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The Portuguese-American Monthly Magazine in the US João de Brito João de Brito Dec 2008 • vol. II • nº 15 • $3 Um construtor de sonhos na terra e no ar ‘O colorista impressionista em uxo constante’ PAULA CORDEIRO PAULA CORDEIRO Reitora na Universidade Reitora na Universidade de S. Diego, da CA de S. Diego, da CA JOANA VICENTE CARLOS COUTO CARLOS COUTO Produtora de cinema em New York Crise também afecta férias dos emigrantes portugueses nos EUA

December 08

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ComunidadesUSA Magazine December 08

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The Portuguese-American Monthly Magazine in the US

João de BritoJoão de Brito

Dec 2008 • vol. II • nº 15 • $3

Um construtor de sonhos na terra e no ar

‘O colorista impressionista em fl uxo constante’

PAULA CORDEIROPAULA CORDEIROReitora na Universidade Reitora na Universidade de S. Diego, da CAde S. Diego, da CA

JOANA VICENTE

C A R L O S CO U T OC A R L O S CO U T O

Produtora de cinema em New York

Crise também afecta férias dos emigrantes portugueses nos EUA

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Boas Festas e Bom Ano de 2009

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2 – EM FOCO – Consulado Virtual tem 6 mil inscritos mas senha continua a demorar; Prémios Talento 2008 distinguem emigrantes portugueses que se destacam em todo o mundo3 – FALATÓRIO4 – ACTUALPortuguesa eleita deputada no parlamento canadiano; Portugal dá Bolsas de Estudo a luso-venezuelanos; Quanto ganham os CEOs mais bem pagos na América? E em Portugal? Crise também afecta viagens dos emigrantes portugueses na América neste Natal e no próximo Verão8 – PORTUGAL – PCP quer reforço de verbas para a emigração no Orçamento de Estado de 2009; Empresários da diáspora com acesso aos fundos comunitários; Conselho das Comun-dades: tudo menos consensual, eleição impuganada continua por decidir em tribunal12 – EUA – Clube de Fans do Basquetebol, de Portugal, vem aos jogos da NBA com o apoio da revista ComunidadsUSA15 – ESPECTÁCULOS – “Conversas de Camarim” em Newark na Festa da Proverbo: o êxito esperado22 – MÚSICA – Mariza volta à América do Norte em 2009 para 48 concertos28 – PALCUS – A Gala na California atraiu luso-descendentes42 – COMUNIDADES – José Plácido em livro, CD e DVD

www.ComunidadesUSA.com

The Portuguese-American Magazine in the United States

CARLOS COUTO

vol. II • nº 15 • nov/DECEMBER 2008

23 - TERRA SONÂMBULA, filme de Teresa Prata estreia nos Estados

Unidos em Janeiro

21 – JOANA VICENTE, produtora de cinema em New York

Um construtor de sonhos na terra e no ar

Neste número:

16 – NA MARGEM de CÁ – A árvore de Natal do Gato Preto, por Lélia Nunes; 29 – HISTÓRIA – Duas burlas históricas em Portugal no século XX, por Eduardo Mayone Dias; 31 – VINHOS – Grande Escolha Quinta do Côtto, por Mariana Simões 33 – MADEIRA – Os Portugeuses no faroeste, por Duarte Barcelos; 35 – DA AMÉRICA e das COMUNIDADES – A minha América, por Diniz Borges; 39 – DIA-CRÓNICA – Pergunta Sobre a Cegueira, por Onési-mo Teotónio de Almeida; 40 – AN AZOREAN in the MIDWEST – por Manuel Ponte 43 – ENGLISH SECTION – If you are old don’t get sick in Portugal, por Dr. António Simões46 – HORÓSCOPOS – por Maria Helena; 47 – Tony Lima no Love Ride 48 –HUMOR

Secções

13 - PAULA CORDEIRO, reitora na Universidade de San Diego, profes-

sora, autora e uma referência na área da educação

19 - JOÃO DE BRITO, um pintor que é um poeta das cores

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PRINTED IN NEW YORK USA

The Portuguese-American Monthly Magazine in the USA

www.ComunidadesUSA.com

9255 Center St. suite 400ManaSSaS,Va 20110Tel: (703) 369-3324 Fax: (703) 369-3325

COMUNIDADESUSA (USPS 024-936) is published monthly by ComunidadesUSA, 9255 Center St., suite 400, MANASSAS, VA 20110-5567. Periodicals Postage paid at MANASSAS VA and at additional mailling offices.POSTMASTER: Send changes of address to: ComunidadesUSA, 9255 Center St., suite 400, MANASSAS, VA 20110-5567.

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ComunidadesUSa é publicada mensalmente, 12 vezes por ano/ComunidadesUSa is a monthly publication. assinatura anual/annual subscription: $30; 2 anos: $56Para assinar ligue/To subscribe call: 1-888-712-3324 • Fax: (703) 369-3325em nY: (914) 720-8705ou [email protected]

EDITOR: António Oliveira

COlAbORADORESDr. António Simões, Ana Duarte, Prof. Onésimo Teotónio

Almeida, Prof. Mayone Dias, Duarte Barcelos, Diniz Borges, João Martins, David Tatlock, Ângela Costa, Glória

de Mello, Fernando G. Rosa, Cândido Mesquita, Dr. Manuel Luciano da Silva, Edmundo Macedo,

Dr. Carlos Pimenta, Maria João Ávila, Manuela da Luz Chaplin, José Carlos Fernandes, José Brites, Adalino

Cabral, Anabela Quelha, José Carlos Sanchez

CORRESPONDENTESNEW JERSEY: Glória Melo

SUN COAST (Flórida): Sidónio Fagulha SAN DIEGO, CA: Manuel Coelho e Mizé Violante

WATERBURY, CT: Manuel Carrelo FLORIDA: José Marques

PALM BEACH, FL: Fernando de Sousa TAUNTON, MA: Elisabeth Pinto

PENSYLVANIA: Nélson Viriato BaptistaPEABODY, MA: Ana Duarte

COLABORADORES e CORRESPONDENTES:

As opiniões expressas pelos colaboradores nos seus artigos não exprimem necessariamente a opinião da administração da revista “ComunidadesUSA”. É permitida a reprodução do material publicado desde que mençionada a fonte. O leitor pode contactar a revista directamente através de correio, telefone, fax ou e-mail com os seus comentários, ideias, críticas ou sugestões. Para cartas ao editor use o e-mail [email protected], mencionando no título “Cartas ao editor”.

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REDACçÃO/NEWS ROOM:

PUBLISHER:José João Morais (ComunidadesUSA)

E M F O C O

No Consulado Virtual pode pedir certidões de nascimento, óbito, casamento, bagagem, residência e importação de automóveis e pedidos da nacionalidade

Consulado Virtual tem 6 mil inscritos

Edição dos Prémios Talento 2008Para distinguir os emigrantes que se destacam nos países de acolhimento

CerCa de seis mil portugueses no estrangeiro estão inscritos no Consulado Virtual, lançado há um ano, número que o Governo pretende aumentar através de uma campanha dirigida aos cinco milhões de emigrantes.“Temos neste momento seis mil utilizadores inscritos, em condições de fazer a utilização do Consulado Virtual”, disse o Secretário de Estado das Co-munidades à Agência Lusa.

A funcionar desde 11 de Novembro de 2007, o Consulado Virtual é uma ferramenta criada pelo Governo que permite, via Inter- net, que os portugueses no estrangeiro peçam documentos, como certidões ou registos, que até então eram apenas acessíveis directamente nos postos e secções consulares.

Referindo-se ao número de pessoas inscri-tas no Consulado Virtual, o governante admi-tiu que é ambição do Governo aumentá-lo.

“Sabemos que é ainda um número incipien-te, mas dá boa nota de uma experiência num domínio relativamente muito recente que é a tecnologia da Internet”, disse António Braga.

Para aumentar os inscritos no Consulado Virtual, o Governo vai lançar em breve, na RTP Internacional, uma “campanha de maior divul-gação junto dos portugueses que vivem fora de Portugal pela existência desta ferramenta”, adiantou o Secretário de Estado.

Questionado sobre o número de actos con-sulares realizados pelo Consulado Virtual num ano de existência,o governante escusou- se a revelá-lo para já, adiantando apenas que “no último mês houve cerca de 600 actos consolida-dos e realizados” através dessa ferra-menta.

António Braga sublinhou que “apenas dois documentos não podem ser realizados” através do Consulado Virtual: passaporte electrónico e bilhete de identidade ou o novo cartão do cidadão, que exigem a presença física nos Consulados. “Mas isso é um outro passo, que daremos a seguir com a construção de novos instrumentos, designadamente com a inclusão de ferramentas electrónicas, quer no cartão do cidadão, quer no passaporte biométrico”, afirmou.

a SeCretaria de Estado das Comunidades anunciou recentemente a abertura do concurso “Prémios Talento 2008”, instituído pelo Minis-tério dos Negócios Estrangeiros, Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, através da Direcção Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas

Este concurso, agora na segunda edição, visa distinguir os portugueses e luso-descen-dentes residentes no estrangeiro que se desta-caram no exercício de actividades em diversos sectores da vida social.

Podem concorrer a este concurso todos os portugueses residentes no estrangeiro que se tenham destacado nas várias áreas da artes, trabalho, comunidades, solidariedade, etc. São dez as categorias, a saber: Artes do Espectá-

culo, Artes Visuais, Associativismo, Ciência, Comunicação Social, Desporto, Divulgação da Língua Portuguesa, Empresarial, Humanida-des, Literatura, Política, Profissões liberais

As candidaturas ao concurso devem ser dirigidas e enviadas ao Director Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portu-guesas (doravante denominada DGACCP), Largo do Rilvas, 1399 – 030 Lisboa – Portugal ou para o e-mail: [email protected] até ao próximo dia 17 de Março de 2009.

Os prémios serão entregues numa ceri-mónia pública designada a “Gala dos Prémios Talento 2008”, a realizar no dia 26 de Junho de 2009, no Convento do Beato, em Lisboa, Portugal, e com transmissão directa pela RTP1, RTP I e pela RDP.

Candidaturas devem ser enviada até 19 de Março de 2009

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ComunidadesUSA Dec 2008 3

630Faltas de deputados no Parlamento

português na última legislatura

Todos sabem quanto os nossos deputados na Assembleia da República se esforçam, trabalhando em proveito de quem os elegeu. Só que, muitos nem abrem a

boca e outros vão lá poucas vezes, ou saiem de férias antecipadas. Foi o que aconteceu recentemente à bancada do PSD . Durante a votação de um projecto do CDS que propunha a suspensão da avaliação de professores a oposição teria vencido (alguns deputa-dos do PS votaram a favor e outros absteram-se) não fosse o caso de terem faltado nesse dia apenas 30 deputados do PSD (o maior

partido da oposição),ou seja, quase metade do total de social-democratas eleitos.

“F A L A T Ó R I O... a falar é que a gente se (des)entende

Nota: As opiniões e afirmações aqui expressas não coincidem necessariamente com as dos proprietários e editores da revista

Conhecem o actor Sacha Baron Cohen? Aquele que encarna a figura de Borat, um jornalista do Cazaquistão que fez um filme nos Estados Unidos onde tentava perceber a cultura desta país? Pois, devem conhecer. O que não sabem é que ele foi buscar a inspiração para a figura do Borat ao nosso genuíno e verdadeiro artista popular Quim Barreiros. É verdade, veja a capa do disco do Quim e descubram as diferenças...

Borat

E o burro sou eu?

em 2006 15,4 milhõesem 2007 16,1 milhõesPrevisões para este ano: 14,2 milhões

A crise também anda de carro...CArros vendidos nos estAdos Unidos

O Boavista, que conquistou o campeonato da I Liga em 2001, anda pelas ruas da amargura, como se sabe. Longe vão os tempos de glória e das vitórias e a equipa milita hoje na divisão de honra, sem qualquer honra, atirado para meio da tabela, com as instalações penhoradas e processo atrás de processo a correr nos tribunais. É triste ver o Boavista, instituição que faz parte do património da cidade do Porto, nesta penúria e sem ninguém que lhe acuda. Nem um daqueles capitalistas que gostam tanto de aparecer nas televisões e nas revistas de charme a dar opinião sobre tudo e mais alguma coisa.Pois o Boavista, com tantos sócios de nomeada, gente ilustre da política, do mundo dos negócios e do espectáculo não tem que lhe dê a mão? Vejamos:Recentemente, um grupo de 400 sócios e simpatizantes de luxo do Boavista resolveram fazer um jantar de solidariedade para angariar fundos para ajudar o clube. Foi no palácio da Bolsa e as pessoas, a fazer fé pelas imagens de televisão, estavam todas bem vestidas e contentes a falar à TV, tudo gente da “massa”. Mas, no final apenas conseguirem angariar... 20 mil euros! Pasme-se, 20 mil euros a dividir por 400 pessoas dá... 50 euros a cada um. Então esta é a solidariedade dessa gente da massa e das televisões? Nós aqui nos Estados Unidos, nas festas das nossas comunidades, com gente que ganha muitas vezes menos que esse grupo de notáveis que estavam naquela festa, ultrapassamos os 20 mil dólares para qualquer causa. E não é preciso juntar 400 pessoas...

Quim Barreiros inspirou Borat?

18% da população portuguesa vive na pobreza, ou seja, com menos de €370/mês

13 litros é quanto cada português consome de alcoól por ano, segundo a OCDE

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4 Dec 2008 ComunidadesUSA

O primeiro deputado português no Quebec

Parlamento federal do Canadá tem agora dois deputados portugueses

alexandra Mendes tomou posse recen-temente como deputada federal no Canadá, depois de ter conseguido vencer as eleições na reconta-gem que pediu no seu círculo eleitoral de Brossard-La Pra-rie, margem sul de Montreal, na província do Quebeque. Alexandra Mendes torna-se assim a primeira mulher portuguesa eleita deputada federal no Canadá.

Alexandra Mandes tinha pedido a recontagem dos votos por suspeita de fraude. “O nosso pedido baseia-se na incompetência do director de escrutínio, pois este último teve a audácia de inscrever nos resultados preliminares da

O MiniStériO da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal vai conceder, em 2009, 10 bolsas de estudo para mestrado e doutoramento de luso-venezuelanos, anunciou o embaixador português em Caracas, João Caetano da Silva.

João Caetano da Silva falava no Centro Português de Caracas para várias centenas de pessoas, na cerimónia de entrega da segunda edição do “Prémio Jovem Estudante Santander Universidades ao Desempenho Académico, a Nível de Licenciatura” que contou com 11 finalistas.

“O período de candidatura a estas bolsas será entre o próximo dia 2 de Dezembro e 28 de Fevereiro de 2009 e a concessão efectiva das mesmas terá início em Outubro de 2009”, pre-cisou o diplomata. Por outro lado, explicou, “a intenção de Portugal é premiar a excelência e o mérito dos jovens luso-venezuelanos que representam o futuro, destacando, na Vene-zuela e em Portugal, o que fazem e os sucessos de 2ª e 3ª geração de luso-venezuelanos que tanto podem contribuir para fortalecer ainda mais no futuro o relacionamento entre os dois países”.

Segundo Caetano da Silva, as bolsas de estudo procuram ainda dar a conhecer “a imagem de Portugal moderno, europeu e desenvolvido de 2008 (...) mas também abrir caminhos, em conjunto, para o futuro, numa perspectiva de estreito relacionamento” entre os dois países. O diplomata vincou ainda que desde que chegou a Caracas elegeu “os empresários e os jovens como dois sectores prioritários (...) a fim de assegurar o reforço da presença de Portugal e dos portugueses” naquele país latino-americano.

Mário Silva (natural dos Açores) e Kaith Martin (luso-canadiano), os dois outros congressistas de origem portuguesa no Parlamento do Canadá

Portugal dá Bolsas de Estudo a alunos luso-venezuelanos

eleição dados de um relatório (acta) de escru-tínio de uma mesa que não correspondem, nem de perto nem de longe, aos que lhe foram transmitidos pela escrutinadora que assinou a acta real. Só com esta informação, passei de uma situação de derrota por 102 votos a uma situação de vencedora por 41”, explicou à Lusa a nova deputada luso-canadiana.

A par de se tornar na primeira mulher por-tuguesa eleita para a Câmara dos Comuns em Otava, Alexandra Mendes é simultaneamente o primeiro deputado de origem portuguesa escolhido na província do Quebeque.

Com a eleição passam agora a existir dois luso-canadianos no Parlamento federal cana-diano, mais um luso-descendente. Alexandra Mendes, que nasceu em Lisboa, junta-se agora

ao deputado federal açoriano Mário Silva, da província do Ontário.

OS consulados honorários de Portugal em Bilbau (Espanha), Durban (África do Sul), Orleans e Tours (França), Santos (Brasil) e Windhoek (Namíbia) vão praticar actos de re-gisto civil, notariado, recenseamento eleitoral e emitir documentos de viagem.

Esta medida de excepção surge na se-quência da reestruturação da rede consular consagrada no Diário da República. Por nor-

Alexandra Mendes

ma, os consulados honorários são estruturas que representam o Estado português mas não dispõem de competências para tratar dos actos consulares, nomeadamente actos de registo civil e de emissão de documentos. No entan-to, aquando da reestruturação consular, que determinou o encerramento, despromoção e concentração de vários postos, foi prometido que alguns consulados honorários iriam pra-ticar actos consulares.

A reestruturação consular gerou uma grande contestação tendo os emigrantes rea-lizaram várias manifestações de rua.

Consulados honorários praticam actos de registo civil

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ComunidadesUSA Dec 2008 5

1 Lawrence J Ellison Oracle 192.92 2 Frederic M Poses Trane 127.10 3 Aubrey K McClendon Chesapeake Energy 116.89 4 Angelo R Mozilo Countrywide Financial 102.84 5 Howard D Schultz Starbucks 98.60 6 Nabeel Gareeb MEMC Electronic Mats 79.56 7 Daniel P Amos Aflac 75.16 8 Lloyd C Blankfein Goldman Sachs Group 73.72 9 Richard D Fairbank Capital One Financial 73.17 10 Bob R Simpson XTO Energy 72.27 11 Richard S Fuld Jr Lehman Bros Holdings 71.90 12 Steven Roth Vornado Realty 71.85 13 Marijn E Dekkers Thermo Fisher 69.00 14 Steven A Burd Safeway 67.17 15 Gregg L Engles Dean Foods 66.08 16 Nicholas D Chabraja General Dynamics 60.26 17 Leslie H Wexner Limited Brands 56.06 18 David C Novak Yum Brands 54.91 19 John T Chambers Cisco Systems 54.77 20 William R Berkley WR Berkley 54.60 21 Ray R Irani Occidental Petroleum 54.40 22 Bradbury H Anderson Best Buy 49.26 23 John W Rowe Exelon 47.68 24 Robert W Lane Deere & Co 47.19 25 John B Hess Hess 46.78

Em contrapartida, Warren Buffet, um dos homens mais ricos da América, CEO da Berkshire Hathaway durante os últimos 43 anos, ganha apenas 100 mil dólares por ano. E já doou ao longo da sua vida 31 mil milhões de dólares para obras de caridade. Vive na mesma casa que comprou há 50 anos quando se casou, conduz o seu próprio automóvel todos os dias para o trabalho, compra bilhetes em económica quando viaja de avião e não usa roupa de marca nem telemóvel nem vai a festas da socialite. Porque será?

John Thai, CEO da Merrill Lynch pediu um bónus de $10 milhões no ano fiscal de 2008

Quanto ganham os CEO’s mais bem pagos da América?Com a recente crise financeira e consequente crise económica que afecta todo o mundo, com empresas a falir e outras a pedirem apoios ao Estado, veio ao de cima de novo a questão dos obscenos ordenados e bónus dos CEOs das com-panhias, directores executivos responsáveis pelo dia-a-dia da empresa. Em Abril deste ano a revista Forbes publicou a lista dos 500 mais bem pagos da América. Aqui fica a lista dos primeiros 25, com a sua compensação anual (calculado entre salário e bónus) em milhões de dólares. Vejam quem está no 11º lugar e no último.

nº nOME EMprEsA $ MiLhõEs/AnO

nuMa altura de crise como a que atraves-samos, em que muitos CEOs de empresas recusaram bónus (houve até um que pediu que ele fosse dividido pelos empregados) ainda há quem não tenha vergonha nenhu-ma na cara.

