por atividade económica

Ano Total

Agric., produção

animal, caça, floresta e

pesca

Indústria Transform.

Construção

Comércio a grosso e a

retalho; rep. veículos

automóveis e motociclos

Alojamento, restauração e

similares

Atividades consultoria, científicas, técnicas e similares

Atividades de Saúde Humana e

Apoio Social

2015 23.865.083 1.670.072 2.654.916 3.357.520 5.367.679 910.078 672.479 458.534

2013 22.549.763 1.591.187 2.168.464 2.828.555 5.389.582 759.954 556.913 291.736

2011 14.744.001 1.849.776 3.376.812 5.058.410 1.054.524 592.744 411.557

2009 16.778.948 840.577 5.203.224 4.969.654 1.364.287 577.377 388.405

2015 100,00% 7,00% 11,12% 14,07% 22,49% 3,81% 2,82% 1,92%

2013 100,00% 6,67% 9,09% 11,85% 22,58% 3,18% 2,33% 1,22%

2011 100,00% 7,75% 14,15% 21,20% 4,42% 2,48% 1,72%

2009 100,00% 3,52% 21,80% 20,82% 5,72% 2,42% 1,63%

Fonte: Dados Estatísticos, INE

Tabela 7: Número de empresas por setores de atividade económica

Setores de Atividade Económica (CAE Rev.3) 2015 2014 2013 2009

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca Total 784 738 669 156

Empresa Individual 766 724 658 150 Sociedade 18 14 11 6

Industrias transformadoras Total 36 38 40 48

Empresa individual 21 22 26 34 Sociedade 15 16 14 14

Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio Total 1 1 1 0

Empresa individual 0 0 0 0 Sociedade 1 1 1 0

Captação, tratamento e distribuição de água Total 1 2 2 1

Empresa individual 0 1 1 0 Sociedade 1 1 1 1

Construção Total 89 86 92 114

Empresa individual 53 54 63 88 Sociedade 36 32 29 26

Comércio por grosso e a retalho Total 211 220 249 237

Empresa individual 144 155 186 181 Sociedade 67 65 63 56

Transporte e armazenagem Total 24 20 24 22

Empresa individual 7 5 7 6 Sociedade 17 15 17 16

Alojamento, restauração e similares Total 65 66 72 77

Empresa individual 50 50 52 62 Sociedade 15 16 20 15

Atividade de informação e comunicação Total 2 1 1 4

Empresa individual 0 0 0 1 Sociedade 2 1 1 3

Atividades imobiliárias Total 6 5 4 6

Empresa individual 1 1 1 2 Sociedade 5 4 3 4

Atividades de consultadoria, científicas, técnicas e similares

Total 45 42 39 46 Empresa individual 31 30 28 36

Sociedade 14 12 11 10

Atividades administrativas e dos serviços de apoio Total 50 44 43 62

Empresa individual 49 43 42 58

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Sociedade 1 1 1 4

Educação Total 34 43 41 50

Empresa individual 32 42 40 49 Sociedade 2 1 1 1

Atividades de saúde humana e apoio social Total 42 36 30 32

Empresa individual 34 30 25 28 Sociedade 8 6 5 4

Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas

Total 11 9 9 12 Empresa individual 10 8 8 9

Sociedade 1 1 1 3

Outras atividades de serviços Total 36 32 36 40

Empresa individual 33 29 32 37 Sociedade 3 3 4 3

Total

Total 1437 1383 1352 907

Empresa Individual 1231 1194 1169 741

Sociedade 206 189 183 166

Fonte: Dados Estatísticos, INE

A análise do dinamismo demonstrado pelo setor primário no concelho de Resende

durante este período mostra uma tendência de crescimento contraciclo, o mesmo

acontecendo na indústria transformadora.

Contrapondo com o número de empresas, verifica-se que houve um acréscimo

significativo no setor da Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, passando

de 784 para 669 (com predomínio da pequena agricultura, 658 são empresários em nome

individual), representando igualmente um aumento do VAB. No caso da indústria

transformadora, o número de empresas diminuir de 40 para 36 entre 2013 e 2015.

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6.2. ESTRUTURA DO EMPREGO POR SETORES DE ATIVIDADE

Tabela 8: População empregada por Setor de atividade económica (2011)

Setor primário Setor secundário Setor terciário (social) Setor terciário (económico)

HM H M HM H M HM H M HM H M

681 571 110 869 824 45 1031 375 656 815 465 350

20,1% 25,6% 30,3% 24%

Fonte: Dados Estatísticos, INE

A estrutura do emprego por setores de atividade demonstra uma distribuição setorial

com uma incidência significativa no setor terciário social, com 30,3% do total do

emprego. Se considerarmos o total do setor terciário, passa a representar 54,3% do total

do emprego.

Através dos dados apresentados, é possível verificar que, no emprego, o concelho de

Resende se encontra fortemente terciarizado, seguido da indústria com um quarto do

emprego e por fim o setor primário com cerca de 20%.

Em termos de VAB, e comparando o ano de 2011 (o INE não disponibiliza dados mais

recentes), do total de 14,7 milhões de euros, 35,5% corresponde ao setor secundário

(12,6% da Indústria; 22,9% da Construção).

Setor Primário; 20,10%

Setor Secundário;

25,60%Setor Terciário Social; 30,30%

Setor Terciário Económico;

24%

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Tabela 9: População empregada (N.º) por Atividade económica e Local de trabalho (Censos 2011)

Atividade económica (CAE Rev. 3) Total Total que reside e

trabalha ou estuda no município de residência

Noutro município

No estrangeiro

Total 3396 2495 800 101

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 681 511 170 0

Indústrias extrativas 2 2 0 0

Indústrias transformadoras 206 139 64 3

Construção 13 12 1 0

Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos

8 6 2 0

Transportes e armazenagem 640 371 183 86

Alojamento, restauração e similares 415 342 72 1

Atividades de informação e de comunicação 64 42 17 5

Atividades imobiliárias 153 127 21 5

Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares

25 5 20 0

Atividades administrativas e dos serviços de apoio 35 24 11 0

Educação 2 2 0 0

Atividades de saúde humana e apoio social 53 41 12 0

Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas

62 48 13 1

Outras atividades de serviços 338 240 98 0

Fonte: Dados Estatísticos, INE

6.3. DINÂMICA EMPRESARIAL

Em 2015 o tecido empresarial de Resende era constituído por 1.437 empresas, que

apresentavam 2.141 pessoas ao serviço, numa média de 1,5 trabalhadores por empresa.

A esmagadora maioria, 99% das empresas, emprega até 10 trabalhadores, 1% são

pequenas empresas, não existindo qualquer média ou grande empresa no concelho.

De acordo com a classificação de PME, que segue a Recomendação da Comissão

Europeia nº 2003/361/CE, de 6 Maio de 2003 relativa à definição de micro, pequenas e

médias empresas, as categorias de empresas definem-se quanto aos seus efetivos e

limiares financeiros:

► PME: A categoria das micro, pequenas e médias empresas (PME) é constituída

por empresas que empregam menos de 250 pessoas e cujo volume de

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negócios anual não excede 50 milhões de euros ou cujo balanço total anual

não excede 43 milhões de euros.

► Microempresa: tem menos de 10 trabalhadores e um volume de negócios

anual ou balanço total anual menor ou igual a 2 milhões de euros.

► Pequena Empresa: tem entre 10 e 50 trabalhadores e um volume de negócios

anual ou balanço total anual menor ou igual a 10 milhões de euros.

► Média Empresa: tem entre 50 e 250 trabalhadores e um volume de negócios

anual menor ou igual a 50 milhões de euros ou um balanço total anual menor

ou igual a 43 milhões de euros.

Tabela 10: Empresas (N.º) e Escalão de pessoal ao serviço

2009 2011 2013 2015

Total 907 881 1.352 1.437

Menos de 10 pessoas 882 860 1.332 1.423

10 - 49 pessoas 23 19 18 14

50 - 249 pessoas 2 2 2 0

250 e mais pessoas 0 0 0 0

Fonte: Dados Estatísticos, INE

Tabela 11: Empresas (N.º) e Escalão de pessoal ao serviço – 2015

Localização geográfica

Total Menos de 10

pessoas 10 - 49

pessoas 50 - 249 pessoas

250 e mais pessoas

Portugal 1.163.082 1.120.652 96,35% 36.210 3,11% 5.384 0,46% 836 0,07%

Tâmega e Sousa 36.911 34.564 93,64% 1.971 5,34% 362 0,98% 14 0,04%

Resende 1.437 1.423 99,03% 14 0,97% 0 0,00% 0 0,00%

Fonte: Dados Estatísticos, INE

Entre 2009 e 2015, Resende assistiu a um grande dinamismo empresarial, tendo

registado uma variação positiva de 58% no número de empresas no concelho.

A estrutura do emprego por dimensão das empresas demonstra que 99,03% das

empresas do concelho de Resende empregam até 10 trabalhadores, em linha com a

tendência verificada a nível nacional e ao nível da região do Tâmega e Sousa.

Salienta-se contudo a total ausência de médias ou grandes empresas no concelho de

Resende e o facto de as pequenas empresas representarem menos de 1% do tecido

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empresarial, bastante abaixo dos 5,34% da região do Tâmega e Sousa ou dos 3,11% do

valor nacional.

Refira-se, contudo, que o tecido empresarial dos territórios de referência assenta em

estruturas empresariais, maioritariamente, até 50 trabalhadores.

Tabela 12: Indicadores de Empresas (2015)

Localiz. Geog.

Empresas Densidade

de Empresas

Proporção de

empresas individuais

Empresas <10

pessoas ao serviço

Empresas <50

pessoas ao serviço

Pessoal ao

serviço por

empresa

VN por

empresa

Concentração VN das 4 maiores

empresas

VAB das 4 maiores

empresas

Nº N.º/km2 % Nº € % %

Resende 1437 11,6 85,7 99,03 100 1,5 55.818 34,12 44,40

Fonte: Dados Estatísticos, INE

As quatro maiores empresas do município representam 44,40% do VAB gerado e

34,12% do volume de negócios.

