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Analisa, com base em dados qualitativos e quantitativos os primeiros anos do projeto Dando Bola pra Vida, uma iniciativa do Se Essa Rua Fosse Minha e lideranças comunitários do Complexo Cerro Corá.
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ESTENDER O ARAME, AMPARAR A TRAVESSIA E ORIENTAR O SALTO
Uma experiência de Desenvolvimento Local e Cidadania Cultural com base no protagonismo infanto-juvenil
Uma experiência de e com
base no infanto-juvenil
Desenvolvimento Local
Cidadania Cultural protagonismo
Secretário ExecutivoAntonio César Marques
Coordenação de Projetos
Claudio Barría
Administração FinanceiraRomário Santos
ORGANIZAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃOClaudio A. Barría Mancilla
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICAAna Paula Passos Hassan (2004-2006)Valeria Aguiar(2007-2008)
ASSISTENTE SOCIALQueila Vasni /Ma DalvaC. da Silva
EDUCADORES SOCIAISMárcia Vitor Marília TeixeiraRita de Cássia
EDUCADORES EM CIRCO SOCIALAlex de Souza (Nego da Bahia)Marco Aurélio B. da SilvaWanderson dos Santos (Dinho)Aline Mesquita
CIRCULADORES(Estágio de ensino aprendizagem em Circo Social)Márcio Goulart (Dicró)Tatiane MarquesFausto Tenório Luiz Alberto Silva (Roxo)Verônica Gomes
AGENTES COMUNITÁRIOSFátima BentoJosé Luis da Silva
COZINHAMaria Helena
ESTAGIARIAS (em diversos momentos do projeto) Juliana Barros Galvão UFRJ (2005) Cintia C. Mariano UFRJ (2005) Cely de Jesus Mariano UVA (2005)Renata de O. Santos PUC (2005)Thais V. Ferreira Freixo UFRJ (2005)Hudna Lima Mendonça UFRJ (2005)Nara Franco de Albuquerque UFRJ (2006)Luana Kristel A. da Silva UFRJ (2006)Mariana Inácio Porfírio UFRJ (2007Renata da Fonseca Silva UFF (2007))
VOLUNTÁRIOSLouisa Tobim (Irlanda)Jimmie Rodgers (EUA)
PESQUISADORES INDEPENDENTESDenise Faith Brown (PUC)Cleonice Puggian (Cambridge)Shuna Beckett (UK)
Alunos Foto-jornalismo Prof. Paulo Rubens Fonseca. Comunicação Social da PUC- RJAna cristina BandeiraFelipe FittipaldiGuilherme SchutzeIracema SysdrosnioMarcelo BonattoMaria Julia CancellaPaula HaefeliRaphaela LuppiRodrigo Costa Pereira
EXPEDIENTE
Capa: Claudio Barría Concepção Visual: Gustavo Dias Lima e Claudio BarríaFotos: Arquivo do SER, Walter Mesquita e Alunos do Departamento de Comunicação Social da - PUC/RJ
EQUIPE DO PROJETO DANDO BOLA PRA VIDA
ENSAIO FOTOGRÁFICO (P&B)/
Uma experiência de
e com base no infanto-
juvenil
Desenvolvimento LocalCidadania Cultural protagonismo
Uma experiência de e com
base no infanto-juvenil
Desenvolvimento Local
Cidadania Cultural protagonismo
Secretário ExecutivoAntonio César Marques
Coordenação de Projetos
Claudio Barría
Administração FinanceiraRomário Santos
ORGANIZAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃOClaudio A. Barría Mancilla
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICAAna Paula Passos Hassan (2004-2006)Valeria Aguiar(2007-2008)
ASSISTENTE SOCIALQueila Vasni /Ma DalvaC. da Silva
EDUCADORES SOCIAISMárcia Vitor Marília TeixeiraRita de Cássia
EDUCADORES EM CIRCO SOCIALAlex de Souza (Nego da Bahia)Marco Aurélio B. da SilvaWanderson dos Santos (Dinho)Aline Mesquita
CIRCULADORES(Estágio de ensino aprendizagem em Circo Social)Márcio Goulart (Dicró)Tatiane MarquesFausto Tenório Luiz Alberto Silva (Roxo)Verônica Gomes
AGENTES COMUNITÁRIOSFátima BentoJosé Luis da Silva
COZINHAMaria Helena
ESTAGIARIAS (em diversos momentos do projeto) Juliana Barros Galvão UFRJ (2005) Cintia C. Mariano UFRJ (2005) Cely de Jesus Mariano UVA (2005)Renata de O. Santos PUC (2005)Thais V. Ferreira Freixo UFRJ (2005)Hudna Lima Mendonça UFRJ (2005)Nara Franco de Albuquerque UFRJ (2006)Luana Kristel A. da Silva UFRJ (2006)Mariana Inácio Porfírio UFRJ (2007Renata da Fonseca Silva UFF (2007))
VOLUNTÁRIOSLouisa Tobim (Irlanda)Jimmie Rodgers (EUA)
PESQUISADORES INDEPENDENTESDenise Faith Brown (PUC)Cleonice Puggian (Cambridge)Shuna Beckett (UK)
Alunos Foto-jornalismo Prof. Paulo Rubens Fonseca. Comunicação Social da PUC- RJAna cristina BandeiraFelipe FittipaldiGuilherme SchutzeIracema SysdrosnioMarcelo BonattoMaria Julia CancellaPaula HaefeliRaphaela LuppiRodrigo Costa Pereira
EXPEDIENTE
Capa: Claudio Barría Concepção Visual: Gustavo Dias Lima e Claudio BarríaFotos: Arquivo do SER, Walter Mesquita e Alunos do Departamento de Comunicação Social da - PUC/RJ
EQUIPE DO PROJETO DANDO BOLA PRA VIDA
ENSAIO FOTOGRÁFICO (P&B)/
Uma experiência de
e com base no infanto-
juvenil
Desenvolvimento LocalCidadania Cultural protagonismo
Este nicho ecológico, no dizer de Rubem Alves é onde floresce o projeto Dando Bola pra Vida. Um espaço onde brota aprendizados, responsabilidades e comprometimento com o desenvolvimento de uma justa ecologia humana e social.
Eduardo Galeano nos alerta de maneira focal para este desequilibro ecológico: ”No alto da noite do Rio de Janeiro, luminoso, o Cristo estende os braços. Debaixo desses braços os netos dos escravos encontram amparo... a policia mata muitos, mas a economia mais ainda”.
(...) Mas o professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança. (...)
Pode ser que educadores sejam confundidos com professores, da mesma forma como se pode dizer: jequitibá e eucalipto, não é tudo árvore, madeira? No final, não dá tudo no mesmo?
(...) Eucaliptos são fáceis de plantar, são cultivados para fins específicos e são sempre organizados em linha e de forma planejada. Seu ciclo de vida é curto, pois têm fins puramente comerciais, crescem depressa e não há nada que os diferencie entre si, pois quanto mais padronizados, melhor é o trato.
Há árvores, como Jequitibás, no entanto, que são diferentes das outras, possuem personalidade, e, os antigos acreditam mesmo que possuíam alma,(...) não são facilmente substituídas como os eucaliptos, nascem de forma espontânea e têm muita liberdade.(...)
Profissões e vocações são como plantas. Vicejam e florescem em nichos ecológicos, naquele conjunto precário de situações que as tornam possíveis e - quem sabe? - necessárias. Destruído esse habitat, a vida vai se encolhendo, murchando, fica triste, mirra, entra para o fundo da terra, até sumir (...) Rubem Alves¹
Sobre Jequitibás
e Eucaliptos
¹Alves, Rubem, Conversas com quem gosta de ensinar. São Paulo: Cortez, 1981.
...Prefácio Uma população de baixa renda, em sua maioria composta de afrodescendentes, migrantes do norte e nordeste, residindo em precárias moradias, lixos pelas encostas, rios poluídos ou desviados para residência particulares, meninos e meninas sem ruas e de ruas, sem espaços de encontro e lazer e o circulo do medo enclausurando as famílias.
“Quem meu filho beija, minha boca adoça” diz o ditado popular.
A construção de espaços de convivência pedagógica, como lugar de encontros, desenvolvimento das potencialidades e protagonismo dos meninos e meninas destas comunidades, veio propiciando respostas extremamente positivas das famílias, dos moradores, lideranças comunitárias, redes sociais, setores do poder publico, em torno da proteção e garantia de seus direitos.
“É preciso uma aldeia para educar uma criança”, Este ditado africano, tem nos permitido vivenciar valores societários mais humanos e solidários, de construção de
felicidades individuais e feliz/cidades coletivas, experimentando o sabor dos versos de Cora Coralina: “Feliz daquele que
transfere o que sabe e aprende o que ensina”.
Os dados e relatos pedagógicos que se seguem, afirmam o profícuo momento de participação comunitária dentro do Dando Bola pra Vida, que acontece paralelamente à necessidade de ampliação de investimentos para a consolidação das bases metodologias e de desenvolvimento local.
Neste sentido, acreditamos que naturalmente se reforçam os laços e os compromissos, entre a Comunidade, o Se Essa Rua Fosse Minha, a Kinder Not Hilfe e novos parceiros, como Jardineiros Educadores, que escolheram cuidadosamente plantar Jequitibas e não Eucalipitos.
Antonio César MarquesSecretário ExecutivoSe Essa Rua Fosse Minha
“Eu diria que os educadores são como as velhas árvores. Possuem uma face, um nome, uma "história" a ser contada.
Habitam um mundo em que o que vale é a relação que os liga aos alunos, sendo
que cada aluno é uma "entidade" sui generis, portador de um nome, também
de uma "história", sofrendo tristezas e alimentando esperanças.”
Rubem Alves (idem)
Projeto Griôt´s - Rodas de Leituras no “Dia do Escritor”Largo Machado (esc.) - Casa da República (dir.)Foto: Arquivo do SER
0403
Este nicho ecológico, no dizer de Rubem Alves é onde floresce o projeto Dando Bola pra Vida. Um espaço onde brota aprendizados, responsabilidades e comprometimento com o desenvolvimento de uma justa ecologia humana e social.
Eduardo Galeano nos alerta de maneira focal para este desequilibro ecológico: ”No alto da noite do Rio de Janeiro, luminoso, o Cristo estende os braços. Debaixo desses braços os netos dos escravos encontram amparo... a policia mata muitos, mas a economia mais ainda”.
(...) Mas o professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança. (...)
Pode ser que educadores sejam confundidos com professores, da mesma forma como se pode dizer: jequitibá e eucalipto, não é tudo árvore, madeira? No final, não dá tudo no mesmo?
(...) Eucaliptos são fáceis de plantar, são cultivados para fins específicos e são sempre organizados em linha e de forma planejada. Seu ciclo de vida é curto, pois têm fins puramente comerciais, crescem depressa e não há nada que os diferencie entre si, pois quanto mais padronizados, melhor é o trato.
Há árvores, como Jequitibás, no entanto, que são diferentes das outras, possuem personalidade, e, os antigos acreditam mesmo que possuíam alma,(...) não são facilmente substituídas como os eucaliptos, nascem de forma espontânea e têm muita liberdade.(...)
Profissões e vocações são como plantas. Vicejam e florescem em nichos ecológicos, naquele conjunto precário de situações que as tornam possíveis e - quem sabe? - necessárias. Destruído esse habitat, a vida vai se encolhendo, murchando, fica triste, mirra, entra para o fundo da terra, até sumir (...) Rubem Alves¹
Sobre Jequitibás
e Eucaliptos
¹Alves, Rubem, Conversas com quem gosta de ensinar. São Paulo: Cortez, 1981.
...Prefácio Uma população de baixa renda, em sua maioria composta de afrodescendentes, migrantes do norte e nordeste, residindo em precárias moradias, lixos pelas encostas, rios poluídos ou desviados para residência particulares, meninos e meninas sem ruas e de ruas, sem espaços de encontro e lazer e o circulo do medo enclausurando as famílias.
“Quem meu filho beija, minha boca adoça” diz o ditado popular.
A construção de espaços de convivência pedagógica, como lugar de encontros, desenvolvimento das potencialidades e protagonismo dos meninos e meninas destas comunidades, veio propiciando respostas extremamente positivas das famílias, dos moradores, lideranças comunitárias, redes sociais, setores do poder publico, em torno da proteção e garantia de seus direitos.
“É preciso uma aldeia para educar uma criança”, Este ditado africano, tem nos permitido vivenciar valores societários mais humanos e solidários, de construção de
felicidades individuais e feliz/cidades coletivas, experimentando o sabor dos versos de Cora Coralina: “Feliz daquele que
transfere o que sabe e aprende o que ensina”.
Os dados e relatos pedagógicos que se seguem, afirmam o profícuo momento de participação comunitária dentro do Dando Bola pra Vida, que acontece paralelamente à necessidade de ampliação de investimentos para a consolidação das bases metodologias e de desenvolvimento local.
Neste sentido, acreditamos que naturalmente se reforçam os laços e os compromissos, entre a Comunidade, o Se Essa Rua Fosse Minha, a Kinder Not Hilfe e novos parceiros, como Jardineiros Educadores, que escolheram cuidadosamente plantar Jequitibas e não Eucalipitos.
Antonio César MarquesSecretário ExecutivoSe Essa Rua Fosse Minha
“Eu diria que os educadores são como as velhas árvores. Possuem uma face, um nome, uma "história" a ser contada.
Habitam um mundo em que o que vale é a relação que os liga aos alunos, sendo
que cada aluno é uma "entidade" sui generis, portador de um nome, também
de uma "história", sofrendo tristezas e alimentando esperanças.”
Rubem Alves (idem)
Projeto Griôt´s - Rodas de Leituras no “Dia do Escritor”Largo Machado (esc.) - Casa da República (dir.)Foto: Arquivo do SER
0403
SumárioPrefácio (03)
Sumário (05)
Apresentação (07)
À modo de Introdução (09)
Contextualização (10)A situação da infância no Brasil (11)A criminalização da população pobre como política pública no Rio de Janeiro (2004-2008) (13)Situação das Famílias do projeto Dando Bola pra Vida (16)
Dando Bola pra Vida, novos desafios
para a sustentabilidade (54)
Dando Bola pra Vida 2004-2008. Relatoria de ações por objetivos do projeto (24)Apresentação dos objetivos (26)
Crianças, adolescentes e jovens (27)
Mobilização familiar e comunitária (31)
Redes e políticas públicas (33)
Formação e capacitação (37)
Pesquisa ação (38)
Indicadores de monitoramento e avaliação período 2004 - 2008 (40)Quadro sinóptico da avaliação por indicadores (43)
Avaliações gerais (46)Principais entraves encontrados (47)Principais produtos desenvolvidos (51)Rede social de parcerias construídas (52)
Arte-Educador Marco Aurélio (lado direta na Quadra da Comunidade Cerro Corá)Foto: Arquivo SER
05
SumárioPrefácio (03)
Sumário (05)
Apresentação (07)
À modo de Introdução (09)
Contextualização (10)A situação da infância no Brasil (11)A criminalização da população pobre como política pública no Rio de Janeiro (2004-2008) (13)Situação das Famílias do projeto Dando Bola pra Vida (16)
Dando Bola pra Vida, novos desafios
para a sustentabilidade (54)
Dando Bola pra Vida 2004-2008. Relatoria de ações por objetivos do projeto (24)Apresentação dos objetivos (26)
Crianças, adolescentes e jovens (27)
Mobilização familiar e comunitária (31)
Redes e políticas públicas (33)
Formação e capacitação (37)
Pesquisa ação (38)
Indicadores de monitoramento e avaliação período 2004 - 2008 (40)Quadro sinóptico da avaliação por indicadores (43)
Avaliações gerais (46)Principais entraves encontrados (47)Principais produtos desenvolvidos (51)Rede social de parcerias construídas (52)
Arte-Educador Marco Aurélio (lado direta na Quadra da Comunidade Cerro Corá)Foto: Arquivo SER
05
“No alto da noite do Rio de Janeiro, luminoso, o Cristo redentor estende os braços. Debaixo desses braços os netos dos escravos encontram amparo... A polícia mata muitos, e mais ainda mata a economia. Na cidade violenta soam tiros e também tambores: os atabaques ansiosos de consolo e de vingança, chamam os deuses africanos . Cristo sozinho não basta.”
(Eduardo Galeano, O livro dos Abraços
O Dando Bola pra Vida é hoje uma realidade consolidada nas comunidades do Complexo do Cerro Corá para, pelo menos, 800 crianças e adolescentes e suas famílias. Uma ação articulada em seu beneficio, uma iniciativa do Se essa Rua Fosse Minha, em parceria estreita com diversas organizações da comunidade e a Kindernothilfe, da Alemanha.
O projeto desenvolve atividades artísticas, culturais e pedagógicas e de acompanhamento sócio - familiar e escolar com 330 crianças e adolescentes e disponibiliza vagas rotativas para mais de 1200 meninos e meninas ao ano. Cursos e oficinas onde se debatem temas transversais como violência, gênero, etnia, drogas, sexualidade e saúde coletiva, são pano de fundo do desenvolvimento crítico e criativo da garotada e da comunidade.
Em tempo, o projeto desenvolve um trabalho de articulação comunitária junto a 4 Associações de moradores, 4 Igrejas de práticas confessionais diferentes, 3 Escolas públicas, 2 colégios particulares, 1 hospital, comercio local e lideranças comunitárias de modo contínuo, totalizando mais de 58 parcerias estabelecidas em busca da garantia de direitos básicos.
Concomitantemente, o Dando Bola, como é chamado carinhosamente o projeto pela comunidade, foi co-fundador, e anima, uma rede de organizações, profissionais liberais e vizinhos do Bairro Cosme Velho - uma região das mais tradicionais da zona sul carioca, onde fica o complexo -, é a Rede Social do Cosme Velho.
Além dessa articulação, o projeto fortaleceu decisivamente a organização comunitária - principalmente na ocupação dos espaços públicos e no processo de re-legitimação das associações de moradores -, e foi a base do surgimento de novas organizações, como a Associação de Mulheres e Amigas da Comunidade Cerro Corá AMACEC , que se articula a partir de um dos grupos operativos do projeto.
A idéia que engloba essas ações é a articulação de uma ampla rede em defesa e garantia dos direitos dos meninos e meninas do Cerro Corá. Essa rede, mesmo não institucionalizada, e com precários recursos para o desenvolvimento de ações articuladas, é já uma realidade.
O desafio, nesse sentido, consiste em desenvolver uma ação que capitalize o enorme potencial de recursos articulados hoje em torno do projeto, de modo a contribuir com a formação e capacitação de adolescentes, jovens, lideranças locais e agentes comunitários que possam, efetivamente, assumir maior protagonismo no controle social de políticas públicas, participando também como co-gestores do Dando Bola pra Vida. Este processo, que passa pela consolidação de um Conselho Comunitário do Dando Boa pra Vida, encontra-se em fase avançada, precisando ainda das ações antes assinaladas para sua consolidação.
É nessa perspectiva de transformação, de ação articulada dos diversos atores envolvidos e da equipe do projeto, que estão contextualizados os dados estatísticos levantados e apresentados aqui. No presente relato buscamos dar uma visão - necessariamente parcial - da realidade dessas crianças, adolescente e de suas famílias e das ações que o Projeto Dando Bola pra Vida vem desenvolvendo.
Nosso intuito é compartilhar essa experiência, multiplicando assim o impacto dessa ação. Nesse sentido, busca-se colocar as bases para o desenvolvimento de uma nova ação articulada que, tendo por base os resultados já atingidos, possa aprofundar a formação dos jovens, a relação destes com o ensino escolarizado e os diferentes espaços sociais - como equipamentos culturais e de lazer-, e a capacidade de organização da comunidade, em torno da idéia de garantia integral de direitos das crianças e adolescentes.
Esperamos assim, ampliar qualitativamente o papel dos agentes envolvidos (adolescente, jovens, suas famílias, lideranças comunitárias e organizações de base) no controle social, no desenvolvimento comunitário e no surgimento de ações auto-gestionárias de geração de trabalho e renda.
0807
“No alto da noite do Rio de Janeiro, luminoso, o Cristo redentor estende os braços. Debaixo desses braços os netos dos escravos encontram amparo... A polícia mata muitos, e mais ainda mata a economia. Na cidade violenta soam tiros e também tambores: os atabaques ansiosos de consolo e de vingança, chamam os deuses africanos . Cristo sozinho não basta.”
(Eduardo Galeano, O livro dos Abraços
O Dando Bola pra Vida é hoje uma realidade consolidada nas comunidades do Complexo do Cerro Corá para, pelo menos, 800 crianças e adolescentes e suas famílias. Uma ação articulada em seu beneficio, uma iniciativa do Se essa Rua Fosse Minha, em parceria estreita com diversas organizações da comunidade e a Kindernothilfe, da Alemanha.
O projeto desenvolve atividades artísticas, culturais e pedagógicas e de acompanhamento sócio - familiar e escolar com 330 crianças e adolescentes e disponibiliza vagas rotativas para mais de 1200 meninos e meninas ao ano. Cursos e oficinas onde se debatem temas transversais como violência, gênero, etnia, drogas, sexualidade e saúde coletiva, são pano de fundo do desenvolvimento crítico e criativo da garotada e da comunidade.
Em tempo, o projeto desenvolve um trabalho de articulação comunitária junto a 4 Associações de moradores, 4 Igrejas de práticas confessionais diferentes, 3 Escolas públicas, 2 colégios particulares, 1 hospital, comercio local e lideranças comunitárias de modo contínuo, totalizando mais de 58 parcerias estabelecidas em busca da garantia de direitos básicos.
Concomitantemente, o Dando Bola, como é chamado carinhosamente o projeto pela comunidade, foi co-fundador, e anima, uma rede de organizações, profissionais liberais e vizinhos do Bairro Cosme Velho - uma região das mais tradicionais da zona sul carioca, onde fica o complexo -, é a Rede Social do Cosme Velho.
Além dessa articulação, o projeto fortaleceu decisivamente a organização comunitária - principalmente na ocupação dos espaços públicos e no processo de re-legitimação das associações de moradores -, e foi a base do surgimento de novas organizações, como a Associação de Mulheres e Amigas da Comunidade Cerro Corá AMACEC , que se articula a partir de um dos grupos operativos do projeto.
A idéia que engloba essas ações é a articulação de uma ampla rede em defesa e garantia dos direitos dos meninos e meninas do Cerro Corá. Essa rede, mesmo não institucionalizada, e com precários recursos para o desenvolvimento de ações articuladas, é já uma realidade.
O desafio, nesse sentido, consiste em desenvolver uma ação que capitalize o enorme potencial de recursos articulados hoje em torno do projeto, de modo a contribuir com a formação e capacitação de adolescentes, jovens, lideranças locais e agentes comunitários que possam, efetivamente, assumir maior protagonismo no controle social de políticas públicas, participando também como co-gestores do Dando Bola pra Vida. Este processo, que passa pela consolidação de um Conselho Comunitário do Dando Boa pra Vida, encontra-se em fase avançada, precisando ainda das ações antes assinaladas para sua consolidação.
É nessa perspectiva de transformação, de ação articulada dos diversos atores envolvidos e da equipe do projeto, que estão contextualizados os dados estatísticos levantados e apresentados aqui. No presente relato buscamos dar uma visão - necessariamente parcial - da realidade dessas crianças, adolescente e de suas famílias e das ações que o Projeto Dando Bola pra Vida vem desenvolvendo.
Nosso intuito é compartilhar essa experiência, multiplicando assim o impacto dessa ação. Nesse sentido, busca-se colocar as bases para o desenvolvimento de uma nova ação articulada que, tendo por base os resultados já atingidos, possa aprofundar a formação dos jovens, a relação destes com o ensino escolarizado e os diferentes espaços sociais - como equipamentos culturais e de lazer-, e a capacidade de organização da comunidade, em torno da idéia de garantia integral de direitos das crianças e adolescentes.
Esperamos assim, ampliar qualitativamente o papel dos agentes envolvidos (adolescente, jovens, suas famílias, lideranças comunitárias e organizações de base) no controle social, no desenvolvimento comunitário e no surgimento de ações auto-gestionárias de geração de trabalho e renda.
0807
Desvelando. Foto: Marcelo Bonatto - PUC
A modo
de Introdução
Uma manhã de março de 2004 João acorda
mais cedo que de costume. Seus sonhos essa noite estiveram povoados da ansiedade provocada pela notícia que a mãe tinha lhe dado antes de dormir, “...amanhã vai começar o circo lá na quadra”. Naquele dia não tinha café da manhã, mas isso não fez muita diferença na sua empolgação. Calçou o chinelo e correu que quase voava, enquanto ainda ressoavam na sua cabeça as últimas palavras da mãe, “lá na quadra...” não sabia bem por que, mas achava graça ser lá. Perguntava-se se os amigos já estariam sabendo.
Ao descer pelos becos e ruelas foram se somando ao seu caminhar meninos e meninas, uns chamando outros, como um bando de pardais daqueles que se amontoam no largo, lá embaixo, aos domingos de feira; todos expectantes, cabelos desgrenhados, uns, bem arrumadinhos para a ocasião os outros, todos com os olhos brilhando de vontade de SER.
A quadra, construída graças à influência de um promissor político que hoje ninguém mais lembra e que fora logo esquecida pelo poder público, possuía as marcas desse abandono. Freqüentada por todo tipo de gangues e perdida como espaço comunitário, tinha à época seus muros pichados pelo tráfico e pela tentativa de expressão dos jovens adolescentes da comunidade. João só ia lá com a turma, nunca szinho. Lá era terra de ninguém, dizia a mãe.
