Dermatologa_Clnica_Veterinaria

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    Diagnstico por Imagem

    UltrassonografiaHistria

    A histria do ultrassom remonta a 1794, quando Lazzaro Spallanzini demonstrouque os morcegos se orientavam mais pela audio que pela viso para localizarobstculos e presas. Em 1880 Jacques e Pierre Curie deram uma contribuio valiosa

    para o estudo do ultrassom, descrevendo as caractersticas fsicas de alguns cristais.

    Um dos pioneiros foi Douglas Howry que, junto com W. Roderic Bliss,

    construiu o primeiro sistema com objetivo mdico durante os anos de 1948/1949,produzindo a primeira imagem seccional em 1950.

    Definio

    Ultrassom significa a emisso de ondas sonoras de alta frequncia, inaudveisaos ouvidos humanos. A frequncia do som audvel entre 20 e 20.000 Hz. Em umultrassom diagnstico, um pulso de ondas de ultrassom dirigido ao interior do corpo eele atravessa os tecidos at alcanar uma superfcie refletora de onde ele refletido devolta ao transmissor, que age tambm como receptor.

    As frequncias de ultrassom diagnstico variam de 2 a 20 MHz.

    A ultrassonografia um mtodo de diagnstico por imagem bastante usado naMedicina Veterinria por fornecer informaes em tempo real sobre a arquitetura ecaractersticas ultrassonogrficas dos rgos, identificando condies fisiolgicas dostecidos bem como condies patolgicas, quando realizada de forma dinmica.

    *O sinal de retorno chamado de eco.

    Principais Pecul iar idades

    - um mtodo no-invasivo ou minimamente invasivo;

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    -As imagens seccionais podem ser obtidas em qualquer orientao espacial;

    -No apresenta efeitos nocivos significativos dentro do uso diagnstico namedicina;

    -No utiliza radiao ionizante;-Possibilita o estudo no-invasivo da hemodinmica corporal atravs do efeito

    Doppler;

    -A aquisio de imagens realizada praticamente em tempo real, permitindo oestudo do movimento de estruturas corporais.

    Fsica

    O som uma onda mecnica e sua propagao se d pela vibrao das partculas

    do meio no qual se alastra. Ultrassom um termo que se aplica onda sonora cujafrequncia superior quela percebida pelo ouvido humano, ou seja, acima de 20KHz.

    No caso do ultrassom no h transporte de matrias, deslocamento de partculas,apenas reas de compresso e rarefao.

    Comprimento de Onda: representado por(lambda), corresponde a distncia emque o fenmeno se repete; pode representar tambm a distncia entre duas reas decompresso e rarefao ou dois pontos similares em uma dada onda. Quanto menor ocomprimento de onda, melhor a resoluo da imagem visualizada. O comprimento de

    onda depende da velocidade do som no meio e da frequncia utilizada. Este conceitoest diretamente relacionado resoluo espacial da imagem.

    Frequncia (f): nmero de ciclos completos de oscilao (ciclos) produzidos emum segundo; medido em Hertz (Hz). De acordo com a frequncia, o som dividido emtrs categorias: infrassom (f< 20 Hz), som audvel (f entre 20 e 20.000Hz) e ultrassom(f> 20.000Hz). A frequncia do transdutor implica diretamente na resoluo espacial e uma caracterstica inerente ao cristal que o compe. Quanto maior a frequncia dotransdutor, menor o comprimento da onda sonora e melhor a resoluo espacial.

    Transdutores de menor frequncia (de 3,5MHz) so utilizados para oexame de tecidos profundos, como, por exemplo, o exame de abdmen (fgado,vescula, bao e rins), plvico (bexiga, tero, ovrios, prstata e obsttrico) e ostransdutores de frequncia elevada (maiores que 7,5MHz) so utilizados paraexame de tecidos superficiais, como a mama, tireoide, pele, testculo, etc.

    Relao frequncia e penetrao do ultrassom

    f (MHz) 2 3,5 5 7,5 10 15

    Penetrao (cm) 50 15 10 7 5 1

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    Perodo (T): tempo caracterstico em que o mesmo fenmeno se repete (inversoda frequncia).

    Amplitude (A): magnitude ou intensidade da onda sonora proporcional deflexo mxima das partculas do meio de transmisso. Esta caracterstica determina

    a intensidade da onda sonora, ou seja a energia que atravessa o tecido, referindo-se, nocampo diagnstico aos efeitos biolgicos.

    Velocidade: a constante de cada material. Depende das propriedades elsticasda densidade. Por exemplo, a velocidade de propagao do som no ar em mdia de340m/s, no lquido de 1200m/s e nos slidos de 5000m/s.

    Formao da I magem

    Os equipamentos de ultrassonografia diagnstica possuem uma unidade bsica

    denominada transdutor (ou sonda) e este elemento bsico converte uma forma deenergia em outra.

    Os transdutores so montados de maneira a produzir e receber os ecos e eles socompostos por materiais piezeltricos, por aparato eletrnico (eletrodos para a excitaodos cristais e captao dos ecos), por uma lente acstica, por material que acopla a lenteaos cristais, e por um material de amortecimento posterior (que absorve as frequnciasindesejveis produzidas eventualmente).

    Figura 1. Esquema de um transdutor de ultrassonografia.

    Fonte:EMBRAPA, 2003.

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    Os elementos piezoeltricos que compem os transdutores tm a capacidadeemitirem eletricidade quando pressionados, e ao mesmo transformam energia eltricaem mecnica (onda sonora), que chamado efeito piezoeltrico inverso. So, portantotransmissores e receptores simultaneamente.

    *Materiais piezoeltricos mais comuns: quartzo, turmalina, Sal de Rochelle, Titanato deBrio, Titanato Zirconato de Chumbo (PZT). Recentemente novas tcnicas deconstruo de transdutores tm usado certos compsitos, uma mistura de polmeros ematerial piezoeltrico.

    Transdutores

    Os transdutores setoriais podem ser eletrnicos ou mecnicos, diferentementedos lineares e convexos que so somente eletrnicos. Os setoriais e os convexos doorigem a feixes sonoros divergentes de cunha, j os lineares produzem um feixe sonoro

    de linhas paralelas, dando origem a um campo de imagem retangular. Algunstransdutores possuem a capacidade de operarr em freqncias diferentes, desta formaobtendo vrias vantagens, incluindo a capacidade de variar a profundidade de

    penetrao, sem alterar o transdutor.

    Convexo Linear Setorial

    Modos de Exibio dos Ecos

    Modo-A (modo de amplitude): utilizado com menor frequncia, mas aindapode ser usado especialmente para exames oftlmicos e outras aplicaes que requeremmedidas de comprimento ou de profundidade precisas, como exames do encfalo(encefalografia). Esse o modo mais simples dos trs e um mtodo unidimensional.

    Modo-B: os ecos de retorno so digitalizados e convertidos em vriasintensidades de brilho, em duas dimenses, na forma de uma escala em cinza, e soexibidos em um monitor de televiso. Os retornos dos ecos fortes so muito brilhantes,

    e os ecos pobres so acinzentados ou pretos. Ainda no modo-B, a imagem de retorno

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    continuamente atualizada pelo computador, para fornecer uma imagem bidimensional(2D), que uma imagem dinmica ou em tempo real.

    Figura 2. Esquematizao da formao da imagem no Modo-B.

    Fonte:EMBRAPA, 2003.

    Modo-M (motion-mode): usado em ecocardiografia para obter imagens de

    resoluo alta de estruturas cardacas que se movimentam ao longo do tempo. Ostraados do modo-M geralmente registram a profundidade no eixo vertical e o tempo nohorizontal. A imagem orientada com o transdutor no topo. Os traados de eco

    produzidos em modo-M so teis para uma avaliao precisa das cmaras e paredescardacas, alm da avaliao quantitativa da movimentao da vlvula e da parede como tempo.

    Conceitos

    Impedncia acstica: est relacionada com a resistncia ou dificuldade do meioa passagem do som. Quando o feixe sonoro atravessa uma interface entre dois meioscom a mesma impedncia acstica, no h reflexo e a onda toda transmitida aosegundo meio. a diferena de impedncia acstica entre dois tecidos que define aquantidade de reflexo na interface, promovendo sua identificao na imagem.Resumindo, quanto maior a diferena de impedncia entre duas estruturas, maior ser aintensidade de reflexo.

    Atenuao: a diminuio da intensidade do feixe sonoro ao atravessar o tecido,como resultado da absoro da energia sonora, da reflexo, e da divergncia do feixe,distribuindo a energia sonora em uma rea maior. Ela diretamente proporcional

    frequncia do transdutor, ou seja, quanto maior a frequncia do transdutor maior ser aatenuao do feixe sonoro.

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    *Para compensar a atenuao os equipamentos possuem recursos de ampliao,denominados controles de ganho. (A sombra acstica posterior e o reforo acstico

    posterior so artefatos que ocorrem em decorrncia da atenuao do feixe sonora, pordiferentes causas)

    Absoro: feita principalmente atravs da transformao de energia sonora emcalor, porm com as intensidades utilizadas para diagnstico, o aumento de temperatura imperceptvel. Este fenmeno proporcional frequncia e depende da viscosidadedo meio. O osso, por exemplo, absorve dez vezes mais a onda sonora que os tecidosmoles.

    Refrao: a alterao da direo do feixe transmitido em relao ao feixeincidente (desvio do feixe sonoro). Ela ocorre quando a incidncia sonora sobre umainterface grande e lisa no perpendicular.

