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Introdução
Na tentativa de melhorar a qualidade de vida
dos indivíduos, pesquisas são realizadas para
identificar causas de doenças e dos riscos
relativos à saúde. Segundo a Organização
Mundial de Saúde define-se como fator de risco
qualquer circunstância ligada a um aumento na
probabilidade de se desenvolver um processo
mórbido (WHO, 2009). O nascimento pré-termo,
ou prematuro, caracterizado por um período
gestacional menor que 37 semanas (BECK et al.,
2010), corresponde a um fator de risco biológico,
sendo considerado um dos responsáveis pelas
causas perinatais de mortalidade infantil no Brasil
(AQUINO et al., 2007; SARINHO et al., 2001).
O desenvolvimento motor infantil pode ser
considerado um processo multicausal que leva a
1 Resultados parciais deste artigo foram apresentados em
forma de pôster na Conferência Anual da North American Society for the Psychology of Sport and Physical Activity – NASPSPA – Honolulu, Havaii, Jun, 2012.
um aumento na complexidade nas ações
motoras, sendo que fatores próprios do
organismo, do ambiente e da tarefa, interagem
constantemente durante o curso do
desenvolvimento (SMITH; THELEN, 2003;
CATTUZZO et al., 2012). Um fator próprio do
organismo que condiciona o desenvolvimento
motor é a maturação, um mecanismo inato
relacionado à idade cronológica que leva à
melhoria de todas as funções orgânicas
(GALLAHUE; OZMUN, 2005; HAYWOOD;
GETCHELL, 1986). No caso das crianças que
nascem com o tempo gestacional inferior a 37
semanas (nascimento pré-termo), mesmo
apresentando uma estrutura morfológica
completa, eles ainda não possuem a maturação
adequada para seu pleno desenvolvimento
(PAPALIA; OLDS, 2000; GALLAHUE; OZMUM,
2005).
A prematuridade tem sido considerada um
fator de risco biológico para o desenvolvimento
Motriz, Rio Claro, v.19 n.1, p.22-33, jan./mar. 2013
Artigo Original
O efeito da prematuridade em habilidades locomotoras e de controle
de objetos de crianças de primeira infância 1
Carolina Maria Coelho Campos Marianne Maila Almeida Soares
Maria Teresa Cattuzzo
Programa Associado de Pós-graduação em Educação Física, UPE/UFPB, Recife, PE, Brasil. Escola Superior de Educação Física, Universidade de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
Resumo: Prematuridade é um fator de risco biológico para o desenvolvimento motor infantil, mas não tem sido investigada a interação deste risco com o sexo e a especificidade da tarefa. Objetivou-se verificar o efeito da prematuridade no desempenho locomotor e de controle de objetos em crianças de primeira infância. Vinte meninos e quarenta meninas pré-escolares com idade média de 4,5 anos (DP=0,7) formaram os grupos: Prematuro (n = 30; média da idade gestacional = 31,7 semanas, DP = 2,8) e Controle (n = 30; idade gestacional > 37 semanas); as habilidades motoras foram avaliadas pelo TGMD-2. De maneira geral, as crianças prematuras foram capazes de atingir o mesmo nível de desempenho motor grosso quando comparadas com aquelas nascidas a termo. Quando as análises levaram em consideração sexo e especificidade da tarefa, os achados sugeriram que ser uma menina prematura afeta negativamente o desenvolvimento em habilidades motoras de controle de objetos.
Palavras-chave: Prematuro. Habilidade motora. Pré-escolares.
The effect of prematurity on locomotors and object control skills of toddlers
Abstract: Prematurity is a biological risk factor for infant motor development and the interaction among this risk with sex and task specificity hasn´t been investigated yet. The aim was to verify the effect of prematurity in gross motor performance of children in locomotors and object control skills. Twenty boys and forty girls from preschools, with mean age of 4.5 years (SD = 0.7), were separated into premature group (n = 30, mean gestational age = 31.7 weeks SD = 2.8) and control group (n = 30, gestational age> 37 weeks) and their gross motor development was assessed by TGMD-2. In general, premature children were able to achieve the same level of gross motor performance when compared with children born at term. When the analysis took into account sex and task specificity, the findings suggested that being a girl can to affect the early development of the object control motor skills.
