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Projecto pedagógico de sala
Sala Laranja (dois anos)
“Descobrir a arte através dos
sentidos”
Educadora: Cátia Santos Rosa
Auxiliar de educação: Paula Soares
Ano lectivo 2013/2014
PROJECTO CURRICULAR DE SALA - Ano Lectivo de 2013/2014
2 Associação da Penha de França”
SALA LARANJA
Projecto Curricular
O Projecto Curricular constitui o primeiro nível de concretização do Projecto
Educativo. É o plano de acção que tem como principal função estabelecer as
estratégias de organização e desenvolvimento curricular do Colégio.
“O Projecto Curricular não é mais do que um plano de intervenção
educativa adequado ao Centro Educativo” (Matos Vilar, 1999)
Este plano de intervenção deve pois direccionar-se para as grandes
problemáticas identificadas no Projecto Educativo. Partindo pois do Currículo
fixado na Educação pré-escolar, cabe à escola levar a cabo uma gestão flexível
do Currículo tendo em conta as necessidades e interesses de uma realidade
concreta.
O Projecto Curricular será pois, como nos diz L. Carmo e A. Zabalza (1991,p.6),
um “conjunto de decisões partilhadas pela equipa docente de uma escola,
tendentes a dotar de maior coerência a sua actuação, concretizando as
orientações curriculares de âmbito nacional em propostas globais de intervenção
pedagogico-didáctica adequadas a um contexto específico.”
Encaramos o Projecto Curricular como uma forma particular de num contexto
concreto, nos apropriarmos e reconstruirmos o currículo face a uma situação real,
construindo modos específicos de organização e gestão curricular adequadas à
consecução das aprendizagens/competências apresentadas para as crianças do
nosso contexto específico.
Flexibilizar o Currículo é uma forma de se adequar os diferentes elementos
curriculares às realidades distintas. É um caminho possível para que a escola
possa responder de forma diferenciada à sua diversidade.
A gestão flexível do Currículo permite: aumentar a autonomia e potenciar a
cultura colaborativa dos docentes, aumentar o dinamismo dos processos
possibilitando adequar constantemente as práticas educativas, manter uma
unidade mínima no Colégio, e que a progressão dos alunos possa ser ao mesmo
tempo uniforme e diferenciada.
No entanto são necessárias algumas condições que importa ter em conta:
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SALA LARANJA
A existência de estruturas de coordenação curricular que evitem a dispersão
disciplinar e que possibilitem que o acto curricular seja um processo de acção e
não um processo formal fragmentado pelos docentes.
A existência de condições de cultura escolar que conduzam à participação, à
colaboração e à parceria entre os diversos autores curriculares e particularmente
ao desenvolvimento do profissionalismo docente.
A existência de modelos que reforcem a integração dos saberes que contrariem a
banalização curricular.
No processo de elaboração e desenvolvimento do Currículo existe uma
repartição de competências entre a administração central e a escola assumindo
esta uma autonomia suficiente para dispor da possibilidade de adequar os
conteúdos e os processos educativos às particularidades dos seus diferentes
grupos de alunos.
Posteriormente serão desenvolvidos os projectos Curriculares de turma que
constituirão o segundo nível de concretização do Projecto Educativo. Este
instrumento permite aos docentes operacionalizar as orientações assumidas
anteriormente nos primeiros níveis de planificação, adaptando-as às
características das suas crianças e à especificidades das aprendizagens.
Estes diferentes níveis de planificação permitem que a escola possa ser um
espaço decisional, o que pressupõe uma cultura colaborativa entre os docentes.
Diagnóstico e formulação do problema
Os projectos curriculares de sala devem ser elaborados pelos docentes das salas
e sempre em colaboração com todos os docentes que estejam relacionados com
os alunos dessa mesma sala.
Ao nível dos Projectos Curriculares (escola e/ou turma), os docentes devem pois
tomar decisões sobre o que ensinar ou o que aprender, quando e como ensinar e
o quê, como e quando avaliar.
Assim talvez as práticas curriculares possam ser guiadas pelos princípios da
selectividade, da essencialidade e da adequação.
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SALA LARANJA
Cada criança deverá ser entendida como sujeito do processo educativo, que vai
implicitamente desenvolvendo um projecto que tem como referência o seu desejo
de crescer e de aprender. Este projecto é influenciado pelo meio em que vive,
cabendo a nós profissionais do colégio, partir desses interesses das crianças para
os ampliar e diversificar, despertando novos interesses e fomentando a
curiosidade e desejo de aprender.
Por isso o projecto curricular de sala deste ano ser desenvolvido em torno do
tema, A educação pela arte.
O potencial de desenvolvimento de um ambiente pré-escolar depende da forma
como os adultos e educadores criam a oportunidade para o envolvimento em
actividades e estruturas interpessoais progressivamente mais complexas, e de
acordo com o desenvolvimento da criança, permitindo um equilíbrio do poder,
para que cada criança possa introduzir as suas próprias inovações.
Caracterização do grupo de crianças
O grupo de crianças da sala dos 2 anos da escola “Associação da Penha de
França”, é constituído por 15 crianças com idades compreendidas entre os 18
meses e os 24 meses de idade, sendo assim, trata-se de um grupo Homogéneo.
O grupo tem um maior número de crianças do sexo Masculino, sendo constituído
por 7 raparigas e 8 rapazes, (ver tabela 1).
A grande maioria dos alunos vive na Zona Periférica de Lisboa e são
acompanhados pelos Encarregados de Educação ou por parentes próximos
(avós, tios), até à instituição
São crianças provenientes de famílias de um nível socioeconómico médio.
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SALA LARANJA
É um grupo de crianças muito activas, extrovertidas e alegres, as crianças são
sociáveis, curiosas e interessadas em tudo o que lhes é proposto.
ALGUMAS CARACTERISTICAS DA FAIXA ETÁRIA DOS 2 ANOS
SOCIAL :
A criança de dois anos começa nesta fase a constru;ir a sua identidade;
Manifesta interesse pelo seu corpo, bem como o dos outros;
Demonstra interesse poor jogos de movimento, conseguindo executa-los com
melhor precisão e confiança;
A criança de dois anos já consegur entender pequenas indicações permitindo
assim que alcance o que quer através de pedidos simples;
Começam a surgir mais palavras
Não concebe uma situação da qual não faz parte.Tem dificuldades em conseguir
dividir as coisas com alguém (fase egogêntrica)
EMOCIONAL:
Maior noção do seu corpo e do que lhe dá prazer
Na brincadeira começa a identificar-se com os adultos e a imitá-los em
brincadeiras.
Sabe com maior clareza as regras que lhe impõem
Conseugue gerir de melhor forma as rotinas diárias existentes em sala
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SALA LARANJA
FÍSICO/MOTOR :
Já consegue caminhar equilibradamente
Agarra uma bola pequena com ambas as mãos.
Desafia perigos, testa a sua capacidade motora.
Corre, trepa, salta, joga á bola, controlando melhor seus movimentos.
Segura o lápis não possuindo ainda a destreza da motricidade fina
Folheia livos
Sobe e desce escadas, alternando os pés
No Geral:
As crianças de 2 anos são afirmativas e expansivas, explodem de actividade
motora: correm, saltam, andam, pulam, trepam.
Gostam de experimentar e procurar diferentes estratégias para chegar ao
resultado desejado.
As amizades são cada vez mais importantes. É comum vê-los com um
amigo preferido partilhando com este a maior parte das suas actividades.
Apreciam muito o jogo dramático e os fantoches. Começa a fase do jogo
simbólico. No jogo, interpretam situações que vêm no dia-a-dia, tentando imita-
las.
Conversam incessantemente, mesmo que ninguém os ouça. A linguagem é
um verdadeiro meio de comunicação.
A variedade de palavras começa a surgir, parecendo mesmo uma conversa
perceptível.