    Reflexo: ocorre quando h diferena de impedncia acstica entre os doismeios, em ngulo igual de incidncia. Quanto maior a reflexo do feixe sonoro, maior aintensidade do eco recebido e, portanto menor a transmisso do som de um meio para ooutro (por exemplo, o osso, reflete muito o eco e no permite o estudo das estruturassituadas atrs deles).

    Reflexo especular: o feixe sonoro encontra uma interface lisa e maiorque o comprimento de onda. Como exemplo, podemos citar o diafragma. Nesta situaoa reflexo de grande amplitude e apresenta ngulo igual ao de incidncia.

    Reflexo dispersa ou espalhamento (scattering): ocorre quando ocomprimento de onda do feixe acstico maior do que as partculas que compem omeio, originando ecos de baixa amplitude, independente do ngulo de incidncia. Sovrias e pequenas reflexes. Ela responsvel pela identificao do parnquima dosrgos.

    Difrao: ela se desenvolve quando as extremidades de uma estrutura interpostano trajeto do feixe acstico assumem o papel de fonte sonora. Nesta situao a reflexogerada no se d preferencialmente numa nica direo, mas ocorre em ondas esfricas(espalhamento). O padro textural em tons de cinza dos meios slidos finamente

    granulados, como o parnquima heptico, decorrente da difrao e do espalhamentodos ecos gerados pelo meio.

    Terminologia/Ecogenicidade

    A terminologia utilizada para descrever o exame ultrassonogrfico consequncia da interao do som com os tecidos. Desta forma, para descrever aintensidade dos ecos na imagem, ou sua ecogenicidade, so empregados vrios termos.

    Imagem Hiperecognica: tambm denominada de imagem ecognica ou

    ecorrefringentes so quelas em que os ecos so de alta intensidade, ou seja, so cinza-claras ou brancas.

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    Imagem Hipoecognica: so aquelas de ecos com baixa intensidade, e aparecemcinza-escuras.

    Imagem Anecognica: permitem a passagem do eco sem reflexo, sem ecos,ocorre nas estruturas lquidas, como a bexiga, os vasos sanguneos, ascite, etc.

    Ecotextura

    Est diretamente relacionada ao tamanho das partculas.

    Fina ou Grossa;

    Homognea ou Heterognea.

    Artefatos

    Os artefatos so definidos como erros na apresentao da imagem, e podem serdecorrentes de trs fatores:

    -Problemas no equipamento;

    -Interao do som com os tecidos;

    -Tcnica utilizada

    Sombra acstica posterior: ocorre em tecidos com alta atenuao e/ou ndice de

    reflexo elevado, resultando na reduo importante da amplitude dos ecos transmitidos,impedindo o estudo das estruturas posteriores. Ela aparece como uma imagem escura,

    posterior a clculos biliares, clculos renais, calcificaes e ossos.

    Figura 3. Clculo renal (seta) reconhecido por sua interface brilhante e curvilnea e est associado comuma sombra acstica limpa e forte.

    Fonte:Nyland & Matton, 2004.

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    Reforo acstico posterior: da mesma forma que a sombra acstica, este artefato ocorreem estruturas com baixa atenuao ou com menor velocidade de propagao do som emrelao aos tecidos moles. Este fenmeno se manifesta como uma faixa mais clara

    posterior a estrutura lquida, que o forma, ocorrendo na bexiga, na vescula biliar, nosvasos sanguneos, etc.

    Figura 4. Reforo acstico posterior. A vescula biliar (GB) anecica preenchida com lquido no atenuao som com a mesma dimenso que o tecido heptico (LIV) adjacente. A rea heptica (setas) alm davescula biliar aparece mais ecognica, como resultado da atenuao reduzida do som que passa atravsda vescula biliar.

    Fonte: Kealy e Mcallister, 2005.

    Imagem em espelho: decorrente da reflexo em grandes interfaces, como no diafragma e

    o pulmo, sendo que o som refletido do diafragma, e as imagens abaixo do diafragma,no caso o fgado, projetado acima dele, sendo frequente observarmos a imagem do

    parnquima heptico acima do diafragma.

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    Figura 5. Artefato de imagem em espelho. (A): Imagem em espelho do fgado e vescula biliar. (B)Desenho esquemtico do artefato de imagem em espelhos mostrado em A.

    Fonte:Nyland e Matton, 2004.

    Imagem dupla ou fantasma: ocasionada pela refrao. Um exemplo disso a refraodo som na interface entre os msculos reto-abdominais e a gordura posterior a eles,

    provocando a formao de imagem dupla, como a do saco gestacional duplo nacavidade uterina.

    Reverberao: produo de ecos falsos, causada por dois ou mais refletores nocaminho do som. Os exemplos clssicos desse artefato so os ecos internos criados porsegmentos intestinais localizados superficialmente e preenchidos por gs, e o artefato decontato criado pela interposio de uma interface altamente refletiva (ar) entre otransdutor e o paciente, como ausncia do gel. O ultrassom totalmente refletido pelo

    gs e, em seguida, salta para trs e para frente entre o transdutor e o gs, criando ecosmltiplos de um nico pulso ultrassonogrfico.

    Figura 6. Artefato de reverberao. (A) Artefato de reverberao criado por ala intestinal, localizadasuperficialmente, preenchida de ar. (B) Representao esquemtica do mecanismo de reverberao.Fonte:Nyland e Matton, 2004.

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    Este artefato pode ser minimizado pela reduo do ganho proximal. Um tipo dereverberao conhecido como cauda de cometa e de fcil reconhecimento sendoconstitudo por uma srie de ecos estreitamente espaados, discretos, brilhantes e

    pequenos.

    RadiografiaHistria

    Em 8 de novembro de 1895 Wilhelm Conrad Rntgen, professor de fsica daUniversidade de Wrzburg na Alemanha, descobriu uma nove classe de raios, queforam denominados raios X.

    Definio

    Raio X: forma de radiao eletromagntica com comprimento de onda de 0,1 a100 angstrons, resultante de coliso de eltrons produzidos em um ctodo aquecidocontra um nodo aquecido e metlico. Os raios X so originrios da frenagem doseltrons gerados no ctodo, que se convertem em ftons, pelo fenmeno conhecidocomo bremsstrahlung. Os raios X produzidos por como bremsstrahlungconstituemum espectro contnuo dentro de uma faixa de comprimento de onda que vai de 0,1 a 0,5angstrons.

    Radiografia: um registro fotogrfico visvel produzido pela passagem dosraios X atravs de um objeto que registrado em uma pelcula radiogrfica. Emmedicina veterinria permite ao radiologista estudar as estruturas internas do corpoanimal como diagnstico auxiliar.

    Elementos do Tubo de Raio X

    Componentes:

    -Ampola de vidro vcuo;

    -nodo;

    -Ctodo;

    -Placa de tungstnio (o tungstnio possui um ponto de fuso muito altoque permite resistir ao calor extraordinrio, o seu nmero atmico muito alto tambmo que faz com que produza raios X muito mais eficazes do que outras substncias);

    -Filamento de tungstnio;

    01-Ampola (tubo de Coolidge): constituda de vidro de alta resistncia e mantida a

    vcuo. Dentro dela esto fixados o anodo e o catodo. Sua funo promover isolamentotrmico e eltrico entre as partes.

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    02-nodo: um disco de metal podendo ser fixo ou giratrio, geralmente de W(tungstnio) onde os eltrons incidem produzindo os raios X. Ele converte energiaeltrica em raios X (1%) e em calor (99%). O material do anodo deve ter algumascaractersticas essenciais: alto nmero atmico (alta eficincia na produo de raios X),

    baixa taxa de evaporao (para evitar metalizao do vidro da ampola), alta resistnciafsica quando aquecido, alto ponto de fuso e alta condutividade trmica (dissipaorpida de calor).

    03-Ctodo: composto geralmente um filamento de tungstnio toriado (tungstniocom mais 1 a 2% de trio) e de um corpo focador. O ctodo aquecido por um circuitoapropriado, podendo atingir altas temperaturas e assim produzir os eltrons que atingemo alvo (anodo) num ponto bem determinado, chamado de ponto focal. A funo bsicado ctodo emitir eltrons a partir de um circuito eltrico secundrio e focaliz-los emforma de um feixe bem definido apontado para o anodo.

    04-Cabeote: contm a ampola e os demais acessrios. revestido de chumbo cuja afuno blindar a radiao de fuga e permitir a passagem do feixe de radiao apenasna janela radiotransparente direcionando desta forma o feixe. O espao preenchidocom leo que atua como isolante eltrico e trmico.

    Figura 8. Esquema simplificado de um tubo de raio-X.

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    Figura 8. Diagrama do espectro eletromagntico e exemplos da utilidade de algumas ondas.

    Fonte:Kodak Company, 1961.

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    Propr iedades Fsicas do Raio-X

    -Comprimento de onda varivel;

    -Trabalham em linha reta;

    -Penetra em materiais que refletem luz;

    -A absoro depende do nmero atmico, densidade, espessura do objeto eenergia do raio X;

    -Possuem capacidade de ionizar e excitar molculas produzindo mudanasbiolgicas;

    Registro e F ormao da Imagem

    Os raios X atravessam o corpo/objeto e causam sensibilizao/ionizao da pratacontida na emulso no filme radiogrfico. Aps a revelao e fixao do filmeradiogrfico tem-se as diferenas de colorao do filme devido a sensibilizao ou nodeste filme. Onde sensibiliza a colorao preta (radioluscente) e onde no sensibiliza acolorao branca (radiopaco).