Keywords: Premature. Motor skills. Preschoolers.
doi:
C. M. C. Campos, M. M. A. Soares & M. T. Cattuzzo
Motriz, Rio Claro, v.19, n.1, p.22-33, jan./mar. 2013 23
infantil e, embora os avanços tecnológicos
permitam a sobrevida de crianças com idades
gestacionais cada vez menores, a imaturidade
desses órgãos e sistemas pode ocasionar
diversos comprometimentos à saúde da criança
(DAVIDSON et al., 2011; GOYEN; LUI, 2009;
RESEGUE; PUCCINI; SILVA, 2007). Relativo aos
déficits de natureza motora, estudos têm
demonstrado que o desenvolvimento motor de
prematuros pode apresentar-se com um perfil
inferior quando comparado com crianças
nascidas a termo (SAGNOL; DEBILLON; DEBÛ,
2007; FORMIGA; CÉSAR; LINHARES, 2010;
MAGALHÃES et al., 2009).
De acordo com Malina, Bouchard e Bar-or
(2004), os movimentos ativos fetais, que ocorrem
principalmente no último trimestre da gestação,
são fundamentais para o desenvolvimento motor,
sendo considerados como precursores do
desenvolvimento locomotor e de controle de
objetos na fase pós-natal. Dessa forma, uma vez
que as crianças prematuras não passam por essa
fase, onde há um maior vigor nos movimentos
fetais, é possível esperar que o desenvolvimento
motor infantil possa ser comprometido pela
prematuridade.
Além disso, segundo Papalia e Olds (2000),
fetos do sexo masculino desenvolvem-se mais
lentamente, quando comparados aos do sexo
feminino, com um atraso de duas semanas em
média, já no segundo mês de gestação. Esse
atraso pode ser o responsável para que os
maiores índices de complicações respiratórias e
de risco de mortalidade sejam apresentados pelos
meninos prematuros, como os observados nos
estudos de Ribeiro et al. (2009), Stevenson et al.
(2000) e Cunha et al. (2004). Segundo Malina et
al. (2004) os comportamentos motores são
bastante específicos para cada idade gestacional
e a cada semana a maturação atua melhorando a
funcionalidade do organismo. Neste sentido, o
atraso típico de desenvolvimento apresentado
pelo feto masculino quando combinado com o
nascimento pré-termo pode aumentar o risco
biológico para o desenvolvimento motor de
meninos pré-termo.
No entanto, existem evidências de que a
sequência progressiva do surgimento de
habilidades motoras de prematuros ocorra dentro
do limite da normalidade (MANACERO; NUNES,
2008; VOLPI et al., 2010). Concepções
desenvolvimentais interacionistas, tais como a
paisagem epigenética, sugerem que curso do
desenvolvimento dependeria não apenas dos
fatores internos dos organismos, mas também
das suas relações com os fatores externos. O
foco do desenvolvimento seria transferido do
gene para as interações que ele realiza com
outros agentes, como o ambiente, influenciando e
sendo influenciado por ele (NEWELL; LIU;
MAYER-KRESS, 2003, PERROTTI; MANOEL,
2001; BARREIROS, 2006). De acordo com a
noção de plasticidade fenotípica (GLUCKMAN et
al., 2009), essa possibilidade dos indivíduos de
ajustarem sua trajetória de desenvolvimento para
combinar com seu ambiente, permitiria que
aqueles que possuíssem alguma limitação
biológica, mas que tivessem um ambiente
favorável, conseguissem igualar-se com aqueles
sem essa limitação. Assim, pode-se questionar
até que ponto o desenvolvimento motor seria
condicionado pelos fatores intrínsecos ao
organismo, no caso, prematuridade e sexo.
Outra questão levantada no presente estudo é
se haveria diferenças no desenvolvimento motor
grosso de prematuros de acordo com a
especificidade da tarefa. Resultados de estudos
prévios (MAGALHÃES et al., 2009) tem apontado
diferenças em algumas habilidades de controle de
objetos entre crianças nascidas pré-termo e a
termo, mas não em todas.
Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi
verificar o efeito da prematuridade em habilidades
locomotoras e de controle de objetos, em
meninos e meninas de primeira infância.
Métodos
Caracterização do estudo
Este é um estudo transversal, não
experimental, de comparação entre grupos; foi
desenvolvido como um projeto aninhado que
utilizou análise secundária de dados
epidemiológicos do Estudo Longitudinal de
Observação de Saúde e Bem-estar de Crianças
em idade Pré-escolar (ELOS-Pré). Os seus
procedimentos metodológicos foram aprovados
pelo comitê de ética da Universidade de
Pernambuco (Registro CEP 097/10; registro
CAAE 0096.0.097.000-10) e os participantes
tiveram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido assinado pelos pais ou responsável.