Tabela 13: Indicadores de Estabelecimentos (2015)

Localização Geográfica

Estabelecimentos Densidade

de Estabelecimentos

Pessoal ao serviço por

estabelecimento

VN por estabelecimento

Nº N.º/km2 Nº €

Resende 1466 11,9 1,5 55.219

Fonte: Dados Estatísticos, INE

Tabela 14: Taxa de Natalidade / Mortalidade (%) das Empresas por Atividade económica - 2014

Atividade económica (Divisão - CAE Rev. 3)

Continente Tâmega e Sousa

Natalidade Mortalidade Natalidade Mortalidade

Total 15,51 15,30 14,07 13,16

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca

13,28 13,90 14,08 13,51

Indústrias extrativas 6,23 11,83 5,63 4,35

Indústrias transformadoras 9,73 9,92 10,89 9,69

Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio

25,55 5,53 25 0

Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição

13,49 11,60 18,18 15,00

Construção 11,87 13,08 11,88 11,44

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Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos

11,70 12,64 11,69 11,18

Transportes e armazenagem 7,18 8,66 5,91 9,11

Alojamento, restauração e similares 19,92 14,30 16,61 15,75

Atividades de informação e de comunicação

17,34 15,30 22,14 18,98

Atividades imobiliárias 13,91 9,16 11,25 6,88

Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares

12,99 13,26 12,64 10,72

Atividades administrativas e dos serviços de apoio

28,60 27,94 26,98 26,29

Educação 17,40 22,77 19,61 26,26

Atividades de saúde humana e apoio social 13,40 12,42 17,25 12,18

Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas

18,24 18,84 22,98 17,89

Outras atividades de serviços 13,69 12,66 10,90 7,35

Fonte: Dados Estatísticos, INE

Tabela 15: Indicadores demográficos das empresas

Localização Geográfica

Taxa de natalidade

Taxa de sobrevivência

(2 anos)

Pessoal ao serviço nos

nascimentos de empresas

Taxa de mortalidade

2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015

% Nº %

Portugal 15,7 15,5 52,4 60,6 218.316 222.207 15,1

Tâmega e Sousa 15,4 14,1 61,1 66,5 8.341 7.668 13,2

Resende 70,8 67,5

Fonte: Dados Estatísticos, INE

Nota: Dados não disponíveis nos campos em branco

Tabela 16: Empresas (N.º) por Atividade Económica (2015)

Atividade económica (Divisão - CAE Rev. 3) Tâmega e Sousa Resende

Total 3.6911 1.437

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 4.751 784

Indústrias extrativas 71 0

Indústrias transformadoras 4.848 36

Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio 28 1

Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição

44 1

Construção 3.712 89

Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos

8.787 211

Transportes e armazenagem 609 24

Alojamento, restauração e similares 2.775 65

Atividades de informação e de comunicação 140 2

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Atividades imobiliárias 773 6

Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares 2.216 45

Atividades administrativas e dos serviços de apoio 2.472 50

Educação 1.504 34

Atividades de saúde humana e apoio social 2.099 42

Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas 531 11

Outras atividades de serviços 1551 36

Fonte: Dados Estatísticos, INE

Tabela 17: Estabelecimentos (N.º) por Atividade Económica (2015)

Atividade económica (Divisão - CAE Rev. 3) Tâmega e

Sousa Resende

Total 38109 1466

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 4760 785

Indústrias extrativas 92 0

Indústrias transformadoras 4968 38

Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio 47 2

Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição

55 1

Construção 3734 90

Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos

9402 225

Transportes e armazenagem 646 25

Alojamento, restauração e similares 2946 71

Atividades de informação e de comunicação 146 2

Atividades imobiliárias 778 6

Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares 2245 45

Atividades administrativas e dos serviços de apoio 2497 50

Educação 1527 34

Atividades de saúde humana e apoio social 2159 45

Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas 543 11

Outras atividades de serviços 1564 36

Fonte: Dados Estatísticos, INE

Tabela 18: Empresas por Atividade económica e Forma jurídica (2015)

Atividade económica (Divisão - CAE Rev. 3)

Tâmega e Sousa Resende

Empresas Nome

Individual Sociedades

Empresas Nome

Individual Sociedades

Total 24365 12546 1231 206

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 4371 380 766 18

Indústrias extrativas 8 63 0 0

Indústrias transformadoras 1977 2871 21 15

Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio 11 17 0 1

Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição

11 33 0 1

Construção 1529 2183 53 36

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Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos

5361 3426 144 67

Transportes e armazenagem 211 398 7 17

Alojamento, restauração e similares 2084 691 50 15

Atividades de informação e de comunicação 63 77 0 2

Atividades imobiliárias 84 689 1 5

Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares 1574 642 31 14

Atividades administrativas e dos serviços de apoio 2152 320 49 1

Educação 1371 133 32 2

Atividades de saúde humana e apoio social 1735 364 34 8

Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas

447 84 10 1

Outras atividades de serviços 1376 175 33 3

Fonte: Dados Estatísticos, INE

O tecido empresarial do concelho de Resende é constituído por um total de 1437

empresas não financeiras com sede no município, repartidas pelos vários setores de

atividade económica, com destaque para a Agricultura, Produção Animal, Caça, Floresta

e Pesca com 54,6% do total, seguido do Comércio por grosso e a retalho; reparação de

veículos automóveis e motociclos que representa 14,7% do total, Construção com 6,2%

e o Alojamento, Restauração e Similares com 4,5%.

Comparativamente na região do Tâmega e Sousa, a Agricultura, Produção Animal,

Caça, Floresta e Pesca representa 12,9% do total, Comércio por grosso e a retalho;

reparação de veículos automóveis e motociclos que representa 23,8%, a Indústria

Transformadora 13,13%, Construção com 10,1% e o Alojamento, Restauração e Similares

com 7,5%.

Em termos de Estabelecimentos, estão instalados 1.466 no concelho, repartidos pelos

vários setores de atividade económica, com destaque para a Agricultura, Produção

Animal, Caça, Floresta e Pesca com 53,6% do total, seguido do Comércio por grosso e a

retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos que representa 15,4% do total,

Construção com 6,1% e o Alojamento, Restauração e Similares com 4,8%.

Novamente, comparando com a região do Tâmega e Sousa, a Agricultura, Produção

Animal, Caça, Floresta e Pesca representa 12,5% do total, Comércio por grosso e a

retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos que representa 24,7%, a

Indústria Transformadora 13,04%, Construção com 9,8% e o Alojamento, Restauração e

Similares com 7,73%.

O concelho tem 1231 empresas em nome individual (85,7% do total) com sede em

Resende e em que a Agricultura, Produção Animal, Caça, Floresta e Pesca representa

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53,3% do total, Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e

motociclos que representa 10%, Construção com 3,7% e o Alojamento, Restauração e

Similares com 3,5%.

Comparando com a região do Tâmega e Sousa, existem 24.365 empresas em nome

individual (66% do total) com sede em Resende e em que a Agricultura, Produção Animal,

Caça, Floresta e Pesca representa 11,8% do total, Comércio por grosso e a retalho;

reparação de veículos automóveis e motociclos que representa 14,52%, Construção com

4,1% e o Alojamento, Restauração e Similares com 5,7%.

Tabela 19: Produtividade aparente do trabalho

Atividade económica (Divisão - CAE Rev. 3)

Produtividade aparente do trabalho 2015 (€)

Taxa Variação Produtividade 2015/2011 (%)

Portugal Norte Tâmega e

Sousa Portugal Norte

Tâmega e Sousa

Total 22.576,78 19.061,41 14.933,14 2,97% 5,49% 14,06%

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca

10.413,24 5.797,49 4.242,43 -25,19% -52,09% -36,80%

Indústrias extrativas 42.134,24 18.438,84 -8,46% 4,94%

Indústrias transformadoras 28.692,03 23.685,54 15.206,06 13,34% 16,33% 13,73%

Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio

424.431,40 638.460,51 362.395,28 -0,16% 19,23% -2,63%

Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição

48.142,19 49.476,88 40.320,47 8,79% 14,50% 4,67%

Construção 17.688,29 18.133,33 17.361,20 -1,42% 4,36% 31,29%

Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos

21.058,73 17.665,20 14.674,28 9,90% 10,12% 17,33%

Transportes e armazenagem 41.287,86 27.432,98 6,60% 1,53%

Alojamento, restauração e similares 13.258,54 10.661,71 9.164,11 -0,11% -5,41% -9,52%

Atividades de informação e de comunicação 54.851,77 32.526,05 15.877,02 -16,24% -11,21% 45,72%

Atividades imobiliárias 28.448,90 34.805,23 36.824,53 1,23% 9,09% 39,76%

Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares

21.631,22 17.235,30 13.480,93 -3,56% -3,22% -3,15%

Atividades administrativas e dos serviços de apoio

12.436,35 11.405,83 13.995,92 -1,91% 11,07% 23,42%

Educação 11.856,51 10.144,12 7.846,28 -1,80% -5,96% -7,26%

Atividades de saúde humana e apoio social 18.944,17 18.073,35 12.549,60 -0,97% -3,14% -4,61%

Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas

20.179,86 23.543,20 12.859,68 7,10% 19,09% 62,51%

Outras atividades de serviços 8.974,34 7.931,88 7.621,80 5,53% 0,55% 4,90%

Fonte: Dados Estatísticos, INE

Nota: Considerada a Produtividade Aparente do Trabalho (VAB/ pessoa ao serviço), em euros.

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6.4. RELEVÂNCIA DO PERFIL DE ESPECIALIZAÇÃO PRODUTIVA

6.4.1. SETOR PRIMÁRIO

O concelho de Resende, está

localizado na margem esquerda do

Douro, na Região Agrária Entre Douro e

Minho situando-se privilegiadamente

numa zona de transição em termos

climáticos, o que lhe confere uma grande

aptidão agrícola aos solos e uma grande

disponibilidade de água. Possui ainda

uma economia com forte peso do setor

primário.

Trata-se de um território predominantemente serrano que se encontra localizado na

Serra de Montemuro (exceto Feirão) e implantado na quase totalidade na faixa de

granitos da Beira, numa região essencialmente agrícola, onde se destaca o peso da

produção de cereja na economia do concelho, bem como a sua importância no mercado

frutícola nacional, destacando-se o concelho como um dos maiores produtores nacionais.

Apostando na cereja como imagem de marca do concelho, o seu comércio tem-se

revelado como uma fonte de receita turística com grande destaque no concelho, para a

qual contribuem significativamente a realização do Festival da Cereja, integrado nas

tradições do concelho, representando em média 15 mil visitantes. Esta é uma das razões

pelas quais o setor primário possui uma particular importância em Resende, com grande

potencial de rentabilização económica.

De acordo com os dados do Recenseamento Agrícola 2009, a superfície agrícola

utilizada de Resende correspondia a 3.407 ha, verificando-se que a maior parte dos

produtores agrícolas são singulares. As explorações agrícolas com culturas permanentes

estavam maioritariamente ocupadas por frutos frescos (exceto citrinos).

Em termos de superfície, Resende encontra-se na posição 231º, no conjunto dos 308

municípios portugueses, com 123,35 km², mas com uma vasta área disponível para o

florescimento de atividades agrícolas distintas e inovadoras.

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O concelho tem também apostado numa estratégia de desenvolvimento da

agricultura e valorização dos produtos locais capaz de conciliar a sustentabilidade e a

valorização do território e do património cultural de origem rural, destacando-se a cereja,

as cavacas, o vinho e a vinha, os mirtilos, a castanha, a criação, produção e abate de gado,

tornando o setor primário como uma prioridade.