Veja-se o caso de John Thain, CEO da Merrill Lynch, a casa financeira que foi salva da falência ao ser comprada pelo Bank of America. Não é que Thain não teve proble-mas em pedir ao comité de directores um bónus de 10 milhões de dólares? Recusado, claro. E os bancos que receberam milhões do Estado, o que fazem? Recusam empréstimos e cobram hipotecas sem escrúpulos.

Como é possível?

eM Portugal, um país de baixos ordenados, qualquer compensação de um CEO médio assume logo foros de escândalo, tendo em conta que o ordenado mínimo ronda os 380 euros e os salários dos trabalhadores portu-gueses são menos de metade dos seus colegas da zona euro. Os últimos estudos da OCDE dizem mesmo que os ordenados líquidos dos portugueses baixaram 2,6% em 2006. Em 2007 e 2008 devem ter baixado mais.

Quanto aos CEOs das nossas empresas, há quem ganhe mesmo muito bem relativamente ao ordenado mínimo. Caso da EDP (mais de 230 mil euros/ano). Conhecidos é o caso do presidente do Banco de Portugal (um dos chefes dos bancos centrais europeus mais bem pagos) e dos ex-directores do BCP. Em termos absolutos, Constâncio ganha mais do dobro do presidente do Federal Reserve dos EUA, Ben Bernanke: 250 mil euros anuais contra 140 mil. Comparando com o rendimento de cada país, a diferença é ainda maior: Constâncio ganha 18 vezes o rendimento per capita de Portugal,

contra 4,2 vezes de Bernanke. Os números são do Jornal de Negócios.

o segundo mais rico é frugal

E em Portugal?Vítor Contâncio ganha mais que o presidente do FED americano

Suazo, jogador do Benfica, ganha mais por mês que a equipa do Estrela da Amadora inteira

Outro exemplo de bons ordenados (em-bora haja mais no mundo do futebol) é o de Suazo, jogador do Benfica, que ganha mais num mês que a equipa inteira do Estrela da Amadora, da primeira divisão. Por acaso os jogadores do Estrela estão sem receber orde-nado há meses...

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ComunidadesUSA Dec 2008 7

a crise económica que afecta os Es-tados Unidos e o resto do mundo parece estar também a ter as suas

consequências nas férias deste fim de ano das comunidades portuguesas dos Estados Unidos. Em conversa com alguns agentes de viagem de cidades onde se concentram as comunidades portuguesas na costa leste, desde Nova Jérsia a Rhode Island, pudemos concluir que na ge-neralidade os portugueses estão a viajar menos neste Natal e fim de ano para Portugal.

No entanto, essa diminuição é menos evidentes em Nova Jérsia do que nos outros estados e, segundo os agentes ouvidos, tem também a ver com outros factores e não apenas com a recente crise dos mercados financeiros.

Para António Reis, proprietário da Agên-cia Arcos de Newark, Nova Jérsia, uma das maiores da cidade, implantada há mais de 30 anos junto da comunidade portuguesa, nota-se de facto “uma diminuição nas reservas deste ano”.

“Para esta época de fim de ano houve uma baixa nas reservas que se explica pelo clima de incerteza que se vive no mundo do trabalho, pois as pessoas têm receio de perder os seus empregos”, explica. Quanto ao Verão, ainda é cedo para dizer, pois, segundo aquela fonte, “os portugueses não fazem planos com muita antecedência e começam só a comprar os seus bilhetes para o Verão depois de Fevereiro e muitos só o fazem mesmo em cima da hora”.

No entanto, e atendendo aos dados que já possui, António Reis mostra-se muito preocu-

pado e não tem dúvidas que o verão de 2009 vai ser muito “pior do que os anteriores por causa da crise económica”.

“Na comunidade portuguesa o Natal e fim de Ano não são época de muitas viagens, como o Verão, por isso os que têm intenção de ir vão independentemente da crise”, diz António Reis.

“Apesar disso nota-se que há uma baixa este Natal, até porque os preços das viagens continuam altos por causa das taxas de com-bustível que ainda não desceram”, acrescenta.

Do outro lado do rio Hudson, em Long Island, estado de Nova Iorque, Isabel Gomes, co-proprietária da Atlântico Travel de Mineola, parece notar mais a crise na sua agência.

“Houve uma grande baixa na procura de viagens para Portugal nesta época de Natal e fim de ano”, diz o agente de viagens.

“Mas isso já se vinha a notar desde o Verão passado, que foi muito pior do que o de 2007 por causa do elevado preços dos bilhetes”, acrescenta. Essa baixa, segundo Isabel, notou-se mais nas famílias numerosas, com 4 ou 5 pessoas, que “este ano não viajaram tanto como nos anteriores”.

“Com as viagens aéreas entre $1000 e $1300 ( 798 e 1040 euros ao câmbio actual) e a desvalorização do euro face ao dólar, muitas famílias pura e simplesmente optaram por não ir a Portugal este ano”, diz a mesma fonte.

Quanto ao Natal, diz, “é fácil concluir que houve uma grande baixa pois basta ver que tanto a TAP como a Continental (as duas companhias com voos directos de Newark para Lisboa e Porto) ainda têm muitos lugares livres nos dias que antecedem o Natal, o que

não acontecia noutros anos”, explica.Em relação ao Verão, Isabel Gomes tem

a mesma opinião do seu colega de Newark: é ainda cedo para fazer previsões de quanto será a percentagem da baixa nas viagens:

“Os portugueses fazem as reservas em cima da hora uma vez que hoje em dia nenhuma companhia sai com promoções de Verão, e além disso obrigam ao pagamento do bilhete no acto da reserva”, explica Isabel.

Ainda em Long Island, João Marques, pro-prietário de outra das agências mais antigas da comunidade portuguesa, a Martins, fundada em 1984, diz que já tem números para a quebra verificada este ano: “no mínimo 20 por cento de vendas a menos”, diz.

Esta quebra, segundo João Marques, “vinha já a registar-se desde os dois últimos Verões por causa do elevado preços das viagens e da diferença cambial entre o dólar e o euro”, reflexo dos altos preços do petróleo e da crise económica que já começava a abater-se sobre os Estados Unidos e o resto do mundo.

Verão de 2009 poderá ser um dos piores dos últimos anos

Para esta fonte, e face a estes números, “o Verão de 2009 deve ser um dos piores dos últimos anos”, pois só agora a comunidade por-tuguesa está a começar a sentir alguns efeitos do desemprego na construção civil, a área que emprega mais emigrantes portugueses nesta área de Nova Iorque.

Um pouco a norte, em Waterbury, no estado de Connecticut, Manuel Batáguas, proprietário da Agência One Stop há 30 anos, diz que nota igualmente uma baixa nas viagens deste final de ano, mas que a diminuição da procura de viagens para Portugal por parte da comunidades portuguesas se verifica já desde há dois a três anos a esta parte.

“As viagens são muito caras e os tempos são de crise, mas há outros factores que explicam a redução da viagens para Portugal, como sejam o fim da emigração portuguesa para os Estados Unidos”, diz Batáguas.

“Com as primeiras gerações a envelhece-rem cada vez mais, que eram as que alimenta-vam este mercado para Portugal, é natural que se note uma diminuição”, justifica.

Quanto ao Natal, “os portugueses nesta área nunca foram muito de viajar nesta época do Ano, pois geralmente têm cá a família mais chegada e a restante vão visitá-la no Verão”, diz

Crise também afecta viagens dos emigrantes a Portugal

Menos bilhetes vendidos para o Natal e poucas reservas para o Verão de 2009, que se espera muito mau

por António Oliveira (ComunidadesUsA)

(conclui na página 44)

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ComunidadesUSA Dec 2008 9

Os empresários podem candidatar-se a fundos da União Europeia desde que em parceria com empresas europeias

Empresários portugueses da diáspora com acesso a verbas comunitárias

Os empresários portugueses no estrangeiro vão poder ter acesso a verbas comuni-

tárias em parceria com empresas de Portu-gal ao abrigo do programa governamental NetIvest, segundo a Secretaria de Estado das Comunidades. "Haverá pela primeira vez um programa organizado dirigido aos empresários das comunidades portuguesas, numa parceria inédita com as câmaras de comércio", disse António Braga em Lisboa, à margem da assinatura de um protocolo com a Confederação Interna-cional dos Empresários Portugueses (CIEP).

Segundo António Braga, o novo programa "cria condições para favo-recer o desenvolvimento de parcerias no sentido de estimular a inter-nacionalização da economia portuguesa". Na prática, explicou, o relacionamento entre as empresas de portugueses no estrangeiro e as empresas em Portugal assentará na procura de oportunidades comuns de negócio e no acesso aos fundos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).

"São programas que estão a ser dirigidos a que os empresários das comunidades que tenham parcerias com empresas portuguesas sediadas em Portugal possam beneficiar dessas oportunidades. Estamos a criar as condições para desenlver esse programa dirigido aos portugueses da diápora", sublinhou.

António Braga escusou-se a adiantar o

montante global das verbas disponíveis para esse fim, bem como a partir de quando será possível candidatar projectos.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) e a CIEP assinaram um protocolo que estabelece as bases de colaboração dos dois organismos para potenciar a internacionali-zação das empresas portuguesas. O protocolo, com duração de três anos, prevê que a CIEP

disponibilize aos MNE as informações e os contac-tos da sua rede PBlink- Portuguese Business Link, que segundo João Flores, presidente da CIEP, conta actualmente com cerca de seis mil membros activos e mais de 70 mil potenciais aderentes.

Por seu lado, o MNE compromete-se a criar na sua rede consular um "balcão de aces-so" às oportunidades de negócios constantes da base de dados da PBlink. Para António Braga, a assinatura deste protocolo é o "primeiro pas-so" para mobilizar os empresários da diáspora para parcerias com empresários nacionais nos negócios, mas também nos investimentos em Portugal.

João Flores destacou a importância do "aval" e dos recursos logísticos disponibiliza-dos pelo Governo nesta parceria, considerando que existem agora os meios para tornar efectiva a colaboração dos empresários nacionais com as cerca de 120 mil empresas de portugueses que se estima existam no estrangeiro.

OS PORTUGUESES que vão viajar para o estrangeiro podem registar-se no “site” da Secretaria de Estado das Comunidades para poderem ser contactados caso surja alguma situação de crise no país onde estão. O objec-tivo do Governo ao lançar este novo serviço — “Registo de Viagem”— é ter uma noção de quantos portugueses estão de férias ou em negócios no estrangeiro e evitar situações como as que ocorreram recentemente com os atentados na Índia e as manifestações na Tailândia, onde diariamente surgiam novos portugueses.

“Nestas situações o tempo é muito im-portante e com este sistema antecipamos o trabalho de pesquisa (de cidadãos)”, disse o secretário de Estado das Comunidades, An-tónio Braga. De acordo com o governante, tanto na Índia como na Tailândia, “o apare-cimento sucessivo de cidadãos nacionais que se apresentavam” aos diplomatas portugueses naqueles países “foi crescendo de dia para dia em função do agravamento da situação e não permitiu, desde o início, conhecer com rigor os portugueses que se encontravam localmente a viajar”.

“Acarreta maior dificuldade quando as cir-cunstâncias de informação sobre o número de pessoas que está em cada momento em cada país não é claro, para a rede diplomática e consular poder dar esse apoio”, disse. O sistema agora criado vai permitir “ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, por vontade própria das pessoas que vão viajar, conhecer em cada momento o número de pessoas que estão nos diferentes pa-íses para onde há viagens organizadas e, a partir desse registo, monitorizar as diferentes situações e, se necessário, contactar as pessoas e mobilizar recursos para intervir”, indicou.

O registo deve ser feito em www.secomu-nidades.pt

Portugueses que viajam podem registar-se no sítio da Secretaria de Estado das Comunidades

A revista ComunidadesUSA, através dos seus editores, directores, “publisher”, colaboradores e correspondentes deseja a todos os seus assinantes, leitores, anunciantes e comunidade em geral Boas Festas e um Bom Ano de 2009, agradecendo a con-tinuada confiança.A todos o nosso obrigado.

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Conselho das Comunidades Portuguesas: tudo menos consensualPolémica eleição do Conselho Permanente foi impugnada e processo em tribunal continua à espera de resolução

O Centro Cultural de Belém acolheu, em Outubro, a reunião do Plenário do novo

Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP). Pela primeira vez, desde a sua criação, em 1996, o CCP realizou uma reunião do seu Plenário fora da Assembleia da República. Talvez por isso mesmo, esta tenha sido tudo menos uma reunião consensual.

Golpes, congeminações, luta de bastidores e muita trama mancharam a imagem do Con-selho das Comunidades. No final, a vitória da lista de “última hora” venceu à tangente (31-29) a lista consensual em que todos apostavam.

O conselheiro de Macau, Fernando Go-mes, foi eleito presidente do Conselho Perma-nente das Comunidades Portuguesas (CPCP). António Fonseca (França) foi escolhido para vice-presidente e Alcides Martins (Brasil) para secretário. A escolha do presidente ocorreu quase 24 horas depois da eleição do Conselho Permanente, na qual venceu a Lista B, compos-ta por António Fonseca, de França, Fernando Gomes, Macau, Alcides Martins, Brasil, Cle-mentina Santos, Canadá, e Teresa Heimans, Holanda, com 31 votos. A Lista A, constituída por José João Morais, Estados Unidos, José Alves, Brasil, Eduardo Dias, Luxemburgo, Ana Pereira, Austrália, e Maria Fernandes, África do Sul, obteve 29 votos. Foram também contados quatro votos nulos.

Contudo, a polémica gerada durante a escolha e votação das listas candidatas ao Con-selho Permanente acabou numa impugnação das eleições, entregue no Tribunal Adminis-trativo de Lisboa.

Instaurado pelo conselheiro Eduardo Dias, eleito pelo círculo do Luxemburgo, o processo assenta em vários pressupostos, entre eles, as supostas irregularidades no universo de conselheiros que votou. Segundo o conse-lheiro eleito pelo Luxemburgo, votaram 64 conselheiros quando apenas 63 estavam em condições de o fazer. A questão prende-se com a ambiguidade da nova lei do CCP que prevê conselheiros eleitos com direito a ser eleitos e a votar, e conselheiros nomeados pela Secre-taria de Estado das Comunidades, mas que a

lei não esclarece se podem ou não votar para o Conselho Permanente.

Por outro lado, considera ainda ilegal que o presidente da Mesa (Luís Panasco) tenha prolongado em trinta minutos o período de recepção de listas para, segundo afirmou, permitir o aparecimento da lista B (que viria a vencer as eleições).

Os factos, na primeira pessoa:“1º – Ninguém andou a oferecer lugares na

noite que precedeu o inicio do Plenário. Houve uma reunião informal, no Hotel Zurique, onde estiveram 15 pessoas que concordaram com um projecto e uma estratégia. Nessa reunião participaram pessoas que depois de darem o seu acordo e a sua palavra de honra de homens e mulheres crescidos e sérios, 24 horas depois, sofriam de “alzheimer” profundo. Deve ser da idade!

2º – No primeiro dia do plenário, após a eleição da mesa, da aprovação da Ordem de Trabalhos, do Regulamento de Funcionamento do Plenário e durante a apresentação do relató-rio do Conselho cessante, foram apresentadas duas listas: a Lista A completa e com o acordo de todos os membros que a integravam e uma Lista B que continha 3 nomes que não acei-tavam figura nessa lista, o que era e é motivo para a sua não aceitação. Mas devido à boa-fé e espìrito construtivo dos elementos da Lista A, aceitou-se um encontro com o líder da Lista B (António Fonseca) para se chegar a um con-senso e a uma lista única. Participaram nessa reunião: Luis Fonseca, Luis Panasco, Eduardo Dias e José Morais.

Esta reunião teve lugar durante a hora de almoço e chegou-se a um acordo global e em bloco que devia ser proposto e votado no reinicio dos trabalhos às 14h30.

Os termos desse acordo incluiam a com-posição da Mesa do Plenário (já votada) o

Por fim, o conselheiro garante que durante a votação para a eleição do Conselho Perma-nente, “encontravam-se na sala elementos do Conselho cessante que perturbaram o desen-rolar dos trabalhos e do voto”. Decorridos dois meses, o processo está ainda a decorrer no Tribunal. Entretanto, o advogado Miguel Reis, que representa o conselheiro Eduardo Dias, so-licitou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros que lhe fosse enviada a acta da reunião.

Sabe-se, entretanto, que o “pseudo” Con-selho Permanente terá marcado uma reunião para os dias 7, 8 e 9 de Janeiro, num expediente que mais não é do que uma tentativa para colocar a funcionar algo que legalmente não tem poder.

Eduardo Dias, subscritor da impugnação, explica o que aconteceu

Conselho Permanente e os Presidentes das Comissões que iriam integrar também eles o Conselho Permanente. Era, repito, um acordo em bloco e global que cada uma das partes teria que assegurar!

Do lado da lista A, tudo foi respeitado, nomeadamente a saída do Eduardo Dias de membro a eleger directamente para o Conse-lho Permanente, em contrapartida de assumir a Presidência de uma das Comissões. O Antó-nio Fonseca deu o seu acordo e confirmou-nos depois que obteve o acordo dos membros que integravam a sua lista, nomeadamente o Alci-des Martins e dos seus colegas de França.

Tudo parecia caminhar no bom sentido: Uma lista única que satisfazia os grandes e os pe-quenos países e também as diferentes regiões.

Só que, e aqui é que ninguém sabe porquê, talvez o Presidente da Mesa saiba, em vez de se apresentar e explicar à Assembleia de forma clara e transparente os termos e as condições do acordo e solicitar o voto. O que se passa e que se altera a ordem dos trabalhos, se passa primeiro à constituição das Comissões com toda a balbúrdia daí decorrente em relação a quem se inscreve e em que comissões , sendo o número de inscritos superior àquele que a Lei permitia (12), mas a Lei também diz que cada conselheiro pode integrar duas comissões de pleno direito. Ou seja, a Lei tinha e tem mais olhos do que barriga (Mais uma das heranças absurdas da maioria do Conselho Permanente

(conclui na página seguinte)

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cessante).O que é um facto é que a confusão se ge-

neralizou e o resultado foi que a Presidência da Comissão da Participação Cívica e Política que, nos termos do acordo deveria caber ao Eduardo Dias não aconteceu. Os Conselheiros de França eleitos e nomeados (uma conselheira nomeada só apareceu no primeiro dia para votar e logo a seguir desapareceu que nunca mais ninguém a viu), inscreveram-se em massa nesta Comissão e impuseram a escolha de Paulo Marques.

A conclusão é clara, o António Fonseca não assumiu ou não foi capaz de assumir o acordo e a palavra dada.

Questionado pelo José Morais e pelo Luis Panasco sobre esta situação, reconheceu a falha e concordou em retirar-se da lista para o Conselho Permanente cedendo de novo o lugar ao Eduardo Dias, na medida em que a França já tinha asse-gurada a sua presença no Conselho Permanente por intermédio do Paulo Marques.

Assim, a Lista de consenso existente há hora de almoço voltava à situação inicial, com os mes-mos pressupostos, acautelar as pequenas e gran-des comunidades e a diversidade geográfica.

A lista foi apresentada com 17 proponentes e foi a única lista apresentada nos termos e den-tro do prazo legal. Não havia outra. Dever-se-ia passar ao voto.

Mas eis que, de novo, se começa a discutir quem está e não está na Lista. O Fonseca que dá o dito por não dito, proponentes que dizem que já o não são (como se isto de assinar documentos e propostas fosse uma brincadeira de crianças, absolutamente para esquecer).

O CCP é ou deveria ser uma organização de pessoas sérias, integras e honestas, muitas não o são, como se pode ver pelo arrazoado em cima.

3º – Na eleição participou quem devia e quem não devia. Estavam na sala pessoas que nada tinham que ver com o Conselho (ex-conselheiros que discutiam com os conselheiros eleitos, sabe-se lá do quê , gente dos partidos políticos).

