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With support of the WZO. Na segunda noite da Pessach, na diáspora, no segundo Seder, começamos a contagem do Omer, 49 dias que nos levam à Festa da entrega da Torá, Shavuot. Nos tempos do Templo de Jerusalém, estes eram dias de oferta de cevada, permitindo em seguida seu consumo. Atualmente, depois de reza de Arvit, contamos cada dia, um a um. Um estranho costume, simplesmente contar cada dia, nada mais. Que sentido faz esta conta hoje em dia? Em Pessach, celebramos em torno de uma mesa cheia de sabores, cores e mensagens, a possibilidade de nos encontrarmos, a liberdade de estudar e viver nosso judaísmo com orgulho; celebramos a força e a coragem dos nossos avós, bisavós, através de todos os períodos, de sair de casas da escravidão em busca de terra de paz e liberdade. Histórias, músicas e alimentos refletem a vida daqueles judeus errantes que nos legaram a busca da sabedoria e uma alma livre. Mas isso não é suficiente. Não completa a herança, a história, a tradição; é necessário adquiri-la, apropriar-se dela, reconstruí-la resignificá-la, torná-la própria em nós mesmos. É necessária a nova criação, uma nova linha de tijolos na construção dos significados compartilhados. Pessach é o ponto de partida. Não é suficiente ser livre, mas é necessário saber: por que somos livres? Isto é Shavuot: A conquista, o compromisso com as virtudes e os valores e com os quais queremos viver e os quais queremos aprofundar em nossas vidas. Um dos costumes durante o Omer é estudar um capítulo de "Pirkei Avot”- "Ética dos Pais", a cada semana, por ser uma compilação de valores e virtudes necessárias para - Ser humano, para viver em comunidade e para construir uma sociedade mais justa, bondosa e generosa. 07 semanas completas Há mais uma mensagem nesta conta, e é que, assim como contamos cada dia, os dias da vida de cada um de nós são contados. Cada dia que começa guarda uma mensagem a ser descoberta e captada, contem o potencial de se transformar em alguma coisa, de colaborar em alguma coisa, de dar um abraço profundo e uma palavra de profundidade. Contém a possibilidade do amor, do aprender, de aprofundar e o que não foi feito, não pode ser feito. Contar um a um, nos lembra o quão único, especial e irreversível é cada dia do dia a dia. As sete semanas inteiras são um extrato de todos os dias de nossas vidas. O importante é vivermos alertas, atentos a cada momento. Lendas e histórias que fizeram história. Muitas histórias e lendas, não necessariamente aconteceram tal qual a memória popular e os textos se lembram, mas foram reescritos com algum ingrediente histórico para causar impacto, para educar e formar aqueles que ouvem ou leem. Conta a memória do nosso povo que Akiva, que era analfabeto, se apaixonou profundamente pela filha de um homem muito poderoso e, para poder se casar com ela, na idade de 40, começou a estudar e se tornou um grande mestre. Ele tinha muitos estudantes, e durante a contagem do Omer começaram a morrer de uma estranha epidemia. Nossos sábios ensinam: "(morreram), porque eles não se comportaram com relação ao outro." Pode-se imaginar, a concorrência, inveja cruel, falta de generosidade, o individualismo, egos superlativos ... O que é pior do que isso para um professor, pai, não ter podido incutir nos alunos, em crianças, esses valores que são mais importantes do que qualquer outro ensinamento? É por isso que durante a contagem de Omer, são mantidos alguns rituais de luto: não se permitem chupot, não se costuma cortar cabelo ou fazer a barba, nem fazer atividades que envolvam demasiada alegria. No entanto, um aluno de Rabi Akiva, Rabi Shimon Bar Yochai, instaurou um padrão entre os seus alunos “Anan Chavivuta talia’, algo como: somos dependentes da nossa amizade". O estudante foi capaz de consertar, completar aquilo que seu mestre não conseguiu: semear a amizade sincera entre colegas, pares. Mantemos as leis de luto, porque ainda hoje, mesmo muitas centenas de anos depois, nós ainda não temos a possibilidade de compreendermos, acompanharmos compartilharmos, sermos coerentes com o que exigimos do outro e o que nós mesmos fazemos. No entanto, antes de sua morte, Rabi Shimon Bar Yochai, pediu a seus alunos que o dia de sua morte fosse lembrado com alegria, com fogueiras, tochas e danças, porque existe o desejo, a esperança, e a possibilidade de que em algum momento nós consigamos . Rabi Shimon deixou este mundo no 33° dia da contagem do Omer, LaG baOmer. É por isso que neste dia suspendemos as leis de luto, e nos inspiramos em torno de fogueiras, de churrascos com a família e amigos, para semear em nossos corações as sementes das virtudes necessárias para crescer e aprofundar a nossa qualidade de ser humano. LaG BaOmer Na noite de quarta-feira teremos o dia 33 de nossa conta. Que possamos nos reunir em torno de um fogo, sozinhos, com família, com amigos, para podermos olhar para nós mesmos através de suas chamas multi-coloridas, talvez seja apenas uma vela, ou mesmo o fogo de um delicioso churrasco ou uma fogueira que tenha ficado em nossa memória, que tenha despertado o amor, a amizade, os sonhos em alguma um Machané do passado ... Olhemos para nós, talvez por esse momento, nossos olhos estejam úmidos, o que é melhor, com lágrimas de emoção se vê mais claro. E depois deste olhar profundo, comprometamos-nos, primeiro com nós mesmos, em viver vidas mais profundas, mais sensíveis, mais generosas, menos violentas. Então, com os outros, e poder dizer como é melhor viver dependendo de nossa amizade, de nosso amor, de nosso trabalho compartilhado. Que possamos trabalhar por tempos melhores, cheios de luz. Ravá Karina Finkielsztein Comunidad NCI / Emanu-El Buenos Aires, Argentina Depois para vós contareis desde o dia seguinte ao sábado, desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras serão (Vaikrá 23:15) .... contareis cinquenta dias; então oferecereis nova oferta de alimentos ao SENHOR. (Vaikrá 23:16)