Mas ele gostava de lá. Será que às vezes ele era ninguém?
Hoje, descer até a quadra é já um costume cultivado por João. Lá reaprendeu a gostar de brincar e aprender, descobriu o prazer de estar na roda e ouvir e ser ouvido. O lanche, preparado pela padaria do “Seu Jenecí” e pela Fátima, agente comunitária do projeto, mas figura de referência para ele desde há muito, foi um incentivo a mais.
Impossível para o papel expressar o olhar de João ao receber o carinho da mãe e da comunidade ao término do espetáculo “Flip-Flap, o palhaço triste”, que apresentou junto à garotada com ocasião da Festa da família, uma das tantas atividades de integração e convivência, que a cada momento acontecem no espaço de encontro de todos: a quadra da comunidade, que mostra hoje o rosto colorido após o mutirão realizado pela meninada, pelos pais e vizinhos.
09 10
Desvelando. Foto: Marcelo Bonatto - PUC
A modo
de Introdução
Uma manhã de março de 2004 João acorda
mais cedo que de costume. Seus sonhos essa noite estiveram povoados da ansiedade provocada pela notícia que a mãe tinha lhe dado antes de dormir, “...amanhã vai começar o circo lá na quadra”. Naquele dia não tinha café da manhã, mas isso não fez muita diferença na sua empolgação. Calçou o chinelo e correu que quase voava, enquanto ainda ressoavam na sua cabeça as últimas palavras da mãe, “lá na quadra...” não sabia bem por que, mas achava graça ser lá. Perguntava-se se os amigos já estariam sabendo.
Ao descer pelos becos e ruelas foram se somando ao seu caminhar meninos e meninas, uns chamando outros, como um bando de pardais daqueles que se amontoam no largo, lá embaixo, aos domingos de feira; todos expectantes, cabelos desgrenhados, uns, bem arrumadinhos para a ocasião os outros, todos com os olhos brilhando de vontade de SER.
A quadra, construída graças à influência de um promissor político que hoje ninguém mais lembra e que fora logo esquecida pelo poder público, possuía as marcas desse abandono. Freqüentada por todo tipo de gangues e perdida como espaço comunitário, tinha à época seus muros pichados pelo tráfico e pela tentativa de expressão dos jovens adolescentes da comunidade. João só ia lá com a turma, nunca szinho. Lá era terra de ninguém, dizia a mãe.
Mas ele gostava de lá. Será que às vezes ele era ninguém?
Hoje, descer até a quadra é já um costume cultivado por João. Lá reaprendeu a gostar de brincar e aprender, descobriu o prazer de estar na roda e ouvir e ser ouvido. O lanche, preparado pela padaria do “Seu Jenecí” e pela Fátima, agente comunitária do projeto, mas figura de referência para ele desde há muito, foi um incentivo a mais.
Impossível para o papel expressar o olhar de João ao receber o carinho da mãe e da comunidade ao término do espetáculo “Flip-Flap, o palhaço triste”, que apresentou junto à garotada com ocasião da Festa da família, uma das tantas atividades de integração e convivência, que a cada momento acontecem no espaço de encontro de todos: a quadra da comunidade, que mostra hoje o rosto colorido após o mutirão realizado pela meninada, pelos pais e vizinhos.
09 10
Esses dados frios dão somente um sinal de uma realidajde muito mais complexa, vivenciada
cotidianamente por meninos e meninas pelo Brasil afora, em particular os 29 milhões de
negros.
Os dados citados levantados confirmam a conclusão a que chegaram os pesquisadores do
UNICEF:
“A iniqüidade, o preconceito e a discriminação surgem na sociedade brasileira como
resultado de um sistema injusto, erguido sobre um conjunto de fatores históricos,
econômicos, sociais. Um sistema baseado na perversa reunião de três fatores: uma das
maiores concentrações de riqueza do mundo; a falta de investimento do Estado em serviços
sociais fundamentais; e a falta de participação dos cidadãos no desenho e implementação de
políticas públicas sociais.”
E ainda agrega o que já sabemos e diariamente confirmamos,
“Crianças e adolescentes são as primeiras e maiores vítimas dessa terrível combinação de
fatores de exclusão social.”
Esse panorama se vê confirmado no Cerro Corá pela pesquisa por amostragem que fizemos a
partir de dados levantados junto a 110 crianças e adolescentes do Projeto, apresentados no
relatório 2004 - 2005.
Segundo a nossa pesquisa 16,9% das famílias das crianças do projeto vivem com menos de um
salário mínimo por mês, 59,15% têm renda de entre 1 a 2 salários
mínimos e só 23% possuem ingressos de mais de três salários.
Entretanto, para além das condições de miserabilidade das crianças e
das comunidades pobres, a cada dia mais pode se perceber o
agravamento das condições de vida devido justamente ao modo como
o Estado encara a questão social sob uma lógica que criminaliza a
pobreza, notadamente a juventude negra e pobre. Esta lógica vem
fazendo com que a presença do Estado no Cerro Corá, como em quase
a totalidade das favelas do Rio de Janeiro, seja quase exclusivamente a
da força policial, que sob a bandeira da luta contra as drogas atropela
sistematicamente direitos, semeando o terror e a morte entre a
população.
Esta perspectiva vem criando situações de difícil superação a não ser
por meio de uma ampla mobilização da comunidade de modo
participativo, fazendo valer seus direitos cidadãos. A mobilização dos
diversos grupos sociais para o debate sobre políticas públicas, a
articulação das Redes de serviços existentes para facilitar o seu acesso,
e, acima de tudo, a aposta no enorme potencial transformador desses
meninos e meninas, sua capacidade de multiplicar experiências e de
reinventar seu estar no mundo, constituem uma via para a mudança,
não só de qualidade de vida, mas da própria sociedade.
Em relatório parcial do projeto - publicado
em 2006 - constatávamos a dramática situação da
infância e juventude no Brasil, segundos os dados
levantados por pesquisa do UNICEF publicada naquela época e complementados
com dados oficiais de agências brasileiras como o IPEA e o IBGE.
Após dois anos, podemos constatar que a situação continua estruturalmente a mesma, embora não
exista uma nova pesquisa nacional que aponte as mudanças em termos quantitativos. Não obstante
o surgimento de alguns programas assistenciais promovidos pelo governo federal tenha, de fato,
provocado mudanças junto às famílias em situação de extrema pobreza, introduzindo uma renda
mínima por meio de programas como o Bolsa Família, podemos observar que, como apontava a
citada pesquisa, o Brasil continua sendo um pais que “não é pobre, mas(é) um país injusto. Ainda
hoje, a renda da família, a etnia, o sexo, o lugar onde vive, o fato de ter ou não deficiência determinam
os acessos de meninas e meninos a serviços de saúde e nutrição, à educação infantil, fundamental e
média, se terão ou não seu trabalho explorado antes dos 16 anos, ou até mesmo o risco de ser
contaminados pelo HIV/Aids.”
Cerca de 40% dos jovens brasileiros vivem em famílias com renda até meio salário mínimo. A cada
dois desempregados do país, um é jovem. Mesmo entre os ocupados, a maioria está na
informalidade - somente 35% têm seus direitos trabalhistas constitucionais garantidos (carteira
assinada). Dois em cada três presos são jovens. Somente três em cada dez jovens têm acesso ao
ensino médio. Entre os que já pararam de estudar, 51% não superaram o ensino fundamental e 12%
sequer ultrapassaram a 4ª série. Os dados sobre as crianças entre 7 e 15 anos, não são mais
alentadores.
Do total de crianças e adolescentes brasileiros, 45% são pobres, vivendo em famílias com renda per
capita de, no máximo, ½ salário mínimo. Essa média esconde uma iniqüidade significativa. Se
analisarmos a distribuição da pobreza por raça/etnia poderemos notar que o percentual de pobres
nos grupos de crianças e adolescentes indígenas e negros é maior (71% e 58%, respectivamente) do
que nos grupos de brancos e amarelos (33% e 24%, respectivamente). Isso significa que, no Brasil,
uma criança ou um adolescente negro tem quase duas vezes mais chance de ser pobre que uma
criança ou um adolescente branco (razão de eqüidade de 1,8).
11 12
Esses dados frios dão somente um sinal de uma realidajde muito mais complexa, vivenciada
cotidianamente por meninos e meninas pelo Brasil afora, em particular os 29 milhões de
negros.
Os dados citados levantados confirmam a conclusão a que chegaram os pesquisadores do
UNICEF:
“A iniqüidade, o preconceito e a discriminação surgem na sociedade brasileira como
resultado de um sistema injusto, erguido sobre um conjunto de fatores históricos,
econômicos, sociais. Um sistema baseado na perversa reunião de três fatores: uma das
maiores concentrações de riqueza do mundo; a falta de investimento do Estado em serviços
sociais fundamentais; e a falta de participação dos cidadãos no desenho e implementação de
políticas públicas sociais.”
E ainda agrega o que já sabemos e diariamente confirmamos,
“Crianças e adolescentes são as primeiras e maiores vítimas dessa terrível combinação de
fatores de exclusão social.”
Esse panorama se vê confirmado no Cerro Corá pela pesquisa por amostragem que fizemos a
partir de dados levantados junto a 110 crianças e adolescentes do Projeto, apresentados no
relatório 2004 - 2005.
Segundo a nossa pesquisa 16,9% das famílias das crianças do projeto vivem com menos de um
salário mínimo por mês, 59,15% têm renda de entre 1 a 2 salários
mínimos e só 23% possuem ingressos de mais de três salários.
Entretanto, para além das condições de miserabilidade das crianças e
das comunidades pobres, a cada dia mais pode se perceber o
agravamento das condições de vida devido justamente ao modo como
o Estado encara a questão social sob uma lógica que criminaliza a
pobreza, notadamente a juventude negra e pobre. Esta lógica vem
fazendo com que a presença do Estado no Cerro Corá, como em quase
a totalidade das favelas do Rio de Janeiro, seja quase exclusivamente a
da força policial, que sob a bandeira da luta contra as drogas atropela
sistematicamente direitos, semeando o terror e a morte entre a
população.
Esta perspectiva vem criando situações de difícil superação a não ser
por meio de uma ampla mobilização da comunidade de modo
participativo, fazendo valer seus direitos cidadãos. A mobilização dos
diversos grupos sociais para o debate sobre políticas públicas, a
articulação das Redes de serviços existentes para facilitar o seu acesso,
e, acima de tudo, a aposta no enorme potencial transformador desses
meninos e meninas, sua capacidade de multiplicar experiências e de
reinventar seu estar no mundo, constituem uma via para a mudança,
não só de qualidade de vida, mas da própria sociedade.
Em relatório parcial do projeto - publicado
em 2006 - constatávamos a dramática situação da
infância e juventude no Brasil, segundos os dados
levantados por pesquisa do UNICEF publicada naquela época e complementados
com dados oficiais de agências brasileiras como o IPEA e o IBGE.
Após dois anos, podemos constatar que a situação continua estruturalmente a mesma, embora não
exista uma nova pesquisa nacional que aponte as mudanças em termos quantitativos. Não obstante
o surgimento de alguns programas assistenciais promovidos pelo governo federal tenha, de fato,
provocado mudanças junto às famílias em situação de extrema pobreza, introduzindo uma renda
mínima por meio de programas como o Bolsa Família, podemos observar que, como apontava a
citada pesquisa, o Brasil continua sendo um pais que “não é pobre, mas(é) um país injusto. Ainda
hoje, a renda da família, a etnia, o sexo, o lugar onde vive, o fato de ter ou não deficiência determinam
os acessos de meninas e meninos a serviços de saúde e nutrição, à educação infantil, fundamental e
média, se terão ou não seu trabalho explorado antes dos 16 anos, ou até mesmo o risco de ser
contaminados pelo HIV/Aids.”
Cerca de 40% dos jovens brasileiros vivem em famílias com renda até meio salário mínimo. A cada
dois desempregados do país, um é jovem. Mesmo entre os ocupados, a maioria está na
informalidade - somente 35% têm seus direitos trabalhistas constitucionais garantidos (carteira
assinada). Dois em cada três presos são jovens. Somente três em cada dez jovens têm acesso ao
ensino médio. Entre os que já pararam de estudar, 51% não superaram o ensino fundamental e 12%
sequer ultrapassaram a 4ª série. Os dados sobre as crianças entre 7 e 15 anos, não são mais
alentadores.
Do total de crianças e adolescentes brasileiros, 45% são pobres, vivendo em famílias com renda per
capita de, no máximo, ½ salário mínimo. Essa média esconde uma iniqüidade significativa. Se
analisarmos a distribuição da pobreza por raça/etnia poderemos notar que o percentual de pobres
nos grupos de crianças e adolescentes indígenas e negros é maior (71% e 58%, respectivamente) do
que nos grupos de brancos e amarelos (33% e 24%, respectivamente). Isso significa que, no Brasil,
uma criança ou um adolescente negro tem quase duas vezes mais chance de ser pobre que uma
criança ou um adolescente branco (razão de eqüidade de 1,8).
11 12
Nos últimos anos o Rio de Janeiro parece estar sofrendo um recrudescimento da violência urbana em diversos aspectos. Entretanto, este aumento da violência assume características muito distintas e até opostas, dependendo do território ao qual se pertença na cidade e, principalmente, de quem conta a história. Para a grande mídia e para as autoridades policiais e de governo, o que tem aumentado é a delinqüência e, em conseqüência, as ações policiais para enfrentá-la. Para as centenas de milhares de pessoas nas comunidades pobres da cidade, tem aumentado a sensação de insegurança e terror perpetrado tanto por grupos de trafico de drogas e de milícias, como pelas forças policiais, que têm passado a utilizar táticas de guerra e de terror que vêm causando a morte de milhares de pessoas a cada ano.
As afirmações podem parecer alarmistas ou exageradas, entretanto as estatísticas e os informes de organismos nacionais e internacionais sobre a questão relatam uma situação de extrema gravidade, que afeta diretamente a vida e o desenvolvimento de comunidades inteiras, em particular das crianças e jovens que lá estão.
O informe 2008 de Anistia Internacional, relata que “a política de realizar operações policiais militarizadas de grande escala foi intensificada à custa de centenas de vidas. Segundo dados oficiais, a polícia matou ao menos 1.330 pessoas no estado em 2007 o maior número até agora. Todas as mortes foram classificadas como "resistência seguida de morte" e tiveram pouca ou nenhuma investigação séria”.
Mais adiante, ao se referir à mega-operação policial organizada numa parceria entre os governos Federal e Estadual, com motivo da realização dos Jogos Pan-americanos na Cidade, em Junho de 2007, o informe dá um relato do que vem sendo a lógica do estado com relação às comunidade pobres: Houve dezenas de mortes e uma enorme quantidade de feridos durante as operações policiais realizadas no Complexo do Alemão (…) e na vizinha Vila da Penha. Milhares de pessoas tiveram de enfrentar o fechamento de escolas e de postos de saúde, bem como cortes no fornecimento de água e de energia elétrica. No primeiro dia de operação, a polícia matou ao menos 19 supostos criminosos, um deles com 13 anos de idade, e dezenas de transeuntes foram feridos. Foram apreendidas 13 armas e uma quantidade de drogas. Ninguém foi preso.
Lamentavelmente o relato de Anistia Internacional reflete uma realidade cada vez mais comum nas comunidades. Os dados oficiais confirmam esta macabra forma de lidar com a pobreza: Segundo a própria polícia o número total de 'autos de resistência' em 2007, equivale a quase o 50% do total de homicídios dolosos cometidos no mesmo período registrados pelo Instituto de segurança pública.
Uma olhada sobre os números anuais de mortes pela polícia, considerando os últimos sete anos (e incluindo o início do projeto) até o presente, dão uma clara noção do agravamento da situação, demonstrada no gráfico pela linha exponencial de ascensão constante (linha azul no Gráfico 1).
A criminalização da população pobre como política pública no Rio de Janeiro (2004-2008)
Gráfico 1 - Mortes de civis pela polícia no Rio de Janeiro 2001 2008
596
897
1195
9831114
14321330
1069
0
500
1000
1500
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
(projeção
c/base 1o
Tri)
civis mortos pela polícia(auto de resistência)
Expon. (civis mortos pela polícia (auto deresistência))
13 14
Nos últimos anos o Rio de Janeiro parece estar sofrendo um recrudescimento da violência urbana em diversos aspectos. Entretanto, este aumento da violência assume características muito distintas e até opostas, dependendo do território ao qual se pertença na cidade e, principalmente, de quem conta a história. Para a grande mídia e para as autoridades policiais e de governo, o que tem aumentado é a delinqüência e, em conseqüência, as ações policiais para enfrentá-la. Para as centenas de milhares de pessoas nas comunidades pobres da cidade, tem aumentado a sensação de insegurança e terror perpetrado tanto por grupos de trafico de drogas e de milícias, como pelas forças policiais, que têm passado a utilizar táticas de guerra e de terror que vêm causando a morte de milhares de pessoas a cada ano.
As afirmações podem parecer alarmistas ou exageradas, entretanto as estatísticas e os informes de organismos nacionais e internacionais sobre a questão relatam uma situação de extrema gravidade, que afeta diretamente a vida e o desenvolvimento de comunidades inteiras, em particular das crianças e jovens que lá estão.
O informe 2008 de Anistia Internacional, relata que “a política de realizar operações policiais militarizadas de grande escala foi intensificada à custa de centenas de vidas. Segundo dados oficiais, a polícia matou ao menos 1.330 pessoas no estado em 2007 o maior número até agora. Todas as mortes foram classificadas como "resistência seguida de morte" e tiveram pouca ou nenhuma investigação séria”.
Mais adiante, ao se referir à mega-operação policial organizada numa parceria entre os governos Federal e Estadual, com motivo da realização dos Jogos Pan-americanos na Cidade, em Junho de 2007, o informe dá um relato do que vem sendo a lógica do estado com relação às comunidade pobres: Houve dezenas de mortes e uma enorme quantidade de feridos durante as operações policiais realizadas no Complexo do Alemão (…) e na vizinha Vila da Penha. Milhares de pessoas tiveram de enfrentar o fechamento de escolas e de postos de saúde, bem como cortes no fornecimento de água e de energia elétrica. No primeiro dia de operação, a polícia matou ao menos 19 supostos criminosos, um deles com 13 anos de idade, e dezenas de transeuntes foram feridos. Foram apreendidas 13 armas e uma quantidade de drogas. Ninguém foi preso.
Lamentavelmente o relato de Anistia Internacional reflete uma realidade cada vez mais comum nas comunidades. Os dados oficiais confirmam esta macabra forma de lidar com a pobreza: Segundo a própria polícia o número total de 'autos de resistência' em 2007, equivale a quase o 50% do total de homicídios dolosos cometidos no mesmo período registrados pelo Instituto de segurança pública.
Uma olhada sobre os números anuais de mortes pela polícia, considerando os últimos sete anos (e incluindo o início do projeto) até o presente, dão uma clara noção do agravamento da situação, demonstrada no gráfico pela linha exponencial de ascensão constante (linha azul no Gráfico 1).
A criminalização da população pobre como política pública no Rio de Janeiro (2004-2008)
Gráfico 1 - Mortes de civis pela polícia no Rio de Janeiro 2001 2008
596
897
1195
9831114
14321330
1069
0
500
1000
1500
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
(projeção
c/base 1o
Tri)
civis mortos pela polícia(auto de resistência)
Expon. (civis mortos pela polícia (auto deresistência))
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No presente ano o Rio continuou a registrar aumento nos casos de pessoas mortas pela polícia em confrontos --os chamados autos de resistência. No primeiro trimestre deste ano, houve 358 casos do tipo, 12% a mais que o registrado no mesmo período do ano passado (318). O número consta no balanço dos índices de criminalidade do primeiro trimestre de 2008, divulgado pelo ISP (Instituto de Segurança Pública), órgão do governo do Rio responsável pelas estatísticas criminais. Segundo relatório publicado no momento de fechamento des te documento “Apesar de ter matado mais, a polícia do Rio apreendeu menos armas e
drogas no primeiro trimestre de 2008”, situação que parece confirmar a política de “segurança” pública antes assinalada.
O discurso da “Guerra ao tráfico”, utilizado pelo poder público e reforçado pela grande mídia, traz implícita a existência do “inimigo” o outro que é uma ameaça ao bem comum e, por isso, 'deve ser eliminado' e, junto, a concepção de que todos os moradores de determinada região são bandidos em potencial: ser pobre, negro, morador de comunidades subalternizadas é justificativa para ser suspeito, como provável “inimigo do Estado e da sociedade”, não precisando, portanto, ter respeitado seus direitos fundamentais: a política de extermínio passa a ser apresentada como algo necessário. A violência institucionalizada pelo Estado tem provocado um fenômeno único na história do Rio de Janeiro, que é a diminuição demográfica da população jovem, em especial a negra, o que aponta para uma prática do estado que longe de buscar promover a cidadania e a equidade social tende a favorecer o desrespeito aos direitos humanos.
A situação descrita tem levado uma série de organizações da sociedade civil, instituições de pesquisa e grupos militantes de Direitos Humanos a apresentar denúncias perante organismos internacionais como OEA, as Nações Unidas e recentemente, uma denúncia por genocídio da população negra perante o Tribunal da Haia.
Diante deste processo, ações voltadas diretamente para esta população que viabilizem perspectivas outras que não o tráfico ou o risco de morte por uma ação policial aparece como fundamental para a construção de um outro modelo de sociedade. Em tempo, torna-se fundamental o fortalecimento de diversos tipos de organização comunitária que possam fortalecer os vínculos de convivência e apoio às crianças na perspectiva de uma cultura da paz.
Situação das Famílias do projeto
Dando Bola pra Vida
(levantamento feito pela equipe do Serviço
Social do SER com base em entrevistas
realizadas em visitas domiciliares a 71
famílias com crianças incluídas no sistema de
apadrinhamento pessoal da KNH)
15 16
No presente ano o Rio continuou a registrar aumento nos casos de pessoas mortas pela polícia em confrontos --os chamados autos de resistência. No primeiro trimestre deste ano, houve 358 casos do tipo, 12% a mais que o registrado no mesmo período do ano passado (318). O número consta no balanço dos índices de criminalidade do primeiro trimestre de 2008, divulgado pelo ISP (Instituto de Segurança Pública), órgão do governo do Rio responsável pelas estatísticas criminais. Segundo relatório publicado no momento de fechamento des te documento “Apesar de ter matado mais, a polícia do Rio apreendeu menos armas e
drogas no primeiro trimestre de 2008”, situação que parece confirmar a política de “segurança” pública antes assinalada.
O discurso da “Guerra ao tráfico”, utilizado pelo poder público e reforçado pela grande mídia, traz implícita a existência do “inimigo” o outro que é uma ameaça ao bem comum e, por isso, 'deve ser eliminado' e, junto, a concepção de que todos os moradores de determinada região são bandidos em potencial: ser pobre, negro, morador de comunidades subalternizadas é justificativa para ser suspeito, como provável “inimigo do Estado e da sociedade”, não precisando, portanto, ter respeitado seus direitos fundamentais: a política de extermínio passa a ser apresentada como algo necessário. A violência institucionalizada pelo Estado tem provocado um fenômeno único na história do Rio de Janeiro, que é a diminuição demográfica da população jovem, em especial a negra, o que aponta para uma prática do estado que longe de buscar promover a cidadania e a equidade social tende a favorecer o desrespeito aos direitos humanos.
A situação descrita tem levado uma série de organizações da sociedade civil, instituições de pesquisa e grupos militantes de Direitos Humanos a apresentar denúncias perante organismos internacionais como OEA, as Nações Unidas e recentemente, uma denúncia por genocídio da população negra perante o Tribunal da Haia.
Diante deste processo, ações voltadas diretamente para esta população que viabilizem perspectivas outras que não o tráfico ou o risco de morte por uma ação policial aparece como fundamental para a construção de um outro modelo de sociedade. Em tempo, torna-se fundamental o fortalecimento de diversos tipos de organização comunitária que possam fortalecer os vínculos de convivência e apoio às crianças na perspectiva de uma cultura da paz.
Situação das Famílias do projeto
Dando Bola pra Vida
(levantamento feito pela equipe do Serviço
Social do SER com base em entrevistas
realizadas em visitas domiciliares a 71
famílias com crianças incluídas no sistema de
apadrinhamento pessoal da KNH)
15 16
Composição familiar
A pesquisa de perfil das famílias, realizada pela equipe de Serviço Social do Projeto Dando Bola pra Vida nos revela que,
com relação à configuração familiar, grande parte das famílias do Complexo Cerro Corá, considerando o universo
pesquisado, são chefiadas pela mãe (36,62%). Em seguida, temos a composição tradicional, cuja família é chefiada pela
mãe e pelo pai (32,39%). Por outro lado, chama a atenção o fato de serem poucos os lares que têm como chefes
unicamente o pai, sendo representados aqui por um quantitativo de 3%.
Graf. 2 - Composição Familiar - Chefe de família
mãe/padrastro
15%
pai
3%
tio/tia
1%
avó
7%
mãe
38%
avô
4%mãe/pai
32%mãe/pai
mãe
pai
mãe/padrastro
tio/tia
avó
avô
Levantamentos qualitativos, posteriores ao momento desta pesquisa, apontam que em muitos dos casos em que a
'mãe' aparece como chefe de família, trata-se situações em que a filha adolescente já é mãe. Isto significa que,
provavelmente o percentual de lares em que a avô é a chefe de família pode de fato ser superior ao declarado no
diagnóstico.
