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REVISTA DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRO DESDE 1921 Nº292 JUN/JUL 2015 Pré-sal Para enfrentar crise, setor quer mudanças no marco regulatório EXCLUSIVO – Ministro Armando Monteiro: “Exportador pode esperar mudanças que vão simplificar e facilitar transações” Brasil cria políticas para aumentar as exportações para os Estados Unidos As novas peças do comércio bilateral

DESDE 1921 Nº292 JUN/JUL 2015 As novas peças do comércio … · 6_Edição 292_jun/jul 2015 O setor de óleo e gás, para o Rio de Janeiro, é estratégico. Ele responde por 61%

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REVISTA DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRODESDE 1921 Nº292 JUN/JUL 2015

Pré-sal Para enfrentar crise, setor quer mudanças no marco regulatório

EXCLUSIVO – Ministro Armando Monteiro: “Exportador pode esperar mudanças que vão simplificar e facilitar transações”

Brasil cria políticas para aumentar as exportações para os Estados Unidos

As novas peças do comércio bilateral

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Em Entrevista exclusiva para a revista Brazilian Business, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Mon-teiro, explica quais são as estratégias do governo para aumentar as ex-

portações e ampliar as relações bilaterais com os Estados Unidos. A recente reaproximação entre ambos os países aconteceu com a visita da presidente Dilma Rousseff a Washington, como mostra a reportagem de Capa.

Um dos setores importantes na pauta bilateral é o da energia, que en-frenta uma crise com profundo impacto para a economia fluminense. Diante desse cenário, a abertura do pré-sal é estratégica, diz Rafael Motta, na Carta do Presidente da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio).

A queda da cotação do petróleo e a crise da Petrobras também impac-tam o setor de óleo e gás, sendo tema de um Especial, complementado por artigos de opinião de Julio Bueno, secretário de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro, e Eloi Fernández y Fernández, diretor-geral da Onip e professor da PUC-Rio.

Já a coluna Overview mostra que a perda potencial causada por um ano sem leilão de blocos exploratórios de petróleo e gás natural no Brasil equivale a investimentos de pelo menos US$ 11,5 bilhões.

Melhorar o ambiente de negócios no Brasil ajudará ao Rio de Janeiro a aproveitar melhor as oportunidades que surgirão com a Olimpíada de 2016. A corrida das empresas que apostam alto nas ações de marketing relacionadas ao grande evento estão em reportagem da coluna Rio.

Na coluna Foco, a atuação da American Airlines no Brasil. A compa-nhia comemora 25 anos no País, sendo importante veículo para conectar brasileiros e americanos.

Boa leitura!

EDITORIAL

amchamrio.com

Conselho editorial

Henrique Rzezinski

João César Lima

Rafael Sampaio da Motta

Roberto Ramos

Robson Goulart Barreto

Gerente de Comunicação Eduardo Nunes

[email protected]

Editor-chefe e jornalista responsável

Cláudio Motta (MTB 01001400/RJ)

[email protected]

Colaboraram nesta edição:

Fábio Matxado (edição de arte), Luciana Maria

Sanches (revisão), Bernardo Guimarães

(texto e fotos), Fernanda Pereira (texto),

Renata Leite (texto) e Tai Nalon (texto)

Os artigos assinados são de total responsabilidade dos

autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores e a da Câmara

de Comércio Americana do Rio de Janeiro

Publicidade Felipe Tavares

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A tiragem desta edição, de 3 mil exemplares, é comprovada pela EY

Impressão: Walprint

Uma publicação da Câmara de Comércio

Americana do Rio de Janeiro

Praça Pio X, 15, 5º andar

20040-020 Rio de Janeiro RJ Tel.: (21) 3213-9200 Fax: (21) 3213-9201

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matéria-prima florestal tem manejo social, ambiental e

economicamente adequado.

CARTA DO PRESIDENTE06 A Câmara de Comércio Americana do Rio

de Janeiro está mobilizada para a abertura do setor de óleo e gás

RIO 201608 Além de visibilidade, marcas patrocinadoras

da Olimpíada buscam construir valores de identificação com o público

CONEXÃO GLOBAL16 Diretora de Políticas da Brazil-U.S. Business

Council, Fernanda Burle diz que há otimismo entre investidores americanos

CAPA18 Como a reaproximação comercial entre

o Brasil e os Estados Unidos irá afetar positivamente a nossa economia

ENTREVISTA22 Armando Monteiro, ministro do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: plano para destravar exportações

PERFIL26 Xerox completa 50 anos de operações no

Brasil e mantém a aposta na pesquisa e inovação

+ IMAGEM

Veja ensaio fotográfico do AmCham Rio Networking Coffee, realizado no dia 22 de maio.

+ CONTEÚDO

Empresas investem em incentivos para conquistar funcionários. http://bit.ly/1GVVpWq

Presidente da AmCham Rio apoia a internacionalização de empresas. http://bit.ly/1IVAFPY

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Acesse o ensaio fotográfico completo da American Airlines para a coluna Foco: http://bit.ly/BB292Foco.

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CLÁUDIO MOTTA_EDITOR

OVERVIEW28 Ministério do Turismo quer isenção de

visto para americanos entre junho de 2015 e dezembro de 2016

ENERGIA30 Empresas do setor de óleo e gás

reclamam mudanças no marco regulatório do pré-sal no Brasil

OPINIÃO36 Bruno Tocantins, advogado trabalhista

e sócio do Tocantins Advogados, avalia impactos da terceirização

FROM THE USA38 Steven Bipes, da AmCham Rio e do

Albright Stonebridge Group, analisa as relações entre Brasil e Estados Unidos

ESPÍRITO SANTO40 Empresa brasileira Wine.com.br traça

estratégia para expandir a presença internacional

SAÚDE42 Gilberto Ururahy, presidente do

Comitê de Saúde da câmara, ressalta a importância da prática de exercícios

AMCHAM NEWS44 Especialistas debatem os efeitos da

crise hídrica no País e o potencial de crescimento das energias renováveis

SUMÁRIO

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ULG

AÇÃO

Regulamentação da Lei de Empresa Limpa põe compliance em foco. http://bit.ly/1AgA34p

Especialistas debatem métricas de marketing nas empresas. http://bit.ly/1ALjttR

6_Edição 292_jun/jul 2015

O setor de óleo e gás, para o Rio de Janeiro, é estratégico. Ele responde por 61% dos investimentos no período entre 2014 e 2016, de acordo com dados da Fe-deração das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro – Firjan. São R$ 143 bi-

lhões de empresas nacionais e estrangeiras com participação nos blocos já licitados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP. Sozinha, uma delas é responsável por R$ 121,5 bilhões, ou 85% do aporte do setor nesse período. Justamente a Petrobras, que atravessa uma severa crise, com grande impacto na econo-mia fluminense. Diante do tamanho e do volume de aporte por parte dessa indústria, o Estado do Rio de Janeiro já liderou o ranking nacional de empregos, mas agora perde postos de trabalho.

Por isso, é preciso encontrar alternativas para que a economia do Estado não pa-ralise. O Rio continua sendo atrativo para investimentos e possui áreas extremamente promissoras, como as do pré-sal. Mas é necessário retirar amarras que atrapalham o desenvolvimento, postergam novos investimentos e afetam a arrecadação fluminense e de dezenas de municípios.

A Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), comprome-tida com a melhoria do ambiente de negócios, defende mudanças fundamentais para o desenvolvimento da nossa economia. Atuando em consonância com os interesses do setor privado, a AmCham Rio está mobilizada para a abertura do setor de óleo e gás.

Nossas empresas, que têm atuação global, mantêm o interesse em investir no pré-sal e dispõem de fôlego financeiro para isso. Entretanto, novas rodadas ainda dependem da capacidade de investimentos da Petrobras, que é obrigada a participar com pelo menos 30% dos recursos. Isso representa um gargalo que afeta toda a cadeia produtiva.

Sem novas áreas para desenvolver projetos, o setor acaba sendo estrangulado. Grandes empresas acabam tendo que reduzir a participação no País e desmobilizam equipes, base-adas principalmente no Rio de Janeiro, que detém 80% das reservas de óleo e 60% das de gás do Brasil. Permitir que grupos privados possam criar e operar projetos é uma medida capaz de reverter a saída de companhias globais, com impacto de curto e médio prazos.

A abertura do mercado também provocaria uma maior diversidade de operadores de projetos de exploração, diminuindo os riscos e fortalecendo o setor produtivo. Novos investimentos são fundamentais para a manutenção de milhares de empregos, sobre-tudo depois de tantos esforços para que o País desenvolvesse tecnologia e mão de obra especializada para atender às demandas da política de conteúdo local.

Além disso, a atração de novos investimentos de grupos privados teria impactos não apenas na criação de novos empregos, como ajudaria a aumentar a arrecadação da União, do Estado e de cidades fluminenses.

Ao longo de nossos 99 anos, já acompanhamos muitos acontecimentos e transfor-mações político-econômicas e sociais, diversos cenários e contextos, além de acumular em nossa bagagem, quase secular, algumas crises econômicas. E em todas essas cir-cunstâncias, inclusive hoje, reafirmamos nosso compromisso de atuar em prol do de-senvolvimento do Estado, propondo caminhos capazes de levar à melhora do ambiente de negócios. Estamos aqui, sempre dispostos ao diálogo, prontos para atuar de maneira propositiva e colaborativa.

RAFAEL MOTTA, PRESIDENTE DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRO

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CARTA DO PRESIDENTE

Mudanças para desenvolver o pré-sal

Edição 292 Brazilian Business_9

Corrida de patrocinadores sem barreirasA um ano do início da Olimpíada, marcas buscam construir valores aos quais as pessoas desejam se afiliar

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Renata [email protected]

Em pouco mais de um ano, a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016 dará início ao maior evento esportivo do mundo. Para as empresas que aportam re-

cursos nele, entretanto, a largada já soou faz tempo. Parte dos patrocinadores locais e globais que investiram juntos quase R$ 4 bilhões vive a Olimpíada desde a candidatura da cidade do Rio de Janeiro a sede, em 2009. Desembarcando pela primeira vez na América do Sul, os jogos trazem oportunidades em negócios, mídia e, principalmente, na construção de valores de marca aos quais as pessoas desejam se afiliar. E as companhias não devem desperdiçar nenhuma delas.

Os números são promissores: o Rio de Janeiro receberá cerca de 500 mil turistas, 10,9 mil atletas, de 204 países, 45 mil volun-tários e 25 mil jornalistas, segundo o Ministério do Turismo. As patrocinadoras e apoiadoras dos jogos trabalham para preparar o Estado para os 17 dias de evento, que prometem ser intensos. A complexidade da organização serve às empresas como creden-ciais de competência ao mercado, já que prestam serviços ao Co-mitê Rio 2016 para preparar o Rio de Janeiro para o evento.

“Estamos trabalhando praticamente desde quando a cidade foi eleita até hoje, em cerca de 160 projetos de consultoria. Participamos desde em processos internos do comitê, como orçamento, compras e definição de salários, até nos de logística e operação. Todas as áreas da EY estão envolvidas”, ressalta Alexandre Rangel, sócio de Consul-toria da Ernst & Young (EY), apoiadora oficial dos Jogos Olímpicos e também dos Paralímpicos Rio 2016. A companhia não abre quan-to investiu no evento, mas garante que a maior parte está relacionada a contrapartidas de serviços, e não financeiras.

Mais importante que todas as credenciais, no entanto, é a as-sociação de valor inerente ao patrocínio. O propósito por trás dos jogos é muito forte, trazendo missões como a construção de um mundo melhor por meio do esporte, a superação de desafios e o trabalho em equipe – elementos especialmente importantes para prestadores de serviços como a EY. Para conseguir atrelar a imagem da companhia à do evento, uma série de ativações já estão em andamento, voltadas para o público externo e interno.

“ESTAMOS NO BRASIL HÁ CEM ANOS, E HÁ AINDA MAIS NA AMÉRICA LATINA. NÃO ESTAMOS PENSANDO NA

PRÓXIMA DÉCADA, MAS MUITO ALÉM DISSO”,

SERGIO GIACOMO, DIRETOR DE ASSUNTOS INSTITUCIONAIS DA GE PARA A AMÉRICA LATINA

As iniciativas buscam conectar a em-presa aos conceitos de dedicação, desem-penho, eficiência e motivação. “Iniciamos a Maratona 20/20, em que convidamos funcionários a treinar para ser capazes de completar uma maratona. Também inclu-ímos fotos e textos relacionados a esportes em campanhas, no nosso calendário e em brindes. E estamos contando a história dos jogos e quem são nossos atletas em um hotsite que apresenta o Time Brasil (dele-gação nacional que competirá nas provas)”, enumera Marly Parra, diretora de Marke-ting da EY no Brasil e na América do Sul.

A sequência de eventos que tomou os estádios, as quadras e as arenas brasileiras – desde os Jogos Pan-Americanos de 2007, passando pela Copa do Mundo e, agora, com a aproximação da Olimpíada – vem levando o marketing esportivo no País a ganhar no-vos contornos. As ações das empresas ama-durecem de um lado, enquanto, de outro, os clubes e federações começam a ver o valor da profissionalização da gestão. Apesar de projetos atrasados e outros abandonados, como a despoluição da Baía de Guanabara, a construção da imagem da Olimpíada já su-pera em muito a da Copa momentos antes de a bola começar a rolar. >

Equipe da EY no Rio: todas as áreas da empresa estão envolvidas em

cerca de 160 projetos de consultoria

Mascotes Tom (à esquerda) e Vinicius fazem

aquecimento para 2016

10_Edição 292_jun/jul 2015 Edição 292 Brazilian Business_11

VISIBILIDADE SEM ESPÍRITO OLÍMPICO

Após desembolsar algumas centenas de milhares de dólares, por vezes até dezenas de milhões, as marcas patrocinadoras de eventos esportivos tendem a iniciar uma disputa pelos holofotes e pela atenção dos torcedores. Diferentemente do que acontece na Copa do Mundo – quando apoiadores do torneio realizam um embate com concorrentes diretos que são parceiros da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) –, na Olimpíada a briga é amenizada. Isso porque as companhias que pagam pelas cotas dos jogos permanecem ao lado do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Time Brasil. Ainda assim, adversários têm vez como patrocinadores de atletas ou mesmo equipes. E é nesse ringue que costumam surgir as ações de marketing de emboscada.

