Determinantes ComportamentoAlimentar

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    1. Introdução

    Dada a prioridade para a mudança na dieta da população existe a necessidade de uma maior compreensão dos determinantesque afetam a escolha dos alimentos. Esta análise examina as principais influências na escolha dos alimentos com umaincidência nas que são suscetíveis de mudança e debate algumas intervenções de sucesso.

    2. Os principais determinantes na escolha dos alimentos

    O principal motor para a alimentação é, obviamente, a fome, mas o que escolhemos comer não é determinadoexclusivamente por necessidades fisiológicas ou nutricionais. Alguns dos outros principais fatores que influenciam a escolha

    dos alimentos incluem:l   Determinantes biológicos, tais como a fome, o apetite e o saborl   Determinantes económicos, tais como o custo, o rendimento e a disponibilidadel   Determinantes físicos, tais como acesso, a educação, as competências (por exemplo, cozinhar) e o tempol   Determinantes sociais, tais como a cultura, a família, os colegas e os padrões de refeiçõesl   Determinantes psicológicos, tais como o humor, o stress e a culpal   Atitudes, crenças e conhecimentos sobre alimentos

    Partindo da lista acima, que não é exaustiva, a complexidade da escolha dos alimentos é óbvia. Os fatores da escolha dosalimentos também variam consoante a fase da vida e a influência de um fator varia consoante o indivíduo ou grupo depessoas. Assim, um tipo de intervenção para modificar o comportamento na escolha dos alimentos não se irá adequar a todosos grupos de população. Em vez disso, as intervenções devem ser direcionadas para os diferentes grupos da população, tendoem consideração os inúmeros fatores que influenciam as respetivas decisões na escolha dos alimentos.

    2.1 Os determinantes biológicos na escolha dos alimentos

    A fome e a saciedade

    As nossas necessidades fisiológicas fornecem os determinantes básicos na escolha dos alimentos. Os seres humanosnecessitam de energia e nutrientes para sobreviver e irão reagir às sensações de fome e saciedade (satisfação do apetite,estado de ausência de fome entre dois episódios alimentares). O sistema nervoso central está envolvido no controlo doequilíbrio entre a fome, a estimulação do apetite e a ingestão de alimentos.

    Os macronutrientes, ou seja, os hidratos de carbono, as proteínas e as gorduras geram sinais de saciedade de intensidadevariável. O equilíbrio das provas sugere que a gordura tem o menor poder saciante, os hidratos de carbono têm o efeitointermédio e as proteínas são os macronutrientes mais saciantes (Stubbs et al. 1996).

    Foi demonstrado que a densidade energética das dietas exerce efeitos potentes na saciedade; as dietas de baixa densidadeenergética geram maior saciedade do que as dietas de alta densidade energética. A alta densidade energética dos alimentoscom elevado teor de gordura e/ou açúcar também pode resultar no "excesso de consumo passivo", no qual éinvoluntariamente ingerida energia em excesso e sem o consumo de porções adicionais.

    Um sinal importante de saciedade pode ser o volume de alimentos ou o tamanho das porções consumido. Muitas pessoas nãotêm consciência do que são tamanhos de porção adequados e assim consomem inadvertidamente energia em excesso.

    PalatabilidadeA palatabilidade é proporcional ao prazer que alguém sente quando come um determinado alimento. Depende daspropriedades sensoriais do alimento, tais como o sabor, o cheiro, a textura e o aspeto. Os alimentos doces e com elevado teorde gordura têm um inegável apelo sensorial. Não surpreende então que a comida não seja exclusivamente considerada umaforma de nutrição, sendo frequentemente consumida pelo prazer que proporciona.

    A influência da palatabilidade sobre o apetite e a ingestão de alimentos nos seres humanos tem sido investigada em váriosestudos. Existe um aumento na ingestão de alimentos à medida que a palatabilidade aumenta, mas o efeito da palatabilidadesobre o apetite no período após o consumo não é claro. Uma maior diversidade de alimentos pode também aumentar aingestão energética e de alimentos e, a curto prazo, comprometer o equilíbrio energético (Sorensen et al. 2003). No entanto,os efeitos a longo prazo da regulação energética são desconhecidos.