A cereja é um dos produtos que mais tem contribuído para o aumento das exportações

no concelho, resultado do investimento que o município e os agentes económicos têm

vindo a fazer neste produto endógeno do território.

Segundo dados do INE, o concelho de Resende aumentou as suas exportações em

cerca de 197% entre 2013 e 2015.

Em 2013, o valor das exportações atingiu 767 mil euros, 1,353 milhões de euros em

2014 e em 2015 atingiram os 2,283 milhões de euros, triplicando o valor registado em

2013.

Tabela 20: Indicadores relativos à atividade agrícola no concelho de Resende - 2009

Tâmega

(NUT_2002) Resende

Superfície Agrícola Utilizada (SAU) Total ha 59.141 3.407

Explorações Agrícolas Nº 15.639 986

Superfície Agrícola Utilizada por exploração ha 3,8 3,5

Superfície Agrícola Utilizada – Produtor Singular ha 40.509 3.238

Superfície Agrícola Utilizada – Sociedades ha 2.644 119

Superfície Agrícola Utilizada – Baldios ha 14.984 20

Superfície Agrícola Utilizada – Outras formas da natureza

jurídica do produtor (cooperativas, associações, fundações,

mosteiros, conventos, seminários, escolas privadas)

ha 1.004 30

Unidade de trabalho ano médio por exploração agrícola UTA 1,5 1,5

Produtores agrícolas singulares com atividade a tempo

completo na exploração % 33,5 43,2

Produtores agrícolas singulares mulheres % 42,3 44,4

Produtores agrícolas singulares com formação profissional

agrícola/florestal % 0,73 0,2

Produtores agrícolas singulares com formação secundária ou

superior % 8,1 12,4

Idade média do produtor agrícola singular Anos

População agrícola familiar por 100 habitantes Nº 23,5

Idade média da mão-de-obra agrícola familiar Anos

Fonte: Recenseamento Agrícola 2009, INE

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33

Tabela 21: Explorações agrícolas (N.º) por Classes de SAU - 2009

Localização

Área

(ha) Total

Residual

(Sem SAU) < 1 ha 1 ≤ 5 ha 5 ≤ 20 ha

20 ≤ 50

ha > 50 ha

Tâmega

(NUT 2002) 59.141 15.639 -- 2.968 10.710 1.815 110 36

Resende 3.407 986 -- 124 683 169 8 2

Fonte: Recenseamento Agrícola 2009, INE

Gráfico 4: Explorações agrícolas

Fonte: Recenseamento Agrícola 2009, INE

Tabela 22: Superfície Agrícola Utilizada (SAU) por Classes de SAU - 2009

Localização Área ha ≤ 1 ha 1 ≤ 5 ha 5 ≤ 20 ha 20 ≤ 50

ha

50 ≤

100 ha >100 ha

Tâmega

(NUT 2002) 59.141 1.821 22.419 15.242 2.943 921 15.794

Resende 3.407 80 1.550 1.454 1.975 149

Fonte: Recenseamento Agrícola 2009, INE

Residual (Sem SAU)…

0=<1 ha13%

1=<5 ha69%

5=< 20 há17%

20=<50 ha1%

>=50 ha0%

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Gráfico 5: Superfície Agrícola Utilizada

Fonte: Recenseamento Agrícola 2009, INE

Tabela 23: Explorações segundo a Utilização da SAU – 2009

Superfície Agrícola

Utilizada Terra Arável Horta Familiar Culturas Permanentes

Pastagens

Permanentes

Explorações Área Explorações Área Explorações Área Explorações Área Explorações Área

Nº ha Nº ha Nº ha Nº ha Nº ha

Tâmega

(NUT

2002)

15.639 59141 12.947 19.121 12.889 1.231 13.878 13.829 4.022 24.960

Resende 986 3.407 575 577 722 79 889 1.765 287 986

Fonte: Recenseamento Agrícola 2009, INE

0=<1 ha1%

1=<5 ha30%

5=< 20 ha28%

20=<50 ha38%

50=<100 ha3%

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Gráfico 6: Número de Explorações segundo a utilização da SAU

Gráfico 7: Superfície das Explorações segundo a utilização da SAU

Fonte: Recenseamento Agrícola 2009, INE

Tabela 24: Explorações agrícolas segundo a natureza jurídica e a forma de exploração

Natureza Jurídica Forma de Exploração da SAU

Total Produtor Singular Sociedade Outros Total Conta Própria Arrendamento Outros

Nº ha Nº ha Nº ha Nº ha Nº ha Nº ha Nº ha Nº ha

Tâmega

(NUT

2002)

15.682 59.141 15.408 40.509 207 2.644 67 15.988 15639 59.141 13.126 46.705 2.823 8.153 1.571 4.283

Resende 986 3.407 977 3.238 5 119 4 50 986 3.407 844 2.814 152 512 36 81

Fonte: Recenseamento Agrícola 2009, INE

Terras Aráveis

Horta Familiar

Culturas Permanentes

Pastagens Permanentes

Terras Aráveis

Horta Familiar

Culturas Permanentes

Pastagens Permanentes

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Gráfico 8: Número de Explorações Agrícolas, segundo a natureza jurídica

Gráfico 9: Área Agrícola segundo a natureza jurídica

Gráfico 10: Número de Explorações Agrícolas segundo a forma de exploração agrícola

Gráfico 11: Área Agrícola segundo a forma de exploração agrícola

Fonte: Recenseamento Agrícola 2009, INE

Produtor Singular99%

Sociedade1%

Outros0%

Produtor Singular95%

Sociedade4%

Outros1%

Conta Própria82%

Arrendamento15%

Outros3%

Conta Própria83%

Arrendamento15%

Outros2%

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Tabela 25: Explorações agrícolas (N.º) com culturas permanentes - 2009

Localização Total

Frutos

frescos

(exceto

citrinos)

Citrinos Frutos

subtropicais

Frutos de

casca rija Olival Vinha

Outras

culturas

permanentes

Tâmega (NUT 2002)

13.878 1.119 340 203 517 1.196 13.446 19

Resende 889 644 33 2 177 113 742 2

Fonte: Recenseamento Agrícola 2009, INE

Tabela 26: Superfície das culturas permanentes - Cerejeiras (Nº) - 2009

2009 1999

Portugal 9.282 7.867

Tâmega 817 560

Resende 630 385

Gráfico 12: Superfície das culturas permanentes - Cerejeiras (Nº) - 2009

Tabela 27: Superfície das culturas permanentes - Cerejeiras (ha) - 2009

2009 1999

Portugal 5.409 4.605

Tâmega 993 620

Resende 902 562

Gráfico 13: Superfície das culturas permanentes - Cerejeiras (ha) - 2009

Fonte: Recenseamento Agrícola 2009, INE

A fruticultura assume importância crucial no município de Resende, onde se concentra

uma importante produção a nível nacional de cereja, com uma área de 902 hectares, com

um aumento desde 1999 de 61% em termos de área e 64% no número de explorações,

uma taxa de crescimento bastante superior à média nacional.

Das 644 explorações de frutos frescos identificadas, 630 correspondem à produção de

cereja com uma superfície agrícola de 902 ha, que corresponde a uma superfície média

de 1.4 ha, um pouco acima da dimensão média das explorações em Resende (dados do

INE). Comparativamente, a nível nacional, apenas o Fundão tem uma área maior (1.396

Tâmega56%

Resende44%

Tâmega52%

Resende48%

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ha), ostentado ambos os municípios o título de capital da cereja, segundo dados do

Recenseamento Agrícola 2009, do INE.

Tabela 28: Superfície das culturas permanentes (ha), Tipo (culturas permanentes) e Classes de área (cultura agrícola)

Tipo (culturas permanentes)

Classes de área (cultura agrícola)

Total < 0,5 ha 0,5 -1

ha 1 -2 ha 2 -5 ha 5 -20 ha

20 -50 ha

50 -100 ha

≥ 100 ha

Total 1.765 63 131 302 592 677

Frutos frescos (exceto citrinos)

956 52 90 197 305 312

Citrinos 5 3 1 1

Frutos subtropicais 0 0

Frutos de casca rija 240 15 18 52 101 54

Olival 41 16 9 12 4

Vinha 523 116 88 120 100 98

Outras culturas permanentes

0 0

Fonte: INE, Recenseamento Agrícola 2009

Em Resende predominam as pequenas explorações (em 2009, a superfície agrícola

média era de 1,03 ha), verificando-se também a existência da policultura e com alguma

produção para o autoconsumo e mercados locais, espelhando algumas fragilidades do

setor.

No caso concreto dos frutos frescos, este tipo de cultura representa 54,2% da

superfície agrícola, com um total de 956 ha para 37,6% do número de explorações

agrícolas.

De entre as diversas produções agrícolas, Resende apresenta fatores de

competitividade adicionais para algumas delas, como são o caso dos frutos frescos, frutos

de casca rija e da vinha e, em menor escala, do olival.

Todos estes subsetores agrícolas têm importante expressão territorial, capacidade

produtiva instalada, densidade de atividades e empresas, com conhecimentos, tradições

e saber fazer, apresentando-se, assim, as condições para poderem contribuir para uma

melhor utilização dos recursos endógenos em significativas áreas do concelho de

Resende.

A estas condições, podem adicionar-se fatores de mercado, originando assim um

produto com forte potencial de comercialização e expansão e com capacidade de

contribuir de forma determinante para a melhoria da economia de Resende e da região.

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Tabela 29: Produtores agrícolas singulares (N.º) e Razão de Continuidade da Atividade Agrícola (2009)

Localização geográfica

(NUTS - 2002)

Razão de continuidade

Total Viabilidade económica

Complemento ao rendimento

familiar

Valor afetivo

Sem outra alternativa profissional

Outros motivos

Portugal 286.108 16.184 96.368 135.588 31.244 6.724

Tâmega 14.783 610 5.132 6.567 2.200 274

Resende 931 50 173 421 267 20

Fonte: INE; Recenseamento Agrícola 2009

Gráfico 14: Produtores agrícolas singulares e Razão de Continuidade da Atividade Agrícola - 2009

Fonte: INE; Recenseamento Agrícola 2009

Tabela 30: Produtores agrícolas singulares (N.º) e Razão de continuidade da Atividade Agrícola por Escalão etário – Resende (2009)

Razão de continuidade da Atividade Agrícola (Nº)

Total Viabilidade económica

Complemento ao rendimento

familiar Valor afectivo

Sem outra alternativa profissional

Outros motivos

Total 931 50 173 421 267 20

15 - 24 anos 13 3 3 2 3 2

25 - 34 anos 44 5 14 6 19

35 - 44 anos 121 7 35 32 43 4

45 - 54 anos 206 17 28 62 92 7

55 - 64 anos 206 6 37 81 81 1

65 e mais anos

341 12 56 238 29 6

Fonte: INE; Recenseamento Agrícola 2009

O setor agrícola é aquele que apresenta maior expressividade em termos de número

de empresas. É também evidente a baixa qualificação dos produtores agrícolas e os fracos

Viabilidade 5%

Complemento19%

Afetividade45%

Única Alternativa29%

Outros2%

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40

recursos. Esta situação torna-se mais preocupante quando este setor apenas contribui

com 7% do VAB total do concelho. Dos 931 produtores agrícolas singulares, apenas 5,4%

tem na viabilidade económica da exploração a razão da continuidade da atividade (com

a faixa etária dos 45 aos 54 anos e a partir dos 65 anos como as mais dinâmicas), 19%

como complemento ao rendimento familiar (indício dos baixos rendimentos e fraco

poder de compra), 45% aponta razões afetivas como principal razão e 29% não vê outra

alternativa. No caso da afetividade, 57% dos 421 produtores que apontaram essa razão

têm mais de 65 anos, que denota uma ligação à terra nessa faixa da população.