Tabela 1 – Tabela classificativa de Numero e de Género das crianças
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Sexo Feminino Sexo Masculino Total
7 8 15
Importância e pertinência do projecto
É um lugar-comum dizer-se que a tarefa primordial da educação é promover o
desenvolvimento integral e harmonioso do indivíduo.
Assim, é partindo deste lugar-comum que perspectivamos a nossa intervenção e
o nosso trabalho acrescentando, no entanto, algumas características que tornam
o nosso desafio mais ambicioso e abrangente.
Ao desafio de desenvolver o indivíduo de uma forma “completa”, acrescentamos
estrategicamente a perspectiva do desenvolvimento da comunidade local e
regional, assente em princípios de participação activa e articulando um conjunto
de factores e intervenções.
Nesta lógica, a intervenção social e educativa que desenvolvemos, é
complementada pelo desporto e pela cultura, potenciando as actividades que
promovemos e as iniciativas que constituem a nossa prática quotidiana.
Para o ano lectivo 2013/2014 escolhemos de forma consensual, “A EDUCAÇÂO
PELA ARTE” como tema central do nosso projecto socioeducativo, tendo este ano
como temas primordiais, a criança e os diferentes tipos de arte.
O desenvolvimento deste projecto assenta numa lógica de participação activa das
crianças. Importa, no entanto, relembrar e destacar o esforço que tem sido feito e
que continuará a constituir uma preocupação de todos, no envolvimento da família
e da comunidade local, na promoção do projecto e na participação empenhada e
permanente nas actividades a desenvolver.
Desta forma, consideramos que é possível enriquecer de uma maneira intensa e
activa o processo de operacionalização do projecto socioeducativo e
simultaneamente contribuir de forma decisiva para o desenvolvimento das
crianças, as nossas valências.
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SALA LARANJA
É neste contexto de permanente troca de saberes e de conhecimentos que
pretendemos levar a cabo o nosso trabalho, não esquecendo as especificidades
de cada indivíduo e desta forma responder de forma adequada às necessidades,
interesses e motivações de cada um
“A Educação pela arte”
A escolha do tema a desenvolver ao longo dos próximos ano lectivo assenta em
três pressupostos fundamentais. O primeiro associado ao contexto social actual,
às necessidades, interesses e motivações das crianças, que frequentam a
instituição.
O segundo decorre do trabalho que tem sido realizado pelos profissionais da
instituição, num processo partilhado e sustentado em estratégias de envolvimento
e participação colectiva, na motivação do seguimento dos vários mini projectos
Em terceiro, pelo contexto institucional actual, de reconhecimento por parte das
artes existentes por todo o mundo, e de todas as particularidades de cada uma
delas a explorar durante o ano lectivo.
Um projecto é pela sua natureza um propósito, isto é, uma intenção de alterar a
realidade na qual pretendemos intervir e levar a cabo a nossa acção. Assim,
traçar objectivos nesta lógica, é apontar caminhos e ter algo que conduza a um
resultado final satisfatório e cumpridor das nossas aspirações.
Desta forma, apontamos um conjunto de objectivos que nos parecem abarcar o
que pretendemos desenvolver e simultaneamente nos permitirão ter um fio
condutor para a nossa prática quotidiana:
- Desenvolver um conjunto de acções e de actividades onde as crianças tenham
contacto directo com o seu meio, e com tudo o que se passa no Mundo;
- Dentro de um conjunto de acções Pedagógicas e Educacionais, surgem vários
mini projectos a serem desenvolvidos no decorrer do ano lectivo, com
intencionalidade de alargar os conhecimentos e aprendizagens das nossas
crianças.
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Temática e objectivos gerais
Promover a autonomia
Promover o respeito e a responsabilidade
Promover o desenvolvimento pessoal e social
Estimular o desenvolvimento da linguagem
Promover a saúde
Incutir hábitos de higiene pessoais
Fomentar regras para uma boa alimentação
Rotina Diária
Período da manhã:
8H00M / 9H30M Recepção e acolhimento das crianças
9H30M Merenda da manhã
9H30M / 10H Canção dos bons dias e história da manhã
10H00M / 11H00M Actividades Planificadas
11H00 /11H45M Refeição/Almoço
12H00M /14H45M Sesta
Contextualização do Projecto
Nas Orientações Curriculares são consideradas três grandes Áreas de Conteúdo, que
incluem diferentes tipos de aprendizagem, não só de conhecimentos, mas também de
atitudes. São estas a Área de Formação Pessoal e Social, a Área de Expressão e
Comunicação e a Área de Conhecimento do Mundo.
A Organização Curricular do Sistema Educativo baseia-se num princípio que consiste no
desenvolvimento de uma Área de Formação Pessoal e Social, para a qual deverão
contribuir todas as componentes curriculares dos Ensinos Básico e Secundário.
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A Área de Formação Pessoal e Social
É considerada uma área de conteúdo integradora, uma vez que, devido à
intencionalidade que lhe é característica, inclui-se nas outras áreas de conteúdo:
Expressão e Comunicação e Conhecimento do Mundo. Está directamente ligada
com a forma como a criança se relaciona consigo própria, com os outros e com o
mundo, num processo onde aprofunda as suas atitudes e valores, o
desenvolvimento de Competências Pessoais e Sociais.
- Independência
- Autonomia
- Partilha do Poder
- Desenvolvimento da Identidade
A Área de Formação Pessoal e Social consiste num processo que deverá apoiar,
ao longo das diferentes fases do desenvolvimento da criança, a aquisição de um
espírito crítico e a interiorização de valores espirituais, estéticos, morais e cívicos.
É considerada uma área transversal, na medida em que todas as componentes
curriculares deverão contribuir para a promoção de atitudes e valores nas
crianças, de forma a que estas, numa fase futura, actuem como cidadãos
conscientes e solidários, capazes de solucionar e resolver situações e problemas
da vida em sociedade.
Nas Orientações Curriculares, esta área assume uma relevância significativa,
sendo, por isso, diferenciada das restantes áreas – Área de Expressão e
Comunicação e Área de Conhecimento do Mundo, uma vez que é considerada
uma área integradora, que abrange e serve de base a estas. As suas finalidades
no campo da socialização evidenciam-se, respeitando a tradição da Educação
Pré-Escolar em Portugal.
A sua importância relaciona-se com a perspectiva de que o ser humano se
constrói interagindo socialmente, sendo influenciado pelo meio envolvente e
influenciando esse mesmo meio. Neste sentido, a criança baseia-se nos
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contextos sociais em que vive, nas relações e interacções com os outros, crianças
e adultos, no que se refere à construção de referências no modo de agir e se
relacionar, nomeadamente no que respeita à noção do que é correcto e
incorrecto, dos direitos e deveres para consigo mesmo e dos direitos e deveres
para com os outros.
Para que existam relações recíprocas é necessário que existe grande
compreensão social e skills de interacção, as crianças que têm um conhecimento
básico da linguagem, das regras e dos hábitos dos seus colegas estão muito mais
aptas a participar nas actividades em grande e pequeno grupo com os seus
pares.
As capacidades das crianças para comunicar, discutir, negociar, dar a vez,
cooperar, e exprimir preferências tal como as razões por trás das suas acções,
desempenham um papel fundamental na interacção social.
Algumas das crianças também não conseguem exprimir-se o suficiente para
poderem comunicar com clareza os seus sentimentos e desejos, tal como as suas
preferências e o motivo destas.
São várias as razões que levam as crianças a resistir ou a rejeitar as normas e as
rotinas da sala, este é um trabalho complexo, que a longo prazo terá frutos, na
construção social da moralidade deste grupo de crianças.
A maioria das aprendizagens são feitas durante os primeiros anos, aprendendo
através da interacção, logo, as capacidades sociais são aprendidas e reforçadas
através de processos interactivos.
A compreensão social e as capacidades sociais – positivas e negativas – são
adquiridas através da situação de “dar e receber”, em contexto de trabalhos e até
de brincadeiras com os colegas. Uma criança aprende o ser “bom” ou “mau”,
através da sua experiência com os outros, consoante o que vê no seu dia-a-dia,
contudo, as interacções têm de ter um conteúdo. Faz parte do nosso currículo de
sala ser um modelo positivo e constante do nosso grupo de crianças, para que
encontrem em nós a calma, coerência, compreensão e estabilidade emocional
que tanto necessitam nestes primeiros anos das suas vidas.