Depois para vós contareis desde o dia seguinte ao sábado ...€¦ · With support of the WZO. Na segunda noite da Pessach, na diáspora, no segundo Seder, começamos a contagem

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Page 1: Depois para vós contareis desde o dia seguinte ao sábado ...€¦ · With support of the WZO. Na segunda noite da Pessach, na diáspora, no segundo Seder, começamos a contagem

With support of the WZO.

Na segunda noite da Pessach, na diáspora, no segundo Seder, começamos a contagem do Omer, 49 dias que nos levam à Festa da entrega da Torá, Shavuot. Nos tempos do Templo de Jerusalém, estes eram dias de oferta de cevada, permitindo em seguida seu consumo. Atualmente, depois de reza de Arvit, contamos cada dia, um a um. Um estranho costume, simplesmente contar cada dia, nada mais. Que sentido faz esta conta hoje em dia? Em Pessach, celebramos em torno de uma mesa cheia de sabores, cores e mensagens, a possibilidade de nos encontrarmos, a liberdade de estudar e viver nosso judaísmo com orgulho; celebramos a força e a coragem dos nossos avós, bisavós, através de todos os períodos, de sair de casas da escravidão em busca de terra de paz e liberdade. Histórias, músicas e alimentos refletem a vida daqueles judeus errantes que nos legaram a busca da sabedoria e uma alma livre. Mas isso não é suficiente. Não completa a herança, a história, a tradição; é necessário adquiri-la, apropriar-se dela, reconstruí-la resignificá-la, torná-la própria em nós mesmos. É necessária a nova criação, uma nova linha de tijolos na construção dos significados compartilhados. Pessach é o ponto de partida. Não é suficiente ser livre, mas é necessário saber: por que somos livres? Isto é Shavuot: A conquista, o compromisso com as virtudes e os valores e com os quais queremos viver e os quais queremos aprofundar em nossas vidas.Um dos costumes durante o Omer é estudar um capítulo de "Pirkei Avot”- "Ética dos Pais", a cada semana, por ser uma compilação de valores e virtudes necessárias para - Ser humano, para viver em comunidade e para construir uma sociedade mais justa, bondosa e generosa. 07 semanas completasHá mais uma mensagem nesta conta, e é que, assim como contamos cada dia, os dias da vida de cada um de nós são contados. Cada dia que começa guarda uma mensagem a ser descoberta e captada, contem o potencial de se transformar em alguma coisa, de colaborar em alguma coisa, de dar um abraço profundo e uma palavra de profundidade. Contém a possibilidade do amor, do aprender, de aprofundar e o que não foi feito, não pode ser feito. Contar um a um, nos lembra o quão único, especial e irreversível é cada dia do dia a dia. As sete semanas inteiras são um extrato de todos os dias de nossas vidas. O importante é vivermos alertas, atentos a cada momento.Lendas e histórias que fizeram história.Muitas histórias e lendas, não necessariamente aconteceram tal qual a memória popular e os textos se lembram, mas foram reescritos com algum ingrediente histórico para causar impacto, para educar e formar aqueles que ouvem ou leem.Conta a memória do nosso povo que Akiva, que era analfabeto, se apaixonou profundamente pela filha de um homem muito poderoso e, para poder se casar com ela, na idade de 40, começou a estudar e se tornou um grande mestre. Ele tinha muitos estudantes, e durante a contagem do Omer começaram a morrer de uma estranha epidemia.