A estrutura familiar, de maneira geral, apresenta modos muito diversificados com relação à família nuclear, tida
como tradicional na cultura ocidental. Assim, para além do chefe-de-família declarado, temos que 20% dos lares
entrevistados possuem um núcleo ampliado com “agregados”, identificados na maioria dos casos como tios. Estes
familiares contribuem sensivelmente para a complementação da renda familiar.
Sobre a renda familiar, grande parte das famílias se mantém com uma renda mensal de 1 a 2 salários mínimos (59%), que
no momento da pesquisa correspondia a R$ 300,00 (US$ 100,00 pelo câmbio da época). Hoje, o Salário Mínimo (SM)
está afixado em R$ 415,00 (que no câmbio atual corresponde a US$ 274,26). Por outro lado vemos que uma parcela
importante das famílias da comunidade sobrevive com apenas 1 salário mínimo por mês (17%). Os outros 24% possuem
uma renda familiar de 3 ou mais salários mínimos.
Renda familiar
Graf. 3 - Renda das famílias
17%
59%
24%
1 salario mínimo
1 a 2 salarios mínimos
3 ou mais
1817
Composição familiar
A pesquisa de perfil das famílias, realizada pela equipe de Serviço Social do Projeto Dando Bola pra Vida nos revela que,
com relação à configuração familiar, grande parte das famílias do Complexo Cerro Corá, considerando o universo
pesquisado, são chefiadas pela mãe (36,62%). Em seguida, temos a composição tradicional, cuja família é chefiada pela
mãe e pelo pai (32,39%). Por outro lado, chama a atenção o fato de serem poucos os lares que têm como chefes
unicamente o pai, sendo representados aqui por um quantitativo de 3%.
Graf. 2 - Composição Familiar - Chefe de família
mãe/padrastro
15%
pai
3%
tio/tia
1%
avó
7%
mãe
38%
avô
4%mãe/pai
32%mãe/pai
mãe
pai
mãe/padrastro
tio/tia
avó
avô
Levantamentos qualitativos, posteriores ao momento desta pesquisa, apontam que em muitos dos casos em que a
'mãe' aparece como chefe de família, trata-se situações em que a filha adolescente já é mãe. Isto significa que,
provavelmente o percentual de lares em que a avô é a chefe de família pode de fato ser superior ao declarado no
diagnóstico.
A estrutura familiar, de maneira geral, apresenta modos muito diversificados com relação à família nuclear, tida
como tradicional na cultura ocidental. Assim, para além do chefe-de-família declarado, temos que 20% dos lares
entrevistados possuem um núcleo ampliado com “agregados”, identificados na maioria dos casos como tios. Estes
familiares contribuem sensivelmente para a complementação da renda familiar.
Sobre a renda familiar, grande parte das famílias se mantém com uma renda mensal de 1 a 2 salários mínimos (59%), que
no momento da pesquisa correspondia a R$ 300,00 (US$ 100,00 pelo câmbio da época). Hoje, o Salário Mínimo (SM)
está afixado em R$ 415,00 (que no câmbio atual corresponde a US$ 274,26). Por outro lado vemos que uma parcela
importante das famílias da comunidade sobrevive com apenas 1 salário mínimo por mês (17%). Os outros 24% possuem
uma renda familiar de 3 ou mais salários mínimos.
Renda familiar
Graf. 3 - Renda das famílias
17%
59%
24%
1 salario mínimo
1 a 2 salarios mínimos
3 ou mais
1817
Trabalho e renda
Com relação à empregabilidade das famílias entrevistadas, o gráfico 4 mostra que menos da metade das
pessoas em idade produtiva estão inseridos no mercado formal de trabalho. Este dado reflete a
importância de se pensar formas alternativas de geração de renda, baseadas em modos de produção
para além do trabalho assalariado. A economia informal é de fato, uma realidade da comunidade do
Cerro Corá, assim como na maioria das comunidades pobres do Brasil, e adquire diversas formas que vão
do trabalho cooperativado, associativo até mesmo formas comunitaristas de propriedade e de gestão do
trabalho, as que, de modo geral, consideramos como formas de Economia popular solidária. Esta leitura
nos aponta já uma demanda ainda não desenvolvida em amplitude pelo projeto, qual seja a formação
para o mundo do trabalho numa perspectiva de economia solidaria. O quadro nos mostra que 30%
trabalham como autônomos no mercado informal e 15 % estão fora do mercado de trabalho. Já apenas
11% dos entrevistados estão aposentados, situação não garante o sustento familiar. É importante
destacar que a precariedade no trabalho isto é, o trabalho desenvolvido em condição que não garantem
a seguridade social, física e o desenvolvimento e subsistência do trabalhador em condições dignas não
está necessariamente atrelado de modo direto à inclusão no mercado de trabalho de modo formal:
muitas das famílias com chefes incluídos no mercado formal de trabalho vivem em situação de extrema
precariedade, enquanto algumas das que geram renda de modo autônomo chegam a experimentar
níveis de qualidade de vida e de consumo similares e até melhores.
Gráfico 4 - Situação de Trabalho
Outros
27%
Aposentadoria
11%
Desemprego
16%
Emprego Informal
30%
Emprego Formal
43%
Emprego Formal
Emprego Informal
Desemprego
Aposentadoria
Participação em programas sociais de renda mínima
No Complexo Cerro Cora, temos que 38% das famílias que participam do projeto Dando Bola pra vida
estão incluídos em algum tipo de programa de renda mínima do governo, o que complementa a renda
familiar. 62% das famílias não são beneficiadas com programas tais como o Bolsa Família, PETI, Auxílio
Gás, etc.
Gráf. 5 - Participação em Programas Sociais de Renda Mínima
Sim
38%
Não
62%
2019
Trabalho e renda
Com relação à empregabilidade das famílias entrevistadas, o gráfico 4 mostra que menos da metade das
pessoas em idade produtiva estão inseridos no mercado formal de trabalho. Este dado reflete a
importância de se pensar formas alternativas de geração de renda, baseadas em modos de produção
para além do trabalho assalariado. A economia informal é de fato, uma realidade da comunidade do
Cerro Corá, assim como na maioria das comunidades pobres do Brasil, e adquire diversas formas que vão
do trabalho cooperativado, associativo até mesmo formas comunitaristas de propriedade e de gestão do
trabalho, as que, de modo geral, consideramos como formas de Economia popular solidária. Esta leitura
nos aponta já uma demanda ainda não desenvolvida em amplitude pelo projeto, qual seja a formação
para o mundo do trabalho numa perspectiva de economia solidaria. O quadro nos mostra que 30%
trabalham como autônomos no mercado informal e 15 % estão fora do mercado de trabalho. Já apenas
11% dos entrevistados estão aposentados, situação não garante o sustento familiar. É importante
destacar que a precariedade no trabalho isto é, o trabalho desenvolvido em condição que não garantem
a seguridade social, física e o desenvolvimento e subsistência do trabalhador em condições dignas não
está necessariamente atrelado de modo direto à inclusão no mercado de trabalho de modo formal:
muitas das famílias com chefes incluídos no mercado formal de trabalho vivem em situação de extrema
precariedade, enquanto algumas das que geram renda de modo autônomo chegam a experimentar
níveis de qualidade de vida e de consumo similares e até melhores.
Gráfico 4 - Situação de Trabalho
Outros
27%
Aposentadoria
11%
Desemprego
16%
Emprego Informal
30%
Emprego Formal
43%
Emprego Formal
Emprego Informal
Desemprego
Aposentadoria
Participação em programas sociais de renda mínima
No Complexo Cerro Cora, temos que 38% das famílias que participam do projeto Dando Bola pra vida
estão incluídos em algum tipo de programa de renda mínima do governo, o que complementa a renda
familiar. 62% das famílias não são beneficiadas com programas tais como o Bolsa Família, PETI, Auxílio
Gás, etc.
Gráf. 5 - Participação em Programas Sociais de Renda Mínima
Sim
38%
Não
62%
2019
Situação da moradia
Com relação às condições de moradia, grande parte das famílias moram em casa própria. A este
respeito é importante lembrar que se trata de regiões não urbanizadas nem apropriadamente
regulamentadas. Assim, em muitos dos casos a situação de propriedade do imóvel deve-se ao fato de
ser utilizado pelo mesmo grupo familiar por gerações, sem que esteja necessariamente registrado.
Logo em seguida, temos que 14% tiveram casa cedida por moradores da comunidade. Vivem de
aluguel 8,45% e aquelas famílias que tiveram suas casas através de algum financiamento ou são
agregados corresponde respectivamente a 1,41%.
Graf. 6 - Situação de MoradiaPrópria
74,6%
Alugada
8,5%Agregada
1,4%
Financiada
1,4%
Cedida
14,1%
Referindo-nos ao tempo de moradia das famílias na comunidade, 29,6% são moradores mais antigos,
correspondendo a um tempo compreendido entre 11 a 20 anos. Já 15,4% vivem há mais de cinco
anos no local (6 a 10 anos) e os 19,7% restantes moram recentemente na comunidade (entre 1 a 5
anos).
Espaços públicos, serviços e praticas de ocupação da cidade
Recursos sociais utilizados
É de extrema importância para os objetivos do Projeto Dando Bola pra Vida ter uma percepção clara do
modo em que os moradores das comunidades do Cerro Corá (as crianças e suas famílias) vêm ocupando
os diferentes espaços da cidade. Isto no referente à utilização de espaços públicos, de equipamentos
sociais de assistência. Estes dados nos dão uma noção das práticas sociais e da centralidades de alguns
espaços para as atividades de integração criança/comunidade. Por outro lado também apontam a
necessidade de viabilizar melhor o acessos a determinados serviços públicos necessários e não bem
aproveitados pela população.
Referindo-nos aos serviços e recursos sociais utilizados, as unidades de saúde são as mais procuradas,
tendo uma representatividade no gráfico de 69,01% dos moradores locais. Isso demonstra a grande
necessidade de hospital público nas proximidades da comunidade, uma vez que o Hospital Silvestre é o
único a atender sem emergência a população local. Os postos de saúde neste caso ficam distantes do
bairro onde residem. Em seguida, os serviços de creche têm uma procura considerável (30,98%), o que
demonstra a necessidade de uma creche comunitária em cada comunidade do complexo (atualmente só
existe uma creche na comunidade dos Guararapes). Outras demandas como escola pública e centro
comunitário vêm logo em seguida com 23,94% e 19,71% respectivamente. A atuação da associação de
moradores não é tão expressiva nas comunidades do complexo do Cerro Corá, sendo pouco solicitada,
apenas 15,49% recorrem a este recurso enquanto que 8,45% não utilizam nenhum dos recursos
19,7%23,9%
30,9%
69,0%
15,4%8,4%
Graf. 7 - Utilização de Recursos Sociais disponiveis
Centro Comunitário Escola Creche Unidade de Saúde Associação de Moradores Nenhum
2221
Situação da moradia
Com relação às condições de moradia, grande parte das famílias moram em casa própria. A este
respeito é importante lembrar que se trata de regiões não urbanizadas nem apropriadamente
regulamentadas. Assim, em muitos dos casos a situação de propriedade do imóvel deve-se ao fato de
ser utilizado pelo mesmo grupo familiar por gerações, sem que esteja necessariamente registrado.
Logo em seguida, temos que 14% tiveram casa cedida por moradores da comunidade. Vivem de
aluguel 8,45% e aquelas famílias que tiveram suas casas através de algum financiamento ou são
agregados corresponde respectivamente a 1,41%.
Graf. 6 - Situação de MoradiaPrópria
74,6%
Alugada
8,5%Agregada
1,4%
Financiada
1,4%
Cedida
14,1%
Referindo-nos ao tempo de moradia das famílias na comunidade, 29,6% são moradores mais antigos,
correspondendo a um tempo compreendido entre 11 a 20 anos. Já 15,4% vivem há mais de cinco
anos no local (6 a 10 anos) e os 19,7% restantes moram recentemente na comunidade (entre 1 a 5
anos).
Espaços públicos, serviços e praticas de ocupação da cidade
Recursos sociais utilizados
É de extrema importância para os objetivos do Projeto Dando Bola pra Vida ter uma percepção clara do
modo em que os moradores das comunidades do Cerro Corá (as crianças e suas famílias) vêm ocupando
os diferentes espaços da cidade. Isto no referente à utilização de espaços públicos, de equipamentos
sociais de assistência. Estes dados nos dão uma noção das práticas sociais e da centralidades de alguns
espaços para as atividades de integração criança/comunidade. Por outro lado também apontam a
necessidade de viabilizar melhor o acessos a determinados serviços públicos necessários e não bem
aproveitados pela população.
Referindo-nos aos serviços e recursos sociais utilizados, as unidades de saúde são as mais procuradas,
tendo uma representatividade no gráfico de 69,01% dos moradores locais. Isso demonstra a grande
necessidade de hospital público nas proximidades da comunidade, uma vez que o Hospital Silvestre é o
único a atender sem emergência a população local. Os postos de saúde neste caso ficam distantes do
bairro onde residem. Em seguida, os serviços de creche têm uma procura considerável (30,98%), o que
demonstra a necessidade de uma creche comunitária em cada comunidade do complexo (atualmente só
existe uma creche na comunidade dos Guararapes). Outras demandas como escola pública e centro
comunitário vêm logo em seguida com 23,94% e 19,71% respectivamente. A atuação da associação de
moradores não é tão expressiva nas comunidades do complexo do Cerro Corá, sendo pouco solicitada,
apenas 15,49% recorrem a este recurso enquanto que 8,45% não utilizam nenhum dos recursos
19,7%23,9%
30,9%
69,0%
15,4%8,4%
Graf. 7 - Utilização de Recursos Sociais disponiveis
Centro Comunitário Escola Creche Unidade de Saúde Associação de Moradores Nenhum
2221
Áreas de lazer utilizadas
A área de lazer mais utilizada pelos moradores é a quadra comunitária, um equipamento construído pela
prefeitura Municipal e que, após permanecer algum tempo sem utilização definida, acolhe hoje as
atividades do Dando Bola pra Vida. A quadra é freqüentada por 85,9% da população local entrevistada.
Logo em seguida, a praia é tida como uma atividade de lazer praticada por 26,7%. Do acesso aos bens
públicos, foram registradas visitas às áreas verdes / horto florestal, parques públicos municipais e praças,
totalizando 46,46% dos moradores do Cerro Corá. Visitas a bibliotecas públicas é a menos praticada,
sendo representada por apenas 2,81% da comunidade. Somente 1,4% das famílias do projeto declarou
ter acesso a clubes e piscinas.
Religião
Com relação à religião, uma parte expressiva dos entrevistados declarou ser católica, representando no
gráfico 63% dos entrevistados. Os evangélicos estão representados logo em seguida, com 25% dos
moradores. O candomblé aparece com pouca representatividade na comunidade, apenas 1,4% dos
entrevistados declararam seguirem a religião. Alguns preferiram não se definirem, sendo representados
por 8,45% e mais 2,82% disseram seguirem outras denominações religiosas. No complexo Cerro Corá
existem aproximadamente cinco Igrejas evangélicas em suas diversas denominações (Universal,
Assembléia de Deus e Batista). Só na Associação de Moradores da comunidade Cerro Corá, são
realizados cultos nos finais de semana de duas delas (Universal e Assembléia de Deus), além de reuniões
dos espíritas cardecistas. Chama a atenção que mesmo este último grupo realizando seus encontros na
associação de moradores e sendo bastante freqüentado, não consta explicitamente entre as
denominações apontadas pelas famílias entrevistadas.
Graf. 9 - Religião declarada
63%
25%
1%
3%8%
Catol ica
evangel ica
candomblé
sem resposta
outras denominações Relatoria de ações por objetivos e indicadores de monitoramento e avaliação
Dando Bola pra Vida 2004 - 2008
23 24
Áreas de lazer utilizadas
A área de lazer mais utilizada pelos moradores é a quadra comunitária, um equipamento construído pela
prefeitura Municipal e que, após permanecer algum tempo sem utilização definida, acolhe hoje as
atividades do Dando Bola pra Vida. A quadra é freqüentada por 85,9% da população local entrevistada.
Logo em seguida, a praia é tida como uma atividade de lazer praticada por 26,7%. Do acesso aos bens
públicos, foram registradas visitas às áreas verdes / horto florestal, parques públicos municipais e praças,
totalizando 46,46% dos moradores do Cerro Corá. Visitas a bibliotecas públicas é a menos praticada,
sendo representada por apenas 2,81% da comunidade. Somente 1,4% das famílias do projeto declarou
ter acesso a clubes e piscinas.
Religião
Com relação à religião, uma parte expressiva dos entrevistados declarou ser católica, representando no
gráfico 63% dos entrevistados. Os evangélicos estão representados logo em seguida, com 25% dos
moradores. O candomblé aparece com pouca representatividade na comunidade, apenas 1,4% dos
entrevistados declararam seguirem a religião. Alguns preferiram não se definirem, sendo representados
por 8,45% e mais 2,82% disseram seguirem outras denominações religiosas. No complexo Cerro Corá
existem aproximadamente cinco Igrejas evangélicas em suas diversas denominações (Universal,
Assembléia de Deus e Batista). Só na Associação de Moradores da comunidade Cerro Corá, são
realizados cultos nos finais de semana de duas delas (Universal e Assembléia de Deus), além de reuniões
dos espíritas cardecistas. Chama a atenção que mesmo este último grupo realizando seus encontros na
associação de moradores e sendo bastante freqüentado, não consta explicitamente entre as
denominações apontadas pelas famílias entrevistadas.
Graf. 9 - Religião declarada
63%
25%
1%
3%8%
Catol ica
evangel ica
candomblé
sem resposta
outras denominações Relatoria de ações por objetivos e indicadores de monitoramento e avaliação
Dando Bola pra Vida 2004 - 2008
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C
I. Ação Direta junto às crianças e adolescentes;
II. Mobilização Família/Comunidade;
III. Formação e capacitação;
IV. Rede e Políticas públicas;
V. Pesquisa/ ação;
om base nas avaliações participativas que periodicamente são desenvolvidas pela equipe do projeto, os
planejamentos anuais foram constantemente adequados à realidade vivenciada, considerando entraves
inesperados e, principalmente, as demandas da comunidade. Neste sentido, a árvore de problemas
levantada no marco lógico inicial do planejamento estratégico, deu lugar a uma série de novas situações às
quais as equipes do Dando Bola pra vida tiveram de fazer frente para melhor atingir os objetivos traçados no
projeto.
A articulação com as lideranças comunitárias, o diagnóstico inicial e os levantamentos realizados pelo serviço
social, junto ao trabalho com as crianças e adolescentes, apresentaram um quadro de problemas a serem
enfrentados pelo conjunto de ações do projeto. Para melhor relatar as ações desenvolvidas pelo projeto
dentro de cada objetivo traçado, sintetizamos quadros sinópticos em que dispomos as situações-problema
identificadas ao lado das ações desenvolvidas pelo Dando Bola pra Vida.
Para efeitos de acompanhamento das ações reagrupamos nossos objetivos específicos em eixos de ação
monitorados em conjunto pela equipe do projeto, a coordenação geral de projetos do Se Essa Rua Fosse
Minha e a assessoria de projetos da Kindernothilfe SECO. Os eixos são os listados a seguir:
Fortalecimento da auto-estima, do
sentido de pertencimento e coletividade e do potencial crítico e criativo das crianças e adolescentes frente
aos espaços da família, comunidade, escola e sociedade.
Criar e fortalecer espaços de convivência
comunitária, capazes de aumentar a qualidade de vida e a participação das famílias e da comunidade na
gestão das decisões relativas à proteção e garantia de direito das crianças, adolescentes e jovens;
espaços permanentes de reflexão e formação, que busquem o fortalecimento das bases de apoio das
crianças e o desenvolvimento local.
Formar as equipes nas metodologias específicas do projeto e
implementar processo contínuo de capacitação para a interação nas diferentes fases e frentes do mesmo.
Articular com os diversos atores locais e
externos, uma rede de defesa e promoção dos
direitos das crianças e adolescentes, capaz de
ampliar a capacidade de intervenção e
impacto dos objetivos do projeto.
Aprofundar o
conhecimento das comunidades quanto às
suas necessidades, potencialidades,
problemas e motivos dos mesmos, visando a
integração delas ao processo de construção
coletiva do projeto para o acompanhamento e
redirecionamento do projeto face às
mudanças objetivas na comunidade no
decurso do mesmo.
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C
I. Ação Direta junto às crianças e adolescentes;
II. Mobilização Família/Comunidade;
III. Formação e capacitação;
IV. Rede e Políticas públicas;
V. Pesquisa/ ação;
om base nas avaliações participativas que periodicamente são desenvolvidas pela equipe do projeto, os
planejamentos anuais foram constantemente adequados à realidade vivenciada, considerando entraves
inesperados e, principalmente, as demandas da comunidade. Neste sentido, a árvore de problemas
levantada no marco lógico inicial do planejamento estratégico, deu lugar a uma série de novas situações às
quais as equipes do Dando Bola pra vida tiveram de fazer frente para melhor atingir os objetivos traçados no
projeto.
A articulação com as lideranças comunitárias, o diagnóstico inicial e os levantamentos realizados pelo serviço
social, junto ao trabalho com as crianças e adolescentes, apresentaram um quadro de problemas a serem
enfrentados pelo conjunto de ações do projeto. Para melhor relatar as ações desenvolvidas pelo projeto
dentro de cada objetivo traçado, sintetizamos quadros sinópticos em que dispomos as situações-problema
identificadas ao lado das ações desenvolvidas pelo Dando Bola pra Vida.
Para efeitos de acompanhamento das ações reagrupamos nossos objetivos específicos em eixos de ação
monitorados em conjunto pela equipe do projeto, a coordenação geral de projetos do Se Essa Rua Fosse
Minha e a assessoria de projetos da Kindernothilfe SECO. Os eixos são os listados a seguir:
Fortalecimento da auto-estima, do
sentido de pertencimento e coletividade e do potencial crítico e criativo das crianças e adolescentes frente
aos espaços da família, comunidade, escola e sociedade.
Criar e fortalecer espaços de convivência
comunitária, capazes de aumentar a qualidade de vida e a participação das famílias e da comunidade na
gestão das decisões relativas à proteção e garantia de direito das crianças, adolescentes e jovens;
espaços permanentes de reflexão e formação, que busquem o fortalecimento das bases de apoio das
crianças e o desenvolvimento local.
Formar as equipes nas metodologias específicas do projeto e
implementar processo contínuo de capacitação para a interação nas diferentes fases e frentes do mesmo.
Articular com os diversos atores locais e
externos, uma rede de defesa e promoção dos
direitos das crianças e adolescentes, capaz de
ampliar a capacidade de intervenção e
impacto dos objetivos do projeto.
Aprofundar o
conhecimento das comunidades quanto às
suas necessidades, potencialidades,
problemas e motivos dos mesmos, visando a
integração delas ao processo de construção
coletiva do projeto para o acompanhamento e
redirecionamento do projeto face às
mudanças objetivas na comunidade no
decurso do mesmo.
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Ausência de espaços de convivência na comunidade que atendam crianças e
adolescentes através da arte, cultura e esporte, bem como de mecanismos de
promoção da cidadania e de garantia de direitos.
Implementação de um núcleo de atividades na quadra da comunidade do
Cerro Corá a partir de 2004, com oficinas de circo social, arte e esporte, atividades
sócio-educativas e implementação de sistema de serviço social com
encaminhamentos aos serviços públicos.
Grande contingente de crianças, adolescentes e jovens que não têm opções
de lazer nem acesso a espaços de convivência e aprendizagem fora do horário escolar. Encontram-se sem perspectivas presentes e futuras.
Inclusão de aproximadamente mil (1200) crianças, adolescentes e jovens nas
diversas atividades (oficinas de artes, núcleo de atividades e convivência
comunitária, cursos, etc.) oferecidas pelo projeto. Quantitativo se desprende da soma do total de Crianças/adolescentes
apadrinhados mais aquelas que, não estando incluídas, vêm participando
diretamente do mesmo.
Altos índices de evasão e baixo aproveitamento escolar. Profissionais das
Escolas da Rede Pública têm pouca ou nenhuma articulação com a vida nas
comunidades.
Contato com as Escolas Municipais Guararapes Candido, Albert Schweitzer e José de Alencar e início de um trabalho
articulado em horário complementar e em atividades dentro das Escolas.
Desenvolvimento de programa de acompanhamento escolar.
Falta de acesso da comunidade a salas de leitura, bibliotecas. Ausência da prática de
leitura pelas crianças, adolescentes e jovens em suas casas e/ou na
comunidade. Pouco estímulo ao resgate da memória oral da comunidade, devido
em parte à falta de espaços de convivência.
Criação da sala de leitura na Associação de Moradores do Cerro Corá e
desenvolvimento do projeto prazer em ler com jovens da comunidade: formação do
Grupo de Jovens Griôs
Ausência de acompanhamento familiar e do desenvolvimento das crianças do Cerro
Corá, Guararapes e Vila Cândido, agravado com a retirada, em 2004, do
único equipamento público de assistência social na comunidade.
Apadrinhamento de 480 crianças pelo projeto Dando Bola pra Vida, permite
acompanhamento sócio familiar com base em visitas domiciliares e atividades em
grupo. O quantitativo tem por base as 330 Crianças apadrinhadas mais as
substituições feitas ao longo dos anos de duração do projeto.