Amostra
Para compor o grupo pré-termo foram
selecionadas as crianças de ambos os sexos
Habilidades motoras de crianças pré-termo
Motriz, Rio Claro, v.19, n.1, p.22-33, jan./mar. 2013 24
nascidas prematuras e que tivessem completado
as duas tentativas de cada uma das doze
habilidades motoras grossas analisadas. O grupo
controle foi formado por crianças nascidas a
termo com idade e sexo semelhantes às crianças
do primeiro grupo, pertencentes ao mesmo
contexto sociocultural. A equivalência inicial entre
os grupos foi garantida por meio da técnica de
emparelhamento (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO,
2006). As características da amostra são
mostradas na Tabela 1.
Tabela1. Caracterização dos participantes com média de idade (anos), massa corporal (kg) e estrutura (cm), e o desvio padrão (DP) dos grupos pré-termo e termo e média da idade gestacional (IG) do grupo pré-termo. Recife, PE
DP= desvio padrão; IG= idade gestacional * Diferença significativa p≥ 0,05
Instrumentos e procedimentos
Para medir o desempenho em habilidades
motoras grossas foi utilizada a segunda versão do
Test of Gross Motor Development - TGMD-2
(ULRICH, 2000), instrumento composto por seis
habilidades locomotoras (correr, galopar, saltitar,
saltar o obstáculo, salto horizontal e
deslocamento lateral) e seis de controle de objeto
(rebater, quicar, receber, chutar, arremessar e
rolar a bola). O TGMD-2, que teve sua validade
testada para uma população brasileira no estudo
de Valentini et al. (2008), apresenta importantes
qualidades métricas (fidedignidade, teste-reteste
e modelo fatorial confirmatório). No Brasil foi
utilizado por diferentes pesquisadores como
Valentini (2002a; 2002b), Valentini et al. (2008),
Brauner e Valentini (2009) e Catenassi et al.
(2007) indicando ser um instrumento eficiente
para avaliar o desenvolvimento motor de crianças
entre três e dez anos e onze meses, sendo de
fácil compreensão linguística e de baixo custo.
Inicialmente, as tarefas eram explicadas e
demonstradas às crianças que, logo depois,
realizavam uma tentativa de ensaio e, em
seguida, as duas tentativas válidas. Caso
houvesse alguma falha no entendimento da tarefa
por parte da criança, o instrutor demonstrava mais
uma vez e, então, a criança realizava as duas
tentativas (Figura 1).
Figura 1. Esquema da aplicação do teste TGMD-2 nas crianças avaliadas. Recife, PE.
Os desempenhos foram filmados com câmera
digital Sony Cyber-Shot DSC-H20 (10.1
Megapixel) e posteriormente analisados em
velocidade lenta no Media Player Classic (free
download), por dois avaliadores treinados.
Na decodificação dos dados, as crianças
recebiam seus escores de acordo com lista de
checagem do teste, atribuindo-se um (1) ponto se
a criança atendesse ao critério ou zero (0) ponto
se não atendesse. Os escores em cada
habilidade eram dados pela soma dos pontos nas
duas tentativas. Na decodificação dos dados, a
consistência interavaliadores, calculada de acordo
com Thomas e Nelson (2002), foi 0,87. As
medidas de desempenho usadas foram os
escores de cada habilidade, somatório dos
escores parciais dos subtestes locomotor (LOC) e
C. M. C. Campos, M. M. A. Soares & M. T. Cattuzzo
Motriz, Rio Claro, v.19, n.1, p.22-33, jan./mar. 2013 25
de controle de objetos (CO) e o escore total,
resultante da soma dos subtestes, denominado
quociente motor geral (QMG).
Atividades Físicas organizadas
Para garantir a equivalência inicial entre os
grupos, além da técnica de emparelhamento,
dados sobre participações em atividades físicas
organizadas fora do contexto escolar foram
coletados. Essas variáveis, provenientes do
banco de dados do projeto ELOS-Pré, indicaram
que das 47 crianças prematuras apenas 4 (1
menino e 3 meninas) realizavam atividades físicas
organizadas fora do contexto escolar. No grupo
Termo, apenas 10 crianças, das 47 analisadas,
realizavam atividades físicas organizadas fora do
contexto escolar (2 meninos e 8 meninas). Além
disso, o teste exato de Fisher garantiu que essa
variável não influenciou os resultados, uma vez
que não foi constatadas associações entre
Atividade Física Organizada e as habilidades
motoras grossas para ambos os grupos, (p>0,05).