A análise deve ainda ser complementada com o cruzamento entre superfície agrícola

utilizada (ha) e a fonte de rendimento do agregado doméstico.

Do total da SAU de Resende apenas 19,9% assegura em exclusivo a fonte de

rendimento do agregado familiar e 66,2% obtêm rendimentos com origem exterior à

exploração agrícola. Resende conta com explorações agrícolas de caráter familiar, com

baixo rendimento e com pouca capacidade de crescimento.

Tabela 31: Superfície agrícola utilizada (ha) e Fonte de rendimento do agregado doméstico – 2009

Localização geográfica

(NUTS - 2002)

Fonte de rendimento do agregado doméstico

Total Exclusivamente da

atividade da exploração

Principalmente da atividade da exploração

Principalmente de origem exterior à

exploração

Portugal 2.486.926 483.585 858.322 1.145.019

Tâmega 40.509 4.223 6.163 30.123

Resende 3.238 645 447 2.145

Fonte: INE; Recenseamento Agrícola 2009

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41

Gráfico 15: Superfície agrícola utilizada (ha) e Fonte de rendimento do agregado doméstico – 2009

Fonte: INE; Recenseamento Agrícola 2009

Da análise do conjunto dos subsetores acima referidos, há conclusões genéricas que

são de alguma forma transversais a todos eles:

► Falta de organização dos agentes do setor, resultando em dificuldades de

concentrar a produção e de a promover, negociar e escoar de forma mais

rentável;

► Falta de crédito para alavancar novos investimentos;

► Falta de transferência científica, tecnológica e técnica que permita antecipar e

controlar de forma permanente as várias ameaças fitossanitárias e dominar

aumentos de produção através da utilização de técnicas agrícolas, de espécies

indicadas e fertilizantes mais adequados;

► Fraca capacidade de acrescentar valor à produção primária e de valorizar a

origem.

Por outro lado, as condições edafoclimáticas existentes garantem produções com

qualidade única que, quando acompanhadas por mudanças de paradigma de produção,

permitem produtividades mais elevadas e capacidade de exportação acrescida.

Verifica-se também que existe uma multiplicidade de atores em todos os subsetores

que já evidenciam posicionamento correto na dinâmica da produção e comercialização

das suas produções (frutos frescos, em especial a cereja, vinho, azeite, por exemplo). No

Exclusivamente da actividade da exploração

20%

Principalmente da actividade da exploração

14%Principalmente de origem exterior à

exploração66%

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42

entanto, há necessidade de multiplicar de forma alargada estas experiências, para que

Resende e a região aproveitem as suas potencialidades de forma mais robusta.

INDICAÇÃO GEOGRÁFICA PROTEGIDA

A “Indicação Geográfica Protegida” é uma “indicação que identifica um produto

agrícola ou um género alimentício com a designação do nome de uma região, de um local

determinado ou, em casos excecionais, de um país”.

Os produtos agrícolas ou géneros alimentícios são originários dessa região, desse local

determinado ou desse país, e possuem determinada qualidade, reputação ou outras

características que podem ser atribuídas a essa origem geográfica, e cuja produção e/ou

transformação e/ou elaboração ocorrem na área geográfica delimitada; ou seja quando

as características diferenciadoras dos produtos são diretamente atribuíveis ao contexto

geográfico da região de origem. São igualmente consideradas denominações de origem

ou indicações geográficas as denominações tradicionais, geográficas ou não, que

designem um produto agrícola ou género alimentício e que satisfaçam as condições

mencionadas” (fonte: DGADR).

“Para poder beneficiar de uma denominação de origem protegida (DOP) ou de uma

indicação geográfica protegida (IGP), o produto agrícola ou o género alimentício deve

obedecer a um caderno de especificações (Regulamento (CE) nº510/2006, de 20 de

março de 2006”.

Caso se pretendesse que a Cereja de Resende usufruísse deste título, a mesma teria

que ser produzida de acordo com as regras estipuladas nesse caderno de especificações,

que incluiria as condições de produção, colheita e embalamento do produto. A rotulagem

deveria cumprir os requisitos da legislação em vigor, constando ainda a indicação do

calibre, categoria e variedade, bem como a referência IGP e marca de certificação.

A “Cereja de Resende” é cada vez mais uma marca e uma imagem do concelho de

Resende, representando, em 2009, as culturas permanentes de cerejeiras 6,8% do total

de explorações a nível nacional e 16,7% em termos de superfície. Considerando a

exiguidade do concelho em termos de dimensão, quando comparados com os valores

nacionais, os dados assumem importância comparativa.

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43

Anteriormente, já foi assinalado que, a nível nacional, apenas o Fundão tem uma área

maior (1396 ha) segundo dados do Recenseamento Agrícola 2009, do INE.

Porém, considerando que a produção de “Cereja Cova da Beira-IGP” se desenvolve

numa área geográfica que abrange cerca de 1.374 km2, compreendendo os concelhos do

Fundão, Covilhã e Belmonte, no distrito de Castelo Branco, a concentração da produção

em Resende é mais elevada dado que, um concelho com 123,35 km2 de área representa

902ha com culturas permanentes de cerejeiras. O concelho do Fundão possui uma área

de 700,20 km2 (1 km2 representa 100 ha).

COMERCIALIZAÇÃO E MARKETING

O concelho de Resende e a região possuem excelentes condições edafoclimáticas para

o cultivo da cereja e a relativa baixa concorrência durante muitos anos, permitiu que

muitos não tivessem dificuldades na venda da cereja dado que a oferta é inferior à

procura no mercado.

Com o aumento do número de produtores e da área cultivada com cerejeiras, um

crescimento desde 1999 de 61% em termos de área e 64% no número de explorações

em Resende, aliado ao aumento também na região e noutros pontos do país, houve um

aumento significativo da oferta e da qualidade.

Esta conjugação de fatores levou à procura por novos mercados e à realização de

novas ações de promoção como o Festival das Cereja, cuja primeira edição arrancou em

2002.

Verifica-se ainda a existência de uma dispersão da produção uma vez que ela não se

encontra devidamente organizada e concentrada. De acordo com a informação

disponibilizada pela DRAPN, na lista de Organizações de Produtores Reconhecidas, não

se verifica qualquer organização referente à cereja ou com ela relacionada nem em

Resende nem nos concelhos vizinhos.

A CER Resende - Cerejas de Resende, Associação de Promoção, com sede em Vila Verde,

Freguesia de S. Martinho de Mouros, Concelho de Resende é uma entidade sem fins

lucrativos de direito privado, cujo objetivo principal passa por representar os Produtores

da Cereja de Resende junto da Administração Pública, das associações, Instituições ou

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44

outras entidades; celebrar protocolos com entidades com intervenção no setor e

também com outras organizações de agricultores; divulgar a Cereja de Resende e

organizar e manter serviços de interesse para os associados e em especial, no processo

de candidatura e sua tramitação aos programas nacionais e comunitários de apoio ao

setor (Fonte: Câmara Municipal de Resende). Na sede da CER Resende está situado ainda

o Centro Interpretativo da Cereja.

O Centro Interpretativo da

Cereja ocupa o edifício da antiga

escola primária de Vila Verde, em

S. Martinho de Mouros e é um

espaço museológico dedicado à

temática da Cereja.

É composto por uma sala de

exposições permanente e um

espaço designado “cubo de

vidro” que dá acesso ao exterior,

onde existe um pomar com

diversas variedades de Cerejas.

Figura 4: Centro Interpretativo da Cereja

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Festival de Cereja de Resende

O I Festival da Cereja foi realizado

no dia 19 de Maio de 2002, marcando

um novo ciclo promocional do

Concelho e da cereja de Resende. Na

1ª edição, estiveram presente cerca

de 50 expositores tendo sido

disponibilizadas aos visitantes várias

toneladas de cerejas.

Após o sucesso da 1ª edição, a

Câmara realizou no ano seguinte, no

dia 18 de Maio de 2003, o II Festival da

Cereja, desta vez contando com cerca

de 100 vendedores (o dobro do ano

anterior) voltando a ser

disponibilizadas várias toneladas de

cereja aos visitantes.

Figura 5: Cartaz do Festival da Cereja

O contínuo sucesso desta iniciativa promocional, quer do concelho quer da produção

de cereja levou a que o festival continuasse a ser realizado nos anos seguintes, tendo em

2017 sido realização a XVI edição, que contou com a participação de mais de 100

produtores.