    Um registro cuidadoso da forma do paciente necessrio a fim de se obterradiografias de qualidade. A distoro da imagem projetada pode levar interpretaoincorreta. Para preservar a projeo geomtrica correta, o objeto a ser examinado e asuperfcie registradora devem estar paralelos. Um exemplo disto o encurtamento

    artificial do fmur que pode ocorrer se o osso no estiver paralelo superfcie deregistro como nafigura 9.

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    Figura 9. A) Radiografia produzida com ambos os fmures paralelos ao filme. B) Radiografia produzidacom o fmur esquerdo colocado paralelamente ao filme e com o fmur direito colocado com ngulomaior, permitindo a flexo do quadril.

    Fonte: TICER, 1987.

    Fatores de Exposio

    A miliamperagem, a durao da exposio, a quilovoltagem, a distncia foco-filme, a razo da grade, o filme e o tipo de cran intensificador so variveis

    prontamente ajustveis que afetam o nmero e a qualidade dos raios X.

    01-Miliamperagem (mA): nmero de eltrons se movendo do ctodo para o nodo(fluxo corrente) dentro de um tubo de raio X e o principal fator de controle do nmerode raios X gerados. Quanto maior a miliamperagem, maior a quantidade de eltrons

    gerada, maior a quantidade de raios-X gerados e maior o escurecimento daradiografia.

    Um aumento da densidade radiogrfica pode ser obtido aumentando-se amiliamperagem e um detalhe radiogrfico diminudo pode ser obtido diminuindo-se amiliamperagem.

    02-Tempo de Exposio (s): perodo em que os raios-X deixam o tubo de raio-X doaparelho. O nmero total de raios-X atingindo a superfcie de registro, no final dascontas, determina a densidade da radiografia resultante.

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    Conceito de Milampre-Segundo: a variao de ambos, a mA (controlando onmero de raios-X gerados por unidade de tempo) e o tempo de exposio, resulta numavariao da densidade radiogrfica. Um aumento de mA permite um encurtamento dotempo de exposio, e ao contrrio, uma menor mA requer um alongamento do tempode exposio para manter uma densidade radiogrfica adequada.

    Radiografias produzidas em 1/20 s so preferveis em radiografia veterinria,onde a movimentao do paciente uma causa provvel da perda de detalhe.

    03-Quilovoltagem (kV): a voltagem usada entre o ctodo e o nodo do tubo de raios-X usada para acelerar os eltrons. Altas voltagens levam a maiores velocidades do eltron,desse modo, aumentando a fora de coliso e assim a penetrao do raio-X no corpo.

    Uma quilovoltagem mais alta e uma maior penetrao do paciente aumentam aescala de contraste na radiografia, a qual vai ter mais tons de cinza, os quais

    representam diferenas sutis na densidade e espessura dos tecidos. Ao contrrio, osexames dos ossos necessitam do registro de relativamente menos diferenas dedensidade dos tecidos, e pode-se utilizar tcnica de baixa quilovoltagem.

    Geralmente maiores valores de quilovoltagem so usados para partes maisgrossas do corpo, j que uma maior penetrao requerida.

    Grandezas Radiogrficas

    01-Opacidade Radiogrfica: definida como o grau de negrido da radiografia e influenciada pela densidade. Maior opacidade produz uma sombra mais clara(branqueada) na radiografia do que o normalmente esperado e menor opacidade indicauma sombra mais escura na radiografia do que o previsto.

    Todos os objetos inibem, em parte, a passagem da radiao. As estruturas queabsorvem pouca radiao so chamadas de radiotransparentes. Os arios X passam deimediato atravs delas e aparecem escuras na radiografia.

    Estruturas que inibem a passagem de maior parte da radiao incidente sochamadas radiopacas.

    Cinco opacidades radiogrficas podem ser reconhecidas: metal, osso ou mineral,lquido ou tecido mole, gs (ar) e gordura.

    Figura 10.Opacidades radiogrficas. Da esquerda para direita, opacidade metal, ssea ou mineral, tecidomole e gordura.

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    Fonte:KEALY e MCALLISTER, 2005.

    02-Contraste: definido como a diferena entre duas densidades radiogrficasadjacentes.

    Fatores que interferem o contraste radiogrfico so: Kv, mA, radiao dispersa,tipo de filme e anatomia.

    03-Qualidade radiogrfica:

    dependente de: estrutura com o mnimo de aumento e distoro, contrasteadequado, exposio correta, adequado nmero de exposies e ausncia de artefatos.

    Fatores que Afetam a Radiografi a

    -Tamanho e comportamento do animal;

    -Equipamento;

    -Experincia do profissional;

    -Distncia entre o aparelho e objeto (deve ser entre 1 e 1,5m);

    -Distncia entre o objeto e o chassi (deve a menor possvel);

    -Posicionamento;

    -Processamento;

    -Qualidade do filme;

    Equipamento

    -Aparelho de raio-X (fixo ou mvel);

    -Diafragma Bucky (Potter-Bucky) / Mesa Bucky: diafragma em forma de grade,localizado abaixo de uma mesa de radiologia, usado para eliminao de radiaosecundria e do efeito backscatter, ao se realizar radiografias de difcil penetrao.Consiste em um conjunto de finas lminas de chumbo separadas por um material

    radiotransparente muito leve e possui a funo de absorver radiao espalhada(secundria) originada a partir da interao do feixe de raios-x primrio de radiao coma rea de interesse / ou parte do corpo do paciente. Deve ser usada quando aquilovoltagem for superior a 70KV.

    -Painel de controle;

    -Filmes radiogrficos: formado por uma camada de uma emulso contendosais de prata sobre cada lado de uma lmina suporte de polister. Quando expostos aenergia radiante, os cristais de prata (brometo de prata) tornam-se mais suscetveis a

    transformaes qumicas. A reduo dos cristais de sais de prata sensibilizados pratametlica feita por uma soluo reveladora em um quarto escuro e a remoo dos

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    cristais de sais de prata no reduzidos feita por uma soluo fixadora separada. A prataremanescente aparece como partculas pretas, que compem a imagem negativa de umaradiografia acabada.

    -crans intensificadores: so lminas de luminescncia qumica aplicada a uma

    base de suporte (chassi). Estes crans fluorescentes quando irradiados emitem focos deluz nas reas em que o raio X penetraram no paciente. Aproximadamente 95% daexposio do cristal de sais de prata do filme ocorre devido luz dos cristais defluorescentes nos crans.

    crans tambm aumentam o contraste radiogrfico e deste modo aumentam odetalhe radiogrfico.

    -Chassis: suporte para crans intensificadores e pelculas radiogrficas. A frentedo chassi feita de plstico ou de metal de baixo nmero atmico como o magnsio e as

    costas do chassi de um metal dobrvel. Um enchimento de feltro sem leo, fibra devidro ou espuma de isocianato colocado entre a tampa e o cran de trs.

    Figura 11. Chassi com cran intensificador.

    Figura 12. Diagrama de uma seco transversal de um chassi de chumbo mostrando a relao entre ofilme e os crans intensificadores.

    Fonte: TICER, 1987.

    -Acessrios de proteo de chumbo: aventais, luvas e protetores de tireide;

    cran intensificador

    Chassi

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    -Sala de revelao;

    Posicionamento

    -Latero-lateral direito e esquerdo;

    -Maedio-lateral e latero-medial;

    -Ventro-dorsal e dorso-ventral;

    -Caudo-cranial e crnio-caudal;

    -dorso-palmar e dorso-plantar;

    -Oblquas;

    Figura 13. Termos direcionais.

    Fonte:KEALY e MCALLISTER, 2005.

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    Clcul os de Dosagem para Radiologia

    Clculo do kV:

    kV = (2 x espessura do paciente) + constante

    Clculo do mA e tempo (s):

    mAs = kV/ 3 (para exames fora do Bucky)

    mAs = kV/ 2 (para exames no Bucky)

    mAs = kV x CM (para exames de trax, abdmen e coluna)

    *CM no trax 0,15, no abdmen 0,7 e na coluna 0,8.

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    EnfermidadesResposta do Tecido sseo Injria

    -Diminuio ou aumento da opacidade ssea;

    -Reao periosteal;

    -Alterao do tamanho e contorno;

    -Alterao do padro trabecular;

    01-Diminuio da opacidade ssea: se d pela destruio ou reabsoro ssea comoreao traumatismos, desuso, doena metablica, infeces ou neoplasias. Deve-se ter

    perda de 40 a 50% de contedo mineral para se observar alteraes. Os padrestrabeculares tornam-se nebulosos ou grosseiros e podem desaparecer.

    -Localizada: ostelise.

    -Generalizada: osteopenia.

    02-Aumento da opacidade ssea: pode estar associada mineralizao aumentada ouneoformao ssea. Pode resultar de doenas no interior do osso ou ser uma resposta atraumatismo ou estresse.

    -Estresse: termo utilizado para descrever a opacidade radiogrfica aumentadaem um osso e pode resultar em espessamento cortical.

    -Esclerose: mecanismo de defesa, associada alteraes inflamatrias.

    03-Reao Periosteal: ocorre por irritao do peristeo levando neoformaes sseas.Na sua forma mais precoce, ela aparece como uma opacidade vaga e amorfa. Umareao lisa e intacta geralmente indica um processo benigno, enquanto um padroquebrado ou interrompido sugere uma leso agressiva.

    -Carter agressivo: invaso de tecidos moles e desorganizao.

