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Catálogo do Projeto "Design de Superfície na Amazônia: referências visuais da iconografia arqueológica do oeste do Pará no desenvolvimento de estampas têxteis" ------------------------ Projeto contemplado pela 13ª edição da Bolsa de Criação, Experimentação, Pesquisa e Divulgação Artística do Instituto de Artes do Pará - 2014 ----------------------- De Luciana Leal Cavalcante
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Projeto contemplado pela 13ª edição da Bolsa de Criação, Experimentação, Pesquisa e Divulgação Artística do Instituto de Artes do Pará - 2014
Design de Superfície na Amazônia:referências visuais da iconografia arqueológica do
oeste do Pará no desenvolvimento de estampas têxteis
de Luciana Leal Cavalcante
Santarém/Pa - 2014
Apresentação
O projeto “Design de superfície
na Amazônia: referências
visuais da iconografia
arqueológica do oeste do
Pará no desenvolvimento de
estampas têxteis” foi idealizado com a intenção de pesquisar referências
visuais em peças arqueológicas dos índios Tapajós, da região oeste do
Pará, para o desenvolvimento de estampas contínuas para aplicação
em tecido; demonstrando, através do produto final
(tecidos estampados), como nossa riqueza cultural
pode favorecer a construção de mecanismos criativos,
além de oportunizar a divulgação da produção
de estampas com a cara
de nossa região.
O projeto busca
a disseminação
de parte da riqueza
cultural tapajônica, ar-
rastando-a para além dos
limites de museus e laboratórios
de arqueologia.
Projetação
O desenvolvimento das estampas apresentadas neste catálogo recebeu total in-
fluência do material arqueológico do Laboratório Curt Nimuendaju, da Universi-
dade Federal do Oeste do Pará - UFOPA. A etapa de projetação partiu da análise
de fotos de peças arqueológicas, seguida da definição de elementos de com-
posição visual para estampas, como os urubus de apêndices de peças cerâmi-
cas, incisões em peças líticas, figuras zoomorfas, padrões de decoração, repre-
sentações antropomorfas, todas incrivelmente inspiradoras. Após escolher as
imagens, fiz a separação destas conforme sua aptidão, para serem trabalhadas
como estampa fotográfica ou vetorial.
Se fotográfica, a imagem era tratada como bitmap. Se
vetorial, os traços ou formas que me chamavam a atenção
foram redesenhados digitalmente. As estampas fotográfi-
cas focaram muito mais na textura do que nos elementos
mais figurativos das peças arqueológicas. Na composição de
estampas vetoriais, os elementos figurativos roubaram a cena,
ganhando formas estilizadas e cores novas – que estavam fora do al-
cance dos Tapajós. Tais elementos estão dispostos em módulos lisos,
sem texturas, de forma a evidenciá-los ainda mais.
Sendo fotográfica ou não, bitmap ou vetorial, cada uma das estampas desta
coleção pertence ao universo indígena tapajônico, redescoberto em escavações
arqueológicas, e a nós santarenos, paraoaras, brasileiros. Cada composição, cada
peça, é dedicada aos artistas responsáveis por contar sua história nas pedras e
cerâmicas arqueológicas que inspiraram este projeto.
Sobre a autora
Luciana Leal especializou-se em arte digital ao longo dos últimos sete anos, de forma
autodidata. Para o desenvolvimento de suas peças, faz uso de computador, câmera
fotográfica digital e softwares de computação gráfica. Grande parte de sua pro-
dução é fruto da técnica de vetorização de imagens. Além disso,
pratica ilustração tradicional, modelagem em barro, experiências com mate-
riais descartáveis como canudinhos plásticos, rolos de papelão e outros. Em
2010 realizou sua primeira exposição individual intitulada “Variáveis”, no SESC/
Santarém. Desde 2012 possui exposição permandente no laboratório de ar-
queologia Curt Nimuendaju, da UFOPA, intitulada “Azulejos
dos Tapajós”, já resultado de sua pesquisa com objetos
arqueológicos tapajônicos. É membro da Comissão Perma-
nente do Fórum de Artes Visuais de Santarém e designer
de estampas para sua marca de sacolas “Matinta Criada”.
Contatos:[email protected]
www.flickr.com/luleal
Design de Superfície na Amazônia:referências visuais da iconografia arqueológica do
oeste do Pará no desenvolvimento de estampas têxteis
Catálogo de estampas
Estampa “Olhinhos - I”: a espiral do zoomorfo da imagem abaixo encanta pela delicadeza de sua feitura. Mãos certeiras na arte dos filetes aplica-dos nesta peça - inspiração para a peça ao lado.