A estratégia nada mais é que uma tentativa de empresas de aproveitar o momento e se relacionar ao evento, mesmo sem ter autorização para fazer menção a ele. A briga costuma ser boa. Em 2000, o tenista Gustavo Kuerten quase não entrou nas quadras de Sydney por causa da disputa entre sua então patrocinadora – a fabricante italiana de materiais esportivos Diadora – e a fornecedora oficial do COB na época, a Olympikus. O receio era de que o atleta subisse ao pódio com a marca da concorrente estampada no uniforme. A saída foi vesti-lo com a roupa do Time Brasil, sem logotipo algum.

Na Olimpíada, os patrocinadores não têm direito de instalar placas com as mar-cas nos espaços em que acontecem os jogos. O único logotipo que ganha alguma visibilidade nos uniformes, embora discreta, é a do fornecedor oficial de material esportivo: desta vez, a Nike. A marca, inclusive, conseguiu destaque em 1996, em Atlanta, nos pés do velocista americano Michael Johnson. O atleta quebrou o recorde mundial calçando um par dourado da fabricante, para tristeza da patrocinadora dos jogos de dez anos atrás, a Reebok.

Hoje, proteger os apoiadores é prioridade para os comitês organizadores. “As entidades vêm se aperfeiçoando no combate aos piratas. Antigamente, as empresas podiam planejar ações, mas agora está bem mais complicado. Ano a ano, as orga-nizações aprendem com os erros do passado e aperfeiçoam as sanções. A Fifa, por exemplo, já envia documentação para os concorrentes diretos dos patrocinadores antes mesmo do início da Copa, para inibir qualquer movimento nesse sentido”, re-lata Fábio Wolff, da Wolff Sports & Marketing.

Mesmo assim, houve empresa que ousasse tentar ultrapassar as barreiras im-postas pela federação no mundial do ano passado. O jogador Neymar estrelou uma das ações ao surgir em campo com a sunga da Blue Man aparecendo acima do short. A marca alegou que enviou a peça de presente para os atletas momentos antes da partida, para dar sorte. Como a companhia não patrocinava o jogador, a Fifa não consi-derou a ação de emboscada e disse que a aparição da peça foi acidental. Ainda assim, notificou extrajudicialmente a marca por postar fotos de Neymar em campo em perfis da empresa nas redes sociais. As imagens eram de propriedade da federação. Renata Leite

“ESTAMOS TRABALHANDO PRATICAMENTE DESDE QUANDO A CIDADE FOI ELEITA ATÉ HOJE, EM CERCA

DE 160 PROJETOS DE CONSULTORIA. TODAS AS ÁREAS DA EY ESTÃO ENVOLVIDAS”,

ALEXANDRE RANGEL, SÓCIO DE CONSULTORIA DA ERNST & YOUNG (EY)

A profissionalização tende a atrair cada vez mais a atenção das companhias para esse ativo brasileiro. “O País tem bons cases sendo realizados, como a parceria já antiga entre a Confederação de Vôlei e o Banco do Brasil. Há outros grandes exem-plos, mas falta no mercado hoje uma cul-tura de marketing esportivo. São poucos os exemplos de sucesso, muito por causa do amadorismo das entidades. A ferra-menta não está sendo aproveitada em sua potencialidade, nem perto disso”, analisa Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports & Marketing, que atua há 18 anos no mer-cado. “Mas não posso generalizar. Exis-tem bons casos que vêm ativando bem o marketing esportivo. Um deles é o Brades-co, que, a um ano e pouco da Olimpíada, já aplica recursos com certa autoridade.”

Aos poucos, as marcas percebem que o marketing esportivo é muito mais que pu-blicidade ou um outdoor para as marcas. Ele é mais complexo e vai além da exposi-ção de marca, requer ativação – e isso leva tempo. A Organização Bradesco abraçou os jogos quando eles ainda se resumiam à candidatura do Rio de Janeiro a sede do evento, em 2009. No ano seguinte, o Ban-co Bradesco e o Grupo Bradesco Seguros se tornaram os primeiros patrocinadores dos jogos, nas categorias Serviços Finan-ceiros e Seguros, oferecendo produtos e serviços ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e à equipe olímpica.

De lá para cá, uma série de ações já foram realizadas de modo a colocar a imagem do Bradesco lado a lado com a do Brasil. “Ao fim de 2011, apoiamos o lançamento do logotipo dos Jogos Paralímpicos na inauguração da 16ª edição da Árvore de Natal da Bradesco Seguros. Em 2013, apresentamos a exposição Jogos Olímpicos: Esporte, Cultura e Arte, realizada pela primeira vez no Brasil, nas cidades de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Brasília, e que mostrou parte significativa do acervo do Museu Olímpico de Lausanne, na Suíça. Já o primeiro evento-teste para os Jogos Rio 2016, a Regata Internacional de Vela, realizada na Baía de Guanabara, em agosto de 2014, teve o apoio do Grupo Bradesco Seguros, que ofereceu serviço de ambulância e equipe médica para todos os competidores”, aponta Alexandre Noguei-ra, diretor do Grupo Bradesco Seguros.

A construção de valor e vínculo com o esporte leva tempo. A Coca-Cola é uma das empresas que emprega essa máxima com seriedade. A marca é parceira dos Jogos Olímpicos desde 1928, quando a competição aconteceu em Amsterdã, na Holan-da. A partir daí, foram 20 edições ao lado do Comitê Olímpico Internacional, inclusive na criação do revezamento da tocha, em 1992, evento muito marcante na fase de preparação para a Olimpíada. Nele, a chama simbólica percorre o país-sede sendo carregada por pessoas selecionadas pela companhia.

“Além de indicar condutores, oferecemos a consumidores do Brasil inteiro a oportunidade de ver ao vivo um dos mais inspiradores símbolos do mundo esportivo. Nosso patrocínio está ligado diretamente ao compromisso assumido pela marca de promover um estilo de vida mais ativo, com projetos volta-dos para a prática de atividades físicas”, resume Flávio Camelier, vice-presidente da Coca-Cola Brasil para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Outra ativação da companhia para os jogos está alinhada com essa missão: a Coca-Cola Brasil patrocina, desde 2012, os Jogos Escolares da Juventude, a principal competição estudantil do país.

O campeonato reúne milhares de alunos atletas de institui-ções de ensino público e privado. Essa iniciativa tem grande re-levância para o Movimento Olímpico, tanto que, em Nanquim, onde ocorreram os últimos Jogos Olímpicos da Juventude, 72% dos atletas do Time Brasil foram revelados nos Jogos Escolares. Já nos jogos de Londres, 24% da delegação brasileira partici-pou do evento estudantil. “É um investimento na base”, resume Cavalier. “É o legado que queremos deixar para o Brasil com os Jogos Olímpicos Rio 2016”, conclui. >

Alexandre Nogueira, diretor do Grupo Bradesco Seguros: imagem do Bradesco lado a lado com a do Brasil; e Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports & Marketing (abaixo), que cita o Bradesco como um bom case de estratégia de marketing para a Olimpíada

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Ações da Coca-Cola incluem os Jogos Escolares da Juventude; Flávio Camelier, vice-presidente da Coca-Cola Brasil para os Jogos Olímpicos Rio 2016: compromisso com estilo de vida mais ativo

12_Edição 292_jun/jul 2015

Jogo festivo marca reinauguração do Maracanã, cuja iluminação foi projetada pela GE

Sergio Giacomo

EXPECTATIVAS EM RELAÇÃO AO LEGADO

Quem circula pelo Rio de Janeiro encontra um verdadeiro canteiro de obras, mas os cariocas se mostram preocupados com o legado que os Jogos Olímpicos devem deixar para a ci-dade. O cenário pode prejudicar o resultado das ações das mar-cas, que devem compreender as expectativas da população e ir ao encontro delas, caso queiram alcançar bons retornos so-bre os investimentos. Os brasileiros esperam que, assim como o governo e os atletas, as patrocinadoras contribuam para que o maior evento esportivo do mundo deixe legados para o País, como mostra a pesquisa “Warm-up”, da Edelman Significa.

Os entrevistados demonstraram que as mudanças aguarda-das vão além de melhoras na infraestrutura. Os jogos deveriam, segundo o levantamento, alcançar a educação, especialmente por meio do encorajamento da prática esportiva e da troca entre culturas diferentes. Há ainda expectativas em relação ao meio ambiente, tanto na despoluição da Baía de Guanabara e da La-goa Rodrigo de Freitas quanto na conscientização da população em relação à importância da preservação dos recursos natu-rais. A Edelman pontua cinco questões que devem ser conside-radas pelas marcas:

1. Diversidade de significadoO significado do termo “legado” varia para cada pessoa, indo de ações concretas, como a construção de centros esportivos, até atitudes subjetivas, como a promoção de bons exemplos. As marcas devem explorar todo esse leque de significados nas ações e estratégias de comunicação.

2. Compromisso público e alinhamento com a identidade da marcaMarcas associadas ao esporte e aos Jogos Olímpicos precisam reconciliar questões de interesse público com seu conjunto de crenças, valores, atributos e posicionamento. Mais que ações efêmeras, as companhias precisam apostar em uma plataforma de investimentos em esportes que represente um real compro-misso com a área. Precisam estabelecer uma ligação efetiva en-tre modalidades, atletas, questões públicas e valores de marca.

3. Consistência da comunicaçãoOs benefícios e os resultados dos investimentos em legados devem ser medidos e efetivamente comunicados. Ações por si só não geram, necessariamente, visibilidade e impacto. A ativação apropriada melhora a consistência das atitudes das marcas.

4. Foco no contexto localMuitas causas são socialmente relevantes no Brasil. Meio am-biente, infraestrutura, educação e cultura são algumas delas. Cabe às marcas dirigir esforços à causa que esteja mais alinha-da com seus negócios e crenças, de modo a priorizar investi-mentos e ter mais efetividade na geração de impacto.

5. ParceriasAs empresas não vão resolver todos os problemas sozinhas. Por isso, a coordenação com o governo, as organizações da socieda-de civil e outras companhias é essencial. Renata Leite

A GE, patrocinadora olímpica mundial, investe nos jogos desde 2006 e já tem passagem garantida para Tóquio, no Japão, onde o evento aporta em 2020. O apoio levou a empresa a assu-mir algumas obras de infraestrutura emblemáticas para o Rio de Janeiro, como a iluminação do Maracanã e do entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas. Além das oportunidades de negócio, essa é uma chance de reforçar o conceito de excelência na imagem.

“No nosso caso, ainda ressaltamos que nossas relações – seja com países, empresas ou eventos – são de longo prazo, assim como os projetos de infraestrutura devem ser. Estamos no Brasil há cem anos, e há ainda mais na América Latina. Não estamos pensando na próxima década, mas muito além disso”, diz Sergio Giacomo, diretor de Assuntos Institucionais da GE para a América Latina. A companhia também patrocina os Jogos Paralímpicos Rio 2016 e a Confederação Brasileira de Canoagem, que passou a ter à dis-posição a ferramenta de big data para melhorar o desempenho. A GE se aliou a pesquisadores e, em um laboratório do campus do Fundão, da UFRJ, vem analisando os dados reunidos por meio de sensores instalados nos remos e atletas. A proposta é melhorar o desempenho da equipe e, de carona, também ir mais longe. FO

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AÇÃO

16_Edição 292_jun/jul 2015

“Os investidores americanos continuam interessados no Brasil”

CONEXÃO GLOBAL

Há otimismo dos Estados Unidos com os novos rumos econômicos do Brasil, diz Fernanda Burle, diretora de

Políticas do Brazil-U.S. Business Council Bernardo Guimarães

[email protected]

As incertezas com o atual cená-rio econômico do Brasil, que têm gerado pessimismo no

setor privado brasileiro, não abalaram a confiança dos investidores dos Esta-dos Unidos. De acordo com Fernanda Burle, diretora de Políticas do Brazil--U.S. Business Council (BUSBC), os americanos esperam que as relações comerciais entre ambos os países me-lhorem. O setor privado está otimista com o ajuste fiscal que vem sendo im-plementado pelo governo brasileiro.

Em entrevista para a revista Brazi-lian Business, Fernanda analisa os im-pactos da visita da presidente Dilma Rousseff a Washington e comenta as negociações para a assinatura de pro-gramas bilaterais que visem à isenção de vistos.

A diretora de Políticas do BUSBC ressalta o impacto positivo do ajuste fiscal brasileiro. De acordo com ela, os americanos ainda aguardam com gran-de interesse o anúncio de novas opor-tunidades de investimento.

Brazilian Business: Quais devem ser os principais impactos da visita de Estado da presidente Dilma Rousseff a Washington? Fernanda Burle: A reaproximação entre os dois países e o estreitamento das rela-ções bilaterais. Além disso, alguns avan-ços são esperados na área de defesa, faci-litação de comércio, inovação, educação e um acordo previdenciário.

BB: Qual é a percepção do BUSBC e dos investidores americanos em relação ao atual cenário econômico do Brasil? E quanto ao mercado de energia?FB: A percepção do BUSBC é de que os investidores continuam interessados no Brasil. Eles acompanham de perto as ini-ciativas recentes (do governo brasileiro), aplaudem o ajuste fiscal que vem sendo implementado e aguardam com bastan-te interesse o anúncio de oportunida-des de investimento, incluindo no setor de energia.