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No que se refere a crianças pequenas, uma interacção significativa tem maior
probabilidade de ocorrer no contexto de actividades que correspondam a
interesses únicos dos intervenientes na interacção.
Muitas crianças pequenas aprendem estratégias sociais a partir da observação da
interacção de outros, como também adoptarem estilos de interacção que
observam na família (Praker, 1990; Hartup & More, 1990). Muitas crianças
também são bastante observadoras da vida social na educação pré-escolar,
prestando atenção ao que pode acontecer e dar bom resultado, a quem é
perigoso, hostil, prestável e cooperante.
Segundo O’Connor (1969, 1972) o visionamento de filmes com conteúdos
relativos à interacção, aumenta na criança de forma significativa a sua capacidade
de interacção.
Pode-se considerar que as crianças podem servir de modelos positivos ou
negativos para outras crianças na sala de aula, daí a modelação ter-se mostrado
um instrumento útil na aprendizagem social, ou seja, muitas crianças modelam-se
a partir de outros, seguindo as suas atitudes e acções.
O Educador pode e deve ser um modelo positivo poderoso, por isso o nosso
projecto curricular de sala contempla com grande valorização a área de formação
pessoal e social nesta fase de crescimento das nossas crianças, por isso, a
aprendizagem das capacidades de interacção em crianças em idade pré-escolar,
não é adquirida, no nosso currículo, através de aulas teóricas, de livros, de
abordagens moralizadoras, ou seja, a criança não aprende a gerir a sua
competência social mediante a disciplina, mas sim nas inter-relações que a
criança vai desenvolvendo, e assim aprendendo a atribuir valor a
comportamentos e atitudes seus e dos outros, ou seja, vai conhecendo,
reconhecendo e diferenciando modos de interagir.
O educador deve conhecer as dificuldades e trabalhá-las com a criança para que
haja uma melhoria substancial da qualidade de aprendizagem da mesma. Assim
espero que as estratégias que vou propondo possam constituir uma mais-valia
para as situações de integração da criança na vida social.
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Recursos/ Estratégias
Áreas de
Conteúdo
Objectivos Estratégias Actividades
Área de
Formação
Pessoal e
Social
Valorizar e escutar
todas as crianças;
Contribuir para o seu
bem-estar e auto-
estima;
Favorecer a
independência e
adquirir maior
autonomia;
Promover a partilha;
Incentivar à
participação
democrática da vida
em grupo;
Fomentar atitudes
de tolerância,
compreensão,
respeito pelos
outros, perante o
confronto de
opiniões;
Reconhecer as
características de
cada um, as suas
capacidades e
limitações;
Organizar o ambiente
educativo interior e
exterior;
Combinar as regras da
sala;
Identificar os materiais
da sala;
Identificar as diferentes
áreas de trabalho;
Registar datas de
aniversários;
Utilizar a comunicação e
a linguagem como
meios de apoio ao
desenvolvimento
pessoal, social e
emocional da criança;
Vivência dos dias
comemorativos;
Envolver as famílias e a
comunidade na
actividade do Jardim de
Infância;
Todas as actividades
que se realizam no dia-
a-dia do Jardim de
Infância;
Estabelecimento de
regras de utilização do
espaço e materiais;
Organização da sala de
actividades;
Permitir iniciativas,
tomas de decisão, a livre
escolha de actividades
através da introdução de
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14 Associação da Penha de França”
SALA LARANJA
Começar a respeitar
as regras da sala;
Saber ouvir, escutar,
esperar;
Reconhecer a sua
identidade;
Educar para a
cidadania;
Adaptar-se ao meio;
Saber interagir.
Intercâmbio entre os
dois Jardins de Infância;
Realizar diferentes
aprendizagens, através
da interacção social;
Proporcionar às crianças
momentos de discussão
e resolução de
problemas;
Interagir com a
comunidade;
Proporcionar às crianças
momentos de discussão
e resolução de
problemas;
regras.
Escutar cada criança, valorizar a sua contribuição para o grupo, comunicar com
cada criança e com o grupo, de modo a dar espaço a que cada um fale, fomentar
o diálogo entre crianças, facilita a expressão das crianças e o seu desejo de
comunicar.
É no clima de comunicação criado pelo educador que a criança irá dominando a
linguagem, alargando o seu vocabulário, construindo frases mais correctas e
complexas, adquirindo um maior domínio da expressão e comunicação, que lhe
permitam formas mais elaboradas de representação.
Cabe ao educador alargar, intencionalmente, as situações de comunicação, em
diferentes contextos, com diversos interlocutores, conteúdos e intenções, que
permitam às crianças dominar progressivamente a comunicação como emissores
e como receptores.
PROJECTO CURRICULAR DE SALA - Ano Lectivo de 2013/2014
15 Associação da Penha de França”
SALA LARANJA
A atitude do educador e o ambiente que é criado devem ser facilitadores de uma
familiarização com o código escrito. Neste sentido, as tentativas de escrita,
mesmo que não conseguidas, deverão ser valorizadas e incentivadas.
Se a escrita e a leitura fazem parte do quotidiano familiar de muitas crianças que
assim aprendem para que serve ler e escrever, todas as crianças deverão ter
oportunidade de ter estas experiências na Educação Pré-Escolar.
No processo emergente de aprendizagem da escrita, as primeiras imitações que a
criança faz do código escrito vão-se tornando progressivamente mais próximas do
modelo, podendo notar-se tentativas de imitação de letras e até a diferenciação
de sílabas, tal como quando a criança aprende a escrever o seu nome, que tem
um sentido afectivo para ela e lhe permite fazer comparações entre letras que se
repetem noutras palavras, o nome dos companheiros, o que o educador escreve.
O desenho é, também, uma forma de escrita. O desenho de um objecto pode
substituir uma palavra, uma série de desenhos permite “narrar” uma história ou
representar os momentos de um acontecimento.
A LINGUAGEM
As crianças iram recebendo mensagens verbais de muitas fontes:
Instruções para acções; informações sobre o que as rodeia; entre outros
exemplos. E também as emitem: respondem aos outros; dão a conhecer os seus
desejos, necessidades, vontades; expressam os seus sentimentos e emoções.
Durante um dia lectivo, são inúmeras as trocas verbais, ou seja, oportunidades de
falar, ouvir, que se tornam a base para as interacções sociais bem como para o
desenvolvimento dos processos cognitivos.
DESENVOLVIMENTO INICIAL DA LINGUAGEM
A escola requer que as crianças se façam entender por meios diferentes dos que
utilizam em casa. Por esta razão, a escola não é o primeiro local de contacto das
crianças com a linguagem. O seu papel é ampliar e enriquecer esta aprendizagem
e corrigi-la, se necessário.
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16 Associação da Penha de França”
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Segundo Spodek e Saracho (1998), “a maioria das crianças pequenas já sabe
usar apropriadamente as formas básicas das frases da língua da sua cultura
quando entra na escola. A aquisição básica da fala gramatical está completa aos
três anos e meio de idade” e “pela interacção com os outros, as crianças
aprendem regras de linguagem. Os erros que muitas vezes as crianças cometem
são o resultado da aplicação da regra em palavras que são excepções à regra.”
A Expressão Dramática
Os Jogos Dramáticos são uma actividade normal da criança. (…)
Dão às crianças o meio de exteriorizarem, pelo movimento e pela voz,
os seus sentimentos profundos e as suas observações pessoais.
Têm por objectivo aumentar e guiar os seus desejos
e as suas possibilidades de expressão.