I nspiração:
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Estampa “Olhinhos - II”: a imagem abaixo re-presenta um zoomorfo, e seus olhos são círculos concêntricos bem definidos. Meu encanto por eles está representado nesta estampa.
I nspiraçã o:
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Estampa “Urublue”: os urubus eram representa-dos pelos índios artistas de variadas maneiras. Aqui, esta cabeça ganha novas formas, com asas abertas e vários tons de azul, resultando um clima divertido e infantil.
I nspiraçã o:
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Estampa “Urubus - I”: inspirada em apliques feitos em vasos de cerâmica. O urubu estilizado ganha cores e formas arredondadas e um fundo “amarelo alegre”.
I nspiraçã o:
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Estampa “Urubus - II”: inspirada em apliques feitos em vasos de cerâmica. O urubu é o ele-mento que mais me chamou a atenção durante a pesquisa.
I nspiraçã o:
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Estampa “Urubu no caixão”: para os Tapajós, o urubu era a ave responsável por levar a alma dos mortos para o céu - representado pelo azul nesta composição. O polígono marrom representa o caixão.
I nspiraçã o:
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Estampa “Onça sem pinta”: inspirada na repre-sentação de couro de onça pintada, esta estam-pa deixou de lado as pintas e focou somente nas linhas horizontais e verticais da imagem de inspiração.
I nspiraçã o:
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Estampa “Couro de onça em ondas”: a represen-tação do couro de onça pintada pelos Tapajós ganha reprodução em PB e sobreposição de módulos, formando uma composição complexa e ondulada.
I nspiraçã o:
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Estampa “Flores líticas”: a peça lítica abaixo ren-deu linhas vetorizadas que transformaram-se em ramalhetes de flores. Os tons terrosos remetem à imagem de inspiração.
I nspiraçã o:
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Estampa “Muiraquitã”: o amuleto típico dos amazônidas ganha forma estilizada e cores ber-rantes nesta composição de olhos destacados pelo vermelho e pela proximidade com os pares.
I nspiraçã o:
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Estampa “Péixes étnicos”: a representação de peixes é por minha conta. O ornamento desta peça arqueológica foi digitalizado e ganhou tons terrosos e um rosa berrante
I nspiraçã o:
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Estampa “Caras”: inspirada em uma peça de representação antropomorfa.
I nspiraçã o:
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Estampa “Pose”: inspirada uma pequena estatue-ta sobre textura de outra peça arqueológica.
I nspiraçã o:
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Estampa “Fundo de vaso”: a peça de inspiração era um pequeno vaso com uma textura de tinta desgastada.
I nspiraçã o:
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Estampa “Flores no vaso”: uma combinação da estampa anterior e flores construídas a partir da borda de uma peça de cerâmica.
I nspiraçã o:
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Estampa “Brasa”: cores quentes e um sugestivo braseiro compõem esta estampa.
I nspiraçã o:
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Estampa “Disco lítico”: inspirada em fuso lítico com decoração incisa.
I nspiraçã o:
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Estampa “Oncinha amazônica”: inspirada no couro da peça de vaso globular representando a onça pintada.
I nspiraçã o:
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I nspiraçã o:
Estampa “Renda”: um amontoado de pedaços de tigela cerâmica pode supreender; a pequena peça de inspiração e sua beleza incompleta compõem esta estampa.
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Estampa “Marcio Amaral”: homenagem a um grande colaborador deste projeto e amigo. Nesta peça temos a combinação de uma estatueta e parte da alça de um vaso de gargalo.
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Estampa “Curt Nimuendaju”: partes de diferentes repre-sentações zoomorfas em cerâmica combinam-se nesta homenagem ao etnólogo Curt Unckel, grande pesqui-
sador da cultura indígena amazônica.
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Estampa “Cabeças”: era comum aos Tapajós produzirem peças ambíguas, que representavam algo de acordo com a posição do observador. É o caso da peça que inspirou esta composição.
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Estampa “Najas”: nesta composição, a cabeça de um urubu ganha repetições, sobreposições e diversos
olhos, levando a interpretações variadas.
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Estampa “Frederico e Laís”: estatuetas miúdas multipli-cam-se em cores variadas. Homenagem a dois amados miúdos: meu filho e minha sobrinha.
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AgrAdecimentos:Ao meu paizão Raimundo Gomes
Ao marido-inspiração Fábio CavalcanteAos meus manos leais Márcio e Adriana
Ao Instituto de Artes do ParáAo Prof. Claide de Paula Moraes
Ao amigo Márcio AmaralÀ Universidade Federal do Oeste do Pará
Ao fotógrafo Ádrio DennerAos índios extintos da região oeste do Pará
Aos colegas de trabalho do ‘COMUNICA UFOPA’
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