BB: O BUSBC lançou, em janeiro, o Brazil-U.S. Visa Free Coalition. A Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) faz parte do grupo. Como estão as negociações para a inclusão do Brasil no Global Entry e no Visa Waiver Program (que, respectivamente, buscam facilitar a entrada de brasileiros nos Estados Unidos e acabar com a necessidade de visto)? FB: As reuniões do Brazil-U.S. Visa Free Coalition vêm sendo bastante produti-vas, sobretudo com uma possibilidade, ainda que discreta, de se ver avanços nessas demandas após a visita da presi-

Fernanda Burle: otimismo

dente Dilma aos Estados Unidos, es-pecialmente quanto ao Global Entry. Em 5 de maio, uma mesa-redonda sobre o tema teve a participação do secretário para o setor privado do U.S. Department of Homeland Se-curity, José Raúl Perales, e de repre-sentante do White House Business Council. O evento teve ampla parti-cipação de empresas e associações e de representantes da embaixada do Brasil em Washington, o que enri-queceu o debate.

BB: Em março, durante o último encontro do Diálogo Comercial Brasil-Estados Unidos, foi apresentando um memorando de intenções (MOI) entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) do Brasil e o Departamento de Comércio americano. Quais e como serão as parcerias firmadas entre as duas instituições? FB: O BUSBC participou dos brie-fings que conduziram ao diálogo e organizou um evento para o debrie-fing. O propósito do MOI é apro-fundar no âmbito bilateral o com-promisso de facilitação de comércio acordado em Bali por todos os mem-bros da Organização Mundial do Comércio (OMC). A ideia inicial é identificar setores que possam se be-neficiar dessa aproximação de forma mais particular e avançar bilateral-mente. Como representante do setor privado americano, o BUSBC apoia a iniciativa do diálogo e trabalha com os dois governos.

18_Edição 292_jun/jul 2015 Edição 292 Brazilian Business_19

Nova estratégia para o comércio exteriorVisita de Dilma a Obama, Plano Nacional de Exportações e mudanças na economia recolocam EUA em foco

CAPA

Tai [email protected]

O incremento das relações entre Brasil e Estados Uni-dos, formalizada na visita de governo da presidente Dilma Rousseff à Casa Branca, no fim de junho, de-

verá estabelecer um cenário mais otimista para o fluxo de in-vestimentos entre ambos os países. Segundo especialistas, no entanto, ganhos comerciais significativos não devem ser espe-rados a curto prazo.

Desde setembro de 2013, quando as relações entre os paí-ses foram abaladas por acusações de espionagem praticadas pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos – NSA, tratados de interesse mútuo como a facilitação do comércio de armas e de infraestrutura ficaram estagnados. Dilma cancelou a visita de Estado que faria e congelou tratativas diretas com o presidente Barack Obama, condicionando uma nova viagem aos EUA a demonstrações de transparência na relação entre ambos.

Agora, com a recuperação econômica no centro da agenda das duas nações, uma série de sinalizações tem sido orques-trada pelos EUA para que não só sejam retomados projetos cujas conversas se iniciaram há muito tempo, como também sejam estabelecidos novos marcos em nível diplomático.

O interesse brasileiro nessa reaproximação faz parte, tam-bém, de um esforço para ampliar os investimentos estrangei-ros numa economia cronicamente estagnada. O comércio bi-lateral entre os países superou, em 2014, os US$ 108 bilhões. O volume de investimentos dos EUA no Brasil chega a US$ 116 bilhões (em stock), em ritmo crescente.

No topo da lista de prioridades do governo brasileiro, está a busca por inovações tecnológicas no setor de serviços, como o de administração hospitalar e de gestão educacional. As community colleges, por exemplo, estão no centro das conversas de Dilma com Obama, com impacto direto no se-tor produtivo: o governo busca novas soluções para profis-sionalização e aperfeiçoamento do mercado de trabalho por meio de um modelo híbrido de escola técnica e universidade. Outra prioridade é o cumprimento de metas para redução de emissões de carbono.

Apesar da visita de Dilma aos EUA coroar o esforço para aprofundar as relações comerciais entre ambos os países, tra-dicionais gargalos ainda devem ficar em segundo plano. De acordo com especialistas, há o objetivo de novos avanços, mas as conversas foram retomadas ao mesmo patamar de 2013.

Reivindicações na área de infraestru-tura, além do fim da bitributação e a libe-ralização e isenção de vistos aos brasileiros são decisões que serão tomadas a médio prazo. Um tratado de livre comércio en-tre ambas as nações permanece em uma agenda comum, mas não há perspectiva de avanços significativos.

“BRASIL E ESTADOS UNIDOS TÊM MUITA AFINIDADE. ENTRE AS GRANDES DEMANDAS, TER UM ACORDO

DE LIVRE COMÉRCIO, DE DUPLA TRIBUTAÇÃO E O FIM DOS VISTOS DE NEGÓCIOS E TURISMO

SERIA O CENÁRIO IDEAL”,

DIEGO BONOMO, GERENTE EXECUTIVO DE COMÉRCIO EXTERIOR DA CNI

Desse modo, a chancelaria brasileira se concentra em merca-dos pontuais para absorver a demanda do mercado americano. Busca, por exemplo, estimular a entrada de carne in natura nos Estados Unidos, entusiasmada pelo fim do embargo chinês ao produto brasileiro. Também trabalha pela liberalização de regras de tráfego no espaço aéreo dos dois países – um tratado de céus abertos. Com a crise hídrica no Sudeste, o desenvolvimento de tec-nologias de uso racional de energia e água, sobretudo por conta da seca na Califórnia, tornou-se outro foco das negociações.

O Planalto também pretende cativar americanos para preen-cher lacunas tradicionalmente ocupadas por capital europeu e asiático. O plano de infraestrutura do governo, que não é tradicio-nalmente cobiçado pelos Estados Unidos, deverá ser vendido com especial dedicação pela diplomacia brasileira nos próximos meses.

Os Estados Unidos aparecem, hoje, como o maior mercado receptor de investimento no exterior, mas, no Brasil, os aportes americanos estão concentrados em gigantes como Petrobras, Vale e construtoras. No sentido contrário, há mais de 40 multinacionais brasileiras atuando em solo americano, como JBS e Embraer. >

20_Edição 292_jun/jul 2015

CAPA

O Brasil, no entanto, tem um déficit co-mercial com os Estados Unidos de US$ 7,9 bilhões. Com a retomada do crescimento americano, o Palácio do Planalto vê oportu-nidade para compensar internamente, por exemplo, o declínio de exportação de ma-nufaturados para a Argentina.

Para Rafael Motta, presidente da Câma-ra de Comércio Americana do Rio de Janei-ro (AmCham Rio), o mercado americano é um dos poucos que mostram sinais de re-cuperação em um momento em que as eco-nomias nacional e mundial desaceleram. “O Brasil é um país que precisa intensificar a integração às cadeias produtivas globais. Estimular a presença de nossas empresas no mercado americano pode contribuir posi-tivamente para a elevação da arrecadação, para a melhoria do balanço de pagamentos e para o fortalecimento da cadeia de produ-ção do mercado local”, afirma Motta.

O gerente executivo de Comércio Exte-rior da Confederação Nacional da Indústria – CNI, Diego Bonomo, diz estar otimista com as perspectivas dos dois países, inde-pendentemente do que os governos deci-dam. Mesmo sem a isenção de vistos para brasileiros, o fim da bitributação e o acordo de livre comércio, ele afirma que o panora-ma é promissor.

“Brasil e Estados Unidos têm muita afi-nidade. Entre as grandes demandas, ter um acordo de livre comércio, de dupla tributa-ção e o fim dos vistos de negócios e turis-mo seria o cenário ideal. São três grandes acordos que dependem exclusivamente dos governos. E eles têm um interesse, é claro, mas, mesmo assim, é muito modesto. Esses acordos que estão sendo costurados estão aquém do que queremos”, afirma Bonomo.

“ESTAMOS NUMA ERA DE PACTOS COMERCIAIS TRANSOCEÂNICOS MEGARREGIONAIS, QUE

ENGLOBAM, DE UMA SÓ VEZ, A MAIORIA DAS ECONOMIAS MUNDIAIS”,

MYRON BRILLIANT, VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO E DIRETOR PARA ASSUNTOS INTERNACIONAIS DA U.S. CHAMBER OF COMMERCE

Caso as conversas não avancem significativamente, diz ele, o risco é fragilizar conquistas adquiridas na última década. "Nos últimos dez anos, criamos juntos centros de pesquisa e desenvol-vimento, como o da GE e o da Boeing. Essa é a etapa de maior valor agregado de investimento e que deve ser estimulada como prioridade. Já existe um histórico muito sólido, que deve ser re-tomado”, pontua.

O vice-presidente executivo e diretor para Assuntos Interna-cionais da U.S. Chamber of Commerce, Myron Brilliant, diz que o mundo e as relações comerciais estão mudando e que as relações entre Brasil e Estados Unidos chegaram a um momento decisivo. Em artigo divulgado pela entidade, afirma que “estamos numa era de pactos comerciais transoceânicos megarregionais, que englobam,

de uma só vez, a maioria das economias mundiais”.O indicativo, segundo ele, é que o Brasil atue

como mediador, para que, posteriormente, também inclua os integrantes do Mercosul em parcerias con-tinentais e de monta.

Nesse contexto, o governo Obama enviou, em maio passado, a secretária de Comércio dos Estados Unidos, Penny Pritzker, para uma série de reuniões no Brasil. Ela afirmou, em comunicado divulgado pelo Departamento de Comércio dos Estados Uni-dos, que a região tem gravitado em direção a uma visão de futuro democrática pró-mercado e pró--investimento.

Segundo ela, este é o momento certo para que os Estados Unidos voltem a se engajar em parcerias

mais efetivas com a segunda maior economia do continente. “Mi-nha visita ao Brasil é um símbolo do compromisso do governo Obama em assegurar que nossa parceria econômica e comercial permanece no centro de nossa relação bilateral”, disse.

22_Edição 292_jun/jul 2015 Edição 292 Brazilian Business_23

“É preciso buscar maior integração da nossa economia aos fluxos do comércio exterior”

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, costura acordo para facilitar comércio entre Brasil e Estados Unidos

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"VAMOS TRABALHAR COM UMA AGENDA PROATIVA DE CONVERGÊNCIA REGULATÓRIA,

HARMONIZAÇÃO DE NORMAS E AÇÕES DE PROMOÇÃO E INTELIGÊNCIA COMERCIAL

QUE VÃO CRIAR AS BASES PARA UM CRESCIMENTO VIGOROSO DA PAUTA COMERCIAL ENTRE BRASIL E EUA"

ENTREVISTA

Tai [email protected]

Para aumentar o fluxo de exportações, o governo aposta em uma conjunção de fatores que vão desde o real menos valorizado até acordos e flexibilização de barreiras não ta-

rifárias. A reaproximação com os Estados Unidos faz parte da es-tratégia traçada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Em entrevista exclusiva à revista Brazilian Business, o ministro Armando Monteiro afirmou que já há resultados concretos, entre os quais os preparativos para a assinatura de um novo acordo de facilitação de comércio entre brasileiros e americanos.

As expectativas para o futuro da economia, segundo Monteiro, são de resgate do otimismo por meio de iniciativas como o Plano Nacional de Exportações. "O exportador pode esperar por mudan-ças que vão simplificar e facilitar as operações, além do fortaleci-mento de instrumentos importantes para a política de comércio exterior do País, tais como a estrutura de financiamento, seguros de crédito e garantias às exportações”, disse Monteiro, em entrevis-ta realizada no fim de maio, logo após a viagem para o México com a presidente Dilma Rousseff.

Brazilian Business: O que o Plano Nacional de Exportações significa para o exportador?Armando Monteiro: O exportador pode esperar por mudanças que vão simplifi-car e facilitar as operações, além do forta-lecimento de instrumentos importantes para a política de comércio exterior do País, tais como estrutura de financiamen-to, seguros de crédito e garantias às ex-portações. Também estamos trabalhando firmemente numa agenda de ampliação de acessos a novos mercados com parcei-ros comerciais estratégicos.

BB: Quais são as linhas gerais do plano?AM: Como mencionei anteriormente, o plano está sendo construído em estreita parceria com o setor privado, que opinou, participou e validou as diretrizes e princi-pais medidas. Os pilares são a construção de uma agenda proativa de acessos a mer-cados; a desburocratização e simplificação dos procedimentos para exportação e im-portação – como mecanismo de facilitação do comércio exterior; o fortalecimento dos instrumentos de financiamento e garantias às exportações; o aperfeiçoamento de me-canismos e regimes tributários para o apoio às exportações; e as ações de promoção e inteligência comercial.

BB: Qual o principal entrave, hoje, para a ampliação das exportações brasileiras? Com o ajuste fiscal, como é possível esperar novos investimentos no setor?AM: É preciso buscar maior integração da nossa economia aos fluxos do comércio exterior. Existe um amplo espaço para o País construir as bases para ampliação das exportações – como medidas de facilita-ção de comércio e uma agenda proativa de incremento das relações bilaterais, que, em muitos casos, independe de acordos tarifários. Atualmente, as barreiras não ta-rifárias representam restrições muito mais relevantes para o comércio exterior. Tam-

bém não podemos desprezar o efeito cambial. Hoje, com uma taxa de câmbio mais competitiva, as empresas já estão voltando o radar para o mercado externo. Já o ajuste fiscal é um funda-mento importante para recuperar a confiança na economia e, com isso, oferecer um ambiente de mais estabilidade e previsibi-lidade macroeconômica. Nesse sentido, colabora com o esforço de retomada das exportações.

BB: As relações entre Brasil e Estados Unidos devem voltar à normalidade com a visita da presidente Dilma àquele país. Como o senhor vislumbra o futuro da relação entre ambos?AM: Os Estados Unidos são um grande parceiro comercial do Brasil. Em 2014, nossas exportações de bens manufaturados para os EUA cresceram 4%. O país se tornou o principal destino para os bens desse setor da economia brasileira. Nos quatro primeiros meses deste ano, a expansão já alcançou 5,5%. Um bom exemplo do quão estratégica é essa parceria é que, assim que assumi o car-go de ministro do Desenvolvimento, realizei uma visita oficial aos EUA, em especial, ao Departamento de Comércio Exterior, que já está produzindo resultados concretos, com a assinatura de um acordo de facilitação de comércio e definição de uma agenda de convergência regulatória.