    -Carter no agressivo: liso e intacto.

    Tipos: podem indicar o grau da reao.

    -Lamelar: semelhante casca de cebola.

    -Paliada: verifica-se em osteopartia hipertrfica.

    -Sun Burst (sol radiado): verifica-se em osteossarcoma.

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    Figura 14.Reao periosteal em sol raiado, paliada e lamelar respectivamente.

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

    *Tringulo de Codman: formao triangular entre o peristeo elevado, a parte intactado crtex e a leso. Pode ocorrer em osteomielites, neoplasias sseas e attraumatismos.

    Figura 15. Esquematizao do tringulo de Codman.

    Fonte:KEALY e MCALLISTER, 2005.

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    Figura 16.Osteossarcoma em fmur.

    Fonte: Clnica Veterinria Ces e GatosLages/SC, 2012.

    Figura 17.Radiografia mediolateral evidenciando reao periostealsun burstcaracterizando osteossarcoma em metfise e epfise proximal de mero.

    Fonte: Clnica Veterinria Ces e GatosLages/SC, 2012.

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    04-Alterao de Tamanho e Contorno: pode ocorrer por enfermidades, traumatismos epor fechamento prematuro de placas epifisirias aps cirurgia inadequada.

    -Angulao:

    -Valgus: indica uma angulao que se afasta da linha mediana (aberto).-Varus: indica uma angulao em direo linha mediana (fechado).

    05-Alterao do Padro Trabecular: geralmente visualizado em ossos esponjososnormais, na epfise e na metfise. Tendem a desaparecer na difise. Pode ser o primeirosinal de leso ssea.

    Razes para Radiografar uma F ratura

    -Confirmar o diagnstico clnico;

    -Demonstrar tipo de fratura para a posterior escolha do tratamento;

    -Determinar a idade da fratura;

    -Acompanhar a evoluo do calo sseo;

    -Visibilizar alteraes no observadas no exame clnico;

    I nformaes do Laudo

    -Tipo de fratura;

    -Linha de fratura;

    -Localizao;

    -Eixo osteoanatmico;

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    Classificao das Fraturas

    Par tes do Osso

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    Figura 16.Esquematizao das partes do osso.

    Epfise: parte distal do osso;

    Metfise: parte intermediria entre epfise e difise;

    Difise: parte central do osso;

    Fise: local de crescimento (em animais jovens);

    Cortical: entre metfises, tambm denominado de osso compacto, o qual a

    regio mais densa.Esponjoso: extremidades sseas;

    Medular: internamente ao canal medular;

    Etiologia das FraturasFonte Externa:

    -Fonte Direta: fratura prxima ao ponto de impacto;

    Fonte Indireta: h cerca distncia da incidncia da fora e a fora transmitida atravs do osso ou de msculos.

    Zonas Anatmicas

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    Ex.: avulso de crista da tbia (mais comum em jovens e otratamento consiste na colocao de pino com banda de tenso), olecrano ou trocantermaior.

    Fonte Interna (Enfermidades sseas):

    Patolgicas ou Espontneas:

    -Neoplasias primrias ou secundrias

    Ex.: osteossarcoma em ossos longos, geralmente em raasgigantes como em Pastor Alemo, Rottweiler, Doberman e Boxer.

    -Hiperparatireoidismo nutricional (Ex.: animais com dietasomente de carne) ou renal. H o desequilbrio na relao Ca:P com aumento srico de

    potssio e ento resposta para sada de clcio dos ossos (reabsoro ssea);

    -Osteomielite;

    *Deve-se diferenciar osteomielite de osteossarcoma por bipsia ssea.

    Classificao das FraturasO objetivo de se classificar as fraturas formar um protocolo por meio do qual

    se decide visando conduta apropriada.

    Conforme Leses Externas

    -Fechada ou Simples: aquela em que a pele que a recobre permanece intactaconforme afigura 19 A.

    Aberta ou Exposta: aquela em que h comunicao entre o foco da fratura e aleso da pele. Podem ser classificadas como de primeiro, segundo ou terceiro grau,conforme o dano e a contaminao dos tecidos moles. Conforme afigura 19.B.

    Figura 19. Fratura fechada (A) e Fratura aberta (B)

    Fonte:DENNY e BUTTERWORTH, 2006.

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    Conforme a Extenso das Leses

    -Completa: aquela em que h total interrupo da continuidade do osso e ,normalmente, caracterizada por fragmentos deslocados. Conformefigura 20.A

    -Incompleta: aquela em que se mantm parcialmente a continuidade do ossocomo nas fraturas em galho verde (convexo) ou trus (cncavo) de animais jovens oufissuras em animais adultos. Conformefigura 20 B e C.

    Figura 20. Fratura completa (A), Fraturaincompleta em galho verde (B) e Fratura comfissuras (C)

    Fonte:DENNY e BUTTERWORTH, 2006.

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    Conforme a Localizao Anatmica (conforme figura 21)

    -Proximal;

    -Distal;

    -Diafisiria;

    Figura 21. Classificao conforme localizao anatmica

    Figura 22. Classificao de Salter-Harrisda placa de crescimento (fisirias)

    -Articulares

    -Epifisirias

    -Metafisirias

    -Fisirias

    Subdivididas em:

    Subdivididas em 6 tipos conforme Saltere Harris

    Conforme figura 22.

    Fonte: DENNY e BUTTERWORTH, 2006.

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    Conforme a Direo da Fratura

    -Transversa: aquela em que a linha de fratura forma um angula reto com oeixo longo do osso. Conformefigura 23.A.

    -Oblqua: a que forma um ngulo ao longo do eixo do osso. A linha de fraturatem comprimento menor que o dobro do dimetro do osso. Conformefigura 23.B.

    -Espiral: forma uma curva ao redor do osso. Conformefigura 23.C.

    -Cominutiva: h vrios fragmentos e as linhas de fratura se comunicam. Aporcentagem do comprimento sseo envolvido frequentemente estimada nestasfraturas. Conformefigura 23.D.

    -Segmentria (mltipla): o osso fratura em trs ou mais segmentos e as linhasde fratura no se comunicam. Conformefigura 23.E.

    Figura 23. Transversa (A), Oblqua (B), Espiral (C), Cominutiva (D) e Segmentar (E)

    Fonte: DENNY e BUTTERWORTH, 2006.

    Conforme o Deslocamento dos Segmentos sseos

    -Impactada: compactao de segmentos, um fragmento sseo fraturado penetrano outro. Conforme figura 24.A

    -Avulso: fratura com posterior trao de um tendo ou ligamento. Conformefigura 24.B.

    -Depresso ou Afundamento: o osso afetado comprimido formando uma

    depresso cncava e geralmente ocorre em crnio ou costelas.

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    Figura 24.Fratura Impactada e Fratura com Avulso

    Fonte: DENNY e BUTTERWORTH, 2006.

    Conforme a Estabilidade em Relao ao Reposicionamento Anatmico

    -Estveis: so as transversas, oblquas curtas no pontiagudas ou fraturas emgalho verde. A fixao se faz necessria para evitar deformidade angular e, algumasvezes rotao. Dependendo do local da fratura, isso pode ser obtido por coaptaoexterna ou aplicao de um pino intramedular, fixador externo ou placa.

    *mero e fmur sempre requerem interveno cirrgica devido a sua localizao.

    -Instveis: so oblquas, espirais ou cominutivas. Os fragmentos ao serem

    reduzidos deslizam, de forma que h necessidade de fixao para se manter ocomprimento do osso e prevenir deformidades. Isto usualmente envolve a aplicao de

    placa e parafusos ou fixador externo.

    Consoli dao da F ratura

    -Fratura recente (hematoma);

    -Reabsoro ssea (entre 7 a 10 dias);

    -Remodelamento sseo (entre 15 a 20 dias);

    -Formao do calo sseo provisrioformao de pontes (entre 30 e 45 dias);

    -Calo remodeladopadro trabeculado (entre 60 e 90 dias);

    Sinais Radiogrficos do Reparo de Uma Fratur a

    -Formao de ponte;

    Fatores que Afetam a Reparao de Uma Fratura

    -Suprimento sanguneo local;-Tipo de fratura e local da fratura;

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    -Reduo da fratura;

    -Idade do paciente;

    -Infeco ou doena concomitante;

    Compl icaes

    -Unio retardada ou no unio: a unio retardada aplicvel quando o tempode consolidao excede aquele que poderia ser considerado normal, em um caso

    particular. Com o tempo, a fratura pode no cicatrizar-se ou, ento, progredir para umano unio.

    -Hipertrfica: h uma linha de fratura claramente visvel, muito tempoaps sua ocorrncia, um calo que no forma ponte e cujo tamanho varia de pequeno agrande e um arredondamento das extremidades fraturadas que tornam-se lisas e

    esclerticas.

    -Atrfica: h uma linha de fratura claramente visvel, pouca ou nenhumaformao calosa, extremidades da fratura que tendem a se estreitar, com margemesclerticas e cavidade medular esclertica.

    Fatores Predisponentes: estabilizao inadequada, vascularizaodeficiente, afastamento excessivo dos fragmentos, infeco, doena sistmica ou local efatores idiopticos.

    -Osteomielite: so necessrios trs fatores para que a osteomielite se estabeleano local: ferida infectada, um meio que contribua para a multiplicao bacteriana e ossosem vascularizao.

    -M unio: ocorre quando os fragmentos fraturados consolidam em umaorientao no anatmica, com deformidade de ngulo ou rotao.

