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DEDICATÓRIA Este trabalho é dedicado a todos nossos familiares e pessoas intimamente ligadas às nossas vidas, que no período de desenvolvimento deste trabalho nos ajudaram com paciência, carinho e compreensão, demonstrando que a superação nos momentos difíceis vale a pena, por estarmos ao lado de quem realmente se importa com nosso sucesso.

DEDICATÓRIA - pcc.usp.br 2o... · AGRADECIMENTOS Ao professor Francisco Ferreira Cardoso, pela orientação e pelo constante estímulo transmitido durante todo o trabalho Agradecemos

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DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado a todos nossos familiares e

pessoas intimamente ligadas às nossas vidas, que no

período de desenvolvimento deste trabalho nos

ajudaram com paciência, carinho e compreensão,

demonstrando que a superação nos momentos difíceis

vale a pena, por estarmos ao lado de quem realmente

se importa com nosso sucesso.

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AGRADECIMENTOS

Ao professor Francisco Ferreira Cardoso, pela orientação e pelo

constante estímulo transmitido durante todo o trabalho

Agradecemos pela colaboração da Construtora Seqüência que

disponibilizou diversas visitas à suas instalações, viabilizando a

elaboração deste trabalho e ao Arq. Alexandre Mariutti, que nunca nos

furtou a sua atenção durante a realização deste trabalho.

Aos profissionais do setor que dedicaram parte de seu tempo para nos

transmitir os conhecimentos necessários. Dentre eles, agradecemos à

Arq. Silvia Scalzo, ao Eng. Claudio Vicente Mitidieri e ao Eng. Hélcio

Hernandes.

Aos amigos, familiriares, colegas de trabalho e de faculdade e a todos

que colaboraram direta ou indiretamente com a execução deste trabalho

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1.1 – Desenho esquemático de construção em Steel Frame (fonte: CBCA)..10 Figura 4.1.1 – Mesa para cortes................................................................................22 Figura 4.1.2 – Mesa para montagem ........................................................................22 Figura 5.1 – Fundação em radier (Consul Steel).......................................................24 Figura 5.2 – Tipos de ancoragem (Consul Steel) ......................................................25 Figura 5.3 – Ancoragem por barra rosqueável (CBCA).............................................26 Figura 5.4 – Ancoragem por barra rosqueável ..........................................................26 Figura 5.5 – Marcação em OSB feita com chalkline (acervo dos autores)................27 Figura 6.1.1 – Painel com vão de porta e de janela (Consul Steel)...........................28 Figura 6.1.2 – Montante duplo no encontro entre painéis (Consul Steel)..................29 Figura 6.1.3 – Montante triplo (Consul Steel) ............................................................29 Figura 6.1.4 – Montante quádruplo (Consul Steel)....................................................29 Figura 6.1.5 – Verga composta por vigas (Consul Steel) ..........................................30 Figura 6.1.6 – Verga realizada em cantoneira (CBCA) .............................................30 Figura 6.1.7 – Verga realizada com associação de montantes (acervo dos autores)31 Figura 6.1.8 – King composto por 3 perfis (Consul Steel) .........................................31 Figura 6.1.9 – Detalhe de guias de abertura (elaboração dos autores) ....................32 Figura 6.1.10 – Detalhe do vão com reforços (Consul Steel) ....................................33 Figura 6.3.1 – Fitas metálicas e guia para travamento (Consul Steel) ......................52 Figura 6.3.2 – Proteção contra rotação e enrijecimento de painel (acervo dos

autores) ..............................................................................................................53 Figura 6.5.1 – Possível erro de posicionamento dos painéis (elaboração autores) ..54 Figura 6.5.2 – Escoramento provisório com perfil (Seqüência) .................................54 Figura 6.5.3 – Escoramentos (Consul Steel).............................................................56 Figura 6.5.4 – Painéis escolhidos para início (elaboração dos autores) ...................56 Figura 6.5.5 – Conferência de alinhamento de montantes em painéis paralelos

(Seqüência)........................................................................................................57 Figura 7.1.1 – Estrutura de entrepiso (Consul Steel adaptada).................................58 Figura 7.1.2 – Alinhamento montante-viga................................................................59 Figura 7.1.3 – Vigas para redistribuição de cargas ...................................................60 Figura 7.1.4 – Vigas biapoiadas e vigas contínuas (CBCA)......................................60 Figura 7.1.5 – Momento em vigas biapoiadas e continuas (elaboração dos autores)

...........................................................................................................................61 Figura 7.2.1 – Alinhamento guia de laje e painel externo (Seqüência) .....................61 Figura 7.2.2 – Emenda de viga (Consul Steel)..........................................................62 Figura 7.2.3 – Reforço em alma de viga (Consul Steel) ............................................63 Figura 7.2.4 – Travamentos (CBCA) .........................................................................63 Figura 7.3.1 – Apoios para redistribuição de cargas devido ao vão (Consul Steel) ..64 Figura 7.4.1 – Etapas da execução de laje úmida em Steel Deck (Metalicas) ..........65 Figura 7.4.3 – Laje úmida (Consul Steel) ..................................................................66 Figura 7.5.1 – Laje seca (Revista Téchne)................................................................67 Figura 8.1.1 – Escada em viga tubo (Consul Steel) ..................................................68 Figura 8.1.2 – Escada em painel (Consul Steel) .......................................................69 Figura 9.1.1 – Gabarito para fabricação de tesouras (Seqüência) ............................72 Figura 9.1.2 – Fabricação da tesoura sobre mesa de montagem (Seqüência) .........73

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Figura 9.2.1 – Planta da estrutura de telhado (Consul Steel adaptado)....................74 Figura 9.2.2 – Vista lateral da estrutura de telhado (Consul Steel) ...........................74 Figura 9.2.2 – Fixação das tesouras (Seqüência) .....................................................75 Figura 9.2.3 – Travamento em tesouras (Consul Steel) ............................................76 Figura 10.1.1 – Multilaminado fenólico (Consul Steel) ..............................................79 Figura 10.1.2 – Com-ply (Consul Steel) ....................................................................79 Figura 10.1.3 – EIFS (Consul Steel)..........................................................................81 Figura 10.1.4 – Placas OSB (Seqüência)..................................................................82 Figura 10.1.5 – Alinhamento de placas OSB (Seqüência) ........................................83 Figura 10.2.1 – Placas de gesso acartonado (CBCA)...............................................88 Figura 10.2.2 – Placas de gesso acartonado (CBCA)...............................................88 Figura 10.2.3 – Parafusamento correto (Consul Steel) .............................................89 Figura 10.2.4 – Posicionamento correto de parafusos (Consul Steel) ......................89 Figura 10.2.5 – Ilustração de uma chapa de gesso (Seqüência) ..............................92 Figura 10.3.1 – Composição de telhado em telha asfaltica.......................................93 Figura 10.3.2 – Detalhe de cumeeira de telha asfaltica (Seqüência) ........................94 Figura 10.3.3 – Detalhamento dos componentes do telhado (Seqüência)................95 Figura 11.1.1 – Ilustracao do siding vinilico (Metalicas) ............................................97 Figura 11.1.2 – Detalhamento do siding vinilico (Seqüência)....................................97 Figura 11.2.2 – Nomenclatura do painel vinilico (Seqüência) ...................................98 Figura 11.2.3 – Acessorios dos paineis vinilicos (Metalicas).....................................99 Figura 12.1.1 – Utilização de PEX...........................................................................101 Figura 12.1.2 – Ferramentas utilizadas (Seqüência)...............................................102 Figura 12.2.1 – Intalações de esgoto (Seqüência) ..................................................103 Figura 12.3.1 – Instalações elétricas (Seqüência)...................................................105 Figura B.1.1 – Conjunto Habitacional Colina das Pedras (USHome)......................126 Figura B.2.1 - Faculdade Evangélica de Curitiba (USHome) ..................................127 Figura B.3.1 – Construção comercial em Steel Frame - Pizza Hut (Acervo dos

autores) ............................................................................................................128 Figura B.4.1 – Protótipo de módulo para alojamentos da Petrobrás (Acervo dos

autores) ............................................................................................................129 Figura B.5.1 – Condomínio Jardim das Palmeiras (Seqüência) ..............................130 Figura C.1.1 Apoios móveis (Acervo dos autores) ..................................................132 Figura C.1.2 – Mesa de corte (Acervo dos autores)................................................132 Figura C.3.1 – Alicate e serra, disponíveis em obra (Guia do construtor e acervo dos

autores) ............................................................................................................135 Figura C.3.2 – Parafusadeiras (Acervo dos autores) ..............................................136 Figura C.3.3 Parafusadeira a ar comprimido (CBCA) .............................................136 Fig C.4.1 - Esquema de fixação por chumbador (CBCA)........................................138 Fig C.5.1 - Perfil U e perfil U enrijecido (CBCA) ......................................................139 Figura C.6.1 – Tyvek sendo instalado em obra (Acervo dos autores).....................140 Figura C.7.1 – Isolante ISOVER em rolo e instalado (Acervo dos autores) ............142 Figura C.7.2 – Isolante lã de rocha (Site do fabricante) ..........................................143 Figura C.8.1 – Separação das cargas de cobertura e laje (Usiminas) ....................144 Figura C.8.2. - Telhado em shingle asfáltico (TC Shingle do Brasil) .......................145 Figura C.9.1 – Painel OSB em detalhe (Acervo dos autores) .................................146 Figura C.10.1 – Fixação de esquadria da janela (Acervo dos autores)...................148 Figura C.11.1 – Detalhe do sistema PEX (Acervo dos autores)..............................149 Figura C.12.1 – Fachada em Siding Vinílico (Acervo dos autores) .........................152

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Figura E.1.1 - Esquema apresentando guia, montante e viga (tabela de dimensionamento CBCA).................................................................................155

Figura E.3.1 – Travamento lateral (tabela de dimensionamento CBCA).................156 Figura E.5.1 – Travamento lateral (tabela de dimensionamento CBCA).................157

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela A.1.1: Indicadores macroeconômicos e seu impacto na construção ..........116

Tabela A.3.1: empresas integrantes da cadeia produtiva - steel framing ...............122

Tabela C.3.1 – Pincipais ferramentas empregadas na execução de estrutura em

steel frame...............................................................................................................134

Tabela C.5.2 – Dimensões nominais usuárias de perfis de aço .............................139

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INDICE DE GRÁFICOS

Gráfico A.1.1: Participação da construção civil no pib brasileiro .............................115

Gráfico A.1.2: Estrutura etária da população brasileira ...........................................117

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................8

2. OBJETIVOS E ESTRUTURA DO TRABALHO ................................13

2.1. Metodologia .................................................................................................................14

2.2. Estrutura do trabalho:...................................................................................................15

3. MANUAIS UTILIZADOS ...................................................................16

3.1. Manual Caixa Econômica Federal...............................................................................16

3.2. Manual Seqüência........................................................................................................17

3.3. Manual Consul Steel....................................................................................................18

4. PRÉ-FABRICAÇÃO..........................................................................21

4.1. Mesas de pré-fabricação e cortes .................................................................................21

5. ATIVIDADES PRELIMINARES E FUNDAÇÃO................................23

6. PAINÉIS ...........................................................................................28

6.1. Componentes ...............................................................................................................28

6.2. Fabricação....................................................................................................................34

6.3. Travamentos.................................................................................................................35

6.4. Transporte e estocagem ...............................................................................................53

6.5. Montagem dos painéis .................................................................................................54

7. ENTREPISO.....................................................................................58

7.1. Componentes ...............................................................................................................58

7.2. Montagem. ...................................................................................................................61

7.3. Vãos de passagem........................................................................................................64

7.4. Laje úmida. ..................................................................................................................64

7.5. Laje Seca......................................................................................................................66

8. ESCADAS ........................................................................................68

8.1. Fabricação e montagem ...............................................................................................68

9. TESOURAS......................................................................................72

9.1. Confecção das tesouras................................................................................................72

9.2. Montagem das tesouras................................................................................................73

10. FECHAMENTOS...........................................................................77

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10.1. Fechamento externo:....................................................................................................77

10.2. Fechamento interno......................................................................................................84

10.3. Cobertura em telha asfaltica ........................................................................................93

11. REVESTIMENTO ..........................................................................97

11.1. Revestimento Externo..................................................................................................97

11.2. Colocação de Siding Vinílico ......................................................................................97

12. INSTALAÇÕES PREDIAIS..........................................................101

12.1. Execução da instalações hidro-sanitárias...................................................................101

12.2. Execução da instalação de esgoto, utilizando tubulações de PVC ............................102

12.3. Execução das instalações elétricas.............................................................................103

13. PIS...............................................................................................107

13.1. Fundação:...................................................................................................................107

13.2. Pré-montados: ............................................................................................................107

13.3. Montagem in-loco:.....................................................................................................108

13.4. Colocação de isolantes térmicos/absorventes acústicos ............................................108

13.5. Fechamento:...............................................................................................................108

13.6. Barreira contra agua e vento ......................................................................................109

13.7. Siding vinilico ............................................................................................................109

13.8. Instalações..................................................................................................................109

14. CONCLUSÃO E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

110

REFERÊNCIAS ....................................................................................112

APÊNDICE A. CONTEXTO ECONÔMICO E SOCIAL.......................115

A.1. Panorama geral da Construção Civil no Brasil..........................................................115

A.2. Fundamentos da Construção Civil e as possibilidades de inserção do Steel Frame..117

A.3. Os participantes do mercado e o atual estágio de desenvolvimento do Steel Framing ...

...................................................................................................................................120

A.4. O papel da indústria siderúrgica ................................................................................124

APÊNDICE B. EXEMPLOS DE EMPREENDIMENTOS EM STEEL

FRAME NO BRASIL .............................................................................126

B.1. Conjunto Habitacional Colina das Pedras, Bragança Paulista (SP)...........................126

B.2. Faculdade Evangélica, Curitiba (PR).........................................................................127

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B.3. Pizza Hut, Avenida dos Pinheiros, São Paulo (SP) ...................................................128

B.4. Alojamento e Galpões para a Construção de Refinaria de Gás e Petróleo da Petrobrás,

Urucu (AM) ............................................................................................................................129

B.5. Condomínio Jardim das Palmeiras, Granja Viana, São Paulo (SP)...........................130

APÊNDICE C. SISTEMA CONSTRUTIVO EM STEEL FRAME ........131

C.1. Industrialização dos perfis .........................................................................................131

C.2. Ligações entre perfis:.................................................................................................133

C.3. Ferramentas................................................................................................................133

C.4. Fundação....................................................................................................................137

C.5. Estrutura:....................................................................................................................138

C.6. Impermeabilização.....................................................................................................140

C.7. Isolamentos ................................................................................................................141

C.8. Lajes e coberturas ......................................................................................................143

C.9. Fechamento interno....................................................................................................145

C.10. Portas e Janelas ..........................................................................................................147

C.11. Instalações..................................................................................................................148

C.12. Fechamentos externos, revestimentos e acabamentos: ..............................................149

APÊNDICE D. MÃO-DE-OBRA..........................................................153

APÊNDICE E. DIMENSIONAMENTO ................................................154

E.1. Guias ..........................................................................................................................155

E.2. Montantes...................................................................................................................155

E.3. Vigas ..........................................................................................................................156

E.4. Barras diagonais.........................................................................................................156

E.5. Vergas ........................................................................................................................156

APÊNDICE F. DESEMPENHO...........................................................160

F.1. Desempenho Estrutural..............................................................................................160

F.2. Comportamento Estrutural da Parede ........................................................................160

F.3. Resistência ao Fogo ...................................................................................................161

F.4. Estanqueidade a Água................................................................................................161

F.5. Conforto Térmico ......................................................................................................162

F.6. Conforto Acústico......................................................................................................162

F.7. Coordenação modular ................................................................................................162

APÊNDICE G. CARACTERÍSTICAS DO STEEL FRAME .................165

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G.1. Prazo ..........................................................................................................................165

G.2. Custos ........................................................................................................................165

G.3. Meio ambiente ...........................................................................................................165

G.4. Flexibilidade ..............................................................................................................165

G.5. Fornecedores..............................................................................................................166

G.6. Aceitação ...................................................................................................................166

G.7. Durabilidade...............................................................................................................167

APÊNDICE H. VISITA À OBRA COLINA DAS PEDRAS, BRAGANÇA

PAULISTA ....................................................................................169

APÊNDICE I. VISITA À RESIDÊNCIA DE ALTO PADRÃO, JUNDIAÍ .....

.....................................................................................172

APÊNDICE J. RESUMO DE CUSTOS DOS COMPONENTES.........174

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8

1. INTRODUÇÃO

Esse trabalho tem como propósito discutir vários aspectos de uma tecnologia

construtiva ainda pouco conhecida em nosso país, chamada Steel Frame. Como não

existe um termo específico em português para caracterizar esse sistema,

utilizaremos o termo em inglês.

Com o objetivo de compreender o conceito que envolve esse sistema construtivo, é

necessário diferenciar os termos Framing e Frame. Nos termos da engenharia,

Frame está relacionado a um esqueleto composto por elementos leves desenhados

para dar forma e sustentação a um edifício. Framing é o processo de união desses

elementos.

No inicio do século XVII, os Estados Unidos começaram uma expansão territorial

impressionante. Os americanos iniciaram uma fase de conquistas territoriais que os

levaram até o Oceano Pácifico. Em um curto período de tempo a população norte

americana multiplicou-se por dez, trazendo ao país uma necessidade habitacional a

ser superada. Naquela época estavam se disseminando os conceitos de praticidade,

produtividade e velocidade devido à influência da Revolução Industrial. Obrigados a

procurarem uma situação prática que solucionasse o problema com os matérias

disponíveis e de forma rápida , os americanos desenvolveram o que hoje chamamos

de Ballon Framing.

O Ballon Framing é a utilização de um montante com a altura total do edifício, o que

geralmente representava 2 pavimentos. As vigas das lajes ficam dentro do espaço

criado pelos montantes (a laje não divide os montantes). A evolução desse sistema

estrutural se deu com a divisão dos montantes. Na tecnologia que hoje conhecemos

como Platform Framing, os montantes são divididos pelas lajes. A mudança na

distribuição das cargas é interessante. Enquanto o Ballon Framing distribui as cargas

de forma excêntrica para a laje intermediária, o Platform Framing faz a distribuição

axialmente. Isso tem como conseqüência a diminuição das seções dos montantes.

Outra característica importante está relacionada à fabricação dos perfis. Com os

montantes divididos, o transporte dos componentes estruturais deixou de ser

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9

limitado. Com perfis menores permitiu-se que os montantes passassem a ser

produzidos fora do lugar de utilização, trazendo à obra vantagens relacionadas à

qualidade da execução e um maior aproveitamento de recursos. O Steel Frame é

uma derivação do Platform. O que os deferênciam são os seguidos

aperfeiçoamentos tecnológicos que o Steel Frame sofreu (nosso grupo discutirá tais

avanços com mais ênfase adiante).

As mudanças no processo de fabricação trouxeram conceitos tecnológicos muito

relevantes que se disseminaram intensamente nos EUA. Dentre eles podemos citar

a otimização e qualidade na fabricação do aço, otimização do uso de energia, o

crescimento da industria de equipamentos e ferramentas e produção em larga

escala.

Os sistemas construtivos em Steel Frame utilizam como base a estrutura de perfis

leves de aço zincado por imersão a quente e formados a frio, unidos principalmente

por parafusos auto-brocantes e pinos especiais, formando painéis de paredes e

estrutura de laje e cobertura, compondo um conjunto autoportante, apto a receber os

esforços solicitados pelas edificações.

Os perfis de aço zincado substituem as vigas e pilares de concreto armado.

Associados a certos componentes de vedação, substituem também as paredes em

alvenaria de bloco de concreto, cerâmico e tijolos de barro, ou ainda as divisórias

conhecidas como drywall, obtidas pela fixação de chapas de gesso acartonado a

perfis semelhantes ao de steel frame, porém de menor espessura, já que neste caso

não cumprem papel estrutural.

No sistema construtvo Steel frame os elementos estruturais estão interligados entre

si desde o nível de piso até a estrutura do telhado, formando um conjunto leve e

resistente, conforme ilustra a figura 1.1.

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10

Figura 1.1 – Desenho esquemático de construção em Steel Frame (fonte: CBCA)

Os conceitos de “construção racionalizada” e a “industrialização da construção”

foram muito importantes para decisão da escolha do tema. Nosso contato com obras

nos anos de faculdade sempre se deu em obras executadas nos moldes

tradicionais. Por mais que nas aulas de graduação desenvolvêssemos tais

conceitos, as obras visitadas (com algumas exceções) mostravam outra realidade.

No sistema Steel Frame a racionalização e a industrialização são inerentes ao

processo de execução. Essa característica permitiu que nós pudéssemos

desenvolver um trabalho que se enquadra perfeitamente no panorama atual, onde a

tecnologia e a produtividade são os pilares desenvolvimento. Outro fator que

colaborou para nossa escolha foi o problema habitacional que envolve nosso país.

Existe um concurso que se relaciona diretamente com esse problema. Chama-se

Living Steel. É um concurso mundial lançado em fevereiro de 2005 que tem como

objetivo estimular a inovação na construção de habitações visando suprir o déficit

habitacional no mundo. Esse concurso foi embrião do nosso tema e iria ser discutido

já nessa etapa do trabalho, porém, fatores adversos fizeram com que ele não

ocorresse no presente ano (2006), tendo sido adiado para janeiro de 2007.

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11

Com o fim de ilustrar o sistema, alguns conceitos que caracterizam o Steel Framing

serão somente citados superficialmente. Nos capítulos seguintes os temas serão

discutidos mais a fundo.

Quanto às relações com outros sistemas construtivos o Steel Framing é um sistema

aberto. Isso significa que é possível combiná-lo com outros componentes. Em

edifícios altos pode-se utilizar como estrutura secundária de revestimento de

fachada/cobertura; em edifícios baixos é possível usá-lo como o único elemento

estrutural. Tem grande flexibilidade arquitetônica É um sistema extremamente

racionalizado. Apresenta baixa geração de entulho, devido ao baixo disperdício e

possibilidade de reutilização de perfis. Sua execução é mais precisa e o controle da

qualidade é mais simples de ser feito. Por ser um sistema leve, possibilita mais

rapidez na execução, não exigindo equipamentos pesados. Os painéis podem ser

pré-montados fora da obra e a montagem final caracteriza-se pela facilidade e

eficiência.

Para entender um pouco melhor como funciona esse sistema construtivo, será

ilustrado sinteticamente com se desenvolvem os processos executivos. As etapas

que normalmente compõem a construção em Steel Frame são as seguintes:

1. Preparação da fundação e montagem dos painéis do pavimento térreo.

2. Montagem dos painéis do pavimento.

3. Montagem das vigas de laje e execução dos painéis do piso superior

4. Início do fechamento externo (por exemplo, chapas de madeira, conhecidas

como OSB – oriented strand board), montagem da escada e dos painéis do piso

superior.

5. Execução das lajes úmidas (forma metálica concretada) e seca. Execução

dos painéis de cobertura.

6. Montagem dos painéis da cobertura, instalação das telhas, execução das

instalações elétricas e hidráulicas, instalações dos isolantes térmicos e

absorventes acústicos.

7. Execução do fechamento interno (por exemplo, painéis de gesso acartonado),

instalação das esquadrias.

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12

8. Execução do acabamento externo (por exemplo, reboco ou siding), dos pisos

e paredes.

9. Pintura, paisagismo e decoração.

Em termos de aceitação do sistema, os brasileiros ainda são reticentes. A sua

disseminação esbarra na dificuldade das pessoas em aceitarem algo diferente,

característica inerente ao ser humano. O som oco emitido ao se percurtir as

divisórias que compõem o sistema transmite uma má a sensação ao morador.

Discutiremos a partir de agora muito dos aspectos citados acima. A compreensão

mais profunda de todos elementos envolvidos é crucial para o desenvolvimento de

um bom trabalho.

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13

2. OBJETIVOS E ESTRUTURA DO TRABALHO

O grupo autor do presente trabalho optou por dividir o estudo do tema em duas

partes principais, relacionadas com o primeiro e segundo semestres

respectivamente. Na primeira etapa os objetivos definidos foram: compreender a

tecnologia do Steel Frame, mapear o cenário mercadológico em que este se insere

e, por fim, levantar oportunidades e barreiras que favorecem ou inibem a maior

disseminação desta tecnologia no país. Seu escopo envolve, portanto, os aspectos

tecnológicos e mercadológicos, pensando-se no uso do Steel Frame em edifícios

com diferentes finalidades localizados junto aos maiores mercados do pais, mais

especialmente no estado de São Paulo.

Durante a execução da primeira etapa do trabalho, considerou-se encaminhar a

etapa subseqüente de três diferentes maneiras. A primeira seria o acompanhamento

e análise crítica do ciclo completo que envolve um empreendimento em Steel Frame

(viabilidade, projeto e execução); a segunda realizar um projeto de dimensionamento

da estrutura portante e execução de uma pequena obra em Steel Frame; e a terceira

obter o detalhamento das ligações entre componentes estruturais e desses com os

demais sistemas da edificação. Após discussão com a banca examinadora levantou-

se importantes aspectos relacionados ao logro da segunda etapa, a saber:

- Condicionantes temporais / acadêmicos - Por se tratar de um trabalho vinculado a

uma disciplina específica, a execução da segunda etapa necessariamente deve

ocorrer dentro de um período e em etapas pré-estabelecidas em conformidade com

a ementa da disciplina, o que traz consigo um risco de descasamento entre as

atividades requeridas e os critérios de avaliação.

- Condicionantes de mercado - Por se tratar de uma tecnologia não muito difundida,

a disponibilidade de projetos em andamento é naturalmente reduzida, o que poderia

resultar na escassez de subsídios disponíveis para a composição do trabalho, caso

este dependesse única e exclusivamente coleta de informações in loco.

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- Disponibilidade de capital - A execução completa de uma estrutura em Steel

Frame, demanda uma estrutura organizacional de considerável complexidade bem

como envolve um volume significativo de recursos financeiros e humanos não

necessariamente disponíveis no momento de execução do presente trabalho.

Considerando-se os aspectos supracitados optou-se por uma quarta alternativa,

sugerida pelos integrantes da banca examinadora, que consistia na concepção de

um manual de cunho prático reunindo as diferentes fontes (manuais) hoje

disponíveis no mercado seja no Brasil ou exterior.