Peso e estatura
As variáveis peso e estatura são dados
secundários provenientes do banco de dados do
projeto ELOS-Pré.
Idade Gestacional
Os responsáveis pelas crianças incluídas na
análise do desempenho de habilidades motoras
foram entrevistados por telefone ou pessoalmente
sobre a idade de nascimento de seu (sua) filho
(a). Essa variável foi computada em semanas
(Tabela 1)
Tratamento estatístico
Após as análises descritivas e verificação da
ausência de normalidade dos dados (Kolmogorov-
Smirnov), foi utilizado o teste U de Mann-Whitney
para analisar a diferença entre os escores das
habilidades locomotoras e de controle de objetos
e entre as médias dos grupos nos escores LOC,
CO e QMG, sendo adotado o nível de
significância de p ≤ 0,05. Foram utilizadas
planilhas do programa Microsoft Office Excel
(2007) e os pacotes estatísticos SPSS 10.0.
Resultados
Os dados sobre a caracterização dos grupos são apresentados na Tabela 1. Foram realizadas análises
comparando as medidas da massa corporal e da estatura das crianças. Os testes não identificaram
diferença entre os grupos e sexo com relação à massa das crianças. Já com relação às medidas de estatura
foi observada uma diferença marginal (p=0,057) entre os grupos, sendo que meninos prematuros
apresentaram uma menor estatura que os meninos nascidos a termo.
Figura 2. Valores da mediana e desvio interquartílico dos escores de desempenho das habilidades de controle de objetos de crianças de 3 a 5 anos. Recife, PE.
* Diferença Significativa p≤ 0,05
Os resultados dos escores dos grupos pré-
termo e a termo em cada uma das doze
habilidades grossas e nos escores parciais de
LOC, CO e o QMG são apresentados nas figuras
2, 3 e 4.
Habilidades motoras de crianças pré-termo
Motriz, Rio Claro, v.19, n.1, p.22-33, jan./mar. 2013 26
As análises inferenciais não apontaram
diferenças significativas entre os grupos pré-
termo e a termo nos escores das habilidades
locomotoras e nos escores LOC, CO e QMG. Nas
habilidades de controle de objetos, o teste U de
Mann-Whitney apontou uma diferença
significativa (p=0,014) na habilidade de receber a
bola sendo as crianças a termo melhores que as
crianças pré-termo (Figura 2).
Quando as análises foram estratificadas de
acordo com o sexo, entre os meninos dos grupos
pré-termo e a termo, não houve diferenças
significativas em qualquer das doze habilidades e
nos escores LOC, CO e QMG.
Figura 3. Valores da mediana e desvio interquartílico dos escores de desempenho das habilidades de controle de objetos de meninos e meninas de 3 a 5 anos, nascidos pré-termo. Recife, PE.
* Diferença Significativa p≤ 0,05
Figura 4. Valores da mediana e desvio interquartílico dos escores de desempenho das habilidades locomotoras (LOC), de controle de objetos (CO) e quociente motor geral (QMG) de meninas de 3 a 5 anos nascidos pré-termo e a termo. Recife, PE.
* Diferença Significativa p≤ 0,05
Já com relação às meninas, houve diferença significativa na habilidade receber (p= 0,002), LOC (p=0,029) e no QMG (p=0,021), com as meninas do grupo termo apresentando um
desempenho melhor que as meninas do grupo pré-termo (Figuras 3 e 4).
Por fim, ao serem analisadas somente as
crianças do grupo pré-termo, os resultados
indicaram que não houve diferença significativa
C. M. C. Campos, M. M. A. Soares & M. T. Cattuzzo
Motriz, Rio Claro, v.19, n.1, p.22-33, jan./mar. 2013 27
entre os sexos nos escores das habilidades
locomotoras. Já com relação ao escore de
habilidades de controle de objetos, os testes
indicaram haver diferença significativa com
superioridade dos meninos na habilidade de
arremessar (p= 0,038) e no escore parcial CO
(p=0,42) (Figura 5).