    -Doena da fratura: termo usado para descrever uma sndrome associada com asseguintes alteraes: degenerao muscular, rigidez muscular e osteoporose. Em geral,estas alteraes resultam do desuso ou imobilizao de um membro durante o

    tratamento de uma fratura.-Sequestro sseo: reabsoro com fragmento sseo solto.

    -Metalose: reao ao metal (ostelise ao redor do pino) com calo sseoexuberante.

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    Enfermidades sseas e Articulares Nutricionais e MetablicasI ntroduo

    O osso afetado por alteraes na composio da circulao sangunea.

    Anormalidades nos processos metablicos podero ser refletidos nos ossos.

    O contedo de clcio no osso deve estar reduzido a cerca de 50% para que asalteraes radiogrficas se tornem evidentes.

    Deve-se suspeitar de enfermidade metablica quando as alteraes sovisualizadas em vrios ossos (poliosttico).

    01-Osteodistrofia Fibrosa

    Sinnimos

    Osteodistrofia juvenil, osteodistrofia nutricional, osteoporose nutricional ehiperparatireoidismo secundrio nutricional.

    Definio

    uma enfermidade metablica que acomete tanto animais domsticos quantosilvestres, e caracterizada por uma secreo compensatria aumentada de

    paratormnio, devido a uma dieta desbalanceada na relao clcio:fsforo.

    Epidemiologia

    Afeta os animais alimentados exclusivamente, ou quase exclusivamente, comcarne, que possui baixo contedo de clcio e alto de fsforo.

    Patogenia

    O consumo excessivo de fsforo ir produzir o hiperparatireoidismo, mesmo queo consumo de clcio esteja normal. Assim ir causar uma hiperfosfatemia que, por suavez, abaixa os nveis de clcio. A hipocalcemia resultante estimula uma produoaumentada de hormnio paratireoideo (PTH).

    O PTH diminui a reabsoro renal de fosfato e aumenta a de clcio. Alm disto,h um aumento da reabsoro de clcio pelos osteoclastos, liberando clcio para acorrente sangunea. A reabsoro ssea resulta em uma diminuio generalizada daopacidade ssea.

    O aumento da atividade dos osteoclastos generalizada, mas h sinais de lugaresde predileo onde a doena se desenvolve com mais intensidade, particularmente nosossos do crnio, vrtebras, reas metafisrias e cortical de ossos longos.

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    Sinais Clnicos

    Verifica-se animais jovens que parecem estar bem nutridos mas apresentamdefeitos na locomoo. Os sinais clnicos variam de claudicao at a incapacidade dese erguer, dificuldade de locomoo, relutncia em movimentar-se, ossos esto

    doloridos palpao e pode-se observar fraturas em relevo.

    Alteraes Radiogrficas

    -Desmineralizao esqueltica generalizada (osteoporose) na qual o contrasteentre os ossos e os tecidos moles est drasticamente reduzido.

    -A cortical dos ossos est extremamente delgada.

    -H uma zona delgada de opacidade aumentada ao longo das margens dasmetfises.

    -As trabculas tornam-se speras e proeminentes.

    -As fraturas patolgicas so regularmente visualizadas, principalmente em galhoverde.

    -A colune vertebral poder possuir um formato anormal, sendo comumapresentar uma curvatura ventral na regio lombar, particularmente em gatos.

    -Fraturas de vrtebras por compresso podero ocorrer.

    Figura 25.Radiografia em projeo crnio-caudal de MAE de co do matocom osteodistrofia fibrosa.

    Fonte: SPzoo, 2010.

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    Figura 26. Radiografia de membros torcicos em projeo LL de onapintada com osteodistrofia fibrosa.

    Fonte: arquivo pessoal (Paulo Afonso Ramos Ribeiro Filho), 2010.

    02-Osteodistrofia Hipertrfica

    Sinnimos

    Osteopatia metafiseal, escorbuto esqueltico, escorbuto juvenil e doena deMoeller-Barlow.

    Definio

    Enfermidade ssea visualizada em ces de raas de grande porte e jovens (entre2 e 8 meses de idade) com crescimento rpido. Causa destruio das trabculasmetafisrias nos ossos longos.

    Etiologia

    Idioptica.

    Os fatores etiolgicos propostos incluem suplementao excessiva de clcio nadieta, deficincia de vitamina C, hipernutrio e microrganismos infecciosos.

    Epidemiologia

    Ces de raas de grande porte entre 2 a 8 meses, mais comumente machos.

    Labrador, Rotweiller, Pastor Alemo, Weimaraner, Dogue Alemo entre outros.

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    Patogenia

    obscura, mas um distrbio aparente de suprimento sanguneo metafisrio levaa alteraes na fise e no osso metafisrio adjacente, resultando em atraso de ossificaoda zona hipertrfica fisria.

    Sinais Clnicos

    Os sinais clnicos surgem comumente por volta dos 3 a 4 meses de idade e osanimais apresentam-se com edemas doloridos nas metfises, relutam-se em semovimentar, anorexia e temperatura elevada (at 41,1C).

    O rdio, a ulna e a tbia so mais comumente afetados.

    Alteraes Radiogrficas

    -Faixa radiotransparente aparece na metfise de um osso afetado, ela simula umasegunda linha fiseal.

    -Formao de anel sseo ou calcificao irregular ao redor da metfise, fora docrtex.

    -Com a progresso da enfermidade a metfise apresenta-se mais opaca, devido oanel circunjacente e o padro trabecular perdido.

    -H um edema difuso do tecido mole prximo da metfise.

    -Durante meses, ocorre remodelao ssea e as anormalidades gradualmentedesaparecem. Poder haver algum espessamento residual da difise do osso na regiometafiseal.

    -As alteraes so bilateralmente simtricas.

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    Figura 27.A-Osteodistrofia hipertrfica, as setas indicam as faixas radiotransparentes.

    B-Osteodistrofia hipertrfica com uma bainha de tecido calcificado se desenvolvendo fora docrtex.

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

    03-Hiperparatireoidismo Secundrio Renal

    Definio

    um dos principais mecanismos envolvidos na progresso da IRC. Asalteraes sseas geralmente esto associados ao maxilar e mandbula, em casos severosas alteraes envolvem o plano nasal e facial e arco zigomtico.

    Patogenia

    A insuficincia renal crnica (IRC) uma sndrome caracterizada pelaincapacidade dos rins de realizar suas funes excretora, reguladora e sinttica devido auma perda de nefrons em um perodo de meses a anos. A perda da funo excretoracausa reteno de uria, creatinina, fsforo e outras substncias que so eliminados pormeio da funo glomerular. A falha dos rins em secretar eritropoietina e calcitriol causaanemia no regenerativa e hiperparatireoidismo renal secundrio (osteodistrofia renal),respectivamente.

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    Tratamento

    O hiperparatireoidismo renal secundrio na IRC um distrbio irreversvel e otratamento institudo tem por objetivo retardar a progresso da doena.

    Alteraes Radiogrficas-Verifica-se calcificao distrfica em tecidos moles e sinais de osteodistrofia

    fibrosa em ossos da fase principalmente.

    04-Raquitismo

    Definio

    uma alterao metablica ssea caracterizada por osteopenia onde hdiminuio da mineralizao da matriz orgnica ssea, particularmente da matriz

    cartilaginosa na metfise.

    Etiologia

    Deficincia de clcio, fsforo ou vitamina D.

    Alteraes Radiogrficas

    -As cartilagens epifiseais se tornam mais profundas na direo proximal-distal epossuem contornos irregulares.

    -A margem metafiseal do osso se alarga, adquire um contorno irregular e torna-se cncava, dando um efeito de cogumelo.

    -Os ossos longos podero exibir algum grau de desmineralizao, e umacurvatura ou arqueamento podero estar presentes.

    Figura 28. Raquitismo. As cartilagens epifiseais radial e ulnar distais (setas) esto alargadas eas metfises possuem margens irregulares, cintilantes e cncavas.

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    carter infeccioso (tuberculose, endocardite bacteriana e broncopneumonia), parasitrio(dirofilariose e espirocercose) e at por corpo estranho.

    Tambm foi associada a tumores de bexiga, de fgado e de ovrio.

    PatogeniaExistem vrias hipteses para explicar a patogenia, porm at agora nenhuma foi

    comprovada.

    Sinais Clnicos

    Verifica-se relutncia do animal em se movimentar, claudicao progressiva,anorexia e aumento de volume dos membros afetados. Os ossos mais afetados sofalanges, metatarsos, metacarpos e ossos longos, mas pode afetas outros ossos.

    Ao exame fsico as regies aumentadas de volume aparecem quentes e animalsente dor palpao.

    Alteraes Radiogrficas

    -Neoformao ssea periosteal est distribuda simetricamente ao longo dasdifises de ossos longos e falanges. Primeiramente visualizado em metacarpos emetatarsos.

    -O osso neoformado depositado em um padro liso ou irregular, geralmente empadro de paliada.

    -A medida que a enfermidade progride, o osso neoformado tende a se tornar liso.

    -Se a enfermidade pulmonar subjacente for tratada com sucesso, as leses sseasregrediro rapidamente.

    Figura 29. Osteopatia hipertrfica com reao periosteal em paliada (setas).

    Fonte:Revista Nosso Clnico, set/out 2006.

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    Figura 30. Radiografia torcica LL demonstrando formaoradiopaca circular (setas) em topografia dorsocaudal. Mesmo

    animal da figura 27.

    Figura 31. Animal apresentando edema de membro torcicodevido a osteopatia hipertrfica.