(Leon Chancerel, citado por Alberto Sousa, 1979)
A Expressão Dramática é um meio de descoberta de si e do outro, de afirmação
de si próprio na relação com o(s) outro (s), que corresponde a uma forma de se
apropriar de situações sociais. Na interacção com outra ou outras crianças, em
actividades de jogo simbólico, os diferentes parceiros tomam consciência das
suas reacções, do seu poder sobre a realidade, criando situações de
comunicação verbal e não verbal. (Orientações Curriculares, 1997)
Assim, o documento orientador das práticas pedagógicas dos educadores de
infância, pretende, com o desenvolvimento desta expressão, que a criança recrie
experiências da vida quotidiana e situações imaginárias, utilizando os objectos
livremente, atribuindo-lhes significado. Visa ainda, e sobretudo, desenvolver a
imaginação, bem como a linguagem verbal e não verbal.
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17 Associação da Penha de França”
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A Expressão Dramática é um dos meios mais valiosos e completos de educação.
A amplitude da sua acção, abrangendo quase todos os aspectos importantes do
desenvolvimento da criança e a grande diversificação de formas que pode tomar,
podendo ser regulada conforme os objectivos, as idades e os meios de que se
dispõe, tornam-na, por excelência, a principal forma de actividade educativa.
Em relação à criança, ajuda-a eficazmente no seu processo de desenvolvimento
bio-psico, socio-motor, pondo em jogo a sua expressividade, a sua criatividade e
a sua consciência de valores, ao mesmo tempo que a ajuda na sua relacionação
social, dado que as actividades de Expressão Dramática em grupo implicam a
colaboração de todos os membros, unindo as suas acções para conseguirem o
objectivo comum.
Toda a actividade expressiva e criativa desenvolve-se a partir da capacidade de
imaginação e de pensamento da criança. No entanto, a eficácia deste processo
só se desenvolve completamente quando ela pode actuar com inteira liberdade
neste mundo que está descobrindo, aprendendo por si e na prática a expressar-
se e a entender-se com os demais, tomando decisões em conjunto, respeitando e
entrando no campo das ideias dos outros, criando uma relação colectiva, o jogo
de Expressão Dramática assenta na imaginação da criança e é subsidiado pela
memória e pelo espírito de observação. Ao ser jogado, apelando para estas
qualidades está ao mesmo tempo estimulando-as.
As expressões corporais, facial, oral, a imitação, a mímica e a dramatização dão à
criança cada vez maior domínio do corpo e do meio (espaço, tempo, relação,
etc.), desenvolvendo-lhe a auto-confiança e o sentimento de segurança.
O valor fundamental dos jogos de Expressão Dramática está, porém, no seu
estímulo à criatividade, pelas excelentes oportunidades que põe à disposição da
criança neste campo. Sempre que joga, ela cria. Os jogos de Expressão
Dramática desenvolvem ainda, não só as faculdades de imaginação e de imitação
que as crianças possuem naturalmente, como também o seu espírito estético, a
sua fantasia e tudo o que contribui para a formação do seu carácter.
Ao “viver” acções em que imita a realidade, a criança está também a preparar-se
para o caso de um dia mais tarde ter que vir a enfrentar essas mesmas acções,
ou semelhantes, na realidade.
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18 Associação da Penha de França”
SALA LARANJA
Realizar actividades que promovam o jogo simbólico, visto que se trata de uma
actividade espontânea onde a criança recria situações do quotidiano.
A criança consegue também transpor e compensar os seus problemas: transpõe
problemas reais para o jogo dramático, a fim de se libertar de conflitos
psicológicos (ex: imita a sua mãe a ralhar consigo por ser desarrumada e imita-se
a si própria a arrumar as coisas, deixando de ser desarrumada – confirmação da
sua submissão ao desejo de agradar); compensa-se de problemas reais,
transpondo-os para o mundo da imaginação, onde tudo pode, a fim de se
compensar das suas capacidades no mundo real (ex.: imita o carpinteiro
habilíssimo, compensando a sua real inabilidade manual). (Alberto Sousa in “A
Educação pelo Movimento Expressivo”, 1979)
Será nosso objectivo primordial mimar e dramatizar vivências e experiências das
crianças, através do corpo e da voz, tais como: levantar-se, vestir-se, viajar;
realizar vários movimentos, sentimentos ou atitudes, como por exemplo estar
triste, alegre, cansado, entre outros.
A criança é um ser em crescimento, um ser que vai tomando cada vez mais
consciência de si próprio e do mundo em que vive. Na primeira etapa da sua vida,
as suas atenções estão concentradas sobre si mesma, sobre o seu corpo.
Descobre-o, toma consciência dele e vai aprendendo a controlá-lo de forma cada
vez mais precisa. É o seu corpo que lhe vai servir de padrão para o conhecimento
do meio que a rodeia. É partindo das sensações corporais que avança para a
percepção e relacionação com o meio.
Dramatizar histórias conhecidas ou inventadas. Estas constituem ocasiões de
desenvolvimento da imaginação e da linguagem verbal e não verbal.
O ponto de partida para qualquer modalidade de representação encontra-se no
texto ou história que a criança vai representar, independentemente do elemento
que utilize para isso: sombras, bonecos, ou o próprio corpo. Em cada uma das
modalidades representativas, o texto será utilizado da forma conveniente para o
fim que se deseja.
A utilização de fantoches de vários tipos e formas. Pois estes facilitam a
expressão e a comunicação através de “um outro”, servindo também de suporte
para a criação de pequenos diálogos, histórias, entre outros aspectos.
PROJECTO CURRICULAR DE SALA - Ano Lectivo de 2013/2014
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SALA LARANJA
Desde os tempos mais remotos e desde a mais tenra idade que a criança está em
contacto com o boneco, formando muitas vezes um binómio inseparável em que a
realidade e fantasia se unem, para proporcionar um mundo mágico onde tudo é
possível, onde tudo é belo, onde tudo pode ser criado e onde todas as emoções
podem ser expressas. O boneco é o primeiro e o mais fiel amigo da criança. Uma
boneca, um urso de peluche ou uma simples boneca de trapos constituem para a
criança um forte elemento transaccional em que se misturam as necessidades de
dar e receber amor, ligando-se-lhes por isso com fortes laços afectivos. É nele
que projecta as suas frustrações e é com ele que tem as suas mais íntimas
conversas e a quem confia os seus desejos e temores. Quando surgem
dificuldades nas relações familiares é nos braços do boneco que a criança se
refugia, fazendo-o participar das suas tensões e da sua violência, bem como da
sua ternura.
(…) O fantoche é essencialmente, para a criança, um companheiro com o qual
marcha, corre, dança e canta, participando muitas vezes consigo em todas as
actividades: vai com ele comer, leva-o consigo para dormir a sesta, está presente
na «cerimónia do bacio», leva-o para o recreio, etc.
É nossa intencionalidade a utilização das sombras chinesas. Pois estas
constituem outro suporte para actividades de dramatização. A partir da projecção
do corpo ou das mãos, bem como de figuras realizadas pelas crianças.
As formas ou silhuetas usadas no teatro de sombras poderão ser feitas com
diversos materiais, desde que sejam opacos. Assim, as crianças podem utilizar: o
próprio corpo – realizando movimentos lentos e mantendo os gestos. Os
contornos têm maior evidência se a criança se coloca de perfil –; um boneco – as
crianças têm muitos brinquedos que representam os seus personagens
preferidos, feitos de borracha, plástico, recortados em papel, etc. Poderá pedir-se
que os tragam para a sala para fazer com eles teatro de sombras –; objectos do
ambiente circundante – poderão usar-se como protagonistas de uma história ou
PROJECTO CURRICULAR DE SALA - Ano Lectivo de 2013/2014
20 Associação da Penha de França”
SALA LARANJA
para improvisar uma decoração. Com tecido, papel amachucado ou caixas
podem-se criar diferentes acontecimentos no terreno, cidades ou aldeias.