6.4.2. INDÚSTRIA TRANSFORMADORA

Tabela 32: Empresas (N.º) e Atividade económica

Atividade económica (Divisão - CAE Rev. 3)

Tâmega e Sousa Resende

2015 2011 2015 2011

Total 4.848 4.667 36 45

Indústrias alimentares 299 304 13 14

Indústria das bebidas 122 68 3 3

Indústria do tabaco 0 0 0 0

Fabricação de têxteis 275 288 0 1

Indústria do vestuário 791 722 0 1

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Indústria do couro e dos produtos do couro 1.158 886 0 0

Indústrias da madeira e da cortiça e suas obras, exceto mobiliário; Fabricação de obras de cestaria e de espartaria

230 263 5 6

Fabricação de pasta, de papel, de cartão e seus artigos 31 34 1 1

Impressão e reprodução de suportes gravados 58 53 0 1

Fabricação de coque, produtos petrolíferos refinados e de aglomerados de combustíveis

1 0 0 0

Fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas ou artificiais, exceto produtos farmacêuticos

23 24 1 1

Fabricação de produtos farmacêuticos de base e de preparações farmacêuticas

5 5 0 0

Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas 37 32 0 0

Fabricação de outros produtos minerais não metálicos 219 233 2 2

Indústrias metalúrgicas de base 10 8 0 0

Fabricação de produtos metálicos, exceto máquinas e equipamentos

459 487 10 13

Fabricação de equipamentos informáticos, equipamento para comunicações e produtos eletrónicos e óticos

4 4 0 0

Fabricação de equipamento elétrico 11 12 0 0

Fabricação de máquinas e de equipamentos, n.e. 32 36 0 0

Fabricação de veículos automóveis, reboques, semi-reboques e componentes para veículos automóveis

35 43 0 0

Fabricação de outro equipamento de transporte 2 1 0 0

Fabrico de mobiliário e de colchões 909 1.044 0 0

Outras indústrias transformadoras 63 60 1 1

Reparação, manutenção e instalação de máquinas e equipamentos

74 60 0 1

Fonte: INE

Tabela 33: Pessoal ao serviço (N.º) das Empresas por Atividade económica

Atividade económica (Divisão - CAE Rev. 3) Tâmega e Sousa Resende

2015 2011 2015 2011

Total 55.541 52.993 114 140 Indústrias alimentares 2.074 2.333 34 50

Indústria das bebidas 492 30 32

Indústria do tabaco 0 0 0 0

Fabricação de têxteis 1.674 1731 0

Indústria do vestuário 16.664 15.707 0

Indústria do couro e dos produtos do couro 19.238 15.352 0 0

Indústrias da madeira e da cortiça e suas obras, exceto mobiliário; Fabricação de obras de cestaria e de espartaria

937 1.077 19 24

Fabricação de pasta, de papel, de cartão e seus artigos 161 170

Impressão e reprodução de suportes gravados 225 206 0

Fabricação de coque, produtos petrolíferos refinados e de aglomerados de combustíveis

0 0 0

Fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas ou artificiais, exceto produtos farmacêuticos

229 211

Fabricação de produtos farmacêuticos de base e de preparações farmacêuticas

621 574 0 0

Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas

922 619 0 0

Fabricação de outros produtos minerais não metálicos 1.724 2.032

Indústrias metalúrgicas de base 213 186 0 0

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Fabricação de produtos metálicos, exceto máquinas e equipamentos

2.848 3.039 31 34

Fabricação de equipamentos informáticos, equipamento para comunicações e produtos eletrónicos e óticos

0 0

Fabricação de equipamento elétrico 211 259 0 0

Fabricação de máquinas e de equipamentos, n.e. 528 0 0

Fabricação de veículos automóveis, reboques, semi-reboques e componentes para veículos automóveis

63 101 0 0

Fabricação de outro equipamento de transporte 0 0

Fabrico de mobiliário e de colchões 6.990 7.534 0 0

Outras indústrias transformadoras 661

Reparação, manutenção e instalação de máquinas e equipamentos

192 673 0

Fonte: INE

Tabela 34: Empresas (N.º) por Forma jurídica

Forma jurídica

Resende

2015 2011

Total 36 45

Empresa individual 21 28

Sociedade 15 17

Fonte: INE

Gráfico 16: Empresas (N.º) por Forma jurídica - 2015

As excelentes condições que Resende possui para a prática da agricultura,

nomeadamente a existência de extensões terrenos férteis, recursos hídricos e condições

edafoclimáticas privilegiadas, motivaram, ao longo dos anos, o surgimento de alguma

agroindústria.

As indústrias alimentares e de bebidas representam 44% do número de empresas no

setor da indústria transformadora em 2015, tendo registado, porém, uma quebra de

22%, de 2011 para 2015.

Pese embora o facto de o pessoal ao serviço no total da indústria transformadora ter

diminuído 19% entre 2011 e 2015, a indústria alimentar e de bebidas foi responsável por

56% do pessoal ao serviço em 2015, seguido da fabricação de produtos metálicos, com

27,2%.

Empresa Individual

62%

Sociedade38%

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6.4.3. TURISMO

O território do concelho de Resende, na margem sul do rio Douro, apresenta vastos

recursos turísticos, com elevado potencial, resultante das condições naturais onde está

implantado.

No conjunto da sua oferta turística, as atrações mais relevantes e que projetam a

imagem de Resende a nível nacional e internacional, prendem-se com o facto de ser porta

de entrada no Douro vinhateiro, classificado como Património da Humanidade,

permitindo-se que as suas paisagens sejam um dos cartões de visita, marcado pelo

percurso do rio e pela encosta da Serra de Montemuro.

Os seus recursos organizam-se também em torno do potencial dos seus recursos

culturais, onde se encontram vestígios que ligam a região a um período que remonta à

pré-história, monumentos megalíticos, igrejas, solares, pontes e aldeias serranas,

conferindo-lhe um vasto valor arqueológico, histórico, social.

Conjuga a natureza, o património, as termas de Caldas de Aregos, o artesanato, o

folclore e a gastronomia como os principais recursos turísticos.

Resende conta com a realização anual do Festival da Cereja, que já vai na sua XVI

edição como um dos mais importantes certames na promoção do concelho, da cereja e

dos produtores locais.

Em termos de saúde e bem-estar, conta com as Caldas de Aregos, um espaço termal

reconhecido no país e cujo atual balneário foi integralmente reconstruído na década de

1990.

Nas artes tradicionais destaque para a olaria de barro negro, a cestaria, a chapelaria,

as rendas e os bordados.

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Tabela 35: Estabelecimentos e capacidade de alojamento em 31/07/2015

Estabelecimentos Capacidade de alojamento

Total Hotelaria Alojamento

local

Turismo no espaço rural e

Turismo de habitação

Total Hotelaria Alojamento

local

Turismo no espaço rural e

Turismo de habitação

Portugal 4.339 1.591 1.450 1.298 362.005 290.782 49.443 21.780

Tâmega e Sousa

86 17 9 60 2.878 1.411 370 1.097

Resende 7 1 1 5 211

Fonte: INE - Anuário Estatístico Norte 2015

Tabela 36: Hóspedes e dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico – 2015

Hóspedes Dormidas Proveitos de Aposentos (milhares de €)

Total Hotelaria Alojamento

local

Turismo no espaço rural e

Turismo de habitação

Total Hotelaria Alojamento

local

Turismo no espaço rural e

Turismo de habitação

Total Hotelaria Alojamento

local

Turismo no

espaço rural e

Turismo de

habitação

Portugal 19.161.180 16.268.860 2.322.641 569.679 53.074.176 46.535.233 5.266.676 1.272.267 1.899.625 1.712.749 140.129 46.748

Tâmega e Sousa

124.322 89.360 6.608 28.354 220.657 149.419 10.554 60.684 7.965 5.989 282 1.694

Resende 4.437 8.750 238

Fonte: INE - Anuário Estatístico Norte 2015

Tabela 37: Hóspedes: Residentes em Portugal / Estrangeiro - 2015

Território Residência

Total Portugal Estrangeiro

Portugal 19.161.180 8.092.533 11.068.647

Tâmega e Sousa 124.322 92.315 32.007

Resende 4.437 3.831 606

Fonte: INE - Anuário Estatístico Norte 2015

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Tabela 38: Dormidas: Residentes em Portugal / Estrangeiro – 2015

Território Residência

Total Portugal Estrangeiro

Portugal 53.074.176 16.158.369 36.915.807

Tâmega e Sousa 220.657 150.461 70.196

Resende 8.750 7.736 1.014

Fonte: INE - Anuário Estatístico Norte 2015

Tabela 39: Indicadores dos estabelecimentos de alojamento Turístico – 2015

Estada média de hóspedes

estrangeiras/os

Proporção de hóspedes de países

estrangeiros

Proporção de dormidas

entre julho-setembro

Dormidas em estabelecimentos de alojamento turístico por 100 habitantes

Proveitos de aposento por capacidade de

alojamento

N.º de noites % N.º Milhares de

euros

Portugal 3,3 57,8 38,9 512,4 5,2

Tâmega e Sousa 2,2 25,7 43,5 52 2,8

Resende 1,7 13,7 50,3 82,1 1,1

Fonte: INE - Anuário Estatístico Norte 2015

Tabela 40: Estada média nos estabelecimentos hoteleiros (nº)

Localização geográfica (NUTS - 2013) 2015 2014

Portugal 2,8 2,8

Tâmega e Sousa 1,8 1,9

Resende 2 1,9

Fonte: INE

Tabela 41: Dormidas nos estabelecimentos hoteleiros (nº)

Localização geográfica (NUTS - 2013) 2015 2014

Portugal 53.074.176 48.711.366

Tâmega e Sousa 220.657 176.195

Resende 8.750 6.494

Fonte: INE

Tabela 42: Taxa Líquida de Ocupação (%)

Localização geográfica (NUTS - 2013) 2015 2014

Portugal 43,6 42,4

Tâmega e Sousa 24 24,1

Resende 15,1 13,9

Fonte: INE

A oferta de alojamento assume um papel fundamental na função primária do

acolhimento turístico que disponibiliza aos seus visitantes. O concelho de Resende

Page 51: Diagnóstico Estratégico · concelhos da região do Tâmega e Sousa, Resende apresenta-se como o concelho com a mais baixa densidade populacional, 91 pessoas por km 2 , tendo sofrido

51

concentra uma capacidade de alojamento de 211 camas distribuídas por uma unidade

hoteleira, um alojamento local e 5 estabelecimentos de Turismo no Espaço Rural/Turismo

de Habitação, para uma taxa líquida de ocupação que rondou os 15% em 2015.

