Upload
doanquynh
View
213
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
P A T R Í C I A T A V A R E S R I B E I R O
D E P A R T A M E N T O D E C I Ê N C I A S S O C I A I S - E N S P / F I O C R U Z
V I R G I N I A A L M E I D A
P A U L O H E N R I Q U E B A R B O S A
A D R I A N A B O T E L H O
C O O P E R A Ç Ã O F I O C R U Z - C O N A S S - C O N A S E M S
1 ª C O N F E R Ê N C I A R E G I O N A L S O B R E D E T E R M I N A N T E S S O C I A I S D A S A Ú D E D O N O R D E S T E
P L A N E J A M E N T O S E T O R I A L G E S T Ã O P A R T I C I P A T I V A
R E C I F E – S E T E M B R O D E 2 0 1 3
Determinantes Sociais e Planejamento da Saúde
1 . O S D E T E R M I N A N T E S S O C I A I S E A I N T E R L O C U Ç Ã O C O M
O U T R O S S E T O R E S N A P O L Í T I C A D E S A Ú D E B R A S I L E I R A .
2 . D S S E P O L Í T I C A S P Ú B L I C A S N A A G E N D A I N T E R N A C I O N A L .
3 . O Q U E E N C O N T R A M O S N O S P L A N O S E S T A D U A I S D E S A Ú D E .
4 . C A M I N H O S A E X P L O R A R P A R A U M P L A N E J A M E N T O
S O C I A L M E N T E O R I E N T A D O E C O L E T I V A M E N T E P R O J E T A D O .
Determinantes Sociais e Planejamento da Saúde
Garantia do Direito à Saúde
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação.
(Art. 196, Constituição da República Federativa do Brasil, 1988)
Organização do sistema de saúde
Participação da comunidade na gestão do sistema (governo,
prestadores de serviços, profissionais de saúde e usuários,
representados nos Conselhos de Saúde e nas Conferências
de Saúde).
Setor Privado participando de forma complementar na
assistência à saúde.
Atividades de serviços privados de saúde (relevância
pública) reguladas pela União, Estados e Municípios.
(Constituição Federal de 1988 e Lei Orgânica da Saúde)
Objetivos do sistema de saúde
Assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas.
universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência.
integralidade de assistência, conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema.
igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie.
(Artigos 5º e 7º, Lei Nº 8080, de 19 de setembro de 1990)
Objetivos do sistema de saúde
Identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde.
Formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
(Artigo 5º, Lei Nº 8080, de 19 de setembro de 1990)
Planejamento setorial
Base para o PPA, a LDO e a LOA.
Insumos para sua elaboração: PPA, relatórios de
Conferências de Saúde, Planos de Saúde vigentes,
Relatórios Anuais de Gestão, reuniões com Conselho de
Saúde, eventos específicos com a comunidade, com
representações de segmentos sociais.
Reuniões com e eventos com outros setores cuja atuação
tem impacto sobre a saúde.
(PlanejaSUS - 2006/2009)
Planejamento setorial
Dados desagregados, quando necessário, segundo sexo,
raça, faixa etária e grupos vulneráveis (população
indígena, grupos assentados, quilombolas, etc).
Intervenções específicas para grupos vulneráveis.
(PlanejaSUS - 2006/2009)
Planejamento setorial
Determinantes e condicionantes de saúde como um dos
eixos orientadores para a identificação de problemas na
análise situacional (situação de saúde e atenção à saúde)
e para a formulação dos objetivos, diretrizes e metas dos
Planos de Saúde.
Identificação de medidas compartilhadas ou sob coordenação de
outros setores.
Integração do setor saúde nos espaços de formulação,
implementação e monitoramento de políticas públicas.
(PlanejaSUS - 2006/2009)
A Regionalização
Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído
por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a
partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de
redes de comunicação e infraestrutura de transportes
compartilhados, com a finalidade de integrar a
organização, o planejamento e a execução de ações e
serviços de saúde.
(Art. 2º, Decreto 7508, de 25/06/2011)
Política Nacional de Promoção da Saúde
Promoção da alimentação saudável visando à saúde e à segurança alimentar e nutricional, contribuindo com as ações e metas de redução da pobreza, a inclusão social e o cumprimento do direito humano à alimentação adequada.