BB: Como o Plano Nacional de Exportações dialogará com os interesses americanos no País? Quais serão os setores mais beneficiados?AM: O Plano Nacional de Exportações certamente vai fortale-cer e ampliar a corrente de comércio entre Brasil e Estados Uni-dos. Há espaço para dinamização dos fluxos e para uma maior integração das cadeias produtivas. Vamos trabalhar com uma agenda proativa de convergência regulatória, harmonização de normas e ações de promoção e inteligência comercial que vão criar as bases para um crescimento vigoroso da pauta comercial entre Brasil e EUA.

BB: Previsto inicialmente para fevereiro, o lançamento do Plano Nacional de Exportações acabou sendo adiado para o fim de junho? Por quê?AM: O lançamento do Plano Nacional de Exportações não está atrelado aos movimentos cambiais de curto prazo. Como se pretende construir uma política estrutural para os próximos anos, estávamos acertando os detalhes em torno dos principais instrumentos do plano. A data exata de lançamento depende da agenda da presidente, que inclui outros anúncios importantes, como o plano de concessões de infraestrutura e o Plano Safra.

BB: Foi a instabilidade do dólar frente ao real que elevou a dificuldade de deslanchar o anúncio?AM: A construção do plano envolveu diversos atores – pú-blicos e privados – e tem um grau de complexidade grande, pelas características do setor exportador. A tendência de um câmbio mais competitivo – com real menos valorizado – ser-virá de estímulo para as exportações. De novo, não estamos olhando para os dados da balança comercial e do câmbio de um mês, ou de um ano, mas com perspectiva para os próxi-mos quatro anos.

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EROX comemora50 anos de Brasil

Empresa, que consta no dicionário como sinônimo de cópia, aposta na inovação

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PERFIL

2011 – A matriz da Xerox Brasil, no Rio de Janeiro, transfere as instalações para um prédio mais moderno e com as qualidades necessárias para a nova formulação da em-presa, no bairro de Botafogo.2012 – A empresa empossa Ricardo Kar-bage, em janeiro de 2012, com a missão de abrir caminho para mais uma era de grandes realizações. Karbage é o primeiro executivo brasileiro a ocupar a posição na última década.2012 – Com a modernização dos canais sociais e a presença cada vez mais cons-tante de clientes e parceiros nessas mídias, a Xerox Brasil lança a sua primeira página oficial no Facebook, que tem, hoje, mais de 1 milhão de seguidores.

Cláudio Motta [email protected]

1965 – O jovem empresário brasileiro Henrique Sergio Gregori, ao ser apresentado a Joseph Wilson, fundador da Xerox Corporation, percebe a grande chance de comercializar copiadoras Xerox no Brasil. Poucos meses depois, no dia 15 de junho de 1965, é consti-tuída a Xerox do Brasil Reproduções Gráficas Ltda., cuja primeira sede foi improvisada em um quarto do antigo Hotel Glória.1966 – A X-914, primeira copiadora a ser comercializada em ter-ritório brasileiro, é chamada de “máquina milagrosa”, pois é ca-paz de copiar com perfeição originais em papel comum, sem uso de trabalhosos processos químicos.1967 – Sergio Gregori solicita autorização para utilização do então inovador processo de xerografia de documentos nos Estados do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Minas Gerais e no Distrito Federal.

1970 – Em outubro, é inaugurado o prédio que sedia a matriz, na zona portuária do Rio de Janeiro. 1972 – Iniciando as atividades in-dustriais, a Xerox Brasil começa a fabricar toner e revelador para co-piadoras na Metalquímica da Bahia, no Centro Industrial de Aratu – BA (Xnor).1973 – É inaugurada a Fábrica de Resende – Centro Tecnológico e Industrial, que funciona até hoje como o principal centro de armaze-namento e distribuição de produtos Xerox.1977 – A Xerox inicia uma série de ações voltadas ao treinamento da força de trabalho, entre eles o Pro-grama Menor Aprendiz, para capa-citação de menores das comunida-des carentes do Rio de Janeiro.

1981 – A Embraer é pioneira na utilização do sistema CAD CAM, para projeto e produção de aeronaves. Com a impressora Xerox Versatec, as informações digitais dos computadores são transformadas em desenhos para a linha de montagem.1982 – O Brasil comercializa o equipamento Xerox 125, que realiza xeromamografia, capaz de detectar sinais sutis de câncer de mama no exame radiológico.1982 – A impressora X-9700 é lançada pela Xerox na Fei-ra de Informática e se torna o primeiro equipamento com tecnologia a laser comercializado na América Latina.1985 – O dicionarista Aurélio Buarque de Holanda re-gistra o novo sentido de xerografia (escrita a seco), além do vocábulo xerocar.

1992 – Impressoras coloridas fazem suces-so no mercado brasileiro e são destaque no estande da Xerox na Comdex 92.1992 – São criadas soluções inovadoras como multiextrato, nota fiscal a laser e ves-tibular à prova de fraude.1992 – A Xerox Brasil é a fornecedora ofi-cial de processamento de documentos da Eco-92.1994 – A Xerox adota uma nova assinatura e a expressão The Document Company, for-talecendo o novo conceito de empresa líder em processamento de documentos. A nova marca simboliza a presença da empresa tanto no mundo do papel quanto no digital.

2002 – Surgem os primei-ros representantes auto-rizados Xerox. O processo foi iniciado com 11 RAXs e hoje comporta, aproxima-damente, 2.500 empresas cadastradas.2004 – Lançamento da pla-taforma digital da Xerox no Brasil. 2007 – O Imaging Center, Centro de Impressão e Di-gitalização, situado em Re-sende, no Rio de Janeiro, é lançado para a imprensa.

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10Ser original é a marca da empresa que se tornou globalmente conhecida

pela fotocópia. A Xerox, que comemora 50 anos de Brasil, em 2015, aposta na inovação. E é muito mais diversificada do que a maioria

das pessoas é capaz de imaginar. “Estacionamento para a cidade de Los Angeles, registros médicos, Medicaid (sistema de saúde americano),

centrais de call center: a Xerox, um dos mais fortes fabricantes de tecnologia, está por trás disso”, diz Cristiana Lannes, diretora

executiva de Marketing e Estratégia.A criação da máquina de xerox – com xis minúsculo porque

o nome da companhia entrou, em 1985, para o Dicionário Au-rélio como sinônimo de cópia – é um dos exemplos marcan-

tes de inovação. “Chester Carlson trabalhava no escritório de patentes em Nova York e não aceitava a inexistência de

uma forma mais fácil de copiar as petições de patentes. Ele, então, inventou a cópia a seco.”

Não por acaso, a Xerox investe pesado em cen-tros de pesquisa. Tem mais de 12 mil patentes

ativas e 140 mil colaboradores, em mais de 180 países. No Brasil, com 2 mil colaboradores, a

estratégia é ampliar a parcela de negócios com pequenas e médias empresas, que

hoje representa cerca de 15%, até chegar a 30% em 2017.

28_Edição 292_jun/jul 2015 Edição 292_Brazilian Business_29

UM ANO SEM LEILÃO, PERDA DE BILHÕESUm ano sem leilão de blocos exploratórios de petróleo e gás natural no Brasil equivale a uma perda potencial de

investimentos de pelo menos US$ 11,5 bilhões. A cifra foi calculada em estudo elaborado e apre-sentado pela Firjan à ANP. A conta considerou o número de poços per-furados no ano, assim como seu respectivo va-lor médio nas camadas pós e pré-sal, a taxa de sucesso exploratório e os percentuais mínimos de conteúdo local.

OVERVIEWEdnei Medeiros • Eduardo Nunes • Nadia Stanzig

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SHERATON VOLTA À BARRA

A marca Sheraton, da Starwood Ho-tels & Resorts Worldwide, Inc. (NYSE: HOT) retorna à Barra da Tijuca. O Sheraton Barra Rio de Janeiro Hotel irá operar sob um contrato de admi-nistração com o Condomínio do Edifí-cio Sheraton Barra. “Estamos muito felizes em incluir novamente o She-raton Barra Rio de Janeiro Hotel no portfólio, o que fortalece nosso po-sicionamento como maior operador de hotéis cinco estrelas no Brasil”, afirmou Jorge Giannattasio, vice-pre-sidente sênior e diretor de Operações da América Latina para a Starwood Hotels & Resorts.

“É IMPORTANTE HAVER RODADAS PERIÓDICAS. FELIZMENTE, O GOVERNO ANUNCIOU A RODADA

EM OUTUBRO. ESPERAMOS QUE A PRÓXIMA, DO PRÉ-SAL, SEJA NO ANO

QUE VEM, OU NO MÁXIMO EM 2017.”EDUARDO EUGENIO GOUVÊA VIEIRA, PRESIDENTE DA FIRJAN,

EM ENTREVISTA AO VALOR ECONÔMICO

Motivado pelos Jogos Olímpicos de 2016, o Ministério do Turis-mo apresentou proposta para liberar os americanos da exigência de visto para vir ao Brasil entre junho de 2015 e dezembro de 2016. A manifestação partiu do ministro Henrique Alves, que entregou, em maio, ao colega Mauro Vieira, do Ministério das Relações Exteriores, documento solicitando a isenção de visto. Os Estados Unidos são o segundo país que mais envia turistas ao

OTIMISMO NO AÇUO presidente da Prumo Logística, Eduardo Parente, mani-festou otimismo na concretização dos primeiros investi-mentos no Porto do Açu. A Prumo Logística firmou enten-dimento com o Grupo Bolognesi para avaliar projetos de gás natural, e a expectativa é de que a licença da primeira termelétrica a gás saia ainda este ano, com possibilidade de inclusão nos próximos leilões de energia. “Passamos a ter credibilidade para trazer o gás associado do pré-sal para o Açu”, disse Parente, acrescentando que a ideia é atrair outros investidores para projetos futuros em uni-dades de processamento, gasodutos e terminais de gás liquefeito de petróleo (GLP).

DÉFICIT DE SERVIÇOSO Brasil registrou, em 2014, saldo nega-tivo na balança de serviços das contas externas de US$ 47,2 bilhões. Esse foi o terceiro maior déficit do mundo, atrás da China e da Alemanha, entre 20 nações. Os dados foram gerados pelo novo sistema de contabilidade (Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços – Sisco-serv) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, lançado em maio e que terá divulgação semestral. Os Estados Unidos foram o maior destino das exportações brasileiras de serviços, com vendas de US$ 6,1 bilhões em 2014 – o equivalente a 29,4% do total.

MAIS PRÓXIMO DA OCDEO ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, assinou, em 3 de junho, em Paris, um “acordo marco de cooperação” com a Organização para a Cooperação e Desen-volvimento Econômico (OCDE), num gesto de aproximação para futura adesão brasi-leira à entidade. A articulação foi liderada pelo secretário-geral da OCDE reeleito re-centemente para novo mandato de cinco anos, Angel Gurria. Atualmente, o País só participa de alguns comitês.

BFA 2016 NO RIOO Rio de Janeiro sediará a edição 2016 do Business Future of the Americas – BFA, principal evento anual da Association of American Chambers of Commerce in Latin America – Aaccla , entidade que reúne 24 AmCham e 20 mil empresas da América Latina. A AmCham Rio organizará o evento, que fará parte do calendário de comemorações dos 100 anos da organização. Na edição 2015 do BFA, de 15 a 17 de junho, em Porto Príncipe, no Haiti, líderes do setor empresarial discutiram alternativas para recuperar o dinamismo comercial da região, que registrou queda de investimento estrangeiro direto (IED) de 16% no ano passado, atingindo US$ 158,80 bilhões, segundo dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe – Cepal, órgão da ONU. No mundo, o IED caiu 7%, em 2014, em relação ao ano anterior.

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PRINCIPAIS DESTINOS DE IED EM 2014

País IED

Brasil US$ 62,49 bilhões

México US$ 22,79 bilhões

Chile US$ 22 bilhões

Colômbia US$ 16,05 bilhões

Peru US$ 7,60 bilhões

Brasil (592,8 mil em 2013), e os americanos são os que mais gas-tam (média de US$ 1.427 por pessoa) e os que permanecem por mais tempo (20,6 dias) quando viajam a lazer. Em outra frente, o Brazil-U.S. Business Council, a AmCham Rio e outras entidades empresariais criaram o Visa Free Coalition, um grupo que defen-de a facilitação da entrada de brasileiros nos Estados Unidos sem a necessidade de vistos de negócios e de turismo.

ISENÇÃO DE VISTO PARA AMERICANOS

30_Edição 292_jun/jul 2015 Edição 292 Brazilian Business_31

ESPECIAL

A queda da cotação do petróleo no último ano passa como um furacão no centro da indús-tria petroleira do mundo todo. Segundo estu-

do da PwC, para 29% dos presidentes de companhias petroleiras multinacionais, o barril não retomará o patamar de US$ 100, registrado em 2014, ainda neste ano. Nesse conturbado cenário, o Brasil figura como uma promessa de produção de petróleo e gás de qua-lidade a baixíssimos custos no pré-sal, o que só aguça o apetite de investidores. De olho na oportunidade, a indústria reclama mudanças no marco regulatório – menos dependência da Petrobras e mais flexibiliza-ção para compras de equipamentos.

No pré-sal, regulado pelo regime de partilha, o in-vestimento será atrativo dependendo das condições imposta pela União e da capacidade de investimento da Petrobras, operadora dos projetos, diz Maurício Canêdo, especialista da Fundação Getulio Vargas – FGV. “Tudo depende da capacidade da Petrobras em investir”, afirma. Ele lembra que, atualmente, o go-verno está atrasando a realização de leilões do pré-sal enquanto espera a Petrobras retomar o fôlego finan-ceiro para continuar sendo âncora nos projetos.