Figura 5. Valores da mediana e desvio interquartílico das habilidades de rebater (Rt), quicar (Q), receber (RC), chutar (Ch), arremessar (A), rolar (Ro) e dos escores parciais de habilidades locomotoras (LOC), de controle de objetos (CO) e quociente motor geral (QMG) de meninos e meninas de 3 a 5 anos nascidos pré-termo. Recife, PE.
* Diferença significativa (p≤ 0,05 )entre os escores dos grupos.
Discussão
O objetivo deste estudo foi verificar o efeito da
prematuridade em habilidades locomotoras e de
controle de objetos, em meninos e meninas de
primeira infância. Há que se ressaltar que a
correção da idade cronológica em função da
prematuridade seria fundamental para o
diagnóstico do desenvolvimento somente nos
primeiros anos de vida. Por exemplo, para um
prematuro de 28 semanas não utilizar a idade
corrigida, aos dois anos, implicaria em 12% de
diferença em seu desempenho em testes de
desenvolvimento, sendo ainda recomendada para
prematuros extremos a correção da idade até os
três anos de vida (RUGOLO, 2005). Para Volpi et
al. (2010) a idade corrigida deve ser usada até
obtenção da marcha independente. No caso do
presente estudo, as crianças que compõe
amostra já ultrapassam esse período crítico, não
sendo mais necessária a correção da sua idade
cronológica.
Nesta seção, inicialmente, são discutidos os
resultados do desempenho motor grosso,
comparando os grupos termo e pré-termo. A
seguir são discutidas as influências da variável
sexo intra e entre grupos e, por fim, a
especificidade das tarefas.
Diferenças entre os grupos termo e pré-termo
Na comparação entre os grupos pré-termo e
termo, os resultados mostraram que, das doze
habilidades analisadas, apenas uma, o receber a
bola, foi afetado pela prematuridade. Assim,
parcialmente, nossos achados são semelhantes
aos resultados de Camargos et al. (2011) no qual
as crianças prematuras mostraram desempenhos
semelhantes aos seus pares em habilidades
motoras grossas.
A falta de diferença entre os grupos na maioria
das habilidades investigadas neste estudo permite
sugerir que, nas crianças dessa amostra, a
Habilidades motoras de crianças pré-termo
Motriz, Rio Claro, v.19, n.1, p.22-33, jan./mar. 2013 28
limitação biológica (prematuridade) não foi
suficiente para impedir um desenvolvimento motor
grosso satisfatório. Isto talvez porque, mesmo
submetido a um insulto biológico, o ser humano
seria capaz de explorar outros recursos, sejam do
próprio indivíduo ou do ambiente, e construir um
comportamento motor mais adequado às suas
necessidades (NEWELL; LIU; MAYER-KRESS et
al., 2003; PERROTTI; MANOEL, 2001;
BARREIROS, 2006).
A paisagem epigenética é uma proposta
teórica para o desenvolvimento humano que
sugere a influência do ambiente na expressão do
código genético; pode ser entendida como o
processo individualizado de tomada de decisão do
organismo no seu desenvolvimento, uma vez que
sua expressão genética seria moldada de acordo
com as necessidades do seu ambiente
(BARREIROS, 2006; CATTUZZO et al., 2012). De
acordo com Newell, Liu e Mayer-Kress et al.
(2003) e Barreiros (2006), a visão da paisagem
epigenética para o desenvolvimento motor infantil
sugere que os mesmos estados de
desenvolvimento motor observados em diferentes
crianças poderiam ser alcançados por uma
variedade de caminhos. Isto então explicaria
como as crianças prematuras, mesmo partindo
com uma condição desfavorável para o seu
desenvolvimento motor, conseguiram atingir
escores semelhantes no desenvolvimento motor
grosso, quando comparadas as crianças sem a
mesma limitação.
Essa explicação também está alinhada à
noção de equifinalidade, um dos princípios
propostos pela Teoria Geral de Sistemas
(BERTALANFFY, 1975). Segundo Bertalanffy
(1975), sistemas vivos – como é o caso do ser
humano - são sistemas abertos, pois eles
mantêm um fluxo constante de entrada e saída de
informações e energia, conservando-se mediante
a construção e a decomposição de seus
componentes; enquanto estão vivos, esses
sistemas nunca alcançam o equilíbrio químico e
termodinâmico, mantendo-se no estado
estacionário. Neste estado, sistemas abertos tem
a propriedade de alcançar o mesmo estado final
partindo de diferentes condições iniciais e por
diferentes maneiras, a chamada equifinalidade
(BERTALANFFY, 1975).