Ações voltadas para melhorias ambientais com o objetivo de aumentar os níveis populacionais de atividade física, pactuadas com os gestores do SUS e outros setores nos três níveis de gestão.
Articulação de agendas e instrumentos de planejamento, programação e avaliação, dos setores diretamente relacionados a morbimortalidade por acidentes de trânsito.
(Política Nacional de Promoção da Saúde, 2006)
Política Nacional de Promoção da Saúde
Ações educativas e mobilização de ações legislativas e econômicas, de forma a criar um contexto para a prevenção e controle do tabagismo.
Prevenção da violência e estímulo à cultura da paz.
Redução da morbimortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e outras drogas.
Apoio e colaboração nas iniciativas governamentais e não-governamentais de desenvolvimento sustentável.
(Política Nacional de Promoção da Saúde, 2006)
CSDH/OMS (2005-2008)
Movimento global por uma abordagem às políticas públicas, sensível aos determinantes sociais das desigualdades em saúde.
Compromisso com a ação e com a ação combinada entre diversos setores governamentais e entre diversos atores sociais para a redução das desigualdades em saúde.
Reconhecimento da diversidade de cenários, contextos e experiências locais na produção de estratégias de difícil generalização.
Agenda orientada a solução de problemas, com ênfase em práticas inter-ativas, de inter-ação.
Melhor alocação de recursos em políticas e programas de maior efetividade.
(Pellegrini, 2011)
O que encontramos nos Planos Estaduais
de Saúde do Nordeste?
Fonte: Cooperação Fiocruz/Conass/Conasems. Diagnóstico do Ambiente de Gestão Pública nos estados. Planos Estaduais de Saúde 2008-2011. Relatório Preliminar, 2013.
Quanto à equidade e desigualdades
Equidade como princípio da política de saúde; como valor institucional das SES; como princípio orientador do financiamento, da alocação de recursos e da eficiência; como princípio assistencial; como diretriz estratégica para a organização de redes; como princípio na definição de ações e metas; como orientação de modelos de desenvolvimento.
Equidade como resultado de redução de desigualdades territoriais, regionais, intermunicipais, assistenciais (acesso e integralidade), entre grupos vulneráveis.
Quanto à equidade e desigualdades
Desigualdades econômicas, sociais, assistenciais, alocativas, regionais e intermunicipais, como determinantes e condicionantes das diferenças no processo saúde-doença-saúde.
Quanto à intersetorialidade
“Intersetorialidade” como articulação entre setores da SES na produção de análises e diagnósticos da situação e proposição de intervenções.
“Intersetorialidade” como articulação e parcerias com outros setores governamentais.
Educação, meio-ambiente, saneamento, assistência social, habitação, desenvolvimento, trânsito e transportes urbanos, agricultura, ciência e tecnologia, segurança pública, Polícia Militar, Promotoria, Justiça, Polícia Rodoviária Federal.
Comissões Intersetoriais e Interinstitucionais para coordenação de políticas.
Quanto à intersetorialidade
“Intersetorialidade” como interlocução entre primeiro, segundo e terceiro setores (ex. implantação de arranjo produtivo
local de insumos estratégicos como ação estratégica do Plano de
Saúde).
Programas complementares de geração de trabalho e renda, alfabetização de adultos, fornecimento de registro civil e demais documentos.
Referências quanto à baixa capacidade governamental de gerir ações intersetoriais.
Quanto à formulação do Plano
Processos tem como referência:
Orientações do PlanejaSUS.
Pacto pela Saúde.
Relatórios de Conferências Estaduais e Municipais.
Planos Plurianuais de Ação (vigentes e/ou em elaboração).
Termos de Compromisso de Gestão.
Programação Pactuada e Integrada.
Política Nacional de Promoção da Saúde.
Quanto à formulação do Plano
Caracterizam processos participativos e pactuados com os Cosems, com realização de Oficinas de Planejamento, Encontros e Seminários Regionalizados, Plenárias. Em alguns casos, tem maior articulação ao Planejamento Governamental.
Não fazem menção aos Planos Municipais de Saúde.
Quanto à Regionalização
Os Planos Estaduais evidenciam o início de uma leitura
regional da situação de saúde e da ação setorial, mas nem
todos organizam o conteúdo do plano, segundo as regiões
estabelecidas.
Nota-se que o processo de regionalização orienta-se pela
normativa federal vigente no período (NOAS e Pacto pela
Saúde).