    Aspetos sensoriais

    O "sabor" é frequentemente mencionado como tendo uma grande influência no comportamento alimentar. Na realidade o"sabor" é a soma de todos os estímulos sensoriais que é produzida pela ingestão de um alimento. Isto inclui não só o saborpor si só, mas também o cheiro, aspeto e a textura dos alimentos. Pensa-se que estes aspetos sensoriais influenciam, em

    particular, a escolha espontânea dos alimentos.Desde uma tenra idade, o sabor e a familiaridade influenciam o comportame nto em relação aos alimentos. Um gosto pelos

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    doces e uma aversão pelo amargo são considerados traços humanos inatos, presentes desde o nascimento (Steiner 1977). Aspreferências de sabor e as aversões aos alimentos desenvolvem-se através de experiências e são influenciadas pelas nossasatitudes, crenças e expectativas (Clarke 1998).

    2.2 Os determinantes económicos e físicos na escolha dos alimentos

    Custo e acessibilidade

    Não existe dúvida que o custo dos alimentos um dos principais determinantes na escolha dos alimentos. O custo ser proibitivodepende essencialmente do rendimento e estatuto socioeconómico de uma pessoa. Os grupos de baixo rendimento têm umamaior tendência para consumir dietas desequilibradas e, em particular, consumir quantidades baixas de fruta e legumes (DeIrala-Estevez et al. 2000). No entanto, o acesso a mais dinheiro não corresponde automaticamente a uma dieta de melhorqualidade, mas a gama de alimentos a partir da qual se pode escolher deve ser maior.

    A acessibilidade a lojas é outro fator físico importante que influencia a escolha dos alimentos, o qual depende de recursos taiscomo transporte e localização geográfica. A comida saudável tende a ser mais dispendiosa quando disponível nas povoações ecidades em comparação com os supermercados nos arredores (Donkin et al. 2000). No entanto, melhorar apenas o acessonão aumenta a compra de fruta e legumes adicionais, os quais ainda são considerados proibitivamente dispendiosos (Dibsdallet al. 2003).

    Educação e Conhecimentos

    Os estudos indicam que o nível de educação pode influenciar o comportamento dietético durante a idade adulta (Kearney et al.2000). Em contraste, os conhecimentos de nutrição e os bons hábitos alimentares estão fortemente correlacionados. Istodeve-se ao facto de os conhecimentos de saúde não resultarem em ação direta quando os indivíduos não estão seguros de

    como aplicar os seus conhecimentos. Além disso, a disseminação das informações sobre nutrição vem de uma diversidade defontes e é considerada contraditória ou não fiável, o que desencoraja a motivação para a mudança (De Almeida et al. 1997).Deste modo, é importante transmitir mensagens exatas e consistentes através dos vários meios de comunicação, nasembalagens de alimentos e, é claro, através dos profissionais de cuidados de saúde.

    2.3 Determinantes sociais na escolha de alimentos

    A influência da classe social

    O que as pessoas comem é formado e restringido por circunstâncias que são essencialmente sociais e culturais. Os estudos depopulações aqui mostrados são as diferenças nítidas nas classes sociais relativamente à ingestão de alimentos e nutrientes. Asdietas pobres podem resultar em sub- (deficiência em micronutrientes) e sobrenutrição (consumo energético excessivo queresulta em excesso de peso e obesidade); trata-se de problemas enfrentados por diferentes setores da sociedade, exigindodiferentes níveis de competência e métodos de intervenção.

    Influências culturais

    As influências culturais resultam na diferença no consumo habitual de determinados alimentos e nas tradições de preparaçãoe, em determinados casos, podem resultar em restrições, tais como a exclusão da carne e do leite da dieta. No entanto, asinfluências culturais são suscetíveis à mudança: quando se mudam para um novo país os indivíduos muitas vezes adotamhábitos alimentares específicos da cultura local.

    Contexto social

    As influências sociais sobre a ingestão de alimentos referem-se ao impacto que uma ou mais pessoas têm sobre ocomportamento alimentar de terceiros, quer direto (comprando comida) quer indireto (aprender com o comportamento dospares), quer consciente (transferência de crenças) quer subconsciente. Mesmo quando se come sozinho, a escolha dosalimentos é influenciada por fatores sociais porque as atitudes e os hábitos desenvolvem-se através da interação comterceiros. No entanto, quantificar as influências sociais sobre a ingestão de alimentos é difícil porque as influências que aspessoas têm sobre o comportamento alimentar dos outros não se limitam a um tipo e as pessoas não estão necessariamenteconscientes das influências sociais que são exercidas no seu comportamento alimentar (Feunekes et al. 1998).