Por esta quarta alternativa se tratar de uma revisão bibliográfica aliada à coleta de

informações in loco, os subsídios necessários para a execução do trabalho não

poderiam ser afetados tão significativamente como nos outros enfoques propostos.

2.1. Metodologia

Durante a primeira fase, o grupo procurou levantar a maior quantidade de

informações possível sobre o tema. Essa busca tem por objetivo consolidar os

conhecimentos acerca do tema, para possibilitar um desenvolvimento prático.

Visto que se trata de um tema pouco conhecido no cenário brasileiro, muitas das

bibliografias são traduções ou adaptações. Com isso, buscando aumentar o

espectro de fontes de informação e conhecimento, foram realizados trabalhos

exploratórios de campo, incorporando ao trabalho visitas técnicas a diferentes

empreendimentos, identificando vantagens, barreiras e problemas comumente

encontrados. Também foram realizadas entrevistas com profissinais que estão

efetivamente trabalhando no setor, como por exemplo, ao senhor Alexandre Mariutti.

De forma geral, a primeira etapa to trabalho de formatura teve como foco principal

captar informações de duas formas: por meio de pesquisas bibliográficas

(abordagem teórica) e de visitas e entrevistas (abordagem prática).

Na segunda etapa, foram analisados manuais construtivos públicos e particulares,

buscando criar um manual de execução acessível e de fácil compreensão. Este

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manual de execução não procurou se estender demasiadamente na descrição das

diferentes possibilidades estruturais e configurações dos elementos em Steel Frame,

mas sim compilar práticas e configurações dos elementos comumente utilizadas

pelas empresas praticantes desta tecnologia.

Na realização da segunda etapa procedeu-se a uma atenta revisão bibliográfica dos

manuais hoje utilizados como referência na utilização do Steel Frame. Num segundo

momento, buscou-se catalogar práticas observadas através de visita à obras e da

interação com profissionais do setor.

2.2. Estrutura do trabalho:

O presente documento é composto por quatorze capítulos, além de o final que traz

as referencias bibliográfica, e dez apêndices.

O capitulo um traz a justificativa do interesse pelo tema. O capitulo dois traz o

objetivo e a estrutura do trabalho. O capitulo três resume os manuais utilizados. O

quarto descreve a pré-fabricação de painéis. O capítulo cinco é referente as

atividades preliminares, de locação e execução da fundação. Os capítulos seis, sete,

oito e nove são focados na execução da estrutura da edificação. Os capítulos dez e

onze contém o procedimento utilizado para realizar os fechamentos e revestimentos.

O décimo segundo capítulo traz as etapas básicas para realização das instalações

prediais. O capítulo treze resume os procedimentos de inspeção de serviços. A

conclusão a respeito do sistema encontra-se no decimo quarto capítulo. O apendice

A mostra um panorama sócio econômico do mercado. O apêndice B cita alguns

exemplos de construções utilizando o sistema Steel Frame, no Brasil. Os apêndices

C, D, E, F e G apresentam características do sistema, de sua mão de obra e

dimensionamento. Os apêndices H, I e J trazem informações adicionais, como ata

de visita à obras e os custos estimados para construção de uma edificação.

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3. MANUAIS UTILIZADOS

3.1. Manual Caixa Econômica Federal

O manual que regulamenta a forma de construção para as empresas que adotam o

sistema construtivo em Steel Framing no Brasil é o manual da Caixa Econômica

Federal (CEF) - “Steel Framing – Requisitos e condições mínimos para

financiamento pela CAIXA”. Apesar de correntemente denominado desta maneira, o

documento resultou da iniciativa conjunta entre o SindusConSP (Sindicato da

Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) e o CBCA (Centro Brasileiro

da Construção em Aço) e contou com a colaboração de diversas instituições,

fabricantes, construtoras e outros participantes ligados ao setor de Construção Civil1.

O manual, confeccionado no segundo semestre de 2003, além de estabelecer os

critérios de análise para o financiamento de empreendimentos que utilizem o Steel

Frame, visa também contribuir para a disseminação desta tecnologia na Construção

Civil.

O manual da CEF é constituído por 4 (quatro) diferentes seções, totalizando 173

páginas. Vale a pena mencionar que os capítulos mencionados a posteriori no

presente trabalho estão situados em uma das seguintes seções:

1. Requisitos e Condições Mínimos - Nesta primeira seção o sistema em Steel

Framing e seus componentes são caracterizados juntamente com suas limitações de

uso. Esta seção também traz as exigências de desempenho do sistema, bem como

1 Instituições: CBCA - Centro Brasileiro da Construção em Aço, IBS - Instituto Brasileiro de Siderurgia,

Sinduscon-Sp - Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo, Abragesso - Associação

Brasileira dos Fabricantes de Blocos e Chapas de Gesso e Astic - Associação de Tecnologias Integradas na

Construção.

Fabricantes: CSN - Companhia Siderúrgica Nacional, Usiminas - Usinas Siderúrgicas De Minas Gerais S.A.,

Knauf do Brasil, Lafarge Gipsum, Placo do Brasil, Kofar, Roll-For, Madex, Masisa, Promaplac.

Construtoras: Atlântica Residencial, Construtora Seqüência, Construtora Vifran, Steel Frame do Brasil E&C

Ltda. e Verticon Engenharia.

Demais participantes: UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais e CEF - Caixa Econômica Federal.

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atribui garantias e responsabilidades entre os agentes da cadeia produtiva

(construtora, fabricante dos perfis e fabricante dos demais componentes).

2. Tabelas de dimensionamento estrutural para edificações com o sistema

construtivo em Steel Framing - Esta seção contempla as principais tabelas para o

dimensionamento de estrutura de até 2 (dois) pavimentos, baseando no documento

“Prescriptive Method For Residencial Cold-Formed Steel Framing – North American

Steel Framing Alliance (NASFA)”, publicado em 2000. Para edificações com um

número de pavimentos superior a 2 (dois), o manual sugere que sejam adotadas as

normas brasileiras específicas para os perfis formados a frio.

3. Guia do Construtor em Steel Framing: Dados Técnicos - Esta seção do manual da

CEF consiste na tradução do documento “Builder's Steel Stud Guide”, desenvolvido

pelo NAHB Research Center para o AISI - Instituto de Ferro e Aço Americano. Este

documento descreve o processo de montagem da estrutura in loco, compreendendo

descrições das ferramentas a serem utilizadas, instruções sobre a construção de

paredes internas que não suportam carga e recomendações para a instalação de

utilidades. Posteriormente à primeira publicação deste manual foi acrescido à esta

seção um anexo que versa sobre encomenda, recebimento, inspeção, aceitação e

acondicionamento dos perfis de aço zincado de acordo as normas da ABNT (NBR

6355).

4. Detalhes Construtivos para Steel Framing - Nesta última seção estão dispostas

ilustrações detalhadas dos diversos componentes, e suas respectivas ligações, de

uma estrutura em Steel Framing. Esta seção é uma tradução e adaptação feita pelo

CBCA da publicação “Low Rise Residential Construction Details”, originalmente

desenvolvida pela The Light Gauge Steel Engineers Association (LGSEA) e editado

pela Steel Framing Alliance, AISI / NAHB.

3.2. Manual Seqüência

A construtora Seqüência atua no mercado da construção civil há 34 anos. Durante

estes anos a Construtora Seqüência construiu e entregou 600.000 m2 em obras.

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Desde a adoção do sistema Steel Framing na década de 90, foram entregues mais

20.000 m2 utilizando esta tecnologia.

O manual da Construtora Seqüência, de teor bastante prático, destina-se ao

treinamento interno da empresa, possibilitando capacitar seus funcionários na

execução das obras em Steel Frame. Além disso, o manual desenvolvido pela

construtora contribui no desenvolvimento do Projeto Seqüência. Este projeto

consiste na transferência da tecnologia do sistema construtivo em Steel Framing,

através de capacitação técnica (e acompanhamento na utilização do sistema) de um

grupo de empresas construtoras de todo o Brasil. O principal intuito deste projeto é

difundir e consolidar o sistema construtivo em Steel Framing como alternativa para a

Construção Civil.

O manual da Seqüência, em constante aprimoramento, é constituído por 10 (dez)

capítulos - 135 páginas - agrupados em 3 (três) seções principais: fabricação de

painéis, montagem da estrutura e sub-sistemas.

Primeiro capítulo: Fabricação de painéis - tece orientações acerca da pré-fabricação

das peças a serem utilizadas na montagem (painéis de parede, tesoura e escada).

Segundo capítulo: Montagem da estrutura - traça diretrizes sobre a montagem da

edificação sobre a fundação em radier. Este capítulo compreende a montagem

propriamente dita dos painéis de parede, estrutura da laje e forro, tesoura e

escadas.

Terceiro ao décimo capítulos: Sub-sistemas - são descritos os procedimentos de

execução de fechamentos (externo, interno e de laje), cobertura, revestimento

externo, instalações hidráulicas e elétricas, e impermeabilização; respectivamente.

3.3. Manual Consul Steel

A empresa de consultoria Consul Steel foi fundada em 1998 na Argentina por

iniciativa do Eng. Enrique Solari e o Arq. Pablo J. Costa juntamente com um grupo

de empresas argentinas envolvidas na siderurgia e fabricação de perfis leves de aço

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para o sistema Steel Framing (Siderar, Ega-Mold e Barbieri). O principal objetivo da

empresa era canalizar o crescente interesse pelo sistema construtivo supracitado,

bem como concentrar as informações relativas ao tema para dar suporte aos

profissionais interessados pelo tema. Além de contribuir para ampliação do mercado

desta tecnologia na Argentina, a Consul Steel desempenhou um importante papel na

posterior normatização deste sistema construtivo no país.

O manual Consul Steel é um produto das observações, investigações e experiências

iniciadas em 1992 pelos profissionais que integram a empresa. Vale destacar que

este manual contém diversas adaptações do sistema construtivo em Steel Framing à

realidade �rgentina – país de origem da Consul Steel. Dentre elas, podemos

destacar a conversão para o sistema métrico de unidades, considerações

construtivas e culturais deste país. O manual tem como objetivo disseminar as

práticas adotadas pela empresa e pode ser adquirido através do site da empresa

<http://www.consulsteel.com> (manual �rg sistema).

Talvez o mais abrangente dos manuais, o manual Consul Steel é composto por 13

capítulos, totalizando 300 páginas. Os capítulos em que se divide o manual são

brevemente descritos a seguir:

1. Introdução ao Steel Framin - Explora os antecedentes históricos do aço e do Steel

Framing. A fabricação do aço, a normatização �rgentina da tecnologia e noções

gerais de carregamentos também estão contempladas neste capítulo.

2. Características do Steel Framing - Busca definir o conceito de Steel Framing e do

aço empregado neste sistema, bem como os fenômenos físico-químicos a que estão

sujeitos.

3. Fundações - Descreve os tipos de fundações compatíveis com o Steel Framing e

traça orientações para o projeto das fundações.

4, 5 e 6. Painéis, Lajes e Tesouras - Estes capítulos descrevem detalhadamente os

respectivos elementos estruturais, bem como as suas peças componentes.

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7. Fixação, ancoragem e ferramentas - De caráter exclusivamente construtivo, este

capítulo elucida como os elementos estruturais são solidarizados e as ferramentas

utilizadas para tal.

8. Montagem - Descreve a seqüência de montagem desde a locação dos pontos no

terreno até o cobrimento do telhado, para uma edificação de 2 (dois) pavimentos.

Dado o enfoque prático pretendido no presente trabalho, foi dada uma especial

atenção este capítulo.

9, 10 e 11. Isolamentos, Fechamentos internos e Fechamentos externos - Nestes

capítulos são descritos os materiais isolantes empregados para garantir adequados

níveis de desempenho (acústico, térmico, vapor etc). Também são descritas as

placas utilizadas para fechamentos (interno e externo) e suas formas de instalação.

12. Pré-dimensionamento - Neste capítulo é proposto um método prescritivo para a

determinação dos perfis a serem utilizados.

13. Cálculo métrico do consumo de materiais - São propostos 2 (dois) métodos para

o cálculo do consumo de materiais para uma edificação em Steel Frame, um exato e

outro aproximado.

Vale ressaltar que o manual da Consul Steel possui um caráter bastante didático e,

portanto, pode-se encontrar em seus capítulos um vasto conteúdo teórico-descritivo

do sistema construtivo em Steel Frame, incluindo diversas possibilidades estruturais

não contempladas em outros manuais.

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4. PRÉ-FABRICAÇÃO

O sistema pré-fabricado consiste em utilizar os perfis para pré-fabricar painéis, a

serem montados formando a estrutura da edificação. A fabricação dos painéis pode

ocorrer no canteiro da obra, desde que haja um espaço suficiente e um local com

condições adequadas, ou seja, sem interferência de outras atividades. É comum

ocorrer em galpão, cujas principais vantagens são a possibilidade de montar painéis

para diversas obras simultaneamente, utilizando sempre a mesma mão-de-obra sem

necessidade de deslocá-la, aumentando a produtividade e tornando-a mais

especializada e experiente.

Cada obra possui suas características próprias (por exemplo, a localização), não

podendo ser considerado um dos métodos (pré-fabricação em obra ou em galpão)

como mais adequado para todas as situações.

4.1. Mesas de pré-fabricação e cortes

A mesa de corte deve ter cerca de 80 cm de largura e 6~7m de comprimento,

utilizando uma peça móvel transversal, garantindo a perpendicularidade do corte e a

exatidão dimensional do perfil.

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Figura 4.1.1 – Mesa para cortes

A mesa para montagem dos painéis deve ter aproximadamente 3 por 7 metros,

podendo ter um comprimento maior para execução de tesouras. A mesa pode

possuir gabaritos traçados, facilitando a montagem do painel. É comum subdividir

painéis de dimensões maiores, facilitando não só sua montagem como também seu

transporte e manuseio.

Figura 4.1.2 – Mesa para montagem

Ambas as atividades (corte e montagem) requerem uma equipe constituida por um

ajudante e um oficial. A produtividade é elevada, podendo ser cortados e montados

todos os painéis para uma casa em menos de 3 dias.

Apoio p/ auxiliar

esquadro

3m aprox.

6,5m

apr

ox.

Apoio móvel

Perfil a ser cotado Serra para corte

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5. ATIVIDADES PRELIMINARES E FUNDAÇÃO.

Como em toda construção, deve-se registrar as condições das edificações vizinhas,

evitando futuros problemas com reclamações.

A atividade inicial é a de determinação dos movimentos de terra a serem realizados,

sendo necessário definir a posição da edificação, e os limites das fundações.

O movimento de terra em edificações em Steel frame costuma ser simples, sendo

necessária apenas a remoção da vegetação, execução de pequenos cortes e

aterros. Busca-se executar a obra em uma cota média, na qual não é preciso realizar

emprestimos ou bota-foras.

Ao terminar a movimentação de terra a locação da obra deve ser refeita ou

conferida, garantindo o correto posicionamento da edificação.

O Steel Frame admite ser executado sobre qualquer tipo de fundação, sempre que

estas cumpram com os requisitos de desempenho necessários. A eficiência de uma

edificação em Steel Frame está intimamente ligada à correta execução das

fundações que deve garantir :

1. Maior eficiência estrutural, garantindo a verticalidade dos painéis;

2. A ausência de problemas de umidade que prejudicariam muito os painéis de

fechamento, como as paredes de gesso acartonado;

3. O bom desempenho térmico da construção, entre outros.

Devido as características de peso próprio das estruturas em Steel Frame, os

sistemas de fundações mais utilizados são as sapatas corridas e principalmente as

fundações em radier.

Como a fundação em si não faz parte do sistema Steel Frame, são poucas as

referências quanto à sua execução e controle nos manuais aqui analisados. O

Manual da Caixa Econômica Federal não traz nada a respeito sobre fundações; já o

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manual da Seqüência dá ênfase à locação da estrutura nos elementos de fundação

e, a exemplo do documento “Detalhes Construtivos para Construções em Steel

Frame”2, traz detalhes das ligações e conexões dos elementos em Steel Frame na

fundação.

Já o Manual Consul Steel traz bastante informações sobre a parte de fundações,

desde fatores que devem ser relevados na escolha do tipo, bem como cuidados na

hora da execução como a locação dos elementos de elétrica e hidráulica,

necessidade de contrapiso e cuidados com impermeabilização, fissuração e

nivelamento. Este manual, por ser argentino, destaca muito a importância e

influência da fundação no desempenho térmico da construção já que na Argentina o

inverno é muito mais rigoroso que no Brasil.

A figura 5.1 mostra um croqui simplificado de uma possível solução em radier.

Figura 5.1 – Fundação em radier (Consul Steel)

Os reforços sob os painéis promove a distribuição das cargas, evitando o

rompimento devido a reação do solo. A utilização de uma camada de filme isolante,

para evitar efeitos de capilaridade, aumenta a durabilidade da fundação e protege a

base dos painéis.

2 Tradução do original “Low-Rise Residential Construction – Details”, editado por Steel Framing Alliance, AISI/NAHB; fornecido pelo CBCA (www.cbca-ibs.org.br).

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O tipo de ancoragem deve ser escolhido da forma mais conveniente de acordo com

o cálculo estrutural. Existem dois tipos principais de ancoragem, a ancoragem com

barra metálica, concretada junto à fundação, e a ancoragem com barra rosqueável,

podendo ser utilizados reagentes químicos para garantir a adesão entre o aço e o

concreto. O dois tipos são apresentados nas figuras 5.2 e 5.3.

Figura 5.2 – Tipos de ancoragem (Consul Steel)

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Figura 5.3 – Ancoragem por barra rosqueável (CBCA)

Nas obras observadas em São Paulo, o tipo de ancoragem utilizado era o de barras

rosqueáveis, sendo utilizado um pedaço de perfil metálico para reforçar a ligação,

como pode ser observado na figura 5.4:

Figura 5.4 – Ancoragem por barra rosqueável

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A fundação costuma ser executada com as instalações já embutidas (ralos, tubos

para passagem de fiação elétrica), sendo necessária uma precisão de 5mm.

Definidos os eixos principais da obra, a marcação da posição dos painéis sobre o

radier ou laje inicia-se pelas paredes periféricas e termina pelas paredes internas,

dando preferência às paredes de maior extensão. Pode-se utilizar o chalkline

(cordão com pó empregnado) para marcar a posição das duas faces dos painéis ou

de apenas uma, desde que haja uma padronização das notações (marcar com X a

posição do eixo do painel, por exemplo), evitando a fixação dos painéis em local

indevido.

Figura 5.5 – Marcação em OSB feita com chalkline (acervo dos autores)

De acordo com o projeto de locação dos painéis, estes devem ser identificados no

chão, em ambas as extremidades, facilitando seu posicionamento.

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6. PAINÉIS

O método de execução escolhido para detalhamento é o de pré-frabricação dos

painéis, não sendo contemplada a execução perfil a perfil, que foge à característica

de industrialização e necessita de grande experiência por parte dos armadores, pois

é necessária habilidade e conhecimento do posicionamento dos perfis, havendo

também maior dificuldade para controle.

6.1. Componentes

Figura 6.1.1 – Painel com vão de porta e de janela (Consul Steel)

A – Montante simples

Perfil Uenrijecido.

B – Guia

Perfil U.

Vão de porta Vão de janela

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C – Montante duplo

Composto por dois montantes, parafusados pela alma. Utilizado no encontro

entre 2 painéis perpendiculares.

Figura 6.1.2 – Montante duplo no encontro entre painéis (Consul Steel)

D – Montante triplo

Utilizado em ligações onde painéis perpendiculares se encontram formando

um T.

Figura 6.1.3 – Montante triplo (Consul Steel)

E – Montente quádruplo

Utilizado em ligações onde painéis perpendiculares se encontram formando

um X.

Figura 6.1.4 – Montante quádruplo (Consul Steel)

F – Vergas (em viga ou cantoneiras)

Função de redistribuir as cargas verticais aplicadas sobre o vão para os perfis

laterais. As vergas são dimencionadas à flexão, cortante, enrugamento da alma e às

combinações cortante-momento e enrugamento-momento.

Montante duplo

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Pode ser realizada em formato de cantoneira, viga ou associação de

montantes. A opção pela utilização de montantes associados geralmente é feita

vizando reduzir a diversidade de tamanhos de perfis na obra.

A ligação entre verga e montantes pode ser realizada de diferentes modos,

ilustrados nas figuras abaixo.

Figura 6.1.5 – Verga composta por vigas (Consul Steel)

Figura 6.1.6 – Verga realizada em cantoneira (CBCA)

Guia superior

Cantoneira para Verga

Guia superior

Chapa de conexão

Perfil de enrijecimento

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Figura 6.1.7 – Verga realizada com associação de montantes (acervo dos autores)

G – King (1 montante + n montantes Jack)

Apoio lateral dos vãos, com função de receber as cargas redistribuidas pela

verga. O número de montantes complementares utilizados, conhecidos como

montantes Jack, é definido pela quantidade de montantes interrompidos devido a

presença do vão. Os montantes Jack são utilizados divididos em ambos os lados do

vão, sendo utilizado um número igual e inteiro de montantes de cada lado do vão

(ex: 3 montantes interrompidos – 2 jacks de cada lado).

Jacks

Figura 6.1.8 – King composto por 3 perfis (Consul Steel)

A substituição dos montantes eliminados por montantes Jack é suficiente,

desde que as vergas estejam corretamente dimensionadas.

H – Guias de abertura

Montante

Guia de conexão

Montantes

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Delimita a parte superior e a inferior do vão, possibilitando a fixação de portas

e janelas.

Nas guias de abertura podem ser realizados cortes de 10 cm nas abas, para

dobramento e fixação aos jacks adjacentes, ou cortes de 10 cm na alma,

possibilitanto fixação pelas abas

Figura 6.1.9 – Detalhe de guias de abertura (elaboração dos autores)

I – Montante de composição

Montantes superiores e inferiores ao vão, na posição onde estaria o montante

estrutural caso o vão não existisse, servindo de suporte para fechamento.

Em painéis não-portantes a utilização de vergas e Kings pode ser

considerada opcional, já que o painel não deve receber carga, não havendo

necessidade de redistribuição. Neste caso a delimitação lateral do vão é feita por

apenas um perfil, sendo utilizados perfis duplos quando se deseja maior rigidez. A

utilização das vergas em painéis não-portantes garante maior durabilidade, evitando

futuros problemas caso o painel venha a receber cargas.

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Figura 6.1.10 – Detalhe do vão com reforços (Consul Steel)

Guia para união Verga-King

Montante

Montante Jack

Aba da guia de abertura,

parafusada ao montante Jack

King 1 montante + 1 montante jack

Aba de guia de abertura

Fixação guia-montante

Fixação guia-montante

Guia inferior

Montante de composição

Guia de aberura

Montante de composição

Guia

Verga caixão composta por 2

vigas

Guia superior

Guia de aberura

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6.2. Fabricação

A fabricação dos painéis segue as seguintes etapas:

• Preparação e corte de perfis, de acordo com tipos, dimensões e quantidades

especificadas no projeto de painéis.

o Traçar linhas ao longo de todo o corte facilita a visualização do corte.

o Guias-degrau (mostradas no capítulo 9 - ESCADAS) e Guias de abertura

(figura 6.1.9) possuem cortes separando alma e aba, necessitando de

cuidado especial.

o Realizar limpeza e corte de rebarbas.

o Identificar perfil.

• Locação de montantes nas guias.

o Medir de distâncias a partir da extremidade, evitando acúmulo de erros de

leitura (precisão de 1mm).

o Marcar simultaneamente guias superior e inferior.

o Utilizar símbolos padronizados para marcar posição dos eixos, extremidades

e tipos de montantes a serem utilizados (se estrutural, duplo, triplo, etc.).

• Parafusamento dos montantes.

o Iniciar por montantes de extremidade, verificando paralelismo entre as guias e

perpendicularidade entre guia e montante.

o Depois de fixados todos os montantes virar cuidadosamente o painel para

parafusamento na outra aba das guias

• Fixação de vergas e outros reforços.

o Vergas em viga: Iniciar por vergas, jacks, montantes cortados e por ultimo

guias de abertura.

o Vergas em cantoneira: Iniciar pelos jacks, montantes cortados, guias de

abertura e por ultimo cantoneiras.

o Outros reforços: fixados por último.

o Identificar painel nas faces interna e externa da guia. Deve ser idenficado, nos

montantes, os vizinhos, evitando problemas na montagem.

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6.3. Travamentos

Como os painéis em steel frame são incapazes de resistir a esforços laterais em seu

plano é necessário utilizar algum elemento estrutural adicional para transmitir esses

esforços, sendo utilizados travamentos em X quando as placas de fechamento não

forem capazes de realizar o enrijecimento do painel 3.

7. Para que as placas de fechamento possam ser consideradas como

enrijecimento, seu emplacamento deve ser em C sobre os vãos, ou

seja, sem coincidir o limite entre duas placas com os montantes que

delimitam o vão, conforme discutido no capítulo 11 - Fechamentos

Este item é abordado de diferentes formas de acordo com os diferentes manuais. O

manual da Caixa Econômica Federal não entra neste grau de detalhamento portanto

será deixado de lado. O manual da construtora Seqüência, por ser um manual mais

prático, de execução, possui abordagem é muito mais simplificada e superficial,

sendo basicamente um método executivo. O Manual Consul Steel, bem mais

elaborado e detalhista, além de um método executivo, também apresenta uma série

de conceitos, verificações, etc.

Esse capítulo consiste, basicamente, em discorrer sobre cada manual e confrontá-

los, quando oportuno e relatar as visitas técnicas efetuadas. Para facilitar a análise o

capítulo será dividido em Fechamento externo e Fechamento interno.

7.1. Fechamento externo:

De acordo com o manual da Cônsul Steel temos:

3 [CBCA - Steel Framing: Engenharia] Apesar de pesquisas realizadas a respeito do emprego de placas de revestimento como elementos de enrijecimento mostrarem resultados positivos, ainda não há embasamento técnico suficiente para sua utilização, não havendo normalização nacional ou internacional sobre o assunto. Para levar em conta o efeito de diafragma em painéis de parede devem ser obtidas informações técnicas junto ao fabricante do produto.

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Uma das características que diferencia a construção em Steel Framing dos outros

sistemas construtivos é o grande numero de possibilidades para se fazer o

fechamento externo. O sistema admite quase qualquer tipo de revestimento exterior.