Não houve qualquer comissão eleitoral. A Mesa não se pronunciou sobre a aceitação ou não das Listas. O caderno eleitoral de quem po-dia ou não podia eleger e ser eleito não foi visto, nem aprovado por ninguém. Uma bagunçada de primeira!

Aqui estão 3 elementos duma história que o tempo e os intervenientes acabarão por contar. Espero que com verdade! Para bem da sua ima-gem e da sua credibilidade!

A decisão de introduzir uma impugnação judicial só occorreu no dia 22, ou seja, muito dias depois da reunião e a partir de Bruxelas. Estes são os factos!”

(Eduardo Dias)

CCP: impugnacão(conclusão da pág. anterior)

O Clube de Fans do Basquetebol, escola de basquetebol móvel e única em Portugal, que movimentou mais de 26.000 partici-pantes no ano lectivo 2007/2008, realizou, entre os passados dias 17 a 22 de Outubro, uma viagem histórica aos Estados Unidos da América, com duas jovens alunas, Ma-riana Baptista, de Olhão, e Ana Simões, de Borba, no âmbito de um sorteio realizado em todas as escolas visitadas no ano lectivo 2007/2008.

A deslocação, patrocinada pela compa-nhia aérea americana “Continental Airli-nes”, ao nível das passagens aéreas, e pelo empresário luso-americano, Comendador José João Morais (Revista ComunidadesU-SA), ao nível da estadia, proporcionou às crianças vencedoras do aludido sorteio e seus encarregados de educação momentos únicos e inesquecí-veis.

Na verdade, a co-mitiva deslocou-se à loja oficial da NBA, em Nova Iorque, visi-tou o “Basketball Hall of Fame” (um autênti-co templo do basque-tebol) e teve ainda o privilégio de assistir ao vivo a um jogo da NBA entre a equipa dos Boston Celtics e os New Jersey Nets, em Boston.

No final do jogo, aconteceu o momen-to alto do programa, visto que a comitiva conheceu quase todos os jogadores dos Boston Celtics, com quem tirou fotografias e recolheu autógrafos. É bom ter presente que os Celtics são os campeões da NBA em título, pelo que conhecer estrelas como Paul Pierce, Kevin Garnett, Ray Allen e outras, constituiu um momento muito especial na vida das crianças e de todos os elementos da comitiva, onde se incluía o Presidente do Clube de Fans do Basquetebol, Nelson Tereso, que é luso-americano.

A viagem foi um assinalável êxito em todos

Clube de Fans de Basquetebol nos jogos da NBA com apoio da revista ComunidadesUSA

os aspectos, tendo proporcionado momentos únicos e memoráveis na vida destas duas crian-ças e seus pais. O objectivo do CFB é manter esta iniciativa para o presente ano lectivo 2008/2009, alargando assim esta iniciativa a mais crianças do nosso país.

CLUBE DE FANS DO BASQUETEBOL Rua Dr. Augusto Batalha, Nº 8 – 3º Dtº 2600 – 417 Alhandra •Tel. 21 950 19 66Tlm. 96 250 21 31/34 Email: [email protected]

O presidente do CFB, nélson Tereso, com a jovem Ana Avó simões durante um jogo da nBA e em baixo com o jogador dos Celtics J.r. Giddens

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Reitora na Universidade de San Diego, professora, autora e activista na área da educacão

tell us about your portuguese roots.Meu pai (that is the only name I have ever

called him) is Manuel Sousa Cordeiro. My fa-ther speaks Portuguese. He is 84 years old and is a retired carpenter. My parents and I were raised in New Bedford Massachusetts which has a large Portuguese community. His parents were also born in the US, but his grandparents, in whose home he lived along with his parents, were born in the Azores. There were from Pico and Fayal. My mother is deceased. Her maiden name was Dorothy Peters. Her father was Portuguese and when his parents came from Portugal (Sao Miguel) they changed their name from Pedro to Peters. My mother’s mother was born in Ireland so my mother was half Portuguese. My mother understood Por-tuguese, but did not speak it very well. Thus, my sister and I are ¾ Portuguese.

I can read Portuguese well, I understand Portuguese, but I don’t speak it very well. When I was growing up I spoke some Portuguese with my grandparents and father, but it was a time in America when children were discouraged from speaking languages other than English. Because I have always valued my Portuguese heritage, I studied Portuguese for three years in college. Because I lived in Venezuela and Spain, I speak Spanish fluently; thus when I speak Portuguese I often insert Spanish vocabulary. Even though I am married, I never took my husband’s last name. I love being called ‘Paula Cordeiro’ and I am so proud of my heritage and name.

Where you grew up and what type of Portuguese influences did you have?

I attended K-12 schools in the New Be-dford area: both Catholic (for elementary

school) and public schools (secondary scho-ol). I graduated with a BS in Education from Bridgewater State College. I have a masters in Teachers of English to Speakers of Other Lan-guages (TESOL) from Rhode Island College and an Ed.D. from the University of Houston in Texas. My doctoral degree is in Educational Leadership.

Church participation was an important element of my youth. We attended the “Portu-guese” church. There are many different ethnic groups in the New Bedford area and for those of us who were of Portuguese heritage our local church was the hub of activity. The annual Por-tuguese festa (Feast of the Holy Ghost) was one of the most important days of the year—never to be missed. The parade with the statue of the Blessed Virgin being carried on a bier by the local elders of our community was a special part of the parade, as was the young girl who was chosen annually to stand on another bier and pose as Mary. I always want to be that

Paula Cordeiro é mais uma luso-americana em destaque no meio académico nos Estados Unidos, e não só. Reitora da School of Leadership and Education Sciences da Universidade

de San Diego, na Califórnia, professora, educadora e autora de vários livros sobre educação (“Educational Leadership: A Problem-Based Approach” , “Multiculturalism and Tqe: Addressing Cultural Diversity in Schools”, entre outros) viajante compulsiva das quatro partidas do mundo, tem ainda tempo para dirigir uma organização, que ela criou, dedicada à promoção da literacia em comunidades locais de jovens, ser conselheira e ajudar a melhorar as suas escolas. Filha de pais origi-nários dos Açores, Paula nasceu em New Bedford sendo actualmente também presidente da San Diego Council on Literacy e responsável por programas que visam a melhoria da qualidade do ensino forne-cendo treino a educadores e administradores. Paula Cordeiro é uma autoridade na sua área e uma referência quando falamos em educação e liderança. Aqui fica a entrevista de mais uma luso-descendente, orgulhosa das suas raízes, em destaque nos Estados Unidos.

Paula Cordeiro

paula Cordeiro

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girl, but alas, that dream was never achieved! I returned to New Bedford last year just to attend the festa. How I miss malasadas, fava beans, linguica, carne de espeto, Madeira vino, sweet bread, cabra sandwiches and many other foods. San Diego has a Portuguese community, but the annual festa is so small in comparison.

tell us a little bit about your professional career, dreams you had when you was young and what areas did you study.

Because New Bedford has not only newly arrived immigrants, but also people like myself and others who are third and fourth generation, the community halls were always having wonderful family oriented events. I so much miss the huge weddings with families and friends and Portuguese music that were held in the local social club halls. In fact, when ever I return to New Bedford and go to my favorite Portuguese restaurant—Antonio’s—I pass by one of those social clubs and eu tenho saudades!

What is your relationship with Portugal? do you go there often? What about your family?

I have visited Portugal six times. I know the Azores well and Madeira. Also, I have spent quite a bit of time in Lisboa and north of the city. This past June I spent two weeks in Braga and Lisboa. Since I am a university dean and professor, I tend to be connected to faculty in universities. My family also goes to Portugal every few years. Mostly they go to the islands, but they too have been to the mainland.

You start your career teaching english as a Second language. What made you go to Spain and Venezuela to teach and what made you come back to the united States?

I wanted to go abroad because I developed

an interest in other cultures as a young child growing up in New Bedford, a seaport filled with ships from around the world. Also, my father would always talk about the great Por-tuguese sailors and explorers and their travels to Goa, Macau, Brazil, Mozabique, Angola, etc. I wanted to visit those places, they sounded so exotic. I would hear family stories of my great-grandfather who worked in Goa and later in Macau. We would get letters from family friends and cousins from those exotic places. So, over the years I have made sure I visited each of those cities and countries.

As a teenager I wanted to get to know people from other nations and I believed that understanding their dreams would help me to be a better teacher which was always my goal. I love trying to speak other languages and eat foods from other cultures. Since I grew up in a family that was not affluent, I knew that the only way I could travel in those days would be if I taught abroad. Thus, my TESOL masters degree allowed me to experience the world. I have only lived in two other countries, but I have worked in schools and universities around the world.

tell us about your position at the uni-versity of San diego and your interest in education.

I have been Dean of the School of Leader-ship and Education Sciences (SOLES) here at the University of San Diego for a little more than 10 years. We are a graduate school and offer teaching credentials, masters degrees and doctoral degrees. I have had the enormous pleasure of expanding the faculty and student body. We have approximately 45 faculty, 25 staff members and 1000 students. Besides just completing a beautiful new building for our school, we are especially known for our inter-national work. This past September we started our new requirement for all students. Before graduation, they must have an international experience; thus we partner with schools, universities, and NGOS around the world. We also have faculty and students from many different countries.

You are an author with some published books all about education. Since you have a lot of experience from your trips abroad, what is your opinion about the american education compared to other continents and countries?

The US has much to learn from other educational systems. It is absurd that our schools do not require students, beginning in

elementary schools, to study a second langua-ge. We should in fact offer our students a third language. When our test scores in math and science are compared to many other industria-lized nations, we are not faring well. Too many Americans have been ethnocentric in their beliefs about education. I am a big proponent of internationalizing the Pk-12curriculum: it not only will help the US to be economically competitive, but it is simply good education for children in the 21st century. Thus, much of my writing and the keynote speeches give are about these topics.

tell us about the organization created by you that promotes literacy among students in local communities.

I have been involved in adult literacy for many years. I consider the Brazilian educator Paulo Freire to be one of my heroes. Being literate is empowering so I work with various organizations that focus on family literacy. I am the Past President of the San Diego Council on Literacy which is an umbrella organization for many literacy programs in our county. I want learners, whether they are children or adults, to achieve their dreams; they can’t do so if they can’t read.

You travel a lot. What are your favorite places? is Portugal among them?

By now you probably know why I travel so much. It is so wonderful to share with people who have different languages, customs, and perspectives. I learn so much from them. I know what colonization, whether it was the British, French, Dutch or Portuguese means. So, I realize it is not politically correct to talk about the former Portuguese colonies as my favorite places, but they are. I don’t think those former colonies would have been my favorite places when the Portuguese were in power – I can’t bear any form of oppression. But what I see today is a fabulous mixing of cultures in those nations. Just walk down the main streets of Maputo, or Macao, or Salvador (Brazil) — look and listen. One hears Portuguese, the foods are this wonderful blending of the local culture with a Portuguese influence, and the people are so inviting — I feel so comforta-ble in those environments—those countries aren’t my home, but we share some common thread of Portuguese culture and they feel so comfortable to me.

Thanks for this opportunity to think about my heritage. Eu tenho saudades.

Obrigada!

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Simone de Oliveira e Victor de Sousa na Festa da Língua Portuguesa da Proverbo

Continuando a tradição, a Proverbo trouxe este ano até à sua Gala anual mais três

artistas portugueses de primeiríssimo plano para um espectáculo de grande qualidade e muito bom gosto. Tratou-se de “Conversas de Camarim”, com Simone de Oliveira, Victor de Sousa e o pianista Pedro Feist, que actuaram no Sport Club Português de Newark, NJ, numa sala cheia de um público muito atento e conhecedor.

A Gala da Proverbo, a secção cultural do Sport Club Português, marca desde há alguns

anos o calendário cultural da comunidade portuguesa nesta costa leste dos Estados Unidos. Tudo começou com a vinda de Pedro Barroso, seguindo-se depois Vitorino, Manuel Freire, Victor Almeida e Silva com Balula Cid e José Fanha. Todas as edições foram uma homenagem à língua portuguesa e este ano não foi diferente, pois a Gala denominou-se muito apropriadamente “ Festa da Língua Por-tuguesa” reunindo escritores, poetas, pintores, escultores, fotógrafos, jornalistas, actores e outros defensores da nossa cultura.

Este ano a Proverbo homenageou mais alguns nomes da comunidade que se têm distinguido nesta nobre missão de promover e defender a nossa língua, nomeadamente a

professora Lúcia Lopes e a Escola Luís de Camões, de Newark, o cardio-logista Joaquim Correia, António Oliveira, professor da Escola Infante D. Henrique e editor da revista ComunidadesUSA, Fernando Rosa, activista comunitário, e Alberto Veloso, director do rancho Folclórico do Sport Club. Todos eles, cada um à sua maneira, têm traba-lho feito na divulgação da cultura portuguesa nos Estados Unidos contribuindo para que a nossa língua seja cada vez mais universal e importante no multiculturalismo norte-

americano. Nota digna de registo foi o facto das escolas comunitárias de língua portuguesa terem sido lembradas nesta homenagem.

Quanto ao espectáculo foi aquilo que se esperava. Durante mais de uma hora Simone de Olivera e Victor de Sousa, acompanhados ao piano por Pedro Feist, viajaram através do livro “Camarim Com Janela para a Rua”, de Varela Silva (que foi marido da actriz e cantora) misturando histórias com canções co-nhecidas e poemas como se estivessem nos bastido-res do teatro (camarim)

à espera de entrar em cena. É um espectáculo onde se mistura a saudade com a memória, as lágrimas com os sorrisos num estilo muito informal e quase familiar mas que funciona como autêntico documento de um tempo áureo do nosso espec-táculo onde se recorda Varela Silva, Ary dos Santos, Eugénio de Andrade e Miguel Torga. É uma viagem no tempo com saudade, sim, mas sem a nostalgia dos programas-memória. É que Simone e Victor de Sousa, apesar de serem dois pesos-pesados do nosso espectáculo, são ainda duas figuras muito actuais que provaram estar em

Comunidade portuguesa provou mais uma vez que também adere a espectáculos de qualidade

grande forma e nos abriram o apetite para ver novos trabalhos. Talvez de novo no Sport Club Português em Newark, quem sabe. Agora que a Proverbo lançou uma campanha para com-prar um piano para esta magnífica sala, seria um desperdício não lhe dar uso com artistas como estes. É que na nossa comunidade existe também público para estes espectáculos de grande qualidade. Pena é que seja apenas a Proverbo a ter a coragem de os organizar. E só de ano a ano.

A Festa da Língua Portuguesa contou ainda com uma mostra de artes plásticas que decorreu no Museu do Sport Clube Português e uma Feira do Livro. E reuniu ainda gente de outros países de expressão portuguesa, o caminho a seguir para estas festas. Por isso, os dois convidados de honra foram o cônsul de Portugal em Newark, Francisco Azevedo, e a embaixadora de Angola nos EUA, Josefina Pitra Diakite.

Uma nota final para o coro de jograis da

Proverbo, que cantou no início da noite, e os nossos parabéns ao João Martins e à Glória de Melo e a todos os proverbianos que continuam a apostar na nossa língua e cultura trazendo-nos os grandes poetas, escritores e músicos portugueses.

Os Jograis da proverbo

O Dr. Joaquim Correia, um dos homenageados, recebe uma placa das mãos do presidente Albano Ferrão sob o olhar da embaixadora de Angola em Washington e do cônsul de portugal em newark, nJ

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16 Dec 2008 ComunidadesUSA

N A M A R G E M D E C Á

por Lélia Pereira da Silva Nunes*, lha de Santa Catarina, Brasil

a crónica do Brasil

Árvore de Natal do Gato PretoAquela era uma árvore de verdade! Araucária abatida lá na costa da serra e vendida de porta em porta pelo “seo Dileto,” italiano di oriundi

Para Maria Beatriz Rocha-Trindade,amiga e irmã

“And so this is XmasFor weak and for strong

For rich and the poor onesThe world is so wrong

And so happy XmasFor black and for whiteFor yellow and red ones

Let’s stop all the fight A very Merry Xmas

And a happy New YearLet’s hope it’s a good one

Without any fear “John Lenon, Merry Xmas (War is Over)

As cidades se vestem para o Natal cada ano mais cedo. Estamos ainda curtindo a Primave-ra e por todos os lados é visível a preocupação com as festas natalinas, passagem de ano e férias de verão.

Lembro que na nossa casa a mãe enfeitava a árvore de Natal no primeiro dia de dezembro. Deixava prontinha, com presépio e tudo. Claro que, como manda a tradição, sem a figura do Menino Jesus que só era colocada na manje-doura na Noite Santa e os Reis Magos a seis de janeiro. Nada era esquecido: a barba de velho, os seixos para a gruta de Belém, a estrela de ou-ropel, as delicadas bolas e enfeites de todos os tamanhos, cores e feitios que brilhavam no tre-mular das velas coloridas presas nas pontas dos galhos, mais tarde substituídas por cordões de pequeninas lâmpadas pisca-pisca a cintilarem com sua luz branca, iluminando nossa árvore como os pirilampos que brilham em noites de verão. Chumaços de algodão eram espalhados aqui e acolá, entre os galhos do pinheiro, para fazer de conta que eram flocos de neve que caíam como naqueles lugares distantes da América e da Europa que ilustravam os calen-dários fotográficos da Kodak e da Agfa. Meu pai-fotógrafo recebia-os a cada final de ano. Imagens encantadas. Perdia-me admirando cada detalhe ou guardando carinhosamente

os selos postais que revelavam o seu longo percurso. O imaginário voava e sonhava com aquelas paisagens natalinas cobertas de neve tão diferentes do meu Brasil tropical.

Aquela era uma Árvore de verdade! Arau-cária abatida lá na costa da serra e vendida de porta em porta pelo “seo Dileto,” italiano di oriundi, que vivia no outro lado do Rio Tuba-rão. Hoje, leis ambientais rígidas proíbem seu corte e árvores made in China ornamentam nossas salas, o cheiro do pinho faz parte da memória. Principalmente uma memória que com freqüência se intromete na vida corrente trazendo um pedaço da minha existência de um jeito muito terno e querido. “O tempo é a substância do que sou feito,” ensina o poeta argentino Jorge Luís Borges. O meu tempo, tanto o de ontem como o de agora, será sempre presente e eternamente novo. Ontem os dias eram esticados, tardes compridas, infinitas, as horas marcadas com lentidão por relógios morosos. Como custava chegar o Natal! Só no verão, no último mês do ano, em dezembro. Agora, engolimos as horas, o ano se esvai na força da corrente e cada vez mais nos reduz. São as mudanças do tempo, “que ora nos traz esperanças, ora nos dá a incerteza” escreveu o gaúcho Mário Quintana. O espanto justi-ficado!

O Natal de 2008 vai chegando apressado, carregado de prendas.

Da América, a prenda maior, a eleição de Barack Obama energeniza o mundo. Ventos fortes da mudança sopram a mensagem da reconquista da autoridade moral baseada na igualdade, na tolerância, na oportunidade para todos, fortalecendo o ideal democrático. A corrente do “Obamismo” é pura vibração e se alastra por toda parte. Respingará na margem de cá? É a esperança da nossa gente! Do Brasil, sem crise com a crise que sacode o mundo, o bota fé na esperança bendita de que Deus é brasileiro e por aqui tudo acaba bem.

Assim, nem bem outubro se encerra e o Natal já está nas ruas, praças e lojas a deslum-brar a vista. Não há quem resista a seu apelo de valor simbólico extraordinário. O clima

natalino vai tomando conta do coração da cidade. Respira-se Natal em outubro. É a magia do Natal, a celebração do amor, do perdão, da amizade inquebrável. Não é preciso acrescen-tar mais nada, apenas deixo seqüestrar o meu coração, mergulho no espírito da época que o tempo aproxima e trato de vivê-lo.

Aconteceu em Lisboa, na última segunda-feira de outubro, na véspera de retornar para o Brasil. Sol imenso. Lojas se abrindo. Cheiro de outono. Ao longo da Avenida da Liberdade árvores com folhas amarelecidas davam um ar etéreo à paisagem matinal. A elegante artéria

lisboeta que me leva da Praça do Marquês à do Rossio despertava preguiçosa do fim de semana agitado em que fora palco de um evento esportivo. Agora, quase recomposta, pulsava em ritmo de segunda-feira.