Quanto à Regionalização
Como critérios para a definição dos recortes regionais, destacam-
se:
densidade populacional; contiguidade geográfica entre os municípios; malha
viária e condição de acessibilidade; infra-estrutura de transporte
compartilhada no território; sistema de comunicação existente; distância e
cultura do deslocamento; procura espontânea da população pelos serviços de
saúde; discussão e pactuação entre os gestores envolvidos; disposição
política para pactuação; cooperação e solidariedade no CGR; perfil de
morbidade e mortalidade; modelos flexíveis nos espaços intermunicipais;
capacidade instalada; serviços de média e alta complexidade; resolutividade
assistencial; capacidade para instalação de novos serviços; possibilidades de
investimento; compatibilização com as regiões político-administrativas do
estado.
Governança Territorial
Acordar uma visão compartilhada para o futuro do território em todos os níveis e atores concernidos para lograr objetivos políticos no território.
Coordenar políticas e cooperação entre atores a partir de uma visão territorial partilhada, em busca da coesão territorial, a par da coesão econômica e social.
Desenvolver estratégias espaciais de desenvolvimento, processos alargados de participação e reforço da identidade de base territorial.
Pode-se dizer que é a vertente social do desenvolvimento sustentável.
(Dasi, 2008)
Planejamento do SUS para o Desenvolvimento
Abordagens a aprofundar
Ancoragem no território político-federativo.
Relações intergovernamentais e federalismo.
Perspectiva regional.
Região como escala do território usado.
Redes urbanas (Regiões de influência das cidades – IBGE).
Harmonizar econômico e social.
Arranjos produtivos locais.
Relações intergovernamentais e federalismo
Conhecer, contextualizar e analisar:
A estrutura para o financiamento da ação governamental setorial no
arranjo federativo brasileiro, visando uma configuração mais
eficiente eficaz para a divisão de autoridades, responsabilidades e
competências.
A extensão/adequação do marco legal que regula a ação regionalizada
da federação brasileira quanto ao planejamento regional, aos
investimentos em infra-estrutura e ao acompanhamento e avaliação.
A qualidade democrática do arranjo político institucional.
Região como escala de um “território usado”
Abrigo de todos os homens, de todas as instituições e de todas as organizações.
Mediação entre o mundo e a sociedade nacional e local.
Totalidade dinâmica, produto das múltiplas totalizações a que está submetido o processo da história, a cada instante.
Território cujo uso se dá pela dinâmica dos lugares, espaços de disputa, mas também do acontecer solidário, que definem usos e geram valores, controlados remotamente pelo mundo.
Onde reside a possibilidade real e efetiva da comunicação, logo, da troca de informação, logo, da construção política.
(Definição de Milton Santos, segundo Souza, 2005).
Regiões como redes articuladas
Regiões de Influência das Cidades (IBGE)
• Cidades que representam centros de gestão
do território.
• Classificação dos centros por níveis de
centralidade administrativa, jurídica e
econômica.
• Delimitação de suas áreas de atuação.
• Identificação das ligações entre as cidades e
esclarecimento das redes articuladas no
território, enfocando equipamentos e
serviços.
(comércio e serviços; atividade financeira; ensino
superior; serviços de saúde, internet, televisão
aberta e transporte aéreo).
Arranjos produtivos locais (APLs)
Aglomerações de empresas,
localizadas em um mesmo território,
que apresentam especialização
produtiva e mantêm vínculos de
articulação, interação, cooperação e
aprendizagem entre si e com outros
atores locais, tais como: governo,
associações empresariais, instituições
de crédito, ensino e pesquisa.
Ações de apoio a
atividades produtivas
com foco no território
(iniciativas federais,
estaduais e municipais).
(Mapeamento e Análise das Políticas para Arranjos Produtivos Locais no Brasil –
Pesquisa 2009/2010 – BNDES/Universidades de 22 estados da federação)
Oportunidades
As cidades se oferecem como uma oportunidade
extraordinária para a experimentação ética (Janice Caiafa,
Escola de Comunicação da UFRJ, 2012).
Experimentar arranjos criativos locais, socialmente
planejados e coletivamente projetados.
Desenvolver a governança territorial (regional).
Obrigada.
Grupo de Pesquisa Governos e Sociedade na Gestão
de Políticas Públicas