    Fonte:Revista Nosso Clnico, set/out 2006.

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    Enfermidades ArticularesI ntr oduo (ar ti culaes)

    Definio: ponto de contato entre ossos.

    Funo: mobilidade, fixao estrutural e absoro de impacto.

    Tipos:

    -Fibrosa (sinartrodial): encontrada entre os ossos do crnio.

    -Cartilagneas (anfiartrodial): encontrada na articulao costocondral ena snfise pbica.

    -Sinovial (diartrodial): consiste em duas superfcies sseas opostas, cada

    uma coberta por cartilagem articular e circundada por uma cpsula articular.Artropatias

    -Inflamatrias: podem ser infecciosas ou no infecciosas e so denominadas deartrites.

    -No Inflamatrias: podem ser de origem traumtica, neoplsica ou artrose.

    01-Artrite

    DefinioEnfermidade caracterizada pela inflamao das estruturas intraarticulares com

    presena de infiltrado celular na membrana sinovial e no lquido sinovial.

    Tipos

    -Infecciosa: poder resultar de feridas ou da disperso de um processo infecciosoa partir de estruturas vizinhas. Tambm poder resultar da invaso de agentesoriginrios do sangue.

    -Sinais Clnicos: claudicao, distenso da cpsula articular, calor e dor palpao.

    -No Infecciosa: imunomediada (artrite reumatoide ou lpus eritematoso).

    -Artrite reumatoide: raro em ces e gatos. As articulaes esto inchadase as alteraes radiolgicas incluem edema de tecido mole periarticular e rarefao e

    perda de padres trabeculares em ossos adjacentes. O espao articular est estreitado ereas de lise ssea podero ocorrer.

    -Lupus Eritematoso Sistmico (LES): mltiplas articulaes so afetadase os sinais radiolgicos so mnimos.

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    Porta de Entrada

    -Hematgena: infeco umbilical, de genito-urinrio e endocardites.

    -No Hematgena: traumtica, ps-cirrgico e injees locais contaminadas.

    Classi f icao

    -No Erosivas: idioptica, lpus eritematoso sistmico e sinovite plasmoctica.

    -Erosivas: artrite reumatoide.

    Alteraes Radiogrficas

    -Aumento da massa sinovial.

    -Presena de ostefito pericondral (para estabilizao), entesefito (calcificao

    de ligamentos) e artrfito (flap calcificado).

    -Eroso da superfcie do osso subcondral.

    -Aumento de radiopacidade do osso subcondral (esclerose).

    -Cisto sseo.

    Figura 32. Desenho esquemtico: articulao normal em relao a artrite.

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    02-Artrose (Osteoartrose)

    Definio

    uma condio no-inflamatria que envolve a fragmentao e a perda da

    cartilagem articular por perda da matriz hialina e morte de condrcitos.

    Tipos

    Primria: visualizada em ces e gatos idosos, nos quais no h qualquer razoaparente para a condio.

    Secundria: ocorre como resultado de presses anormais em uma articulao.Qualquer condio que interfira na funo normal da articulao pode acelerar asalteraes degenerativas.

    *As alteraes sseas na doena articular degenerativa secundria tendem a ser maisgraves do que naquelas visualizadas no tipo primrio.

    Patogenia

    A doena articular degenerativa resulta em fissura e fragmentao da cartilagemarticular, a qual ento torna-se menos eficiente na proteo do osso subcondral. Esseresultado, por sua vez, acelera alteraes de remodelamento nas superfcies articulares eneoformao ssea ao redor das margens da articulao.

    DenominaesEntesefito: a neoformao ssea no local da fixao de um tendo muscular

    ou ligamento.

    Ostefito: uma excrescncia ssea sobre um osso.

    Figura 33. Osteoartrose em articulao femorotibiopatelar em Pastor Alemo. Visualizao da trclea(seta azul) e neoformaes sseas/cartilaginosas (setas brancas).

    Fonte: Clnica Veterinria Ces e GatosLages/SC, 2012.

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    Alteraes Radiogrficas

    -Formao de uma projeo nas margens articulares, com formao de ostefitoe entesefito.

    -Esclerose do osso subcondral resulta na tenso aumentada.-Estreitamento do espao articular (pode ser de difcil visualizao).

    -Subluxao pode ser demonstrada em estudos de sustentao de peso.

    -reas csticas podero se desenvolver no osso subcondral (no comum).

    -Verifica-se remodelao ssea.

    -Opacidade mineralizada visualizada no interior da articulao ou em tecidoperiarticular.

    Figura 34. Alteraes degenerativas do joelho de um co. H

    calcificao intraarticular distal patela (seta branca),neoformao ssea inflamatria ao redor das fabelas (seta azul) eno aspecto proximocaudal da tbia. H esclerose do osso

    subcondral da tbia (seta laranja).

    Fonte:KEALY e MCALLISTER, 2005.

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    03-Doena Articular

    O que avali ar

    Densidade ssea, alinhamento sseo, cpsula articular, espao articular,

    calcificaes intra e periarticulares e proliferao ssea.

    Etiologia

    -Distrbios de desenvolvimento;

    -Congnito;

    -Traumtico;

    -Metablico;

    -Degenerativo;

    -Inflamatrio/Infeccioso;

    -Neoplsico;

    03.1-Distrbios do Desenvolvimento

    -Osteocondrose;

    -Displasia coxofemoral;

    -Displasia de cotovelo;

    -Necrose assptica da cabea do fmur;

    03.1.1-Osteocondrose

    Definio

    uma anormalidade na ossificao endocondral, no ocorrendo a maturao dacartilagem. A cartilagem articular torna-se espessada na rea afetada e os condrcitosnas camadas mais profundas morrem, resultando em uma rea focal de cartilagemespessada e sujeita leso.

    Fatores de Risco

    Multifatorial como: nutrio, gentica e manejo.

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    Complicao

    Osteocondrite dissecante: quando a osteocondrose produz um retalhocartilaginoso parcialmente separado da cartilagem articular com alteraes inflamatriasassociadas a essa condio.

    *Acredita-se que o processo ancneo separado, o cronide ulnar fragmentado, oepicndilo umeral medial desunido, o centro da cartilagem ulnar retido e a separao datuberosidade tibial sejam manifestaes da osteocondrose.

    Epidemiologia

    Ces jovens de grande porte e principalmente machos.

    Sinais Clnicos

    Verifica-se claudicao (entre 4 a 9 meses de idade), impotncia funcional domembro afetado, hiperextenso com sensao dolorosa, atrofia muscular e crepitao.

    Articul aes Acometidas

    -Escpulo-umeral;

    -mero-rdio-ulnar;

    -Fmoro-tbio-patelar;

    Alteraes Radiogrficas-Defeito em osso subcondral.

    -Defeito com margem esclertica.

    -Pode-se visualizar aba solta de cartilagem calcificada.

    -Fragmentos radiopacos de cartilagem calcificada no interior da cartilagemafetada.

    -Casos avanados exibem alteraes degenerativas secundrias na articulao eao seu redor.

    03.1.2-Displasia de Cotovelo

    Definio

    um desenvolvimento anormal da articulao mero-rdio-ulnar que afetaprincipalmente ces de grande porte durante a fase de crescimento, sendo uma dascausas mais comuns de claudicao em ces jovens.

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    Etiologia

    -Osteocondrite dissecante;

    -No-unio do processo ancneo;

    -Fragmentao do processo coronide medial da ulna;

    -Osteocondrose do cndilo medial;

    -Epicndilo medial do mero desunido;

    -Incongruncia articular;

    03.1.2.1-No unio do processo ancneo

    Sinais Clnicos

    Verifica-se claudicao e um cotovelo dolorido manipulao.

    Radiografia

    Posicionamento: incidncia mdio-lateral da articulao do cotovelo, feita com aarticulao em flexo extrema.

    Figura 35. Radiografia em projeo mdio-lateral com hiperflexo do cotovelo em articulao normal(A) e articulao com no-unio do processo ancneo (B) seta azul.

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

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    Alteraes Radiogrficas

    -Linha de separao radiotransparente visualizada entre o processo ancneo eulna. A linha de separao geralmente possui margens esclerticas.

    -Se a condio estiver presente h algum tempo, alteraes associadas doenaarticular degenerativa secundria sero visualizadas: espores sseos ao redor dasmargens articulares.

    03.1.2.1-Fragmentao do processo coronide

    Sinais Clnicos

    Verifica-se claudicao e um cotovelo dolorido manipulao.

    Radiografia

    Posicionamento: incidncia oblqua craniolateral-caudomedial, incidnciamediolateral, crnio-caudal normal e rotacionada.

    Figura 36. Tomografia computadorizada evidenciando fragmentao doprocesso coronide.

    Fonte: Centro de Referncia Veterinria (CRVImagem).

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    03.1.3-Necrose Assptica da Cabea do Fmur

    Sinnimos

    Doena de Legg-Perthes, doena de Legg-Calv-Perthes, necrose isqumica

    (avascular) da cabea do fmur, osteocondrite juvenil deformante, osteonecrose e coxaplana.

    Definio

    Enfermidade caracterizada pela perda de suprimento sanguneo na epfiserelativa cabea do fmur acarretando em necrose da rea.

    Etiologia

    Incerta (hereditria).

    Epidemiologia

    Ces de raas de pequeno porte e em crescimento.

    Sinais Clnicos

    Verifica-se claudicao de membro plvico.