PAPEL DO EDUCADOR
A intervenção do educador é fundamental na promoção desta expressão. De
acordo com as Orientações Curriculares (1997), a acção do educador facilita a
emergência de outras situações de expressão e comunicação que incluem
diferentes formas de mimar e dramatizar vivências e experiências das crianças,
(…) permitindo um alargamento do jogo simbólico através de sugestões que
ampliam as propostas das crianças, criam novas situações de comunicação,
novos «papéis» e sua caracterização. Assim, é fundamental dialogar com as
crianças sobre qual o material necessário, como o adaptar e transformar e o que
acrescentar para corresponder aos interesses e necessidades do grupo, são
meios de enriquecer os materiais e situações de jogo simbólico
EXPRESSÃO MUSICAL
O gosto pela música é natural nas crianças. Elas gostam de cantar
e de ouvir música, como gostam de ouvir o ruído da água
que corre da nascente ou o canto de uma ave.
A música é uma linguagem universal, completa,
porque puramente intuitiva, é talvez o modo de expressão
por excelência da espontaneidade.
A criança, ao nascer, entra logo num universo sonoro em que os sons nunca
deixam de existir. É a sua integração neste universo sonoro que deverá interessar
em primeiro lugar ao Educador (ouvir, referenciar, entender, explorar,
PROJECTO CURRICULAR DE SALA - Ano Lectivo de 2013/2014
21 Associação da Penha de França”
SALA LARANJA
experimentar) e só mais tarde, depois de colhidas muitas experiências neste
campo, se poderá motivar a sua combinação para se ir mais além, para a
expressão através de criações sonoras, sempre num desenvolvimento
progressivo. (A Educação pelo Movimento Expressivo, 1979).
Como referem as Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (1997),
A expressão musical assenta num trabalho de exploração de sons e ritmos, que a
criança produz e explora espontaneamente e que vai aprendendo a identificar e a
produzir, com base num trabalho sobre os diversos aspectos que caracterizam os
sons: intensidade (fortes e fracos), altura (graves e agudos), timbre (modo de
produção), duração (sons longos e curtos), chegando depois à audição interior, ou
seja, a capacidade de reproduzir mentalmente fragmentos sonoros.
Como objectivos, destacámos: Aprender a identificar e a produzir sons e ritmos;
Saber fazer silêncio para poder escutar; Escutar, identificar e reproduzir sons e
ruídos da natureza; Compreender o sentido do que se diz, quando se canta a letra
de uma canção. Criar formas de movimento através do ritmo.
A Expressão Musical está intimamente relacionada com a educação musical, na
educação pré-escolar, em torno de cinco eixos fundamentais, nomeadamente,
escutar, cantar, dançar, tocar e criar.
No processo em que a criança aprende a identificar e a produzir sons e ritmos é
importante que a qualidade de som que as crianças ouvem seja agradável e
relaxante. o trabalho com o som tem como referência o silêncio, que nunca é
absoluto, mas que permite ouvir e identificar o fundo sonoro que nos rodeia. Posto
isto, o som ambiental pode ser, muitas vezes, excessivo; por isso, é conveniente
educar a criança para que aprecie o silêncio como realidade, uma combinação
estética de sons e de silêncios.
A exploração das características dos sons pode passar, também, por escutar,
identificar e reproduzir sons e ruídos da natureza – água a correr, vento, «vozes»
dos animais, etc. e da vida corrente como o tic-tac do relógio, a campainha do
telefone ou o motor do automóvel, etc.
A criança sente os ruídos fisiológicos e de movimentação; sendo os ruídos
externos perceptíveis através do ouvido e de todo o seu corpo táctil. Ouve e vê os
movimentos rítmicos de todos os seres e objectos que se movem à sua volta: a
mãe que o trata, o cão que corre, o automóvel que passa, a telefonia que toca,
PROJECTO CURRICULAR DE SALA - Ano Lectivo de 2013/2014
22 Associação da Penha de França”
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etc. Regista e mais tarde racionaliza todos estes sons que ininterruptamente
sucedem à sua volta, para os compreender e para os poder utilizar. É
indispensável para a criança uma boa integração neste mundo sonoro que a
rodeia, não sendo sem dificuldades que ela o faz, respondendo as suas
tendências naturais de modo melhor ou pior, conforme as possibilidades que tiver
para o fazer.
Segundo as Orientações Curriculares (1997), a dança como forma de ritmo
produzido pelo corpo liga-se à Expressão Motora e permite que as crianças
exprimam a forma como sentem a música, criem formas de movimento ou
aprendam a movimentar-se seguindo a música.
A música relaciona-se de maneira directa com as crianças através de três
actividades vitais: cantar, ouvir música e dançar. A partir delas, as crianças
conhecem a música estruturada e elaborada segundo todos os elementos
próprios desta linguagem. Além disso, dão-lhes a oportunidade de começar a
interpretar a música cantando, dançando ou de ouvir enquanto desfrutam desta
arte na sua globalidade. Ao mesmo tempo que vivem a música, desenvolvem-se
as suas habilidades e capacidades que permitirão adquirir o uso inteligente da
linguagem musical.
Através da música, as crianças aprendem a conhecer-se a si próprias, aos outros
e à vida. E, o que é mais importante, através da música as crianças são mais
capazes de desenvolver e sustentar a sua imaginação e criatividade ousada.
Dado que não se passa um dia sem que duma forma ou doutra, as crianças não
ouçam ou participem em música, é-lhes vantajosos que a compreendam.
Assim, torna-se imprescindível que o Educador de Infância, no desenrolar da sua
prática com as crianças, trabalhe/desenvolva, de forma integrada e articulada, a
expressão musical.
Para tal, defini algumas estratégias, tais como:
Cantar, produzindo diferentes formas de ritmo;
Trabalhar as letras das canções;
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Tirar partido das rimas para discriminar os sons e criar variações da letra
original;
Permitir que as crianças exprimam através da dança, a forma como sentem a
música, criem formas de movimento ou aprendam a movimentar-se;
Utilizar o acompanhamento musical, do canto e da dança, que pode ser
realizado pelas crianças, pelo educador ou recorrendo a música gravada;
Construir instrumentos de percussão simples com as crianças;
Utilizar instrumentos musicais mais complexos e com diferentes possibilidades;
Usar um gravador, que permita registar e reproduzir vários tipos de sons e
músicas.
Utilização de partituras.
Será desenvolvido um cancioneiro com várias músicas exploradas no decorrer
do Ano lectivo.
Explorar sons ou musicas dos países a explorar.
Penso que o mais importante, é conseguir proporcionar às crianças, tantas
oportunidades quantas forem possíveis, para que estas absorvam consciente ou
inconscientemente os sons da música que as rodeiam.
Na Expressão Musical, a nossa intencionalidade, é dar já a conhecer algum
sentido cultural anteriormente estabelecido, e proporcionar à criança meios para
satisfazer as suas necessidades, sobretudo e entre outras, as necessidades de
exploração e de integração no mundo sonoro e as necessidades de livre
expressão e criação. Não interessa que a criança fique a saber música ou a tocar
qualquer instrumento; interessa que esta consiga exprimir-se e criar, utilizando a
música e os instrumentos do modo que melhor a satisfaçam nesta área.
Ainda alguns jogos que penso desenvolver com as crianças são os de percepção
e de memória auditiva. Por exemplo o de ouvir e reproduzir ritmos que consiste no
seguinte: uma criança cria um movimento dançando, marcado com batimentos de
pés, de palmas ou com qualquer outra forma de sonorização. Depois de uma
pausa todos procuram reproduzir aqueles movimentos e sons.