“Uma solução seria alterar as regras de partilha”, diz o especialista, referindo-se à reivindicação de petroleiras para que, em vez da estatal, possam ser elas as operado-ras das áreas. Pelo regime atual, a Petro-bras lidera todo projeto e se compromete com, pelo menos, 30% dos recursos.

As reservas não exploradas no País devem mais que dobrar em relação aos 65 bilhões de barris de óleo equivalente (me-dida que inclui petróleo e gás natural) atu-ais. A maior parte do crescimento estará justamente concentrada no pré-sal, traz o relatório da consultoria Bain & Company divulgado no fim de maio pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombus-tíveis – IBP.

Segundo a Petrobras, hoje principal operadora na área, na pior das hipóteses, é possível lucrar na região com o barril a US$ 45, menos que cotação atual, que está na casa dos US$ 60. A estatal diz ainda que, em alguns casos, dependendo da ge-ologia da área, o custo de extração é ainda menor, e a produção, ainda mais viável.

Apenas para o pré-sal, são aguarda-dos investimentos próximos de US$ 412 bilhões até 2020, considerando a movi-mentação de petroleiras e empresas forne-cedoras. Em 2020, a participação do setor no Produto Interno Bruto (PIB) pulará de 12% para 20%. As estimativas permane-cem mesmo neste período de crise, já que há um consenso entre especialistas e exe-cutivos de que o petróleo não se manterá

Indústria reclama mudanças no pré-salPetroleiras de grande porte têm interesse no Brasil, mas vinculam investimentos a alterações no marco regulatório

Dez/2014 – Jan/2015Problemas na Petrobras influenciaram a perda de 10% de empregos formais do Brasil

Macaé: 1.288 postos de trabalho extintos.

Itaboraí: 7.065 trabalhadores demitidos.

O montante equivale a mais de 20% das

40.658 vagas fechadas no Estado do Rio do período. No Brasil, foram eliminados

81.774 postos de trabalho.FONTE: CADASTRO GERAL DE EMPREGADOS E DESEMPREGADOS (CAGED) DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE)

Fernanda [email protected]

Jun/2014

US$ 115

Jan/2015

US$ 45

Jun/2015

US$ 60

em patamar tão rasteiro por muito tempo e a indústria continuará sendo vital na ati-vidade econômica.

Hoje, setores dependentes da Petro-bras e também governos que vivem de royalties passam por aperto fiscal, diante das dificuldades financeiras da estatal, o que dá mais poder de barganha às demais petroleiras para reivindicar mudanças nas regras do setor.

Apenas no campo de Libra, na Bacia de Santos, a projeção feita pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bio-combustíveis – ANP, órgão regulador do setor, é que haja de 8 bilhões a 12 bilhões de barris de reservas, o que deve exigir investimentos de US$ 150 bilhões a US$ 250 bilhões. Na liderança desse projeto está a estatal Petrobras, ao lado da anglo--holandesa Shell, da francesa Total e das chinesas Cnooc e CNPC.

A disposição das quatro petrolei-ras estrangeiras em investir dá uma di-mensão da importância do Brasil no cenário internacional de petróleo e gás natural. Em referência às oportunida-des oferecidas no País, a Shell, por meio da assessoria de imprensa, afirmou que “tem contínuo interesse em avaliar no-vas oportunidades de negócio no Brasil”. As oportunidades no País foram um dos motivos que levaram a empresa a adqui-rir, em abril, a britânica BG, que possui uma elevada quantidade de ativos nas re-servas nacionais e na Austrália. > D

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32_Edição 292_jun/jul 2015 Edição 292 Brazilian Business_33

O governo tem o apoio da iniciativa privada para desenvol-ver a geração de energia por fontes alternativas, solar e eólica, prioritariamente. “Não faz sentido abrir mão da energia solar, por exemplo. E faremos isso (investiremos) desonerando o ca-pital privado”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, ao conceder palestra a executivos do setor elétrico, du-rante o Enesa 2015, evento realizado no fim de maio.

O governo atua, sob a liderança da Empresa de Pesqui-sa Energética – EPE, para aumentar a participação das fontes alternativas na matriz energética, atualmente, dominada pela geração hidrelétrica e cada vez mais dependente da produção de usinas térmicas a gás natural, mais poluente, por causa da seca que atinge os reservatórios nos últimos anos.

No longo prazo, no entanto, a aposta continua sendo no incentivo a fontes mais limpas. A projeção é de que a geração solar, praticamente nula no momento, passe a responder por 3,3% dos 207 gigawatts de capacidade instalada no parque ge-rador nacional em 2024, ao ofertar 6,9 GW ao sistema elétrico.

Já a participação da geração eólica deve saltar de 3,7% (5 GW) para 11,6% (24 GW), no mesmo período.

Para atrair os investidores, o presidente do órgão pla-nejador do sistema elétrico também promete antecipar a instalação de linhas de transmissão e permitir que estejam prontas antes das usinas que vão gerar a energia a ser trans-portada. Por falta de rede de transmissão da eletricidade, usinas eólicas da Região Nordeste do País atrasaram o início da operação.

Há um consenso no governo de que a geração alternativa será sempre complementar à hidrelétrica e térmica por causa das limitações de produção dessas fontes, incapazes de, sozi-nhas, atender à demanda de um País com a dimensão geográ-fica do Brasil. De qualquer forma, há também o entendimento de que o desenvolvimento da capacidade de geração solar e eólica é prioritário em um ambiente de exigências socioam-bientais crescentes. (Fernanda Pereira)

Já as empresas chinesas ocupam papel especial no atual ambiente de negócios. Em meio à crise instaurada com a Ope-ração Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga um suposto esquema de corrup-ção na Petrobras, a estatal viu as finanças minguarem, assim como a capacidade de investimento. De saída, tem recorrido ao financiamento de bancos chineses, que já renderam à empresa o acesso a US$ 10 bilhões. De quebra, o governo dos dois países – Brasil e China – vislumbram par-cerias na cadeia fornecedora, inclusive de óleo e gás.

As discussões sobre o regime de par-tilha e a regra de conteúdo local estão no centro das negociações entre governo e iniciativa privada, intermediadas pela ANP. O Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, durante a Offshore Tech-nology Conference – OTC, maior evento mundial do setor, sinalizou para a possi-bilidade de mudanças em ambas, em abril. O pronunciamento animou o mercado, mas foi derrubado pela presidente da Re-pública, Dilma Rousseff, ao discursar, no dia 14 de maio, para uma plateia de em-pregados do Estaleiro Atlântico Sul – EAS e executivos da indústria naval brasileira.

“Pode contar com o governo. Conte-údo local e modelo de partilha, no meu governo, estão mantidos”, enfatizou Dil-ma, ao participar da cerimônia de lança-mento ao mar do navio petroleiro André Rebouças, no município pernambucano de Ipojuca.

A Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), como por-ta-voz dos interesses do setor privado, está mobilizada para a abertura do setor de óleo e gás. O presidente da AmCham Rio, Rafael Motta, afirma que a cadeia produti-va acabará sendo estrangulada sem novas áreas para desenvolver projetos. “Grandes empresas acabam tendo que reduzir a par-ticipação no País e desmobilizam equipes, baseadas principalmente no Rio de Janei-ro, que detém 80% das reservas de óleo e 60% das de gás do Brasil. Permitir que grupos privados possam criar e operar projetos é uma medida capaz de reverter a saída de companhias globais, com impac-to de curto e médio prazos”, afirma.

Edmar Almeida, do Grupo de Economia da Energia – GEE e professor adjunto do Instituto de Economia da UFRJ, enxerga a necessidade de evolução do marco regulatório bra-sileiro. Sobre a política de conteúdo local, em especial, na qual as petroleiras, ao adquirir concessões, comprometem-se com um percentual mínimo de aquisição na cadeia fornece-dora local, ele afirma: “Todo país tem sua regra de conteúdo local. A questão é torná-la o mais inteligente possível”.

Atualmente, a companhias operadoras travam uma ba-talha com a ANP. Elas alegam que têm dificuldade de cum-prir o compromisso de aquisição no País, seja porque alguns produtos não existem para venda, ou porque, em outros ca-sos, o prazo de entrega é lento, o que encarece os projetos e leva as petroleiras a optar por pagar multas à agência. A ANP tornou as regras de conteúdo local ainda mais rígidas com a publicação de uma cartilha sobre o tema, na qual estabelece a medição por tipo de produto e itens específicos.

“Em vez de produzir tudo no Brasil, poderíamos pro-mover uma estratégia de seleção. Em função disso, melho-raríamos a competitividade e passaríamos à exportação. Se não permitirmos a seleção, produziremos de tudo um pou-co, sendo ruim em tudo. E quando diminuir o investimento em exploração e produção, a cadeia fornecedora acabará junto, sem conseguir se tornar exportadora”, avalia o pro-fessor da UFRJ.

O IBP, da mesma forma, defende a eleição de alguns nichos de fornecedores, que podem ganhar mus-culatura e competitividade para alcançar mercados internacionais. O instituto cita a costa oeste da África como um potencial comprador dos produtos nacionais. “Pode-mos fazer um aperfeiçoamento no sentido de focar em setores prioritários e em face do momento que o Brasil vive”, afirmou o presidente do IBP, Jorge Camargo.

As regras de conteúdo local são tam-bém o principal motivo de preocupação da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos – Abimaq, se-gundo o diretor de Petróleo e Gás Natural, Alberto Machado. “Se houver um acom-panhamento mais rigoroso do conteúdo local, a indústria pode investir mais, mes-mo que a Petrobras invista menos”, diz ele.

A decisão sobre possíveis alterações será da presidente da República, Dilma Rousseff. A dúvida é se a presidente vai se manter firme no propósito de não flexibi-lizar as regras, como demonstrou recente-mente, ou se estará disposta a adotar prá-ticas menos simpáticas à população em nome de uma mudança de rota no projeto de desenvolvimento industrial.

ESPECIAL

“TODO PAÍS TEM SUA REGRA DE CONTEÚDO LOCAL. A

QUESTÃO É TORNÁ-LA O MAIS INTELIGENTE POSSÍVEL”,

Edmar Almeida, UFRJ

GOVERNO PROMETE DESONERAR INVESTIMENTO EM ENERGIA SOLAR

Ministro de Minas e Energia convocou a iniciativa privada a apostar na instalação de usinas fotovoltaicas, com a promessa de aliviar os gastos

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34_Edição 292_jun/jul 2015 Edição 292 Brazilian Business_35

Eloi Fernández y Fernández_ diretor-geral da Onip e professor da PUC-Rio

O momento atual de crise do petróleo e gás no Brasil leva obrigatoriamente a uma reflexão e necessidade de am-plo debate, visando novas medidas e reformas na atual

legislação e regulamentação do setor.A política industrial dos segmentos produtivos vinculados ao

setor e as mudanças regulatórias realizadas têm, neste momento, uma grande oportunidade de revisão, com o objetivo de corrigir iniciativas e decisões que claramente não apresentaram o resul-tado desejado.

Na política industrial, é necessário buscar caminhos efetivos de maior captura pela indústria nacional dos investimentos rea-lizados. Os compromissos de conteúdo local devem estar asso-ciados a uma política industrial específica para o setor, que tenha como objetivo central a busca pela competitividade da indústria fornecedora nacional.

Os temas que comprometem nossa competitividade, como tecnologia e inovação, recursos humanos, carga tributária e fi-nanciamento, precisam ser atacados de forma coordenada, com estratégias e objetivos de curto e médio prazo.

A política de conteúdo local deve estar aderente com esforços para a ampliação do investimento do nosso parque produtivo, principalmente em um momento de dificuldade da indústria na-cional como um todo. Para a indústria brasileira, merece atenção especial o risco adicional causado pela participação de empresas chinesas, que operam fora da lógica do mercado internacional.

Por outro lado, as mudanças regulatórias implantadas se mostraram negativas para a Petrobras, para a indústria fornece-dora e para o dinamismo do setor no País.

A necessidade obrigatória de participação da Petrobras, com pelo menos 30% em todas as áreas a serem licitadas do pré-sal, inibe a realização de novos leilões em áreas extremamente pro-missoras, em função da dificuldade da Petrobras de se compro-meter com novos aportes no momento. O adiamento da licitação em áreas do pré-sal acaba postergando investimentos que pode-riam contribuir para a recuperação da economia. Além disso, o bônus arrecadado nessas licitações poderia ter efeito relevante na arrecadação, portanto, no ajuste fiscal em curso.

A importância do petróleo para a economia do Estado do Rio de Janeiro é de conhecimento de

todos. A despeito de todos os esforços ca-nalizados com sucesso, desde 2007, para a diversificação da economia fluminense – que levou ao fortalecimento de setores como o automotivo e o de alimentos –, o desempenho do setor de óleo e gás ainda é determinante para os cofres estaduais.

O mesmo petróleo que transformou a nossa economia em uma das mais fortale-cidas do País – e, nos últimos anos, com as descobertas do pré-sal e os investimentos da Petrobras, em uma das grandes apostas do mundo em desenvolvimento – é agora um dos principais responsáveis por um dos momentos mais difíceis que atraves-samos na história.

O Rio não é uma ilha, o Rio faz parte do Brasil. No passado recente, o Estado foi o grande alavancador de investimentos e imagem brasileiros. O Brasil crescia, e a economia do Rio avançava ainda mais. Éramos o Brasil do pré-sal, da Olimpíada e da Copa do Mundo, com o Estado de protagonista.

O que aconteceu, a partir do segundo semestre do ano passado, é que a econo-mia do Brasil começou a andar de lado e para trás, e já há previsões de contração significativa neste primeiro semestre.

Tudo isso está repercutindo enorme-mente no Rio de Janeiro, que teve todo o forte processo de crescimento, de alguma forma, interrompido. O pré-sal foi para-lisado, com a queda brusca no preço do petróleo. Houve, ainda, a Operação Lava Jato, que prejudicou profundamente os in-vestimentos da Petrobras, que tem no Rio o principal teatro de operações e que, nos últimos meses, esteve parada.