    Figura 37. Radiografia em projeo ventrodorsal demonstrando articulao coxofemoral normal (A) earticulao coxofemoral com necrose assptica de cabea de fmur (B) visualizando-se diminuio daopacidade ssea em colo femoral e cabea femoral (setas verdes) e perda do contorno arredondado dacabea do fmur (setas laranjas).

    Fonte: Clnica Veterinria Ces e GatosLages/SC, 2011.

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    Alteraes Radiogrficas

    -reas de opacidade ssea diminuda, resultantes da lise ssea, na cabea dofmur e colo femoral. Nos casos inicias, reas de opacidade aumentada podero servisualizadas.

    -Cabea do fmur perde seu contorno arredondado e se torna achatadainicialmente.

    -O espao articular do quadril se torna mais largo que o normal.

    -O acetbulo se torna raso e sua margem cranial se torna achatada paraacomodar o formado alterado da cabea do fmur.

    -O colo femoral se espessa e h alteraes articulares secundrias degenerativas.

    -O ngulo entre o colo femoral e a haste femoral se torna mais agudo.

    03.1.4-Luxao e Subluxao

    Definio

    Luxao: ocorre quando as superfcies articulares ficam completamenteseparadas umas das outras, de modo que se perde toda a aproximao.

    Subluxao: ocorre quando as superfcies articulares so parcialmente separadas,mas ainda fica alguma parte de cada superfcie em contato.

    Alteraes Radiogrficas

    -Superfcies articulares esto deslocadas e no articulam apropriadamente.

    -H um rompimento dos planos fasciais adjacentes.

    -Poder haver fraturas completas.

    -No caso da articulao do joelho, haver um rompimento do coxin adiposointra-articular normal.

    *As subluxaes so mais difceis de ser avaliadas. As incidncias ou os estudos sobtrao, com o animal sustentando peso no membro afetado, se for possvel, poderexibir uma subluxao no visualizada em uma radiografia convencional.

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    03.1.4.1-Luxao de Patela

    Etiologia

    -Congnita (anormalidade de desenvolvimento);

    -Traumtica;

    *A forma mais comum a luxao de patela medial congnita.

    Forma de apr esentao

    -Malformao da trclea femoral.

    -Alinhamento deficiente entre o fmur distal e a tbia proximal.

    -Rotao da extremidade proximal da tbia, que desloca a tuberosidade tibial

    medialmente.

    -Uma combinao de algumas ou todas essas desordens.

    Epidemiologia

    Traumtica: qualquer animal que tenha sofrido um trauma.

    Congnito: observa-se em maior nmero ces de raas pequenas (Poodle Toy,Yorkshire Terrier, Pinscher Miniatura e Chihuahuas). Contudo pode-se verificar emraas grandes como Boxer e Labrador. Felinos tambm podem ser afetados.

    Parece haver predileo sexual; o risco de luxao patelar para as fmeas de2:1 maior em relao aos machos.

    A luxao medial corresponde a cerca de 75% dos casos e h envolvimento dosdois membros em cerca de 30% dos casos.

    Sinais Clnicos

    Variam com o grau de luxao e incluem claudicao intermitente ou

    consistente, defeitos conformacionais, dor e relutncia em se mover. Tambm verifica-se animais arrastando intermitentemente o membro afetado. A patela pode ser igual eprontamente deslocada de forma manual e os animais podem reagir a essas manobras.

    Figura 38. Desenho esquemtico representando articulao normal e articulaes com luxaes mediale lateral respectivamente.

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    Figura 39. Radiografia em projeo craniocaudal em joelho normal (A) e joelho comluxao de patela (B). Setas azuis indicam localizao da patela.

    Fonte: Clnica Veterinria Ces e GatosLages/SC, 2011.

    Classi f icao

    Grau 1: luxao patelar intermitente causando a elevao do membro

    ocasionalmente. A patela luxa-se facilmente manualmente mediante a extensocompleta da articulao do joelho, mas retorna trclea quando liberada a presso.Estes pacientes no esto clinicamente claudicantes, mas predispostos luxao patelarmais grave e a terem os sintomas clnicos piorados, medida que as estruturasretinaculares so tensionadas.

    Grau 2: deformidades mdio-angulares e torcionais do fmur podem estarpresentes. Os sinais de claudicao so geralmente intermitentes e de natureza leve. Apatela luxa-se facilmente, especialmente quando o membro rotacionado (internamentepara a luxao medial, externamente para a luxao lateral, enquanto a patela

    empurrada).

    Grau 3: a patela est permanentemente luxada (ectpica) com toro/rotao datbia e desvio da crista tibial do plano cranial/caudal, mas pode ser manualmentereduzida com o joelho em extenso. Entretanto, aps a reduo manual, a flexo eextenso do joelho resultam em reluxao patelar.

    Grau 4: a tbia est medialmente rotacionada e a crista tibial pode exibir maiordesvio. A patela est permanentemente luxada (ectpica) e no pode ser reposicionadamanualmente.

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    Figura 40. Radiografia em projeo mediolateral em joelho normal (A) e joelho comluxao de patela (B). Setas azuis indicam localizao da patela.

    Fonte: Clnica Veterinria Ces e GatosLages/SC, 2011.

    Alteraes Radiogrficas

    -A patela situa-se medialmente ou lateralmente ao fmur na incidncia

    craniocaudal.-Na incidncia mediolateral, a patela no se encontra no sulco troclear e

    est sobreposta aos cndilos femorais.

    -Anormalidades sseas associadas esto frequentemente evidentes,incluindo um sulco troclear raso, rotao da tbia proximal, curvatura e rotaoda tbia proximal e angulao anormal da articulao femorotibial.

    03.1.4.1-Luxao Coxofemoral

    Etiologia

    Traumtica;

    Congnita: displasia coxofemoral (condio degenerativa).

    Sinais Clnicos

    Verifica-se rpido aparecimento da dor, deformidade apresentando claudicao,ausncia de sustentao do peso do membro plvico afetado.

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    Alteraes Radiogrficas(luxao coxofemoral traumtica)

    -Geralmente o deslocamento da cabea do fmur ocorre em sentido dorsocranial.

    - necessrio duas projees: laterolateral e ventrodorsal.

    Figura 41. Radiografia em projeo ventrodorsal da articulaocoxofemoral demonstrando luxao coxofemoral (seta azul).

    Fonte: Clnica Veterinria Ces e GatosLages/SC, 2011.

    Figura 42. Radiografia em projeo laterolateral da articulaocoxofemoral demonstrando luxao coxofemoral. Seta azul indica cabea

    femoral e seta branca indica acetbulo.

    Fonte: Clnica Veterinria Ces e GatosLages/SC, 2011.

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    03.1.5-Displasia Coxofemoral

    Definio

    uma alterao do desenvolvimento que afeta a cabea e colo femoral, e o

    acetbulo. Sua transmisso hereditria, recessiva, intermitente e polignica. Fatoresnutricionais, biomecnicos e de meio ambiente, associados hereditariedade, pioram acondio da displasia.

    Etiologia

    Origem gentica, multifatorial e polignica, e pode ser influenciada porinmeras variveis entre elas fatores nutricionais, de biomecnica, de criao etc.

    Epidemiologia

    A enfermidade afeta muitas raas caninas sendo mais comum nas de grandeporte, tais como Pastor-Alemo, Rotweiller, Labrador e So Bernardo. Embora adisplasia coxofemoral tenha sido assinalada em raas pequenas e em gatos, suasarticulaes coxofemorais instveis no produzem as mesmas alteraes sseascomparadas aos ces mais pesados.

    Sinais Clnicos

    Verifica-se claudicao uni ou bilateral, dorso arqueado, peso corporaldeslocado em direo aos membros anteriores, com rotao lateral desses membros e

    andar bamboleante.

    *As manifestaes clnicas nem sempre so compatveis com os achados radiolgicos.

    Posicionamento Radiogrfico

    A radiografia deve ser de excelente qualidade e feita com o animal anestesiado,a fim de determinar o perfeito relaxamento e obter o posicionamento correto. Aexposio radiogrfica deve incluir toda a pelve e as articulaes fmorotbio-patelares,sendo que o foco central do raio-x ser direcionado nas articulaes coxofemorais.

    Para se efetuar o posicionamento, o co colocado em decbito dorsal com osmembros posteriores estendidos caudalmente e rotacionados medialmente, de tal formaque as patelas se sobreponham aos sulcos trocleares. Os fmures devem estar paralelosentre si, com o eixo da coluna vertebral, e com a superfcie da mesa. A pelve deve ser

    posicionada paralela mesa, sem inclinao, onde o canal plvico aparece redondo ousimetricamente ovalado, as asas ilacas da mesma largura, os formes obturadoressimtricos entre si e as articulaes sacro-ilacas semelhantes.

    *Diagnstico prvio pode ser efetuado aos 12 meses de idade (raas grandes) e aos 18meses de idade (raas gigantes). O diagnstico definitivo s pode ser efetuado aos 2anos de idade.

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    Avaliao

    Deve-se avaliar o formato da cabea do fmur, a fossa acetabular (deve encobrir50% da cabea do fmur), congruncia das articulaes e colo femoral (o qual deveestar ntegro).

    Tambm avalia-se ngulo de Norberg.

    ngulo de Norberg

    Baseia-se na determinao dos centros das cabeas femorais e da unio dosmesmos por intermdio de uma linha, que nos possibilitar traar , a partir de um doscentros, uma segunda linha, que tangenciar o bordo acetabular crnio lateral. As 2linhas formam entre si um ngulo , chamado ngulo de Norberg.