Sigo nas minhas deambulações pela com-prida avenida. Vasculho na bolsa a enorme

* Texto escrito em português do Brasil, onde vive a autora

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ComunidadesUSA Dec 2008 17

lista de “encomendas” das filhas e neta. Para dar cabo de tal agenda pré-natalina concluo que a melhor solução é pegar o Metrô, linha azul, descer na estação Colégio Militar, direto no Colombo. Dito e feito. Em pouco tempo, já estou no maior centro comercial da penín-sula Ibérica, circulando de loja em loja, uma babilônia de vitrines lindas, e tentadoras. Empunho “a famosa listinha de prendas” e vou dissecando item por item.

Horas depois, carregada de sacolas e feliz com as “comprinhas” paro extasiada em frente à montra da Loja do Gato Preto, uma casa de artesanato e decoração que se encontra por todos os lados e que toda gente conhece. Em exposição, uma árvore de Natal magnífica. Alinda-me os olhos! Não são os seus belos e de-licados enfeites vermelhos, dourados, pássaros, anjos, borboletas em profusão que me atraem. É a arvore, só ELA. Enorme, mais de 2 metros de altura. Aquela é a árvore da minha infância que o espelho da memória, num clique, reflete com todo esplendor mítico. Um inexplicável sentimento de “déjà vu” toma conta de mim. Fecho os olhos e até sinto o cheiro da araucá-ria, pinheiro de verdade, nascido do pinhão

plantado por uma gralha azul. Se ainda não estava vestida com o clima natalino, agora sou a própria mamãe-Noel. Com certeza, quero levá-la custe o que custar. Assim decidida entro na loja. Preço ótimo em euros (e em reais). Made in Tailândia, altura 2,20m.

– Vou levar, digo a um vendedor simpático que por acaso é brasileiro e que me responde com sotaque descansado lá das Minas Ge-rais.

– Não temos. A que está na montra não podemos vender.

Percebendo o meu desaponto, o rapaz confere o estoque e de pronto informa que na filial do Chiado eu vou encontrar e já deixa reservada uma em meu nome. Beleza! Sem grandes demoras corro para o Chiado, subo esbaforida e cheia de sacolas a Rua do Carmo e alcanço a Loja do Gato Preto. Lá estava a árvore à minha espera numa caixa enorme de papelão, com mais de 2m de comprimento por 0,50cm de largura. Uma jovem sorridente explica que o tamanho não seria problema, tira-se da caixa, acondiciona-se bem pra via-gem e eu posso levá-la numa boa. Afinal, pesa apenas 15 quilos.

– Como, pesa 15 quilos?! Não posso acredi-tar. Tinha a cabeça na lua. Desabo. Como pude esquecer-me deste pequeno detalhe? Mais um volume era impensável. Desisto?! Água fria derramada, como esta chuva que assola a terra catarinense, neste fim de novembro, flagelando minha gente, apagou a fogueira do meu entusiasmo. O meu desejo que até então tateara as nuvens se desfez em fumaça.

Fecho o relicário da memória e fica para trás a alegria quase infantil de atravessar o Atlântico com uma árvore daquele tamanho na bagagem. Esboço um sorriso amarelo, sem graça, desolada e hesitante sentencio baixinho: “senhorita, por favor, desculpe-me não tenho condições de levar uma árvore desse tamanho para o Brasil.” Deixo a loja levando a fantasia da árvore às costas e o corpo vestido com o espírito natalino.

Quem disse que desisti?!Ainda volto pra buscar a árvore do Gato

Preto e nela vou pendurar as doçuras da vida, os sonhos, os momentos, o beijo gostoso, a vibração da amizade e o amor, a energia que im-pulsiona a minha vida, que guardo aqui dentro e que é maior que todas as árvores de Natal.

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João de Brito

Foi recentemente lançado o livro "Ashes to Life – A Portuguese Ame-rican Story in Art", obra coordenada pelo pintor português residentes na

Califórnia João de Brito que abarca a obra de quatro pintores luso-americanos — Nathan Oliveira, Mel ramos, João de Mattos e o pró-prio Brito.

O livro faz parte da exposição com o mesmo nome que marca o 50º aniversário da erupção do vulcão dos Capelinhos e a con-sequente onda migratória de açorianos para os Estados unidos, sobretudo para a zona da Califórnia.

Segundo João Brito, estas são duas ho-menagens, “através da arte, à resistência, à coragem e ao espírito de imaginação de um povo que apesar da tragédia, conseguiu começar uma nova vida do outro lado do Atlântico para onde trouxe as suas esperanças e ambições a par da sua ética de trabalho e dos seus valores”.

João Brito disse ainda que esta iniciativa nasceu de “um desejo da parte destes artistas de reconhecer e homenagear a terra onde estão as suas raízes e de partilhar com a comunidade portuguesa a sua casa, a zona da baía de São Francisco, e o mundo multicultural que é a América numa perspectiva artística desta viagem”.

O livro é uma obra de grande qualidade gráfica, com fotografias dos artistas e de alguns dos seus trabalhos e textos/entrevistas de Paul Karlstrom. A par disso o leitor encontra ainda fotografias da época da erupção do vulcão dos Capelinhos e da jornada emigratória dos milhares de açorianos que no final da década de 50 deixaram o Faial em direcção à Cali-fórnia. É, por isso, um documento histórico inestimável de uma época e de um povo e ao mesmo tempo uma mostra do talento de quatro luso-americanos.

“Ashes to Life – A Portuguese American Story in Art Book” é uma edição da HConcept, de Capitola, CA e pode ser adquirido nos locais habituais ou através do e-mail [email protected]

Quem é João de Brito?

João de Brito nas-ceu em Vila Franca do Campo, São Miguel, Açores, e emigrou para a Nova Inglater-ra, Estados Unidos, em 1968, acabando por se radicar na Cali-fórnia onde vive e trabalha actualmente. Os primeiros passos nas artes foram dados ainda na terra natal, mas a sua formação artística propriamente dita deu-se nos Estados Unidos, onde frequentou várias escolas até se tornar paisagista reconhecido pelo uso expressivo que faz das cores brilhantes. O seu trabalho insere-se naquilo que geralmente se designa na literatura por realismo mágico e surrea-lismo, aqui adaptado à pintura por causa das suas cores e paisagens inspiradas nas ilhas dos Açores.

O seu percurso na pintura inclui traba-lhos com impressionistas tais como William B. Hanum e Mark Geller ou o tradicionalista David A. Leffel. Diz-se influenciado pelos pintores fauves franceses, os impressionistas californianos ou os pós-impressionistas da Society of Six, nomeadamente Selden Gile e August Gay. Cita ainda como fonte inspiradora o luso-americano Nathan Oliveira e o artista açoriano Domingos Rebelo, Vieira da Silva e Paula Rego.

A obra de João de Brito inclui sobretudo paisagens e exteriores baseados na natureza inspirados na sua terra natal e nos grandes vales californianos. Os seus quadros fazem parte de colecções privadas importantes e do acervo de vários museus nos Estados Unidos e na Europa.

A Câmara Municipal de Vila Franca do Campo adquiriu recentemente a casa onde nasceu para alargar o museu municipal.

João de Brito é director artístico da Stone Art Gallery em Oakland, Califórnia e temsido responsável por várias iniciativas de divulga-ção da arte e cultura portuguesas na área de

São Francisco, a última das quais foi esta “Das Cinzas à Vida” sobre a obra quatro artistas luso-americanos.

João de Brito diz que o seu interesse na pintura começou em criança quando olhava extasiado para os vitrais coloridos das igrejas de São Miguel, “uma fonte visual estimulante”, segundo ele. Esse interesse foi crescendo à medida que via obras de arte, quer em museus quer em casa dos amigos de seu pai, e daí até começar a criar os seus primeiros desenhos foi um passo. No entanto, foi nos Estados Unidos que deu corpo ao sonho. Considera-se, acima de tudo, “um observador da vida que vê e vive as cores com mais intensidade e capta impressões de paisagens e pessoas em tons positivos”. “Um colorista impressionista em fluxo constante”, acrescenta.

Quanto à sua obra, diz que as suas pin-turas tanto podem ser de paisagens como de pessoas ou de cenas do quotidiano, mas o que importa mais é “criar imagens que mantêm a sua vitalidade e levem o observador a desco-brir elementos novos que despertem a alegria nas pessoas”. Os Açores, a sua terra natal, são uma constante: “O sol, o mar, todo o ambiente açoriano permeia a minha pintura física e mentalmente, de uma forma intrínseca”, diz.

O pintor-poeta das cores

João de Brito no seu estúdio e a capa do livro “Ashes to Life – A portuguese American story in Art”

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Joana Vicente, produtora de cinema ra-dicada em Nova Iorque, diz que hoje é arriscado investir em cinema por causa

da conjuntura económica, mas mostrou-se confiante numa mudança política nos EUA.Joana Vicente recordou os primeiros passos no cinema norte-americano e contou o que espera de um país que considera já a sua primeira casa.

Joana nasceu em Macau, estudou Filosofia em Lisboa, foi assistente de Maria de Lurdes Pintassilgo no Parlamento Europeu e trabalhou nas Nações Unidas até se decidir pela produção de cinema nos Estados Unidos em parceria com o marido, o produtor Jason Kliot.

Ainda antes de atravessar o Atlântico, Joana Vicente foi assistente de produção de António-Pedro Vasconcelos e Paulo Branco e teve uma breve participação como actriz num filme de Alain Tanner.

Em Nova Iorque, onde vive há quase vinte anos, fundou com Jason Kliot a Open City Films e a HDnet Films, empresas com as quais assinaram cerca de quarenta produções cinematográficas independentes para reali-zadores como Brian de Palma, Alex Gibney, Steven Soderbergh, Hal Hartley, Todd Solondz e Jim Jarmuch. Joana Vicente explica que a produção que faz "é bastante criativa", porque o envolvimento num projecto começa quase sempre no desenvolvimento do guião, a partir de uma ideia ou de um livro.

"Eu gosto imenso de produção, mas a parte que me faltava era essa parte criativa. Sobretu-do quando trabalho com realizadores que não

têm muita experiência dá-me imenso prazer tentar dar-lhe todos os instrumentos possíveis para que consigam realizar da melhor maneira a visão deles", disse Joana Vicente.

A produtora concordou que o mercado norte-americano é muito competitivo e tudo se resume a uma questão de sobrevivência, onde os filmes são o bilhete de identidade para conquistar respeito e reputação.

"No nosso caso dizem que temos bom gosto nos filmes que escolhemos. Mesmo sendo completamente diferentes, não há um filme nosso que não seja muito original, com uma visão especial, que puxa um bocadinho os limites, seja esteticamente, socialmente, po-liticamente. Tem sido esse o nosso objectivo", disse. Actualmente, o cinema norte-americano sofre as consequências da crise económica in-ternacional, opina Joana Vicente: "Se bem que os filmes são à prova de recessão, investir em cinema tem imenso risco, portanto está tudo

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um bocadinho parado". A esperança de Joana Vicente está depo-

sitada em Barack Obama e, se tivesse já a na-cionalidade norte-americana, era nele que teria votado para presidente dos Estados Unidos.

"(…) Há ainda há uma América muito racista e muito ignorante e os republicanos têm umas máquinas de boicotar... E é incrível estarmos onde estamos, que o Obama tenha conseguido ser candidato e eleito e tenha o suporte que tem", considerou.

Agora Joana diz que vai pedir a nacionali-dade norte-americana. Só não o fez ainda por-que "não queria ser americana com o Bush".

Aos 45 anos, Joana Vicente não sabe se regressará a Portugal, até porque os dois filhos são americanos e é lá que diz estar a sua casa.

"Nasci em Macau, vivi lá três anos, vivi em Moçambique, vivi na Madeira. Eu, no fundo, já vivi mais tempo em Nova Iorque do que vivi em Lisboa. Já sinto que é `home´", disse.

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22 Dec 2008 ComunidadesUSA

Marisa, a fadista portuguesa mais premiada no estrangeiro, volta aos Es-tados Unidos e Canadá em 2009 para aquela que é, talvez, a sua digressão mais ambiciosa, em termos de espectá-culos, desde que actua na América do Norte. A digressão de 2009 inicia-se a 13 de Fevereiro em Toronto e termina a 2 de Maio em São Francisco, na Cali-fórnia. Pelo meio fica um concerto no histórico Town Hall de Nova Iorque, cidade bem conhecida da artista. O espectáculo de Mariza é a 28 de Fe-vereiro, pelas 8 horas e os bilhetes são vendidos a $45 e $50.

Nova Iorque é uma cidade onde Mariza se tem dado muito bem e onde o sucesso é garantido pois esgota sem-pre os seus concertos. Recorde-se que

já actuou no Town Hall e no Carnegie Hall sempre com casa cheia. As criticas da imprensa americana também lhe têm sido favoráveis.

O mesmo acontece, no entanto, na Califórnia e um pouco por todas as outras cidades onde americanas e canadianas onde tem cantado. É que nos últimos anos, muito graças aos prémios internacionais que a fadista tem ganho e ao sucesso da chamada “world music”, os americanos parece que redescobriram o fado.

A digressão de Mariza pelos Estados Unidos inclui concertos em Chicago, Massachusetts, Connecticut, Pensil-vânia, New York, New Hampshire, Vermont, Virgínia, Tenesse, Califórnia, Arizona.

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23 Dec 2008 ComunidadesUSA

Numa noite de Natal, observou os mais pequenos a competir pela quanti-dade de presentes. Para recuperar o

espírito natalício lançou à família o desafio de trocar parte das lembranças por uma prenda para quem precisa.

“Antes do Natal, era uma esforço comprar presentes para as mais de 40 pessoas que com-põem a família. Mas o que mais me começou a chocar foi perceber que as noites de Natal estavam a centrar-se nos presentes”, lembra Rui Câmara Pestana, pai de cinco filhos e avô de seis netos.

O projecto de família, como lhe chama, começou há cerca de seis anos e nasceu da ideia de um livro que contava a história de um grupo que se lembrou de colocar na árvore de Natal um envelope com dinheiro para ser usado por quem mais precisa.

“Juntámos os sobrinhos, que são 16, e pro-pusemos que passassem a receber de todos os tios apenas um presente e que o dinheiro que

Natal: Dar um presente a quem precisa é gesto cada vez mais seguido

por Vanda Proença, da LUSA

Depois da sua passagem pelas salas de cinema na África do Sul, Portugal e Moçambique Terra Sonâmbula, a pri-

meira longa-metragem de Teresa Prata baseada na obra homónima de Mia Couto, estreará em 35 cidades nos Estados Unidos. O filme será distribuído pela The Global Film Iniciative e está integrado na mostra Global Lens 2009 que inclui somente 10 filmes.

Terra Sonâmbula abrirá a mostra, no dia 14 de Janeiro de 2009, no Museum of Modern Art de Nova Iorque (MOMA) onde ficará por uma semana e depois seguirá para mais 35 cidades americanas. Este filme já foi galardoado nos festivais de Kerala (prémio FIPRESCI; Fede-ração Internacional de Críticos de Cinema),

Pune (prémio de melhor realizador), Fama-fest (prémio da Lusofonia), Milão (prémio SIGNIS) e Indie Lisboa (prémio do público e menção honrosa da Amnistia Internacional).

E já esteve nos festivais de Montreal, Rio de Janeiro, Mannheim, Teerão, Londres (Birds Eye View), Copenhaga, Varsóvia (Afrikamera), Zanzibar, Granada, Melbourne, Amesterdão (Africa In The Picture), Harare, Oslo (Films From The South) e Cartago.

Terra Sonâmbula estará, ainda este ano, nos festivais de Calcutá, Verona, Cairo e em competição no Bursa International Film Fes-tival na Turquia.

Baseado no livro de Mia Couto, "Terra so-nâmbula" conta a história de um menino que,

Filme da portuguesa Teresa Prata estreia em Janeiro nos EUA

‘Terra Sonâmbula’ é a adaptação ao cinema da obra do escritor moçambicano Mia Couto

em busca de sua família, descobre um diário escrito por uma mulher que procura o seu filho perdido. As duas trajectórias, a do menino e a do diário, são contadas em paralelo.

Teresa Prata nasceu em Portugal, passou a infância em Moçambique e a adolescência no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Estudou na Universidade em Portugal e actualmente vive na Alemanha.

Para mais informações consulte http://www.globalfilm.org.

Teresa prata recebe um prémio na Turquia

poupássemos fosse destinado a alguém que precisasse. E eles gostaram da ideia”, conta Rui Câmara Pestana.

Desde esse momento, uns dias antes do Natal, os tios juntam-se e fazem um sorteio para saber que sobrinhos vão presentear nesse ano. Mas o dinheiro que não gastam com os outros sobrinhos é, voluntária e anonimamen-te, depositado num envelope cujo destino é decidido pelos sobrinhos.

“Uma das sobrinhas fez voluntariado em Moçambique e conheceu lá uma família que precisa de ajuda. Os sobrinhos têm decidido ajudar a pagar os estudos de uma menina dessa família. Regressámos assim ao espírito de Natal”, salienta.

O projecto teve ainda uma vantagem ines-perada, segundo Rui Câmara Pestana:

“É que em cada sorteio eu sou levado a debruçar-me sobre o sobrinho ou sobrinhos a quem fiquei encarregado de comprar pre-sentes. E isso faz-me pensar na minha relação com eles, no que eles mais gostam”.

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24 Dec 2008 ComunidadesUSA

Carlos Couto é natural de Pragança, no Ca-daval, mas foi criado em Lisboa. Aos 26 anos, depois de terminado o serviço militar nos Comandos, onde esteve cinco anos, decidiu emigrar para os Estados Unidos. “É difícil explicar porque razão emigrei”, diz à nossa revista. “Não sei, mas sempre senti que per-tencia a esta sociedade, embora até à altura de emigrar nunca tenha sequer visitado este país”, explica. Alguma coisa, que ainda hoje não consegue dizer o quê, o “puxava” para a América, ou talvez fosse só o desejo de “mudar a minha vida e deixar Portugal”.

Carlos recorda os cinco anos que passou

nos Comandos com alguma saudade. Foi um período conturbado da democracia portu-guesa e ele diz que viveu tudo isso às ordens do coronel Jaime Neves. “Foi uma época de sonhos e de ilusões mas também de muita aprendizagem”, diz. “Sobretudo o facto de ter lidado com o coronel Jaime Neves, experiência que me marcou muito e que ditou, sem dúvida, muito do que sou hoje e do sucesso que tive e tenho no mundo dos negócios”, explica. “Foi talvez das pessoas que mais influência teve na minha personalidade e posso dizer que até hoje ainda não voltei a encontrar uma pessoa com tanta dignidade e com tanto sentido patriótico e coragem como esse homem”.

Após abandonar os Comandos, Carlos Couto foi trabalhar com o empresário Jorge de

Brito, “outra pessoa com uma personalidade fascinante e uma visão de negócios extraordi-nária” com quem se manteve durante três anos. “Foi também uma pessoa que marcou a minha formação económica e financeira”, diz.

Mesmo assim, Carlos Couto sentia que faltava preencher algo e que tinha que fazer alguma coisa por si próprio, decidindo-se a vir até aos Estados Unidos em 1984. “Não foi por uma questão financeira, mas sim porque queria tentar alguma coisa de diferente, e por minha iniciativa”, explica.

Nos Estados Unidos, Carlos Couto diz sem qualquer complexo que começou “como toda a gente, e quem disser o contrário tem vergonha do seu passado”, isto é, por baixo, bem por baixo. “Fiz mil e uma coisas”, diz. “Trabalhei em supermercados, cortei relva, fui motorista, fiz trinta por uma linha como todos os emigrantes”.

Uma pessoa que o marcou muito, “no aspecto positivo”, foi Américo de Seabra, o patriarca da família Seabra, hoje proprietá-ria de um pequeno império comercial nos Estados Unidos, para quem trabalhou cerca de dois anos.