Além da participação compulsória, a nova legislação restringe a indústria forne-cedora a um cliente único ao exigir que a operação seja realizada exclusivamente pela Petrobras. Essa restrição gera distorções, di-ficultando comparações e exigindo medidas adicionais de controle e compliance.

Essa distorção também tem como consequências o afastamento da busca pela competitividade global e o aumento do risco e do custo para o fornecedor nacional.

O longo período sem novas áreas ofertadas ou de oferta apenas de áreas de pouco interesse levou a uma grave dimi-nuição do portfólio de diversas empresas com interesse no Brasil. A descontinui-dade dos leilões, somada à dificuldade de manter o nível de investimento da Petrobras, causou uma forte diminuição das atividades exploratórias, provocando graves efeitos na demanda de empresas prestadoras de serviços e de perfuração, entre outros setores.

No entanto, apesar de o fôlego da Petrobras sofrer forte redução, deve ser considerada a importância que o setor continuará a ter na economia nacional, movimentando valores ainda extrema-mente significativos.

Assim, estamos em um momento pro-pício para a necessária revisão da política do País para o E&P do setor de petróleo e gás, que pode atrair investimentos, con-tribuir significativamente para a retomada econômica e para o reequilíbrio das con-tas públicas.

O impacto, como todos sabem, tem sido muito gran-de. O Rio, que liderava posi-tivamente os avanços no mer-cado de trabalho brasileiro, assiste à perda de empregos formais. O processo de diver-sificação da economia, que vinha acelerado, agora espera por dias melhores, enquanto as empresas e os cofres públi-cos amargam uma crise que passa longe da banalidade.

Mas há esperança, há luz. Todas as providências estão sendo tomadas para reverter os problemas de déficit de caixa do governo estadual. Além disso, a Petrobras pu-blicou o balanço da empresa e está avançando, o que muda as condições da companhia, que começa a olhar, novamente, de cabeça erguida para o futuro, já mirando a retomada progressiva dos investimentos.

Há luz porque o pré-sal está concentrado no litoral do Rio de Janeiro. Há luz porque dispomos de uma base industrial que permite que sejamos otimistas. E, por fim, há o programa de in-vestimentos com os quais o Estado pretende avançar para além das enormes conquistas acumuladas nos últimos anos.

O governo estadual se prepara para lançar algumas Parcerias Público-Privadas (PPP) nas áreas de saneamento, mobilidade e tecnologia, com o Rio Digital. Acredito que a iniciativa privada tenha todos os motivos para manifestar interesse por esses inves-timentos, porque os projetos são atraentes e o capital estrangeiro estará disponível, já que o Brasil, no momento, está barato, após a maxidesvalorização que ocorreu no real. Além disso, nossos projetos têm taxas de retorno muito maiores que os do resto do mundo, temos democracia e um grau nada desprezível de esta-bilidade.

A conjuntura é, sem dúvida, adversa e turbulenta, mas passa-geira. O futuro acena com conquistas que vão garantir que o Rio possa retomar, em breve, o papel de protagonista do desenvolvi-mento da economia brasileira.

Reflexão em tempos de crise

Sofrimento no presente, progresso no futuro

A DESCONTINUIDADE DOS LEILÕES, SOMADA À DIFICULDADE DE MANTER O NÍVEL DE INVESTIMENTO

DA PETROBRAS, CAUSOU UMA FORTE DIMINUIÇÃO DAS ATIVIDADES EXPLORATÓRIAS

O PRÉ-SAL FOI PARALISADO, COM A QUEDA BRUSCA NO

PREÇO DO PETRÓLEO

Julio Bueno_ secretário de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro

ESPECIAL

26_Edição 275_mai/jun 201236_Edição 292_jun/jul 2015

OPINIÃO

Certamente, “a nova lei da terceiriza-ção” é um dos temas trabalhistas mais

discutidos nos últimos tempos. O que temos, até agora, é um Projeto de Lei (n° 4.330) que recentemente foi posto à vota-ção. O texto final aprovado é um pouco diferente do original, sendo a mudança mais importante o fato de as “empresas públicas” terem sido excluídas das “novi-dades” do projeto. Sobre o texto aprovado, a possibilidade de se terceirizar toda e qualquer parte da atividade econômica (e não apenas aquelas conhecidas por “ativi-dade-meio”) é o ponto que mais vem gerando discussão, em especial por sindi-catos, por empresários, por advogados e pela Justiça do Trabalho.

De forma geral, os que criticam o texto argumentam que os trabalhadores passa-rão a receber salários menores, assim como benefícios serão cortados ou reduzidos. Na outra ponta, os que defendem o texto sus-tentam que a modernização da atividade econômica permitirá agilidade da cadeia produtiva e contratação de mais trabalha-dores. A discussão abrange muito mais que os aspectos legais; envolve distribuição de poder entre as centrais sindicais, bem como o destino dos milhões de reais anu-almente revertidos aos sindicatos.

Terceirização: o País não pode perder essa oportunidade

BRUNO TOCANTINS_ADVOGADO TRABALHISTA, SÓCIO DO TOCANTINS ADVOGADOS E MEMBRO DO COMITÊ DE ASSUNTOS JURÍDICOS DA AMCHAM RIO

AS LEIS TRABALHISTAS DO BRASIL SÃO ANTIGAS,

ASSIM COMO A JURISPRUDÊNCIA SOBRE TERCEIRIZAÇÃO

O texto aprovado na Câmara tem alguns novos disposi-tivos muito bons, que podem e devem ser utilizados pelos envolvidos. Por exemplo, a criação de uma garantia que ofe-rece mais segurança aos trabalhadores para que recebam os valores a eles devidos, caso a empregadora falhe nas obriga-ções; a obrigatória ciência do sindicato quando houver con-tratação da empresa de terceirização; solidariedade (e não mais apenas subsidiariedade) da tomadora sobre as obriga-ções trabalhistas das terceirizadas; somente se pode contratar empresa especializada em determinada atividade específica, com comprovada aptidão técnica, equipamentos adequados e pessoal altamente qualificado, reduzindo a possibilidade de contratação de empresas de “fundo de quintal”; obrigação, por parte das empresas de terceirização, de entrega de prova de quitação de salários etc., com a suspensão dos pagamen-tos, caso tais empresas falhem nessa obrigação; manutenção de salários e benefícios, em caso de substituição da empresa de terceirização; e igualdade de tratamento entre empregados próprios e terceirizados.

É claro que problemas existirão se houver uma mudança na legislação. Isso é natural e previsível, especialmente em se tratando de uma questão que envolve muitas pessoas e empre-sas. Mas isso não quer dizer que essa mudança seria ruim para a sociedade. As leis trabalhistas do Brasil são antigas, assim como a jurisprudência sobre terceirização. Muito mais impor-tante que a legislação e a jurisprudência, é ter instituições atu-antes e fiscalizadoras eficientes. Os valores revertidos aos sin-dicatos possibilitam, sim, que haja condições mínimas de diligência e atuação na defesa dos trabalhadores.

Uma nova “lei de terceirização” não vai eliminar e/ou redu-zir salários e benefícios se todos os atores agirem de forma correta. A tendência é que, com o passar do tempo, sobrevivam os trabalhadores sérios e qualificados, os sindicatos que bem utilizem o dinheiro das contribuições, as empresas que zelam não apenas pelos empregados, mas também pelos terceiriza-dos, assim como empresas de terceirização qualificadas. A perspectiva a médio e longo prazo é animadora para todos os envolvidos, mas essa mudança tem que começar em algum momento. Temos certeza de que é agora.

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38_Edição 292_jun/jul 2015 Edição 292 Brazilian Business_39

Opening Mutually Beneficial Opportunities

IMPROVE THE BUSINESS ENVIRONMENT IS

FUNDAMENTAL TO UNLOCK THE BILATERAL RELATIONS BETWEEN BOTH COUNTRIES

FROM THE USA

By publication of this article, Brazilian President Dilma Rousseff and U.S. Barack Obama will have met on June 30 in Washington DC, resuming dialogue after the fallout resulting from the Snowden relations postponed the previously planned State

visit in late 2013. The joint Brazil-U.S. business community applauds and welcomes the re-sumption of regular top-level dialogue as a means to open mutually beneficial opportunities.

Both governments have sought the “deliverables” that can be announced as a result of the visit. These were assembled from the group of deliverables “on-deck” since the postponed State visit (e.g. Totalization Agreement), a revisiting of previously negotiated agreements not signed to date (e.g. Open Skies), a list of laudable G2G cooperation initiatives if realizable (e.g. Environment), a list of initiatives with fuzzier scope and action (multilateral and third-country cooperation) and the list of over 120 specific priority asks from the private sector to “debureaucratize” commerce and investment between the two countries.

I do not provide here a full list of the numerous examples which fall into each category but instead focus on the top four asks the Brazil-U.S. business community, including the AmCham Rio, offered to both governments as priority areas for action.

Steven Bipes_ member of AmCham Rio Board Executive Committee and Senior Advisor with the Albright Stonebridge Group

BILATERAL TAX PROGRESSSome debunking is required of the criticism of the 40-year Holy

Grail goal of a Brazil-U.S. Bilateral Tax Treaty (BTT). Progress has been made on this front in the past several years since it was decided to break-up and address each of the major constituent technical obstacles: Tax Information Sharing, Transfer Pricing, Tax Mediation, Tax Dispute Resolution, Tax Sparing. While criticism might have been warranted five years ago, in 2013 the first chunk of this iceberg was finally chipped away with passage of the Tax Information Exchange Agreement (TIEA). While the private sector continues to develop proposals for each of the other areas, next in line is Transfer Pricing. Progress was made in 2015 in visits between U.S. and Brazilian authorities in recognizing the degree of non-alignment in their respective transfer pricing definitions. A concrete deliverable following the visit in the tax area, albeit a “process deliverable”, would be the establishment of a standing G2G Working Group to examine Transfer Pricing to deepen this examination with a goal of eventually reaching agreement to adopt a compatible and meaningful definition of transfer pricing based on the same interpretation of the common international OECD standard. As with all such dialogues, formal mechanisms for the private sector to contribute to and receive debriefings from the governments are welcome.

TRADETaking the cue from the two governments which have said that

there is a major role for the private sector in driving the bilateral relationship, the AmCham Rio supports the work of its partner organizations in the Brazil-U.S. Business Council (BUSBC) – U.S. Chamber of Commerce, the National Confederation of Industry (CNI) and the AmCham Brazil which have each contracted third-party examinations of the benefits of an eventual trade agreement between Brazil and the United States. Each party expects to con-

solidate its respective findings and make recommendations to the governments for their consideration later in 2015. The ac-tion for the governments now is to prepare to receive this input for due consideration by year’s end with a view to realizing mutually-beneficial gains in the coming years.

TRUSTED TRAVELLER PROGRAMTogether with its partner organizations,

the AmCham Rio is a member of the Brazil-U.S. Visa Free Coalition whose goal is to ease travel for Brazilian and U.S. tourists and business people (of every size of business) by realizing the entry of Brazil into the Global Entry and Visa Waiver Programs, reducing U.S. immigration waiting time in the case of the former and eliminating the need to get visas in the case of the latter for visits up to 90 days. The two programs are separate, but generally require increased information exchange between the two governments on would-be travellers.

GLOBAL ENTRY PILOT PROJECT (GEPP)Similar to the approach in the tax area

of first realizing the TIEA before a full BTT, it was decided that realizing a Global Entry Pilot Project (GEPP) would be a productive first step to implementing full unidirectional Global Entry into the U.S., potentially leading to a future similar program in Brazil, all

hopefully being done in parallel to ramp-up and ease Brazil’s eventual entry into the Visa Waiver Program. The AmCham Rio understands that while the Brazilian Federal Police, Ministry of Justice and Receita Federal have taken steps to realize the GEPP, the Casa Civil has not to-date made the priority decision to ensure that all of the involved ministries complete the requisite preliminary technical steps to announce the initiation of the GEPP by June 30. Some ministries, including the Ministry of Foreign Relations, have cited both a desire to realize the GEPP while simultaneously stressing some of the complexities, citing difficulties in proceeding pending a clear and unequivocal orientation and mandate from the Casa Civil to do so. It is therefore possible that even the modest goal of realizing the GEPP could fail to make the list of visit deliverables. A clear win in this area would be the priority decision of President Rousseff to realize completion of the necessary GEPP technical steps by all of the requisite Brazilian ministries and agencies, and in return, for the White House to ensure this item stays on the agenda for some progress in 2015.

VISA WAIVER PROGRAM (VCP)Roughly five things need to happen for

Brazil to enter into the VWP. First, Brazil must comply with the statutory require-

The gains of announcing such Trusted Traveller Program between Brazil and the U.S. would be both substantive and sym-bolic. Over the past few years, the business community has successfully advocated for the recognition of Cachaça as a distinct product of Brazil and Tennessee Whisky and Bourbon as distinct products of the United States. While not impactful in broad commercial terms, this success has impro-ved value to these sectors and consumers without detriment to others while simulta-neously removing an unnecessary sticking point in the bilateral trade agenda. Remo-ving the (greatly improved) yet still bure-aucratic requirement to get a visa to travel to either the Untied States or Brazil will si-milarly be symbolic of the “Brasil sem Bu-rocracia” that President Rousseff made as a second term goal. If the governments wish to ensure that their current list of delivera-bles is sufficiently ambitious, and viewed as such by their respective peoples who yearn for more borderless interaction, exchange, innovation, investment, business, and tou-rism, here is a candidate who’s time is more than ripe.

ments of the VCP legislation which includes, amongst other metrics, having a visa rejec-tion rate less than 3%. Brazil’s rate is cur-rently just above this mark though trending in the right direction. While the possibility ex-ists that this legislative limit could be raised to 10% over the next decade, for the time be-ing, there is little the Brazilian government can do to but to wait. However in parallel, progress with the second, third and forth requirements could proceed. They are the negotiation and signing of bilateral agree-ments for the two governments to share information on: (1) lost and stolen passports (already substantially complete via Interpol cooperation); (2) convicted criminals, and (3) suspected terrorists. Though potentially polemic on first examination, executive pri-oritization by Casa Civil to comply with these requirements, as have the governments of 38 other countries, could at a minimum en-able the announcement of a timetable to im-plement VWP. The fifth item that could ease Brazil’s entry into the program would be for the Obama Administration to find a means within the VWP legislation parameters that would allow the Brazilian government time to address potential non-compliances once in the program to address them vs. facing immediate expulsion as has happened with other countries – a particular concern for the Brazilian government.