Nossos sábios ensinam: "(morreram), porque eles não se comportaram com relação ao outro." Pode-se imaginar, a concorrência, inveja cruel, falta de generosidade, o individualismo, egos superlativos ... O que é pior do que isso para um professor, pai, não ter podido incutir nos alunos, em crianças, esses valores que são mais importantes do que qualquer outro ensinamento? É por isso que durante a contagem de Omer, são mantidos alguns rituais de luto: não se permitem chupot, não se costuma cortar cabelo ou fazer a barba, nem fazer atividades que envolvam demasiada alegria. No entanto, um aluno de Rabi Akiva, Rabi Shimon Bar Yochai, instaurou um padrão entre os seus alunos “Anan Chavivuta talia’, algo como: somos dependentes da nossa amizade". O estudante foi capaz de consertar, completar aquilo que seu mestre não conseguiu: semear a amizade sincera entre colegas, pares. Mantemos as leis de luto, porque ainda hoje, mesmo muitas centenas de anos depois, nós ainda não temos a possibilidade de compreendermos, acompanharmos compartilharmos, sermos coerentes com o que exigimos do outro e o que nós mesmos fazemos.No entanto, antes de sua morte, Rabi Shimon Bar Yochai, pediu a seus alunos que o dia de sua morte fosse lembrado com alegria, com fogueiras, tochas e danças, porque existe o desejo, a esperança, e a possibilidade de que em algum momento nós consigamos .Rabi Shimon deixou este mundo no 33° dia da contagem do Omer, LaG baOmer. É por isso que neste dia suspendemos as leis de luto, e nos inspiramos em torno de fogueiras, de churrascos com a família e amigos, para semear em nossos corações as sementes das virtudes necessárias para crescer e aprofundar a nossa qualidade de ser humano.LaG BaOmerNa noite de quarta-feira teremos o dia 33 de nossa conta. Que possamos nos reunir em torno de um fogo, sozinhos, com família, com amigos, para podermos olhar para nós mesmos através de suas chamas multi-coloridas, talvez seja apenas uma vela, ou mesmo o fogo de um delicioso churrasco ou uma fogueira que tenha ficado em nossa memória, que tenha despertado o amor, a amizade, os sonhos em alguma um Machané do passado ...Olhemos para nós, talvez por esse momento, nossos olhos estejam úmidos, o que é melhor, com lágrimas de emoção se vê mais claro.E depois deste olhar profundo, comprometamos-nos, primeiro com nós mesmos, em viver vidas mais profundas, mais sensíveis, mais generosas, menos violentas. Então, com os outros, e poder dizer como é melhor viver dependendo de nossa amizade, de nosso amor, de nosso trabalho compartilhado.Que possamos trabalhar por tempos melhores, cheios de luz.

Ravá Karina FinkielszteinComunidad NCI / Emanu-El

Buenos Aires, Argentina

Depois para vós contareis desde o dia seguinte ao sábado, desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras serão (Vaikrá 23:15) .... contareis cinquenta dias; então oferecereis

nova oferta de alimentos ao SENHOR. (Vaikrá 23:16)