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Área de
Expressão e
Comunicação
Objectivos
Estratégias
Actividades
Expressão
Musical
Saber explorar
sons e ritmos,
identificando-os e
reproduzindo-os;
Identificar os
diferentes aspectos
que caracterizam
os sons:
intensidade, altura,
timbre, duração…
Ouvir e identificar o
fundo sonoro que a
rodeia;
Saber fazer
silêncio, para poder
escutar e identificar
sons e ruídos;
Discriminar sons;
Exprimir a forma
como sentem a
música, através da
dança;
Criar formas de
movimentos;
Aprender a
movimentar-se
seguindo a música;
Conhecer alguns
instrumentos
musicais
elaborados pelas
crianças ou outros
mais complexos;
Proporcionar a
ampliação do
reportório de
canções;
Criar situações em
que as crianças
possam explorar
livremente sons,
ritmos e instrumentos
musicais;
Proporcionar
momentos para que
as crianças possam:
escutar, cantar,
dançar, tocar e criar
músicas;
Trabalhar o som
tendo como
referência o silêncio;
Proporcionar
momentos para que
as crianças possam
escutar, identificar e
produzir sons e ruídos
da natureza;
Trabalhar as letras
das canções,
nomeadamente
tirando partido das
rimas e lengalengas e
explorar o carácter
lúdico das palavras;
Criar oportunidades
para as crianças
dançarem;
Favorecer momentos
de acompanhamento
musical, de canto e
da dança, de modo a
enriquecer e
diversificar a
expressão musical,
quer seja realizado
Vários tipos de
canções;
Canções de roda;
Jogos musicais;
Formas de ritmo;
Explorar a voz a
cantar;
Tocar
instrumentos
musicais simples;
Exploração de
sons através do
corpo;
Exploração de
ritmos;
Acompanhar
músicas com
palmas ou outra
manifestação
corporal;
Ir enriquecendo o
reportório das
crianças,
ensinando
músicas
relacionadas com
os temas a
desenvolver;
Cantar e
dramatizar
músicas
folclóricas;
Dançar
livremente,
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Domínio da Expressão Motora
O corpo é um instrumento de relação com o mundo. Desde cedo a criança possui
algumas aquisições motoras básicas.
Expressão
Musical
Desenvolver a
memória auditiva;
Enriquecer o
património musical
e sentir a música
como forma de
comunicação;
Desenvolver a
sensibilidade ao
ritmo e estimular a
criatividade;
Dar à criança
oportunidade de
ouvir e apreciar boa
música;
Desenvolver o
esquema corporal e
expressar-se
através de mímica.
pelas crianças, pelo
educador, ou mesmo
através de música
gravada;
Valorizar
manuseamento e
utilização de
instrumentos
musicais;
Ouvir música de boa
qualidade (erudita,
popular e folclórica);
Acompanhar músicas
com movimentos
corporais livres ou
sugeridos pelo adulto;
Gradualmente, ir
ensinando os nomes
dos instrumentos e de
que são feitos;
Levar a criança a
experimentar a
alegria de cantar e
sentir a música.
seguindo ritmos e
melodias
“inventadas”
pelas crianças;
Apresentar
instrumentos
musicais e
permitir às
crianças o
manuseio e
experimentação
livres, para o
conhecimento de
sons conhecidos;
Oferecer
oportunidade
para as crianças
acompanharem
músicas, tocando
livremente os
instrumentos;
Numa canção,
escolher uma
determinada
palavra e bater
palmas ou tocar
um instrumento
musical na
palavra
combinada.
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A Educação Pré-Escolar deve proporcionar à criança ocasiões de motricidade
global e motricidade fina, permitindo que todas as crianças aprendam a utilizar e
dominar o seu próprio corpo.
Após haver uma grande diversificação de utilização do corpo, esse movimento
passa a ser voluntário (saltar, correr, etc.), até a capacidade de estar quieto
(inibição de movimento) e relaxar faz parte da motricidade global.
A exploração de diferentes formas de movimento permite à criança tomar
consciência do seu corpo, das suas limitações e possibilidades, facilitando assim,
a interiorização do esquema corporal (direita, esquerda, cima, baixo).
A criança apreende as relações no espaço relacionadas com a matemática,
situando o seu próprio corpo.
É no quotidiano do jardim-de-infância que a motricidade fina tem um maior
desenvolvimento, pois aqui as crianças aprendem a manipular diversos objectos.
E até em diversas ocasiões a projectar e receber objectos (atirar e apanhar bolas,
etc.).
A expressão motora pode apoiar-se em materiais existentes na sala e mesmo em
espaço exterior. Os diferentes espaços possuem potencialidades próprias,
cabendo ao educador tirar partido das situações, espaços e materiais, que
permitam diversificar e enriquecer as oportunidades de expressão motora na
criança.
A expressão motora liga-se à expressão musical através do ritmo e sons
produzidos através do corpo, também a dança atinge aqui uma grande
importância. O identificar e designar as diferentes partes do corpo ligam esta
expressão à linguagem.
Os jogos de movimento são bastante importantes, pois quanto mais complexo o
jogo, mais são as ocasiões de controlo motor e socialização, de compreensão e
aceitação das regras e de alargamento da linguagem.
Todas estas situações permitem que a criança aprenda a utilizar melhor o seu
corpo e vá progressivamente interiorizando a sua imagem.
A expressão motora permite a tomada de consciência para uma vida saudável,
relacionando-se assim, com a educação para a saúde.
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Nas Orientações Curriculares, o Domínio da Expressão Motora apresenta como
principais objectivos:
- Proporcionar ocasiões de exercício de motricidade global e motricidade
fina
- Aprender a utilizar e dominar melhor o seu próprio corpo
- Diversificar as formas de utilizar e de sentir o corpo
- Explorar diferentes formas de movimentos (segmentos do corpo)
- Facilitar interiorização do esquema corporal
- Manipular diversos objectos
- Diversificar e enriquecer as oportunidades de expressão motora
- Identificar e designar as diferentes partes do corpo
- Desenvolver uma imagem corporal correcta e positiva;
- Iniciar e confirmar a definição da própria lateralidade;
- Oferecer à criança oportunidades de libertar tensões e energias
reprimidas.
- Promover a capacidade de reacção e reflexos rápidos
Nas Orientações Curriculares, o Domínio da Expressão Motora, apresenta como
principais estratégias:
● Andar devagar, depressa, correr, saltar, rolar, arrastar-se, subir e descer
escadas;
● Projectar objectos: atirar e apanhar bolas ou outros materiais, utilizando as
mãos ou os pés;
● Jogos de movimentos, exercícios gráficos;
● Exercícios em frente ao espelho;
● Jogos imitativos;
● Exercícios de relaxamento;
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28 Associação da Penha de França”
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● Modelagem com diferentes materiais.
Sendo os objectivos e estratégias anteriormente referidos das orientações
curriculares, os que pretendo seguir e cumprir da melhor forma com o grupo de
crianças, tendo sempre em conta o nível de desempenho motor de cada criança
em particular, nomeadamente, proporcionar ocasiões de exercício de motricidade
global e motricidade fina onde as crianças aprendem a utilizar e dominar melhor o
seu próprio corpo; Explorar diferentes formas de movimentos (segmentos do
corpo), através das provas de lançamento, corrida, salto e equilíbrio; desenvolver
uma imagem corporal correcta e positiva e observar a capacidade de reacção e
reflexos rápidos.
O movimento é ele próprio o centro da vida activa das crianças. É uma faceta de
extrema importância de todos os aspectos do seu desenvolvimento, seja no
domínio motor, cognitivo ou afectivo do comportamento humano.
Estas serão algumas das actividades que poderei promover relativamente à
motricidade grossa e de locomoção são:
Andar para a frente, para trás e de lado
Andar nas pontas dos pés
Correr
Subir degraus com um pé à frente
Andar à roda sobre os pés
Saltar sempre no mesmo local com os pés juntos
Equilibrar em cima de uma tábua
Rastejar dentro de um túnel
Ao nível da motricidade fina, irei trabalhar com as crianças as seguintes
actividades:
Colocar blocos em cima uns dos outros
Pinta figuras humanas
Copiar uma qualquer figura ou imagem
Agarrar em lápis, tesouras, objectos mais pequenos e manipulá-los
correctamente
Fazer figuras em barro, plasticina, pasta de modelar
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29 Associação da Penha de França”
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Deitar água de um jarro
Enfiar pontas grandes numa linha
No que diz respeito à capacidade de coordenação olho - mão e olho - pé, as
actividades são:
Apanhar uma bola grande e atirar para um adulto
Empurrar uma bola grande pelo chão com os pés
Empurrar um camião vazio contornando obstáculos
Ao longo do ano tentarei avaliar e observar, se as crianças são possuidoras
destas capacidades que referimos anteriormente. Todas as crianças na idade pré-
escolar deverão possuir todas estas capacidades, desempenhando de uma forma
razoável todas estas tarefas.