De acordo com o RNET – Registo Nacional de Empreendimentos Turísticos:

Tabela 43: Empreendimentos turísticos no concelho de Resende

Tipologia Nome Marcas Categoria Capacidade Nº

Un.Aloj. Entidade

Exploradora

Estabelecimento Hoteleiro - Hotel

DouroPark Hotel

DOURO PARK HOTEL

**** 68 34

Rota da Cegonha

Unipessoal, Lda

Estabelecimento Hoteleiro - Hotel

Hotel Comércio

Hotel Comércio

** 34 17

Manuel Ruas Actividades Hoteleiras Unipessoal

Lda

Empreendimento TER - Agro-turismo

Quinta da Graça -

complexo turístico

20 14

Pinto dos Santos-

Sociedade Agrícola e

Turística SA

Empreendimento TER - Casa de

campo

Quinta das Lamas e

Salgueirinhos

Quinta das Lammas Rural

Tourism

12 5

Papoila do Prado

Unipessoal, Lda

Empreendimento TER - Agro-turismo

Quinta do Outeiro

Quinta do Outeiro

8 4

Jonathan Tooley

Associados, Lda

Empreendimento TER - Casa de

campo

Vald'arêgos :: Douro -

Turismo Rural

Vald'arêgos :: Douro -

Turismo Rural

12 6 Carlos

Alberto Diogo da Silva

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Tabela 44: Unidades de alojamento local no concelho de Resende

Nome do Alojamento Modalidade Nº

Camas Nº

Utentes Nº

Quartos Titular Tipo

Alojamento da Ribeirinha Moradia 3 6 3 Pessoa singular (ENI)

Alojamento das Caldas Estabelecimento de hospedagem

13 16 5 Pessoa singular (ENI)

Casa Cardoso Moradia 6 10 4 Pessoa singular (ENI)

Casa da Eira - Castanheiras Moradia 3 5 3 Pessoa singular (ENI)

Casa da Obra Moradia 9 12 5 Pessoa coletiva

Casa das Castanheiras Moradia 3 4 2 Pessoa singular (ENI)

Casa das três Magnólias Moradia 3 6 3 Pessoa singular (ENI)

CASA DO BERNARDO Moradia 3 6 3 Pessoa coletiva

Casa do Campo Moradia 8 12 4 Pessoa singular (ENI)

Casa do Tapadeirô Moradia 5 8 3 Pessoa singular (ENI)

CASA EUCALIPTO Moradia 6 6 3 Pessoa singular (ENI)

Casa Grande Moradia 6 10 4 Pessoa singular (ENI)

CASA OS SOCALCOS Moradia 16 16 8 Pessoa coletiva

Casa Pequena Moradia 6 10 4 Pessoa singular (ENI)

CASAL DE PENE Moradia 4 8 4 Pessoa singular (ENI)

CASAL DO OUTEIRO - QUINTA DO OUTEIRO

Moradia 5 10 5 Pessoa coletiva

Casas do Monte Moradia 6 10 4 Pessoa singular (ENI)

DOURO BALCONY Moradia 2 4 2 Pessoa singular (ENI)

Douro Nest Moradia 6 6 3 Pessoa coletiva

Fernando Martins Moradia 5 8 4 Pessoa singular (ENI)

Quinta da Figueira Velha Moradia 14 8 7 Pessoa singular (ENI)

Quinta da Frieira Moradia 6 6 3 Pessoa coletiva

Quinta da Porta Caseira Moradia 10 12 4 Pessoa singular (ENI)

Quinta da Porta Caseira - casa grande

Moradia 6 8 4 Pessoa singular (ENI)

Quinta de Casal Mato Moradia 14 28 7 Pessoa singular (ENI)

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De acordo com informação disponibilizada publicamente no site da Câmara Municipal

de Resende:

Tabela 45: Número de unidades de alojamento por tipologia no concelho de Resende

Tipologia Nome Nº Un Aloj.

Hotel Douro Park Hotel 34

Hotel + TER Hotel Comércio 20

TER – Agro-Turismo Quinta do Outeiro 6

TER Casa das Três Magnólias 3

Hotel Rural Casa de Fundo da Aldeia 20

TER Quinta do Carujeiro 5

TER Casa do Souto 5

Alojamento Local Casa de Tapadeirô 4

TER Vald' Aregos Turismo Rural 6

TER Quinta de Casal Mato 6

TER Porta Caseira - Moradias Turísticas 8

TER Quinta das Lamas e Salgueirinhos 6

TER Casa da Obra 5

Alojamento Local Casa das Castanheiras 2

Residencial Alojamento das Caldas 11

Residencial Residencial Quinta da Granja 12

Residencial Residencial "O Túnel" 12

6.4.4. COMÉRCIO INTERNACIONAL

Tabela 46: Comércio Internacional (€), por localização geográfica (NUTS – 2013)

Localização geográfica (NUTS - 2013)

Exportações Importações

2016 2011 2016 2011

Tâmega e Sousa 1.641.349.996 1.267.727.682 614.567.539 534.091.474

Resende 103.905 109.930 3.008.162 1.580.743

Fonte: INE

NOTA: Dados provisórios de 2016.

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Tabela 47: Comércio Internacional de Resende (€), por tipo de bens

Tipo de bens (Nomenclatura combinada - NC2)

Exportações Importações

2016 2011 2016 2011

Total 103.905 109.930 3.008.162 1.580.743

Animais vivos e produtos do reino animal 0 0 0 0

Produtos do reino vegetal 61.766 0 3.006.346 1.250.409

Gorduras e óleos animais ou vegetais; produtos da sua dissociação; gorduras alimentícias elaboradas; ceras de origem animal ou vegetal

0 0 0 0

Produtos das indústrias alimentares; bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres; tabaco e seus sucedâneos manufaturados

3.219 48.664 0 0

Produtos minerais 0 480 77 0

Produtos das indústrias químicas ou das indústrias conexas 0 0 0 0

Plástico e suas obras; borracha e suas obras 645 12.725 0 103.302

Peles, couros, peles com pelo e obras destas matérias; artigos de correeiro ou de seleiro; artigos de viagem, bolsas e artefactos semelhantes; obras de tripa

0 0 0 0

Madeira, carvão vegetal e obras de madeira; cortiça e suas obras; obras de espartaria ou de cestaria

8.875 4.670 0 0

Pastas de madeira ou de outras matérias fibrosas celulósicas; papel ou cartão para reciclar (desperdicios e aparas); papel e suas obras

0 0 0 923

Matérias têxteis e suas obras 0 0 0 0

Calçado, chapéus e artefactos de uso semelhante, guarda-chuvas, guarda-sóis, bengalas, chicotes e suas partes; penas preparadas e suas obras; flores artificiais; obras de cabelo

0 0 0 0

Obras de pedra, gesso, cimento, amianto, mica ou de matérias semelhantes; produtos cerâmicos; vidro e suas obras

0 1.696 0 0

Pérolas naturais ou cultivadas, pedras preciosas ou semipreciosas e semelhantes,metais preciosos, metais folheados ou chapeados de metais preciosos,e suas obras; bijutaria;moedas

0 0 0 0

Metais comuns e suas obras 29.400 7.547 1.739 0

Máquinas e aparelhos, material elétrico, e suas partes; aparelhos de gravação ou de reprodução de som, aparelhos de gravação ou de reprodução de imagens e de som em televisão, e suas partes e acessórios

0 25.290 0 225.779

Material de transporte 0 1.000 0 0

Instrumentos e aparelhos de ótica, fotografia ou cinematografia, medida, controlo ou de precisão; instrumentos e aparelhos médico-cirúrgicos; aparelhos de relojoaria; instrumentos musicais; suas partes e acessórios

0 0 0 330

Armas e munições; suas partes e acessórios 0 0 0 0

Mercadorias e produtos diversos 0 7.858 0 0

Objetos de arte, de coleção e antiguidades 0 0 0 0

Fonte: INE

NOTA: Dados provisórios de 2016.

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7. ANÁLISE SWOT

7.1. PONTOS FORTES

► Território com capacidade de atração de investimentos no setor agroalimentar,

capazes de criar empresas e emprego e de competir no mercado global;

► Disponibilidade de terra para a instalação de novas atividades de base rural de

pequena e média dimensão;

► Condições edafoclimáticas excecionais do território propícias à produção de

produtos alimentares com elevada procura no mercado nacional e internacional;

► Condições propícias para o aumento da produção de cereja de qualidade;

► Potencial de introdução de novas tecnologias e de inovação nos produtos

alimentares;

► Aposta estratégica na produção e promoção de cereja de qualidade aliada à

imagem de marca do concelho;

► Notoriedade da cereja de Resende como uma das melhores do país;

► Elevado potencial turístico do território associado ao património natural e ao

turismo de saúde e bem-estar (Termas de Caldas de Arêgos);

► O capital de experiência de mais de 20 anos no desenvolvimento local

proporcionado pela Dolmen – Desenvolvimento Local e Regional CRL e mais

recentemente, pela CIM Tâmega e Sousa;

► O património histórico e cultural, algum dele integrando a Rota do Românico e

ainda um conjunto diverso de valores patrimoniais de arquitetura civil, as

festividades tradicionais, a gastronomia, o artesanato que representam

potenciais de desenvolvimento turístico a valorizar;

► A presença de valores paisagísticos naturais, principalmente ligados ao rio do

Douro, alguns dos quais já organizados em percursos e rotas turísticas;

► Parte do território do concelho integra a área de produção da Carne Arouquesa

DOP;

► O território integra a Subregião de Baião na região demarcada dos vinhos verdes;

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► A existência de iniciativas de comercialização de proximidade (PROVE, através da

Dolmen) que permitem o acesso de pequenos produtores a mercados mais

alargados;

► Existência de várias unidades de Turismo Rural, que contribuem para o aumento

de oferta de alojamento e para a diversificação da atividade nas explorações

agrícolas, levando à fixação de algum investimento, atraído visitantes e

contribuído para a preservação do património construído da região;

► A existência de uma cultura e de um programa de empreendedorismo, através da

CIM Tâmega e Sousa e Associação Empresarial de Resende, contribuindo para o

aumento de iniciativas de criação de microempresas e do próprio emprego;

► A existência de redes de cooperação regional com a participação da Associação

Empresarial de Resende, da Dolmen e da CIM Tâmega e Sousa, essenciais para o

desenvolvimento conjunto de iniciativas referentes à dinamização do território e

do concelho;

► Importância crescente da agricultura empresarial com incremento na dimensão,

inovação, especialização e produtividade;

► Morfologia favorável para a articulação do contexto cidades, vilas e aldeias,

ligação entre urbano e rural.

7.2. PONTOS FRACOS

► Fraca capacidade logística instalada (centros logísticos de apoio às atividades

agroalimentares que favoreçam o aumento da produção e a exportação);

► Dificuldades de acesso a vias de comunicação importantes (como a A4, A24,

A25) dificulta o transporte de produtos para o mercado europeu;

► Perda de população residente, especialmente das faixas etárias mais jovens,

taxa de crescimento migratório negativa e taxa de natalidade tem vindo a

diminuir progressivamente;

► Fraco dinamismo económico, incapaz de atrair novos residentes,

especialmente das famílias e jovens que possam contribuir para reverter as

tendências de decréscimo populacional;

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► Existência de terra produtiva abandonada, resultando num impacto negativo

da promoção turística do território;

► Fraca capacidade exportadora das empresas da região;

► Ausência de projetos específicos de âmbito municipal para a promoção da

internacionalização;

► Carência de determinados equipamentos de proximidade e de apoio pode

prejudicar a fixação e atração de população;

► Reduzido investimento estrangeiro;

► Inexistência de produtos certificados ou em vias de certificação que poderiam

constituir-se como elementos caraterísticos da gastronomia da região. Apenas

as Cavacas de Resende figuram como Produtos Tradicionais Portugueses

(fonte: DGADR);

► Ausência no concelho de Organizações de Produtores ou Agrupamentos de

Produtores reconhecidos;

► Agravamento da taxa de sobrevivência das empresas;

► Situação no mercado de trabalho marcada por valores elevados da taxa

de desemprego, pela dificuldade de criação ou obtenção do emprego;

► Setor primário com forte expressão mas marcado pelo domínio de explorações

geridas, na esmagadora maioria por produtores singulares. Domínio em

número e área;