    O apoio social pode ter um efeito benéfico sobre as opções alimentares e mudança para uma dieta saudável (Devine et al.2003). O apoio social a nível familiar e dos colegas foi associado de forma positiva a melhoramentos no consumo de fruta elegumes (Sorensen et al. 1998a) e à fase de preparação para melhorar os hábitos alimentares, respetivamente (Sorensen etal. 1998b). O apoio social pode melhorar a promoção da saúde ao favorecer um sentido de pertença ao grupo e ao ajudar aspessoas a serem mais competentes e autoeficazes (Berkman 1995).

    É amplamente reconhecido que a família tem impacto nas decisões alimentares. A investigação mostra que a formação dasopções alimentares tem lugar em casa. Como os familiares e os amigos podem ser uma fonte de encorajamento naintrodução e manutenção de mudanças de dieta, a adoção de estratégias de dieta que sejam aceitáveis para os mesmos podebeneficiar o indivíduo, tendo simultaneamente um efeito nos hábitos alimentares dos outros (Anderson et al 1998).

    Cenário social

    Embora a maioria dos alimentos seja comida em casa, uma proporção crescente é comida fora, por exemplo, nas escolas, notrabalho e em restaurantes. O local no qual se come pode afetar a escolha dos alimente, especialmente em termos dosalimentos disponíveis. A disponibilidade de alimentos saudáveis em casa e "fora de casa" aumenta o consumo deste tipo dealimentos. No entanto, o acesso a opções alimentares saudáveis é limitado em muitos ambientes escolares/laborais. Isto éespecialmente verdade para os que comem a horas irregulares ou que têm requisitos específicos, por exemplo, osvegetarianos (Faugier et al. 2001). Com a maioria das mulheres e os homens adultos no emprego, a influência do trabalho noscomportamentos alimentares, tal como as opções alimentares, é uma área de investigação importante (Devine 2003).

    2.4 Padrões de refeições

    As pessoas têm muitas ocasiões diferentes para se alimentarem diariamente, sendo que as suas motivações variam consoanteas ocasiões. A maioria dos estudos investiga os fatores que influencia a opção de alimentos habituais, mas pode ser útil

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    investigar o que influencia a escolha dos alimentos nas diferentes ocasiões de refeição.

    Os efeitos dos lanches sobre a saúde têm sido amplamente debatidos. As provas demonstram que os lanches podem terefeitos sobre a ingestão de energia e nutrientes, mas não necessariamente sobre o índice de massa corporal (Hampl et al.2003). No entanto, os indivíduos com peso normal e excesso de peso podem ter estratégias diferentes para lidar com asituação quando estão gratuitamente disponíveis petiscos e também no que diz respeito aos seus mecanismos compensatóriosnas refeições subsequentes. Além disso, a composição dos lanches pode ser um aspeto importante na capacidade dos

    indivíduos ajustarem a ingestão para satisfazer as necessidades energéticas.Ajudar jovens a escolher opções de lanches saudáveis coloca um desafio a muitos profissionais da saúde. Em casa, em vez deproibir lanches prejudiciais para saúde, uma abordagem mais positiva pode ser a introdução a opções de lanche saudáveis aolongo do tempo. Além disso, as opções de alimentos saudáveis fora de casa também têm de estar mais prontamentedisponíveis.

    2.5 Fatores psicológicos

    Stress

    O stress psicológico é uma característica comum da vida moderna e pode modificar comportamentos que afetam a saúde, taiscomo a atividade física, o consumo de tabaco ou as opções alimentares.

    A influência do stress nas opções alimentares é complexa não menos devido aos diversos tipos de stress que podemos sofrer.O efeito do stress na ingestão de alimentos depende do indivíduo, do fator de stress e das circunstâncias. Em geral, muitaspessoas comem mais e algumas comem menos do que o normal sob o efeito do stress (Oliver & Wardle 1999).

    Os mecanismos propostos para mudanças induzidas pelo stress na escolha de refeições e alimentos são diferençasmotivacionais (preocupação reduzidas com o controlo do peso), fisiológicas (apetite reduzido causado pelos processosassociados ao stress) e mudanças práticas nas oportunidades de alimentação, na disponibilidade dos alimentos e napreparação de refeições.