Se estas não são capazes de desempenhar todas estas tarefas, cabe ao
educador de infância dar uma atenção especial a esta criança.
Segundo pesquisas sobre psicólogos do desenvolvimento, verificam que o
desenvolvimento da motricidade grossa é a consciência do tronco e das partes
maiores do corpo, bem como os seus movimentos. O tonús muscular é obtido por
repetições regulares e constantes dos movimentos dos músculos e a densidade
óssea é mantida graças à tensão sobre os ossos durante o movimento.
Dificuldades no desempenho da motricidade grossa, pode levar à criança,
futuramente, limitações na sua confiança e pode criar problemas sociais. Mas
estas dificuldades só são diagnosticadas quando a criança ingressa no ensino
primário.
Ao desenvolver estas actividades pretendo estar sempre a, avaliar e observar o
desenvolvimento do crescimento de cada criança individualmente, para que esta
tome de uma forma gradual, consciência do seu corpo e das suas capacidades.
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30 Associação da Penha de França”
SALA LARANJA
Área de
Expressão e
Comunicação
Objectivos
Estratégias
Actividades
Área de
Expressão
Motora
Dar à criança
momentos de alegria;
Diversificar formas de
usar e sentir o corpo
e criar vocabulário;
Promover situações
que levam as
crianças a tomar
consciência das suas
potencialidades;
Possibilitar situações
onde as crianças
manipulem diversos
objectos;
Realizar jogos de
movimento, com
regras cada vez mais
complexas;
Proporcionar
actividades de
expressão motora,
que visem o controlo
motor, socialização,
compreensão de
regras e alargamento
de vocabulário;
Reconhecer o
esquema corporal;
Saber situar-se no
espaço e no tempo;
Proporcionar
ocasiões de
exercício da
motricidade global
e também da
motricidade fina,
utilizando o
espaço sala,
ginásio e espaço
exterior;
Tirar partido das
situações, espaços
e materiais que
permitam
diversificar e
enriquecer as
oportunidades de
expressão motora;
Proporcionar
momentos que
possam dar lugar
a situações de
aprendizagem em
que haja um
controlo voluntário
de movimentos,
tais como trepar,
saltar, correr,
deslizar…
Criar ocasiões em
que as crianças
possam receber e
projectar objectos;
Organizar
movimento com
música, criando
esquemas e
estimulando a
harmonia dos
Jogos tradicionais;
Canções de roda;
Proporcionar actividades
de: correr, saltar, rodar,
saltar ao pé coxinho,
marchar, subir, saltitar,
seguir ordens…;
Sem locomoção (dobrar-
se, balançar-se, rodar,
mexer os membros
superiores e inferiores);
Dominar algumas
técnicas da motricidade
fina (rasgagem,
recorte…);
Criar actividades para
que a criança se situe no
espaço: em cima/em
baixo; à frente/atrás;
dentro/fora; perto/longe…
Dar noções de
lateralidade ao longo de
todo o ano lectivo;
Reconhecer os
movimentos das
expressões: para
dentro/para fora; para
cima/para baixo…
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31 Associação da Penha de França”
SALA LARANJA
Área de
Expressão
Motora
Ter coordenação
visual e motora;
Ter equilíbrio;
Dominar algumas
técnicas de
motricidade fina;
Expressar
criatividade através
do movimento;
Reproduzir posições
mesmo espelhadas;
Oferecer à criança
oportunidade de
libertar energias
acumuladas e
impulsos reprimidos.
movimentos.
Domínio da Expressão Plástica
O domínio da expressão plástica, como todos os outros, é muito importante para
o desenvolvimento global da criança, pois neste a criança explora
espontaneamente diferentes materiais e instrumentos de expressão plástica.
A expressão plástica implica um controlo da motricidade fina, relacionando-se
com a expressão motora, recorrendo a materiais e instrumentos específicos.
As actividades de expressão plástica são de iniciativa da criança que exterioriza
espontaneamente imagens que interiormente construiu.
Cabe ao educador valorizar o processo de exploração e descoberta de diferentes
possibilidades e materiais, e estimular construtivamente desejo de aperfeiçoar e
fazer melhor.
O desenho, pintura, digitinta bem como a rasgagem e colagem são técnicas de
expressão plástica comuns na educação pré-escolar.
PROJECTO CURRICULAR DE SALA - Ano Lectivo de 2013/2014
32 Associação da Penha de França”
SALA LARANJA
O desenho é uma forma de expressão plástica que não deve ser banalizada,
servindo apenas para ocupar o tempo, depende do educador torná-la uma
actividade educativa.
Enquanto meio de representação e comunicação, a expressão plástica pode ser
da iniciativa da criança ou proposta pelo educador, recriando momentos de uma
actividade, aspectos de um passeio ou de uma história, são meios de documentar
projectos que podem ser depois analisados permitindo assim fazer uma
retrospectiva do processo desenvolvido e da evolução da criança e do grupo.
As interacções das crianças durante as actividades são um meio de diversificar as
situações, pois implicam uma resolução de problemas.
Em relação aos materiais existentes, estes devem obedecer a critérios de
qualidade. A disposição ordenada dos materiais, a sua diversidade e
acessibilidade são condições para que a criança possa realizar o que deseja, que
implica o conhecimento de regras. Podemos relacionar com o desenvolvimento
pessoal e social o cuidado com os materiais e a responsabilidade pelo material,
bem como o respeito pelo trabalho dos outros.
A expressão plástica pode ser trabalhada a 3 dimensões, como por exemplo a
modelagem, se esta a duas e a três dimensões estará presente durante toda a
educação pré-escolar, a expressão tridimensional tem uma importância
fundamental para as crianças mais pequenas.
Por fim, os contactos com a pintura, a escultura, constituem momentos
privilegiados de acesso à arte e à cultura que se traduzem por um enriquecimento
da criança, ampliando o seu conhecimento do mundo e desenvolvendo o sentido
estético.
Nas Orientações Curriculares, o Domínio da Expressão Plástica apresenta como
principais objectivos:
- Controlo e desenvolvimento da motricidade fina
Segundo Fonseca (1984), a íntima relação que a praxis fina tem com a percepção
visual é de grande importância para o desenvolvimento psicomotor e para o
desenvolvimento de aprendizagem.
- Exteriorizar espontaneamente imagens que interiormente construiu
PROJECTO CURRICULAR DE SALA - Ano Lectivo de 2013/2014
33 Associação da Penha de França”
SALA LARANJA
Segundo Ingelott Taterka (1986), a criança ao recriar o que visualizou, passará a
tomar consciência destas duas realidades e da força do trabalho criativo como
ligação entre elas.
- Valorizar o processo de exploração e descoberta de diferentes possibilidades e
materiais
Segundo Ingelott Taterka (1986), trabalhando com materiais e instrumentos
variados, as crianças exercitam a coordenação fina e aprendem a observar e
perceber as características dos objectos e dos materiais, sentindo e
experimentando texturas, cores, formas e espaços.
- Estimular o desejo de aperfeiçoar e fazer melhor.
- Desenvolver a criatividade na criança;
A criatividade e a expressão na criança, implicam amadurecimento, capacidade
de comunicação, nível perceptivo e motor, grau de motivação e, desde logo,
conhecimentos da aplicabilidade de certas técnicas no seu trabalho criativo.