► Reduzida qualificação dos empresários e população ativa, verificando-se ainda

a existência de dificuldades de requalificação em situação de desemprego;

► Existência de situações de pobreza frequentes, com dependência de apoios

sociais;

► Peso da indústria pouco significativo e com muito débil incorporação de

conhecimento;

► Rede viária muito deficiente nos acessos ao concelho e dentro do concelho;

► Insuficiências no cooperativismo, associativismo como meio de organizar e

potenciar a oferta;

► Agravamento das disparidades em termos de rendimentos disponíveis e de

poder de compra, sendo um dos concelhos onde o Índice de Poder de Compra

é mais baixo;

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► Agricultura caraterizada essencialmente por explorações de pequena

dimensão e em parcelas dispersas, população agrícola envelhecida e com

baixos níveis de qualificação, baixos níveis de produtividade e de rendimento

das explorações limitando os níveis de investimento e a capacidade de acesso

a capacidade técnica e de gestão para apoio à exploração;

► Dificuldade de escoamento dos produtos pelos pequenos produtores, por

fraca organização dos circuitos de comercialização, inexistência de

organizações de produtores e agrupamentos de produtores registados, falta

de capacidade de acesso aos mercados internacionais;

► Falta de formação nos domínios de operador agrícola, gestão comercial de

explorações agrícolas, técnicos de produção biológica;

► Falta de uma verdadeira estratégia de promoção do turismo no concelho e de

articulação entre os diversos atores que operam no setor;

► Falta de diversificação nos produtos / serviços de animação turística, com uma

oferta dispersa, não integrada e pouco valorizada, que leva à incapacidade de

combater a sazonalidade da atividade;

► Necessidades de qualificar as ofertas formativas nas áreas da restauração,

animação turística, agroalimentar, hotelaria e melhor qualificar o tecido

empresarial.

7.3. OPORTUNIDADES

► Maior dinamismo do setor agrícola e agroalimentar em Portugal com a

valorização crescente da agricultura enquanto atividade económica geradora

de emprego e de rendimento e do seu contributo para a manutenção da

biodiversidade e do ambiente;

► Tendência de aumento mundial da procura de produtos produzidos genuínos

e de qualidade e em modos de produção sustentáveis e amigos do ambiente;

► Crescimento da procura nacional e estrangeira de destinos turísticos

associados à natureza, ao património histórico e cultural e à saúde e bem-

estar;

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► Políticas públicas nacionais de apoio ao emprego (estágios profissionais,

contrato emprego e apoio à criação do próprio emprego);

► Possibilidade de financiamento das atividades agrícolas no âmbito das DLBC’s,

do PDR2020, apoio à indústria no PO Competitividade e Internacionalização;

► Portugal já mostra sinais de alguma retoma e o turismo afigura-se como um

dos motores da economia;

► Crescente valorização e reconhecimento da Cereja de Resende como

elemento identitário do concelho, da economia e da população;

► Aumento da procura turística no âmbito do turismo de natureza e cultural,

gastronomia e vinhos; Festival da Cereja como fator potenciador do

dinamismo económico;

► Valorização das artes e saberes tradicionais, como produto turístico, marca

identitária e desenvolvimento numa lógica de produção de riqueza e criação

de valor;

► Implementação de novas estratégias de cooperação supra e intraconcelhias,

para potenciar o desenvolvimento turístico e económico integrado da região;

► Crescente utilização das tecnologias de informação e comunicação na tomada

de decisão sobre a escolha dos produtos turísticos. Aumento do papel das

redes sociais e dos blogs na promoção de destinos turísticos e na partilha de

apreciações sobre experiências turísticas;

► Condições edafoclimáticas favoráveis à produção de produtos hortofrutícolas,

em especial a cereja, e as consequentes vantagens comerciais junto do

mercado nacional e internacional;

► Insuficiente produção de cereja para abastecer a indústria agroalimentar;

► A crescente promoção e procura, pelo mercado, de vinho verde, um dos

produtos da região

► A existência de bolsa de terras gerida pela Dolmen pode favorecer novas

instalações de agricultores e o redimensionamento das explorações

existentes;

► O desenvolvimento da biotecnologia e de novos produtos com aplicação nas

áreas da saúde, cosmética, energia, poderá potenciar a biodiversidade que o

concelho apresenta e o surgimento de novas áreas de negócio;

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► O setor agroalimentar regista potenciais e dinâmicas de desenvolvimento

visíveis na reestruturação de explorações agrícolas, com o aumento da

respetiva área média, maior especialização, crescimento de formas de

agricultura empresarial virada para o mercado, instalação de jovens

agricultores e novos investimentos, nomeadamente nos setores do vinho, dos

produtos hortícolas e frutícolas, com destaque para as produções de cereja e

no desenvolvimento da agricultura biológica.

7.4. AMEAÇAS

► Retração do investimento público;

► Lenta retoma do poder de compra das famílias e consequente diminuição do

consumo;

► Quebra demográfica e envelhecimento da população;

► Diminuição da população ativa;

► Distante de um aeroporto internacional com voos regulares para os principais

países emissores de turistas que visitam Portugal;

► Concorrência de outros Municípios, com estratégias similares e com maior

capacidade de atração de investimento;

► Retração do investimento privado (sobretudo as PME) devido às dificuldades

de aceder ao crédito;

► Crescimento da pobreza e isolamento, como consequência de problemas

económicos e demográficos da região e do país;

► Falta de articulação de atuações ao nível institucional, contraproducente na

redução das assimetrias do concelho;

► Pulverização de atuações do tecido empresarial poderão dificultar o

desenvolvimento e potencial de escalabilidade dos negócios;

► Baixos indicadores de criação de valor acrescentado pelo tecido pelo tecido

empresarial, com excessiva concentração (44,4% nas 4 maiores empresas);

► Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca representa cerca de 50%

do total de empresas do concelho, mas apenas a 7% do VAB total;

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► Domínio das atividades em nome individual, que representam 98% do total das

empresas do setor poderá ser um fator dificultador da inovação e

desenvolvimento das atividades do setor primário;

► Se persistir a incapacidade de atrair e fixar investimento, o concelho poderá

funcionar como passagem e ligação entre territórios; com prejuízos na criação

de valor acrescentado e dinamização do tecido empresarial e economia local;

► Descaraterização da paisagem decorrente de situações de pressão não

controladas por insuficiências do ordenamento do território e de arranjo

urbanístico, com impactos negativos do ponto de vista da qualidade de vida

local e da atração turística;

► Alterações climáticas e os impactos negativos de âmbito social e económico

para as populações e para as atividades económicas na região em especial para

a agricultura com riscos crescentes de destruição de produções e de incêndios

florestais;

► A concorrência de outros concelhos e territórios com recursos e caraterísticas

semelhantes às de Resende em termos turísticos na disputa pelos afluxos ao

concelho;

► O poder comercial das grandes superfícies com esmagamento de preços pagos

aos produtores;

► A concorrência pelo preço de produtos agrícolas estrangeiros que beneficiam

de maiores produtividades decorrentes da escala e de modelos produtivos

intensivos.

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8. DESAFIOS ESTRATÉGICOS

O concelho de Resende possui um conjunto de recursos naturais, históricos, culturais

que são propícios à criação de ambiente económico mais competitivo, capaz de gerar

dinâmicas urbanas e rurais em favor do desenvolvimento económico sustentável.

A prossecução e desenvolvimento de uma visão alargada e integradora de todos os

agentes no território envolve um conjunto de desafios e linhas de ação que abaixo se

expõem:

Desafio 1: Qualificação do território, dos agentes locais e do capital humano

Pese embora o facto de nos últimos anos se ter registado em Portugal e na Região

Norte uma evolução considerável em matéria de escolarização, verifica-se que ainda

persistem carências importantes em Resende, quer em termos absolutos quer em termos

relativos.

Este aspeto aliado à baixa oferta formativa para a qualificação quer da população quer

das empresas condicionam a produtividade, a aposta na inovação, na diferenciação e

consequentemente a competitividade do território além de se afirmarem também como

um potencial constrangimento ao desenvolvimento do seu potencial turístico e o

aproveitamento das oportunidades que se colocam neste domínio.

Conforme resulta da avaliação estratégica realizada, um dos problemas que se verifica

no concelho de Resende é o baixo índice de escolarização, em especial nas atividades

ligadas à agricultura, um dos principais setores em termos de número e área, mas com

pouca expressão no VAB gerado no concelho.

O aumento da escolarização, a melhoria de resultados escolares, a criação de mais

ofertas formativas ajustadas à produção de competências profissionais para ativos nos

principais setores de atividade do concelho constitui um desafio para o desenvolvimento

do território.

Qualquer um dos desafios aqui colocados necessita sempre de capital humano

qualificado, da existência de profissionais qualificados nas diferentes atividades

socioeconómicas locais.

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O apoio à qualificação das empresas e do capital humano, através do desenvolvimento

de uma oferta formativa que consiga dar resposta às necessidades de desenvolvimento

que se impõem na agricultura, no agroindustrial, na indústria transformadora e no

turismo, devem ser o principal foco numa estratégia de desenvolvimento para o concelho

que promova acima de tudo, capacidade de inovação, desenvolvimento de novos

produtos e serviços, novos circuitos de valor acrescentado, estabilidade laboral e criação

de novos empregos.

A resposta a este desafio passa pela progressiva qualificação das empresas nos

diferentes domínios para a definição de produtos diferenciadores e suficientemente

atrativos para se afirmarem neste contexto.

Desafio 2: Desenvolvimento e afirmação da identidade e da imagem do território

A grande referência de Resende é a Cereja, tendo sido aposta do Município a

realização do Festival da Cereja como grande cartaz de promoção do território e do setor.

No entanto, a aparente dependência deste fator e a ausência de uma política

integrada de promoção do território leva a que outros fatores potenciadores do

desenvolvimento do território não sejam devidamente valorizados.

Não existe uma marca associada ao concelho, apenas um produto e uma imagem a

ele associada, fazendo com se verifique um esbatimento, neste contexto, de elementos

de identidade marcantes e de diferenciação do concelho como as Cavacas, Carne

Arouquesa, Vinho Verde, as Caldas de Arêgos, o Rio Douro, o potencial das atividades de

animação turística, o Turismo em espaço Rural, colocando dificuldades em matéria de

imagem e de afirmação do território.

É necessário reforçar a identidade, criação de uma imagem autêntica e apelativa, a

sua interiorização e vivência por parte dos agentes locais, empresariais e institucionais e

pela comunidade local, sendo este um desafio importante que se coloca aos agentes do

território.

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Desafio 3: Diversificação económica, valorização dos recursos endógenos e o sucesso nos

mercados

A análise do perfil de especialização produtiva do concelho de Resende entre 2009 e

2015 demonstra um peso significativo do setor primário com a duplicação do peso do

VAB no período, registando 7% em 2015. O setor do Comércio por grosso e a retalho,

reparação de veículos automóveis e motociclos é o setor mais representativo, com um

peso de 22,5% em 2015, com o comércio por grosso e a retalho a representarem 21,3%

do total do concelho.