Adolescentes (a partir dos 12 anos) vêem-se obrigados a sair do projeto
para gerar renda para suas famílias, nos horários complementares à escola.
Alguns deles inclusive vêem-se obrigados a abandonar a escola,
passando a adotar práticas diárias de trabalho e de sobrevivência. Muitos
adolescentes passam a ter envolvimento com grupos de risco, tendo com causa o
atendimento imediato de suas demandas, reflexos da precariedade em que vivem e até, em alguns casos, de
sua miserabilidade.
Criação de grupo de adolescentes e jovens para reflexão, dinâmica de grupo
acerca das temáticas: educação e trabalho, e encaminhamento para primeiro emprego, capacitações,
treinamentos e cursos, estabelecendo parcerias com diversas instituições para
encaminhamentos.
Os jovens das comunidades em questão
não tinham acesso a equipamentos culturais e desportivos (Cinemas, bibliotecas, parques, etc), nem
desenvolviam atividades abertas dentro e fora do Cerro Cora.
- Participação em fóruns (adolescentes),
nas mídias, em espaços e áreas de cultura e lazer.
- Realização de torneios de futebol
Foi identificada, recentemente, uma alta incidência de casos de violência familiar ligada à exigência de trabalho infantil, doméstico ou externo. A maioria das
crianças e adolescentes dispõe de pouco tempo para aquisição de conhecimentos,
lazer e atividades prazerosas.
A equipe de serviço social do projeto realiza visitas domiciliares para
identificar as demandas e realizar os encaminhamentos necessários.
Situações específicas são discutidas pela equipe e trabalhadas nas atividades
cotidianas junto às crianças e familiares.
As atividades junto às crianças configuraram, desde o início em 2004, o eixo central de todo o projeto Dando
Bola pra Vida. As mesmas se estruturaram diariamente na quadra poli-esportiva, situada na comunidade do
Cerro Cora e também no Centro de Desenvolvimento Criativo, localizado nas imediações da comunidade.
A eleição da comunidade do Cerro Cora como base do projeto respondeu à
necessidade de atender prioritariamente a comunidade mais populosa, com
menor infra-estrutura urbana, e mais afetada diretamente pela ação do
narcotráfico, situações que expunham de maneira mais drástica as crianças a
situações de risco e abandono. O trabalho junto às crianças, suas famílias e à
comunidade, demonstrou que a decisão foi a mais acertada, superando o
empecilho colocado por uma antiga divisão entre as três comunidades.
Hoje, podemos afirmar que o projeto Dando Bola Pra Vida propiciou uma
mudança na subjetividade de crianças, jovens e mães, passando estes a
desenvolverem sentidos de pertencimento, fortalecendo percepções de
auto-respeito e de auto-estima. O aumento considerável da sociabilidade,
da capacidade de superação dos desafios pessoais e o aumento de
interesse pela leitura e outras atividades de enriquecimento do capital
cultural, foram pontos registrados pela equipe, sem esquecermo-nos da
boa freqüência das crianças e adolescentes nas atividades.
Crianças, Adolescentes e Jovens
Objetivo Melhoria da qualidade de vida de Crianças, Adolescentes e Jovens da comunidade do complexo Cerro Cora numa perspectiva de garantia integral de direitos e acesso a bens e serviços públicos.
27
Ausência de espaços de convivência na comunidade que atendam crianças e
adolescentes através da arte, cultura e esporte, bem como de mecanismos de
promoção da cidadania e de garantia de direitos.
Implementação de um núcleo de atividades na quadra da comunidade do
Cerro Corá a partir de 2004, com oficinas de circo social, arte e esporte, atividades
sócio-educativas e implementação de sistema de serviço social com
encaminhamentos aos serviços públicos.
Grande contingente de crianças, adolescentes e jovens que não têm opções
de lazer nem acesso a espaços de convivência e aprendizagem fora do horário escolar. Encontram-se sem perspectivas presentes e futuras.
Inclusão de aproximadamente mil (1200) crianças, adolescentes e jovens nas
diversas atividades (oficinas de artes, núcleo de atividades e convivência
comunitária, cursos, etc.) oferecidas pelo projeto. Quantitativo se desprende da soma do total de Crianças/adolescentes
apadrinhados mais aquelas que, não estando incluídas, vêm participando
diretamente do mesmo.
Altos índices de evasão e baixo aproveitamento escolar. Profissionais das
Escolas da Rede Pública têm pouca ou nenhuma articulação com a vida nas
comunidades.
Contato com as Escolas Municipais Guararapes Candido, Albert Schweitzer e José de Alencar e início de um trabalho
articulado em horário complementar e em atividades dentro das Escolas.
Desenvolvimento de programa de acompanhamento escolar.
Falta de acesso da comunidade a salas de leitura, bibliotecas. Ausência da prática de
leitura pelas crianças, adolescentes e jovens em suas casas e/ou na
comunidade. Pouco estímulo ao resgate da memória oral da comunidade, devido
em parte à falta de espaços de convivência.
Criação da sala de leitura na Associação de Moradores do Cerro Corá e
desenvolvimento do projeto prazer em ler com jovens da comunidade: formação do
Grupo de Jovens Griôs
Ausência de acompanhamento familiar e do desenvolvimento das crianças do Cerro
Corá, Guararapes e Vila Cândido, agravado com a retirada, em 2004, do
único equipamento público de assistência social na comunidade.
Apadrinhamento de 480 crianças pelo projeto Dando Bola pra Vida, permite
acompanhamento sócio familiar com base em visitas domiciliares e atividades em
grupo. O quantitativo tem por base as 330 Crianças apadrinhadas mais as
substituições feitas ao longo dos anos de duração do projeto.
Adolescentes (a partir dos 12 anos) vêem-se obrigados a sair do projeto
para gerar renda para suas famílias, nos horários complementares à escola.
Alguns deles inclusive vêem-se obrigados a abandonar a escola,
passando a adotar práticas diárias de trabalho e de sobrevivência. Muitos
adolescentes passam a ter envolvimento com grupos de risco, tendo com causa o
atendimento imediato de suas demandas, reflexos da precariedade em que vivem e até, em alguns casos, de
sua miserabilidade.
Criação de grupo de adolescentes e jovens para reflexão, dinâmica de grupo
acerca das temáticas: educação e trabalho, e encaminhamento para primeiro emprego, capacitações,
treinamentos e cursos, estabelecendo parcerias com diversas instituições para
encaminhamentos.
Os jovens das comunidades em questão
não tinham acesso a equipamentos culturais e desportivos (Cinemas, bibliotecas, parques, etc), nem
desenvolviam atividades abertas dentro e fora do Cerro Cora.
- Participação em fóruns (adolescentes),
nas mídias, em espaços e áreas de cultura e lazer.
- Realização de torneios de futebol
Foi identificada, recentemente, uma alta incidência de casos de violência familiar ligada à exigência de trabalho infantil, doméstico ou externo. A maioria das
crianças e adolescentes dispõe de pouco tempo para aquisição de conhecimentos,
lazer e atividades prazerosas.
A equipe de serviço social do projeto realiza visitas domiciliares para
identificar as demandas e realizar os encaminhamentos necessários.
Situações específicas são discutidas pela equipe e trabalhadas nas atividades
cotidianas junto às crianças e familiares.
As atividades junto às crianças configuraram, desde o início em 2004, o eixo central de todo o projeto Dando
Bola pra Vida. As mesmas se estruturaram diariamente na quadra poli-esportiva, situada na comunidade do
Cerro Cora e também no Centro de Desenvolvimento Criativo, localizado nas imediações da comunidade.
A eleição da comunidade do Cerro Cora como base do projeto respondeu à
necessidade de atender prioritariamente a comunidade mais populosa, com
menor infra-estrutura urbana, e mais afetada diretamente pela ação do
narcotráfico, situações que expunham de maneira mais drástica as crianças a
situações de risco e abandono. O trabalho junto às crianças, suas famílias e à
comunidade, demonstrou que a decisão foi a mais acertada, superando o
empecilho colocado por uma antiga divisão entre as três comunidades.
Hoje, podemos afirmar que o projeto Dando Bola Pra Vida propiciou uma
mudança na subjetividade de crianças, jovens e mães, passando estes a
desenvolverem sentidos de pertencimento, fortalecendo percepções de
auto-respeito e de auto-estima. O aumento considerável da sociabilidade,
da capacidade de superação dos desafios pessoais e o aumento de
interesse pela leitura e outras atividades de enriquecimento do capital
cultural, foram pontos registrados pela equipe, sem esquecermo-nos da
boa freqüência das crianças e adolescentes nas atividades.
Crianças, Adolescentes e Jovens
Objetivo Melhoria da qualidade de vida de Crianças, Adolescentes e Jovens da comunidade do complexo Cerro Cora numa perspectiva de garantia integral de direitos e acesso a bens e serviços públicos.
27
A partir dos eventos, das visitas e das apresentações das atividades do Projeto em espaços públicos e
privados, foi nítido o sentimento de empoderamento e de pertencimento social. Com as atividades de
circo social as crianças, adolescentes e jovens passaram a freqüentar locais de cultura, espaços públicos,
espaços de outras escolas, a trocar/vivenciar experiências entre pares, a representar suas comunidades
mostrando sua criatividade e capacidade de participação. Um dos acontecimentos, dentre outros, que
propiciaram estes momentos foi a inserção do projeto na rotina escolar a partir da solicitação da direção
das escolas, com apresentações de circo social, especificamente, na Escola Municipal Guararapes
Candido, assim como a visita mensal de turmas da Escola Municipal José de Alencar no Espaço do Centro
de Desenvolvimento Criativo, para participarem alunos e professores das atividades de circo social.
A participação de crianças e adolescentes com parentes diretamente envolvidos no narcotráfico abriu
novos espaços de diálogo e integração, rompendo medos e preconceitos com relação a essas crianças e à
comunidade. Neste sentido, destaca-se a necessidade de ampliarmos as ações, estabelecendo outras
formas de diálogo que possam envolver e despertar o interesse dos adolescentes e jovens já afastados do
projeto. A adesão ao grupo de adolescentes e jovens, criado recentemente, favoreceu a realização das
dinâmicas de estudo e debate extra-escolar.
Com a aquisição da sala de leitura na comunidade do Cerro Corá, o Projeto Prazer em Ler Jovens Griôts
passou a atuar diretamente com o Projeto Dando Bola pra Vida, que disponibilizou o espaço contendo
televisão, DVD, acervo de livros e mobiliário. Dentre outras ações estão as atividades de contação de
histórias, dinâmicas de textos, empréstimos de livros e lanches para as crianças das comunidades. É
notável a melhoria nas habilidades curriculares e de leitura de crianças, adolescentes e jovens, alunos/as
do ensino regular que adquirem conhecimento através da leitura, sendo este um bom indício de
diminuição do baixo nível de escolaridade das crianças.
Por meio da ação pedagógica do projeto, adolescentes e jovens discutiram e realizaram atividades de
reflexão e comunicação sobre questões temáticas transversais, como sexualidade, saúde e prevenção,
violência, relações de gênero e etnia para superação de preconceitos, dentre outros temas.
Entre as atividades comunitárias desenvolvidas pela garotada estiveram uma série de grandes eventos
festivos e culturais realizados na própria quadra do Cerro Corá, com ocasião do dia das crianças, das
festas juninas, do Natal e do carnaval, entre outras datas festivas. Além dessas atividades, os grupos
operativos de criação lideraram crianças, familiares e moradores das comunidades em atividades
públicas como cortejos pela comunidade, apresentações nas escolas municipais Guararpes Cândido,
José de Alencar e Albert Schweitzer, apresentações públicas em praças dos Bairros Cosme Velho e
Laranjeiras, além da participação ativa junto ao bloco Carnavalesco Volta Alice, durante o Carnaval
2005, 2006 e 2007.
29 30
A partir dos eventos, das visitas e das apresentações das atividades do Projeto em espaços públicos e
privados, foi nítido o sentimento de empoderamento e de pertencimento social. Com as atividades de
circo social as crianças, adolescentes e jovens passaram a freqüentar locais de cultura, espaços públicos,
espaços de outras escolas, a trocar/vivenciar experiências entre pares, a representar suas comunidades
mostrando sua criatividade e capacidade de participação. Um dos acontecimentos, dentre outros, que
propiciaram estes momentos foi a inserção do projeto na rotina escolar a partir da solicitação da direção
das escolas, com apresentações de circo social, especificamente, na Escola Municipal Guararapes
Candido, assim como a visita mensal de turmas da Escola Municipal José de Alencar no Espaço do Centro
de Desenvolvimento Criativo, para participarem alunos e professores das atividades de circo social.
A participação de crianças e adolescentes com parentes diretamente envolvidos no narcotráfico abriu
novos espaços de diálogo e integração, rompendo medos e preconceitos com relação a essas crianças e à
comunidade. Neste sentido, destaca-se a necessidade de ampliarmos as ações, estabelecendo outras
formas de diálogo que possam envolver e despertar o interesse dos adolescentes e jovens já afastados do
projeto. A adesão ao grupo de adolescentes e jovens, criado recentemente, favoreceu a realização das
dinâmicas de estudo e debate extra-escolar.
Com a aquisição da sala de leitura na comunidade do Cerro Corá, o Projeto Prazer em Ler Jovens Griôts
passou a atuar diretamente com o Projeto Dando Bola pra Vida, que disponibilizou o espaço contendo
televisão, DVD, acervo de livros e mobiliário. Dentre outras ações estão as atividades de contação de
histórias, dinâmicas de textos, empréstimos de livros e lanches para as crianças das comunidades. É
notável a melhoria nas habilidades curriculares e de leitura de crianças, adolescentes e jovens, alunos/as
do ensino regular que adquirem conhecimento através da leitura, sendo este um bom indício de
diminuição do baixo nível de escolaridade das crianças.
Por meio da ação pedagógica do projeto, adolescentes e jovens discutiram e realizaram atividades de
reflexão e comunicação sobre questões temáticas transversais, como sexualidade, saúde e prevenção,
violência, relações de gênero e etnia para superação de preconceitos, dentre outros temas.
Entre as atividades comunitárias desenvolvidas pela garotada estiveram uma série de grandes eventos
festivos e culturais realizados na própria quadra do Cerro Corá, com ocasião do dia das crianças, das
festas juninas, do Natal e do carnaval, entre outras datas festivas. Além dessas atividades, os grupos
operativos de criação lideraram crianças, familiares e moradores das comunidades em atividades
públicas como cortejos pela comunidade, apresentações nas escolas municipais Guararpes Cândido,
José de Alencar e Albert Schweitzer, apresentações públicas em praças dos Bairros Cosme Velho e
Laranjeiras, além da participação ativa junto ao bloco Carnavalesco Volta Alice, durante o Carnaval
2005, 2006 e 2007.
29 30
Mobilização Familiar e Comunitária
Objetivo: Criar e fortalecer espaços de convivência comunitária, capazes de aumentar a qualidade de vida e a participação das famílias e da comunidade na gestão das decisões relativas à proteção e garantia de direitos de crianças, adolescentes e jovens; espaços permanentes de ref lexão e formação, que busquem o fortalecimento das bases de apoio à crianças e ao desenvolvimento local.
Inexistência de uma agenda voltada para o planejamento e desenvolvimento
de atividades que envolvessem os moradores locais na produção e
realização de eventos comunitários diversos.
- Bingo das mães - Bazar comunitário
- Campanhas (saúde, educação, reciclagem, etc)
Falta de articulação comunitária.
- Formação do grupo de mães - Criação da Associação de Mulheres e Amigas da Comunidade Cerro Corá –
AMACEC - Mutirões comunitários
- Oficina de costura e reaproveitamento de tecidos
Ausência de diálogo e de
acompanhamento sócio-familiar junto às famílias das crianças, adolescentes e
jovens do projeto.
- Encaminhamento médico (operatório e odontológico)
- Passeio com as famílias - Visitas domiciliares
- Reunião de avaliação das atividades do Dando Bola
- Acompanhamento escolar para o Programa PETI
- Orientações sobre o Programa Bolsa Família.
- Encaminhamentos para programas de saúde.
- Identificação das necessidades das crianças e adolescentes.
A ocupação dos espaços públicos da comunidade e bairros adjacentes por crianças, adolescentes, jovens e
moradores em geral, a partir das apresentações de circo, fez com que estes espaços se tornassem
referência para estes atores sociais e despertasse neles o sentido de pertencimento comunitário. Diga-se
de passagem, que a metodologia aberta de participação gerou este sentido de pertencimento comunitário
nos adultos envolvidos com as atividades das crianças. Neste sentido, um diferencial do Dando Bola é a
integração das famílias, lideranças e moradores em geral de modo participativo às atividades e espaços do
projeto.
A convivência nos espaços de integração e participação do projeto vem propiciando e estimulando a
realização de diversas ações e eventos comunitários auto-gestionados, geridos e financiados pelos
moradores (festas comunitárias, mutirões e participação de eventos externos). São perceptíveis o
fortalecimento da organização comunitária como associação de moradores, grupo de mães, grupo de
jovens e conselho comunitário. Um elemento importante é que ainda hoje a principal forma de
participação da comunidade é na organização, realização e produção de eventos festivos. Identificamos
que a festa comunitária se apresenta como um forte potencial integrador e organizativo, estimulando não
apenas a convivência, elemento por de mais importante, mas também estimulando o desenvolvimento de
diversas formas de organização comunitária e geração de renda de modo coletivo.
Assim, de acordo com as nossas percepções, houve uma mudança positiva da comunidade na sua
forma/poder de participação, principalmente nos momentos em que conseguiu ir além do evento festivo,
traçando planos, objetivos e desdobramentos para os encontros coletivos. Um exemplo claro consiste na
realização do bingo, quando pensam na investidura de sua formação continuada utilizando o fundo
arrecadado do evento para contratar profissionais e ministrantes de oficinas laborativas e de cursos
profissionalizantes. Para além do evento momentâneo, o grupo se organiza para financiar as obras na
associação e os passeios com as crianças do projeto e passeios culturais com recursos adquiridos pelos
eventos comunitários. Desta forma, a comunidade tem ajudado e trabalhado em prol das crianças - em
estreita articulação com o Dando Bola pra Vida - não só participando nas atividades, organizando eventos,
como gerando renda para o Projeto através das festas e bazares, aquisições de donativos, doações junto ao
comércio / escolas locais e se organizando para defender os direitos comunitários.
Neste último ponto vale destacar a realização de passeatas, encontros com políticos, nas secretarias de
saúde e desenvolvimento social, discutindo diversas demandas como: problema da distribuição da água,
de lixo, saneamento básico, vacinação de animais, reformas e obras da quadra comunitária.
Outro avanço com relação a este eixo diz respeito à adesão e mobilização das mulheres da comunidade.
Temos o fortalecimento da articulação comunitária a partir da representação feminina (grupo de mulheres
e mães da comunidade). No processo de articulação, a troca de experiências em cima da articulação em
outras comunidades serviu de grande estímulo para o grupo em formação, associação e consolidação no
Cerro Corá. A partir das ações de mobilização na comunidade, quinze mães ali residentes (Cerro Corá,
Guararapes e Vila Candido) se reúnem com a equipe do Dando Bola semanalmente na associação de
moradores para abordar as demandas da comunidade e estabelecer planos de ação a partir das demandas
identificadas. A partir desta articulação, foram realizados dois bingos comunitários, dez bazares
comunitários e cinco passeios. A partir desse grupo de mães e mulheres do projeto surge a criação da
Associação de Mulheres e Amigas da Comunidade Cerro Corá AMACEC
As visitas domiciliares VD - também foram facilitadoras para a aproximação projeto-comunidade, uma vez
que o contato direto fez com que as famílias passassem a conhecer o projeto, suas atividades e objetivos
comuns.
Em 2007 foi criado oficialmente um Conselho Comunitário com o objetivo de operar como grupo gestor
das ações do Projeto. Tal grupo contava com a aproximação de algumas lideranças comunitárias já
envolvidas com o Projeto nos últimos anos. Devido à complexidade dos processos de articulação e de
participação comunitária, cabe hoje o desafio de dinamizar o processo.
Durante o processo de implementação do projeto houve maior integração entre os membros da
comunidade pais e responsáveis a partir da revitalização da associação de moradores, uma vez que esta
passou a ser considerada um espaço de convivência comunitária legitimado pelos mesmos.
31 32
Mobilização Familiar e Comunitária
Objetivo: Criar e fortalecer espaços de convivência comunitária, capazes de aumentar a qualidade de vida e a participação das famílias e da comunidade na gestão das decisões relativas à proteção e garantia de direitos de crianças, adolescentes e jovens; espaços permanentes de ref lexão e formação, que busquem o fortalecimento das bases de apoio à crianças e ao desenvolvimento local.
Inexistência de uma agenda voltada para o planejamento e desenvolvimento
de atividades que envolvessem os moradores locais na produção e
realização de eventos comunitários diversos.
- Bingo das mães - Bazar comunitário
- Campanhas (saúde, educação, reciclagem, etc)
Falta de articulação comunitária.
- Formação do grupo de mães - Criação da Associação de Mulheres e Amigas da Comunidade Cerro Corá –
AMACEC - Mutirões comunitários
- Oficina de costura e reaproveitamento de tecidos
Ausência de diálogo e de
acompanhamento sócio-familiar junto às famílias das crianças, adolescentes e
jovens do projeto.
- Encaminhamento médico (operatório e odontológico)
- Passeio com as famílias - Visitas domiciliares
- Reunião de avaliação das atividades do Dando Bola
- Acompanhamento escolar para o Programa PETI
- Orientações sobre o Programa Bolsa Família.
- Encaminhamentos para programas de saúde.
- Identificação das necessidades das crianças e adolescentes.
A ocupação dos espaços públicos da comunidade e bairros adjacentes por crianças, adolescentes, jovens e
moradores em geral, a partir das apresentações de circo, fez com que estes espaços se tornassem
referência para estes atores sociais e despertasse neles o sentido de pertencimento comunitário. Diga-se
de passagem, que a metodologia aberta de participação gerou este sentido de pertencimento comunitário
nos adultos envolvidos com as atividades das crianças. Neste sentido, um diferencial do Dando Bola é a
integração das famílias, lideranças e moradores em geral de modo participativo às atividades e espaços do
projeto.
A convivência nos espaços de integração e participação do projeto vem propiciando e estimulando a
realização de diversas ações e eventos comunitários auto-gestionados, geridos e financiados pelos
moradores (festas comunitárias, mutirões e participação de eventos externos). São perceptíveis o
fortalecimento da organização comunitária como associação de moradores, grupo de mães, grupo de
jovens e conselho comunitário. Um elemento importante é que ainda hoje a principal forma de
participação da comunidade é na organização, realização e produção de eventos festivos. Identificamos
que a festa comunitária se apresenta como um forte potencial integrador e organizativo, estimulando não
apenas a convivência, elemento por de mais importante, mas também estimulando o desenvolvimento de
diversas formas de organização comunitária e geração de renda de modo coletivo.
Assim, de acordo com as nossas percepções, houve uma mudança positiva da comunidade na sua
forma/poder de participação, principalmente nos momentos em que conseguiu ir além do evento festivo,
traçando planos, objetivos e desdobramentos para os encontros coletivos. Um exemplo claro consiste na
realização do bingo, quando pensam na investidura de sua formação continuada utilizando o fundo
arrecadado do evento para contratar profissionais e ministrantes de oficinas laborativas e de cursos
profissionalizantes. Para além do evento momentâneo, o grupo se organiza para financiar as obras na
associação e os passeios com as crianças do projeto e passeios culturais com recursos adquiridos pelos
eventos comunitários. Desta forma, a comunidade tem ajudado e trabalhado em prol das crianças - em
estreita articulação com o Dando Bola pra Vida - não só participando nas atividades, organizando eventos,
como gerando renda para o Projeto através das festas e bazares, aquisições de donativos, doações junto ao
comércio / escolas locais e se organizando para defender os direitos comunitários.
Neste último ponto vale destacar a realização de passeatas, encontros com políticos, nas secretarias de
saúde e desenvolvimento social, discutindo diversas demandas como: problema da distribuição da água,
de lixo, saneamento básico, vacinação de animais, reformas e obras da quadra comunitária.
Outro avanço com relação a este eixo diz respeito à adesão e mobilização das mulheres da comunidade.
Temos o fortalecimento da articulação comunitária a partir da representação feminina (grupo de mulheres
e mães da comunidade). No processo de articulação, a troca de experiências em cima da articulação em
outras comunidades serviu de grande estímulo para o grupo em formação, associação e consolidação no
Cerro Corá. A partir das ações de mobilização na comunidade, quinze mães ali residentes (Cerro Corá,
Guararapes e Vila Candido) se reúnem com a equipe do Dando Bola semanalmente na associação de
moradores para abordar as demandas da comunidade e estabelecer planos de ação a partir das demandas
identificadas. A partir desta articulação, foram realizados dois bingos comunitários, dez bazares
comunitários e cinco passeios. A partir desse grupo de mães e mulheres do projeto surge a criação da
Associação de Mulheres e Amigas da Comunidade Cerro Corá AMACEC
As visitas domiciliares VD - também foram facilitadoras para a aproximação projeto-comunidade, uma vez
que o contato direto fez com que as famílias passassem a conhecer o projeto, suas atividades e objetivos
comuns.