“É um homem por quem eu tenho uma

Carlos Couto

Do real estate à aviação: um construtor de sonhos

Carlos Couto é um construtor de sonhos: Na terra e no céu. Na terra vai realizando o sonho americano na área do “real estate”, em New Jersey e na Florida, ajudando centenas de pessoas a concretizarem também

o seu sonho de terem uma casa e erguendo projectos habitacionais de grande qualidade que vende sobretudo a portugueses. No ar, aos comandos do seu avião Cirrus, dá asas ao seu sonho de criança de voar, libertando o “stress” do dia-a-dia e lançando-se à descoberta de horizontes só destinados aos mais aventureiros, destemidos e sonhadores.

por António Oliveira (texto e fotos)

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admiração enorme, uma pessoa humilde que veio de Portugal sem falar uma palavra de inglês e que à custa do seu trabalho e com dignidade construiu o que se vê. Trabalhar com ele também me marcou bastante”, diz Carlos Couto.

São exemplos como este que represen-tam para si o sucesso, mais do que as metas financeiras ou os bens materiais alcançados. “O sucesso não é abrir a carteira e vermos lá muito dinheiro”, diz. “O sucesso é tirarmos partido das pessoas que nos rodeiam, olhar para a parte positiva de cada uma delas e traba-lhar. O sonho americano continua vivo, umas vezes com mais facilidades, outras vezes com menos, mas temos que trabalhar muito e saber aproveitar as oportunidade”, explica.

E Carlos Couto soube percorrer bem essa estrada aproveitando cada uma dessas opor-tunidades que lhe foi surgindo de uma forma honesta e inteligente. Poucos anos depois de ter chegado já ele estava a comprar casa. Curiosamente, foi esta experiência que o levou ao mundo do “real estate”.

“Fui tão mal servido pelo vendedor que me vendeu a minha primeira casa que eu achei que qualquer pessoa podia fazer melhor, decidindo também meter-me neste mundo”, explica.

Nessa altura Carlos era gerente numa garrafeira e começou a vender casas em “part time”, com grande sucesso. Nos primeiros seis meses, mesmo trabalhando a tempo parcial foi um dos melhores vendedores do Century 21 para a costa leste. Isso levou-o a conseguir a licença de “broker” e dentro em breve abriu o seu próprio escritório, independente — Uni-ted Realty, em Newark, NJ —, bem no seio da comunidade portuguesa. Seguiram-se mais escritórios em Union e em outras cidades, todos com o mesmo sucesso. “O segredo é rodearmo-nos de pessoas competentes”, diz.

Três anos depois, e como o negócio pros-perou, Carlos decide ir mais longe e compra o franchising da Remax, que manteve durante dez anos até o vender para comprar escritórios de outra companhia, desta feita a Prudential. “Foi mais por uma questão da Remax não ter acompanhado a evolução do nosso mercado”, explica para justificar o abandono daquela companhia.

A criseNa Prudential, Carlos apostou forte, dupli-

cou o número de vendedores e posicionou-se de novo no topo do mercado de vendas na

áreas de Newark, Union e cidades vizinhas. Hoje, e apesar da crise, ainda tem mais de vinte vendedores. Mas é realista: as coisas estão más para este negócio e quem não amealhou nos tempos gordos dificilmente sobreviverá.

“Já passámos por várias crises e elas vão e vêm e esta é mais uma que temos que ultrapas-sar”, justifica. “Não vale a pena apontar o dedo a culpados pois a culpa é de todos”, acrescenta. “Todos nós comprámos de mais e esbanjámos demais nos últimos dez anos e por isso estamos na situação que estamos. No entanto, apesar de só se falar da crise financeira, eu julgo que há outros factores que levaram a esta situação além dos empréstimos do chamado sub-prime. Um dos problemas maiores que temos actu-almente é a emigração ilegal, pois há cerca de 15 a 20 milhões de pessoas que não estão a comprar nada porque têm medo de serem deportadas amanhã. Os nossos políticos ainda não se aperceberam disso. Outro problema grande que nos levou a esta situação tem sido o aumento das taxas prediais. Os nossos políticos não prestam, falharam e abandonaram-nos. Só sabem gastar e não sabem o que é poupar, como nós, nas nossas empresas. Os políticos só sabem gastar e quando não têm que chegue vão buscar mais aos cidadãos através dos impostos. Veja o que se passou na cidade de Union, onde as taxas prediais subiram talvez 500 por cento nos últimos seis ou sete anos! Isto criou uma enorme pressão junto do mercado imobiliário, por isso o que aconteceu agora foi como que o rebentar da grande bolha onde todos vivíamos. Ora tudo isto levou a que as pessoas deixassem

de comprar”, diz.E para dar um exemplo, Carlos refere que

há sete anos uma casa média na cidade de Union pagava cerca de $1,000 quando hoje paga $9,000. “É claro que os serviços não au-mentaram na cidade e esta gente (os políticos locais) não consegue controlar as despesas”, conclui.

Do construtor à aviaçãoMas Carlos Couto é também constru-

tor, dando corpo a urbanizações na área de Union e Newark, construindo habitações que se distinguem pela sua arquitectura mais ao estilo europeu com acabamentos de grande qualidade e bom gosto. Mas mesmo isso está hoje parado, diz. Neste momento termina uma urbanização em Union, mas tem outras em lista de espera, até o mercado se recompor. Tal como na Florida, estado onde também investiu e que atravessa uma crise ainda maior que New Jersey.

“Na Florida as taxas prediais baixaram substancialmente nos últimos anos, mas nem isso faz as pessoas investir por causa desta crise”, explica. “Pelo contrário, aqui as taxas continuam a aumentar”, acrescenta afirmando que New Jersey enfrenta um “problema sério” neste sector. Problema que ele atribui também à corrupção dos políticos locais. “Os que são apanhados são presos, mas os que não são continuam e destroem-nos o dinheiro todo”, diz. “Parece que esta gente vive num mundo irreal e estão completamente separados dos

No seu escritório da Prudential em Union, New Jersey

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problemas que nos afectam”, acrescenta. Apesar de tudo, Carlos Couto mantém-se

optimista e espera que com a revitalização da economia e a legalização dos milhões de ilegais o mercado imobiliário vai voltar a florescer. “Hoje é completamente impossível um ilegal aceder ao crédito para comprar casa ou outra coisa qualquer, como por exemplo um carro. Ora isto quer dizer que há 15 ou 20 milhões de pessoas que não estão a gastar dinheiro, o que provoca, naturalmente, grandes cons-trangimentos na economia”, diz. Quanto à crise financeira, diz que o problema é dos os políticos que “têm a obrigação de regular e controlar mas não o fazem porque estão com-prometidos”. Mesmo assim, “ tenho esperança, porque a economia capitalista ajusta-se a ela a própria”, conclui.

É com este optimismo e esta coragem, apesar das crises e dos reveses, que Carlos vai construindo o seu sonho americano do dia-a-dia na terra que escolheu para viver e criar a sua família. Pai de dois filhos, ambos formados em universidades e um deles actualmente no serviço militar, diz que quando a pressão aumenta nos negócios o melhor é tirar umas horas e dedicar-se ao seu hobby: voar. É que Carlos Couto tem o brevet de piloto e avião próprio, um moderno Cirrus de 4 lugares, equipado com os mais sofisticados equipamen-tos de voo, que ele usa para viajar entre New Jersey e a Florida, ou para qualquer outro lugar que lhe agrade. Até para simplesmente dar uma volta com os amigos, como fez com a nossa revista levando-nos a sobrevoar Manhattan e a ver a Big Apple de uma forma inesquecível. “É um escape”, diz.

A paixão de voar vem-lhe dos tempos de criança.

“Cresci em Lisboa perto do aeroporto

Em cima, Carlso Couto na cabine do seu avião; Carlos e Peter Couto com a mãe Maria Couto; em baixo, um dos empreendimentos imobiliários de Carlos Couto em Union, estado de New Jersey

a ver aviões todos os dias e sempre desejei voar”, explica. “Depois, quando a gente chega àquela altura da vida em que já fizemos uma parte daquilo que é nos-sa obrigação e temos uma família constitu-ída, acho que é tempo de dar asas aos sonhos. Isto é que é o sucesso para mim, é ter uma família e um grupo de amigos à nossa volta em quem possamos confiar”.

Assim, quando surgiu a oportunidade tirou o curso de piloto aviador em Morristown e comprou o seu avião. Já vai no segundo e a paixão continua, pois sempre que pode escapa-se para voar um pouco. “É um hobby caro, sim, mas quando a pessoa não estraga em outras coisas, pode facilmente ter um avião”, diz. “Por outro lado”, explica, “ter um avião é muito bom em termos de impostos, pois podemos deduzir um grande percentagem nos income tax. Se o avião lhe custar por exemplo 300 mil dólares, a depreciação em termos de impostos faz-se em cinco anos, o que é altamente vantajoso para o contribuinte”, acrescenta.

Hoje, voar para Carlos é como andar de carro ou a pé, uma paixão que se nota bem quando o ouvimos a falar de aviação. “Este é também um dos outros exemplos do sonho americano”, diz. “Se estivesse em Portugal, e mesmo que fosse um empresário de sucesso, dificilmente teria a oportunidade de tirar o curso de piloto, comprar o meu avião e levar os

meus amigos a almoçar a um sítio qualquer”. No seu escritório podemos ver um mapa

dos Estados Unidos com os aeroportos onde já poisou assinalados com pequenos pinos. São muitos e espalhados por todo o país, uma forma de conhecer a América só reservada aos privilegiados. Ou aos que buscam o sonho.

Entre o mediador imobiliário e a pilotagem de aviões, Carlos diz que não escolhe, mas sempre vai dizendo que vender casas é uma qualidade inata da sua veia para o negócio, enquanto que para ser piloto teve que estudar muito. Ambas são actividades que adora e às quais dedica o seu melhor. Com ambição, com coragem, honestidade e humildade. “Sinto-me realizado, a América deu-me de facto as oportunidades que não teria em Portugal e do ponto de vista humano tem sido uma experiência fantástica”, resume assim a sua história de emigração. Mas, do outro lado do Atlântico estará sempre o seu país de coração e a sua terra natal.

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Mais do que um CaféMorais Plaza • Manassas, Virginia

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28 Dec 2008 ComunidadesUSA

C A L I F O R N I A

Gala do Palcus foi até San Josepara atrair luso-descendentes

A XII Gala do Palcus (Leadership Awards Gala) teve lugar este ano em San José, na Califórnia distinguindo cinco figuras da comunidade e duas associações da Califórnia.

Este ano os distinguidos foram a fadista Ana Moura (Prémio Internacional), Mary Alice Gonsalves (Community Service), Frank Gaspar (Literatura), Mel Ramos (Arts) e Elma-no Costa (Education). Quanto às associações, foram galardoadas este ano a Portuguese Oraganization for Social Services and Op-portunities (POSS) e a Portuguese Heritage Publciations of Califórnia).

A Gala foi organizada pelos membros da PALCUS na Califórnia, coordenada por Ân-gela Costa, e contou com o habitual mestre de cerimónias Fernando Rosa, de Hartford, CT.

Na sexta-feira teve lugar na residência ofi-cial do Cônsul de Portugal, Dr. António Alves de Carvalho, a tradicional recepção pre-gala onde o diplomata português e a sua esposa

Da. Teresa receberam mais de 80 pessoas na sua residência em Washington St. em São Francisco.

A Gala, a primeira realizada na Cali-fórnia, teve lugar no futurístico edifício da Câmara Municipal de San Jose sob da batuta competentíssima de Ângela Costa Simões, que trabalhou incansavelmente para que a Gala fosse um sucesso.

Ao abrir a sessão Ângela Costa Simões falou dos objectivos do PALCUS e da razão de organizar a Gala na Califórnia de modo a dinamizar os luso-americanos desta área. A apresentação esteve a cargo de Gigi Graciette, repórter de Fox11 em Los Angeles que con-duziu com mestria e grande profissionalismo uma noite histórica. Criou no ar um senso de portugalidade e orgulho de ser Português. Excelente trabalho.

Depois do Padre Bernardo dar a benção, e de Sharon Xavier de Sousa cantar os hinos

Este ano foram distinguidas figuras nas artes, educação, serviços comunitários e duas associações da California

nacionais, seguiu-se o jantar, onde se encontra-vam luso americanos vindos de vários locais da costa leste e da Califórnia. Aí se encontravam pessoas que não víamos há anos, desde a sua participação em DC.

Entre a assistência encontrava-se Ana Moura, o cônsul António Alves de Carvalho, Jose António Galaz, da Embaixada de Portugal, João de Brito, Hélia de Sousa, o saxofonista Tim Ries, dos Rolling Stones, a acompanhar Ana Moura, Tony Goulart, Jairo Lamiro, do escritório do congressista Devin Nunes, entre outros.

A festa terminou com uma enorme sur-presa. Ana Moura não resistiu aos pedidos e acompanhada de Tim Ries no saxofone entoou no moderno edifício da Câmara o

“Fado Loucura” que foi recebido com enorme e longa saudação de todos os presentes. Com vozes como esta o fado está bem entregue e recomenda-se.

A Câmara Municipal de san Jose, onde decorreu a Gala da pALCUs

Em cima, o cônsul de portugal (direita) com o director exe-cutivo do pACUs e Ângela Costa, a coordenadora da Gala; em baixo, a fadista Ana Moura, segunda da esquerda, com um grupo de presentes

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ComunidadesUSA Dec 2008 29

H I S T Ó R I A

EDUARDO MAYONE DIAS

Duas burlas históricas em Portugal no séc. XXAlves dos Reis e Dona Branca – duas figuras sem relação mas com ambições comuns: ganhar muito dinheiro

As vidas dos autores das duas burlas que sacudiram Portugal no século XX, Alves dos Reis e Branca dos Santos,

pouco de comum tinham entre si, excepto a sua humilde origem, o mesmo lugar de nascimento e uma idade aproximada.

De facto, um lançou-se numa carreira de fraude antes de haver atingido a maioridade, a outra à beira dos setenta anos. Um viu pela primeira vez o interior de uma prisão na sua juventude, a outra já depois dos oitenta. Um preferiu uma existência pública de luxo e ostentação, a outra dias recatados e domés-ticos.

Sem embargo, ambos revelaram tanto uma surpreendente criatividade como o espírito de organização que marcou as suas operações até um inevitável desfecho.

Artur Virgílio Alves dos Reis nasceu em Lisboa a 3 de Setembro de 1898, filho de um agente funerário que acabou na insolvência. Frequentou o primeiro ano do curso de En-genharia, que teve de abandonar devido à precária situação económica da família. Casou então com Maria Luísa Jacobetty de Azevedo, vinda de um meio social superior que não via com bons olhos essa desigual união.

Fugindo a constantes humilhações, procu-rou um emprego em Angola, onde se fixou em 1916. Começara então uma assombrosa car-reira de falsificador. Para concorrer a um lugar de relevo na colónia apresentou um diploma de licenciatura em Engenharia Civil pela na realidade inexistente Polytechnic School of Engineering da Universidade de Oxford.

Como director dos Caminhos de Ferro de Moçâmedes revelou um extraordinário sentido de iniciativa e obteve brilhantes resultados no desenvolvimento da empresa. Empenhou-se também em negócios, nem sempre limpos, de exportação de produtos angolanos para Portugal e conseguiu assim acumular certo capital.

Em 1922 regressou a Lisboa, abriu uma firma de investimentos, a Alves dos Reis, Ltda. e criou um banco, o Angola & Metrópole. Um dos seus projectos, contudo, fracassou.

Com um cheque sem cobertura sobre Nova Iorque comprou um alto número de acções da companhia ferroviária angolana Ambaca.

Pensava vendê-las com lucro antes que a falta de fundos fosse descoberta mas o segundo negócio não se concretizou e Alves dos Reis foi preso. Passou 54 dias numa prisão do Porto até ser absolvido em julgamento e durante esse tempo concebeu um plano de grandiosas dimensões.

Assim, com a cumplicidade de alguns es-trangeiros e portugueses, forjou uma série de documentos em nome do Banco de Portugal e com o aval de outras organizações encar-regou a firma inglesa Waterlow & Sons de imprimir 580 000 notas de 500 escudos. Era um trabalho de que a referida firma normal-mente se ocupava e Alves dos Reis, fazendo-se passar por alto funcionário do Banco pediu o maior sigilo sobre a operação, alegando a sua delicadeza ante a crise económica que então se atravessava.

Um dos seus cúmplices, irmão do Ministro de Portugal na Haia, conseguiu que a remessa chegasse a Portugal pela mala diplomática. Um pequeno revés teve então lugar. Receoso de que o imaculado aspecto das notas desper-tasse suspeitas, Alves dos Reis decidiu deixar uma parte delas toda a noite na banheira de sua casa, o que lhes daria um tom de certo uso. No entanto a tinta desbotou e tudo o que se obteve foi uma banheira cheia de água cor-de-rosa e certo volume de dinheiro sem possível aplicação.

Alves dos Reis, como proprietário de um banco e de uma agência de venda de carros americanos, com conta aberta no National City Bank, de Nova Iorque, levava uma vida elegan-

te e faustosa. Havia inclusivamente comprado para sua residência o palacete conhecido como o Menino de Ouro, a S. Mamede, edifício onde muito depois funcionou o Instituto Britânico

de Lisboa.Também comprou acções do Banco de

Portugal, na esperança de em breve se tornar o accionista maioritário e assim poder abafar investigações sobre a sua fraude.

Entretanto o aumento de circulação de notas de 500 escudos com a efígie de Vasco da Gama começou a levantar suspeitas. Por outro lado tornava-se estranho que o Banco Angola & Metrópole concedesse empréstimos sem acusar qualquer entrada de fundos. As notas de banco tinham contudo a aparência de absolutamente legais e o Banco de Portugal negou existir qualquer irregularidade.

Foi apenas quando um obscuro bancário no Norte de Portugal encontrou por acaso duas notas com o mesmo número de série que o escândalo estalou.

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30 Dec 2008 ComunidadesUSA

A 5 de Dezembro de 1925 a Polícia encer-rou a sucursal do Porto do Banco Angola & Metrópole e nesse mesmo dia Alves dos Reis foi de novo preso. A 7 desse mês o Banco de Portugal ordenou a retirada de circulação de todas as notas de 500 escudos com a efígie de Vasco da Gama.

O mais famoso burlão do seu tempo passou quase cinco anos na Penitenciária de Lisboa até ser julgado e condenado a 20 anos de prisão.

A 7 de Abril de 1945 foi por fim posto em liberdade. Duas décadas eram passadas desde o caso das notas mas não estava completamente olvidada a popularidade que então obtivera como génio financeiro e mesmo potencial salvador das finanças do país.

Anos depois da sua saída da Penitenciária teve lugar um último e anticlimático golpe. Alves dos Reis havia vendido a uma firma de Lisboa 6 400 arrobas de café angolano por sessenta contos, quantia quase irrisória em

relação às suas anteriores operações. No entanto esse café só existia no papel. Pela terceira vez preso, foi condenado a quatro anos de prisão, sentença que não chegou a cumprir, dado que faleceu pouco mais tarde, a 9 de Julho de 1955.

Dona Branca, banqueira do povoMaria Branca dos Santos nasceu em Lisboa

em 1902, de uma família pobre. Foi rápida a sua passagem pela escola primária. Branca era praticamente analfabeta mas dotada de um forte gosto pela matemática e por operações

comerciais. Desde muito jovem praticou o que se poderia designar como uma incipiente actividade bancária. Encar-regava-se então de guardar os ganhos diários de varinas e outros vendedores ambulantes e de os devolver ao fim do dia mediante uma pequena comissão. Famosa pela sua honestidade, em breve viu a sua clientela aumentar.

Muito pouco se sabe da sua biografia. Escasseiam dados sobre o seu estilo de vida, possíveis empregos ou amorios. Parece no entanto ter mantido um “caso” com um banqueiro que talvez a tivesse industriado em segredos do mundo da finança.

Chegaram entretanto os anos 70 e Dona Branca, como era conhecida, lançou-se a uma mais ambiciosa operação bancária. Acei-tava depósitos de aforro sobre os quais pagava 10% mensais de juros (em contraste com os 30% anuais praticados pelas entidades ban-cárias) e concedia empréstimos a juros mais elevados, chegando mesmo a 50% mensais, tudo obviamente à margem da lei.