Diferença entre os sexos no grupo pré-termo
Com relação à variação de desempenho entre
os sexos no grupo pré-termo, era esperado que
ou os meninos tivessem um desempenho motor
inferior que as meninas, já que eles seriam os
mais afetados pela prematuridade (STEVENSON
et al., 2000; CUNHA et al., 2004), ou os
resultados acompanhariam os achados de Volpi
et al. (2010) onde as aquisições das habilidades
motoras não diferiram conforme o sexo.
Entretanto, nossos resultados apontaram para a
superioridade dos meninos pré-termo quando
comparados às meninas pré-termo.
A superioridade no desempenho motor de
meninos já foi evidenciada nas investigações com
crianças com desenvolvimento motor típico
(PAIM, 2003; CARVALHAL; VASCONCELOS-
RAPOSO, 2007). No entanto, também são
apresentadas evidências de que as meninas
podem ter o desempenho motor melhor que
meninos, (VAN BEURDEN; BARNETT;
DIETRICH, 2002; HARDY et al., 2010).
De acordo Gallahue e Ozmun (2005) e Malina
et al. (2004) as diferenças entre meninos e
meninas pode estar relacionada aos fatores
ambientais. Meninos parecem ser mais
encorajados a atividades que envolvam
locomoção e em espaços mais amplos, ao
contrário das meninas que geralmente vivenciam
atividades mais estáticas e verbais do que
motoras, como o brincar com a boneca
(CARVALHAL; VASCONCELOS-RAPOSO,
2007). A superioridade no desempenho motor não
só está relacionada ao sexo do indivíduo, mas
também – e talvez principalmente - com tipo de
prática de atividades motoras que são
estimuladas, de acordo com seu gênero.
De acordo com Hanson e Gluckman (2011)
crianças são bastante influenciadas em suas
condições iniciais de desenvolvimento, o que nos
faz sugerir que a superioridade dos meninos
prematuros, quando comparados às meninas
prematuras, parece estar mais relacionada ao
ambiente em que essas crianças estão
envolvidas. Neste sentido, a partir de nossos
achados, poder-se-ia especular se as restrições
ambientais teriam sido favoráveis para o
comportamento motor grosso de meninos, de
modo a neutralizar o déficit biológico apresentado
pelo nascimento pré-termo.
Diferença entre os sexos e grupos: interação entre prematuridade e sexo
As meninas do grupo pré-termo, mostraram
desempenho inferior às meninas do grupo termo,
C. M. C. Campos, M. M. A. Soares & M. T. Cattuzzo
Motriz, Rio Claro, v.19, n.1, p.22-33, jan./mar. 2013 29
concordando com os achados de Gäddlin et al.
(2008), Caravale et al. (2005), Vieira e Linhares
(2011), Saccani e Valentini (2010), Felice et al.
(2010), Van Baar et al. (2005) e Goyen e Lui
(2009), nos quais crianças prematuras também
tiveram seu desenvolvimento motor influenciado
por tal condição.
De acordo com as proposições de Goyen e Lui
(2002), Rabinovich e Carvalho (2001), Brauner e
Valentini (2009) e Monteiro (2006) sobre a
importância do ambiente e fundamentando-se na
visão da paisagem epigenética, poder-se-ia
especular se, para as meninas, as restrições
ambientais teriam sido desfavoráveis para seu
desenvolvimento motor grosso, potencializando
as limitações trazidas pela prematuridade.
Especificidade das tarefas
Relativo aos resultados dos escores parciais,
as meninas termo mostraram ser superiores às
meninas pré-termo no escore parcial de
habilidades locomotoras, contrariando os
resultados dos estudos de Camargos et al. (2011)
Volpi et al. (2010), Santos et al. (2009) e Mancini
et al. (2002), que ao analisarem habilidades de
locomoção não encontraram diferenças
significativas entre crianças pré-termo e termo.
A classe de habilidades locomotoras pode ser
caracterizada como aquela que envolve o
deslocamento do corpo no espaço (GALLAHUE;
OZMUN, 2005) e exige movimentos dinâmicos e
ativos, o que, muitas vezes é reprimido pelos pais,
o que pode significar uma limitação para o
desenvolvimento de habilidades motoras.