Em 2007 foi criado oficialmente um Conselho Comunitário com o objetivo de operar como grupo gestor
das ações do Projeto. Tal grupo contava com a aproximação de algumas lideranças comunitárias já
envolvidas com o Projeto nos últimos anos. Devido à complexidade dos processos de articulação e de
participação comunitária, cabe hoje o desafio de dinamizar o processo.
Durante o processo de implementação do projeto houve maior integração entre os membros da
comunidade pais e responsáveis a partir da revitalização da associação de moradores, uma vez que esta
passou a ser considerada um espaço de convivência comunitária legitimado pelos mesmos.
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Redes e Políticas Públicas
Objetivo: Articular com os diversos atores locais e externos, uma rede de defesa e promoção dos direitos das crianças e adolescentes, capaz de ampliar a capacidade de intervenção e impacto dos objetivos do projeto.
Realização de eventos pontuais, isolamento da comunidade e
desarticulação com a Sociedade Civil.
Estreitamento no relacionamento com instituições da Sociedade Civil para
estabelecimento de ações conjuntas.
Ausência de atuação em redes locais e comunitárias e em articulação em redes
de apoio, de políticas para crianças, adolescentes e jovens.
Parceria com instituições para atuação e relação de redes de solidariedade e
trabalho sócio-educativo no cenário do complexo Cerro Corá.
Falta de discussão acerca das problemáticas da comunidade, apenas
algumas ações pontuais ligadas à garantia de direitos via escola, conselho tutelar e
programas de governos como: PETI, Bolsa Família e o extinto Bolsa Escola .
Ausência ou dificuldade de acesso à Rede de Serviços que atenda às demandas da
comunidade
Articulação junto a parceiros governamentais e não governamentais para ativações de redes de serviços e
garantia de direitos.
Escassa ou nenhuma participação da comunidade e dos jovens nos debates
sobre políticas públicas e controle social.
Articulação de pequenos grupos de familiares e responsáveis, lideranças
comunitárias e moradores para discussão sobre a vida das crianças e temas
comunitários. Realização de oficinas e cursos de formação junto à comunidade e
os jovens sobre mecanismos de participação e garantia de direitos.
Participação em Conselhos de defesa de direitos.
Articulação das ações comunitárias com base em grupos operativos e em diálogo
com o planejamento do projeto
Isolamento da Comunidade com relação a outros segmentos sociais e do entorno e falta de espaço para articulação de ações
com base nas demandas identificadas pelo projeto e pelas lideranças da comunidade.
Articulação de uma rede social no bairro do Cosme Velho que se constitui como espaço de diálogo e ações conjuntas.
O Contexto social em que se desenvolvem as crianças e adolescentes do Cerro Corá é complexo e sua dinâmica afeta diretamente a vida desses meninos e meninas. Portanto, a busca de soluções ou de ações que possam provocar mudanças efetivas na sua qualidade de vida devem, necessariamente, ser capazes de articular um amplo número de atores e agentes sociais, pessoas e organizações que de um modo ou outro fazem parte, ou deveriam fazê-lo, da vida dessas crianças. A necessidade de articulação da comunidade em torno do projeto se torna mais urgente num contexto de quase total ausência do poder público.
Desde o início do projeto (que surge da demanda e ação da própria comunidade) nos animou a idéia de não nos conformarmos com a simples abertura de mais um espaço para a assistência de crianças que, assim, passariam a estabelecer uma relação de dependência da nossa ação, mas sim de implantar na comunidade um projeto inovador com base no protagonismo dos meninos e meninas. Esse novo projeto, construído a partir da metodologia do Circo Social, buscou interações com todos os atores locais e do entorno, envolvendo familiares e lideranças na tarefa de criar as condições para o desenvolvimento pleno das crianças da comunidade. A idéia era aliar garantia e promoção de direitos com o desenvolvimento local sustentável. Assim, nestes anos a equipe articulou diversas parcerias operacionais dentro da comunidade, ampliando sua capacidade de ação, permitindo o encaminhamento para serviços públicos e colocando as bases apara uma potencial ampliação dos debates sobre a implementação de políticas públicas junto à sociedade.
Em definitiva, propusemo-nos um projeto de longo alento que apoiasse o delicado processo de articulação, formação e organização social, uma profunda mudança cultural que pudesse propiciar o desenvolvimento da comunidade a partir da ação dos seus membros.
A problemática social colocada pelo cotidiano vivenciado numa cidade dividida entre o “asfalto e o morro” impõe aos moradores a urgência de uma ação articulada. Surge assim, de vizinhos e organizações do bairro, a proposta da Rede Social do Cosme velho, em meio a uma conjuntura de aumento da violência no bairro. A princípio, um grupo de vizinhos mobilizados em torno da preocupação com as 'questões de segurança', mas que logo passam a assumir junto a nós sua responsabilidade social e se mobilizar sob a idéia de acabar com a cidade partida, pelo menos no bairro. Viu-se a possibilidade de fazer uma ação diferente apostando nos valores ainda existentes no bairro, valores que de um modo ou outro negam o individualismo e a divisão entre as pessoas.
Essa perspectiva estava ancorada tanto no relato de diversas atitudes solidárias entre os vizinhos, atitudes que uniam gente do morro e do asfalto, assim como também na 'descoberta', por parte desses vizinhos do bairro, de que nas comunidades existia a mesma preocupação e de que as pessoas estavam organizadas, mesmo precariamente. A presença dos articuladores do Dando Bola seria fundamental nesse sentido, passando a agir como mediadores da articulação e integradores desses grupos sociais em torno de um mesmo projeto. A partir dali, nosso desafio passou a ser colocar a situação das crianças no centro dos debates.
Na comunidade foram surgindo também uma serie de iniciativas de pequenos grupos que, em torno das atividades da quadra, buscavam alternativas a diversos problemas comunitários. A continuidade desses grupos viu-se dificultada pela já arraigada idéia da dependência de benefícios imediatos que costumam ser oferecidos aos moradores pelo poder público, por candidatos a cargos de eleição popular e mesmo por instituições cujas práticas assistenciais reproduzem a lógica do poder, mesmo com intenção de ajudar.
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Redes e Políticas Públicas
Objetivo: Articular com os diversos atores locais e externos, uma rede de defesa e promoção dos direitos das crianças e adolescentes, capaz de ampliar a capacidade de intervenção e impacto dos objetivos do projeto.
Realização de eventos pontuais, isolamento da comunidade e
desarticulação com a Sociedade Civil.
Estreitamento no relacionamento com instituições da Sociedade Civil para
estabelecimento de ações conjuntas.
Ausência de atuação em redes locais e comunitárias e em articulação em redes
de apoio, de políticas para crianças, adolescentes e jovens.
Parceria com instituições para atuação e relação de redes de solidariedade e
trabalho sócio-educativo no cenário do complexo Cerro Corá.
Falta de discussão acerca das problemáticas da comunidade, apenas
algumas ações pontuais ligadas à garantia de direitos via escola, conselho tutelar e
programas de governos como: PETI, Bolsa Família e o extinto Bolsa Escola .
Ausência ou dificuldade de acesso à Rede de Serviços que atenda às demandas da
comunidade
Articulação junto a parceiros governamentais e não governamentais para ativações de redes de serviços e
garantia de direitos.
Escassa ou nenhuma participação da comunidade e dos jovens nos debates
sobre políticas públicas e controle social.
Articulação de pequenos grupos de familiares e responsáveis, lideranças
comunitárias e moradores para discussão sobre a vida das crianças e temas
comunitários. Realização de oficinas e cursos de formação junto à comunidade e
os jovens sobre mecanismos de participação e garantia de direitos.
Participação em Conselhos de defesa de direitos.
Articulação das ações comunitárias com base em grupos operativos e em diálogo
com o planejamento do projeto
Isolamento da Comunidade com relação a outros segmentos sociais e do entorno e falta de espaço para articulação de ações
com base nas demandas identificadas pelo projeto e pelas lideranças da comunidade.
Articulação de uma rede social no bairro do Cosme Velho que se constitui como espaço de diálogo e ações conjuntas.
O Contexto social em que se desenvolvem as crianças e adolescentes do Cerro Corá é complexo e sua dinâmica afeta diretamente a vida desses meninos e meninas. Portanto, a busca de soluções ou de ações que possam provocar mudanças efetivas na sua qualidade de vida devem, necessariamente, ser capazes de articular um amplo número de atores e agentes sociais, pessoas e organizações que de um modo ou outro fazem parte, ou deveriam fazê-lo, da vida dessas crianças. A necessidade de articulação da comunidade em torno do projeto se torna mais urgente num contexto de quase total ausência do poder público.
Desde o início do projeto (que surge da demanda e ação da própria comunidade) nos animou a idéia de não nos conformarmos com a simples abertura de mais um espaço para a assistência de crianças que, assim, passariam a estabelecer uma relação de dependência da nossa ação, mas sim de implantar na comunidade um projeto inovador com base no protagonismo dos meninos e meninas. Esse novo projeto, construído a partir da metodologia do Circo Social, buscou interações com todos os atores locais e do entorno, envolvendo familiares e lideranças na tarefa de criar as condições para o desenvolvimento pleno das crianças da comunidade. A idéia era aliar garantia e promoção de direitos com o desenvolvimento local sustentável. Assim, nestes anos a equipe articulou diversas parcerias operacionais dentro da comunidade, ampliando sua capacidade de ação, permitindo o encaminhamento para serviços públicos e colocando as bases apara uma potencial ampliação dos debates sobre a implementação de políticas públicas junto à sociedade.
Em definitiva, propusemo-nos um projeto de longo alento que apoiasse o delicado processo de articulação, formação e organização social, uma profunda mudança cultural que pudesse propiciar o desenvolvimento da comunidade a partir da ação dos seus membros.
A problemática social colocada pelo cotidiano vivenciado numa cidade dividida entre o “asfalto e o morro” impõe aos moradores a urgência de uma ação articulada. Surge assim, de vizinhos e organizações do bairro, a proposta da Rede Social do Cosme velho, em meio a uma conjuntura de aumento da violência no bairro. A princípio, um grupo de vizinhos mobilizados em torno da preocupação com as 'questões de segurança', mas que logo passam a assumir junto a nós sua responsabilidade social e se mobilizar sob a idéia de acabar com a cidade partida, pelo menos no bairro. Viu-se a possibilidade de fazer uma ação diferente apostando nos valores ainda existentes no bairro, valores que de um modo ou outro negam o individualismo e a divisão entre as pessoas.
Essa perspectiva estava ancorada tanto no relato de diversas atitudes solidárias entre os vizinhos, atitudes que uniam gente do morro e do asfalto, assim como também na 'descoberta', por parte desses vizinhos do bairro, de que nas comunidades existia a mesma preocupação e de que as pessoas estavam organizadas, mesmo precariamente. A presença dos articuladores do Dando Bola seria fundamental nesse sentido, passando a agir como mediadores da articulação e integradores desses grupos sociais em torno de um mesmo projeto. A partir dali, nosso desafio passou a ser colocar a situação das crianças no centro dos debates.
Na comunidade foram surgindo também uma serie de iniciativas de pequenos grupos que, em torno das atividades da quadra, buscavam alternativas a diversos problemas comunitários. A continuidade desses grupos viu-se dificultada pela já arraigada idéia da dependência de benefícios imediatos que costumam ser oferecidos aos moradores pelo poder público, por candidatos a cargos de eleição popular e mesmo por instituições cujas práticas assistenciais reproduzem a lógica do poder, mesmo com intenção de ajudar.
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Entretanto, as demandas cotidianas que a equipe enfrentaria na consecução do projeto junto às crianças e suas famílias na comunidade demonstrou que as necessidades demandadas pelo processo de articulação da Rede Social ficaram além da sua capacidade operacional. Com efeito, uma cultura de assistencialismo e a falta de capacitação para uma ação programática mais eficaz focada na mobilização social, colocaram sérios desafios para a consolidação da Rede. Quando em 2006 a equipe do Dando Bola (do SER) se viu obrigada a focar suas ações na comunidade, em parte em função da falta de recursos que obrigou à redução de parte da equipe, e onde enfrentava serias dificuldades devido ao aumento da violência e à saída do poder público municipal da comunidade, que desativou o único equipamento existente, deixou em evidência a necessidade de uma ação dirigida para o fortalecimento da capacidade de ação articulada das organizações que tinham se envolvido no processo da Rede Social do Cosme Velho.
O trabalho de articulação de redes e incidência política deixa, como resultado objetivo do projeto para a comunidade, duas bases sociais fundamentais para o desenvolvimento de futuras ações: a ampla articulação comunitária no complexo Cerro Corá que implica uma rede de serviços e contatos que envolvem as mais diversas organizações da sociedade Civil (OSCs) e governamentais (OGs) em torno das ações junto ás crianças e jovens e suas famílias no Cerro Corá, articulados pelo projeto Dando Bola pra Vida; e a Rede Social do Cosme Velho, uma articulação baseada principalmente na ação de vizinhos articulados em espaços mais institucionalizados como Colégios particulares, Igrejas e associações de moradores.
A primeira se constitui numa rede informal ampla, articulada no sentido de macro função. Ativada com base nos objetivos definidos no planejamento participativo do projeto Dando Bola pra Vida, esta rede informal opera voltada para garantia de direitos e o encaminhamento a serviços básicos. Suas relações são constantes e mais duradouras, pois estabelecidas com base em relações institucionais articuladas pelas lideranças comunitárias. Em termos quantitativos, são mais de 58 instituições, entre Organizações Governamentais (OG) e Organizações da Sociedade Civil (OSC) que passam a atuar de modo articulado com os objetivos e metas programados pelo Dando Bola pra Vida. Entretanto, esta rede não possui uma articulação política que garanta seu desdobramento institucional para além das relações articuladas de modo pontual por ditas lideranças ou pela própria equipe do projeto.
A segunda se constitui como uma rede de relações locais e, embora se tenha institucionalizado muito cedo como “rede”, tem demonstrado uma incapacidade de superar as ações pontuais isoladas de forte perfil assistencial, quando voltadas para a comunidade. A Rede Social do Cosme Velho surge com a finalidade declarada de “Criar espaços e movimentos de convivência entre os moradores do bairro, com objetivos comuns de redução de desigualdades através do resgate do prazer de estar juntos, do amor ao bairro e do crescimento social conjunto”. Nos seus debates iniciais havia uma clara preocupação por “acabar com a cidade partida, ao menos no bairro”. Entretanto, a urgência de realizar e promover ações, acompanhada pela idéia do senso comum de fugir aos discursos, afastou a possibilidade de desenvolver uma reflexão que permitisse à rede definir seu papel político e seus objetivos sociais com maior clareza. Assim, ao mesmo tempo em que a Rede permitiu de fato o surgimento de diversas iniciativas, muitas das quais, por sua vez, se institucionalizaram por separado, a mesma se manteve afastada dos debates sobre políticas públicas, não aproveitando o seu potencial de ator coletivo para o efetivo controle social.
Ambas possuem, entretanto, um enorme potencial como sujeitos coletivos na exigibilidade de direitos. A integração articulada de ambas é assim condição primeira para o surgimento de uma ação social em rede que possa efetivamente se constituir em sujeito mobilizador da sociedade pela garantia dos seus direitos. Para tal apostamos no papel da arte e da cultura como elemento integrador e na ação protagonista dos jovens nos grupos operativos de criação, cujas apresentações levantam debates e propõem dinâmicas de reflexão em tempo que fortalecem o sentido de pertencimento.
Entretanto, dada a complexidade de relações sociais envolvidas no processo de acessibilidade aos direitos econômicos, sociais e culturais da infância e juventude das classes populares, notadamente a distância observada entre as práticas de organizações sociais junto a esse público e os mecanismos de participação nos debates sobre a formulação de políticas públicas e de controle social, o principal desafio é justamente articular estas realidades dentro de um mesmo projeto de ação pedagógica e incidência política. Este é um desafio que abre caminhos ainda por percorrer.
Apreendendo a Troca. Foto: Felipe Fittipaldi - PUC
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Entretanto, as demandas cotidianas que a equipe enfrentaria na consecução do projeto junto às crianças e suas famílias na comunidade demonstrou que as necessidades demandadas pelo processo de articulação da Rede Social ficaram além da sua capacidade operacional. Com efeito, uma cultura de assistencialismo e a falta de capacitação para uma ação programática mais eficaz focada na mobilização social, colocaram sérios desafios para a consolidação da Rede. Quando em 2006 a equipe do Dando Bola (do SER) se viu obrigada a focar suas ações na comunidade, em parte em função da falta de recursos que obrigou à redução de parte da equipe, e onde enfrentava serias dificuldades devido ao aumento da violência e à saída do poder público municipal da comunidade, que desativou o único equipamento existente, deixou em evidência a necessidade de uma ação dirigida para o fortalecimento da capacidade de ação articulada das organizações que tinham se envolvido no processo da Rede Social do Cosme Velho.
O trabalho de articulação de redes e incidência política deixa, como resultado objetivo do projeto para a comunidade, duas bases sociais fundamentais para o desenvolvimento de futuras ações: a ampla articulação comunitária no complexo Cerro Corá que implica uma rede de serviços e contatos que envolvem as mais diversas organizações da sociedade Civil (OSCs) e governamentais (OGs) em torno das ações junto ás crianças e jovens e suas famílias no Cerro Corá, articulados pelo projeto Dando Bola pra Vida; e a Rede Social do Cosme Velho, uma articulação baseada principalmente na ação de vizinhos articulados em espaços mais institucionalizados como Colégios particulares, Igrejas e associações de moradores.
A primeira se constitui numa rede informal ampla, articulada no sentido de macro função. Ativada com base nos objetivos definidos no planejamento participativo do projeto Dando Bola pra Vida, esta rede informal opera voltada para garantia de direitos e o encaminhamento a serviços básicos. Suas relações são constantes e mais duradouras, pois estabelecidas com base em relações institucionais articuladas pelas lideranças comunitárias. Em termos quantitativos, são mais de 58 instituições, entre Organizações Governamentais (OG) e Organizações da Sociedade Civil (OSC) que passam a atuar de modo articulado com os objetivos e metas programados pelo Dando Bola pra Vida. Entretanto, esta rede não possui uma articulação política que garanta seu desdobramento institucional para além das relações articuladas de modo pontual por ditas lideranças ou pela própria equipe do projeto.
A segunda se constitui como uma rede de relações locais e, embora se tenha institucionalizado muito cedo como “rede”, tem demonstrado uma incapacidade de superar as ações pontuais isoladas de forte perfil assistencial, quando voltadas para a comunidade. A Rede Social do Cosme Velho surge com a finalidade declarada de “Criar espaços e movimentos de convivência entre os moradores do bairro, com objetivos comuns de redução de desigualdades através do resgate do prazer de estar juntos, do amor ao bairro e do crescimento social conjunto”. Nos seus debates iniciais havia uma clara preocupação por “acabar com a cidade partida, ao menos no bairro”. Entretanto, a urgência de realizar e promover ações, acompanhada pela idéia do senso comum de fugir aos discursos, afastou a possibilidade de desenvolver uma reflexão que permitisse à rede definir seu papel político e seus objetivos sociais com maior clareza. Assim, ao mesmo tempo em que a Rede permitiu de fato o surgimento de diversas iniciativas, muitas das quais, por sua vez, se institucionalizaram por separado, a mesma se manteve afastada dos debates sobre políticas públicas, não aproveitando o seu potencial de ator coletivo para o efetivo controle social.
Ambas possuem, entretanto, um enorme potencial como sujeitos coletivos na exigibilidade de direitos. A integração articulada de ambas é assim condição primeira para o surgimento de uma ação social em rede que possa efetivamente se constituir em sujeito mobilizador da sociedade pela garantia dos seus direitos. Para tal apostamos no papel da arte e da cultura como elemento integrador e na ação protagonista dos jovens nos grupos operativos de criação, cujas apresentações levantam debates e propõem dinâmicas de reflexão em tempo que fortalecem o sentido de pertencimento.
Entretanto, dada a complexidade de relações sociais envolvidas no processo de acessibilidade aos direitos econômicos, sociais e culturais da infância e juventude das classes populares, notadamente a distância observada entre as práticas de organizações sociais junto a esse público e os mecanismos de participação nos debates sobre a formulação de políticas públicas e de controle social, o principal desafio é justamente articular estas realidades dentro de um mesmo projeto de ação pedagógica e incidência política. Este é um desafio que abre caminhos ainda por percorrer.
Apreendendo a Troca. Foto: Felipe Fittipaldi - PUC
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Formação e Capacitação
Objetivo: Formar as equipes nas metodologias específicas do projeto e implementar processo contínuo de capacitação para a interação nas diferentes fases e frentes do mesmo.
Necessidade de formação na metodologia do projeto, de reflexão
continuada e de re-planejamento das ações de modo participativo.
- Planejamento de formação continuada de educadores, além de meninos e meninas em espaços de
reflexão. - Reuniões semanais de estudo,
avaliação e reflexão sobre o andamento das atividades e sobre a
realidade da comunidade e dos atores que ali residem.
A formação continuada das equipes que fizeram parte do Dando Bola pra Vida foi um desafio constante
para o projeto devido à diversidade de demandas colocada pela realidade vivenciada, bem como pela
especificidade da metodologia do Circo Social no contexto de um projeto de desenvolvimento local e
garantia de direitos.
Para enfrentar esse desafio apostamos na formação continuada a partir da troca de saberes sobre a
própria prática cotidiana. Assim, o projeto se estruturou de modo possibilitar uma articulação entre o
fazer nas diversas frentes, o espaço para debater as questões e redirecionar os planejamentos propostos
e para a formação, em articulação constante com o eixo pesquisa ação.
Reunida uma vez por semana com este objetivo, a equipe realiza sistematicamente:
Ações Objetivos
Planejamento e
estruturação do dia-a-dia
da equipe;
Contribuir para a organização do planejamento das ações no NAC; para o estudo de temas
pertinentes à criança e ao adolescente, arte–educação e cultura, desenvolvimento
comunitário dentre outros; para a difusão da comunicação e criação de instrumentos de
trabalho.
Fortalecer a organização interna; discutir temas inerentes ao trabalho, discutir, apreciar e
identificar as idéias para a prática;
Estudo de caso Visa levantar o máximo de informações possíveis sobre determinada situação/acontecimento
com relação à criança/adolescente e a partir disto buscar subsídios para contribuir melhor
com o seu processo de desenvolvimento.
Leitura de textos;
Tem como objetivo a reflexão a partir de nossa vivência cotidiana, estabelecendo um diálogo
com a experiência humana que vise o aprimoramento do próprio fazer. (anexo lista de textos
utilizados).
Oficinas e vivencias Objetiva, através de atividades que a equipe possa vivenciar, processos que ajudem na
formação, aumentando assim sua capacidade crítica e reflexiva sobre arte educação e cultura.
Pesquisa-Ação
O Complexo do Cerro Corá não faz parte do mapa da cidade, pouco se sabe sobre essa população e seus
moradores. Os indicadores pesquisados tanto pelo IBGE
quanto pela Prefeitura do RJ não trabalham com informações
atualizadas. Os estudos demográficos, de urbanização,
populacional, de escolarização, de empregabilidade são flutuantes e
imprecisos.
Produção de conhecimento sobre a comunidade e a realidade local. O Projeto Dando Bola pra Vida possui estudo aprofundado e um banco de
dados sobre a realidade da comunidade, incluindo informações atualizadas nos quesitos: situação
familiar, renda, saúde, escolaridade, deslocamentos,
valores, preferências, ocupações. É referência de consulta para
pesquisas e estudos etnográficos, tendo servido de base para
diversas produções acadêmicas.
Objetivo: Aprofundar o conhecimento das comunidades quanto às suas necessidades, potencialidades, problemas e motivos dos mesmos, visando a integração das mesmas ao processo de construção coletiva do projeto para o acompanhamento e redirecionamento do projeto face às mudanças objetivas na comunidade no decurso do mesmo.
O Projeto Dando Bola Pra Vida tornou-se, a partir de sua própria atuação na comunidade, referência em termos de produção de conhecimentos sobre a comunidade do complexo Cerro Corá, para ações de políticas públicas, elaboração de mapeamento sócio-demográfico e contribuição de produção acadêmica.
A comunidade, através dos seus “griôts”, ou seja, a partir da memória dos anciões, que vêm sua trajetória de vida demarcada pelo nascimento, crescimento e desenvolvimento do local, têm acesso /registro de sua história, pertencimento, territorialidade. O trabalho de construção de saberes a a partir dessa memória significa também o empoderamento de sujeitos de direitos, de cidadãos que conhecem as trajetórias de vida, suas origens, da situação de abandono e descaso sociais.
Lamentavelmente, devido principalmente a problemas de recursos financeiros, muito do material coletado ainda hoje está sem ser publicado, dificultando a difusão de conhecimentos sobre a comunidade e sobre as praticas inovadoras registradas pela vida do Dando Bola.
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Formação e Capacitação
Objetivo: Formar as equipes nas metodologias específicas do projeto e implementar processo contínuo de capacitação para a interação nas diferentes fases e frentes do mesmo.
Necessidade de formação na metodologia do projeto, de reflexão
continuada e de re-planejamento das ações de modo participativo.
- Planejamento de formação continuada de educadores, além de meninos e meninas em espaços de
reflexão. - Reuniões semanais de estudo,
avaliação e reflexão sobre o andamento das atividades e sobre a
realidade da comunidade e dos atores que ali residem.