Os seus clientes vinham de todas as classes sociais e em breve começou a ser conhecida como a Banqueira do Povo. Com a colaboração de familiares e amigos de confiança foi estabe-lecendo uma extensa rede de agências por todo o país. Numa de Lisboa, a de Alvalade, eram notórias à porta as longas filas de clientes. Quando chegava, escoltada por guarda-costas, centenas de pessoas tentavam acercar-se a ela e tocá-la. Havia criado a imagem de um benfei-tora, uma fada boa, quase uma “santinha”.

Apesar da enorme riqueza acumulada, levava uma existência apagada. Morava numa casa modesta mas confortável, não ia a restau-rantes, gostava de uma vida doméstica, vendo telenovelas brasileiras. Com o seu cabelo bran-co bem cuidado, os seus óculos, o rosto sem maquilhagem, parecia uma bondosa avozinha de sorriso sempre pronto. Vestia com singeleza mas certa elegância e as poucas jóias que osten-tava eram discretas embora de valor.

Possuía uma casa de campo e um chalet de praia mas havia-os posto ao nome de primas e sobrinhas que a rodeavam. Mostrava-se ge-nerosa com os seus agentes, oferecendo-lhes carros e auxiliando-os financeiramente em situações difíceis. Revela-se surpreen-dente que por anos as autoridades policiais e bancárias não houvessem interferido com estas operações. Suspeita-se contudo que alguns dos experimentados angariadores ao

serviço de Dona Branca utilizaram processos de suborno.

Era sem embargo uma situação que não se podia manter. Em Março de 1983 o semanário Tal & Qual chamou a atenção dos seus leitores para a estranheza destas actividades. A notícia foi-se divulgando e atingiu mesmo a imprensa internacional. Tardiamente, o Banco de Por-tugal alarmou-se, prevendo a possibilidade da sua bancarrota. Na RTP o Ministro das Finanças acautelou o público sobre o perigo que estas transacções representavam.

Grande número de depositantes acorreu então às agências do chamado Banco do Povo para levantar as suas poupanças e o pânico generalizou-se. Foi o princípio da derrocada deste império financeiro. Muitos colabora-dores de Dona Branca (os ratos a escaparem do navio que se afundava) retiraram o que puderam dos sacos onde o dinheiro vivo se acumulava e procuraram transferir bens imó-veis para seu nome.

Um destes colaboradores era suspeito do assalto a uma ourivesaria, de onde três quilos de ouro haviam sido subtraídos. Numa busca passada à sua residência foi encontrado um cofre contendo 60 000 contos em efectivo e cheques no valor de 90 000.

Para corresponder aos pedidos de levan-tamento de fundos, Dona Branca passou cen-tenas de cheques, muitos deles sem cobertura. A 8 de Outubro de 1984 a Banqueira do Povo foi detida pela polícia e enviada para a Cadeia das Mónicas, em Lisboa.

O seu julgamento, junto com 68 outros arguidos, iniciou-se em 1988 no Tribunal da Boa-Hora, sob a acusação de emissão de cheques sem cobertura, burla agravada, falsificação e abuso de confiança. As sessões duraram um ano e quando as sentenças foram proferidas,24 dos arguidos foram absolvidos mas Dona Branca foi condenada a dez anos de prisão pelo crime de burla agravada. Depois de cumprida parte da sentença, pobre e cega, foi acolhida num lar para a terceira idade. Faleceu a 3 de Abril de 1992. Apesar da sua anterior popularidade, apenas cinco pessoas acompanharam o seu corpo ao Cemitério do Alto de São João.

Os casos de Alves dos Reis e Dona Branca fizeram História tanto em Portugal como no estrangeiro, já que ambos haviam chegado a ameaçar a estrutura financeira do país. Apesar da genialidade que levou ao seu fulgor, ambos resultaram num triste fracasso e em morte na pobreza e quase olvidados.

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ComunidadesUSA Dec 2008 31

V I N H O S

APESAR dos seus seis anos em garrafa, este vinho apresenta uma caracteristica afrutada e mantém um frescor surpreendente, lançan-do o seu lindo vestido de granada escuro. A sua juventude é sentida na boca, e apresenta uma acidez picante, em que sobressai um complexo de frutas, especiarias e flores.

Este trio de aromas revela poucas mudanças, mas ficam derretidos, e harmo-nizados, em que o teor de álcool se afunda numa potência cujos suaves taninos ficam á espreita.

O bouquet vira tomilho, sálvia e é atingi-do por um suco de amora, groselha negra e morango.

Um ligeiro toque de terra, pode ser visto no fundo do copo, que expressa bem o caractér mineral do terreno Português nesta

– Grande Escolha 2001 Quinta do Côtto Douro

Rubi com tom violeta

Elegante com boa complexidade, notas de, chocolate, especiarias, fruta vermelha madura de boa intensidade, ligeiro fumado bem integrado com ligeiras notas florais que conferem harmonia.

Elegante demonstrando um equilíbrio correcto. Bom volume, taninos bem es-truturados e redondos. Final persistente e agradável com notas tostadas conferindo uma sensação agradável.

Peixe gordo assado ou grelhado, pratos de bacalhau, carnes grelhadas.

Situada no coração do mais antigo e tradi-cional sector de produção do Vinho do Douro (Decreto real de 1757), a Quinta do Côtto tem 70 hectares de vinha, mencionados nos documentos mais antigos que referem o esta-belecimento de vinhas no Vale do Douro.

O solar é uma ampla e elegante construção do início do século XVIII sobreposta a uma construção do século XV/XVI da qual ainda podem ser encontrados vestígios. Existem ain-da ruínas da Idade Média, na fachada traseira, que a tradição atribui ao primeiro estabeleci-mento da família Montez no local, antes da fundação da Monarquia em 1140.

jóia Lusitana . O comprimento da sua persistência revela a sua capaci-dade de envelhecimento. Este vinho do Douro, revela ser muito elegante, picante e um pouco aústero. Deve ficar encharcado para preservar a sua generosidade.

O Grande Escolha possui Touriga Nacional e Tinta Roriz . As suas vinhas, com mais de 40 anos , crescem num terreno xis-toso, localizadas na parte inferior do Douro, perto de Peso da Régua. As parcelas que dão o Grande Escolha, ocupam 25 hectares, numa bela quinta com mais de 50 hectares . As uvas ficam a fermentar durante 10 dias depois ficam a macerar mais 21 dias. Segui-damente, o vinho fica a estagiar, à volta de 14 meses, em barricas novas de carvalho Português. Para ser depois degustado para as pessoas com bom gusto!

Confirmando, as nossas decla-rações este vinho saiu no New York Times, com uma boa classificação

Bebido e apreciado numa Adega

Cor

Aroma

Boca

Gastronomia

O QUINTA DO CôTTO

como um “vinho grande com um sabor óbvio de ameixa e sabores picantes (Big and somewhat obvious with ripe plum and spice flavours)”.

Este vinho é importando pela Vintage Trading, Waterbury CT.

por Mariana Simões

A Quinta do Côtto

IMPorTADor PArA oS ESTADoS UnIDoS

23 E Aurora StWaterbury, CT 06708(203) 575-9446

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The Golf CommitteeCc - Chairpersons

John CoelhoJosé Gaspar

Desejamos a todos os ParticipantesColaboradores e Comunidade em Geral

Feliz Natale Prospero Ano Novo

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por Duarte Barcelos (investigador da ilha da Madeira)

A importante contribuição lusa na expansão da América

Os Portugueses no faroeste – Terra a Perder de Vista

aquando da minha primeira visita aos Estados Unidos, em Setembro de 2000, ao abrigo de um intercâmbio com a Brown University, tive o prazer de assistir, na

sede do Departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros, ao lançamento do livro Land as far as the eye can see – Portu-guese in the Old West, de Donald Warrin e Geoffrey Go-mes. Esse evento contou com a presença do próprio Donald Warrin, que discorreu sobre a sua obra. Recordo-me ainda de ouvi-lo falar entusiástica e apaixonadamente deste livro, narrando ainda algumas peripécias que viveu ao longo da sua exaustiva pesquisa de dados para a redacção do mesmo.

Toda a gente “conhece” o Velho Oeste através do cinema.

Na minha juventude as matinées da RTP Madeira apresentavam sobretudo westerns onde apareciam recorrentemente alguns acto-res tais como John Wayne, Kirk Douglas ou Catherine Hepburn, entre muitos outros nomes que o tempo se encarregou de apagar. Durante e após a apresentação de Donald Warrin, comecei a “ver” o Oeste de modo diferente, na medida em que pela primeira vez tomei conhecimento da efectiva presença portuguesa no período da expansão da América.

No pretérito mês de Julho foi lançado em Portugal, sob a chan-cela da Bertrand Editora, a versão portuguesa desta obra magistral, com o título Os Portugueses no Faroeste – Terra a perder de vista. A excelente tradução esteve a cargo de Victor Antunes e a magnífi-

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34 Dec 2008 ComunidadesUSA

A maior parte dos portugue-ses que se aventuraram pelo Oeste selvagem eram oriun-dos dos arquipélagos dos Açores e da Madeira

ca e apelativa concepção gráfica da capa é da autoria de Ana Monteiro, que conseguiu me-lhorar substancialmente a da versão original. Este livro contém 451 páginas, ao longo das quais encontramos os Agradecimentos do autor, a magnífica e abalizada Nota Introdu-tória de Eduardo Mayone Dias, o bem elabo-rado Prefácio, subscrito por Joel Neto, ao que se seguem a Introdução, os nove capítulos da obra, a Conclusão, as interessantes Notas dos capítulos, a extensa Bibliografia, reveladora do denodo empregue nesta investigação inédita, e o útil Índice Remissivo.

A maior parte dos portugueses que se aventuraram pelo Oeste selvagem eram oriundos dos arquipélagos dos Açores e da Madeira que, confrontados muitas vezes com a miséria e a perspectiva de um futuro pouco risonho, decidiram tentar a sua sorte nos Estados Unidos. A viagem até àquele país era feita, regra geral, a bordo dos navios baleei-ros e depois de passar algum tempo na fati-gante caça à baleia, davam o salto para terra firme. Alguns começaram por estabelecer-se na costa leste, em pequenas comunidades, sobretudo em Massachusetts e em Rhode Island, mas outros houve que, mais afoitos, partiram em direcção a oeste. Esta migra-ção, sobretudo em direcção à Califórnia, foi despoletada depois de ter sido encontrado ouro naquele Estado da costa do Pacífico. Por entre os milhares de pessoas que foram em busca daquele metal precioso contavam-se centenas de portugueses, alguns dos quais viram na imensa massa de mineiros uma oportunidade de fazerem negócio, aplican-do as suas economias na compra de vastas propriedades, dedicando-se à agricultura e à criação de gado em larga escala, o que na sua terra natal seria sinónimo de opulência e estatuto social.

Por entre os inúmeros portugueses que ajudaram a povoar o Oeste, uma região por vezes inóspita e selvagem, onde existiam inúmeras tribos de índios que se debatiam contra a invasão das suas terras e estavam

dispostos a defendê-las a qualquer custo, alguns houve que se tornaram lendários. Do-nald Warrin e Geoffrey Gomes abordaram esta temática e apresentaram uma impressio-nante série de dados inéditos e surpreenden-tes sobre estas figuras ilustres, como António Montero, pioneiro do comércio das peles, “«Portuguese Joe» Enos”, lendário criador de gado do Big Bend Country, John «Portugue-se» Philips, herói da fronteira do Wyoming, Thomé Luiz de Freitas, o primeiro dramatur-go do Idaho, entre muitos outros.

Os autores deste livro tiveram o condão de conseguir localizar e aprofundar alguns aspectos da vida de alguns portugueses que se radicaram em Estados do Oeste profundo, tais como o Nevada, o Wyoming ou até o Idaho, entre outros, que por norma nunca eram associados à emigração portuguesa na América, geralmente restrita às zonas cos-teiras, nomeadamente a alguns Estados da Nova Inglaterra e até da Califórnia. Naturais das ilhas, muitos destes homens trocaram a vastidão do oceano pelas imensas pradarias, a “terra a perder de vista”, onde por virtude do trabalho árduo conseguiram impor-se no meio americano, conseguindo tornarem-se no que se convencionou apelidar de self-made man, e realizando deste modo o seu American dream.

Este livro fascinante é de fácil leitura, pois capítulo após capítulo somos impul-sionados a lê-lo na íntegra, pois a espiral de dados apresentados sobre alguns portugue-ses e seus feitos numa América em expansão é simplesmente de cortar a respiração. A leitura e compreensão desta obra é ainda facilitada pela presença de cinco mapas e

sessenta e quatro imagens, muitas das quais inéditas. Alguns destes heróis portugueses haviam pura e simplesmente caído no esque-cimento nas suas terras de origem e este tra-balho louvável de Donald Warrin e Geoffrey Gomes tem o condão de os dar a conhecer e trazê-los para o pátio da fama.

Antes de terminar, gostaria de expressar o meu reconhecimento à Bertrand por em boa hora ter apostado na edição deste livro, que vem contribuir decisivamente para a divulgação, na margem de cá do “Rio Atlân-tico”, da temática da presença portuguesa na América, muitas vezes infelizmente desvalo-rizada no nosso país.

Este livro, a todos os títulos fabuloso, e que recomendamos vivamente, deverá constituir-se como obra de leitura obriga-tória para todos os açoreanos das ilhas e da L(USA)lândia, pois nele estarão certos de encontrar as raízes da importante presença portuguesa num dos períodos mais impor-tantes da História norte-americana. Os even-tuais interessados em adquirir um exemplar poderão fazê-lo por 17.96 Euros através do site www.bertrand.pt ou em qualquer livraria de referência.

Donald Warrin, co-autor do livro com Geoffrey Gomes

“Sabores de Portugal” lançado nos Estados UnidosA jornalista residente em Portugal Alaxandra Ramos lançou recentemente em Newark, New Jersey, o seu livro “Sabores de Portugal”, uma colectânea de receitas culinárias que alia a gastronomia à literatura. O livro foi apresentado no Sport Clube Português de Newark numa iniciativa da Fundação Ferreira de Castro em colaboração com a Proverbo (a secção cultural desta associação) que contou com muitos amigos da autora, que já viveu nos Estados Unidos e trabalhou no jornal 24 Horas de Newark, NJ.“Sabores de Portugal” é um livro que contem receitas, algumas delas transmitidas à autora pela sua avó e tia, mas não só, pois está cheio de referencias dos nossos escritores clássicos à gastronomia. Todas as receitas integram assim um comentário literário. Nos estados Unidos, “Sabores de Portugal” encontra-se `a venda na livraria do Luso-Americano, em Newark, NJ (973) 589-4600

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D A A M É R I C A E D A S C O M U N I D A D E S

A minha América, a eleição de Barack Obama e a minha comunidade portuguesa da Califórnia por DINIZ BORGES

esta é a América que eu amo. Na terça-feira, 4 de Novembro, a América mostrou, ainda outra vez, que apesar de todas as suas incon-

sistências, apesar das divisões implantadas ao longo dos últimos oito anos, apesar de divagar de vez em quando, este grande país, ainda é um baluarte de igualdades, um lugar constantemente a reinventar-se e a lutar pela dignidade do ser humano.

A vitória de Barack Obama veio declarar, ainda mais uma vez, que a América pode ter imperfeições, por vezes grandes ignomínias, mas tem, acima de tudo, grandes virtudes. Ao longo dos meus 50 anos de vida, o último dia 4 de Novembro, ficará para sempre gra-vado na minha memória como o dia duma grande vitória no país que escolhi viver, onde nasceram os meus filhos e o meu neto, onde está sepultado meu pai (porque como disse algures o escritor Gabriel Garcia Marquez, um país também é nosso quando lá enterra-mos os nossos queridos) e pelo qual laboro todos os dias no ensino público. Na terça-feira, 4 de Novembro, a América voltou a ser o país que sempre foi. Tal como disse o presidente-eleito Barack Obama, foram: “os novos e os velhos, os ricos e os pobres, os Democratas e os Republicanos, os negros, os brancos, os hispânicos, os asiáticos, os nativo-americanos, os homossexuais e os heterossexuais, os saudáveis e os doentes—foram os americanos a emitirem uma men-sagem ao mundo, a mensagem de que nunca fomos uma colecção de estados vermelhos e de estados azuis, mas que somos, e sempre seremos, os Estados Unidos da América.”

A presidência de Barack Obama carrega-rá o peso dum grande simbolismo. Tal como referenciou no seu discurso, a sua vitória rejuvenesce a ideia de que a América é um lugar de oportunidades para todos. Ajuda, significativamente, a renunciar o estigma que este país tem tido contra os afro-americanos

há mais de 200 anos, estigma esse que foi responsável por alguns dos momentos mais repugnantes da história americana, ou seja: a escravatura, o apartheid, e as leis discri-minatórias de Jim Crow. É uma vitória que permite que muitos cidadãos do mundo, de todas as cores e de todas as etnias, possam, através de Barack Obama, conseguir as forças necessárias para persistir com as suas lutas pela igualdade, porque nele vêem um homem que partilha algumas das mesmas experiências e perspectivas. Para a humani-dade este é um sinal, claro e inequívoco, que os Estados Unidos podem viver a democra-cia que andam a proclamar.

Para o país, a presidência de Barack Obama dá-nos a oportunidade de olharmos com outra clareza para um futuro onde o sofrimento e as injustiças do passado, apesar de jamais serem esquecidas, poderão ser transformadas numa causa nacional, pela qual se trabalhará com o objectivo primor-dial de eliminar todas as questões relaciona-das com o racismo nas famílias americanas. Como em todas as famílias, haverão sempre divergências, mas acredito que esta eleição permitir-nos-á sentarmos à mesma mesa e termos outro grau de respeito. Porque tal como disse o próprio presidente eleito, no seu discurso de aceitação da nomeação do seu partido em Agosto último: “lado a lado com o nosso famoso individualismo, há um outro ingrediente na saga americana—a crença de que estamos ligados, e que somos um único povo.” Ao que na noite da eleição acrescentou: “neste país, crescemos ou caímos juntos, como uma nação, como um povo.”

É um momento histórico, uma conjun-tura de transformação nos Estados Unidos. É que entramos na era do entendimento, da igualdade racial, de equidade económica. Apesar de todo o veneno que foi lançado durante os últimos oito anos, dentro e fora

do país, Barack Obama sempre nos disse que como povo, e como nação, éramos muito melhores do que queriam que fossemos. Que poderíamos ir além do medo, do rancor e do desespero do 11 de Setembro, e que era essencial voltarmos, uma vez mais, a sermos o que o mundo todo ainda deseja do sonho americano, o país da esperança, a terra da luta pelas igualdades, o lugar onde existe um verdadeiro compromisso com o futuro. Barack Obama disse-nos, repetidamente, aquilo que no íntimo todos sabíamos e ansiávamos, ou seja: que a América poderia voltar a ser igual a si própria. Que pode-ríamos voltar a respeitar as nações amigas e conversar com os nossos inimigos. Que poderíamos inverter a surdíssima política de Bush II e recomeçarmos a ouvir o mun-do. Que poderíamos redescobrir as nossas vivências em comum, que vão muito além do super egoísmo que fez com que um Wall Street, egocêntrico e desregularizado, se desmoronasse.

Esta é uma vitória para o verdadeiro espírito americano. É que não se pode pro-clamar liberdade enquanto se aplica tortura; não se pode promover democracia enquanto se cria e apoia ditadores; não se pode ser um estado de direito enquanto se retira todos direitos fundamentais a quem não concorda connosco; não se pode abolir todas as regras do capitalismo enquanto se deseja um siste-ma económico mais humanizado.