Na indústria transformadora, com 14% do VAB em 2015, destaca-se a indústria

agroalimentar e indústria das bebidas.

O setor da restauração e alojamento, essenciais no desenvolvimento de uma

estratégia de turismo concertada, representam apenas 3,8% do VAB total do concelho.

No entanto, o setor da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, que

representa apenas 7% do VAB, representa cerca de 50% do total de empresas do

concelho, dominado por atividades em nome individual, que representam 98% do total

das empresas do setor. Por outro lado, tal como foi diagnosticado, as atividades em nome

individual representam 86,5% do total.

Estes dados remetem para o desafio de uma maior diversificação das atividades

económicas e da valorização dos recursos endógenos através de iniciativas empresariais

que favoreçam a inovação, o crescimento das cadeias de valor do território (cereja e

outros produtos frescos, vinho, hortícolas, pequenos frutos, cogumelos, turismo,

agroalimentar, animação turística).

Por outro lado, impõe-se o desafio de melhorar o acesso aos mercados, como fator

chave, quer do ponto de vista do reforço da competitividade do território, mas também

da resposta aos desafios em matéria de internacionalização, inovação, criação de

emprego, de geração e fixação de rendimento, de reforço dos níveis de coesão social.

A resposta a este desafio requer soluções inteligentes e ágeis assentes na correta

leitura das tendências de mercado e, em consequência na criação de condições que

favoreçam o acesso a nichos que valorizem a qualidade dos produtos e de experiências

que o concelho de Resende pode oferecer. É necessária uma estratégia integrada que

tenha como foco a análise dos mercados, a criação ou agilização de circuitos de

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distribuição e comercialização, o mapeamento de oportunidades de investimento, o

apoio ao empreendedorismo, a inovação, o apoio a micro e pequenas iniciativas

empresariais que valorizem os aspetos diferenciadores do território. As apostas na

internacionalização constituem dimensões centrais deste desafio.

Desafio 4: Competitividade e inovação

Integrado e diretamente relacionado com o Desafio 3 - Diversificação económica,

valorização dos recursos endógenos e o sucesso aos mercados estão fatores críticos de

sucesso para as empresas como a competitividade e inovação.

É essencial a promoção do conhecimento, da investigação, da inovação e da

diferenciação nos diversos setores de atividade, em especial na agricultura, no turismo e

no agroalimentar. Em meio rural, deverá ser orientada para o desenvolvimento territorial

e para a melhoria da qualidade de vida dos seus residentes.

O fortalecimento e a atratividade empresarial de Resende vão na direção do

desenvolvimento de atuações que permitam fortalecer a atividade empresarial de

Resende, nos vários setores, através do reforço de novas iniciativas empresariais

decorrente das condições e do posicionamento do território do Tâmega e Sousa. Essa

atratividade empresarial constitui-se como fator potenciador de competitividade e

consequentemente, de afirmação do concelho de Resende no sistema económico

regional, por via da potenciação das atividades económicas tradicionais e pela

diversificação do tecido empresarial, apostando nos segmentos com maior potencial de

afirmação e crescimento.

O maior desafio consubstancia-se na promoção de um concelho onde seja atrativo

investir e trabalhar, que se apresente num contexto dinâmico, gerador de oportunidades

de emprego, indutor de empreendedorismo e com capacidade de captação de

investimento, que facilite a instalação novos negócios, dando a todos os agentes locais,

empresariais e institucionais, um conjunto de instrumentos e de ferramentas de

afirmação da competitividade empresarial.

A atratividade empresarial está intimamente relacionada com a capacidade de

resposta do território em termos de disponibilização de recursos humanos qualificados e

de espaços de acolhimento empresarial adequados às exigências das empresas, da

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existência de acessibilidades, da proximidade aos recursos base do respetivo processo

produtivo, para além do dinamismo institucional de incentivo ao investimento e ao

empreendedorismo. Em específico:

Na Agricultura:

O seu caráter predominantemente agrícola e rural exige um importante esforço de

dinamização de um setor com evidentes sinais de incapacidade competitiva, cujo

desenvolvimento depende, em larga medida, da sua capacidade de modernização, da

inclusão de inovação nos processos de produção e da incorporação de valor acrescentado

nos produtos finais.

Contudo, as novas dinâmicas atuais impõem a Resende a necessidade de reafirmação

económica, não só pela indispensável renovação do setor agrícola, mas também pela

existência de condições efetivas de potenciação de novos segmentos de atividade

económica e pela possibilidade de diversificação do tecido empresarial e das atividades

produtivas em especial no agroindustrial e ligados ao potencial de desenvolvimento que

é a cereja.

No Turismo:

A diversidade paisagística e de recursos naturais, o rio Douro, o património cultural e

a gastronomia atribuem a Resende características excecionais de desenvolvimento do

turismo, nomeadamente, atividades turísticas em ambiente rural, em proximidade com

a natureza, turismo de saúde e bem-estar, tirando partido da situação privilegiada das

Caldas de Aregos, junto à marina e rio Douro, com possibilidades relevantes de expansão

a médio e longo prazo.

Impõe-se a capacitação do território em termos de serviços e equipamentos de

suporte à atividade turística, a estruturação de produtos turísticos diferenciadores e

distintivos e o desenvolvimento de uma forte estratégia de marketing territorial como

pressupostos para a criação de uma marca e destino “Resende”, que permita reforçar a

atratividade turística do território, permitindo a emergência de um novo segmento

económico adequado às potencialidades existentes e em articulação com as tendências

globais de afirmação deste setor.

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O desafio passa por conseguir criar as condições para a emergência de um turismo

de qualidade, complementando iniciativas diversificadas ligadas ao desenvolvimento da

singularidade dos recursos, com conceção de novos produtos turísticos, com forte

componente de experiência e autenticidade e com atividades incisivas associadas à

comercialização dos produtos, com forte aposta no digital, na interconetividade e nas

preferências dos turistas, sendo para isso essencial, a criação de mecanismos de

monitorização da procura e a promoção da adequação da oferta à procura.

Os recursos endógenos irreproduzíveis de Resende, como a beleza paisagística, a

ligação ao rio Douro, a riqueza dos recursos agrícolas, florestais e hídricos, o património

arquitetónico e a Rota do Românico, a tranquilidade e o desafogo, são características que

lhe conferem um elevado potencial turístico, que se encontra ainda insuficientemente

explorado. Nesta perspetiva, é expectável que se venham a desenvolver novas dinâmicas

em torno de projetos que consubstanciem este potencial, posicionando Resende como

um destino de excelência, quer na vertente de turismo de natureza, turismo de saúde e

bem-estar, náutico rural ou sénior.

Na fileira Agroalimentar:

A franca expansão da produção de cereja, a sua promoção como imagem de marca do

concelho constitui um nicho importante de afirmação empresarial, no contexto do qual

Resende pode aspirar a ter vantagens comparativas reconhecidas.

A insuficiente produção para abastecimento da indústria pode ser o mote para a

(re)organização do setor, da qualificação dos produtores e promoção da cooperação

como forma de ganhar escalabilidade. Este conjunto de oportunidades traduz a

possibilidade de conferir uma valorização mais expressiva às atividades económicas

alicerçadas nos produtos e recursos endógenos do território.

É obrigatório apostar na implementação de um concelho assente na diversidade

económica e empreendedorismo, com enfoque nos segmentos empresariais tradicionais

de vocação reconhecida no território, mas também apostando em novos patamares de

consolidação do tecido económico, quer pela diversificação de atividades quer pela

inclusão de maiores vetores de inovação de processos e produtos.

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Nos serviços:

É crucial estender a cadeia de valor do setor primário ao setor terciário como fator-

-chave para a implementação de uma estratégia integrada de desenvolvimento de

Resende.

Neste contexto, assume relevo a capacidade de atração de mão-de-obra qualificada,

capacitada para participar em processos de inovação e renovação dos modelos de

negócio instalados, potenciar mudanças tecnológicas do modelo produtivo, contribuindo

para o aparecimento de setores com maior nível de incorporação e geração de valor e

estimular o desenvolvimento de um setor de comércio e serviços que também responda

às novas necessidades e exigências das pessoas e das empresas.

De facto, o panorama anteriormente apresentado sobre a realidade do concelho,

mostra um conjunto de debilidades que justificam a fraca capacidade de atrair/fixar

população mais qualificada e empresas e setores de intensidade tecnológica relevante,

condição que se impõe reverter para que o tecido empresarial possa ter condições para

inovar e se tornar mais competitivo e exportador.

Desafio 5: Criação de redes de cooperação

A criação de mecanismos que fomentem e suportem o desenvolvimento de relações

de cooperação entre as empresas e as diversas instituições e demais atores locais é

crucial no processo de desenvolvimento dos territórios e para a criação de escalabilidade

dos negócios.

No setor da agricultura e com a aposta forte na Cereja de Resende como imagem de

marca, é essencial estimular a criação de organizações de produtores ou agrupamentos

de produtores devidamente reconhecidos e delinear um plano estratégico para a

promoção da cereja e do concelho.

Importa progredir nos domínios da agricultura, do turismo, da promoção territorial,

do associativismo empresarial para criar condições de escala e de gama que melhorem a

qualidade das intervenções e reforcem a capacidade de acesso e de penetração dos

produtos da região no mercado nacional e internacional.

Por outro lado, importa assumir uma ação supraconcelhia. Os territórios não são

espaços fechados, devendo também ser consideradas redes de cooperação entre

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territórios, desde logo, os concelhos vizinhos e a diferentes escalas, desenvolvendo e

articulando estratégias de desenvolvimento multinível e multissetorial.

Uma rede de cooperação bem desenhada, assente em princípios lógicos e sólidos na

esfera empresarial e interinstitucional, agregadora de todos os agentes do concelho

poderá dar resposta aos desafios da competitividade, coesão, sustentabilidade e

governação, devendo sempre ser tidas em conta a capacidade de promoção e

desenvolvimento de relações de interdependência e complementaridade, favorecendo a

cooperação territorial e lógicas de benefícios mútuos.

A estes desafios estão transversalmente associados, para maior garantia do sucesso

da implementação da estratégia de desenvolvimento para o concelho, questões como o

Marketing Territorial e a Governação do Território.

As novas tecnologias de comunicação são um instrumento importante para o

desenvolvimento dos territórios e em particular para o concelho de Resende, permitindo

a maior abertura de Resende ao exterior e a aumentando a sua visibilidade,

especialmente na captação de oportunidades e divulgação de potencialidades e

vantagens comparativas do território, que se poderão materializar através de campanhas

de marketing territorial.

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