40_Edição 292_jun/jul 2015

Internacionalização do modelo de negócios capixaba

ESPÍRITO SANTO

Com estratégia de aquisições, Wine.com.br opera em 17 países

A empresa brasileira Wine.com.br, associada da Câmara de Comércio Americana do Espírito Santo (AmCham ES) e maior e-commerce de vinhos e cerveja da América Latina

e terceiro do mundo, está consolidando a estratégia de internaciona-lização. A companhia – que tem como sócio principal a e.Bricks Di-gital – anunciou, em março, aquisições no segmento de fabricação e comercialização de café em cápsula de alta tecnologia tipo expresso.

As marcas suíças Monodor Patents S.A., empresa de patentes, pesquisas e desenvolvimento de café em cápsula, e Mocoffee, em-presa de café monodose para o consumidor final, agora são con-troladas pela empresa capixaba. Com essas aquisições, dá mais um passo importante na expansão no mercado de consumo de bebi-das, depois da entrada no setor de cervejas, em outubro de 2013.

De uma tacada só, a Wine.com.br vai operar em 17 países por meio de uma série de acordos. A marca será a Mocoffee, que já é uma das líderes de mercado na Suíça, França e Austrália. Ainda em 2015, será lançada e comercializada no Brasil e Holanda, com previsão de entrada nos Estados Unidos em 2016.

A aposta do novo negócio é crescer no segmento oferecendo novas experiências no consumo de café em cápsulas. A estratégia será criar sinergias operacionais aproveitando a plataforma digital desenvolvida nas operações de vinho e cerveja.

A Wine.com.br é conhecida no e-commerce por ter construído uma das maiores operações verticais de vinho do Brasil em menos de cinco anos. O modelo foi estruturado a partir do tripé seleção (curadoria), indicação e serviço, com entrega eficiente das Wine-Box (caixas adequadas ao transporte de garrafas de vinho) para consumidores de todo o País.

Já a Monodor Patents foi fundada por Eric Favre, reconhe-cido mundialmente por ter inventado, patenteado e desenvolvi-do o sistema de cafés em cápsulas – aparelhos portáteis e cafés em doses únicas – para a marca Nespresso. Atualmente, metade de toda a produção de café em cápsula vendida no mundo está baseada na invenção original de Favre. Na Monodor, ele conse-guiu patentear e desenvolver um modelo avançado de cápsulas com a promessa de extrair ainda mais sabor do café.

Favre, 69 anos, deixará as duas companhias, que serão di-rigidas a partir de agora por Pascal M. Schlittler, cofundador da Mocoffee, e Ricardo Flores, diretor de Marketing e Novos Negócios da Wine.com.br.

Para Rogério Salume, CEO da Wine.com.br, “a entrada no segmento do café faz todo o sentido e dá continuidade ao pro-jeto de selecionar, indicar e entregar produtos de alta qualidade aos nossos clientes em todo o Brasil, e agora, em outros países. O País é o maior produtor e exportador de café do mundo em grãos, mas não conseguiu desenvolver até hoje nenhuma mar-ca mundial. Acho que podemos contribuir de alguma maneira levando produtos que tenham a essência do nosso país e con-tinuar a trajetória de inovação e empreendedorismo, lançando novidades e antecipando tendências de mercado, característi-cas marcantes da Wine.com.br nos modelos de comercialização por e-commerce. E mais importante: esperamos, agora, trans-mitir a todos que a Mocoffee será uma marca com o blend e a essência do talento dos brasileiros com a precisão e tecnologia dos suíços”.

Metade das cápsulas de café consumidas no mundo é base-ada diretamente na invenção original de Eric Favre ou derivada dela. As inovações de Favre foram reconhecidas pela Global Co-ffee Review, que conferiu a ele o primeiro Lifetime Achievement Award pela enorme contribuição ao segmento do café. “Estou muito feliz que a nossa tecnologia de encapsulamento, que man-tém toda a qualidade e integridade do produto até o consumo, tenha sido adquirida por um grupo empresarial do Brasil, um país que produz mais de um terço do café em todo o mundo. O cultivo e o mercado de café no Brasil envolvem mais de 8 milhões de pessoas e cerca de 300 mil produtores”, disse Favre.

“ESPERAMOS, AGORA, TRANSMITIR A TODOS QUE A MOCOFFEE SERÁ UMA MARCA COM O BLEND E A ESSÊNCIA DO TALENTO DOS BRASILEIROS COM A

PRECISÃO E TECNOLOGIA DOS SUÍÇOS”,

ROGÉRIO SALUME, CEO DA WINE.COM.BR

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AÇÃO

Ricardo Flores e Rogério Salume

(à direita): novos negócios

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26_Edição 275_mai/jun 201242_Edição 292_jun/jul 2015

OPINIÃO

Vivemos um momento difícil em nosso país, retratado por retomada da infla-

ção, aumento do câmbio e carga tributária elevada, crise hídrica e energética, denún-cias de corrupção e aumento do desempre-go. Um cenário que agride o bem-estar dos cidadãos. Essa agressão crônica causa ansiedade e depressão em diferentes graus, além de outras complicações emocionais e físicas, dependendo de características indi-viduais. Como enfrentar esse momento e se fortalecer?

Somos corpo e alma, físico e emoção, como definiu Leonardo da Vinci, no sécu-lo 16. Não há dissociação. Estudos realiza-dos por cientistas de Harvard demonstram que 80% de todas as consultas médicas no mundo têm relação com o estresse diário vivido pelo ser humano. Hoje, homens de 35 anos estão sendo operados de doenças que antes eram diagnosticadas depois dos 50. Ainda na década de 1990, o câncer de mama incidia sobre mulheres com mais de 50 anos. Atualmente, a doença é diagnos-ticada aos 35 anos.

Em mais de 25 anos realizando check--ups médicos, e a partir da análise de dados de 100 mil homens e mulheres, observa-mos que 70% dos nossos clientes convivem com altos níveis de estresse, o principal fator de risco para a saúde. O indivíduo estressado se alimenta e dorme mal, leva uma vida sedentária. E tudo isso aliado às pressões profissionais e à falta de lazer.

Prozac ou Adidas?

GILBERTO URURAHY_ DIRETOR DA MED RIO CHECK-UP E PRESIDENTE DO COMITÊ DE SAÚDE DA AMCHAM RIO

NÃO ERA O CASO DE TOMAR ANTIDEPRESSIVO. NÃO PODEMOS BANALIZAR A DEPRESSÃO, NEM O

USO DE ANTIDEPRESSIVOS

O estresse crônico favorece a liberação de doses elevadas de adrenalina e cortisol no sangue, com consequências graves como depressão, em indivíduos predispostos. Os sintomas de depressão aparecem em 8% dos nossos clientes, a maioria do sexo feminino e com alto grau de instrução.

Recentemente, recebemos uma cliente em nossa clínica que, ao término dos exames, solicitou uma receita para com-prar Prozac. O pedido nos causou estranheza, por se tratar de uma pessoa dinâmica, alegre e expansiva. E que naquele momento vivia apenas uma fase de desânimo. Não era o caso de tomar antidepressivo. Não podemos banalizar a depres-são, nem o uso de antidepressivos.

Quando sintomas de desânimo, desmotivação e tristeza persistem por semanas ou meses e impedem o retorno à vida normal, aí sim podem ser sinais de alerta para uma depressão verdadeira, que, do ponto de vista bioquímico, caracteriza-se pela baixa produção ou liberação de neurotransmissores, como serotonina.

A indústria farmacêutica desenvolve medicamentos cada vez mais pontuais para elevar os níveis de neurotransmisso-res. Entretanto, apesar dos grandes avanços, nosso cérebro permanece uma caixa de Pandora, uma estrutura pouco conhecida em sua micro-organização. As drogas atuam de forma individualizada. Aquele antidepressivo que, eventual-mente, está contribuindo para o bem-estar de uma pessoa pode ser um gatilho de suicídio para outra.

Portanto, o uso deve ser criterioso. As reações adversas a esse tipo de droga incluem ansiedade, insônia, perda de ape-tite, convulsões, tremor, taquicardia, calafrios, delírio, euforia e, em certos casos, parada cardíaca.

Por outro lado, de forma natural e mais rápida, podemos elevar os níveis de serotonina, além dos analgésicos natural-mente produzidos pelo nosso corpo, as endorfinas. A prática diária de atividade física é uma das medidas mais eficazes nesse sentido.

O hábito de se exercitar é um antídoto natural e fortalece o indivíduo contra doenças, pois oxigena com mais eficácia o corpo e o cérebro, aumenta a imunidade, melhora o fun-cionamento do coração, favorece a produção da fração boa de colesterol (o HDL), controla o açúcar em excesso, propor-ciona um sono reparador, eleva o desejo sexual, retarda o envelhecimento e traz maior sensação de bem-estar.

PRACTICE AREAS

Administrative Law

Corporate Law

Financial and Capital Markets

Competition Law

Energy Law

Tax Law

Judicial and Administrative Litigation

Arbitration

Contracts

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Labor Law

Pension Law

Environmental Law

Election Law

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ÁREAS DE ATUAÇÃO

Direito Administrativo, Regulação e Infraestrutura

Direito Societário

Mercado Financeiro e de Capitais

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Direito da Energia

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Contencioso Judicial e Administrativo

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Direito Previdenciário

Direito Ambiental

Direito Eleitoral

Propriedade Intelectual

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44_Edição 290_jun/jul 2015 Edição 292_Brazilian Business_45

Governos e empresas gerenciam efeitos da crise hídrica

Internacionalização ganha destaque no Networking Coffee

Procuradoria do Rio espera que revogação dos benefícios de ICMS seja parcial

Em debate na AmCham Rio, especialistas apontam políticas de racionamento e reúso de água como alternativas para o quadro de escassez no Sudeste

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Governos e empresas estão administrando os efeitos do cenário de escassez hídrica, que atingiu fortemente a Região Sudeste

do Brasil em 2014, e precisam unir esforços em soluções efetivas de curto, médio e longo prazos. Entre elas, políticas de racionamen-to e reúso de água são apontadas como alternativas imediatas para minimizar o quadro de crise. Em síntese, essa foi a mensagem dos debatedores do evento Escassez Hídrica – Expectativas e Desafios, realizado pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), em 27 de abril. O debate, apoiado pela Federação das Câmaras de Comércio Exterior (FCCE) e moderado por Jorge Peron, especialista em Meio Ambiente do Sistema Firjan, reuniu cerca de 30 executivos e profissionais dos setores público e privado no Rio de Janeiro.

O secretário de Estado do Ambiente do Rio, André Corrêa, apontou a mudança de comportamento do consumidor como uma medida para reduzir o desperdício de água. “A Região Sudeste tem a cultura do excesso. Precisamos mudar essa ideia de que a água é um bem que nunca vai acabar”, afirmou, apontando o abastecimento de água à população como prioridade.

O secretário defendeu, ainda, iniciativas de reúso da água como boas alternativas para o atual contexto, especialmente para grandes empresas. Corrêa disse que o fluxo utilizado na limpeza de filtros da Cedae, por exemplo, pode ser reutilizado nos processos de produção das indústrias no Estado, amenizando a crise de distribuição para essas empresas. “Dentro da nova política estadual de reúso, questões como essas serão estimuladas pelo governo”, destacou Corrêa.

Expandir os negócios para os Estados Unidos pode ser uma alternativa para

as empresas que enfrentam incertezas no atual cenário econômico do Brasil. Rafael Motta, presidente da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), defendeu a internacio-nalização durante o Networking Coffee, evento de relacionamento exclusivo para associados da câmara, em 22 de maio.

“A AmCham Rio mantém estreito contato com representantes dos setores públicos e privados do Brasil e dos EUA”, disse Motta. A organização atua para melhorar o ambiente de negócios e facilitar as relações bilaterais entre ambos os países. “Nós da AmCham Rio fazemos uma ligação direta com os Estados Unidos. Temos uma ótima relação com o consulado americano, com empresas e com a nossa rede global de contatos, que inclui a U.S. Chamber of Commerce, maior organização empresarial do mundo”, afirmou o presidente da câmara.

Bernardo Guimarães [email protected]

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NEWS

“A REGIÃO SUDESTE TEM A CULTURA DO EXCESSO. PRECISAMOS MUDAR ESSA IDEIA DE QUE A ÁGUA

É UM BEM QUE NUNCA VAI ACABAR”, ANDRÉ CORRÊA, SECRETÁRIO DE ESTADO DO AMBIENTE DO RIO

O diretor-presidente da Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Agevap), André Luís de Paula Marques, defendeu a proposta de uma melhor gestão do uso da água em períodos de estiagem. “Não adianta chover agora. O que realmente precisa ser feito é captar a água desta época, economizar e utilizá-la nos próximos momentos de estiagem, que devem ocorrer entre maio e junho deste ano”, disse Marques.

Para Edes Fernandes de Oliveira, diretor de Produção e Grande Operação da Cedae, os estudos feitos durante as crises hídricas de 2013 e 2014 estão servindo como base nos planejamentos de cená-rios futuros no Brasil. “São nestes momentos de crise que aprende-mos e discutimos mais que nos momentos favoráveis. As nossas reu-niões fizeram com que começássemos a entender os problemas dos outros Estados e fazer uma gestão benéfica para toda a população”, afirmou Oliveira.