A formação continuada das equipes que fizeram parte do Dando Bola pra Vida foi um desafio constante
para o projeto devido à diversidade de demandas colocada pela realidade vivenciada, bem como pela
especificidade da metodologia do Circo Social no contexto de um projeto de desenvolvimento local e
garantia de direitos.
Para enfrentar esse desafio apostamos na formação continuada a partir da troca de saberes sobre a
própria prática cotidiana. Assim, o projeto se estruturou de modo possibilitar uma articulação entre o
fazer nas diversas frentes, o espaço para debater as questões e redirecionar os planejamentos propostos
e para a formação, em articulação constante com o eixo pesquisa ação.
Reunida uma vez por semana com este objetivo, a equipe realiza sistematicamente:
Ações Objetivos
Planejamento e
estruturação do dia-a-dia
da equipe;
Contribuir para a organização do planejamento das ações no NAC; para o estudo de temas
pertinentes à criança e ao adolescente, arte–educação e cultura, desenvolvimento
comunitário dentre outros; para a difusão da comunicação e criação de instrumentos de
trabalho.
Fortalecer a organização interna; discutir temas inerentes ao trabalho, discutir, apreciar e
identificar as idéias para a prática;
Estudo de caso Visa levantar o máximo de informações possíveis sobre determinada situação/acontecimento
com relação à criança/adolescente e a partir disto buscar subsídios para contribuir melhor
com o seu processo de desenvolvimento.
Leitura de textos;
Tem como objetivo a reflexão a partir de nossa vivência cotidiana, estabelecendo um diálogo
com a experiência humana que vise o aprimoramento do próprio fazer. (anexo lista de textos
utilizados).
Oficinas e vivencias Objetiva, através de atividades que a equipe possa vivenciar, processos que ajudem na
formação, aumentando assim sua capacidade crítica e reflexiva sobre arte educação e cultura.
Pesquisa-Ação
O Complexo do Cerro Corá não faz parte do mapa da cidade, pouco se sabe sobre essa população e seus
moradores. Os indicadores pesquisados tanto pelo IBGE
quanto pela Prefeitura do RJ não trabalham com informações
atualizadas. Os estudos demográficos, de urbanização,
populacional, de escolarização, de empregabilidade são flutuantes e
imprecisos.
Produção de conhecimento sobre a comunidade e a realidade local. O Projeto Dando Bola pra Vida possui estudo aprofundado e um banco de
dados sobre a realidade da comunidade, incluindo informações atualizadas nos quesitos: situação
familiar, renda, saúde, escolaridade, deslocamentos,
valores, preferências, ocupações. É referência de consulta para
pesquisas e estudos etnográficos, tendo servido de base para
diversas produções acadêmicas.
Objetivo: Aprofundar o conhecimento das comunidades quanto às suas necessidades, potencialidades, problemas e motivos dos mesmos, visando a integração das mesmas ao processo de construção coletiva do projeto para o acompanhamento e redirecionamento do projeto face às mudanças objetivas na comunidade no decurso do mesmo.
O Projeto Dando Bola Pra Vida tornou-se, a partir de sua própria atuação na comunidade, referência em termos de produção de conhecimentos sobre a comunidade do complexo Cerro Corá, para ações de políticas públicas, elaboração de mapeamento sócio-demográfico e contribuição de produção acadêmica.
A comunidade, através dos seus “griôts”, ou seja, a partir da memória dos anciões, que vêm sua trajetória de vida demarcada pelo nascimento, crescimento e desenvolvimento do local, têm acesso /registro de sua história, pertencimento, territorialidade. O trabalho de construção de saberes a a partir dessa memória significa também o empoderamento de sujeitos de direitos, de cidadãos que conhecem as trajetórias de vida, suas origens, da situação de abandono e descaso sociais.
Lamentavelmente, devido principalmente a problemas de recursos financeiros, muito do material coletado ainda hoje está sem ser publicado, dificultando a difusão de conhecimentos sobre a comunidade e sobre as praticas inovadoras registradas pela vida do Dando Bola.
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Indicadores de
do projeto
monitoramento e
avaliação Dando Bola pra Vida
Síntese do período 2004 2008
39 40
Indicadores de
do projeto
monitoramento e
avaliação Dando Bola pra Vida
Síntese do período 2004 2008
39 40
Seguindo a metodologia de marco lógico definimos conjuntos de indicadores de monitoramento e
avaliação para cada eixo de ação do projeto, como descrito a continuação:
I. Ação Direta junto às crianças e adolescentes; Fortalecimento da auto-estima, do sentido de
pertencimento e coletividade e do potencial crítico e criativo das crianças e adolescentes frente aos espaços da família,
comunidade, escola e sociedade.
a. Total de Crianças e adolescentes atendidas de modo contínuo pelo DBpV;b. Total de Crianças, adolescentes e jovens que participaram das atividades do
DBpV;c. Total de Crianças, adolescentes e jovens atingidos direta e indiretamente pelo
projeto (eventos, ações nas escolas públicas, oficinas, festas comunitárias, cortejos, entre outros);
d. Quantidade e tipo de Grupos operativos de criação (trabalho com arte e participação social) implementados no decorrer do projeto;
II. Mobilização Família/Comunidade; Criar e fortalecer espaços de convivência comunitária, capazes de
aumentar a qualidade de vida e a participação das famílias e da comunidade na gestão das decisões relativas à proteção e
garantia de direito das crianças, adolescentes e jovens; espaços permanentes de reflexão e formação, que busquem o
fortalecimento das bases de apoio das crianças e o desenvolvimento local.
a. Quantitativo de famílias diretamente envolvidas nas atividades do DBpV;b. Consolidação de espaços de convivência pedagógica e comunitária / espaços de
referência para a articulação e o desenvolvimento comunitário;c. Quantidade e tipo de organizações comunitárias surgidas e/ou fortalecidas a
partir da ação do DBpV;d. Espaços de discussão e resolução de problemas para familiares e responsáveis
sobre o desenvolvimento das crianças do projeto;e. Nível de empoderamento das famílias e da comunidade na resolução de
problemas comuns, bem como no debate sobre políticas públicas;
I. Formação e capacitação; Formar as equipes nas metodologias específicas do projeto e implementar
processo contínuo de capacitação para a interação nas diferentes fases e frentes do mesmo.
a. Quantitativo de encontros de formação realizados no período;b. Quantitativo e tipo de oficinas temáticas com assessoria externa realizadas;c. Quantitativo de parcerias para a participação de estagiários/as nos processos
de formação do DBpV; d. Quantitativo de voluntários nacionais e internacionais incluídos nos processos
de formação e troca de experiências desenvolvidas pelo projeto;
II. Rede e políticas públicas; Articular com os diversos atores locais e externos, uma rede de defesa e
promoção dos direitos das crianças e adolescentes, capaz de ampliar a capacidade de intervenção e impacto dos objetivos
do projeto.
a. Formação de redes de mobilização social para a garantia de direitos e o desenvolvimento local;b. Quantitativo de ações públicas de mobilização social (passeatas, atos públicos,
eventos e fóruns);c. Quantitativo total de parcerias estabelecidas pelo projeto para articulação de
rede de serviços;d. Quantitativo de organizações da sociedade civil (associações profissionais,
ONG e outras instituições) articuladas diretamente;e. Quantitativo de organizações comunitárias (associações de moradores e
outras) articuladas pelo projeto;f. Quantitativo de organizações governamentais articuladas para a rede de
garantia de direitos básicos;g. Espaços de participação popular para o controle social e a deliberação de
políticas públicas ocupados pelo SER, relacionados diretamente com as ações do projeto;
III. Pesquisa/ ação; Aprofundar o conhecimento das comunidades quanto às suas necessidades,
potencialidades, problemas e motivos dos mesmos, visando a integração delas ao processo de construção coletiva do
projeto para o acompanhamento e redirecionamento do projeto face às mudanças objetivas na comunidade no decurso do
mesmo.
A. Dissertações e teses acadêmicas produzidas e publicadas, sobre o projeto Dando Bola pra Vida e a metodologia do Circo Social do Ser, no período;
b. Quantidade e tipo de pesquisas realizadas sobre a realidade sócio econômica das comunidades do complexo e das crianças e famílias incluídas no projeto;
4241
Seguindo a metodologia de marco lógico definimos conjuntos de indicadores de monitoramento e
avaliação para cada eixo de ação do projeto, como descrito a continuação:
I. Ação Direta junto às crianças e adolescentes; Fortalecimento da auto-estima, do sentido de
pertencimento e coletividade e do potencial crítico e criativo das crianças e adolescentes frente aos espaços da família,
comunidade, escola e sociedade.
a. Total de Crianças e adolescentes atendidas de modo contínuo pelo DBpV;b. Total de Crianças, adolescentes e jovens que participaram das atividades do
DBpV;c. Total de Crianças, adolescentes e jovens atingidos direta e indiretamente pelo
projeto (eventos, ações nas escolas públicas, oficinas, festas comunitárias, cortejos, entre outros);
d. Quantidade e tipo de Grupos operativos de criação (trabalho com arte e participação social) implementados no decorrer do projeto;
II. Mobilização Família/Comunidade; Criar e fortalecer espaços de convivência comunitária, capazes de
aumentar a qualidade de vida e a participação das famílias e da comunidade na gestão das decisões relativas à proteção e
garantia de direito das crianças, adolescentes e jovens; espaços permanentes de reflexão e formação, que busquem o
fortalecimento das bases de apoio das crianças e o desenvolvimento local.
a. Quantitativo de famílias diretamente envolvidas nas atividades do DBpV;b. Consolidação de espaços de convivência pedagógica e comunitária / espaços de
referência para a articulação e o desenvolvimento comunitário;c. Quantidade e tipo de organizações comunitárias surgidas e/ou fortalecidas a
partir da ação do DBpV;d. Espaços de discussão e resolução de problemas para familiares e responsáveis
sobre o desenvolvimento das crianças do projeto;e. Nível de empoderamento das famílias e da comunidade na resolução de
problemas comuns, bem como no debate sobre políticas públicas;
I. Formação e capacitação; Formar as equipes nas metodologias específicas do projeto e implementar
processo contínuo de capacitação para a interação nas diferentes fases e frentes do mesmo.
a. Quantitativo de encontros de formação realizados no período;b. Quantitativo e tipo de oficinas temáticas com assessoria externa realizadas;c. Quantitativo de parcerias para a participação de estagiários/as nos processos
de formação do DBpV; d. Quantitativo de voluntários nacionais e internacionais incluídos nos processos
de formação e troca de experiências desenvolvidas pelo projeto;
II. Rede e políticas públicas; Articular com os diversos atores locais e externos, uma rede de defesa e
promoção dos direitos das crianças e adolescentes, capaz de ampliar a capacidade de intervenção e impacto dos objetivos
do projeto.
a. Formação de redes de mobilização social para a garantia de direitos e o desenvolvimento local;b. Quantitativo de ações públicas de mobilização social (passeatas, atos públicos,
eventos e fóruns);c. Quantitativo total de parcerias estabelecidas pelo projeto para articulação de
rede de serviços;d. Quantitativo de organizações da sociedade civil (associações profissionais,
ONG e outras instituições) articuladas diretamente;e. Quantitativo de organizações comunitárias (associações de moradores e
outras) articuladas pelo projeto;f. Quantitativo de organizações governamentais articuladas para a rede de
garantia de direitos básicos;g. Espaços de participação popular para o controle social e a deliberação de
políticas públicas ocupados pelo SER, relacionados diretamente com as ações do projeto;
III. Pesquisa/ ação; Aprofundar o conhecimento das comunidades quanto às suas necessidades,
potencialidades, problemas e motivos dos mesmos, visando a integração delas ao processo de construção coletiva do
projeto para o acompanhamento e redirecionamento do projeto face às mudanças objetivas na comunidade no decurso do
mesmo.
A. Dissertações e teses acadêmicas produzidas e publicadas, sobre o projeto Dando Bola pra Vida e a metodologia do Circo Social do Ser, no período;
b. Quantidade e tipo de pesquisas realizadas sobre a realidade sócio econômica das comunidades do complexo e das crianças e famílias incluídas no projeto;
4241
Indicadores de Monitoramento e Avaliação do Projeto Dando Bola pra Vida – Quadro sinóptico I Ação Direta junto às crianças e adolescentes
Indicadores definidos
Quantitativos Comentários/análise
a Total de crianças e adolescentes atendidos de modo contínuo 480 crianças e adolescentes apadrinhados
Quantitativo tem por base as 330 Crianças apadrinhadas mais as substituições feitas ao longo dos anos de duração do projeto
b Total de crianças, adolescentes e jovens que participaram das atividades 1200 Crianças, adolescentes e jovens nas diversas oficinas e espaços do projeto
Quantitativo se desprende da soma do total de Crianças/adolescentes apadrinhados mais aquelas que, não estando incluídas, vêm participando diretamente do mesmo. O calculo inclui a taxa de rotatividade dos meninos e meninas não cadastrados de modo permanente.
c Total de crianças e adolescentes atingidos direta e indiretamente pelo projeto 4600 crianças e adolescentes
Quantitativo de Crianças e adolescentes atingidos pelo projeto em eventos, ações nas escolas públicas, oficinas, festas comunitárias, cortejos, entre outros.
Quantidade e tipos de grupos operativos de criação formados
Descrição dos grupos:
d
I- Cia. de Jovens Griôs; II- Trupe de Circo Social do Dando Bola; III- Grupo de adolescentes e Jovens para discussão e fortalecimento local
3 Grupos operativos de criação
Os GOC funcionam segundo metodologia específica descrita nos documentos da instituição.
II Mobilização Família / Comunidade
Indicadores definidos Descrição e análise (Quali/quanti)
a Quantitativo de famílias diretamente envolvidas
71 famílias envolvidas diretamente diferentes momentos e atividades do projeto
b Descrição dos espaços:
Quadra poli-esportiva: A Quadra do Cerro Corá tornou-se o coração do projeto, congregando não apenas as atividades de circo social e esportes, mas tornando-se um espaço de convivência para toda a comunidade, sendo, de longe, o principal espaço de referência comunitária.
salas do antigo CEMAS. Desativado pela Secretaria Municipal de Assistência Social, por considerar a área do Complexo como "de risco", o prédio ficou abandonado até a intervenção do Ministério público que forçou a secretaria a buscar parcerias para manter as atividades. Após esta ação o DBpV passa a desenvolver atividades esporádicas
nele, junto ao grupo de mães do projeto.
Sala de leitura - implementada em parceria com a associação de moradores e o Instituto C&A, a sala de leitura recebe as crianças e adolescentes em atividades de contação de histórias e mediação de leitura, entre outras,
motivando a garotada no prazer em ler.
CDC - O Centro de Desenvolvimento Criativo, recebe os grupos operativos de Criação e grupos de crianças e adolescentes do projeto que passam a participar de uma dinâmica de convivência pedagógica diferenciada.
Consolidação de espaços de convivência pedagógica/ comunitária
Prédio da Associação de moradores: O espaço da Associação de moradores do Cerro Corá passa a ser utilizado frequentemente para oficinas e reuniões de grupos operativos ligados ao DBpV, tornando-se um espaço de
referência para a comunidade.
c Quantidade e tipo de organizações comunitárias surgidas e/ou fortalecidas a partir da ação do DBpV
Formação da Associação de Mães e Amigas do Cerro Corá - AMACEC. A associação surge como uma iniciativa de ampliar, consolidar e fortalecer as ações do grupo de mães do DBpV.
d Foram realizadas uma media de 10 encontros temáticos por ano, com a participação de profissionais de ONGs parceiras e dos familiares, responsáveis e lideranças comunitárias.
Espaço de discussão sobre o desenvolvimento das crianças
Foi criado, a partir dos encontros com as famílias, um grupo de mães e amigas do projeto DBpV que opera de modo contínuo desde 2004.
e Nível de empoderamento das famílias Grupos comunitários, em articulação direta com o projeto, se mobilizam para resolver questão de coleta de lixo da comunidade; da limpeza do Rio Carioca e do problema da Caixa d’água, articulando encontros com autoridades
locais e lideranças dos bairros circundantes (Cosem Velho, Laranjeiras e Flamengo); Fora isto a comunidade vem se organizando para a realização de ações voluntárias coletivas voltadas para o bem
comum, nos chamados ‘mutirões’. No contexto do projeto tem havido mutirões para pintar a quadra, limpeza, proteção do Rio Carioca, campanhas de saúde pública (Dengue, prevenção, etc,), alem da organização para as
festas comunitárias, bazares e bingos comunitários.
III Formação e Capacitação
Indicadores Quantitativo Descrição/comentários
a Quantitativo de encontros de formação 240 Encontros realizados no período, considerando a projeção até final de 2008. O total aponta uma média de 48 encontros anuais, com carga horária total de 192 h/a/ano.
Os encontros de formação contaram com a participação de toda a equipe e de agentes comunitários. Os formatos utilizados foram de grupo de estudos temáticos, com apresentações expositivas e debate coletivo, e de estudo de casos, além de questões operacionais e metodológicas.
b Quantitativo e tipos de oficinas com assessoria externa
20 Oficinas temáticas com a participação de profissionais e especialistas de organizações parceiras e centros acadêmicos.
As oficinas abordaram temas como Prevenção das DST/HIV-AIDS, violência, organização para o mundo do trabalho, participação infanto- Juvenil, raça/etnia, trabalho cooperativado e economia solidaria. As mesmas tiveram como público alvo, as lideranças da comunidade, Adolescentes e jovens da comunidade e suas famílias e a própria equipe do DBpV. Contou-se com a parceria das seguintes organizações: IBASE, SEDUS, ABIA, EXCOLA, UERJ, PUC-Rio, PUC-Petrópolis, UFRJ, SESC Madureira e SESC Tijuca.
c Quantitativo de parcerias firmadas para a participação de estagiários
32 jovens estudantes participaram do projeto por meio de Parceiras assinadas com centros acadêmicos.
Os convênios tiveram por objetivo contribuir com a formação de futuros profissionais nas áreas de educação, serviço social, ciências sociais, jornalismo e marketing social. UERJ (Serviço sócia e educação), PUC-Rio (comunicação), UFRJ (serviço Social), UVA (pedagogia), Estácio de Sá (comunicação), UFF (Ciências sociais).
d Quantitativos de voluntários nacionais e internacionais
10 voluntários internacionais (Irlanda, EUA, Canadá, França, Bélgica) participaram de vivência em diversas atividades do projeto, no CDC e na comunidade.
Os estágios de vivência dos voluntários internacionais têm por objetivo incentivar o intercâmbio cultural e a formação mutua. Os mesmos respondem a planejamento e monitoramento realizados pela instituição. Estes estágios foram organizados em parceria com as seguintes organizações internacionais: Jeunesse Du Monde (Canada); Ikoporan (Brasil); Kirkensnothelp (Belgica).
IV Rede e Políticas Públicas
Indicadores Quantitativo Descrição
a Formação de redes de mobilização social 2 redes sociais articuladas. - Rede Social do Cosme Velho - Rede local comunitária do Dando Bola pra Vida. Estas redes articulam, junto ao SER, uma rede informal de parcerias para a garantia de direitos descrita no final deste relatório e sinalizada nos indicadores d, e, f.
b Quantitativos de ações públicas e mobilização social
c Quantitativo total de parecerias para articulação de redes de serviços
58 organizações da sociedade civil e governamentais, articuladas para ampliação da rede de garantia de direitos, em diferentes momentos do projeto.
As organizações estão listadas no final deste relatório.
d Quantitativo de organizações da Sociedade Civil 23 Organizações da Sociedade Civil articuladas.
Foram estabelecidas parcerias pontuais e outras estratégicas para a ampliação do acesso das crianças , jovens e moradores da comunidade aos serviços necessários para garantia de direitos e a espaços de formação, cultura e lazer. As organizações estão listadas no final deste relatório.
e Quantitativo de organizações comunitárias 06 Associações de moradores. A. M. do Cerro Corá A. M. de Vila Cândido A. M. Guararapes A. M. e A. do Cosme Velho A. M. e A. de Laranjeiras A. M. e A. de Santa Teresa
f Quantitativo de organizações Governamentais articuladas
20 instituições e serviços do poder público articuladas.
Foram mapeadas instituições e serviços de governo (nas três esferas) estabelecidas parcerias para ampliar o acesso da comunidade aos serviços.
g Espaços de participação popular para deliberação de políticas públicas
- Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA (Grupo de trabalho para elaboração da política municipal de atendimento à infância em situação de rua) - Conselho distrital de saúde Zona Sul do Rio de Janeiro. - Rede Rio Criança. - Fórum Popular dos direitos da Infância do Rio de Janeiro.
4443
Indicadores de Monitoramento e Avaliação do Projeto Dando Bola pra Vida – Quadro sinóptico I Ação Direta junto às crianças e adolescentes
Indicadores definidos
Quantitativos Comentários/análise
a Total de crianças e adolescentes atendidos de modo contínuo 480 crianças e adolescentes apadrinhados
Quantitativo tem por base as 330 Crianças apadrinhadas mais as substituições feitas ao longo dos anos de duração do projeto
b Total de crianças, adolescentes e jovens que participaram das atividades 1200 Crianças, adolescentes e jovens nas diversas oficinas e espaços do projeto
Quantitativo se desprende da soma do total de Crianças/adolescentes apadrinhados mais aquelas que, não estando incluídas, vêm participando diretamente do mesmo. O calculo inclui a taxa de rotatividade dos meninos e meninas não cadastrados de modo permanente.
c Total de crianças e adolescentes atingidos direta e indiretamente pelo projeto 4600 crianças e adolescentes
Quantitativo de Crianças e adolescentes atingidos pelo projeto em eventos, ações nas escolas públicas, oficinas, festas comunitárias, cortejos, entre outros.
Quantidade e tipos de grupos operativos de criação formados
Descrição dos grupos:
d
I- Cia. de Jovens Griôs; II- Trupe de Circo Social do Dando Bola; III- Grupo de adolescentes e Jovens para discussão e fortalecimento local
3 Grupos operativos de criação
Os GOC funcionam segundo metodologia específica descrita nos documentos da instituição.
II Mobilização Família / Comunidade
Indicadores definidos Descrição e análise (Quali/quanti)
a Quantitativo de famílias diretamente envolvidas
71 famílias envolvidas diretamente diferentes momentos e atividades do projeto
b Descrição dos espaços:
Quadra poli-esportiva: A Quadra do Cerro Corá tornou-se o coração do projeto, congregando não apenas as atividades de circo social e esportes, mas tornando-se um espaço de convivência para toda a comunidade, sendo, de longe, o principal espaço de referência comunitária.
salas do antigo CEMAS. Desativado pela Secretaria Municipal de Assistência Social, por considerar a área do Complexo como "de risco", o prédio ficou abandonado até a intervenção do Ministério público que forçou a secretaria a buscar parcerias para manter as atividades. Após esta ação o DBpV passa a desenvolver atividades esporádicas
nele, junto ao grupo de mães do projeto.
Sala de leitura - implementada em parceria com a associação de moradores e o Instituto C&A, a sala de leitura recebe as crianças e adolescentes em atividades de contação de histórias e mediação de leitura, entre outras,
motivando a garotada no prazer em ler.
CDC - O Centro de Desenvolvimento Criativo, recebe os grupos operativos de Criação e grupos de crianças e adolescentes do projeto que passam a participar de uma dinâmica de convivência pedagógica diferenciada.
Consolidação de espaços de convivência pedagógica/ comunitária
Prédio da Associação de moradores: O espaço da Associação de moradores do Cerro Corá passa a ser utilizado frequentemente para oficinas e reuniões de grupos operativos ligados ao DBpV, tornando-se um espaço de
referência para a comunidade.
c Quantidade e tipo de organizações comunitárias surgidas e/ou fortalecidas a partir da ação do DBpV
Formação da Associação de Mães e Amigas do Cerro Corá - AMACEC. A associação surge como uma iniciativa de ampliar, consolidar e fortalecer as ações do grupo de mães do DBpV.
d Foram realizadas uma media de 10 encontros temáticos por ano, com a participação de profissionais de ONGs parceiras e dos familiares, responsáveis e lideranças comunitárias.
Espaço de discussão sobre o desenvolvimento das crianças
Foi criado, a partir dos encontros com as famílias, um grupo de mães e amigas do projeto DBpV que opera de modo contínuo desde 2004.
e Nível de empoderamento das famílias Grupos comunitários, em articulação direta com o projeto, se mobilizam para resolver questão de coleta de lixo da comunidade; da limpeza do Rio Carioca e do problema da Caixa d’água, articulando encontros com autoridades
locais e lideranças dos bairros circundantes (Cosem Velho, Laranjeiras e Flamengo); Fora isto a comunidade vem se organizando para a realização de ações voluntárias coletivas voltadas para o bem
comum, nos chamados ‘mutirões’. No contexto do projeto tem havido mutirões para pintar a quadra, limpeza, proteção do Rio Carioca, campanhas de saúde pública (Dengue, prevenção, etc,), alem da organização para as
festas comunitárias, bazares e bingos comunitários.
III Formação e Capacitação
Indicadores Quantitativo Descrição/comentários
a Quantitativo de encontros de formação 240 Encontros realizados no período, considerando a projeção até final de 2008. O total aponta uma média de 48 encontros anuais, com carga horária total de 192 h/a/ano.
Os encontros de formação contaram com a participação de toda a equipe e de agentes comunitários. Os formatos utilizados foram de grupo de estudos temáticos, com apresentações expositivas e debate coletivo, e de estudo de casos, além de questões operacionais e metodológicas.
b Quantitativo e tipos de oficinas com assessoria externa
20 Oficinas temáticas com a participação de profissionais e especialistas de organizações parceiras e centros acadêmicos.