- Desenvolver a expressão gráfica
A prática e o conhecimento de técnicas gráficas e plásticas serão essencialmente
praticados no sentido de estimular o poder criador da criança, ajudando-a a
encontrar o equilíbrio por meio de uma série de experiências sensoriais e
intelectuais, de modo a:
- Ajudar a criança a organizar ideias
- Estimular a criança a respeitar os trabalhos dos outros
- Aumentar a sensibilidade estética nas crianças
Nas Orientações Curriculares, o Domínio da Expressão Plástica apresenta como
principais estratégias:
● A criança explora livremente diferentes materiais
● Pintura livre/ dirigida;
Segundo Viktor Lowenfeld (1986), a criança deve ter sempre acesso a um papel e
lápis de cera, para desenhar sozinha, colorindo, rabiscando à vontade. Ela não
precisa de orientação.
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34 Associação da Penha de França”
SALA LARANJA
● Recriar momentos de uma actividade, aspectos de um passeio ou de uma
história
● A Modelagem, colagem, dobragem, digitinta, rasgagem são técnicas de
expressão plástica na educação pré-escolar.
Segundo Camilo Cardoso (1998), vivemos numa sociedade que bastante
precocemente impõe normas e obrigações à actividade das crianças mas, o
desenho, a pintura e a modelagem, como meios de expressão livre, permitem-lhe
a revelação de um poder especificamente humano: o de criar.
Segundo a enciclopédia de educação infantil (1997), é através do desenho, da
pintura e da modelagem de formas que a criança melhor acede ao símbolo
gráfico, à sua compreensão e utilização.
A disposição dos materiais deve ser ordenada, estes devem ser diversificados e
devem estar acessíveis às crianças.
O desenho é uma forma de expressão plástica que não pode ser banalizada
Segundo Arno Stern (1974), na psicanálise o desenho é um meio de contacto
entre o doente e o analista. Tem um valor funcional, substitui passageiramente a
linguagem falada.
O educador tem um papel primordial no desenvolvimento global da criança, pois
para isso, cabe ao educador proporcionar experiências diversificadas de modo a
que esta explore todas as capacidades do seu corpo.
Deverá orientar o trabalho das crianças direccionando-o para a observação do
próprio corpo e da realidade exterior bem como para a identificação de sensações
e percepções.
A Expressão Motora e a Expressão Plástica, são muito importantes na vida da
criança, pois ambas desenvolvem a auto-estima, promovem o sentido crítico,
exploração do espaço e do tempo, interiorização de regras, desenvolvem a
motricidade fina e grossa, entre outros.
Relativamente à Expressão Plástica, esta é um dos modos mais característicos
que a criança tem, não só de observar e manipular a matéria, de forma criativa,
como, também, de comunicar ao exterior a sua particular visão do meio, a sua
aquisição permanente de noções e a necessidade de compartilhar com os outros.
PROJECTO CURRICULAR DE SALA - Ano Lectivo de 2013/2014
35 Associação da Penha de França”
SALA LARANJA
Área de
Expressão e
Comunicação
Objectivos
Estratégias
Actividades
Expressão
Plástica
Explorar
espontaneamente
diversos materiais e
instrumentos de
expressão plástica;
Valorizar o processo
de diferentes técnicas;
Promover a
interacção das
crianças durante as
actividades de
expressão plástica;
Diversificar e permitir
a acessibilidade dos
materiais;
Ser capaz de
explorar, manipular
diferentes materiais;
Saber respeitar o
trabalho dos outros;
Expressar-se com
criatividade, alargar o
contacto com
diferentes formas de
manifestação artística;
Demonstrar alguma
sensibilidade e
sentido estético;
Desenvolver a
coordenação motora
fina.
Explorar
espontaneamente
diversos materiais
e instrumentos;
Organizar os
materiais, tendo
em conta a
diversidade e a
acessibilidade;
Utilizar materiais
tridimensionais,
como barro, areia,
plasticina, massa
de cores…
Utilizar diferentes
materiais de
desperdício;
Incentivar a
criança a
exteriorizar os
trabalhos que
construiu;
O educador
deverá valorizar o
processo de
exploração e
descoberta de
diferentes
possibilidades e
materiais.
Desenho com diversos
materiais;
Rasgagem de diversos
materiais;
Colagens de diversos
materiais;
Modelagem com
diversos materiais;
Várias técnicas de
pintura;
As actividades de
expressão plástica
poderão ser da iniciativa
da criança que
exterioriza
espontaneamente
imagens que
interiormente construiu.
PROJECTO CURRICULAR DE SALA - Ano Lectivo de 2013/2014
36 Associação da Penha de França”
SALA LARANJA
ÁREA DO CONHECIMENTO DO MUNDO
Áreas de
Conteúdo
Objectivos Estratégias Actividades
Área do
Conhecimento
do Mundo
Formar na criança
atitude científica;
Observar o mundo;
Explorar;
Ter curiosidade de
saber;
Ter atitude crítica;
Saber respeitar
culturas diferentes;
Saber o nome, a
morada e a idade;
Questionar;
Sensibilizar para as
ciências;
Observar a natureza
nas diversas
estações do ano;
Abordar aspectos
científicos que
ultrapassam a
experiência
directa da criança
e as suas
vivências
imediatas;
Utilizar diferentes
formas de
registos, que
permitam a
classificação e a
ordenação;
Proporcionar
oportunidades de
contactar com
novas situações
que são
simultaneamente
ocasiões de
descoberta e de
exploração do
mundo;
Realizar
deslocações ao
exterior;
Recorrer a
experiências e
vivências
Passeios e visitas de
estudo a locais de
interesse para o grupo;
Observação directa e
indirecta de plantas e
animais;
Explorar e conhecer o
meio envolvente;
Favorecer um tipo de
experiências que levem a
descobertas naturais;
Fazer experiências;
Utilização das novas
tecnologias;
Dar oportunidade à
criança (através de
conversas,
observações…), de formar
hábitos e atitudes para
conviver
harmoniosamente com
outras pessoas,
contribuindo para o seu
progresso social;
PROJECTO CURRICULAR DE SALA - Ano Lectivo de 2013/2014
37 Associação da Penha de França”
SALA LARANJA
Área do
Conhecimento
do Mundo
Sensibilizar para a
educação ambiental;
Proporcionar e
desenvolver a
capacidade de
observação e
experimentação;
Promover atitudes de
respeito pela
natureza, pelo
ambiente e saúde;
Mostrar interesse
pelo meio que o
rodeia;
Saber manusear
alguns instrumentos
de ciências;
Levar a criança à
consciencialização da
importância de cada
indivíduo no contexto
social.
realizadas pelas
crianças, no seu
contexto social e
familiar;
Introduzir
aspectos relativos
a diferentes
domínios do
Mundo;
Desenvolver
habilidades
específicas de
planear,
pesquisar,
observar,
informar-se,
entrevistar…
Dar à criança
oportunidade de
formar hábitos e
atitudes que lhe
permitam um bom
ajustamento sócio
emocional.
Registar as informações
recolhidas, através de
desenhos, gravuras,
pesquisas…
Levar a criança a observar
directamente as
transformações de alguns
animais. (ex.:
transformação da lagarta
em borboleta…).
PROJECTO CURRICULAR DE SALA - Ano Lectivo de 2013/2014
38 Associação da Penha de França”
SALA LARANJA
Plano Anual de Actividades
Outubro:
- Outono
- A minha identidade
- Dia Mundial da Alimentação
Novembro:
- S. Martinho
- Festival de sabores do outono
- à descoberta do meu corpo
Dezembro:
- Inverno
- Natal
- Família
Janeiro:
- Dia de Reis
- Inverno
- As cores do arco-íris
Fevereiro:
- Carnaval
- Dia dos Namorados (árvore dos sentimentos)
Março:
- Dia do Pai
- Dia da Árvore
- Primavera
PROJECTO CURRICULAR DE SALA - Ano Lectivo de 2013/2014
39 Associação da Penha de França”
SALA LARANJA
Abril:
- Páscoa
- Os transportes
Maio:
- Dia da Mãe
- Dia Mundial da família (maior enfâse aos avós)
Junho:
- Dia Mundial da Criança
- Festa de final de ano
- Santos Populares
- Verão
Julho:
- Dia dos Avós
Agosto:
- Encerramento do ano lectivo