Características físicas do ambiente como
ausência de espaços abertos, segurança, entre
outros, talvez também possam ser pensados
como obstáculos para a o engajamento em
atividades motoras. Assim, considerando que
nossos resultados contrariam estudos anteriores,
mais uma vez poder-se–ia especular se, neste
estudo, as restrições ambientais teriam sido
desfavoráveis para o desenvolvimento locomotor
grosso de meninas, potencializando as limitações
trazidas pela prematuridade.
A prática organizada de habilidades motoras é
um importante fator para que crianças atinjam
melhores níveis de desempenho motor. Segundo
Clark (2007) o desenvolvimento de habilidades
motoras requer prática e instruções específicas.
Uma recente meta-análise comprovou o efeito
positivo de intervenções com programas de
habilidades motoras no comportamento motor de
crianças (LOGAN et al., 2011).
Com relação ao desempenho específico por
habilidade parece que as tarefas de controle de
objetos ofereceram maior dificuldade para as
crianças pré-termo. Especificamente nas
habilidades de arremessar e receber a bola, o
resultado foi semelhante ao estudo de Magalhães
et al. (2009) no qual as crianças prematuras
também tiveram baixos desempenhos no escore
total de atividades com bolas. Magalhães et al.
(2009) e Camargos et al. (2011), em seus
estudos, ainda apontam a área de destreza
manual como a de pior desempenho das crianças
pré-termo.
Em termos das capacidades motoras que
fundamentam as habilidades (SCHMIDT; LEE,
1999), o arremessar e o receber a bola exigem
velocidade nos movimentos de manipulação de
objetos com as mãos e braços, bem como
precisão nos ajustes em grandes grupos
musculares. Além disso, ao executar esses tipos
de habilidades, os indivíduos precisam lidar com
diferentes tipos de informações ao mesmo tempo.
A especificidade da tarefa, tamanho, peso ou tipo
de bola utilizada e, especialmente para a
habilidade de receber, na qual o ajuste para a
direção e trajetória da bola exige antecipação,
podem ter proporcionado maior dificuldade às
crianças.
Finalmente, algumas sugestões para outros
estudos podem ser apontadas. Nas próximas
investigações poderia ser utilizada uma análise
com o dado contínuo da idade gestacional das
crianças envolvidas, buscando conhecer mais
sobre a extensão das restrições advindas da
prematuridade. Também poderiam ser analisadas
habilidades que exigissem o controle motor de
pequenos grupos musculares (exigência de
precisão) e habilidades que exigissem a
antecipação, pois essas especificidades da tarefa
poderiam – talvez - expor melhor as diferenças
entre prematuros e nascidos a termo. Além disso,
a análise da história de vida da criança também
poderia ser uma fonte importante de informações:
se conhecêssemos a trajetória individual de cada
uma delas e seu cotidiano, poderíamos conhecer
as influências importantes do ambiente no seu
desenvolvimento.
Habilidades motoras de crianças pré-termo
Motriz, Rio Claro, v.19, n.1, p.22-33, jan./mar. 2013 30
Conclusões
O conjunto de resultados do presente estudo
permite concluir que o desenvolvimento motor
grosso das crianças recifenses de primeira
infância foi afetado apenas parcialmente pela
prematuridade. No entanto, quando as análises
levam em consideração o sexo e a especificidade
das tarefas pode-se concluir que a prematuridade
interagiu com esses fatores. Nesta amostra de
crianças, ser prematura e do sexo feminino afetou
negativamente o desempenho em habilidades
locomotoras e de controle de objetos.
Além disso, nossos resultados nos permitem
sugerir que o ambiente em que essas crianças
estavam envolvidas pode ter sido um fator
influenciando o rumo do desenvolvimento de
crianças prematuras.
As informações fornecidas por esta pesquisa
permitem que profissionais de saúde que
convivem com crianças com essas
características, em especial aos professores de
Educação Física, possam dispor de
conhecimentos mais precisos sobre o
desenvolvimento motor de crianças em situação
de risco.
Referências
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Este trabalho teve o apoio da FACEPE, mediante bolsa de iniciação científica da aluna Marianne M.A. Soares (BIC-0265-4.09/11).
Endereço:
Maria Teresa Cattuzzo Escola Superior de Educação Física, Campus Universitário HUOC. Rua Arnóbio Marques, 310 Sto. Amaro Recife PE Brasil 50100-130 Fax: (81) 3183-3354 e-mail: [email protected]
Recebido em: 3 de maio de 2012. Aceito em: 10 de dezembro de 2012.
Motriz. Revista de Educação Física. UNESP, Rio Claro,
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