As oficinas abordaram temas como Prevenção das DST/HIV-AIDS, violência, organização para o mundo do trabalho, participação infanto- Juvenil, raça/etnia, trabalho cooperativado e economia solidaria. As mesmas tiveram como público alvo, as lideranças da comunidade, Adolescentes e jovens da comunidade e suas famílias e a própria equipe do DBpV. Contou-se com a parceria das seguintes organizações: IBASE, SEDUS, ABIA, EXCOLA, UERJ, PUC-Rio, PUC-Petrópolis, UFRJ, SESC Madureira e SESC Tijuca.
c Quantitativo de parcerias firmadas para a participação de estagiários
32 jovens estudantes participaram do projeto por meio de Parceiras assinadas com centros acadêmicos.
Os convênios tiveram por objetivo contribuir com a formação de futuros profissionais nas áreas de educação, serviço social, ciências sociais, jornalismo e marketing social. UERJ (Serviço sócia e educação), PUC-Rio (comunicação), UFRJ (serviço Social), UVA (pedagogia), Estácio de Sá (comunicação), UFF (Ciências sociais).
d Quantitativos de voluntários nacionais e internacionais
10 voluntários internacionais (Irlanda, EUA, Canadá, França, Bélgica) participaram de vivência em diversas atividades do projeto, no CDC e na comunidade.
Os estágios de vivência dos voluntários internacionais têm por objetivo incentivar o intercâmbio cultural e a formação mutua. Os mesmos respondem a planejamento e monitoramento realizados pela instituição. Estes estágios foram organizados em parceria com as seguintes organizações internacionais: Jeunesse Du Monde (Canada); Ikoporan (Brasil); Kirkensnothelp (Belgica).
IV Rede e Políticas Públicas
Indicadores Quantitativo Descrição
a Formação de redes de mobilização social 2 redes sociais articuladas. - Rede Social do Cosme Velho - Rede local comunitária do Dando Bola pra Vida. Estas redes articulam, junto ao SER, uma rede informal de parcerias para a garantia de direitos descrita no final deste relatório e sinalizada nos indicadores d, e, f.
b Quantitativos de ações públicas e mobilização social
c Quantitativo total de parecerias para articulação de redes de serviços
58 organizações da sociedade civil e governamentais, articuladas para ampliação da rede de garantia de direitos, em diferentes momentos do projeto.
As organizações estão listadas no final deste relatório.
d Quantitativo de organizações da Sociedade Civil 23 Organizações da Sociedade Civil articuladas.
Foram estabelecidas parcerias pontuais e outras estratégicas para a ampliação do acesso das crianças , jovens e moradores da comunidade aos serviços necessários para garantia de direitos e a espaços de formação, cultura e lazer. As organizações estão listadas no final deste relatório.
e Quantitativo de organizações comunitárias 06 Associações de moradores. A. M. do Cerro Corá A. M. de Vila Cândido A. M. Guararapes A. M. e A. do Cosme Velho A. M. e A. de Laranjeiras A. M. e A. de Santa Teresa
f Quantitativo de organizações Governamentais articuladas
20 instituições e serviços do poder público articuladas.
Foram mapeadas instituições e serviços de governo (nas três esferas) estabelecidas parcerias para ampliar o acesso da comunidade aos serviços.
g Espaços de participação popular para deliberação de políticas públicas
- Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA (Grupo de trabalho para elaboração da política municipal de atendimento à infância em situação de rua) - Conselho distrital de saúde Zona Sul do Rio de Janeiro. - Rede Rio Criança. - Fórum Popular dos direitos da Infância do Rio de Janeiro.
4443
V Pesquisa/ Ação
Indicadores Descrição (Quantitativo/Qualitativo)
Quantitativo e tipo de pesquisas acadêmicas (Dissertações e Teses) produzidas e publicadas sobre o projeto
Dissertações de mestrado e teses de doutorado concluídas. FAITH BROWN, Denise, Autonomia e reciprocidade no desenvolvimento da identidade: Um olhar sobre a educação não formal, Dissertação de Mestrado, PUC – Rio, 2006. POUJAN, Cleonice, Between streets and schools: an investigation about dropout students and their path towards educational inclusion in Brazil, PHd em Educação pela Universidade de Cambridge, Inglaterra. SHUNA, Línguas diferentes; a mesma voz? Crianças e adolescentes, arte e ‘empoderamento’ através de dois continentes - Brasil e o Reino Unido, Pesquisa para mestrado em Teatro e Desenvolvimento, Universidade de Leeds, Inglaterra. 2007 FIGUEIREDO, S, Carolina, As vozes do Circo Social, Dissertação de Mestrado, FGV, Rio de Janeiro, 2007. BARRIA MANCILLA, Claudio A., O Trampolin da Razão subalterna, Dissertação de Mestrado, Universidade Federal Fluminense, Niteroi, 2007.
Quantidade e tipos de pesquisas realizadas pela equipe do projeto no Complexo Cerro Corá
Diagnóstico sócio-econômico em profundidade do Complexo Cerro Corá
Levantamento censitário, realizado em 2005, contemplando as comunidades Cerro corá, Vila cândido e Guararrapes. Foi utilizada a metodologia de pesquisa domiciliar por salto, aplicando os questionários em 313 domicílios. A pesquisa foi coordenada pela equipe do projeto e aplicada por um grupo de adolescentes da própria comunidade.
Perfil das famílias do projeto Dando Bola pra Vida Os dados para o levantamento do perfil das famílias foram sistematizados a partir do trabalho de visitas domiciliares realizado pelo Serviço Social do Dando Bola pra Vida/SER.
Perfil das Crianças do Projeto Dando Bola pra Vida Os dados para o levantamento do perfil das Crianças foram sistematizados a partir do trabalho de visitas domiciliares e nas atividades do projeto, realizado pelo Serviço Social do Dando Bola pra Vida/SER.
Festa Junina na Quadra Cerro CoráFoto: Aquivo SER
Avaliações gerais
Principais entraves encontrados
Principais produtos desenvolvidos
Rede social de parcerias construídas
45 46
V Pesquisa/ Ação
Indicadores Descrição (Quantitativo/Qualitativo)
Quantitativo e tipo de pesquisas acadêmicas (Dissertações e Teses) produzidas e publicadas sobre o projeto
Dissertações de mestrado e teses de doutorado concluídas. FAITH BROWN, Denise, Autonomia e reciprocidade no desenvolvimento da identidade: Um olhar sobre a educação não formal, Dissertação de Mestrado, PUC – Rio, 2006. POUJAN, Cleonice, Between streets and schools: an investigation about dropout students and their path towards educational inclusion in Brazil, PHd em Educação pela Universidade de Cambridge, Inglaterra. SHUNA, Línguas diferentes; a mesma voz? Crianças e adolescentes, arte e ‘empoderamento’ através de dois continentes - Brasil e o Reino Unido, Pesquisa para mestrado em Teatro e Desenvolvimento, Universidade de Leeds, Inglaterra. 2007 FIGUEIREDO, S, Carolina, As vozes do Circo Social, Dissertação de Mestrado, FGV, Rio de Janeiro, 2007. BARRIA MANCILLA, Claudio A., O Trampolin da Razão subalterna, Dissertação de Mestrado, Universidade Federal Fluminense, Niteroi, 2007.
Quantidade e tipos de pesquisas realizadas pela equipe do projeto no Complexo Cerro Corá
Diagnóstico sócio-econômico em profundidade do Complexo Cerro Corá
Levantamento censitário, realizado em 2005, contemplando as comunidades Cerro corá, Vila cândido e Guararrapes. Foi utilizada a metodologia de pesquisa domiciliar por salto, aplicando os questionários em 313 domicílios. A pesquisa foi coordenada pela equipe do projeto e aplicada por um grupo de adolescentes da própria comunidade.
Perfil das famílias do projeto Dando Bola pra Vida Os dados para o levantamento do perfil das famílias foram sistematizados a partir do trabalho de visitas domiciliares realizado pelo Serviço Social do Dando Bola pra Vida/SER.
Perfil das Crianças do Projeto Dando Bola pra Vida Os dados para o levantamento do perfil das Crianças foram sistematizados a partir do trabalho de visitas domiciliares e nas atividades do projeto, realizado pelo Serviço Social do Dando Bola pra Vida/SER.
Festa Junina na Quadra Cerro CoráFoto: Aquivo SER
Avaliações gerais
Principais entraves encontrados
Principais produtos desenvolvidos
Rede social de parcerias construídas
45 46
oP
rin
cip
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t rav
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cn
trad
os
I - Violência pela disputa territorial
Como apontado na contextualização inicial, os moradores das comunidades, e em particular a do Cerro Corá, estão constantemente submetidos a diversas práticas de violência em decorrência de disputas territoriais por parte do tráfico de drogas e das forças policiais que, orientadas por uma política pública de criminalização da pobreza, não garante efetivamente os direitos cidadãos dessa população, tornando-se, ela própria, uma forte ameaça à integridade física, à vida e à dignidade humana das pessoas que lá moram.
Em diversas ocasiões as atividades do projeto foram interrompidas devido à falta de condições mínimas de segurança para as crianças e os educadores, decorrentes de enfrentamentos entre grupos rivais do tráfico de drogas e de ações diretas da polícia.
De um modo geral, a dificuldade na continuidade do trabalho foi uma constante, o que provocou o encerramento de projetos específicos e o afastamento de algumas instituições que antes atuavam na comunidade. Este fato, de certa forma esteve vinculado à presença ostensiva do tráfico de drogas, da violência das ações e incursões policiais. Por outro lado, a falta de recursos econômicos dos moradores aliada à falta das organizações de base, da representação organizada e democrática de lideranças comunitárias e associações locais, se apresentaram como entraves para a articulação e manutenção de trabalhos em redes.
Esta situação colocou uma série de desafios não previstos para o desenvolvimento das atividades, afetando o planejamento em dois níveis: a interrupção imprevista das atividades, com o decorrente e a necessidade de incluir no planejamento atividades voltadas para os adolescentes e jovens envolvidos por atividades pontuais junto ao tráfico de drogas. Não podemos deixar de registrar a alta vulnerabilidade e exposição de educadores/as e educandos/as às ações e incursões policiais.
Os efeitos da violenta disputa territorial apontada têm profundos desdobramentos sociais. A territorialidade significa não apenas o espaço físico, mas as diferentes relações de significância estabelecidas pelos moradores de uma determinada região, envolvendo sentidos de pertencimento que incidem diretamente na representação social. Para as crianças e adolescentes, a ausência do Estado nas comunidades e a forte presença dos chamados “comandos” do tráfico, cria uma confusa e complexa relação entre elas e a identidade destes grupos, que passam a se definir justamente como defensores dos territórios. Assim, para o imaginário de muitas das crianças e adolescentes o fato de ser morador de uma comunidade determinada significa, em termos identitários, uma relação de pertencimento com uma determinada facção do crime organizado, sem que isso signifique, necessariamente, nenhum tipo de envolvimento em ações criminosas. Em outras palavras, a disputa pelos territórios ocorre não apenas no campo militar: enquanto o Poder Público disputa estes territórios quase que exclusivamente por meio de invasões armadas e carros blindados dos batalhões de elite da Polícia Militar, o narcotráfico os disputa também no campo simbólico, tendo o cotidiano de ausência das políticas públicas como aliado.
Nesse contexto, salta aos olhos a importância de uma ação organizada em prol do território da cidadania, uma ação educativa que trabalhe diretamente no campo do simbólico, possibilitando a resignificação dos espaços comunitários, uma ação que não se renda à lógica fundamentalista da guerra, uma ação que articule a comunidade, as organizações da sociedade civil e do Estado pela conquista de territórios de paz.
II Cultura da assistência e do populismo
Algumas dificuldades encontradas pela equipe se relacionam com a resistência inicial de parte da comunidade à sua implementação. Este fato está diretamente ligado a uma falta de legitimidade dos projetos sociais de um modo geral. As experiências de projetos anteriores, promovido por lideranças político-partidárias, marcados pelo discurso eleitoreiro, envolvendo compromissos e promessas de bemfeitorias para comunidade e atendimento às demandas locais numa perspectiva meramente emergencial, paliativa e assistencialista, fez com que a comunidade criasse um sentimento de rejeição, fruto da aquisição de uma criticidade que passou a negar qualquer tentativa de levá-la, supostamente, ao engano. De certa forma, tais dificuldades foram sendo superadas pelo Dando Bola com base numa longa relação construída junto à comunidade, a partir da sua prática cotidiana e dos eventos, reuniões e outras formas de aproximação, deixando em claro os seus objetivos e a sua metodologia.
No decorrer das atividades uma dificuldade constante tem sido a necessidade de superar a idéia de que o projeto está ai pra trazer algo de fora, para doar e não para construir junto com a comunidade. A prática de desconstrução dessa leitura fortalece nossas relações com a comunidade, embora a decepção que provoca em algumas famílias possa dificultar o trabalho das equipes se estas não tiverem clareza da sua postura política como educadores.
Percebemos que algumas lideranças comunitárias ainda estão voltadas para os seus interesses (pessoais e/ou políticos) o que dificultou de certa forma um desdobramento da primeira reunião de formação do Conselho Comunitário, uma vez que para esta construção, levando-se em consideração o cenário do momento (mudança de equipe do Dando Bola e inserção na comunidade), seria estratégica uma articulação com os representantes locais. Este fato fez com que a equipe se articulasse estrategicamente de outra forma com a comunidade para alcançar tais lideranças, tendo como resultado o grupo de mulheres e mães, o que facilitará a rearticulação do Conselho Comunitário.
III Pobreza e necessidade de geração de renda dos adolescentes
O desemprego e a falta de renda familiar assegurada dificultam a sistematização dos encontros com os moradores locais que estão diariamente em busca de recursos e meios de sobrevivência, como doações em igrejas ou órgãos públicos. Por isso há falta de estímulo para a participação em reuniões promovidas pelo projeto.
A pobreza das famílias incidiu diretamente na dificuldade de permanência dos adolescentes na trupe, uma vez que passam a apresentar, além da vontade em permanecer no grupo, adversamente, outros anseios, fruto dos próprios desafios que a sociedade lhes impõe, como a necessidade de obtenção de atividade remunerada para o suprimento de suas necessidades básicas e essenciais. A dificuldade de conciliação entre tempo e necessidade apresenta-se como mais uma questão diretamente relacionada ao acréscimo considerável das demandas do projeto.
Outro entrave diretamente relacionado consiste na necessidade dos jovens se verem inseridos no mercado de trabalho. Isso faz com que tenham uma visão inicial imediatista do grupo de adolescentes e jovens, entendendo que para serem encaminhados, basta exporem a sua grande necessidade e dificuldade em se tornarem economicamente produtivos. Essa realidade gera uma rotatividade relativa dos jovens nesse tipo de atividade, pois na medida em que são encaminhados deixam de ter tempo disponível para a participação no grupo.
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I - Violência pela disputa territorial
Como apontado na contextualização inicial, os moradores das comunidades, e em particular a do Cerro Corá, estão constantemente submetidos a diversas práticas de violência em decorrência de disputas territoriais por parte do tráfico de drogas e das forças policiais que, orientadas por uma política pública de criminalização da pobreza, não garante efetivamente os direitos cidadãos dessa população, tornando-se, ela própria, uma forte ameaça à integridade física, à vida e à dignidade humana das pessoas que lá moram.
Em diversas ocasiões as atividades do projeto foram interrompidas devido à falta de condições mínimas de segurança para as crianças e os educadores, decorrentes de enfrentamentos entre grupos rivais do tráfico de drogas e de ações diretas da polícia.
De um modo geral, a dificuldade na continuidade do trabalho foi uma constante, o que provocou o encerramento de projetos específicos e o afastamento de algumas instituições que antes atuavam na comunidade. Este fato, de certa forma esteve vinculado à presença ostensiva do tráfico de drogas, da violência das ações e incursões policiais. Por outro lado, a falta de recursos econômicos dos moradores aliada à falta das organizações de base, da representação organizada e democrática de lideranças comunitárias e associações locais, se apresentaram como entraves para a articulação e manutenção de trabalhos em redes.
Esta situação colocou uma série de desafios não previstos para o desenvolvimento das atividades, afetando o planejamento em dois níveis: a interrupção imprevista das atividades, com o decorrente e a necessidade de incluir no planejamento atividades voltadas para os adolescentes e jovens envolvidos por atividades pontuais junto ao tráfico de drogas. Não podemos deixar de registrar a alta vulnerabilidade e exposição de educadores/as e educandos/as às ações e incursões policiais.
Os efeitos da violenta disputa territorial apontada têm profundos desdobramentos sociais. A territorialidade significa não apenas o espaço físico, mas as diferentes relações de significância estabelecidas pelos moradores de uma determinada região, envolvendo sentidos de pertencimento que incidem diretamente na representação social. Para as crianças e adolescentes, a ausência do Estado nas comunidades e a forte presença dos chamados “comandos” do tráfico, cria uma confusa e complexa relação entre elas e a identidade destes grupos, que passam a se definir justamente como defensores dos territórios. Assim, para o imaginário de muitas das crianças e adolescentes o fato de ser morador de uma comunidade determinada significa, em termos identitários, uma relação de pertencimento com uma determinada facção do crime organizado, sem que isso signifique, necessariamente, nenhum tipo de envolvimento em ações criminosas. Em outras palavras, a disputa pelos territórios ocorre não apenas no campo militar: enquanto o Poder Público disputa estes territórios quase que exclusivamente por meio de invasões armadas e carros blindados dos batalhões de elite da Polícia Militar, o narcotráfico os disputa também no campo simbólico, tendo o cotidiano de ausência das políticas públicas como aliado.
Nesse contexto, salta aos olhos a importância de uma ação organizada em prol do território da cidadania, uma ação educativa que trabalhe diretamente no campo do simbólico, possibilitando a resignificação dos espaços comunitários, uma ação que não se renda à lógica fundamentalista da guerra, uma ação que articule a comunidade, as organizações da sociedade civil e do Estado pela conquista de territórios de paz.
II Cultura da assistência e do populismo
Algumas dificuldades encontradas pela equipe se relacionam com a resistência inicial de parte da comunidade à sua implementação. Este fato está diretamente ligado a uma falta de legitimidade dos projetos sociais de um modo geral. As experiências de projetos anteriores, promovido por lideranças político-partidárias, marcados pelo discurso eleitoreiro, envolvendo compromissos e promessas de bemfeitorias para comunidade e atendimento às demandas locais numa perspectiva meramente emergencial, paliativa e assistencialista, fez com que a comunidade criasse um sentimento de rejeição, fruto da aquisição de uma criticidade que passou a negar qualquer tentativa de levá-la, supostamente, ao engano. De certa forma, tais dificuldades foram sendo superadas pelo Dando Bola com base numa longa relação construída junto à comunidade, a partir da sua prática cotidiana e dos eventos, reuniões e outras formas de aproximação, deixando em claro os seus objetivos e a sua metodologia.
No decorrer das atividades uma dificuldade constante tem sido a necessidade de superar a idéia de que o projeto está ai pra trazer algo de fora, para doar e não para construir junto com a comunidade. A prática de desconstrução dessa leitura fortalece nossas relações com a comunidade, embora a decepção que provoca em algumas famílias possa dificultar o trabalho das equipes se estas não tiverem clareza da sua postura política como educadores.
Percebemos que algumas lideranças comunitárias ainda estão voltadas para os seus interesses (pessoais e/ou políticos) o que dificultou de certa forma um desdobramento da primeira reunião de formação do Conselho Comunitário, uma vez que para esta construção, levando-se em consideração o cenário do momento (mudança de equipe do Dando Bola e inserção na comunidade), seria estratégica uma articulação com os representantes locais. Este fato fez com que a equipe se articulasse estrategicamente de outra forma com a comunidade para alcançar tais lideranças, tendo como resultado o grupo de mulheres e mães, o que facilitará a rearticulação do Conselho Comunitário.
III Pobreza e necessidade de geração de renda dos adolescentes
O desemprego e a falta de renda familiar assegurada dificultam a sistematização dos encontros com os moradores locais que estão diariamente em busca de recursos e meios de sobrevivência, como doações em igrejas ou órgãos públicos. Por isso há falta de estímulo para a participação em reuniões promovidas pelo projeto.
A pobreza das famílias incidiu diretamente na dificuldade de permanência dos adolescentes na trupe, uma vez que passam a apresentar, além da vontade em permanecer no grupo, adversamente, outros anseios, fruto dos próprios desafios que a sociedade lhes impõe, como a necessidade de obtenção de atividade remunerada para o suprimento de suas necessidades básicas e essenciais. A dificuldade de conciliação entre tempo e necessidade apresenta-se como mais uma questão diretamente relacionada ao acréscimo considerável das demandas do projeto.
Outro entrave diretamente relacionado consiste na necessidade dos jovens se verem inseridos no mercado de trabalho. Isso faz com que tenham uma visão inicial imediatista do grupo de adolescentes e jovens, entendendo que para serem encaminhados, basta exporem a sua grande necessidade e dificuldade em se tornarem economicamente produtivos. Essa realidade gera uma rotatividade relativa dos jovens nesse tipo de atividade, pois na medida em que são encaminhados deixam de ter tempo disponível para a participação no grupo.
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IV - Queda da barreira e Destruição da quadra/ausência do poder público ao respeito
A quadra da comunidade foi, desde o início das atividades, o pólo central que congregava não apenas as atividades com as crianças, mas toda a articulação comunitária, tornando-se o principal espaço de referência do Dando Bola pra Vida e da própria idéia de ação coletiva da comunidade.
É, praticamente, o único espaço de convivência comunitária, de lazer e esportivo da comunidade. O complexo Cerro Corá, com seu espaço habitável reduzido e precariamente urbanizado, não possui praças ou outros espaços de encontro, fora a pequena sala da associação de moradores.
A precariedade e falta de condições da quadra comunitária já tinha sido apontada em diversas ocasiões e tinha sido inclusive objeto de um plano emergencial destinado à sua implementação e reparação, plano este que não chegou a ser encaminhado devido a uma inesperada fatalidade: o deslizamento da encosta do morro, sobre o túnel Rebouças e imediatamente abaixo da quadra, provocado por um temporal de ventos e chuva, ocorrido em outubro de 2007. A quadra passou a fazer parte da área de risco iminente, tendo sido interditada e posteriormente destruída pelas retro-escavadeiras, provocando um forte impacto no projeto e na comunidade como um todo. A área de lazer, ao lado da quadra - com jardins e brinquedos (mini-praça, muito utilizada durante as atividades do Projeto) virou canteiro das obras de contenção da encosta do Túnel Rebouças.
Os efeitos negativos para o projeto e para a comunidade em decorrência da destruição da quadram são inestimáveis. As atividades do ciclo metodológico do Circo Social, 'carro chefe' do projeto e principal estímulo para a participação das crianças, com suas oficinas, trupes e grupos e espetáculos para a comunidade, ficaram inviáveis durante muito tempo.Nos últimos meses do projeto, antes deste relato, os engenheiros de obras da prefeitura municipal liberaram para uso parte do espaço da quadra que, no entanto, encontra-se em condições de extrema precariedade.
A solução foi fortalecer as ações já realizadas no Centro De Desenvolvimento Criativo CDC, localizado nas imediações do complexo.
V - Recursos financeiros/mudança de equipe/continuidade das ações/desgaste do material das oficinas
VI - Resistência de gestores públicos / políticas públicas.
Por outro lado, as dificuldades econômicas que permeiam o projeto são visíveis e acabam atingindo desfavoravelmente as ações de desenvolvimento comunitário. Um dos grandes entraves enfrentado até o momento atual diz respeito à contenção de verba do projeto. Esta se deu em diversos momentos do período, também por motivos diversos.
Um deles se deu em decorrência do processo de ruptura da parceria entre a AMENCAR e a Kindernothilfe. Nesse processo, a anterior gestão realizou uma avaliação errada na avaliação dos gastos realizados pelo projeto em 2004 (provocada provavelmente pela greve bancária daquele ano), significando um corte de, aproximadamente, R$ 60.000,00. Este fato acarretou uma série de comprometimentos: a redução da equipe e das atividades que vem provocando sistematicamente um acréscimo de dificuldade no desenvolvimento das ações pedagógicas devido ao aumento das demandas e do quantitativo de crianças que freqüentam as oficinas de circo social.
Um exemplo disso foi a interrupção da parceria com a Escola Guararapes Candido. Acrescenta-se a isso a escassez de materiais para o desenvolvimento das atividades tanto de circo, quanto de esporte e oficinas de arte (acervos de livros, DVD's, CD's, etc), o que se torna mais problemático quando o quantitativo de crianças aumenta. O alto custo dos materiais e utensílios utilizados para realizarmos as atividades de circo (monociclos, chicletões, camas elásticas e outros artefatos que compões trapézio e aéreos, figurinos e pernas de paus), ocasiona a desmotivação dos educadores e educandos, uma vez que não conseguimos substituir os materiais que se encontram em condições precárias. Neste sentido, são comuns e freqüentes as queixas, inseguranças e insatisfações, gerando um desafio a ser superado pelas coordenações. A falta de recursos também compromete a realização de eventos externos com as crianças e adolescentes: na apresentação de espetáculos, idas e vindas de intercâmbios culturais, visitas a escolas, aulas-passeios, torneios etc.