Fundamentalmente uma das condições que devem ser cumpridas em um sistema de

fechamento externo para Steel Framing é garantir um isolamento térmico eficiente,

evitando as possíveis pontes térmicas que podem ocorrer nos contatos dos perfis.

Em um sistema Steel Framing o fechamento externo do teto, geralmente é igual ao

das paredes. E a cobertura pode ser adaptada para qualquer tipo de telha, admitindo

as mesmas variantes de um sistema convencional.

Levando em conta que a cobertura é a primeira linha de defesa contra o clima, a

mesma cumpre um papel muito importante na proteção do interior do edifício contra

chuvas, neve, vento, sol e demais agentes climáticos. Assim mesmo colaboram com

o controle da condensação no edifício, devido a ventilação.

As placas exteriores podem ser de dois tipos, estruturais, ou não estruturais.

As placas estruturais são aquelas que agregam uma rigidez á estrutura, formando o

diafragma de rigidez, que possuem graus de classificações:

Classificação de exposição ao clima: contempla o grau de exposição à intempéries e

a durabilidade da mesma.

• Exterior: para aplicações em lugares permanentemente expostos ao clima

exterior.

• Exposição 1: para aplicações em lugares com um nível de exposição de 95%

• Exposição2: para aplicações em lugares com proteção ao clima e que não

esteja exposto a umidade.

• Interior: para aplicações no interior.

Classificação de capacidade estrutural: determina, segundo a espessura da placa,

as dobras e a distancia de fixação. A classificação mais alta é A e a mais baixa a C.

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Classificação do tipo de madeira: Sobre a tipologia da madeira, vai do grupo 1 (mais

dura) em diante.

Dentro das placas temos:

A - Multilaminado Fenólico (Plywood):

As placas de Multilaminados fenólico são compostas por delgadas laminas de

madeira denominadas “plies”. Os plies estão disspostos de forma alternada em

relação a orientação das fibras da madeira, formando assim um painel

multilaminado.

A conformação se efetua mediante tratamentos na madeira para deixá-la com

características distintas de resistência, umidade, etc. Os plies se unem entre si por

um adesivo fenólico totalmente resistente a água.

Figura 11.1.1 – Multilaminado fenólico (Consul Steel)

B - Painéis OSB:

É um painel estrutural de madeira, tecnicamente elaborado e composto de

tiras de madeira retangulares colocadas em camadas formando ângulos retos (na

maioria) umas com as outras. As tiras não provem de material reciclado, elas são

especificamente criadas para obterem o maximo rendimento para a construção do

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painel. O OSB é unido com adesivo totalmente resistente a água. A maioria das

camadas também são tratadas com um material selante para proteger da umidade.

C - Com-ply:

É uma combinação entre Plywood e OSB.

Figura 11.1.2 – Com-ply (Consul Steel)

D - MDF hidroresistente:

Possuem, basicamente, as mesmas características dos multilaminados

fenólicos.

E - Placas não estruturais:

Só cumprem a função de fechamento. Sua utilização em painéis exteriores só

será possível quando o caminho das cargas laterais sejam dados por outro

elemento. As placas não estruturais, que funcionam somente como substrato, são:

F - Placa cimentícia:

Estas placas são feitas através de um processo continuo de agregado e

cimento com polímeros recobertos com uma malha de fibra de vidro.

Devido a seu comportamento resistente a água, as placas cimenticias podem

ser utilizadas como substrato exterior em locais úmidos. Em caso de se utilizar no

exterior a fixação do EPS pode ser mediante adesivo ou fixação mecânica. Deverá

deixar-se uma pequena separação de (2mm) entre as placas para permitir a

dilatação das mesmas e não estragar o material.

E - Placa resistente a água:

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Este tipo de placa é feito com uma composição uniforme de gesso e fibras. As

faces externas destas placas podem terminar com o mesmo material interno. Dadas

suas condições de boa resistência á água, é uma placa apropriada para usos

exteriores. Porém de nenhum modo cumprem a função de diafragma de rigidez.

F - EIFS

O significado da sigla E.I.F.S. em inglês corresponde a “Exterior Insulation

and Finish System”. É um sistema de múltiplas camadas que permite realizar

fechamentos exteriores em construções novas, e em construçoes já existentes. É

um sistema de origem alemã que surgiu logo após a segunda guerra mundial.

Os usos habituais para este sistema são:

• Renovação de fachadas: O sistema EIFS é especialmente eficiente para a

renovação de fachadas existentes e para aquelas que se deseja modificar o

estilo, forma, cor , textura ou reparar sua condição de impermeabilização....

Todos estes processos podem ser feitos sem interromper as atividades

internas do edifício e sem agregar cargas por peso proprio á estrutura

resistente calculada originalmente. Pois o EIFS tem um peso próprio muito

baixo.

• Revestimento exterior: Para aquelas construções novas que se necessite

executar um revestimento com um desempenho superior, tanto estético

quanto termicamente e ainda com um baixo peso próprio, o EIFS é um

sistema muito propriado. No caso das estruturas em Steel Framing, onde as

pontes térmicas é um problema importante a se resolver, a utilização deste

sistema resolve este efeito não desejado, devido a aplicação de uma capa

continua de EPS por fora dos perfis. Obtendo um isolamento térmico

continuo.

As placas de EPS são colocadas trabalhando horizontalmente, com reforços

de malha nos vértices dos vãos para absorver as tensões concentradas.

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Figura 11.1.3 – EIFS (Consul Steel)

Como a Construtora seqüência utiliza em todas as suas obras o fechamento externo

em placas de OSB, seu manual só aborda este método. De uma forma muito

simples e direta o manual reproduz um roteiro de montagem passo-a-passo. As

partes mais importantes e interessantes do roteiro serão descritas abaixo:

O fechamento externo consiste em:

• Colocação de placa OSB para fechamento externo sobre a estrutura da

parede

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Figura 11.1.4 – Placas OSB (Seqüência)

• Marcação de uma linha de referência sobre o painel, com o chalkline

(instrumento que serve para traçar uma linha continua), considerando a

largura da placa como medida inicial. Esta marcação deve partir da base do

painel de parede.

• Para repassar as medida para as outras paredes perpendiculares, utilizar o

nível de bolha a partir da marcação da primeira parede.

• Inicio da colocação da placa seguindo a demarcação realizada anteriormente

sobre o painel.

• A placa deve ser posicionada apenas sobre o painel (cuidado para não cobrir

a espessura referente ao radier).

• Caso a medida do comprimento não coincida com o comprimento da placa é

necessário efetuar o corte da mesma.

• Posicionar a primeira placa encostando uma de suas faces na extremidade do

painel e a outra no eixo do montante do painel.

• Fixação das placas começando pelas suas extremidades de modo que o

parafuso fique o mais próximo possível do eixo do montante do painel.

• Nas emendas das chapas, a fixação deve ocorrer próximo à borda e sobre o

montante do painel.

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• As fixações devem ser sempre sobre os montantes do painel, sendo que na

vertical a distancia máxima deve ser de 0,40m.

• As demais fileiras devem ser fixadas com as juntas verticais desencontradas,

evitando alinhar a junta vertical com as extremidades do vão.

Figura 11.1.5 – Alinhamento de placas OSB (Seqüência)

• A partir da terceira fiada a utilização de andaimes para auxiliar na colocação

das placas é necessário.

• Posicionar a placa sobre o painel e efetue a sua fixação conforme descrito

anteriormente.

• Colocação de membrana plástica logo após a colocação de placa para

fechamento externo, sendo que, sua principal função está em formar uma

camada de proteção das paredes externas contra as intempéries.

• Marcar sobre a placa OSB, com o auxílio do chalkline, a medida referente à

largura da membrana.

• Posicionar a membrana sobre a placa OSB, seguindo a linha de marcação.

• Fixar a membrana com prego arruelado ou grampo especial com

espaçamento vertical e horizontal de aproximadamente 40cm.

• Fixar a membrana na extremidade da casa antes de efetuar o corte do rolo.

• Cortar a membrana com o estilete de modo a facear a extremidade da casa.

• Posicionar as demais fileiras sobrepondo membrana em cerca de 3”(7,62cm).

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• Executar a fixação da membrana na sobreposição das peças sem que os

pontos de fixação da fileira anterior coincidam com a fileira superior.

Vale acrescentar que em todas as obras visitadas da construtora Seqüência todos

os passos e cuidados, relatados nos roteiros, estavam sendo muito bem aplicados e

executados pela mão de obra.

Os critérios de aceitação utilizados são:

ITEM MODO DEVERIFICAÇÃO TOLERÂNCIA

Fixação Visualmente cheque se todos os pontos de fixação estão

parafusados.

-

Fixação sobre montantes de painel.

Visualmente cheque se as fixações estão sobre os montantes

do painel.

-

Juntas verticais

Visualmente cheque se não há continuidade das juntas verticais

entre as fileiras. -

7.2. Fechamento interno.

De acordo com o manual da Cônsul Steel temos:

Dada as características próprias do material e sua facilidade de aplicação, as placas

de gesso acartonado são o material mais comumente utilizado para o fechamento

interior de um edifício executado em Steel frame.

O gesso é um dos materiais de construção mais antigos que existem e por suas

características oferece importantes vantagens no que se refere a proteção contra

incêndios, o isolamento térmico e acústico. Fundamentalmente, a característica

principal deste matérias é sua alta resistência ao fogo. Porem, é um material estável,

não tóxico e quimicamente neutro. Seu efeito regulador de umidade cria ambientes

amenos e confortáveis.

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Dado que este material já chega liso e semi acabado para ser montado, se reduz

drasticamente o tempo de conclusão, e também os custos. As placas são facilmente

montadas, o que otimiza o trabalho do instalador, reduzindo ainda mais os custos.

As placas são aparafusadas nos montantes metalicos através de parafusos com

cabeça Philips, chatos, frisados, autobrocantes e galvanizados.

Em síntese, a utilização das placas de gesso acartonado apresenta uma serie de

vantagens, entre elas temos:

• Racionalidade construtiva com a eliminação das massas úmidas;

• Resistência ao fogo;

• Redução do prazo de obra;

• Facilidade de passar as instalações;

• Custo final inferior á construção tradicional.

Os ensaios realizados mostram que a dureza das placas, muito por causa do

recobrimento com laminas de celulose (acartonado), é bastante satisfatória para sua

finalidade.

Quanto ao iIsolamento térmico, apresenta um coeficiente de condutividade térmica

de 0,38 Kcal/m hºC , porem a isolação total será dada devido a composição da

parede.

Todo ruído que causa desconforto acústico pode ser controlado por absorção e/ ou

isolamento. O isolamento propriamente dito é função dos elementos internos a

parede. E é nesse ponto que o método construtivo leva vantagens, pois com um

peso bastante reduzido consegue-se um desempenho muito superior.

A incorporação de isolantes como a lã de vidro permite obter o isolamento acústico

desejado.

As placas de gesso acartonado são incombustíveis, pois seus núcleos de gesso bi

hidratado retarda a ação do fogo minguando-o.

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São fabricadas placas comuns e placas especiais.

As placas comuns: são utilizadas em locais secos. Pois não apresentam nenhuma

proteção ao contato com umidade. Os tamanhos padrão são;

Espessura(mm) Largura(m) Comprimento(m)

12,5 1,20 2,40

12,5 1,20 2,60

12,5 1,20 3,00

15 1,20 2,40

15 1,20 2,60

15 1,20 3,00

Placas resistentes a umidade: também chamadas comumente de placas verdes,

dada sua cor esverdeada proveniente do papel que as recobre. É utilizada em locais

úmidos (banheiros e cozinhas) e oferece uma excelente base para a aplicação de

cerâmica, azulejos e revestimentos plásticos. As dimensões padrão são:

Espessura(mm) Largura(m) Comprimento(m)

12,5 1,20 2,40

12,5 1,20 2,60

12,5 1,20 3,00

15 1,20 2,40

15 1,20 2,60

15 1,20 3,00

Placas resistentes a água: é utilizada em lugares com grande umidade e/ou água

(chuveiros, lavatórios...), exporadicamente pode ser utilizada como fechamento

exterior não estrutural (como visto anteriormente). As dimensões padrão são:

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Espessura(mm) Largura(m) Comprimento(m)

13 1,22 2,44

13 1,22 2,74

13 1,22 3,05

16 1,22 2,44

16 1,22 2,74

16 1,22 3,05

Placas resistentes ao fogo: combina todas as vantagens das placas de gesso,

porem com uma resistencia ao fogo adicional, pois contem em sua composição

aditivos especiais e maior quantidade de fibra de vidro. As medidas são basicamente

as mesmas de uma placa comum.

Quanto a instalação, é importante observar:

• Resistência ao fogo;

• As placas devem ser cortadas, quando inevitável, de tal maneira que entrem

facilmente, sem forçar, no local indicado.

• A união entre uma placa e outra deve coincidir com o montante, pois esta

extremidade deve ser parafusada.

Figura 11.2.1 – Placas de gesso acartonado (CBCA)

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• As placas devem ser fixadas na estrutura com parafusos separados a cada

25cm no maximo e no mínimo a 1 cm da borda da placa.

• Nunca devem existir uniões de placas coincidindo com os vértices dos vãos .

Figura 11.2.2 – Placas de gesso acartonado (CBCA)

• O parafuso deve estar sempre no nível do relevo da parede, nunca acima e

nem abaixo, caso isso ocorra, deve-se retirar o parafuso e colocar um novo a

centimentros de distancia.

Figura 11.2.3 – Parafusamento correto (Consul Steel)

Em casos onde se deseja maior isolamento acústico é recomendado que se use de

parede de chapas duplas, geramente se recomenda a utilização de paredes duplas,

ou seja, duas camadas de placas de gesso. Ao fixar-es a segunda camada deve-se

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se prever as juntas estre as placas não coincidam com as juntas da primeira

camada. Até mesmo os parafusos devem ter espaçamentos diferentes dos da

primeira camada.

Figura 11.2.4 – Posicionamento correto de parafusos (Consul Steel)

O manual da construtora seqüência faz referencia ao assunto do mesmo modo que

o da Cônsul, porém de uma forma muito mais direta. Para o fechamento interno

também é indicado a utilizaçao do gesso acartonado.

O fechamento em chapa de gesso, segundo o manual seqüência, segue as

seguintes etapas:

• Iniciar o fechamento com chapas de gesso pelo teto.

• Caso seja necessário cortar a chapa de gesso, medir, com a trena metálica,

as dimensões necessárias para o corte.

• Marcar as medidas na placa, com o lápis de carpinteiro e, com o auxílio do

chalkline traçar as Linhas auxiliares de corte .

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• Com base na linha auxiliar, cortar a placa nas dimensões marcadas usando o

estilete.

• Utilizar as placas de gesso com o comprimento múltiplo do espaçamento da

estrutura do forro.

• Colocar a primeira placa no canto do ambiente posicionando-a de modo que o

seu comprimento seja perpendicular à estrutura do forro.

• Com dois ajudantes apoiando a placa, iniciar a fixação pelas bordas.

• Parafusar as placas com espaçamento entre parafusos de 25 a 30 cm e no

mínimo a 1cm da borda da chapa.

• Iniciar o fechamento das paredes por um canto do ambiente. As placas

devem possuir o comprimento do pé direito com cerca de 1cm a menos.

• Posicionar a placa verticalmente encostando-a no forro, deixando a folga na

parte inferior. As extremidades laterais das placas devem coincidir com os

eixos dos montantes.

• Apoiar a placa sobre dois pedaços de compensado ou placas de gesso de

modo a garantir um espaçamento mínimo de 1 cm, entre o piso e a placa. Em

montagens especiais as placas poderão ser aplicadas horizontalmente.

• As juntas das chapas deverão ser desencontradas do alinhamento dos

batentes das esquadrias.

• Fixar as placas de gesso nos montantes iniciando pelas bordas e em seguida

no centro da placa. O espaçamento entre parafusos é de 25 a 30 cm máximo

e no mínimo a 1 cm da borda da placa.

• Certificar-se de que a cabeça do parafuso esteja alinhada com a placa não

devendo ficar nem saliente e nem reentrante.

• Após a colocação das placas, iniciar o tratamento das emendas. Este

tratamento é semelhante tanto para paredes quanto para forros.

• Com uma espátula aplicar a massa ao longo da junta das placas, marcando o

eixo da junta.

• A massa de balde já vem pronta para uso, caso necessário, mexer

rapidamente até uniformizá-la.

• Colocar a fita de papel microperfurada sobre o eixo da junta com a saliência

da dobra da fita voltada para a massa.

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• Pressionar firmemente a fita para eliminar o excesso de massa evitando a

formação de bolhas de ar, vazios ou enrugamento. Cobrir com uma leve

camada de massa para que a fita não se desprenda, ainda com a massa sob

a fita molhada.

• Após a secagem completa, variável em função da massa, da temperatura e

da umidade relativa, pode ser executado o acabamento final da junta com

uma ou mais aplicações de massa por meio de desempenadeira metálica

nivelando a junta com a superfície das placas. Sempre aguardar a secagem

completa de cada demão, evitando a retração posterior da junta.

• Cada demão de massa deve ser aplicada com cerca de 30 cm de largura de

cada lado da fita. Estas demãos laterais devem sempre terminar a zero em

relação à placa. Aguardar a secagem completa de cada demão.

• Na interseção de juntas, interromper a fita em um dos sentidos, para que a

região não fique espessa.

• Verificar se os parafusos estão devidamente cobertos com massa para junta

sem saliência em relação à placa ou sem corte do cartão. Caso exista

saliência aplicar novamente a massa com espátula em duas camadas

cruzadas sobre as cabeças dos parafusos. Após secagem completa, aplique

segunda mão.

• Para execução das juntas em cantos abertos aplicar com espátula uma

camada de massa de junta de cada lado do ângulo.

• Dobrar a fita cantoneira no seu eixo e posicioná-la no canto aberto,

pressionando cada lado da fita firmemente com o auxílio de uma espátula

para eliminar o excesso de massa.

• Cobrir a fita cantoneira com uma leve camada de massa para que a fita não

se desprenda. Após a secagem completa repete-se o procedimento 21.

• Para execução das juntas de quinas fechadas, aplicar com espátula uma

camada de massa de junta sobre cada lado da quina. Sobre a massa fresca,

aplicar a fita cantoneira perfurada com o auxílio de uma espátula de modo a

retirar o excesso de massa.

• Antes do processo de pintura ou outro acabamento, as regiões de junta e as

cabeças dos parafusos devem ser cuidadosamente lixadas com a lixa

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aplicada sobre um taco de madeira ou outro elemento de base plana,

eliminando rebarbas e ondulações.

Figura 11.2.5 – Ilustração de uma chapa de gesso (Seqüência)

Como visto nas visitas às obras da Construtora Seqüência, praticamente todos os

procedimento foram acompanhados e estavam de acordo como os descritos no

manual.

Critério de aceitação

ITEM MODO DEVERIFICAÇÃO TOLERÂNCIA

Acabamento da parede

Visualmente, sendo que as juntas não devem apresentar desníveis e

incrustações

-

Falta de fixação Verificar visualmente a distância entre parafusos.

-

Planeza da Através de uma régua de alumínio 3mm

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parede com nível de bolha de 2 metros após a conclusão do serviço

Prumo da parede

Verificar com régua de alumínio e nível de bolha acoplado

A bolha deve estar compreendida entre

as linhas

Pontos de fixação

Verificar com régua de alumínio as saliências encontradas. Os parafusos devem estar nivelados com as placas.

-

.

Outro travamento necessário é para proteção contra a rotação dos perfis, travando-

os pelo uso de uma barra metalica ligando à perfis com maior inércia (como os

duplos ou triplos). Para tal, pode-se utilizar filetes metálicos fixados em ambos os

lados dos perfis, trabalhando unicamente a tração, em conjunto a guias com corte de

10 cm nas abas (bloqueadores), posicionados horizontalmente, como mostra a figura

7.2.1 e 7.2.2.

Figura 7.2.1 – Fitas metálicas e guia para travamento (Consul Steel)

Fita metálica

Guia / Bloqueador

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Figura 7.2.2 – Proteção contra rotação e enrijecimento de painel (acervo dos

autores)

7.3. Transporte e estocagem

Como os painéis possuem uma densidade relativamente baixa é possível estoca-los

empilhados sem maiores conseqüencias para o solo. É aconselhavel manter a altura

máxima da pilha em 1.40m, facilitando seu manuseio. Para esta situação, a carga no

solo será de cerca de 100kg/m2, podendo chegar até 300kg/m2 no caso de painéis

com acabamento fixado no momento de sua montagem.

O processo de zincagem dos perfis permite sua exposição às intemperies, sendo

necessária proteção apenas quando forem utilizados painéis com acabamento pré-

fixado.

Para o transporte de painéis, é importante levar em conta os limites de dimensão

para veículos estabelecidos pelo CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito –

Montantes com travamento em X (maior inércia)

Travamento horizontal

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através da resolução 12 de 1998, sendo a largura máxima permitida de 2.60m e

altura máxima de 4.40m (altura útil do baú de 3.30m).

7.4. Montagem dos painéis

Para início do levamentamento dos painéis é necessário contar com perfis extras,

que servirão como mão-francesa para os primeiros painéis. Outra atividade

importante é a limpeza da superfície de contato onde será fixada a base do painel.

A montagem se inicia com a colocação de um painel exterior em um dos cantos da

edificação, no qual se fixa um perfil provisório (figura 7.4.2), servindo de mão-

francesa, a fim de manter o prumo e esquadro do painel até a execução de sua

cobertura, unindo definitivamente os painéis, evitando seu tombamento. Deve ser

observada a identificação dos painéis vizinhos, para evitar o posicionamento do

painel com seus lados invertidos, como ilustra a figura 7.4.1.

Figura 7.4.1 – Possível erro de posicionamento dos painéis (elaboração autores)

Figura 7.4.2 – Escoramento provisório com perfil (Seqüência)

Posicionamento correto Posicionamento invetido

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Os painéis são fixados ao solo por ancoragens provisórias (normalmente pregos),

até que se complete a execução do pavimento e seja conferido seu correto

posicionamento. Além das ancoragens provisórias serem mais rápidas de se

executar, são mais faceis de remover, caso seja verificado algum erro de

posicionamento.

A fixação definitiva das guias se inicia pelas extremidades do painel, em direção ao

centro. Quando feita sobre placas de concreto utiliza-se pistola de pólvora e pinos de

fixação, enquanto a fixação sobre placas cimentíceas ou placas OSB é feita por

parafusos.

O segundo painel a ser escolhido para fixação deve estar na perpendiuclar com o

primeiro, suas guias superiores são travadas com um perfil provisório, para conferir

maior rigidez ao conjunto.

Perfil provisório para travamento dos painéis (parafusado sobre guias superiores)

Ancoragens provisórias

Guia para ancoragem provisória

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Figura 7.4.3 – Escoramentos (Consul Steel)

É ideal escolher para inicio painéis próximos aos cantos, como mostra a figura 7.4.4,

conferindo assim maior rigidez e inércia para resistir a forças em diferentes direções.

Figura 7.4.4 – Painéis escolhidos para início (elaboração dos autores)

A partir deste momento continua-se a colocação dos painéis perimetrais, seguidos

pelos painéis interiores estruturais e por último os painéis não estruturais. Após o

término da colocação de cada conjunto de painéis deve ser conferido o seu correto

posicionamento, para que seja possível realizar a ancoragem definitiva na fundação.

Painéis paralelos costumam possuir seus montantes alinhados, para apoio da viga

de entrepiso/cobertura (em casos onde não há alinhamento entre os montantes é

necessário utilizar viga de redistribuição, melhor ilustradas no capítulo 8 -

ENTREPISO). Esse alinhamento entre montantes pode ser conferido utilizando uma

linha esticada, como mostra a figura 7.4.5. A tolerância deve ser inferior a 5mm, para

não prejudicar o alinhamento vertical na distribuição de cargas

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Figura 7.4.5 – Conferência de alinhamento de montantes em painéis paralelos

(Seqüência)

O prumo dos painéis e esquadro são conferidos utilizando-se nível de bolha, linhas e

esquadro metálico. Como a pré-fabricação dos painéis sobre mesas de montagem e

a marcação feita sobre a laje reduzem a ocorrência de desvios de prumo e esquado,

é possivel manter uma tolerância de 2mm.

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8. ENTREPISO

8.1. Componentes

Figura 8.1.1 – Estrutura de entrepiso (Consul Steel adaptada)

Elementos basicos:

A – Viga

Perfis Uenrijecido, similares aos de montantes, porém, com altura da alma de

duas a três vezes maior.

B – Canaletas/Guias de borda.

Perfis U, similares aos de guias. Sua alma, quando voltada para o exterior da

edificação, é utilizada para fixação do fechamento externo. Utilizado também

para unir vigas sobre painéis estruturais, sendo fixadas pela alma, compondo

um perfil I.

Vão

Painel estrutural

Viga interrompida pelo vão

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C – Perfil de rigidez.

Utilizado no interior da viga ou parafusados em sua alma, para aumentar a

rigidez do perfil da viga em pontos onde há cargas concentradas, evitando,

assim, seu esmagamento.

D – Viga tubo

Utilizada em bordas adjacentes aos vãos de passagem e em bordas

E – Bloqueadores.

Interligam as vigas favorecendo seu trabalho em conjunto, evitando também

sua rotação.

F – Fitas metálicas.

Travamento de baixa inércia para evitar rotação de vigas, devido a vinculação

com vigas de maior inércia, funcionando apenas a tração.

Mantendo o conceito do alinhamento vertical das cargas, as almas das vigas devem

coincidir com as almas dos montantes, como mostra a figura abaixo.

Figura 8.1.2 – Alinhamento montante-viga

Nos casos em que o espaçamento entre vigas difere do espaçamento entre

montantes é necessário utilizar uma viga em tubo na transversal, para re-distribuição

do carregamento, como mostra a figura abaixo:

Vigas

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Figura 8.1.3 – Vigas para redistribuição de cargas

Assim como em lajes nervuradas de concreto, o alinhamento ideal das vigas é no

sentido do menor vão de cada ambiente. A utilização de vigas biapoiadas facilita a

pré-montagem em fábrica, porém, no caso de vigas continuas os momentos são

bem inferiores, reduzindo substancialmente o consumo de aço.

Figura 8.1.4 – Vigas biapoiadas e vigas contínuas (CBCA)

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Figura 8.1.5 – Momento em vigas biapoiadas e continuas (elaboração dos autores)

8.2. Montagem.

A montagem do entrepiso se inicia com a colocação das guias de borda, cuja alma é

alinhada com a face externa do painel. Sua aba é fixada por parafusos à guia

superior do painel, no centro do vão.