    Os estudos também sugerem que se o stress de trabalho for prolongado ou frequente, podem resultar mudanças dietéticasadversas, aumentando a possibilidade de ganho de peso e o consequente risco cardiovascular (Wardle et al. 2000).

    Humor

    Hipócrates foi o primeiro a sugerir o poder sarador dos alimentos, no entanto, só na idade média é que os alimentos passarama ser considerados uma ferramenta para modificar o temperamento e o humor. Hoje, reconhece-se que os alimentosinfluenciam o nosso humor e que o humor tem uma forte influência sobre a nossa escolha de alimentos.

    É interessante verificar que aparentemente a influência dos alimentos sobre o humor está relacionada em parte com asatitudes em relação a determinados alimentos. A relação ambivalente com a comida – querer usufruir da fruta mas estarconsciente do ganho de peso é uma luta experimentada por muitos. As pessoas em dieta, as pessoas com elevadas restriçõese algumas mulheres afirmam sentir-se culpadas por não comerem o que pensam que deviam comer (Dewberry & Ussher

    1994). Além disso, as tentativas de restringir a ingestão de determinados alimentos podem aumentar o desejo para estesalimentos específicos, resultando na necessidade irreprimível da sua ingestão.

    As mulheres referem mais habitualmente estes desejos irreprimíveis por determinados alimentos do que os homens. O humordeprimido parece influenciar a gravidade destes desejos. Os relatos de desejos por alimentos são também mais comuns nafase pré-menstrual, uma altura em que o total de ingestão de alimentos aumenta e ocorre uma mudança paralela na taxametabólica basal (Dye & Blundell 1997).

    Por conseguinte, o humor e o stress podem influenciar o comportamento de escolha dos alimentos e possivelmente reações decurta e longa duração a intervenções dietéticas.

    3. Distúrbios alimentares

    Contrariamente a muitas outras funções biológicas, o comportamento alimentar é muitas vezes objeto de um sofisticadocontrolo cognitivo. Uma das formas de controlo cognitivo sobre a ingestão de alimentos mais postas em prática é a dieta.

    Muitos indivíduos expressam um desejo de perder peso ou de melhorar a sua forma física e assim investem em abordagenspara atingir o seu índice de massa corporal ideal. No entanto, podem surgir problemas quando as dietas e/ou o exercício físico

    são levados ao extremo. A etiologia dos distúrbios alimentares é normalmente uma combinação de fatores, incluindo osbiológicos, psicológicos, familiares e socioculturais. A ocorrência de distúrbios alimentares está frequentemente associada auma autoimagem distorcida, baixa autoestima, ansiedade não específica, obsessão, stress e infelicidade (Mac Evilly & Kelly2001).

    O tratamento de um distúrbio alimentar geralmente requer a estabilização do peso e psicoterapia individual. A prevenção émais difícil de definir mas são incluídas as seguintes sugestões: evitar o abuso infantil; evitar analisar ao pormenor osproblemas de dieta e saúde; mostrar afeto sem superproteger; não impor padrões impossíveis; recompensar os pequenossucessos do presente; encorajar a independência e sociabilidade (Mac Evilly & Kelly 2001).

    4. Atitudes, crenças, conhecimentos e enviesamento otimista do consumidor

    Atitudes e crenças do consumidor

    Nas áreas da segurança alimentar e nutrição, o nosso entendimento das atitudes do consumidor foi pouco investigado (Gibney2004). Uma melhor compreensão da perceção do público das suas dietas ajudaria a conceber e implementar iniciativas dealimentação saudável.

    O Inquérito Pan-Europeu das Atitudes dos Consumidores Face aos Alimentos, Nutrição e Saúde concluiu que as cinco principaisinfluências na escolha dos alimentos nos 15 estados-membros europeus são "qualidade/frescura" (74%), "preço" (43%),"sabor" (38%), "optar por uma alimentação saudável" (32%) e "o que a minha   família quer comer" (29%). Estes são números

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    médios obtidos ao agrupar os resultados dos 15 estados-membros europeus, que diferem significativamente de país para país.Nos EUA foi referida seguinte ordem dos fatores que afetavam as escolhas dos alimentos: sabor, custo, nutrição, conveniênciae preocupações de peso (Glanz et al. 1998).