Uma das medidas para encarar esse quadro de escassez hídrica foi o acordo de partilha do Rio Paraíba do Sul, assinado em março deste ano entre os Estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Mi-nas Gerais, com a Agência Nacional de Águas (ANA). Na proposta – que ainda precisa de aprovação do Supremo Tribunal Federal – ficou estabelecido que o Rio receberá uma vazão de 190 m³/s, fluxo necessário para assegurar o abastecimento do Estado.

Pedro Teixeira, diretor jurídico da Thyssenkrupp CSA, destacou a boa relação entre as autoridades do Estado do Rio de Janeiro e as empresas localizadas no Distrito Industrial de Santa Cruz, enfatizan-do o comprometimento de todos no sentido de buscar alternativas de curto e longo prazo para a solução dos desafios que a escassez hídrica trouxe. Em especial, citou a firmeza e agilidade do Inea no licenciamento ambiental da soleira submersa a ser instalada no ca-nal do Rio São Francisco para conter a intrusão da cunha salina.

Motta aproveitou a ocasião para falar sobre os preparativos do Business Future of the Americas (BFA) de 2016, que será organiza-do pela AmCham Rio. O evento anual de negócios da Association of American Chambers of Commerce in Latin America (Aaccla) reunirá na capital carioca representantes das 24 câmaras da Amé-rica Latina. “Estamos trabalhando para fazer algo belíssimo e es-peramos receber mais de 400 pessoas durante os dias de evento”, concluiu Motta.

O Networking Coffee teve a participação de executivos de 30 empresas, inclusive dos diretores Noel De Simone, da Casa da Cria-ção, Fábio Maia, da Amil, e Antonio Carlos Worms Till, da Vita Check-up Center.

A Procuradoria-Geral do Rio de Janeiro – além de empresários e industriais com negócios no Estado – ainda espera que a

proposta de Súmula Vinculante 69/2012, em votação no Supremo Tribunal Federal (STF), seja aplicada com efeitos parciais, ou seja, mantenha os benefícios fiscais retroativos concedidos apesar da inconstitucionalidade das isenções. A expectativa foi anunciada durante evento realizado no dia 15 de maio na Câmara de Comér-cio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), que reuniu cerca de 40 gestores públicos, tributaristas e empresários.

“Entendemos que a isenção é uma exceção e deve ser interpre-tada restritivamente. Porém, em reverência à necessidade de segu-rança jurídica dos investidores, reconhecemos a inconstitucionali-dade, mas pedimos que não haja produção de efeitos retroativos”, afirmou Sérgio Pyrrho, procurador do Estado do Rio de Janeiro.

A súmula em análise prevê que qual-quer isenção, incentivo, redução de alíquo-ta ou de base de cálculo, crédito presumido, dispensa de pagamento ou outro benefício fiscal relativo ao ICMS, concedido sem pré-via aprovação em convênio celebrado no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), é inconstitucional.

Apesar da expectativa, a possibilidade de que a proposta seja aprovada na inte-gralidade é grande. Recentemente, o pro-curador-geral da República, Rodrigo Janot, emitiu parecer em prol da aprovação e con-tra a modulação dos efeitos. A manifesta-ção trouxe ainda mais peso para a aprova-ção da norma e ampliou a preocupação dos Estados, acostumados a oferecer incentivos fiscais de forma autônoma.

Rafael Motta (em pé) ressalta a importância

da rede global da AmCham Rio

46_Edição 292_jun/jul 2015

década, nossas fontes passaram a incluir outras bases renováveis, como biomassa, energia eólica e solar, totalizando 70% da ener-gia gerada em território nacional.

“O cenário de escassez hídrica e alto preço da energia, asso-ciado ao ritmo lento da economia, causa impacto nos cofres das empresas e do governo. Neste contexto, o setor empresarial deve buscar uma maior eficiência energética e hídrica nos processos de produção, o que reduz o gasto nessas áreas”, afirmou Kárim Ozon, presidente do Comitê de Meio Ambiente da AmCham Rio e sócia do escritório Chediak Advogados.

De acordo com Elbia Silva Gannoum, presidente executiva da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), que também participou do encontro, o País não pode correr o risco de depender apenas das hidrelétricas. “O Brasil soube expandir oportunamente a oferta de energia a partir das hidrelétricas, por-que a água é uma fonte rica, renovável, competitiva e que sempre tivemos em abundância. Sabemos, porém, que o cenário atual não é animador”, concluiu Elbia.

O encontro também foi moderado por Rodrigo de Olivei-ra Botelho Corrêa, procurador do Estado do Rio de Janeiro e membro do Comitê de Meio Ambiente da AmCham Rio, e teve a presença de José Guilherme da Rocha Cardoso, chefe do Depar-tamento de Meio Ambiente do BNDES, José Domingo Bouzón, vice-presidente da ABIH-RJ (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), Pedro Rolim, coordenador do Programa Qualiverde, e do advogado Luiz Gustavo Bezerra, sócio do Motta, Fernandes Rocha Advogados.

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Saúde em primeiro lugar

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A importância dos cuidados com a saúde para evitar o de-senvolvimento de doenças graves no corpo foi um dos temas centrais da I Semana de Medicina Preventiva, rea-

lizada entre os dias 4 e 8 de maio pela Med-Rio, com o apoio da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio). Durante os cinco dias de palestras, mais de 180 visitantes tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas com especialistas e consultores.

O médico Gilberto Ururahy, presidente do Comitê de Saúde da AmCham Rio e Diretor da Med-Rio Check-up, pretende reali-zar novas edições do evento. “A I Semana de Medicina Preventiva da Med-Rio foi um sucesso, com palestrantes do mais alto nível nacional e internacional. A avaliação foi tão positiva que faremos edições anuais do evento”, afirmou o médico.

Um dos destaques foi a palestra do ginecologista Maurício Magalhães sobre câncer de mama. Estima-se que, só no Brasil, mais de 57 mil mulheres tenham sido afetadas pela doença em 2014, uma média de um novo diagnóstico a cada nove minutos. “A grande arma de que dispomos para combater essa ameaça à mulher é a prevenção e o diagnóstico precoce”, disse o ginecologista.

Especialistas falam sobre a importância da prevenção em evento apoiado pela AmCham Rio

Bernardo Guimarães [email protected]

Já o urologista Francisco Sampaio falou sobre procedimentos de reposição hormo-nal e a prevenção do câncer de próstata. O médico fez um alerta sobre a importância de exames na rotina. “Os homens se cui-dam menos que as mulheres, têm medo de descobrir que estão doentes e acham que admitir um problema é sinal de fraqueza”, lembrou o urologista.

Às vésperas da COP 21 e em meio ao cenário de escas-sez hídrica no território brasileiro, diversificar a matriz energética é um grande passo em prol da sustentabilida-

de e pode colaborar para o fluxo de investimentos estrangeiros no País. Essa é percepção de especialistas ligados ao setor que estiveram, no dia 29 de maio, em debate na Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio).

Para Mário Lima, diretor de Sustentabilidade da EY, o cenário é propício para se pensar em energias alternativas. “As fontes re-nováveis vão nos ajudar a cumprir metas de redução, assim como alavancar novos investimentos. Não podemos deixar a oportuni-dade passar”, afirmou o executivo.

A matriz de energia no País é formada por recursos reno-váveis desde o desenvolvimento do setor, principalmente com investimentos hídricos. Segundo dados da EY, durante a última

Política energética alternativa pode ampliar investimento estrangeiro

Elbia Silva Gannoum defende investimentos

em eólicas

48_Edição 292_jun/jul 2015

COMITÊ EXECUTIVO

PRESIDENTE Rafael Sampaio da Motta_CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros

1º. VICE-PRESIDENTE Pedro Paulo Pereira de Almeida _Vice-presidente, IBM Brasil

2º. VICE-PRESIDENTE João César Lima_Sócio, PwC

3º. VICE-PRESIDENTE Fabio Lins de Castro_CEO, Prudential do Brasil

DIRETOR FINANCEIRO Manuel Domingues e Pinho_Presidente, DPC

CONSELHEIRO JURÍDICO Luiz Claudio Salles Cristofaro_Sócio, Chediak Advogados

DIRETOR-SECRETÁRIO Steven Bipes_Senior Advisor, Albright Stonebridge Group

EX-PRESIDENTES Roberto Ramos; Henrique Rzezinski; Robson Goulart Barreto

PRESIDENTES DE HONRA

Mauro Vieira_Embaixador do Brasil nos EUA Liliana Ayalde_Embaixadora dos EUA no Brasil

DIRETORES

Álvaro Cysneiros_Diretor de Operações de Mercado Internacional, Totvs

Alexandre de Botton_Sócio-diretor, Korn Ferry

Antonio Cláudio Buchaul_Segment Head, Citibank

Antonio Carlos Worms Till_Presidente, Vita Check-up Center

Carlos Affonso S. d’Albuquerque_Diretor Financeiro e de Relações com os Investidores, Valid

Carlos Alexandre Guimarães_Diretor Regional Rio de Janeiro e Espírito Santo, SulAmérica Companhia Nacional de Seguros

Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do Brasil

Fábio Maia _Diretor Comercial, Amil

Hélio Blak_Diretor-presidente, Integridade Consultoria

Italo Mazzoni_Presidente, Ibeu

José Firmo_Vice-presidente Sênior, Seadrill Serviços de Petróleo Ltda.

Leandro Andrade Azevedo_Diretor-superintendente, Construtora Norberto Odebrecht S.A.

Luiz Carlos Constamilan_Firjan

Luiz Claudio Salles Cristofaro_Sócio, Chediak Advogados

Manuel Domingues e Pinho_Presidente, DPC

Manuel Fernandes R. de Souza_Sócio responsável pelo escritório RJ, KPMG

Marco Antônio Gonçalves_Diretor-gerente, Bradesco Seguros S.A.

Mauricio J. Vianna e Silva_CEO, MJV Technology & Innovation

Noel De Simone Júnior_Sócio, Casa da Criação

Osmond Coelho Junior_Gerente Executivo da Área Internacional, Petrobras

Pedro Paulo Pereira de Almeida_Vice-presidente, IBM Brasil

Rafael Benke

Rafael Jaen Williamson_Diretor de Assuntos Corporativos, Chevron

Rafael Sampaio da Motta_CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros

Rafael Sauer Eisenberg_Diretor, Amsterdam Sauer Joalheiros Ltda.

Raïssa Lumack_Vice-presidente de Recursos Humanos, Coca-Cola Brasil

Roberto Braga Mendes_Vice President and General Manager, Latin America, Thermo Fisher Scientific

Robson Pinheiro Rodrigues de Campos_Presidente, Wärtsilä Brasil Ltda.

Steven Bipes_Senior Advisor, Albright Stonebridge Group

DIRETORES EX-OFÍCIO

Andres Cristian Nacht | Carlos Augusto C. Salles | Carlos Henrique de Carvalho Fróes | Gabriella lcaza | Gilberto Duarte Prado | Gilson Freitas de Souza | Henrique Rzezinski | Ivan Ferreira Garcia | João César Lima | Joel Korn | José Luiz Silveira Miranda | Luiz Fernando Teixeira Pinto | Omar Carneiro da Cunha | Peter Dirk Siemsen | Roberto Prisco Paraíso Ramos | Robson Goulart Barreto | Ronaldo Camargo Veirano | Rubens Branco da Silva | Sidney Levy

PRESIDENTES DE COMITÊS

Assuntos Jurídicos - Julian Chediak

Propriedade Intelectual - Andreia de Andrade Gomes

Tax Friday - Gerson Stocco

Energia – Manuel Fernandes

Entretenimento, Esportes e Cultura - Steve Solot

Logística e Infraestrutura - em definição

Marketing - Noel De Simone

Meio Ambiente - Kárim Ozon

Recursos Humanos - Claudia Danienne Marchi

Responsabilidade Social Empresarial - Silvina Ramal

Saúde - Gilberto Ururahy

Seguros, Resseguros e Previdência - Luiz Wancelotti

Tecnologia da Informação e Comunicação - em definição

DIRETORIA AMCHAM ESPÍRITO SANTO

PRESIDENTE

Otacílio José Coser Filho_Membro do Conselho

de Administração, Coimex Empreendimentos e

Participações Ltda.

VICE-PRESIDENTE

Maurício Max_Diretor do Departamento de

Pelotização, Vale S.A.

DIRETORES

Bruno Moreira Giestas_Diretor de Marketing,

Realcafé Solúvel do Brasil S.A.

Carlos Fernando Lindenberg Neto_Diretor,

Rede Gazeta

Flavia Rodrigues_Chairperson do Comitê de

Marketing

João Carlos Pedrosa da Fonseca_Superintendente,

Rede Tribuna

Liberato Milo_Diretorg-geral, Chocolates Garoto

Márcio Brotto Barros_Presidente, Bergi Advocacia

Marcílio Rodrigues Machado_Negócios

Internacionais

Marcos Guerra_Presidente, Findes

Maria Alice Paoliello Lindenberg_Relações

Governamentais

Ricardo Vescovi Aragão_Presidente, Samarco

Mineração

Rodrigo Loureiro Martins_Advogado, Sócio

Principal, Advocacia Rodrigo Loureiro Martins

Simone Chieppe Moura_Diretora-geral,

Metropolitana Transportes e Serviços

Victor Affonso Biasutti Pignaton_Diretor, Centro

Educacional Leonardo da Vinci

LINHA DIRETA COM A AMCHAM RIO

Administração e Finanças: Ednei Medeiros (21) 3213-9208 | [email protected]

Produtos e Serviços: Nadia Stanzig (21) 3213-9231 | [email protected]

Comunicação: Eduardo Nunes (21) 3213-9239 | [email protected]

LINHA DIRETA COM A AMCHAM ES

Diretor executivo: Luiz Fernando Mello Leitão (27) 99972-5933 | leitã[email protected]

EXPEDIENTE

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