Figura 8.2.1 – Alinhamento guia de laje e painel externo (Seqüência)

As vigas são fixadas às guias por parafusos em sua aba inferior e superior. No caso

de vigas-caixa são utilizadas canaletas em L, parafusadas na alma da viga e no

interior das guias. A precisão adequada é de 3mm.

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Em vãos muito longos, onde o comprimento dos perfis pode ser limitado (limitações

de transporte, por exemplo), é possivel emendar vigas, utilizadando uma viga em I

(duas guias unidas pela aba), posicionada sobre um perfil estrutural. Em vãos onde

não há perfil estrutural para apoio da viga em I, é necessário utilizar para emenda

uma viga intermediária de mesmo perfil ligada às vigas pela alma, ilustrada na figura

8.2.2. O número de parafusos de fixação e comprimento da viga são definidos em

função da força cortante e momento na união.

.

Figura 8.2.2 – Emenda de viga (Consul Steel)

A próxima etapa é a colocação de reforços estruturais nos pontos onde ocorrem

cargas concentradas. Junto aos apoios um perfil cortado de montante é fixado no

interior da viga, reduzindo os efeitos de tensões concentradas. Outra posição

importante para aumento de rigidez são os ponto onde serão fixados os painéis do

andar superior, sendo possível o não alinhamento com os painéis do andar inferior.

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Figura 8.2.3 – Reforço em alma de viga (Consul Steel)

A fixação dos reforços também pode ser externa a viga, parafusando suas almas.

Os bloqueadores devem ser utilizados em vãos maiores que 2 m, ou quando a

grandeza das cargas exigir. Sua fixação é por perfis L, fixados em sua alma e na

alma das vigas. Além dos bloqueadores são utilizadas as fitas metálicas, fixadas na

parte de baixo dos perfis.

Figura 8.2.4 – Travamentos (CBCA)

Bloqeuador

Viga

Cantoneira para ligação Viga/Bloqueador

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Quando necessário realizar um furo extra na viga (que não coincida com a furação

padrão) utilizam-se chapas de aço como reforços estruturais, para reduzir o efeito da

redução de seção da alma.

8.3. Vãos de passagem.

Em vãos onde há interrupção das vigas é necessário reforçar suas vigas de

extremidade e criar um apoio intermediario, para transmissão das cargas

interrompidas, como mostra a figura 8.3.1.

Figura 8.3.1 – Apoios para redistribuição de cargas devido ao vão (Consul Steel)

Para não haver necessidade de reforços, é interessante que se procure posicionar

os vãos com as bordas coincidindo com painéis estruturais.

8.4. Laje úmida.

No caso de lajes úmidas utiliza-se uma chapa ondulada fixada às vigas, trabalhando

como diafragma de rigidez da estrutura. O tipo estrutural mais disseminado no

mercado é o de Steel Deck.

Apoios

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Figura 8.4.1 – Etapas da execução de laje úmida em Steel Deck (Metalicas)

O Steel Deck é uma laje composta por um perfil conformado a frio, de secção

semelhando ao de uma telha de aço galvanizado, que recebe mossas em suas

almas, e por uma camada de concreto. O aço, excelente material para trabalhar a

tração, é utilizado no formato de uma telha ondulada que serve como fôrma para

concreto durante a concretagem e como armadura positiva para as cargas de

serviço.

Conformado a frio e cobrindo uma largura útil de 820 a 840 mm, o Steel Deck possui

nervuras largas e com a utilização de conectores de cisalhamento (stud bolts) ,

associados às mossas, permite a interação do concreto com o aço o que possibilita

o cálculo de vigas mistas, permitindo uma redução do peso da estrutura.

Durante a obra, a forma metálica funciona como plataforma de serviço e proteção

aos operários que trabalham nos andares inferiores, propiciando maior segurança.

Apresenta facilidade para a passagem de dutos das diversas instalações,

favorecendo também a fixação de forros.

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Para atenuar a transmissão sonora é possivel utilizar uma camada de lã de vidro

compactada entre o concreto e a chapa de aço. Para isso é necessáro aplicar um

filme de plastico entre o concreto e a lã, evitando seu umidecimento.

A delimitação da laje é feita por um perfil, sobre o qual é possível fixar os montantes.

Figura 8.4.3 – Laje úmida (Consul Steel)

8.5. Laje Seca.

As lajes podem ser do tipo seca, quanda placas rígidas de OSB (simples ou duplas),

cimentícias ou outras são aparafusadas à estrutura do entrepiso. Sua fixação é

similar a dos fechamentos, detalhada no capítulo 11.

Laje de concreto

Forma metálica

Malha eletro-soldada

Isolamento

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Figura 8.5.1 – Laje seca (Revista Téchne)

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9. ESCADAS

9.1. Fabricação e montagem

O confrontamento da forma de execução de escadas proposta pela Construtora

Seqüência e pela Consul Steel nos leva a atestar uma convergência de práticas

neste quesito entre as obras brasileiras e argentinas. Sendo assim, optou-se neste

trabalho por adotar as referências executivas da Cônsul Steel (por questão didática)

e os critérios de inspeção do manual da Construtora Seqüência pois apenas este

possui tais informações.

A escolha do tipo da escada do tipo decorre do projeto de arquitetura. Entre as

escadas geralmente usadas, temos:

• Escada em viga tubo inclinada: as guias se apóiam numa viga tubo com a

inclinação desejada conforme figura 9.1.1.

Figura 9.1.1 – Escada em viga tubo (Consul Steel)

• Painel inclinado: neste caso as guias se apóiam aos painéis como ilustra a figura

9.1.2.

Parafuso para fixação guia-painel

Viga tubo

Guia dobrada

Guia dobrada

Viga tubo

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Figura 9.1.2 – Escada em painel (Consul Steel)

A fabricação das guias dobradas, utilizadas nas escadas descritas segue as

seguintes etapas:

• Primeiramente marca-se no perfil “U” os espaçamentos das dobras que

determinam a altura e comprimento dos degraus.

• Nos pontos de dobra, cortam-se as abas do perfil de forma a permitir a dobragem

posterior.

• O perfil é então dobrado de modo a formarem um ângulo de 90º entre os pontos

recortados (adjacentes).

• Uma vez completada as dobras, as abas são fixadas por suas abas à viga ou ao

painel.

Posicionamento e fixação da escada principal

• A escada deve ser montada utilizando-se de dois conjuntos de escada principal,

iniciando a montagem pela extremidade próxima à parede. A distância entre a

estrutura da parede e a escada deve ser equivalente a espessura da placa de

gesso acartonado mais a espessura da tabeira da escada.

• A base do painel de escada deve ser fixada com pino para concreto, no caso de

radier e com parafuso auto-atarraxante, no caso de laje de placa cimentícia.

• Em seguida, a parte superior da escada principal é fixada utilizando parafusos

auto-atarraxantes nas abas de reforço, conforme ilustração.

Montante

Guia inclinada

Guia inferior

Guia dobrada

Parafuso para fixação guia-painel

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• O mesmo procedimento deve ser repetido para a fixação do outro conjunto de

escada principal.

• A montagem da escada intermediária (parte da escada que não possui apoio

direto sobre o chão, sendo fixada entre a escada principal a laje do pavimento

superior) é feita posicionando-se a primeira peça de modo análogo à escada

principal.

• A escada intermediária é colocada de modo que o piso do primeiro degrau

encontre com a face inferior da placa de laje.

• Deve ser posicionada a parte inferior da escada de modo que o espelho do

último degrau coincida com a face superior da placa de laje.

• A escada deve ser fixada pelas suas abas na estrutura da laje com parafuso

auto-brocante. Montagem da escada placa de laje aba da escada

• A distância da outra escada intermediária deve ser marcada conforme definição

em projeto.

• Com o auxílio de uma régua com nível, a escada deve ser posicionada

verticalmente e deslocada até obter o prumo da peça.

• Em seguida, a escada intermediária deve ser fixada com parafusos auto-

brocantes mantendo um espaçamento máximo de 10 cm entre as fixações.

• As abas sobressalentes da escada devem ser cortadas com o auxílio de serra

circular, mantendo a aba da escada alinhada com o piso da laje.

• As abas sobressalentes da escada devem ser cortadas com o auxílio de serra

circular, mantendo a aba da escada alinhada com o piso da laje.

• Para apoiar a fixação da tábua do piso dos degraus, devem ser fixadas chapas

“L’ na face lateral da escada.

Detalhes Construtivos (Contraventamento)

Os painéis de escada principal devem ser contraventadas horizontalmente com perfil

metálico fixado nos montantes com parafuso auto-brocante a cada três degraus.

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Controle na Execução

Deves-se checar o desvio em relação ao nivelamento e prumo dos degraus. Para tal,

utiliza-se o uso de régua com nível de bolha acoplado (max. 2 mm).

Além disso, deve-se checar se todos os parafusos estão fixados nos encontros de

guia com montante.

Caso haja desvio em relação ao nível e prumo acima do tolerado deve-se retirar a

escada e recolocá-lo.

No caso de falha ou falta de fixação nos encontros entre guia e montante, procede-

se à fixação de todos os pontos de encontro entre a guia e o montante.

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10. TESOURAS

10.1. Confecção das tesouras

Para a fabricação das tesouras, deve-se montar um gabarito na bancada de

fabricação utilizando perfis metálicos, que são fixados como linha de referência.

Devem ser feita marcações conforme definição em projeto da inclinação e

comprimento da tesoura.

Fixam-se os perfis metálicos usados como gabarito provisório, com base nas

marcações; esses perfis servirão de referencia para o posicionamento e fixação da

corda inferior, corda superior e montante intermediário da tesoura.

Figura 10.1.1 – Gabarito para fabricação de tesouras (Seqüência)

Primeiro posicionam-se a corda inferior e o montante central, em seguida posiciona-

se a corda superior. Todos os nós da tesoura devem ser fixados com chapa lisa

cortada de acordo com projeto de tesoura, com espaçamento máximo entre

parafusos de 10 cm.

Em seguida posicionam-se e fixam-se os perfis referentes ao montante intermediário

e central e a diagonal da tesoura.

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Figura 10.1.2 – Fabricação da tesoura sobre mesa de montagem (Seqüência)

A posição de encontro entre perfis deve ser conferida com trena e esquadro,

podendo ser tolerados desvidos de até 3mm. A tesoura deve ser identificada em

ambos os lados, podendo também ser identificados, nos pontos de apoio, os códigos

referentes aos painéis nos quais a tesoura será fixada, facilitando o trabalho de

montagem na obra.

10.2. Montagem das tesouras

Igualmente aos painéis e lajes, as estruturas dos telhados devem estar em

alinhamento com os montantes da estrutura, sendo necessário, caso contrário,

utilizar um elemento de distribuição de cargas para transmitir os esforços. A figuras

10.2.1 e 10.2.2 ilustram a estrutura das tesouras.

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Figura 10.2.1 – Planta da estrutura de telhado (Consul Steel adaptado)

Figura 10.2.2 – Vista lateral da estrutura de telhado (Consul Steel)

Como as tesouras não possuem modulação em sua transversal, é necessário utilizar

uma tesoura de fechamendo nas bordas da estrutura do telhado, coincidindo com os

montantes do painel de apoio e possibilitando a fixação do fechamento externo. Para

fixação dos painéis de fechamento, as tesouras de extremidade devem estar com

sua alma voltada para o interior da estrutura, possibilitanto o encaixe e fixação no

interior das guias. Esta forma de fixação gera a necessidade da montagem de uma

tesoura invertida, caso não haja simetria.

Beiral sobre tesoura de fechamento

Enrijecedor

Travamento transversal às tesouras

Beiral em balanço

Tesouras

Tesouras

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Junto às tesouras são utilizados travamentos contra ações horizontais, assim como

no restante da estrutura, e vigas transversais às tesouras, garantindo maior rigidez,

evitando torção de seus perfis.

Vale lembrar que as tesouras podem ser executadas sobre paredes de alvenaria ou

estruturas convencionais de concreto armado, sendo esta uma possivel área de

atuação para empesas que trabalham com steel frame.

A colocação das tesouras deve se dar pelo posicionamento das tesouras de

extremidade/fechamento, que devem estar apoiadas sobre painéis estruturais. As

faces externa do painel e da tesoura devem estar alinhadas.

A tesoura é fixada com uma chapa em L, parafusada na tesoura e na estrutura da

laje.

Figura 10.2.2 – Fixação das tesouras (Seqüência)

Caso a arquitetura defina a existência de beiral, este é apoiado sobre tesoura de

extremidade/fechamento e fixado com parafusos auto-brocantes na primeira tesoura

após a de extremidade.

A cobertura deve ser enrijecida com contraventamento em X executado por fitas

metálicas fixadas sobre as tesouras de modo que o ângulo entre a fita e o beiral

fique entre 30 e 60 graus. Depois deve-se unir as tesouras entre si aos

contraventamentos fazendo o travamento por barras longitudinais.

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A corda superior e inferior deve ter o comprimento de flambagem reduzido pela

metade realizando-se um travamento lateral com perfil Ue, posicionado nos nós da

tesoura, que percorre toda a extensão da cobertura.

Figura 10.2.3 – Travamento em tesouras (Consul Steel)

Tesoura

Travamento por barras longitudinais que ligam as tesouras entre sí e aos nós rígidos

Nós rigidos ou contraventados

Nós rigidos ou contraventados

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11. Fechamentos

Este item é abordado de diferentes formas de acordo com os diferentes manuais. O

manual da Caixa Econômica Federal não entra neste grau de detalhamento portanto

será deixado de lado. O manual da construtora Seqüência, por ser um manual mais

prático, de execução, possui abordagem é muito mais simplificada e superficial,

sendo basicamente um método executivo. O Manual Consul Steel, bem mais

elaborado e detalhista, além de um método executivo, também apresenta uma série

de conceitos, verificações, etc.

Esse capítulo consiste, basicamente, em discorrer sobre cada manual e confrontá-

los, quando oportuno e relatar as visitas técnicas efetuadas. Para facilitar a análise o

capítulo será dividido em Fechamento externo e Fechamento interno.

11.1. Fechamento externo:

De acordo com o manual da Cônsul Steel temos:

Uma das características que diferencia a construção em Steel Framing dos outros

sistemas construtivos é o grande numero de possibilidades para se fazer o

fechamento externo. O sistema admite quase qualquer tipo de revestimento exterior.

Fundamentalmente uma das condições que devem ser cumpridas em um sistema de

fechamento externo para Steel Framing é garantir um isolamento térmico eficiente,

evitando as possíveis pontes térmicas que podem ocorrer nos contatos dos perfis.

Em um sistema Steel Framing o fechamento externo do teto, geralmente é igual ao

das paredes. E a cobertura pode ser adaptada para qualquer tipo de telha, admitindo

as mesmas variantes de um sistema convencional.

Levando em conta que a cobertura é a primeira linha de defesa contra o clima, a

mesma cumpre um papel muito importante na proteção do interior do edifício contra

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chuvas, neve, vento, sol e demais agentes climáticos. Assim mesmo colaboram com

o controle da condensação no edifício, devido a ventilação.

As placas exteriores podem ser de dois tipos, estruturais, ou não estruturais.

As placas estruturais são aquelas que agregam uma rigidez á estrutura, formando o

diafragma de rigidez, que possuem graus de classificações:

Classificação de exposição ao clima: contempla o grau de exposição à intempéries e

a durabilidade da mesma.

• Exterior: para aplicações em lugares permanentemente expostos ao clima

exterior.

• Exposição 1: para aplicações em lugares com um nível de exposição de 95%

• Exposição2: para aplicações em lugares com proteção ao clima e que não

esteja exposto a umidade.

• Interior: para aplicações no interior.

Classificação de capacidade estrutural: determina, segundo a espessura da placa,

as dobras e a distancia de fixação. A classificação mais alta é A e a mais baixa a C.

Classificação do tipo de madeira: Sobre a tipologia da madeira, vai do grupo 1 (mais

dura) em diante.

Dentro das placas temos:

A - Multilaminado Fenólico (Plywood):

As placas de Multilaminados fenólico são compostas por delgadas laminas de

madeira denominadas “plies”. Os plies estão disspostos de forma alternada em

relação a orientação das fibras da madeira, formando assim um painel

multilaminado.

A conformação se efetua mediante tratamentos na madeira para deixá-la com

características distintas de resistência, umidade, etc. Os plies se unem entre si por

um adesivo fenólico totalmente resistente a água.

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Figura 11.1.1 – Multilaminado fenólico (Consul Steel)

B - Painéis OSB:

É um painel estrutural de madeira, tecnicamente elaborado e composto de

tiras de madeira retangulares colocadas em camadas formando ângulos retos (na

maioria) umas com as outras. As tiras não provem de material reciclado, elas são

especificamente criadas para obterem o maximo rendimento para a construção do

painel. O OSB é unido com adesivo totalmente resistente a água. A maioria das

camadas também são tratadas com um material selante para proteger da umidade.

C - Com-ply:

É uma combinação entre Plywood e OSB.

Figura 11.1.2 – Com-ply (Consul Steel)

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D - MDF hidroresistente:

Possuem, basicamente, as mesmas características dos multilaminados

fenólicos.

E - Placas não estruturais:

Só cumprem a função de fechamento. Sua utilização em painéis exteriores só

será possível quando o caminho das cargas laterais sejam dados por outro

elemento. As placas não estruturais, que funcionam somente como substrato, são:

F - Placa cimentícia:

Estas placas são feitas através de um processo continuo de agregado e

cimento com polímeros recobertos com uma malha de fibra de vidro.

Devido a seu comportamento resistente a água, as placas cimenticias podem

ser utilizadas como substrato exterior em locais úmidos. Em caso de se utilizar no

exterior a fixação do EPS pode ser mediante adesivo ou fixação mecânica. Deverá

deixar-se uma pequena separação de (2mm) entre as placas para permitir a

dilatação das mesmas e não estragar o material.

E - Placa resistente a água:

Este tipo de placa é feito com uma composição uniforme de gesso e fibras. As

faces externas destas placas podem terminar com o mesmo material interno. Dadas

suas condições de boa resistência á água, é uma placa apropriada para usos

exteriores. Porém de nenhum modo cumprem a função de diafragma de rigidez.

F - EIFS

O significado da sigla E.I.F.S. em inglês corresponde a “Exterior Insulation

and Finish System”. É um sistema de múltiplas camadas que permite realizar

fechamentos exteriores em construções novas, e em construçoes já existentes. É

um sistema de origem alemã que surgiu logo após a segunda guerra mundial.

Os usos habituais para este sistema são:

• Renovação de fachadas: O sistema EIFS é especialmente eficiente para a

renovação de fachadas existentes e para aquelas que se deseja modificar o

estilo, forma, cor , textura ou reparar sua condição de impermeabilização....

Todos estes processos podem ser feitos sem interromper as atividades

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internas do edifício e sem agregar cargas por peso proprio á estrutura

resistente calculada originalmente. Pois o EIFS tem um peso próprio muito

baixo.

• Revestimento exterior: Para aquelas construções novas que se necessite

executar um revestimento com um desempenho superior, tanto estético

quanto termicamente e ainda com um baixo peso próprio, o EIFS é um

sistema muito propriado. No caso das estruturas em Steel Framing, onde as

pontes térmicas é um problema importante a se resolver, a utilização deste

sistema resolve este efeito não desejado, devido a aplicação de uma capa

continua de EPS por fora dos perfis. Obtendo um isolamento térmico

continuo.

As placas de EPS são colocadas trabalhando horizontalmente, com reforços

de malha nos vértices dos vãos para absorver as tensões concentradas.

Figura 11.1.3 – EIFS (Consul Steel)

Como a Construtora seqüência utiliza em todas as suas obras o fechamento externo

em placas de OSB, seu manual só aborda este método. De uma forma muito

simples e direta o manual reproduz um roteiro de montagem passo-a-passo. As

partes mais importantes e interessantes do roteiro serão descritas abaixo:

O fechamento externo consiste em:

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• Colocação de placa OSB para fechamento externo sobre a estrutura da

parede

Figura 11.1.4 – Placas OSB (Seqüência)

• Marcação de uma linha de referência sobre o painel, com o chalkline

(instrumento que serve para traçar uma linha continua), considerando a

largura da placa como medida inicial. Esta marcação deve partir da base do

painel de parede.

• Para repassar as medida para as outras paredes perpendiculares, utilizar o

nível de bolha a partir da marcação da primeira parede.

• Inicio da colocação da placa seguindo a demarcação realizada anteriormente

sobre o painel.

• A placa deve ser posicionada apenas sobre o painel (cuidado para não cobrir

a espessura referente ao radier).

• Caso a medida do comprimento não coincida com o comprimento da placa é

necessário efetuar o corte da mesma.

• Posicionar a primeira placa encostando uma de suas faces na extremidade do

painel e a outra no eixo do montante do painel.

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• Fixação das placas começando pelas suas extremidades de modo que o

parafuso fique o mais próximo possível do eixo do montante do painel.

• Nas emendas das chapas, a fixação deve ocorrer próximo à borda e sobre o

montante do painel.

• As fixações devem ser sempre sobre os montantes do painel, sendo que na

vertical a distancia máxima deve ser de 0,40m.

• As demais fileiras devem ser fixadas com as juntas verticais desencontradas,

evitando alinhar a junta vertical com as extremidades do vão.

Figura 11.1.5 – Alinhamento de placas OSB (Seqüência)

• A partir da terceira fiada a utilização de andaimes para auxiliar na colocação

das placas é necessário.

• Posicionar a placa sobre o painel e efetue a sua fixação conforme descrito

anteriormente.

• Colocação de membrana plástica logo após a colocação de placa para

fechamento externo, sendo que, sua principal função está em formar uma

camada de proteção das paredes externas contra as intempéries.

• Marcar sobre a placa OSB, com o auxílio do chalkline, a medida referente à

largura da membrana.

• Posicionar a membrana sobre a placa OSB, seguindo a linha de marcação.

Evitar

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• Fixar a membrana com prego arruelado ou grampo especial com

espaçamento vertical e horizontal de aproximadamente 40cm.

• Fixar a membrana na extremidade da casa antes de efetuar o corte do rolo.

• Cortar a membrana com o estilete de modo a facear a extremidade da casa.

• Posicionar as demais fileiras sobrepondo membrana em cerca de 3”(7,62cm).

• Executar a fixação da membrana na sobreposição das peças sem que os

pontos de fixação da fileira anterior coincidam com a fileira superior.

Vale acrescentar que em todas as obras visitadas da construtora Seqüência todos

os passos e cuidados, relatados nos roteiros, estavam sendo muito bem aplicados e

executados pela mão de obra.

Os critérios de aceitação utilizados são:

ITEM MODO DEVERIFICAÇÃO TOLERÂNCIA

Fixação Visualmente cheque se todos os pontos de fixação estão

parafusados.

-

Fixação sobre montantes de painel.

Visualmente cheque se as fixações estão sobre os montantes

do painel.

-

Juntas verticais

Visualmente cheque se não há continuidade das juntas verticais

entre as fileiras. -

11.2. Fechamento interno.

De acordo com o manual da Cônsul Steel temos:

Dada as características próprias do material e sua facilidade de aplicação, as placas

de gesso acartonado são o material mais comumente utilizado para o fechamento

interior de um edifício executado em Steel frame.

O gesso é um dos materiais de construção mais antigos que existem e por suas

características oferece importantes vantagens no que se refere a proteção contra

incêndios, o isolamento térmico e acústico. Fundamentalmente, a característica

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principal deste matérias é sua alta resistência ao fogo. Porem, é um material estável,

não tóxico e quimicamente neutro. Seu efeito regulador de umidade cria ambientes

amenos e confortáveis.

Dado que este material já chega liso e semi acabado para ser montado, se reduz

drasticamente o tempo de conclusão, e também os custos. As placas são facilmente

montadas, o que otimiza o trabalho do instalador, reduzindo ainda mais os custos.

As placas são aparafusadas nos montantes metalicos através de parafusos com

cabeça Philips, chatos, frisados, autobrocantes e galvanizados.

Em síntese, a utilização das placas de gesso acartonado apresenta uma serie de

vantagens, entre elas temos:

• Racionalidade construtiva com a eliminação das massas úmidas;

• Resistência ao fogo;

• Redução do prazo de obra;

• Facilidade de passar as instalações;

• Custo final inferior á construção tradicional.

Os ensaios realizados mostram que a dureza das placas, muito por causa do

recobrimento com laminas de celulose (acartonado), é bastante satisfatória para sua

finalidade.

Quanto ao iIsolamento térmico, apresenta um coeficiente de condutividade térmica

de 0,38 Kcal/m hºC , porem a isolação total será dada devido a composição da

parede.

Todo ruído que causa desconforto acústico pode ser controlado por absorção e/ ou

isolamento. O isolamento propriamente dito é função dos elementos internos a

parede. E é nesse ponto que o método construtivo leva vantagens, pois com um

peso bastante reduzido consegue-se um desempenho muito superior.

A incorporação de isolantes como a lã de vidro permite obter o isolamento acústico

desejado.

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As placas de gesso acartonado são incombustíveis, pois seus núcleos de gesso bi

hidratado retarda a ação do fogo minguando-o.

São fabricadas placas comuns e placas especiais.

As placas comuns: são utilizadas em locais secos. Pois não apresentam nenhuma

proteção ao contato com umidade. Os tamanhos padrão são;

Espessura(mm) Largura(m) Comprimento(m)

12,5 1,20 2,40

12,5 1,20 2,60

12,5 1,20 3,00

15 1,20 2,40

15 1,20 2,60

15 1,20 3,00

Placas resistentes a umidade: também chamadas comumente de placas verdes,

dada sua cor esverdeada proveniente do papel que as recobre. É utilizada em locais

úmidos (banheiros e cozinhas) e oferece uma excelente base para a aplicação de

cerâmica, azulejos e revestimentos plásticos. As dimensões padrão são:

Espessura(mm) Largura(m) Comprimento(m)

12,5 1,20 2,40

12,5 1,20 2,60

12,5 1,20 3,00

15 1,20 2,40

15 1,20 2,60

15 1,20 3,00

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Placas resistentes a água: é utilizada em lugares com grande umidade e/ou água

(chuveiros, lavatórios...), exporadicamente pode ser utilizada como fechamento

exterior não estrutural (como visto anteriormente). As dimensões padrão são:

Espessura(mm) Largura(m) Comprimento(m)

13 1,22 2,44

13 1,22 2,74

13 1,22 3,05

16 1,22 2,44

16 1,22 2,74

16 1,22 3,05

Placas resistentes ao fogo: combina todas as vantagens das placas de gesso,

porem com uma resistencia ao fogo adicional, pois contem em sua composição

aditivos especiais e maior quantidade de fibra de vidro. As medidas são basicamente

as mesmas de uma placa comum.