    No estado pan-europeu, as mulheres, os indivíduos mais velhos e os de maior formação consideraram os "aspetosrelacionados com a saúde" como particularmente importantes. Os homens selecionavam o "sabor" e "hábito" com maisfrequência como os principais determinantes para a sua escolha de alimentos. O "preço" pareceu ser o aspeto mais importante

    para os desempregados e reformados. As intervenções direcionadas a estes grupos devem considerar a perceção dosdeterminantes de escolha de alimentos.

    As atitudes e crenças podem mudar e realmente mudam; a nossa atitude em relação à gordura dietética mudou nos últimos50 anos com uma correspondente diminuição na quantidade absoluta de gorduras ingeridas e uma mudança na proporção degordura saturada e não saturada.

    Enviesamento otimista

    Existe um baixo nível de perceção da necessidade de alterar os hábitos de alimentação por razões de saúde entre aspopulações europeias, sendo que 71% dos inquiridos acreditam que as suas dietas já são saudáveis (Kearney et al. 1997).Este elevado nível de satisfação com as dietas atuais foi referido pelos australianos (Worsley & Crawford 1985), americanos(Cotugna et al. 1992) e ingleses (Margetts et al. 1998).

    A ausência da necessidade de efetuar mudanças na dieta sugere um elevado nível de enviesamento otimista, que é umfenómeno no qual as pessoas acreditam que correm menos riscos de saúde em comparação com os outros. Este falsootimismo também se reflete nos estudos que demonstram a forma como as pessoas subestimam a sua probabilidade de teruma dieta com elevado teor de gordura em relação aos outros (Gatenby 1996) e como alguns consumidores com um teor

    baixo de ingestão de fruta e legumes consideram-se "grandes consumidores" (Cox et al. 1998a).Se as pessoas acreditarem que as suas dietas já são saudáveis poderá não ser razoável ter a expectativa de que irão alteraras suas dietas ou de que irão considerar uma alimentação nutritiva/saudável um fator muito importante ao escolherem osseus alimentos. Embora estes consumidores tenham uma maior probabilidade de ter uma dieta saudável do que aqueles quereconhecem que a sua dieta necessita de ser melhorada, ainda se encontram bastante longe dos objetivos de nutrição desaúde pública geralmente aceites (Gibney 2004). Também é pouco provável que estes grupos fiquem mais motivados comrecomendações de dieta. Por conseguinte, pode ser necessário as futuras intervenções aumentarem a consciencialização entrea população em geral de que a sua dieta não é totalmente adequada em termos de, por exemplo, consumo de fruta e legumes(Cox et al. 1996). Para os que acreditam que as suas dietas são saudáveis foi sugerido que se as suas crenças sobre osresultados da mudança de dieta puderem ser alteradas, as suas atitudes podem tornar-se mais favoráveis e, como tal, podeser mais provável que mudem as suas dietas (Paisley et al. 1995). Deste modo, a perceção da necessidade de efetuar amudança é um requisito fundamental para iniciar uma mudança na dieta (Kearney et al. 1997).

    5. Barreiras à mudança de dieta e estilo de vida

    Foco no custo

    Os rendimentos do agregado familiar e o custo dos alimentos são um fator importante na escolha dos alimentos,especialmente no caso dos consumidores com baixos rendimentos. O potencial de desperdício de alimentos resulta numarelutância em experimentar "novos" alimentos devido ao receio de serem rejeitados pela família. Além disso, a falta deconhecimentos e a perda de competências de cozinha também inibem a aquisição e a preparação de refeições a partir dosingredientes básicos.

    A educação sobre como aumentar o consumo de fruta e legumes, de modo a que não se incorra em despesas e esforçosadicionais, foi proposta como solução (Dibsdall et al. 2003). Os esforços dos governos, autoridades de saúde pública,produtores e revendedores para promover os pratos de fruta e legumes com tendo uma boa relação custo/benefício podetambém dar um contributo positivo para a mudança de dieta (Cox et al 1998b).

    Restrições de tempo

    A falta de tempo é frequentemente mencionada como razão para não seguir os conselhos nutricionais, especialmente pelos jovens e indivíduos de formação superior (Lappalainen et al. 1997). As pessoas que vivem sozinhas ou que cozinham parauma pessoa só procuram alimentos pré-preparados em vez de cozinharem a partir dos ingredientes básicos. Esta necessidadefoi levada em consideração com uma mudança dos produtos a granel aos pré-embalados, preparados e prontos a cozinhar nomercado da fruta e legumes. Estes produtos são mais caros do que os produtos a granel mas as pessoas estão dispostas a

    pagar o custo extra devido à conveniência que proporcionam. Desenvolver um maior leque de alimentos pré-preparados esaborosos com bons perfis nutricionais oferece uma via para melhorar a qualidade da dieta destes grupos.