Concomitantemente, o projeto teve de enfrentar um processo de ajuste de reformulação da sua estratégia devido à mudança na equipe. Esta mudança, que significo reconstruir as relações com a comunidade construídas pela antiga coordenação, retardaram o necessário processo de reconstrução de novas parcerias.
Nos anos do projeto podemos identificar uma particular resistência de gestores públicos para aplicar recursos nas comunidades e a se articularem com a sociedade civil para a implementação de políticas públicas que consolidem a rede de direitos básicos, especificamente no campo da cultura, da educação e da saúde (notadamente na necessidade de humanização do atendimento em saúde).
De um modo geral, há muita dificuldade em se criar espaços de cultura, aliada à falta de hábitos de acesso a bens culturais, falta de investimento local, de políticas voltadas para cultura e produção de bens culturais. Além disso, nota-se a preocupação dos governos em promover apenas ações voltadas para infra-estrutura local (precária, pontual e emergencial) de obras e saneamento básico. Isso é ainda mais fortalecido pela cultura do fracasso, que faz com que a sociedade de modo geral não acredite que esses jovens possam ter direito de acesso a bens sociais.
Nesse sentido o projeto vem apostando na articulação junto a diversas rede da sociedade civil e na participação institucional em espaços paritários de participação para a deliberação de políticas públicas e o controle social, como o conselho municipal dos direitos da crianças e do adolescente CMDCA, a Rede Rio Criança, a Rede Circo do Mundo e o Fórum DCA, entre outras.
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IV - Queda da barreira e Destruição da quadra/ausência do poder público ao respeito
A quadra da comunidade foi, desde o início das atividades, o pólo central que congregava não apenas as atividades com as crianças, mas toda a articulação comunitária, tornando-se o principal espaço de referência do Dando Bola pra Vida e da própria idéia de ação coletiva da comunidade.
É, praticamente, o único espaço de convivência comunitária, de lazer e esportivo da comunidade. O complexo Cerro Corá, com seu espaço habitável reduzido e precariamente urbanizado, não possui praças ou outros espaços de encontro, fora a pequena sala da associação de moradores.
A precariedade e falta de condições da quadra comunitária já tinha sido apontada em diversas ocasiões e tinha sido inclusive objeto de um plano emergencial destinado à sua implementação e reparação, plano este que não chegou a ser encaminhado devido a uma inesperada fatalidade: o deslizamento da encosta do morro, sobre o túnel Rebouças e imediatamente abaixo da quadra, provocado por um temporal de ventos e chuva, ocorrido em outubro de 2007. A quadra passou a fazer parte da área de risco iminente, tendo sido interditada e posteriormente destruída pelas retro-escavadeiras, provocando um forte impacto no projeto e na comunidade como um todo. A área de lazer, ao lado da quadra - com jardins e brinquedos (mini-praça, muito utilizada durante as atividades do Projeto) virou canteiro das obras de contenção da encosta do Túnel Rebouças.
Os efeitos negativos para o projeto e para a comunidade em decorrência da destruição da quadram são inestimáveis. As atividades do ciclo metodológico do Circo Social, 'carro chefe' do projeto e principal estímulo para a participação das crianças, com suas oficinas, trupes e grupos e espetáculos para a comunidade, ficaram inviáveis durante muito tempo.Nos últimos meses do projeto, antes deste relato, os engenheiros de obras da prefeitura municipal liberaram para uso parte do espaço da quadra que, no entanto, encontra-se em condições de extrema precariedade.
A solução foi fortalecer as ações já realizadas no Centro De Desenvolvimento Criativo CDC, localizado nas imediações do complexo.
V - Recursos financeiros/mudança de equipe/continuidade das ações/desgaste do material das oficinas
VI - Resistência de gestores públicos / políticas públicas.
Por outro lado, as dificuldades econômicas que permeiam o projeto são visíveis e acabam atingindo desfavoravelmente as ações de desenvolvimento comunitário. Um dos grandes entraves enfrentado até o momento atual diz respeito à contenção de verba do projeto. Esta se deu em diversos momentos do período, também por motivos diversos.
Um deles se deu em decorrência do processo de ruptura da parceria entre a AMENCAR e a Kindernothilfe. Nesse processo, a anterior gestão realizou uma avaliação errada na avaliação dos gastos realizados pelo projeto em 2004 (provocada provavelmente pela greve bancária daquele ano), significando um corte de, aproximadamente, R$ 60.000,00. Este fato acarretou uma série de comprometimentos: a redução da equipe e das atividades que vem provocando sistematicamente um acréscimo de dificuldade no desenvolvimento das ações pedagógicas devido ao aumento das demandas e do quantitativo de crianças que freqüentam as oficinas de circo social.
Um exemplo disso foi a interrupção da parceria com a Escola Guararapes Candido. Acrescenta-se a isso a escassez de materiais para o desenvolvimento das atividades tanto de circo, quanto de esporte e oficinas de arte (acervos de livros, DVD's, CD's, etc), o que se torna mais problemático quando o quantitativo de crianças aumenta. O alto custo dos materiais e utensílios utilizados para realizarmos as atividades de circo (monociclos, chicletões, camas elásticas e outros artefatos que compões trapézio e aéreos, figurinos e pernas de paus), ocasiona a desmotivação dos educadores e educandos, uma vez que não conseguimos substituir os materiais que se encontram em condições precárias. Neste sentido, são comuns e freqüentes as queixas, inseguranças e insatisfações, gerando um desafio a ser superado pelas coordenações. A falta de recursos também compromete a realização de eventos externos com as crianças e adolescentes: na apresentação de espetáculos, idas e vindas de intercâmbios culturais, visitas a escolas, aulas-passeios, torneios etc.
Concomitantemente, o projeto teve de enfrentar um processo de ajuste de reformulação da sua estratégia devido à mudança na equipe. Esta mudança, que significo reconstruir as relações com a comunidade construídas pela antiga coordenação, retardaram o necessário processo de reconstrução de novas parcerias.
Nos anos do projeto podemos identificar uma particular resistência de gestores públicos para aplicar recursos nas comunidades e a se articularem com a sociedade civil para a implementação de políticas públicas que consolidem a rede de direitos básicos, especificamente no campo da cultura, da educação e da saúde (notadamente na necessidade de humanização do atendimento em saúde).
De um modo geral, há muita dificuldade em se criar espaços de cultura, aliada à falta de hábitos de acesso a bens culturais, falta de investimento local, de políticas voltadas para cultura e produção de bens culturais. Além disso, nota-se a preocupação dos governos em promover apenas ações voltadas para infra-estrutura local (precária, pontual e emergencial) de obras e saneamento básico. Isso é ainda mais fortalecido pela cultura do fracasso, que faz com que a sociedade de modo geral não acredite que esses jovens possam ter direito de acesso a bens sociais.
Nesse sentido o projeto vem apostando na articulação junto a diversas rede da sociedade civil e na participação institucional em espaços paritários de participação para a deliberação de políticas públicas e o controle social, como o conselho municipal dos direitos da crianças e do adolescente CMDCA, a Rede Rio Criança, a Rede Circo do Mundo e o Fórum DCA, entre outras.
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Alguns dos principais produtos do projeto Dando Bola pra Vida:
? 480 crianças e adolescentes dispõem de acompanhamento sócio-familiar de
modo contínuo e são incluídas em atividades educativas e culturais em
horário complementar à escola.
? Aproximadamente 1200 crianças participam de atividades complementares de circo social e esportes oferecidas pelas equipes e adolescentes do projeto nas escolas locais.
? 4.600 Crianças e adolescentes atingidos pelo projeto em eventos, ações nas escolas públicas, oficinas, festas comunitárias, cortejos, entre outros.
? 35 adolescentes encaminhados para cursos e para o mercado de trabalho (FIA, CIEE, Projeto Prazer de Ler Jovens Griôts e Parque nacional da Tijuca).
? 20 crianças e adolescentes participam da primeira companhia de circo Social da comunidade a Trupe Dando Bola Pra Vida.
? Adolescentes formam grupo operativo de criação “Jovens Griot's” desempenhando-se como facilitadores de leitura e contadores de histórias junto à comunidade, re-significando espaços públicos da cidade.
? Confecção de livros artesanais que contam/narram as histórias de vidas das comunidades em questão, produção literária: histórias, poesias, contos, murais, jogos que retratam valores, cultura e atividades locais.
? Participação e representatividade em fóruns, seminários e em conselhos municipais.
? Articulação da rede de serviços através do projeto.
? Parcerias pontuais possibilitam ações efetivas junto às crianças do Dando Bola pra Vida.
? Espaços de diálogo intermediados pela equipe do projeto permitem a interlocução com o poder público e com moradores e instituições do bairro para enfrentamento de problemas da comunidade.
? Se Essa Rua Fosse Minha ocupa cadeira no Conselho distrital de Saúde como representante dos usuários, levando as demandas da comunidade e ampliando a sua capacidade de controle social em âmbito local.
? Cursos de formação com participação de jovens, familiares e lideranças comunitárias em temáticas como prevenção, sexualidade, participação social e geração de renda são oferecidos à comunidade.
? Pesquisa de diagnóstico local aprofundado do complexo Cerro Corá.
? Diversas produções acadêmicas (TCC, mestrado e doutorado) sobre a metodologia de trabalho do Dando Bola e sobre a realidade das Crianças, desenvolvidas em universidade do Brasil e do extrageiro.
? Associação de Mulheres e Amigas da Comunidade Cerro Corá e outros desdobramentos das ações e protagonismo de grupos locais que já estão identificados e atuam no projeto recentemente: grupo de jovens, lideranças locais, etc. em benefício da autonomia, gestão, emancipação e protagonismo comunitário.
A rede articulada pelo projeto, de maneira sistemática, é composta pelas seguintes organizações
1. Associação de moradores de Cerro Cora2. Associação de moradores de Vila Cândido3. Associação de moradores do Guararapes4. Associação de amigos e moradores do Cosme Velho5. Associação de amigos e moradores de Laranjeiras6. Projeto Girassol Acompanhamento Psicológico (ONG)7. CRAS Coordenadoria Regional de Assistência Social (Poder Público)8. CEMASI Centro Municipal de Assistência Social Integrada Maria Lina (Poder Público)9. Centro Municipal de Saúde Manoel José Ferreira (Poder Público Municipal)10. CEMASI Centro Municipal de Assistência Social Integrada Luiz Lima (Poder Público)11. SBS Sociedade Brasileira de Solidariedade12. CAB Centro de Acolhida de Benfica Projeto Reconstruindo a Cidadania 13. Colégio Miraflores14. Classe em Cooperação Guararapes Cândido15. Escola Municipal José de Alencar (Poder Público)16. Escola Municipal Albert Schweitzer (Poder Público)17. Hospital Adventista Silvestre18. Centro Cultural Casa Rosa19. Bloco Carnavalesco “Volta Alice”20. SESC Serviço Social do Comércio - Banco de Alimentos21. Observatório de Favelas22. Escola de Serviço Social UFRJ (Poder Público)23. Conselho Tutelar 2.124. Padaria Genesi25. Empresa de ônibus são silvestre26. Ministério Público do Juizado da Infância e Juventude (Poder Público)27. REVIVA Clínica Social Tratamento Dependência Química28. Maternidade Escola UFRJ Laranjeiras (Poder Público)29. Fia Fundação Para Infância Adolescência (Poder Público)30. Hospital de Cardiologia de Laranjeiras (Poder Público)31. Rede Social do Cosme Velho32. INES Instituto Nacional de Educação para Surdos (Poder Público)33. Instituto Benjamin Constant (Poder Público)34. CIEP Tancredo Neves (Poder Público)35. EX-COLA Projeto Jovens Mães36. MITRA - Pastoral do Menor37. Banco da Providência38. CEDUS Centro de Educação Sexual39. SPECTACULUS Fábrica de Espetáculos40. Serviço Social do Juizado da Infância e da Juventude (Poder Público)41. Clube da Árvore Projetos Ambientais42. Secretaria Municipal de Saúde (Poder Público)43. ABTH - Associação Brasileira Terra dos Homens44. REVIVER Escola de Futebol (1ª Igreja Batista do Cosme Velho)45. PEPE Programa de Educação Pré-Escolar (1ª Igreja Batista do Cosme Velho)46. Escola SION47. Associação São Vicente de Paula48. SESI Projeto de Alfabetização de Adultos 49. Rede Rio Criança 50. Ibase51. FIA (Fundação para a Infância e Adolescência)52. CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola)53. IBAMA/Par que Nacional da Tijuca54. Instituto C&A - Projeto Prazer em Ler (em parceria com Se Essa Rua Fosse Minha)55. SESC Rio56. Universidade Federal do Rio de Janeiro (Estágios curriculares de Serviço Social)57. Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Equipes de pesquisa associadas)58. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (pesquisa e ação/ empresa Junior e projetos de extensão)
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Alguns dos principais produtos do projeto Dando Bola pra Vida:
? 480 crianças e adolescentes dispõem de acompanhamento sócio-familiar de
modo contínuo e são incluídas em atividades educativas e culturais em
horário complementar à escola.
? Aproximadamente 1200 crianças participam de atividades complementares de circo social e esportes oferecidas pelas equipes e adolescentes do projeto nas escolas locais.
? 4.600 Crianças e adolescentes atingidos pelo projeto em eventos, ações nas escolas públicas, oficinas, festas comunitárias, cortejos, entre outros.
? 35 adolescentes encaminhados para cursos e para o mercado de trabalho (FIA, CIEE, Projeto Prazer de Ler Jovens Griôts e Parque nacional da Tijuca).
? 20 crianças e adolescentes participam da primeira companhia de circo Social da comunidade a Trupe Dando Bola Pra Vida.
? Adolescentes formam grupo operativo de criação “Jovens Griot's” desempenhando-se como facilitadores de leitura e contadores de histórias junto à comunidade, re-significando espaços públicos da cidade.
? Confecção de livros artesanais que contam/narram as histórias de vidas das comunidades em questão, produção literária: histórias, poesias, contos, murais, jogos que retratam valores, cultura e atividades locais.
? Participação e representatividade em fóruns, seminários e em conselhos municipais.
? Articulação da rede de serviços através do projeto.
? Parcerias pontuais possibilitam ações efetivas junto às crianças do Dando Bola pra Vida.
? Espaços de diálogo intermediados pela equipe do projeto permitem a interlocução com o poder público e com moradores e instituições do bairro para enfrentamento de problemas da comunidade.
? Se Essa Rua Fosse Minha ocupa cadeira no Conselho distrital de Saúde como representante dos usuários, levando as demandas da comunidade e ampliando a sua capacidade de controle social em âmbito local.
? Cursos de formação com participação de jovens, familiares e lideranças comunitárias em temáticas como prevenção, sexualidade, participação social e geração de renda são oferecidos à comunidade.
? Pesquisa de diagnóstico local aprofundado do complexo Cerro Corá.
? Diversas produções acadêmicas (TCC, mestrado e doutorado) sobre a metodologia de trabalho do Dando Bola e sobre a realidade das Crianças, desenvolvidas em universidade do Brasil e do extrageiro.
? Associação de Mulheres e Amigas da Comunidade Cerro Corá e outros desdobramentos das ações e protagonismo de grupos locais que já estão identificados e atuam no projeto recentemente: grupo de jovens, lideranças locais, etc. em benefício da autonomia, gestão, emancipação e protagonismo comunitário.
A rede articulada pelo projeto, de maneira sistemática, é composta pelas seguintes organizações
1. Associação de moradores de Cerro Cora2. Associação de moradores de Vila Cândido3. Associação de moradores do Guararapes4. Associação de amigos e moradores do Cosme Velho5. Associação de amigos e moradores de Laranjeiras6. Projeto Girassol Acompanhamento Psicológico (ONG)7. CRAS Coordenadoria Regional de Assistência Social (Poder Público)8. CEMASI Centro Municipal de Assistência Social Integrada Maria Lina (Poder Público)9. Centro Municipal de Saúde Manoel José Ferreira (Poder Público Municipal)10. CEMASI Centro Municipal de Assistência Social Integrada Luiz Lima (Poder Público)11. SBS Sociedade Brasileira de Solidariedade12. CAB Centro de Acolhida de Benfica Projeto Reconstruindo a Cidadania 13. Colégio Miraflores14. Classe em Cooperação Guararapes Cândido15. Escola Municipal José de Alencar (Poder Público)16. Escola Municipal Albert Schweitzer (Poder Público)17. Hospital Adventista Silvestre18. Centro Cultural Casa Rosa19. Bloco Carnavalesco “Volta Alice”20. SESC Serviço Social do Comércio - Banco de Alimentos21. Observatório de Favelas22. Escola de Serviço Social UFRJ (Poder Público)23. Conselho Tutelar 2.124. Padaria Genesi25. Empresa de ônibus são silvestre26. Ministério Público do Juizado da Infância e Juventude (Poder Público)27. REVIVA Clínica Social Tratamento Dependência Química28. Maternidade Escola UFRJ Laranjeiras (Poder Público)29. Fia Fundação Para Infância Adolescência (Poder Público)30. Hospital de Cardiologia de Laranjeiras (Poder Público)31. Rede Social do Cosme Velho32. INES Instituto Nacional de Educação para Surdos (Poder Público)33. Instituto Benjamin Constant (Poder Público)34. CIEP Tancredo Neves (Poder Público)35. EX-COLA Projeto Jovens Mães36. MITRA - Pastoral do Menor37. Banco da Providência38. CEDUS Centro de Educação Sexual39. SPECTACULUS Fábrica de Espetáculos40. Serviço Social do Juizado da Infância e da Juventude (Poder Público)41. Clube da Árvore Projetos Ambientais42. Secretaria Municipal de Saúde (Poder Público)43. ABTH - Associação Brasileira Terra dos Homens44. REVIVER Escola de Futebol (1ª Igreja Batista do Cosme Velho)45. PEPE Programa de Educação Pré-Escolar (1ª Igreja Batista do Cosme Velho)46. Escola SION47. Associação São Vicente de Paula48. SESI Projeto de Alfabetização de Adultos 49. Rede Rio Criança 50. Ibase51. FIA (Fundação para a Infância e Adolescência)52. CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola)53. IBAMA/Par que Nacional da Tijuca54. Instituto C&A - Projeto Prazer em Ler (em parceria com Se Essa Rua Fosse Minha)55. SESC Rio56. Universidade Federal do Rio de Janeiro (Estágios curriculares de Serviço Social)57. Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Equipes de pesquisa associadas)58. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (pesquisa e ação/ empresa Junior e projetos de extensão)
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Andando é que se chega lá. Foto: Rodrigo Costa Pereira - PUC 54
Como vimos, o Dando Bola pra Vida já é uma realidade de articulação de parte da comunidade em torno à garantia de direitos da infância, provocando uma série de desdobramentos na vida de aproximadamente mil crianças, adolescentes e jovens e suas famílias.
A presença constante e ativa de meninos e meninas na quadra da comunidade, realizando atividades artísticas, educativas e interagindo com a comunidade, tem colocado efetivamente a questão no centro da vida comunitária. Assim, a resposta cada vez mais presente e contínua de pais e lideranças, envolvendo vizinhos e organizações locais num crescente movimento pelas questões que a todos afetam, mostra-se um alicerce de futuras ações tendentes a responder às problemáticas que historicamente os afetam.
Todavia, a pesar disso, é apenas o inicio. Acreditamos que a cultura é base para qualquer projeto de desenvolvimento local sustentável, mas para operarem mudanças efetivas e duradouras na qualidade de vida da comunidade é necessário desenvolver um esforço contínuo, capaz de aglutinar as forças criativas sob estruturas socioeconômicas e culturais sólidas que embasem a ação conjunta dos moradores.
Os resultados que timidamente se deixam ver na vida das crianças, na forma de melhores relações com o ambiente escolar, aumento da iniciativa e de fazeres criativos, de retorno à escola em casos de evasão, de famílias cuja situação passa a ser acompanhada e monitorada pelos serviços públicos articulados na parceria, de reuniões de vizinhos para pensarem formas de resolver questões pontuais e mesmo planos de desenvolvimento local específicos, demonstram um enorme potencial que precisa ser fortalecido.
Este conjunto de resultados reais, como produto do próprio envolvimento da comunidade no projeto, vai além do que a parceria de apoio inicial do projeto previu. Faz-se necessário somar esforços para ampliar a capacidade de atuação das jovens lideranças que surgem, fortalecer os pequenos grupos autogestionários, dar asas aos sonhos da meninada que envereda pelos rumos da arte do circo, dar resposta às ações desenvolvidas nas três escolas que atendem à comunidade, cuja demanda e expectativas com relação ao projeto aumentam face à ação dos meninos que circulam entre a comunidade, o projeto e essas escolas.
Assim também, torna-se necessário a cada dia aprofundar os projetos de pesquisa participativa e o fortalecimento dos espaços e oportunidades de formação, com vistas a um maior empoderamento dos atores locais. São eles os chamados a assumir o futuro da própria comunidade e das crianças, adolescentes e jovens que ainda hoje buscam respostas aos seus anseios e frustrações.
O projeto ora relatado apresenta-se assim, como base para a construção de uma ação mais ampla que multiplique esse impacto a r t i c u l a n d o u m a r e d e d e protagonismo juvenil para a garantia de direitos, na forma de uma plataforma que articule ações de formação para a incidência política no Brasil todo.
O projeto, na sua curta vida, tem demonstrado o que alguns já sabíamos: As crianças e jovens da comunidade transbordam vida. Cabe a todos nós, em articulação estreita com aqueles que optarem por se comprometer com a construção de um mundo melhor para todos, dar importância, significado e movimento a essa Vida. É esse o nosso desafio e dos nossos parceiros: continuar Dando Bola pra Vida!
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Andando é que se chega lá. Foto: Rodrigo Costa Pereira - PUC 54
Como vimos, o Dando Bola pra Vida já é uma realidade de articulação de parte da comunidade em torno à garantia de direitos da infância, provocando uma série de desdobramentos na vida de aproximadamente mil crianças, adolescentes e jovens e suas famílias.
A presença constante e ativa de meninos e meninas na quadra da comunidade, realizando atividades artísticas, educativas e interagindo com a comunidade, tem colocado efetivamente a questão no centro da vida comunitária. Assim, a resposta cada vez mais presente e contínua de pais e lideranças, envolvendo vizinhos e organizações locais num crescente movimento pelas questões que a todos afetam, mostra-se um alicerce de futuras ações tendentes a responder às problemáticas que historicamente os afetam.
Todavia, a pesar disso, é apenas o inicio. Acreditamos que a cultura é base para qualquer projeto de desenvolvimento local sustentável, mas para operarem mudanças efetivas e duradouras na qualidade de vida da comunidade é necessário desenvolver um esforço contínuo, capaz de aglutinar as forças criativas sob estruturas socioeconômicas e culturais sólidas que embasem a ação conjunta dos moradores.
Os resultados que timidamente se deixam ver na vida das crianças, na forma de melhores relações com o ambiente escolar, aumento da iniciativa e de fazeres criativos, de retorno à escola em casos de evasão, de famílias cuja situação passa a ser acompanhada e monitorada pelos serviços públicos articulados na parceria, de reuniões de vizinhos para pensarem formas de resolver questões pontuais e mesmo planos de desenvolvimento local específicos, demonstram um enorme potencial que precisa ser fortalecido.
Este conjunto de resultados reais, como produto do próprio envolvimento da comunidade no projeto, vai além do que a parceria de apoio inicial do projeto previu. Faz-se necessário somar esforços para ampliar a capacidade de atuação das jovens lideranças que surgem, fortalecer os pequenos grupos autogestionários, dar asas aos sonhos da meninada que envereda pelos rumos da arte do circo, dar resposta às ações desenvolvidas nas três escolas que atendem à comunidade, cuja demanda e expectativas com relação ao projeto aumentam face à ação dos meninos que circulam entre a comunidade, o projeto e essas escolas.
Assim também, torna-se necessário a cada dia aprofundar os projetos de pesquisa participativa e o fortalecimento dos espaços e oportunidades de formação, com vistas a um maior empoderamento dos atores locais. São eles os chamados a assumir o futuro da própria comunidade e das crianças, adolescentes e jovens que ainda hoje buscam respostas aos seus anseios e frustrações.
O projeto ora relatado apresenta-se assim, como base para a construção de uma ação mais ampla que multiplique esse impacto a r t i c u l a n d o u m a r e d e d e protagonismo juvenil para a garantia de direitos, na forma de uma plataforma que articule ações de formação para a incidência política no Brasil todo.
O projeto, na sua curta vida, tem demonstrado o que alguns já sabíamos: As crianças e jovens da comunidade transbordam vida. Cabe a todos nós, em articulação estreita com aqueles que optarem por se comprometer com a construção de um mundo melhor para todos, dar importância, significado e movimento a essa Vida. É esse o nosso desafio e dos nossos parceiros: continuar Dando Bola pra Vida!
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Ensaio do “Flip - Flap” no CDC - Foto: Arquivo SER
Espetáculo “Flip - Flap” na Quadra do Cerro Cará - Foto: Arquivo SER
Ensaio do “Flip - Flap” no CDC - Foto: Arquivo SER
Passeata no Cerro Corá - Foto: Arquivo SER
Ensaio do “Flip - Flap” no CDC - Foto: Arquivo SER
Espetáculo “Flip - Flap” na Quadra do Cerro Cará - Foto: Arquivo SER
Ensaio do “Flip - Flap” no CDC - Foto: Arquivo SER
Passeata no Cerro Corá - Foto: Arquivo SER
O Projeto é uma parceria do Dando Bola Pra Vida
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