Quanto a instalação, é importante observar:

• Resistência ao fogo;

• As placas devem ser cortadas, quando inevitável, de tal maneira que entrem

facilmente, sem forçar, no local indicado.

• A união entre uma placa e outra deve coincidir com o montante, pois esta

extremidade deve ser parafusada.

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Figura 11.2.1 – Placas de gesso acartonado (CBCA)

• As placas devem ser fixadas na estrutura com parafusos separados a cada

25cm no maximo e no mínimo a 1 cm da borda da placa.

• Nunca devem existir uniões de placas coincidindo com os vértices dos vãos .

Figura 11.2.2 – Placas de gesso acartonado (CBCA)

• O parafuso deve estar sempre no nível do relevo da parede, nunca acima e

nem abaixo, caso isso ocorra, deve-se retirar o parafuso e colocar um novo a

centimentros de distancia.

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Figura 11.2.3 – Parafusamento correto (Consul Steel)

Em casos onde se deseja maior isolamento acústico é recomendado que se use de

parede de chapas duplas, geramente se recomenda a utilização de paredes duplas,

ou seja, duas camadas de placas de gesso. Ao fixar-es a segunda camada deve-se

se prever as juntas estre as placas não coincidam com as juntas da primeira

camada. Até mesmo os parafusos devem ter espaçamentos diferentes dos da

primeira camada.

Figura 11.2.4 – Posicionamento correto de parafusos (Consul Steel)

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O manual da construtora seqüência faz referencia ao assunto do mesmo modo que

o da Cônsul, porém de uma forma muito mais direta. Para o fechamento interno

também é indicado a utilizaçao do gesso acartonado.

O fechamento em chapa de gesso, segundo o manual seqüência, segue as

seguintes etapas:

• Iniciar o fechamento com chapas de gesso pelo teto.

• Caso seja necessário cortar a chapa de gesso, medir, com a trena metálica,

as dimensões necessárias para o corte.

• Marcar as medidas na placa, com o lápis de carpinteiro e, com o auxílio do

chalkline traçar as Linhas auxiliares de corte .

• Com base na linha auxiliar, cortar a placa nas dimensões marcadas usando o

estilete.

• Utilizar as placas de gesso com o comprimento múltiplo do espaçamento da

estrutura do forro.

• Colocar a primeira placa no canto do ambiente posicionando-a de modo que o

seu comprimento seja perpendicular à estrutura do forro.

• Com dois ajudantes apoiando a placa, iniciar a fixação pelas bordas.

• Parafusar as placas com espaçamento entre parafusos de 25 a 30 cm e no

mínimo a 1cm da borda da chapa.

• Iniciar o fechamento das paredes por um canto do ambiente. As placas

devem possuir o comprimento do pé direito com cerca de 1cm a menos.

• Posicionar a placa verticalmente encostando-a no forro, deixando a folga na

parte inferior. As extremidades laterais das placas devem coincidir com os

eixos dos montantes.

• Apoiar a placa sobre dois pedaços de compensado ou placas de gesso de

modo a garantir um espaçamento mínimo de 1 cm, entre o piso e a placa. Em

montagens especiais as placas poderão ser aplicadas horizontalmente.

• As juntas das chapas deverão ser desencontradas do alinhamento dos

batentes das esquadrias.

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• Fixar as placas de gesso nos montantes iniciando pelas bordas e em seguida

no centro da placa. O espaçamento entre parafusos é de 25 a 30 cm máximo

e no mínimo a 1 cm da borda da placa.

• Certificar-se de que a cabeça do parafuso esteja alinhada com a placa não

devendo ficar nem saliente e nem reentrante.

• Após a colocação das placas, iniciar o tratamento das emendas. Este

tratamento é semelhante tanto para paredes quanto para forros.

• Com uma espátula aplicar a massa ao longo da junta das placas, marcando o

eixo da junta.

• A massa de balde já vem pronta para uso, caso necessário, mexer

rapidamente até uniformizá-la.

• Colocar a fita de papel microperfurada sobre o eixo da junta com a saliência

da dobra da fita voltada para a massa.

• Pressionar firmemente a fita para eliminar o excesso de massa evitando a

formação de bolhas de ar, vazios ou enrugamento. Cobrir com uma leve

camada de massa para que a fita não se desprenda, ainda com a massa sob

a fita molhada.

• Após a secagem completa, variável em função da massa, da temperatura e

da umidade relativa, pode ser executado o acabamento final da junta com

uma ou mais aplicações de massa por meio de desempenadeira metálica

nivelando a junta com a superfície das placas. Sempre aguardar a secagem

completa de cada demão, evitando a retração posterior da junta.

• Cada demão de massa deve ser aplicada com cerca de 30 cm de largura de

cada lado da fita. Estas demãos laterais devem sempre terminar a zero em

relação à placa. Aguardar a secagem completa de cada demão.

• Na interseção de juntas, interromper a fita em um dos sentidos, para que a

região não fique espessa.

• Verificar se os parafusos estão devidamente cobertos com massa para junta

sem saliência em relação à placa ou sem corte do cartão. Caso exista

saliência aplicar novamente a massa com espátula em duas camadas

cruzadas sobre as cabeças dos parafusos. Após secagem completa, aplique

segunda mão.

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• Para execução das juntas em cantos abertos aplicar com espátula uma

camada de massa de junta de cada lado do ângulo.

• Dobrar a fita cantoneira no seu eixo e posicioná-la no canto aberto,

pressionando cada lado da fita firmemente com o auxílio de uma espátula

para eliminar o excesso de massa.

• Cobrir a fita cantoneira com uma leve camada de massa para que a fita não

se desprenda. Após a secagem completa repete-se o procedimento 21.

• Para execução das juntas de quinas fechadas, aplicar com espátula uma

camada de massa de junta sobre cada lado da quina. Sobre a massa fresca,

aplicar a fita cantoneira perfurada com o auxílio de uma espátula de modo a

retirar o excesso de massa.

• Antes do processo de pintura ou outro acabamento, as regiões de junta e as

cabeças dos parafusos devem ser cuidadosamente lixadas com a lixa

aplicada sobre um taco de madeira ou outro elemento de base plana,

eliminando rebarbas e ondulações.

Figura 11.2.5 – Ilustração de uma chapa de gesso (Seqüência)

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Como visto nas visitas às obras da Construtora Seqüência, praticamente todos os

procedimento foram acompanhados e estavam de acordo como os descritos no

manual.

Critério de aceitação

ITEM MODO DEVERIFICAÇÃO TOLERÂNCIA

Acabamento da parede

Visualmente, sendo que as juntas não devem apresentar desníveis e

incrustações

-

Falta de fixação Verificar visualmente a distância entre parafusos.

-

Planeza da parede

Através de uma régua de alumínio com nível de bolha de 2 metros após

a conclusão do serviço

3mm

Prumo da parede

Verificar com régua de alumínio e nível de bolha acoplado

A bolha deve estar compreendida entre

as linhas

Pontos de fixação

Verificar com régua de alumínio as saliências encontradas. Os parafusos devem estar nivelados com as placas.

-

11.3. Cobertura em telha asfaltica

Figura 11.3.1 – Composição de telhado em telha asfaltica

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A montagem da cobertura em telha asfáltica é composta por três fases: colocação

de placa OSB, do feltro asfáltico e de telha asfáltica com fibra de vidro (shingle).

Figura 11.3.2 – Detalhe de cumeeira de telha asfaltica (Seqüência)

A colocação de feltro asfáltico segue as seguintes etapas:

• Posicionar o feltro asfáltico sobre a placa OSB a partir de uma das

extremidades do beiral horizontal. Um ajudante segura uma extremidade do

feltro enquanto um oficial a desenrola.

• Quando o feltro estiver esticado com aproximadamente 2m de comprimento,

inicia-se a sua fixação pela extremidade inicial do feltro.

• Ao atingir o beiral lateral, cortar o feltro com estilete, faceando a extremidade

externa da pingadeira metálica.

• Fixar o feltro com prego arruelado ou grampos. A distância entre uma fixação

e outra não deve ser superior e 10’ (25cm).

• Posicione as próximas fileiras, mantendo a sobreposição dos feltros em

aproximadamente 5cm.

A colocação das telhas shingle segue as seguintes etapas:

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Figura 11.3.3 – Detalhamento dos componentes do telhado (Seqüência)

• Marcar com o chalk line as linhas guias em todas as extremidades da

cobertura, considerando a medida da largura da telha descontando 5

centimetros.

• Fixe uma fileira inicial com pregos especiais. Esta fileira deve ser colocada

mantendo-se a borda oposta aos frisos da telha, alinhada com o beiral

horizontal. Guie-se pela linha demarcada com o chalkline. Tal procedimento

garante uma maior estanqueidade à água na cobertura.

• Em seguida, inicie a primeira fileira de telhas de uma das extremidades do

beiral horizontal, também guiando-se pelas linhas demarcadas com chalkline.

• Demarque as linhas intermediárias paralelas ao beiral horizontal a cada duas

fileiras. Tal procedimento garante o alinhamento das fileiras.

• Fixe as telhas com prego especial, perpendicularmente à base de fixação.

Posicione os pregos cerca de 1,5cm acima dos frisos da telha, sem penetrar

nas tiras adesivas ou passar entre elas. Fixe também as extremidades laterais

da telha, mantendo o mesmo alinhamento da fixação anterior.

• Inicie a segunda fileira da cobertura cortando uma das bordas laterais da telha

seguindo marcação existente na própria telha (corresponde à metade da

distância entre o friso e a borda.

• Inicie as próximas fileiras intercalando fileiras que comecem com telhas

inteiras e telhas cortadas.

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• Siga os mesmos procedimentos para a outra água da cobertura, deixando o

fechamento da cumeeira para a última fileira desta água. Na última fileira da

cobertura, cobrir a linha da cumeeira com a extremidade sem friso da telha.

• Fixar estas extremidades da aba com prego especial.

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12. REVESTIMENTO

12.1. Revestimento Externo

O revestimento externo, de um modo geral, pode ser constituído por diversos

materiais: argamassa armada, tijolo aparente, siding de PVC ou siding cimentício.

Neste manual, será aresentada a aplicação de siding vinílico pela sua facilidade e

agilidade na colocação do material.

Figura 12.1.1 – Ilustracao do siding vinilico (Metalicas)

Figura 12.1.2 – Detalhamento do siding vinilico (Seqüência)

12.2. Colocação de Siding Vinílico

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A colocação do siding vinilico utiliza como referência o projeto de fachada.

Equipamentos e Ferramentas

• Chalkline;

• Esquadro metálico com abas;

• Lápis de carpinteiro;

• Mangueira de nível;

• Martelo para carpinteiro

• Tesoura para corte de chapas;

• Trena metálica (5m);

Método Executivo

Os painéis vinílicos são confeccionados com alguns detalhes mostrados na

figura 12.2.2.

Figura 12.2.2 – Nomenclatura do painel vinilico (Seqüência)

Existem diversos acessórios que podem ser utilizados para os arremates dos painéis

vinílicos. A figura 12.2.3 ilustra alguns destes acessórios.

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Figura 12.2.3 – Acessorios dos paineis vinilicos (Metalicas)

• Marcar em uma das extremidades da parede a medida referente à largura do

perfil de arranque. Essa medida deve ser transferida para a outra extremidade da

parede usando a mangueira de nível.

• Com o uso do chalk line, marcar uma linha de referência, baseada nas medidas

marcadas.

• Posicionar o perfil de arranque mantendo a sua flange de pregagem alinhada

com a marcação feita na parede.

• Fixar o perfil de arranque com prego especial nos frisos da flange de pregagem.

Iniciar a fixação a partir de uma das extremidades das peças de início com 5cm e

espaçados a cada 40cm.

• Iniciar a colocação do siding, posicionando um perfil “J”. Num canto da parede,

de modo que a aba do perfil se encaixe numa das faces da parede.

• Fixar o “J” com pregos especiais nos frisos das flanges de pregagem com

espaçamento de 40cm. Em seguida posicionar e fixar os perfis “J” em todo

perímetro da parede, de modo análogo ao primeiro.

• Caso haja necessidade, marcar com um lápis de carpinteiro os cortes

necessários.

• Cortar o “J” com o auxílio da tesoura de corte.

• Para colocação da primeira fileira do siding, encaixá-la no perfil de arranque.

• Posicionar o siding sobre a parede, iniciando a colocação sempre de baixo para

cima. A fixação do siding deve permitir a expansão e contração da peça, ou seja,

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o siding deve ficar pendurado livremente pelos pregos. Para que isto ocorra,

bater os pregos até que fique um espaço de 2mm entre a cabeça do prego e a

flange de pregagem.

• Caso haja necessidade de corte do siding, com o auxílio do esquadro, marcar

com lápis de carpinteiro uma linha auxiliar de corte.

• Seguindo a linha auxiliar, cortar o siding vinílico com o auxílio da tesoura de

corte.

• Em seguida, posicionar a peça encaixando o siding dentro da aba do perfil “J”.

• Para a execução das demais fileiras, encaixar o siding vinílico entre si, conforme

ilustração ao lado.

• Fixar com pregos especiais sempre no friso da flange existente na peça,

mantendo uma distância máxima de 40cm entre uma fixação e outra.

• No caso de emendas, posicionar as placas de modo que a aba de fixação tenha

o recorte da figura acima.

• Continuar a fixação das próximas fileiras até o teto. Ao chegar na última fileira,

encaixar e fixar o perfil “UTUM” dentro do perfil “J” conforme ilustração.

• Em seguida encaixar a última fileira de siding dentro do perfil “UTUM”.

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13. INSTALAÇÕES PREDIAIS

13.1. Execução da instalações hidro-sanitárias

Dentre os manuais utilizados na análise comparativa dos processos envolvidos

utilização do Steel Frame, somente o manual da Construtora Seqüência possui

detalhamento a respeito desse tópico. As etapas construtivas que envolvem a parte

de instalações hidro-sanitárias seguidas pela construtora são as seguintes.

o Com base no projeto de instalações e utilizando a trena, localizar na obra

todos os pontos de consumo de água fria e água quente do empreendimento.

o A passagem da tubulação entre os ambientes, deve ser feita pelos furos dos

perfis metálicos, sendo estes pontos protegidos por peças de reforço.

o Passar o tubo PEX a partir da base do registro de gaveta até os locais dos

pontos de utilização.

o Quando necessário cortar o tubo de polietileno reticulado com cortador de

tubo especial.

o Para a colocação de conexões, inicialmente alargar a extremidade do tubo

PEX com o alicate alargador.

o Em seguida, com o auxílio da prensa de montagem, apertar a arruela da

conexão no tubo e posicione-os nos pontos de consumo inseridos nos painéis

de parede.

Figura 13.1.1 – Utilização de PEX

A fugura 13.1.2 mostra as ferramentas utilizadas nesta atividade (alicate alargador

de tubos, prensa de montagem e tesoura corta-tubos).

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Figura 13.1.2 – Ferramentas utilizadas (Seqüência)

Para controle de execução verifica-se visualmente o encaixe das conexões, e

confere-se o posicionamento das tubulações, de acordo com o projeto de

instalações. Tolera-se 5 mm com relação ao posicionamento dos pontos de

consumo de água.

No caso de conexões mal feitas, deve-se simplesmente reforçar os encaixes das

conexões. Se o posicionamento das tubulações não for executado de acordo com o

projeto, o manual aconselha o direcionamento do problema ao projetista. Com

relação aos posicionamentos de consumo, válvulas ou registros, a atitude correta é a

realocação do envolvido de acordo com o projeto.

13.2. Execução da instalação de esgoto, utilizando tubulações de PVC

Abaixo seguem as especificações do Manual da Construtora Seqüência a respeito

dos processos executivos do esgoto.

o Com base no projeto de instalações e utilizando a trena, localizam-se todos

os pontos de consumo de água fria e água quente do empreendimento, de

acordo com projeto de esgoto.

o Em seguida furar os pontos de esgoto manualmente, usando martelo e

ponteira ou com serra copo (podendo ser utilizada solta elétrica no caso de

furação sobre perfis metálicos). Caso haja necessidade de passagem pela

parede, utiliza-se a serra manual para corte das placas para fechamento

externo.

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o Com base no projeto de instalações e utilizando a trena, marcar a localização

da caixa sifonada.

o Posicionar a caixa sifonada e fixar com a braçadeira metálica apoiada na

saída da caixa na entrada oposta à caixa. Esta braçadeira deve ser fixada

com parafusos auto-atarraxantes.

o Posicionar as tubulações e conexões fixando-as com cola para PVC. Fixe os

tubos com braçadeiras, próximo às extremidades do tubo.

o A fixação das braçadeiras deve ocorrer ao longo de toda a extensão do tubo,

sendo que a distânica máxima entre elas não deve ultrapassar 2m.

No manual da construtora consta somente um item de controle e um uma solução de

casos de não conformidade. Com relação ao posicionamento dos pontos de esgoto,

aconselha-se a tolerância máxima de 5mm. Para tanto, utiliza-se uma régua. Caso

ocorra um posicionamento errôneo dos pontos de esgoto, o manual pede para que o

ponto seja re-alocado de acordo com o projeto original.

Figura 13.2.1 – Intalações de esgoto (Seqüência)

Consideramos adequados e suficientes os parâmetros de controle disponíveis no

Manual com relação às instalações hidro-sanitárias. Os itens de controle são

suficientes para se evitem problemas futuros e re-trabalho nas demais etapas. Alem

disso, ajudam a evitar manutenções posteriores causadas em função do mau

andamento da obra.

13.3. Execução das instalações elétricas

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O Manual define de forma simples e clara todas as etapas relacionadas às

instalações elétricas. As treze etapas citadas abaixo foram transcritas do Manual da

Construtora Seqüência.

o Baseando-se no projeto de instalações elétricas, localize os pontos de luz e

suas alturas. Marque com lápis de carpinteiro a posição da caixa de luz e

verifique o tamanho que será utilizado (2’’x2’’ ou 4’’x4’’), baseando-se na

quantidade de pontos demarcados no projeto.

o Locar as caixas aproveitando os montantes das paredes. Se o ponto estiver

localizado entre dois montantes, fixe um perfil de apoio perpendicularmente e

eles, na altura do ponto de luz.

o Com o auxílio da parafusadeira, prender a caixa de luz na alma do montante,

no mínimo em dois pontos da caixa.

o Com base no projeto de instalações, verificar o diâmetro do eletroduto e o seu

trajeto na parede ou teto. Caso haja necessidade de perfurar o montante da

parede utilizar a tesoura para cortar perfis metálicos.

o Nas situações em que não seja possível perfurar o montante com o cortador

de perfis (por exemplo, montantes duplos), executar os furos com o auxílio de

solda elétrica.

o Colocar o protetor do eletroduto nos orifícios dos montantes em que haverá a

passagem do eletroduto e nos casos de orifícios executados por soldas

elétricas aplicar uma camada de tinta de proteção.

o A partir de uma caixa de passagem, colocar o eletroduto e executar a

trajetória planejada, até chegar à outra caixa desejada.

o Deixar aproximadamente 2cm de eletroduto dentro das caixas de passagem e

corte o excedente com o estilete.

o Iniciar a colocação dos condutores (fios) nos eletrodutos com o auxílio de guia

para condutor elétrico.

o Com o auxílio de fita isolante, fixar os condutores (fios) na guia para condutor.

o Introduzir a guia para condutor no eletroduto corrugado, sendo que, em uma

extremidade do eletroduto deve estar o oficial empurrando a guia e na outra

extremidade um ajudante para recepcioná-la.

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o Nas caixas de passagem, deixar uma folga de cerca de 15cm no comprimento

dos condutores saindo do eletroduto para facilitar, posteriormente, a ligação

dos circuitos.

o Após a passagem dos condutores pelos eletrodutos iniciar a emenda dos fios

de acordo com os circuitos definidos em projeto.

Figura 13.3.1 – Instalações elétricas (Seqüência)

O controle de execução nesse caso não aborda grandezas numéricas nos itens de

controle. O controle passagem e o diâmetro dos eletrodutos embutidos nas paredes

e caixas é executado antes do fechamento das paredes e lajes e se resume á

conferencia visual. A proteção dos eletrodutos também é controlada visualmente.

Com relação a fixação das caixas de luz, manualmente verifica-se elas estão fixas

(evitar “jogo”) e visualmente analisa-se se existem pelo menos dois parafusos na

fixação.

Caso ocorra a falta de proteção na passagem do eletroduto pelos montantes,

aconselha-se adicionar proteções em todos os pontos de passagem. Isso evita re-

trabalho futuro. Se a caixa de luz se encontrar sem uma fixação suficiente, reforça-la

com dois pontos de fixação.

As ferramentas utilizadas são o alicate universal, estilete largo, parafusadeira com

regulador de profundidade e bit, solda elétrica, tesoura para furar perfil metálico e

trena metálica.

No caso das instalações elétricas, alguns itens de controles poderiam ser mais

rígidos. Por exemplo, para fixação da caixa de luz não acreditamos que dois pontos

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106

de fixação sejam suficientes para uma ideal fixação. Também não foi citado o projeto

em nenhum item de controle. Acreditamos que os caminhos de passagem assim

como os diâmetros dos eletrodutos deveriam ser confrontados com o projeto para

que modificações futuras sejam realizadas com um conjunto de informações mais

rico. O projeto de Steel Frame é muito importante, principalmente pela

características dessa estrutura já anteriormente citadas.

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107

14. PIS

Este capítulo é um resumo das principais inspeções a serem realizadas nos serviços

executados. Cada item contém a verificação a ser realizada, instrumento para

verificação, tolerância aceita e providências a serem tomadas.

14.1. Fundação:

Posicionamento de tubulações embutidas – Trena metálica – Tolerância de 5mm –

Analisar separadamente cada caso, verificando a interferência na estrutura.

14.2. Pré-montados:

Identificação do painel – Verificação visual – Existência ou não – Marcar com pincel

o código referente ao painel

Prumo dos montantes – Verificar através de prumo – Tolerância de 2mm – Remoção

de parafusos e realização de nova fixação. Se necessário, utilizar reforço para nova

fixação.

Plano horizontal – verificação com régua pumo-nível – Tolerância de 1mm por metro

– Remover fixação provisória, refazer painel ou corrigir com argamassa

Esquadro entre perfis – Gabarito, esquadro metálico ou barbantes de 3, 4 e 5m (ou

múltiplos e submúltiplos) – Tolerância de 2mm – Remover fixação provisória, marcar

e fixar novamente o painel

Espaçamento entre montantes – Medir com trena a partir da extremidade –

Tolerância de 2mm – Remoção de parafusos e realização de nova fixação. Se

necessário, utilizar reforço para nova fixação.

Falta de fixação no encontro de perfis – Verificação visual – Existência ou não –

Fixar e marcar com pincel os pontos de encontro.

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108

14.3. Montagem in-loco:

Identificação do painel – Verificação visual – Existência ou não – Marcar com pincel

o código referente ao painel

Prumo dos montantes – Verificar através de prumo – Tolerância de 3mm – Remoção

de parafusos e realização de nova fixação. Se necessário, utilizar reforço para nova

fixação.

Plano horizontal – verificação com régua pumo-nível – Tolerância de 1mm por metro

– Remover fixação provisória, refazer painel ou corrigir com argamassa

Esquadro entre perfis – Gabarito, esquadro metálico ou barbantes de 3, 4 e 5m (ou

múltiplos e submúltiplos) – Tolerância de 3mm – Remover fixação provisória, marcar

e fixar novamente o painel

Espaçamento entre montantes – Medir com trena a partir da extremidade –

Tolerância de 3mm – Remoção de parafusos e realização de nova fixação. Se

necessário, utilizar reforço para nova fixação.

Falta de fixação no encontro de perfis – Verificação visual – Existência ou não –

Fixar e marcar com pincel os pontos de encontro.

14.4. Colocação de isolantes térmicos/absorventes acústicos

Verificar preenchimento dos vãos da estrutura – Verficação visual – Existência ou

não – Colocar mantas nos vãos sem preenchimento.

Obstrução de pontos de passagem dos sistemas prediais – Conferência com o

projeto de instalações prediais – Existência ou não – Cortar mantas possibilitando a

passagem das instalações.

14.5. Fechamento:

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109

Falta de fixação ou fixação fora dos perfis – Verificação visual – Existência ou não –

Fixar e marcar com pincel os pontos refixados.

Alinhamento de juntas verticais – Verificação visual – Existência ou não – Retirar

placas e reposicioná-las para não ocorrer o alinhamento.

Saliencias devido ao parafusamento em paredes de gesso acartonado – Regua –

Apertar os parafusados até o fim, possibilitando cobri-los com massa corrida.

Espaçamento entre placas consecutivas de OSB – Regua – Deve estar entre 2 e

4mm, possibilitando trabalho das juntas – Refixação ou lixamento.

14.6. Barreira contra agua e vento

Fixação no máximo a cada 40cm – Regua – Precisão de 1cm – Colocação de

parafusos adicionais.

Sobreposição de no mínimo 10cm entre folhas adjacentes – Regua – Precisão de

1cm – Remover fixação e recolocar a barreira.

14.7. Siding vinilico

Prumo do perfil de encaixe – Regua de prumo e nivel – 2mm/m, não ultrapassando

10mm – Remover fixação e recolocar perfil.

Existência de fixação (com folga entre prego e fechamento, possibilitando

movimentação do siding) – Verificação visual – Remoção e/ou parafusamento.

14.8. Instalações

Verificar existência e posicionamento de furos nos perfis para passagem das

instalações – Conferência com o projeto de instalações prediais – 5mm – Corte com

ferramenta adequada.

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110

15. CONCLUSÃO E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

A partir do mapeamento realizado neste trabalho da tecnologia envolvida no sistema

do Steel Frame, tendo em vista o referencial técnico que o envolve, bem como o

nível de desempenho que se pode atingir por este tipo de construção, podemos

perceber que esta tecnologia possui plena capacidade de substituir, em muitas

situações, a construção tradicional.