    6. Modelos para mudar o comportamento

    Modelos comportamentais de saúde

    Compreender como é que as pessoas tomam decisões sobre a sua saúde pode ajudar a planear estratégias de promoção dasaúde. É aqui que a influência da psicologia social e dos modelos de base teórica associados desempenha um papel. Estesmodelos ajudam a explicar o comportamento humano e, em particular, a compreender como é que as pessoas tomamdecisões sobre a sua saúde. Também têm sido utilizados para prever a probabilidade de ocorrência de mudança nocomportamento dietético. Esta secção centra-se nalguns deles.

    O Modelo de Crenças de Saúde (HBM) e a Teoria da Motivação para a Proteção

    O HBM foi originalmente proposto por Rosenstock (1966), tendo sido modificado por Becker (1974), e tem sido utilizado paraprever o comportamento de proteção da saúde, como o rastreio, a vacinação e a conformidade com os conselhos médicos.Este modelo sugere que as pessoas que ponderem mudar o seu comportamento têm de se sentir pessoalmente ameaçadas

    por uma doença/enfermidade e que, posteriormente, realizam uma análise custo-benefício. Este modelo também sugere queas pessoas necessitam de algum tipo de "deixa" para implementar uma ação de mudança de comportamento ou para tomardecisões relacionadas com a saúde.

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    A Teoria da Ação Refletida (TRA) e a Teoria do Comportamento Planeado (TPB)

    A Teoria da Ação Refletida (Ajken & Fishbein 1980) ou sua extensão sob a forma Teoria do Comportamento Planeado (Ajken1988) têm sido utilizadas para ajudar a explicar e a prever a intenção de um determinado comportamento. Estes modelosbaseiam-se na hipótese de que o melhor fator de previsão do comportamento é a intenção comportamental. O modelo propõeque a intenção comportamental de um indivíduo resulta de três componentes em conjunto:

    1) atitudes

    2) a perceção da pressão social para ter o comportamento

    3) a perceção de controlo do comportamento.

    Nos estudos dietéticos o modelo TPB/TRA permite uma comparação da força das influências exercidas sobre os indivíduos eentre grupos da amostra e pode ser utilizado para tentar entender os determinantes da escolha dos alimentos. O modelo TRAtem sido bem-sucedido na explicação de comportamentos, tais como a ingestão de gorduras, sal e leite. O modelo TPBtambém tem sido utilizado para explicar atitudes e crenças sobre os alimentos amiláceos no Reino Unido (Stubenitsky & Mela2000).

    Classificação por fases para o comportamento relacionado com a saúde

    O modelo Fases de Mudança desenvolvido por Prochaska e colegas sugere que as mudanças de comportamento relacionadascom a saúde ocorrem em cinco fases distintas. São elas a pré-contemplação, a contemplação, a preparação, a ação e amanutenção. O modelo pressupõe que se fatores diferentes influenciam transições em fases diferentes, então os indivíduos

    devem reagir melhor a intervenções adaptadas à fase de mudança em que se encontram.O modelo Fases de Mudança, em contraste com outros modelos debatidos, provou ser mais popular para a utilização namudança do comportamento em vez de para a explicação do comportamento atual. Isto provavelmente deve-se ao facto de omodelo oferecer orientação de intervenção prática que pode ser ensinada aos médicos. Além disso, é possível testar grandesamostras aleatórias com mensagens adaptadas à fase de mudança na qual a pessoa se encontra.

    Tem sido sugerido que um modelo por fases pode ser mais adequado para comportamentos mais individualizados e simples,como comer cinco porções de fruta e legumes todos os dias ou beber leite magro (objetivos baseados nos alimentos) do quepara mudanças de dieta complexas, como a alimentação com baixo teor calórico (objetivo baseado nos nutrientes) (Horwath1999).