Há ainda que dizer, descomplexadamen-te, que o triunfo de Barack Obama foi uma vitória verdadeiramente americana. O novo presidente eleito recebeu votos de todos os grupos que compõem este mosaico humano. Recebeu maiorias em estados que outrora estavam nas mãos da direita. Para além dos tradicionais estados de ambas as costas do litoral norte-americano, tradicionalmente mais abertos ao progresso, Barack Obama recebeu maiorias no Novo México, no Co-

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lorado, em Virgínia, no Nevada, no Ohio e em Indiana, entre outros. Estes são estados onde a maioria dos votantes são brancos, religiosos e conservadores. Ganhou o voto da maioria dos hispânicos, dos afro-americanos, do judeus, das mulheres, e apesar dos gritos apocalíp-ticos de dirigentes católicos, como o arcebispo de Denver, ganhou a maioria do voto católico.

É inquestionável, e seria pura ficção, pensar-se que esta foi uma vitória fácil e que resolverá todos os problemas relacionados com o racismo, com a xenofobia, com a homofobia, enfim, com todas as fobias que nos rodeamos ou que nos rodeiam. Como muitos outros cidadãos americanos, conheço, infelizmente, algumas pessoas para as quais esta foi uma derrota para a América. Mas são uma minoria tão pequena que um dia destes desaparecem, porque começam a entrar num beco sem saída. Se é verdade que conheço um homem com 75 anos, que se diz democrata, mas que nunca votava e que este ano se recenseou porque o seu racismo era tão forte que teve que votar pelo republicano McCain, também não é menos verdade que conheço homens e mulheres de todas as raças que como eu, na noite de 4 de Novembro, se abraçaram como irmãos e choraram lágrimas de felicidade.

Se é verdade que conheço estrategas conservadores que utiliza-ram o medo para recensearem novos eleitores, também é verdade que conheço vários jovens que votaram pela primeira vez e que encora-jaram os seus pais a votarem no Senador Obama. É que para cada conservador que se recenseava, alguns à força, outros por possuírem teias de aranha cerebrais, apareciam três ou quatro jovens democratas ou independentes. Aqui, no pequeno e conservador (um dia, e em breve não será) condado de Tulare, no centro da Califórnia, se é ver-dade que o número de republicanos aumentou em 3% não é menos verdade que o número de democratas em 9,5%. Daí que sinto pena, muita pena mesmo, por quem não foi às urnas porque o candidato não era branco, ou quem não possui um coração para olhar além da cor da pele. Aliás, entre todos esses seres humanos doentes, porque o racismo é uma doença, encontram-se, infelizmente, alguns portu-gueses e luso-americanos, deste estado da Califórnia. Coitados, tão fora do mundo estão. Tão fora do mundo americano que votou e recebeu com gritos de alegria a eleição de Barack Obama. Tão fora do mundo português de onde vieram, porque segundo as sonda-gens efectuadas em Portugal, se os portugueses pudessem votar nas eleições americanas, 85% votaria por Barack Obama. Tenho dó desta gente que só está bem no enclave da sua pequena comunidade de sopas com coca-cola, como foi dito algures, e que, infelizmente, não pertence a lado nenhum. E pior é quando conseguem transmitir este estado de coma, esta visão reaccionária, aos mais novos.

Tal como afirmou o presidente eleito Barack Obama, este é o nosso momento. “esta é a nossa hora para conseguirmos emprego para os milhares de desempregados e para abrirmos as portas das oportunidades aos nossos filhos; para recuperarmos a prosperidade e promovermos as causas da paz; para resgatarmos o sonho americano e reafirmarmos a verdade fundamental, de que dos muitos somos um; de que respiramos esperança e que ao enfrentarmos cinismo e a dúvida, ao defrontarmo-nos com aqueles que nos dizem que não podemos, responderemos com aquela crença infinita que aglomera o espírito dum povo: Sim, podemos!”

Esta é a minha América—um lugar que nunca teve medo do futuro.

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Pergunta sobre a cegueira

blindness é o título da edição ameri-cana de ensaio sobre a Cegueira, de Saramago. Andou pelas livrarias

com visibilidade, motivo de gáudio para um lusitano como eu, pouco habituado a deparar com autores patrícios nas livrarias dos States. E foi bastante lido, a julgar pela nada rigorosa amostra de ecos que daqui e dali me foram chegando. Dos mais inespe-rados quadrantes. Uma delas, a minha filha Tatyana, que eu desconhecia interessada no nosso Nobel. Numas férias em que se embre-nhou também pela Odisseia. E depois por Fountainhead, de Ayn Rand, que Saramago desprezaria e, vá lá, eu mesmo desdenho. Perguntei-lhe se gostou. Não, nada. (Ainda bem, respirei fundo, em surdina). Mas leste tudo? — perguntei-lhe pensando nas 900 páginas do calhamaço. Sim, porque sabes que nunca desisto de uma leitura mesmo que não goste. (Explicação ao leitor: Não foram os meus genes que lhe passaram semelhan-te espírito masoquista.!) Perguntei-lhe se acontecera o mesmo com Blindness. Não, de modo nenhum — garantiu-me convincente-mente. Tinha gostado de mais.

Blindness anda agora até nas livrarias dos aeroportos. Como se sabe, a National Fede-ration for the Blind protestou e os barulhos redundam sempre em excelente publicida-de a ponto de haver quem acredite que as máquinas publicitárias não raro recorrem à invenção de descontentamento para colarem o título de um filme ou livro na mente do público. (Claro que é absolutamente injusto supor a gente que uma agência de publici-dade seja capaz de inventar tão pouco ético estratagema!)

Estão escarrapachadas pelos média as frases principais do documento que o direc-

tor da Federação, Marc Maurer, alardeou, sendo a mais sensacional: “blindness trans-formou pessoas decentes em monstros”. E a seguir: “São apresentadas como criaturas incompetentes, sujas, viciadas e deprava-das”. Um naco de adjectivos que, convenha-mos, não deixam o leitor na dúvida sobre a fúria que vai naquelas hostes de não poucos membros. (Na verdade, nos EUA há sempre um milhão de qualquer minoria e um sim-ples congresso pode juntar 20 000. Até mes-mo um congresso de bruxas consegue reunir duas mil sem problema, com a vantagem de em caso de greve de aviões não serem afec-tadas, já que podem sempre ir de vassoura). Mas nunca falta um grupo de descontentes a protestar contra seja o que for. Eu pertenci mais do que uma vez a alguns deles. Ainda muito recentemente fiz barulho por escrito quando George W. Bush, ignorante sobre a

existência de portugueses nos EUA, mandou uma boca sobre a ridicularia de uns magros dólares no orçamento nacional para apoio de um Instituto de Português numa universida-de aqui em Rhode Island. Agitou-se a opi-nião pública luso-americana e o orçamento não foi alterado. Mas no caso havia uma razão óbvia: visível a olho nu, só a cegueira de G. W. Bush explicava a gaffe.

Regressando a blindness, ainda não vi o filme. Outras prioridades, como o W., de Oliver Stone. E hoje à noite será a vez de a Leonor escolher, por isso ignoro ainda o que na rifa me sairá. Mas hei-de ir. Quero julgar pelos meus próprios olhos e ver que razões haverá para uma instituição respeitável fazer such a big deal sobre o filme de Fernando Telles, com o Gael García Bernal, gente à partida não merecedora de pancada.

Não me assiste qualquer vontade de implicar. Desconheço se o Senhor Maurer é cego. Sei, por exemplo, que num alto posto da Associação Nacional de Surdos-Mudos está um antigo aluno meu, o Eric Shapiro, oficialmente surdo-mudo, mas que consegue falar sem poder ouvir rigorosamente nada. Não imagino como seja lá pela NFB, mas seria bom se o Senhor Maurer tivesse expli-cado ao público em nome de quem falou e se recolheu essas opiniões entre os membros da sua Federação porque, se assim for, seria de toda a conveniência informar-nos como conseguiram os membros da mesma ver o filme.

Roberto Vecchi contou recentemente, no congresso de Eduardo Lourenço, aquela do cego a perguntar ao paralítico: Como tem andado? E este a responder: Como vê.

Como se vê, a lógica do non-sense afinal sempre tem paralelos.

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40 Dec 2008 ComunidadesUSA

Tubarão penduradoAN AZOREAN IN THE MIDWEST

MANUEL L. PONTE

esta tarde, enquanto lia o Post-Dispa-tch, de St. Louis, Missouri, tive oca-sião de ver uma foto onde um pes-cador desportista orgulhosamente se

apresentava ladeado por um enorme tubarão pendurado pela cauda. O grande peixe mos-trava os seus dentes , o que levou o jornalista que apresentou a foto a comentar que, mesmo morto, o tubarão ainda metia certo temor a quem se aproximasse. Um comentário normal. Na vida, é de notar, a vítima é muitas vezes o “responsável”. O pescador na foto, por exem-plo, apresentava os seus dentes ao sorrir para o fotógrafo. Ironicamente ele não metia medo a ninguém apesar de haver sido o responsável pela morte dum animal que, anteriormente, nunca havia feito nenhum mal.

Verdade que o tubarão não havia chegado ao tamanho a que chegou sem ter participado no elemento bruto em que antes viveu. No entanto, em nenhuma ocasião aquele peixe matou nenhum outro ser sem primeiro sentir a necessidade de o fazer para sobreviver, ou para se defender caso se sentisse ameaçado no seu elemento natural. Além disso, há que con-siderar outros factores. Como, por exemplo, a seguinte pergunta:

Qual foi a última vez que um tubarão ata-cou alguém em Toronto, cidade na fronteira dum grande lago, ou em St. Louis, por onde o grande Rio Mississipi passa?

A resposta, naturalmente, é negativa. Ambas cidades são centros metropolitanos situados no interior do continente. Bem, então perguntemos:

Qual foi a última vez que um tubarão atacou alguém passeando em Miami, onde milhões desfrutam magníficas praias e mares onde tubarões, por natureza, normalmente vivem?

Resposta: De quando em quando temos lido de incidentes onde alguém perdeu um braço ou uma perna, tendo sido atacado por um de tais animais. No entanto é raro quando

outros animais do género se tenham reunido onde tais incidentes tenham ocorrido para saborearem outras partes de outras vítimas humanas. Aliás, a verdade é que tais incidentes são, como indiquei anteriormente, raros. No en-tanto, é de reconhecer que o número de tubarões caçados num simples ano excede o número total de humanos devorados por tais animais em toda a história onde os dois participantes hajam aparecido até hoje. Portanto, achei um pouco irónico ao ler o comentário sob a fotografia do tubarão morto.

Agora pergunto novamente: Que fará o pescador com o tubarão? Alimentará sua fa-mília, a qual morreria de fome caso não tivesse proteínas disponíveis? Não sei, realmente. No entanto suponho que talvez faça do cadáver um trofeu que ocupará parte de suas paredes em casa, ou no escritório onde trabalha. Pouco pensará no facto que aquele animal jamais regressará à sua missão original no ambiente, a qual, de facto, talvez tenha mais valor para a humanidade do que o que força o humano a considerar aquele bicho como inimigo. Infelizmente, apesar de sua inteligência, o hu-mano é talvez o maior inimigo de sua própria existência. Parece mentira como, sempre que o humano descobre algo para seu auto benefício, o resultado final de tal desocoberta muitas ve-zes resulta em problemas inesperados e, muitas vezes, sem solução. Exemplo: Vejamos como, em sociedades de recursos limitados, a ne-cessidade de sobreviver ocasionalmente força aos donos do poder a destruir quem, em sua opinião, não merece nenhum dos benefícios daquela sociedade. - ou quem, geralmente, não os tem.

Há dias, por exemplo, tive ocasião de ver fotografias duma favela que fazia parte da paisagem de Copacabana, no Rio de Janeiro. Confesso que, para quem conhece aquela zona carioca, a favela era realmente uma vergonha. O que, sem dúvida, foi como se sentiu o go-verno do Estado de Guanabara quando aquele ainda existia. Mais além no artigo apareciam outras fotografias do mesmo local, após o governo o haver incendiado e destruído –

desta vez mostrando prédios relativamente modernos em lugar da favela. O que o artigo falhou de indicar foi para onde foi parar quem antes havia vivido naquela favela - ou se suas novas residências resultaram numa crimina-lidade menor à que antes existia no Estado de Guanabara. Ou num melhor padrão de vida, agora que os antigos favelados de Copacabana haviam sido deslocados para outras favelas onde seus ingressos económicos ser-lhes-iam mais difíceis de conseguir.

É dizer: A vida é uma série de contrassen-sos. Talvez pelo facto da Natureza ser igual-mente algo que necessitamos aceitar como ela nos é apresentada. Hoje, por exemplo, temos um dia frígido em St. Louis, visto estarmos entrando no inverno. Em Buenos Aires, no entanto, disse-me uma amiga com quem falei esta manhã por telefone, o dia está relativa-mente quente. Entrara brevemente o Verão naquela cidade austral. O telefone, no entanto, nos uniu apesar da diferença das estações e dos climas. É dizer, o humano teve a capacidade de ultrapassar os obstáculos das distâncias entre pontos da terra. Que o mesmo humano, no entanto, necessite obliterar outros seres para que assim possa justificar sua existência é algo que me faz temer mais que os dentes dum tubarão cuja vida foi eliminada sem benefício para a humanidade.

St. Louis, MissouriP. S. Para quem desconhece, o movimento

da água ao despejar duma banheira no Brasil é diferente do movimento da água ao despejar uma banheira em Toronto, ou em St. Louis. Eis uma das ironias da Natureza devidas ao movimento da terra. É dizer, na Natureza tudo tem seu lugar designado.

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Desejamos a todos os clientes e·Comunidade Portuguesa um

Feliz Natale um

Prospero Ano Novo

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42 Dec 2008 ComunidadesUSA

Moses saraiva (esquerda) com o mayor phil Amicone e com Len e nick spano

MOSeS Saraiva, agente de viagens e de se-guros com agência em Yonkes, NY, é uma figura conhecida e respeitada na comunidade portuguesa, e não só, do Westchester. Desde os tempos em que ajudava compatriotas a emigrarem para os Estados Unidos até ao seu trabalho comunitário no Clube português e outras associações de beneficência da comu-nidade local, Moses Saraiva tem tido um currí-culo de bem fazer digno de registo. É também figura grata da comunidade de políticos locais, sobretudo do partido republicano. Aqui ficam duas fotos de um convívio recente para o qual foi convidado.

A Moses Travel Agency fica no 93 Ashbur-ton Ave, na cidade de Yonkers, NY 10701 e tem o telefone (914) 476-5440. É uma das agências portuguesas mais antigas do estado de New York e está equipada para fornecer todos os serviços de viagens, seguros “income taxes”, compra e venda de propriedades, cruzeiros, e outros serviços.

Moses Travel em Yonkers, New York

COnfOrMe anunciámos há algumas se-manas, o cantador micaelense José Plácido, natural da Lombinha. S. Miguel, Açores, e residente nos Estados Unidos desde os anos setenta, foi homenageado no dia 25 de Outu-bro, em Fall River, MA, com o lançamento do livro intitulado “José Plácido, Quarenta Anos a Cantar ao Desafio”, recolha feita por José Brites num total de dezasseis cantorias deste cantador com outros tantos cantadores.

A obra inclue breves análises e introduções em extensas notas de rodapé ao mundo com-plexo das cantigas ao desafio, arte do improviso hoje bem viva nos Estados Unidos e Canadá, e também em franco ressurgimento nos Açores. Obra esta que passa a ser de referência no mun-do das cantigas, tendo em mente principiantes admiradores deste arte poética oral, e futuros estudiosos do improviso, hoje em plena força e forma de espectáculo, tal o fado ou a canção e espectáculos de variedades, com jantares for-mais e a devida solenidade, em que o silêncio se tornou absoluta exigência, e os convívios se elevaram a encontros sociais de qualidade.

Este é o sétimo livro de cantigas ao desafio escrito e editado pelo nosso colaborador Brites, director também da Peregrinação Publica-tions, editora por si fundada em 1994 e que conta com quatro dezenas de títulos editados em português. Nesta recolha de cantigas tem colaborado igualmente José Plácido, co-autor da maioria desses livros com o editor, trabalho de investigação que sabemos continuar por estes dois homens que pretendem marcar e documentar definitivamente na cultura

Cantador o desafio, José Plácido, em livro, CD e DVD

M A S S A C H U S E T T S

portuguesa esta secular tradição portuguesa de mais de meio milénio de existência desde o seu surgimento em Portugal Continental, onde hoje ainda sobrevivem, particularmente no Minho e Trás-os Montes.

A festa de homenagem de 25 de Outubro ao cantador da Lombinha acaba agora de sair em DVD e CD, evento em que participaram 11 cantadores, tendo o espectáculo sido cons-tituído por uma desgarrada e dois desafios: estes entre José Plácido e José Borges, (que curiosamente recebeu o baptismo nas canti-gas no mesmo dia e na mesmo cantoria), e o segundo entre José Plácido e Vasco Aguiar, que segundo Plácido foi o cantador que lhe abriu as portas ao mundo do improviso e das cantorias na América do Norte. Na desgarra-da cantam: José Borges, José Gaudino, José Moniz, Eduardo Papoila, António Resendes, Pedro Beleza e Victor santos. De salientar que neste continente proliferam cantorias ao desafio nas comunidades açóricas: nos States, na Nova Inglaterra e Califórnia particular-mente; e no Canadá, sobretudo nas áreas de Toronto e Montreal onde residem portugueses açorianos.

Tanto o livro, que sabemos estar no mer-cado por $15 americanos, como o DVD e CS, conjunto de dois que inclue os desafios e a desgarrada) custam cada 20.00, e podem ser adquiridos através do editor, telefone (401) 435-4897, ou por via electrónica, [email protected] e ser-lhe-ão dados pormenores sobre pagamento e envio pelo correio. Os trabalhos podem ser ainda adquiridos nos estabelecimentos que normalmente vendem os trabalhos da referida editora Peregrinação Publications, cuja direcção comercial é: P. O. Box 4706, Rumford, RI 02916, USA

Também fomos informados pela referida editora de que sai no dia 12 de Dezembro em CD e DVD a última cantoria realizada pela mesma a 24 de Fevereiro de 2008 no Centro Cultural Santa Maria, East Providence, evento intitulado “Cantadores de Guerra Cantam a Paz”, em que participaram José Plácido, José Gaudino e Gilberto Sousa. Para aquisição deste trabalho áudio e audiovisual os contactos são os mesmos acima referidos.

José Brites, editor da peregrinação publications

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ComunidadesUSA Dec 2008 43

antónio siMÕes

if you are old, poor don’t get sick in Portugal!It is also true, by my anecdotal evidence, (that Centro de Saúde) it may be a dangerous place to visit

let me begin this editorial to state that there are some excellent physicians in mainland Portugal and there is the state of the art in medicine. Most of the excellent medical care is in Lisbon, Coimbra

and Oporto. (I am excluding the islands due to the fact I am not knowledgeable here.)

Still if one reflects on my last statement, I wonder if so-cial class, prestige or power are still criteria for good medical care, as it was before the revolution.

It is true that no one is denied medical care in Portugal and it is true that os Centro de Saúdes are located all over Portugal. It is also true, by my anecdotal evidence, it may be a dangerous place to visit. Especially if one is in bad health, poor or elderly.

Let me give you several examples and you can decide if my logic is correct. I will begin with my own experiences.

Several years ago my son had a ligament injury, We first visited the Cruz Vermelha, one of the best private hospitals in Lisbon. We were treated well and it seemed that my son got excellent medical care. A few days later we noticed some usual swelling and he began to have some severe pain. We were closer to the Centro de Saúde in Estoril, so we decide to go there. We were greeted by a very arrogant intoxicated receptionist. He told us that we had at least a three hour wait to see a doctor. Since we had no choice, we decided to wait. During our wait we noticed one physician cursing at a patient for not bringing in the right medication. But since he was O Senhor Doutor, the patient seemed to be passive and submissive. When we finally got to see the doctor, my son asked me to translate because he was not sure how to explain a medical situation in Portuguese. I agreed to do that. My son was curious about his pain so he asked me to ask the doctor about his condition. The doctor snapped back at me and said: “I am the doctor here, not you. Don’t ask me any questions. You are not competent in medicine.” I deci-ded not to respond to his rudeness. Several minutes later I guess he was curious and asked me what was my profession. Since I was very offended by his professional behavior, I just told him that I was a full professor at a prestigious university in the United States and if he were to take a course in the social sciences, he would probably be my student.” Now he completely changed his behavior, but I did not want to play

this social class game. I just told him to treat my son so we could leave.