Por outro lado, percebemos a carência de normalização e literatura especializada

que venha a dar suporte teórico ao desenvolvimento do Steel Faming. Nota-se que o

que hoje se possui disponível ainda encontra-se em seus primeiros passos,

sinalizando um avanço gradual e lento na cultura construtiva do país.

Nos deparamos também com as dificuldades suplementares que o Steel Frame

ainda enfrenta no Brasil, de natureza cultural ou econômica. O fator cultural

certamente consiste em um condicionante muito mencionado pelos construtores,

principalmente em empreendimentos de interesse social.

Do ponto de vista econômico, podemos também perceber que apesar do esforço na

redução de custos e o próprio processo industrializado que intrinsecamente promove

maior eficiência financeira, o Steel Frame ainda se mostra bastante prejudicado

devido aos altos preços do aço no mercado internacional e conseqüente

encarecimento da tecnologia.

Sendo assim, o grupo entende que apesar das condições ainda adversas para

disseminação do Steel Framing no Brasil, esta tecnologia com o decorrer dos anos

terá uma expressão maior no cenário da construção civil. Não a ponto de substituir o

método tradicional, mas sim de possuir uma representatividade maior que a atual.

A confecção do manual de execução em Steel Frame permitiu ao grupo identificar

alguns dos pontos interessantes para desenvolvimento e pesquisa em trabalhos

posteriores. Dentre eles menciona-se o dimensionamento estrutural em Steel Frame

com enfoque nas ligações, principalmente na interface entre diferentes

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111

componentes. Pensando na utilização do sistema em edificações voltadas para o

mercado popular, sugere-se também explorar a modularidade no dimensionamento

dos comodos e vãos, dado a relevância econômica que esta possui na consolidação

de um método construtivo de grande escala.

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112

REFERÊNCIAS

ABCP, Associação Brasileira de Cimento Portland. Metodologia de execução - passo

a passo para construir alvenarias de blocos vazados de concreto. São Paulo, Set.

2005.

AWAD, Tomas. Real State Development. 2006

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, Sistema construtivo utilizando perfis estruturais

formados a frio de aços galvanizados (Steel Framing): requisitos e condições

mínimos para financiamento pela CAIXA. São Paulo, 2003.

CBCA, Centro Brasileiro da Construção em Aço. Guia do construtor em Steel Frame.

São Paulo, 2003

CONTRAN, Conselho nacional de trânsito. Resolução Contran Nº 12/98 - estabelece

os limites de peso e dimensões para veículos que transitem por vias terrestres no

território brasileiro. Distrito Federal, Fev. 1998.

FREITAS, Arlene Maria Sarmanho; CRASTO, Renata Cristina Moraes de. Manual da

Construção em Aço - Steel Framing: Engenharia. CBCA, Centro Brasileiro da

Construção em Aço, 2006.

JARDIM, Guilherme Torres da Cunha e CAMPOS, Alessandro de Souza. Light Steel

Framing: uma aposta do setor siderúrgico no desenvolvimento tecnológico da

construção civil. CBCA, 2003.

Revista Téchne. Número 54, editora Pini. São Paulo, Set. 2001.

Revista Téchne. Número 112, editora Pini. São Paulo, Jul. 2006.

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113

RODRIGUES, Francisco Carlos. Manual da Construção em Aço - Steel Framing:

Engenharia. CBCA, Centro Brasileiro da Construção em Aço, 2006.

Também foram visitados os seguintes sites:

Casa Fácil. Disponível em <http://www.casafacilgerdau.com.br>. Acesso em 20 jul.

2006.

Catep Arquitetura e Publicidade S/C Ltda. Disponível em <http://www.catep.com.br>.

Acesso em jul. 2006.

CBCA, Centro Brasileiro da Construção em Aço. Disponível em <http://www.cbca-

ibs.org.br>. Acesso em abr. 2006.

Construtora Seqüência. Disponível em <http://www.construtorasequencia.com.br>.

Acesso em mai. 2006.

Cônsul Steel. Estructuras de Acero Liviano Galvanizado. Disponível em

<http://www.consulsteel.com>. Acesso em jul. 2006.

DBGraus gesso acartonado. Disponível em <http://www.dbgraus.com.br>. Acesso

em ago. 2006

Futureng. Especialistas em Projectos de Estruturas em Aço Leve. Disponível em

<http://www.futureng.com>. Acesso em 20 jun. 2006.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em

<http://www.ibge.org.br>. Acesso em mar. 2006.

IBS, Instituto Brasileiro de Siderurgia. Disponível em <http://www.ibs.org.br>. Acesso

em maio 2006.

Metálica. O maior portal de construção civil com estruturas metálicas. Disponível em

<http://www.metalica.com.br>. Acesso em jun. 2006.

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114

Isover. Site Saint-Gobain vidros S.A. - Divisão Isover. Disponível em

<http://www.saint-gobain-isover.com.br/>. Acesso em dez. 2007.

MetForm. Soluções avançadas em aço. Disponível em

<http://www.metform.com.br>. Acesso em abr 2006.

Roll-For Artefatos Metálicos. Disponível em <http://www.rollfor.com.br>. Acesso em

ago. 2006.

ABCP. Associação Brasileira de Cimento Portland. Disponível em

<http://www.abcp.org.br>. Acesso em dez. 2006.

TC Shingle do Brasil. Disponível em <http://www.tcshingle.com.br>. Acesso em ago.

2006.

U.S. Home. Construções Steel Frame. Disponível em <http://www.ushome.com.br>.

Acesso em mai. 2006.

Usiminas - Hot Site Steel Frame. Disponível em <http://www.usiminas.com.br>.

Acesso em mai. 2006.

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115

APÊNDICE A. CONTEXTO ECONÔMICO E SOCIAL

A.1. Panorama geral da Construção Civil no Brasil

Podemos dividir o setor da construção civil em dois subsetores. O subsetor de infra-

estrutura relativo à rodovias, portos e usinas hidrelétricas dentre outros

empreendimentos; e o setor de edifícios, voltado à construção residencial, comercial

e industrial. O Steel Frame se mostra de importante aplicação neste segundo

subsetor, e por este motivo daremos uma maior ênfase a ele.

No Brasil, a participação da construção civil to PIB (Produto Interno Bruto) tem se

contraído nos últimos anos, como se pode notar no gráfico A.1.1. Alguns fatores que

podem explicar essa contração são as elevadas taxas de juros bem como as

oscilações macroeconômicas dos últimos anos.

Gráfico A.1.1: Participação da Construção Civil no PIB brasileiro

0%

2%

4%

6%

8%

10%

12%

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Participação no PIB

Fonte: IBGE. Sistemas de contas nacionais (2005)

Durante os últimos seis anos, o mercado imobiliário experimentou variações

significantes devido às oscilações macroeconômicas e aspectos específicos relativos

ao desenvolvimento das cidades metropolitanas. Dentre esses aspectos específicos,

podemos citar o exemplo das novas leis de zoneamento de São Paulo, que teve um

impacto negativo na taxa de crescimento na construção civil.

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116

Pela tabela A.1.1, podemos verificar a relação de alguns indicadores

macroeconômicos com o total de novos lançamentos residenciais em São Paulo,

cidade que concentra a maior demanda por imóveis no país e, portanto mercado

natural para a disseminação do Steel Frame. Pode-se notar claramente pela tabela

que o maior crescimento que esta indústria experimentou nos últimos anos - 40% -

foi no ano 2000, ano em os indicadores macroeconômicos se mostravam bastante

positivos. Atualmente se nota uma situação bastante favorável ao setor, o que

sugere que depois de alguns anos de crescimento modesto, o mercado imobiliário

pode experimentar um aumento acentuado na demanda.

Tabela A.1.1: Indicadores Macroeconômicos e Seu Impacto na Construção 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2006E

Crescimento do PIB (%) 0,8% 4,4% 1,3% 1,9% 0,5% 4,9% 3,5%Taxa de Juros Nominal (SELIC) 25,6% 17,4% 17,3% 19,0% 23,0% 16,8% 14,5%Inflação (IGP-M) 20,0% 9,8% 10,4% 26,4% 7,7% 12,4% 4,5%Crescimento da Renda Disponível -3,3% 7,2% 0,3% -1,0% 6,1% -10,2% 4,2%Cotação do Dólar 1,84 1,96 2,36 3,63 2,93 2,58 2,20 Risco Brasil (EMBI+) 528 714 901 1.206 433 377 232 Ibovespa 16.772 15.186 12.931 11.234 22.045 26.161 42.000

Crescimento dos Lançamentos -5% 40% -6% 14% 16% -10%

Legenda: NegativoNeutroPositivo

479533

478421448

319

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Nova lei de zoneamentoRacionamento

EleiçõesDesvalorização Cambial

Fonte: Embraesp, Itaú. Elaboração própria dos autores.

Esse provável aumento de demanda nos próximos anos expandirá o mercado para

as construtoras de uma forma geral, e especialmente para aquelas que utilizam a

tecnologia do Steel Framing, dada a sua grande velocidade de execução e

conseqüente poder em atender à demanda mais rapidamente.

Desvalorização Racionamento Eleições Cambial

Nova Lei de Zoneamento

Fato relevante ocorrido no ano com possível influência no setor:

2006E - Estimativa

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117

O desenvolvimento nas áreas residencial e comercial responde aproximadamente

por 2,8% do PIB, ou seja, um terço total da construção civil. Essa reduzida

participação no PIB se contrapõe ao fato de o Brasil possuir, segundo a Fundação

João Pinheiro, um déficit habitacional de sete milhões de unidades.

No gráfico A.1.2 podemos notar a estrutura etária da população brasileira e o

processo de envelhecimento que vive. A faixa da população que representa os

potenciais compradores de imóveis (20-44 anos) tem apresentado um crescimento

de 60 milhões em 1996 para 66 milhões em 2000, o que vem gerando um acréscimo

de demanda potencial anual de 900.000 unidades.

Gráfico A.1.2: Estrutura Etária da População Brasileira

15,6 16,4 17,5 16,714,4 13 12,4

10,99,2

7,4 5,9 4,8 4 3,25,2

6,3

3,6

5,65,57,1

8,710,5

12,313

13,8

16,117,917,4

16,4 16,6

0-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70 +

1996 2000

Compradores Potenciais

38%

Compradores Potenciais

39%

C P 60 milhões C P 66 milhões

Outros 62% Outros 62%

20001996

Fonte: IBGE (2003)

A.2. Fundamentos da Construção Civil e as possibilidades de inserção do Steel Frame

A natureza fragmentada do setor de construção civil, fator de extrema relevância

para a disseminação da tecnologia Steel Framing como discutiremos a seguir, pode

ser explicada pelos seguintes fatores: (i) poucas barreiras para a entrada no

mercado (a presença de inúmeros construtores e empreiteiros de qualidade bastante

variada), (ii) o baixo nível de tecnologia empregada, (iii) escassez de financiamento,

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118

(iv) elevado grau de volatilidade ao longo dos anos; e (v) reduzido valor dos

negócios com relação à economia.

As recentes mudanças no setor de agronegócios provêem uma importante analogia

para o setor da construção civil. Até alguns anos atrás, tanto o setor da construção

civil quanto o setor de agronegócios eram marcados pelo baixo grau de

profissionalização e pelo limitado uso de tecnologia.

No setor de agronegócios, a oportunidade criada pela forte demanda global por

commodities agrícola, o profissionalismo e o ganho de escala de alguns produtores

(criando vantagens em relação aos produtores mais tradicionais pressionando estes

a se modernizarem) e a redução nos subsídios oferecidos pelo governo,

contribuíram para acelerar o processo de modernização e concentração e do setor.

O setor da construção civil, de acordo com AWAD (2006), também iniciou seu

processo de modernização que se encontra em pleno desenvolvimento. O processo

de concentração de empresas vem sendo desencadeado pelos seguintes aspectos,

a saber :

Custo – A maioria das empresas construtoras são de médio e pequeno portes e por

isso possuem um reduzido poder de barganha quando precisam negociar com os

grandes fornecedores de matéria-prima. Atualmente as maiores construtoras vêem

centralizando seus pedidos a fim de obterem melhores condições de

pagamento/preços, dado que os custos relativos a materiais podem atingir 60% do

custo total da obra (excluindo custo do terreno). Quanto a este aspecto, o reduzido

número de construtoras que hoje utilizam o Steel Frame e o seu porte considerado

pequeno, as colocam em desvantagem nessa tentativa de aumentar seu poder de

barganha.

Reconhecimento da marca – Este é um fator de dupla importância, tanto quando são

negociados os terrenos para construção quanto ao negociar com os clientes. Devido

ao longo ciclo de construção, aqueles que adquirem, por exemplo, um imóvel passa

a ser um credor da construtora (ou intermediário) até o momento em que a unidade

está construída, o que geralmente, para unidades residenciais, gira em torno de dois

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119

ou três anos. Sendo assim, com o emprego do Steel Frame, por se tratar de um

processo mais rápido de construção, este efeito é atenuado, dado que o tempo de

exposição do cliente ao risco de não-entrega das unidades é diminuído.

Capacidade Financeira – No Brasil, a questão do financiamento é chave para a

construção civil, constituindo talvez na principal barreira que impede um maior

desenvolvimento do setor. Durante o período de construção, o gap de

financiamento, definido pela diferença entre o fluxo de receita proveniente dos

clientes menos o fluxo de despesas derivadas da aquisição de terreno, construção e

vendas, pode atingir picos de 35% a 40% das vendas projetadas. A velocidade de

execução das estruturas de Steel Frame se apresenta como um elemento de

estresse adicional no caixa do empreendimento, aumentando o gap de

financiamento. Isso ocorre, pois o prazo fornecido aos clientes é determinado a partir

de variáveis econômico-financeiras do país e não está vinculado ao prazo de

execução em si. Ou seja, se num exemplo hipotético admitirmos que os

financiamentos convencionais possuem um prazo fixado de 10 anos para um

período de construção tradicional de dois anos e que uma construção em Steel

Frame permita a redução do prazo de execução para 1,5 ano, o gap de

financiamento torna-se ainda mais acentuado. Vale ressaltar ainda que esta é uma

variável que deve ser analisada caso a caso obedecendo às configurações de cada

empreendimento.

Tecnologia – A grande fragmentação e informalidade no setor da construção civil

aliada ao reduzido custo relativo da mão-de-obra contribuíram fortemente para a

perpetuação do processo artesanal na construção. Atualmente novos processos de

produção mais eficientes estão sendo implantados pelas construtoras. O fim da

hiperinflação foi um importante propulsor desta mudança, pois neste período,

aspectos tais como a administração dos custos e volumes de financiamento e o

ajuste monetário das prestações sobrepujavam aspectos operacionais. Nesta de

busca de ganhos operacionais e conseqüentes ganhos de competitividade, o Steel

Frame se posiciona à frente dos métodos tradicionais de construção. Isto se deve

explica devido ao (i) reduzido desperdício que se verifica nas obras que empregam

tal tecnologia, (ii) à reduzida necessidade de estocagem, (iii) maior padronização de

materiais e processos e (iv) sua natureza de sistema construtivo industrializado.

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120

A.3. Os participantes do mercado e o atual estágio de desenvolvimento do Steel Framing

O Steel Frame no Brasil, apesar de ainda ter uma participação ainda inexpressiva no

número de empreendimentos totais desenvolvidos, apresentou significativo avanço

nos últimos anos. De acordo com Hélcio Hernades, da Kofar, o fornecimento dos

insumos necessários para a tecnologia do Steel Frame, hoje é realizado com

produtos totalmente nacionalizados, algo que não se via nas primeiras construções

há cinco anos atrás, quando todos os componentes eram importados, onerando os

custos de construção.

A cadeia produtiva do Steel Frame, composta pelos segmentos que produzem os

seguintes componentes que o caracterizam como um sistema construtivo com

elevado grau de industrialização:

- Perfis em aço galvanizado e conformado a frio;

- Dechamentos em chapas de gesso, cimentíceas, em madeira ou

argamassa armada;

- Revestimentos externos (em argamassa, metálicas ou plásticas)

As construtoras que atuam com o sistema são, obviamente, agentes essenciais na

cadeia, contribuindo para a própria disseminação do sistema.

Outros segmentos da indústria de materiais e componentes são também

importantes, como os fabricantes de componentes de cobertura, forros, piso,

esquadrias e dos diferentes sistemas prediais, que concorrem para a obtenção de

um sistema industrializado, baseado nos princípios da construção “seca”.

Além desses, outros segmentos têm papel fundamental, a começar pelas

siderúrgicas, que vem apoiando o desenvolvimento, como veremos no próximo item.

Também as empresas de projeto e engenharia consultiva, agentes financeiros como

a Caixa Econômica Federal, e instituições de ensino e pesquisa (EPUSP, IPT,

SENAI, UFES, UFOP etc) têm um papel a compor, assim como as diferentes

entidades setoriais destes e dos agentes acima listados, (ABCEM, SindusCon,

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121

SINAENCO, IAB, ABECE etc). Finalmente, o Steel Frame depende, em menor grau,

do segmento de ferramentas e máquinas.

Na tabela A.3.1 estão relacionadas as principais empresas que hoje integram a

cadeia produtiva dos principais componentes deste segmento, bem como os

objetivos empresariais definidos pelas mesmas e outros dados de relevância para o

mapeamento da cadeia dos no Brasil.

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122

Tabela A.3.1: Empresas Integrantes da Cadeia Produtiva - Steel Framing

Empresa Localização Criação Objetivos Produtos Website

Placo do Brasil Ltda.

Mogi das Cruzes - SP 1937

Desenvolver, produzir e adaptar à realidade nacional, novas técnicas construtivas leves e de rápida execução

inovando sempre e apresentando soluções de

qualidade para participar dos principais projetos

arquitetônicos e construtivos do país e se consolidar na

liderança do mercado brasileiro de drywall.

Placas de gesso acartonado, isolantes acústicos e térmicos,

forros removíveis e forros removíveis em gesso

http://www.placo.com.br

Knauf Drywall Queimados - RJ 1997

Este grupo acredita na flexibilidade de projetos, leveza

do produto, estabilidade, resistência a impactos, menor espessura da parede, conforto

climático, conforto térmico, resistência a umidade, desempenho acústico,

resistência ao fogo, rápida execução, qualidade de

acabamento e ausência de resíduos e desperdícios.

Sistemas de drywall (paredes, tetos, forros funcionais e

removíveis AMF e revestimentos), chapas para

drywall, perfis metálicos, massas, parafusos, fitas e

produtos especiais.

http://www.knauf.com.br

Lafarge Gypsum Petrolina - PE 1995

Incentivar o desenvolvimento do mercado brasileiro, que

cada vez mais adere às novas técnicas, utiliza uma política de

parceria com construtoras, engenheiros, arquitetos,

distribuidores e montadores, para a capacitação de mão-de-

obra.

Sistemas de drywall (paredes e forros), painéis de gesso,

perfis, acabamentos, acessórios, fixações e gesso

em pó.

http://www.lafarge.com.br

Brasilit Belém - PA Meados de 1940

Possuir um grande campo industrial, utilizar sua tradição no mercado brasileiro, atender todo o território nacional com

qualidade e sempre tomar cuidado com o meio ambiente

e também realizar ações sociais.

Telhas, caixas d'água e placas cimentícias http://www.brasilit.com.br

Eternit Goiânia - GO Meados de 1940

Desenvolver, fabricar e comercializar produtos de qualidade para construção

civil, garantindo competitividade, rentabilidade e perenidade do negócio, com

responsabilidade social e respeito ao meio ambiente.

Telhas, caixas d'água, canaletes, caixas cilíndricas e

de polietileno, painel wall e placa cimentícia.

http://www.eternit.com.br

Decorlit Leme - SP Meados de 1980

Utilizar tecnologia de ponta e estar avaliando

constantemente os produtos em laboratórios de pesquisa e desenvolvimento tecnológico.

Telhas de concreto, placa cimentícia e painel wall. http://www.decorlit.com.br

MA

DEI

RA

DE

REV

ESTI

MEN

TO

Chapecomp (Masisa) Chapecó - SC 1997

Introduziu no mercado um produto novo um painel de tiras de madeira orientadas

(Painéis OSB), este produto foi especificamente desenvolvido

para ser mais versátil, ecologicamente correto e mais confiável que qualquer outra alternativa no mercado atual.

Painéis MDF, painéis OSB, painéis aglomerados formados

por partículas finas de madeira, painéis melanínicos e

variados painéis de revestimentos.

http://www.chapecomp.com.br

DR

YWA

LLPL

AC

AS

CIM

ENTÍ

CIA

SPrincipais Participantes do Mercado

1995

SP e outras localidades

SP e outras localidades

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123

Tabela A.3.1: Empresas Integrantes da Cadeia Produtiva - Steel Framing (cont.)

Empresa Localização Criação Objetivos Produtos Website

Icatu Construção Sorocaba - SP 1997

Rapidez, planejamento e gestão de obra; respeito ao meio ambiente, e também o uso do aço que é o material mais reciclável que existe.

Sistema construtivo estrutural e de fechamento, que utiliza

chapas de aço galvanizadas e dobradas.

http://www.icatumetais.com.br

Construtora Sequencia São Paulo - SP Meados de

1970

Sempre em sintonia fina com o desenvolvimento tecnológico,

execução do produto final, com técnicas industriais; ausência

de grandes estoques no canteiro; método construtivo

seco; integração dos subsistemas; e preocupação

com a sustentabilidade

Sistema construtivo utilizado é o STEEL FRAME, que foi

introduzido pela Sequencia no mercado brasileiro, onde eles garantem a entrega de uma obra de alto padrão em 100

dias.

http://www.construtorasequencia.com.br

U.S. Home Curitiba - PR 2000

Oferecer um serviço totalmente diferenciado aos clientes, assim colocando a

disposição serviços complementares na

construção, elaboração de todos projetos de engenharia,

decoração e personalização de espaços internos e externos.

Sistema construtivo utilizado é o LIGHT STEEL FRAME, para

construções residenciais, empresarias e comerciais de

pequeno, médio e grande porte.

http://www.ushome.com.br

Roll-For Artefatos

Metálicos Ltda.Guarulhos - SP Meados de

1960

Desenvolver novas soluções na área de construção civil,

agregando qualidade e custo benefício na relação com seus

clientes, além de contribuir tecnologicamente

desenvolvendo novas tendências de produtos para o

mercado.

Steel-frame, divisórias. Dry-wall, Biombos, Forros, mesas

e acessórioshttp://www.rollfor.com.br

Kofar Produtos Metalúrgicos

Ltda.Barueri - SP Meados de

1980

Trabalhar sempre com funcionários altamente qualificados e sempre

equacionar qualidade com baixo custo e investir constantemente em

tecnologias para oferecer produtos de qualidade.

Steel-frame, dry-wall, divisórias, siding (revestimento externo ou interno sobre dry-wall), engradamento, telhas metálicas e chapas-prego.

http://www.kofar.com.br

Icatu Metais Ltda. Sorocaba - SP 1997

Contribuir, através do fornecimento de produtos e serviços de alta qualidade,

para o aumento da competitividade dos clientes,

em harmonia com os interesses da empresa,

colaboradores, fornecedores, financiadores e a comunidade.

Perfil estrutural, perfil dry wall, guias, montantes, cantoneiras, perfil pesado, engradamento metálico, telhas metálicas,

telhas zipadas e telhas termoacústicas

http://www.icatumetais.com.br

Principais Participantes do MercadoST

EEL

FRA

ME

(PER

FIS)

CO

NST

RU

TOR

AS

(STE

EL F

RA

ME)

Durante as visitas e entrevistas realizadas com alguns representantes das empresas

acima, alguns pontos emergiram de forma bastante evidente. Dentre eles podemos

destacar a percepção comum de que os aspectos logísticos envolvendo a tecnologia

Steel Framing são muito simples. São recorrentes por parte das construtoras, que

como exemplos citam a possibilidade de se transportar uma casa pronta sem que se

tenha que preocupar com a logística de recebimento de materiais e de execução

comumente notado na construção tradicional. No caso da construtora Seqüência,

tivemos a oportunidade de visitar a fábrica onde serão pré-fabricados os

componentes estruturais de diversos alojamentos que terão como localidade final o

Espírito Santo do Pinhal - SP

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124

estado do Amazonas, como informado pelo Engenheiro Alexandre Mariutti. Este

exemplo pode ilustrar com bastante propriedade a versatilidade que o Steel Frame

possui em termos logísticos.

Por outro lado, as construtoras apontam como uma barreira a ser vencida, a

concorrência por parte dos construtores tradicionais. Neste âmbito, podemos notar

que devido à natureza mais industrial do Steel Framing, as construtoras que se

valem desta tecnologia apresentam um maior grau de profissionalismo quando

comparadas com as práticas de construção tradicionais. Em decorrência disso, o

Steel Framing permite uma maior previsibilidade dos custos envolvidos na obra e,

portanto, menor volatilidade do preço final ao usuário. Apesar disso, nota-se com

certa freqüência que construtoras tradicionais estimam custos que, decorrida a obra,

em muito são excedidos. Ou seja, as construtoras de Steel Frame muitas vezes

apresentam orçamentos que parecem superar em valor monetário os orçamentos de

empreiteiros tradicionais, logo perdem a concorrência. Mas, como nos foi

demonstrado pelo Engenheiro Levi Simões da Icatu Construções, ao se concluir a

obra se verifica que o custo total envolvido superou o que poderia ter sido executado

de forma mais eficiente do ponto de vista econômico com uma solução de Steel

Frame.

A.4. O papel da indústria siderúrgica

No início do segundo semestre de 2003, o CBCA, representando o setor siderúrgico

(incluindo Usiminas, CSN, Gerdau e outras) juntamente com o SindusConSP

(Sindicato da Indústria da Construção Civil do stado de São Paulo), elaboraram e

aprovaram, junto à CEF (Caixa Econômica Federal), o manual denominado “Sistema

Construtivo utilizando Perfis Estruturais formados a frio de Aços Revestidos – Steel

Framing – Requisitos e condições mínimos para financiamento pela CAIXA”, válido

para todo o Brasil, que regulamenta a forma de construção desse sistema.

Neste sentido podemos citar também consórcio criado pelas maiores empresas

siderúrgicas mundiais que visa disseminar o uso do aço estrutural na construção

civil.

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125

Este consórcio promove competições de arquitetura - Living Steel - que estimulam a

inovação em projetos e na construção de casas. A segunda edição do concurso será

realizada no Brasil e China.