    Atualmente, não existe nenhuma teoria nem modelo com uma explicação e previsão satisfatórias da gama completa decomportamentos na escolha de alimentos (Nestle et al. 1998). Em geral, os modelos devem ser encarados como uma formade compreender os fatores que influenciam as decisões e o comportamento individual. Não obstante o número de modelos demudança de comportamento, estes têm sido utilizados em relativamente poucas intervenções de nutrição, sendo o maispopular o modelo Fases de Mudança. No entanto, o melhor teste a este modelo, ou seja, se as intervenções dietéticas na fasecorrespondente conseguem melhores resultados que as abordagens normalizadas, ainda não foi feito.

    7. Mudar o comportamento alimentar: intervenções de sucesso

    A mudança de dieta não é fácil porque requer alterações de hábitos que foram adquiridos ao longo da vida. Foram utilizadosdiversos cenários, tais como estudos em escolas, locais de trabalho, supermercados, cuidados primários e na comunidadepara identificar o que funciona para um grupo específico de pessoas. Embora seja difícil extrapolar os resultados destesensaios para outros cenários ou para o público em geral, estas intervenções direcionadas foram razoavelmente bem-sucedidas, ilustrando que são necessárias abordagens diferentes para grupos de pessoas diferentes ou aspetos diferentes dadieta.

    As intervenções em supermercados são populares pois é neles que a maioria das pessoas compra a maior parte dosalimentos. O rastreio, as visitas guiadas e as intervenções no ponto de venda são formas pelas quais se podem fornecerinformações. Estas intervenções são bem-sucedidas no aumento da sensibilização e dos conhecimentos de nutrição, mas a suaeficácia em qualquer mudança de comportamento real e a longo prazo não é clara atualmente.

    As escolas são outro cenário óbvio de intervenção porque permitem chegar aos estudantes, aos seus pais e ao pessoal daescola. A ingestão de fruta e legumes nas crianças aumentou através da utilização de cafés, de multimédia e da Internet, equando as crianças se envolvem ao cultivar, preparar e cozinhar os alimentos que comem (Anderson et al. 2003, Lowe et al.

    2004; Baranowski et al. 2003). Além disso, as alterações não visíveis a pratos para baixar o teor de gordura, sódio e energiamelhoraram perfil nutricional das cantinas escolares sem se perder a participação dos estudantes no programa de almoçoescolar (Snyder et al. 1992).

    As intervenções no local de trabalho também podem atingir grandes números de pessoas e podem ser direcionadas àspessoas em risco. A maior disponibilidade e o caráter apelativo da fruta e legumes provarem ser bem-sucedidos nas cantinasde locais de trabalho (Lassen et al. 2004) e as reduções de preço para os lanches mais saudáveis nas máquinas de vendaautomática aumentaram as vendas (French et al. 2001). Deste modo, a combinação da educação nutricional com mudanças nolocal de trabalho tem mais probabilidades de sucesso especialmente se as atividades interativas forem utilizadas e se essasatividades se manterem durante longos períodos (Patterson et al. 1997).

    Ter simultaneamente em vista vários fatores dietéticos, tais como a redução das gorduras na dieta e aumento do consumo defruta e legumes, provou-se eficaz no cenário dos cuidados de saúde primários (Stevens et al. 2002). O aconselhamentocomportamental, em conjunto com o nutricional, parece muito eficaz nesses cenários embora as implicações de custos narespetiva formação dos profissionais de cuidados primários não sejam atualmente claras. As estratégias educativas ecomportamentais também foram utilizadas em cenários de saúde pública/comunitários, que têm demonstrado aumentar aingestão de fruta e legumes (Cox et al. 1998b, Anderson et al. 1998, Anderson & Cox 2000).

    8. ConclusõesExistem muitas influências sobre a escolha dos alimentos que fornecem um conjunto  completo de meios para intervir e

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    melhorar as escolhas dos alimentos das pessoas. Existem também um número de barreiras à mudança de dieta e estilo devida, que pode variar consoante as fases da vida e o indivíduo ou grupo em questão.

    Realizar uma mudança de dieta é um grande desafio para os profissionais de saúde e para o próprio público. São necessáriasestratégias diferentes para desencadear uma mudança de comportamento em grupos com prioridades diferentes. Ascampanhas que integram conselhos personalizados e incluem soluções práticas, além de uma mudança de ambiente, têmprobabilidade de sucesso na facilitação da mudança de dieta.

    Revisto pelo Dr. France Bellisle, INRA, França

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