    Figura 43. Desenho esquemtico da mensurao do ngulo de Norberg.

    Alteraes Radiogrficas

    -Arrasamento do acetbulo, achatamento da cabea do fmur, subluxao ouluxao coxofemoral e alteraes secundrias.

    Classif icao Radiogrfica

    Classificao Diagnstico ngulo Alteraes

    A HD - Acima de 105 Sem sinais de displasia coxofemoral.

    B HD +/- Acima de 105 Articulaes coxofemorais prximas do normal.

    C HD+ Acima ou igual a 100 Displasia coxofemoral de grau leve.

    D HD++ Igual a 95 Displasia coxofemoral de grau moderado.

    E HD +++ Inferior ou igual a 90 Displasia coxofemoral de grau severo.

    * HD: hip displasy.

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    Figura 44. Diferentes graus de displasia coxofemoral (A, B, C, D e E).

    Fonte: PROVETSo Paulo.

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    Figura 45.Radiografia ventrodorsal revelando arrasamento de acetbulo, deformidade de cabea dofmur e espessamento de colo femoral principalmente em membro direito de um Samoieda de 5 anos.

    Fonte: Clnica Veterinria Ces e GatosLages/SC, 2012.

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    Radiografia de CabeaI ntroduo

    Exame de difcil realizao devido a existncia de estrutura ssea complexa,

    sobreposio de estruturas importantes e forma muito varivel em caninos(dolicocfalos, mesaticfalos e braquicfalos) e pouco varivel em felinos.

    Anatomia

    Figura 46. Esquematizao da anatomia craniana canina.

    Fonte: Anatomia Canina 3D

    Mandbula

    Maxilar

    Incisivo

    Zigomtico

    Frontal

    Parietal

    Incisivo

    Maxilar

    Frontal

    Parietal

    Nasal

    Frontal

    ParietalParietal

    Temporal

    Occipital

    Atlas (C1)

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    Posicionamento

    -Animal deve estar anestesiado. A anestesia contra indicada em casos detraumatismo craniano.

    -Incidncia lateral: animal em decbito lateral e com cunha de espuma sob onariz e a mandbula, de modo que o plano sagital do crnio esteja paralelo ao tampo damesa.

    *Boca aberta para boa visualizao da articulao temporomandibular.

    -Incidncia ventrodorsal: animal em decbito dorsal e um pedao de espuma posicionada sob o pescoo, atrs do crnio. A articulao atlantooccipital estendida demaneira que o palato duro se posicione paralelamente ao filme.

    Vantagens: melhor posicionamento para crnio (abobada mais prxima

    ao filme) e seios nasais.

    Desvantagens: pouca simetria.

    -Incidncia intraoral (oclusal): para melhora demonstrao regio nasal eetmoidal (boca bem aberta).

    -Incidncia dorsoventral: animal em decbito esternal com cabea apoiada sobreo chassi e o palato duro paralelo ao tampo da mesa.

    -Vantagens: melhor simetria bilateral

    -Desvantagens: abobada craniana mais distante da chapa, portanto,haver maior distoro.

    -Oblquas: utilizadas para visualizao da articulao temporomandibular, seiofrontal, margem dorsal da rbita, bula ssea e arcada dentria (quando com bocaaberta).

    *Incidncia lateral oblqua bom para separao de snfise em felinos.

    Alteraes01-Fraturas

    I ntroduo

    As fraturas de crnio no so comuns, exceto as fraturas dos maxilares emandbula.

    Dificuldades

    Sobreposio ssea dificulta a demonstrao de fraturas. Pode-se utilizarincidncias oblquas para melhor visualizao da fratura.

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    Alteraes Radiogrficas

    -Fragmentos fraturados podem causar reas de opacidade linear, enquanto,fratura com extremidade deslocada causa um defeito radiotransparente linear.

    -Verifica-se edema de tecidos moles.-Em fraturas de osso nasal e frontal poder ser visualizado hemorragia no

    interior dos seios ou na cavidade nasal, ento verifica-se opacidade de tecido mole.

    -As linhas de sutura no devem ser confundidas com fraturas.

    02-Deslocamento de Articulao Tempomandibular

    I ntroduo

    A luxao traumtica da articulao tempomandibular no muito frequente emces e poder ser associada a fratura mandibular, especialmente em gatos.

    Posicionamento

    -Ventrodorsal;

    -Laterolateral com boca aberta;

    -Laterais oblquas (uma com boca aberta e outra com boca fechada);Sinais Clnicos

    Verifica-se animal com boca aberta e manipulao local dolorosa.

    Alteraes Radiogrficas

    -Deslocamento geralmente unilateral.

    -O cndilo mandibular deslocado pode ser visualizado distante do processoretroarticular, localizado rostral e caudalmente.

    -Se for deslocamento unilateral, a comparao com o outro lado importante.

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    03-Corpo Estranho

    Radiopaco

    Radiotransparente

    04-Infeco

    Figura 47. A- Radiografia craniana em projeo oblqua evidenciando deslocamento de articulaotempomandibular direita. O cndilo mandibular deslocado (setas retas).

    B- Radiografia craniana em projeo ventrodorsal evidenciando deslocamento de articulaotemporomandibular direita. O cndilo mandibular deslocado (setas retas).

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

    03-Corpo Estranho

    I ntroduo

    Radiopacos: so visualizados de imediato no interior do crnio.

    Radiotransparentes: podero necessitar de um meio de contraste para seremdelineados.

    Localizao

    Geralmente localizados na boca, na faringe ou na cavidade nasal.

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    04-Infeco

    I ntroduo

    Qualquer um dos ossos cranianos podem sofrer infeco, embora seja incomum.

    Exceto com uma extenso de uma infeco na cavidade nasal, seios frontais ou razesdentrias.

    Etiologia

    Extenso de infeco de cavidade nasal, seio nasal e razes dentrias.

    Alteraes Radiogrficas

    -Verifica-se ostelise (destruio ssea).

    -Esclerose ao redor da rea afetada.-Reao periosteal.

    -Sequestro sseo pode ser formado.

    -Edema de tecidos moles e espessamento de parede de bula timpnica.

    -Uma infeco fngica pode simular alteraes neoplsicas, entretanto, as lesesfngicas so geralmente multifocais.

    05-NeoplasiasI ntroduo

    A neoplasia primria de ossos cranianos no comum e normalmente o co mais afetado que o gato.

    Tipos

    Osteossarcoma: aparncia de leso destrutiva, acompanhada de reao periosteale edema de tecidos moles.

    Osteomas: so densos, circunscritos e provocam pouca ou nenhuma reaoadjacente.

    Tumores de clulas escamosas: verifica-se invaso e destruio de ossoscranianos subjacentes.

    Outros: fibrossarcoma e condrossarcoma.

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    06-Displasia de Occipital

    Sinnimos

    Malformao congnita do forame magno e malformao de Arnold-Chiari.

    Definio

    Displasia associada ao osso occipital com visualizao radiogrfica do foramemagno aumentado e com formato anormal (formato de fechadura).

    Epidemiologia

    Ces de pequenos porte como Yorkshire, Poodle miniatura e Lulu da Pomernia.

    Sinais Clnicos

    So variveis e alguns ces podem ficar aparentemente normais. Mas pode-severificar dor ao mexer o pescoo, ataxia ou episdios de convulso.

    Figura 48. Morfologia e morfometria do forame magno em ces da raa Poodle Toy e Yorkshire Terrier.

    Fonte: FMVZUSP, 2011.

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    Figura 49. Radiografia craniana rostrocaudal evidenciando aumento e alterao do formato do foramemagno (setas azuis) caracterizando displasia de occipital em Poodle.

    Fonte: Clnica Veterinria Ces e GatosLages/SC, 2012.

    Figura 50. Radiografia craniana rostrocaudal evidenciando aumento e alterao do formato do forame

    magno caracterizando displasia de occipital em Poodle.

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    07-Osteopatia Craniomandibular

    Sinnimos

    Osteoartropatia craniomandibular, periostite mandibular, osteodistrofia

    craniomandibular e mandbula de leo.

    Definio

    Enfermidade caracterizada por uma proliferao periostal no-neoplsica damandbula e dos ossos do crnio. A osteopatia craniomandibular acomete com maiorfrequncia o ramo horizontal da mandbula, mas tambm observada nas bulastimpnicas e articulaes tmporo-mandibulares.

    Etiologia

    Desconhecida e visualizada em West Highland White Terriers jovens, Boston,Scottish e Cairn Terriers.

    Pode atingir outras raas de pequeno porte, mas raro.

    Sinais Clnicos

    Verifica-se dificuldade e dor ao abrir a boca e mastigar o alimento. A palpaoverifica-se inchao do crnio bilateral, e estas reas so macias palpao.

    Diagnstico Di ferencial

    Miosite eosinoflica dos msculos da cabea, embora esta enfermidade atinjamais frequentemente ces de grande porte.

    Alteraes Radiogrficas

    -Neoformao ssea periosteal e esclerose afetando ossos maxilares,apresentando-se espessados e com aparncia irregular.

    -Massas de osso neoformado so visualizadas na rea das bulas timpnicas doosso temporal.

    -Os ossos occipitais podero ser igualmente afetados.

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    Figura 44. ARadiografia craniana em projeo laterolateral evidenciando espessamento de abobadacraniana associado osteopatia craniomandibular.

    B Radiografia craniana em projeo laterolateral evidenciado massa de osso neoformado

    periosteal ao longo do corpo da mandbula (setas azuis) e abobada craniana espessada.

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

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