The next incident is the following. Unfortunately, I have had a series of gout attacks and kidney stones. When I have a kidney stone attack here in the United States, there is usual blood work, x-rays, etc. Most of the time I will stay in the hospital overnight for observation. While passing my vaca-tion in Portugal, I had an attack of kidney stones The pain was so severe that I had my cousin take me to the Centro de Saúde in Oliveira do Hospital.”

Since I am also a Portugese citizen and have all the documentation to participate in the medical system there, I paid my 2 Euros and waited three hours in pain for a doctor. Finally, he invited me into his office. He asked me what was the problem and I told him I suspected kidney stones I told him this was not the first time this occurred. He said that would be easy and gave me a shot in my buttock and said the pain should go away. That was it! I was so horrified that I decided if the pain would not go away in a day or two, I would return to the United States.

The next case is quite frightening and even borders on the incompetence of the Portuguese medical system if you are poor or old. For the sake of privacy, I will call this gentleman Mr. Silva. Mr Silva is 85 years old and lived and worked in the United States for several years. He is fortunate that he has medicare and is covered for most of the hospital costs in the United Sates. Several year ago, he needed a hip replacement. Since he had to wait several months in Portu-gal, he decided to come to the United States for surgery. His surgery was successful and he finally returned to Portugal. About a year ago, he noticed that he had pain on the other side. As the pain progressed, he finally decided to see a doc-

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44 Dec 2008 ComunidadesUSA

tor. The doctor gave him some pain killers and sent him home. His pain got worse and finnaly he was bed ridden with excruciating pain. He again went to the hospital, and this time they took some x-rays. The doctor did not discuss the x-rays with him and just prescribed him some more medication to alleviate his pain. He told Mr. Silva that he would get better with the medication. The pain kept growing worse and it came to a point that he just wanted to die in his own bed. Fortunately, one of his sons was visiting Portugal and convinced Mr. Silva to come to the United States for treatment. Since Mr. Silva is a fighter and wants to live a few more years, he accepted his son’s suggestion. When he arrived in the United States he went to the same physician that took care of him several years ago. He was told that he needed a hip replacement. Mr Silva had the procedure done and is now walking and will join his wife in Portugal for the holidays where he has been living for the last 26 years.. In a very sarcastic way, Mr. Silva said he is going to see the physician there and say to him that the medication given to him worked wonders on his hip.

My interpretation is that age does make a difference and the older one is the least likely one will get a fair shot of getting treated. Since Mr. Silva is 85 years old, less likely in Portugal he would get equal treatment in the public domain.

Another case that I am aware of has to do with the issue of age and medical treatment. Lets us call this person Mr. Go-mes. Mr Gomes was waiting for a specific life threatening procedure but was on the waiting list to have his surgery. In the same room at the hospital there was a gentlemen who needed the same operation. This man was ahead on the waiting list but was quite older than Mr. Gomes. Due to this fact, Mr. Gomes was put ahead of the older man for surgery. A week later the older man died. There are many ways to speculate why this happened, but in my opinion it is immoral and unethical.

There are many other countless stories I can tell, but I think I have made my point.

When I attempt to reflect on this serious issue, I am confused. Is it the system? Is it socialized medicine? Is it our culture on medical treatment? Is it fascism where os doutors are still in power over human lives?

I wish I could answer these questions but I do not have the data or sociological information to make an inference.

I will let you decide.My last but final story borders on the

ridiculous. I have a cousin that needed a non life threatening procedure. Due to this fact, she was put on a waiting list to see the sur-geon six months before.. When it came time to see her doctor, she arrived at the reception desk. What she heard she could not believe. The doctor cancelled the appoint because the doctor was preparing to go on vacation. Now my cousin had to rescheduled another appointment three months later. This makes one cry.

Once agin and as I started in the begin-ning of the this article. There are excellent physicians in Portugal. There is also sound practice there for the few who are well connected and for the very few who happen to break in to the system. For the rest of our brothers and sisters, I believe my accounts speak for themselves.

What do you think? Do you agree? Am I exaggerating? Do you have any stories to tell? If you want to add anything further to my editorial you can contact me at [email protected]

We will publish your remarks in future issues.

Have a good day.

ainda Manuel Batáguas.Em Rhode Island, o estado com maior

percentagem de portugueses, João Sousa, na-tural de Santa Maria, Açores, proprietário da Cardoso Travel, diz que também notou uma baixa nas vendas neste período, mas reafirma o que outros já disseram: “essas baixas vinham a registar-se já há algum tempo e não são de agora”. Este ano ele diz que notou uma baixa considerável nas reservas de viagens para pas-sar o fim de ano na Madeira, um dos pacotes turísticos mais populares da sua agência nos últimos anos.

“As viagens para a passagem de ano na Madeira estão praticamente mortas”, diz João Santos.

“Isso tem a ver com a crise económica e também com outro factores, pois os altos preços em Portugal fazem com as que as nossas

Crise afecta viagens dos emigrantes a Portugal(conclusão da página 7)

comunidades optem por destinos mais baratos na América”, explica a mesma fonte.

Mas para João Santos é inegável que a crise económica está a ter consequências muito ne-gativas nas viagens da nossa comunidade.

“Quanto ao Verão, só lá para Janeiro ou Fevereiro podemos dizer, mas as perspectivas não são boas, pois a recessão económica está a fazer-se sentir em todas as áreas”, diz esta fonte.

Para João Santos, é necessário continuar a apoiar este “mercado da saudade” das viagens das primeiras gerações de emigrantes a Por-tugal e às ilhas, nomeadamente dando outra atenção às agências de viagens portuguesas.

“Este mercado tem os dias contados, como sabemos, com o fim da emigração, mas ainda tem muitos anos para andar e são as nossas agências que o conhecem e o podem dinami-zar”, defende João Santos.

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45 Dec 2008 ComunidadesUSA

“O meu marido sofre de problemas nas costas…”“O meu marido tem um problema nas costas, de dia ainda vai trabalhando, mas quando se deita passa a noite toda a acordar com as dores que sente, não consegue dormir!”

Susana - Alfornelos

Cara leitora, Na minha opinião o seu marido já deveria ter consultado um médico especializado nesse tipo de problemas, com certeza já teria melhorado. Aconselho-o a trazer sempre com ele uma Turmalina Preta que o vai ajudar a aliviar as dores que tem nas costas, irá também ajudar a trazer energias e pensamentos positivos.

“ Ele tem outra…”Estou casada há 23 anos, mas há cerca de três meses que a minha vida deu uma volta de cento e oitenta graus. Um dia decidi sair mais cedo do trabalho para fazer uma surpresa ao meu marido, mas qual não foi o meu espanto quando chego a casa e encontro o meu marido na cama com outra mulher! Fiquei desesperada! Quando ele se apercebeu que eu estava ali, ficou apavorado. Gostaria que me aconselhasse um cristal para voltar a ter confiança nele e tirar da minha cabeça todas aquelas imagens horríveis.

Natália – Coimbra Estimada leitora,Aquilo que lhe aconteceu foi um episódio verdadeiramente desconcertante para qualquer um. É uma situação muito difícil, mas se quer realmente salvar o seu casamento, se não se importa com o facto de o seu marido a ter traído com outra, vai ter que deitar muitas lembranças para trás das costas. Para que o seu marido pense melhor naquilo que faz e nas consequências que determinadas atitudes podem trazer, deve trazer sempre com ele um cristal de Quartzo Verde, que ajuda a impulsionar a necessidade de fidelidade e Amor conjugal.

“Sou uma pessoa muito infeliz… ”“Nunca tive sorte em nada desde o dia em que nasci. Sou divorciada e tenho duas filhas para criar, já não tenho pais nem nenhum elemento de família que me possa ajudar. Sou uma pessoa curiosa e tenho muito interesse por Cris-taloterapia, gostava muito que me indicasse qual o cristal que devo usar…”

Tânia – GuimarãesCara leitora,Apesar de todos esses contratempos, lembre-se que tem duas filhas lindas que precisam muito de si e da sua energia. Tenha pensamentos positivos, lute pela sua felicidade e pela das suas filhas. Sugiro que traga sempre consigo um Cristal Cornalina que ajuda a afastar energias negativas, a atrair a sorte e a acalmar todo o sistema nervoso.

Consultório de Cristaloterapia

Carneiro – 21/3 a 20/4Carta do Mês: O 6 de Copas, que significa Nostalgia. Amor: Sentir-se-á muito nostálgico durante este mês. Seja mais optimista! Pratique o pensamento positivo e as acções construtivas agora! Saúde: O seu desânimo repercute-se negativamente na sua saúde. Tenha pensamentos positi-vos e verá que se sentirá melhor. Dinheiro: Evite precipitar-se, dê um passo de cada vez. Número da Sorte: 42

touro – 21/4 a 20/5Carta do Mês: O 4 de Espadas, que significa Inquietação, agitação. Amor: Pense bem antes de se envolver numa nova relação. Desenvolva a sua clareza mental, emocional e espiritual. Saúde: Mês estável e cheio de energia positiva.Dinheiro: É um bom momento para negócios, propício à venda de imóveis. Número da Sorte: 54

Gémeos – 21/5 a 20/6Carta do Mês: O 9 de Ouros, que significa Prudência. Amor: Deixe o seu orgulho de lado e opte por conversar calma-mente com a sua cara-metade. Abra o seu coração e seja fiel ao que ele lhe transmite. Saúde: Possíveis problemas respiratórios. Dinheiro: Avance com a abertura de um negócio próprio, mas informe-se bem antes de o fazer. Número da Sorte: 73

Caranguejo – 21/6 a 21/7Carta do Mês: O Diabo, que significa Energias Negativas. Amor: Evite pensamentos negativos. Adopte uma postura mais descontraída perante a vida. Descubra a força imensa que traz dentro de si! Saúde: Tendência para apanhar uma pequena gripe. Dinheiro: Acontecimentos inesperados farão com que seja promovido mais cedo do que julga. Número da Sorte: 15

Leão – 22/7 a 22/8Carta do Mês: A Rainha de Ouros, que significa Ambição, Poder. Amor: Poderá viver uma aventura de grande im-portância para si. Mostre toda a sua força, determinação e criatividade e ponha em prática os seus projectos com paixão. Saúde: Dê mais atenção às dores de cabeça. Dinheiro: Não seja tão materialista, pois só tem a perder com isso. Número da Sorte: 77

virgem – 23/8 a 22/9Carta do Mês: O Ás de Paus, que significa Energia, Inicia-tiva. Amor: Tenha uma atitude de confiança para com a pessoa amada. Abra o seu coração e isso trará um novo sentido ao seu relacionamento. Saúde: Possíveis dores de ouvidos. Dinheiro: Cuidado com as finanças. Vigie melhor as suas despesas. Número da Sorte: 23

Balança – 23/9 a 22/10Carta do Mês: O 3 de Ouros, que significa Poder. Amor: Aposte no diálogo e na compreensão. Que a luz da sua alma ilumine todos os que você ama! Saúde: Estão pre-vistos alguns problemas digestivos. Dinheiro: Excelente oportunidade para equilibrar as suas contas. Número da Sorte: 67

escorpião – 23/10 a 21/11Carta do Mês: O 4 de Copas, que significa Desgosto. Amor: O companheirismo é a base de qualquer relação. Fale sobre o que é necessário e seja arinhoso. Saúde: Combata a tendência para se isolar e reflectir demasiado. Dinheiro: Algo inesperado poderá acontecer e colocar em causa a sua competência. Mostre o que vale com determinação e coragem! Número da Sorte: 40

sagitário – 22/11 a 21/12Carta do Mês: O 6 de Ouros, que significa Generosidade. Amor: Procure ser mais compreensivo com quem o rodeia. Procure dizer coisas boas, a palavra tem muita força! Saúde: Ao longo deste mês poderá ser incomodado por alguns problemas de coluna. Dinheiro: Acredite nas suas capacidades profissionais. Número da Sorte: 70

Capricórnio – 22/12 a 20/1Carta do Mês: O 6 de Espadas, que significa Viagem Ines-perada. Amor: Uma data muito importante aproxima-se, não se esqueça dela. Exercitar a arte de ser feliz é muito divertido! Saúde: Proteja-se, não ingira nada que seja nocivo para o seu organismo. Dinheiro: Uma viagem de trabalho irá obrigá-lo a ausentar-se durante mais tempo do que o previsto. Número da Sorte: 56

Aquário – 21/1 a 19/2Carta do Mês: A Justiça, que significa Justiça. Amor: Deixe o orgulho de lado e peça desculpa sempre que errar. Se quer ser verdadeiramente vitorioso, vença-se a si próprio! Saúde: Proteja-se do sol, ou pode ser surpreendido por uma constipação. Dinheiro: Cuidado com os gastos su-pérfluos. Número da Sorte: 8

Peixes – 20/2 a 20/3Carta do Mês: O 10 de Copas, que significa Felicidade. Amor: Surgirá um novo interesse romântico na sua vida. Procure intensamente sentimentos sólidos e duradouros, espalhando em seu redor alegria e bem-estar! Saúde: Regular. Sem nada de grave a assinalar. Dinheiro: Prospe-ridade para a vida financeira. Número da Sorte: 46

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Page 48: December 08

O aCtOr português residente em Los Angeles Tony Lima (The Rundown, The Gun, The Spanish Boss, Roseira Brava) é também um entusiasta das motos Harley Davinson. Lima é convidado todos os anos a participar no Love Ride, uma iniciativa de solidariedade social que junta actores e personagens da televisão num desfile de motos na Califórnia que já angariou mais de 20 milhões de dólares para combater a

Tony Lima no Love Ridedistrofia muscular (muscular dystrophy)

Este ano Tony Lima teve a oportunidade de conviver com actores e figuras da te-levisão como Jay Leno, Larry Hagman, Lorenzo Lamas, Robert Patrick, Peter Fonda e o elenco da nova série Sons of Anarchy, entre outros. O evento teve lugar Glenda-

le no “Glendale Harley David-son dealer” de onde os motoci-clistas partiram para um concerto dos Foo Fighters e ZZ Top.

Tony Lima ter-minou recentemente as filmagens de THE DELPHI PROJECT e estuda neste momento a participação numa série de televisão.

Fotos by CUTTER

no sentido dos ponteiros do relógio: com Jay Leno, Emílio rivera, Oliver shokou, peter Fonda, Larry hagman e Lo-renzo Lamas

Page 49: December 08

Atendimento em português.

Oferta HBO e Starz. Requer participacao na promocao “Digital Home Advantage” com contrato de 24 meses e programação qualificadora mínima. Cliente recebera credito por cada um dos primeiros 3 meses. Depois de 3 meses, cliente deve telefonar para retirar o serviço, ou será cobrado o preço do pacote ao cliente. Oferta Cinemax: requer assinatura de programação qualificadora e participação em programa de Pagamento Automático sem conta de papel. No caso de cancelamento do programa de Pagamento Automático sem conta de papel, os canais Cinemax serão removidos do pacote. Digital Home Advantage: Requer assinatura de programação qualificadora por 24 meses, Numero de Seguro Social, cartão de credito valido e aprovação de credito. Caso o serviço seja cancelado antes do final do contrato de 24 meses, uma taxa de cancelamento de $240 ou menor será cobrada, ou, uma taxa de $10 por mês de serviço cancelado se aplicara. Todo equipamento devera retornar a DISH Network no ato do cancelamento do serviço. Limite de quatro receptores por conta. O valor mensal da programação inclui a taxa de $5.00 ou $7.00 de aluguel de equipamento a ser cobrada pelo primeiro receptor, dependendo do modelo. Uma taxa mensal de $5.00 ou $7.00 de aluguel de equipamento a ser cobrada por todos os demais receptores, dependendo do modelo. Uma taxa adicional de $5.00 ao mês será cobrada por acesso a programação em cada receptor dual-tuner. Para evitar esta cobrança, conecte o seu receptor dual-tuner no cabo da linha de telefone terrestre. Programação HD (alta – definição) requer um receptor HD e aparelho televisor HD (vendido separadamente). Cliente devera assinar ao pacote de programação HD qualificador ou uma taxa de $7 ao mês de aplicara. O numero de canais HD Vídeo on Demand depende diretamente da programação disponível e do modelo do receptor. Uma taxa de aluguel de receptor de modelo novo se aplica, dependendo do modelo. Oferta expira em 31 de janeiro de 2009 e esta disponível nos Estados Unidos da América continental para clientes novos e residenciais. Todos os pacotes, preços e programação estão sujeitos a alteração sem aviso prévio. Impostos locais e estaduais podem se aplicar. Dependendo da localidade, os impostos sobre aluguel de equipamento e programação são cobrados separadamente. Toda programação DISH Network e quaisquer outros serviços oferecidos estão sujeitos aos termos e condições do acordo de promoção e do Acordo com o Cliente Residencial (Residential Customer Agreement) disponível para consulta no website www.dishnetwork.com. Numero de Seguro Social será utilizado para obter total de numero de credito (credit score) e não será divulgado para terceiros, com exceção apenas de casos de consulta e coleta de debito e de ordem judicial do governo. Todas as marcas e marcas registradas pertencem aos seus respectivos donos. HBO® e uma marca de service da empresa Home Box Office, Inc. O canal Starz e os canais relacionados sao de propriedade da empresa Starz Entertainment, LLC. © 2008 DISH Network LLC. All rights reserved.

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48 Dec 2008 ComunidadesUSA

HUMOR PassateMPos

ADIVINHAS

A Tia Maria e o Ti Manel vão ao Teatro Municipal assistir ao bailado “O Lago dos Cisnes”,

Cansada após um longo dia de trabalho, Maria dorme profundamente durante a maior parte do espectáculo. De repente acorda e pergunta ao marido:

– Maneli, dormi. Será que alguém notô?”Responde o Manuel:– Da platêa nã sêe, mas todas as artistas sim,

pois há horas que caminham na pontinha dos pêis p’ra nã te acordar... “

A velhinhaA Avó está na rua muito atrapalhada.– Que se passa – pergunta um transeunte.– Perdi um caramelo.– Ora, e isso tem importância?– Claro que sim. Ele tem os meus dentes agar-

rados.

s Quantas vezes é possível colocar a figura-modelo na quadrícula de baixo? Tenha em conta que pode rodar a figura e que os quadrados pretos não podem ser ocupados.

NOçÃO DE ESPAçOPode colocar o símbolo 20 vezes.ADIVINHAS: rede e cesta

ANIMAISÉ o crocodilo, uma vez que tem quatro sílabas e as restantes palavras têm três.

soLUÇÕes

Uma anedota politicamente incorrecta...

F P: Sabem o que um elefante diz quando vê um homem nú ?R: Com aquela tromba, como será que ele leva a comida à boca?F P: Sabem porque é que o Paulo Portas andava nas praças??R: Andava à procura do cherne.

• Em cada 10 pessoas, 6 sabem contar. As outras 3 são ignorantes.

• A modéstia é uma das minhas inúmeras virtudes

Mais vale um cabelo na cabeça que dois no pente

• Um chato nunca perde o seu tempo. Perde o dos outros.

•Tudo na vida é passageiro, excepto o cobrador e o motorista.

Galinha; Porco; Coelho; Pato; Peru; Pombo; Cão; Gato; Melro; Andorinha; Cegonha; Tartaruga; Gaio; Javali; Cavalo; Vaca; Burro; Cabra

Noção de Espaço

GorilaImpalaFlamingoChimpanzéCrocodiloIguana

AlbatrozPiranhaAvestruzManatimCanguruÁguia

Da lista de animais, qual é o que está a mais?

Que é que éQue quanto mais rota estáMenos buracos tem?

O que é que éQue tem asas e não voaE tem boca e não fala ?

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Cozinha Tradicional Portuguesa de Qualidade

A casa do leitão à Bairrada e do marisco

Restaurante Lusíadas6 Gramatan Avenue

Mount Vernon, new York

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Tel: (914) 664-2131

Com sala para festas de todos o género.

Os nossos leitões à Bairrada são assados em forno a lenha segundo o método tradiconal

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