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126

APÊNDICE B. EXEMPLOS DE EMPREENDIMENTOS EM STEEL

FRAME NO BRASIL

No Brasil, devido à tecnologia do Steel Frame ser pouco difundida, não há um bom

número de empreendimentos, como nos Estados Unidos e Europa, mas a tendência

do mercado certamente é crescer. Mesmo assim podemos enumerar algumas obras

de relevância, que são brevemente apresentadas a seguir.

B.1. Conjunto Habitacional Colina das Pedras, Bragança Paulista (SP)

Empreendimento realizado pela U.S. Home Construções em Steel Frame, composta

por um conjunto de 11 edifícios de quatro andares, com apartamento no valor de

R$44.000,00. Área total de 8.900 m².

Figura B.1.1 – Conjunto Habitacional Colina das Pedras (USHome)

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127

B.2. Faculdade Evangélica, Curitiba (PR)

Setor de fisioterapia da Faculdade Evangélica de Curitiba, obra de 1.660m²

construída em 70 dias (realizada pela U.S. Home Construções em Steel Frame).

Figura B.2.1 - Faculdade Evangélica de Curitiba (USHome)

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128

B.3. Pizza Hut, Avenida dos Pinheiros, São Paulo (SP)

Empreendimento realizado pela Construtora Seqüência, no qual a preocupação em

acelerar a inauguração de novas unidades da Pizza Hut colaborou para a utilização

do Steel Frame.

Outro fator foi à redução de custos na obra. Por exemplo, caso a obra fosse de

alvenaria, os gastos com fundação eram estimados em 40 mil reais; com a utilização

dos perfis de aço o custo da fundação (radier) ficou em 28 mil reais.

Figura B.3.1 – Construção comercial em Steel Frame - Pizza Hut (Acervo dos

autores)

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129

B.4. Alojamento e Galpões para a Construção de Refinaria de Gás e Petróleo da Petrobrás, Urucu (AM)

Empreendimento sendo realizado pela Construtora Seqüência, sendo toda a parte

de galpões e os 8 alojamentos de 1300m2 da refinaria construídos em Steel Frame.

A opção por esse tipo de estrutura se deu principalmente devido à eco-eficiência que

o sistema proporciona. Após o esgotamento da refinaria, os galpões e alojamentos

serão desmontados e trazidos de volta para haver um reflorestamento da região.

Como o lugar é de difícil acesso, o Steel Frame viabilizou o empreendimento, pois o

sistema não precisa de um grande canteiro de obras e os perfis podem ser

transportados com certa facilidade ao local.

Figura B.4.1 – Protótipo de módulo para alojamentos da Petrobrás (Acervo dos

autores)

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130

B.5. Condomínio Jardim das Palmeiras, Granja Viana, São Paulo (SP)

Casas de alto padrão de 220 m², com 4 suítes no valor de R$360.000,00 executadas

pela Construtora Seqüência, em 2005.

Figura B.5.1 – Condomínio Jardim das Palmeiras (Seqüência)

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131

APÊNDICE C. SISTEMA CONSTRUTIVO EM STEEL FRAME

Neste capítulo apresentamos os principais aspectos da produção de um edifício

empregando o Steel Frame, incluindo temas gerais como o da industrialização de

perfis e das ferramentas empregadas.

Ele não contempla os aspectos de desempenho, que são tratados no APÊNDICE F.

C.1. Industrialização dos perfis

O processo de industrialização da construção se inicia no momento da concepção

do empreendimento, em particular no projeto arquitetônico. Nessa etapa as decisões

tomadas representam grande parte dos custos da construção, sendo o projeto

inadequado responsável por boa parte das falhas de desempenho e patologias em

edifícios em uso.

A fabricação industrial dos perfis resulta em peças de qualidade controlada e de

precisão dimensional, possibilitando a modulação da construção, que por sua vez

reduz a necessidade de modificação ou adaptação de peças em obra.

A montagem em fábrica, embora aumente os custos referentes ao transporte, traz

um maior nível de industrialização ao processo.

Para formar os quadros e painéis os perfis podem ser montados sobre uma

bancada, onde devem existir gabaritos traçados, minimizando a ocorrência de

desvios nos ângulos das ligações. Para aumento da produtividade podem ser

utilizados apoios móveis, como os da figura C.1.2, que permitem o parafusamento

em ambos os lados dos perfis, porém exigindo um maior cuidado com o esquadro. O

perfil também pode sair da fábrica com os painéis fixados e o revestimento externo

instalado já incluído.

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132

Figura C.1.1 Apoios móveis (Acervo dos autores)

A montagem dos painéis em fábrica possui também a vantagem da organização do

ambiente, sem interferências de outras atividades e possibilidade de maior

organização de materiais e ferramentas.

Figura C.1.2 – Mesa de corte (Acervo dos autores)

Na montagem em obra a vedação vertical começa a ser feita no solo para posterior

colocação em seu local definitivo. Normalmente neste processo é possível compor

apenas a estrutura da vedação antes de erguê-la, sendo necessário realizar o

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133

fechamento e revestimento com os painéis já levantados. Muitas vezes este método

acaba sendo o mais indicado, especialmente em locais de difícil acesso, onde os

custos de transporte de grandes painéis seria muito elevado.

C.2. Ligações entre perfis:

A escolha da ligação ou fixação depende dos seguintes fatores:

• tipo e espessura dos componentes conectados;

• resistência necessária da conexão;

• configuração do componente;

• disponibilidade de ferramentas e fixações;

• local de montagem, se no canteiro ou em uma fábrica ou oficina;.

• custo;

• experiência de mão de obra;

• normalização.

Parafusos

São utilizados dois tipos de parafuso na construção em Steel Frame: auto-brocantes

e os auto-perfurantes. A espessura da chapa de aço é que define o tipo de parafuso

a ser utilizado. Parafuso auto-perfurantes são utilizados em perfis de aço não

estruturais e de até 0,95mm. Parafusos auto-brocantes são utilizados em perfis de

no mínimo 0,95mm, perfis estruturais e quando há conexão de várias camadas de

materiais.

A cabeça do parafuso depende do tipo de componente a ser fixado. Parafusos com

cabeça tipo perfil baixo, e sextavada são utilizados para a fixação de perfis de aço

entre si. Os parafusos cabeça tipo corneta são utilizados na fixação de placas de

fechamento nos perfis de aço.

C.3. Ferramentas

As ferramentas que se utilizam nas diferentes etapas são simples e de fácil

manuseio, possuindo grande importância para otimização da obra. A tabela C.3.1

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134

encontrada no “Guia do construtor em Steel Frame”, manual traduzido e publicado

originalmente em Outubro de 1996, ilustra sinteticamente as ferramentas e fixadores

utilizados no canteiro.

Tabela C.3.1 – Pincipais ferramentas empregadas na execução de estrutura em

Steel Frame (CBCA)

Minimizar os cortes em campo é sempre a melhor opção, porém, muitas vezes esse

procedimento é necessário. No local do corte dos perfis utiliza-se um marcador

hidrográfico, pois a utilização do lápis para marcação do corte no aço não funciona

bem. Os cortes podem ser feitos com dois equipamentos distintos. Para cortes em

perfis mais finos utiliza-se a tesouras de funileiro. No caso de perfis mais espessos,

utiliza-se uma lâmina abrasiva.

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135

Figura C.3.1 – Alicate e serra, disponíveis em obra (Guia do construtor e acervo dos

autores)

Sabemos que os montantes possuem furos vazados em sua estrutura. Acontece que

algumas vezes esses furos não são suficientes. Havendo a necessidade de se

realizar mais furos podem se utilizar furadores manuais. Para executar um furo de

maior dimensão pode se utilizar uma serra copo ou mesmo uma broca escalonada.

As parafusadeiras também são muito importantes. Para de ter uma idéia da ordem

de grandeza, vamos para um exemplo prático. Na construção de uma casa de

aproximadamente 500 m², mais de 17 mil parafusos são usados. Veja a seguir

algumas fotos de parafusadeiras utilizadas na obra da construtora Seqüência

(Capital Ville).

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136

Figura C.3.2 – Parafusadeiras (Acervo dos autores)

Existem também parafusadeiras que funcionam a partir de ar comprimido. São as

parafusadeiras pneumáticas. Esses equipamentos não foram encontrados a

disposição dos trabalhadores nas obras visitadas.

Figura C.3.3 Parafusadeira a ar comprimido (CBCA)

Certas ferramentas específicas, como as necessárias a execução das instalações

hidráulicas e elétricas embutidas nas vedaçoes e que atravessam os perfis, podem

também ser empregadas.

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137

Figura C.3.4 - Ferramenta disponível em obra para execução de instalações de água

fria em PEX (Sequência)

Devido ao peso reduzido dos perfis, normalmente não são empregados

equipamentos de grande porte, já que é possível realizar o transporte horizontal e

vertical dos painéis manualmente.

C.4. Fundação

Uma edificação Steel Frame possui algumas das características de uma em

alvenaria estrutural. Havendo linearidade entre paredes dos pavimentos não é

necessária a utilização vigas de transição nos pavimentos inferiores. As cargas

caminham pelos elementos estruturais em linha, ou seja, um elemento transporta a

carga que o solicitou diretamente ao elemento abaixo dele, que descarrega

linearmente ao solo na fundação.

As fundações de um edifício construído em Steel Frame são normalmente bem

menos dispendiosas com relação às construções convencionais. Isso se dá devido

ao fato do peso próprio da construção ser inferior, somado a inexistência de

concentração de cargas. Como conseqüência, em quase todos os casos é utilizada

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138

a fundação do tipo radier, executada sobre isolamento hidrófugo e com instalações

elétricas e hidráulicas já instaladas.

Para a execução do radier o terreno deve ser nivelado, não havendo necessidade de

grandes escavações. Em terrenos com acidentes de topografia utilizam-se blocos

de concreto para conseguir o nivelamento.

Os perfis de aço são fixados à fundação pelo uso de chumbadores, responsáveis em

garantir a transferência das cargas da edificação para a fundação e desta para o

terreno. Os chumbadores são confeccionados com chapas mais espessas e,

geralmente, instalados nas extremidades dos painéis que recebem os

contraventamentos.

.

Fig C.4.1 - Esquema de fixação por chumbador (CBCA)

C.5. Estrutura:

A estrutura do edifício é composta pela combinação de perfis metálicos,

conformados a frio de, usualmente, 0,95mm de espessura, com revestimento

anticorrosivo zincado por imersão a quente (os demais elementos estruturais como

cantoneiras e fitas de aço, utilizados para rigidez e contraventamento são compostos

do mesmo tipo de aço dos perfis).

Os perfis são fixados entre si por de parafusos auto-brocantes ou auto-

atarrachantes, que conferem maior produtividade e desempenho, compondo painéis

de vedação vertical, lajes de piso/forro e estrutura de telhado.

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139

Fig C.5.1 - Perfil U e perfil U enrijecido (CBCA)

Tabela C.5.2 – Dimensões nominais usuárias de perfis de aço

Dimensões

(mm) Designação

Altura da alma

bw (mm)

Largura da

aba bf (mm)

Largura do enrijecedor

de borda - D (mm)

90x40 Montante 90 40 12

140x40 Montante 140 40 12

200x40 Montante 200 40 12

250x40 Montante 250 40 12

300x40 Montante 300 40 12

90x40 Guia 92 38 -

140x40 Guia 142 38 -

200x40 Guia 202 38 -

250x40 Guia 252 38 -

300x40 Guia 302 38 -

L150x40 Cantoneira de abas iguais

150 40 -

A comercialização do aço é feita pela indústria siderúrgica em forma de bobinas com

1,20m de largura que posteriormente são cortadas em tiras de menor largura e

perfiladas por empresas como a Rollfor, Icatu e Kofar.

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140

C.6. Impermeabilização

As paredes externas e a estrutura do telhado são revestidas com uma barreira com

característica de evitar condensação interna.

Isso é feito pelo emprego de uma membrana permeável ao vapor d’água, que tem a

função de auxiliar na redução da entrada do fluxo de ar através das cavidades da

vedação vertical, bem como deter a entrada de água e permitir o escape de vapor e

umidade de dentro das vedações verticais.

A membrana mais utilizada é da marca Tyvek. Trata-se de um tecido produzido por

fibras contínuas extremamente finas de polietileno de alta densidade.

Figura C.6.1 – Tyvek sendo instalado em obra (Acervo dos autores)

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141

C.7. Isolamentos

A solução tradicional para se melhorar o isolamento de uma construção baseia-se na

utilização de materiais com grande massa e espessura. Hoje, devido ao avanço

tecnológico dos produtos disponíveis no mercado, dos processos de fabricação e do

cálculo do comportamento térmico das construções, é possível empregar-se

produtos especialmente concebidos para desempenhar esta função, de menor

massa e espessura e dimensionados de forma precisa.

As vedações usuais do sistema Steel Frame, como as chapas de gesso acartonado,

são uma eficiente barreira térmica, já que possuem uma camada de ar no seu

interior. Porém, sem a utilização de um isolante acústico em seu interior, possuem

uma baixa resistência quanto à passagem de som.

Tanto as vedações em gesso, como as que empregam painéis cimenticios, em

madeira (OSB) ou argamassa armada, que fazem parte do sistema Steel Frame, são

formadas por quadros estruturados pelos perfis em aço nos quais são fixadas as

chapas ou placas, dentro das quais são colocadas os isolantes.

A maior dificuldade no sistema Steel Frame é quanto às vibrações causadas por

impactos nos elementos do fechamento, pois por mais que se preencha seu interior

com isolantes, a existência da ligação placa-perfil-placa funciona como uma caixa

acústica, propagando o som. Este problema é verificado principalmente nas lajes,

onde os impactos são constantes, de andares superiores.

A melhor solução para o efeito da percussão são as lajes de concreto ou a utilização

de duas camadas de placa OSB. Segundo o arquiteto Alexandre Mariutti, da

Construtora Seqüência, “em edificações plurifamiliares não é aconselhavel utilizar

uma laje seca sem proteção acústica, já que sua capacidade de evitar a propagação

do som é muito menor do que a das lajes úmidas ou lajes preenchidas com

absorvente acústico”. O fato pode ser conferido durante entrevistas realizadas com

moradores do conjunto habitacional de Bragança, que usa laje seca não dotada da

proteção acústica adequada. A principal reclamação refere-se à passagem de sons

provenientes do andar superior.

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142

Dois materiais são os mais empregados como absorventes acústicos: a base de lã

de vidro e a base de lã de rocha.

Lã de vidro

Placas constituídas de lã de vidro que servem para isolação sonora dos ambientes,

ou seja, diminuir as trocas de sons, entre o meio interno e externo.

Figura C.7.1 – Isolante ISOVER em rolo e instalado (Acervo dos autores)

Lã de rocha

Apresentando-se em forma de placa ou manta, a lã de rocha provém de fibras

minerais de rocha vulcânica. Além de não reter água, uma vez que possui uma

estrutura não capilar, as alterações perante eventuais condensações são nulas.

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143

Figura C.7.2 – Isolante lã de rocha (Site do fabricante)

C.8. Lajes e coberturas

O conceito de divisão de cargas também é utilizado para os elementos que suportam

lajes e coberturas.

As lajes, em construções em Steel Frame, podem ser secas ou úmidas. As lajes

úmidas são compostas por formas de aço (Steel Deck, ou laje mista) preenchidas

por concreto e tela eletrosoldada em posição negativa sobre os apoios. As lajes

secas podem ser compostas por painéis de madeira (OSB ou outros) em uma ou

duas camadas ou por placas cimentíceas, apoiadas sobre perfis metálicos.

A cobertura pode ser calculada para suportar diferentes tipos de telha (telha

cerâmica de barro, telha de concreto, telha metálica ou telha shingle asfáltica),

respeitando as particularidades de cada sistema, como a necessidade de isolamento

hidrófogo para as telhas cerâmicas e a capacidade das telhas metálicas de vencer

longos vãos.

Uma recomendação feita pela Usiminas é a divisão das cargas da cobertura em uma

direção e das do piso em outra, caso a arquitetura permita, evitando a concentração

do carregamento em apenas uma das paredes.

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144

Figura C.8.1 – Separação das cargas de cobertura e laje (Usiminas)

Os principais aspectos relacionados as diferentes telhas são descritos a seguir:

Telhas metálicas

As coberturas metálicas são geralmente bi-apoiada e, devido ao seu baixo peso e a

capacidade de vencer grandes vãos, propiciam estruturas mais leves e

conseqüentemente mais econômicas, porém com desvantagem no aspecto

arquitetônico, para determinados tipos de edifícios.

Telhas cerâmicas

A telha cerâmica, por possuir mais frestas, exige um isolamento hidrófogo da

cobertura e deve ser apoiada em algum substrato que garanta sua integridade

(OSB, placa cimentícias ou outros) e este apoiado em uma subestrutura de perfis de

aço.

Shingle

As telhas de shingle asfáltico são telhas flexíveis de pequena espessura e menor

peso (peso total cerca de quatro vezes menor do que o de telhas cerâmicas), muito

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145

utilizadas no exterior e pouco difundidas no Brasil. Sua capacidade de proteção

térmica e acústica chega a ser superior ao de telhas convencionais, desde que o

sistema seja empregado obedecendo estritamente às recomendações do fabricante.

As telhas são pregadas sobre placas de madeira, normalmente revestidas com feltro

asfáltico ou outro impermeabilizante, com cobrimento de cerca de 1/3 sobre a telha

inferior (dependendo da inclinação do telhado pode variar de 10cm a 50cm),

garantindo a impermeabilidade do sistema.

Figura C.8.2. - Telhado em shingle asfáltico (TC Shingle do Brasil)

C.9. Fechamento interno

Os painéis internos formados pelos perfis são complementados porchapas ou placas

de diversas origens (madeira e gesso).

Painel OSB

Desenvolvido na década de 70, o OSB (Oriented Strand Board) foi aceito no

mercado mundial rapidamente. A mão-de-obra necessária para utilização desse

sistema é muito parecida com a necessária no drywall. Isso colaborou bastante para

a disseminação dessas placas no Brasil.

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146

O painel é constituído de três camadas prensadas, com tiras de madeira (ou strands)

junto com uma liga de resina sintética. Tal madeira é proveniente do reflorestamento

ou manejo florestal sustentável, sistema em que o corte de árvores acontece de

forma criteriosa e permite que as florestas se recuperem. É mais resistente que os

painéis de compensados, pois possui fibras em diversas direçoes.

Figura C.9.1 – Painel OSB em detalhe (Acervo dos autores)

Gesso acartonado

Outro tipo de fechamento que pode ser utilizado junto com o Steel Frame é o Gesso

Acartonado. Muito comuns na Europa e Estados Unidos, os painéis de chapa de

gesso acartonado vem ganhando o mercado brasileiro. A procura vem aumentando

de 40% a 50% ao ano e mostra que o material vem conseguindo apagar a imagem

de aparente fragilidade.

Como sabemos, é uma placa produzida industrialmente com rigoroso controle de

qualidade, pronta para o uso na obra. Leva o nome de suas matérias primas

básicas, ou seja, o gesso e o papel cartão, conferindo respectivamente, a resistência

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à compressão e à flexão do produto acabado. É ideal para qualquer tipo de

construção de interiores.

Sua execução é mais rápida, diminuindo a mão-de-obra, e a quantidade de sobras e

entulhos é menor, eliminando quebras e bota-fora de materiais. Além disso, o

sistema possibilita a modificação de layout dando flexibilidade ao projeto e, em

alguns casos, proporciona o aumento de área útil, uma vez que as vedações

verticais podem ser mais finas. Some-se a isso o ganho financeiro com a redução do

tempo de obra. Isso é o fator fundamental para que o gesso seja uma dos sistemas

de fechamento mais utilizados junto aos painéis de aço.

As chapas de gesso acartonado não podem ter comprimento maior que o pé direito

menos 10 mm e também não podem encostar-se ao chão. Devem-se fixar as placas

de uma das faces, posicionar todas as instalações embutidas e, caso haja, o isolante

térmico/absorvente acústico e posteriormente fixar o outro lado da face.

Para realizar o rejuntamento, primeiro devemos preencher as juntas entre as placas

com massa para rejunte, depois devemos aplicar uma fita de papel e então

preencher uma segunda camada de massa.

Como acabamento final, para finalizar a execução, é passada uma camada fina de

massa corrida, então lixar e depois fazer o acabamento com uma tinta látex PVA ou

acrílica.

C.10. Portas e Janelas

As esquadrias de janelas e portas podem ser colocadas diretamente na fábrica, o

que elimina o trabalho artesanal do marceneiro e do serralheiro na montagem das

mesmas.

Para fixação in loco é deixado um vão com 1cm além das dimensões da

porta/esquadria. A porta/esquadria é fixada por parafusos, tendo sua folga de 1cm

preenchida por espuma de poliuretano para vedação.

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Figura C.10.1 – Fixação de esquadria da janela (Acervo dos autores)

C.11. Instalações

As instalações hidráulica e elétrica são feitas pelo uso de dutos condutores,

facilitando a manutenção e possibilitando a implantação de ar-condicionado central e

de automação de controles.

Para o caso de instalações hidráulicas, o sistema PEX é o mais recomendável.

Sistema PEX

O sistema PEX possui resistência a altas temperaturas, a dilatação de água

congelada, a corrosão química e a impactos. Por ter flexibilidade, permite passagem

da caixa de distribuição até o ponto de consumo, por meio de tubos guia (conduítes).

O sistema facilita a retirada do tubo para manutenção, sem danificar as vedações.

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O PEX é comercializado em rolos, havendo baixo desperdício, já que não há

necessidade de emendas e cortes a cada curva da tubulação.

Figura C.11.1 – Detalhe do sistema PEX (Acervo dos autores)

C.12. Fechamentos externos, revestimentos e acabamentos:

As paredes, lajes e estrutura do telhado que compõem a estrutura da edificação são

completas com chapas de fechamento, que também podem contribuir para o

contraventamento da estrutura e resistência a esforços horizontais. As chapas são

fixadas diretamente nos perfis, com parafusos. As junções entre chapas são tratadas

com uma fita adesiva, evitando a propagação de fissuras para o revestimento.

Esses elementos de fechamento externo podem ser:

EIFS

Desenvolvido na Europa nos anos 50, o EIFS (External Insulation and Finishing

Systems) foi introduzido nos Estados Unidos há cerca de 30 anos. Hoje em dia esse

sistema tem aproximadamente 30% de participação nas paredes exteriores dos

prédios comercias dos edifícios americanos. Esse sistema é conhecido no Brasil por

Sistemas de Isolamento e Acabamento Exterior ou mesmo por Reboco Térmico pelo

Exterior.

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O objetivo principal desse sistema é um maior conforto térmico. A eficiência térmica

deste tipo de fechamento é sua característica principal. O EIFS é constituído por seis

componentes distintos: fixação ao substrato, pelo uso de parafusos e/ou de massa

adesiva; placas de EPS - Poliestireno Expandido, cuja espessura varia conforme a

necessidade de proteção térmica; rede em fibra que confere resistência mecânica ao

revestimento e cuja espessura varia conforme o nível pretendido de resistência ao

impacto; revestimento base que protege o edifício e impede a infiltração de ar;

primário e regulador de fundo e o revestimento final, de grande elasticidade e

disponível numa grande variedade de cores e texturas. A principal vantagem do

EIFS reside na eliminação de pontes térmicas. Ou seja, fornece um isolamento

integral do edifício o que impede o ganho ou a perda de energia através dos

elementos estruturais (pilares de concreto ou montantes de aço). Esse tipo de

fechamento não só são fabricados em varias cores e texturas como também podem

ser modelados de inúmeras formas.

O EIFS não foi disseminado na Brasil. O fato de nosso país possuir um clima que

não exige grandes preocupações com baixas temperaturas e a cultura nacional

existente na construção civil contribuem para a não propagação do EIFS em nossas

edificações.

Alvenaria

Em função dos princípios que sustentam a utilização do Steel Frame (obra seca,

rápida na execução, industrializada e racionalizada, e de peso próprio baixo), a

alvenaria normalmente se restringe a elementos decorativos. Sua execução requer

um cuidado especial, já que as partes executadas em alvenaria trabalham de forma

diferente das executadas em Steel Frame, sendo necessário executar juntas de

dilatação em sua interface.

Painel cimentício

Os painéis cimentícios são componentes produzidos industrialmente que empregam

o cimento como aglomerante. Existem no mercado diferentes tipos de painéis, como,

por exemplo, os constituídos por quartzo, cimento, resina e fibra de celulose,

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produzidos em formato de placas de várias dimensões e espessuras. Como a

mistura destes materiais é pelo processo de autoclave, se obtém um produto

homogêneo, de superfície lisa e de alta resistência. Neste processo, as placas

recebem uma temperatura elevada e vapor de água com alta pressão, que lhes

confere estabilidade dimensional e reduz ao mínimo o coeficiente de dilatação e

absorção de umidade.

Os painéis cimentícios são utilizados em situações onde se requer maior resistência

a impactos e a ação das águas, como o requerido para as fachadas. Podem, no

entanto, ser utilizados para fechamento de ambientes internos (cozinhas, banheiros,

saunas, etc.) conforme requisitos de projeto.

Painéis de aço

Os painéis de aço podem ser usados como pisos, telhados, divisórias e vedações

externas. Cada painel ou módulo é constituído de uma chapa de aço forrada com

OSB nos 2 lados, utilizado para preencher o vão entre dois montantes da estrutura.

Sua característica principal é a execução rápida, podendo ser utilizado em casas

populares ou casas de alto padrão de acabamento.

Os painéis de aço compõem esse sistema baseado, fundamentalmente, na

utilização de módulos de aço padronizados, parafusados uns aos outros, formando

painéis rígidos auto-portantes. Há no Brasil um sistema com essas características

patenteado e aprovado para financiamento pela CAIXA.

Sobre o sistema, já com a devida impermeabilização, podem ser aplicados

quaisquer componentes utilizados como revestimento /acabamento em construções

convencionais, como: pedras, reboco e pintura (texturizadas ou lisas), revestimentos

cerâmicos (pisos, azulejos, tijolos à vista, etc.), vinílicos, etc.

Siding vinílico

O Siding vinílico (ou Clapboard vinílico), utilizado há mais de 20 anos nos Estados

Unidos e trazido recentemente ao Brasil, é composto por barras fabricadas com

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aditivos especiais para aumento de resistência (perfis rígidos em PVC) e

durabilidade. É um sistema de fácil aplicação que não propaga as eventuais fissuras

da base. Para um melhor acabamento, a superfície do elemento a ser instalado deve

estar em bom estado, ou seja, nivelado e aprumado. Devido à sua forma de

instalação (barras intertravadas), atende aos pré-requisitos relacionados a

estanqueidade. O siding vinílico possui fácil manutenção, bastando uma lavagem

periódica com água e detergente neutro, não necessitando de pintura.

Também podemos utilizar o siding metálico que, além de apresentar todas as

características do vinílico, possui a vantagem de ser mais moldável, facilitando a

execução.

Figura C.12.1 – Fachada em Siding Vinílico (Acervo dos autores)

Argamassa armada

Possui uma espessura inferior à do revestimento em emboço e reboco da

argamassa convencional. Sua aplicação é feita com projeção manual ou mecânica

sobre tela grampeada nas placas de fechamento.

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APÊNDICE D. MÃO-DE-OBRA

A modulação e a simplicidade das ferramentas utilizadas na construção em Steel

Frame facilitam muito o aprendizado para novos operários.

Segundo o engenheiro Alexandre Mariutti da Construtora Sequencia “Ao tentar

recrutar um pedreiro habituado à construção convencional e tentar introduzi-lo ao

Steel Framing, a construtora não obteve muito sucesso. Um funcionário habituado

ao método convencional possui inúmeros preconceitos e não rende o esperado, por

não acreditar no trabalho que está realizando. E é mais interessante contratar um

funcionário sem experiência alguma e desenvolver a partir do zero os

conhecimentos necessários para a construção em Steel Frame”.

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APÊNDICE E. DIMENSIONAMENTO

O dimensionamento é feito a partir de manuais que incluem tabelas de vigas de

vedações verticais, tabelas de extensão de traves de piso, e planilhas de fixação.

Os manuais e tabelas foram inicialmente desenvolvidos pelo Centro de Pesquisa da

NAHB sob o patrocínio do Instituto de Ferro e Aço Americano (AISI), do

Departamento de Moradia e Desenvolvimento Urbano (HUD), e da Associação

Nacional dos Construtores de Casas (NAHB), dos Estados Unidos. Eles foram

revisados e enquadrados nas Normas da ABNT, para sua utilização no Brasil.

No manual do Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) “Manual da

Construção em Aço - Steel Framing: Engenharia” pode-se encontrar todo o

procedimento para dimensionamento e tabelas.

A seguir, apresentamos as orientações básicas quanto ao pré-dimensionamento da

estrutura de edifícios em Steel Frame, tomando como base o documento do CBCA

citado acima.

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E.1. Guias

São os elementos usados na vertical para formar a base e o topo dos montantes;

também são utilizadas para o travamento de vigas e montante e montagem da

verga. O dimensionamento é realizado para solicitações de compressão.

Figura E.1.1 - Esquema apresentando guia, montante e viga (tabela de

dimensionamento CBCA)

E.2. Montantes

Podem ser simples ou compostos e apresentam dimensões baseadas nas tabelas

de dimensionamento. Os montantes das paredes internas são dimensionados à

flexo-compressão e à tração atuando isoladamente. Os montantes das paredes

externas são dimensionados à flexo-compressão e a flexo-tração.

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E.3. Vigas

O espaçamento entre vigas depende do espaçamento entre os montantes já que

elas estão apoiadas sobre eles. As vigas de piso são dimensionadas à flexão, à

cortante e também à combinação cortante/momento fletor. As vigas são travadas

lateralmente duas a duas para impedir a flambagem lateral.

Figura E.3.1 – Travamento lateral (tabela de dimensionamento CBCA).

E.4. Barras diagonais

Quando necessárias, devem ser dimensionadas à tração e devem ser protegidas

durante sua instalação.

E.5. Vergas

São dimensionadas à flexão, à cortante, à combinação cortante/momento fletor e ao

enrugamento da alma por cortante e por momento.

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Figura E.5.1 – Travamento lateral (tabela de dimensionamento CBCA)

No dimensionamento de estruturas em Steel Frame além das cargas permanentes e

sobrecargas, deve-se considerar a força do vento, que é função do terreno, seu

relevo e sua quantidade de obstáculos.

O que podemos afirmar é que o dimensionamento de estruturas desse tipo é muito

semelhante ao dimensionamento de estruturas metálicas convencionais.

Seguem alguns exemplos das tabelas prescritivas, retirados do manual do CBCA.

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APÊNDICE F. DESEMPENHO

Neste item analisamos o desempenho da construção em Steel Frame, utilizando

como base os Requisitos e Condições Mínimos para Financiamento da Caixa

Econômica Federal. Alguns dos requisitos são gerais, enquanto que outros são

específicos ou fazem critérios voltados aos edifícios em Steel Frame.

Este documento é resultado de ampla pesquisa, conhecimento técnico de vários

profissionais que têm grande experiência do uso desta tecnologia no Brasil e

também em vários outros países, onde este sistema já era utilizado.

F.1. Desempenho Estrutural

Para o desempenho estrutural teremos que atender a norma NBR8800, para as

solicitações resultantes do peso próprio, cargas estáticas de ocupação, ação do

vento, além de outras cargas acidentais.

F.2. Comportamento Estrutural da Parede

Existe um documento realizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas chamado

Critérios Mínimos de Desempenho para Habitações Térreas de Interesse Social.

Neste documento podemos encontrar todos os requisitos de desempenho estrutural,

como também podemos utilizar as Normas Brasileiras que existem quanto ao tema.

• Cargas de Ocupação – cargas suspensas, para as paredes internas não

podemos permitir que exista algum dado fora da região onde a carga foi aplicada

e também não pode haver, arrancamento dos fixadores, rupturas, fissuras,

escamações, pequenas identificações ou amassamentos.

• Interface com Portas – as portas têm que ser fixadas diretamente aos montantes

e deverá passar pelos seguintes ensaios, fechamento brusco repetido dez vezes

e também a um grande impacto aplicado no centro geométrico da folha da porta.

• Cargas Concentradas em Pisos – para verificar este desempenho devemos

aplicar três cargas verticais concentradas e o piso não pode apresentar ruptura,

fissuração, estilhaçamento ou qualquer outro dano.

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F.3. Resistência ao Fogo

Este item é subdividido em dois, que são:

• Resistência ao Fogo – para atender os requisitos mínimos de desempenho o

produto deve atender uma série de normas brasileiras (NBR 14432, NBR 5628,

NBR 9077, NBR 10636).

• Propagação Superficial de Chamas – todas as divisórias internas ou a também a

face interna da fachada deve estar de acordo com a norma NBR 9442.

• Densidade Ótica da Fumaça Máxima.

F.4. Estanqueidade a Água

Este item possui as seguintes subdivisões:

• Fundações – este elemento construtivo não pode permitir a passagem de

umidade do solo para a superestrutura, também devemos considerar as normas

brasileiras (NBR 12190, NBR9575, NBR 9574).

• Fachadas – para as fachadas existem cinco critérios, são eles:

1. Para determinadas condições as janelas devem estar totalmente estanques,

não pode apresentar nenhum tipo de vazamentos, escorrimentos, ou outra forma

de infiltração.

2. As janelas do edifício não podem propiciar que a penetração da água implique

em escorrimento pela parede.

3. Após algumas horas de exposição às fachadas não podem permitir que a

penetração de água implique em escorrimento ou formação de gotas aderentes.

4. As faces internas de fachada que estiverem em contato direto com as áreas

molháveis do edifício, como banheiros, cozinhas e lavanderias, não devem

permitir a infiltração da água.

5. Para as obras de entorno assim como calçadas, drenos, etc. e também para

implantação da unidade no terreno devemos evitar o acumulo de água nas bases

das fachadas da habitação.

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• Pisos – os pisos possuem dois critérios mínimos para seu desempenho. Primeiro

os pisos que são laváveis não podem permitir qualquer infiltração de água nos

encontros com as paredes e também em sua superfície. Segundo todos os pisos

que estiverem em contato com o solo devem ser estanques.

• Coberturas – para avaliar o desempenho das coberturas existem três critérios.

Primeiro sinais de umidade não devem existir nas lajes de cobertura em suas

faces inferiores; segundo os telhados de qualquer edificação não devem permitir

a penetração de água; e terceiro, de acordo com a NBR 10844, os telhados

devem resistir às máximas precipitações possíveis que podem ocorrer no local do

empreendimento.

F.5. Conforto Térmico

Para o conforto térmico o edifício tem que atender aos requisitos mínimos definidos

pelo documento do IPT e também atender a todas as normas existentes sobre este

tema.

F.6. Conforto Acústico

Para o conforto acústico é utilizado como base de comparação um ensaio realizado

com uma parede de alvenaria de blocos cerâmicos.

Uma parede com uma chapa de gesso acartonado de cada lado do perfil metálico

tem isolamento de 38 decibéis (equivalente ao de uma de alvenaria), e que paredes

entre imóveis, nas quais se usa chapa dupla, o isolamento chega a 45 decibéis,

contra o de alvenaria que é de 41 a 42 decibéis. Com a utilização de absorventes

acústicos o isolamento pode chegar a 53 db no caso de camada única de OSB e 56

db para camadas duplas (fonte: Isover).

F.7. Coordenação modular

A coordenação modular é imprescindível para sistemas industrializados, como o

Steel Frame. Seu grande objetivo é evitar a fabricação, modificação ou adaptação

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de peças em obras, reduzindo o trabalho e acelerando o processo de montagem.

Cabe, no entanto, salientar que o Steel Frame não impõe tal coordenação, como é o

caso de sistemas que empreguem componentes pré-moldados de concreto, já que

os painéis podem ser fabricados em qualquer dimensão.

A indústria deve apresentar seus produtos dimensionados como múltiplos de um

único módulo, considerado como base constituinte da construção. No Brasil a norma

que trata do assunto é a ABNT – NBR 5706, 1977 e estabelece o módulo básico,

designado pela letra M, com 10 centímetros ou 1 decímetro.

De acordo com a norma, o módulo básico desempenha três funções:

“1. É denominador comum de todas as medidas ordenadas

2. É o imcremento unitário de toda e qualquer dimensão modular a fim de que

a soma ou a diferença de duas dimensões modulares seja também modular

3. É um fator numérico, expresso em unidades do sistema de medidas

adotado, ou a razão de uma progressão”.

Na construção civil a metodologia para a coordenação modular aplica-se através da

integração dos sub-sistemas, elementos estruturais e componentes de uma

edificação à uma malha modular que permita a coordenação de todas as

informações do projeto, permitindo um melhor aproveitamento dos materiais e

redução de perdas

Para a realização de obras em Steel Frame através de um projeto modular é

aconselhável levar os detalhes em consideração logo nas primeiras etapas de

desenho e projeto pois todos os componentes estão sujeitos a uma disciplina

comum. Assim como será tratado na seção 11, mudanças durante a execução da

obra não são aconselháveis.

Ao contrário do que muitos acreditam, existe muita flexibilidade no que diz respeito à

concepção arquitetônica devido a infinidade de combinações e arranjos possíveis,

com a grande vantagem de se ter todos os critérios técnicos bem definidos.

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Outras vantagens que um sistema coordenado pode oferecer, de acordo com Franco

(1992), são:

“1-Simplificação das etapas de projeto;

2-Padronização dos materiais e componentes;

3-Possibilidade de normalização, tipificação substituição e composição entre

componentes padronizados;

4-diminuição dos problemas de interface entre componentes, elementos e

subsistema;

5-Facilidade na utilização de técnicas pré-definidas, facilitando o controle da

produção;

6- Redução de desperdícioscom adaptações

7- Maior precisãodimensional;

8- Diminuição de erros da mão de obra, aumentando a qualidade e

produtividade”.

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APÊNDICE G. CARACTERÍSTICAS DO STEEL FRAME

G.1. Prazo

Devido ao processo industrializado e coordenado, os prazos de construção podem

ser reduzidos em um terço em relação aos métodos convencionais.

G.2. Custos

O custo por m² de uma obra é muito influenciado pelo padrão de acabamento, uma

vez que materiais como concreto e tijolo são muito similares tanto em obras de baixo

como de alto padrão. Nas obras em Steel Frame o mesmo ocorre, uma vez que os

elementos estruturais são os mesmos para os diferentes padrões de acabamento.

Olhando friamente, o custo por m² é muito similar ao de tecnologia convencional.

Porém o ideal é fazer a comparação baseada em todos os custos indiretos

(desperdício, entulho, atrasos, etc). O retrabalho, a eco-eficiência e o prazo dão

certa vantagem para a tecnologia Steel Frame.

G.3. Meio ambiente

No que diz respeito a eco-eficiência o Steel Frame tem um rendimento 35% maior

que o método convencional (relativo à geração de carbono). A casa em Steel Frame

consome menos energia e, devido ao isolante térmico, a variação da temperatura

interna é menor em relação à variação da temperatura externa.

G.4. Flexibilidade

Uma desvantagem em relação aos métodos convencionais é quanto à flexibilidade

durante o projeto. Mudanças no projeto durante a obra são caros para a construtora

já que os ‘frames’ são pré-fabricados. O diferencial desse produto é a rapidez, e

qualquer tipo de mudança (em vãos, localização de janelas e portas, etc.) onera a

construtora e já atrasa o prazo. Proporcionalmente o “transtorno” de uma mudança

em uma obra convencional é menor comparada ao Steel Frame.

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G.5. Fornecedores

Pode-se dizer que um dos condicionantes do sistema é no que diz respeito aos

fornecedores. São muito poucos os fornecedores e não há concorrência, o que

encarece um pouco os preços dos componentes. O drywall possui apenas três

distribuidores principais (Placo, Knauf e LaFarge). O aço tem a Usiminas e a CSN

como provedoras, além da Veja do Sul, para bobinas de chapas galvanizadas, e por

volta de cinco perfiladoras em São Paulo. O grande problema das perfiladoras é

que o volume de produção de uma máquina é muito grande (em três horas se

produzem perfis para construir uma casa de 200 m²); portanto, ela fica muito tempo

ocioso pela baixa demanda tornando esse mercado não atraente.

Outro problema com os fornecedores é em relação aos prazos de entregas dos

componentes. As empresas têm a cultura de não cumprir os prazos, algo que não é

tão problemático na construção convencional que demora mais tempo, mas num

processo industrializado um dia de atraso na entrega causa um prejuízo muito

grande. Geralmente as empresas que utilizam o Steel Frame têm que antecipar seus

pedidos e manter estoques para não atrasarem o cronograma.

G.6. Aceitação

Devido ao Steel Frame ser uma tecnologia pouco difundida no Brasil, ainda existe o

preconceito quanto ao produto, principalmente no que diz respeito às paredes não

serem maciças.

Pela falta de conhecimento do sistema muitos arquitetos aconselham seus clientes,

que por sua vez têm interesse em construir usando a tecnologia, a não construírem

dessa forma alegando diversos problemas como “limitações arquitetônicas”, que não

são verdades.

A imagem do produto ficou ligada àquele modelo de casa estilo “americano” já que

as primeiras construções desse tipo feitas no Brasil, importadas em sua totalidade,

tinham esse aspecto. Também aí ocorreu de algumas empresas realmente

associarem o produto a esse modelo acreditando que o interesse dos compradores

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se dava mais devido ao estilo da casa do que devido à tecnologia e redução de

prazos envolvidos. Daí muitas pessoas não optarem pelo sistema, por não lhe

agradar a casa “americana”; mas os engenheiros que trabalham com o sistema

garantem que ele é perfeitamente viável a qualquer estilo e materiais de

revestimento e acabamento, com os quais os consumidores brasileiros estão

acostumados.

Um outro problema de aceitação é que muitas vezes o empreiteiro que utiliza

métodos tradicionais apresenta orçamentos iguais ou inferiores ao Steel Frame para

o cliente. Esse, por sua vez, não conhecendo o sistema muito bem, opta pela casa

de concreto e tijolo sem ter consciência que, como já foi dito na parte de custos, o

preço da construção tradicional muito provavelmente será maior que o orçado devido

a todos os problemas já citados; coisa que não ocorre com tanta magnitude no

sistema Steel Frame devido ao aspecto industrial e de produtividade envolvidos.

Segundo Alexandre Mariutti, arquiteto da Construtora Seqüência, o mercado de

construções em Steel frame ainda está restrito a compradores estrangeiros, que vêm

morar no Brasil e procuram por casas similares às encontradas em seus paises, já

que consideram o prazo de construção em alvenaria muito grande, e a clientes que

conheceram o Steel Frame por indicação de amigos e parentes.

G.7. Durabilidade

Como os perfis metálicos possuem revestimento e geralmente encontra-se em

ambientes secos a taxa de corrosão do zinco é muito baixa, sendo que a

durabilidade dos perfis depende do tempo de exposição do material à umidade e da

composição química da atmosfera local.

Considerando que a edificação encontre-se dentro das normas e não esteja sujeita a

vazamentos constantes de água ou umidade excessiva, que possa atingir o interior

das paredes, o revestimento de zinco pode garantir a proteção do aço durante a vida

útil da edificação. Em condições adversas não só o aço será danificado, mas

também os outros componentes/materiais construtivos.

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Os elementos zincados não devem ter contato direto com materiais de cobre ou

latão, devido à possibilidade de formação de pilha galvânica, devendo haver

isolamento do contato pelo uso de elementos como anéis de plástico ou de outro

revestimento isolante.

O manual da Caixa Econômica Federal recomenda a utilização nas vedações

verticais das construções de uma barreira com materiais não-tecidos, principalmente

para as regiões marinhas, devido à sua ação de filtração que não permite a

passagem de vapores e névoa de cloretos, contribuindo de maneira direta para

aumentar a durabilidade das edificações nestes ambientes.

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APÊNDICE H. Visita à obra Colina das Pedras, Bragança Paulista

No dia 20 de maio de 2006 foi realizada uma visita técnica ao condomínio Colina das

Pedras na cidade de Bragança Paulista, interior de São Paulo. O empreendimento

será composto por um total de 13 prédios com quatro andares cada um, totalizando

16 unidades em cada prédio, e é realizado pela construtora Kofar. Definiu-se como

solução estrutural a tecnologia do Steel Frame. O investimento previsto é da ordem

de US$ 3 milhões (aprox. R$ 6,6 milhões).

O Engenheiro Hélcio Hernandes nos recebeu na visita e falou sobre o

empreendimento. O primeiro ponto destacado sobre a tecnologia do Light Steel

Frame foi quanto à durabilidade do aço que, segundo estimativas sobre ensaios

realizados com aços de espessura inferior ao empregado na obra, permitem uma

estimativa de 300 anos para o material. Essa durabilidade é ainda aumentada pela

camada protetora de zinco contida nas peças.

Em segundo lugar, o processo industrializado e sem perdas, proporcionado pela

tecnologia foi um tema revisitado por ele algumas vezes. A maior especialização da

mão-de-obra não foi colocada como um fator agregado de custos, dado que o tempo

de execução da obra faz com que o custo de mão-de-obra fosse concentrado no

tempo.

Quanto aos componentes estruturais vistos na obra, podemos citar o uso do steel-

deck exercendo função de lajes e as diversas camadas observadas nas paredes

sendo compostas pelo perfil metálico, gesso acartonado, impermeabilizante vinílico e

revestimento.

A velocidade na execução das primeiras unidades foi um ponto destacado. Foram

erguidos 760m2 em 90 dias, o custo de R$ 531/m2. Ressalta-se, ainda, que este

período pode ser diminuído para 60 dias com ganhos possíveis em produtividade.

No condomínio de igual padrão em frente ao visitado, construído pelo Programa de

Arrendamento (PAR) da Caixa Econômica Federal, o custo foi de R$ 580/m2.

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O engenheiro apontou como empecilhos ainda presentes a este tipo de construção a

dificuldade de fontes de financiamento por ser uma tecnologia não muito conhecida

pelas instituições financeiras no Brasil, bem como a elevada tributação do insumo

básico utilizado.

Em comparação técnica com o condomínio vizinho, foi exposto que a estrutura leve

de aço do Steel Frame permitiu que se escolhessem fundações do tipo radier para

uma carga de 3,8 tf/m2, enquanto que no condomínio vizinho as fundações

escolhidas foram estacas sobre blocos com cargas de 5,8 tf/m2.

O principal gargalo mencionado para a venda das unidades é o fator cultural por se

tratar de um processo construtivo não-convencional. De forma a superar essa

barreira, a Kofar tem como pilares de sua estratégia de vendas o custo inferior ao

concorrente vizinho e a qualidade do produto em decorrência do processo

industrializado de produção.

O Engenheiro Hélcio Hernandes salientou a crescente demanda por este tipo de

construção, evidenciada pelas 5.000 pessoas que passaram pelo stand da empresa

na Feicon. Acrescentou, também, que a demanda não está sendo totalmente

atendida e que as construtoras que adotam esta tecnologia encontram-se

atualmente em seu limite de capacidade.

Sob o espectro deste cenário, a empresa acredita que a versatilidade do aço na

construção civil poderá ser plenamente explorada à medida que os requisitos

técnicos se disseminarem entre os arquitetos, pois a modularidade inerente a este

tipo de construção podem ser mais bem trabalhada por eles.

Ainda sobre a questão mercadológica, foi observado que, para empreendimentos

para públicos de médio ou alto padrão, este tipo de construção tem uma

aceitabilidade maior devido ao maior nível de instrução.

Em entrevista com morador de uma unidade já acabada presente no local, foram

levantados alguns aspectos importantes. O morador nos informou sobre algumas

deficiências presentes nas unidades no que tange a aspectos acústicos, instalações

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e flexibilidade frente às necessidades dos usuários. O isolamento acústico foi

classificado como deficitário dado que, segundo o morador, é possível ouvir a

locomoção de pessoas nos pavimentos adjacentes. Quanto às instalações de

esgoto, nos foi informado a incidência de problemas de vazamentos na maioria das

unidades habitadas. Neste ponto, vale a pena ressaltar que as unidades habitadas

ainda não possuem a tecnologia PEX (que será empregada nas unidades

subseqüentes) e contam com a tecnologia tradicional. Por fim, eventuais alterações

futuras nos apartamentos devem ser realizadas pelo construtor, bem como a

colocação de pregos nas paredes, o que causa desagrado ao morador. O preço

acessível foi apontado como o fator de maior destaque.

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APÊNDICE I. Visita à residência de alto padrão, Jundiaí

No dia 25 de Julho de 2006 foi realizada uma visita técnica a uma residência uni

familiar de alto padrão, em Steel Frame, localizada no condomínio Capital Ville,

Rodovia Anhanguera km 47 e ao galpão da Construtora Seqüência, localizado no

km 37 da Rodovia Anhanguera, ambos na cidade de Jundiaí.

Após a visita técnica ao conjunto habitacional de Bragança Paulista nossa prioridade

foi encontrar um empreendimento com um padrão mais elevado. Foi assim que

chegamos ao arquiteto Alexandre Mariutti, que nos indicou a obra de Jundiaí, onde

encontramos uma casa de alto padrão. A visita foi acompanhada por um funcionário

da Seqüência que nos passou varias informações importantes.

Durante a visita à residência fomos acompanhados pelo operário “Maranhão” que

nos explicou sobre método construtivo, ferramentas envolvidas no processo de

montagem e prazos da execução.

Apesar da diferença de acabamento, a estrutura encontrada é muito similar a do

conjunto habitacional, sendo utilizada nesta obra uma laje de concreto e uma

vedação em alvenaria. Pudemos perceber a importância do acabamento no aspecto

final do produto e, apesar da ainda não concluído, a possibilidade de melhor

desempenho da edificação, sendo nossa má impressão sobre a qualidade desse

sistema adquirida na visita do conjunto habitacional superada.

Outra informação importante diz respeito ao perfil dos compradores, que

normalmente conhecem o sistema por indicação, realizando também visitas para

melhor conhecimento do sistema e comprovação de sua qualidade.

No depósito/galpão da Construtora pudemos conhecer mais sobre o processo de

industrialização e equipamentos utilizados, verificando também a simplicidade do

galpão, responsável por toda a fabricação de painéis para empreendimentos da

Construtora Seqüência.

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Nesta segunda parte da visita também foi possível conhecer o protótipo do

alojamento a ser construído para a Petrobrás, no estado do Amazonas e o protótipo

de um edifício realizado para a CDHU.

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APÊNDICE J. Resumo de custos dos componentes (Fonte: Alexandre Mariutti, arquiteto da Construtora Seqüência – valores de 2006)

RESIDÊNCIA DE ALTO PADRÃO DE ACABAMENTO JD DAS PAINEIRAS M2 500,00 DDeessccrriiççããoo ddooss SSeerrvviiççooss UUnniitt QQuuaanntt.. PPrreeççoo UUnniittáárriioo RADIER CONCRETO ARMADO M2 55,00 SUPERESTRUTURA SUPERESTRUTURA - LAJES E PAINEIS PRE-FABRICADOS ESTRUTURA METÁLICA PRE FABRICADA stell frame Kg 7.000,00 6,00 LAJE PAINEL - PISO m2 110,00 PARAFUSOS MONTAGEM ESTRUTURA, LAJE E FACH. un 19.500,00 0,05 M.O.FABRICACAO DE PAINEIS Kg 0,90 M.O.MONTAGEM PAINEIS/LAJES/EST.COB. CS 1,00 PLACAS DIVISORIAS PRE-FABRICADAS DRY WALL PAREDES COMUM m2 24,00 DRY WALL PAREDES VERDE m2 26,00 COBERTURA TELHAS TELHA SHINGLES M2 65,00 TABEIRA DE MADEIRA ML 20,00 FORRO DE MADEIRA M2 40,00 IMPERMEABILIZACAO / ISOLAMENTO TÉRMICO IMPERMEABILIZACAO DE PISOS LA DE VIDRO PAREDES E TETOS M2 15,00 REVESTIMENTOS DE PAREDES INTERNAS ACABAMENTOS GESSO LISO SOBRE CONCRETO M2 15,00 CHAPISCO M2 4,00 EMBOÇO M2 16,00 REVESTIMENTOS DE PAREDES EXTERNAS ACABAMENTOS COLOCAÇÃO DE OSB 12 MM M2 17,00 TYVECK M2 8,00 ARGAMASSA ARMADA M2 25,00 CANJIQUINHA DE PEDAR MINEIRA VB 100,00 PINTURA PINTURA DE FORROS E PAREDES INTERNAS PINTURA INTERNA LATEX M2 12,00 PINTURA EXTERNA TEXTURA M2 27,00 PINTURA ESMALTE MADEIRA M2 18,00